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Faz tempo sou pé de espora Destino inquieto que tenho, de (um trago agora e mais outro,

Gujo Teixeira querer mais do que posso... pra me "adoçá " o pensamento)
Conto de um tempo que é meu
Eu sou mais claro que o vento,
conto de tempo tão nosso
"mais puro que a estrela D 'alva
Venho ao meu tempo senhores Minhas palavras, meu modo
o amor, é a razão que salva,
contar de um tempo antigo, que sem respeitar leis ou datas
quando a razão anda a esmo.
nunca vi, nem estive mas que ouvindo de longe as patas da
Por isso, o tempo que é meu, é
em mim sobrevive, sem ter cavalhada em retoço batendo
também, de tantos outros que
razões pra partir... bombos na terra, qual carga
eternizaram nos potros, a
braba de guerra.
Tempo humilde de ranchitos, mansidão de si mesmos...
tempo de prosas e preces de No mesmo ciclo que encerra, -
Reconheci o meu tempo, dentro
andantes de a cavalo, de heroísmo e compromisso e
de tantos escritos entre o saber,
romances e pealos que ao um barbaresco feitiço de alargar
e seus ditos, de entender a
tempo, nunca se esquece... as fronteiras ao mando de quem
distância. Daí talvez esta ânsia,
as queira, tanto pro bem, ou pro
Tempo adoçado na sombra de este querer infinito, este buscar
mal...
pitangueiras floridas desmedido tentando achar um
imaginando outra vida, Tempo exato e racional, de sentido, pra algumas dores da
talvez diferente desta... quem viveu, ser viver. Na alma, alma que o corpo, amarga e
Onde sonhar... Era vago. o pouco de um ser, que nunca acalma, dentro da sua verdade.
Querer... Um rumo distante soube direito o que deve, ou Temos nossa identidade é a
não ser feito, quando de fato própria paixão pagã de acordar
Ser... Uma obrigação eterna, Na
morrer... toda a manhã, sem saber nosso
condição mais fraterna, de saber
"adelante " sabendo que cada
envelhecer... Senhores, conto de um pago
instante que a vida nos cobra o
de vacarias extensas de
Quem teve longe um amor, preço somos o ontem do avesso,
pradarias imensas, de gado
nesta vida caminheira sabe que campeando um novo amanhã.
alçado e cavalos de empurrar
a estrada real, fez seu rumo
éguas nos valos pra diminuir a Senhores peço licença.
desigual, deixando apenas,
manada. De couro farto, e de Talvez o tempo que eu falo, seja
poeira !!!
charque, de tropas, e corredores a maior diferença, entre a
Conto de um tempo igual, de patacões e Senhores, os verdade que tenho e toda essa
diferente nas pessoas que mesmos, que agora falo... minha crença...
tinham almas tão boas, quanto
Tempo é roseta de espora, Sou o que quero e consigo, e
um carinho de mãe. Mesmo
cutucando a vida inteira... o que campeio no fim... Não sou
tempo, outro rumo, quem
de um tempo de antes, não sou
mudou mesmo, fui eu... E o Na sina mais caborteira, que
do tempo de agora Faz tempo
tempo reconheceu e quis seguir Deus, escolheu pra um
sou pé de espora, com outra
do meu lado... Um ser de "home" Que é de honrar o seu
igual, junto a mim...
destino alçado sem saber onde nome, a descendência, e a
apeiar, com esperanças terrenas família de seguir a própria trilha,
querendo desencilhar... sem se perder no caminho
buscando, sempre pertinho, a
Um ser ainda incompleto,
luz, que a lua inda esconde e
procurado um dialeto pra com
quem sabe, não sei donde, um
os tantos, pensar...
dia achá-la, sozinho!

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