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Distúrbios oclusais

Distúrbios Os distúrbios oclusais freqüentemente são


causados por migrações dentarias,

oclusais restaurações dentárias com contatos oclusais


não fisiológicos ou ausentes e ausência de
dentes (anteriores e/ou posteriores, superiores
e/ou inferiores, uni ou bilateral).

Prof. Danilo Chequer Freire de Souza

Introdução Introdução
O principal fator etiológico da patologia Os distúrbios oclusais se apresentam na forma
funcional do SE é representado pelos distúrbios de:
oclusais, cujas seqüelas patológicas são:
• Trauma oclusal,
• o trauma periodontal,
• Contato oclusal prematuro ou deflectivo,
• a abrasão oclusal acentuada,
• Interferência oclusal,
• o bruxismo,
• Ausência de estabilidade oclusal
• as alterações do mecanismo neuromuscular
e/ou das ATMs. • Alteração da dimensão vertical.
Distúrbios oclusais Distúrbios oclusais
Trauma oclusal Trauma oclusal primário
É a lesão no periodonto de sustentação e/ou Provocado por forças oclusais excessivas, sobre
outros componentes do aparelho o periodonto de sustentação ou de inserção
estomatognático, causada por forças oclusais íntegro, ainda não comprometido pela doença
que excedem a capacidade de adaptação do SE, periodontal. Não ocorre perda de inserção.
podendo ser classificado em: Portanto, a lesão é reversível e geralmente
pode ser corrigida pela eliminação da causa, a
• Primário força oclusal excessiva.
• Secundário

Distúrbios oclusais Distúrbios oclusais


Trauma oclusal secundário
Trauma Trauma
É o que provoca lesão por forças oclusais oclusal oclusal
fisiológicas ou excessivas sobre o periodonto de primário secundário
sustentação ou de inserção já comprometido
pela doença periodontal. Este tipo de lesão
ocorre freqüentemente nos casos de
periodontites avançadas cujos dentes já
apresentam inserções reduzidas.
Distúrbios oclusais Distúrbios oclusais
Contato oclusal prematuro Contato oclusal prematuro
É o contato oclusal não fisiológico que dificulta
ou impede o completo fechamento mandibular
em ORC sem causar desvio, no entanto
causando instabilidade à mandíbula. Ocorre
sempre que houver contato oclusal prematuro
entre cúspide e fossa ou entre cúspide e crista
marginal (embrasura) de dentes antagonistas.

Distúrbios oclusais Distúrbios oclusais


Contato oclusal prematuro Contato oclusal prematuro
Tal contato promove instabilidade aos côndilos,
hiperatividade muscular e estresse ao
periodonto.
Distúrbios oclusais Distúrbios oclusais
Contato oclusal deflectivo Contato oclusal deflectivo
Deslize em direção anterior
É o contato oclusal não fisiológico que dificulta
ou impede o completo fechamento mandibular
em OCR, desviando a mandíbula de sua
trajetória normal, gerando então o deslize em
direção:
• anterior
• à linha média da face
• contrária à linha média da face

contato deflectivo entre duas CFs antagonistas


VT ou ALM. da CFS X VT ou ALD da CFI

Distúrbios oclusais Distúrbios oclusais


Contato oclusal deflectivo Contato oclusal deflectivo
Deslize em direção à linha média Deslize contrário à linha média

Contato entre uma CF e uma CNF


Contato deflectivo entre duas CFs antagonistas
Vertente lisa da CF X Vertente triturante da CNF
Distúrbios oclusais Distúrbios oclusais
Interferência oclusal Interferência oclusal em protrusão
Contato oclusal não fisiológico que ocorre entre Acontece sempre que ocorrer interferência
as superfícies oclusais antagonistas, entre a estrutura oclusal mesial (aresta
dificultando ou impedindo os movimentos longitudinal, vertente triturante ou crista
mandibulares excursivos de: marginal) do dente inferior e a estrutura
oclusal distal do dente superior.
• Protrusão;

• Trabalho;

• Balanceio.

