I Dantes ouviam-se as crianas a caminho da escola e eram como pssaros de som nas manhs de Grij. No eram muitas, mas as vozes joviais davam sinal de ue a aldeia resistia, continha ! dist"ncia o deserto ue a ronda como a alcateia ronda uma r#s tresmalhada. $%ora as crianas, todas as manhs, so acondicionadas como mercadorias numa viatura com vocao de &ur%oneta. 'em(ram judeus amontoados em va%)es jota a caminho de al%ures. *o aprender em terra estranha o ue os seus pais e os pais dos seus pais aprenderam em Grij. II + se voltam a ouvir ao &im da tarde uando a viatura as despeja no lar%o da aldeia como arti%os ue &icaram por vender. ,as ouvem-se pouco, porue v#m cansadas. -uvem-se pouco e triste porue o seu dia &oi deportado para outra terra onde no se lhe &irmam ra.zes. - senhor ministro das Finanas est contente, porue poupa meia d/zia de euros com a violenta tras&e%a da in&"ncia. ,as est triste Grij, porue j no ouve as suas aves da manh a caminho da escola 0 e por isso pode dizer-se ue a aldeia encolheu, &icaram uns metros mais perto as dunas de amanh. III 1aladas as vozes ta%arelas das crianas, nos dias de Grij poucas mais vozes se ouvem do ue as de al%uns velhos ue antecipam em palavras raras, con&ormadas, o dia em ue o sil#ncio co(rir com estrondo o 2des3povoado de&initivamente. - senhor ministro das Finanas ter poupado mais al%uns euros com a instaurao deste opressivo sil#ncio &inal, e &icar contente. Grij no. A.M. PIRES CABRAL, Gaveta do Fundo