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FACULDADE INTEGRAL DIFERENCIAL-

FACID
Curso: Odontologia

O PERFIL DA PRESCRIÇÃO
ANTIMICROBIANA PELOS
CIRURGIÕES-DENTISTAS DE TERESINA
– PI
Laianny Kelly da Silva Borges
Orientadora: Prof. Dra. Márcia Socorro da Costa Borba
INTRODUÇÃO
Introdução

• O que são Antibióticos?

 No tratamento quando o sítio de infecção já está


estabelecido, ou nos casos de infecção da ferida
cirúrgica no período pós-operatório;
 Como medida profilática para evitar infecção de
sítio distante.

Andrade, (2006)
Introdução
• Na Odontologia:

 A prescrição desses medicamentos é geralmente


empírica ou de forma genérica.
SALAKO et al. (2004)

 O uso indiscriminado e errôneo de antibióticos ao


longo dos anos tem sido associado a:

Efeitos colaterais, com repercussões para o paciente

O desenvolvimento de resistências bacterianas KPC


RODA et al. (2007)
Introdução

Objetivos
Objetivos
• Avaliar o perfil de prescrição de antibióticos pelos
Cirurgiões-Dentistas de Teresina-PI.

• Verificar quais as situações mais freqüentes nos


consultórios que requerem a prescrição de
antibióticos.

• Determinar qual(is) o(os) antibiótico(s) mais


prescrito(s) pelos cirurgiões-dentistas.
METODOLOGIA
Metodologia
• Tipo de estudo:
 Pesquisa quantitativa de natureza descritiva

• Método:
 Cálculo de Erro Absoluto de População Finita
 Tamanho da Amostra: 100
 Os sujeitos da pesquisa foram escolhidos aleatoriamente por meio de sorteio
simples.

• Sujeitos da Pesquisa:
 Cirurgiões-Dentistas com inscrição no Conselho Regional de Odontologia – PI, no
período de janeiro de 2000 a agosto de 2009, com exercício profissional em
Teresina-PI.
2000: De 63  8 2005: De 83  10
2001: De 56  7 2006: De 123  15
2002: De 42  5 2007: De 84  10
2003: De 82  10 2008: De 132  16
2004: De 56  7 2009: De 99  12
Metodologia

Local de Estudo: Ambientes de Trabalho dos CDs


Enviados via e-mail.

Aspectos Éticos:
 Autorização do CRO para a obtenção da lista de dados dos CDs
 Submetido à avaliação e a autorização do Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade
Integral Diferencial (CEP/FACID)
 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Coleta de Dados:
 Questionário contendo sete perguntas objetivas relacionadas ao uso desses fármacos
Metodologia
Questionário

Fonte: Direta
RESULTADOS E
Abordados 527 cirurgiões-dentistas
DISCUSSÃO da cidade de
Teresina-PI, para obter-se uma amostra de 100
participantes.
RESULTADOS E
DISCUSSÃO

Castilho, Paixão e Perini (2005),


ao avaliar o padrão de prescrição
de medicamentos pelos dentistas
de Belo-Horizonte, concluíram
12,00% que os antibióticos foram os
medicamentos mais prescritos
com 50,6% de todos os 163
Sim
dentistas.
Não

Gráfico 1 - Distribuição dos cirurgiões-dentistas de Teresina-PI quanto a prescrição de


antibióticos. Teresina, 2010.
RESULTADOS E
DISCUSSÃO

Rotineiramente
46.00% As vezes
Sempre quando há riscos
de infecção
9.00%
Somente em casos de
extrema necessidade
10.00% Raramente
25.00% Não Respondeu

8.00%
2.00%

Gráfico 2 – Distribuição da freqüência de prescrição antibiótica pelos cirurgiões-dentistas. Teresina, 2010.


RESULTADOS E
DISCUSSÃO

88,00%
90

80

70

60

50

40

30

20

10
1,00% 0.00% 3,00% 6,00%
0.00% 2,00%
0
0.00%
Penicilina Tetraciclina Metronidazol
Azitromicina Eritromicina Clindamicina Outro Não Respo...

Gráfico 3 – Percentagem dos antibióticos considerados de primeira escolha pelos cirurgiões-dentistas. Teresina, 2010.

