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Tópico V: Assistência de Enfermagem nas

Cirurgias do Aparelho Reprodutor


Masculino: Prostatectomia

Universidade do Sul de Santa Catarina- Unisul/Ânima


Curso de Enfermagem – UA: Enfermagem em Clínica Cirúrgica
Prof : Kátia Porton - Abril/ 2021 – 1
Prof colaborador: Everson da Silva
1° passo: Vamos assistir os vídeos a seguir

https://www.youtube.com/watch?v=ka51Dzy0 https://www.youtube.com/watch?
mm4 v=4VfPLyTZ9Hg
Com o passar do tempo...
Mas também...
Próstata normal

◦ Peso : 15 a 30 gramas

◦ Localização: Na base da bexiga,


atravessada pelo canal uretral

◦ Função: reprodutiva
HIPERTROFIA BENIGNA DA PROSTATA CÂNCER DE PRÓSTATA
(HBP)
◦ Surge associado ou não ao crescimento benigno.
◦Crescimento benigno que acomete quase
◦ É o segundo tumor mais freqüente no homem
90% dos homens após os 40 anos.
brasileiro.
◦ Produz dificuldade para a eliminação da
◦ Manifesta-se quase sempre depois que os homens
urina.
completam 50 anos.
◦Fatores predisponentes: hereditariedade,
◦ Crescimento na periferia da próstata.
predisposição genética, Testosterona ( penetra
◦ Fatores genéticos, hereditários, alterações em genes
na célula epitelial prostática e por ação enzimática é
transformada em diidrotestosterona que é um potente somáticos e hábitos alimentares estão relacionados ao
estimulador das células do estroma prostático, levando-a a desenvolvimento dessa neoplasia.
secretar fatores de crescimento).
Manifestações clinicas
1. HIPERTROFIA BENIGNA DA PROSTATA (HBP)

◦ Sinais e sintomas obstrutivos e irritantes chamado de


Prostatismo:

◦ Retenção urinária aguda,

◦ Dor lombar, devido a Hidronefrose que poderá levar a


IRA

◦ Hematúria macroscópica

NÃO HÁ CORRELÃÇÃO ENTRE O TAMANHO DA


PROSTATA E OS SINTOMAS,TUDO VAI DEPENDER
DE FATORES ANATÔMICOS DE CADA PACIENTE
HIPERTROFIA BENIGNA DA PROSTATA (HBP)

Sintomas obstrutivos Sintomas irritativos


esforço miccional *urgência

*hesitância em iniciar micção *polaciúria


*intermitência durante ao ato miccional *noctúria

*jato urinário fraco, incontinência de urgência

*esvaziamento incompleto (sensação de pequenos volumes de micção


bexiga cheia)

retenção urinária dor suprapúbica


gotejamento terminal,
Manifestações clinicas

2. CÂNCER DE PROSTATA

•Assintomáticos e sintomáticos,
•Presença de sintomas: ocorre na doença avançada
ou metastática;
•Dor lombossacra (presença de metástase óssea);
•Sintomas urinários obstrutivos e irritativos
semelhantes a HPB;
•Obstrução dos ductos ejaculatórios: hemato-
espermia, diminuição do volume ejaculado;
•Hematúria;
Diagnóstico:
Hiperplasia Benigna de Próstata(HBP) Câncer de Próstata

•História clínica: antecedentes familiares, ◦X

•Anamnese, (afastar outras doenças como: prostatite, ◦X


passado de DST, estenose uretral....

•Exame físico (Toque retal):


◦X
•Exame laboratorial: PSA (antígeno prostático

específico) ◦X

•Exames de imagem: Ultrassonografia (abdominal ◦X, acrescenta-se Cintilografia óssea,


ou ecografia retal), TC, RM. Ultrassonografia transretal com biópsia (é o
exame de escolha para a confirmação
diagnóstica).
Exame PSA
O antígeno prostático específico (PSA) é um biomarcador sintetizado, quase que exclusivamente, na próstata. Além de ser,

majoritariamente, encontrado no sêmen, ele também circula no sangue (em pequenas quantidades). porém pode estar alterado processos

inflamatórios ou neoplásicos.

A presença de um tumor é um dos fatores que podem levar ao aumento permanente do PSA. Por isso, suas taxas são consideradas

marcadores tumorais.

No entanto, um quadro de hiperplasia prostática benigna (HPB) também leva a elevação do PSA. Sem falar nos aumentos transitórios,

decorrentes de inúmeros fatos ocorridos nos dias que antecedem o exame (como relação sexual, uso de bicicleta ou moto, presença de

infecção urinária, realização de exames no reto etc). Já o uso de certos medicamentos, por outro lado, pode reduzir sua concentração.

