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O tecido é um conjunto de células associadas a uma matriz extracelular, a variação

dos tecidos é definida pelos grupos de células a composição desta matriz


extracelular (MEC). O MEC é formado por uma parte fibrilar, com fibras colágenas e
elásticas, e por uma parte não fibrilar, ou seja, substâncias fundamentais amorfa
(SFA). essas substâncias possuem glicosaminoglicanos, proteoglicanos e
glicoproteínas. A substância fundamental tem textura de gel, as proporções das
partes variam de um tecido para o outro, de acordo com sua função. A MEC
proporciona suporte estrutural ao tecido e regula o comportamento celular
(proliferação, diferenciação, migração e morfologia).

O estudo dos tecidos chama-se histologia, este estudo é feito através de


microscópios por conta do tamanho das células e tecidos. Os tecidos precisam ser
fatiados, colocados na lâmina e corados, pois, os mesmos são muitas vezes
incolores. para corar usaremos a hematoxilina e eosina (HE). A hematoxilina cora
de azul ou violeta o núcleo das células e a eosina cora o citoplasma e o colágeno de
rosa.

2.1 Tecido Conjuntivo


O tecido conjuntivo é altamente especializado, podendo se diferenciar em adiposo,
ósseo, cartilaginoso, sanguíneo, entre outros.

Tecido Conjuntivo: é caracterizado por ter uma grande proporção de MEC quando
comparado a proporção celular, por conta disto, as células do tecido conjuntivo se
apresentam de forma dispersa, afastadas umas das outras.

CARACTERÍSTICAS DO TECIDO CONJUNTIVO:


● grande quantidade de matriz extracelular.
● células afastadas entre si.
● células morfofuncionalmente diferentes.
● presença de vascularização.
● alta capacidade de regeneração.

O tecido conjuntivo possui células com características e funções distintas, ou seja,


são morfofuncionalmente diferentes. As principais são: fibroblastos, fibrócitos,
macrófagos, mastócitos, plasmócitos e células mesenquimais.
Os fibrócitos e fibroblastos são as células mais comuns no tecido conjuntivo, elas se
apresentam de forma alongada, com longos prolongamentos e o núcleo
eucromático. Eles são responsáveis pela síntese dos componentes da matriz
extracelular: fibras colágenas e as fibras elásticas, além da própria substância
fundamental.

Quando essas células diminuem o metabolismo, passam a ser chamadas de


fibrócitos. Eles são menores com núcleo mais heterocromático.

Diante de uma necessidade de manutenção ou renovação do MEC, um fibrócito é


capaz de retornar ao estágio de fibroblasto.
Os macrófagos também são muito abundantes no tecido conjuntivo, facilmente
observáveis pelo núcleo ovóide ou pela forma de rim e excêntrico.
A membrana plasmática apresenta projeções que ajudam no movimento celular e
na fagocitose. Além disso, os macrófagos são capazes de fagocitar e digerir
bactérias, restos celulares e substâncias estranhas. Sua migração pelo tecido
ocorre devido à capacidade de secreção de colagenase, elastase e enzimas que
degradam os glicosaminoglicanos, facilitando a migração pela matriz extracelular.
Além disso, são também conhecidas como células apresentadoras de antígeno,
devido à sua capacidade de expor os antígenos em sua superfície, levando à
ativação de células de defesa, como os linfócitos T, que ativam respostas imunes
contra esse microrganismo.

Os Mastócitos são células grandes, ovóides, com núcleo esférico e central e


citoplasma preenchido com grânulos, que contêm os mediadores químicos da
reação alérgica e do processo inflamatório, como a histamina e a heparina.
Um corpo estranho adentra ao tecido e os macrófagos residentes não são
suficientes para combatê-lo. Essas substâncias secretadas pelo mastócito
aumentam a permeabilidade e vasodilatação, permitindo que outras células de
defesa possam migrar para o local necessário. Por isso, é muito comum
encontrarmos mastócitos nas proximidades de vasos sanguíneos.

Os plasmócitos são células ovóides, com núcleo esférico e excêntrico. Essas


células são produtoras de anticorpos e auxiliam os macrófagos e mastócitos da
defesa do tecido.
Os tecidos conjuntivos originam-se do mesênquima, que é um tecido embrionário
formado por células alongadas, as células mesenquimais. Morfologicamente, essas
células apresentam um núcleo oval e muitos prolongamentos citoplasmáticos.

As células mesenquimais originam todos os tipos de células do tecido conjuntivo.


