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CURSO DE EMPREGADA/O DE ANDARES

TURISMO E HOTELARIA CONCEITOS BÁSICOS


HISTÓRIA DA HOTELARIA

O Turismo e a actividade hoteleira são um fenómeno típico do séc. XX. Foi o


progresso económico e social operado neste séc. que permitiu o acesso às
viagens à generalidade das populações, com o consequente
desenvolvimento de estruturas de alojamento, restauração e de transporte.

Mas o desejo de conhecer outros povos e de estabelecer relações com outras


civilizações – por razões religiosas, comerciais, de expansão territorial –
foi sempre uma constante na história do homem.

Turismo e Hotelaria Conceitos Básicos


Cerca de 150 anos A. C. os romanos, criaram ua rede de estradas que se estendia por todo
o Império, tornando célebre a frase “todos os caminhos vão dar a Roma”. O
desenvolvimento do comércio e da rede de estradas, a necessidade de visitar o
Império e os monumentos, tornaram indispensáveis a existência de lugares onde os
viajantes pudessem acolher-se para repousar e alimentar-se.

Mas é com o desenvolvimento das termas que nascem os verdadeiros centros de turismo.
Nas estâncias romanas, tudo foi previsto para que nada faltasse aos seus
frequentadores que as procuravam por motivos de repouso e divertimento, relegando
para um plano bastante secundário os tratamentos médicos.

A grandeza e o luxo das instalações termais, com piscinas, banhos de água quente, saunas
e salas de massagens, acompanhadas de faustosos banquetes, representações teatrais e
outros divertimentos, deram um grande impulso ao desenvolvimento da hospitalidade.

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Construíram-se autênticos hotéis com vários andares, com brigadas de pessoal
constituídas por escravos. Alguns proprietários de “villas” alugavam-nas à
temporada retirando daí excelentes proveitos.

Já muitos séculos antes, a Grécia atraía grandes multidões por altura dos jogos
Olímpicos, oferecendo um grande número de atracções para além das
competições atléticas. Junto dos templos gregos, além de teatros e estádios,
existiam facilidades para pernoitar.

Os gregos e os romanos já viajam para visitar os templos e as sete maravilhas


do mundo da área do Mediterrâneo, em particular as pirâmides e os
monumentos do Egipto, que ainda hoje constituem uma das grandes
atracções turísticas do mundo.

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Após a queda do Império Romano e com o desenvolvimento do Cristianismo
foram criados hospícios e albergarias nos mosteiros e abadias, destinados a
abrigar viajantes e peregrinos.

A par das motivações religiosas-cruzadas e peregrinações – existiu um


desenvolvimento do comercio. Não havendo espaço suficiente para todos
nos mosteiros, a Igreja – mais tarde também os particulares – construiu e
dirigiu estalagens onde se fornecia alimentos, bebidas e alojamento aos
viajantes.

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Em 1774 inaugura-se em Londres o primeiro hotel convencional. Foi seu
proprietário David Low que para o efeito utilizou a mansão de Lord Archer
em Covent Garden.

A partir dos finais do séc. XVIII a hotelaria conhece um período de grande


desenvolvimento na Europa e na América. O estabelecimento de carreiras
regulares de passageiros, a construção de estradas e caminhos de ferro,
contribuíram decisivamente para o surgimento de hotéis e pensões. A
concorrência cresce.

Introduzem-se sistemas de gestão empresarial, melhora-se a qualidade e


conforto das instalações, instalam-se elevadores e em 1867 a “Agência
Thomas Cook & Son”, de Londres, emite pela 1ª vez “vouchers” para
cobrir reservas de alojamento em hotéis.

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Das pequenas unidades passa-se rapidamente para grandes blocos com muitas centenas
de quartos e surgem as primeiras cadeias internacionais.

A generalidade das pessoas ricas e cultivadas viajavam por toda a Europa e realizavam
estadas de longa duração. Faziam a “Grand Tour”, passando a ser moda visitar
Paris, Florença, Roma ou Veneza.

Em 1889 o hoteleiro Cesar Ritz abre em Londres o Hotel Savoy, marcando o


nascimento de um novo conceito hoteleiro. Considerado o primeiro hotel de luxo,
apresenta uma série de inovações – iluminação eléctrica, quartos com casa de
banho, um boletim informativo em vários idiomas, etc. Em 1898 inaugura o Hotel
Ritz em Paris, que traduz i charme e a elegância de um palácio francês.

