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Os Certificados de Redução de Emissões (CREs.

) ou Créditos de Carbono

(*)Denise de Mattos Gaudard

Os Certificados de Redução de Emissões ou CREs são utilizados nas Transações com


redução ou manutenção das emissões através de projetos de MDL;

a.. O comércio de transações envolvendo as respectivas emissões eminentes ou previstas


através de um inventário emitido por cada pais emissor (todos os países signatários do
Protocolo são obrigados a fazer um inventario anual de emissões). Este comercio
estabelece um teto de permissões para se emitir os gases além de normas de
comercialização das permissões (cap-and-trade).

O comprador financia um projeto MDL no país do vendedor que deve necessariamente


reduzir as emissões de gases de efeito estufa e quando validado, o comprador (país e ou
empresa) adquire parte da respectiva proporção de redução de emissões através de
Certificados de Redução de Emissões (CREs), que é conseguida pelo respectivo projeto de
MDL;

a.. país e ou empresa proprietário desses CREs pode negociá-los nas bolsas de transações
que estão sendo criadas em todo mundo.

b. Então a estratégias das emires eventuais poluidoras/emissores de gases é evitar as


penalidades definidas no escopo do Protocolo de Quioto. Uma empresa/país precisa reter
previamente as suas permissões de emissões iguais ao respectivo total de emissões anuais
e conforme cada período do compromisso.

c. As permissões são criadas pelo órgão regulador (no Brasil, a Comissão Interministerial
de Mudança Global do Clima) e geralmente distribuídas aos emissores através de: Outorga,
leilão, ou uma combinação das duas.

d. As permissões são retiradas (compradas) do mercado (nas bolsas de CREs) quando se


deseja reduzir as emissões do(a) respectivo(a) empresa/país poluente regulado.

O comércio de permissões corresponde apenas a menos de 3%, do volume de CO2


comercializado desde 1996 (inicio dos inventários), mas representa a maior parte do
número de transações, ou seja, quase 68% no mesmo período.

Existem varias razões para tal predominância do porquê o mercado de permissões está
indo tão lento. Podemos citar o fato da grande maioria das transações, em termos de
volume, ser baseada em projetos que estão vinculados a regras complexas; sem critérios
de metodologias anteriores a serem seguidas; os investimentos iniciais são altíssimos; o
tempo de demanda é muito grande para uma validação com considerável risco de não ser
garantida (mínimo de 1,5 anos a 2 anos) e o Comitê Executivo só se reúne apenas
02(duas) vezes por ano, acumulando analises de projetos numa fila que vem crescendo
vertiginosamente a cada período de espera.
Os projetos de MDL tem duas sub-divisões de categorias:

Na primeira categoria

• Os projetos que objetivam o cumprimento do Protocolo de Kyoto, onde devem ser


registrados sob as normas dos mecanismos de Implementação Conjunta ou de
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Os contratos destes projetos diferem,
principalmente, com relação a quem assume os riscos se o respectivo registro não
ocorrer (ou seja, acaba não gerando créditos). Em vários casos, o eventual
comprador compra os CREs após a verificação de uma terceira parte envolvida, ou
seja, uma firma de consultoria (Autoridade Nacional Designada) e verifica que vale a
pena assumir para si o risco do registro. Em outros casos, o eventual comprador
assume individualmente os riscos do registro desde o início do projeto;

Na segunda opção

• Ttemos os Projetos não vinculados ao cumprimento obrigatório das regras Protocolo


de Quioto. Estes projetos geralmente são chamados de Nâo Quioto e, nesses casos,
os contratos dependem apenas do regime regulatório no qual as CRs serão
utilizadas. É chamado de Mercado Não Quioto ( exemplo: Bolsa de Chicago)

Ab0aixo, na Tabela 1, poderemos ver os principais países do ANEXO I, compradores de


Créditos de Carbono. Na Tabela 2, veremos as regiões onde os países Não Anexo I e
maiores vendedores das CREs que tem surgido dos principais projetos de Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL).

Tabela 1 - Principais Compradores de Créditos de Carbono


Paises compradores de Participação no Mercado Mundial
CERs (volume %)
2002-2003 2003-2004
Japão 21 41
Banco Mundial 23 24
Holanda 32 23
Canadá 13 3
Estados Unidos 6 3
Austrália e Nova Zelândia 1 3
Outros da União Européia 4 3
Fonte: Lecocq, Frank . State and Trends of the Carbon Market (2004).
(Washington, DC: PCFplus Research

Tabela 2 - Principais países vendedores de CREs (Incidência de Projetos)

Paises vendedores de CERs Participação no Mercado Mundial


(volume %)
2002-2003 2003-2004
América Latina 40 27
Ásia 21 51
OCDE 19 10
Economias em Transição 15 8
África 5 4
Fonte: Lecocq, Frank . State and Trends of the Carbon Market (2004).
(Washington, DC: PCFplus Research
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(*) Denise de Mattos Gaudard é consultora de Gestão Empresarial e Ambiental.


Formada em Administração de Gestão Empresarial pela Universidade Santa Úrsula
(USU-RJ); Pós Graduada em Economia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ) e
Comércio Exterior pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Extensão em
educação ambiental, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e Gestão de
Projetos no Project Management Institute (PMI-RJ). Participa do desenvolvimento de
projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e gestão de resíduos junto
a prefeituras e empresas financiadoras parceiras.Ministra cursos e escreve artigos
sobre MDL e Gestão Participativa em mídias nacionais e internacionais

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