O tecido conjuntivo é o único tecido vascularizado. Nenhum dos demais tecidos
fundamentais recebe a nutrição direta do sangue. Por isso, é necessária a presença
de tecido conjuntivo associado a todos os demais tecidos fundamentais.
O tecido conjuntivo que envolve os nervos é chamado de epineuro. Ele emite ramos
que envolvem feixes nervosos, os quais chamamos de perineuro. Por fim, o tecido
conjuntivo que envolve cada axônio é chamado de endoneuro.
Todos os demais tecidos fundamentais também terão um tecido conjuntivo aderido.
O tecido conjuntivo é o único tecido vascularizado, portanto, toda a nutrição será
feita por meio dele.
Apesar de estar espalhado por todo o corpo, o tecido conjuntivo não se apresenta
sempre da mesma forma. Podemos classificar o tecido conjuntivo de acordo com a
proporção entre MEC e células.

Na imagem, temos uma lâmina histológica ilustrando acima o tecido conjuntivo


frouxo e abaixo um tecido conjuntivo denso. Há diferença na proporção entre células
e fibras dos dois tecidos. No frouxo, a mesma proporção, enquanto que abaixo
existem muito mais fibras do que células.
O tecido conjuntivo frouxo se apresentará em locais de pouco atrito e maior
necessidade nutricional. Por outro lado, o tecido conjuntivo denso, por apresentar
maior quantidade de fibras, será encontrado em locais de maior necessidade de
resistência.
FIBRAS DESALINHADAS: Tecido conjuntivo denso não modelado.
FIBRAS ALINHADAS NA MESMA DIREÇÃO: Tecido conjuntivo denso modelado.
Quanto maior o alinhamento das fibras, maior a resistência oferecida ao tecido.

O tecido conjuntivo denso não modelado é encontrado na derme. A derme pode


receber tração em várias direções, daí a importância das fibras colágenas se
arranjarem em muitas direções diferentes.
O tecido conjuntivo denso modelado é encontrado nos tendões que fixam nossos
músculos ao esqueleto. Nos tendões, a tração é aplicada sempre na mesma direção
e o arranjo paralelo das fibras colágenas aumenta a resistência destas estruturas.
A composição desse tecido determina a função que aquela estrutura terá. Se for
denso, terá mais resistência, se for frouxo, maior nutrição.

2.2 Sistema Esquelético: Esqueleto Axial e


Apendicular e Tecido Ósseo
O esqueleto é formado por ossos e cartilagens. O esqueleto humano é composto
por 206 ossos, e divide-se em esqueleto axial e apendicular.
O tecido ósseo é um tecido de sustentação responsável pela formação dos nossos
ossos. É um tipo de tecido conjuntivo e apresenta como principal característica a
presença de uma matriz extracelular calcificada. Basicamente, esse tecido é
constituído por células chamadas de osteoblastos, osteoclastos e osteócitos.
O esqueleto axial consiste no conjunto de ossos que ficam situados na parte
central, ou eixo do corpo. Dessa forma, esses ossos se sustentam e atuam na
proteção dos órgãos da cabeça, do pescoço e do tronco. No total, o esqueleto axial
possui 80 ossos, sendo distribuídos pelo crânio, caixa torácica e coluna vertebral.
O esqueleto apendicular é formado pelos membros superiores e inferiores,
incluindo-se a cintura escapular e a pélvica. A função do esqueleto apendicular é
auxiliar na movimentação do organismo.

2.2.1 Funções do sistema esquelético


A maior parte do sistema esquelético é composta por ossos. Eles são um tecido vivo
e dinâmico que nos auxiliará em diversas funções, desde suporte e proteção à
manutenção da funcionalidade de outras células.
● Formação do arcabouço: O formato do corpo humano é devido ao sistema
esquelético. É possível identificar a espécie animal, observando apenas o
esqueleto.
● Suporte: É o sistema esquelético o principal responsável pela sustentação
dos demais tecidos moles, como órgãos e músculos.
● Proteção: Órgãos considerados vitais, como o coração e o encéfalo, são
completamente protegidos pelo sistema esquelético.
● movimento: Os ossos, juntamente com as articulações e músculos, são os
responsáveis pela locomoção. dizemos que o esqueleto é o elemento passivo
do movimento, enquanto os músculos são os elementos ativos do
movimento.
● Produção de células sanguíneas: o tecido ósseo é um tipo de tecido
conjuntivo. Sendo assim, no interior de alguns ossos, encontramos uma
região denominada medula óssea. Nesta região, encontram-se diversas
células mesenquimais que dão origem às células sanguíneas.
● Armazenamento de minerais: Na matriz extracelular do tecido ósseo,
encontram-se muitos minerais, em especial o cálcio, que conferem rigidez ao
osso, permitindo que ele realize a função de sustentação. Além disso, os
ossos também armazenam minerais para serem utilizados por outras células
do corpo.

