14 | essencial | região
Montemor-o-Velho
Buracos acompanham toda a extensão da obra, parada desde abril
Abrunheira reclama fim das
obras de saneamento básico
111 A segunda fase das obras
de saneamento básico de Abru-
nheira, Verride e Vila Nova da Bar-
ca encontra-se parada desde finais
de dezembro último. Desde 2009
que as empreitadas decorrem na-
quelas freguesias. Confrontado
ontem pela vereadora Paula Rama
(PS), na reunião do executivo ca-
marário, o presidente da Câmara
de Montemor-o-Velho, Luís Leal
(PSD), adiantou que os trabalhos
pararam devido a questões cli-
matéricas e que serão retomados
em abril.
Reconhecendo que aquele tipo
de empreitada produz transtor-
nos no quotidiano das popula-
ções, o presidente da Câmara de
Montemor-o-Velho acrescentou
que os processos dependentes
da autarquia serão ultrapassados
antes das obras serem retomadas.
Em declarações ao DIÁRIO AS
BEIRAS, o presidente da Junta de
Abrunheira, que acabava de se
reunir com Luís Leal, afiançou que
“as reclamações dos residentes são
diárias”. Carlos Alves defendeu “a
rápida conclusão das obras”, lem-
brando que falta construir apenas
cerca de 200 metros.
Mas, acrescentou o autarca, os
buracos acompanham toda a ex-
tensão das vias públicas interven-
cionadas.
Empréstimo de curto prazo
Entretanto, fonte da adminis-
tração da construtora Asibel ga-
rantiu ao DIÁRIO AS BEIRAS que
suspendeu as obras “por falta de
pagamento da parte da Câmara
de Montemor-o-Velho”.
DR
A segunda fase das obras de
saneamento básico começou
em 2009
1 
As obras decorrem em
Abrunheira, Verride e Vila
Nova da Barca e estão
paradas desde finais de
dezembro último
2 
O presidente da Junta
de Abrunheira exige
a conclusão das
obras e afirma que
as reclamações dos
residentes são diárias
A mesma fonte especificou que a
dívida é superior a 400 mil euros e
engloba as empreitadas de Abru-
nheira e Arazede.
“A câmara não nos paga des-
de junho de 2010”, asseverou o
elemento da administração da
Asibel Construção, SA, com sede
na Batalha.
Na mesma reunião do executivo
camarário foi aprovado o contrato
para um pedido de empréstimo
de curto prazo no valor de 947
mil euros. Os vereadores do PS
votaram contra, com Emílio Tor-
rão a justificar o voto com “uma
estratégia financeira errada” da
autarquia.
Jot´Alves
jot.alves@asbeiras.pt
Arganil
Santa Casa prepara
congresso nacional
das Misericórdias
111 A Santa Casa da Miseri-
córdia de Arganil está a preparar
o X Congresso Nacional das Mi-
sericórdias Portuguesas, que vai
decorrer nos dias 16, 17 e 18 de
junho, na cidade de Coimbra e
na Mata da Misericórdia, em Ar-
ganil. Tem como tema “A interge-
racionalidade: Passado, Presente e
Futuro” e prevê-se a presença do
Presidente da República, Cavaco
Silva. Para receber a iniciativa, a
instituição realizou alguns tra-
balhos na Mata da Misericórdia,
assim como nos jardins envol-
ventes, com a supervisão de uma
bióloga, obras de requalificação
efetuadas no âmbito do projeto
aprovado pelo Mais Centro.
O anúncio foi feito na última as-
sembleia geral da instituição, que
apreciou o relatório de atividades
e contas de 2010. O ano passado
“ficou marcado pela não atuali-
zação dos acordos de cooperação
com o Estado”, assim como pelo
término do financiamento do
projeto Revitalizar um Território
Rural – PROGRIDE Medida 1, que
foi reconhecido no âmbito da ini-
ciativa “Portugal Solidário”. Con-
tudo, “a Misericórdia providen-
ciou para que as principais ações,
como o Centro de Atendimento
Permanente, se mativessem até
ao final do ano”, sublinharam os
dirigentes da Santa Casa. Com o
fim do PROGRIDE a instituição
“procurou diligenciar para que
a figura dos Contratos Locais de
Desenvolvimento Social fosse re-
alidade no concelho”, já em 2011.
