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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

ONE WORLD UNIVERSITY

Chamuchidine Assane Salimo

Curso de Licenciatura em Desenvolvimento Comunitário

Equipa 2017

Módulo: Tecnologia e Produção

Tarefa de Treinamento:

Produção mundial – 80% insustentável

Dezembro; 2021
Por que uma grande parte da produção mundial é
insustentável?
• Sustentabilidade é uma característica ou condição de um processo ou de um
sistema que permite a sua permanência, em certo nível, por um determinado
prazo. Ultimamente, este conceito tornou-se um princípio segundo o qual o
uso dos recursos naturais para a satisfação de necessidades presentes não
pode comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras. Este
novo princípio foi ampliado para a expressão "sustentabilidade no longo
prazo", um "longo prazo" de termo indefinido.
• A sustentabilidade também pode ser definida como a capacidade de o ser
humano interagir com o mundo, preservando o meio ambiente para não
comprometer os recursos naturais das gerações futuras. O conceito de
sustentabilidade é complexo, pois atende a um conjunto de variáveis
interdependentes, mas podemos dizer que deve ter a capacidade de integrar
as questões sociais, energéticas, econômicas e ambientais.
• Questão social: é preciso respeitar o ser humano, para que este possa
respeitar a natureza. E do ponto de vista humano, ele próprio é a parte mais
importante do meio ambiente.
Cont.
• Questão energética: sem energia a economia não se desenvolve. E se
a economia não se desenvolve, as condições de vida das populações se
deterioram.
• Questão ambiental: com o meio ambiente degradado, o ser humano
abrevia o seu tempo de vida; a economia não se desenvolve; o futuro
fica insustentável.
• O princípio da sustentabilidade aplica-se a desde um único
empreendimento, passando por uma pequena comunidade (a exemplo
das ecovilas), até o planeta inteiro. Para que um empreendimento
humano seja considerado sustentável, é preciso que ele seja:
Ecologicamente correto; Economicamente viável; Socialmente justo; e
Culturalmente diverso
Exemplos que ilustram grande parte da
produção mundial ser insustentável
• Vivemos num mundo cada vez mais conectado e nunca tivemos tanta informação
sobre o que está acontecendo no mundo como agora, mas isso parece não se
refletir em um mundo mais tolerante e democrático. Por exemplo:
• A diminuição da produção de riquezas no mundo é a causa da maioria das guerras,
não é possível produzir bens de consumo e alimentos suficiente para todas as
pessoas no mundo, por isso parte da população sofre com a escassez de recursos.
• O conhecimento sobre fatos marcantes, como as guerra, desastres naturais e a
questão dos refugiados não se reflete em ajuda para essas pessoas, em muitos
casos, há um aumento dos exemplos de intolerância e xenofobia.
• O aumento da conectividade entre as pessoas faz com que elas estejam mais
próximas da realidade um do outro e por isso mais dispostas a aceitar as
diferenças.
• Um dos efeitos da maior conectividade entre as pessoas é que percebe-se uma
grande disponibilidade em ajudar os países em guerra, dando abrigo e apoio para
aqueles que decidem abandonar esses locais.
Vantagens e desvantagens da produção insustentável
O texto que a seguir se apresenta, ilustra as vantagens da produção insustentável:
No último dia 23 de Setembro, foi realizada em Nova Iorque a Cúpula de Sistemas
Alimentares da ONU, cuja meta é discutir soluções para o alcance da fome zero até
2030 e a adopção de dietas saudáveis dentro de um sistema alimentar sustentável.
Agravados pela pandemia, a escassez de alimentos e o acesso desigualitário a eles
não são apenas um problema actual, mas também uma ameaça futura, já que a
produção de alimentos precisa aumentar em cerca de 70% em relação à produção
de 2012 para atender à demanda em 2050, quando a população mundial será de
aproximadamente 10 bilhões de pessoas.
A pressão por mais alimentos devido ao crescimento populacional e aos atuais
hábitos de consumo apresenta um custo ambiental. A resposta imediata a essa
pressão é o aumento da produção geralmente associado à expansão de terras