2.2.2 Divisão do sistema esquelético


O sistema esquelético é dividido em Esqueleto Axial e Esqueleto Apendicular. Esses
sistemas são formados por ossos, 206 em média, em um indivíduo adulto.
A palavra “axial” vem do "eixo principal”. Por isso, essa parte do esqueleto é
formada pelos ossos da cabeça, pescoço e tronco. Já a palavra “apendicular” vem
de “apêndice” ou “algo anexado, apenso”. Essa parte do esqueleto é formada pelos
ossos dos membros superiores e inferiores.
Os pontos de conexão entre os dois esqueletos recebem o nome de cíngulos.
Portanto, cíngulos são ossos que unem os membros ao tronco. O cíngulo do
membro superior é formado pela clavícula e escápula, e o cíngulo do membro
inferior é formado pelo osso do quadril.

2.2.3 Classificação dos ossos


Os ossos não têm o mesmo formato. Na anatomia, podemos classificar os mesmos
quanto àquilo que visualizamos. Por isso, os ossos podem ser classificados quanto
ao comprimento (C), largura (L) e espessura(E).

Os ossos longos apresentam duas extremidades alargadas, as epífises, e uma parte


central e alongada, a diáfise. Em indivíduos em fase de crescimento, encontramos
entre a epífise e a diáfise um disco de cartilagem hialina, chamado de disco epifisal.
É o disco epifisial que permite o crescimento ósseo em comprimento.
Externamente, o osso é revestido pelo periósteo, um tecido conjuntivo,
vascularizado, que protege o osso, permite a inserção de músculos e ainda produz
células ósseas, permitindo o crescimento ósseo em espessura.
Dentro da diáfise, encontramos o canal medular. O canal medular guarda a medula
óssea. Há dois tipos de medulas ósseas: a vermelha, responsável pela
hematopoiese, a produção de células do sangue e a amarela, um acúmulo de
gordura.

Os ossos pneumáticos apresentam uma cavidade revestida por mucosa, contendo


ar no seu interior, denominada seio. Há cinco ossos pneumáticos no nosso corpo:
são os ossos frontal, esfenoide, etmoide, temporal e maxila.
PRINCIPAIS OSSOS DO PESCOÇO E COLUNA VERTEBRAL: Na região do
pescoço, temos, numa posição anterior, apenas um osso, o osso hióide, localizado
logo abaixo da mandíbula.
Formando a coluna vertebral, temos um total 33 vértebras.

As vértebras recebem estes nomes devido a região do tronco na qual estão


localizadas. Por exemplo, perceba que as vértebras torácicas estão localizadas no
tórax.

A região de apoio das vértebras é chamada “corpo da vértebra”. Observe que as


vértebras cervicais têm a menor área de corpo, isso porque precisam apenas
sustentar o peso da cabeça. Já as lombares, têm a maior área de corpo, pois
precisam sustentar a cabeça e todo o tronco.
Além disso, podemos distinguir as vértebras, pela angulação do “processo
espinhoso”. As torácicas possuem uma angulação de cerca de 60 graus, enquanto
as lombares apresentam o processo espinhoso perpendicular ao corpo da vértebra.
Existem ainda muitas outras diferenças morfológicas, porém, essas duas já são
suficientes para se distinguir.
Nas imagens anteriores, temos uma comparação entre três tipos de vértebras
(cervicais, torácicas e lombares). Repare que existem diversas diferenças
morfológicas entre elas. Isso porque cada uma precisa oferecer suporte e
movimentação diferentes.
Na sequência, vemos os ossos do tórax. Essa figura representa a caixa torácica.
Nela, você pode observar o esterno, costelas verdadeiras, costelas falsas e costelas
flutuantes. Temos ao todo, doze pares de costelas, sendo que os sete primeiros
pares correspondem a costelas verdadeiras e os demais, a falsas. O que determina
se uma costela é verdadeira ou falsa é a presença da cartilagem hialina que une a
costela ao osso esterno. Esta cartilagem é chamada de cartilagem costal.
Se a costela possui uma cartilagem costal própria associada ao osso esterno, esta é
chamada costela verdadeira. Porém, se a costela funde sua cartilagem com a de
outra costela, para só depois se conectar ao osso esterno, é denominada “falsa”. As
costelas que não se conectam ao osso esterno são chamadas, além de falsas,
flutuantes.

