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FILOSOFIA

ANTIGA:
PENSAMENTO
MÍTICO
CAPÍTULO 1
Todas as civilizações das quais se têm registro apresentaram alguma narrativa mítica ou fantasiosa.

Geralmente, quando se fala do mito, ele está associado a um fato oposto à estrutura racional.

A separação total entre a ciência moderna e o mito leva à desvalorização deste enquanto episteme
(conhecimento).

SIGNIFICADO DO MITO

Uma derivação do grego clássico μuθoς (mythos) e significa basicamente um relato ou uma narrativa
fantástica acerca do mundo; revela uma verdade que se encontrava velada.

Faz oposição ao o λóγoς (logos), discurso ordenado e formulado com um direcionamento específico,
costumeiramente denominado científico e filosófico.

O mito não é um discurso oposto ao lógico; é, na verdade, um discurso complementar, que possui função
semelhante: desvelar a verdade.

O mito é uma narrativa sobre a realidade. Mitos são histórias de nossa busca da verdade, de sentido, de
significação, por meio dos tempos. É uma busca por sentido, com a diferença de colocar um elemento mágico
ou esotérico (facilita a compreensão e dá um significado maior).
O mito se estabelece pela confiança naquele que narra.

FUNÇÕES

Mística (assombro humano diante da realidade), cosmogônica (explica a estruturação


do cosmos, ou seja, como a ordem natural se construiu), sociogônica (estruturação
dos mitos como princípios de ordem social) e pedagógica (respostas sobre como viver
a vida).

DIFUSÃO

Os mitos eram difundidos pelos chamados poetas-rapsodos, também chamados aedos


(do grego “adivinho”). Eles eram considerados enviados dos deuses e, por isso, tinham
credibilidade para narrar as verdades. Uma vez que a tradição era oral, já que a escrita
ainda não tinha chegado na região da Grécia Antiga, os rapsodos (da palavra
“rapsódia”, que significa “história”) contavam ou cantavam suas histórias para o povo.
Como exemplos de poetas podemos citar Homero, Hesíodo e Sófocles.
ATUALIDADE

Mitos são construídos com base em arquétipos (JUNG). Ele associa arquétipos como
simbologias coletivas que se mantêm no inconsciente humano (a noção de herói, a
busca da alma gêmea). Toda cultura e povo geram representações e na sociedade
contemporânea não é diferente.

Não é incomum que celebridades, estrelas da televisão e figuras políticas se


transformem em mitos (Marilyn Monroe, símbolo de sensualidade; Hitler, símbolo
universal do mal; Che Guevara, símbolo de mudança politica.

Leiam sobre a Teogonia de Hesíodo (tentativa de explicação do surgimento do


Universo) e Ilíada de Homero (Guerra de Tróia) na página 230.

O mito é uma forma de discurso humano que completa a experiência da vida, e que
mesmo tendo perdido a função mais explicativa para a Ciência continua contribuído
para o dia a dia do homem.

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