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IMPERIALISMO E NEOCOLONIALISMO

Contexto Histórico:
II Revolução Industrial

Avanço na produção de energia, na exploração de matéria-prima,


nos transportes e na comunicação, além dos avanços científicos.

Novas
oportunidades de Estímulo ao
Inovações capitalismo
negócios

Crescimento populacional  Intensificação da urbanização


Contexto
2ª Revolução Industrial – avanços tecnológicos expressivos que
levam as potências industriais a disputarem mercados
consumidores, áreas fornecedoras de matéria prima, para
escoamento de capital e população excedente.

Capitalismo financeiro ou monopolista - o sistema bancário e as


grandes corporações financeiras tornam-se dominantes e
passam a controlar as demais atividades.

Crises cíclicas de superprodução (Taylorismo) e queda dos


preços

2ª metade do século XIX (ou seja, depois de 1850).


Açã o imperialista
• Consolidação do modelo imperialista entre 1870
e 1914;
• Estabelecimento da competição imperialista
entre as potências;
• Conquista de novos mercados;
• Partilha da África e da Ásia;
• Justificativa ideológica: “missão civilizadora”;
Antecedentes
• O Imperialismo, também chamado de Neocolonialismo, foi um
movimento de expansão territorial, cultural e econômica de nações
europeias sobre outras, a partir do século XIX.

• A exploração das potências imperialistas está relacionada com a Revolução


Industrial. Isto porque o crescimento do número de indústrias estimulou a
busca de matérias-primas, que estavam em falta na Europa.

• Além disso, fazia-se necessário a busca de novos mercados consumidores,


para escoar a produção das fábricas, e dos capitais disponíveis. A mão-de-
obra também era mais barata do aquela encontrada na Europa.

• Estes fatores, associados a outros, estimulou a corrida com vista a dividir


territórios, principalmente na África e Ásia, que pudessem suprir estas
necessidades europeias.

• Os principais potências imperialistas foram: Inglaterra, França, Bélgica,


Alemanha, Itália, Rússia e Japão. A participação destas potências ocorreu em
graus e momentos diferentes.
Colonialismo europeu (sec. XVI) Neocolonialismo (sec. XIX)
Principal área de América África, Ásia e Oceania
dominação
Fase do Capitalismo mercantilista Capitalismo financeiro e
capitalismo monopolista
Objetivos • Garantia de mercado • Reserva de mercado para a
econômicos consumidor para a produção produção industrial
econômica europeia • Garantia de fornecimento de
• Garantia de exploração de matérias-primas
produtos coloniais e metais • Controle dos mercados
preciosos (metalismo) externos para investimento de
capitais excedentes
Patrocinadores Burguesia comercial e Estados Burguesia financeiro-industrial e
metropolitanos modernos Estados com industrialização
desenvolvida
Justificativa Expansão da fé cristã Missão “civilizadora” e
disseminação do progresso técnico
pelo mundo
Colonialismo x
Neocolonialismo
• O Neocolonialismo foi uma nova forma de colonizar territórios, diferente
da expansão territorial que ocorreu durante o chamado Colonialismo.

• Enquanto o Colonialismo ocorreu a partir do século XV – no contexto do


Mercantilismo –, o Neocolonialismo ocorreu a partir do século XIX – no
contexto da Revolução Industrial.

• O Colonialismo ocorreu sob patrocínio da burguesia comercial, que


buscava ouro e prata, principalmente na América.

• O Neocolonialismo, por sua vez, ocorreu sob patrocínio da burguesia


industrial, que buscava matérias-primas e mercados consumidores, na
África e na Ásia.

• Durante a corrida colonialista, justificava-se a dominação pela expansão


da fé cristã. Na corrida neocolonialista, o argumento utilizado foi a
chamada missão civilizadora.
Colonialismo
Dominaçã o europeia na
Á frica
“Missã o civilizadora”
Levar o progresso e a civilização a
O fardo do homem branco estes povos inferiores é uma espécie
de “dever moral” dos europeus!

