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1. Introdução
3. Turismo de Natureza
3.1. Pedestrianismo
3.2. Cicloturismo
Considerações Finais
Bibliografia/Webgrafia
Introdução
O presente trabalho académico consiste na prova de aptidão pedagógica (PAP) que visa demonstrar a
capacidade técnica do autor enquanto Técnico de Turismo Ambiental e Rural. Para tal, escolhi como tema
a elaboração de uma proposta de revitalização e desenvolvimento turístico do canal ferroviário da linha
Régua-Lamego, deixando deste modo a condição de abandono em que esta infraestrutura (inacabada) se
encontra desde a sua construção em 1934.
Observando o estado de degradação e abandono do canal ferroviário Régua – Lamego, pese embora
o seu considerável potencial funcional e turístico, pretendo com este trabalho de índole académico
apresentar duas possíveis soluções para o aproveitamento turístico desta infraestrutura que teria a
capacidade de reforçar e diversificar a oferta turística no Douro e em particular de Lamego. Deste modo,
serão apresentadas duas soluções de aproveitamento turístico a instalar no canal ferroviário do ramal
abandonado (que nunca foi ativado) da linha de Lamego, uma linha ferroviária turística ou uma ecopista.
A pertinência deste trabalho com estas duas propostas resulta da crescente procura pelas áreas rurais e
Caracterização da área
em estudo
A área de estudo é o concelho de Lamego, mais especificamente
nas freguesias de Parada do Bispo e Valdigem, Cambres, Sande e
Lamego. O concelho de Lamego situa-se na região do Douro, no
distrito de Viseu, com uma área de 165,4 km² e tem um total de 24
348 habitantes.
É notório a crescente procura turística deste território, pois
Lamego agrega um riquíssimo conjunto monumental que que remonta
à sua fundação na época romana. É notório a crescente procura
turística deste território, pois Lamego agrega um riquíssimo conjunto
monumental que que remonta à sua fundação na época romana.
• O turismo rural é uma atividade turística para quem procura maior contacto com a natureza. Nesta perspetiva os
turistas podem participar das atividades agrícolas de uma determinada quinta ou espaço rural, aprender sobre a vida
e costumes dos habitantes destes espaços
• Com o surgimento da era industrial – Revolução Industrial - observou-se um cada vez maior distanciamento entre o
Homem e a Natureza, que conduziram a um gradual alheamento entre o Homem e a Biosfera. Contudo, nas últimas
décadas, sobretudo a partir da mudança de milénio assistiu-se a um gradual procura pelos elementos naturais que
remetem para as questões da sustentabilidade levantadas pelo Relatório Brundtland ainda na década de (19)70.
TURISMO DE NATUREZA (CONTINUAÇÃO)
• Os objetivos do turismo de natureza passam por facilitar o uso público do espaço natural, tendo-se em conta que as atividades
recreativas realizadas devem ser compatíveis com a conservação dos valores naturais e culturais do espaço; em caso de conflito,
deve prevalecer a conservação sobre o uso público; - proporcionar o conhecimento dos recursos da área porque a capacidade de
satisfação e desfrute da visita aumenta consideravelmente quando se entende e valoriza o meio ambiente em que nos
encontramos; - gerar impactos positivos para a conservação e proteção do meio ambiente; (Para além destes objetivos gerais,
cada espaço natural, segundo as suas peculiaridades, tende a estabelecer os seus próprios objetivos específicos.)
• Na legislação nacional o Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de março, que estabeleceu o novo regime jurídico da instalação,
exploração e funcionamento dos empreendimentos turísticos, redefine o conceito de turismo de natureza e contribui para a
dinamização do Programa Nacional de Turismo de Natureza, prevista no Programa do Governo. O reconhecimento de
atividades de animação turística como turismo de natureza e a organização dessas atividades na Rede Nacional de Áreas
Protegidas passam a estar isentos do pagamento de taxas específicas, anteriormente cobradas por cada área protegida em que
as empresas pretendessem atuar.”
Pedestrianismo
• O Pedestrianismo é uma atividade de lazer que consiste em
percorrer distâncias variáveis – pequenas rotas com poucos
quilómetros, até grandes rotas com milhares de quilómetros - a pé
através da natureza por caminhos tradicionais e montanhosos, que
tem vindo a aumentar o número de participantes ao longo dos
anos. O pedestrianismo é um meio para melhorar o conhecimento
com a natureza e também tem muitas motivações como por
exemplo o contacto com a natureza, a saúde e o bem-estar físico.
• De acordo com a federação portuguesa de campismo e
montanhismo de Portugal FCMP “O pedestrianismo ou caminhada
(como por vezes também é chamado) pode ser definido como o
desporto de andar a pé geralmente na natureza e em caminhos
tradicionais, mas também em meios urbanos.”
Figura 2. Pedestrianismo.
Fonte: http://www.cmarrabida.org/pedestrianismo.html
Pedestrianismo (continuação)
• Deste modo, tem-se observado a proliferação de infraestruturas especificas para esta prática, (ecovias, ciclovias e ecopistas),
onde é possível realizar atividades físicas, nomeadamente caminhadas e corridas, que obedecem a sinalética própria, com
piso variado, por vezes aproveitando antigos canais ferroviários atualmente desativados, conferindo deste modo condições
de conforto e segurança para os utilizadores.
