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A MISSA

E O MISSAL
FORMAÇÃO CATEQUISTAS ACÓLITOS E COROINHAS

ELISEU FERNANDES
 Nos primórdios a Missa se chamava:
 Fração do Pão
 Ceia do Senhor
 Eucaristia

ELISEU FERNANDES
 Missa é uma palavra de origem Latina,
missio-dimissio, significa “licença,
despedida”, era usado no fim das
celebrações: Ite, missa est. Com o tempo
passou a integrar a celebração inteira
(final do século IV).
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 No início era muito simples. Seus elementos principais:

1. Oração
2. Leitura da Palavra
3. Homilia
4. Preces
5. Apresentação das oferendas
6. Oração Eucarística
7. Comunhão
Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística.
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 Última reforma foi no Concílio Vaticano II
(1962-1965)
 Eucaristia primeiramente quer dizer
agradecimento, no hebraico tôdah; em grego,
ephcharistô, que significa “Eu te agradeço”
 A Missa é dividida em dois grandes Blocos a
Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística
ELISEU FERNANDES
I) A LITURGIA DA PALAVRA

 Ritos antes da Liturgia da Palavra


– sua finalidade é fazer-nos dispor para ouvir
atentamente a Palavra de Deus e celebrar
dignamente a Eucaristia (IGMR 46)

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a) Ritos Iniciais
Canto de entrada até a Oração da Coleta

1.Procissão de entrada – até o Século IV não existia este


rito – começava-se direto na proclamação das leituras.
2.Canto de entrada – chamado de introito, é o canto de
abertura que acompanha o rito de entrada (introduzido a
partir do final do século VII) – promove a união da
assembleia e introduz o fiel no mistério do tempo
litúrgico (IGMR 47), por isso deve estar sempre de
acordo com o tempo litúrgico (IGMR 48)
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3. Saudação do altar – o beijo do altar – no Século IV já
fazia parte da liturgia da Igreja – sinal de respeito e
veneração.
Incensação se destaca a partir do Século IX – à frente do
altar todos que participam da procissão ou fazem uma
inclinação profunda ou a genuflexão, caso o sacrário esteja
atrás do altar. É profunda pois é o móvel mais importante do
espaço sagrado, sendo símbolo de Cristo. Incensa-se o altar
(IGMR 123)

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4. Sinal da Cruz e saudação do povo – as pravas provém
de Mt 28,19 “Portanto, ide e fazei discípulos meus todos
os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo”, os primeiros cristãos já faziam este gesto
(na fronte, na boca e no peito), como fazemos hoje foi
introduzido no século XVI. Após o sinal da cruz o
presidente saúda os fiéis com a saudação Apostólica.
(IGMR 124) – as primeiras palavras não são do ministro e
sim de Jesus, assim como Ele saudou os discípulos depois
da Ressurreição “A paz esteja convosco” (Lc 24,36),
expressando assim a presença do Senhor na celebração.

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5. Ato penitencial – segundo a Didaqué este rito pertence ao rito da
missa desde as origens. O Confiteor (“Confesso a Deus todo-
poderoso”) era uma oração silenciosa que o Bispo fazia ajoelhado
diante do altar, antes de subir ao presbitério (após a procissão de
entrada) a partir do século XI as orações privadas de caráter
penitencial, passou-se ao ato penitencial comunitário.
4 elementos do Ato penitencial
1) Invitatório; 2) Silencio, 3) Confissão e 4) Benção/Absolvição.
Está no início da Celebração, pois, antes de receber o Cristo-Palavra e
o Cristo-Eucaristia o cristão fragilizado pelo pecado, com humildade
precisa invocar o perdão e a misericórdia divina. (ver Didaqué XIV,
Paulus p 27)
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6. Kyrie eleison – reza-se depois do Ato Penitencial
(IGMR 52) – caso não tenha sido proclamado no ato
penitencial. É um hino Cristológico: Kyrie e Christe
referem-se a Jesus. Ele sozinho não tem sentido de
penitencia, é uma confissão de fé neste Senhor que já o
temos por misericordioso.

