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http://jn.sapo.pt/2008/04/10/nacional/projecto_cantanhede_adesao_elevada.html
Projecto em Cantanhede com
adesão elevada

Já lá vão quase dez anos. Na Escola Secundária de

Cantanhede, distrito de Coimbra, o programa
"Projectar a Vida" é muito concorrido. Em cada ano
lectivo são dinamizadas 11 sessões por uma equipa
de nove professores e o psicólogo da escola e três
orientadas pelos directores de turma.

Foi levado à prática pela primeira vez em 2000, depois

de um ano de intensa preparação. E surgiu num novo
espaço lectivo, o HEC - Hora de Enriquecimento
Curricular. É destinado a jovens de 15 e 16 anos e é
abertamente centrado em valores "Uma conveniente
orientação dos impulsos e o fortalecimento da
vontade".

"Assumindo-nos como educadores, concebemos um

programa que, além de informar com rigor científico,
transmita uma mensagem importante - a sexualidade
diz respeito à pessoa no seu todo e não apenas à
genitalidade", afirma Maria Manuel Fael.

Em resposta ao JN, a professora defende que "educar

a sexualidade é estimular a reflexão e a vida interior, é
preparar para fazer juízos éticos construídos na
verdade, e não na duplicidade, e no autodomínio que
implica crescer na liberdade".

A homossexualidade é dos temas sugeridos pelos

alunos. E os educadores apresentam uma posição
clara "Não deve confundir-se a homossexualidade
constitutiva com comportamentos mais ou menos
instáveis que se prendem, grande parte das vezes,
com o processo de desenvolvimento".

"Embora a homossexualidade não possa, nem deva,

ser encarada como doença, não é uma simples
opção", defende a docente, acrescentando que "a
ideologia de género pode trazer confusões graves por
se criar a falsa ideia de que entre homem e mulher as
diferenças se devem apenas a factores culturais e
educacionais, desconsiderando-se o específico de
cada um dos sexos".

Através de um questionário anual têm registado "mais

de 90% de avaliação positiva", refere, rematando "Não
tivemos até agora qualquer a luno a recusar
participar". ITM

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