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Ass fériias de Sr.

Hulot
Aloíssio Maia No
ogueira

Segun
nda-feira, 30 de Julho de 2007

O Gostto, porém, desta


d
mingo malttratou a minha pele, reconhecid
sol inclemente deste dom
preparada para banhos de luar do que
e para aven
nturas balne

peculiar praia de perene nortada,


n
eares.

ond
damente melhor

de a tempe
m

eratura do mar
m é
adeqquada a ursos polares, como se correntes e marés
m não soubessem m medir latitudes.
Os loocais insisttem em cha amar-lhe Moreiró,
M maas mapas e tabuletas baptizam-n na de
Sampaio. A ela chega-se por p caminhos apertados por exte ensos milhe
eirais e casaas de
lavou
ura anacrón e só acrescenta ao seu
nicas, o que u privativo encanto.
e m ou outro tasco
Um
"acaffézado" ofeerece-se aoos banhistaas, sem visllumbres coosmopolitas, que por lá, de
qualq
quer modo, estariam deslocados.
d

É de
e tempos reecuados a vereneação o por aque está o Castro de
elas bandass, pois lá e
Sampaio (uma dúzia de e pedras reveladoras
r s, testemunnham se necessário for),
pend
durado nas dunas, com m vista de condomínio
o fechado sobre
s o oce
eano. Seriaam da
Idade
e do Ferro,, mas os sa
ampaiensess ancestrais, em matééria paisagística, não eram
peco
os.

Convvite amigo, mas igualm esseiro, carrregou-me a Sampaio.


mente intere

- Amigo, porque de facto é.

- Interessseiro, porque gulososs e conhece edores das minha lend dária (e sec
creta)
habilidadde na arte grelhação
g de toda a so orte de peixe
es e vianda
as, armadilh
haram
a minha a estância com
c um ce ento de sardinhas (da as gordas) e umas brasas
manipula adas com adequado
a "ssavoir faire"".
Incapaz de iludir o destino, dediquei-me com bravura à minha arte, cuidando sardinhas
e carvão da mesma forma que o Diabo pastoreia almas no Inferno: com calor e
devoção. E, também, como o mafarrico, vestido de uma reduzida tanga.

Nesses preparos, vislumbrei, porém, uma subtil intervenção Divina. Dava-se o caso de
ter um frigorífico, prenhe de cerveja gelada, distante do inferno um mero estender de
braço. Não podendo abrigar o resto da anatomia, a goela, pelo menos, foi um
permanente oásis de frescura.

As sardinhas, com agrado geral e comentários encomiosos, fizeram jus à fama do


artista e marcharam que nem figos.

A cerveja fez igualmente o seu papel desinibidor e, por meu intermédio,


desassossegou os convivas (particularmente os de mais bom gosto no vestir), à força
banhos de mangueira, actividade que, estranhamente, recolheu firme apoio e incentivo
no seio da miudagem e da única cadela presentes no nosso seio.

No rescaldo destas actividades hídricas, o prejuízo foi claro para uma senhora de
Lisboa, circunstancialmente convidada, que regressou a casa com um sorriso amarelo
e uma câmara fotográfica estragada por uma mangueirada mais desastrada. Pode ser
que a câmara seja das subaquáticas.

Gosto da estética daquela casa de praia, que, por alguma estranha razão, sempre me
faz lembrar as "Férias do Sr. Hulot" e me transforma, por um par de horas, em
burguês.

A Lua, nunca a tinha visto nascer como hoje, assim, tão bonita, redonda e grande,
atrás de uma casa antiga, lá longe, no meio de um campo de milho. Fotografá-la, sem
preparos prévios e demorados, não é possível. Fotografar uma paisagem com Lua tem
os seus macetes e carece de equipagens que não estavam à mão. Pena.

Talvez por causa da Lua de hoje, do cão e do pavão não há notícia.

Talvez, contrariamente à voz corrente, haja na sua existência de animais alguma


percepção do Belo e se limitem a observar o astro, reverentes.

Apesar de ainda feder genericamente a sardinha, no meu braço esquerdo,


contrariando as químicas, continua a resistir um pequeno oásis aromático.

Vou dormir para o terraço.

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