O documento discute os conceitos de insolvência e os sistemas para caracterizá-la. A legislação brasileira adota um sistema misto baseado na impontualidade injustificada, execução frustrada de dívidas e prática de atos de falência taxativamente previstos.
Descrição original:
Título original
Trabalho de Dto Empresarial - Judith Bedê - 3º Bim - Denise e Maria Clara (1)
O documento discute os conceitos de insolvência e os sistemas para caracterizá-la. A legislação brasileira adota um sistema misto baseado na impontualidade injustificada, execução frustrada de dívidas e prática de atos de falência taxativamente previstos.
O documento discute os conceitos de insolvência e os sistemas para caracterizá-la. A legislação brasileira adota um sistema misto baseado na impontualidade injustificada, execução frustrada de dívidas e prática de atos de falência taxativamente previstos.
ACADÊMICAS: DENISE HARUE OYAMA E MARIA CLARA GOMES INSOLVÊNCIA Insolvência é o estado de fato que revela a incapacidade do ativo do empresário para que esse possa saldar seus débitos. No seu sentido técnico/teórico, a insolvência (também chamada de insolvabilidade) é o estado patrimonial do devedor caracterizado pela insuficiência do ativo para saldar o passivo. Assim, o devedor que possui patrimônio negativo (ativo menor que o passivo) se diz insolvente. Se ele é empresário, poderá ter a sua falência decretada, a fim de estabelecer a sua execução concursal em obediência ao princípio da par condicio creditorum. A doutrina costuma apontar, todavia, que a insolvência do empresário, como pressuposto para a decretação da falência, não deve ser compreendida no seu sentido técnico/econômico, mas sim em um sentido jurídico, definido pela própria legislação falimentar. Nesse sentido, já decidiu o Superior Tribunal de Justiça: (...) A insolvência econômica do devedor não é pressuposto para o requerimento ou decretação da falência. Verificadas as situações fáticas previstas em lei, abre-se aos legitimados a oportunidade para pedir a falência. (...) (REsp 733.060/MG, Rel. Min. Sidnei Beneti, 3.ª Turma, j. 24.11.2009, DJe 02.12.2009). Segundo o autor Rubens Requião, existem quatro sistemas distintos, afirmando que a legislação brasileira adotava dois deles. O primeiro sistema é o do estado patrimonial deficitário: A insolvência estaria caracterizada quando se constatasse, efetivamente, a insuficiência do ativo do empresário para saldar o seu passivo. Esse sistema, em síntese, exige a demonstração da insolvência econômica do devedor, e por isso recebe duras críticas da doutrina comercialista, não obstante consista no sistema mais preciso e seguro para a real aferição do estado patrimonial do devedor. Esse sistema torna o processo pré-falimentar muito lento, em razão da necessidade de adoção de procedimentos contábeis para a análise do patrimônio do empresário. Além disso, ele também pode, em alguns casos, ensejar a decretação da falência de determinado empresário que, embora temporariamente insolvente, seja viável ou recuperável. O segundo sistema é o da cessação de pagamentos: A insolvência do devedor estaria caracterizada quando ele parasse de efetuar o pagamento de suas dívidas, o que indicaria uma situação de impossibilidade de adimplemento das suas obrigações. Veja-se que esse sistema, ao contrário do primeiro, baseia-se fundamentalmente em uma presunção de insolvabilidade, porque em alguns casos a cessação de pagamentos pode significar uma crise temporária, não representando realmente, um estado patrimonial de insolvência econômica. O terceiro sistema, por sua vez, é o da impontualidade injustificada:
No qual o devedor se considera juridicamente insolvente quando
não paga, injustificadamente, uma determinada obrigação líquida no seu vencimento. Perceba-se que nesse sistema a insolvência do devedor empresário também é presumida, no entanto, com ainda mais rigor que no sistema anterior, uma vez que neste, basta a mera inadimplência isolada de uma dívida, enquanto naquele, se exige a inadimplência reiterada. Por fim, o sistema da enumeração legal: A insolvência do devedor se caracteriza pela prática de determinados atos previstos taxativamente na legislação falimentar: são os chamados atos de falência, que correspondem a comportamentos do devedor que também presumem o seu estado de insolvabilidade, mesmo que ele, eventualmente, não esteja sequer impontual quanto ao pagamento de suas dívidas. A insolvência no sistema Brasileiro, adota o sistema misto de configuração da falência: impontualidade injustuficada, execução frustada e prática de atos de falência, elencados nos incisos do art. 94. O que é a impontualidade injustificada? RESPOSTA
O sistema da impontualidade injustificada está claramente previsto
no inciso I do art. 94 da LRE, que prevê a possibilidade de decretação da falência do empresário quando ele, "sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 salários mínimos na data do pedido de falência". O que a legislação brasileira permiti ou possibilita aos empresários devedores? RESPOSTA
Além de permitir o pedido de falência do devedor com fundamento
na sua impontualidade injustificada, a legislação falimentar brasileira também possibilita que o pedido seja lastreado na prática dos chamados atos de falência, enumerados na inciso II do art. 94 (execução frustrada) e em rol taxativo constante nas alíneas do seu inciso III. OBRIGADA!