Distúrbios oclusais Distúrbios oclusais


Interferência oclusal em trabalho Interferência oclusal em balanceio
Acontece sempre que ocorrer interferência Acontece sempre que ocorrer interferência
oclusal entre a vertente lisa de uma cúspide oclusal entre as vertentes triturantes de duas
funcional (palatina superior e vestibular cúspides funcionais (palatina superior e
inferior) e a vertente triturante de uma cúspide vestibular inferior).
não funcional (vestibular superior e lingual
inferior).
Distúrbios oclusais Distúrbios oclusais
Interferência oclusal em balanceio

migração após restauração

Distúrbios oclusais Distúrbios oclusais


Interferência oclusal em balanceio Perda e migração dentária

ausência de eliminação da extrusão do antagonista


Perda da dimensão vertical
Distúrbios oclusais
Perda e migração dentária
Biomecânica
das desordens
oclusais

Perda da dimensão vertical

Biomecânica das desordens Biomecânica das desordens


oclusais oclusais
Alavancas
Alavanca classe I - Interfixa
Um dos mecanismos mais simples e primitivos
usados pelo homem para ampliação da força O fulcro (F) fica entre o esforço (E) e a
muscular; consiste em uma barra rígida que é resistência (R). É a mais eficiente, executa
livre para girar ao redor de um ponto fixo maior trabalho com menor força aplicada.
chamado FULCRO (F), sob a ação de duas ou
mais forças freqüentemente denominadas como
ESFORÇO (E) (ou força aplicada) e
RESISTÊNCIA (R) (ou força de resistência).
Biomecânica das desordens Biomecânica das desordens
oclusais oclusais
Alavanca classe II - Interresistente Alavanca classe III - Interpotente
A resistência (R) está entre o fulcro (F) e o
esforço (E). É menos eficiente que a Classe I. O esforço (E) está entre o fulcro (F) e a
resistência (R). É a menos eficiente das três
alavancas.

Qual tipo de Biomecânica das desordens


oclusais
alavanca acontece Alavanca classe III - Interpotente
na oclusão humana
F

F
R
R

P
P
Biomecânica das desordens Biomecânica das desordens
oclusais oclusais
A aplicação dos princípios biomecânicos no Duas condições oclusais que podem resultar em
estudo dos estresses induzidos no S.E. pelos desordem oclusal são:
distúrbios oclusais ilustra claramente o
mecanismo pelo qual mudanças patológicas • Fulcro transverso ou arco cruzado
ocorrem para produzir os sintomas
reconhecidos pelo dentista nas desordens • Fulcro antero-posterior.
oclusais.
Fernandes Neto, 2006

Biomecânica das desordens Biomecânica das desordens


oclusais oclusais
Fulcro transverso Fulcro transverso - Alavanca classe I

É representado por uma interferência no


movimento de balanceio. O termo biomecânico
indica claramente a potencial desordem
causada pelas relações interoclusais
impróprias.
Biomecânica das desordens Biomecânica das desordens
oclusais oclusais
Fulcro transverso - Alavanca classe I Fulcro transverso - Alavanca classe II
A ATM do lado direito é
comprometida por uma
força muscular 2X, que
a pressiona e
proprioceptivamente
induz uma resposta
recíproca nos
músculos do lado
direito da cabeça para
aliviar o estresse
induzido.

Biomecânica das desordens Biomecânica das desordens


oclusais oclusais
Fulcro transverso - Alavanca classe II
Uma força três vezes Distúrbios oclusais podem ampliar uma força
maior incidirá sobre os muscular dada e induzir tais forças sobre os
segundos molares, tecidos do aparelho estomatognático de
induzindo estresse sobre maneira prejudicial, produzindo mudanças na
os dentes e periodonto ATM, nos dentes e/ou no periodonto.
ou irá induzir uma
resposta antagônica nos
músculos que
movimentam a
mandíbula, prevenindo
uma sobre-carga oclusal
aos segundos molares.
Biomecânica das desordens Biomecânica das desordens
oclusais oclusais
SNC

O stress induzido pode proprioceptivamente


programar uma resposta muscular recíproca
(tensão dinâmica) para inibir a sobrecarga nos
tecidos envolvidos.