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No inicio do séc.XX, Ritz cria uma empresa de gestão hoteleira e, pela primeira vez, procede-se à
cedência por contrato (franchising) do seu nome, para a exploração em cadeia de hóteis de
luxo, que passam a utilizar o nome Ritz.

EM PORTUGAL …

No ano de 180 a familia Lawrence sai de inglaterra para se instalar em Sintra, pondo a funcionar o
primeiro hotel português – o “Hotel Lawerence’s”. Este é também o mais antigo da peninsula
Ibérica e o segundo mais antigo do mundo.

O “Lawerence’s”, como era conhecido, ganhou especial fama quando Lord Byron ai se instalou no
inicio do séc. XIX escrevendo parte do livro “A Peregrinação de Childe Harold”, relato das
suas viagens pelo continente Europeu em que Sintra é descrita como um paraíso.

Em 1892 é inaugurado em Lisboa, o Hotel Avenida Palace, o primeiro hotel de luxo em Portugal.

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No inicio do séc. XX em 1911, funda-se a primeira Associação de Proprietários de
Hotéis, Restaurantes e Cafés. Três anos mais tarde o Governo atribui benefícios
fiscais aos hotéis que tivessem mais de 100 quartos em Lisboa e Porto e mais de 50
no resto do pais.

A eclosão da I guerra Mundial e as consequências que arrastou a nível económico,


politico e social tiveram efeitos altamente nefastos na hotelaria portuguesa. Apesar
disso, efectuaram-se algumas reformas e lançaram –se alguns empreendimentos
dos quais se destaca o plano de aproveitamento turístico do Estoril.

Na década de 40, foram criadas as “Pousadas de Portugal”, com a construção das


primeiras pousadas regionais, que tinham como objectivo “alojar os viajantes e
fornecer-lhas alimento, no respeito pelo estilo e pelas tradições de cada região”,
como consta de documento da época. Na década de 50 iniciou-se instalação das
pousadas em monumentos como castelos, palácios e conventos.

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O Alentejo foi a região escolhida para a implementação da primeira pousada. A
Pousada de Sta. Luzia, em Elvas, abriu em 1942 e ainda hoje a podemos encontrar
na mesma região, mantendo-se o mesmo conceito, tendo apenas mudado as
condições de conforto.

No inicio da década de 70 surgem novas formas de alojamento: aldeamentos turísticos,


apartamentos, aquisição de casa para obtenção de rendimento associado à
exploração turística. O desenvolvimento turístico e hoteleiro concentra-se na
exploração do sol, mar e praia registando-se um abandono dos valores do interior –
Termalismo, gastronomia e paisagens.

Em 1974 dá-se a revolução de 25 Abril provocando grandes transformações


económicas, socais e politicas. A actividade hoteleira sofre uma grande crise
agravada pela ocupação dos estabelecimentos hoteleiros pelos desalojados das ex-
colónias.

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Em 1980 cria-se entre nós o turismo de habitação, com a recuperação e aproveitamento
de solares e casas rurais. Os hospedes são acolhidos com simplicidade e de uma
forma personalizada a par de um contacto mais directo com as populações dos
meios rurais e respectivas actividades.

Na origem das sua criação esteve a preocupação de proteger e valorizar o nosso


património cultural e histórico, de contribuir para a melhoria da qualidade de vida
das populações rurais e dotar zonas do país sem condições de atrair outro tipo de
alojamento de estruturas de acolhimento.

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ALOJAMENTO TURISTICO EM PORTUGAL

Formas de alojamento turístico em Portugal:

Estabelecimentos Hoteleiros:

• Hotéis
• Hotéis- Apartamentos
• Pensões
• Estalagens
• Motéis
• Pousadas

Meios Complementares de Alojamento


1. Aldeamentos
2. Apartamentos Turísticos
3. Moradias Turísticas

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ALOJAMENTO TURISTICO EM PORTUGAL

Parques Campismo

Turismo em Espaço Rural

1. Turismo de habitação
2. Turismo Rural
3. Agro-Turismo
4. Turismo de Aldeia
5. Casas de campo
6. Hotéis Rurais
7. Parques de Campismo Rural

