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5 — A anulação pelo SEF de vistos nos termos do Estado membro, são obrigados a declarar esse facto no
número anterior deve ser comunicada de imediato à prazo de três dias úteis a contar da data de entrada.
entidade emissora. 2 — A declaração de entrada deve ser prestada junto
6 — Da decisão de anulação é dado conhecimento do SEF, nos termos a definir por portaria do Ministro
por via electrónica ao alto-comissário para a Imigração da Administração Interna.
e Diálogo Intercultural, adiante designado por
ACIDI, I. P., e ao Conselho Consultivo para os Assuntos 3 — O disposto nos números anteriores não se aplica
da Imigração, adiante designado por Conselho Consul- aos cidadãos estrangeiros:
tivo, com indicação dos respectivos fundamentos. a) Residentes ou autorizados a permanecer no País
por período superior a seis meses;
Artigo 11.o b) Que, logo após a entrada no País, se instalem em
Meios de subsistência estabelecimentos hoteleiros ou noutro tipo de aloja-
mento em que seja aplicável o disposto no n.o 1 do
1 — Não é permitida a entrada no País de cidadãos artigo 16.o;
estrangeiros que não disponham de meios de subsis-
tência suficientes, quer para o período da estada quer c) Que beneficiem do regime comunitário ou equi-
para a viagem para o país no qual a sua admissão esteja parado.
garantida, ou que não estejam em condições de adquirir
legalmente esses meios. Artigo 15.o
2 — Para efeitos de entrada e permanência, devem
os estrangeiros dispor, em meios de pagamento, per Boletim de alojamento
capita, dos valores fixados por portaria dos Ministros
da Administração Interna e do Trabalho e da Solida- 1 — O boletim de alojamento destina-se a permitir
riedade Social, os quais podem ser dispensados aos que o controlo dos cidadãos estrangeiros em território
provem ter alimentação e alojamento assegurados nacional.
durante a respectiva estada. 2 — Por cada cidadão estrangeiro, incluindo os nacio-
3 — Os quantitativos fixados nos termos do número nais dos outros Estados membros da União Europeia,
anterior são actualizados automaticamente de acordo é preenchido e assinado pessoalmente um boletim de
com as percentagens de aumento da remuneração alojamento, cujo modelo é aprovado por portaria do
mínima nacional mais elevada. Ministro da Administração Interna.
3 — Não é obrigatório o preenchimento e a assinatura
Artigo 12.o pessoal dos boletins por ambos os cônjuges e menores
Termo de responsabilidade que os acompanhem, bem como por todos os membros
de um grupo de viagem, podendo esta obrigação ser
1 — Para os efeitos previstos no artigo anterior, o cumprida por um dos cônjuges ou por um membro do
nacional de Estado terceiro pode, em alternativa, apre- referido grupo.
sentar termo de responsabilidade subscrito por cidadão
nacional ou estrangeiro habilitado a permanecer regu- 4 — Com vista a simplificar o envio dos boletins de
larmente em território português. alojamento, os estabelecimentos hoteleiros e similares
2 — O termo de responsabilidade referido no número devem proceder ao seu registo junto do SEF como uti-
anterior inclui obrigatoriamente o compromisso de lizadores do Sistema de Informação de Boletins de Alo-
assegurar: jamento, por forma a poderem proceder à respectiva
a) As condições de estada em território nacional; comunicação electrónica em condições de segurança.
b) A reposição dos custos de afastamento, em caso 5 — Os boletins e respectivos duplicados, bem como
de permanência ilegal. os suportes substitutos referidos no número anterior,
são conservados pelo prazo de um ano contado a partir
3 — O previsto no número anterior não exclui a res- do dia seguinte ao da comunicação da saída.
ponsabilidade das entidades referidas no artigo 198.o,
desde que verificados os respectivos pressupostos.
4 — O termo de responsabilidade constitui título exe- Artigo 16.o
cutivo da obrigação prevista na alínea b) do n.o 2.
Comunicação do alojamento
Artigo 22.o
Artigo 17.o
Condições de validade do título de viagem para refugiados
Documentos de viagem
1 — O título de viagem para refugiados só é válido
1 — As autoridades portuguesas podem emitir os quando preenchido em condições legíveis e com todos
seguintes documentos de viagem a favor de cidadãos os espaços utilizados, quando imprescindíveis, ou inu-
estrangeiros: tilizados, em caso contrário.
a) Passaporte para estrangeiros; 2 — Não são consentidas emendas ou rasuras de qual-
b) Título de viagem para refugiados; quer natureza.
c) Salvo-conduto; 3 — As fotografias a utilizar devem ser actuais, a
d) Documento de viagem para expulsão de cidadãos cores, com fundo contrastante e liso e com boas con-
nacionais de Estados terceiros; dições de identificação.
e) Lista de viagem para estudantes. 4 — A fotografia do titular e a assinatura da entidade
emitente do título de viagem são autenticadas pela apo-
2 — Os documentos de viagem emitidos pelas auto- sição do selo branco do serviço.
ridades portuguesas a favor de cidadãos estrangeiros 5 — O título de viagem é assinado pelo titular, salvo
não fazem prova da nacionalidade do titular. se no local indicado constar, aposta pela entidade emi-
tente, declaração de que não sabe ou não pode assinar.
2 — Pode ser recusada a aceitação dos títulos de via- 2 — Para efeitos do número anterior os estudantes
gem cujos elementos de identificação dos indivíduos têm de:
mencionados se apresentem desconformes.
a) Estar acompanhados por um professor do esta-
o
belecimento de ensino;
Artigo 26. b) Estar incluídos na lista dos estudantes que par-
Salvo-conduto ticipam na viagem emitida pelo respectivo estabeleci-
mento, onde conste a sua identificação, bem como o
1 — Pode ser concedido salvo-conduto aos cidadãos objectivo e as circunstâncias da viagem;
estrangeiros que, não residindo no País, demonstrem c) Possuir documento de viagem válido.
impossibilidade ou dificuldade de sair do território
português. 3 — O requisito previsto na alínea c) do número ante-
2 — Em casos excepcionais, decorrentes de razões de rior é dispensado quando os estudantes constem de uma
interesse nacional ou do cumprimento de obrigações lista, devidamente autenticada pela entidade compe-
internacionais, pode ser emitido salvo-conduto a cida- tente do Estado membro de proveniência, que contenha
dãos estrangeiros que, não residindo no País, provem os seguintes elementos:
a impossibilidade de obter outro documento de viagem.
3 — A emissão de salvo-conduto com a finalidade a) Fotografias recentes dos estudantes;
exclusiva de permitir a saída do País é da competência b) Confirmação do seu estatuto de residente;
do director-geral do SEF, com faculdade de delegação. c) Autorização de reentrada.
4 — A emissão de salvo-conduto com a finalidade
exclusiva de permitir a entrada no País é da competência Artigo 30.o
das embaixadas e dos postos consulares de carreira por-
tugueses, mediante parecer favorável do SEF. Saída de estudantes residentes no País
5 — O modelo de salvo-conduto é aprovado por por- Os estudantes nacionais de Estados terceiros residen-
taria do Ministro da Administração Interna. tes em território nacional podem igualmente sair para
os outros Estados membros da União Europeia, desde
Artigo 27.o que se verifiquem os requisitos do artigo anterior, com-
Documento de viagem para expulsão de cidadãos
petindo ao SEF a autenticação da lista a que alude a
nacionais de Estados terceiros mesma norma.
1 — Ao cidadão nacional de Estado terceiro objecto
de uma medida de expulsão e que não disponha de SECÇÃO VI
documento de viagem é emitido um documento para
esse efeito. Entrada e saída de menores
2 — O documento previsto no número anterior é
válido para uma única viagem. Artigo 31.o
3 — O modelo do documento é aprovado por portaria Entrada e saída de menores
do Ministro da Administração Interna.
1 — Sem prejuízo de formas de turismo ou intercâm-
bio juvenil, a autoridade competente deve recusar a
SUBSECÇÃO II entrada no País aos cidadãos estrangeiros menores de
Documentos de viagem emitidos por autoridades estrangeiras 18 anos quando desacompanhados de quem exerce o
poder paternal ou quando em território português não
Artigo 28.o exista quem, devidamente autorizado pelo representante
Controlo de documentos de viagem
legal, se responsabilize pela sua estada.
2 — Salvo em casos excepcionais, devidamente jus-
Os cidadãos estrangeiros não residentes habilitados tificados, não é autorizada a entrada em território por-
com documentos de viagem emitidos em território tuguês de menor estrangeiro quando o titular do poder
nacional pelas missões diplomáticas ou postos consu- paternal ou a pessoa a quem esteja confiado não seja
lares estrangeiros devem apresentá-los, no prazo de três admitido no País.
dias após a data de emissão, ao SEF, a fim de serem 3 — Se o menor estrangeiro não for admitido em ter-
visados. ritório português, deve igualmente ser recusada a
entrada à pessoa a quem tenha sido confiado.
4 — É recusada a saída do território português a
SECÇÃO V
menores estrangeiros residentes que viajem desacom-
Entrada e saída de estudantes nacionais de Estados terceiros panhados de quem exerça o poder paternal e não se
encontrem munidos de autorização concedida pelo
Artigo 29.o mesmo, legalmente certificada.
Entrada e permanência de estudantes residentes na União Europeia
5 — Aos menores desacompanhados que aguardem
uma decisão sobre a sua admissão no território nacional
1 — Os estudantes nacionais de Estados terceiros ou sobre o seu repatriamento deve ser concedido todo
residentes no território dos outros Estados membros o apoio material e a assistência necessária à satisfação
da União Europeia podem entrar e permanecer tem- das suas necessidades básicas de alimentação, de
porariamente em território nacional sem necessidade higiene, de alojamento e assistência médica.
de visto quando se desloquem em viagem escolar orga- 6 — Os menores desacompanhados só podem ser
nizada por um estabelecimento de ensino oficialmente repatriados para o seu país de origem ou para país ter-
reconhecido. ceiro que esteja disposto a acolhê-los se existirem garan-
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tias de que à chegada lhes sejam assegurados o aco- tenham sofrido mais de uma condenação em idêntica
lhimento e a assistência adequados. pena, ainda que a sua execução tenha sido suspensa.
4 — As medidas de interdição de entrada que não
dependam de prazos definidos nos termos da presente
SECÇÃO VII
lei são periodicamente reapreciadas, com vista à sua
Recusa de entrada manutenção ou eliminação.
5 — As medidas de interdição de entrada que não
Artigo 32.o tenham sido decretadas judicialmente e que estejam
Recusa de entrada
sujeitas aos prazos definidos nos termos da presente
lei podem ser reapreciadas a todo o tempo, por iniciativa
1 — A entrada em território português é recusada do director-geral do SEF e atendendo a razões huma-
aos cidadãos estrangeiros que: nitárias ou de interesse nacional, tendo em vista a sua
eliminação.
a) Não reúnam cumulativamente os requisitos legais
6 — A indicação de um cidadão estrangeiro no Sis-
de entrada; ou
tema de Informação Schengen depende de decisão pro-
b) Estejam indicados para efeitos de não admissão
ferida pelas entidades competentes de um Estado Parte
no Sistema de Informação Schengen; ou
na Convenção de Aplicação.
c) Estejam indicados para efeitos de não admissão
7 — É da competência do director-geral do SEF a
no Sistema Integrado de Informações do SEF; ou
indicação de um cidadão estrangeiro no Sistema de
d) Constituam perigo ou grave ameaça para a ordem
Informação Schengen ou no Sistema Integrado de Infor-
pública, a segurança nacional, a saúde pública ou para
mações do SEF para efeitos de não admissão.
as relações internacionais de Estados membros da União
Europeia, bem como de Estados onde vigore a Con-
venção de Aplicação. Artigo 34.o
2 — A recusa de entrada com fundamento em razões Apreensão de documentos de viagem
de saúde pública só pode basear-se nas doenças definidas
nos instrumentos aplicáveis da Organização Mundial de Quando a recusa de entrada se fundar na apresen-
Saúde ou em outras doenças infecciosas ou parasitárias tação de documento de viagem falso, falsificado, alheio
contagiosas objecto de medidas de protecção em ter- ou obtido fraudulentamente, o mesmo é apreendido e
ritório nacional. remetido para a entidade nacional ou estrangeira com-
3 — Pode ser exigido ao nacional de Estado terceiro petente, em conformidade com as disposições aplicáveis.
a sujeição a exame médico, a fim de que seja atestado
que não sofre de nenhuma das doenças mencionadas Artigo 35.o
no número anterior, bem como às medidas médicas
adequadas. Verificação da validade dos documentos
nicamente ou, em caso de avaria, por qualquer outro c) Visto de curta duração;
meio apropriado, ao SEF, a fim de facilitar a execução d) Visto de estada temporária;
de controlos no posto autorizado de passagem da fron- e) Visto para obtenção de autorização de residência,
teira de entrada do passageiro no território nacional. adiante designado visto de residência.
