Você está na página 1de 566

OUT.

2016
IMIGRAÇÃO
Legislação Nacional
IMIGRAÇÃO
Legislação Nacional

Lisboa
outubro / 2016
FICHA TÉCNICA

Divisão de Informação Legislativa e Parlamentar – DILP

Título do dossier

Imigração – Legislação nacional

Recolha de Legislação e Tratamento de Informação:

Maria Leitão

Arranjo e Composição Gráfica:

Rosário Campos

Coleção TEMAS: n.º 44

Data de publicação:

outubro de 2016

AVISO LEGAL E DIREITOS DE AUTOR


Este documento é um resumo de informação publicada e não
representa necessariamente a opinião do autor ou da Assembleia da
República.
O documento foi produzido para apoio aos trabalhos parlamentares
dos Deputados e funcionários da Assembleia da República.
© Assembleia da República, 2016. Direitos reservados nos termos do
artigo 52º da Lei nº 28/2003, de 30 de julho.
ÍNDICE

Nota Prévia 015

PARTE GERAL

Princípios e Direitos e Deveres Fundamentais constantes da Constituição da República Portuguesa

 Constituição da República Portuguesa - artigos 7.º a 9.º, 12.º, 13.º, 15.º a 33.º, 41.º, 46.º, 59.º e 74.º 021

Acesso ao Direito

 Lei n.º 34/2004, de 29 de julho (alterada pela Lei n.º 47/2007, de 28 de agosto) 029
Altera o regime de acesso ao direito e aos tribunais e transpõe para a ordem jurídica nacional a Diretiva n.º
2003/8/CE, do Conselho, de 27 de janeiro, relativa à melhoria do acesso à justiça nos litígios transfronteiriços
através do estabelecimento de regras mínimas comuns relativas ao apoio judiciário no âmbito desses litígios

 Portaria n.º 10/2008, de 3 de janeiro (alterada pela Portaria n.º 210/2008, de 29 de fevereiro, Portaria n.º 654/2010,
de 11 de agosto, e Portaria n.º 319/2011, de 30 de dezembro) 041
Regulamenta a lei do acesso ao direito, aprovada pela Lei n.º 34/2004, de 29 de julho, na redação dada pela Lei n.º
47/2007, de 28 de agosto

Entidades Públicas com competência na área das Migrações

 Decreto-Lei n.º 31/2014, de 27 de fevereiro 053


Aprova a orgânica do Alto Comissariado para as Migrações, I.P.

 Portaria n.º 227/2015, de 3 de agosto 059


Aprova os Estatutos do Alto Comissariado para as Migrações, I.P.

 Despacho de 13 de outubro de 2014 063


Criação e Regulamento do Observatório das Migrações

 Resolução do Conselho de Ministros n.º 101/2015, de 23 de dezembro 065


Aprova o Programa Escolhas (2016-2018)

 Decreto-Lei n.º 252/2000, de 16 de outubro (alterado pelo Decreto-Lei n.º 290-A/2001, de 17 de novembro,
Decreto-Lei n.º 121/2008, de 11 de julho, e Decreto-Lei n.º 240/2012, de 6 de novembro) 083
Aprova a estrutura orgânica e define as atribuições do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras

Regime Jurídico das Associações de Imigrantes e Mediador Sociocultural

 Lei n.º 115/99, de 3 de agosto (alterada pelo Decreto-Lei n.º 34/2008, de 26 de fevereiro) 105
Regime jurídico das associações de imigrantes
 Decreto-Lei n.º 75/2000, de 9 de maio (alterado pelo Decreto-Lei n.º 34/2008, de 26 de fevereiro) 107
Regulamenta a Lei n.º 115/99, de 3 de agosto, que tem por objetivo estabelecer o regime de constituição e os
direitos e deveres das associações representativas dos imigrantes e seus descendentes

 Lei n.º 105/2001, de 31 de agosto 111


Estabelece o estatuto legal do mediador sociocultural

Plano Estratégico para as Migrações

 Resolução do Conselho de Ministros n.º 12-B/2015, de 20 de março 115


Aprova o Plano Estratégico para as Migrações (2015-2020)

PARTE SETORIAL

Concessão e Emissão de Passaportes

 Decreto-Lei n.º 83/2000, de 11 de maio (alterado pelo Decreto-Lei n.º 278/2000, de 10 de novembro, Decreto-Lei
n.º 108/2004, de 11 de maio, Lei n.º 13/2005, de 26 de janeiro, Decreto-Lei n.º 138/2006, de 26 de julho, Decreto-Lei
n.º 97/2011, de 20 de setembro, e Decreto-Lei n.º 54/2015, de 16 de abril) 145
Aprova o novo regime legal da concessão e emissão dos passaportes
EDUCAÇÃ O

Direito à Educação
269

 Decreto-Lei n.º 227/2005, de 28 de dezembro 159


Define o novo regime de concessão de equivalência de habilitações estrangeiras dos ensinos básico e secundário,
revogando parcialmente o Decreto-Lei n.º 219/97, de 20 de agosto

 Portaria n.º 224/2006, de 8 de março 165


Aprova as tabelas comparativas entre o sistema de ensino português e outros sistemas de ensino, bem como as
tabelas de conversão dos sistemas de classificação correspondentes, nos termos da alínea a) do artigo 5.º do
Decreto-Lei n.º 227/2005, de 28 de dezembro

 Portaria n.º 699/2006, de 12 de julho 171


Aprova as tabelas comparativas entre o sistema de ensino português e outros sistemas de ensino, bem como as
tabelas de conversão dos sistemas de classificação correspondentes respeitantes a vários países. Revoga o
Despacho n.º 27249/2004, de 9 de dezembro

 Despacho n.º 12981/2007, de 25 de junho 185


Define o modo de atribuição da classificação final no ensino secundário a alunos com equivalência de sistema de
ensino estrangeiro
EDUCAÇÃ O

Direito ao Trabalho

 Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro 1 189


Código do Trabalho - artigos 4.º, 5.º, e 23.º a 28.º
 Decreto-Lei n.º 64/93, de 5 de março (retificado pela Declaração de Retificação n.º 109/93, de 30 de junho) 193
Regula o enquadramento no regime geral de segurança social dos trabalhadores por conta de outrem em
situação de destacamento em Portugal e no estrangeiro

 Portaria n.º 224/96, de 24 de junho 195


Define as normas técnicas de execução necessárias ao reconhecimento do carácter temporário de atividade
dos trabalhadores em situação de destacamento

Direito de Asilo e Refugiados

 Lei n.º 34/94, de 14 de setembro (alterada pela Lei n.º 23/2007 de 4 de julho) 199
Define o regime de acolhimento de estrangeiros ou apátridas em centros de instalação temporária

 Decreto-Lei n.º 85/2000, de 12 de maio 201


Equipara os espaços criados nos aeroportos portugueses por força da Resolução de Conselho de Ministros n.º
76/97, de 17 de abril, a centros de instalação temporária, para efeitos do disposto no n.º 4 do artigo 22.º do
Decreto-Lei n.º 244/98, de 8 de agosto, com a redação da Lei n.º 97/99, de 26 de julho, enquanto não for
aprovada a legislação a que se refere o artigo 6.º da Lei n.º 34/94, de 14 de setembro

 Lei n.º 67/2003, de 23 de agosto 203


Transpõe para a ordem jurídica nacional a Diretiva n.º 2001/55/CE, do Conselho, de 20 de julho, relativa a
normas mínimas em matéria de concessão de proteção temporária no caso de afluxo maciço de pessoas
deslocadas e a medidas tendentes a assegurar uma repartição equilibrada do esforço assumido pelos Estados
membros ao acolherem estas pessoas e suportarem as consequências decorrentes desse acolhimento

 Lei n.º 27/2008, de 30 de junho (alterada pela Lei n.º 26/2014, de 5 de maio) 209
Estabelece as condições e procedimentos de concessão de asilo ou proteção subsidiária e os estatutos de
requerente de asilo, de refugiado e de proteção subsidiária, transpondo para a ordem jurídica interna as
Diretivas n.ºs 2004/83/CE, do Conselho, de 29 de abril, e 2005/85/CE, do Conselho, de 1 de dezembro

 Portaria n.º 760/2008, de 27 de agosto 235


Aprovação do modelo de salvo-conduto

 Portaria n.º 1042/2008, de 15 de setembro 237


Estabelece os termos e as garantias do acesso dos requerentes de asilo e respetivos membros da família ao
Serviço Nacional de Saúde

 Portaria n.º 597/2015, de 29 de julho 239


Aprova o modelo de autorização de residência provisória para requerentes de proteção internacional

 Portaria n.º 302/2015, de 22 de setembro (alterada pela Portaria n.º 412/2015, de 27 de novembro) 241
Aprova o modelo de título de viagem para os cidadãos estrangeiros residentes em Portugal na qualidade de
refugiados e revoga a Portaria n.º 396/2008, de 6 de junho
 Resolução do Conselho de Ministros n.º 110/2007, de 21 de agosto 243
Determina, para efeitos da Lei n.º 15/98, de 26 de março, que serão criadas condições para conceder
anualmente, no mínimo, asilo a 30 pessoas

 Portaria n.º 30/2001, de 1 de setembro 245


Estabelece as modalidades específicas de assistência médica e medicamentosa a prestar nas diferentes fases
do procedimento de concessão do direito de asilo, desde a apresentação do respetivo pedido até à decisão
final que recair sobre o mesmo

Direito de Participação Política

 Decreto-Lei n.º 319-A/76, de 3 de maio 1 249


Lei Eleitoral do Presidente da República – artigo 1.º

 Lei n.º 14/87, de 29 de abril 2 251


Lei Eleitoral do Parlamento Europeu – artigos 3.º a 5.º e 9.º-B

 Lei Orgânica n.º 1/2001, de 14 de agosto 3 253


Lei Eleitoral dos Órgãos das Autarquias Locais – artigos 2.º, 5.º, 6.º e 24.º

 Lei n.º 13/99, de 22 de março 4 255


Regime Jurídico do Recenseamento Eleitoral – artigos 4.º, 9.º, 10.º, 12.º, 33.º, 34.º, 36.º, 37.º, 45.º, 49.º e 89.º

 Declaração n.º 4/2013, de 24 de junho 259


Torna público quais os países a cujos cidadãos é reconhecida capacidade eleitoral ativa e passiva em Portugal
nas eleições dos órgãos das autarquias locais

Entrada, Permanência, Saída e Afastamento de Estrangeiros do Território Nacional

 Lei n.º 23/2007, de 4 de julho (alterada pela Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, Lei n.º 56/2015, de 23 de junho, e Lei
n.º 63/2015, de 30 de junho) 263
Aprova o regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional

 Decreto Regulamentar n.º 84/2007, de 5 de novembro (alterado pelo Decreto Regulamentar n.º 2/2013, de 18 de
março, Decreto-Lei n.º 31/2014, de 27 de fevereiro, e Decreto Regulamentar n.º 15-A/2015, de 2 de setembro) 323
Regulamenta a Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, que aprova o regime jurídico de entrada, permanência, saída e
afastamento de cidadãos estrangeiros de território nacional

 Decreto-Lei n.º 368/2007, de 5 de novembro 363


Define o regime especial de concessão de autorização de residência a vítimas de tráfico de pessoas a que se
referem os n.ºs 4 e 5 do artigo 109.º e o n.º 2 do artigo 111.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho

1 Devido ao elevado número de alterações legislativas sofridas por este diploma optou-se por não as mencionar no índice.
2 Vd. nota 1.
3 Vd. nota 1.
4
Vd. nota 1.
 Portaria n.º 1079/2007, de 10 de dezembro 365
Estabelece a idade mínima e máxima da concessão de visto de residência para frequência do ensino secundário

 Portaria n.º 1563/2007, de 11 de dezembro 367


Fixa os meios de subsistência de que devem dispor os cidadãos estrangeiros para a entrada e permanência em
território nacional

 Portaria n.º 208/2008, de 27 de fevereiro 371


Define os termos de facilitação do procedimento de concessão de visto para obtenção de autorização de
residência a nacionais de Estados terceiros que participem em programas comunitários de promoção da
mobilidade para a União Europeia ou para a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa ou no seu interesse

 Portaria n.º 395/2008, de 6 de junho 373


Aprova o modelo de declaração de entrada de estrangeiros, nos termos da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, que
aprova o regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional

 Portaria n.º 397/2008, de 6 de junho 375


Aprova o modelo de vinheta autocolante para a concessão de prorrogação de permanência de cidadãos
estrangeiros em território nacional e revoga a Portaria n.º 1025/99, de 22 de novembro

 Portaria n.º 398/2008, de 6 de junho 377


Aprova o modelo do documento de viagem a emitir para cidadão nacional de Estado terceiro que seja objeto
de medida de expulsão e que não disponha de documento de viagem e revoga a Portaria n.º 664/99, de 18 de
agosto

 Portaria n.º 399/2008, de 6 de junho 379


Aprova o modelo de salvo-conduto a emitir nos termos e condições previstos no artigo 26.º da Lei n.º 23/2007,
de 4 de julho, e revoga a Portaria n.º 662/99, de 18 de agosto

 Portaria n.º 415/2008, de 11 de junho 381


Aprova o modelo de boletim de alojamento e as regras de comunicação eletrónica em condições de segurança,
nos termos da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, que aprova o regime jurídico de entrada, permanência, saída e
afastamento de estrangeiros do território nacional

 Portaria n.º 1432/2008, de 10 de dezembro 383


Aprova o modelo uniforme de título de residência

 Portaria n.º 760/2009, de 16 de julho 385


Adota medidas excecionais quanto ao regime que fixa os meios de subsistência de que devem dispor os
cidadãos estrangeiros para a entrada e permanência em território nacional

 Portaria n.º 1334-C/2010, de 31 de dezembro 387


Aprova a tabela de taxas a cobrar pelos atos de secretaria prestados pelas entidades tuteladas pelo Ministério
da Administração Interna
 Portaria n.º 1334-E/2010, de 31 de dezembro (retificada pela Declaração de Retificação n.º 6/2011,
de 1 de março, e alterada pela Portaria n.º 305-A/2012, de 4 de outubro) 389
Fixa as taxas e os demais encargos devidos pelos procedimentos administrativos inerentes à concessão de
vistos em postos de fronteira, à prorrogação de permanência em território nacional, à emissão de documentos
de viagem, à concessão e renovação de autorizações de residência, à disponibilidade de escolta, à colocação de
estrangeiros não admitidos em centros de instalação temporária e à prática dos demais atos relacionados com
a entrada e permanência de estrangeiros no País

 Portaria n.º 193/2013, de 27 de maio 395


Define os parâmetros a que deve obedecer o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras na fixação dos
procedimentos e soluções tecnológicas a adotar pelas transportadoras aéreas para transmissão da informação
dos passageiros alvo de comunicação antecipada obrigatória

 Portaria n.º 597/2015, de 29 de julho 413


Aprova o modelo de autorização de residência provisória para requerentes de proteção internacional

 Portaria n.º 302/2015, de 22 de setembro (alterada pela Portaria n.º 412/2015, de 27 de novembro) 415
Aprova o modelo de título de viagem para os cidadãos estrangeiros residentes em Portugal na qualidade de
refugiados e revoga a Portaria n.º 396/2008, de 6 de junho

 Despacho n.º 10728/2015, de 28 de setembro 417


Aprova o Regulamento dos Procedimentos de Inspeção e Fiscalização de Centros de Instalação Temporária ou
Espaços Equiparados e de Monitorização de Regressos Forçados

 Lei n.º 37/2006, de 9 de agosto 421


Regula o exercício do direito de livre circulação e residência dos cidadãos da União Europeia e dos membros
das suas famílias no território nacional e transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2004/38/CE, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de abril

Nacionalidade

 Lei n.º 37/81, de 3 de outubro (alterada pela Lei n.º 25/94, de 19 de agosto, Decreto-Lei n.º 194/2003, 433
de 23 de agosto, Lei Orgânica n.º 1/2004, de 15 de janeiro, Lei Orgânica n.º 2/2006, de 17 de abril, Lei
Orgânica n.º 1/2013, de 29 de julho, Lei Orgânica n.º 8/2015, de 22 de junho, e Lei Orgânica n.º 9/2015,
de 29 de julho)
Lei da Nacionalidade

 Decreto-Lei n.º 237-A/2006, de 14 de dezembro (alterado pelo Decreto-Lei n.º 43/2013, de 14 de dezembro, e
Decreto-Lei n.º 30-A/2015, de 27 de fevereiro) 439
Aprova o Regulamento da Nacionalidade Portuguesa e introduz alterações no Regulamento Emolumentar dos
Registos e Notariado, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 322-A/2001, de 14 de dezembro

 Portaria n.º 176/2014, de 11 de setembro 459


Regulamenta diversos aspetos relativos à realização da prova do conhecimento da língua portuguesa e revoga
a Portaria n.º 1403-A/2006, de 15 de dezembro

 Despacho n.º 12941/2014, de 23 de outubro 461


Regulamenta a realização da prova do conhecimento da língua portuguesa
Prestações Sociais

 Decreto-Lei n.º 64/93, de 5 de março (retificado pela Declaração de Retificação n.º 109/93, de 30 de junho) 465
Regula o enquadramento no regime geral de segurança social dos trabalhadores por conta de outrem em
situação de destacamento em Portugal e no estrangeiro

 Portaria n.º 224/96, de 24 de junho 467


Define as normas técnicas de execução necessárias ao reconhecimento do carácter temporário de atividade
dos trabalhadores em situação de destacamento

Decreto-Lei n.º 176/2003, de 2 de agosto (retificado Declaração de Retificação n.º 11-G/2003, de 30 de setembro 469
e com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 41/2006, de 21 de fevereiro, Decreto-Lei n.º 87/2008, de 28
de maio, Decreto-Lei n.º 245/2008, de 18 de dezembro, Decreto-Lei n.º 201/2009, de 28 de agosto, Decreto-Lei
n.º 70/2010, de 16 de junho, Decreto-Lei n.º 77/2010, de 24 de junho, Decreto-Lei n.º 116/2010, de 22 de outubro,
Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro, e Decreto-Lei n.º 133/2012, de 27 de junho)
Institui o abono de família para crianças e jovens e define a proteção na eventualidade de encargos familiares
no âmbito do subsistema de proteção familiar

 Decreto-Lei n.º 91/2009, de 9 de abril (alterado pelo Decreto-Lei n.º 70/2010, de 27 de junho,
Decreto-Lei n.º 133/2012, de 27 de junho, e Lei n.º 120/2015, de 1 de setembro) 485
Estabelece o regime jurídico de proteção social na parentalidade no âmbito do sistema previdencial e no
subsistema de solidariedade e revoga o Decreto-Lei n.º 154/88, de 29 de abril, e o Decreto-Lei n.º 105/2008, de
25 de junho

Racismo e Discriminação

 Decreto-Lei n.º 400/82, de 23 de setembro 5 503


Código Penal – artigos 132.º e 240.º

 Lei n.º 20/96, de 6 de julho 505


Permite a constituição como assistente em processo penal em caso de crime de índole racista ou xenófoba por
parte das comunidades de imigrantes e demais associações de defesa dos interesses em causa

 Lei n.º 134/99, de 28 de agosto 507


Proíbe as discriminações no exercício de direitos por motivos baseados na raça, cor, nacionalidade ou origem
étnica

 Lei n.º 18/2004, de 11 de maio 511


Transpõe para a ordem jurídica nacional a Diretiva n.º 2000/43/CE, do Conselho, de 29 de junho, que aplica o
princípio da igualdade de tratamento entre as pessoas, sem distinção de origem racial ou étnica, e tem por
objetivo estabelecer um quadro jurídico para o combate à discriminação baseada em motivos de origem racial
ou étnica

5
Vd. nota 1.
 Decreto-Lei n.º 86/2005, de 2 de maio 515
Regula o modo de resolução dos conflitos de atribuições emergentes da aplicação da Lei n.º 18/2004, de 11 de
maio, que tem por objetivo estabelecer um quadro jurídico de combate à discriminação por motivos baseados
na origem racial ou étnica

 Lei n.º 39/2009, de 30 de julho (alterada pelo Decreto-Lei n.º 114/2011, de 30 de novembro, e
Lei n.º 52/2013, de 25 de julho) 517
Estabelece o regime jurídico do combate à violência, ao racismo, à xenofobia e à intolerância nos espetáculos
desportivos, de forma a possibilitar a realização dos mesmos com segurança

 Decreto-Lei n.º 322-A/2001, de 14 de dezembro 1 535


Regulamento Emolumentar dos Registos e Notariado

Registo Nacional de Menores em Situação Irregular no Território Nacional

 Decreto-Lei n.º 67/2004, de 25 de março 561


Cria um registo nacional de menores estrangeiros que se encontrem em situação irregular no território
nacional

 Portaria n.º 995/2004, de 9 de agosto 563


Aprova a regulamentação do registo nacional de menores estrangeiros que se encontrem em situação irregular
no território
NOTA PRÉVIA
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

14
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

O presente dossiê apresenta como principal objetivo reunir num único documento a legislação de referência em
matéria de imigração, independentemente de a mesma ter sido produzida pela Assembleia da República ou pelo
Governo.

Assim sendo, procedeu-se à compilação e consolidação dos diplomas que preenchiam estes requisitos tendo,
pontualmente, sido utilizada a versão consolidada da base de dados Datajuris. De mencionar, ainda, que devido
ao elevado número de alterações de alguns diplomas como é o caso dos códigos e das leis eleitorais, optou-se
por não as mencionar no índice geral.

A organização deste dossiê obedeceu a uma divisão temática, encontrando-se os diplomas agrupados em duas
partes distintas: parte geral e parte setorial.

A parte geral reúne, para além dos artigos da Constituição da República Portuguesa que sejam conexos com esta
matéria, a legislação referente ao acesso ao direito, às entidades públicas com competência na área das
migrações, às associações de imigrantes e mediador sociocultural e, ainda, ao Plano Estratégico para as
Migrações.

Na parte setorial encontram-se os diplomas sobre concessão e emissão de passaportes, direito à educação,
direito ao trabalho, direito de asilo e refugiados, direito de participação política, entrada, permanência, saída e
afastamento de estrangeiros no território nacional, nacionalidade, prestações sociais, e registo nacional de
menores em situação irregular no território nacional.

Dentro de cada parte a informação foi dividida em subpartes, seguindo-se a ordem alfabética. Em cada
subdivisão optou-se por colocar, em primeiro lugar, o diploma que contém os principais gerais e, em segundo,
os principais diplomas regulamentadores.

Por fim, elencam-se diversas fontes de informação que disponibilizam documentação sobre esta matéria.

 Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural - ACIDI;


 Observatório da Imigração - OI;
 Centro Nacional de Apoio ao Imigrante - CNAI ;
 Serviço de Estrangeiros e Fronteiras - SEF;
 Conselho Português para os Refugiados.

15
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

16
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

PARTE GERAL

17
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

18
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Princípios e Direitos e Deveres Fundamentais constantes da


Constituição da República Portuguesa

19
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

20
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

2. As normas constantes de convenções internacionais


regularmente ratificadas ou aprovadas vigoram na
Constituição da República Portuguesa ordem interna após a sua publicação oficial e enquanto
vincularem internacionalmente o Estado Português.
3. As normas emanadas dos órgãos competentes das
Artigo 7.º organizações internacionais de que Portugal seja parte
vigoram diretamente na ordem interna, desde que tal se
Relações internacionais encontre estabelecido nos respetivos tratados
1. Portugal rege-se nas relações internacionais pelos constitutivos.
princípios da independência nacional, do respeito dos 4. As disposições dos tratados que regem a União Europeia
direitos do homem, dos direitos dos povos, da igualdade e as normas emanadas das suas instituições, no
entre os Estados, da solução pacífica dos conflitos exercício das respetivas competências, são aplicáveis na
internacionais, da não ingerência nos assuntos internos ordem interna, nos termos definidos pelo direito da
dos outros Estados e da cooperação com todos os União, com respeito pelos princípios fundamentais do
outros povos para a emancipação e o progresso da Estado de direito democrático.
humanidade.
2. Portugal preconiza a abolição do imperialismo, do Artigo 9.º
colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, Tarefas fundamentais do Estado
domínio e exploração nas relações entre os povos, bem
São tarefas fundamentais do Estado:
como o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a
dissolução dos blocos político-militares e o
a) Garantir a independência nacional e criar as
estabelecimento de um sistema de segurança coletiva,
condições políticas, económicas, sociais e culturais
com vista à criação de uma ordem internacional capaz
que a promovam;
de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os
b) Garantir os direitos e liberdades fundamentais e o
povos.
respeito pelos princípios do Estado de direito
3. Portugal reconhece o direito dos povos à
democrático;
autodeterminação e independência e ao
c) Defender a democracia política, assegurar e incentivar
desenvolvimento, bem como o direito à insurreição
a participação democrática dos cidadãos na
contra todas as formas de opressão.
resolução dos problemas nacionais;
4. Portugal mantém laços privilegiados de amizade e
d) Promover o bem-estar e a qualidade de vida do povo
cooperação com os países de língua portuguesa.
e a igualdade real entre os portugueses, bem como a
5. Portugal empenha-se no reforço da identidade europeia
efetivação dos direitos económicos, sociais, culturais
e no fortalecimento da ação dos Estados europeus a
e ambientais, mediante a transformação e
favor da democracia, da paz, do progresso económico e
modernização das estruturas económicas e sociais;
da justiça nas relações entre os povos.
e) Proteger e valorizar o património cultural do povo
6. Portugal pode, em condições de reciprocidade, com
português, defender a natureza e o ambiente,
respeito pelos princípios fundamentais do Estado de
preservar os recursos naturais e assegurar um
direito democrático e pelo princípio da subsidiariedade
correto ordenamento do território;
e tendo em vista a realização da coesão económica,
f) Assegurar o ensino e a valorização permanente,
social e territorial, de um espaço de liberdade,
defender o uso e promover a difusão internacional
segurança e justiça e a definição e execução de uma
da língua portuguesa;
política externa, de segurança e de defesa comuns,
g) Promover o desenvolvimento harmonioso de todo o
convencionar o exercício, em comum, em cooperação
território nacional, tendo em conta,
ou pelas instituições da União, dos poderes necessários
designadamente, o carácter ultraperiférico dos
à construção e aprofundamento da união europeia.
arquipélagos dos Açores e da Madeira;
7. Portugal pode, tendo em vista a realização de uma justiça
h) Promover a igualdade entre homens e mulheres.
internacional que promova o respeito pelos direitos da
pessoa humana e dos povos, aceitar a jurisdição do
Tribunal Penal Internacional, nas condições de
complementaridade e demais termos estabelecidos no
Estatuto de Roma. PARTE I
Direitos e deveres fundamentais
Artigo 8.º
Direito internacional TÍTULO I
1. As normas e os princípios de direito internacional geral Princípios gerais
ou comum fazem parte integrante do direito português.

21
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 12.º Artigo 17.º


Princípio da universalidade Regime dos direitos, liberdades e garantias
1. Todos os cidadãos gozam dos direitos e estão sujeitos aos O regime dos direitos, liberdades e garantias aplica-se aos
deveres consignados na Constituição. enunciados no título II e aos direitos fundamentais de
2. As pessoas coletivas gozam dos direitos e estão sujeitas natureza análoga.
aos deveres compatíveis com a sua natureza.
Artigo 18.º
Artigo 13.º
Força jurídica
Princípio da igualdade
1. Os preceitos constitucionais respeitantes aos direitos,
1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são
liberdades e garantias são diretamente aplicáveis e
iguais perante a lei.
vinculam as entidades públicas e privadas.
2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado,
2. A lei só pode restringir os direitos, liberdades e garantias
privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever nos casos expressamente previstos na Constituição,
em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território
devendo as restrições limitar-se ao necessário para
de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas,
salvaguardar outros direitos ou interesses
instrução, situação económica, condição social ou constitucionalmente protegidos.
orientação sexual. 3. As leis restritivas de direitos, liberdades e garantias têm
de revestir carácter geral e abstrato e não podem ter
Artigo 15.º
Estrangeiros, apátridas, cidadãos europeus efeito retroativo nem diminuir a extensão e o alcance do
conteúdo essencial dos preceitos constitucionais.
1. Os estrangeiros e os apátridas que se encontrem ou
residam em Portugal gozam dos direitos e estão sujeitos Artigo 19.º
aos deveres do cidadão português.
Suspensão do exercício de direitos
2. Excetuam-se do disposto no número anterior os direitos
políticos, o exercício das funções públicas que não 1. Os órgãos de soberania não podem, conjunta ou
tenham carácter predominantemente técnico e os separadamente, suspender o exercício dos direitos,
direitos e deveres reservados pela Constituição e pela lei liberdades e garantias, salvo em caso de estado de sítio
exclusivamente aos cidadãos portugueses. ou de estado de emergência, declarados na forma
3. Aos cidadãos dos Estados de língua portuguesa com prevista na Constituição.
residência permanente em Portugal são reconhecidos, 2. O estado de sítio ou o estado de emergência só podem
nos termos da lei e em condições de reciprocidade, ser declarados, no todo ou em parte do território
direitos não conferidos a estrangeiros, salvo o acesso nacional, nos casos de agressão efetiva ou iminente por
aos cargos de Presidente da República, Presidente da forças estrangeiras, de grave ameaça ou perturbação da
Assembleia da República, Primeiro-Ministro, Presidentes ordem constitucional democrática ou de calamidade
dos tribunais supremos e o serviço nas Forças Armadas e pública.
na carreira diplomática. 3. O estado de emergência é declarado quando os
4. A lei pode atribuir a estrangeiros residentes no território pressupostos referidos no número anterior se revistam
nacional, em condições de reciprocidade, capacidade de menor gravidade e apenas pode determinar a
eleitoral ativa e passiva para a eleição dos titulares de suspensão de alguns dos direitos, liberdades e garantias
órgãos de autarquias locais. susceptíveis de serem suspensos.
5. A lei pode ainda atribuir, em condições de reciprocidade, 4. A opção pelo estado de sítio ou pelo estado de
aos cidadãos dos Estados-membros da União Europeia emergência, bem como as respetivas declaração e
residentes em Portugal o direito de elegerem e serem execução, devem respeitar o princípio da
eleitos Deputados ao Parlamento Europeu. proporcionalidade e limitar-se, nomeadamente quanto
às suas extensão e duração e aos meios utilizados, ao
Artigo 16.º estritamente necessário ao pronto restabelecimento da
normalidade constitucional.
Âmbito e sentido dos direitos fundamentais
5. A declaração do estado de sítio ou do estado de
1. Os direitos fundamentais consagrados na Constituição emergência é adequadamente fundamentada e contém
não excluem quaisquer outros constantes das leis e das a especificação dos direitos, liberdades e garantias cujo
regras aplicáveis de direito internacional. exercício fica suspenso, não podendo o estado
2. Os preceitos constitucionais e legais relativos aos direitos declarado ter duração superior a quinze dias, ou à
fundamentais devem ser interpretados e integrados de duração fixada por lei quando em consequência de
harmonia com a Declaração Universal dos Direitos do declaração de guerra, sem prejuízo de eventuais
Homem. renovações, com salvaguarda dos mesmos limites.
6. A declaração do estado de sítio ou do estado de
emergência em nenhum caso pode afetar os direitos à

22
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

vida, à integridade pessoal, à identidade pessoal, à Artigo 23.º


capacidade civil e à cidadania, a não retroatividade da lei Provedor de Justiça
criminal, o direito de defesa dos arguidos e a liberdade
1. Os cidadãos podem apresentar queixas por ações ou
de consciência e de religião.
omissões dos poderes públicos ao Provedor de Justiça,
7. A declaração do estado de sítio ou do estado de
que as apreciará sem poder decisório, dirigindo aos
emergência só pode alterar a normalidade
órgãos competentes as recomendações necessárias para
constitucional nos termos previstos na Constituição e na
prevenir e reparar injustiças.
lei, não podendo nomeadamente afetar a aplicação das
2. A atividade do Provedor de Justiça é independente dos
regras constitucionais relativas à competência e ao
meios graciosos e contenciosos previstos na
funcionamento dos órgãos de soberania e de governo
Constituição e nas leis.
próprio das regiões autónomas ou os direitos e
3. O Provedor de Justiça é um órgão independente, sendo o
imunidades dos respetivos titulares.
seu titular designado pela Assembleia da República, pelo
8. A declaração do estado de sítio ou do estado de
tempo que a lei determinar.
emergência confere às autoridades competência para
4. Os órgãos e agentes da Administração Pública cooperam
tomarem as providências necessárias e adequadas ao
com o Provedor de Justiça na realização da sua missão.
pronto restabelecimento da normalidade constitucional.
TÍTULO II
Artigo 20.º
Direitos, liberdades e garantias
Acesso ao direito e tutela jurisdicional efetiva
1. A todos é assegurado o acesso ao direito e aos tribunais
para defesa dos seus direitos e interesses legalmente CAPÍTULO I
protegidos, não podendo a justiça ser denegada por Direitos, liberdades e garantias pessoais
insuficiência de meios económicos.
2. Todos têm direito, nos termos da lei, à informação e
Artigo 24.º
consulta jurídicas, ao patrocínio judiciário e a fazer-se
acompanhar por advogado perante qualquer Direito à vida
autoridade. 1. A vida humana é inviolável.
3. A lei define e assegura a adequada proteção do segredo 2. Em caso algum haverá pena de morte.
de justiça.
4. Todos têm direito a que uma causa em que intervenham Artigo 25.º
seja objeto de decisão em prazo razoável e mediante Direito à integridade pessoal
processo equitativo. 1. A integridade moral e física das pessoas é inviolável.
5. Para defesa dos direitos, liberdades e garantias pessoais, 2. Ninguém pode ser submetido a tortura, nem a tratos ou
a lei assegura aos cidadãos procedimentos judiciais penas cruéis, degradantes ou desumanos.
caracterizados pela celeridade e prioridade, de modo a
obter tutela efetiva e em tempo útil contra ameaças ou Artigo 26.º
violações desses direitos. Outros direitos pessoais
Artigo 21.º 1. A todos são reconhecidos os direitos à identidade
pessoal, ao desenvolvimento da personalidade, à
Direito de resistência
capacidade civil, à cidadania, ao bom nome e reputação,
Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que à imagem, à palavra, à reserva da intimidade da vida
ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de repelir privada e familiar e à proteção legal contra quaisquer
pela força qualquer agressão, quando não seja possível formas de discriminação.
recorrer à autoridade pública. 2. A lei estabelecerá garantias efetivas contra a obtenção e
utilização abusivas, ou contrárias à dignidade humana,
Artigo 22.º de informações relativas às pessoas e famílias.
Responsabilidade das entidades públicas 3. A lei garantirá a dignidade pessoal e a identidade
O Estado e as demais entidades públicas são civilmente genética do ser humano, nomeadamente na criação,
responsáveis, em forma solidária com os titulares dos seus desenvolvimento e utilização das tecnologias e na
órgãos, funcionários ou agentes, por ações ou omissões experimentação científica.
praticadas no exercício das suas funções e por causa desse 4. A privação da cidadania e as restrições à capacidade civil
exercício, de que resulte violação dos direitos, liberdades e só podem efetuar-se nos casos e termos previstos na lei,
garantias ou prejuízo para outrem. não podendo ter como fundamento motivos políticos.