Outros:
Residências Secundárias
Quartos mobilados
Colónias de Férias
Albergues da Juventude
Alojamentos Paralelos (não reconhecidos oficialmente)
Hospedarias e Casas de Hospedes

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ESTABELECIMENTOS HOTELEIROS

O decreto de lei nº 16797 define estabelecimentos hoteleiros como:


Empreendimentos turísticos destinados a proporcionar, mediante remuneração, alojamento
temporário e outros serviços acessórios ou de apoio, com ou sem fornecimento de refeições.
Na prestação de serviços acessórios é incluído o serviço de recepção, e portaria, bem como a
arrumação e limpeza diária das unidades de alojamento.
Consideram-se estabelecimentos hoteleiros:
Hotéis
Hotéis – apartamentos (aparthoteis)
Pensões
Estalagens (a sua arquitectura, estilo de mobiliário e serviço tem características regionais, dispondo
de zonas verde envolventes)
Pousadas (estabelecimentos instalados em imóveis classificados como monumentos nacionais, de
interesse publico ou de interesse regional).

Motéis (estão situados fora dos centros urbanos e na proximidade de estradas constituindo quartos
independentes, com entrada directa do exterior e com lugar de estacionamento privativo e
contíguo ao quarto).

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CLASSIFICAÇÃO OFICIAL
5* -1
4* 4*r
HOTÉIS 3* 3*r
2* 2*r
1* 1*r
5*
4*
Aparthoteis
3*
2*
Albergaria
1ª Categoria
Pensões
2ª Categoria
3ªCategoria
5*
Pensões
4*
5*
Estalagens
4*
3*
MotÉis
2*
Instaladas em Edificios:Classificados como monumentos
nacionais (2)
Pousadas Classificados de interesse regional ou municipal (3)
Que pela sua antiguidade, valor arquitectónico e histórico,
sejam representativos de uma determinada época (3)

(1) Hotéis Residenciais-oferecem apenas alojamento e pequeno-almoço


(2) Devem preencher os requisitos mínimos a que estão obrigados os hotéis de 5* salvos se tal afectar as características dos edifícios
(3) Devem preencher os requisitos mínimos a que estão obrigados os hotéis de 4 estrelas salvos se tal afectar as características dos
edifícios

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Segundo a localização

* Província * Aeroporto
* Resort * Suburbano (arredores da cidade)
* Estrada * Urbano (dentro da cidade)

Em Relação ao tamanho

* Pequenos * Grandes
* Médios * Muito Grandes

Segundo a Clientela

* De Negócios * Desportivo
* Cultural * Turismo ou Lazer

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Existem num hotel 4 zonas distintas:

Zonas de Habitação:
Hall de entrada do quarto
O quarto propriamente dito
A instalação sanitária

Tipos de Quarto:
SINGLE: Constituído por um cama ou duas com ocupação de uma pax
TWIN: duas camas de solteiro. É o mais usual hoje em dia, dado que permite um maior
número de soluções de acomodação
DOUBLE: uma cama de casal
SUITE: Conjunto constituído, no mínimo, por quarto, quarto de banho, e uma sala,
comunicando entre si por uma antecâmara, sendo designados por SUITE- JUNIOR quando não possuem a
referida antecâmara.

Zonas Públicas:
Hall de entrada / Salões / Salas de conferência/ Lojas / Restaurantes/ Bares / Piscinas /
Boutiques / Tabacarias / Vitrines de Exposição Etc...

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Zonas de Serviço:
Cozinha
Cafetaria
Cave de Dia
Economato
Lavandaria/ Rouparia
Refeitório

Zonas de Circulação:
Públicas: Corredores
Escadas de Clientes
Elevadores de Clientes
De Serviço: Corredores de serviço
Escadas de Serviço
Elevadores de Serviço
Monta-cargas
Monta- Pratos

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Hotel de Estadia

Características Gerais:
Pode ser escolhido por várias razões: Férias (praias ou termas)
Processos de divórcios
Obras em casa
Mudança de residência repentina decorrente de mudança de emprego

Um turista com estas características passa grande parte do seu tempo no hotel entre o alojamento, a sala de
reuniões e os espaços de lazer e recreio. Logo a unidade de alojamento tem que oferecer um vasto e variado
conjunto de produtos e serviços.