2 — O SEF conserva os dados num ficheiro pro-
visório. Artigo 46.o
3 — Após a entrada dos passageiros, a autoridade
referida no número anterior apaga os dados no prazo Validade territorial dos vistos
de vinte e quatro horas a contar da sua transmissão, 1 — Os vistos de escala, de trânsito e de curta duração
salvo se forem necessários para o exercício das funções podem ser válidos para um ou mais Estados Partes na
legais das autoridades responsáveis pelo controlo de pas- Convenção de Aplicação.
sageiros nas fronteiras externas, nos termos da lei e em 2 — Os vistos de estada temporária e de residência
conformidade com a Lei n.o 67/98, de 26 de Outubro, são válidos apenas para o território português.
relativa à protecção de dados pessoais.
4 — No prazo de vinte e quatro horas a contar da
chegada do meio de transporte, as transportadoras eli- Artigo 47.o
minam os dados pessoais por elas recolhidos e trans- Visto individual e visto colectivo
mitidos ao SEF.
5 — Sem prejuízo do disposto na Lei n.o 67/98, de 1 — O visto individual é aposto em passaporte indi-
26 de Outubro, relativa à protecção de dados pessoais, vidual ou familiar.
os dados a que se refere o artigo anterior podem ser 2 — O visto colectivo é aposto em passaporte colec-
utilizados para efeitos de aplicação de disposições legais tivo emitido a favor de um grupo de indivíduos, orga-
em matéria de segurança e ordem públicas. nizado social ou institucionalmente, previamente à deci-
são de realização da viagem e constituído por um mínimo
de 5 e um máximo de 50 pessoas.
Artigo 44.o 3 — Os vistos concedidos no estrangeiro podem ser
Informação dos passageiros individuais ou colectivos, salvo os referidos nas alíneas d)
e e) do artigo 45.o, que só podem ser concedidos sob
1 — Para efeitos de aplicação do disposto no forma individual.
artigo 42.o, as transportadoras, no momento da recolha 4 — A concessão do visto colectivo pressupõe a
dos dados, prestam as seguintes informações aos pas- entrada, permanência e saída do território português
sageiros em causa: simultâneas de todos os membros do grupo.
a) Identidade do responsável pelo tratamento; 5 — O visto colectivo tem uma validade máxima de
b) Finalidades do tratamento a que os dados se 30 dias.
destinam;
c) Outras informações, tendo em conta as circunstân- Artigo 48.o
cias específicas da recolha dos dados, necessárias para
garantir à pessoa em causa um tratamento leal dos mes- Competência para a concessão de vistos
mos, tais como os destinatários ou categorias de des- 1 — São competentes para conceder vistos:
tinatários dos dados, o carácter obrigatório da resposta,
bem como as possíveis consequências da sua omissão, a) As embaixadas e os postos consulares de carreira
e a existência do direito de acesso aos dados que lhe portugueses, quando se trate de vistos de escala, de trân-
digam respeito e do direito de os rectificar. sito ou de curta duração solicitados por titulares de pas-
saportes diplomáticos, de serviço, oficiais e especiais ou
2 — Quando os dados não tenham sido recolhidos de documentos de viagem emitidos por organizações
junto da pessoa a que dizem respeito, o responsável internacionais;
pelo seu tratamento, ou o seu representante, fornece b) Os postos consulares de carreira e as secções con-
à pessoa em causa, no momento em que os dados sejam sulares, nos restantes casos.
registados ou o mais tardar no momento da primeira
comunicação desses dados, as informações referidas no 2 — Compete às entidades referidas no número ante-
número anterior. rior solicitar os pareceres, informações e demais ele-
mentos necessários para a instrução dos pedidos.
CAPÍTULO IV
Artigo 49.o
Vistos Visto de escala
SECÇÃO I 1 — O visto de escala destina-se a permitir ao seu
titular, quando utilize uma ligação internacional, a pas-
Vistos concedidos no estrangeiro
sagem por um aeroporto ou um porto de um Estado
Parte na Convenção de Aplicação.
Artigo 45.o
2 — O titular do visto de escala apenas tem acesso
Tipos de vistos concedidos no estrangeiro à zona internacional do aeroporto ou porto marítimo,
devendo prosseguir a viagem na mesma ou em outra
No estrangeiro podem ser concedidos os seguintes
aeronave ou embarcação, de harmonia com o título de
tipos de vistos:
transporte.
a) Visto de escala; 3 — Estão sujeitos a visto de escala os nacionais de
b) Visto de trânsito; Estados identificados em despacho conjunto dos Minis-
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tros da Administração Interna e dos Negócios Estran- 2 — Para a concessão de visto de residência para exer-
geiros ou titulares de documentos de viagem emitidos cício de actividade profissional subordinada ou inde-
pelos referidos Estados. pendente, de visto de residência para estudo, intercâm-
4 — O despacho previsto no número anterior fixa as bio de estudantes, estágio profissional ou voluntariado,
excepções à exigência deste tipo de visto. de visto de estada temporária e de visto de curta duração
é ainda exigido ao nacional de Estado terceiro que dis-
Artigo 50.o ponha de um título de transporte que assegure o seu
regresso.
Visto de trânsito
3 — É recusada a emissão de visto de estada tem-
1 — O visto de trânsito destina-se a permitir a entrada porária ou visto de residência a nacional de Estado ter-
em território português a quem, proveniente de um ceiro que tenha sido condenado por crime que em Por-
Estado terceiro, se dirija para um país terceiro no qual tugal seja punível com pena privativa de liberdade de
tenha garantida a admissão. duração superior a um ano, ainda que esta não tenha
2 — O visto de trânsito pode ser concedido para uma, sido cumprida, ou que tenha sofrido mais de uma con-
duas ou, excepcionalmente, várias entradas, não denação em idêntica pena, ainda que a sua execução
podendo a duração de cada trânsito exceder cinco dias. tenha sido suspensa.
4 — Pode ser recusada a emissão de visto a pessoas
Artigo 51.o que constituam uma ameaça grave para a ordem pública,
segurança pública ou saúde pública.
Visto de curta duração
5 — Sempre que a concessão do visto seja recusada
1 — O visto de curta duração destina-se a permitir pelos fundamentos previstos nas alíneas b) e c) do n.o 1,
a entrada em território português ao seu titular para o requerente é informado da possibilidade de solicitar
fins que, sendo aceites pelas autoridades competentes, a rectificação dos dados que a seu respeito se encontrem
não justifiquem a concessão de outro tipo de visto, desig- errados.
nadamente para fins de turismo e de visita ou acom-
panhamento de familiares que sejam titulares de visto
de estada temporária. Artigo 53.o
2 — O visto pode ser concedido com um prazo de Formalidades prévias à concessão de vistos
validade de um ano e para uma ou mais entradas, não
podendo a duração de uma estada ininterrupta ou a 1 — Carece de parecer prévio obrigatório do SEF a
duração total das estadas sucessivas exceder três meses concessão de visto nos seguintes casos:
por semestre a contar da data da primeira passagem
de uma fronteira externa. a) Quando sejam solicitados vistos de residência e
3 — Em casos devidamente fundamentados, e quando de estada temporária;
tal se revele de interesse para o País, pode ser concedido, b) Quando tal for determinado por razões de interesse
por despacho conjunto dos Ministros da Administração nacional, por motivos de segurança interna ou de pre-
Interna e dos Negócios Estrangeiros, um visto de múl- venção da imigração ilegal e da criminalidade conexa.
tiplas entradas a determinadas categorias de pessoas
com um prazo de validade superior a um ano. 2 — Relativamente aos pedidos de vistos referidos no
número anterior é emitido parecer negativo, sempre que
Artigo 52.o o requerente tenha sido condenado em Portugal por
sentença com trânsito em julgado em pena de prisão
Condições gerais de concessão de vistos de residência, superior a 1 ano, ainda que esta não tenha sido cum-
de estada temporária e de curta duração
prida, ou tenha sofrido mais de uma condenação em
1 — Sem prejuízo de condições especiais aplicáveis idêntica pena ainda que a sua execução tenha sido
à concessão de cada tipo de visto e dos regimes especiais suspensa.
constantes de acordos, protocolos ou instrumentos simi- 3 — Em casos urgentes e devidamente justificados,
lares, tratados e convenções internacionais de que Por- pode ser dispensada a consulta prévia quando se trate
tugal seja Parte, só são concedidos vistos de residência, de pedidos de visto de residência para exercício de acti-
de estada temporária e de curta duração a nacionais vidade profissional independente e de estada tempo-
de Estados terceiros que preencham as seguintes con- rária.
dições: 4 — Carece de consulta prévia ao Serviço de Infor-
a) Não tenham sido sujeitos a uma medida de afas- mações de Segurança a concessão de visto, quando a
tamento do País e se encontrem no período subsequente mesma for determinada por razões de segurança nacio-
de interdição de entrada em território nacional; nal ou em cumprimento dos mecanismos acordados no
b) Não estejam indicados para efeitos de não admissão âmbito da política europeia de segurança comum.
no Sistema de Informação Schengen por qualquer das 5 — Compete ao SEF solicitar e obter de outras enti-
Partes Contratantes; dades os pareceres, informações e demais elementos
c) Não estejam indicados para efeitos de não admissão necessários para o cumprimento do disposto na presente
no Sistema Integrado de Informações do SEF, nos ter- lei em matéria de concessão de vistos de residência e
mos do artigo 33.o; de estada temporária.
d) Disponham de meios de subsistência, tal como defi- 6 — Os pareceres necessários à concessão de vistos,
nidos por portaria conjunta dos Ministros da Adminis- quando negativos, são vinculativos para efeitos da alí-
tração Interna e do Trabalho e da Solidariedade Social; nea b) do n.o 1 do presente artigo, sendo emitidos no
e) Disponham de um documento de viagem válido; prazo de 20 dias, findo o qual a ausência de emissão
f) Disponham de um seguro de viagem. corresponde a parecer favorável.
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de serviços para exercer uma actividade docente num que preencham as condições estabelecidas no artigo 52.o
estabelecimento de ensino superior ou uma actividade e que:
altamente qualificada em território nacional.
a) Possuam contrato de trabalho ou promessa de con-
trato de trabalho; ou
SUBSECÇÃO II b) Possuam habilitações, competências ou qualifica-
ções reconhecidas e adequadas para o exercício de uma
Visto de residência das actividades abrangidas pelo número anterior e bene-
ficiem de uma manifestação individualizada de interesse
Artigo 58.o da entidade empregadora.