23
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 27.º parente ou pessoa da confiança do detido, por este


Direito à liberdade e à segurança indicados.
4. A prisão preventiva está sujeita aos prazos estabelecidos
1. Todos têm direito à liberdade e à segurança.
na lei.
2. Ninguém pode ser total ou parcialmente privado da
liberdade, a não ser em consequência de sentença Artigo 29.º
judicial condenatória pela prática de ato punido por lei
Aplicação da lei criminal
com pena de prisão ou de aplicação judicial de medida
de segurança. 1. Ninguém pode ser sentenciado criminalmente senão em
3. Excetua-se deste princípio a privação da liberdade, pelo virtude de lei anterior que declare punível a ação ou a
tempo e nas condições que a lei determinar, nos casos omissão, nem sofrer medida de segurança cujos
seguintes: pressupostos não estejam fixados em lei anterior.
2. O disposto no número anterior não impede a punição,
a) Detenção em flagrante delito; nos limites da lei interna, por ação ou omissão que no
b) Detenção ou prisão preventiva por fortes indícios de momento da sua prática seja considerada criminosa
prática de crime doloso a que corresponda pena de segundo os princípios gerais de direito internacional
prisão cujo limite máximo seja superior a três anos; comummente reconhecidos.
c) Prisão, detenção ou outra medida coativa sujeita a 3. Não podem ser aplicadas penas ou medidas de segurança
controlo judicial, de pessoa que tenha penetrado ou que não estejam expressamente cominadas em lei
permaneça irregularmente no território nacional ou anterior.
contra a qual esteja em curso processo de extradição 4. Ninguém pode sofrer pena ou medida de segurança mais
ou de expulsão; graves do que as previstas no momento da
d) Prisão disciplinar imposta a militares, com garantia de correspondente conduta ou da verificação dos
recurso para o tribunal competente; respetivos pressupostos, aplicando-se retroativamente
e) Sujeição de um menor a medidas de proteção, as leis penais de conteúdo mais favorável ao arguido.
assistência ou educação em estabelecimento 5. Ninguém pode ser julgado mais do que uma vez pela
adequado, decretadas pelo tribunal judicial prática do mesmo crime.
competente; 6. Os cidadãos injustamente condenados têm direito, nas
f) Detenção por decisão judicial em virtude de condições que a lei prescrever, à revisão da sentença e à
desobediência a decisão tomada por um tribunal ou indemnização pelos danos sofridos.
para assegurar a comparência perante autoridade
judiciária competente; Artigo 30.º
g) Detenção de suspeitos, para efeitos de identificação, Limites das penas e das medidas de segurança
nos casos e pelo tempo estritamente necessários; 1. Não pode haver penas nem medidas de segurança
h) Internamento de portador de anomalia psíquica em privativas ou restritivas da liberdade com carácter
estabelecimento terapêutico adequado, decretado perpétuo ou de duração ilimitada ou indefinida.
ou confirmado por autoridade judicial competente. 2. Em caso de perigosidade baseada em grave anomalia
4. Toda a pessoa privada da liberdade deve ser informada psíquica, e na impossibilidade de terapêutica em meio
imediatamente e de forma compreensível das razões da aberto, poderão as medidas de segurança privativas ou
sua prisão ou detenção e dos seus direitos. restritivas da liberdade ser prorrogadas sucessivamente
5. A privação da liberdade contra o disposto na Constituição enquanto tal estado se mantiver, mas sempre mediante
e na lei constitui o Estado no dever de indemnizar o decisão judicial.
lesado nos termos que a lei estabelecer. 3. A responsabilidade penal é insuscetível de transmissão.
4. Nenhuma pena envolve como efeito necessário a perda
Artigo 28.º
de quaisquer direitos civis, profissionais ou políticos.
Prisão preventiva 5. Os condenados a quem sejam aplicadas pena ou medida
1. A detenção será submetida, no prazo máximo de de segurança privativas da liberdade mantêm a
quarenta e oito horas, a apreciação judicial, para titularidade dos direitos fundamentais, salvas as
restituição à liberdade ou imposição de medida de limitações inerentes ao sentido da condenação e às
coação adequada, devendo o juiz conhecer das causas exigências próprias da respetiva execução.
que a determinaram e comunicá-las ao detido,
interrogá-lo e dar-lhe oportunidade de defesa. Artigo 31.º
2. A prisão preventiva tem natureza excecional, não sendo Habeas corpus
decretada nem mantida sempre que possa ser aplicada 1. Haverá habeas corpus contra o abuso de poder, por
caução ou outra medida mais favorável prevista na lei. virtude de prisão ou detenção ilegal, a requerer perante
3. A decisão judicial que ordene ou mantenha uma medida o tribunal competente.
de privação da liberdade deve ser logo comunicada a

24
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

2. A providência de habeas corpus pode ser requerida pelo e desde que a ordem jurídica do Estado requisitante
próprio ou por qualquer cidadão no gozo dos seus consagre garantias de um processo justo e equitativo.
direitos políticos. 4. Só é admitida a extradição por crimes a que corresponda,
3. O juiz decidirá no prazo de oito dias o pedido de habeas segundo o direito do Estado requisitante, pena ou
corpus em audiência contraditória. medida de segurança privativa ou restritiva da liberdade
com carácter perpétuo ou de duração indefinida, se,
Artigo 32.º nesse domínio, o Estado requisitante for parte de
Garantias de processo criminal convenção internacional a que Portugal esteja vinculado
1. O processo criminal assegura todas as garantias de e oferecer garantias de que tal pena ou medida de
defesa, incluindo o recurso. segurança não será aplicada ou executada.
2. Todo o arguido se presume inocente até ao trânsito em 5. O disposto nos números anteriores não prejudica a
julgado da sentença de condenação, devendo ser aplicação das normas de cooperação judiciária penal
julgado no mais curto prazo compatível com as garantias estabelecidas no âmbito da União Europeia.
de defesa. 6. Não é admitida a extradição, nem a entrega a qualquer
3. O arguido tem direito a escolher defensor e a ser por ele título, por motivos políticos ou por crimes a que
assistido em todos os atos do processo, especificando a corresponda, segundo o direito do Estado requisitante,
lei os casos e as fases em que a assistência por advogado pena de morte ou outra de que resulte lesão irreversível
é obrigatória. da integridade física.
4. Toda a instrução é da competência de um juiz, o qual 7. A extradição só pode ser determinada por autoridade
pode, nos termos da lei, delegar noutras entidades a judicial.
prática dos atos instrutórios que se não prendam 8. É garantido o direito de asilo aos estrangeiros e aos
diretamente com os direitos fundamentais. apátridas perseguidos ou gravemente ameaçados de
5. O processo criminal tem estrutura acusatória, estando a perseguição, em consequência da sua atividade em
audiência de julgamento e os atos instrutórios que a lei favor da democracia, da libertação social e nacional, da
determinar subordinados ao princípio do contraditório. paz entre os povos, da liberdade e dos direitos da
6. A lei define os casos em que, assegurados os direitos de pessoa humana.
defesa, pode ser dispensada a presença do arguido ou 9. A lei define o estatuto do refugiado político.
acusado em atos processuais, incluindo a audiência de
Artigo 41.º
julgamento.
7. O ofendido tem o direito de intervir no processo, nos Liberdade de consciência, de religião e de culto
termos da lei. 1. A liberdade de consciência, de religião e de culto é
8. São nulas todas as provas obtidas mediante tortura, inviolável.
coação, ofensa da integridade física ou moral da pessoa, 2. Ninguém pode ser perseguido, privado de direitos ou
abusiva intromissão na vida privada, no domicílio, na isento de obrigações ou deveres cívicos por causa das
correspondência ou nas telecomunicações. suas convicções ou prática religiosa.
9. Nenhuma causa pode ser subtraída ao tribunal cuja 3. Ninguém pode ser perguntado por qualquer autoridade
competência esteja fixada em lei anterior. acerca das suas convicções ou prática religiosa, salvo
10. Nos processos de contraordenação, bem como em para recolha de dados estatísticos não individualmente
quaisquer processos sancionatórios, são assegurados ao identificáveis, nem ser prejudicado por se recusar a
arguido os direitos de audiência e defesa. responder.
4. As igrejas e outras comunidades religiosas estão
Artigo 33.º separadas do Estado e são livres na sua organização e no
Expulsão, extradição e direito de asilo exercício das suas funções e do culto.
1. Não é admitida a expulsão de cidadãos portugueses do 5. É garantida a liberdade de ensino de qualquer religião
território nacional. praticado no âmbito da respetiva confissão, bem como a
2. A expulsão de quem tenha entrado ou permaneça utilização de meios de comunicação social próprios para
regularmente no território nacional, de quem tenha o prosseguimento das suas atividades.
obtido autorização de residência, ou de quem tenha 6. É garantido o direito à objeção de consciência, nos
apresentado pedido de asilo não recusado só pode ser termos da lei.
determinada por autoridade judicial, assegurando a lei
formas expeditas de decisão. Artigo 46.º
3. A extradição de cidadãos portugueses do território Liberdade de associação
nacional só é admitida, em condições de reciprocidade 1. Os cidadãos têm o direito de, livremente e sem
estabelecidas em convenção internacional, nos casos de dependência de qualquer autorização, constituir
terrorismo e de criminalidade internacional organizada, associações, desde que estas não se destinem a

25
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

promover a violência e os respetivos fins não sejam e) A proteção das condições de trabalho e a garantia dos
contrários à lei penal. benefícios sociais dos trabalhadores emigrantes;
2. As associações prosseguem livremente os seus fins sem f) A proteção das condições de trabalho dos
interferência das autoridades públicas e não podem ser trabalhadores estudantes.
dissolvidas pelo Estado ou suspensas as suas atividades 3. Os salários gozam de garantias especiais, nos termos da
senão nos casos previstos na lei e mediante decisão lei.
judicial.
3. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma Artigo 74.º
associação nem coagido por qualquer meio a Ensino
permanecer nela. 1. Todos têm direito ao ensino com garantia do direito à
4. Não são consentidas associações armadas nem de tipo igualdade de oportunidades de acesso e êxito escolar.
militar, militarizadas ou paramilitares, nem organizações 2. Na realização da política de ensino incumbe ao Estado:
racistas ou que perfilhem a ideologia fascista.
a) Assegurar o ensino básico universal, obrigatório e
Artigo 59.º gratuito;
b) Criar um sistema público e desenvolver o sistema
Direitos dos trabalhadores
geral de educação pré-escolar;
1. Todos os trabalhadores, sem distinção de idade, sexo, c) Garantir a educação permanente e eliminar o
raça, cidadania, território de origem, religião, convicções analfabetismo;
políticas ou ideológicas, têm direito: d) Garantir a todos os cidadãos, segundo as suas
a) À retribuição do trabalho, segundo a quantidade, capacidades, o acesso aos graus mais elevados do
natureza e qualidade, observando-se o princípio de ensino, da investigação científica e da criação
que para trabalho igual salário igual, de forma a artística;
garantir uma existência condigna; e) Estabelecer progressivamente a gratuitidade de todos
b) A organização do trabalho em condições socialmente os graus de ensino;
dignificantes, de forma a facultar a realização f) Inserir as escolas nas comunidades que servem e
pessoal e a permitir a conciliação da atividade estabelecer a interligação do ensino e das atividades
profissional com a vida familiar; económicas, sociais e culturais;
c) A prestação do trabalho em condições de higiene, g) Promover e apoiar o acesso dos cidadãos portadores
segurança e saúde; de deficiência ao ensino e apoiar o ensino especial,
d) Ao repouso e aos lazeres, a um limite máximo da quando necessário;
jornada de trabalho, ao descanso semanal e a férias h) Proteger e valorizar a língua gestual portuguesa,
periódicas pagas; enquanto expressão cultural e instrumento de
e) À assistência material, quando involuntariamente se acesso à educação e da igualdade de oportunidades;
encontrem em situação de desemprego; i) Assegurar aos filhos dos emigrantes o ensino da língua
f) A assistência e justa reparação, quando vítimas de portuguesa e o acesso à cultura portuguesa;
acidente de trabalho ou de doença profissional. j) Assegurar aos filhos dos imigrantes apoio adequado
para efetivação do direito ao ensino.
2. Incumbe ao Estado assegurar as condições de trabalho,
retribuição e repouso a que os trabalhadores têm
direito, nomeadamente:
a) O estabelecimento e a atualização do salário mínimo
nacional, tendo em conta, entre outros fatores, as
necessidades dos trabalhadores, o aumento do custo
de vida, o nível de desenvolvimento das forças
produtivas, as exigências da estabilidade económica
e financeira e a acumulação para o desenvolvimento;
b) A fixação, a nível nacional, dos limites da duração do
trabalho;
c) A especial proteção do trabalho das mulheres durante
a gravidez e após o parto, bem como do trabalho dos
menores, dos diminuídos e dos que desempenhem
atividades particularmente violentas ou em
condições insalubres, tóxicas ou perigosas;
d) O desenvolvimento sistemático de uma rede de
centros de repouso e de férias, em cooperação com
organizações sociais;

26
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Acesso ao Direito

27
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

28
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Lei n.º 34/2004, de 29 de julho CAPÍTULO II


Altera o regime de acesso ao direito e aos tribunais Informação jurídica
e transpõe para a ordem jurídica nacional a Artigo 4.º
Dever de informação
Diretiva n.º 2003/8/CE, do Conselho, de 27 de
janeiro, relativa à melhoria do acesso à justiça nos 1 - Incumbe ao Estado realizar, de modo permanente e
litígios transfronteiriços através do planeado, ações tendentes a tornar conhecido o direito e
estabelecimento de regras mínimas comuns o ordenamento legal, através de publicação e de outras
relativas ao apoio judiciário no âmbito desses formas de comunicação, com vista a proporcionar um
litígios melhor exercício dos direitos e o cumprimento dos
deveres legalmente estabelecidos.
(com as alterações introduzidas pela 2 - A informação jurídica é prestada pelo Ministério da
Lei n.º 47/2007, de 28 de agosto) Justiça, em colaboração com todas as entidades
interessadas, podendo ser celebrados protocolos para
CAPÍTULO I esse efeito.
Conceção e objetivos
Artigo 5.º
Artigo 1.º Serviços de informação jurídica
Finalidades
(Revogado.)
1 - O sistema de acesso ao direito e aos tribunais destina-se
a assegurar que a ninguém seja dificultado ou impedido, CAPÍTULO III
em razão da sua condição social ou cultural, ou por Proteção jurídica
insuficiência de meios económicos, o conhecimento, o
exercício ou a defesa dos seus direitos. SECÇÃO I
2 - Para concretizar os objetivos referidos no número Disposições gerais
anterior, desenvolver-se-ão ações e mecanismos
sistematizados de informação jurídica e de proteção Artigo 6.º
jurídica. Âmbito de proteção

Artigo 2.º 1 - A proteção jurídica reveste as modalidades de consulta


Promoção jurídica e de apoio judiciário.
2 - A proteção jurídica é concedida para questões ou causas
1 - O acesso ao direito e aos tribunais constitui uma judiciais concretas ou susceptíveis de concretização em
responsabilidade do Estado, a promover, que o utente tenha um interesse próprio e que versem
designadamente, através de dispositivos de cooperação sobre direitos diretamente lesados ou ameaçados de
com as instituições representativas das profissões lesão.
forenses. 3 - Lei própria regula os sistemas destinados à tutela dos
2 - O acesso ao direito compreende a informação jurídica e a interesses coletivos ou difusos e dos direitos só indireta
proteção jurídica. ou reflexamente lesados ou ameaçados de lesão.
4 - No caso de litígio transfronteiriço, em que os tribunais
Artigo 3.º competentes pertençam a outro Estado da União
Funcionamento Europeia, a proteção jurídica abrange ainda o apoio pré-
contencioso e os encargos específicos decorrentes do
1 - O sistema de acesso ao direito e aos tribunais funcionará carácter transfronteiriço do litígio, em termos a definir
por forma que os serviços prestados aos seus utentes por lei.
sejam qualificados e eficazes.
2 - O Estado garante uma adequada compensação aos Artigo 7.º
profissionais forenses que participem no sistema de Âmbito pessoal
acesso ao direito e aos tribunais.
3 - É vedado aos profissionais forenses que prestem serviços 1 - Têm direito a proteção jurídica, nos termos da presente
no âmbito do acesso ao direito em qualquer das suas lei, os cidadãos nacionais e da União Europeia, bem como
modalidades auferir, com base neles, remuneração os estrangeiros e os apátridas com título de residência
diversa da que tiverem direito nos termos da presente lei válido num Estado membro da União Europeia, que
e da portaria referida no n.º 2 do artigo 45.º

29
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

demonstrem estar em situação de insuficiência para suportar pontualmente os custos de um


económica. processo e, por esse motivo, beneficia de apoio
2 - Aos estrangeiros sem título de residência válido num judiciário nas modalidades de pagamento faseado e
Estado membro da União Europeia é reconhecido o de atribuição de agente de execução;
direito a proteção jurídica, na medida em que ele seja c) Não se encontra em situação de insuficiência
atribuído aos portugueses pelas leis dos respetivos económica o requerente cujo agregado familiar tenha
Estados. um rendimento relevante para efeitos de proteção
3 - As pessoas coletivas com fins lucrativos e os jurídica superior a duas vezes e meia o valor do
estabelecimentos individuais de responsabilidade indexante de apoios sociais.
limitada não têm direito a proteção jurídica. 2 - O rendimento relevante para efeitos de proteção jurídica
4 - As pessoas coletivas sem fins lucrativos têm apenas é o montante que resulta da diferença entre o valor do
direito à proteção jurídica na modalidade de apoio rendimento líquido completo do agregado familiar e o
judiciário, devendo para tal fazer a prova a que alude o valor da dedução relevante para efeitos de proteção
n.º 1. jurídica e calcula-se nos termos previstos no anexo à
5 - A proteção jurídica não pode ser concedida às pessoas presente lei.
que alienaram ou oneraram todos ou parte dos seus bens 3 - Considera-se que pertencem ao mesmo agregado familiar
para se colocarem em condições de o obter, nem, as pessoas que vivam em economia comum com o
tratando-se de apoio judiciário, aos cessionários do requerente de proteção jurídica.
direito ou objeto controvertido, quando a cessão tenha 4 - O valor da taxa devida pela prestação da consulta jurídica
sido realizada com o propósito de obter aquele benefício. a que se refere a alínea b) do n.º 1 é fixado por portaria
do membro do Governo responsável pela área da justiça.
Artigo 8.º 5 - Se o valor dos créditos depositados em contas bancárias e
Insuficiência económica o montante de valores mobiliários admitidos à
negociação em mercado regulamentado de que o
1 - Encontra-se em situação de insuficiência económica requerente ou qualquer membro do seu agregado
aquele que, tendo em conta o rendimento, o património familiar sejam titulares forem superiores a 24 vezes o
e a despesa permanente do seu agregado familiar, não valor do indexante de apoios sociais, considera-se que o
tem condições objetivas para suportar pontualmente os requerente de proteção jurídica não se encontra em
custos de um processo. situação de insuficiência económica, independentemente
2 - O disposto no número anterior aplica-se, com as do valor do rendimento relevante para efeitos de
necessárias adaptações, às pessoas coletivas sem fins proteção jurídica do agregado familiar.
lucrativos. 6 - O requerente pode solicitar, excecionalmente e por
3 - (Revogado.) motivo justificado, que a apreciação da insuficiência
4 - (Revogado.) económica tenha em conta apenas o rendimento, o
5 - (Revogado.) património e a despesa permanente próprios ou dele e
de alguns elementos do seu agregado familiar.
Artigo 8.º-A 7 - Em caso de litígio com um ou mais elementos do
Apreciação da insuficiência económica agregado familiar, a apreciação da insuficiência
económica tem em conta apenas o rendimento, o
1 - A insuficiência económica das pessoas singulares é património e a despesa permanente do requerente ou
apreciada de acordo com os seguintes critérios: dele e de alguns elementos do seu agregado familiar,
a) O requerente cujo agregado familiar tenha um desde que ele o solicite.
rendimento relevante para efeitos de proteção 8 - Se, perante um caso concreto, o dirigente máximo dos
jurídica igual ou inferior a três quartos do indexante serviços de segurança social competente para a decisão
de apoios sociais não tem condições objetivas para sobre a concessão de proteção jurídica entender que a
suportar qualquer quantia relacionada com os custos aplicação dos critérios previstos nos números anteriores
de um processo, devendo igualmente beneficiar de conduz a uma manifesta negação do acesso ao direito e
atribuição de agente de execução e de consulta aos tribunais pode, por despacho especialmente
jurídica gratuita; fundamentado e sem possibilidade de delegação, decidir
b) O requerente cujo agregado familiar tenha um de forma diversa daquela que resulta da aplicação dos
rendimento relevante para efeitos de proteção referidos critérios.
jurídica superior a três quartos e igual ou inferior a
duas vezes e meia o valor do indexante de apoios Artigo 8.º-B
sociais tem condições objetivas para suportar os Prova da insuficiência económica
custos de uma consulta jurídica sujeita ao pagamento
prévio de uma taxa, mas não tem condições objetivas

30
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

1 - A prova da insuficiência económica é feita nos termos a em todas as modalidades concedidas, sob pena de ficar
definir por portaria conjunta dos ministros responsáveis sujeito às sanções previstas para a litigância de má fé.
pelas áreas da justiça e da segurança social. 3 - A proteção jurídica pode ser cancelada oficiosamente
2 - Em caso de dúvida sobre a verificação de uma situação de pelos serviços da segurança social ou a requerimento do
insuficiência económica, pode ser solicitado pelo Ministério Público, da Ordem dos Advogados, da parte
dirigente máximo do serviço de segurança social que contrária, do patrono nomeado ou do agente de
aprecia o pedido que o requerente autorize, por escrito, execução atribuído.
o acesso a informações e documentos bancários e que 4 - O requerente de proteção jurídica é sempre ouvido.
estes sejam exibidos perante esse serviço e, quando tal 5 - Sendo cancelada a proteção jurídica concedida, a decisão
se justifique, perante a administração tributária. é comunicada ao tribunal competente e à Ordem dos
3 - Se todos os elementos necessários à prova da Advogados ou à Câmara dos Solicitadores, conforme os
insuficiência económica não forem entregues com o casos.
requerimento de proteção jurídica, os serviços da Artigo 11.º
segurança social notificam o interessado, com referência Caducidade
expressa à cominação prevista no número seguinte, para
que este os apresente no prazo de 10 dias, suspendendo- 1 - A proteção jurídica caduca nas seguintes situações:
se o prazo para a formação de ato tácito. a) Pelo falecimento da pessoa singular ou pela extinção
4 - No termo do prazo referido no número anterior, se o ou dissolução da pessoa coletiva a quem foi
interessado não tiver procedido à apresentação de todos concedida, salvo se os sucessores na lide, no
os elementos de prova necessários, o requerimento é incidente da sua habilitação, juntarem cópia do
indeferido, sem necessidade de proceder a nova requerimento de apoio judiciário e os mesmos vierem
notificação ao requerente. a ser deferidos;
b) Pelo decurso do prazo de um ano após a sua
Artigo 9.º concessão sem que tenha sido prestada consulta ou
Isenções instaurada ação em juízo, por razão imputável ao
requerente.
Estão isentos de impostos, emolumentos e taxas os
requerimentos, certidões e quaisquer outros documentos 2 - O apoio judiciário nas modalidades de nomeação e
pedidos para fins de proteção jurídica. pagamento de honorários de patrono e de nomeação e
pagamento faseado de honorários de patrono é
Artigo 10.º incompatível com o patrocínio pelo Ministério Público
Cancelamento da proteção jurídica nos termos previstos no Código de Processo do Trabalho.

1 - A proteção jurídica é cancelada, quer na sua totalidade Artigo 12.º


quer relativamente a alguma das suas modalidades: Impugnação

a) Se o requerente ou o respetivo agregado familiar Da decisão que determine o cancelamento ou verifique a


adquirirem meios suficientes para poder dispensá-la; caducidade da proteção jurídica cabe impugnação judicial,
b) Quando se prove por novos documentos a que segue os termos dos artigos 27.º e 28.º
insubsistência das razões pelas quais foi concedida;
c) Se os documentos que serviram de base à concessão Artigo 13.º
forem declarados falsos por decisão com trânsito em Aquisição de meios económicos suficientes
julgado;
d) Se, em recurso, for confirmada a condenação do 1 - Caso se verifique que o requerente de proteção jurídica
requerente como litigante de má fé; possuía, à data do pedido, ou adquiriu no decurso da
e) Se, em ação de alimentos provisórios, for atribuída ao causa ou no prazo de quatro anos após o seu termo,
requerente uma quantia para custeio da demanda; meios económicos suficientes para pagar honorários,
f) Se o requerente a quem tiver sido concedido apoio despesas, custas, imposto, emolumentos, taxas e
judiciário em modalidade de pagamento faseado não quaisquer outros encargos de cujo pagamento haja sido
proceder ao pagamento de uma prestação e mantiver declarado isento, é instaurada ação para cobrança das
esse incumprimento no termo do prazo que lhe for respetivas importâncias pelo Ministério Público ou por
concedido para proceder ao pagamento em falta qualquer outro interessado.
acrescido de multa equivalente à prestação em falta. 2 - Para os efeitos do número anterior, presume-se aquisição
2 - No caso da alínea a) do número anterior, o requerente de meios económicos suficientes a obtenção de
deve declarar, logo que o facto se verifique, que está em vencimento na ação, ainda que meramente parcial, salvo
condições de dispensar a proteção jurídica em alguma ou se, pela sua natureza ou valor, o que se obtenha não

31
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

possa ser tido em conta na apreciação da insuficiência SECÇÃO III


económica nos termos do artigo 8.º Apoio judiciário
3 - A ação a que se refere o n.º 1 segue a forma sumaríssima,
podendo o juiz condenar no próprio processo, no caso Artigo 16.º
previsto no número anterior. Modalidades
4 - Para fundamentar a decisão, na ação a que se refere o n.º
1, o tribunal deve pedir parecer à segurança social. 1 - O apoio judiciário compreende as seguintes modalidades:
5 - As importâncias cobradas revertem para o Instituto de a) Dispensa de taxa de justiça e demais encargos com o
Gestão Financeira e de Infraestruturas de Justiça, I. P. processo;
6 - O disposto nos números anteriores não prejudica a b) Nomeação e pagamento da compensação de patrono;
instauração de procedimento criminal se, para beneficiar c) Pagamento da compensação de defensor oficioso;
da proteção jurídica, o requerente cometer crime. d) Pagamento faseado de taxa de justiça e demais
encargos com o processo;
e) Nomeação e pagamento faseado da compensação de
SECÇÃO II patrono;
Consulta jurídica f) Pagamento faseado da compensação de defensor
oficioso;
Artigo 14.º g) Atribuição de agente de execução.
Âmbito
2 - Sem prejuízo de, em termos a definir por lei, a
1 - A consulta jurídica consiste no esclarecimento técnico periodicidade do pagamento poder ser alterada em
sobre o direito aplicável a questões ou casos concretos função do valor das prestações, nas modalidades
nos quais avultem interesses pessoais legítimos ou referidas nas alíneas d) a f) do número anterior, o valor
direitos próprios lesados ou ameaçados de lesão. da prestação mensal dos beneficiários de apoio judiciário
2 - No âmbito da consulta jurídica cabem ainda as diligências é o seguinte:
extrajudiciais que decorram diretamente do conselho a) 1/72 do valor anual do rendimento relevante para
jurídico prestado ou que se mostrem essenciais para o efeitos de proteção jurídica, se este for igual ou
esclarecimento da questão colocada. inferior a uma vez e meia o valor do indexante de
3 - (Revogado.) apoios sociais;
4 - (Revogado.) b) 1/36 do valor anual do rendimento relevante para
efeitos de proteção jurídica, se este for superior a
Artigo 15.º uma vez e meia o valor do indexante de apoios
Prestação da consulta jurídica sociais.
3 - Nas modalidades referidas nas alíneas d) a f) do n.º 1 não
1 - A consulta jurídica pode ser prestada em gabinetes de são exigíveis as prestações que se vençam após o decurso
consulta jurídica ou nos escritórios dos advogados que de quatro anos desde o trânsito em julgado da decisão
adiram ao sistema de acesso ao direito. final da causa.
2 - A prestação de consulta jurídica deve, tendencialmente, 4 - Havendo pluralidade de causas relativas ao mesmo
cobrir todo o território nacional. requerente ou a elementos do seu agregado familiar, o
3 - A criação de gabinetes de consulta jurídica, bem como as prazo mencionado no número anterior conta-se desde o
suas regras de funcionamento, são aprovadas por trânsito em julgado da última decisão final.
portaria do membro do Governo responsável pela área 5 - O pagamento das prestações relativas às modalidades
da justiça, ouvida a Ordem dos Advogados. mencionadas nas alíneas d) a f) do n.º 1 é efetuado em
4 - Os gabinetes de consulta jurídica podem abranger a termos a definir por lei.
prestação de serviços por solicitadores, em moldes a 6 - Se o requerente de apoio judiciário for uma pessoa
convencionar entre a Câmara dos Solicitadores, a Ordem coletiva, o apoio judiciário não compreende a
dos Advogados e o Ministério da Justiça. modalidade referida nas alíneas d) a f) do n.º 1.
5 - O disposto nos números anteriores não obsta à prestação 7 - No caso de pedido de apoio judiciário por residente
de consulta jurídica por outras entidades públicas ou noutro Estado membro da União Europeia para ação em
privadas sem fins lucrativos, nos termos da lei ou a que tribunais portugueses sejam competentes, o apoio
definir por protocolo celebrado entre estas entidades e a judiciário abrange os encargos específicos decorrentes do
Ordem dos Advogados e sujeito a homologação pelo carácter transfronteiriço do litígio em termos a definir
Ministério da Justiça. por lei.