Projetos e prioridades
A promoção das atividades de
Enriquecimento Curricular e o
apoio à constituição da Funda-
ção Memória da Beira Serra – A
Comarca de Arganil foram tam-
bém prioridades, bem como a
dinamização do projeto da Aca-
demia Condessa das Canas, com a
assinatura do contrato programa
de financiamento da recuperação
da escola do Paço Grande. Ou-
tro dos projetos é a instalação de
uma nova Unidade de Cuidados
Continuados Integrados no anti-
go Hospital Condessa das Canas,
que tem um financiamento de
724.101 euros. Está a decorrer o
concurso, no valor de 1, 950 mi-
lhões de euros, para a obra.
Lurdes Gonçalves
redaccao@asbeiras.pt
Penacova
Plataforma Mondego Vivo promoveu sessão de esclarecimento
Boicote às eleições entra
na luta contra mini-hídrica
111 Na Rebordosa, os par-
ticipantes na sessão de esclare-
cimento sobre a futura constru-
ção de uma mini-hídrica no rio
Mondego, em Foz do Caneiro,
afirmaram-se disponíveis para
participar em todas as formas de
luta contra o empreendimento,
que poderão passar pelo boicote
às próximas eleições legislativas.
A sessão foi dinamizada pela
Plataforma Mondego Vivo, em
Rebordosa, Penacova. Estiveram
presentes cerca de uma centena
de populares, que “estão inquie-
tos e revoltados com a decisão”,
segundo a plataforma, que coor-
dena a contestação das popula-
ções, autarquias, empresários e
associações de moradores das al-
deias que “serão gravemente pre-
judicadas com a mini-hídrica”.
“Estamos abertos a todas as for-
mas de luta. Apenas um dado te-
mos como certo: não deixaremos
construir a mini-hídrica no rio
Mondego”, afirma a plataforma,
em comunicado enviado à comu-
nicação social.
Edifícios submersos
A Plataforma Mondego Vivo
considera a anunciada mini-
hídrica “um empreendimen-
to inútil para a região, que foi
apenas decidido para reduzir o
défice orçamental do Estado”.
Uma decisão “tomada para pro-
duzir efeitos num determinado
momento, mas que irá vigorar e
afetar a região durante 50 anos,
o período da concessão”, realça
a plataforma, questionando se,
no futuro, “a fonte de energia
dominante será a hidroelétrica”.
A Plataforma Mondego Vivo
critica também a escolha do lo-
cal, o único troço livre do rio e
local de desova da lampreia. “Se
diário as beiras | 29-03-2011
DR
A mini-hídrica terá impactos
ambientais, económicos e
sociais nos concelhos de
Coimbra, Penacova e Vila
Nova de Poiares, afirma a
Plataforma Mondego Vivo
1 
A sede da União Popular
da Rebordosa ficará
submersa, bem como o
campo adjacente
2 
A água cobrirá a ponte de
Louredo
2 
Terrenos agrícolas
ficarão submersos
o interesse é a produção hidroe-
létrica, porque não rentabilizar
as barragens de Raiva, Aguiei-
ra, Fronhas e Açude-Ponte, em
Coimbra, ou até colocar energia
eólica nas serras?”, interroga.
“Há pessoas que vão ficar com
as suas casas debaixo de água
ou na orla da albufeira da mini-
hídrica, o que é um risco para
crianças e idosos, numa zona em
que as margens são bastantes
íngremes”, sublinha a platafor-
ma, referindo que na localidade
“ninguém percebe porque se irão
alagar vários equipamentos”.
Na sessão, a revolta ficou ma-
nifestada por um dos habitantes
que ficará com a sua casa par-
cialmente inundada. “O que vai
ser da minha vida?”, perguntou,
enquanto outro morador lem-
brou os perigos em caso de cheia.
Dora Loureiro
dora.loureiro@asbeiras.pt