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EDUCAÇÃO NA IDADE
MÉDIA
O Fim da Época Clássica e o início de um um novo tempo –
a Idade Média
Do embate violento entre o mundo romano e o mundo bárbaro resultou um tempo novo: a
Idade Média
Cambi (1999, p. 171) se refere à Baixa Idade Média (século XII ao século XV)
da seguinte forma: Estamos diante de uma retomada de iniciativa da história
ocidental que se delineia em torno da nova realidade da Europa: o
desenvolvimento econômico, o incremento técnico, a afirmação de uma nova
classe social – a burguesia –, o impulso do pensamento, a dissensão política e
uma sociedade mais dinâmica e mais móvel; são fatores que vêm definir uma
época nova. [...] Antes de tudo, estamos agora longe dos limites da sociedade
feudal, fechada e bloqueada, agrícola e sem intercâmbios; estamos longe
daquela sociedade de ordens (trinitária, como foi chamada, e hierarquizada) e
dentro de um mundo que se torna cada vez mais conflitual e complexo, cada
vez mais articulado e plural, que vê o crescimento de protagonistas e tensões
(no nível político: o papado, o Império, as comunas, os estados nacionais).
Baixa Idade Média
A Universidade de Paris, fundada entre 1200 e 1215, será o centro do debate intelectual
do século XIII. Alberto Magno procurou introduzir o pensamento aristotélico no curso
de artes liberais. A sua fama iria atrair a Paris os melhores espíritos do tempo. Tomás de
Aquino decidiu trocar a sua Itália natal por Paris para estudar com o grande Alberto e
acompanhá-lo-á para Colónia. As universidades organizaram os seus estudos a partir
dos cursos preparatórios das artes, onde se ensinava a gramática, a lógica e a ciência
aristotélica. Os estudos preparatórios eram concluídos com um bacharelato. A
continuação dos estudos podia desembocar numa licenciatura, com a defesa de uma
lição que permitia aos diplomados abrir uma nova escola e ensinar. para além dos cursos
preparatórios, havia estudos especializados em Medicina, Direito e Teologia, sendo a
última considerada a rainha dos estudos. Seguindo-se a Paris, a Universidade de Oxford
obtém alvará em 1214, Cambridge em 1231, Pádua em 1222 e muitas outras por essa
Europa for a (Marques, s/d).
Baixa Idade Média
As Universidades
As Universidades
Além disso, incluíam também os textos e livros, pergaminhos, papel e tinta, penas
e canivetes e a compra, tratamento ou aluguer do traje de estudante. A adicionar
aos custos gerais do estudo, encontravam-se as taxas pagas para a emissão e
certificação de documentos e testemunhos vários. Muitos dos estudantes não
pagavam essas despesas com muita vontade. A maioria dizia desprovida de
recursos ou acabavam por pagar com atrasos consideráveis. Os livros do estudante
que não pagasse ao seu mestre podiam ser apreendidos. Por outro lado, em
Mompilher, era proibido que o reitor, os regentes, os matriculadores e os notários
da universidade reconhecessem a qualidade de estudante a um jovem que não lhes
tivesse pago. Isto sob pena de se verem privados dos seus privilégios ou
condenados a pagar uma multa de 1000 libras
As Universidades
O fardo que os pobres tinham que suportar foi aliviado na maioria das
universidades, mas nunca foi inteiramente retirado. Entre os custos de
vida encontrava-se uma elevada soma para alojamento e alimentação,
para o vestuário, calçado, roupa de cama, lavagem e remendo de roupas,
para conforto pessoal (banhos, barbeiro e médico), para combustível e
iluminação (velas), para as viagens entre a universidade e a terra, para os
mensageiros, para todo o género de actividades de lazer, para as multas e,
por fim, uma soma provável para os juros sobre o dinheiro emprestado
As Universidades
A mesada dos pais estava longe de ser suficiente, a não ser se estes fossem
particularmente ricos, portanto, os estudantes tinham que procurar outros meios de
sustento. Alguns resolviam o problema recolhendo lixo, varrendo o chão, ao serviço do
colégio ou de um professor, empregando-se como vigilantes de estudos ou preceptores.
Quem quisesse ou precisasse poderia ainda desempenhar as funções de criados
pessoais de professores, reitores, decanos, directores de faculdades e outros
funcionários superiores da universidade, de criados de dignitários da Igreja ou de
nobres ou ainda de estudantes abastados. Podiam ainda trabalhar como empregados e
porteiros, cozinheiros, ajudantes de cozinha e criados de mesa nos colégios, hospícios,
residências de estudantes; como serventes ou membros do coro nas igrejas da cidade;
como cantores de rua, como trabalhadores ocasionais no comércio, como vendedores
de, por exemplo, produtos alimentares da sua região natal, e também como pedintes .
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Também era possível tirar apontamentos nas aulas e depois vendê-los, ou recopiar
manuscritos. Sabe-se de um estudante que, ao recopiar a Bíblia, ia apontando nas
margens a descrição das suas proezas nocturnas. Existem também descrições
sobre os copistas irlandeses, que embora copiassem bem, bebiam muito, gastando
num dia o que tinham ganho numa semana; de um florentino que instalou um tear
de tecer seda; e de um outro que fez moedas falsas e foi parar à cadeia.
As Universidades
Contudo, estes trabalhos extras faziam com que chegassem por vezes atrasados
às aulas. Entre as desculpas que os manuais de boas maneiras sugerem aos
estudantes, por chegarem tarde a uma aula temos: "Tive uma dor de cabeça", ou
"acordei tarde", "tive de tratar o gado", "andei a ajudar na vindima ou nas
colheitas", "a fazer a cerveja", "serrar madeira", etc..
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Repetição da matéria.
O Nome da Rosa (filme). Cenário: Mosteiro Beneditino, 1327)
Síntese (Amado, 2007, p. 16)