32
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 17.º a) Pelo interessado na sua concessão;


Âmbito de aplicação b) Pelo Ministério Público em representação do
interessado;
1 - O regime de apoio judiciário aplica-se em todos os c) Por advogado, advogado estagiário ou solicitador, em
tribunais, qualquer que seja a forma do processo, nos representação do interessado, bastando para
julgados de paz e noutras estruturas de resolução comprovar essa representação as assinaturas
alternativa de litígios a definir por portaria do membro conjuntas do interessado e do patrono.
do Governo responsável pela área da justiça.
2 - O regime de apoio judiciário aplica-se, também, com as Artigo 20.º
devidas adaptações, nos processos de contraordenação. Competência para a decisão
3 - O apoio judiciário é aplicável nos processos que corram
nas conservatórias, em termos a definir por lei. 1 - A decisão sobre a concessão de proteção jurídica
compete ao dirigente máximo dos serviços de segurança
Artigo 18.º social da área de residência ou sede do requerente.
Pedido de apoio judiciário 2 - No caso de o requerente não residir ou não ter a sua sede
em território nacional, a decisão referida no número
1 - O apoio judiciário é concedido independentemente da anterior compete ao dirigente máximo dos serviços de
posição processual que o requerente ocupe na causa e segurança social onde tiver sido entregue o
do facto de ter sido já concedido à parte contrária. requerimento.
2 - O apoio judiciário deve ser requerido antes da primeira 3 - A competência referida nos números anteriores é
intervenção processual, salvo se a situação de suscetível de delegação e de subdelegação.
insuficiência económica for superveniente, caso em que 4 - A decisão quanto ao pedido referido nos n.ºs 6 e 7 do
deve ser requerido antes da primeira intervenção artigo 8.º-A compete igualmente ao dirigente máximo
processual que ocorra após o conhecimento da situação dos serviços de segurança social competente para a
de insuficiência económica. decisão sobre a concessão de proteção jurídica, sendo
3 - Se se verificar insuficiência económica superveniente, suscetível de delegação e de subdelegação.
suspende-se o prazo para pagamento da taxa de justiça e
demais encargos com o processo até à decisão definitiva Artigo 21.º
do pedido de apoio judiciário, aplicando-se o disposto Juízo sobre a existência de fundamento legal da pretensão
nos n.ºs 4 e 5 do artigo 24.º
4 - O apoio judiciário mantém-se para efeitos de recurso, (Revogado.)
qualquer que seja a decisão sobre a causa, e é extensivo
a todos os processos que sigam por apenso àquele em Artigo 22.º
que essa concessão se verificar, sendo-o também ao Requerimento
processo principal, quando concedido em qualquer
apenso. 1 - O requerimento de proteção jurídica é apresentado em
5 - O apoio judiciário mantém-se ainda para as execuções qualquer serviço de atendimento ao público dos serviços
fundadas em sentença proferida em processo em que de segurança social.
essa concessão se tenha verificado. 2 - O requerimento de proteção jurídica é formulado em
6 - Declarada a incompetência do tribunal, mantém-se, modelo, a aprovar por portaria dos ministros com a
todavia, a concessão do apoio judiciário, devendo a tutela da justiça e da segurança social, que é facultado,
decisão definitiva ser notificada ao patrono para este se gratuitamente, junto da entidade referida no número
pronunciar sobre a manutenção ou escusa do patrocínio. anterior e pode ser apresentado pessoalmente, por
7 - No caso de o processo ser desapensado por decisão com telecópia, por via postal ou por transmissão eletrónica,
trânsito em julgado, o apoio concedido manter-se-á, neste caso através do preenchimento do respetivo
juntando-se oficiosamente ao processo desapensado formulário digital, acessível por ligação e comunicação
certidão da decisão que o concedeu, sem prejuízo do informática.
disposto na parte final do número anterior. 3 - Quando o requerimento é apresentado por via postal, o
serviço recetor remete ao requerente uma cópia com o
SECÇÃO IV carimbo de receção aposto.
Procedimento 4 - O pedido deve especificar a modalidade de proteção
jurídica pretendida, nos termos dos artigos 6.º e 16.º, e,
Artigo 19.º sendo caso disso, quais as modalidades que pretende
Legitimidade cumular.
5 - (Revogado.)
A proteção jurídica pode ser requerida:

33
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

6 - A prova da entrega do requerimento de proteção jurídica 4 - Quando o pedido de apoio judiciário é apresentado na
pode ser feita: pendência de ação judicial e o requerente pretende a
a) Mediante exibição ou entrega de cópia com carimbo nomeação de patrono, o prazo que estiver em curso
de receção do requerimento apresentado interrompe-se com a junção aos autos do documento
pessoalmente ou por via postal; comprovativo da apresentação do requerimento com
b) Por qualquer meio idóneo de certificação mecânica ou que é promovido o procedimento administrativo.
eletrónica da receção no serviço competente do 5 - O prazo interrompido por aplicação do disposto no
requerimento quando enviado por telecópia ou número anterior inicia-se, conforme os casos:
transmissão eletrónica. a) A partir da notificação ao patrono nomeado da sua
7 - É da competência dos serviços da segurança social a designação;
identificação rigorosa dos elementos referentes aos b) A partir da notificação ao requerente da decisão de
beneficiários, bem como a identificação precisa do fim a indeferimento do pedido de nomeação de patrono.
que se destina o apoio judiciário, para os efeitos
previstos no n.º 5 do artigo 24.º e nos artigos 30.º e 31.º Artigo 25.º
Prazo
Artigo 23.º 1 - O prazo para a conclusão do procedimento administrativo
Audiência prévia e decisão sobre o pedido de proteção jurídica é de 30
1 - A audiência prévia do requerente de proteção jurídica dias, é contínuo, não se suspende durante as férias
tem obrigatoriamente lugar, por escrito, nos casos em judiciais e, se terminar em dia em que os serviços da
que está proposta uma decisão de indeferimento, total segurança social estejam encerrados, transfere-se o seu
ou parcial, do pedido formulado, nos termos do Código termo para o 1.º dia útil seguinte.
do Procedimento Administrativo. 2 - Decorrido o prazo referido no número anterior sem que
2 - Se o requerente de proteção jurídica, devidamente tenha sido proferida uma decisão, considera-se
notificado para efeitos de audiência prévia, não se tacitamente deferido e concedido o pedido de proteção
pronunciar no prazo que lhe for concedido, a proposta de jurídica.
decisão converte-se em decisão definitiva, não havendo 3 - No caso previsto no número anterior, é suficiente a
lugar a nova notificação. menção em tribunal da formação do ato tácito e, quando
3 - A notificação para efeitos de audiência prévia contém estiver em causa um pedido de nomeação de patrono, a
expressa referência à cominação prevista no número tramitação subsequente à formação do ato tácito
anterior, sob pena de esta não poder ser aplicada. obedecerá às seguintes regras:

Artigo 24.º a) Quando o pedido tiver sido apresentado na pendência


Autonomia do procedimento de ação judicial, o tribunal em que a causa está
pendente solicita à Ordem dos Advogados que
1 - O procedimento de proteção jurídica na modalidade de proceda à nomeação do patrono, nos termos da
apoio judiciário é autónomo relativamente à causa a que portaria referida no n.º 2 do artigo 45.º;
respeite, não tendo qualquer repercussão sobre o b) Quando o pedido não tiver sido apresentado na
andamento desta, com exceção do previsto nos números pendência de ação judicial, incumbe ao interessado
seguintes. solicitar a nomeação do patrono, nos termos da
2 - Nos casos previstos no n.º 4 do artigo 467.º do Código de portaria referida no n.º 2 do artigo 45.º
Processo Civil e, bem assim, naqueles em que, 4 - O tribunal ou, no caso referido na alínea b) do número
independentemente das circunstâncias aí referidas, anterior, a Ordem dos Advogados deve confirmar junto
esteja pendente impugnação da decisão relativa à dos serviços da segurança social a formação do ato
concessão de apoio judiciário, o autor que pretenda tácito, devendo estes serviços responder no prazo
beneficiar deste para dispensa ou pagamento faseado da máximo de dois dias úteis.
taxa de justiça deve juntar à petição inicial documento 5 - Enquanto não for possível disponibilizar a informação de
comprovativo da apresentação do respetivo pedido. forma desmaterializada e em tempo real, os serviços da
3 - Nos casos previstos no número anterior, o autor deve segurança social enviam mensalmente a informação
efetuar o pagamento da taxa de justiça ou da primeira relativa aos pedidos de proteção jurídica tacitamente
prestação, quando lhe seja concedido apoio judiciário na deferidos ao Gabinete para a Resolução Alternativa de
modalidade de pagamento faseado de taxa de justiça, no Litígios, à Ordem dos Advogados, se o pedido envolver a
prazo de 10 dias a contar da data da notificação da nomeação de patrono, e ao tribunal em que a ação se
decisão que indefira, em definitivo, o seu pedido, sob a encontra, se o requerimento tiver sido apresentado na
cominação prevista no n.º 5 do artigo 467.º do Código de pendência de ação judicial.
Processo Civil.

34
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 26.º 4 - Recebida a impugnação, esta é distribuída, quando for


Notificação e impugnação da decisão caso disso, e imediatamente conclusa ao juiz que, por
meio de despacho concisamente fundamentado, decide,
1 - A decisão final sobre o pedido de proteção jurídica é concedendo ou recusando o provimento, por
notificada ao requerente e, se o pedido envolver a extemporaneidade ou manifesta inviabilidade6.
designação de patrono, também à Ordem dos 5 - A decisão proferida nos termos do número anterior é
Advogados. irrecorrível.
2 - A decisão sobre o pedido de proteção jurídica não admite
reclamação nem recurso hierárquico ou tutelar, sendo Artigo 29.º
suscetível de impugnação judicial nos termos dos artigos Alcance da decisão final
27.º e 28.º
3 - (Revogado.) 1 - A decisão que defira o pedido de proteção jurídica
4 - Se o requerimento tiver sido apresentado na pendência especifica as modalidades e a concreta medida do apoio
de ação judicial, a decisão final sobre o pedido de apoio concedido.
judiciário é notificada ao tribunal em que a ação se 2 - Para concretização do benefício de apoio judiciário nas
encontra pendente, bem como, através deste, à parte modalidades previstas nas alíneas a) e d) do n.º 1 do
contrária. artigo 16.º, devem os interessados apresentar o
5 - A parte contrária na ação judicial para que tenha sido documento comprovativo da sua concessão ou da
concedido apoio judiciário tem legitimidade para apresentação do respetivo pedido no momento em que
impugnar a decisão nos termos do n.º 2. deveriam apresentar o documento comprovativo do
pagamento da taxa de justiça.
Artigo 27.º 3 - (Revogado.)
Impugnação judicial 4 - O indeferimento do pedido de apoio judiciário importa a
obrigação do pagamento das custas devidas, bem como,
1 - A impugnação judicial pode ser intentada diretamente no caso de ter sido solicitada a nomeação de patrono, o
pelo interessado, não carecendo de constituição de pagamento ao Instituto de Gestão Financeira e de
advogado, e deve ser entregue no serviço de segurança Infraestruturas de Justiça, I. P., da quantia prevista no n.º
social que apreciou o pedido de proteção jurídica, no 2 do artigo 36.º
prazo de 15 dias após o conhecimento da decisão. 5 - Não havendo decisão final quanto ao pedido de apoio
2 - O pedido de impugnação deve ser escrito, mas não carece judiciário no momento em que deva ser efetuado o
de ser articulado, sendo apenas admissível prova pagamento da taxa de justiça e demais encargos do
documental, cuja obtenção pode ser requerida através processo judicial, proceder-se-á do seguinte modo:
do tribunal. a) No caso de não ser ainda conhecida a decisão do
3 - Recebida a impugnação, o serviço de segurança social serviço da segurança social competente, fica
dispõe de 10 dias para revogar a decisão sobre o pedido suspenso o prazo para proceder ao respetivo
de proteção jurídica ou, mantendo-a, enviar aquela e pagamento até que tal decisão seja comunicada ao
cópia autenticada do processo administrativo ao tribunal requerente;
competente. b) Tendo havido já decisão do serviço da segurança
social, concedendo apoio judiciário numa ou mais
Artigo 28.º modalidades de pagamento faseado, o pagamento da
Tribunal competente primeira prestação é devido no prazo de 10 dias
contados da data da sua comunicação ao requerente,
1 - É competente para conhecer e decidir a impugnação o sem prejuízo do posterior reembolso das quantias
tribunal da comarca em que está sedeado o serviço de pagas no caso de procedência da impugnação
segurança social que apreciou o pedido de proteção daquela decisão;
jurídica ou, caso o pedido tenha sido formulado na c) Tendo havido já decisão negativa do serviço da
pendência da ação, o tribunal em que esta se encontra segurança social, o pagamento é devido no prazo de
pendente. 10 dias contados da data da sua comunicação ao
2 - No caso de existirem tribunais de competência requerente, sem prejuízo do posterior reembolso das
especializada ou de competência específica, a quantias pagas no caso de procedência da
impugnação deve respeitar as respetivas regras de impugnação daquela decisão.
competência.
3 - Se o tribunal se considerar incompetente, remete para
aquele que deva conhecer da impugnação e notifica o
interessado. 6 O Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 637/2013, declarou, com
força obrigatória geral, a inconstitucionalidade da norma constante do
n.º 4 do artigo 28.º.

35
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 30.º Câmara dos Solicitadores deve proceder à apreciação de


Nomeação de patrono eventual responsabilidade disciplinar, sendo nomeado
novo patrono ao requerente.
1 - A nomeação de patrono, sendo concedida, é realizada 4 - A ação considera-se proposta na data em que for
pela Ordem dos Advogados, nos termos da portaria apresentado o pedido de nomeação de patrono.
referida no n.º 2 do artigo 45.º
2 - (Revogado.) Artigo 34.º
3 - (Revogado.) Pedido de escusa
4 - (Revogado.)
5 - (Revogado.) 1 - O patrono nomeado pode pedir escusa, mediante
requerimento dirigido à Ordem dos Advogados ou à
Artigo 31.º Câmara dos Solicitadores, alegando os respetivos
Notificação da nomeação motivos.
2 - O pedido de escusa, formulado nos termos do número
1 - A nomeação de patrono é notificada pela Ordem dos anterior e apresentado na pendência do processo,
Advogados ao requerente e ao patrono nomeado e, nos interrompe o prazo que estiver em curso, com a junção
casos previstos no n.º 4 do artigo 26.º, para além de ser dos respetivos autos de documento comprovativo do
feita com a expressa advertência do início do prazo referido pedido, aplicando-se o disposto no n.º 5 do
judicial, é igualmente comunicada ao tribunal. artigo 24.º
2 - A notificação da decisão de nomeação do patrono é feita 3 - O patrono nomeado deve comunicar no processo o facto
com menção expressa, quanto ao requerente, do nome e de ter apresentado um pedido de escusa, para os efeitos
escritório do patrono bem como do dever de lhe dar previstos no número anterior.
colaboração, sob pena de o apoio judiciário lhe ser 4 - A Ordem dos Advogados ou a Câmara dos Solicitadores
retirado. aprecia e delibera sobre o pedido de escusa no prazo de
3 - (Revogado.) 15 dias.
4 - (Revogado.) 5 - Sendo concedida a escusa, procede-se imediatamente à
nomeação e designação de novo patrono, exceto no caso
Artigo 32.º de o fundamento do pedido de escusa ser a inexistência
Substituição do patrono de fundamento legal da pretensão, caso em que pode ser
recusada nova nomeação para o mesmo fim.
1 - O beneficiário do apoio judiciário pode, em qualquer 6 - O disposto nos n.ºs 1 a 4 aplica-se aos casos de escusa
processo, requerer à Ordem dos Advogados a por circunstâncias supervenientes.
substituição do patrono nomeado, fundamentando o seu
pedido. Artigo 35.º
2 - Deferido o pedido de substituição, aplicam-se, com as Substituição em diligência processual
devidas adaptações, os termos dos artigos 34.º e
seguintes. 1 - O patrono nomeado pode substabelecer, com reserva,
3 - Se a substituição de patrono tiver sido requerida na para diligência determinada, desde que indique
pendência de um processo, a Ordem dos Advogados substituto.
deve comunicar ao tribunal a nomeação do novo 2 - A remuneração do substituto é da responsabilidade do
patrono. patrono nomeado.
3 - (Revogado.)
Artigo 33.º
Prazo de propositura da ação Artigo 35.º-A
Atribuição de agente de execução
1 - O patrono nomeado para a propositura da ação deve
intentá-la nos 30 dias seguintes à notificação da Quando seja concedido apoio judiciário na modalidade
nomeação, apresentando justificação à Ordem dos de atribuição de agente de execução, este é sempre um
Advogados ou à Câmara dos Solicitadores se não oficial de justiça, determinado segundo as regras da
instaurar a ação naquele prazo. distribuição.
2 - O patrono nomeado pode requerer à Ordem dos
Advogados ou à Câmara dos Solicitadores a prorrogação Artigo 36.º
do prazo previsto no número anterior, fundamentando o Encargos
pedido.
3 - Quando não for apresentada justificação, ou esta não for 1 - Sempre que haja um processo judicial, os encargos
considerada satisfatória, a Ordem dos Advogados ou a decorrentes da concessão de proteção jurídica, em

36
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

qualquer das suas modalidades, são levados a regra de 8 - Se os serviços da segurança social decidirem não
custas a final. conceder o benefício de apoio judiciário ao arguido, este
2 - Os encargos decorrentes da concessão de apoio judiciário fica sujeito ao pagamento do valor estabelecido nos
nas modalidades previstas nas alíneas b), c), e) e f) do n.º termos do n.º 2 do artigo 36.º, salvo se se demonstrar
1 do artigo 16.º são determinados nos termos de portaria que a declaração proferida nos termos do n.º 3 foi
do membro do Governo responsável pela área da justiça. manifestamente falsa, caso em que fica sujeito ao
pagamento do quíntuplo do valor estabelecido no n.º 2
Artigo 37.º do artigo 36.º
Regime subsidiário 9 - Se, no caso previsto na parte final do n.º 5, o arguido não
constituir advogado e for obrigatória ou considerada
São aplicáveis ao procedimento de concessão de necessária ou conveniente a assistência de defensor,
proteção jurídica as disposições do Código do deve este ser nomeado, ficando o arguido responsável
Procedimento Administrativo em tudo o que não esteja pelo pagamento do triplo do valor estabelecido nos
especialmente regulado na presente lei. termos do n.º 2 do artigo 36.º
10 - O requerimento para a concessão de apoio judiciário
Artigo 38.º não afeta a marcha do processo.
Contagem de prazos
Artigo 40.º
Aos prazos processuais previstos na presente lei aplicam- Escolha de advogado
se as disposições da lei processual civil.
(Revogado.)
CAPÍTULO IV
Disposições especiais sobre processo penal Artigo 41.º
Escalas de prevenção
Artigo 39.º
Nomeação de defensor 1 - A nomeação de defensor para assistência ao primeiro
interrogatório de arguido detido, para audiência em
1 - A nomeação de defensor ao arguido, a dispensa de processo sumário ou para outras diligências urgentes
patrocínio e a substituição são feitas nos termos do previstas no Código de Processo Penal processa-se nos
Código de Processo Penal, do presente capítulo e da termos do artigo 39.º, devendo ser organizadas escalas
portaria referida no n.º 2 do artigo 45.º de prevenção de advogados e advogados estagiários para
2 - A nomeação é antecedida da advertência ao arguido do esse efeito, em termos a definir na portaria referida no
seu direito a constituir advogado. n.º 2 do artigo 45.º
3 - Caso não constitua advogado, o arguido deve proceder, 2 - A nomeação deve recair em defensor que, constando das
no momento em que presta termo de identidade e escalas de prevenção, se apresente no local de realização
residência, à emissão de uma declaração relativa ao da diligência após a sua chamada.
rendimento, património e despesa permanente do seu 3 - O defensor nomeado para um ato pode manter-se para
agregado familiar. os atos subsequentes do processo, em termos a
4 - A secretaria do tribunal deve apreciar a insuficiência regulamentar na portaria referida no n.º 2 do artigo 45.º
económica do arguido em função da declaração emitida 4 - (Revogado.)
e dos critérios estabelecidos na presente lei.
5 - Se a secretaria concluir pela insuficiência económica do Artigo 42.º
arguido, deve ser-lhe nomeado defensor ou, no caso Dispensa de patrocínio
contrário, adverti-lo de que deve constituir advogado.
6 - A nomeação de defensor ao arguido, nos termos do 1 - O advogado nomeado defensor pode pedir dispensa de
número anterior, tem carácter provisório e depende de patrocínio, invocando fundamento que considere justo,
concessão de apoio judiciário pelos serviços da segurança em requerimento dirigido à Ordem dos Advogados.
social. 2 - A Ordem dos Advogados aprecia e delibera sobre o
7 - Se o arguido não solicitar a concessão de apoio judiciário, pedido de dispensa de patrocínio no prazo de cinco dias.
é responsável pelo pagamento do triplo do valor 3 - Enquanto não for substituído, o defensor nomeado para
estabelecido nos termos do n.º 2 do artigo 36.º um ato mantém-se para os atos subsequentes do
processo.

37
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

4 - Pode, em caso de urgência, ser nomeado outro defensor e) Todas as notificações e comunicações entre os
ao arguido, nos termos da portaria referida no n.º 2 do profissionais forenses, a Ordem dos Advogados, os
artigo 45.º serviços da segurança social, os tribunais e os
5 - (Revogado.) requerentes previstos no sistema de acesso ao direito
devem realizar-se, sempre que possível, por via
Artigo 43.º eletrónica;
Constituição de mandatário f) Os profissionais forenses participantes no sistema de
acesso ao direito devem utilizar todos os meios
1 - Cessam as funções do defensor nomeado sempre que o eletrónicos disponíveis no contacto com os tribunais,
arguido constitua mandatário. designadamente no que respeita ao envio de peças
2 - O defensor nomeado não pode, no mesmo processo, processuais e requerimentos autónomos;
aceitar mandato do mesmo arguido. g) Os profissionais forenses que não observem as regras
do exercício do patrocínio e da defesa oficiosos
Artigo 44.º podem ser excluídos do sistema de acesso ao direito;
Disposições aplicáveis h) Os profissionais forenses participantes no sistema de
acesso ao direito que saiam do sistema,
1 - Em tudo o que não esteja especialmente regulado no independentemente do motivo, antes do trânsito em
presente capítulo relativamente à concessão de proteção julgado de um processo ou do termo definitivo de
jurídica ao arguido em processo penal aplicam-se, com as uma diligência para que estejam nomeados devem
necessárias adaptações, as disposições do capítulo restituir, no prazo máximo de 30 dias, todas as
anterior, com exceção do disposto nos n.ºs 2 e 3 do quantias entregues por conta de cada processo ou
artigo 18.º, devendo o apoio judiciário ser requerido até diligência em curso;
ao termo do prazo de recurso da decisão em primeira i) O disposto na alínea anterior aplica-se aos casos de
instância. escusa e de dispensa de patrocínio, relativamente aos
2 - Ao pedido de proteção jurídica por quem pretenda processos em que cesse o patrocínio e a defesa
constituir-se assistente ou formular ou contestar pedido oficiosa;
de indemnização cível em processo penal aplica-se o j) O pagamento da compensação devida aos profissionais
disposto no capítulo anterior, com as necessárias forenses deve ser processado até ao termo do mês
adaptações. seguinte àquele em que é devido;
l) A resolução extrajudicial dos litígios, antes da audiência
CAPÍTULO V de julgamento, deve ser incentivada mediante a
Disposições finais e transitórias previsão de um montante de compensação acrescido.
2 - A admissão dos profissionais forenses ao sistema de
Artigo 45.º acesso ao direito, a nomeação de patrono e de defensor
Participação dos profissionais forenses no acesso ao direito e o pagamento da respetiva compensação, nos termos
do número anterior, é regulamentada por portaria do
1 - A admissão dos profissionais forenses ao sistema de membro do Governo responsável pela área da justiça.
acesso ao direito, a nomeação de patrono e de defensor 3 - (Revogado.)
e o pagamento da respetiva compensação realizam-se 4 - (Revogado.)
nos termos seguintes: 5 - (Revogado.)
a) A seleção dos profissionais forenses deve assegurar a
qualidade dos serviços prestados aos beneficiários de Artigo 46.º
proteção jurídica no âmbito do sistema de acesso ao Colaboração de outras instituições com a Ordem dos
direito; Advogados
b) Os participantes no sistema de acesso ao direito
podem ser advogados, advogados estagiários e (Revogado.)
solicitadores;
c) Os profissionais forenses podem ser nomeados para Artigo 47.º
lotes de processos e escalas de prevenção; Gabinetes de consulta jurídica
d) Se o mesmo facto der causa a diversos processos, o (Revogado.)
sistema deve assegurar, preferencialmente, a
nomeação do mesmo mandatário ou defensor Artigo 48.º
oficioso ao beneficiário; Comissão de acompanhamento
(Revogado.)

38
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 49.º 2 - O rendimento relevante para efeitos de proteção


Encargos da segurança social jurídica (Y(índice AP)) é expresso em múltiplos do
indexante de apoios sociais.
Os encargos decorrentes da presente lei a assumir pelos
serviços da segurança social são suportados pelo
Orçamento do Estado, mediante transferência das II - Rendimento líquido completo do agregado familiar
correspondentes verbas para o orçamento da segurança
social. 1 - O valor do rendimento líquido completo do agregado
familiar (Y(índice C)) resulta da soma do valor da
Artigo 50.º receita líquida do agregado familiar (Y) com o
Norma revogatória montante da renda financeira implícita calculada com
base nos ativos patrimoniais do agregado familiar
É revogada a Lei n.º 30-E/2000, de 20 de dezembro. (Y(índice R)), ou seja, Y(índice C) = Y + Y(índice R).
2 - Por receita líquida do agregado familiar (Y) entende-
Artigo 51.º se o rendimento depois da dedução do imposto sobre
Regime transitório o rendimento e das contribuições obrigatórias para
regimes de proteção social.
1 - As alterações introduzidas pela presente lei aplicam-se 3 - O cálculo da renda financeira implícita é efetuado nos
apenas aos pedidos de apoio judiciário que sejam termos previstos no n.º v.
formulados após o dia 1 de setembro de 2004.
2 - Aos processos de apoio judiciário iniciados até à entrada
em vigor da presente lei é aplicável o regime legal III - Dedução relevante para efeitos de proteção jurídica
anterior.
3 - Nos processos judiciais pendentes em 1 de setembro de 1 - O valor da dedução relevante para efeitos de
2004 em que ainda não tenha sido requerido o benefício proteção jurídica (A) resulta da soma do valor da
de apoio judiciário, este poderá ser requerido até ao dedução de encargos com necessidades básicas do
trânsito em julgado da decisão final. agregado familiar (D) com o montante da dedução de
encargos com a habitação do agregado familiar (H),
Artigo 52.º ou seja, A = D + H.
Transposição 2 - O valor da dedução de encargos com necessidades
básicas do agregado familiar (D) resulta da aplicação
A presente lei efetua a transposição parcial da Diretiva n.º da seguinte fórmula:
2003/8/CE, do Conselho, de 27 de janeiro, relativa à
melhoria do acesso à justiça nos litígios transfronteiriços,
através do estabelecimento de regras mínimas comuns
relativas ao apoio judiciário no âmbito desses litígios.
em que n é o número de elementos do agregado familiar
Artigo 53.º e d é o coeficiente de dedução de despesas com
Entrada em vigor necessidades básicas do agregado familiar,
determinado em função dos diversos escalões de
A presente lei entra em vigor em 1 de setembro de 2004, rendimento, de acordo com o previsto na tabela do
salvo o n.º 4 do artigo 6.º e o n.º 4 do artigo 16.º, que n.º vi.
entram em vigor no dia 30 de novembro de 2004. 3 - O montante da dedução de encargos com a habitação
do agregado familiar (H) resulta da aplicação do
ANEXO coeficiente (h) ao valor do rendimento líquido
Cálculo do rendimento relevante para efeitos de proteção completo do agregado familiar (Y(índice C)),
jurídica ou seja, H = h + Y(índice C), em que h é determinado em
função dos diversos escalões de rendimento, de
I - Rendimento relevante para efeitos de proteção acordo com o previsto na tabela do n.º vii.
jurídica
1 - O rendimento relevante para efeitos de proteção jurídica IV - Fórmula de cálculo do valor do rendimento
(Y(índice AP)) é o montante que resulta da diferença relevante para efeitos de proteção jurídica
entre o valor do rendimento líquido completo do
agregado familiar (Y(índice C)) O valor do rendimento relevante para efeitos de
e o valor da dedução relevante para efeitos de proteção proteção jurídica, especificado nos n.ºs i a iii, é calculado
jurídica (A), ou seja, Y(índice AP) = Y(índice C) - A. através da seguinte fórmula:

39
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

A fórmula de cálculo resulta das seguintes identidades


algébricas:

Portanto, por operações aritméticas elementares:

V - Cálculo da renda financeira implícita

1 - O montante da renda financeira implícita a que se


refere o n.º 1 do n.º ii é calculado mediante a
aplicação de uma taxa de juro de referência ao valor
dos ativos patrimoniais do agregado familiar.
2 - A taxa de juro de referência é a taxa EURIBOR a seis
meses correspondente ao valor médio verificado nos
meses de dezembro ou de junho últimos, consoante
o requerimento de proteção jurídica seja
apresentado, respetivamente, no 1.º ou no 2.º
semestres do ano civil em curso.
3 - Entende-se por valor dos bens imóveis aquele que for
mais elevado entre o declarado pelo requerente no
pedido de proteção jurídica, o inscrito na matriz
predial e o constante do documento que haja titulado
a respetiva aquisição.
4 - Quando se trate da casa de morada de família, no
cálculo referido no n.º 1 apenas se contabiliza o valor
daquela se for superior a (euro) 100 000 e na estrita
medida desse excesso.
5 - O valor das participações sociais e dos valores
mobiliários é aquele que resultar da cotação
observada em bolsa no dia anterior ao da
apresentação do requerimento de proteção jurídica
ou, na falta deste, o seu valor nominal.
6 - Entende-se por valor dos bens móveis sujeitos a
registo o respetivo valor de mercado.

