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Poema
«Sísifo»
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Sísifo:
rei da Tessália e de Enarete, condenado,
no reino dos mortos, a empurrar
eternamente uma rocha até ao cimo
de uma montanha, caindo a pedra
invariavelmente sempre que
o topo era atingido.
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Recomeça...
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar
E vendo,
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.
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«Recomeça…»
O eu poético relembra o tu
da necessidade de recomeçar
o percurso de vida em cada momento
É importante
lutar até ao fim pela
concretização dos sonhos
Concretização
ou
malogro
dos sonhos
Faz o Homem avançar
(obriga-o a lutar pela
sua concretização) «E vendo, / Acordado, /
O logro da aventura»
(vv. 15-17)
«E, nunca saciado, / Vai colhendo /
Palavra com dois
Ilusões sucessivas no pomar. /
significados
Sempre a sonhar» (vv. 11-14)
Concretização de algo Engano
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O eu poético recorda ao tu
que, pela sua condição
de ser humano, deve ter
uma existência digna
Frank Stuck,
Sísifo (1920).
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Sonho
«Sísifo» — título
Capacidade que
lhe confere dignidade