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GRANDE LOJ A MAÇÔNICA DO ESTADO DO

MATO GROSSO DO SUL

4ª INSTRUÇÃO DO 1º GRAU

COMENTÁRIOS

1.
A quarta instrução do grau, diferentemente das
anteriores, afastando-se do recurso a símbolos e alegorias, busca, de
forma direta, reafirmar princípios e valores da Ordem.

2.
Iniciando pelo exame da loja, verifica-se que,
simbolicamente, esta é definida como um quadrilongo, cujo comprimento
é do Oriente ao Ocidente, a largura do Norte ao Sul, a profundidade da
superfície ao centro da terra e a altura da terra ao céu.

3.
Descrevendo a loja como o faz, a instrução nos
revela, através seu simbolismo, que as lojas maçônicas,
independentemente da sua localização geográfica, estendem-se por todo
o espaço conhecido, sem quaisquer limitações.

4.
Tal amplitude está ligada a unidade da Ordem,
posto que se trate de instituição universal infensa a fronteiras e liberta de
preconceitos, donde as lojas espalhadas pela superfície do planeta
representam partes de um todo, quando consideradas no seu conjunto e o
próprio todo, quando consideradas isoladamente, irmanadas no objetivo
comum de praticar, preservar e transmitir os segredos da ordem aos seus
iniciados.

5.
Além de destacar o princípio da universalidade
contido nas suas dimensões, reafirma, pelo seu posicionamento - do
oriente para o ocidente -, a origem da sabedoria que, tal qual a luz do
sol, nasce no oriente e espalha-se em direção ao ocidente.

6.
Após a abordagem das características da Loja,
envereda a instrução pelos seus sustentáculos, pondo em evidência que
esta se apoia em três colunas que representam a sabedoria, a força e a
beleza, deixando clara a imperiosa necessidade de se harmonizarem
essas qualidades em toda a obra humana, vez que a ausência de
qualquer delas traz como consequência a obra imperfeita.
7.
Em continuação, abordada a necessidade de se dar
combate a ignorância e ao fanatismo, deixando claro que a primeira se
apresenta como a origem do todos os vícios e o segundo perverte a
razão. De se observar que a instrução centra-se no fanatismo religioso, o
que não quer significar que apenas este deve ser continuamente
enfrentado, mas sim qualquer espécie de fanatismo, ai incluídas as
superstições, vez que ambos materializam-se como espessas barreiras a
impedir a pesquisa da verdade.

8.
Por derradeiro, a instrução cuida de esclarecer a
solidariedade que deve reinar entre os maçons, afastando vigorosamente
entendimentos distorcidos, seja pelos profanos, seja pelos próprios
Irmãos.

9.
Invariavelmente entendem os profanos que esta
solidariedade é incondicional e apresenta-se como a verdadeira causa do
sucesso de muitos Irmãos na sua vida profana, o que não corresponde a
verdade.

10.
Há que se ter sempre presente que a
solidariedade, embora se constitua objeto de juramento solene, não há
que ser incondicional, bem pelo contrário, deve aflorar apenas e tão
somente quando a necessidade represente uma causa justa.

11.
Se a necessidade resulta do desvio de conduta e
da inobservância dos princípios que norteiam a Ordem, então o princípio
da solidariedade já não existe, tendo sido inexoravelmente rompido por
aquele que se afastou das sendas balizadas pelos princípios e valores da
Ordem.

12.
Conclui a instrução com a abordagem da imperiosa
necessidade da adoção de critérios rígidos na avaliação daqueles que
são cogitados para a iniciação na Ordem, ressalvando que, ainda assim,
alguns enganos poderão ser cometidos e admitidos profanos
imerecedores de integrar a Ordem, mas que estes não devem ser
encarados como assustadores, vez que, submetidos às influências da
vida e da prática maçônica, alguns aderem entusiasticamente aos
princípios e valores sustentados pela Maçonaria e outros, altamente
decepcionados, não tardam a abandoná-la.
13.
Assim sendo, após simplificada análise da
instrução sub comento, conclui-se que prima esta pela simplicidade,
reafirmando, de forma clara e direta, princípios e valores cultuados pela
Ordem, cuja reiterada prática milita para o seu engrandecimento e
perenidade.

Campo Grande, MS, agosto de 2011.

Gildo Sandoval Campos


Mestre Maçom

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