agrícolas e pastagens. Em países onde a legislação ambiental, mesmo quando
existente, não é reforçada, e com sistema de assistência técnica rural insuficiente, a
solução mais simplista acaba sendo a conversão acelerada da vegetação nativa,
como a que vem ocorrendo na Amazónia e no Cerrado nas últimas décadas. Assim,
juntamente com a ocupação de terras públicas e outras actividades ilegais, a
produção de alimentos acaba sendo um factor adicional à perda de nossas florestas
e savanas.
Cont.
• E com o desmatamento, outros problemas são desencadeados, impactando directamente populações
tradicionais, biodiversidade, fluxos hídricos, clima, outros serviços oferecidos pelos ecossistemas e,
inclusive, a própria produção agrícola ou de carne. Além disso, nesse modelo usual e insustentável de
produção extensiva, a falta de adopção de boas práticas agrícolas e de manutenção do solo acaba levando
a esgotamento da fertilidade, compactação e erosão, resultando em solos degradados e com baixa
produtividade ou mesmo improdutivos.
• De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), 33% dos solos
da Terra já estão degradados, uma proporção que pode aumentar para 90% até 2050. No Brasil, 119
milhões de hectares de pasto uma área que corresponde a 14% do território nacional apresenta um grau
intermediário ou alto de degradação, segundo dados do Laboratório de Processamento de Imagens e
Geoprocessamento (Lapig) da Universidade Federal de Goiás.
• Outra saída é a intensificação da produção agrícola e da pecuária para produzir mais alimentos em menos
terra. No entanto, quando realizada fora de padrões de sustentabilidade, a intensificação também apresenta
riscos, sobretudo aqueles associados ao aumento do uso de fertilizantes inorgânicos, pesticidas e
herbicidas, à pressão sobre os recursos hídricos advinda de sistemas de irrigação e à redução da
diversidade biológica.
• Embora o foco maior da questão de segurança alimentar esteja na quantidade de alimentos, é preciso
considerar também a qualidade das dietas. Uma revisão da literatura científica conduzida pelo Grupo
Científico da Cúpula do Sistema Alimentar das Nações Unidas 2021 (ScGroup), que reuniu cientistas de
vários países, indicou que o consumo médio de frutas e vegetais pela população mundial é 33% inferior à
quantidade de ingestão diária recomendada pela Organização Mundial da Saúde (400 g/dia). Inclusive,
esse é um dos cinco principais fatores de risco para problemas de saúde. São estimadas mais de 2 milhões
de mortes atribuíveis à baixa ingestão de frutas e 1,5 milhão de óbitos relacionados ao consumo
insuficiente de vegetais em todo o mundo a cada ano, particularmente em países de baixa e média renda.
Cont.
• Nesse contexto, é paradoxal que cerca de 200 mil espécies de plantas comestíveis, muitas
das quais crescem perto de habitações humanas, permaneçam praticamente inexploradas.
• Claramente é necessária uma transformação da produção de alimentos, associada a novas
políticas, incentivos e mercados, para que a população mundial chegue em 2050 com uma
dieta adequada e saudável não apenas do ponto de vista humano, mas também dos demais
seres vivos e do ambiente, a partir de sistemas produtivos ecologicamente sustentáveis. O
ScGroup identificou acções que devem ser buscadas de maneira integrada e com base
científica para uma transformação bem-sucedida dos sistemas alimentares. São elas:
• 1. Inovações para acabar com a fome e aumentar a disponibilidade e acessibilidade a
dietas saudáveis e alimentos nutritivos;
• 2. Superar acordos ineficientes e injustos de uso da terra, crédito, mão-de-obra e recursos
naturais. Para facilitar a inclusão, incentivar o empoderamento e os direitos de mulheres,
jovens e comunidades locais.
• 3. Estimular a pesca sustentável, alimentos aquáticos e protecção de áreas costeiras e
oceanos;
• 4. Inovações de engenharia e digitais para eficiência e inclusão de sistemas alimentares e
empoderamento de jovens e comunidades rurais.
• Sobretudo, é preciso romper desigualdades e garantir a todos o acesso a dietas saudáveis,
possibilitando, assim, a escolha individual em prol de uma alimentação equilibrada.

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