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Citologia e Histologia - Aula 05

Prof. Mayara Fialho


Tecido muscular
O tecido muscular é um tecido de origem mesodérmica caracterizado
pela presença de células alongadas, denominadas de fibras musculares
ou miócitos, com um citoplasma rico em fibras proteicas, que conferem a esse
tecido a capacidade de contração.
Em virtude dessa capacidade de contração, o tecido muscular
é responsável por diversos movimentos que ocorrem no organismo, como a
contração de órgãos. Além disso, esse tecido pode ser classificado em três
tipos: muscular estriado esquelético, muscular liso e muscular estriado
cardíaco.
Características do tecido muscular

O tecido muscular é caracterizado pela presença de células alongadas,


denominadas fibras musculares ou miócitos, com um citoplasma rico em filamentos
proteicos, principalmente actina e miosina. A actina é uma fibra proteica do
citoesqueleto e, junto a outras proteínas, forma os chamados filamentos finos.
A miosina é uma proteína associada ao citoesqueleto e forma os filamentos espessos.
As células musculares apresentam ainda tecido conjuntivo conjugado e sua
matriz extracelular é constituída pela lâmina basal e fibras reticulares. Algumas
estruturas das células musculares recebem denominações especiais. A membrana das
células musculares é denominada sarcolema, seu citoplasma chama-se sarcoplasma,
e seu retículo endoplasmático liso é chamado de retículo sarcoplasmático.
Função do tecido muscular

O tecido muscular é responsável pela contração muscular, característica


conferida pela presença dos filamentos proteicos de actina e miosina. Esses
filamentos utilizam a energia proveniente das moléculas de ATP (adenosina trifosfato)
para a realização do processo de contração.
O processo de contração muscular é de extrema importância para o organismo,
pois, além de permitir a sua locomoção, possibilita a contração de diversos
órgãos, influenciando diversos processos fisiológicos, como a digestão, por meio
dos movimentos peristálticos no trato digestivo, e a circulação sanguínea, por meio da
contração do coração e dos músculos esqueléticos, que comprimem as veias,
auxiliando no deslocamento do sangue de volta ao coração.
Tipos de tecido muscular

O tecido muscular pode ser classificado em três tipos:


Músculo estriado esquelético

O músculo estriado esquelético é constituído por células alongadas, com 10 µm a 100 µm de


diâmetro e 30 cm de comprimento. Essas células são formadas pela fusão de células precursoras
denominadas miócitos, sendo, por isso, multinucleadas. Os núcleos ocupam as porções mais
periféricas da célula.
O tecido muscular estriado esquelético é responsável pela contração voluntária do
organismo. Ligado aos ossos, esse tecido é o responsável pela locomoção. As células desse tecido
são ricas em filamentos de actina e miosina. Esses filamentos estão envoltos em invaginações da
membrana, cisternas de retículo endoplasmático e mitocôndrias, formando as miofibrilas. A
disposição dos filamentos de actina e miosina na célula faz com que ela apresente uma aparência
estriada quando vista ao microscópio, apresentando faixas claras e escuras.
Músculo estriado esquelético

A faixa ou banda clara é constituída por filamentos finos (actina), sendo chamada também de banda I. A
faixa ou banda escura possui filamentos finos e espessos (miosina), sendo chamada também de banda A. No
centro da banda I, é encontrada a banda Z, que delimita as unidades repetidas de miofibrilas,
denominadas sarcômeros.
Os sarcômeros são constituídos por duas semibandas I, separadas por uma banda A, e medem cerca de
2,5 µm de comprimento. No centro da banda A, é encontrada uma região mais clara, constituída apenas de
miosina, denominada banda H. No centro da banda H, encontra-se a banda M, uma faixa escura constituída
por proteínas e uma enzima responsável pela catalização do processo de formação do ATP utilizado na
contração muscular.
As células do músculo estriado esquelético não se multiplicam no indivíduo adulto, no entanto, podem
surgir novas células após lesão ou hipertrofia decorrente de exercício físico. Contudo, essas células são
diferentes das demais, apresentando-se fusiformes (alongadas com as extremidades mais estreitas que o seu
centro) e com um núcleo único, escuro e menor que os das demais células.
Músculo estriado esquelético
Músculo liso
O músculo liso apresenta células fusiformes, espessas no centro e afiladas nas pontas, com cerca
de 3 µm a 10 µm de diâmetro e comprimento variado, dependendo de sua localização – em vasos
sanguíneos, por exemplo, podem apresentar cerca de 20 µm, já no útero, durante a gestação, cerca de
500 µm. Além disso, seus núcleos são centrais.
Essas células têm aparência não estriada, com contrações lentas e involuntárias,
sendo responsáveis pelos movimentos involuntários do corpo. Atuam, por exemplo, nas contrações
uterinas durante o parto. Esse tecido é encontrado em diversas estruturas do corpo, como a bexiga, útero,
trato digestório e artérias.
As células do músculo liso são revestidas pela lâmina basal e mantêm-se unidas por uma rede de
fibras musculares, o que permite que a contração de apenas algumas células contraia o músculo por
inteiro. Diferentemente das células do músculo estriado, as células do músculo liso podem dividir-se no
indivíduo adulto, aumentando o tamanho dos órgãos ou reparando lesões nesses tecidos. No útero,
durante o processo de gestação, pode ser observado um aumento tanto no número dessas células quanto
em seu tamanho.
Músculo estriado cardíaco
O músculo estriado cardíaco ou, simplesmente, músculo cardíaco está presente no coração. Ele atua
na contração desse órgão, permitindo, assim, o bombeamento de sangue para todo o organismo.
Esse tecido apresenta características semelhantes ao do músculo estriado, no entanto, suas células
são alongadas e cilíndricas, ramificadas, com cerca de 15 m de diâmetro e 80 a 100 m de comprimento,
com um ou dois núcleos centrais. As fibras desse tecido são envoltas por uma bainha de tecido conjuntivo
rica em capilares sanguíneos.
Uma característica desse tecido é também a presença de linhas transversais, denominadas discos
intercalares, que são complexos constituídos por três tipos de especializações juncionais: zônula de adesão,
desmossomos e junções comunicantes.
Essas especializações permitem a conexão elétrica entre as células desse tecido, sincronizando a
contração cardíaca, além de evitar a separação dessas células durante o processo de contração. As
contrações das células no tecido cardíaco são fortes, rápidas, contínuas e involuntárias.  
Tecido Nervoso

