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Curso de

ALVENARIA
ESTRUTURAL
Roberto Pimentel- Engenharia Civil - UFPB

fonte: www.ceramicasalema.com.br fonte: www.acropoleengenharia.com.br


Resumo do Programa
• Introdução
• Componentes da Alvenaria estrutural (blocos, argamassa,
graute, armaduras)

• Modulação e detalhes de projeto


• Análise estrutural para cargas verticais
• Análise estrutural para cargas horizontais
• Parâmetros principais para o dimensionamento
• Dimensionamento ( compressão, flexão, cisalhamento)
• Exemplos
• Projeto de um edifício em alvenaria estrutural
Limitações do estudo
• Programa tem como enfoque construções térreas
e edifícios de alguns pavimentos
• Não há enfoque no estudo de patologias
• Distribuição dos esforços horizontais é realizada
utilizando modelo simplificado, compatível com
pequenas obras
Material para consulta
• Livros:
- Projeto de Edifícios de Alvenaria Estrutural (Ramalho-Corrêa; Ed. PINI, 2003)
- Comportamento e Dimensionamento de Alvenaria Estrutural (Parsekian et al., Ed. EdUFSCar, 2013)
- Construções em Alvenaria Estrutural (G. Mohamad, ed. Blucher, 2015)
- Nova Normalização Brasileira para a Alvenaria Estrutural (E. Sánchez, ed. Interciência, 2013)

• Vídeos:
- Vídeo da ABCP sobre execução de alvenaria estrutural com blocos de concreto. Detalhe para a fundação, em
radier, e para a colocação das instalações. https://www.youtube.com/watch?v=0BCQfN7oD9s
- Vídeo sobre alvenaria estrutural com blocos cerâmicos. https://www.youtube.com/watch?v=4H06MXGmYak

• Normas:
- NBR 15812-1 /-2 : Alvenaria Estrutural – Blocos Cerâmicos (2010); 15812-3 (2017)
- NBR 15270-1 /-2 : Componentes Cerâmicos (2005, atualizada em 2017)
- NBR 15961-1/-2: Alvenaria Estrutural – Blocos de Concreto (2011) (substituiu a NBR 10837 (1989))
- NBR 6136: Blocos vazados de concreto simples para alvenaria (2014+Emenda1-2016)
- NBR 16868 -1/2/3 – Alvenaria Estrutural (agosto 2020) (em vigor para projetos em construção em 180 dias)

• Links de interesse:
- www.upe.br/down/imprensa/Ed.Final.pdf
- http://www.abece.com.br/web/download/pdf/Palestra-Par%C3%A2metros%20Projeto.pdf
Definição e evolução histórica
• A alvenaria (moderna) é um sistema construtivo que utiliza unidades
(tijolos ou blocos) ligadas por argamassa, tornando o conjunto
monolítico. A alvenaria estrutural caracteriza-se pelo uso de paredes
como principal estrutura suporte da edificação, dimensionada através
de um processo de cálculo.
• A estrutura é concebida para transmitir ações por meio de
compressão. Assim, esse sistema desenvolveu-se inicialmente
através do simples empilhamento de unidades. Inicialmente eram
utilizados blocos de rocha como unidades.

fonte: www.freepik.es
• A partir do momento que a argila passou a ser trabalhada, possibilitou a
produção de tijolos.
• A citar, o tijolo de barro seco ao sol – adobe, que é preparado com argila
crua, secada ao sol, e que também é feito misturado com palha, para se
tornar mais resistente.
Arg-e Bam - Iran

fonte: https://commons.wikimedia.org

• Variações mais recentes são os tijolos feitos em terra crua


comprimida e estabilizados com cimento, confeccionados em
prensas.
• Até o final do século XIX, os cálculos eram feitos de forma
empírica; com isso não se tinha plena garantia da segurança da
estrutura, levando a um super-dimensionamento das mesmas.