"Toma o fardo do Homem Branco,


as guerras selvagens da paz.
Enche o estômago da fome e faz com que cesse a doença.
E quando estiver mais próximo
nessa busca em favor de outrem,
vê como a indolência e a loucura pagã
arruínam tuas esperanças".
(poeta inglês Rudyard Kipling)
Missã o Civilizadora
• A forte industrialização, as conquistas econômicas e a organização político-
social na Europa, no decorrer do século XIX, levou os europeus à crença de que
haviam atingido o topo da civilização.

• Esta ideia está ligada a uma visão eurocêntrica de mundo, que coloca a cultura
europeia como superior às outras culturas ao redor do planeta.

• Alguns países imperialistas diziam que a conquista e exploração de territórios na


África e Ásia faziam parte de uma missão civilizadora, ou seja, o “fardo do
homem branco” era levar àquelas regiões a cultura e progresso europeus.

• De certa forma, a missão civilizadora está vinculada à teoria do Darwinismo


Social, baseada nas ideias de Charles Darwin sobre a evolução. Aplicada à
sociedade, esta teoria dizia que haviam povos mais ou menos evoluídos.

• Vale ressaltar que, no geral, o objetivo dos países imperialistas não era civilizar,
mas obter vantagens econômicas com a exploração dos africanos e asiáticos.
Imperialismo e Neocolonialismo

“Como vender a produção cada vez maior e realizar novos


investimentos assim gerados, se a concorrência entre as grandes
potências capitalistas fazia com que seus governos adotassem
barreiras protecionistas para seus mercados internos, a fim de
dificultar a invasão de produtos vindos de países concorrentes?”
Gilberto Cotrim - “História Global: Brasil e Geral” (volume 2)

Repartição da Ásia, África e da Oceania


“Resposta”
para o atendimento dos interesses
encontrada para o
econômicos e políticos das potências
dilema
mundiais.

Imperialismo é a política de expansão e o domínio territorial, cultural


e econômico de uma nação sobre outras, ou sobre uma ou várias
regiões geográficas. Neocolonialismo é o processo de exploração
experimentado pelas potências industriais.
O que os europeus queriam?

• Aplicar o capital excedente;

 Encontrar mão-de-obra barata para suas indústrias;

 Desenvolver um mercado consumidor para seus produtos;

 Encontrar uma válvula de escape para o excedente populacional da Europa;


Imperialismo e Neocolonialismo

 Formas de domínio:
• Territorial  Por
intervenção militar,
caracterizada pela
ocupação direta sobre o
território do país
“colonizado”
• Econômico  Pela
interferência nos
assuntos políticos e
econômicos do país
dominado.
O domínio europeu sobre a
Á frica
Partilha da África

• Conferência de Berlim (1884/1885)  Reuniões que definiram


a divisão do continente, tendo a participação de 14 países
europeus, EUA e Rússia.
A partilha da Á frica
• Tal divisão não respeitou, nem a história, nem as relações étnicas e
mesmo familiares dos povos do Continente.
• Fronteiras artificiais e arbitrárias conforme os interesses
imperialistas
• 90 % do território ocupado

• Proibição de empreendimentos industriais – evitar concorrência

• Introdução do capitalismo e do cristianismo

• Fim do modo de vida tradicional das populações africanas

• Resistência enfrentou dominadores militarmente mais equipados


Tipos de Colonização
• Inglesa
– “colônia da coroa” – grande autonomia.
– protetorados: reis locais escolhidos
indiretamente ou “comissários”.
• Francesa
– governador geral local com a supervisão
do Ministério das Colônias.
PRINCIPAIS IMPÉRIOS COLONIAIS DO SÉCULO XIX:

COLÔNIAS INGLESAS

COLÔNIAS FRANCESAS
Construçã o do Canal de Suez
O canal foi construído entre 1859 e 1869, obra
executada pela Companhia Suez de Ferdinand
de Lesseps. Cerca de 1,5 milhão de egípcios
trabalharam em sua construção, desses,
aproximadamente 125.000 morreram,
sobretudo de cólera.

Egito e França eram os proprietários do canal,


a inauguração oficial foi em 17 de novembro
de 1869.