Valor normal: inferior a 4ng/ml (quanto maior o tamanho da próstata,

maiores os níveis de PSA).


Biópsia Toque retal

 O toque retal, é ainda o carro chefe para o diagnóstico das


alterações prostáticas, devido a sua eficácia.
 Através do toque retal, o profissional avalia a próstata
aumentada com consistência fibroelástica, a presença de
nódulos endurecidos é sugestivo de adenocarcinoma.
Tratamento:
1. HIPERPLASIA BENIGNA DE PRÓSTATA(HBP)

• Clínico : Medicamentoso

- Doxasozina, Tansulozina: Atuam na base da bexiga, auxiliando na eliminação da urina,


- Finasterida, Dutasterida: Bloqueia efeito da testosterona, diminuindo assim o ritmo de crescimento da
próstata.

• Cirúrgico : Prostatectomia

Ressecção Transuretral da próstata (RTU ou RTUP): indicada para próstatas


de pequenas e médias dimensões (realizado por via endoscópica).
Prostatectomia supra púbica:
Remoção da glândula por incisão abdominal, indicado
para próstatas grandes.
Prostatectomia via perineal e embolização da artéria prostática
Tratamento Medicamentoso:

Doxasozina
Tansulosina

Finasterida
Dutasterida

Tratamento Medicamentoso é o tto eficaz, disponível e de fácil


O vídeo n. 1 esta bem didático em relação a esta acesso. Porém poderá ser até um certo tempo....
imagem. Dê uma espiadinha lá!!
PORQUE TRATAR A HBP?
◦ Impacto na qualidade de vida.
◦ Evitar complicações por compressão da
bexiga:
1. bexiga de esforço que ao longo prazo
com aparecimento de divertículos
2. ITU de repetição
3. Hidronefrose, que poderá evoluir para
IR(perda da função renal)
Tratamento:
2. CÂNCER DE PRÓSTATA

• Cirúrgico: Prostatectomia

◦ Prostatectomia radical: é a mais frequentemente realizada, podendo ser


por via aberta ou por videolaparoscopia. Pode ser realizada
linfadenectomia. Poderá ser supra-púbica, videolaparoscópica ou
assistida por robô.

◦ Linfadenectomia, esta relacionada ao estadiamento da neoplasia, e é


realizada concomitante com a prostatectomia em casos avançados da
doença.

◦ Radioterapia/quimioterapia.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO: Além dos cuidados gerais para todas as cirurgias conforme abordado no tópico 1, incluir
os cuidados específicos abaixo:

 Dar apoio psicológico, pois o homem na maioria das vezes se encontra em momento de muita angustia e
incertezas;
 Esclarecer as possíveis duvidas relacionado ao procedimento cirúrgico e pós-op;
 Orientar o paciente e familiar que no pós operatório o mesmo poderá vir com SVD com irrigação(mais de uma)
e explicar a importância da mesma e que o pós-op imediato será prolongado na SRPA.
 Estar atento a presença de febre;
 Monitorar perfusão e pulsos periféricos(características);
 Avaliar o uso de medicações, em especial ACO e antiagregante plaquetário;
 Monitorar resultado dos exames laboratoriais de rotina, e em especial HT, HEMOGRAMA TAP e KPTT com
INR, creatinina.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO: Além dos cuidados gerais para todas as cirurgias conforme abordado no tópico 1, incluir os cuidados específicos
abaixo:

 Realizar tricotomia e enema, se prescrito realizar ainda no setor cirúrgico;


 Reforçar a importância de exercícios respiratórios no pré e pós-op, como também movimentação ativa e deambulação
precoce no pós-operatório.

Ainda no período pré-operatório é


Importante........
Irrigação Vesical

É comum no pós operatório de Prostatectomia os


pacientes descem da SRPA, com sonda foley com irrigação,
esta tem a finalidade de retirar os resíduos oriundos do
procedimento cirúrgico.
Qual a temperatura do soro da irrigação?
Por que é importante fazer controle da irrigação, ou seja,
quantificar o que é administrado e o que é eliminado?
Se obstruir o enfermeiro pode por conta própria retirar a sonda
e passa uma nova sonda?
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO: Além dos cuidados gerais para todas as cirurgias conforme abordado no tópico 1,
incluir os cuidados específicos abaixo:

