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• Conversão pessoal/social
ESMOLA
• Convite de conversão à amizade social e
ao reconhecimento da vontade de Deus de
que todos sejam irmãos e irmãs.
ORAÇÃO
A pessoa
» É um ser social
» Responde às próprias necessidades (pessoais)
com base numa subjetividade relacional
» É um ser livre e responsável
» Reconhece a necessidade de integrar-se e de
colaborar com os próprios semelhantes.
Compêndio da DSI (390)
O significado profundo da convivência civil e política não emerge
imediatamente do elenco dos direitos e deveres da pessoa. Tal convivência
só adquire todo o seu significado se for baseada na amizade civil e na
fraternidade. De fato, o campo do direito é o do interesse tutelado e do
respeito exterior, da proteção dos bens materiais e da sua repartição de
acordo com regras estabelecidas; o campo da amizade é, pelo contrário, o
do desinteresse, do desprendimento dos bens materiais, da sua doação, da
disponibilidade interior às exigências do outro. A amizade civil, assim
entendida, é a atuação mais autêntica do princípio de fraternidade, que é
inseparável do de liberdade e de igualdade. Trata-se de um princípio que
permaneceu em grande parte não realizado nas sociedades políticas
modernas e contemporâneas, sobretudo por causa da influência exercida
pelas ideologias individualistas e coletivistas.
CF 2009 - Mensagem do Papa Bento XVI
• ABERTURA
• FECHAMENTO/ISOLAMENTO
Desafios
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O diálogo é cada vez mais raro e escasso;
As famílias se dividem, rompem relações por razões
ideológicas;
As comunidades estão em conflito, defendendo opostos em nome do
mesmo Evangelho;
O rancor, a inimizade, o afastamento das pessoas cresce
vertiginosamente;
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Por motivos políticos, abandona-se o bem comum do
todo e prioriza-se a parte, a minha parte, a parte com a
qual eu me identifico sem consciência crítica;
Por motivos religiosos, se difama, se persegue, se
calunia, se destrói e se mata;
Os interesses valem mais que os valores;
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O outro se tornou mercadoria;
Julgamentos precipitados, rejeição gratuita, ódio
desmedido, combate a pessoas por causas de suas ideias e
propostas e a banalização da morte tornam-se corriqueiros;
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Falta compromisso com a verdade em nome de
interesses individuais ou de grupos (fake news);
Creches e escolas são atacadas por pessoas armadas;
A violência é normalizada, com a facilitação da posse de
armas e o seu incentivo;
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Há uma crise de pertencimento que gera o identitarismo;
Assédio moral e sexual, defesa do aborto, devastação ambiental,
bullying, intolerância religiosa, tráfico de drogas, tráfico de pessoas,
situações análogas ao trabalho escravo, discurso de ódio, corrupção
e fome;
Há uma de “globalização da indiferença”;
Nossa sociedade está dividida, é desigual e excludente.
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ILUMINAR
Mt 23,8: “Vós sois todos irmãos e irmãs”;
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Jo 15,15: “Já não vos chamo servos. Eu vos chamo amigos”;
O testemunho dos santos e da Vida Consagrada;
O magistério dos papas;
Fratelli Tutti (Assis, 03/10/2020).
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A DOENÇA: diagnóstico
ALTEROFOBIA
MEDO, REJEIÇÃO OU AVERSÃO A TUDO AQUILO QUE É OUTRO, TUDO O
QUE NÃO SOU EU MESMO E É DIFERENTE DE MIM.
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A CAUSA PRINCIPAL:
HIPER INDIVIDUALISMO
sociedade;
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A construção do “inimigo comum” como elemento
aglutinador da sociedade.
Acrença de que o conflito é produtivo e a guerra,
necessária para o progresso;
A meritocracia.
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Texto-Base, n. 64-67 2
• O remédio é a AMIZADE SOCIAL, que “alarga o espaço de
nossas tendas” (cf. Is 54,2), abre-nos ao acolhimento do
outro, seja ele quem for e, assim, ataca frontalmente o mal
que padecemos.
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• Ele precisa ser aplicado em três doses:
• Pessoal
• Comunitário-eclesial
• Social.
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Mas o que é amizade social?
Escutemos o Papa
“amor que ultrapassa as barreiras da geografia e do espaço” (FT, 1);
“uma fraternidade aberta, que permite reconhecer, valorizar e amar
todas as pessoas, independente das sua proximidade física (FT, 1);
“um amor desejoso de abraçar a todos” (FT, 3);
“comunicar com a vida o amor de Deus, recusando impor doutrinas
por meio de uma guerra dialética” (FT,4);
“é viver livre do desejo de domínio sobre os outros” (FT, 4);
“o amor que se estende para além das fronteiras” (FT, 99),
“a todo ser vivo” (FT, 59);
a nossa “vocação para formar uma comunidade feita de irmãos que se
acolhem mutuamente e cuidam uns dos outros” (FT, 96);
“a capacidade diária de alargar o meu círculo, chegar àqueles que
espontaneamente não sinto como parte do meu mundo de interesses, embora
se encontrem perto de mim” (FT, 97);
“amor que implica algo mais do que uma série de ações benéficas. As ações
derivam de uma união que propende cada vez mais para o outro,
considerando-o precioso, digno, aprazível e bom, independentemente das
aparências físicas ou morais. Amor ao outro por ser quem é impele- nos a
procurar o melhor para a sua vida. Só cultivando essa forma de nos
relacionarmos é que tornaremos possível aquela amizade social que não
exclui ninguém e a fraternidade aberta a todos” (FT, 94).
ORAÇÃO
Deus Pai, vós criastes todos os seres humanos com a mesma
dignidade. Vós os resgatastes pela vida, morte e ressurreição
do vosso Filho, Jesus Cristo, e os tornastes filhos e filhas,
santificados no Espírito. Ajudai-nos, nesta Quaresma, a
compreender o valor da amizade social e a viver a beleza da
fraternidade humana aberta a todos, para além dos nossos
gostos, afetos e preferências, num caminho de verdadeira
penitência e conversão. Inspirai-nos um renovado compromisso
batismal com a construção de um mundo novo, de diálogo,
justiça, igualdade e paz, conforme a Boa Nova do Evangelho.
Ensinai-nos a construir uma sociedade solidária, sem exclusão,
indiferença, violência e guerras.
E que Maria, vossa Serva e nossa Mãe, nos eduque para
fazermos
vossa santa vontade. Amém!
Cultura do encontro