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O quadro é originado devido à obstrução do
apêndice cecal por:
• Fecalitos/apendicolitos;
• Hiperplasia de folículos linfoides (principalmente em crianças);
• Neoplasias apendicular ou cecal (carcinoide, adenocarcinoma,
cistoadenoma mucinoso, mucocele de apêndice);
• Parasitas;
• Corpos estranho.
Segue com aumento da produção de muco intraluminal, distensão e
proliferação bacteriana, inflamação intensa com aumento da tensão
transmural, gerando congestão vascular com risco de necrose e
perfuração.
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Patogenia
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Epidemiologia
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Causa mais comum de abdome agudo!!!
• Mais comum nas segunda e terceira décadas de vida;
• Discreta predileção pelo sexo masculino;
• Risco ao longo da vida de 8,6% para o sexo masculino e 6,7% para
o sexo feminino;
• Emergência cirúrgica não obstétrica mais comum durante a
gestação;
• Risco aumentado em três vezes em membros de famílias que
possuem história positiva;
• Risco de malignidade associada é de 1%.
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Apresentação clínica
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Quadro clínico:
Dor abdominal difusa, mal localizada, com posterior migração para a
fossa ilíaca direita (FID);
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Exame físico
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• Sinal de Lenander: Temperatura retal maior que a temperatura
axilar em mais de 1ºC;
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• Sinal de Lapinsky: Dor à compressão da FID enquanto se eleva o membro
inferior direito esticado. Presente no apêndice retrocecal;
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Sinal do obturador
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Abordagem diagnóstica
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◦ Exames Laboratoriais
• Exames laboratoriais estão indicados para
O diagnóstico de avaliação de gravidade, do
comprometimento sistêmico e sepse.
apendicite aguda é
clínico, • Achados:
Leucocitose com ou sem desvio à
dispensando esquerda;
exames • Elevação de proteína C reativa (PCR);
• Piúria.
complementares
• Atenção! Importante solicitar de teste de
confirmatórios. gravidez (ß-HCG) em mulheres em idade
reprodutiva para diagnóstico diferencial.
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Exames complementares
A) Ultrassonografia de abdome: Exame de eleição em gestantes e crianças;
• Sensibilidade moderada (86%), especificidade (81%);
• Pode confirmar o diagnóstico de apendicite aguda, porém, dada sua baixa
sensibilidade, não exclui o mesmo;
Achados:
• Sinal do alvo;
• Líquido livre em pelve;
• Estrutura tubular não compressível > 6 mm.
Limitações: Operador dependente, obesos, grande distensão de alças;
• Ultrassonografia pélvica/transvaginal são relevantes na avaliação de
mulheres dependendo da suspeita clínica;
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B) Tomografia de abdome:
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• Principais achados na TC:
• Diâmetro > 6 mm, com oclusão do lúmen;
• Espessamento da parede do apêndice (> 2 mm);
• Densificação da gordura periapendicular;
• Apendicolito (visto em aproximadamente 25% dos pacientes).
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C) Ressonância magnética de abdome: Também pode ser utilizada
como alternativa à tomografia em gestantes ou crianças;
• Pouco se sabe sobre seu uso e acurácia no diagnóstico de abdome
agudo;
• Não possui maior acurácia que o ultrassom na discriminação de
apendicite perfurada;
• Achados:
• Líquido pélvico;
• Linfadenopatia;
• Edema do íleo terminal.
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Escore de Alvorado modificado
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Classificação e conduta
Classificação e conduta:
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≥ 7: Alto risco:
• Se paciente do sexo masculino, proceder à apendicectomia;
• Se paciente do sexo feminino não grávida, indica-se laparoscopia
diagnóstica ou TC de abdome;
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Air Score
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Estratificação de risco AIR SCORE:
Probabilidade de apendicite em alto risco (88%), moderado risco (50%), baixo risco
(5%).