Distúrbio Mudança
oclusal adaptativa

Bruxismo Apertamento

Biomecânica das desordens Biomecânica das desordens


oclusais oclusais
Pesquisas têm mostrado que quando o O estresse induzido não deve ultrapassar duas
apertamento dentário está presente, os dentes características individuais do paciente
podem ser mantidos em contato oclusal forçado (hospedeiro):
por um longo período de quatro horas em uma
única noite de sono, enquanto que todos os • Suscetibilidade - tendência de sofrer influências
contatos oclusais que ocorrem durante as horas ou contrair enfermidades;
correntes como resultado das funções fisiológicas
de mastigação, deglutição e fala totalizam menos • Limiar de tolerância - limite máximo de
de dez minutos por dia. tolerância do indivíduo (tecidos) aos esforços a
partir do qual um estímulo passa a produzir
determinada resposta.
Biomecânica das desordens Biomecânica das desordens
oclusais oclusais
Mudanças adaptativas ou proliferativas Mudanças adaptativas ou proliferativas
induzidas pelos proprioceptores induzidas pelos proprioceptores

• Contração crônica da porção superior do • Hipercementose,


músculo pterigóideo lateral.
• Exostose do osso alveolar
• Contração crônica do músculo temporal (dores
• Espessamento da lâmina dura e do ligamento
na região das temporas)
periodontal.
• Aposição óssea no côndilo e/ou fossa,

• Osteite condensante da fossa,

Biomecânica das desordens Biomecânica das desordens


oclusais oclusais
Biomecânica das desordens Quais são as possíveis
oclusais conseqüencias se as pressões
Fulcro ântero-posterior de apertamento forem
aplicadas sobre esta
prematuridade cêntrica

Biomecânica das desordens Biomecânica das desordens


oclusais oclusais
Fulcro ântero-posterior Fulcro ântero-posterior
O contato inclinado sobre o segundo molar inferior
quando do fechamento mandibular tenderia a
deslocar o segundo molar superior distalmente
abrindo o contato proximal mesial, podendo levar a:

• Impacção alimentar,
• Cárie dental,
• Irritação gengival,
• Formação de bolsa,
• Desgaste prematuro dos dentes, fratura de
cúspides e
• Pulpite.
Biomecânica das desordens Biomecânica das desordens
oclusais oclusais
Fulcro ântero-posterir Fulcro ântero-posterior
As prematuridades que produzem deslocamento
anterior da mandíbula são potencialmente mais
patogênicas sobre os dentes posicionados mais
distalmente no arco dental que as prematuridades
semelhantes nos dentes posicionados mais
anteriormente, supondo que exista contato entre
t o d o s o s d e n t e s n o qu a d r a n t e e m m á x i m a
intercuspidação.

Conclusão Conclusão
• A observação da presença de sinais e sintomas de Os sinais clínicos típicos destes distúrbios se
distúrbios oclusais durante a anamnese e exame do manifestam no aparelho estomatognático como:
paciente fornece importantes meios para se chegar a
um diagnóstico. • Dor ou desconforto periodontal,

• Usualmente, há mais de um sinal ou sintoma presente • Padrões atípicos de desgaste dental,


nestes indivíduos. • Dor e/ou hipertonicidade muscular,
• Mobilidade e/ou migração dentária patológica
• Dor nas ATMs,
• Formação de abscesso periodontais
• Impacção alimentar.
Conclusão
Os pacientes relatam sintomas como:

• Migração patológica do dente incisivo,


• Mudança na mordida,
• Reclamação de impacção alimentar ou dor
Obrigado!
gengival,

• Rangimento e apertamento noturno dos dentes,


• Dolorimento dos dentes e músculos ao acordar,
• Irregularidade do movimento e travamento da
ATM.

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