40
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 10/2008, de 3 de janeiro7 forense, que passará a saber previamente a regularidade
Regulamenta a lei do acesso ao direito, aprovada e o valor dos mesmos.
pela Lei n.º 34/2004, de 29 de julho, na redação
dada pela Lei n.º 47/2007, de 28 de agosto Por outro lado, são criadas escalas de prevenção, ou seja,
escalas em que o advogado ou advogado estagiário
(com as alterações introduzidas pela Portaria n.º assume a disponibilidade de, apenas quando para tal for
210/2008, de 29 de fevereiro, Portaria n.º 654/2010, de contactado, se deslocar ao local da realização da
11 de agosto, e Portaria n.º 319/2011, de 30 de diligência onde a sua presença é necessária. Evita-se
dezembro) assim que os advogados e advogados estagiários se
desloquem e permaneçam em determinado local durante
A presente portaria procede à regulamentação da Lei n.º todo o período da escala, independentemente de se vir a
34/2004, de 29 de julho, na redação dada pela Lei n.º realizar ou não diligência onde seja necessária a sua
47/2007, de 28 de agosto, nomeadamente quanto à intervenção.
fixação do valor da taxa devida pela prestação de
consulta jurídica, à definição das estruturas de resolução A presente portaria visa, igualmente, regulamentar
alternativa de litígios às quais se aplica o regime de apoio aspetos que, em matéria de resolução alternativa de
judiciário, à definição do valor dos encargos para efeitos litígios e de consulta jurídica, proporcionam um
do disposto no n.º 2 do artigo 36.º da lei referida, à alargamento do âmbito dos serviços do sistema de
regulamentação da admissão dos profissionais forenses acesso ao direito e elevação dos seus padrões.
no sistema de acesso ao direito, à nomeação de patrono
e de defensor e ao pagamento da respetiva Procede-se, assim, ao elenco das estruturas de resolução
compensação. alternativa de litígios nas quais se aplica o regime do
apoio judiciário, com especial destaque para os julgados
Com o regime agora definido permite-se a simplificação de paz, para os sistemas de mediação e para os centros
de todo o sistema de acesso ao direito e da sua gestão, de arbitragem de conflitos de consumo, que alargam o
tendo esta sido arquitetada para funcionar com recurso a leque da oferta dos serviços de justiça, assim
aplicações informáticas. A existência de um sistema contribuindo para melhor cumprir a garantia
informático permite a desmaterialização do constitucional de acesso ao direito.
procedimento desde o pedido de nomeação de patrono
ou defensor até ao processamento do pagamento ao Além disso, é regulamentada a prestação da consulta
profissional forense, com ganhos óbvios na celeridade e jurídica e determina-se o valor da taxa devida pelo
eficiência de todo o processo. De igual forma, as beneficiário por essa prestação, para efeitos do n.º 4 do
comunicações entre os diversos intervenientes e a artigo 8.º-A da Lei n.º 34/2004.
Ordem dos Advogados devem realizar-se também,
preferencialmente, por via eletrónica. Estipula-se ainda a Finalmente, é criada a comissão de acompanhamento do
exigência de utilização de meios eletrónicos pelos acesso ao direito, que deve monitorizar o sistema ora
profissionais forenses que prestem serviços no âmbito do implementado e apresentar proposta para o seu
sistema de acesso ao direito na sua relação com o aperfeiçoamento. O aperfeiçoamento do sistema está
tribunal, contribuindo-se assim para a celeridade e previsto para 18 meses após a sua entrada em
eficiência do processo judicial em que a parte beneficia funcionamento.
do apoio judiciário.
Foram promovidas as diligências necessárias à audição da
Ainda com o propósito de assegurar um melhor Ordem dos Advogados.
funcionamento do sistema de acesso ao direito, procede-
se, por um lado, à criação de um sistema de lotes de Assim:
processo, que podem corresponder ao acompanhamento Manda o Governo, pelo Ministro da Justiça, ao abrigo do
de até 50 processos em simultâneo por profissional disposto no n.º 4 do artigo 8.º-A, no n.º 1 do artigo 17.º,
forense, e de lotes de escalas de prevenção, definindo-se no n.º 2 do artigo 36.º e no n.º 2 do artigo 45.º da Lei n.º
o número de escalas de prevenção (até ao limite de 36) 34/2004, de 29 de julho, na redação dada pela Lei n.º
que cada profissional forense pode realizar por ano. Por 47/2007, de 28 de agosto, o seguinte:
esta via cria-se uma relação de estabilidade e
regularidade da prestação de serviços, o que permite a CAPÍTULO I
existência de pagamentos periódicos ao profissional Proteção jurídica

SECÇÃO I
Consulta jurídica
7 Versão consolidada retirada da base de dados Datajuris.

41
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 1.º Ordem dos Advogados, podendo ser realizada de


Prestação de consulta jurídica forma totalmente automática, através de sistema
eletrónico gerido por esta entidade.
1 - Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, a 2 - Para efeitos do disposto no número anterior, os
prestação de consulta jurídica gratuita ou sujeita ao tribunais, as secretarias ou serviços do Ministério
pagamento de uma taxa, nos termos da Lei n.º Público, os órgãos de polícia criminal e os serviços de
34/2004, de 29 de julho, na redação dada pela Lei n.º segurança social devem solicitar a nomeação de
47/2007, de 28 de agosto, é definida por protocolo a patrono ou de defensor à Ordem dos Advogados,
celebrar entre o Ministério da Justiça e a Ordem dos sempre que, nos termos da lei, se mostre necessária.
Advogados.
2 - A consulta jurídica pode ser prestada nos gabinetes Artigo 3.º
de consulta jurídica e nos escritórios dos advogados Nomeação para diligências urgentes
participantes no sistema de acesso ao direito.
3 - A nomeação dos profissionais forenses para a 1 - A nomeação para assistência ao primeiro
prestação de consulta jurídica é efetuada pela Ordem interrogatório de arguido detido, para audiência em
dos Advogados a pedido dos serviços de segurança processo sumário ou para outras diligências urgentes
social, podendo essa nomeação ser efetuada de previstas no Código de Processo Penal é efetuada
forma totalmente automática, através de sistema pelo tribunal através da secretaria, com base na
eletrónico gerido por aquela entidade. designação feita pela Ordem dos Advogados
4 - A consulta jurídica a prestar às vítimas de violência constante da lista de escala de prevenção de
doméstica nos termos do n.º 1 do artigo 25.º da Lei advogados e de advogados estagiários.
n.º 112/2009, de 16 de setembro, é efetuada por 2 - A nomeação referida no número anterior pode ser
advogado, aplicando-se, para efeitos de nomeação, o feita:
disposto no número anterior.
a) Pelo Ministério Público, através da secretaria ou
5 - O valor da taxa devida pela prestação da consulta
dos seus serviços, e pelos órgãos de polícia
jurídica, nos termos do n.º 4 do artigo 8.º-A da Lei n.º
criminal, nos casos previstos na alínea c) do n.º 1
34/2004, de 29 de julho, é de (euro) 30.
do artigo 64.º do Código de Processo Penal;
6 - Sendo a consulta jurídica prestada em escritório de
b) Pelo Ministério Público, através da secretaria ou
advogado, o pagamento da taxa a que se refere o
dos seus serviços, nos casos previstos no n.º 3 do
número anterior é efetuado até ao momento da
artigo 64.º e no n.º 2 do artigo 143.º do Código de
prestação da consulta jurídica, a favor do Instituto de
Processo Penal.
Gestão Financeira e de Infraestruturas da Justiça, I. P.
(IGFIJ, I. P.), por meio de documento único de 3 - (Revogado.)
cobrança (DUC), aplicando-se, com as necessárias 4 - (Revogado.)
adaptações, o disposto no n.º 1 do artigo 9.º da 5 - A nomeação efetuada nos termos dos números
Portaria n.º 419-A/2009, de 17 de abril. anteriores é mantida para as restantes diligências do
7 - O profissional forense nomeado para prestar consulta processo quando:
jurídica colabora com o beneficiário para efeitos de
a) Não exista mandatário constituído ou defensor
emissão do DUC.
nomeado, salvo se o arguido afirmar pretender
8 - Sendo a consulta jurídica prestada em gabinete de
constituir mandatário para as restantes diligências
consulta jurídica, o pagamento da taxa a que se
do processo;
refere o n.º 5 efetua-se junto do mesmo, revertendo
b) Exista defensor nomeado e este tenha faltado a
o produto da taxa para o referido gabinete.
diligência em que devesse estar presente.
9 - O Gabinete para a Resolução Alternativa de Litígios
(GRAL) acompanha a atividade dos gabinetes de 6 - A nomeação efetuada nas situações referidas na
consulta jurídica e divulga publicamente informação alínea b) do número anterior implica a substituição
acerca do seu funcionamento. do defensor anteriormente nomeado, aplicando-se,
com as necessárias adaptações, o disposto no n.º 3
SECÇÃO II do artigo 15.º
Apoio judiciário 7 - Havendo mandatário constituído, a nomeação
efetuada nos termos do n.º 1 é feita apenas para a
Artigo 2.º diligência em causa.
Nomeação de patrono e de defensor

1 - Sem prejuízo do disposto no artigo seguinte, a


nomeação de patrono ou de defensor é efetuada pela

42
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 4.º Artigo 7.º


Escalas de prevenção Pluralidade de processos resultantes do mesmo facto
1 - A Ordem dos Advogados elabora listas de escalas de 1 - Quando o mesmo facto der causa a diversos
prevenção de advogados e de advogados estagiários processos, o sistema deve assegurar,
disponíveis para se deslocar, quando tal for preferencialmente, a nomeação do mesmo patrono
solicitado, ao local em que decorra determinada ou defensor oficioso ao beneficiário.
diligência urgente. 2 - (Revogado.)
2 - A escala de prevenção não importa a efetiva 3 - Nos casos em que o profissional forense intente
permanência do advogado ou advogado estagiário no apenso ou incidente no processo para que tenha sido
local da eventual realização da diligência, salvo nos nomeado, informa o representado de tal facto, bem
casos em que a Direcção-Geral da Administração da como do objetivo a atingir com a criação do apenso
Justiça o solicite à Ordem dos Advogados, com, pelo ou incidente, por carta registada, com aviso de
menos, um mês de antecedência relativamente à receção.
data da escala de prevenção.
3 - No caso de haver lugar a diligências urgentes, as Artigo 8.º
entidades referidas nos n.ºs 1 e 2 do artigo anterior Encargos e despesas decorrentes da concessão de apoio
devem contactar, diretamente e por qualquer meio judiciário
idóneo, os advogados ou advogados estagiários
constantes da lista, em número estritamente 1 - Para efeitos do disposto no n.º 2 do artigo 36.º da Lei
necessário à assistência e defesa dos beneficiários n.º 34/2004, de 29 de julho, o valor dos encargos
envolvidos. decorrentes da concessão de apoio judiciário, nas
4 - Os advogados ou advogados estagiários contactados modalidades previstas nas alíneas b), c), e) e f) do n.º
nos termos do número anterior devem deslocar-se ao 1 do artigo 16.º do mesmo diploma, é de (euro) 150
local da diligência no prazo máximo de uma hora por processo.
após o contacto. 2 - Para além do disposto no presente artigo, as despesas
5 - Os advogados ou advogados estagiários de escala de dos profissionais forenses que participam no sistema
prevenção podem ser contactados para a de acesso ao direito são reguladas pelos artigos 8.º-A
participação em mais do que uma diligência, mesmo a 8.º-D.
que estas se reportem a processos distintos. 3 - O pagamento de quaisquer despesas suportadas pelo
profissional forense nomeado para apoio judiciário
Artigo 5.º depende da apresentação de nota de despesas junto
Apreciação da insuficiência económica do arguido do processo, a homologar pela Ordem dos
Advogados.
Para efeitos do disposto no n.º 4 do artigo 39.º da Lei n.º 4 - Não há lugar ao pagamento de deslocações que
34/2004, de 29 de julho, a secretaria do tribunal aprecia ocorram dentro da comarca de inscrição.
a insuficiência económica do arguido, em função da 5 - Só é assegurado o pagamento de deslocações quando
declaração emitida e dos critérios estabelecidos na lei, na comarca de destino não houver profissional
mediante o recurso, sempre que possível, a simulador forense inscrito no sistema de acesso ao direito.
eletrónico.
Artigo 8.º-A
Artigo 6.º Deslocações efetuadas nas Regiões Autónomas
Nomeação de patrono na sequência de ato tácito de
deferimento 1 - Sempre que se verifique a indispensabilidade de
deslocação de patrono ou defensor nomeado para
Quando o pedido de proteção jurídica tenha sido ilha diversa da do seu domicílio, e que nesta não haja
concedido tacitamente nos termos do n.º 2 do artigo 25.º profissional forense inscrito no sistema de acesso ao
da Lei n.º 34/2004, de 29 de julho, e esteja em causa um direito, o Ministério da Justiça, através do IGFIJ, I. P.,
pedido de nomeação de patrono sem que se encontre assegura antecipadamente o pagamento dos custos
pendente uma ação judicial, o interessado deve pedir a inerentes àquela deslocação.
nomeação de patrono junto da segurança social, para 2 - Entende-se por 'custo inerente à deslocação':
que esta, no prazo máximo de dois dias úteis, solicite a
a) Passagem aérea em classe económica entre ilhas;
nomeação à Ordem dos Advogados.
b) Quando necessário, alojamento de uma noite, em
estabelecimento hoteleiro, classificado como '3
estrelas', nos termos da Portaria n.º 327/2008, de
28 de abril.

43
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

3 - Sempre que a duração da diligência a realizar Artigo 9.º


implique a permanência do patrono ou defensor Estruturas de resolução alternativa de litígios
nomeado por mais de 24 horas no local, o tempo de
alojamento previsto na alínea b) do número anterior Para efeitos do disposto no n.º 1 do artigo 17.º da Lei n.º
prolonga-se pelo tempo estritamente necessário. 34/2004, de 29 de julho, as estruturas de resolução
alternativa de litígios em que se aplica o regime do apoio
Artigo 8.º-B judiciário são as constantes do anexo ao presente
Adiantamento do pagamento de despesas nas Regiões diploma e do qual faz parte integrante.
Autónomas
CAPÍTULO II
1 - Compete à Ordem dos Advogados autorizar o Participação dos profissionais forenses no sistema de
adiantamento do pagamento dos custos inerentes à acesso ao direito
deslocação do patrono ou defensor nomeado,
verificadas as condições previstas no n.º 1 do artigo SECÇÃO I
anterior. Profissionais forenses e admissão ao sistema de acesso
2 - É obrigatória, antes da autorização referida no ao direito
número anterior, a verificação prévia de que inexiste
profissional forense inscrito no sistema de acesso ao Artigo 10.º
direito, em cumprimento do disposto no n.º 5 do Seleção dos profissionais forenses
artigo 8.º
3 - Não há lugar ao pagamento antecipado de despesas 1 - Sem prejuízo do disposto no Estatuto da Ordem dos
de deslocação que ocorram dentro de Portugal Advogados e no Estatuto da Câmara dos
continental. Solicitadores, a candidatura para participar no
sistema de acesso ao direito é voluntária.
Artigo 8.º-C 2 - A seleção dos profissionais forenses para participar no
Comprovativo da realização de despesas nas Regiões sistema de acesso ao direito é efetuada em termos a
Autónomas definir pela Ordem dos Advogados.
3 - A seleção deve procurar assegurar a qualidade dos
1 - No prazo máximo de 30 dias após a realização da serviços prestados aos beneficiários de proteção
despesa, o patrono ou defensor nomeado remete jurídica no âmbito do sistema de acesso ao direito.
cópia dos documentos que comprovem a mesma
para o IGFIJ, I. P. Artigo 11.º
2 - O não cumprimento do disposto no número anterior Solicitadores
implica a dedução do valor da despesa, previamente
assegurado pelo IGFIJ, I. P., na compensação a A participação de solicitadores no sistema de acesso ao
receber pelo patrono ou defensor nomeado. direito é efetuada de acordo com critérios definidos em
protocolo celebrado entre a Câmara dos Solicitadores, a
Artigo 8.º-D Ordem dos Advogados e o Ministério da Justiça, devendo
Reembolso de despesas constar do mesmo, designadamente, os termos de
acesso ao sistema eletrónico gerido pela Ordem dos
1 - O reembolso das despesas de deslocação realizadas Advogados e o modo como as comunicações entre os
dentro de Portugal continental, bem como de todas vários intervenientes se processam.
as despesas referentes ao processo, apresentadas
pelos profissionais forenses participantes no sistema
de acesso ao direito, fica dependente de Artigo 12.º
homologação da Ordem dos Advogados. Advogados estagiários
2 - Para efeitos do número anterior, o patrono ou
defensor nomeado remete à Ordem dos Advogados, 1 - Sem prejuízo das competências estatutárias que lhes
juntamente com o pedido de reembolso, os estão cometidas, os advogados estagiários podem
documentos originais que comprovem a realização da participar no sistema de acesso ao direito, mediante
despesa, podendo esta exigir àquele a prestação de acompanhamento por parte do seu patrono, em
quaisquer informações e documentos de suporte que todas as diligências e processos a este atribuídos.
repute necessários para comprovar a sua efetiva 2 - A Ordem dos Advogados define os termos da
realização. participação dos advogados estagiários, em
diligências e processos que não estejam atribuídos ao
seu patrono.

44
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 16.º
SECÇÃO II Escusa e dispensa de patrocínio
Regras de participação no sistema de acesso ao direito O disposto no artigo anterior aplica-se aos casos de
escusa e de dispensa de patrocínio, relativamente aos
Artigo 13.º processos em que cesse o patrocínio e a defesa oficiosas.
Utilização de meios eletrónicos
Artigo 17.º
Os profissionais forenses participantes no sistema de Substituição em diligência processual
acesso ao direito devem utilizar todos os meios
eletrónicos disponíveis no contacto com os tribunais, 1 - O patrono ou defensor nomeado pode substabelecer,
designadamente no que respeita ao envio de peças com reserva, para diligência determinada, desde que
processuais e documentos por transmissão eletrónica de indique substituto.
dados, nos termos definidos no artigo 150.º do Código de 2 - A remuneração do substabelecido é da
Processo Civil e na portaria prevista no n.º 1 do artigo responsabilidade do patrono ou defensor nomeado.
138.º-A do mesmo Código.
CAPÍTULO III
Artigo 14.º Lotes de processos e escalas de prevenção
Exclusão do sistema de acesso ao direito
Artigo 18.º
1 - A exclusão do sistema de acesso ao direito de Lotes
profissionais forenses que não observem as regras de
exercício do patrocínio e da defesa oficiosas é 1 - Os profissionais forenses devem optar, no momento
efetuada nos termos definidos pela Ordem dos da sua candidatura, pela designação para as seguintes
Advogados. modalidades de prestação de serviços no sistema de
2 - O juiz e o Ministério Público devem informar a Ordem acesso ao direito:
dos Advogados da inobservância, por parte de um a) Lotes de processos;
profissional forense, das regras de exercício do b) Nomeação isolada para processos;
patrocínio e da defesa oficiosas. c) Lotes de escalas de prevenção;
d) Designação isolada para escalas de prevenção;
Artigo 15.º e) Designação para consulta jurídica.
Saída do sistema de acesso ao direito
2 - Os lotes de processos podem ter a seguinte
composição:
1 - Os profissionais forenses participantes no sistema de
acesso ao direito que saiam do sistema, a) Lote de acompanhamento de 50 processos em
independentemente do motivo, antes do trânsito em simultâneo;
julgado de um processo ou do termo definitivo de b) Lote de acompanhamento de 30 processos em
uma diligência para que estejam nomeados devem simultâneo;
restituir, no prazo máximo de 30 dias, todas as c) Lote de acompanhamento de 20 processos em
quantias entregues por conta de cada processo ou simultâneo;
diligência em curso. d) Lote de acompanhamento de 10 processos em
2 - Excetuam-se do disposto no número anterior as simultâneo.
situações em que haja lugar a integral substituição do
3 - Os lotes de escalas de prevenção podem ter a
profissional forense a quem foi atribuído um dos
seguinte composição:
lotes referidos no n.º 2 do artigo 18.º por outro
participante do sistema.
a) Lote de 36 escalas de prevenção por ano;
3 - Compete à Ordem dos Advogados a determinação dos
b) Lote de 24 escalas de prevenção por ano;
termos em que se deve processar a integral
c) Lote de 12 escalas de prevenção por ano;
substituição num lote referida no número anterior,
d) Lote de 6 escalas de prevenção por ano.
bem como a forma de repartição entre os
profissionais forenses das quantias entregues. 4 - O profissional forense não pode inscrever-se:
4 - (Revogado.)
a) Para mais do que um lote de processos;
b) Para um lote de processos e para nomeação
isolada para processos;

45
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

c) Para mais do que um lote de escalas de prevenção; 6 - Apenas são contabilizadas para efeitos de
d) Para um lote de escalas de prevenção e para preenchimento dos lotes as escalas de prevenção em
designação isolada para escalas de prevenção. que tenha ocorrido efetiva deslocação ao local de
realização da diligência.
Artigo 19.º 7 - Para todos os efeitos, é contabilizada em duplicado a
Limites geográficos escala de prevenção que, em virtude do número de
diligências ou da particular complexidade de uma ou
1 - Os lotes, nomeações e designações definidos no de algumas delas, implique a permanência no local
artigo anterior têm de respeitar a processos, escalas das diligências por período superior a seis horas.
de prevenção e consultas jurídicas da mesma 8 - Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 26.º, a
circunscrição. nomeação para as restantes diligências do processo,
2 - Para os efeitos definidos no número anterior, a nos termos do n.º 5 do artigo 3.º, não obsta à
Ordem dos Advogados pode agregar comarcas para contabilização dessa diligência para efeitos de
formar circunscrições de maiores dimensões. preenchimento do lote de escalas de prevenção.
3 - Para os efeitos deste artigo são consideradas como 9 - A Ordem dos Advogados disponibiliza
pertencentes à mesma circunscrição: eletronicamente no seu sítio da Internet informação
a) As comarcas da área metropolitana de Lisboa; relativa ao preenchimento dos lotes.
b) As comarcas da área metropolitana do Porto.
Artigo 22.º
Artigo 20.º Regras especiais de preenchimento dos lotes
Número de lotes por circunscrição
1 - Caso o profissional forense se encontre inscrito para
1 - Compete à Ordem dos Advogados determinar o lotes de processos, a nomeação efetuada nos termos
número de lotes de processos e de escalas de do n.º 5 do artigo 3.º é contabilizada para efeitos de
prevenção e a respetiva composição, bem como preenchimento do lote, mesmo que isso signifique o
definir as circunscrições em que se justifica a sua aumento temporário do número de processos
existência. correspondentes ao seu lote.
2 - (Revogado.) 2 - Verificando-se a situação prevista na parte final do
número anterior, não há lugar a substituição de um
Artigo 21.º processo que tenha sido removido do lote enquanto
Preenchimento dos lotes o número de processos não for inferior ao valor
máximo previsto para esse lote.
1 - Os lotes são de preenchimento sucessivo, pelo que 3 - Se o profissional forense não se encontrar inscrito
dentro de cada circunscrição só se inicia o para lote de processos, a nomeação efetuada nos
preenchimento de um lote após o total termos do n.º 5 do artigo 3.º é considerada, para
preenchimento do lote anterior. todo os efeitos, como nomeação isolada para
2 - Compete à Ordem dos Advogados hierarquizar os processo, nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo
profissionais forenses pertencentes ao sistema de 18.º
acesso ao direito, determinando por essa via a ordem
de preenchimento dos lotes. Artigo 23.º
3 - Independentemente da competência da Ordem dos Renovação de lotes de escalas de prevenção
Advogados a que se refere o número anterior, os
profissionais forenses que optarem por lotes de 1 - (Revogado.)
maior dimensão têm prioridade no preenchimento 2 - O profissional forense que não pretenda a renovação
dos lotes e aqueles que optarem por lotes têm do lote de escalas de prevenção em que se encontra
prioridade relativamente aos que se inscreverem inscrito deve comunicá-lo à Ordem dos Advogados,
para as modalidades referidas nas alíneas b) e d) do em termos a definir por esta entidade.
n.º 1 do artigo 18.º
4 - Nos lotes de processos, a remoção de um processo do Artigo 24.º
lote, designadamente por trânsito em julgado ou Nomeações e designações isoladas
constituição de mandatário pelo beneficiário,
determina a substituição automática por outro 1 - As nomeações isoladas para processos consistem na
processo, respeitando sempre as regras de prioridade nomeação ocasional dos profissionais forenses para
no preenchimento dos lotes. um processo concreto.
5 - (Revogado.) 2 - Não está limitado o número de processos em que o
profissional forense, que optou pela modalidade de

46
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

nomeação isolada para processos, pode ser devida apenas ao patrono nomeado uma
nomeado, mas as nomeações devem respeitar compensação correspondente ao montante de uma
sempre as regras de prioridade na atribuição de unidade de referência.
processos. 8 - (Revogado.)
3 - Salvo nos casos especialmente previstos, não se 9 - Sem prejuízo do disposto nos n.ºs 1, 3 e 6, nos casos
considera nomeação isolada para um processo a em que a nomeação referida nos n.ºs 1 e 2 do artigo
nomeação para uma diligência durante uma escala de 3.º resulte da não comparência de mandatário
prevenção. constituído, o arguido suporta a quantia prevista para
4 - As designações isoladas para escalas de prevenção o caso de nomeação para diligência isolada em
consistem na designação ocasional dos profissionais processo, que entra em regra de custas.
forenses para uma escala de prevenção em concreto, 10 - Sem prejuízo do disposto nos n.ºs 1, 3 e 6, o disposto
aplicando-se o disposto no n.º 2. no n.º 7 aplica-se aos casos em que o disposto na
alínea a) do n.º 5 do artigo 3.º não é aplicável porque
CAPÍTULO IV o arguido afirmou pretender constituir mandatário
Compensação dos profissionais forenses para as restantes diligências do processo.