Em razão da dívida externa contraída pelo


Egito, o país teve que negociar o canal com o
Reino Unido, que permitiu aos britânicos a
travessia rumo à Índia.

O controle do canal por um único do país foi


extinto em 1888, por meio da Convenção de
Constantinopla, que garantia, mesmo em
período de guerra, a utilização do canal por
qualquer nação.
Tanto na África quanto na Ásia, a constante presença dos europeus desencadeou
diversas revoltas contra o imperialismo, como a Guerra dos Bôeres, a Revolta dos
Cipaios e a Guerra do Ópio.

Guerra dos Bôeres


• Conflitos imperialistas:
A) Guerra dos Bôeres (1899 – 1902):
• África do Sul.
• ING* X Bôeres ou Africânderes (colonos
holandeses e alemães)

• Causa básica: descoberta de ouro e


diamantes na República livre de Transvaal
(fundada pelos bôeres).

• Resultado: ING anexa as Repúblicas de


Orange e Transvaal (fundadas pelos
bôeres) às colônias do Cabo e Natal,
fundando em 1910 a União Sul-Africana.
Guerra dos Bô eres
• A Guerra dos Bôeres ocorreu na África do Sul, entre 1880 e
1902. O confronto ocorreu entre os bôeres – africanos de
origem holandesa e francesa – contra os ingleses.

• Dentre as causas, podemos destacar o fato dos ingleses


desejarem se apoderar das regiões do Transvaal e Orange,
ricas em minas de diamante, ouro e ferro.

• Foram duas guerras no total. A Primeira Guerra dos Bôeres


ocorreu de 1880 a 1881. A Segunda Guerra dos Bôeres, por
sua vez, ocorreu de 1899 a 1902.

• Apesar das vitórias iniciais, os bôeres foram derrotados pelos


ingleses.
O domínio europeu sobre a
Á sia
• objetivos: controle sobre mercados fornecedores de matérias
primas e consumidores dos produtos industrializados
europeus;
Á sia
• Oriente Médio disputado pela Inglaterra, França e Rússia

• Enfraquecimento do Império Otomano

• Petróleo e passagem para o extremo Oriente

• Índia controlada pela Inglaterra

• Apoio das elites locais

• Guerra do Ópio na China

• Tratado de Nanquim (1842) – Hong Kong

• Divisão da China em esferas de influência

• Inglaterra, França, Alemanha, Rússia, Estados Unidos e  China (1) assustada face aos
Japão avanços dos britânicos (2), alemães
(3), russos (4), franceses (5) e,
inclusivamente, da nova potência do
Oriente, o Japão (6). 
Índia
• Zona de influência econômica britânica;
B) Guerra dos Cipaios (1857 – 1859):levante nacionalista contra
a dominação britânica no país;
• ING* X IND
• Causa: concorrência inglesa destrói produção local de
tecidos.
• Índia torna-se oficialmente uma colônia britânica.
Revolta dos Cipaios
• A Revolta dos Cipaios ocorreu na Índia, em 1857. O confronto ocorreu
entre os Cipaios, soldados indianos que lutavam no exército inglês,
contra os ingleses.

• Dentre as causas, está a indesejada ocupação da Inglaterra na Índia, e a


tentativa de converter hindus e mulçumanos indianos ao cristianismo.

• Além disso, havia a suspeita de que a gordura utilizada para lubrificar as


armas, provinha do porco e do boi.

• Como estes animais são considerados impuros ou sagrados por alguns


indianos, este fato estourou a revolta.

• No fim, os ingleses venceram o conflito.


C) Guerra do Ópio (1841 – 1842):
• ING* X CHI
• Causas:
• CHI tenta proibir o consumo de ópio no país.
• Um carregamento inglês de 20 mil caixas de ópio é jogado ao mar
pelas autoridades chinesas.
Guerra do Ó pio
• A Guerra do Ópio ocorreu na China, entre 1839 e 1860. O confronto
ocorreu entre chineses e ingleses. As causas do conflito estão nos
interesses dos ingleses em comercializar com a China. Porém, o mercado
chinês era fechado.

