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Pertencer...

Não há nenhuma novidade em afirmar que as pessoas nunca estão satisfeitas com o
que tem. Sempre então em busca de algo mais, algo que as completem, que as
preencham. Acreditam que se tivessem aquilo que almejam neste determinado
momento se sentiriam mais felizes, plenas. Este é um ciclo sem fim.
Ainda assim, é natural que se busque a renovação, pois ficar parado, estagnado, é
sinônimo de morte. Faz parte da vida, portanto, a mudança.
Bom seria, entretanto, que além toda esta força direcionada à mudança externa
também fizesse parte da nossa vida a mudança interna, a mudança de atitude.
Poderíamos começar com as atitudes que sempre questionamos em nosso
comportamento. Algumas bem banais como brigar no trânsito; estar sempre
apressado quando isto não faz, realmente, diferença; fazer pré-julgamentos; não
ouvir, quando deveríamos ouvir ou não falar, quando deveríamos falar.
Outras atitudes, mais camufladas, que comprometem todo o nosso modo de ver a
vida, então, nem se fala... Um exemplo claro é a nossa tendência de confundirmos
possuir com pertencer.
Buscamos sempre possuir algo, quando no fundo, bem lá no fundo, queremos
apenas pertencer a algo. Imagine como ficaríamos mais leves, mais alegres se, em
vez de possuir tanto, pertencêssemos, apenas.
Acompanhe...
Possuir é passado, pertencer é presente... atuando
Possuir é estar do lado de fora, pertencer é estar do lado de dentro... acolhido
Possuir exige exclusividade, pertencer é coletivo... Permite-nos compartilhar.
Há uma propaganda maciça convidando todo mundo a possuir todo tipo de coisas,
sejam carros, roupas, perfumes, etc., e lá vamos nós em busca de tudo isso. Possuir,
para nós, representa segurança. Sabemos, no entanto, que tudo isso são bens
efêmeros. Num passe de mágica viram passado, num estalar de dedos podem ir para
outras mãos. Nada disso realmente é nosso ou ficará conosco na nossa jornada pela
vida ou, após ela.
Pertencer não. Pertencer faz referência a um outro plano de relações. Quando
pertencemos a uma família, a uma associação, a alguém, estamos nos nutrindo.
Nossa relação é de troca. Haveria uma revolução no nosso país, na nossa cidade, no
nosso trabalho, no nosso bairro se, ao invés de olharmos o mundo a nossa volta com
referências a partir do que possuímos, olhássemos a tudo com a referência pessoal
de que a tudo fazemos parte.
Mude de atitude!
Amanhã quando um novo dia começar, procure olhar para tudo como alguém que
pertence a exatamente tudo, tudo o que o cerca e não se surpreenda se isso fizer você
se sentir mais forte, mais encorajado, mais responsável e, mais feliz.

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