Artigo 25.º Artigo 26.º


Tabela de compensações pelas nomeações para Tabela de compensações pelas designações para escalas
processos de prevenção

1 - Os valores das compensações devidas aos 1 - Os valores das compensações devidas aos
profissionais forenses pela inscrição em lotes de profissionais forenses pela inscrição em lotes de
processos ou pela nomeação isolada para processo escalas de prevenção ou pela designação isolada para
são os estabelecidos na Portaria n.º 1386/2004, de 10 escalas de prevenção são os estabelecidos na Portaria
de novembro. n.º 1386/2004, de 10 de novembro.
2 - (Revogado.) 2 - As compensações das escalas de prevenção previstas
3 - Sem prejuízo do disposto no número seguinte, caso o no número anterior são devidas após a realização da
profissional forense se encontre inscrito em lote de escala de prevenção com efetiva deslocação ao local
processos, o pagamento da compensação é efetuado da diligência.
nos seguintes moldes: 3 - Se o profissional forense for nomeado para as
restantes diligências do processo, nos termos do n.º 5
a) Pagamento de 30 % do valor, tendo em conta
do artigo 3.º, apenas é devida compensação pelo
apenas o procedimento em 1.ª instância, de cada
processo.
processo inserido no lote, no momento da
atribuição do lote;
Artigo 27.º
b) Pagamento do remanescente da compensação
Tabela de compensação da consulta jurídica
devida pelo processo específico, quando ocorra o
trânsito em julgado do processo ou a constituição
Pela realização de uma consulta jurídica em escritório de
de mandatário;
advogado é devido o pagamento de (euro) 25, após a
c) Aplica-se o disposto na alínea a) sempre que haja a
efetiva realização da consulta.
entrada de um novo processo para o lote.
4 - Acresce à remuneração referida no n.º 1 duas Artigo 28.º
unidades de referência após a resolução do litígio que Processamento e meio de pagamento da compensação
ponha termo ao processo, se esta ocorrer antes da
audiência de julgamento, e, tratando-se de processo 1 - O pagamento da compensação devida aos
penal, desde que tenha havido acusação. profissionais forenses deve ser processado pelo IGFIJ,
5 - (Revogado.) I. P., até ao termo do mês seguinte àquele em que é
6 - Nas nomeações isoladas para processos, o pagamento confirmada no sistema, pela secretaria do tribunal ou
da compensação é efetuado quando ocorra o trânsito serviço competente junto do qual corre o processo, a
em julgado do processo ou a constituição de prática dos factos determinantes da compensação
mandatário. descritos nas alíneas a) a d) do número subsequente.
7 - No caso previsto na alínea a) do n.º 3, tendo o 2 - Para efeitos do disposto no número anterior, os factos
processo de apoio judiciário por finalidade a determinantes da compensação são os seguintes:
propositura de uma ação ou instauração de um
a) No caso previsto na alínea a) do n.º 3 do artigo
processo e vindo a concluir-se pela inexistência de
25.º, a atribuição de um lote de processos;
fundamento para a pretensão do beneficiário, é

47
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

b) No caso previsto na alínea b) do n.º 3 e no n.º 6 do Artigo 29.º


artigo 25.º, o trânsito em julgado ou a Notificações, pedidos de nomeação e outras
constituição de mandatário; comunicações
c) No caso previsto na alínea c) do n.º 3 do artigo
25.º, a entrada de um novo processo no lote; Todas as notificações, pedidos de nomeações e outras
d) No caso previsto no n.º 1 do artigo 26.º, a comunicações entre a Ordem dos Advogados e os
realização da escala de prevenção com efetiva tribunais, as secretarias ou serviços do Ministério
deslocação ao local da diligência; Público, os órgãos de polícia criminal, os profissionais
e) Na consulta jurídica realizada em escritório de forenses participantes no sistema de acesso ao direito, os
advogado, a sua realização, confirmada por serviços da segurança social e o IGFIJ, I. P., devem
remessa eletrónica, em formato PDF, pelo realizar-se por via eletrónica, através de sistema gerido
profissional forense ao IGFIJ, I. P. de declaração pela Ordem dos Advogados.
assinada pelo beneficiário da consulta jurídica
atestando que a mesma lhe foi prestada. Artigo 30.º
Informação financeira
3 - O pagamento é sempre efetuado por via eletrónica,
tendo em conta a informação remetida pela Ordem
O sistema referido no artigo anterior deve assegurar a
dos Advogados ao IGFIJ, I. P., confirmada nos termos
produção, por via informática, da informação financeira
dos números anteriores.
relevante para garantir a verificação da elegibilidade das
4 - Para efeitos de confirmação no sistema a que se
despesas e a transparência e auditabilidade das
refere o n.º 1, o IGFIJ, I. P cria e disponibiliza uma
contraprestações financiadas.
página da internet, de acesso reservado às entidades
junto das quais corra processo em que tenha sido
Artigo 31.º
concedido apoio judiciário, com os mecanismos para
Informação estatística
tal necessários.
5 - As entidades junto das quais corra processo em que
A Ordem dos Advogados deve disponibilizar
tenha sido concedido apoio judiciário devem verificar
periodicamente e por meios eletrónicos informação
quinzenalmente a página da internet mencionada no
estatística sobre o sistema de acesso ao direito à
número anterior.
Direcção-Geral de Política de Justiça.
6 - Os Serviços do Ministério da Justiça devem realizar
auditorias ao sistema de acesso ao direito e aos
Artigo 32.º
tribunais, podendo solicitar, a todo o tempo,
Comissão de acompanhamento do sistema de acesso ao
informação aos tribunais, às entidades referidas no
direito
n.º 2 do artigo 3.º, ou a quaisquer entidades junto
das quais corram processos em que tenha havido
1 - Sem prejuízo das competências da Ordem dos
nomeação de patrono.
Advogados e do Ministério da Justiça, a
monitorização do sistema de acesso ao direito
Artigo 28.º-A
compete a uma comissão de acompanhamento do
Constituição de mandatário
acesso ao direito.
2 - A comissão é composta por quatro representantes
Sempre que o beneficiário de apoio judiciário constitua
designados pelo membro do Governo responsável
mandatário após ter sido nomeado profissional forense é
pela área da justiça, quatro representantes
devido a este:
designados pela Ordem dos Advogados e um
a) Caso não tenha tido qualquer intervenção representante designado pelo membro do Governo
processual, uma unidade de referência; responsável pela área da segurança social.
b) Caso tenha tido intervenção processual, quatro 3 - Os representantes designados pelo membro do
unidades de referência ou, mediante Governo responsável pela área da justiça pertencem
requerimento, o montante previsto para os atos às seguintes áreas de competência:
ou diligências em que comprovadamente
a) Política de justiça;
participou até ao limite correspondente ao valor
b) Gestão financeira da justiça;
dos honorários aplicáveis ao processo em causa.
c) Administração da justiça;
d) Meios de resolução alternativa de litígios.
CAPÍTULO V
Sistema de gestão, monitorização e informação do 4 - A comissão tem por competência a apresentação de
acesso ao direito relatórios anuais de monitorização do sistema de

48
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

acesso ao direito, bem como apresentar propostas de Artigo 36.º


aperfeiçoamento do sistema. Norma revogatória
5 - O primeiro relatório de monitorização, acompanhado
de propostas de aperfeiçoamento do sistema, deve (Revogado.)
ser apresentado ao membro do Governo responsável
pela área da justiça até ao dia 1 de setembro de 2009. Artigo 37.º
6 - Por meio de deliberação adotada em reunião da Entrada em vigor
comissão, esta pode convidar quaisquer pessoas ou
entidades a participarem nos trabalhos que sejam 1 - Sem prejuízo do disposto no número seguinte, a
realizados no âmbito da mesma. presente portaria entra em vigor no dia 1 de janeiro
de 2008.
CAPÍTULO VI 2 - Os n.ºs 1 a 3 do artigo 1.º, 5 a 7 do artigo 3.º e 2 do
Disposições finais e transitórias artigo 7.º e os artigos 10.º, 12.º a 16.º, 18.º a 26.º e
28.º a 33.º entram em vigor no dia 1 de setembro de
Artigo 33.º 2008.
Encargos decorrentes da gestão do sistema de acesso ao
direito ANEXO I
(a que faz referência o artigo 9.º da Portaria n.º
Os encargos decorrentes da gestão do sistema de acesso 10/2008, de 3 de janeiro)
ao direito são suportados em termos a definir por
protocolo celebrado entre o Ministério da Justiça e a a) Julgados de Paz.
Ordem dos Advogados. b) Sistema de Mediação Laboral, criado pelo
protocolo celebrado em 5 de maio de 2006 entre
Artigo 34.º o Ministério da Justiça e a Confederação da
Aperfeiçoamento do sistema de acesso ao direito Indústria Portuguesa, Confederação do Comércio
e Serviços de Portugal, Confederação do Turismo
1 - O sistema de acesso ao direito deve ser objeto de Português, Confederação dos Agricultores de
revisão e aperfeiçoamento decorridos 18 meses da Portugal, Confederação Geral dos Trabalhadores
sua entrada em funcionamento. Portugueses - Intersindical Nacional e a União
2 - A revisão referida no número anterior deve ser Geral dos Trabalhadores.
realizada com a participação da Ordem dos c) Sistema de Mediação Familiar, criado pelo
Advogados e ter em conta o relatório de despacho n.º 18 778/2007, publicado no Diário da
monitorização e as propostas de aperfeiçoamento da República, 2.ª série, de 22 de agosto de 2007.
comissão de acompanhamento do sistema de acesso d) Sistema de Mediação Penal, criado pela Lei n.º
ao direito, referidas no n.º 4 do artigo 32.º 21/2007, de 12 de junho.
e) Centro de Arbitragem de Conflitos de Consumo de
Artigo 35.º Lisboa, autorizado nos termos conjugados dos
Aplicação no tempo e direito transitório despachos n.ºs 5/90, de 2 de fevereiro, 20/93, de
4 de maio, publicado no Diário da República, 2.ª
1 - A presente portaria aplica-se aos pedidos, dirigidos à série, de 21 de maio de 1993, e 21 620/2004, de
Ordem dos Advogados, de nomeação de patrono, 13 de outubro, publicado no Diário da República,
defensor e de consulta jurídica realizados após a sua 2.ª série, de 22 de outubro de 2004.
entrada em vigor. f) Centro de Arbitragem do Sector Automóvel,
2 - Até ao dia 31 de Agosto de 2008 mantêm-se em vigor autorizado nos termos conjugados dos despachos
as regras relativas à seleção e participação dos n.ºs 36/93, de 3 de agosto, publicado no Diário da
profissionais forenses envolvidos no sistema de República, 2.ª série, de 24 de agosto de 1993,
acesso ao direito, bem como as relativas ao 532/99, de 23 de dezembro de 1998, publicado no
pagamento dos honorários e à compensação das Diário da República, 2.ª série, de 13 de janeiro de
despesas. 1999, e 26 196/2002, de 27 de novembro,
3 - As nomeações efetuadas antes do dia 1 de janeiro de publicado no Diário da República, 2.ª série, de 11
2008 para escalas a realizar após essa data são de dezembro de 2002.
reguladas pelo regime anterior ao estabelecido pela g) Centro de Informação de Consumo e Arbitragem
presente portaria. do Porto, autorizado nos termos conjugados dos
despachos n.ºs 79/95, de 2 de junho, publicado no
Diário da República, 2.ª série, de 24 junho de
1995, 3294/2001, de 5 de fevereiro, publicado no

49
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Diário da República, 2.ª série, de 16 fevereiro de p) Centro de Arbitragem Administrativa, autorizado


2001, 10 685/2001, de 8 de maio, publicado no nos termos do despacho n.º 5097/2009, de 27 de
Diário da República, 2.ª série, de 22 maio de 2001, janeiro, publicado no Diário da República, 2.ª
e 13 518/2001, de 11 de junho, publicado no série, de 12 de fevereiro de 2009.
Diário da República, 2.ª série, de 29 de junho de
2001.
h) Centro de Informação, Mediação e Arbitragem de
Consumo do Vale do Cávado, autorizado nos
termos conjugados dos despachos n.ºs 147/95, de
27 de setembro, publicado no Diário da República,
2.ª série, de 14 de outubro de 1995, 9968/97, de
14 de outubro, publicado no Diário da República,
2.ª série, de 28 de outubro de 1997, e 5479/2003,
de 11 de março, publicado no Diário da República,
2.ª série, n.º 67, de 20 de março de 2003.
i) Centro de Arbitragem de Conflitos de Consumo do
Distrito de Coimbra, autorizado nos termos
conjugados dos despachos n.ºs 166/95, de 23 de
outubro, publicado no Diário da República, 2.ª
série, de 9 de novembro de 1995, e 19 533/2000,
de 11 de setembro, publicado no Diário da
República, 2.ª série, de 29 de setembro de 2000.
j) Centro de Arbitragem de Conflitos de Consumo do
Vale do Ave/Tribunal Arbitral, autorizado nos
termos conjugados dos despachos n.ºs 53/93, de
30 de outubro, publicado no Diário da República,
2.ª série, de 23 de novembro de 1993,
26A/SEAMJ/97, de 28 de fevereiro, publicado no
Diário da República, 2.ª série, de 22 de março de
1997.
l) Centro de Informação, Mediação e Arbitragem de
Conflitos de Consumo do Algarve, autorizado nos
termos conjugados dos despachos n.ºs 10
478/2000, de 11 de maio, publicado no Diário da
República, 2.ª série, de 23 de maio de 2000, 10
185/2004, de 7 de maio, publicado no Diário da
República, 2.ª série, de 24 de maio de 2004, e 20
779/2009, de 8 de setembro, publicado no Diário
da República, 2.ª série, de 16 de setembro de
2009.
m) Centro de Informação, Mediação e Arbitragem de
Seguros Automóveis, autorizado nos termos do
despacho n.º 25 380/2000, de 28 de novembro,
publicado no Diário da República, 2.ª série, de 13
de dezembro de 2000.
n) Centro Nacional de Informação e Arbitragem de
Conflitos de Consumo, autorizado nos termos do
despacho n.º 20 778/2009, de 8 de setembro,
publicado no Diário da República, 2.ª série, de 16
de setembro de 2009.
o) Centro de Arbitragem para a Propriedade
Industrial, Nomes de Domínio, Firmas e
Denominações, autorizado nos termos do
despacho n.º 28 519/2008, de 22 de outubro,
publicado no Diário da República, 2.ª série, de 6
de novembro de 2008.

50
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Entidades Públicas com competência na área das Migrações

51
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

52
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 31/2014, de 27 de fevereiro instituto público, foi também mantida a figura do Alto-
Aprova a orgânica do Alto Comissariado para as Comissário equiparado a subsecretário de Estado.
Migrações, I.P. Finalmente, já no contexto do Plano de Redução e
Melhoria da Administração Central (PREMAC), o Decreto-
Lei n.º 126-A/2011, de 29 de dezembro, aprovou a lei
Em Portugal, a política de integração de imigrantes tem orgânica da Presidência do Conselho de Ministros, a qual
sido concretizada pelo Alto Comissariado para a veio determinar a reestruturação do ACIDI, conservando
Imigração e Diálogo Intercultural, I.P. (ACIDI), sob a a manutenção da equiparação do Alto-Comissário a
orientação de um membro do Governo integrado na subsecretário de Estado para efeitos de constituição do
Presidência do Conselho de Ministros. seu gabinete até que fosse aprovada a nova estrutura
orgânica.
A criação e evolução orgânica desta estrutura tem
acompanhado, em grande medida, o perfil migratório do A resenha da evolução orgânica deste organismo mostra
País. Assim, num momento em que se sentia um forte que o mesmo tem procurado acompanhar a evolução do
movimento de imigração para Portugal, foi instituído, perfil migratório do País nas suas diversas relações com a
através do Decreto-Lei n.º 3-A/96, de 26 de janeiro, o sociedade de acolhimento, dotando-se das atribuições e
Alto-Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, com das unidades mais adequadas às necessidades de
estatuto equiparado a subsecretário de Estado e na integração em cada período. Ora, o perfil migratório de
dependência direta do Primeiro-Ministro. A instituição Portugal tem vindo novamente a alterar-se de forma
desta figura visava, sobretudo, criar condições para a significativa. Deparamo-nos com novos fenómenos
implementação e coordenação de políticas públicas de migratórios, mais complexos e com maior diversidade de
integração, criando-se um interlocutor no Governo para fluxos. Existem novos problemas, decorrentes do
o movimento associativo imigrante e potenciando a envelhecimento ou exclusão social das anteriores vagas.
consciencialização da importância do bom acolhimento E há um contexto crescente de mobilidade de pessoas,
dos imigrantes que procuravam à época, e cada vez mais, em migrações circulares, económicas e de consumo que
o País para trabalhar. exigem estratégias articuladas.

Tendo em conta que a figura do Alto-Comissário se Acresce ainda que as políticas migratórias devem
revelara insuficiente para a dimensão da tarefa que lhe também ser entendidas à luz da nossa integração
estava atribuída, foi criado, em 2002, o Alto Comissariado europeia, do espaço da lusofonia, que nos confere laços
para a Imigração e Minorias Étnicas, na direta especiais com nacionais de países terceiros, e do
dependência do Primeiro-Ministro, com o caráter de fenómeno emigratório de portugueses para o estrangeiro
estrutura interdepartamental de apoio ao Governo em que se tem registado.
matéria de imigração e minorias étnicas. O Alto-
Comissário mantinha a equiparação a subsecretário de Neste sentido, é evidente a necessidade de adequar a
Estado, mas passava agora a contar com uma estrutura orgânica do ACIDI a uma política migratória moderna.
consentânea com a magnitude das suas funções, Essa nova orgânica deve aprofundar as políticas de
sobretudo as de integração do crescente número de integração dos imigrantes atuais e futuros e dos
imigrantes que já residia e trabalhava em Portugal. respetivos descendentes, tenham ou não adquirido
nacionalidade portuguesa. Deve continuar a desenvolver
Em 2005, o Alto Comissariado, mantendo, no essencial, iniciativas que reforcem sentimentos e atitudes de
as suas funções e estrutura, passou a assumir a natureza consideração mútua, confiança e cooperação na
de serviço de coordenação. sociedade portuguesa. E deve ainda, em reforço,
responder às necessidades de uma estratégia de
Em 2007 foi criado, através do Decreto-Lei n.º 167/2007, identificação, captação e fixação de perfis migratórios
de 3 de maio, o Alto Comissariado para a Imigração e nacionais e estrangeiros, sem descurar as
Diálogo Intercultural, I.P., que resultou da fusão do Alto responsabilidades de um Estado de Direito em proteger
Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas, da incondicionalmente a segurança e dignidade humana de
estrutura de apoio técnico à coordenação do Programa qualquer migrante.
Escolhas, da Estrutura de Missão para o Diálogo com as
Religiões e do Secretariado Entreculturas. Com esta Assim, no contexto internacional, tem vindo
reestruturação, o Governo centralizava as atribuições progressivamente a ser abandonada uma visão das
dispersas por vários organismos numa única entidade (no migrações exclusivamente focada no mercado de
caso, um instituto público), reforçando a trabalho, adotando-se uma abordagem dinâmica que
institucionalização dos serviços vocacionados para a valoriza o seu contributo para o crescimento económico
integração dos imigrantes. Apesar de se tratar de um dos países de acolhimento, para a competitividade da

53
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

economia e para a circulação, captação e retenção do


talento, através de sistemas sofisticados e ágeis de Artigo 2.º
atração de novos fluxos migratórios (estudantes, Jurisdição territorial e sede
investigadores, residentes de longa duração,
empreendedores, etc.), que se estima representarem já 1- O ACM, I.P., é um organismo central com jurisdição
30% da migração económica internacional. A alteração em todo o território nacional.
introduzida à denominada Lei dos Estrangeiros (Lei n.º 2- O ACM, I.P., tem sede em Lisboa.
23/2007, de 4 de julho) por intermédio da Lei n.º
29/2012, de 9 de agosto - transpondo legislação da União Artigo 3.º
Europeia - reflete já esta tendência. Missão e atribuições

Num mundo de competição global pelo talento, Portugal 1 - O ACM, I.P., tem por missão colaborar na definição,
não pode alhear-se deste contexto, seja pela necessidade execução e avaliação das políticas públicas,
de atrair os imigrantes com maior potencial, seja pelo transversais e setoriais em matéria de migrações,
imperativo de criação de condições no País para a relevantes para a atração dos migrantes nos
retenção do melhor capital humano de cada geração, contextos nacional, internacional e lusófono, para a
potenciando, assim, o efeito de complementaridade integração dos imigrantes e grupos étnicos, em
entre o talento nacional e o talento imigrante. As mais particular as comunidades ciganas, e para a gestão e
recentes dimensões das políticas migratórias tornam valorização da diversidade entre culturas, etnias e
necessária uma adequação institucional que permita religiões.
responder adequadamente a esses desafios, 2 - São atribuições do ACM, I.P.:
designadamente pela sua capacidade de articulação de a) Promover a imagem internacional de Portugal
competências e pela experiência adquirida, com enquanto destino de migrações;
reconhecimento internacional e mérito, nos domínios da b) Promover e dinamizar o acolhimento, a integração,
integração e inclusão dos imigrantes e das práticas de a participação e a formação profissional e cívica
interação positiva entre a sociedade portuguesa e os seus dos imigrantes e seus descendentes,
imigrantes. A promoção da imagem externa de Portugal nomeadamente através do desenvolvimento de
enquanto destino de migrações, a visão conjunta entre políticas transversais, de centros e gabinetes de
os movimentos de imigração e emigração, a ligação entre apoio aos imigrantes que proporcionem uma
políticas de vistos e políticas de captação e retenção de resposta integrada dos serviços públicos, e de
talento, e a formação dos descendentes de imigrantes parcerias com a sociedade civil, as autarquias
para o emprego e para uma cidadania comum locais e as associações de imigrantes, tendo em
constituem algumas áreas vitais da referida lógica de vista a promoção da coesão e solidariedade social,
governação proactiva, transversal e integrada. do acesso à cidadania e o reforço das redes sociais
de integração e participação pública;
Assim: c) Colaborar, em articulação com outras entidades
públicas competentes, na conceção e
Ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 16.º da Lei n.º desenvolvimento das prioridades da política
3/2004, de 15 de janeiro, e nos termos da alínea a) do n.º migratória;
1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o d) Cooperar com todas as entidades competentes na
seguinte: execução da política migratória, designadamente
através de ações, nacionais e internacionais, de
Artigo 1.º captação de imigrantes de elevado potencial;
Natureza e) Exercer funções de interlocução junto de atuais e
potenciais imigrantes em procedimentos
1 - O Alto Comissariado para as Migrações, I.P., administrativos ou fora deles, sem prejuízo das
abreviadamente designado por ACM, I.P., é um competências próprias dos organismos
instituto público integrado na administração indireta envolvidos, por via do aconselhamento daqueles
do Estado, dotado de autonomia administrativa e imigrantes, do contacto com outras entidades
financeira e património próprio. públicas e privadas, do recurso a meios
eletrónicos e da preparação da documentação
2 - O ACM, I.P., prossegue atribuições da Presidência do pertinente;
Conselho de Ministros (PCM) nas áreas da integração f) Gerir, quando a competência lhe for delegada, as
e migrações, sob superintendência e tutela do iniciativas, fundos e planos de ação da União
Primeiro-Ministro ou de outro membro do Governo Europeia em matéria de migrações;
integrado na PCM.

54
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

g) Cooperar com o Ministério dos Negócios melhor reconhecimento e aproveitamento das


Estrangeiros, através de uma abordagem suas qualificações e do seu potencial;
integrada às dinâmicas de emigração e imigração p) Desenvolver programas de inclusão social de
e respetivas diásporas, designadamente em ações crianças e jovens provenientes de contextos
que apoiem, incentivem e acompanhem o retorno socioeconómicos mais vulneráveis,
de cidadãos nacionais emigrantes no estrangeiro particularmente dos descendentes de imigrantes e
ou reforcem os seus laços de vínculo a Portugal; grupos étnicos, tendo em vista, entre outros
h) Garantir o acesso dos imigrantes, suas associações objetivos, a inclusão escolar e a educação, a
e outras comunidades a toda a informação formação profissional, o reforço da
relevante para o exercício dos seus direitos e empregabilidade e a dinamização comunitária e
deveres de cidadania; cidadania.
i) Contribuir para a melhoria da recolha e divulgação 3 - Os serviços, organismos e outras entidades da
de dados estatísticos oficiais sobre fluxos Administração Pública estão sujeitos ao dever de
migratórios, através da consolidação da recolha de cooperação com o ACM, I.P., no âmbito da
dados ou de informações complementares que prossecução das suas atribuições.
não se encontrem diretamente acessíveis em
fontes primárias; Artigo 4.º
j) Celebrar protocolos com entidades públicas ou Órgãos
privadas em todas as matérias com relevo para a
captação, fixação e integração de migrantes, São órgãos do ACM, I.P.:
designadamente no que respeita ao emprego, à
formação e inserção profissional, ao a) O conselho diretivo;
empreendedorismo, à mobilidade migratória, à b) O fiscal único;
mediação sociocultural, à habitação, saúde e c) O Conselho para as Migrações.
educação, tendo em vista o codesenvolvimento
local e regional, a mobilização de competências e Artigo 5.º
a inclusão económica e social; Conselho diretivo
k) Promover o diálogo, a inovação e a educação
intercultural e inter-religiosa, designadamente 1 - O conselho diretivo é composto por um presidente,
através do apoio ao associativismo e de ações de designado Alto-Comissário para as Migrações, e por
valorização da interação positiva e da diversidade um vogal.
cultural, num quadro de consideração mútua e de 2 - Sem prejuízo das competências que lhe forem
respeito pelas normas legais e constitucionais; conferidas por lei ou das que nele sejam delegadas ou
l) Combater todas as formas de discriminação em subdelegadas, compete ao conselho diretivo orientar
função da cor, nacionalidade, origem étnica ou e gerir a atividade do ACM, I.P.
religião, independentemente do meio em que
ocorram, através de ações, campanhas ou eventos Artigo 6.º
de sensibilização da opinião pública, bem como Alto-Comissário para as Migrações
através do processamento das contraordenações
previstas na lei; Sem prejuízo das competências que lhe forem conferidas
m) Favorecer a aprendizagem da língua portuguesa e por lei ou que nele sejam delegadas ou subdelegadas,
o conhecimento da cultura portuguesa por parte compete ao Alto-Comissário para as Migrações:
dos imigrantes, tendo em vista a sua melhor a) Coordenar e presidir ao Conselho para as
integração social, profissional e cívica; Migrações;
n) Fomentar a investigação, inquéritos e a observação b) Coordenar e presidir à Comissão para a Igualdade e
dos fenómenos migratórios, em articulação com contra a Discriminação Racial;
centros de estudo universitários e organizações c) Assegurar a representação institucional do ACM,
internacionais, com vista a contribuir para a I.P., junto de entidades e instituições nacionais e
definição e avaliação de políticas públicas ou de internacionais, bem como de organismos
iniciativas legislativas; congéneres.
o) Desenvolver programas e ações de inclusão e
capacitação económica dos atuais imigrantes e
seus descendentes, de modo contribuir para a
melhoria das suas condições de vida e trabalho,
para a igualdade de oportunidades e para o

55
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 7.º q) Um representante do Instituto do Emprego e


Fiscal único Formação Profissional, I.P.;
r) Um representante da Autoridade para as Condições
O fiscal único é designado e tem as competências do Trabalho;
previstas na lei-quadro dos institutos públicos. s) Um representante do Instituto de Segurança Social,
I.P.;
Artigo 8.º t) Um representante do Governo Regional dos Açores;
Conselho para as Migrações u) Um representante do Governo Regional da
Madeira;
1 - O Conselho para as Migrações, doravante designado v) Dois representantes das associações patronais e
por Conselho, é o órgão de consulta, apoio e dois representantes das centrais sindicais com
participação na definição das linhas gerais de atuação assento no Conselho Económico e Social;
do ACM, I.P., e nas tomadas de decisão do conselho w) Um representante da Associação Nacional de
diretivo, assegurando a participação e colaboração de Municípios Portugueses;
entidades públicas e privadas na definição e execução x) Um representante do Conselho das Comunidades
das políticas migratórias. Portuguesas;
2 - O Conselho é composto por: y) Dois cidadãos de reconhecido mérito, nacionais ou
a) O Alto-Comissário, que preside; estrangeiros, designados pelo Alto-Comissário.
b) Um representante de cada uma das comunidades 3 - As instituições, associações e comunidades
imigrantes dos países de língua portuguesa, representadas no Conselho designam um membro
designados pelas respetivas associações, desde efetivo e um suplente.
que a representatividade destas seja reconhecida 4 - Compete ao Conselho:
pelo ACM, I.P.; a) Pronunciar-se sobre os projetos de diplomas
c) Um representante de cada uma das outras três relevantes para os direitos dos migrantes;
comunidades imigrantes mais numerosas não b) Pronunciar-se sobre questões relativas às políticas
incluídas na alínea anterior, designado pelas públicas, transversais e setoriais, relevantes,
respetivas associações, desde que a nomeadamente para a inclusão social, direitos de
representatividade destas seja reconhecida pelo cidadania e captação e integração dos migrantes;
ACM, I.P.; c) Participar na definição das medidas e ações das
d) Um representante das associações não filiadas nas políticas migratórias, formulando propostas com
comunidades previstas nas alíneas b) e c), vista à sua promoção;
designados pelas respetivas associações, desde d) Pronunciar-se sobre quaisquer obstáculos
que a representatividade destas seja reconhecida detetados a uma resposta célere e eficaz por parte
pelo ACM, I.P.; da Administração Pública aos problemas de
e) Três representantes das instituições com ação ou integração dos migrantes;
interesse na área das migrações, designadas pelo e) Pronunciar-se sobre as questões que lhe sejam
Alto-Comissário; colocadas pelo Alto-Comissário;
f) Um representante da Direção-Geral das Artes; f) Aprovar o respetivo regulamento interno;
g) Um representante da Direção-Geral dos Assuntos g) Exercer quaisquer outras competências que lhe
Consulares e das Comunidades Portuguesas; sejam atribuídas por lei.
h) Um representante da Direção-Geral de Política
Externa; 5 - O Conselho funciona em plenário e em secções
i) Um representante do Serviço de Estrangeiros e especializadas.
Fronteiras; 6 - O plenário e as secções especializadas funcionam em
j) Um representante das forças de segurança; sessões ordinárias e extraordinárias.
k) Um representante da Comissão para a Cidadania e 7 - O mandato dos membros do Conselho tem a duração
Igualdade de Género; de três anos, renovável por iguais períodos, e cessa
l) Um representante da Direção-Geral das Atividades sempre que se verifique a perda de qualidade de
Económicas; representante da entidade que os designou.
m) Um representante do Instituto do Turismo de 8 - O exercício de funções no Conselho não é
Portugal, I.P.; remunerado.
n) Um representante da Direção-Geral da Saúde; 9 - Em cada ano civil são fixadas, por despacho do
o) Um representante da Direção-Geral da Educação; membro do Governo responsável pela área da
p) Um representante da Direção-Geral do Ensino finanças e do membro do Governo com a tutela do
Superior; ACM, I.P., as regras para a autorização do reembolso

56
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

das despesas de deslocação dos representantes no Artigo 12.º


Conselho residentes fora de Lisboa. Património

Artigo 9.º O património do ACM, I.P., é constituído pela


Organização interna universalidade de bens, direitos e obrigações de que seja
titular.
A organização interna do ACM, I.P., é a prevista nos
respetivos estatutos. Artigo 13.º
Alteração ao Decreto-Lei n.º 126-A/2011, de 29 de
Artigo 10.º dezembro
Receitas
(…)
1 - O ACM, I.P., dispõe das receitas provenientes de
dotações que lhe sejam atribuídas no Orçamento do Artigo 14.º
Estado. Aditamento ao Decreto Regulamentar n.º 84/2007, de 5
2 - O ACM, I.P., dispõe ainda das seguintes receitas de novembro
próprias:
a) As quantias cobradas por atividades de promoção (…)
de Portugal e captação de potenciais imigrantes Artigo 15.º
desenvolvidas no âmbito das suas atribuições; Referências legais
b) Os montantes resultantes de transferências
provenientes de organismos nacionais, regionais Com a entrada em vigor do presente decreto-lei, as
ou internacionais feitas em seu favor; referências legais feitas ao Alto Comissariado para a
c) As comparticipações, subsídios ou donativos Imigração e Diálogo Intercultural, I.P., consideram-se
concedidos por quaisquer entidades de direito feitas ao ACM, I.P.
público ou privado, nacionais ou comunitárias,
bem como heranças ou legados; Artigo 16.º
d) O produto das coimas aplicadas nos termos da lei; Disposições transitórias
e) O produto da venda de publicações e de outros
bens e serviços; 1 - O pessoal do Alto Comissariado para a Imigração e
f) O produto da realização de estudos, inquéritos e Diálogo Intercultural, I.P., designado por efeitos da
outros trabalhos ou serviços prestados, no âmbito equiparação a subsecretário de Estado do Alto-
das suas atribuições; Comissário, que se encontre em funções à data da
g) Os valores cobrados pela organização de cursos, entrada em vigor do presente decreto-lei, mantém-se
seminários ou outras ações de formação; no exercício dessas funções até à ocupação dos
h) Transferências relativas a fundos comunitários; postos de trabalho do mapa de pessoal do ACM, I.P.
i) Os valores previstos em contratos-programa anuais 2 - Os procedimentos concursais para a ocupação dos
e plurianuais celebrados com entidades, públicas postos de trabalho referidos no número anterior
ou privadas, para a execução de funções afetas às devem estar concluídos no prazo máximo de seis
atividades do ACM, I.P.; meses, a contar da data da publicação da portaria
j) Quaisquer outras receitas que lhe sejam atribuídas que aprova os estatutos do ACM, I.P., findo o qual
por lei, contrato ou outro título. cessa o exercício de funções do pessoal referido no
3 - As receitas referidas no número anterior são número anterior.
consignadas à realização de despesas do ACM, I.P., 3 - Caso a ocupação dos postos de trabalho ocorra em
durante a execução do orçamento do ano a que momento anterior à data prevista no número
respeitam, podendo os saldos não utilizados transitar anterior, a cessação de funções ocorre com a
para o ano seguinte, nos termos previstos no ocupação do posto de trabalho.
decreto-lei de execução orçamental anual.
Artigo 17.º
Artigo 11.º Aprovação dos estatutos do ACM, I.P.
Despesas
A portaria que aprova os estatutos do ACM, I.P., é
Constituem despesas do ACM, I.P., as que resultem de aprovada no prazo máximo de 60 dias, a contar da data
encargos decorrentes da prossecução das respetivas da publicação do presente decreto-lei.
atribuições.

57
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 18.º
Norma revogatória

É revogado o Decreto-Lei n.º 167/2007, de 3 de maio.

Artigo 19.º
Entrada em vigor

O presente decreto-lei entra em vigor no 1.º dia útil do


mês seguinte ao da sua publicação.