Visto de residência
6 — Para efeitos do disposto na alínea b) do número
1 — O visto de residência destina-se a permitir ao anterior, as candidaturas de nacionais de Estados ter-
seu titular a entrada em território português a fim de ceiros são remetidas, através do Instituto do Emprego
solicitar autorização de residência. e da Formação Profissional ou, nas Regiões Autónomas,
2 — O visto de residência é válido para duas entradas dos respectivos departamentos, às entidades emprega-
em território português e habilita o seu titular a nele doras que mantenham ofertas de emprego abrangidas
permanecer por um período de quatro meses. pelo n.o 4.
3 — Sem prejuízo da aplicação de condições espe- 7 — Excepcionalmente, e independentemente do
cíficas, na apreciação do pedido de visto de residência contingente fixado no n.o 2, pode ser emitido visto para
atender-se-á, designadamente, à finalidade pretendida obtenção de autorização de residência para exercício
com a fixação de residência. de actividade profissional subordinada aos nacionais de
4 — Sem prejuízo de prazos mais curtos previstos Estados terceiros que preencham as condições estabe-
nesta lei, o prazo para a decisão sobre o pedido de lecidas no artigo 52.o e possuam contrato de trabalho,
visto de residência é de 60 dias. desde que comprovem que a oferta de emprego não
foi preenchida pelos trabalhadores referidos no n.o 1.
Artigo 59.o 8 — O Instituto do Emprego e da Formação Profis-
Visto de residência para exercício de actividade sional elabora um relatório semestral sobre a execução
profissional subordinada do contingente global.
9 — Para efeitos do número anterior, a concessão de
1 — A concessão de visto para obtenção de autori- vistos ao abrigo da presente disposição é comunicada
zação de residência para exercício de actividade pro- no prazo máximo de cinco dias ao Instituto do Emprego
fissional subordinada depende da existência de opor- e da Formação Profissional.
tunidades de emprego, não preenchidas por nacionais
portugueses, trabalhadores nacionais de Estados mem-
bros da União Europeia, do Espaço Económico Euro- Artigo 60.o
peu, de Estado terceiro com o qual a Comunidade Euro- Visto de residência para exercício de actividade profissional
peia tenha celebrado um acordo de livre circulação de independente ou para imigrantes empreendedores
pessoas, bem como por trabalhadores nacionais de Esta-
dos terceiros com residência legal em Portugal. 1 — O visto para obtenção de autorização de resi-
2 — Para efeitos do número anterior, o Conselho de dência para exercício de actividade profissional inde-
Ministros, mediante parecer prévio da Comissão Per- pendente pode ser concedido ao nacional de Estado
manente da Concertação Social, aprova anualmente terceiro que:
uma resolução que define um contingente global indi- a) Tenha contrato ou proposta escrita de contrato de
cativo de oportunidades de emprego presumivelmente prestação de serviços no âmbito de profissões liberais; e
não preenchidas pelos trabalhadores referidos no b) Se encontre habilitado a exercer a actividade inde-
número anterior, podendo excluir sectores ou activida- pendente, sempre que aplicável.
des onde não se verifiquem necessidades de mão-de-
-obra, se as circunstâncias do mercado de trabalho o 2 — É concedido visto de residência para os imigran-
justificarem. tes empreendedores que pretendam investir em Por-
3 — No contingente global previsto no número ante- tugal, desde que:
rior são considerados contingentes para cada uma das
Regiões Autónomas, de acordo com as respectivas a) Tenham efectuado operações de investimento; ou
necessidades e especificidades regionais. b) Comprovem possuir meios financeiros disponíveis
4 — O Instituto do Emprego e da Formação Profis- em Portugal, incluindo os decorrentes de financiamento
sional bem como os respectivos departamentos de cada obtido junto de instituição financeira em Portugal, e
Região Autónoma mantêm um sistema de informação demonstrem, por qualquer meio, a intenção de proceder
permanentemente actualizado e acessível ao público a uma operação de investimento em território português.
através da Internet das ofertas de emprego abrangidas
pelo n.o 1 e divulgam-nas, por iniciativa própria ou a Artigo 61.o
pedido das entidades empregadoras ou das associações
Visto de residência para actividade de investigação
com assento no Conselho Consultivo, junto das embai- ou altamente qualificada
xadas e postos consulares de carreira portugueses.
5 — Até ao limite do contingente fixado nos termos 1 — É concedido visto de residência para efeitos de
do n.o 2 e para as ofertas de emprego não preenchidas realização de investigação científica a nacionais de Esta-
pelos trabalhadores referidos no n.o 1 pode ser emitido dos terceiros que tenham sido admitidos a colaborar
visto de residência para exercício de actividade profis- como investigadores num centro de investigação, reco-
sional subordinada aos nacionais de Estados terceiros nhecido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino
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Superior, nomeadamente através de uma promessa ou para obtenção de autorização de residência para rea-
contrato de trabalho, de uma proposta escrita ou con- lização de estágio não remunerado deve ter sido aceite
trato de prestação de serviços ou de uma bolsa de inves- como estagiário não remunerado numa empresa ou num
tigação científica. organismo de formação profissional oficialmente reco-
2 — É igualmente concedido visto de residência para nhecido.
o exercício de uma actividade docente num estabele- 7 — Para além das condições gerais estabelecidas no
cimento de ensino superior ou uma actividade altamente n.o 2, o nacional de Estado terceiro que requeira visto
qualificada a nacionais de Estados terceiros que dis- para obtenção de autorização de residência para par-
ponham de adequada promessa ou contrato de trabalho, ticipação num programa de voluntariado deve:
de proposta escrita ou de contrato de prestação de
serviços. a) Ter a idade mínima fixada por portaria do Ministro
3 — O prazo para a decisão sobre o pedido de visto da Administração Interna;
a que se refere o presente artigo é de 30 dias. b) Ter sido admitido por uma organização responsável
em Portugal pelo programa de voluntariado em que
participe, oficialmente reconhecida.
Artigo 62.o
Visto de residência para estudo, intercâmbio de estudantes, 8 — Para efeitos de concessão de visto ao abrigo do
estágio profissional ou voluntariado presente artigo, o montante mínimo dos meios de sub-
1 — A admissão de um nacional de Estado terceiro sistência previsto na portaria a que se refere a alínea d)
em território nacional para efeitos de estudos, de par- do n.o 1 do artigo 52.o pode ser dispensado atentas as
ticipação num programa de intercâmbio de estudantes circunstâncias do caso concreto.
do ensino secundário, de estágio profissional não remu-
nerado ou de voluntariado depende da concessão de Artigo 63.o
visto de residência com esse fim.
2 — É concedido visto para obtenção de autorização Visto de residência no âmbito da mobilidade dos estudantes
de residência para os efeitos indicados no número ante- do ensino superior
rior desde que o nacional de Estado terceiro: 1 — Ao nacional de Estado terceiro que resida como
a) Possua documento de viagem, cuja validade cubra estudante do ensino superior num Estado membro da
pelo menos a duração prevista da estada; União Europeia e que se candidate a frequentar em
b) No caso de ser menor de idade nos termos da Portugal parte de um programa de estudos já iniciado
legislação nacional, seja autorizado por quem exerce ou a complementá-lo com um programa de estudos afins
o poder paternal para a estada prevista. é concedido visto de residência num prazo que não
impeça o prosseguimento dos estudos em causa, e nunca
3 — O procedimento de concessão de visto para superior a 60 dias, desde que:
obtenção de autorização de residência a nacionais de a) Preencha as condições estabelecidas nos n.os 2 e
Estados terceiros referidos no n.o 1 que participem em 4 do artigo anterior; e
programas comunitários de promoção da mobilidade b) Participe num programa de intercâmbio comuni-
para a União Europeia ou para a Comunidade dos Países tário ou bilateral ou tenha sido admitido como estudante
de Língua Portuguesa ou no seu interesse é facilitado,
num Estado membro durante um período não inferior
nos termos a definir por portaria dos Ministros da Admi-
a dois anos.
nistração Interna e dos Negócios Estrangeiros.
4 — Para além das condições gerais referidas no n.o 2,
o nacional de Estado terceiro que requeira visto para 2 — Sempre que Portugal seja o primeiro Estado
obtenção de autorização de residência para frequentar membro de admissão, o SEF deve, a pedido das auto-
um programa de estudos do ensino superior deve preen- ridades competentes do segundo Estado membro, pres-
cher as condições de admissão num estabelecimento de tar todas as informações adequadas em relação à estada
ensino superior para esse efeito. do estudante em território nacional.
5 — Para além das condições gerais estabelecidas no
n.o 2, o nacional de Estado terceiro que requeira visto Artigo 64.o
de residência para frequência do ensino secundário
deve: Visto de residência para efeitos de reagrupamento familiar
a) Ter a idade mínima e não exceder a idade máxima Sempre que um pedido de reagrupamento familiar
fixadas por portaria conjunta dos Ministros da Admi- com os membros da família, que se encontrem fora do
nistração Interna e da Educação; território nacional, seja deferido nos termos da presente
b) Ter sido aceite num estabelecimento de ensino lei, é imediatamente emitido ao familiar ou familiares
secundário, podendo a sua admissão realizar-se no em questão um visto de residência, que permite a
âmbito de um programa de intercâmbio de estudantes entrada em território nacional.
do ensino secundário realizado por uma organização
reconhecida pelo Ministério da Educação para este
efeito; Artigo 65.o
c) Ser acolhido durante o período da sua estada por Comunicação e notificação
família que preencha as condições fixadas no programa
de intercâmbio de estudantes do ensino secundário em 1 — Para efeitos do disposto no artigo anterior, o
que participa ou ter o seu alojamento assegurado. SEF comunica à Direcção-Geral dos Assuntos Consu-
lares e Comunidades Portuguesas as decisões de defe-
6 — Para além das condições gerais estabelecidas no rimento dos pedidos de reagrupamento familiar, dando
n.o 2, o nacional de Estado terceiro que requeira visto delas conhecimento ao interessado.
Diário da República, 1.a série — N.o 127 — 4 de Julho de 2007 4303
2 — O visto de residência é emitido na sequência da ou ainda de um documento de viagem emitido por uma
comunicação prevista no número anterior e nos termos organização internacional, é consultado, sempre que
dela decorrentes, valendo a mesma como parecer obri- possível, o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
gatório do SEF, nos termos do artigo 53.o
Artigo 69.o
SECÇÃO II Competência para a concessão de vistos em postos de fronteira
Vistos concedidos em postos de fronteira É competente para a concessão dos vistos referidos
o na presente secção o director-geral do SEF, com facul-
Artigo 66. dade de delegação.
Tipos de vistos
2 — A prorrogação de permanência concedida aos não são deferidos os pedidos de prorrogação de per-
titulares de vistos de trânsito e vistos de curta duração manência quando sejam apresentados decorridos 30 dias
pode ser válida para um ou mais Estados Partes na após o termo do período de permanência autorizado.
Convenção de Aplicação. 6 — A prorrogação de permanência é concedida sob
3 — Salvo em casos devidamente fundamentados, a a forma de vinheta autocolante de modelo a aprovar
prorrogação a que se refere o n.o 1 pode ser concedida por portaria do Ministro da Administração Interna.
desde que se mantenham as condições que permitiram
a admissão do cidadão estrangeiro.
4 — O visto de estada temporária para exercício de Artigo 73.o
actividade profissional subordinada só pode ser pror- Competência
rogado se o requerente possuir um contrato de trabalho
nos termos da lei e estiver abrangido pelo Serviço Nacio- A decisão dos pedidos de prorrogação de permanên-
nal de Saúde ou possuir seguro de saúde. cia é da competência do director-geral do SEF, com
5 — O visto de estada temporária para actividade de faculdade de delegação.
investigação ou altamente qualificada só pode ser pror-
rogado se o requerente possuir contrato de trabalho,
de prestação de serviços ou bolsa de investigação cien- CAPÍTULO VI
tífica e estiver abrangido pelo Serviço Nacional de Saúde Residência em território nacional
ou possuir seguro de saúde.