Catedral de Albi. Fonte: http://www.sacred-destinations.com

Monadnock building. fonte:


http://www.monadnockbuilding.com/the-building.html

• O edifício Monadnock, em Chicago, construído ao final do século


XIX, teve paredes cuja espessura na base foram de aprox. 1,80 m.
• Em 1950 surgiram procedimentos de cálculo na Europa e América do
Norte, acarretando em um crescimento marcante da alvenaria
estrutural em todo mundo.
• No Brasil, a partir de 1966, em São Paulo, foram construídos os
primeiros prédios em alvenaria estrutural.

fonte: Ramalho, Corrêa (2003)

• A alvenaria estrutural atingiu o auge no Brasil na década de 80,


disseminada com a construção dos conjuntos habitacionais, onde
ficou tida como um sistema para baixa renda. Entretanto, número
expressivo de construções, notadamente "prédios caixão" de
poucos pavimentos, foram construídos sem seguir dispositivos
normativos, acarretando várias patologias e casos de colapso.
Casos de colapso de edifícios de alvenaria
de vedação empregadas como estrutural

(1994) Conjunto
Residencial Bosque das
Madeiras (Recife - PE).
Causa principal foi a
execução de rasgos
horizontais para
instalação de eletrodutos
ao longo de toda
extensão de uma parede
fonte: www.upe.br/down/imprensa/Ed.Final.pdf

central.
Casos de colapso de edifícios de alvenaria
de vedação empregadas como estrutural

(1997) Edifício Aquarela


(Jaboatão - PE). Ruína
após 11 anos de uso.
Causa principal foi a
perda de resistência dos
blocos de fundação
decorrente da expansão
por umidade.

fonte: www.upe.br/down/imprensa/Ed.Final.pdf
Casos de colapso de edifícios de alvenaria
de vedação empregadas como estrutural

(1999) Bloco B do
Conjunto Enseada de
Serrambi (Olinda - PE).
Causa principal da ruína
foi a falha dos blocos de
fundação. Fragmentação
generalizada da
estrutura, decorrente da
inexistência de cintas de
fonte: www.upe.br/down/imprensa/Ed.Final.pdf
concreto armado nos
níveis dos pisos.
Casos de colapso de edifícios de alvenaria
de vedação empregadas como estrutural

(2001) Edifício
Ijuí(Jaboatão - PE).
Descalçamento das
sapatas corridas em
decorrência da passagem
das águas servidas e
pluviais devido à
inclinação do terreno
natural e pelo fato da
fonte: www.upe.br/down/imprensa/Ed.Final.pdf
fundação
não ser aterrada.
Casos de colapso de edifícios de alvenaria
de vedação empregadas como estrutural

(2002) Edifício em
construção (Maceió - AL).
Possibilidades: aparente
ausência de cintas de
amarração ou com
espessura insuficiente.

fonte: http://www.alvenaria.net/maceio.htm
Casos de colapso de edifícios de alvenaria
de vedação empregadas como estrutural

(2007) Edifício Sevilha


(Jaboatão - PE). Colapso
no nível das paredes que
constituíam os
embasamentos da
edificação.

fonte: www.upe.br/down/imprensa/Ed.Final.pdf
Casos de colapso de edifícios de alvenaria
de vedação empregadas como estrutural

• Principais aspectos da questão:


- Alvenaria excessivamente esbelta (espessura de 9,0 cm), devido ao
uso de bloco cerâmico de vedação.
- Bloco cerâmico com resistência não compatível com as cargas
atuantes.
- Ausência de cintamento de amarração, ao nível da fundação e/ou
das lajes.
- Quebra intensiva de blocos cerâmicos para passagem de
tubulações/eletrodutos, reduzindo a resistência da parede.
- Uso de piso não aterrado (“caixão vazio”).
- Moradores efetuarem intervenções sem orientação técnica.
- Fundações, por vezes, inadequadas.

• Conclusão: Nível de segurança insatisfatório ou incerto


• Por outro lado, as vantagens econômicas proporcionadas pela
alvenaria estrutural (é um sistema racionalizado) em relação ao
sistema construtivo convencional incentivaram o desenvolvimento
do sistema. Hoje, é possível projetar e executar edifícios de
alvenaria estrutural com segurança, atentando para o uso dos
componentes adequados e da técnica de execução.

Fonte: www.interblock.ind.br

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