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D.

João Segundo
Rei de Portugal e Algarves
• Lisboa, 3 de maio de 1455 – Alvor, 25 de
outubro de 1495
• Filho mais novo de Alfonso V e Isabel de
Coimbra
• Ascendeu ao trono em 1481 (26 anos)
• Chamado de Príncipe Perfeito
• Ordenou as viagens de Bartolomeu Dias
(1487-1488) e Pêro da Covilhã (1487-1491)
• Negociou o Tratado de Tordesilhas (1494)
VI. O Mostrengo
Segunda Parte: Mar Portuguez
Possessio maris

O mostrengo que está no fim do mar De quem as quilhas que vejo e ouço?» E disse no fim de tremer três vezes:
Na noite de breu ergueu-se a voar; Disse o mostrengo, e rodou três vezes, «Aqui ao leme sou mais do que eu:
A roda da nau voou três vezes, Três vezes rodou imundo e grosso. Sou um povo que quer o mar que é teu;
Voou três vezes a chiar, «Quem vem poder o que só eu posso, E mais que o mostrengo, que me a alma
E disse: «Quem é que ousou entrar Que moro onde nunca ninguém me visse teme

Nas minhas cavernas que não desvendo, E escorro os medos do mar sem fundo?» E roda nas trevas do fim do mundo,

Meus tetos negros do fim do mundo?» E o homem do leme tremeu, e disse: Manda a vontade, que me ata ao leme,

E o homem do leme disse, tremendo: «El-Rei D. João Segundo!» De El-Rei D. João Segundo!»

«El-Rei D. João Segundo!»


Três vezes do leme as mãos ergueu,
«De quem são as velas onde me roço? Três vezes ao leme as reprendeu,
D. Sebastião
16° Rei de Portugal e Algarves
(1557)
• Lisboa, 20 de janeiro de 1554 – Alcácer 4 de
agosto de 1578
• Filho de João Manuel e Joana da Áustria
• Assumiu governo aos 14 anos (1568) com grande
paixão religiosa e militar
• Convicto de que sua missão era espalhar a fé cristã
• Depois de todas as advertências recebidas sobre o
perigo que podia correr, decidiu conquistar África
para acabar com as ameaças nas costas
portuguesas e reviver as glórias da Reconquista.
• Ele morreu em combate que levou a seu
desaparecimento.
Mito Sebastianista:
• Movimento religioso, feito em volta de
uma figura nacional, no sentido de mito

• Se fala que a grandeza de Portugal voltará


com o regresso de D. Sebastião

• O desaparecimento físico proporciona a


liberação da alma portuguesa

• A lenda fala que ele voltará uma manhã


de névoa em seu cavalo branco
D. Sebastião
Fernando Pessoa
• Poesia épico-lírica com um tom de exaltação heroica
Louco, sim, louco, porque quis grandeza • Tem 2 estrofes e 5 versos (quintilhas)
Qual a Sorte a não dá. • O metro e o ritmo são irregulares
• Os versos variam entre 6, 8, e 10 sílabas
Não coube em mim minha certeza;
métricas
Por isso onde o areal está • Predomina o ritmo binário e, algumas vezes, o
Ficou meu ser que houve, não o que há. terciário
• O esquema rítmico e ababb
Minha loucura, outros que me a tomem
• Está escrito na primeira pessoa para fazer o poema
Com o que nela ia.
mais dramático, como se D. Sebastião falara da sua
Sem a loucura que é o homem loucura orgulhosamente
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?
A loucura tem uma conotação positiva, se refere a
um desejo de grandeza e à la capacidade
Louco, sim, louco, porque quis grandeza realizadora
Qual a Sorte a não dá.
Uma caracterização
de louco Não coube em mim minha certeza; Ser histórico
Dicotomia entre ser
Por isso onde o areal está mortal e imortal
Sobreviveu
Ficou meu ser que houve, não o que há. porque é imortal

Projeção para o futuro


Minha loucura, outros que me a tomem Força motora da ação
Elogia a essa Referencia ao Mito Sebastianista
Com o que nela ia.
loucura para que os
outros dêem Sem a loucura que é o homem
A diferença entre a loucura entre um
continuidade ao seu
Mais que a besta sadia, homem e um animal é o sonho
sonho
Cadáver adiado que procria? Não conseguiu cumprir aquilo para o
que foi criado

https://www.youtube.com/watch?v=DbMfsRUjcD8
1:50 – 2:45

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