• Realizar anamnese e exame físico minucioso na chegada da SRPA ao setor de clínica cirúrgica: Detalhe o
exame físico?
• Controle rigoroso dos SV, estando atento aa sinais de choque hipovolêmico;
• Observar e avaliar aspectos do curativos e drenos;
• Avaliar irrigação vesical, bem como aspecto do conteúdo drenado, e orientar paciente e familiar qto aos
cuidados com a sonda;
• Estar atento a coloração da urina na bolsa coletora e SEMPRE correlacionar com o estado ou ATIVIDADE do
cliente, lembrar que ao pcte caminhar apresentará hematúria acentuada;
• Manter em fácil acesso os frascos de soro fisiológico gelado ou em temperatura ambiente (conforme prescrito
pelo cirurgião);
• Realizar BH rigoroso a cada 12 ou 24 hs;
• Realizar controle de diurese a cada 6 hs, avaliando as características
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO: Além dos cuidados gerais para todas as cirurgias conforme abordado no tópico 1,
incluir os cuidados específicos abaixo:

• Conforme estado do cliente, oriente que evite permanecer períodos prolongados no leito (pois favorece as
complicações);
• Em caso de obstrução da sonda, fechar a irrigação e comunicar imediatamente o médico assistente;
• Estimular movimentação ativa no leito;
• Monitorar episódios de dor: local e característica, ANTES de medicar checar funcionabilidade do sistema de
irrigação;
• Fazer controle rigoroso da irrigação, ou seja o que “entra e o que é eliminado”
Importante: Dor intensa em baixo ventre, indicativo de SVD obstruída, imediatamente pausar a irrigação.
Complicações Gerais:

o Choque hipovolêmico.

o Hemorragia

o Formação de coágulos levando a obstrução da

sonda vesical de demora (foley).

o Disfunção sexual.

o Infecções (sítio cirúrgico, ITUs).

o Complicações respiratórias (atelectasias, embolia).

o TVP.

o Deiscência.
Complicações conforme cada cirurgia:
RESSECÇÃO TRANSURETRAL DA PROSTATECTOMIA RADICAL
PROSTATA(RTU)

◦ Infeção urinária, ◦ Incontinência urinária


◦ Pequenos sangramentos, ◦ Disfunção erétil
◦ Urgência miccional autolimitada, ◦ Retenção urinária
◦ Ejaculação retrograda (ausência de ◦ Estenose da anastomose ureterovesical
ejaculação), etc.
◦ Infecção da FO(acentuada qdo via
perineal)
◦ Lesão retal, fistula intestinal (via perineal)
◦ Fístula urinária (ambas técnicas)
IMPORTANTE:

 O tratamento da incontinência após a cirurgia depende do seu mecanismo, da sua importância e do


tempo pós-cirúrgico.
 Pacientes que possuem incontinência de esforço persistente são mais difíceis para tratar.
 Para os pacientes que tiveram perda urinária no pós-operatório, exercícios para a musculatura
pélvica com biofeedback têm sido sugeridos para melhorar os sintomas e favorecer o retorno do
controle urinário.
 A eletroestimulação também é um método que pode favorecer o sucesso dos exercícios para a
musculatura pélvica em pacientes com incontinência após a prostatectomia.
 É importante assinalar que a reeducação do assoalho pélvico com trabalho da cinesioterapia para
fortalecimento do músculo elevador do ânus deve ser considerada como a primeira opção no
tratamento da incontinência urinária pós-prostatectomia radical.
Prostatectomia....

 Afeta o psicológico dos homens.


 É uma cirurgia que normalmente traz importantes repercussões fisiológicas, sociais e emocionais.
 As complicações favorecem o desenvolvimento de sintomas depressivos, haja vista que interferem,
especialmente, no sentido de masculinidade, na autoimagem e no papel que o homem desempenha no
contexto familiar e social.
Assistência de Enfermagem para Alta Hospitalar
• Orientar paciente e familiar quanto aos cuidados com a sonda foley: Como esvaziar e o que observar?
• Orientar alimentação rica em fibras e uma boa ingesta hídrica,
• Orientar que atividade sexual deverá ser retomada somente após liberação médica,
• Evitar fazer esforço ou pegar peso,
• Em caso de disfunção erétil comunicar o médico assistente,
• Estimular seguir tratamento prposto,
• Orientar que quaisquer alteração clássicas de infecção procurar o médico assistente,
• Orientar os cuidados com o curativos, drenos e sonda;
• Reforçar a importância da realização de exercícios no pós-op para fortalecimento da musculatura pélvica conforme
orientado pelo fisioterapeuta.
• Informar sobre sinais e sintomas esperados no pós-operatório e sinais e sintomas que requerem a procura do serviço
de saúde; cuidados com o cateter urinário e sistema coletor fechado; higiene e cuidados com a ferida cirúrgica;
hidratação e nutrição; terapêutica medicamentosa e retorno ao serviço de saúde; atividades; incontinência urinária; e,
função sexual. O PSA deve cair a um nível indetectável alguns meses após a prostatectomia radical. Realizar o
exame de PSA 6 a 8 semanas após a cirurgia.
Referências
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Referências

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