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Alma minha gentil, que te partiste

Alma minha gentil, que te partiste


Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
Alma minha gentil, que te partiste (tema)
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente A tristeza e o sofrimento do Sujeito Poético
E viva eu cá na terra sempre triste. perante a perda (morte) da sua amada.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
Alma minha gentil, que te partiste (estrutura externa)
Alma minha gentil, que te partiste a
Tão cedo desta vida, descontente, b
b Soneto
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste. a - 4 estrofes (2 quadras e 2 tercetos)
Se lá no assento etéreo, onde subiste, a
- versos com 10 silabas métricas
Memória desta vida se consente, b
b (decassílabos)
Não te esqueças daquele amor ardente
a
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te c
Alguma cousa a dor que me ficou d Tipos de Rima
Da mágoa, sem remédio, de perder-te, e
- interpolada (a; b)
Roga a Deus, que teus anos encurtou, c
d - solta (c; d; e)
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou. e
Alma minha gentil, que te partiste (estrutura interna)
Alma minha gentil, que te partiste 1ª Parte
Tão cedo desta vida, descontente, - O Sujeito Poético revela a morte da sua
Repousa lá no Céu eternamente amada
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente 2ª Parte
Que já nos olhos meus tão puro viste.
- O SP lamenta-se e faz pedido à amada
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou, 3ª Parte
Que tão cedo de cá me leve a ver-te, - O SJ pede para morrer para se encontrar
Quão cedo de meus olhos te levou.
com a amada
Alma minha gentil, que te partiste (recursos expressivos)
Alma minha gentil, que te partiste Eufemismo
Tão cedo desta vida, descontente, - A ideia de morte encontra-se suavizada
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste. Metonímia
- Referência ao céu
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Metáfora
Não te esqueças daquele amor ardente - Compara o amor com o fogo, algo que arde,
Que já nos olhos meus tão puro viste. doi e aquece. Demonstra assim o amor que
E se vires que pode merecer-te sente pela amada.
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te, Antítese
Roga a Deus, que teus anos encurtou, - O uso destas expressões faz contraste entre o
Que tão cedo de cá me leve a ver-te, céu, onde se encontra a amada, e o mundo real,
onde se encontra o SP
Quão cedo de meus olhos te levou.
Trabalho realizado por:
- Martim Paiva, nº27, 10ºO
- Natacha Costa, nº28, 10ºO

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