Parece sobrepor o escore de Alvarado em termos de acurácia.
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Classificação
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• Apendicite simples (não complicada): Edematosa/flegmatosa:
•Forma reversível;
•Aspecto macroscópico: Congestão, alteração de coloração, aumento no diâmetro,
exsudato, pus;
•Aspecto microscópico: Inflamação transmural, ulceração ou trombose com ou sem pus
extramural.
Apendicite complicada/complexa:
•Gangrena:
•Aspecto macroscópico: Apêndice friável, arroxeado/esverdeado ou enegrecido;
•Aspecto microscópico: Inflamação transmural com necrose;
•Perfuração iminente.
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•Perfuração:
•Aspecto macroscópico: Perfuração visível;
•Maior risco de complicações pós-operatórias;
•Ocorre em 13-20% dos casos;
•Mais comum em homens e idosos.
•Abscessos (pélvico/abdominais):
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Diagnósticos diferenciais
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Complicações
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Abordagem terapêutica
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Abordagem Geral
• Monitorização de sinais vitais;
• Hidratação e correção de distúrbios hidroeletrolíticos.
• Analgesia:
Pode ser realizada com combinações de analgésicos comuns (Dipirona,
Paracetamol), anti-inflamatórios não estereoidais e opioides;
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Tratamento Conservador
◦ Indicação: Apendicite simples não complicada tanto para crianças quanto para adultos.
• Uso intravenoso por pelo menos 1-3 dias, depois seguir para via oral;
• Observação hospitalar;
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Resultados: Resposta adequada inicialmente em 90% dos casos. Os 10% restantes
necessitam de cirurgia de resgate;
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◦ Atenção! A presença de apendicolito no exame de imagem aumenta o risco de falha
terapêutica e recorrência, por associação de até 40% com apendicite complicada.
• Controversas/ressalvas:
Dificuldade da tomografia abdominal em definir o quadro complicado;
• Maior risco para pacientes idosos, imunossuprimidos ou comorbidades.
• Seguimento:Risco de 1,2% de malignidade associada aos quadros tratados
conservadoramente;
• Seguimento com colonoscopia:
• Indicação:Abscessos apendiculares tratados conservadoramente em pacientes com ≥
40 anos;
• Sintomas ou sinais laboratoriais/radiológicos suspeitos para malignidade colônica.
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Algoritmo de decisão
• Manejo extra-hospitalar;
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Risco Intermediário (Alvarado 4-6, AIR 5-8)
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Alto Risco (Alvarado ≥ 7, AIR ≥ 9)
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Vias cirúrgicas
Vias:Laparoscópica: Vantagens:
• Menor taxa de infecção de sítio cirúrgico;
• Menor dor no pós-operatório imediato;
• Menor tempo de internação hospitalar;
• Menor formação de aderências.
Aberta: Vantagens:
• Menor taxa de abscessos intra-abdominais;
• Menor tempo cirúrgico (à depender da experiência do cirurgião).
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Novas modalidades terapêuticas existem na literatura, incluindo cirurgia laparoscópica por
incisão única, cirurgia endoscópica transluminal por orifício natural (NOTES), via
transvaginal ou transgástrica, sendo ainda controversas.
• Cuidados pós-operatórios:
Iniciar com dieta leve dentro de 24-48 horas da cirurgia conforme aceitação;
Em quadros não complicados, suspender o uso de antibióticos;
Mobilização precoce.
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Referências bibliográficas
Lee C K, Pelenyi SS, Fleites O, et al. Chronic Appendicitis, the Lesser-Known Form of
Appendiceal Inflammation: A Case Report. Cureus. 2021; 13(11):e19718.
Alvarado A. Clinical Approach in the Diagnosis of Acute Appendicitis. IntechOpen. 2018. 1-31.
Snyder MJ, Guthrie M, Cagle S. Acute appendicitis: efficient diagnosis and management.
American Family Physician. 2018; 98(1):25-33.
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