De origem ectodérmica, o tecido nervoso possui a principal função de receber


informações do meio externo e interno, processá-las e enviar respostas a órgãos e
glândulas. É graças a esse tecido que conseguimos ler este texto e compreendê-lo.
O tecido nervoso possui pouca substância intercelular e é composto
principalmente por dois tipos celulares: os neurônios e as células da glia, também
chamadas de gliócitos.
A função do tecido nervoso é fazer as comunicações entre os órgãos do corpo e
o meio externo.
Tudo acontece de forma muito rápida. Através dos neurônios, o sistema nervoso
recebe estímulos, decodifica as mensagens e elabora respostas.
Células Nervosas
As células do tecido nervoso podem ser de dois tipos: neurônios e células da glia.
Neurônios
Os neurônios transmitem informações por mediadores químicos, os neurotransmissores, e de impulsos
elétricos. Podemos identificar três regiões na maioria dos neurônios, são elas:

• Corpo celular: nele se localizam o núcleo e as organelas, por exemplo, mitocôndrias.


• Axônio: é um prolongamento longo do corpo celular, geralmente único, de espessura constante. É envolvido por
macroglias de dois tipos: Oligodendrócitos e Células de Schwann.
• Dendritos: são prolongamentos curtos do corpo celular, com muitas ramificações que se afinam nas pontas.
Neurônios
Podem ser de vários tipos e
classificados da seguinte maneira:

• Segundo a forma: Neurônios


Multipolares, Bipolares e Unipolares

• Segundo a função: Neurônios


Sensitivos, Motores e Integradores
Células da Glia
As células da glia, ou neuróglias, são muito mais numerosas do os neurônios. Sua
função é nutrir e proteger o sistema nervoso. Além disso, ajudam na regulação das
sinapses e transmissão dos impulsos elétricos. Existem dois tipos de células gliais, a
saber:

• Microglias: protegem o sistema nervoso, agindo de forma semelhante


aos macrófagos

• Macroglias: há quatro subtipos, cada uma com função específica, ajudando na


transmissão dos impulsos nervosos. São elas: os astrócitos, os oligodendrócitos, os
ependimócitos e as células de Schwann.
Células da Glia

• Astrócitos: são as maiores células, possuem núcleo central e esférico. Têm como função
a sustentação e a nutrição, pois suas ramificações se ligam a capilares sanguíneos fazendo o
transporte de nutrientes;

• Micróglia: apresentam o corpo alongado e pequeno, com um núcleo também alongado e denso.
São células macrofágicas, responsáveis pela fagocitose de corpos estranhos e restos celulares;

• Oligodendrócitos: são caracterizadas por apresentarem poucos e curtos prolongamentos


celulares. Produzem a mielina do sistema nervosos central. No sistema nervoso periférico, essa
função é exercida pelas células de Schwann;

• Ependimárias: são cilíndricas, com núcleos alongados, apresentando arranjo epitelial. Sua função
é o revestimento das cavidades do sistema nervoso central.
Impulsos Nervosos e Sinapses

A transmissão do impulso nervoso é a forma de comunicação dos


neurônios. Os impulsos são fenômenos de natureza eletroquímica, uma vez
que envolvem substâncias químicas e a propagação de sinais elétricos.
As sinapses ocorrem entre os prolongamentos dos neurônios (axônio de
uma célula e dendritos da vizinha). Ocorrem devido a substâncias químicas, os
mediadores chamados neurotransmissores.
Os sinais elétricos geram um potencial de ação nas membranas dos
neurônios, isso quer dizer, que há mudança de cargas elétricas.
Impulsos Nervosos e Sinapses

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