• Contudo, um dos produtos com boa aceitação era o ópio, droga


entorpecente proveniente da papoula. Por um tempo, o comércio
rendeu grandes lucros aos ingleses.

• Porém, o governo chinês proibiu e mandou queimar toneladas da droga.


Isto despertou a fúria dos ingleses, que declararam guerra à China.

• Foram duas guerras no total. A Primeira Guerra do Ópio ocorreu de


1839 a 1842. A Segunda Guerra do Ópio, por sua vez, ocorreu de
1856 a 1860.

• No fim, a Inglaterra saiu vitoriosa. Através de tratados, como o Tratado


de Nanquim, muitos portos foram abertos aos ingleses, entre eles o de
Hong Kong e Xangai.
• Consequências:
• TRATADO DE NANQUIM
• Abertura de 5 portos ao livre
comércio.
• Eliminação do sistema
fiscalizador.
• Hong Kong é entregue à ING
por 155 anos.
Revolta dos Taiping (1851 – 1864):
• Nacionalistas chineses X
potências
estrangeiras (ING + FRA +
EUA + RUS)*
• Consequência: ampliação
da dominação estrangeira
sobre a China com a
abertura de mais portos ao
livre comércio.
Guerra dos Boxers (1900):
• Nacionalistas chineses X
potências estrangeiras (ING +
FRA + EUA + RUS + ALE + JAP)*
• Consequência:
reconhecimento das
concessões feitas
anteriormente aos países
estrangeiros.
Japã o
• Potência imperialista asiática;
• Era Meiji (1864 – 1914);
• Modernização política e econômica;
• A Revolução Meiji (JAP):
• Processo que deu início a industrialização japonesa.
• Até o século XIX – afastado dos europeus.
• Poder nas mãos de aristocracia rural (daimios), amparados
por guerreiros profissionais (samurais).
• Comando do país – xogunato (família Tokugawa).
• Imperador (micado) – poder meramente simbólico.
• 1854: americanos forçam abertura do mercado japonês.
• Nacionalistas iniciam oposição ao governo do xogunato e
unem-se ao imperador Mutsu Ito.
• Centralização política (imperador) impulsiona
industrialização.
• Investimentos estatais em setores estratégicos.
• Incentivos aos projetos industriais.
• Bolsas estudantis na Europa (formação e capacitação).
• Emissão monetária.
• Venda de empresas estratégicas estatais (zaibatsu) ao
setor privado para controlar a inflação.
• Imperialismo sobre a China (Manchúria).
Imperialismo Norte
Americano- Doutrina
Monroe
• Diante dos interesses econômicos dos países imperialistas europeus, os Estados
Unidos temiam que houvesse uma tentativa de recolonizar a América.

• Para evitar que isto ocorresse, foi criada a Doutrina Monroe pelo então
presidente James Monroe, em 1823. O slogan desta campanha era: “América
para os Americanos”.

• Assim, de acordo com esta doutrina, a Europa não deveria criar colônias no
continente americano. Por outro lado, os Estados Unidos não tentariam criar
colônias na África e Ásia.

• A Doutrina Monroe acabou, futuramente, influenciando na criação da política


do Big Stick, segundo a qual os Estados Unidos poderiam intervir nos países
americanos quando achassem necessário.

• Aparentemente, os Estados Unidos estavam fazendo frente à Europa para


defender nosso continente. No entanto, o que estava sendo defendido eram os
interesses norte-americanos.
• O imperialismo norte-americano:
• Alvos básicos: América Central e Ásia.
• Corolário Roosevelt (Theodore Roosevelt).
• Política do “Big Stick” (grande porrete).
• Intervenções militares na América Latina.
• Exemplos:
• CUBA (1898)
• “auxílio” na guerra de independência contra a ESP.
• Anexação das Filipinas e Porto Rico (indenizações).
• Emenda Platt (constituição cubana) – direito de
intervenção na ilha
A POLÍTICA DO BIG STICK:

A América não é dos


americanos?
Claro que é! Mas vocês são
sul-americanos...

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