6 — Salvo em casos devidamente fundamentados, a SECÇÃO I
prorrogação de permanência dos titulares de visto de
residência para exercício de actividade profissional Disposições gerais
subordinada, de actividade independente e para acti-
vidade de investigação ou altamente qualificada Artigo 74.o
depende da manutenção das condições que permitiram
Tipos de autorização de residência
a admissão do cidadão estrangeiro.
1 — A autorização de residência compreende dois
tipos:
Artigo 72.o
a) Autorização de residência temporária;
Limites da prorrogação de permanência
b) Autorização de residência permanente.
1 — A prorrogação de permanência pode ser con-
cedida: 2 — Ao cidadão estrangeiro autorizado a residir em
território português é emitido um título de residência.
a) Até cinco dias, se o interessado for titular de um
visto de trânsito;
b) Até 60 dias, se o interessado for titular de um Artigo 75.o
visto especial; Autorização de residência temporária
c) Até 90 dias, se o interessado for titular de um
visto de residência; 1 — Sem prejuízo das disposições legais especiais apli-
d) Até 90 dias, prorrogáveis por um igual período, cáveis, a autorização de residência temporária é válida
se o interessado for titular de um visto de curta duração pelo período de um ano contado a partir da data da
ou tiver sido admitido no País sem exigência de visto; emissão do respectivo título e é renovável por períodos
e) Até um ano, prorrogável por igual período, se o sucessivos de dois anos.
interessado for titular de um visto de estada temporária, 2 — O título de residência deve, porém, ser renovado
com excepção dos casos previstos na alínea c) do n.o 1 sempre que se verifique a alteração dos elementos de
do artigo 54.o, em que a prorrogação só é admitida identificação nele registados.
até 90 dias.
c) Esteja abrangido pelo Serviço Nacional de Saúde responsável em Portugal pelo programa de voluntariado
ou disponha de seguro de saúde. em que participa, que contenha uma descrição das suas
tarefas, as condições de que beneficiará na realização
2 — A autorização de residência é válida por um dessas tarefas, o horário que deve cumprir, bem como,
período de um ano e é renovável, por iguais períodos, se for caso disso, a formação que recebe para assegurar
se o seu titular continuar a preencher as condições esta- o cumprimento adequado das suas tarefas.
belecidas no número anterior. 3 — A validade da autorização de residência a que
3 — Excepcionalmente, pode ser concedida uma se refere o n.o 1 não pode ser superior a um ano.
autorização de residência para efeitos de estudo em esta- 4 — Em casos excepcionais, se a duração do programa
belecimento de ensino superior com dispensa do requi- em causa for superior a um ano, a validade da auto-
sito previsto na alínea a) do n.o 1 do artigo 77.o, sempre rização de residência pode corresponder ao período em
que o nacional de Estado terceiro tenha entrado e per- causa.
maneça legalmente em Portugal e preencha as condições 5 — A autorização de residência concedida ao abrigo
estabelecidas no n.o 1. do presente artigo não é renovável.
4 — Se a duração do programa de estudos for inferior
a um ano, a autorização de residência tem a duração
necessária para cobrir o período de estudos. Artigo 95.o
Cancelamento e não renovação
o
Artigo 92. Sem prejuízo do disposto nos artigos 78.o e 85.o, a
Autorização de residência emitida para estudantes autorização de residência emitida com base nas dispo-
do ensino secundário sições da presente secção pode ser cancelada ou não
renovada se o seu titular:
1 — É emitida autorização de residência ao titular
de visto de residência para frequência do ensino secun- a) Não preencher ou deixar de preencher os requisitos
dário, desde que esteja matriculado em estabelecimento estipulados no artigo 62.o, bem como, segundo a cate-
de ensino secundário e abrangido pelo Serviço Nacional goria por que seja abrangido, nos artigos 91.o a 94.o;
de Saúde ou disponha de seguro de saúde. ou
2 — A validade da autorização de residência a que b) Não respeitar o disposto no artigo 97.o; ou
se refere o número anterior não pode exceder um ano, c) Não progredir nos estudos com aproveitamento.
sendo renovável por igual período, desde que se man-
tenham as condições da sua concessão.
Artigo 96.o
Artigo 93.o Garantias processuais e transparência
Autorização de residência para estagiários não remunerados 1 — A decisão sobre um pedido de concessão ou reno-
vação de uma autorização de residência é adoptada e
1 — É concedida autorização de residência ao titular comunicada ao requerente num prazo que não impeça
de visto de residência para realização de estágio não o prosseguimento dos estudos em causa, sem prejuízo
remunerado, desde que esteja abrangido pelo Serviço de um prazo suficiente para o processamento do pedido.
Nacional de Saúde ou disponha de seguro de saúde. 2 — Se as informações fornecidas pelo requerente
2 — A concessão de autorização de residência nos forem insuficientes, a análise do pedido pode ser sus-
termos do número anterior depende da apresentação pensa, sendo-lhe solicitadas as informações suplemen-
pelo interessado de contrato de formação para reali- tares necessárias.
zação de estágio não remunerado celebrado com uma 3 — A decisão de indeferimento de autorização de
empresa ou um organismo de formação profissional ofi- residência é notificada ao requerente, com indicação
cialmente reconhecido, e certificado pelo Instituto do dos seus fundamentos, dela devendo constar o direito
Emprego e da Formação Profissional. de impugnação judicial e o respectivo prazo.
3 — A validade da autorização de residência a que 4 — A decisão de indeferimento ou de cancelamento
se refere o n.o 1 corresponde à duração do estágio ou de autorização de residência nos termos da presente
a um período máximo de um ano. secção é susceptível de impugnação judicial, com efeito
4 — Em casos excepcionais, a autorização de residên- devolutivo, perante os tribunais administrativos.
cia pode ser renovada uma única vez, exclusivamente
pelo tempo necessário à obtenção de uma qualificação
profissional reconhecida oficialmente, se o seu titular Artigo 97.o
continuar a preencher as condições estabelecidas no
Exercício de actividade profissional subordinada
n.o 2 do presente artigo e no n.o 2 do artigo 62.o
1 — É vedado aos titulares de autorização de resi-
Artigo 94.o dência para realização de estágio não remunerado ou
participação num programa de voluntariado o exercício
Autorização de residência para voluntários
de uma actividade profissional remunerada.
1 — É emitida uma autorização de residência ao titu- 2 — Fora do período consagrado ao programa de
lar de um visto de residência para participação num estudos e sob reserva das regras e condições aplicáveis
programa de voluntariado, desde que esteja abrangido à actividade pertinente, os estudantes podem exercer
pelo Serviço Nacional de Saúde ou disponha de seguro uma actividade profissional subordinada, nos termos do
de saúde. n.o 1 do artigo 88.o, mediante autorização prévia con-
2 — A concessão de autorização de residência nos cedida pelo SEF.
termos do número anterior depende da apresentação 3 — O SEF está obrigado às comunicações previstas
pelo interessado de contrato assinado com a organização nos n.os 3 e 4 do artigo 88.o
Diário da República, 1.a série — N.o 127 — 4 de Julho de 2007 4309
c) Cópias autenticadas dos documentos de viagem a existência de laços familiares, culturais e sociais com
dos familiares ou do parceiro de facto. o país de origem.
4 — O indeferimento do pedido apresentado por
4 — Quando um refugiado não puder apresentar refugiado não pode ter por fundamento único a falta
documentos oficiais que comprovem a relação familiar, de documentos comprovativos da relação familiar.
deve ser tomado em consideração outro tipo de provas 5 — Do indeferimento do pedido é enviada cópia,
da existência dessa relação. com os respectivos fundamentos, ao ACIDI, I. P., e
ao Conselho Consultivo.
Artigo 104.o 6 — A decisão de indeferimento é notificada ao
requerente com indicação dos seus fundamentos, dela
Apreciação do pedido devendo constar o direito de impugnação judicial e o
1 — O SEF pode, se necessário, proceder a entrevistas respectivo prazo.
com o requerente do reagrupamento e os seus familiares 7 — A decisão de indeferimento do pedido de rea-
e conduzir outras investigações que considere neces- grupamento familiar é susceptível de impugnação judi-
sárias. cial, com efeito devolutivo, perante os tribunais admi-
2 — No exame do pedido relativo a pessoa que man- nistrativos.
tenha uma união de facto com o requerente do rea- 8 — Quando os membros da família já se encontrem
grupamento, o SEF deve tomar em consideração fac- em território nacional e a decisão de indeferimento se
tores como a existência de um filho comum, a coabitação fundamente exclusivamente no incumprimento das con-
prévia, o registo da união de facto ou qualquer outro dições estabelecidas na alínea a) do n.o 1 a impugnação
meio de prova fiável. judicial tem efeito suspensivo.
1 — Logo que possível, e em todo o caso no prazo 1 — Ao membro da família que seja titular de um
de três meses, o SEF notifica por escrito a decisão ao visto emitido nos termos do artigo 64.o ou que se encon-
requerente. tre em território nacional tendo sido deferido o pedido
2 — Em circunstâncias excepcionais associadas à de reagrupamento familiar é concedida uma autorização
complexidade da análise do pedido, o prazo a que se de residência de duração idêntica à do residente.
refere o número anterior pode ser prorrogado por três 2 — Ao membro da família do titular de uma auto-
meses, sendo o requerente informado desta prorro- rização de residência permanente é emitida uma auto-
gação. rização de residência renovável, válida por dois anos.
3 — Corresponde a deferimento tácito do pedido a 3 — Decorridos dois anos sobre a emissão da primeira
ausência de decisão no prazo de seis meses. autorização de residência a que se referem os números
4 — Em caso de deferimento tácito, o SEF certifica-o, anteriores e na medida em que subsistam os laços fami-
a pedido do interessado, comunicando-o, no prazo de liares ou, independentemente do referido prazo, sempre
quarenta e oito horas, à Direcção-Geral dos Assuntos que o titular do direito ao reagrupamento familiar tenha
Consulares e Comunidades Portuguesas, para efeitos filhos menores residentes em Portugal, os membros da
de emissão do visto de residência nos termos do família têm direito a uma autorização autónoma.
artigo 64.o 4 — Em casos excepcionais, nomeadamente de sepa-
ração judicial de pessoas e bens, divórcio, viuvez, morte
de ascendente ou descendente, condenação por crime
Artigo 106.o de violência doméstica e quando seja atingida a maio-
Indeferimento do pedido ridade, pode ser concedida uma autorização de resi-
dência autónoma antes de decorrido o prazo referido
1 — O pedido de reagrupamento familiar pode ser no número anterior.
indeferido nos seguintes casos: 5 — A primeira autorização de residência concedida
a) Quando não estejam reunidas as condições de exer- ao cônjuge ao abrigo do reagrupamento familiar é autó-
cício do direito ao reagrupamento familiar; noma sempre que este esteja casado há mais de cinco
b) Quando o membro da família esteja interdito de anos com o residente.
entrar em território nacional;
c) Quando a presença do membro da família em ter- Artigo 108.o
ritório nacional constitua uma ameaça à ordem pública, Cancelamento da autorização de residência
à segurança pública ou à saúde pública.
