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REABILITAÇÃO DE UM EXEMPLAR DE TARTARUGA CABEÇUDA (Caretta

caretta) RESGATADA NO SUL DA BAHIA-BRASIL APRESENTANDO


FRATURA EM CARAPAÇA.
 
MANNINA, N. B.; SEMINARA, C.; SILVA, R. P.; SATURNINO, A. M.; BAZZO, P. M.;
IKEDA, J. ; SERRA, S. ; REIS, L. W.
REABILITAÇÃO DE UM EXEMPLAR DE TARTARUGA CABEÇUDA
(Caretta caretta) RESGATADA NO SUL DA BAHIA-BRASIL
APRESENTANDO FRATURA EM CARAPAÇA.

 Introdução

- Distribuição da espécie Caretta caretta


- Interação antrópica

 Relato de caso

 Resultados

 Conclusão
Introdução
Distribuição da espécie Caretta caretta

A espécie Caretta caretta está amplamente


distribuída em águas costeiras tropicais e
subtropicais ao redor do mundo.

Sua distribuição parece ser limitada pela


temperatura da água sendo 10°C o limite
mínimo.

Habita uma variedade de ambientes como


oceanos, lagos, rios, estuários e algumas ilhas
(MARQUEZ, 1990).
Área de ocorrência de
desovas

No Brasil, as áreas de desova de C. caretta estão Área prioritária de desovas

localizadas no litoral da Bahia, Espírito Santo, Potencial


alimentação
área de

norte do Rio de Janeiro e Sergipe (SANTOS, Área de alimentação de


adultos
2011). Linha geográfica Brasil

Distribuição geográfica da espécie C. caretta no Brasil. Fonte: Banco


de dados do TAMAR/SISTAMAR. Adaptado de Santos (2011).
Introdução
Distribuição da espécie Caretta caretta

Histórico dos registros de


tartarugas marinhas durante
os monitoramentos de praias
realizados pelo Instituto
Mamíferos Aquáticos entre
nov.-2005 e out-2009;
abr.2011 e nov.2013 no Baixo
Sul e Sul do estado da Bahia-
Brasil. Mapa: Arquivo IMA.
Interação antrópica
• A bibliografia especializada* trata
historicamente dos aspectos referentes à
interação antrópica e as tartarugas marinhas,
considerando como uma das maiores causas de
mortalidade de tartarugas no mundo.

• Classificam-se como principais ameaças


antrópicas às tartarugas marinhas:

- Colisão contra embarcação


- Molestamento
- Utilização da carne e ovos
- Emalhe em artefatos de pesca
- Ingestão de resíduo inorgânico
- Lesões provocadas por objeto perfuro cortante

*(NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 1990; LEITE, 1990; LUTCAVAGE, et al.,


1997; Marcovaldi et al., 1998;ORAVETZ, 1999; BUGONI, 2001; Alarcon et al.,
2009; FLINT, et al. , 2009; BRAGA, 2011). Fotos: Arquivo IMA
Relato de Caso

 Data do registro: 08/03/2013

 Local: Praia de Atalaia, Canavieiras - Bahia –


Brasil (-14.97327S/ -39.00356W).

 Contexto: exemplar oriundo do Projeto de


Monitoramento de Praias que atende a
condicionante CGPEG/DILIC/IBAMA do
processo de licenciamento do Bloco BM-J-2
(Queiroz Galvão Petróleo e Gás).

 Histórico clínico:
Exemplar macho adulto (CCC 100cm; 150kg),
apático, apresentando lesão longitudinal
contínua em mais da metade do casco,
associado a colisão com embarcação.

Fotos: Arquivo IMA


Relato de Caso
Metodologia

 Manejo clínico:
Duração: 19 dias

1. Fluidoterapia com sorofisiológico 0.9% nos primeiros 4 dias.


Ringer Lactato nos últimos 7 dias. SC e IV respectivamente
durante 11 dias (150 a 200 ml por dia SID).
2. Antibiótico SID (Enrofloxacina 2,5% - 5ml) durante 15 dias IM
e IV.
3. Antinflamatório SID (Flunixin meglumine – 5ml) foi usado por
3 dias IM e IV.
4. Analgésico - Tramadol® por 4 dias; 9 ml SID IM e IV,
5.Compl. Vitaminico- Bionew® 5ml SID nos 4 primeiros dias.
6.Estimulante digestivo- Mercepton® 5ml SID IM e IV durante 7
dias.

Nos dois últimos dois dias utilizou-se sonda esofágica contendo


papa de processada em liquidificador, composta de soro
fisiológico, peixe, Glicopan®, cascas de ovos e creme de leite
(Protocolo TAMAR).
Relato de Caso
Metodologia

• Raio-X:
Realizado exame para avaliação de
comprometimento de órgãos da cavidade
celomática.
Neste, foi comprovado que o pulmão se
encontrava limpo, sem presença de líquido na
cavidade e nem fratura óssea, sendo então
liberado o acesso à piscina.

Preparo para exame radiográfico

Acesso à piscina
Relato de Caso
Metodologia

• Intercorrências durante a reabilitação:


Após uma semana o animal começou a expor o
órgão genital devido a ausência de pressão
aquática, já que havia passado alguns dias fora
da água.

O animal apresentou problemas de


flutuabilidade durante 4 dias, mostrando
melhoras gradativa.
Após o 6º dia apresentou melhora significativa
conseguindo manter-se submerso.

Prolapso genital
Relato de Caso
Conclusão

 Após o animal ser submetido ao protocolo de tratamento se apresentou mais ativo


e responsivo aos estímulos externos.

 Ao ser mantido na piscina passou a corrigir a flutuabilidade e demonstrou


motilidade intestinal confirmada pela presença de fezes no fundo da piscina.

 Nos últimos 4 dias o animal se apresentou mais agilidade sendo difícil o manejo e
contenção para passagem da sonda e aplicação de medicamento, sendo liberado
no 19º dia.
Agradecimentos

 Aos membros da equipe do Instituto Mamíferos Aquáticos especialmente os


coordenadores Sheila Serra, Luciano W. Reis e Joana Ikeda pela colaboração e
pelo maravilhoso trabalho feito com os animais marinhos.

 A Queiroz Galvão Exploração e Produção S.A pela oportunidade.

 A CGPEG/DILIC/IBAMA pelo atenção dada à fauna marinha nos processos de


licenciamento de atividades do ramo petrolífero.
Obrigada!!!

contatos@mamiferosaquaticos.org
55 (71) 3461-1490
Salvador-Bahia-Brasil
Perguntas??

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