Um fenmeno lingustico dos conflitos sociais

por Natanael da Cruz Silva1

O homem extrai de si a trama da linguagem, tam !m vai se entretecendo nela e cada linguagem tra"a um crculo m#gico ao redor do povo a $ue pertence, crculo do $ual n%o existe escapat&ria possvel, a n%o ser $ue se pule para outro'()

Situado

no

encontro

de

reflex*es,

em

particular

sociolingustica, este texto+, de ,arcos -agno, critica e prop*e a supera"%o do preconceito lingustico' .ste consiste na afirma"%o da unidade da lngua como negao da variedade lingustica, especificamente na so revaloriza"%o da gram#tica normativa' O te&rico tam !m argumenta $ue a gram#tica normativa, a $ual se op*e /s variedades linguisticas, ! idealizada e, como tal, n%o ! realidade lingustica de lugar nenhum' O crtico ressalta $ue esta so revaloriza"%o ! um dos aspectos da Ideologia $ue, a um s& tempo, tende a acentuar e mascarar as diferen"as sociais' 0ssimilado pela sociedade na forma de mitos, o preconceito lingustico tende a ser fortalecido' 0 rigorosa an#lise destes mitos resulta no entrever de um fenmeno1 o circulo vicoso entre a gram#tica normativa, o ensino e as multi-mdias, de modo $ue o preconceito lingustico ! antes resultado de um fenmeno social mais complexo2a luta de classes' O 3omem ! um ser lingustico por natureza, e, por direito, ser poltico' 0 supera"%o da luta de classes, condi"%o social $ue impede o 3omem de efetivar sua plenitude, passa pela desconstru"%o do preconceito lingustico' 4ois, tal realiza"%o n%o s& ! um ato reflexivo e te&rico, como tam !m, poltico5 al!m do mais, o crtico nos adverte $ue 6-07NO'18881 19+:1
6''': respeitar a variedade ling;stica 6<: e$uivale a respeitar a integridade fsica e espiritual =de um> ser humano, por$ue a lngua permeia tudo, ela nos constitui
1 ) + 7raduando da UN?@.S4' Aesenha para o Curso Leitura e Produo de Textos II 201 !" 3U,-OBCD' E' Fon, apud C0SS?A.A' .rnst, Linguagem e #ito!' 4espectiva' S%o 4aulo, -rasil' 188)1 )+' -07NO' ,arcos' Preconceito Lingustico$ o %ue & e como se fa'!' BOGOB0, S%o 4aulo, -rasil, 1888'

en$uanto seres humanos' N&s somos a lngua $ue falamos' 0 lngua $ue falamos molda nosso modo de ver o mundo e nosso modo de ver o mundo molda a lngua $ue falamos'(

0ssim, ntegro entre a reflex%o te&rica e a a"%o poltica, podeHse entrever em seu texto a serenidade e profundidade, frutos de madura forma"%o lingustica, alinhavadas / vitalidade da crtica social' 4ortanto, a o ra ! experi(ncia valiosa, principalmente a professores, protagonistas $ue podem denunciar as ilus*es $ue su)sistem aos preconceitos' ., em particular, influenciar na dissolu"%o do circulo vicioso $ue Iustifica o preconceito lingustico'