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FIOS, SEDUÇÃO E OLHARES: OS

PRIMÓRDIOS “PSI” NAS TERAPIAS


PARA CORPOS E MENTES
PERTURBADOS
•A mansão da Landstrasse / casa de Franz
Anton Mesmer / as “gravitas universalis” / imãs
na cura de certas doenças / Benjamin Franklin
acerca da eletricidade / desequilíbrio desses
fluidos no corpo / blaquet, ou cuba de saúde
•No entanto, em 1775, Mesmer
faz uma retificação em seu
método: a cura não era
promovida pelo imã, mas pelo
contato com o magnetizador /
magnetismo animal / Daí sua
conclusão de que nenhuma
outra força da natureza é maior
que aquela que um homem
pode exercer sobre o outro / o
poder da SUGESTÃO
•Deixa Viena para se estabelecer em
Paris / encantando-se com quiromantes e
curandeiros / o médico agrada à maioria
da corte, à burguesia e à própria Rainha
Maria Antonieta / Os clientes dão-se as
mãos para formarem uma corrente
humana em transe, enquanto Mesmer,
vestido com uma túnica lilás, vai tocando
alguns doentes com sua varinha de ferro,
detendo-se para conversar em voz baixa
com outro ou desenhando signos no ar
em frente a um terceiro
•Dessa vivência de choque decorria a
cura / a oposição / nega não só a
existência de uma força de natureza
sugestiva exercida pelo magnetizador
como alude aos perigos da promiscuidade
e da histeria / inaugurou a prática:
hipnose / o último representante “ciência”
vencido a “superstição” / expulsando
Mesmer e seus discípulos montados em
vassouras de bruxas / cada vez mais no
âmbito científico
•Foucault (1994) / o berço da
medicina moderna / A medicina
clássica se ocupava em
descrever e classificar /
“botânica dos sintomas” /
linguagem do imaginário
(idealizado) / suporte
perceptivo (ver, contactar) /
razão / a doença / fenômeno
manifesto (ou seja, pelo
conjunto de sintomas, que por
sua vez evocava o signo (a
doença representada) / a
ênfase é dada na saúde e não
na noção de normalidade
•A percepção médica é uma ponte entre o
sintoma e a doença / fonte de confusão /
diferenciam uma doença da outra / os
sintomas iniciais / a patologia é vista como
fenômeno da natureza / a doença é o
lugar da vida, o âmbito familiar, o
domicílio – não o hospital / A “lógica
botânica” será substituída por uma
“gramática dos signos” ao longo do século
XIX
•Petit recomenda: “É preciso, tanto quanto ela
autoriza, tornar a ciência ocular” (Foucault).
Trata-se, portanto, de um olho capaz de saber
ver, analisar, estabelecer identidades e
diferenças, classificar o normal e apontar o
desvio / Os valores da lógica botânica / Agora,
o olhar é o médico (especialista)
•(Olhar sensível do médico) / É o “ver” que
“enuncia”, ou, nas palavras de Foucault, o puro
olhar que seria também pura linguagem /
“uma linguagem no momento em que percebe
um espetáculo” / hospital é, por excelência, o
cenário / o espetáculo / E se nesse campo da
clínica que esta verdade é desvelada / espaço
de espetáculo
CHARCOT E A HIPNOSE

•Paris, século XIX. O uso


terapêutico da hipnose é
marcado pelos trabalhos de
Charcot, médico residente de
Salpêtrière / a crise histérica
(mutismo, amnésias,
anestesias, paralisias etc.) podia
ser induzida em paciente
hipnotizados / a existência de
“ideias fixas” no núcleo destas
neuroses
•Os estudos de Charcot levaram à conclusão que tais manifestações somáticas podiam ser
transferidas de um ponto a outro corpo por meio de imãs / resgata “cientificamente” suas ideias /
patologias “nervosas”
•Quadro de André Brouillet (1887) – próprio Charcot desenhou a cena / arco histérico
•Theodule Ribot (1839-1916), filósofo / uma
psicologia como ciência autônoma, com uma
metodologia própria, apartada das
considerações metafísicas, em contraposição
à “velha psicologia”, articulada à filosofia
espiritualista
•Esforço em direção à precisão, emprego
da experimentação, determinações
quantitativas, delimitação de campo de
estudo e a publicação de monografias em
lugar de trabalhos extensos / A partir de
1880 – Psicologia Fisiológica – estudar o
homem em sua totalidade, estudando os
processos superiores e a personalidade /
Alfred Binet: definiu também o seu
método – elucidar mecanismos normais
de funcionamento apelando à observação
da patologia / A terceira fase de suas
obras refere-se aos estudos a vida afetiva
e os sentimentos / “psicologia dinâmica” /
à parte sua ênfase no método
psicopatológico / Alfred Binet é uma das
ausências do quadro de Bouillet

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