58
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 227/2015, de 3 de agosto b) Departamento de apoio à integração e valorização


Aprova os estatutos do Alto-Comissariado para as da diversidade;
Migrações, I. P. c) Departamento de apoio e assistência migratória.
2 - Por deliberação do conselho diretivo, podem ser
criados, modificados ou extintos até 10 núcleos,
O Decreto-Lei n.º 31/2014, de 27 de fevereiro, definiu a integrados ou não nas unidades referidas no número
missão e as atribuições do Alto-Comissariado para as anterior, sendo as respetivas competências definidas
Migrações, I. P., Importa agora, no desenvolvimento naquela deliberação, a qual é objeto de publicação no
daquele decreto-lei, determinar a sua organização Diário da República.
interna. 3 - O Programa Escolhas, criado pela Resolução do
Conselho de Ministros n.º 4/2001, de 9 de janeiro, e
Assim:
renovado pelas Resoluções do Conselho de Ministros
n.ºs 60/2004, de 30 de abril, 80/2006, de 26 de
Ao abrigo do artigo 12.º da Lei n.º 3/2004, de 15 de
junho, 63/2009, de 23 de julho, e 68/2012, de 9 de
janeiro, com as subsequentes alterações, e do artigo 9.º
agosto, será objeto de integração no ACM, I. P., nos
do Decreto-Lei n.º 31/2014, de 27 de fevereiro, manda o
termos a definir na Resolução do Conselho de
Governo, pela Ministra de Estado e das Finanças e pelo
Ministros que proceda à renovação do referido
Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, o
Programa.
seguinte:
4 - No exercício das competências que lhe são cometidas,
o departamento de apoio à integração e valorização
Artigo 1.º
da diversidade é coadjuvado pelos recursos humanos
Objeto
e financeiros afetos ao Programa Escolhas.
São aprovados, em anexo à presente portaria, da qual
Artigo 2.º
fazem parte integrante, os estatutos do Alto-
Cargos dirigentes intermédios
Comissariado para as Migrações, I. P., abreviadamente
designado por ACM, I. P.
1 - As unidades são dirigidas por diretores, cargos de
direção intermédia de 1.º grau.
Artigo 2.º
2 - Os núcleos são dirigidos por coordenadores, cargos de
Norma revogatória
direção intermédia de 2.º grau.
É revogada a Portaria n.º 662-I/2007, de 31 de maio,
Artigo 3.º
alterada pela Portaria n.º 302/2010, de 8 de junho.
Departamento de relações internacionais, política
migratória e captação de migrantes
Artigo 3.º
Entrada em vigor
1 - O departamento de relações internacionais, política
migratória e captação de migrantes visa contribuir
A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao da
para uma gestão coordenada e integrada dos fluxos
sua publicação.
migratórios e para o enquadramento estratégico dos
perfis migratórios de Portugal.
2 - Ao departamento de relações internacionais, política
migratória e captação de migrantes compete:
ANEXO
a) Identificar, de acordo com as orientações do
ESTATUTOS DO ACM, I. P. Governo, os migrantes de elevado potencial;
Organização Interna b) Promover e valorizar a imagem internacional de
Portugal enquanto destino de migrações;
Artigo 1.º c) Articular com a rede diplomática e consular o
Estrutura desenvolvimento da estratégia definida pelo
1 - A organização interna dos serviços do Alto- Governo para a atração de migrantes de elevado
Comissariado para as Migrações, I. P. (ACM, I. P.) é potencial;
constituída pelas seguintes unidades orgânicas de d) Contribuir para a sensibilização das comunidades
primeiro nível, que se subordinam hierárquica e emigrantes portuguesa e da diáspora em geral
funcionalmente ao conselho diretivo: para as oportunidades de retorno a Portugal;
a) Departamento de relações internacionais, política
migratória e captação de migrantes;

59
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

e) Celebrar protocolos com entidades públicas e interesses dos imigrantes, seus descendentes e
privadas que apoiem a identificação e atração de grupos étnicos, de modo a contribuir para a sua plena
imigrantes de elevado potencial; integração e inserção.
f) Estabelecer parcerias com entidades congéneres 2 - Ao departamento de apoio à integração e valorização
bem como com entidades públicas ou privadas e da diversidade compete:
organizações não-governamentais na área da a) Promover iniciativas com vista à sensibilização da
integração de imigrantes, da atração de talento e opinião pública para a importância da diversidade
do apoio ao retorno de emigrantes; cultural e da interculturalidade, valorizando e
g) Executar as medidas de apoio ao regresso e promovendo o diálogo inter-religioso;
reintegração de cidadãos emigrantes; b) Reforçar a articulação internacional e
h) Organizar seminários, conferências internacionais e interministerial, com o necessário envolvimento
outras iniciativas de promoção e sensibilização no da sociedade civil, entre países de origem e de
domínio das atribuições do ACM, I. P.; destino;
i) Assumir a monitorização e atribuição de fundos c) Promover a capacitação e o combate à
comunitários no âmbito da missão conferida ao discriminação dos imigrantes, seus descendentes
ACM,I. P.; ou grupos étnicos na sociedade portuguesa, tendo
j) Assegurar as demais funções que lhe sejam em vista um melhor aproveitamento do seu
cometidas pelo conselho diretivo. potencial e competências, uma melhor articulação
3 - Ao departamento de relações internacionais, política com a política de emprego e o reforço da
migratória e captação de migrantes compete ainda: mobilidade social e do acesso a uma cidadania
a) Promover a circulação de capital humano entre os comum;
países de língua oficial portuguesa e articular a d) Assumir a monitorização e atribuição de fundos
intervenção dos organismos públicos envolvidos, comunitários no âmbito da missão conferida ao
em especial com os órgãos competentes da CPLP; ACM, I. P.;
b) Articular com os demais organismos do Estado o e) Apresentar propostas e promover ações de
contacto e identificação de portugueses formação para a valorização da diversidade e para
emigrantes na diáspora; o diálogo inter-religioso ao pessoal e parceiros do
c) Articular com as entidades competentes os ACM, I. P., aos mediadores socioculturais, às
procedimentos de retorno voluntário; associações representativas de imigrantes e seus
d) Identificar oportunidades de integração de descendentes, às associações representativas dos
emigrantes no mercado de trabalho interno; grupos étnicos e para a sociedade civil, enquanto
e) Celebrar protocolos com entidades públicas e sociedade de acolhimento;
privadas, designadamente centros de f) Promover a investigação no âmbito dos fenómenos
investigação, universidades e empresas, com o migratórios, integração de imigrantes, valorização
objetivo de facilitar a circulação de capital da diversidade e promoção do diálogo inter-
humano no espaço lusófono; religioso;
f) Apoiar, em articulação com o Ministério dos g) Dinamizar a criação de parcerias em projetos
Negócios Estrangeiros, o retorno de emigrantes nacionais e estrangeiros na área da integração de
portugueses que desejem regressar ao País; imigrantes, seus descendentes e grupos étnicos;
g) Promover a troca de conhecimentos e de formação h) Conceber materiais de sensibilização e formação
profissional, essencial à circulação de capital para a valorização da diversidade;
humano nos países de língua oficial portuguesa; i) Promover o movimento associativo representativo
h) Elaborar pareceres jurídicos no quadro das das comunidades imigrantes e de grupos étnicos;
atribuições do ACM, I. P., e acompanhar iniciativas j) Conceber e executar materiais de formação para o
legislativas nacionais e comunitárias; ensino da língua portuguesa a estrangeiros, bem
i) Assegurar a representação do ACM nas instâncias como conceber, coordenar e executar, através de
nacionais e internacionais; parcerias com instituições públicas e privadas,
j) Assegurar as demais funções que lhe sejam ações de formação em língua portuguesa para
cometidas pelo conselho diretivo. estrangeiros ou imigrantes e seus descendentes;
k) Prestar informação regular, através dos canais de
Artigo 4.º comunicação do ACM e de outros meios, sobre os
Departamento de Apoio à Integração e Valorização da direitos e deveres políticos dos imigrantes;
Diversidade l) Apoiar, colaborar e acompanhar o desenvolvimento
1 - O departamento de apoio à integração e valorização de projetos pedagógicos na área da integração a
da diversidade visa defender e promover os direitos e nível nacional e internacional;

60
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

m) Promover o exercício da cidadania ativa pelos em vista a instalação e o funcionamento de


membros das comunidades migrantes e das centros locais de apoio à integração dos
comunidades ciganas; imigrantes (CLAII);
n) Consolidar os projetos locais, designadamente no g) Assegurar o acompanhamento da execução dos
âmbito do Programa Escolhas, implementados por protocolos de cooperação com todas as
consórcios de instituições locais, regionais e instituições, públicas e privadas, presentes nos
centrais que se mobilizem para a procura de CNAI e CLAII e avaliar a eficiência, eficácia e
respostas integradas às situações de exclusão economia dos serviços prestados pelos CNAI e
social, escolar e profissional das crianças e jovens CLAII;
mais vulneráveis, promovendo uma integração h) Promover ações de formação dos mediadores
mais efetiva; socioculturais;
o) Desenvolver estratégias de intervenção no âmbito i) Assumir a monitorização e atribuição de fundos
do Programa Escolhas que visem combater o comunitários;
insucesso escolar dos imigrantes, descendentes de j) Assegurar as demais funções que lhe sejam
imigrantes e cidadãos nacionais que se encontrem cometidas pelo conselho diretivo.
fora do País, valorizando o papel dos 3 - Compete ainda ao departamento de apoio e
estabelecimentos de ensino enquanto agentes de assistência migratória, através do Centro Nacional de
socialização e de promoção da mobilidade social Apoio ao Imigrante, designadamente:
numa ótica de maior proximidade com a
comunidade; a) Apoiar, esclarecer e encaminhar os imigrantes para
p) Desenvolver projetos, ações de divulgação e os serviços competentes;
informação contra a discriminação racial; b) Atender e aconselhar os imigrantes na modalidade
q) Assegurar as demais funções que lhe sejam de consulta jurídica;
cometidas pelo conselho diretivo. c) Apoiar e encaminhar os imigrantes para as
instituições competentes de solidariedade social
Artigo 5.º habilitadas para a prestação de ajuda nas
Departamento de apoio e assistência migratória situações de emergência social;
d) Apoiar e encaminhar os imigrantes para as
1 - O departamento de apoio e assistência migratória visa instituições públicas e privadas habilitadas à
desenvolver e gerir uma rede de âmbito prestação de cuidados de saúde;
internacional, nacional e local de serviços públicos de e) Gerir rede de gabinetes de apoio à integração no
integração, atendimento e informação orientada para mercado de trabalho;
a satisfação das necessidades dos imigrantes. f) Apoiar os estudantes imigrantes, articulando,
2 - Ao departamento de apoio e assistência migratória nomeadamente, com as universidades públicas e
compete: privadas o apoio à sua receção e integração, bem
como, pela identificação da oferta do ensino
a) Coordenar a gestão dos Centros Nacionais de Apoio superior;
ao Imigrante (CNAI); g) Apoiar os imigrantes reformados, através da
b) Acompanhar a execução de protocolos com promoção, em articulação com entidades públicas
entidades parceiras, públicas ou privadas, tendo e privadas, designadamente do turismo de saúde
em vista a instalação e o funcionamento dos e de unidades destinadas ao alojamento de longa
serviços de integração, atendimento e informação duração;
nos CNAI ou noutros locais onde se venham a h) Apoiar e encaminhar os imigrantes para as
revelar necessários; repartições de finanças habilitadas para a
c) Assegurar uma elevada qualidade na prestação dos prestação de apoio ao contribuinte,
serviços migratórios, com garantias de designadamente nas situações de inscrição
confidencialidade e celeridade nos processos; declaração de rendimentos ou pagamento de
d) Assegurar uma rede de serviços de acolhimento, taxas;
atendimento e informação aos imigrantes, de i) Apoiar e encaminhar os imigrantes para o Serviço
âmbito local, estabelecida através de parcerias de Estrangeiros e Fronteiras designadamente nos
com entidades públicas ou privadas; processos de regularização ou prorrogação de
e) Assegurar a gestão do portal do ACM; permanência, renovação de autorização de
f) Acompanhar a execução de protocolos com residência;
autarquias locais, associações de imigrantes j) Apoiar e encaminhar os imigrantes na procura,
legalmente reconhecidas pelo ACM, I. P., ou mudança de emprego e na criação do seu negócio;
entidades, públicas ou privadas, com atribuições
ou atividades na integração dos imigrantes, tendo

61
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

k) Apoiar e encaminhar os imigrantes para as


instituições habilitadas para o reconhecimento de
qualificações académicas e profissionais;
l) Analisar, aconselhar e apoiar a instrução de
processos relativos ao reagrupamento familiar;
m) Informar os imigrantes sobre o acesso à habitação,
nomeadamente sobre os programas de incentivo
disponíveis;
n) Prestar serviços de atendimento telefónico e em
linha sobre matérias relevantes para os
imigrantes;
o) Assegurar a articulação dos serviços prestados nos
CNAI com a rede dos CLAII.

Artigo 6.º
Equipas de Projeto

1 - Por deliberação do conselho diretivo podem ser


criadas equipas de projeto em função de objetivos
específicos, de natureza multidisciplinar e carácter
transversal às diversas áreas de atuação, as quais não
podem, em cada momento, ultrapassar o limite
máximo de 5, sendo a sua composição, o modo de
funcionamento, os meios materiais e financeiros
afetos à sua atividade definidos naquela deliberação.
2 - A composição e modo de funcionamento das equipas
de projeto afetas ao Programa Escolhas são definidas
através de regulamento aprovado para o efeito,
sendo os respetivos encargos financeiros suportados
pelo orçamento do Programa Escolhas até à
conclusão do período de integração referido no n.º 3
do artigo 1.º
3 - Ao coordenador de equipa de projeto é atribuído um
estatuto remuneratório equiparado a diretor ou
coordenador, em função da natureza e complexidade
das funções a desempenhar.

62
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Despacho de 13 de outubro de 2014, do Secretário designadamente universidades, observatórios,


de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e do entidades estatísticas e centros de investigação;
Desenvolvimento Regional g) Auxiliar na promoção nacional e internacional de
Criação e Regulamento do Observatório das Portugal enquanto destino de migrações em
colóquios, conferências e road shows, nacionais e
Migrações
internacionais a realizar pelo ACM, sendo
responsável pela respetiva dimensão cientifica e
Nos termos do despacho do Ministro Adjunto e do conteúdos;
Desenvolvimento Regional n.º 8919/2013, de 6 de junho, h) Promover publicações, em suporte físico e online,
publicado no Diário da República, 2.ª série n.º 130, de 9 da atividade do OM, designadamente das
de julho, do n.º 2 do artigo 1.º do Decreto-Lei n.º conclusões dos debates e conferências
31/2014, de 27 de fevereiro, e do artigo 42.º da Lei- internacionais, bem como dos estudos e demais
Quadro dos Institutos Públicos, determino ao Alto produção cientifica.
Comissariado para as Migrações I.P. (ACM) que proceda à
criação do Observatório das Migrações, unidade informal Artigo 3.º
autónoma que terá por missão o estudo e Estrutura
acompanhamento estratégico e científico das migrações,
devendo reger-se pelo regulamento anexo ao presente 1 - O OM é dirigido por um Diretor, o qual deve possuir
despacho, dele fazendo parte integrante. um perfil preferencialmente académico, doutorado
ou com experiência profissional relevante na área das
13 de outubro de 2014 – O Secretário de Estado Adjunto
migrações, devendo ser escolhido tendo em conta a
do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional
sua identificação estratégica com as políticas do ACM.
2 – O Diretor do OM é designado por despacho do Alto
Regulamento do Observatório das Migrações
Comissário para as Migrações pelo período de um
ano, sucessivamente renovável por idênticos
Artigo 1.º
períodos.
Objeto
3 – O Diretor do OM é remunerado, em regime de
prestação de serviços, em montante a definir no
É criado o Observatório das Migrações (OM), unidade
respetivo despacho de designação.
informal autónoma no âmbito do Alto Comissariado para
4 – O Diretor do OM desempenha as suas funções com
as Migrações (ACM), que substitui o Observatório para a
autonomia cientifica, sem prejuízo da articulação com
Imigração e tem por função o estudo e acompanhamento
o Alto Comissário para as Migrações e com o membro
estratégico e científico das migrações e o reforço das
do Governo com a tutela do ACM.
competências do ACM.
5 – O Diretor é auxiliado na sua missão por um número
não inferior a dois técnicos operacionais, podendo
Artigo 2.º
recorrer, para o exercício das suas funções, aos
Missão
demais departamentos do ACM, bem como a
colaboradores externos.
A missão do OM cumpre-se através do desempenho,
6 – O OM dispõe de um Conselho Consultivo informal,
designadamente, das seguintes tarefas:
composto por representantes dos Centros de
a) Identificar as novas tendências nas políticas Investigação parceiros.
migratórias;
b) Aprofundar o conhecimento sobre os novos perfis Artigo 4.º
migratórios; Orçamento
c) Informar a tomada de decisões políticas em
matéria migratória; 1 – O OM possui orçamento próprio, integrado no
d) Recolher, processar e analisar dados relativos às orçamento do ACM.
migrações; 2 – A gestão orçamental do OM pertence ao ACM, sendo
e) Fomentar a investigação, a realização de inquéritos da responsabilidade do respetivo Conselho Diretivo.
e a observação dos fenómenos migratórios, em 3 – A candidatura e gestão dos fundos europeus
articulação com centros de estudo universitários e destinados às atividades do OM é da
organizações internacionais, com vista a contribuir responsabilidade dos departamentos competentes do
para a definição e avaliação de políticas públicas ACM.
ou de iniciativas legislativas;
f) Cooperar com outras entidades, públicas e
privadas, nacionais e internacionais,

63
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 5.º
Objetivos e avaliação dos resultados

1 – Os objetivos e atividades anuais do OM são definidos


em plano de atividades a apresentar anualmente, até
31 de dezembro, pelo Diretor do OM ao Alto
Comissário para as Migrações, sendo por este
aprovado e homologado pelo membro do Governo
com a tutela do ACM.
2- Por proposta do Alto Comissário para as Migrações ou
do Diretor do OM, o plano de atividades anual pode
ser objeto de alterações, ficando as mesmas sujeitas
a aprovação do Direito do OM, se aplicável, e
homologação do membro do Governo com a tutela
do ACM.
3 – A Avaliação dos resultados alcançados pelo OM é
feita em relatório anual a aprovar pelo Alto
Comissário para as Migrações e sujeito a
homologação pelo membro do Governo com a tutela
do ACM.
4 – O relatório anual referido no número anterior, depois
de homologado, é publicitado no site do OM.

64
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Resolução do Conselho de Ministros n.º 101/2015, contribuir para a aquisição de competências profissionais
de 23 de dezembro e/ou empreendedoras.
Aprova o Programa Escolhas (2016-2018)
Estando o Programa Escolhas integrado no Alto
Comissariado para as Migrações, I. P., e reconhecendo a
O Programa do XXI Governo Constitucional sublinha a necessidade e utilidade de alargar as suas medidas e
necessidade da promoção da igualdade e da não projetos também aos jovens das comunidades
discriminação, valorizando o lugar da comunidade, a vida portugueses no estrangeiro, adaptando-o às realidades
quotidiana e a proximidade, bem como a cidadania. socioeconómicas locais. O Programa Escolhas reforçará a
inclusão social desses jovens, bem como disponibilizará a
O Programa Escolhas tem como missão promover a rede projetos em Portugal para apoiar o regresso de
inclusão social de crianças e jovens provenientes de portugueses que se encontrem numa situação
contextos socioeconómicos mais vulneráveis, vulnerável.
particularmente dos descendentes de migrantes e grupos
étnicos. A 5.ª geração do Programa Escolhas, aprovada pela
Resolução do Conselho de Ministros n.º 68/2012, de 9 de
Ao longo das suas sucessivas renovações, o Programa agosto, que agora finda, foi objeto de avaliação externa e
Escolhas consolidou-se como uma política pública de independente, cujas recomendações foram devidamente
grande mérito e alcance. consideradas na elaboração da 6.ª geração do programa.

Tem-se destacado pela sua capacidade de intervenção, Assim:


inovação, pela sua eficácia na prossecução dos seus
objetivos e pela eficiência na utilização dos recursos que Nos termos da alínea g) do artigo 199.º da Constituição, o
lhe são atribuídos para a sua gestão, tendo ao longo das Conselho de Ministros resolve:
sucessivas gerações aumentado o número de projetos a
financiar, bem como o número de participantes e 1 - Proceder à renovação, para o período de 2016 a 2018,
resultados obtidos, atingindo taxas de sucesso escolar do Programa Escolhas, o qual funciona na
progressivamente altas. Salienta-se o sistema de dependência da Presidência do Conselho de
monitorização e avaliação implementado pelo Programa Ministros.
Escolhas (autoavaliação, avaliação interna e avaliação 2 - Estabelecer que o Programa Escolhas tem como
externa), bem como a aposta nas áreas da inovação e missão promover a inclusão social de crianças e
experimentação, diferenciando-se assim de outras jovens provenientes de contextos socioeconómicos
políticas públicas. mais vulneráveis, particularmente dos descendentes
de migrantes e de grupos étnicos, a igualdade de
O reconhecimento nacional e internacional do Programa oportunidades e o reforço da coesão social.
Escolhas como uma política pública eficiente no seu 3 - Determinar que o Programa Escolhas se estrutura em
campo de atuação, tem resultado nestes quase 15 anos cinco áreas estratégicas de intervenção, que
de ação, em várias referências e prémios atribuídos, correspondem às seguintes cinco medidas:
sendo apontado como uma boa prática no âmbito da a) Medida I - Educação e Formação, visa contribuir
integração de imigrantes, bem como no âmbito das para a inclusão escolar e para a educação não
políticas mais abrangentes de prevenção da delinquência formal, bem como para a formação e qualificação
e do crime, o que coloca igualmente a manifesto o profissional;
enorme valor social do Programa. Exemplo recente deste b) Medida II - Empregabilidade e Emprego, visa
reconhecimento internacional foi a atribuição do Prémio contribuir para a promoção do emprego e
Internacional Justiça Juvenil sem Fronteiras, no ano de empregabilidade, favorecendo a transição para o
2014. mercado de trabalho;
c) Medida III - Participação, direitos e deveres cívicos
Sendo certo que as políticas públicas precisam sempre de e comunitários, visa contribuir para a participação
ser ajustadas e adaptadas, a importância deste programa e cidadania, permitindo uma maior
num tempo particularmente desafiante para as políticas consciencialização sobre os direitos e deveres
sociais justifica a sua renovação até 2018. cívicos e comunitários;
d) Medida IV - Inclusão Digital, de caráter transversal
O método desenvolvido no âmbito do Programa e cumulativa às restantes medidas anteriormente
continuará a envolver uma rede de parceiros da enunciadas, potenciando-as, visa apoiar a inclusão
sociedade civil, das instituições locais e empresariais, na digital;
perspetiva de promover a empregabilidade dos jovens e

65
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

e) Medida V - Capacitação e Empreendedorismo, visa Despacho Normativo n.º 19-A/2015, publicado no


apoiar o empreendedorismo e a capacitação dos Diário da República, 2.ª série, n.º 199, de 12 de
jovens. outubro, que ora se republica, em anexo à presente
resolução e que dela faz parte integrante.
4 - Estabelecer que os projetos a financiar no âmbito do 12 - Estabelecer que a coordenação nacional do
Programa Escolhas são implementados em território Programa Escolhas é da responsabilidade do Alto-
nacional, sem prejuízo dos projetos de intervenção Comissário para as Migrações.
social que vierem, após uma fase experimental, a ser 13 - Estabelecer que compete ao Alto-Comissário para as
desenvolvidos no estrangeiro. Migrações, no âmbito do Programa Escolhas:
5 - Estabelecer que são parceiros privilegiados dos
projetos a financiar pelo Programa Escolhas: a) Propor à tutela as orientações e medidas
necessárias à execução do programa;
a) Os municípios e freguesias; b) Dirigir o Programa Escolhas e as equipas de projeto
b) As comissões de proteção de crianças e jovens; envolvidas, aprovando os projetos selecionados;
c) As direções regionais do Instituto Português do c) Acompanhar e avaliar, em colaboração com as
Desporto e da Juventude, I. P.; equipas de projeto, a execução dos projetos;
d) As associações de imigrantes e ou emigrantes ou d) Solicitar aos serviços centrais, regionais e locais da
representantes das comunidades ciganas; Administração Pública, em especial aos
e) As associações juvenis; ministérios envolvidos, toda a colaboração e
f) As escolas e agrupamentos de escolas; informação necessárias à prossecução dos seus
g) As forças armadas; objetivos;
h) As forças e serviços de segurança; e) Solicitar pareceres a entidades nacionais e
i) As instituições particulares de solidariedade social; internacionais que permitam garantir um apoio
j) As empresas privadas, no âmbito da concretização científico e técnico e uma avaliação global da
da responsabilidade social das organizações, experiência;
desde que da parceria nenhum lucro ou proveito f) Dirigir as equipas de projeto do Programa Escolhas,
advenha para as empresas candidatas. tomando as decisões inerentes à gestão do
6 - Estabelecer que, nos projetos a financiar em território pessoal e praticando todos os atos necessários ao
não nacional, são consideradas prioritárias as seu normal funcionamento, nomeadamente de
instituições que nos respetivos territórios tenham acordo com o disposto no artigo 7.º da Lei n.º
natureza equivalente ou equiparada às instituições 2/2004, de 15 de janeiro.
previstas no número anterior. 14 - Determinar que, para além dos projetos referidos na
7 - Estabelecer que se podem candidatar ao Programa alínea b) do número anterior, o Alto-Comissário para
Escolhas outras entidades públicas e privadas, para as Migrações pode lançar dois novos períodos de
além das referidas no número anterior, que candidaturas para intervenções de natureza
evidenciem corresponder a uma vocação de experimental e inovadora, com a duração de dois e
intervenção junto dos participantes deste Programa e um ano, em condições por si definidas.
que disponham de competências específicas 15 - Determinar que, no âmbito do Programa Escolhas, o
relevantes para as atividades propostas. Alto-Comissário para as Migrações tem ainda
8 - Estabelecer que as intervenções no âmbito do competência para:
Programa Escolhas concretizam-se através da
execução de projetos, devendo os parceiros a) Celebrar protocolos com entidades públicas ou
identificar a equipa que vai desenvolver o projeto, privadas, tendo em vista, designadamente a
com indicação do seu coordenador e dos técnicos colaboração de mediadores socioculturais;
envolvidos. b) Autorizar a realização de despesas que se mostrem
9 - Determinar que o Programa Escolhas é renovado até necessárias ao cumprimento dos seus objetivos,
2018, por um período que compreende uma geração, designadamente de apoio financeiro às entidades
com a duração de 3 anos. nacionais e ou internacionais cujo objeto ou ação
10 - Estabelecer que os projetos têm a duração de um se enquadre no âmbito da sua missão, de
ano, podendo ser renovados anualmente, até ao aquisição de bens e serviços, adjudicações de
máximo de duas renovações, desde que obtido estudos e pagamentos, dentro dos limites que lhe
parecer positivo do Alto-Comissário para as estão atribuídos por lei.
Migrações.
11 - Determinar que as condições de atribuição de apoio 16 - Estabelecer que o Programa Escolhas é financiado:
técnico e financeiro aos projetos apresentados no
âmbito do Programa Escolhas constam do anexo ao

66
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

a) Pelo Ministério do Trabalho, da Solidariedade e ANEXO


Segurança Social, através do Instituto da (a que se refere o n.º 11)
Segurança Social, I. P.;
b) Pelo Ministério da Educação, através da Direção- Republicação do Despacho Normativo n.º 19-A/2015,
Geral da Educação; de 12 de outubro
c) Pelos Fundos Europeus Estruturais e de
Investimento, nomeadamente através do Artigo 1.º
Programa Operacional Inclusão Social e Emprego, Objeto
no âmbito do Portugal 2020.
É aprovado o Regulamento do Programa Escolhas, que
17 - Estabelecer que a gestão do Programa Escolhas é consta do Anexo ao presente despacho e dele faz parte
efetuada, em termos orçamentais, no regime de integrante.
autonomia administrativa e financeira sendo, para o
efeito, inscrito no Orçamento do Estado como serviço Artigo 2.º
e fundo autónomo o «ACM, I. P., Gestor do Programa Disposição transitória
Escolhas».
18 - Estabelecer que o Programa Escolhas é O Regulamento do Programa Escolhas aplica-se à 6.ª
acompanhado e avaliado na sua globalidade por uma Geração do Programa, com início a 1 de janeiro de 2016,
entidade externa e independente, contratada pelo sem prejuízo de os artigos 11.º, 12.º, 13.º, 14.º e 32.º do
Programa Escolhas, sendo o resultado da avaliação Regulamento serem imediatamente aplicáveis a partir da
apresentado à tutela. data da entrada em vigor do presente despacho.
19 - Criar um Grupo de Trabalho constituído por um
representante de cada um dos financiadores Artigo 3.º
previstos no n.º 16, o qual colabora com o Programa Entrada em vigor
Escolhas na articulação e acompanhamento das
diferentes políticas públicas. O presente despacho normativo entra em vigor no dia
20 - Estabelecer que o exercício de funções por parte dos seguinte à sua publicação.
representantes que integram o grupo de trabalho
referido no número anterior não confere aos seus ANEXO
membros o direito a qualquer prestação, Regulamento do Programa Escolhas
independentemente da respetiva natureza,
designadamente a título de remuneração, CAPÍTULO I
compensação, subsídio, senha de presença ou ajudas Disposições Gerais
de custo.
21 - Determinar que as receitas próprias do Alto- Artigo 1.º
Comissariado para as Migrações, I. P., são Âmbito Territorial
consignadas à realização de despesas do Programa
Escolhas durante a execução do orçamento do ano a O Programa Escolhas tem âmbito nacional e
que respeitam, podendo os saldos não utilizados internacional.
transitar para o ano seguinte, nos termos do decreto-
lei de execução orçamental anual. Artigo 2.º
22 - Determinar que os saldos apurados no final da 6.ª Objetivos
Geração, feitos os acertos de contas com as
entidades financiadas, são devolvidos, na respetiva 1 - O presente Regulamento aplica-se à 6.ª Geração do
proporção, aos financiadores previstos nas alíneas a) Programa Escolhas que vigora entre 1 de janeiro de
e b) do n.º 16. 2016 e 31 de dezembro de 2018.
23 - Determinar que a presente resolução entra em vigor 2 - O Programa Escolhas visa promover a inclusão social
no dia seguinte ao da sua publicação. de crianças e jovens provenientes de contextos
socioeconómicos mais vulneráveis, tendo em vista a
Presidência do Conselho de Ministros, 17 de dezembro
igualdade de oportunidades e o reforço da coesão
de 2015. - Pelo Primeiro-Ministro, Augusto Ernesto
social.
Santos Silva, Ministro dos Negócios Estrangeiros.
3 - O Programa Escolhas estrutura-se em cinco áreas
estratégicas de intervenção:
a) Educação e formação;
b) Empregabilidade e emprego;

67
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

c) Participação, direitos e deveres cívicos e 3 - São participantes indiretos do Programa Escolhas as


comunitários; crianças e jovens que não se enquadrem nas
d) Inclusão digital; características definidas no número anterior, ou
e) Capacitação e empreendedorismo. ainda que se enquadrem, a incidência seja menor do
que nos participantes diretos, bem como os
Artigo 3.º familiares de todos os participantes, numa lógica de
Estrutura do Programa Escolhas corresponsabilização no processo de
desenvolvimento pessoal e social.
1 - O Programa Escolhas estrutura-se em cinco medidas, 4 - Consideram-se ainda participantes indiretos outros
correspondentes às áreas estratégicas de intervenção públicos-alvo, designadamente professores,
definidas no n.º 2 do artigo anterior. auxiliares, técnicos, empresas, entre outros, desde
2 - A Medida I visa contribuir para a inclusão escolar e que as atividades previstas não se afastem dos
para a educação não formal, bem como para a objetivos prioritários do Programa Escolhas e sejam
formação e qualificação profissional. fundamentadas no diagnóstico de necessidades.
3 - A Medida II visa contribuir para a promoção do 5 - Em candidatura, deverão ser identificados os fatores
emprego e empregabilidade, favorecendo a transição de risco que caracterizam os participantes diretos.
para o mercado de trabalho. 6 - Os projetos deverão estabelecer um número mínimo
4 - A Medida III visa contribuir para a participação e de 150 participantes por ano, dos quais 50
cidadania, permitindo uma maior consciencialização participantes diretos e 100 participantes indiretos.
sobre os direitos e deveres cívicos e comunitários. 7 - Mediante sinalização de terceiros e após análise e
5 - A Medida IV é de caráter transversal, potenciando as aprovação por parte do Programa Escolhas, os
restantes medidas, e visa apoiar a inclusão digital. projetos considerados mais adequados serão
6 - A Medida V visa apoiar o empreendedorismo e a selecionados para integrar nas suas atividades os
capacitação dos jovens. participantes sinalizados.