Estudo do esqueleto apendicular: Começaremos com o membro superior. Os


ossos que formam o membro superior são: úmero, rádio, ulna, ossos do carpo,
ossos do metacarpo e falanges.
Regiões que compõem o membro superior:
No braço, temos apenas um osso chamado úmero. O antebraço é formado por dois
ossos, um mais lateral, chamado rádio, e um mais medial, chamado ulna. A mão é
formada por vinte e sete ossos. Em nossos estudos, vamos chamá-los apenas de
carpo, metacarpo e falanges (proximais, médias e distais).
Membros INFERIORES: Nosso membro inferior é formado por coxa, perna e pé. A
proporção de ossos é bem semelhante à dos membros superiores: um osso
formando a coxa, dois ossos formando a perna e cerca de vinte e seis, formando os
pés, sendo eles: fêmur, tíbia, fíbula, patela, tarso, metatarso e falanges (proximais,
médias e distais).
A coxa é formada por um único osso, o maior do nosso corpo, chamado fêmur. A
perna, assim como o antebraço, também é formada por dois ossos: tíbia mais
medial e fíbula mais lateral. Já o pé é formado por vinte e seis ossos. Da mesma
forma que, na mão, vamos generalizá-los em ossos do tarso, metatarso e falanges
(proximais, médias e distais).
os cíngulos. Eles fazem parte do esqueleto apendicular. Os ossos do cíngulo do
membro superior são a clavícula e a escápula. O cíngulo do membro inferior é
formado por um único osso: o osso do quadril. O osso do quadril é formado por três
partes: ílio, ísquio e púbis.
2.2.4 Tecido Ósseo
O tecido ósseo é o único do nosso corpo que apresenta tamanha rigidez. Isso
porque, dentre os constituintes da matriz extracelular, temos uma parte inorgânica
(mineral). Apesar disso, não é um tecido morto, ao contrário, se apresenta com
muito dinamismo devido à atividade constante das células que o compõem.
As células principais do tecido ósseo são: osteoblastos, osteócitos e osteoclastos.

“blasto” significa uma célula jovem, de alto metabolismo. Já “osteo” significa osso.
Se, no tecido conjuntivo propriamente dito, havia uma célula jovem que produzia
fibras (fibroblasto), agora temos uma célula jovem que produz a matriz óssea
(osteoblasto).
Em nosso organismo, não temos uma célula produtora de cálcio, ele é provindo de
nossa alimentação. As células musculares só conseguem produzir a contração se
houver cálcio disponível, portanto, são grandes consumidoras de cálcio. Nem
sempre há cálcio suficiente circulando na corrente sanguínea para que as células
musculares possam produzir a contração. Nesse caso, o organismo terá de retirar o
cálcio dos ossos, onde ele fica esticado em grandes quantidades. Dessa maneira,
como as células do nosso corpo podem garantir que sempre haverá cálcio
circulando, independentemente da nossa ingestão desse mineral? Estocando.
Os osteoblastos são células que captam o cálcio provindo da corrente sanguínea e
o transferem para a matriz óssea, formando os ossos que estudamos anteriormente.
Os osteoblastos têm forma cúbica ou poligonal quando em atividade, e alongada
quando inativos (osteócitos). O núcleo é excêntrico e eucromático.

Os osteoblastos são as células que sintetizam a matriz óssea (em rosa, na lâmina
histológica) e conforme estas células vão formando o osso, ficam aprisionadas
dentro de lacunas ósseas, a chamamos de sistema de havers. A partir daí o
metabolismo celular diminui, e passam a ser chamadas de osteócitos.
Na imagem acima vemos um sistema de Havers, dentro do círculo. Veja que, ao
centro do sistema, há um canal, chamado de canal de Havers. No interior desse
canal, passam vasos sanguíneos responsáveis pela nutrição do tecido ósseo.
Entendemos a função do osteoblasto e do osteócito, mas e quanto ao osteoclasto?
Essa célula tem a função de degradar a matriz óssea, devolvendo o cálcio para a
corrente sanguínea. Para quê? Para que esse sangue possa conduzir o cálcio até
as células musculares e ser utilizado por elas.
Não adianta você ter um armário cheio de comida, se você não o abre para comer.
Não adianta ter um osso cheio de cálcio, se o músculo não consegue fazer uso
dele.
A homeostase óssea é garantida pelo equilíbrio do trabalho do osteoblasto e do
osteoclasto.
Para ajudar na compreensão, imagine a seguinte situação: uma casa está sendo
reformada. Nessa reforma, o ritmo de quem quebra e quem constrói deve ser o
mesmo, senão, a reforma da casa demorará, ou não acontecerá. Perceba, então,
que as células ósseas, osteoblastos e osteoclastos, devem trabalhar no mesmo
ritmo, se quiserem manter o osso rígido e os músculos contraindo.
Apesar de ser uma especialização do tecido conjuntivo, o tecido ósseo, devido à
sua mineralização, apresenta dificuldades em distribuir seus nutrientes. Assim,
temos, adjacente ao tecido ósseo, um tecido conjuntivo propriamente dito que
permite essa vascularização. O tecido conjuntivo que rodeia os ossos é chamado de
Periósteo. Ele gera invaginações para dentro do tecido, permitindo uma
vascularização interna, chamada de Endósteo, acompanhe.

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