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7. Glória a Deus nas alturas (Glória in Excelsis) – de
agradecimento e de festa (introduzido na liturgia da
missa a partir do Século V, porém sua origem data do
século II). Até o século VI só o Bispo o entoava na missa
de Natal. Chamado de grande doxologia (palavra de
louvor), por natureza é uma oração cantada. (IGMR 125)
– Cantado ou recitado no domingo, nas Solenidade e
festas, em festas especiais mais solenes; menos no
Advento e na Quaresma (IGMR 53)

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 Começa com Lc 2,14 Glória a Deus nas alturas..., na sequência:

 - Títulos dados ao Pai: “Senhor Deus, Rei dos céus, Deus Pai, Todo Poderoso”;

 - Palavras de Louvor ao Pai: “Nós vos louvamos, nós vos bendizemos, nós vos
adoramos, nós vos glorificamos”;
 - Títulos dados ao Filho: “Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito, Senhor Deus,
Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai”;
 - Ladainha: “Vós que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. Vós que
tirais o pecado do mundo, acolhei a nossa súplica. Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós”;
 - Aclamações: “Só vós sois o Santo. Só vós o Senhor. Só vós o Altíssimo”;

 - Doxologia: “Jesus Cristo, com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai”.

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8. Oração da Coleta – elemento mais antigo dos ritos iniciais – era feita
em silencio antes da leitura da Palavra de Deus. Do latim colligere. O
celebrante recolhe a oração do Povo e a leva para diante do Senhor
(IGMR 54). Pode ser dirigia ao Pai ou ao Filho (geralmente ao Pai), sua
conclusão:
 - Se é dirigida a Deus Pai: “Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, na unidade do Espírito Santo”;
 - Se é dirigida a Deus Pai e no final menciona o Filho: “Que
convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo”;
 - Se é dirigida a Deus Filho: “Vós que sois Deus com o Pai, na
unidade do Espírito Santo” (IGMR 54).
 Amém – herança da tradição judaica. Confirmação da oração
proferida. ELISEU FERNANDES
b) Liturgia da Palavra

 Tem inicio com a Primeira Leitura e conclui-se com as


Preces.
 Lc 4,16,17 – herdamos da liturgia sinagogal de Nazaré a
instituição da Liturgia da Palavra. E o que acontece no
andar superior de Jerusalém, na última ceia, é a instituição
da Eucaristia. Todas as leituras (sem exceção) devem ser
feitas da mesa da Palavra, e nenhuma leitura pode ser
substituída por outro texto. Entre as leituras sugerem-se
momentos de silencio (IGMR 56), pois faz-se necessário
para a educação à interiorização. Não se chega a uma
participação ativa na liturgia sem momentos de
interiorização. ELISEU
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1. Primeira Leitura –
Da liturgia Judaica (texto no Primeiro Testamento), pois
ilumina os textos do Segundo Testamento – porém durante
o Tempo Pascal, a primeira leitura é tirada do Segundo
Testamento, sobretudo dos atos dos apóstolos.
A igreja introduziu uma moldura antes da proclamação da
leitura: “leitura do Livro”, “sequencia do Livro”, “início do
Livro”, no caso do Segundo Testamento: “Irmãos”,
“Caríssimos”, “Naquele tempo”, “Naqueles dias”; e uma
aclamação no final: “Palavra do Senhor. Graças a Deus”. É
um ofício Ministerial (IGMR 92). O leitor empresta a sua
voz ao Senhor.
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2. Salmo Responsorial ou gradual (se cantava sobre
os degraus do ambão).
Também um costume judaico. Jesus muitas vezes
rezou os Salmos. Dá um tom de serenidade
contemplativa, pois ele prolonga poeticamente a
mensagem da primeira leitura, de preferencia seja
cantado Cl 3,14.