Andrade (2006) enfatiza algumas características que favorecem o uso da amoxicilina (penicilina
semi-sintética): além de ser bactericida, é bem absorvida via oral, com maior espectro de ação,
assim como fornece uma concentração sérica mais elevada e mantida
RESULTADOS E
DISCUSSÃO

70
66%

60
56 %

50

40
34% 34%
30
23%
20 17%

10
4%
0%
0
Baixo custo/Maior Efeito bactericida Ação rápida Poucos efeitos Seletividade Curto tempo de Outros Não Respondeu
acessibilidade colaterais uso

Gráfico 4 – Distribuição percentual dos critérios que os cirurgiões-dentistas utilizam para prescreverem antibióticos.
Teresina, 2010.
RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para a escolha do antibiótico ideal deve-se


considerar tais fatores:

 A toxicidade do antibiótico;

 Custo do medicamento;

 Forma de ação do antibiótico: dando preferência por drogas


bactericidas ao invés de bacteriostática.

 O espectro de ação (sempre que for possível, devemos usar um


antibiótico de espectro reduzido para diminuir a possibilidade de
surgimento de microorganismo resistente);
(DUARTE
et al, 2005)
RESULTADOS E
DISCUSSÃO

53%

28%
Cefalexina
Azitromicina
Tetraciclina
Eritromicina
7% 10%
1% Clindamicina

1% Outros

Gráfico 5 – Distribuição percentual dos antibióticos de escolha pelos cirurgiões-dentistas em casos de alergias
às penicilinas. Teresina, 2010.

Em substituição à penicilina, para pacientes alérgicos a esses medicamentos, indica-se o uso de


cloridrato de clindamicina, apesar de ser bacteriostático em dosagem usual, constitui, atualmente,
o antibiótico mais recomendado por atingir concentração sérica rápida e elevada.
(ARANEGA et al., 2004)
RESULTADOS E
DISCUSSÃO

100
89%
90
80
71%
70
59% 56%
60
50 43%
40 34%
30
20 14%
6% 9%
10 4%
0
Em qualquer Exodontias Pacientes Pacientes com Risco de Portadores de Tempo Infecção já periodontal Pacientes
tratamento cardiopatas trismo endocardite próteses cirúrgico estabelecida severa diabéticos
invasivo bacteriana cardíacas ou prolongado controlados
marcapassos

Gráfico 6 – Distribuição percentual das situações em que os dentistas costumam indicar profilaxia antibiótica.
Teresina, 2010.
RESULTADOS E
DISCUSSÃO

100
89%
90
80
71%
 Quando
70 a infecção já está estabelecida (56%),
59% 56%
 Cavezzi (2002), afirma que antibiótica,
já não
60 é indicado a profilaxia o tratamento e
50 43%
sim o
antibiótico
40
tratamentopara com
portadoresutilização de de menores
periodontite 34%
concentrações
adulta
30 de antimicrobiano,
não traz benefícios, exceto nos casos por um
período
de 20doença maior de tempo;de moderada à severa,
14%
periodontal 9%
10 6% 4%
(43%)0
quando tratamento com metronidazol
tem grandes
tratamento
possibilidades
Em qualquer Exodontias Pacientes de commelhorar
Pacientes
cardiopatas trismo
Risco de os de Tempo
Portadores
endocardite próteses cirúrgico
Infecção já periodontal Pacientes
estabelecida severa diabéticos
parâmetros
invasivo clínicos e microbiológicos bacteriana cardíacas ou prolongado controlados
 (CAVEZZI ; ZANATTO, 2003): A profilaxia antibiótica deve continuar sendo prescrita
marcapassos

antes de procedimentos dentários em pacientes de risco a endocardite.


RESULTADOS E
DISCUSSÃO

80
73%
70

60
59%
55%
52%
50
Epstein; Chong e Nhu, (2000) e Salako et al. (2004),
45% que a maioria dos dentistas, costumam
afirmaram
40 prescrever o tratamento com antibiótico,
principalmente em casos de infecções odontológicas32%
30
quando se tinha manifestação de temperatura corporal
elevada (febre)
20

10
3% 1% 2%
0
Qualquer infecção Infecção de GUNA Pericoronarite Periodontite Periodontite leve Tempo cirúrgico Infecção Não Respondeu
oral indica origem pulpar agressiva prolongado odontológica com
tratamento comprometimento
sistêmico

Gráfico 7 – Distribuição percentual das situações em que os dentistas costumam indicar o tratamento com antibiótico.
Teresina, 2010.
CONCLUSÕES
CONCLUSÕES

 Dentre os dentistas entrevistados, a maioria costuma prescrever


antibióticos, e essa prescrição é feita sempre quando se nota
riscos de infecção e em casos considerados de extrema
necessidade.