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 85.o, a auto-
2 — Quando à decisão de deferimento de pedido de rização de residência emitida ao abrigo do direito ao
reagrupamento familiar obstem razões de ordem pública reagrupamento familiar é cancelada quando o casa-
ou segurança pública, devem ser tomadas em conside- mento, a união de facto ou a adopção teve por fim
ração a gravidade ou o tipo de ofensa à ordem pública único permitir à pessoa interessada entrar ou residir
ou à segurança pública cometida pelo familiar, ou os no País.
perigos que possam advir da permanência dessa pessoa 2 — Podem ser efectuados inquéritos e controlos
em território nacional. específicos quando existam indícios fundados de fraude
3 — Antes de ser proferida decisão de indeferimento ou de casamento, união de facto ou adopção de con-
de pedido de reagrupamento familiar, são tidos em con- veniência, tal como definidos no número anterior.
sideração a natureza e a solidez dos laços familiares 3 — Antes de ser proferida decisão de cancelamento
da pessoa, o seu tempo de residência em Portugal e da autorização de residência ao abrigo do reagrupa-
Diário da República, 1.a série — N.o 127 — 4 de Julho de 2007 4311
6 — É competente para a decisão sobre a concessão pelo seu familiar, ou os perigos que possam advir da
de autorização de residência ao abrigo da presente sec- permanência dessa pessoa em território nacional.
ção o director-geral do SEF, com faculdade de dele- 3 — A decisão a que se refere o n.o 1 não deve
gação. basear-se em razões económicas.
7 — A falta de decisão no prazo de seis meses equivale 4 — Pode igualmente ser indeferido o pedido de auto-
a deferimento do pedido de autorização de residência. rização de residência dos residentes de longa duração
8 — A concessão de autorização de residência ao resi- ou do seu familiar quando a pessoa em causa representar
dente de longa duração bem como aos membros da uma ameaça para a saúde pública, nos termos definidos
sua família é comunicada pelo SEF às autoridades com- no n.o 3 do artigo 77.o
petentes do Estado membro que concedeu o estatuto 5 — Às situações do número anterior é aplicável o
de residente de longa duração. disposto nos n.os 4 e 5 do artigo 77.o
1 — O pedido de autorização de residência apresen- 1 — Não carecem de visto para obtenção de auto-
tado ao abrigo da presente secção pode ser indeferido rização de residência temporária os nacionais de Estados
quando a pessoa em causa represente uma ameaça para terceiros:
a ordem pública ou para a segurança pública. a) Menores, filhos de cidadãos estrangeiros titulares
2 — A decisão de indeferimento nos termos do de autorização de residência, nascidos em território
número anterior deve ter em consideração a gravidade português;
ou o tipo de ofensa à ordem pública ou à segurança b) Menores, nascidos em território nacional, que aqui
pública cometido pelo residente de longa duração ou tenham permanecido e se encontrem a frequentar a edu-
4314 Diário da República, 1.a série — N.o 127 — 4 de Julho de 2007
cação pré-escolar ou o ensino básico, secundário ou 4 — Sempre que o menor, sem razão atendível, deixe
profissional; de frequentar a educação pré-escolar ou o ensino básico
c) Filhos de titulares de autorização de residência é cancelada ou não renovada a autorização de residência
que tenham atingido a maioridade e tenham perma- temporária concedida ao abrigo da alínea b) do n.o 1
necido habitualmente em território nacional desde os e do n.o 3.
10 anos de idade; 5 — Sempre que o menor, sem razão atendível, deixe
d) Maiores, nascidos em território nacional, que daqui de frequentar o ensino secundário ou profissional pode
não se tenham ausentado ou que aqui tenham perma- ser cancelada ou não renovada a autorização de resi-
necido desde idade inferior a 10 anos; dência temporária concedida ao abrigo da alínea b) do
e) Menores, obrigatoriamente sujeitos a tutela nos n.o 1 e do n.o 3.
termos do Código Civil; 6 — Os titulares de autorização de residência con-
f) Que tenham deixado de beneficiar do direito de cedida com dispensa de visto ao abrigo dos números
asilo em Portugal em virtude de terem cessado as razões anteriores gozam dos direitos previstos no artigo 83.o
com base nas quais obtiveram a referida protecção;
g) Que sofram de uma doença que requeira assistência
Artigo 123.o
médica prolongada que obste ao retorno ao país, a fim
de evitar risco para a saúde do próprio; Regime excepcional
h) Que tenham cumprido serviço militar efectivo nas
1 — Quando se verificarem situações extraordinárias
Forças Armadas Portuguesas;
a que não sejam aplicáveis as disposições previstas no
i) Que, tendo perdido a nacionalidade portuguesa,
artigo 122.o, bem como nos casos de autorização de
hajam permanecido no território nacional nos últimos
residência por razões humanitárias ao abrigo da lei que
15 anos;
regula o direito de asilo, mediante proposta do direc-
j) Que não se tenham ausentado do território nacional
tor-geral do SEF ou por iniciativa do Ministro da Admi-
e cujo direito de residência tenha caducado;
nistração Interna pode, a título excepcional, ser con-
l) Que tenham filhos menores residentes em Portugal
cedida autorização de residência temporária a cidadãos
ou com nacionalidade portuguesa sobre os quais exer-
estrangeiros que não preencham os requisitos exigidos
çam efectivamente o poder paternal e a quem assegurem
na presente lei:
o sustento e a educação;
m) Que sejam agentes diplomáticos e consulares ou a) Por razões de interesse nacional;
respectivos cônjuges, ascendentes e descendentes a b) Por razões humanitárias;
cargo e tenham estado acreditados em Portugal durante c) Por razões de interesse público decorrentes do exer-
um período não inferior a três anos; cício de uma actividade relevante no domínio científico,
n) Que sejam ou tenham sido vítimas de infracção cultural, desportivo, económico ou social.
penal ou contra-ordenacional grave ou muito grave refe-
rente à relação de trabalho e que se traduza em con- 2 — As decisões do Ministro da Administração
dições de desprotecção social, de exploração salarial e Interna sobre os pedidos de autorização de residência
de horário, de que existam indícios comprovados pela que sejam formulados ao abrigo do regime excepcional
Inspecção-Geral do Trabalho, desde que tenham denun- previsto no presente artigo devem ser devidamente
ciado a infracção às entidades competentes e com elas fundamentadas.
colaborem;
o) Que tenham beneficiado de autorização de resi-
dência concedida ao abrigo do artigo 109.o; Artigo 124.o
p) Que, tendo beneficiado de autorização de resi- Menores estrangeiros nascidos no País
dência para estudo, concedida ao abrigo dos artigos 91.o
1 — Os menores estrangeiros nascidos em território
ou 92.o, e concluído os seus estudos, pretendam exercer
português beneficiam de estatuto de residente idêntico
em território nacional uma actividade profissional,
ao concedido a qualquer dos seus progenitores.
subordinada ou independente, salvo quando aquela
2 — Para efeitos de emissão do título de residência,
tenha sido emitida no âmbito de acordos de cooperação
deve qualquer dos progenitores apresentar o respectivo
e não existam motivos ponderosos de interesse nacional
pedido nos seis meses seguintes ao registo de nascimento
que o justifiquem;
do menor.
q) Que, tendo beneficiado de visto de estada tem-
3 — Decorrido o prazo previsto no número anterior,
porária para actividade de investigação ou altamente
pode ainda qualquer cidadão solicitar ao curador de
qualificada, pretendam exercer em território nacional
menores que se substitua aos progenitores e requeira
uma actividade de investigação, uma actividade docente
a concessão do estatuto para os menores.
num estabelecimento de ensino superior ou altamente
qualificada, subordinada ou independente.
CAPÍTULO VII
2 — Nos casos previstos nas alíneas o), p) e q) do
número anterior é aplicável, com a devida adaptação, Estatuto do residente de longa duração
o disposto nos artigos 88.o, 89.o ou 90.o, consoante os
casos. Artigo 125.o
3 — É igualmente concedida autorização de residên- Beneficiários
cia com dispensa de visto aos ascendentes em 1.o grau
dos cidadãos estrangeiros abrangidos pela alínea b) do 1 — Podem ser beneficiários do estatuto de residente
n.o 1, que sobre eles exerçam efectivamente o poder de longa duração os nacionais de Estados terceiros que
paternal, podendo os pedidos ser efectuados em simul- residam legalmente no território nacional e preencham
tâneo. as condições estabelecidas para a sua concessão.
Diário da República, 1.a série — N.o 127 — 4 de Julho de 2007 4315
2 — Não podem beneficiar do estatuto de residente 6 — Para efeitos da aplicação da alínea b) do n.o 1,
de longa duração os nacionais de Estados terceiros que: os recursos são avaliados por referência à sua natureza
e regularidade, tendo em consideração o nível do salário
a) Tenham autorização de residência para estudo, mínimo e das pensões antes do pedido de aquisição
estágio profissional não remunerado ou voluntariado; do estatuto de residente de longa duração.
b) Estejam autorizados a residir em território nacional 7 — Os períodos de permanência ininterrupta em ter-
ao abrigo da protecção temporária ou tenham solicitado ritório nacional ao abrigo de um visto de trabalho ou
autorização de residência por esse motivo e aguardem de uma autorização de permanência, emitidos nos ter-
uma decisão sobre o seu estatuto; mos da legislação anterior, relevam para o cálculo do
c) Estejam autorizados a residir em Portugal ao abrigo prazo previsto na alínea a) do n.o 1.
de uma forma de protecção subsidiária ou tenham soli-
citado uma autorização de residência por razões huma-
nitárias e aguardem uma decisão sobre o seu estatuto; Artigo 127.o
d) Sejam refugiados ou tenham solicitado asilo e o Ordem pública e segurança pública
seu pedido não tenha ainda sido objecto de decisão
definitiva; 1 — Pode ser recusado o estatuto de residente de
e) Permaneçam em Portugal exclusivamente por moti- longa duração por razões de ordem pública ou de segu-
vos de carácter temporário, como trabalhadores sazo- rança pública, devendo ser tomada em consideração a
nais, trabalhadores destacados por um prestador de ser- gravidade ou o tipo de ofensa à ordem pública ou à
viços para efeitos de prestação de serviços transfron- segurança pública cometida, ou os perigos que possam
teiriços, ou prestadores de serviços transfronteiriços; advir da permanência dessa pessoa em território nacio-
f) Beneficiem de um estatuto jurídico ao abrigo da nal, bem como a duração da residência e a existência
Convenção de Viena sobre relações diplomáticas, adop- de ligações ao País.
tada a 18 de Abril de 1961, ou da Convenção de Viena 2 — A recusa a que se refere o número anterior não
sobre relações consulares, adoptada a 24 de Abril de deve basear-se em razões económicas.
1963.
Artigo 128.o
o
Artigo 126. Entidade competente
Condições de aquisição do estatuto de residente de longa duração
A concessão ou recusa do estatuto de longa duração
1 — O estatuto de residente de longa duração é con- é da competência do director-geral do SEF, com facul-
cedido ao nacional de Estado terceiro que: dade de delegação.
a) Tenha residência legal e ininterrupta em território
nacional durante os cinco anos imediatamente anterio- Artigo 129.o
res à apresentação do requerimento; Procedimento de aquisição do estatuto de residente de longa duração
b) Disponha de recursos estáveis e regulares que
sejam suficientes para a sua própria subsistência e para 1 — É competente para receber o pedido de conces-
a dos seus familiares, sem recorrer ao subsistema de são do estatuto de residente de longa duração a dele-
solidariedade; gação do SEF da área da residência do requerente.
c) Disponha de um seguro de saúde; 2 — O pedido é acompanhado dos documentos com-
d) Disponha de alojamento; provativos de que o nacional de um Estado terceiro
e) Demonstre fluência no Português básico. preenche as condições enunciadas no artigo 126.o, bem
como de um documento de viagem válido ou de cópia
2 — Os períodos de residência pelas razões referidas autenticada do mesmo.
nas alíneas e) e f) do n.o 2 do artigo anterior não são 3 — Logo que possível e em todo o caso no prazo
tidos em conta para efeitos do cálculo do período refe- de seis meses o requerente é notificado por escrito da
rido na alínea a) do número anterior. decisão tomada.