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3. Segunda Leitura, influência liturgia sinagogal –
muito tempo foi chamada de epístola, sempre de
um livro do Segundo Testamento. Missas Solenes
(dominicais, solenidades)

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4. Aclamação antes da Proclamação do Evangelho. A
partir do século IV, o aleluia ganhou importância
como um canto de aclamação ao Evangelho. Em
todas a liturgias (ocidentais e orientais), uma
procissão precedia à leitura do Evangelho. Nessa
procissão, acompanhada de velas e incenso, o Livro
dos Evangelhos era honrado como a presença do
Cristo. Todos se colocavam de pé, antes da
aclamação, fazia-se silencio sagrado. Após a
proclamação o clero venerava o Livro com um beijo.

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Aleluia: do hebraico Hallelu-yah, “louvai o Senhor”.
Em tempos penitenciais é substituído por outros
refrões, sintonizados com a espiritualidade do tempo
litúrgico. Não pode ser substituído por outro canto,
alguns até mesmo sem ter a letra Aleluia.

Ne 8,2-6 – ato ritual que manifesta a presença de


Deus. Rito também sinagogal – elevar o Evangelho.

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5. Evangelho
Século IX introduzido o gesto de persignação – seu
sentido: a Palavra de Cristo, depositada no Livro, seja
testemunhada de cabeça descoberta, confessada
pela boca e preservada fielmente no coração. Sempre
foi o último, pois é o mais importante na liturgia, por
isso se dá mais destaque a Ele.

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6. Homilia
Provem da liturgia sinagogal. É indispensável para
alimentar a vida cristã. Uma atualização da Escritura.
É recomendado um silencio após sua conclusão.

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7. Profissão de fé – desde a origem a Igreja exprimiu
e transmitiu a fé.
O credo foi formado no século IV. A partir do século
VI começou a ser professado em missas no oriente.
No ocidente em 589, o Concílio de Toledo
prescreveu que ele fosse recitado antes da oração
do Pai-nosso, em preparação à comunhão. É um
resumo da nossa doutrina.

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8. Oração universal ou oração dos fiéis – é o
fechamento da Liturgia da Palavra. Os fiéis elevam
preces ao Senhor, pela salvação de todos. A Igreja
sugere que se reze: pelas necessidades da Igreja,
pelos governantes e poderes públicos, pelos que
sofrem dificuldades e pela comunidade local.
Funções da oração dos fiéis IGMR 69 a) Função
sacerdotal; b) Função de atualização e de anúncio;
c) Função universal; d) Função participativa.

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II) LITURGIA EUCARÍSTICA

Toda ela realizada em torno do Altar

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Mt 26,20-30
Mc 14,17-26
Lc 22,14-39

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 1. Tomar o pão e o cálice com vinho = Preparação dos
dons

 2. Dar graças = Oração eucarística ou anátema

 3. Partir o pão = Fração do pão eucarístico e o Cordeiro de


Deus

 4. Dar aos discípulos = Rito de comunhão

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1. RITO DAS OFERENDAS
1) preparação das oferendas – até sec IX, as oferendas – pão e vinho – eram
trazidas pelos fiéis celebrantes – uma parte era separada aos pobres – a oferta a
Deus e aos pobres formam um único oferecimento, tendo o mesmo valor
sacrifical.
Não era ázimo até sec IX. Incensação sec X
 O Altar é preparado (nele são colocados o corporal, o sanguíneo, o cálice, as
ambulas e o missal) IGMR 73 e 74
 Rm 15; 2Cor 8-9; Gl 2,10 – sobre a coleta
 Água no vinho
 O Sacerdote bendiz ao Senhor pelos dons da terra – pelo pão: “Bendito sejais,
Senhor, Deus do universo...” – pelo vinho: “Bendito sejais, Senhor, Deus do
universo...”
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2) Orai, irmãos e irmãs
Séc VIII – o ministro convida a todos que rezem, todos respondem “Receba o
Senhor por tuas mãos este sacrifício, para glória do seu nome, para nosso bem
e de toda a Santa Igreja”

3) Oração sobre as oferendas


Chamada de “secreta” pois era feita em silencio pelo sacerdote até sec VIII
É a conclusão do rito da apresentação das oferendas