Interligação com os recursos naturais:


Os recursos naturais são um grande trunfo para as unidades de alojamento que lhe estão próximas pois
permitem, não só o descanso em contacto com a natureza como também a realização das mais diversas
actividades em contacto com ambientes naturais.

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Necessidades dos clientes:
A Animação na hotelaria aparece nos nossos dias como uma necessidade imprescindível, se tomarmos em
consideração as Novas Motivações no Turismo. As unidades hoteleiras de vanguarda, tiveram que se
adaptar às mudanças operadas na sociedade, indo ao encontro duma clientela que deixou de estar somente
interessada num quarto ou apartamento confortável, ou comodamente sentados num restaurante com serviço
impecável, para exigir também um complemento diferente, que ocupe os seus tempos livres, sem pressões e
com liberdade para escolher o que pretende fazer. Isto possibilita o aumento das taxas de ocupação e a
rentabilidade dos diferentes departamentos que compõem uma unidade.

A hotelaria teve então que conseguir os meios, as instalações e o pessoal necessários para corresponder
cabalmente a estas necessidades, implementando programas de animação, não só a nivel desportivo, mas
também cultural, quando ao mesmo tempo reformulava os seus serviços e incentivava o seu pessoal, para
um apoio mais directo à clientela animando-os verdadeiramente.

Numa altura em que cada vez mais o horário de trabalho tem tendência a diminuir, surge a grande oportunidade
do turismo, através de actividades de recreio capazes de ocupar algum desse tempo disponível. Não é de
estranhar, que cada vez mais as unidades hoteleiras se apetrechem de actividades de animação, para fazer
face à concorrência e Às adversidades da economia mundial. Cada vez mais a agressividade e competição
entre países turísticos tornou a animação num elemento característico e diferenciador, que ajuda a nossa
melhor infra-estrutura e o nosso maior profissionalismo a continuarem mantendo a vanguarda dentro do
mundo turístico e recreativo a nivel europeu e mundial.

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O tempo disponibilizado ao turismo, vai ser cada vez mais ocupado por actividades de animação dinâmicas e
atraentes; já que ninguém se satisfaz unicamente com sol e com os preços baixos.
Do homem português, das sua cultura e das suas paisagens provém os valores mais nobres que podemos dar a
uma Europa sem fronteiras.
A animação, consegue criar e desenvolver hobbies e acções que noutro tempo e noutro lugar, eram difíceis de
levar a cabo. A animação hoteleira consegue pôr em pratica programas que se adaptam Às infra-estruturas,
de forma a dotá-las de capacidades que vão de encontro às necessidades dos clientes desejados.

HOTEL de CIDADE
Turismo Cultural e Turismo de Negócios
Turismo Cultural é a actividade turística do estabelecimento de relações das pessoas de vida old style.
No entanto, não se pode separar cultura de história e muitas vezes o turismo cultural aparece associado ao
turismo histórico. Dai que se inclua no turismo cultural, as viagens provocadas pelo desejo de ver coisas
novas, conhecer civilizações e culturas diferentes, do passado ou do presente, e ainda a satisfação de
necessidades espirituais (religião).
Os centros culturais, os grandes museus, grandes monumentos religiosos (catedrais, mesquitas, templos
budistas), os locais onde se desenvolveram no passado grandes civilizações do mundo, os grandes centros
de peregrinação, o pitoresco ou a cultura camponesa constituem as preferencias dos turistas que se
deslocam pelos motivos acima referidos. Pode ainda incluir-se neste tipo as viagens de estudo.

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É cada vez mais frequente o City Break – boa oportunidade para conhecer, visitar a cidade e arredores em
poucos dias e relaxar, mergulhando na cultura de uma cidade diferente e viver os seus ritmos.

As cidades têm muitas possibilidades de desenvolver estratégias diferentes para atrair um maior numero fluxo
de turistas. Os principais factores para esta atracção podem resumir-se nos seguintes:

A tradicional riqueza cultural urbana com seus monumentos históricos e arquitectónicos, com suas paisagens
populares ou românticas e seus grandes recursos culturais.

As actuais infra-estruturas urbanas como aeroportos, auto-estradas, comboios de alta velocidade e similares.

Concentração de recursos comerciais e de alojamento como hotéis, apartamentos, parques de campismo, centros
e áreas comerciais, grandes armazéns, mercados populares e étnicos.

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