 Usados como profilaxia, quando houver riscos de endocardite, e


como tratamento quando há um comprometimento sistêmico do
paciente.

 Os antibióticos mais prescritos foram as penicilinas e a


clindamicina como alternativa às penicilinas
CONCLUSÕES

Não foi observada a preocupação por parte dos cirurgiões-dentistas,


em prescrever antibióticos mais específicos para as diversas
infecções, e nem com os problemas adversos que o mau uso desses
medicamentos pode causar. Assim, é necessário a atualização
desses profissionais em terapêutica medicamentosa e assim garantir
um tratamento seguro e eficaz.
REFERÊNCIAS
• ANDRADE, E.D. Profilaxia e tratamento das infecções bacterianas. Terapêutica
Medicamentosa em Odontologia, 2. ed. São Paulo: Artes Médicas, cap.8, p.64-93. 2006.
  
• ARANEGA, A.M. et al. A profilaxia antimicrobiana nos consultórios odontológicos. Revista
Odontológica de Araçatuba. v.25, n.1, p. 33-38, jan./jul. 2004.

• BRASIL. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Medidas para identificação, prevenção e


controle de infecções relacionadas à assistência à saúde por microrganismos
multirresistentes. Brasília: Ministério da Saúde, 2010a. Disponível em: <
http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/161dcf8044726d1 1972ad77d15359 461/nota25-10-2
010.
pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em: 01 nov. 2010. 
 
• BRASIL. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da diretoria colegiada – RDC
nº44. Brasília: Ministério da Saúde, 2010b. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br
/wps/wcm/connect/c13443804478bef68eefcf7d15359461/resolucao+antibioticos.pdf?
MOD=AJPERES>. Acesso em: 01 nov. 2010.

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cirurgiões-dentistas, clínicos gerais. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v.33 (3): p. 287-294,
REFERÊNCIAS
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http://www.odontologia.com.br/artigos.asp?id=60>. Acesso em 12 ago. 2010.
 
• CAVEZZI, O., ZANATTO, O.R.L., Endocardite infecciosa: odontologia baseada em evidências.
Odontologia Clín-Científica. Recife, v. 2, n.2, p. 85-94, maio/ago. 2003.
 
• DUARTE, V.A. et al. Farmacologia Aplicada na odontologia – Antibiótico. Odontosites. 2005.
Disponível em URL: <http://www.odontosites.com.br/ odonto/artigos3.asp?id=37>. Acesso em:
22 jul. 2010.
  
• EPSTEIN, J.B., CHONG, S., NHU, D.L. A survey of antibiotic use in Dentistry. Journal
American Dental Association. Canadá, v.131, n. 11, p.1600-1609, nov. 2000.

• LOPEZ-PÍRIZ, R., AGUILAR, L., GIMÉNEZ, M.J. Abordaje de La infección odontogénica de


origen pulpar y periodontal. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. Madrid, v. 12, n. 2, p. 116-121,
mar./abr. 2007

 MARTÍNEZ, A.B., RUIZ, E.F. Las enfermedades periodontales como infecciones bacterianas.
Avances en Periodoncia e Implantología Oral, Madrid. v. 17, n. 3, p. 147-156, dez. 2005.
REFERÊNCIAS
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Cirugía Bucal, Madrid, v.12, n.3, 2007. Disponível em: http://scielo.isciii.es/scielo. php?script=
sci_arttext&pid=S021312852005000600004&lang=pt>. Acesso em: 05 abr. 2009.
  
• SALAKO, N.O. et al. Pattern of antibiotic prescription in the management of oral diseases
among dentists in Kuwait. Journal of Dentistry, Kuwait. v. 32, n. 7. p. 503–509. abr. 2004.
 
• SALINAS, M.B. et al. Susceptibilidad antibiótica de las bacterias causantes de infecciones
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• SANCHO-PUCHADES, M. et al. Antibiotic prophylaxis to prevent local infection in Oral


Surgery: Use or abuse? Medicina Oral, Patolología Oral y Cirugía Bucal. Barcelona, Spain. v.
14, n.1, p. 28-33. jan, 2009.

• WANNMACHER, L. FERREIRA, M. B. C. Farmacologia clínica da infecção. Farmacologia


clínica para dentistas, 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 272-308, 2007.
 
Obrigada!!

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