3 — Nos casos abrangidos pela alínea a) do n.o 2 do 4 — Em circunstâncias excepcionais associadas à
artigo anterior, sempre que o nacional do país terceiro complexidade da análise do pedido, o prazo a que se
tenha obtido autorização de residência que lhe permita refere o número anterior pode ser prorrogado por mais
beneficiar do estatuto de residente de longa duração, três meses, sendo o requerente informado dessa pror-
o período em que foi titular de residência para efeitos rogação.
de estudo, de formação profissional não remunerada 5 — A ausência de decisão no prazo de nove meses
ou de voluntariado é tomado em conta, em metade, equivale a deferimento do pedido.
para o cálculo do período referido na alínea a) do n.o 1. 6 — Se as condições estabelecidas no artigo 126.o esti-
4 — Os períodos de ausência do território nacional verem preenchidas e o requerente não representar uma
não interrompem o período referido na alínea a) do ameaça na acepção do artigo 127.o é concedido o esta-
n.o 1 e entram no cálculo deste, desde que sejam infe- tuto de residente de longa duração.
riores a 6 meses consecutivos e não excedam, na tota- 7 — Todas as pessoas que requeiram o estatuto de
lidade, 10 meses compreendidos no período referido residente de longa duração são informadas dos direitos
na alínea a) do n.o 1. e obrigações que lhe incumbem.
5 — São, todavia, tidos em consideração no cálculo 8 — O estatuto de residente de longa duração tem
do período referido na alínea a) do n.o 1 os períodos carácter permanente com base num título renovável.
de ausência devidos a destacamento por razões de tra- 9 — A concessão do estatuto de residente de longa
balho, nomeadamente no quadro de uma prestação de duração a nacional de Estado terceiro com autorização
serviços transfronteiriços. de residência concedida ao abrigo do artigo 116.o é
4316 Diário da República, 1.a série — N.o 127 — 4 de Julho de 2007
comunicada pelo SEF ao Estado membro que lhe con- 8 — O cancelamento da autorização de residência do
cedeu pela primeira vez o estatuto de residente de longa residente de longa duração é da competência do Minis-
duração. tro da Administração Interna, com a faculdade de dele-
gação no director-geral do SEF.
9 — Se a perda do estatuto de residente de longa
Artigo 130.o duração não conduzir ao afastamento, é concedida à
Título CE de residência de longa duração pessoa em causa uma autorização de residência com
dispensa de visto.
1 — Aos residentes de longa duração é emitido um
título CE de residência de longa duração.
2 — O título CE de residência de longa duração tem Artigo 132.o
uma validade mínima de cinco anos, sendo automati-
camente renovável, mediante requerimento, no termo Garantias processuais
do período de validade. 1 — As decisões de indeferimento do pedido de aqui-
3 — O título CE de residência de longa duração é sição do estatuto de residente de longa duração ou de
emitido segundo as regras e o modelo uniforme de título perda do referido estatuto são notificadas ao interessado
de residência para os nacionais de Estados terceiros, com indicação dos seus fundamentos, do direito de
em vigor na União Europeia, devendo ser inscrita na impugnação judicial e do respectivo prazo.
rubrica «Tipo de título» a designação «Residente CE 2 — As decisões de indeferimento do pedido de aqui-
de longa duração». sição do estatuto de residente de longa duração ou de
perda do referido estatuto são comunicadas, por via
Artigo 131.o electrónica, ao ACIDI, I. P., com indicação dos seus
fundamentos.
Perda do estatuto 3 — A decisão de indeferimento do pedido de aqui-
1 — Os residentes de longa duração perdem o esta- sição do estatuto de residente de longa duração ou a
tuto de residente de longa duração nos seguintes casos: decisão de perda desse estatuto são susceptíveis de
impugnação judicial com efeito suspensivo, perante os
a) Aquisição fraudulenta do estatuto de residente de tribunais administrativos.
longa duração;
b) Adopção de uma medida de expulsão nos termos
do artigo 136.o; Artigo 133.o
c) Ausência do território da União Europeia por um
Igualdade de tratamento
período de 12 meses consecutivos;
d) Aquisição em outro Estado membro do estatuto Os beneficiários do estatuto de longa duração bene-
de residente de longa duração; ficiam de igualdade de tratamento perante os nacionais
e) Ausência do território nacional por um período nos termos da Constituição e da lei, designadamente
de seis anos consecutivos. em matéria de:
2 — As ausências do território da União Europeia a) Acesso a uma actividade profissional independente
por um período superior a 12 meses consecutivos jus- ou subordinada, desde que tal actividade não implique,
tificadas por razões específicas ou excepcionais não nem mesmo a título ocasional, envolvimento no exer-
implicam a perda do estatuto, nomeadamente quando cício da autoridade pública, sem prejuízo da aplicação
o residente de longa duração permaneceu no país de de regime especial aos nacionais de países de língua
origem, a fim de aí desenvolver uma actividade pro- oficial portuguesa;
fissional ou empresarial, ou de natureza cultural ou b) Acesso às condições de emprego e de trabalho,
social. incluindo as condições de despedimento e de remu-
3 — As ausência do território nacional por um neração;
período superior a seis anos consecutivos justificadas c) Ensino e formação profissional, incluindo subsídios
por razões específicas ou excepcionais não implicam a e bolsas de estudo em conformidade com a legislação
perda do estatuto, nomeadamente quando o residente aplicável;
de longa duração permaneceu no país de origem, a fim d) Reconhecimento de diplomas profissionais, cer-
de aí desenvolver uma actividade profissional ou empre- tificados e outros títulos, em conformidade com a lei
sarial, ou de natureza cultural ou social. e os procedimentos nacionais pertinentes;
4 — Sempre que a perda do estatuto seja devida à e) Segurança social, assistência social e protecção
verificação das situações previstas nas alíneas c) e e) social;
do n.o 1, o interessado pode readquirir o estatuto de f) Benefícios fiscais;
residente de longa duração mediante requerimento, g) Cuidados de saúde;
desde que preenchidas as condições previstas nas alí- h) Acesso a bens e serviços e ao fornecimento de
neas b) a d) do n.o 1 do artigo 126.o bens e serviços à disposição do público, bem como aos
5 — A decisão sobre o requerimento a que se refere procedimentos de obtenção de alojamento;
o número anterior é proferida no prazo de três meses. i) Liberdade de associação, filiação e adesão a uma
6 — A caducidade do título CE de residência de longa organização representativa de trabalhadores ou empre-
duração não implica a perda do estatuto de residente gadores ou a qualquer organização cujos membros se
de longa duração. dediquem a determinada ocupação, incluindo as van-
7 — A perda do estatuto de residente de longa dura- tagens proporcionadas por esse tipo de organizações,
ção implica o cancelamento da autorização de residência sem prejuízo das disposições nacionais em matéria de
e a apreensão do título de residência CE de longa ordem pública e segurança pública;
duração. j) Livre acesso a todo o território nacional.
Diário da República, 1.a série — N.o 127 — 4 de Julho de 2007 4317
nicação ao SEF para os fins indicados no n.o 2, noti- cesso com indicação dos seus fundamentos, do direito
ficando-se o cidadão estrangeiro de que deve compa- de impugnação judicial e do respectivo prazo, bem como
recer no respectivo serviço. da sua inscrição no Sistema de Informação Schengen
5 — Não é organizado processo de expulsão contra ou na lista nacional de pessoas não admissíveis.
o cidadão estrangeiro que, tendo entrado irregularmente 3 — A decisão de expulsão contém obrigatoriamente:
no território nacional, apresente um pedido de asilo a) Os fundamentos;
a qualquer autoridade policial dentro das quarenta e b) As obrigações legais do expulsando;
oito horas após a sua entrada. c) A interdição de entrada em território nacional,
6 — O cidadão estrangeiro nas condições referidas com a indicação do respectivo prazo;
no número anterior aguarda em liberdade a decisão d) A indicação do país para onde não deve ser enca-
do seu pedido e deve ser informado pelo SEF dos seus minhado o cidadão estrangeiro que beneficie da garantia
direitos e obrigações, de harmonia com o disposto na prevista no artigo 143.o
lei reguladora do direito de asilo.
7 — São competentes para efectuar detenções, nos Artigo 150.o
termos do n.o 1, as autoridades e os agentes de auto- Impugnação judicial
ridade do SEF, da Guarda Nacional Republicana, da
Polícia de Segurança Pública, da Polícia Judiciária e A decisão de expulsão proferida pelo director-geral
da Polícia Marítima. do SEF é susceptível de impugnação judicial, com efeito
devolutivo, perante os tribunais administrativos.
Artigo 147.o
Condução à fronteira SECÇÃO III
b) Nas restantes áreas do País, os tribunais de ciais à descoberta da verdade dos factos e que possam
comarca. previsivelmente realizar-se dentro daquele prazo.
3 — Pode ser requerido ao juiz competente, enquanto vando-se, com as necessárias adaptações, o disposto no
não for executada a decisão de expulsão ou enquanto artigo 153.o
não expirar o prazo a que se refere o número anterior, 2 — Durante a instrução do processo de readmissão
que o expulsando fique sujeito ao regime: é assegurada a audição do cidadão estrangeiro a reenviar
para o Estado requerido, valendo a mesma, para todos
a) De colocação em centro de instalação temporária
os efeitos, como audiência do interessado.
ou espaço equiparado;
3 — Se o pedido apresentado por Portugal for aceite,
b) De obrigação de permanência na habitação com
a entidade competente determina o reenvio do cidadão
utilização de meios de vigilância electrónica.
estrangeiro para o Estado requerido.
c) De apresentação periódica no SEF ou às auto-
4 — Caso o pedido seja recusado, é instaurado pro-
ridades policiais.
cesso de expulsão.
5 — É competente para determinar o reenvio do cida-
Artigo 161.o dão estrangeiro para o Estado requerido o autor do
Desobediência à decisão de expulsão pedido de readmissão.
6 — O reenvio do cidadão estrangeiro para o Estado
1 — O cidadão estrangeiro que não abandone o ter- requerido implica a inscrição na lista nacional de pessoas
ritório nacional no prazo que lhe tiver sido fixado é não admissíveis e no Sistema de Informação Schengen,
detido e conduzido ao posto de fronteira para afasta- caso o Estado requerido seja um Estado terceiro.
mento do território nacional.
2 — Se não for possível executar a decisão de expulsão
Artigo 166.o
no prazo de quarenta e oito horas após a detenção,
é dado conhecimento do facto ao juiz do juízo de Recurso
pequena instância criminal, na respectiva área de juris-
Da decisão que determine o reenvio do cidadão
dição, ou do tribunal de comarca, nas restantes áreas
estrangeiro para o Estado requerido cabe recurso para
do País, a fim de ser determinada a manutenção do
o Ministro da Administração Interna, a interpor no
cidadão estrangeiro em centro de instalação temporária
prazo de 30 dias, com efeito devolutivo.
ou em espaço equiparado.
A execução da decisão de expulsão é comunicada, Ao cidadão estrangeiro reenviado para outro Estado
pela via diplomática, às autoridades competentes do país ao abrigo de convenção internacional é vedada a entrada
de destino do expulsando. no País pelo período de três anos.
Artigo 168.o
SECÇÃO V
Readmissão passiva
Readmissão
1 — O cidadão estrangeiro readmitido em território
Artigo 163.o português, que não reúna as condições legalmente exi-
gidas para permanecer no País, é objecto de medida
Conceito de readmissão de afastamento do território nacional prevista no pre-
1 — Nos termos das convenções internacionais, os sente capítulo.
cidadãos estrangeiros que se encontrem ilegalmente no 2 — São readmitidos, imediatamente e sem forma-
território de um Estado, vindos directamente de outro lidades, em território nacional os nacionais de Estados
Estado, podem ser por este readmitidos, mediante terceiros que tenham adquirido o estatuto de residente
pedido formulado pelo Estado em cujo território se de longa duração em Portugal, bem como os seus fami-
encontrem. liares, sempre que tenham sido objecto de uma decisão
2 — A readmissão diz-se activa quando Portugal é de afastamento do Estado membro onde exerceram o
o Estado requerente e passiva quando Portugal é o seu direito de residência.