Artigo 4.º CAPÍTULO II


Participantes Dos Princípios Gerais

1 - Os projetos deverão abranger participantes diretos e Artigo 5.º


indiretos: Princípios gerais
a) Por participantes diretos entendem-se os públicos A conceção e execução dos projetos a que se refere o
prioritários do projeto, nomeadamente aqueles presente Regulamento devem obedecer aos seguintes
com uma maior incidência dos riscos de exclusão e princípios gerais:
sobre os quais deverá incidir um
acompanhamento mais regular; a) Planeamento estratégico - compreendendo a
b) Por participantes indiretos entendem-se avaliação como um ciclo, os projetos deverão
designadamente os públicos expostos a riscos estabelecer um diagnóstico claro e consolidado,
mais reduzidos. definir objetivos e metas, identificando as ações e
as atividades, bem como o seu impacto nos
2 - São participantes diretos do Programa Escolhas as problemas;
crianças e jovens entre os 6 e os 30 anos, b) Parcerias - assumindo que é na escala local que os
provenientes de contextos socioeconómicos mais problemas melhor poderão ser resolvidos, e
vulneráveis, nomeadamente descendentes de assente na lógica das parcerias locais, os projetos
imigrantes, comunidades ciganas e emigrantes deverão procurar a complementaridade, a
portugueses, que se encontrem numa ou mais das articulação de recursos e a corresponsabilização
seguintes situações: pelas iniciativas, de forma a promover a
a) Em absentismo escolar; sustentabilidade das ações;
b) Com insucesso escolar; c) Participação - entendendo o potencial humano
c) Em abandono escolar precoce; como um fim e um recurso, os projetos deverão
d) Em desocupação (incluindo jovens NEET); garantir a participação das crianças, dos jovens,
e) Em situação de desemprego; das comunidades e das organizações em todas as
f) Com comportamentos desviantes; etapas do projeto, promovendo processos de
g) Sujeitos a medidas tutelares educativas; capacitação e de corresponsabilização;
h) Sujeitos a medidas de promoção e proteção; d) Diálogo intercultural - aceitando que no encontro
i) Emigrantes em situação de vulnerabilidade. da diferença é possível promover um
enriquecimento, os projetos deverão trabalhar a

68
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

coesão interna das comunidades, procurando uma 3 - Todas as instituições candidatas têm de se encontrar
convivência positiva entre todas as culturas, regularmente constituídas e devidamente registadas
possibilitando, em simultâneo, a criação de pontes nos termos da lei.
com outros indivíduos e comunidades;
e) Mediação - os projetos deverão favorecer Artigo 7.º
intervenções de proximidade, recorrendo sempre Instituição promotora e instituições parceiras
que necessário ao trabalho de rua e à mediação,
adaptando-se aos contextos e horários dos 1 - Os projetos devem ser apresentados por consórcios
públicos, entendendo globalmente a sua de instituições, contemplando a existência de:
intervenção enquanto um processo de mediação
social; a) Instituição promotora; e
f) Inovação social - a procura de novas respostas para b) Instituições parceiras.
velhos problemas, recorrendo à criatividade e à 2 - Qualquer uma das instituições - promotora ou
inovação, deverá ser um princípio basilar nos parceiras - pode assumir a função de gestão do
projetos, procurando identificar as conjunto das atividades financiadas no âmbito do
potencialidades e os recursos que permitam projeto, excetuando:
soluções inovadoras;
g) Empreendedorismo - reconhecendo o potencial de a) As instituições de natureza pública ou as
transformação das competências desenvolvidas instituições nas quais a administração pública
em soluções de empreendedorismo social e ou central, regional ou local tenha alguma
económico, os projetos deverão desenvolver participação no respetivo capital social;
iniciativas capacitadoras do empreendedorismo b) As fundações e ou as entidades de natureza
dos indivíduos, grupos e comunidades. fundacional, face às restrições impostas pela lei do
Orçamento do Estado.
CAPÍTULO III 3 - A instituição promotora desempenha a função de
Das Condições de Acesso coordenação de um conjunto de atividades
financiadas no âmbito do projeto, competindo-lhe:
Artigo 6.º
Instituições elegíveis a) Dinamizar a execução do plano detalhado de
atividades e orçamento;
1 - No âmbito do presente regulamento, podem b) Envolver participantes sinalizados pelo Programa
candidatar-se, com caráter prioritário, as seguintes Escolhas nas atividades;
instituições: c) Dinamizar o consórcio do projeto;
d) Acompanhar a execução física e financeira do
a) Câmaras municipais e/ou juntas de freguesia; projeto e propor, caso se justifique, alterações;
b) Comissões de proteção de crianças e jovens; e) Cumprir e fazer cumprir a metodologia de
c) Direções regionais do Instituto Português do avaliação do projeto, nos termos definidos;
Desporto e da Juventude; f) Organizar e manter atualizado o dossiê técnico do
d) Associações de imigrantes e/ou emigrantes ou projeto, nos termos do artigo 25.º
representantes das comunidades ciganas;
e) Associações juvenis; 4 - As instituições parceiras desempenham funções de
f) Escolas e agrupamentos de escolas; cooperação na execução do projeto,
g) Forças e serviços de segurança; comprometendo-se a assegurar os contributos e a
h) Instituições particulares de solidariedade social; cumprir as regras de funcionamento descritas no
i) Empresas privadas, no âmbito da concretização da Acordo de Consórcio, conforme previsto no artigo 8.º
responsabilidade social das organizações, desde 5 - À instituição com função de gestão compete:
que da parceria não resultem quaisquer lucros ou
proveitos para as empresas candidatas. a) Receber e executar diretamente o financiamento
atribuído ao projeto;
2 - Podem candidatar-se outras entidades públicas e b) Garantir a execução administrativo-financeira
privadas que evidenciem corresponder a uma direta das atividades desenvolvidas pelo projeto;
vocação de intervenção junto dos participantes do c) Proceder à contratação de serviços de suporte à
Programa Escolhas e que disponham de dinamização do projeto, quando necessário;
competências específicas relevantes para as d) Proceder à contratação dos recursos humanos
atividades propostas. afetos ao projeto;

69
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

e) Organizar e manter atualizado o dossiê financeiro e intervenção, com base no diagnóstico efetuado, bem
contabilístico do projeto, nos termos do artigo como a elaboração do respetivo orçamento.
26.º; 6 - Compete ainda ao consórcio aprovar os planos
f) Garantir a organização e produção documental detalhados de atividades, bem como os relatórios de
necessária à interlocução com a coordenação do avaliação do projeto.
Programa Escolhas, em todos os domínios 7 - Aos elementos que representam e/ou exercem
previstos no presente regulamento, alguma função nas instituições do consórcio é vedada
designadamente, pedidos de reembolso; a possibilidade de integrarem as equipas técnicas dos
g) Articular as ações inerentes às suas atribuições com projetos a que se candidatam.
a instituição promotora e restante consórcio. 8 - A dinamização do consórcio cabe à entidade
promotora que, para o efeito, deve promover a
6 - Para além do disposto no n.º 3 do artigo 6.º do realização de reuniões do consórcio pelo menos de
presente regulamento, a entidade com função de dois em dois meses, com a presença dos
gestão e a entidade promotora deverão ter, à data de representantes de todas as instituições que o
início do projeto, a sua situação regularizada junto da integram e com registo escrito dos assuntos
Segurança Social e da Administração Fiscal. abordados e das decisões tomadas.
7 - As instituições com função de gestão do projeto têm 9 - O Acordo de Consórcio referido no n.º 2 do presente
que possuir contabilidade organizada ou artigo pode ser alterado sempre que se justifique,
comprometer-se a ter contabilidade organizada à desde que reúna a maioria qualificada de dois terços
data de início do projeto, devendo a contabilidade ser e a aprovação do Alto-Comissário para as Migrações.
obrigatoriamente elaborada sob a responsabilidade 10 - A alteração do Acordo de Consórcio deverá ser
de um Técnico Oficial de Contas (TOC). realizada através da convocação de uma reunião de
8 - As instituições com função de gestão que sejam consórcio onde estarão presentes as instituições que
entidades adjudicantes para efeitos do disposto no o compõem, da qual será lavrada uma ata com a
artigo 2.º do Código dos Contratos Públicos, aprovado deliberação efetuada nos termos do número anterior,
pelo Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiro, que deverá ser enviada para aprovação do Alto-
comprometem-se a cumprir os procedimentos de Comissário para as Migrações.
contratação pública. 11 - Após a aprovação da candidatura, os consórcios
9 - As instituições com função de gestão não poderão podem, mediante acordo prévio do Programa
assumir a gestão de mais do que dois projetos no Escolhas, envolver na prossecução da sua intervenção
âmbito do Programa Escolhas. outros parceiros que contribuam para os fins
previstos, através de apoios complementares e sem
Artigo 8.º que dupliquem recursos para o mesmo fim.
Consórcio
Artigo 9.º
1 - Os consórcios devem incluir no mínimo quatro Projetos
instituições.
2 - Nos termos dos princípios gerais enunciados no artigo 1 - Entende-se por projeto o conjunto de atividades a
5.º, as candidaturas deverão ser acompanhadas de desenvolver pelo consórcio, destinadas a um
um Acordo de Consórcio, no qual são identificadas as conjunto de participantes, durante um certo período
instituições promotora e parceiras, a duração do de tempo, num determinado âmbito territorial e com
projeto, as responsabilidades e contributos de cada vista a cumprir os objetivos definidos no n.º 1 do
uma destas instituições, no que se refere aos recursos artigo 2.º
financeiros, humanos e materiais indispensáveis à 2 - Cada projeto deve identificar as medidas a que se
execução do projeto, as funções que lhes sejam candidata, identificando as atividades propostas no
atribuídas, bem como os mecanismos de decisão âmbito da sua proposta de intervenção para cada
dentro do consórcio. uma das medidas, bem como os meios afetos e os
3 - Os contributos financeiros, humanos e materiais resultados a atingir.
referidos no número anterior e disponibilizados pelas 3 - Os projetos são obrigados a candidatar-se a duas das
instituições que integram o consórcio deverão ser seguintes medidas: I, II, III e V.
quantificados na candidatura e no Acordo de 4 - Os projetos são ainda obrigados a candidatar-se à
Consórcio. Medida IV.
4 - É obrigação do consórcio assegurar os recursos de 5 - Os projetos têm a duração de um ano, devendo ter
gestão administrativa e financeira do projeto, sem início a 1 de janeiro de 2016 e fim em 31 de
prejuízo do disposto no n.º 9 do artigo 17.º dezembro de 2016, podendo ser renovados
5 - Ao consórcio compete a conceção, execução, anualmente até ao máximo de duas renovações,
acompanhamento e avaliação da proposta de

70
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

desde que obtido parecer positivo do Alto-Comissário 6 - No âmbito da Medida IV, os CID deverão ter um
para as Migrações, tendo como data limite 31 de horário mínimo de 20 horas semanais ao serviço dos
dezembro de 2018. participantes, durante as quais funcionarão sob
6 - Complementarmente, serão lançados dois novos orientação e dinamização do respetivo monitor CID.
períodos de candidaturas em 2016 e 2017 para 7 - No âmbito do seu horário de funcionamento, os CID
intervenções de natureza experimental e inovadora, deverão ter, no mínimo, 15 horas semanais de
com a duração de dois e um ano, respetivamente, em atividades que promovam o desenvolvimento de
condições a definir posteriormente pelo Alto- competências e a certificação em Tecnologias de
Comissário para as Migrações. Informação e Comunicação (TIC).
7 - Serão financiados três projetos-piloto a desenvolver 8 - O horário de funcionamento dos CID poderá ser
em território europeu, sujeitos às regras e superior a 20 horas semanais, devendo neste caso as
procedimentos previstos no presente regulamento, horas complementares e as atividades das restantes
sendo as respetivas instituições convidadas medidas ser asseguradas por qualquer elemento das
diretamente pelo Alto-Comissário para as Migrações. equipas técnicas.
9 - Não será financiada a implementação de um CID
Artigo 10.º sempre que na sua proximidade existam respostas
Centros de Inclusão Digital similares que possam servir os mesmos participantes.
10 - Os CID que não atinjam os objetivos e resultados a
1 - As candidaturas à Medida IV devem coexistir, que se proponham anualmente, nomeadamente ao
obrigatoriamente, com a candidatura a duas das nível das certificações, poderão em qualquer
restantes medidas, acentuando assim o seu caráter momento, mediante parecer fundamentado do Alto-
transversal. Comissário para as Migrações, ver cessada a sua
2 - A Medida IV contempla a implementação de Centros atividade.
de Inclusão Digital (CID), que consistem em espaços
vocacionados para o acesso a atividades ocupacionais CAPÍTULO IV
e de desenvolvimento de competências, para cursos Das Candidaturas
de iniciação e certificação em Tecnologias de
Informação e Comunicação (TIC) e para apoio ao Artigo 11.º
sucesso escolar e à empregabilidade. Apresentação de candidaturas
3 - A implementação do CID obedece à seguinte
tipologia: 1 - As candidaturas são apresentadas em formulários
próprios disponibilizados através de um sítio
a) 6 Computadores em rede; específico do Programa Escolhas na Internet
b) 1 Impressora multifunções; (http://candidatura.programaescolhas.pt), devendo
c) 1 Máquina fotográfica digital; todas as páginas ser impressas e rubricadas por quem
d) 1 Máquina de filmar digital; nas entidades tenha poderes para o ato.
e) Software; 2 - A candidatura deve conter obrigatoriamente a
f) Mobiliário. seguinte informação:
4 - Caso as instituições candidatas já sejam gestoras de a) Indicação do diagnóstico local;
centros informáticos, nomeadamente de CID, podem b) Caracterização e identificação dos fatores de risco
ainda: dos participantes diretos do projeto;
a) Candidatar-se ao financiamento para a aquisição c) Plano de atividades do projeto, com um
de equipamento, de forma a poderem completar cronograma e organizado por medidas, nos
a sua oferta equiparando-a ao modelo CID; termos do artigo 3.º do presente regulamento;
b) Candidatar-se ao financiamento relativo ao d) Horários das atividades e dos técnicos do projeto;
investimento inicial previsto no n.º 3 do presente e) Objetivos e resultados intercalares e finais a atingir
artigo, exceto quando o equipamento tenha sido no âmbito do projeto;
adquirido no decorrer da 5.ª Geração do f) Matriz de cruzamento entre as atividades a
Programa Escolhas. desenvolver, as necessidades identificadas e os
resultados esperados;
5 - Compete a cada consórcio assegurar enquanto seu g) Descrição sumária do processo de autoavaliação
contributo: proposto;
a) Espaço adequado à instalação do CID; h) Orçamento desagregado pelas rubricas
b) Segurança do espaço e dos seus equipamentos, orçamentais previstas;
incluindo seguro obrigatório dos equipamentos.

71
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

i) Recursos humanos a afetar ao projeto, funções e a) Pessoalmente, até às 17h do dia 30 de novembro
remuneração ou honorários, bem como, caso já de 2015, no seguinte local: Programa Escolhas -
estejam identificados, os curricula dos candidatos; Rua dos Anjos, n.º 66, 3.º andar, 1150-039 Lisboa;
j) Contributos suportados pelo consórcio, incluindo b) Por carta registada, com aviso de receção, enviada
infraestruturas, equipamentos, recursos humanos, até à data referida na alínea anterior, para o
transportes, etc.; seguinte endereço:
k) Acordo de consórcio subscrito pelas instituições
proponentes, com a descrição das Programa Escolhas - Rua dos Anjos, n.º 66, 3.º andar,
responsabilidades de cada instituição; 1150-039 Lisboa.
l) Sujeição da entidade com função de gestão ao
disposto no artigo 2.º do Código dos Contratos Artigo 12.º
Públicos, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 18/2008, Critérios e prioridades de apreciação das candidaturas
de 29 de janeiro;
m) Síntese breve dos aspetos inovadores do projeto, 1 - Apenas são submetidas a apreciação as candidaturas
relativamente às metodologias e desenvolvimento que cumpram os requisitos formais e as condições de
das atividades e a sua adequação ao diagnóstico e acesso estabelecidos no presente regulamento nos
à especificidade dos participantes selecionados; seguintes domínios:
n) Identificação da complementaridade do projeto a) Locais e ou prazos de entrega;
com outras iniciativas nacionais ou europeias, que b) Limites de financiamento;
contribuam para a resolução de necessidades c) Duração do projeto;
diagnosticadas, referindo nomeadamente outras d) Documentos exigidos no n.º 3 do artigo 6.º e no n.º
iniciativas ou projetos congéneres que se estejam 7 do artigo 7.º;
a desenvolver para os mesmos participantes ou no e) Candidatura em consórcio;
mesmo território; f) Participantes diretos elegíveis em número igual ou
o) Documentos demonstrativos dos requisitos superior a 50 por ano e participantes indiretos
constantes no n.º 3 do artigo 6.º e no n.º 7 do elegíveis em número igual ou superior a 100 por
artigo 7.º; ano;
p) Roteiro de sustentabilidade de forma a promover a g) Instituição apta para assegurar a função de gestão.
continuidade do projeto, após o termo do
financiamento do Programa Escolhas; 2 - As candidaturas que não cumprirem um ou mais dos
q) Indicação e apresentação dos instrumentos de requisitos referidos no número anterior serão
avaliação previstos; liminarmente excluídas.
r) Indicação das formas de participação dos 3 - Na apreciação das candidaturas serão considerados os
participantes diretos e indiretos na conceção, seguintes critérios:
implementação e avaliação do projeto; a) Qualidade do diagnóstico, nomeadamente na sua
s) Identificação do recurso Escolhas que pretendem capacidade de quantificar e comparar os dados
implementar, estando a listagem dos recursos locais com dados regionais e nacionais;
disponível no sítio do Programa Escolhas em b) Localização em territórios com maiores índices de
www.programaescolhas.pt. exclusão de crianças e jovens;
3 - As candidaturas deverão ser acompanhadas de cópia c) Prioridade face aos fatores de risco dos
do parecer do Conselho Local de Ação Social, sempre participantes diretos definidos no artigo 4.º;
que ele exista, sobre a adequabilidade da proposta de d) Coerência entre o diagnóstico local, os objetivos,
intervenção face ao diagnóstico, o qual deverá ser os resultados esperados, as atividades propostas e
apresentado com a candidatura ou, tal não sendo os recursos a afetar ao projeto;
possível, até ao dia 11 de dezembro de 2015. e) Clareza na definição dos objetivos e resultados a
4 - O parecer do Conselho Local de Ação Social é alcançar, nomeadamente os indicadores
apreciado em termos de «favorável» ou mensuráveis e verificáveis para avaliação do
«desfavorável», constituindo, neste último caso, fator projeto;
de exclusão. f) Adequação e inovação das soluções de intervenção
5 - O parecer do Conselho Local de Ação Social, sendo propostas, bem como dos horários e locais, aos
«favorável», não é vinculativo, nem se estabelece problemas identificados;
como fator de majoração na avaliação das g) Participação das crianças e jovens na conceção,
candidaturas. implementação e avaliação do projeto;
6 - As candidaturas podem ser entregues: h) Ambição global do projeto, nomeadamente a sua
capacidade de efetivamente responder aos
problemas identificados, bem como a sua

72
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

capacidade de encontrar respostas estruturantes, 6 - O júri conta com o apoio de um secretariado técnico,
abrangentes e eficazes face aos desafios para a avaliação inicial das candidaturas, com
propostos; verificação dos requisitos, análise técnica e financeira
i) Perfil do coordenador e restantes recursos técnicos, das candidaturas, e, quando necessário, pedidos
bem como envolvimento de recursos humanos - complementares de informação.
técnicos e dinamizadores - que tenham já 7 - Após análise das candidaturas, em conformidade com
desenvolvido atividades relevantes com os o disposto no presente regulamento, o júri emite
participantes do Programa Escolhas; parecer escrito com a classificação das candidaturas
j) Integração no consórcio das instituições prioritárias que identifique, de forma fundamentada, quais os
previstas no n.º 1 do artigo 6.º; projetos a apoiar prioritariamente.
k) Adequação da composição do consórcio à 8 - O parecer do júri deve ser emitido no prazo de 15 dias
intervenção proposta no projeto; após a conclusão da análise das candidaturas.
l) Sustentabilidade do projeto no sentido de garantir, 9 - Não há lugar a audiência prévia, nos termos do artigo
após o termo do mesmo, a continuidade da 124.º do Código do Procedimento Administrativo.
intervenção, quer através da otimização dos 10 - As instituições promotoras são notificadas, por
recursos disponibilizados pelo consórcio, quer correio eletrónico, da classificação das candidaturas,
através da autonomização e responsabilização dos com a ata do júri e o despacho do Alto-Comissário
participantes, quer ainda através do recurso a para as Migrações, ficando a respetiva matriz de
outras fontes de financiamento. avaliação acessível no sítio específico do Programa
Escolhas na Internet
4 - A análise das candidaturas, nas suas componentes (http://candidatura.programaescolhas.pt).
técnicas e financeira, tem por base uma matriz que 11 - Recebida a notificação prevista no número anterior,
incorpora os critérios e prioridades definidos nos as instituições promotoras e com função de gestão,
números anteriores e cuja aplicação determina a mediante prazo fixado pelo Programa Escolhas, terão
classificação provisória das mesmas, seguindo-se o de apresentar documentos comprovativos de que
disposto no artigo seguinte. têm a sua situação regularizada junto da Segurança
5 - A matriz de avaliação referida no número anterior Social e da Administração Fiscal, sob pena de
estará disponível no endereço exclusão.
www.programaescolhas.pt, no dia útil seguinte à data 12 - A exclusão de uma candidatura por não
da publicação do presente regulamento. preenchimento dos requisitos previstos no número
anterior determina a sua substituição pela
Artigo 13.º candidatura imediatamente seguinte.
Aprovação de candidaturas 13 - As candidaturas melhor classificadas são aprovadas
conforme disponibilidade orçamental.
1 - As candidaturas apresentadas no âmbito do presente 14 - No caso de ser identificada alguma alteração à
regulamento são aprovadas pelo Alto-Comissário candidatura, a aprovação da mesma fica sujeita à
para as Migrações, ouvido o parecer de um júri aceitação, pelo consórcio, das alterações técnicas e
constituído por cinco membros efetivos, um dos ou financeiras propostas.
quais presidirá. 15 - A notificação relativa à aprovação da candidatura é
2 - Os membros do júri são convidados pelo Alto- acompanhada de um termo de aceitação que deve
Comissário para as Migrações, tendo em conta o seu ser assinado pelas instituições do consórcio e
mérito nas áreas de atuação do Programa Escolhas e remetido ao Programa Escolhas, por correio registado
ou a sua representação junto dos financiadores do com aviso de receção, no prazo máximo de cinco dias
Programa Escolhas. úteis após a sua receção.
3 - O júri previsto nos números anteriores é constituído 16 - A falta de resposta, nos termos do número anterior,
por despacho do Alto-Comissário para as Migrações. vale como recusa da aceitação, com consequente
4 - O despacho constitutivo do júri designará o vogal anulação da aprovação da candidatura.
efetivo que substituirá o presidente nas suas faltas e 17 - Do termo de aceitação deverá constar a medida ou
impedimentos, bem como, também para as situações medidas a que se candidata o projeto, a duração
de falta e impedimento, vogais suplentes em número deste, o montante do financiamento a atribuir e as
idêntico ao dos efetivos. eventuais alterações a propor pelo Programa
5 - O despacho constitutivo do júri será disponibilizado Escolhas.
aos candidatos no endereço 18 - Com a assinatura do termo de aceitação e respetiva
www.programaescolhas.pt até à data limite para a receção no Programa Escolhas, ficam as partes
apresentação das candidaturas. obrigadas ao integral cumprimento do estabelecido
nesse documento e no presente regulamento.

73
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

19 - O Programa Escolhas financiará, no âmbito do 3 - Para além do disposto no número anterior, a Medida
processo de apreciação e aprovação das candidaturas IV tem um financiamento anual com o limite máximo
apresentadas, um total máximo de 88 projetos. de (euro) 12.500.
20 - A seleção dos projetos a financiar tem em conta o 4 - A aquisição de equipamento informático e de
seu contributo para a coesão social e territorial e mobiliário só pode ser efetuada no primeiro ano de
assegura a sua distribuição pelo território nacional, execução do projeto, até ao montante de (euro)
por regiões, respeitando a Nomenclatura de 4.100, devendo os restantes (euro) 8.400 ser
Unidades Territoriais para Fins Estatísticos - Unidades utilizados, no mesmo ano de execução, para
de Nível II (NUTS II), e internacional, nos termos pagamento das despesas com o Monitor CID.
seguintes: 5 - No segundo e no terceiro ano de execução do projeto,
a verba correspondente aos (euro) 4.100 deverá ser
a) Norte - 22 projetos; utilizada para aquisição de materiais informáticos e
b) Centro - 12 projetos; de software e ou de ações de formação no âmbito da
c) Lisboa - 40 projetos; Medida IV, estando qualquer uma destas despesas
d) Alentejo - 7 projetos; sujeita a autorização prévia do Alto-Comissário para
e) Algarve - 4 projetos; as Migrações, devendo os restantes (euro) 8.400 ser
f) Regiões Autónomas - 3 projetos. igualmente utilizados para pagamento das despesas
21 - A seleção de projetos a financiar far-se-á no âmbito com o Monitor CID
exclusivo de cada região, não existindo uma 6 - Se os projetos se candidatarem à figura do
classificação global de nível nacional. Dinamizador Comunitário, será atribuído um
22 - Quando apresentadas duas ou mais candidaturas financiamento cujo valor máximo anual se situa nos
para a mesma unidade territorial, nomeadamente (euro) 7.200.
sítio, bairro, freguesia, entre outros, só será aprovada 7 - Tratando-se dos projetos europeus previstos no n.º 23
a melhor classificada. do artigo 13.º, o financiamento corresponde às
23 - Para além dos projetos previstos nos números verbas descritas nos n.ºs 2 a 6 do presente artigo,
anteriores, serão ainda financiados três projetos- acrescido de 50 %.
piloto a desenvolver em países europeus com forte 8 - Os financiamentos referidos nos n.ºs 2 a 6 do
presença de emigrantes, sendo as respetivas presente artigo são cumulativos.
instituições convidadas diretamente pelo Alto- 9 - O financiamento descrito no termo de aceitação fica
Comissário para as Migrações. condicionado, no ano subsequente ao da sua
aceitação, ao orçamento do Programa Escolhas
Artigo 14.º definido anualmente.
Alterações ao projeto 10 - A assinatura do termo de aceitação confere aos
consórcios candidatos o direito à receção do
As alterações ao projeto aprovado em matéria de financiamento para as Medidas I, II, III, IV e V, nos
atividades, reformulações orçamentais e demais termos definidos nas alíneas seguintes:
condições determinantes da sua execução, têm de ser a) Um adiantamento inicial correspondente a 25 % do
solicitadas via eletrónica pela instituição promotora e montante aprovado para o ano;
gestora e estão sujeitas à aprovação da equipa técnica do b) O financiamento posterior será efetuado através
Programa Escolhas. de reembolso das despesas em datas a definir
pelo Programa Escolhas no início de cada ano, até
CAPÍTULO V ao montante máximo de 90 % do orçamento anual
Do Financiamento e Elegibilidade (incluindo o adiantamento inicial), mediante a
apresentação de pedido pelas instituições com
Artigo 15.º função de gestão;
Financiamento c) Um acerto final, efetuado através da aprovação da
prestação de contas apresentada pelo projeto
1 - Dentro dos parâmetros de elegibilidade definidos no para cada ano.
presente regulamento, os projetos poderão ser
financiados numa base modular, consoante a sua 11 - No âmbito da Medida IV, o Programa Escolhas
ambição e capacidade de resposta, da seguinte libertará, com o adiantamento inicial, 100 % da verba
forma: relativa às despesas com equipamento informático e
2 - Para as Medidas I, II, III e V, o financiamento anual mobiliário.
tem o limite máximo de (euro) 49.500, o que 12 - O financiamento previsto no número anterior ficará
pressupõe que o projeto se candidate condicionado à disponibilidade financeira do
obrigatoriamente a duas destas medidas.