• Existe diferentes tipos de percursos, o percurso normal que é feito em caminhos antigos ou abertos que tem como objetivo
levar o pedestrianista ao meio ambiental; o percurso local que não tem mais de 10Km de extensão e são normalmente feitos
desde uma povoação até um local de interesse; e os percursos urbanos que são percursos pedestres implantados em meio
urbano.
• Este, tem vindo a ganhar grande relevo para a prática de lazer e turismo, atraindo turistas e facilitando a fixação de visitantes,
nos diferentes pontos do país. O contacto direto com as culturas e com o património local, a atividade física, a conservação
do meio ambiente e preservação das suas paisagens e o consequente aumento de visitantes são fatores potenciadores de
economia e conservação do património.
Cicloturismo
• O cicloturismo em Portugal é uma atividade com mais de 100 anos que constitui uma atividade lúdica, recreativa e
desportiva com a natureza e de respeito pelo ambiente, que consiste em percorrer um percurso sinalizado ou não de
bicicleta com os amigos, família ou individualmente. Foi no ano de 1890 que no território nacional pessoas movimentarem-
se de bicicleta com fins turísticos e aí surge o cicloturismo em Portugal.
• As ecopistas de ciclismo têm como principal objetivo a prática da atividade física denominada por ciclismo. Contudo, a
ecopista também tem como objetivo interligar lugares e pessoas de certo modo, bem como outras modalidades como o
pedestrianismo, promovendo a realização de atividades físicas e modos de vida saudáveis e sustentáveis.
• É comum os cicloturistas valorizarem regiões de grande valor paisagístico, biológico e cultural, que variam ao longo das
estações do ano. O cicloturismo de acordo com o estudo realizado referem um impacto económico anual do cicloturismo na
Europa que é cerca de 55 biliões de euros. Assim, este impacto económico anual do cicloturismo torna-o num instrumento
de desenvolvimento territorial, através da diversificação da oferta turística e proporcionando a criação de novos empregos e
riqueza nos territórios onde ocorre.
VIAS
Verdes
(ecopistas
)
VIAS Verdes (ecopistas)
• Em Portugal, e especificamente no âmbito do pedestrianismo e cicloturismo no último quarto de século assistiu-se
ao crescimento da oferta de ecopistas vocacionadas para a prática do pedestrianismo e cicloturismo, algumas delas
aproveitando algumas antigas linhas ferroviárias entretanto desativadas, destacando-se nesta região as ciclovias do
Tâmega (Amarante - Arco de Baúlhe), e a ecopista do Dão (Santa Comba Dão – Viseu).
• A União Europeia tem apoiado iniciativas neste âmbito, através do projeto Our Way financiado pelo programa
INTERREG Europe no qual a European Greenways Association participa no consórcio como “patrocinador
consultivo” visando «contribuir para a conservação, proteção, promoção e desenvolvimento do património natural
e cultural na Europa através das Vias Verdes através da melhoria dos instrumentos de política relacionados com a
qualidade cultural e natural dos territórios envolvidos, incluindo ferramentas para a sua governação e
desenvolvimento medidas específicas para a sua promoção e preservação.»
VIAS Verdes (ecopistas)
• Cada vez mais, existem visitantes que valorizam a vertente paisagísti ca e saudável dos
locais que escolhem para visitar, para a prática de ati vidades ao ar livre e em espaços
verdes, como é o caso das ecopistas. Para dar resposta á procura destes locais, muitos
territórios reutilizam caminhos ferroviários anti gos e desativados que contribui para a
dinamização, diferenciação e valorização da região que até ao momento tinha fi cado
esquecida.
• Em Portugal a designação para estas vias verdes é ecopistas. Estas são vias de comunicação
autónomas, reservadas para deslocações que permitem percursos educativos,
desporti vos, turísticos e de sensibilização ambiental, para a prática de passeios a pé,
de bicicleta, cadeira de rodas, patins e outros meios de mobilidade. Socialmente
inclusivas e ecologicamente sustentáveis, as ecopistas são concebidas num quadro de
desenvolvimento integrado, que valorize o meio ambiente e a qualidade de vida, e
que cumpra assim as sufi cientes condições de largura, inclinação e qualidade do
pavimento, de forma a garantir uma utilização segura por parte de toda a população,
Figura 3. Ecopista de Sever do Vouga
independentemente das idades ou condições físicas dos mesmos.
Fonte: https://litoralmagazine.com/
VIAS Verdes (ecopistas)
• Há medida que o transporte rodoviário se foi afirmando, o transporte ferroviário foi perdendo competitividade.
Contudo, a procura da ferrovia para a prática turística tem vindo a crescer, como sucede com alguns pacotes temáticos
oferecidos pela CP (Rota das Amendoeiras, etc.), mas também com a reabertura de antigas linhas, mas desta vez com
propósitos turísticos, como sucede na linha do Tua.
• Esta antiga linha que na verdade nunca chegou a funcionar, apresenta pela sua localização e integração paisagística no
Douro potencial para a sua refuncionalização enquanto ecopista.
Ecopista do
Balsemão
• Para além dos elementos turísticos há que referir a promoção do exercício físico em contacto com a natureza,
quer seja a pé ou de bicicleta, com a vantagem de se integrar numa paisagem de singular beleza.
• Atualmente, o estilo de vida observado na generalidade dos países desenvolvidos privilegia o transporte
individual para a sua mobilidade, distanciando-nos gradualmente do contacto com a natureza. Assim, assiste-se
nas últimas décadas à gradual procura sobretudo por parte das populações urbanas de atividades que se
desenvolvam na natureza.
Traçado da ecopista Régua - Lamego