Estado requerido. 3 — A obrigação de readmissão referida no número
anterior não prejudica a possibilidade de o residente
de longa duração e os seus familiares se mudarem para
Artigo 164.o um terceiro Estado membro.
Competência
Estado Parte na Convenção de Aplicação contra um 3 — O SEF é autorizado a criar e manter um ficheiro
nacional de Estado terceiro que se encontre em ter- de dados de natureza pessoal para os fins previstos na
ritório nacional, desde que a decisão de afastamento presente secção, sem prejuízo da observância das regras
seja baseada: constitucionais e legais em matéria de protecção de
dados.
a) Numa ameaça grave e actual para a ordem pública 4 — Compete igualmente ao SEF cooperar e proce-
ou para a segurança nacional do Estado autor da der ao intercâmbio das informações pertinentes com
decisão; as autoridades competentes dos outros Estados mem-
b) No incumprimento por parte do nacional de Estado bros da União Europeia ou dos Estados Partes na Con-
terceiro em questão da regulamentação relativa à venção de Aplicação para pôr em prática o reconhe-
entrada e permanência de cidadãos estrangeiros do cimento e execução de decisões de afastamento, nos
Estado autor da decisão de afastamento. termos do artigo anterior.
a) Condenação do nacional do Estado terceiro pelo 1 — A decisão de afastamento reconhecida nos ter-
Estado autor da decisão de afastamento por uma infrac- mos do disposto no artigo 169.o só é executada se res-
ção passível de pena de prisão não inferior a 1 ano; peitado o disposto no artigo 135.o e após uma análise
b) Existência de razões sérias para crer que o nacional prévia da situação da pessoa em causa, a fim de ser
de Estado terceiro cometeu actos puníveis graves ou assegurado que nem a Constituição, nem as convenções
existência de indícios reais de que tenciona cometer internacionais pertinentes, nem a lei impedem a sua
execução.
actos dessa natureza no território de um Estado membro
2 — O nacional de Estado terceiro que permaneça
da União Europeia ou de um Estado Parte na Con-
ilegalmente em território nacional e sobre o qual exista
venção de Aplicação. uma decisão nos termos do artigo 169.o é detido por
autoridade policial e entregue à custódia do SEF acom-
3 — Se a pessoa abrangida pelo número anterior for panhado do respectivo auto, devendo o mesmo ser con-
detentora de uma autorização de residência emitida em duzido à fronteira.
território nacional, o reconhecimento e execução da 3 — A decisão de execução do afastamento é sus-
medida de afastamento só pode ser determinado por ceptível de impugnação judicial, com efeito devolutivo,
autoridade judicial, de acordo com o disposto nos arti- perante os tribunais administrativos.
gos 152.o a 158.o 4 — O cidadão estrangeiro sobre o qual recaia uma
4 — Sem prejuízo do disposto no n.o 2 do artigo 25.o decisão tomada nos termos do n.o 3 do artigo 169.o
da Convenção de Aplicação, sempre que a pessoa é entregue à custódia do SEF para efeitos de condução
objecto de uma decisão de afastamento a que se referem à fronteira e afastamento no mais curto espaço de tempo
os n.os 1 e 2 seja detentora de uma autorização de resi- possível.
dência emitida por um Estado membro da União Euro- 5 — Sempre que a execução do afastamento não seja
peia ou por um Estado Parte na Convenção de Apli- possível no prazo de quarenta e oito horas após a deten-
cação, o SEF consulta as autoridades competentes desse ção, o nacional de Estado terceiro é presente ao juiz
Estado, para efeitos de eventual cancelamento da auto- do juízo de pequena instância criminal, na respectiva
rização de residência em conformidade com as dispo- área de jurisdição, ou do tribunal de comarca compe-
sições legais aí em vigor, bem como o Estado autor tente para a validação da detenção e eventual aplicação
da decisão de afastamento. de medidas de coacção.
5 — A decisão de afastamento nos termos dos n.os 1 6 — Do despacho de validação da detenção e entrega
e 2 só é reconhecida, se não for adiada ou suspensa à custódia do SEF cabe recurso nos termos previstos
pelo Estado autor. no artigo 158.o
6 — O disposto no presente artigo é aplicável sem 7 — Após a execução da medida de afastamento o
prejuízo das disposições sobre a determinação da res- SEF informa a autoridade competente do Estado mem-
ponsabilidade dos Estados membros da União Europeia bro autor da decisão de afastamento.
pela análise de um pedido de asilo e dos acordos de
readmissão celebrados com Estados membros da União Artigo 172.o
Europeia. Compensação financeira
as possibilidades de se utilizar um voo directo para o para cumprimento de pena, nos termos da legislação
país de destino. aplicável; ou
b) O trânsito através de outros Estados ou a admissão
Artigo 174.o no país de destino não forem exequíveis; ou
c) A medida de afastamento implicar uma mudança
Pedido de trânsito aeroportuário no território de um Estado membro de aeroporto no território nacional; ou
1 — Se não for possível a utilização de um voo directo, d) Não for possível, por razões práticas, prestar numa
pode ser pedido às autoridades competentes de outro determinada altura o apoio solicitado; ou
Estado membro trânsito aeroportuário, desde que tal e) A presença do nacional de um Estado terceiro
não implique mudança de aeroporto no território do em território nacional constituir uma ameaça para a
Estado membro requerido. ordem pública, a segurança pública ou a saúde pública,
2 — O pedido de trânsito aeroportuário, com ou sem ou para as relações internacionais do Estado Português.
escolta, e de medidas de apoio com ele relacionadas,
designadamente as referidas no n.o 2 do artigo 177.o, 3 — No caso da alínea d) do número anterior, é indi-
é apresentado por escrito e deve ser comunicado ao cada com a máxima brevidade ao Estado membro reque-
Estado membro requerido o mais rapidamente possível rente uma data, o mais próxima possível da inicialmente
e nunca menos de dois dias antes do trânsito. solicitada, em que, estando cumpridos os demais requi-
3 — É competente para formular o pedido de trânsito sitos, possa ser dado apoio ao trânsito aeroportuário.
aeroportuário o director-geral do SEF, com faculdade 4 — As autorizações de trânsito aeroportuário já con-
de delegação. cedidas podem ser revogadas se posteriormente se tor-
4 — Não pode ser iniciado o trânsito aeroportuário narem conhecidos factos que, nos termos do n.o 2, jus-
sem autorização do Estado membro requerido, salvo tifiquem a recusa de trânsito.
nos casos em que não haja resposta ao pedido referido 5 — O SEF comunica às autoridades competentes do
no n.o 1 dentro dos prazos em que o Estado membro Estado membro requerente, sem demora, a recusa ou
requerido está obrigado, podendo a operação de trânsito revogação da autorização de trânsito aeroportuário, nos
ser iniciada mediante mera notificação. termos do n.o 2 ou do número anterior, ou a impos-
5 — Para efeitos do tratamento do pedido referido sibilidade da sua realização por qualquer outro motivo,
no n.o 1, são enviadas ao Estado membro requerido fundamentando a decisão.
as informações que constam do formulário de pedido
e de autorização de trânsito aeroportuário, que figura
em anexo à Directiva n.o 2003/110/CE, do Conselho, Artigo 176.o
de 25 de Novembro.
Decisão de concessão de apoio ao trânsito aeroportuário
6 — O SEF toma as medidas adequadas a assegurar
que a operação de trânsito tenha lugar com a máxima 1 — A decisão de autorização ou recusa de trânsito
brevidade possível, o mais tardar dentro de vinte e qua- aeroportuário compete ao director-geral do SEF, com
tro horas. faculdade de delegação.
7 — É readmitido imediatamente em território por- 2 — A decisão de autorização ou recusa de trânsito
tuguês o nacional de Estado terceiro se: aeroportuário é comunicada às autoridades competentes
a) A autorização de trânsito aeroportuário tiver sido do Estado membro requerente, no prazo de quarenta
recusada ou revogada; ou e oito horas, prorrogável por igual período, em casos
b) Durante o trânsito, o nacional de um Estado ter- devidamente justificados.
ceiro tiver entrado sem autorização no Estado membro 3 — Caso não haja qualquer decisão dentro do prazo
requerido; ou referido no número anterior, as operações de trânsito
c) Não tiver sido possível executar a medida de afas- solicitadas podem ser iniciadas por meio de mera noti-
tamento do nacional de um Estado terceiro para outro ficação pelo Estado membro requerente.
país de trânsito ou o país de destino, ou embarcar no
voo de ligação; ou
d) O trânsito aeroportuário não for possível por qual- Artigo 177.o
quer outro motivo. Medidas de apoio ao trânsito aeroportuário
e) Nos casos de trânsito sem escolta, informar o 6 — A escolta deve exibir meios de identificação ade-
Estado membro requerente do local e da hora da partida quados, incluindo a autorização de trânsito ou, quando
do nacional de Estado terceiro do território nacional; aplicável, a notificação referida no n.o 3 do artigo 176.o
f) Informar o Estado membro requerente da ocor-
rência de algum incidente grave durante o trânsito do
nacional de Estado terceiro. CAPÍTULO IX
3 — Não é necessária a realização de consultas Disposições penais
mútuas nos termos do n.o 1 para a prestação das medidas
de apoio referidas na alínea b) do número anterior.
Artigo 181.o
4 — Sem prejuízo da readmissão do nacional de
Estado terceiro, nos casos em que não possa ser asse- Entrada, permanência e trânsito ilegais
gurada a realização das operações de trânsito, apesar
do apoio prestado de harmonia com os n.os 1 e 2, podem 1 — Considera-se ilegal a entrada de cidadãos estran-
ser tomadas, a pedido de e em consulta com o Estado geiros em território português em violação do disposto
membro requerente, todas as medidas de apoio neces- nos artigos 6.o, 9.o e 10.o e nos n.os 1 e 2 do artigo 32.o
sárias para prosseguir a operação de trânsito, a qual 2 — Considera-se ilegal a permanência de cidadãos
pode ser realizada no prazo de quarenta e oito horas. estrangeiros em território português quando esta não
5 — É facultada ao Estado membro requerente infor- tenha sido autorizada de harmonia com o disposto na
mação sobre os encargos suportados com os serviços presente lei ou na lei reguladora do direito de asilo,
prestados nos termos das alíneas b) e c) do n.o 2, bem bem como quando se tenha verificado a entrada ilegal
como sobre os critérios de quantificação dos demais nos termos do número anterior.
encargos, efectivamente suportados, referidos no n.o 2. 3 — Considera-se ilegal o trânsito de cidadãos estran-
6 — É concedido apoio à readmissão do nacional de geiros em território português quando estes não tenham
Estado terceiro pelo Estado membro requerente, sem- garantida a sua admissão no país de destino.
pre que esta tenha lugar.
Artigo 190.o
Artigo 186.o
Penas acessórias e medidas de coacção
Casamento de conveniência
Relativamente aos crimes previstos na presente lei
1 — Quem contrair casamento com o único objectivo podem ser aplicadas as penas acessórias de proibição
de proporcionar a obtenção ou de obter um visto ou ou de suspensão do exercício de funções públicas pre-
uma autorização de residência ou defraudar a legislação vistas no Código Penal, bem como as medidas de coa-
vigente em matéria de aquisição da nacionalidade é cção previstas no Código de Processo Penal.
punido com pena de prisão de 1 a 4 anos.