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2. Oração eucarística ou anáfora

 Herança da tradição judaica


 Oração eucarística I Fragmentos de Santo Ambrósio (337-397)
 Oração eucarística II – Hipólito de Roma (O170-235)
 Oração eucarística IV – São Basílio de Cesareia (330-379)
 As demais são da reforma do beato Paulo VI
 A berakah é uma oração da liturgia e espiritualidade judaica. É uma oração de admiração, de
louvor, de agradecimento e reconhecimento da gratuita benevolência do Senhor sobre nós. “Sê
bendito, Senhor, nosso Deus”.

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1) Diálogo introdutório
Ajuda a comunidade celebrante a tomar consciência de que a oração eucarística é
uma ação de toda a comunidade.
 Desde o sec III
 É elemento da liturgia judaica Ne 9,5
 O Senhor esteja convosco....

2)Prefácio
Em latim prae-fatio (fari, dizer); em grego, pro-logo: o que se dia antes, o que se
pronuncia por primeiro.
É um hino de ação de graças ao Pai por toda a obra da salvação.
Inicia-se a oração por excelência, a oração suprema da missa. (não depois do
santo)
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3) Santo
É a continuação do prefácio
Oração de Is 6,1-3 e Ap 4,8 – primeira parte
Mt 21,9 – segunda parte
Adoração: Santo, santo, santo, Senhor Deus do universo
Proclamação: O céu e a terra proclamam a vossa glória
Aclamação: Hosana nas alturas
Proclamação: Bendito o que vem em nome do Senhor
Aclamação: Hosana nas alturas

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4) Pós-Santo ou continuação do louvor ou transição à epiclese
O presidente retoma o louvor: “Na verdade, ó Pai, vós sois
santo...” OE II

5) Primeira epiclese
Chamar sobre

6) Narrativa da instituição e consagração


Coração da oração (porém não mais importante)

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7) Aclamação memorial ou anamnética
 Constitui uma confissão de fé – Eis o mistério da fé
 É dirigida a Cristo – diferente de toda a oração Eucarística que
é dirigida ao Pai

8) Ofertório ou oblação
 O memorial converte-se em oferenda
 O verdadeiro ofertório da Missa – não mais o pão e o vinho,
mas, o corpo e o sangue de Cristo

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9) Segunda epiclese
Pede-se ao Pai pela segunda vez, o dom do Espírito Santo, para
transformar todos os fiéis participantes no Corpo Místico de Cristo.

10) Intercessões ou mementos


Após o louvor e ação de graças, seguem-se naturalmente as petições, a
fim de que todos – vivos e mortos – sejamos, por meio do Espírito
Santo, um só corpo.

11) Doxologia
Grande louvor que conclui a oração eucarística.

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3. Rito da Comunhão

Segundo a ordem do Senhor seu Corpo e seu Sangue sejam recebidos


como alimento espiritual.

1) Pai-nosso
É uma preparação privilegiada, pois aproxima-se do conteúdo da
oração eucarística.

2)Embolismo
Significa introduzir alguma coisa. Último pedido que fazemos ao Pai

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3) Rito e saudação da paz
Gesto muito antigo entre os cristãos. Rm 16,16; Ef 2,13-18; Fl 2,5
É o segundo rito preparatório da comunhão.

4) Fração do pão, Cordeiro de Deus e a Imisção


 Fração do pão – Emaús reconhecem o Senhor na fração do pão
 Cordeiro de Deus – Agnus Dei – Jesus é o Cordeiro de Deus
 - Imisção – “misturar com outra coisa”

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5) Felizes os convidados – Ap 19,9

6) A comunhão
Assim como na última ceia os discípulos comeram do pão e
beberam do cálice...

7) Oração depois da comunhão


Oração de agradecimento

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4. Ritos finais
1) Avisos e comunicados

2) Benção e envio

3) O aviso de despedida: ide em paz... - Envio à missão

4) A despedida do altar – o altar é saudado novamente pelo


ministro

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