2 — Quem, de forma reiterada ou organizada, fomen- Artigo 191.o
tar ou criar condições para a prática dos actos previstos Remessa de sentenças
no número anterior é punido com pena de prisão de
2 a 5 anos. Os tribunais enviam ao SEF, com a maior brevidade
e em formato electrónico:
3 — A tentativa é punível.
a) Certidões de decisões condenatórias proferidas em
processo crime contra cidadãos estrangeiros;
Artigo 187.o b) Certidões de decisões proferidas em processos ins-
taurados pela prática de crimes de auxílio à imigração
Violação da medida de interdição de entrada ilegal e de angariação de mão-de-obra ilegal;
c) Certidões de decisões proferidas em processos de
1 — O cidadão estrangeiro que entrar em território expulsão;
nacional durante o período por que essa entrada lhe d) Certidões de decisões proferidas em processos de
foi interditada é punido com pena de prisão até 2 anos extradição referentes a cidadãos estrangeiros.
ou multa até 100 dias.
2 — Em caso de condenação, o tribunal pode decretar
acessoriamente, por decisão judicial devidamente fun- CAPÍTULO X
damentada, a expulsão do cidadão estrangeiro, com Contra-ordenações
observância do disposto no artigo 135.o
3 — Sem prejuízo do disposto no n.o 1, o cidadão Artigo 192.o
estrangeiro pode ser afastado do território nacional para
Permanência ilegal
cumprimento do remanescente do período de interdição
de entrada, em conformidade com o processo onde foi 1 — A permanência de cidadão estrangeiro em ter-
determinado o seu afastamento. ritório português por período superior ao autorizado
4326 Diário da República, 1.a série — N.o 127 — 4 de Julho de 2007
3 — Pela escolta de cidadãos estrangeiros cujo afas- cabe ao SEF, adiante designado SII/SEF, e que obedece
tamento do território português seja da responsabilidade às seguintes regras e características:
dos transportadores, bem como pela colocação de pas- a) A recolha de dados para tratamento automatizado
sageiros não admitidos em centros de instalação tem- no âmbito do SII/SEF deve limitar-se ao que seja estri-
porária ou espaços equiparados, nos termos do tamente necessário para a gestão do controlo da entrada,
artigo 41.o, são cobradas taxas a fixar por portaria do permanência e saída de cidadãos estrangeiros, a pre-
Ministro da Administração Interna. venção de um perigo concreto ou a repressão de uma
4 — O produto das taxas e demais encargos a cobrar infracção penal determinada no domínio das suas atri-
nos termos dos n.os 2 e 3 constitui receita do SEF. buições e competências;
b) As diferentes categorias de dados recolhidos devem
Artigo 210.o na medida do possível ser diferenciadas em função do
grau de exactidão ou de fidedignidade, devendo ser dis-
Isenção ou redução de taxas tinguidos os dados factuais dos dados que comportem
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, o uma apreciação sobre os factos;
director-geral do SEF pode, excepcionalmente, conce- c) O SII/SEF é constituído por dados pessoais e dados
der a isenção ou redução do montante das taxas devidas relativos a bens jurídicos, integrando informação no
pelos procedimentos previstos na presente lei. âmbito das atribuições que a lei lhe comete sobre:
2 — Estão isentos de taxa: i) Estrangeiros, nacionais de países membros da
União Europeia, apátridas e cidadãos nacionais, rela-
a) Os vistos a conceder nos termos da alínea a) do cionada com o controlo do respectivo trânsito nas fron-
n.o 1 do artigo 48.o, bem como dos artigos 57.o e 61.o; teiras terrestres, marítimas e aéreas, bem como da sua
b) Os vistos e prorrogações de permanência conce- permanência e actividades em território nacional;
didos a cidadãos estrangeiros titulares de passaportes ii) Identificação e paradeiro de cidadãos estrangeiros
diplomáticos, de serviço, oficiais e especiais ou de docu- ou nacionais de Estados membros da União Europeia
mentos de viagem emitidos por organizações inter- no que concerne a suspeita da prática ou a prática de
nacionais; auxílio à imigração ilegal ou de associação criminosa
c) Os vistos concedidos aos descendentes dos titulares para esse fim;
de autorização de residência ao abrigo das disposições
sobre reagrupamento familiar; d) Os dados pessoais recolhidos para tratamento,
d) Os vistos e autorizações de residência concedidos além dos referidos no número anterior, no âmbito do
a cidadãos estrangeiros que beneficiem de bolsas de SII/SEF são:
estudo atribuídas pelo Estado Português;
e) Os vistos especiais. i) O nome, a filiação, a nacionalidade, o país de natu-
ralidade, o local de nascimento, o estado civil, o sexo,
3 — Beneficiam de isenção ou redução de taxas os a data de nascimento, a data de falecimento, a situação
nacionais de países com os quais Portugal tem conven- profissional, doenças que constituam perigo ou grave
ções internacionais nesse sentido ou cuja lei interna asse- ameaça para a saúde pública nos termos desta lei, o
gure idêntico tratamento aos cidadãos portugueses. nome das pessoas que constituem o agregado familiar,
as moradas, a assinatura, as referências de pessoas indi-
viduais e colectivas em território nacional, bem como
o número, local e data de emissão e validade dos docu-
CAPÍTULO XII
mentos de identificação e de viagem;
Disposições finais ii) As decisões judiciais que, por força da lei, sejam
comunicadas ao SEF;
Artigo 211.o iii) A participação ou os indícios de participação em
actividades ilícitas, bem como dados relativos a sinais
Alteração da nacionalidade físicos particulares, objectivos e inalteráveis, as alcunhas,
1 — A Conservatória dos Registos Centrais comunica, a indicação de que a pessoa em causa está armada,
sempre que possível por via electrónica, ao SEF as alte- é violenta, o motivo pelo qual a pessoa em causa se
encontra assinalada e a conduta a adoptar;
rações de nacionalidade que registar, referentes a indi-
iv) Relativamente a pessoas colectivas ou entidades
víduos residentes no território nacional.
equiparadas, para além dos dados anteriormente men-
2 — A comunicação prevista no número anterior deve cionados, relativamente a pessoas colectivas ou entida-
ser feita no prazo de 15 dias a contar do registo. des equiparadas, são ainda recolhidos: o nome, a firma
ou denominação, o domicílio, o endereço, o número
Artigo 212.o de identificação de pessoa colectiva ou número de con-
tribuinte, a natureza, o início e o termo da actividade.
Identificação de estrangeiros
rados ou eliminados por qualquer pessoa ou por forma 2 — O Estado pode suportar igualmente as despesas
não autorizada; necessárias ao abandono voluntário do País:
b) Da inserção de dados, a fim de impedir a intro-
a) Dos membros do agregado familiar do expulsando
dução, bem como qualquer tomada de conhecimento,
quando dele dependam e desde que este não possa
alteração ou eliminação não autorizada de dados pes-
suportar os referidos encargos;
soais;
b) Dos cidadãos estrangeiros em situação de carência
c) Dos sistemas de tratamento automatizado de
de meios de subsistência, desde que não seja possível
dados, para impedir que possam ser utilizados por pes-
obter o necessário apoio das representações diplomá-
soas não autorizadas, através de instalações de trans-
ticas dos seus países.
missão de dados;
d) Do acesso aos dados, para que as pessoas auto-
3 — Para satisfação dos encargos resultantes da apli-
rizadas só possam ter acesso aos dados que interessam
cação desta lei é inscrita no orçamento do SEF a neces-
ao exercício das suas atribuições legais;
sária dotação.
e) Da transmissão dos dados, para garantir que a sua
utilização seja limitada às entidades autorizadas; Artigo 214.o
f) Da introdução de dados pessoais nos sistemas de
tratamento automatizado, de forma a verificar-se que Dever de colaboração
dados foram introduzidos, quando e por quem. 1 — Todos os serviços e organismos da Administração
Pública têm o dever de se certificarem de que as enti-
4 — Os dados podem ser comunicados no âmbito das dades com as quais celebrem contratos administrativos
convenções internacionais e comunitárias a que Portugal não recebem trabalho prestado por cidadãos estrangei-
se encontra vinculado, bem como no âmbito da coo- ros em situação ilegal.
peração internacional ou nacional, às forças e serviços 2 — Os serviços e organismos acima referidos podem
de segurança e a serviços públicos, no quadro das atri- rescindir, com justa causa, os contratos celebrados se,
buições legais da entidade que os requer e apenas quanto em data posterior à sua outorga, as entidades privadas
aos dados pertinentes à finalidade para que são comu- receberem trabalho prestado por cidadãos estrangeiros
nicados. em situação ilegal.
5 — Os dados pessoais são conservados pelo período 3 — Os organismos da Administração Pública e as
estritamente necessário à finalidade que fundamentou pessoas responsáveis por embarcações têm especial
o registo no SII/SEF, e de acordo com tal finalidade, dever de informar nas seguintes situações:
sendo o registo objecto de verificação da necessidade a) Quando seja decretado o arresto ou detenção de
de conservação, 10 anos após a última emissão dos docu- uma embarcação, bem como quando estas medidas
mentos respeitantes ao seu titular, após o que podem cessem;
ser guardados em ficheiro histórico durante 20 anos após b) Quando se proceda à evacuação por motivos de
a data daquele documento. saúde de tripulantes ou de passageiros de uma embar-
6 — O disposto nos números anteriores não impede cação;
o tratamento automatizado da informação para fins de c) Quando se verifique o desaparecimento de pas-
estatística ou estudo, desde que não possam ser iden- sageiros ou tripulantes de uma embarcação;
tificáveis as pessoas a quem a informação respeita. d) Quando seja recusado o desembaraço de saída do
7 — O número que venha a constar do cartão de iden- porto a uma embarcação;
tificação referido no n.o 1 é igualmente utilizado para e) Quando se proceda à detenção de passageiros ou
efeitos de identificação perante a Administração tripulantes de uma embarcação;
Pública, designadamente nos domínios fiscal, da segu- f) Quando sejam accionados os planos de emergência
rança social e da saúde. nos portos nacionais;
8 — É sempre efectuada em formato electrónico a g) Quando sejam retirados de bordo, pela autoridade
transmissão à entidade judiciária competente ou a outros competente, designadamente a Polícia Marítima, e a
titulares de direito de acesso de quaisquer peças inte- pedido do comandante da embarcação, tripulantes ou
grantes do fluxo de trabalho electrónico usado pelo SEF passageiros.
para o exercício das competências previstas na lei.
9 — Com vista a facilitar os procedimentos na emissão Artigo 215.o
de títulos é dispensada a entrega pelo cidadão de cer- Dever de comunicação
tidões ou outros documentos que visem atestar dados
constantes de sistemas de informação da Administração Quando emita título que regularize, nos termos da
Pública, devendo o SEF obtê-los, designadamente junto presente lei, a situação de cidadão estrangeiro que se
dos serviços da administração fiscal, segurança social encontre em território nacional, o SEF comunica aos
e emprego, e juntá-los ao processo. serviços da administração fiscal, da segurança social e
do emprego os dados necessários à respectiva inscrição,
se esta não tiver já ocorrido.
Artigo 213.o
Despesas Artigo 216.o
Regulação
1 — As despesas necessárias ao afastamento do País
que não possam ser suportadas pelo cidadão estrangeiro 1 — O diploma regulador da presente lei bem como
ou que este não deva custear, por força de regimes espe- as portarias nela previstas são aprovados no prazo de
ciais previstos em convenções internacionais, nem sejam 90 dias.
suportadas pelas entidades referidas no artigo 41.o, são 2 — A legislação especial prevista no artigo 109.o é
suportadas pelo Estado. aprovada no prazo de 120 dias.
4330 Diário da República, 1.a série — N.o 127 — 4 de Julho de 2007