74
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Programa Escolhas, o que poderá determinar o Artigo 17.º


adiamento do início das atividades da Medida IV. Encargos com pessoal
13 - Os pedidos de reembolso das despesas deverão ser
submetidos na plataforma eletrónica disponibilizada 1 - São considerados encargos com pessoal os
pelo Programa Escolhas. decorrentes das remunerações e encargos sociais
14 - Os pagamentos efetuados pelos projetos no mês de obrigatórios, despesas com alimentação, ajudas de
janeiro, relativos a despesas incorridas no ano custo e subsídio de deslocação do pessoal contratado
anterior, devem ser contabilizados no ano a que se para o projeto.
refere a despesa. 2 - São também considerados encargos com pessoal os
15 - Os pedidos de reembolso são enviados em decorrentes dos honorários devidos aos
formulário próprio disponibilizado pelo Programa trabalhadores independentes.
Escolhas na plataforma eletrónica, devendo ser 3 - Os encargos com remunerações referidos nos
assinados pelo representante da instituição com números anteriores são financiáveis até ao limite
função de gestão, com poderes para o ato, e pelo máximo de (euro) 1.300 mensais.
Técnico Oficial de Contas (TOC), com aposição da 4 - Os restantes encargos referidos no n.º 1 são
respetiva vinheta. financiáveis de acordo com as regras e montantes
16 - A prestação de contas final, relativa a cada ano civil, aplicáveis na função pública.
será apresentada até ao dia 31 de janeiro do ano 5 - Os encargos com pessoal são financiáveis até ao limite
seguinte ou, excecionalmente, em data posterior a de 85 % do orçamento das Medidas I, II, III, IV e V.
definir, em formulário próprio disponibilizado pelo 6 - Todos os encargos com o Dinamizador Comunitário,
Programa Escolhas na plataforma eletrónica, devendo qualquer que seja o vínculo contratual estabelecido,
ser assinado pelo representante da instituição com estão limitados ao montante previsto no n.º 6 do
função de gestão, com poderes para o ato, e pelo artigo 15.º
Técnico Oficial de Contas (TOC), com aposição da 7 - São igualmente financiáveis os encargos decorrentes
respetiva vinheta. da cessação de contratos de trabalho de pessoal
17 - A libertação dos adiantamentos relativos ao segundo contratado para o projeto, que resultem de direito a
e terceiro anos, caso haja renovação do projeto, férias, subsídio de Natal e de férias e subsídio de
ocorrerá após a prestação de contas final do ano alimentação, quando a estes haja direito, bem como
transato. de compensações decorrentes da caducidade de
18 - Todos os pagamentos só serão efetuados mediante contratos de trabalho a termo ocorridos no final do
comprovativo válido da inexistência de dívidas à projeto, não sendo financiáveis outras indemnizações
Administração Fiscal e à Segurança Social. ou compensações decorrentes de outra forma de
19 - No caso de o projeto não executar as verbas cessação de contratos de trabalho.
aprovadas no orçamento anual, não serão 8 - Em caso de revogação do projeto nos termos do
autorizadas transferências para o ano seguinte. disposto no n.º 3 do artigo 22.º, as compensações
20 - Os apoios e financiamentos previstos e concedidos decorrentes da caducidade de contratos de trabalho
no âmbito do presente regulamento não são a termo a que se referem o número anterior apenas
cumuláveis com quaisquer outros de outras são financiáveis até à data da revogação do projeto.
entidades nacionais ou internacionais que revistam a 9 - Como situação excecional ao n.º 4 do artigo 8.º,
mesma natureza e se destinem a despesas já podem ser incluídas despesas com serviço de
consideradas e apoiadas. empresa de contabilidade que envolva
obrigatoriamente o serviço de um Técnico Oficial de
Artigo 16.º Contas (TOC), responsável pelas contas do projeto,
Despesas Elegíveis com o limite máximo de (euro) 200 por mês com IVA
incluído à taxa legal.
1 - São consideradas elegíveis no âmbito do presente 10 - Deverão ser previstas despesas com deslocações e
regulamento as despesas efetuadas entre a data de estadias, nomeadamente as que decorrem do plano
aprovação da candidatura e o final da execução do de formação contínua disponibilizado pelo Programa
projeto, desde que apresentadas nos prazos e Escolhas:
condições previstos no presente regulamento.
2 - São elegíveis as despesas seguintes: a) Despesas de deslocação relativas a, pelo menos,
doze ações de formação dirigidas aos
a) Encargos com pessoal; coordenadores e ou técnicos;
b) Aquisição de bens e serviços; b) Despesas de deslocação relativas a, pelo menos,
c) Aquisição de equipamentos. dez ações de formação dirigidas aos
dinamizadores comunitários;

75
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

c) Despesas de deslocação relativas a, pelo menos, Artigo 20.º


três ações de formação dirigidas a monitores CID. Despesas não elegíveis
11 - No caso específico dos projetos localizados nas São consideradas não elegíveis a financiamento no
Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira e em âmbito do Programa Escolhas as seguintes despesas:
território europeu, o Programa Escolhas assumirá as
despesas de deslocação referentes às ações de a) Despesas efetuadas antes da data de início do
formação acima descritas. projeto ou posteriores aos prazos anuais de
execução previstos na candidatura aprovada;
Artigo 18.º b) Juros devedores e comissões, decorrentes da
Despesas com a aquisição de bens e serviços utilização da conta bancária, assim como
quaisquer juros devidos a atrasos nos pagamentos
1 - São elegíveis as despesas com a aquisição de bens e ao Estado e outros entes públicos ou a
serviços necessários ao desenvolvimento das fornecedores;
atividades do projeto que se traduzam na aquisição, c) Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)
elaboração e reprodução de documentos, aquisição suportado na aquisição de bens e serviços, exceto
de material pedagógico, de escritório e outros quando suportado por entidades que não são
consumíveis, bens não duradouros, comunicações, reembolsadas deste imposto;
despesas gerais de manutenção e transporte, bem d) Aquisição ou arrendamento de imóveis;
como alimentação e ingressos em atividades e) Encargos com empreitada de obras para
definidas no plano detalhado de atividades. construção de equipamentos sociais de raiz ou
2 - Podem ser igualmente elegíveis despesas com a benfeitorias realizadas em equipamentos
aquisição de outros bens e ou outros serviços existentes, salvo situações devidamente
necessários ao desenvolvimento das atividades do aprovadas pelo Alto-Comissário para as
projeto, desde que aprovadas previamente pelo Alto- Migrações;
Comissário para as Migrações. f) Imposto Municipal sobre Imóveis, multas e
encargos com processos judiciais;
Artigo 19.º g) Despesas decorrentes da contratação de outras
Despesas com a aquisição de equipamentos entidades para aquisição de bens ou prestação de
serviços que possam ser disponibilizados
1 - São elegíveis as despesas com a aquisição de bens gratuitamente pelas instituições que integram o
móveis duradouros necessários ao desenvolvimento consórcio;
dos projetos, desde que devidamente h) Aquisição de veículos automóveis, exceto quando
fundamentadas, dentro de limites de razoabilidade devidamente fundamentada a sua necessidade e
do custo e caso não possam ser cedidos pertinência para a intervenção e desde que
temporariamente pelo consórcio. obtenha aprovação do Alto-Comissário para as
2 - Os bens adquiridos com financiamento do Programa Migrações;
Escolhas devem estar afetos aos fins para os quais i) A comparticipação que as entidades promotoras e
foram adquiridos durante o período de execução do as entidades com função de gestão são obrigadas
projeto e, após o termo do mesmo, até ao limite a assegurar no âmbito de programas de apoio
máximo do período de amortização legalmente governamentais a que se candidatam;
fixado. j) Despesas que não se enquadrem nos fins e
3 - As instituições não podem dar de exploração ou objetivos do Programa Escolhas.
utilizar para outro fim, locar, alienar ou, por qualquer
modo, onerar, no todo ou em parte, sem Artigo 21.º
consentimento prévio do Programa Escolhas, os Receitas
equipamentos adquiridos para realização do projeto.
4 - No termo do período de execução do projeto, e se 1 - Os projetos não poderão cobrar quaisquer montantes
notificado para o efeito, o direito de propriedade dos pela frequência das atividades ou pela prestação dos
bens adquiridos com financiamento do Programa serviços previstos no plano de atividades ou que
Escolhas reverterá automaticamente para o decorram da sua intervenção.
Programa Escolhas, devendo ser-lhe devolvidos os 2 - Excecionalmente, poderão ser obtidas receitas, desde
bens em bom estado de conservação. que angariadas no âmbito das atividades
desenvolvidas pelos jovens e que as mesmas sejam
devidamente contabilizadas e reinvestidas em
benefício dos jovens.

76
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 22.º Comissário para as Migrações, mediante parecer


Suspensão e Revogação do Financiamento devidamente fundamentado;
e) Se verifique a não implementação das atividades a
1 - Os financiamentos poderão ser objeto de suspensão que o projeto se propõe.
sempre que:
4 - A decisão de revogação do financiamento é
a) Não sejam apresentados comprovativos de comunicada à instituição promotora por carta
despesas efetuadas e pagas nos termos previstos registada com aviso de receção.
neste regulamento; 5 - A decisão de suspensão e de revogação do
b) Se verifique o incumprimento dos objetivos e financiamento cabe ao Alto-Comissário para as
resultados previstos na candidatura e nos planos Migrações.
de atividades;
c) Se verifique o incumprimento das regras, Artigo 23.º
procedimentos e deveres previstos no presente Efeitos da revogação do financiamento
regulamento, nomeadamente o disposto nos
artigos 16.º a 21.º; 1 - A revogação do financiamento determina a reversão
d) Se verifique, quanto à execução técnica do projeto, automática para o Programa Escolhas do direito de
uma avaliação interna insatisfatória, devidamente propriedade dos bens adquiridos para realização do
fundamentada e ratificada pelo Alto-Comissário projeto e a consequente devolução dos mesmos, em
para as Migrações, nos termos da alínea b) do n.º bom estado de conservação, no prazo de 15 dias após
3 do artigo 29.º; a notificação da decisão.
e) Se verifique o incumprimento por parte da 2 - O Programa Escolhas gozará, igualmente, da
instituição promotora/gestora de submissão aos faculdade de exigir a restituição de todas e quaisquer
procedimentos de avaliação e controlo previstos quantias que tenha financiado nos termos do
no presente regulamento ou noutros diplomas presente regulamento.
legais aplicáveis ou aos ajustamentos referentes a 3 - A responsabilidade pela restituição das verbas é em
aspetos negativos referidos na avaliação interna, primeiro lugar da instituição com função de gestão do
nos termos da alínea b) do n.º 3 do artigo 29.º; projeto e, subsidiariamente, de todas as instituições
f) Se verifique um comportamento, por ação ou do consórcio.
omissão, de tal forma grave que quebre a relação
de confiança subjacente à execução dos presentes CAPÍTULO VI
financiamentos; Das Obrigações das Instituições
g) Se verifique uma implementação deficiente das
medidas e atividades a que o projeto se propõe. Artigo 24.º
Recursos humanos
2 - A decisão de suspensão do financiamento é
comunicada à entidade promotora por carta 1 - Cada projeto deve prever, selecionar, contratar ou
registada com aviso de receção, sendo concedido um afetar os recursos técnicos considerados necessários
prazo, não superior a 90 dias, para regularizar as e suficientes para a execução das atividades
deficiências detetadas ou para apresentar constantes do projeto.
justificações e alterações a implementar referentes 2 - Os recursos técnicos selecionados por cada projeto
aos aspetos negativos referidos na avaliação. não poderão integrar os órgãos sociais das
3 - Os financiamentos são objeto de revogação sempre instituições que compõem o respetivo consórcio.
que: 3 - Uma vez que as atividades dos projetos envolvem o
a) Decorra o período estipulado no número anterior, contacto com menores, a entidade gestora deverá, de
sem terem sido sanadas as irregularidades que acordo com a Lei n.º 113/2009, de 17 de setembro,
levaram à suspensão do financiamento; solicitar aos candidatos a apresentação de certificado
b) Seja constatada uma situação de dívida não do registo criminal e atender, na avaliação que faz
regularizada à Segurança Social ou à dos mesmos, à informação constante do certificado
Administração Fiscal, por parte da instituição do para aferir da idoneidade do candidato para o
consórcio com função de gestão, por um prazo exercício das funções.
superior a 90 dias a contar da data da notificação; 4 - Cada projeto deve possuir um coordenador, o qual
c) Seja constatada uma situação de falsas deve ter formação académica superior,
declarações; preferencialmente na área social ou de gestão, e
d) Os incumprimentos que fundamentam a suspensão experiência profissional adequada às funções que vai
sejam considerados insanáveis pelo Alto- desempenhar ou, não tendo formação académica
superior, deter um curriculum profissional de grande

77
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

experiência nos domínios de ação do Programa 12 - A designação do monitor do CID do projeto depende
Escolhas. da realização de um procedimento avaliativo e do
5 - Cada projeto deve apresentar o curriculum vitae do parecer prévio vinculativo do Alto-Comissário para as
candidato a coordenador de projeto com a Migrações, devendo ser apresentado o curriculum
candidatura, ou em momentos posteriores caso se vitae do candidato.
verifique a sua substituição, ficando a sua designação 13 - Para além das 20 horas semanais afetas à medida IV,
dependente da realização de uma avaliação o monitor CID poderá dinamizar atividades no âmbito
promovida pelo Programa Escolhas, bem como de das restantes medidas, desde que possua perfil e
parecer favorável do Alto-Comissário para as competências nas matérias em causa.
Migrações, o qual terá natureza vinculativa. 14 - Os projetos poderão ainda candidatar-se à
6 - O coordenador de projeto referido no número integração de um Dinamizador Comunitário.
anterior tem que estar exclusivamente afeto ao 15 - Os dinamizadores comunitários deverão ser jovens
projeto a tempo integral, numa carga horária de 40 oriundos dos territórios de intervenção, entre os 19 e
horas semanais. os 30 anos, com o mínimo do 9.º ano de escolaridade
7 - O coordenador do projeto deverá ser proposto por completa e o máximo de frequência do 12.º ano à
mútuo acordo entre as instituições integrantes do data de início do projeto.
consórcio. 16 - Os dinamizadores comunitários deverão colaborar a
8 - Compete ao coordenador do projeto: tempo parcial, com um horário mínimo de 25
horas/semanais, sendo essas horas suportadas no
a) Garantir a monitorização e avaliação da execução âmbito do financiamento específico para o
das atividades, cumprindo os objetivos da dinamizador comunitário.
avaliação do projeto; 17 - A designação do dinamizador comunitário do projeto
b) Participar na execução das atividades do projeto; depende do parecer prévio vinculativo do Alto-
c) Assumir a interlocução com a gestão do Programa Comissário para as Migrações, devendo para o efeito
Escolhas; ser apresentado o curriculum vitae e o certificado de
d) Mobilizar e dinamizar o consórcio local, criando as habilitações do candidato.
melhores condições para o cumprimento dos 18 - Os dinamizadores comunitários deverão,
resultados fixados no projeto; obrigatoriamente, terminar o projeto com o mínimo
e) Garantir a articulação e harmonização das do 12.º ano como habilitação escolar ou, no caso em
atividades do projeto com as políticas nacionais e que tal já se verifique, com uma qualificação adicional
ou europeias, de modo a que possam contribuir face ao perfil de entrada.
para o êxito e sustentabilidade do projeto; 19 - Os dinamizadores comunitários anteriormente
f) Promover a recolha e difusão da informação envolvidos na 4.ª e 5.ª Geração do Programa Escolhas
necessária à boa execução do projeto; não poderão transitar para uma nova geração
g) Participar e fazer participar a equipa técnica do enquanto dinamizadores comunitários.
projeto no processo de formação adotado pelo 20 - Não são permitidas substituições de dinamizadores
Programa Escolhas; comunitários após 18 meses de execução do projeto.
h) Negociar e ser mediador com os vários
interlocutores internos e externos, que sejam Artigo 25.º
necessários à concretização dos objetivos do Dossiê Técnico
projeto.
9 - A entidade com função de gestão deverá promover a 1 - As instituições promotoras ficam obrigadas a
substituição de qualquer elemento da equipa técnica organizar e manter atualizado um dossiê técnico do
afeta à execução do projeto que não esteja a cumprir projeto que contenha cópias dos seguintes
as suas funções com a diligência devida. elementos:
10 - A substituição do coordenador do projeto ou de a) Candidatura aprovada, acordo de consórcio, termo
qualquer outro elemento da equipa técnica carece de de aceitação e protocolo de cooperação;
apresentação de justificação, bem como do b) Planos de atividades e relatórios de avaliação
cumprimento das condições expressas no presente semestrais e anuais;
artigo. c) Reformulações dos planos de atividades, sempre
11 - A equipa técnica, incluindo o coordenador de que se verifiquem, com a respetiva
projeto, deve participar obrigatoriamente no fundamentação e autorização;
programa de formação proposto pelo Programa d) Registo sistemático das principais atividades do
Escolhas, nomeadamente em momentos de formação projeto no que respeita à preparação, execução e
residenciais, e que faz parte integrante e obrigatória avaliação, bem como todos os produtos que sejam
da execução do projeto. elaborados no âmbito do projeto;

78
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

e) Registos de presenças assinados pelos sendo admissível, em caso algum, atraso superior a
participantes; 60 dias.
f) Curricula e contratos do pessoal envolvido no 4 - As faturas e recibos devem identificar claramente o
projeto; respetivo bem ou serviço e a fórmula de cálculo do
g) Registos escritos das reuniões de consórcio e das valor imputado ao pedido de financiamento.
assembleias de jovens. 5 - As instituições com função de gestão ficam obrigadas,
sempre que solicitadas, a entregar ao Programa
2 - O dossiê referido no número anterior deve estar Escolhas cópias dos documentos que integrem o
atualizado e disponível, para eventual consulta pelo processo contabilístico, sem prejuízo da
Programa Escolhas, na sede da instituição promotora. confidencialidade exigível, bem como a
disponibilizarem o acesso aos mapas e registos
Artigo 26.º contabilísticos que são obrigadas a realizar, às contas
Dossiê financeiro e contabilístico bancárias utilizadas e aos documentos de suporte das
despesas efetuadas.
1 - A entidade com função de gestão em cada consórcio 6 - As instituições com função de gestão ficam obrigadas,
fica obrigada a: sempre que preencham os requisitos previstos no
a) Dispor de contabilidade organizada segundo o artigo 2.º do Código dos Contratos Públicos, aprovado
Plano Oficial de Contabilidade (POC) ou outro pelo Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiro, a
plano de contabilidade sectorial a que se encontre arquivar os respetivos procedimentos de contratação
obrigada; pública levados a cabo.
b) Utilizar um centro de custos por projeto através do
qual seja possível efetuar a análise dos proveitos e Artigo 27.º
dos custos, segundo a natureza dos mesmos; Outras obrigações
c) Definir critérios de imputação de forma que
eventuais custos comuns possam ser repartidos 1 - As instituições com função de gestão do projeto ficam
entre o projeto financiado no âmbito do Programa obrigadas a abrir uma conta bancária por projeto, a
Escolhas e outros projetos e/ou atividades com qual deverá ser especificamente destinada a
diferentes fontes de financiamento e movimentar os recebimentos e pagamentos do
adequadamente imputados aos respetivos centros mesmo.
de custo, através de carimbo específico para esse 2 - Os juros bancários a produzir pelas contas abertas nos
efeito; termos do número anterior deverão ser creditados a
d) Registar no rosto do original dos documentos favor dos respetivos projetos.
imputados ao projeto o número de lançamento na 3 - As instituições envolvidas nos projetos devem
contabilidade e a menção do seu financiamento fornecer e disponibilizar ao Programa Escolhas,
através do Programa Escolhas, indicando a quando por este solicitados todos os elementos e
designação do projeto e o correspondente valor documentação relacionada com o desenvolvimento
imputado; das atividades financiadas.
e) Organizar um arquivo de cópias de documentos
contabilísticos que garanta o acesso imediato aos CAPÍTULO VII
documentos de suporte dos lançamentos; Coordenação, Acompanhamento e Avaliação do
f) Manter atualizado o arquivo referido na alínea Programa Escolhas
anterior e sediado nas instalações da instituição
com função de gestão do projeto; Artigo 28.º
g) Identificar no mapa de amortizações e Coordenação
reintegrações os elementos do imobilizado A coordenação do Programa Escolhas é da competência
adquiridos no âmbito do projeto; do Alto-Comissário para as Migrações, coadjuvado pelo
h) Disponibilizar extratos bancários que se julguem diretor e restante equipa técnica.
necessários;
i) Apresentar ata de aprovação do relatório de Artigo 29.º
atividades e contas até 30 de abril do ano Acompanhamento e avaliação dos projetos
seguinte.
1 - A avaliação dos projetos aprovados é um elemento
2 - A aquisição de bens e serviços apenas pode ser estruturante essencial do modelo de intervenção do
justificada através de fatura e/ou recibo. Programa Escolhas.
3 - As instituições com função de gestão devem manter 2 - A avaliação compreende uma avaliação técnica e uma
atualizada a contabilidade específica do projeto, não avaliação financeira.

79
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

3 - A avaliação técnica contempla:


a) Visitas de caráter formal, com a presença da equipa
a) Um processo de autoavaliação, segundo o modelo técnica do projeto e do consórcio;
de avaliação definido pelo consórcio, b) Visitas em contexto de atividades, de caráter
complementado pela utilização obrigatória de informal, com ou sem aviso prévio, com a
uma ferramenta informática de avaliação online a presença da equipa técnica do projeto.
fornecer pelo Programa Escolhas - Aplicação da
Gestão de Informação Local (AGIL), que se destina 11 - Um parecer negativo devidamente fundamentado
à recolha e tratamento de dados, devendo ser da avaliação interna pode conduzir a que o Alto-
atualizada com uma periodicidade nunca inferior a Comissário para as Migrações reavalie o seu
semanal; compromisso com o consórcio, podendo originar a
b) Uma avaliação interna, da responsabilidade da suspensão do financiamento e, nos casos mais graves,
equipa técnica do Programa Escolhas, tendo como a sua revogação, nos termos previstos no artigo 22.º
referência a execução das atividades, os objetivos do presente regulamento.
e os resultados traçados na candidatura, realizada 12 - Anualmente, os projetos receberão o parecer
através de visitas em contexto de atividades e relativo à sua avaliação, que determinará a renovação
reuniões com a presença do consórcio, podendo ou não do projeto para o ano seguinte.
esta avaliação implicar alterações de caráter 13 - Todas as comunicações entre o Programa Escolhas e
vinculativo ao projeto; os consórcios deverão ser efetuadas por correio
c) Uma avaliação externa, da responsabilidade de eletrónico, bem como, em alternativa, por carta
uma entidade independente, contratada pelo registada com aviso de receção para as moradas do
Programa Escolhas, que avaliará o Programa na Programa Escolhas referidas no n.º 6 do artigo 11.º
sua globalidade.
4 - A avaliação financeira é efetuada pelo Programa Artigo 30.º
Escolhas ou por entidade a designar para o efeito. Divulgação e imagem corporativa
5 - O consórcio deve apresentar semestralmente, em
suporte papel e com a assinatura de todos os 1 - A publicitação dos apoios concedidos no âmbito do
elementos que integram o consórcio, um relatório de Programa Escolhas é uma obrigação das entidades
autoavaliação, em modelo a fornecer pelo Programa promotoras e parceiras dos projetos, que tem como
Escolhas, sendo que o segundo relatório e, objetivos:
eventualmente, o quarto, serão relatórios anuais e o
a) Informar os participantes diretos e indiretos, a
último relatório será, caso haja uma segunda
comunidade local e a opinião pública em geral
renovação, um relatório final relativo a todo o
sobre o papel desempenhado pelo Estado
período de implementação do projeto.
Português, através do Programa Escolhas, no que
6 - Os projetos deverão organizar assembleias de jovens
respeita às intervenções em causa, seus objetivos
com os seus participantes diretos e indiretos, com
e respetivos resultados;
uma periodicidade não superior a bimestral,
b) Criar uma imagem comum dos projetos apoiados,
recolhendo a avaliação dos jovens de forma a
associando-os ao Programa Escolhas e aos
incorporá-la nos relatórios de autoavaliação, bem
objetivos que preconiza na área da inclusão social.
como de forma a validar os planos detalhados de
atividades. 2 - Deverão obedecer às regras de identificação da
7 - A discussão destes relatórios de autoavaliação será imagem corporativa do Programa Escolhas todos os
realizada em reuniões formais entre o consórcio e a materiais, iniciativas e produtos de informação e/ou
equipa técnica do Programa Escolhas. divulgação elaborados no âmbito dos projetos
8 - O processo de avaliação interna, a executar pela financiados pelo Programa, nomeadamente em:
equipa técnica do Programa Escolhas, deve integrar
um relatório semestral, dirigido ao Alto-Comissário a) Suporte gráfico, designadamente dossiê técnico,
para as Migrações, podendo este incluir sugestões de dossiê financeiro, cartazes, folhetos, brochuras,
ajustamentos necessários. estudos, publicações, documentação, material de
9 - As instituições que integram o consórcio devem estar conferências, feiras, seminários, entre outros;
disponíveis para colaborar, sem restrições, com a b) Suporte informático, designadamente páginas na
avaliação interna e externa, nomeadamente através Internet, CD-ROM, anúncios publicitários na
da viabilização da realização de visitas, reuniões e Internet, entre outros;
análise documental considerada necessária. c) Suporte audiovisual, designadamente vídeos, DVD
10 - As visitas no âmbito da avaliação interna incluem as e outro material informativo e de divulgação,
seguintes modalidades: anúncios publicitários na TV, Imprensa e Rádio,

80
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

material audiovisual de suporte à realização e


divulgação de eventos, entre outros.
3 - A utilização da imagem corporativa do Programa
Escolhas deverá também ser assegurada em espaços
e/ou equipamentos destinados à implementação das
atividades dos projetos financiados, nomeadamente
no exterior da sede dos projetos, bem como nos
locais de instalação e funcionamento dos centros de
inclusão digital, no caso de financiamento atribuído
no âmbito da Medida IV.
4 - Atendendo a que parte do apoio financeiro provém
dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento
(FEEI), os projetos que beneficiem desse apoio
comprometem-se a cumprir o Regulamento que
estabelece as Normas Comuns sobre o Fundo Social
Europeu, de acordo com a Portaria n.º 60-A/2015, de
2 de março, nomeadamente, a elegibilidade de
despesas e custos máximos, bem como todos os
requisitos em matéria de informação e publicidade
estabelecidos na estratégia de comunicação do
Portugal 2020 e na legislação europeia e nacional
aplicável.

Artigo 31.º
Deveres de conduta

As instituições promotoras e parceiras do Programa


Escolhas comprometem-se, no âmbito da sua atuação na
implementação do projeto, a não praticar, por ação ou
omissão, qualquer tipo de discriminação proibida por lei,
designadamente em função da nacionalidade, da etnia,
da religião, de género ou orientação sexual, bem como a
não permitir a veiculação de mensagens de cariz
partidário ou para partidário no quadro das atividades
desenvolvidas nos projetos financiados pelo Programa
Escolhas.

Artigo 32.º
Norma transitória aplicável aos Projetos 5.ª Geração

Com a entrada em vigor do novo quadro comunitário


Portugal 2020, os projetos da 5.ª Geração que se
encontrem em execução no 2.º semestre de 2015 serão
financiados, a partir de 1 de julho de 2015 até 31 de
dezembro de 2015, pelos Fundos Europeus Estruturais e
de Investimento (FEEI).

Artigo 33.º
Notas explicativas

No âmbito do acompanhamento e execução dos


projetos, e em função da necessidade de tratamento e
regulação de matérias não previstas no presente
regulamento, o Programa Escolhas elaborará notas
explicativas de natureza vinculativa que serão
devidamente comunicadas aos consórcios.

81
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

82
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 252/2000, de 16 de outubro de Schengen e respetiva Convenção de Aplicação,


Aprova a estrutura orgânica e define as atribuições do assinado por Portugal em 25 de Junho de 1991;
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras A necessidade de implementar a cooperação policial
internacional, face às diversas responsabilidades que
o Estado Português tem vindo a assumir em acordos
(com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 290-
internacionais de carácter bilateral e multilateral, dos
A/2001, de 17 de novembro, Decreto-Lei n.º 121/2008, de
quais se destacam os Acordos de Readmissão com a
11 de julho (retificado pela Declaração de Retificação n.º
Espanha, a França, a Polónia e a Bulgária;
49/2008, de 27 de julho), e Decreto-Lei n.º 240/2012, de 6
A realização de dois processos de regularização
de novembro)
extraordinária de imigrantes ilegais, em 1992 e 1996,
com a finalidade de documentar cidadãos
O Decreto-Lei n.º 440/86, de 31 de Dezembro,
estrangeiros que permaneciam irregularmente em
reestruturando o Serviço de Estrangeiros e alterando a
território nacional.
sua denominação para «Serviço de Estrangeiros e
Fronteiras», reiterou as atribuições no domínio do Às dificuldades e condicionalismos apontados, vieram
controlo documental da entrada e saída de cidadãos juntar-se ainda a assunção de novas atribuições,
nacionais e estrangeiros nos postos de fronteira designadamente resultantes de medidas legislativas
terrestres, marítimos e aéreos e cometendo-lhe uma nacionais - Decretos-Leis n.ºs 59/93 e 60/93, ambos de 3
nova responsabilidade: a de viabilizar uma correta de Março, 120/93, de 14 de Abril, 244/98, de 8 de
política de imigração e garantir a sua eficaz execução. Agosto, 250/98, de 11 de Agosto, e Leis n.ºs 70/93, de 29
de Setembro e 15/98, de 26 de Março, e de
Para atingir tal desiderato, aquele diploma consagrou e compromissos internacionais, como o Acordo de
desenvolveu o princípio da centralização, no Serviço de Schengen e respetiva Convenção de Aplicação,
Estrangeiros e Fronteiras, de toda a informação Convenção de Dublin e Acordos de Cooperação Policial e,
respeitante a cidadãos estrangeiros, por forma a habilitar recentemente, do Tratado de Amsterdão que estabelece
o Ministro da Administração Interna com os elementos a comunitarização de políticas em matéria de livre
indispensáveis à formulação, pelo Governo, das grandes circulação de pessoas.
linhas orientadoras de política de imigração.
Por força da evolução que se deixou enunciada, o Serviço
Porém, o salto qualitativo pretendido com o Decreto-Lei de Estrangeiros e Fronteiras detém, neste momento, o
n.º 440/86, de 31 de Dezembro, não veio, todavia, a exercício efetivo das competências que seguidamente se
efetivar-se, nomeadamente pela inexistência de pessoal enumeram, as quais ultrapassam largamente as que se
da carreira de investigação e fiscalização, à qual, criada encontram consignadas no Decreto-Lei n.º 440/86, de 31
com aquele diploma, foram atribuídas competências para de Dezembro, sua lei orgânica atual:
a investigação e fiscalização de cidadãos estrangeiros em Emitir pareceres relativamente a pedidos de visto
território nacional e, em especial, as de controlo consulares;
fronteiriço. Proceder ao controlo da circulação de pessoas nos
postos de fronteira, impedindo a entrada ou saída do
Acresce que a esta dificuldade relativa à insuficiência de território nacional de pessoas que não satisfaçam os
meios humanos, vieram juntar-se, ao longo da década de requisitos legais exigíveis para o efeito;
90, outros condicionalismos a que o Serviço teve que dar Controlar e fiscalizar a permanência e atividades dos
resposta: estrangeiros em todo o território nacional;
O início de um terceiro ciclo de fluxos migratórios Conceder vistos em território nacional, prorrogações
tendo Portugal por destino, caracterizado por um de permanência, autorizações de residência, bem
novo aumento das comunidades existentes e ainda de como documentos de viagem;
outras que até aí não assumiam grande significado; Reconhecer o direito ao reagrupamento familiar;
O crescimento anormal do fenómeno da imigração Proceder à investigação do crime de auxílio à
ilegal, com carácter marcadamente transnacional; imigração ilegal e de outros com este conexos;
A dinamização do mercado de trabalho nacional, em Colaborar com as entidades às quais compete a
especial o sector da construção civil e obras públicas, fiscalização do cumprimento da lei reguladora do
que passou a revelar maior capacidade de absorção trabalho de estrangeiros;
de mão de obra não qualificada, essencialmente Assegurar o funcionamento dos postos mistos de
constituída por cidadãos estrangeiros; fronteira, com o objetivo de lutar contra a
A aplicação, na ordem jurídica interna, de diretivas criminalidade transfronteiriça, a imigração ilegal e de
comunitárias no campo da imigração, fronteiras e aprofundar a cooperação policial com Espanha;
asilo, bem como as disposições constantes do Acordo

83
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Assegurar a realização de controlos móveis ao longo Assegurar as relações de cooperação com todos os
das fronteiras internas, tendo em vista o combate à órgãos e serviços do Estado, nomeadamente com os
imigração ilegal no espaço Schengen; demais serviços e forças de segurança;
Acionar os Acordos de Readmissão celebrados com Colaborar com os serviços similares estrangeiros,
Espanha, França, Bulgária e Polónia, para permitir o podendo estabelecer formas concretas de
afastamento de pessoas em situação ilegal em cooperação.
território nacional, assegurando a execução do
mesmo; E ainda, na decorrência de compromissos internacionais:
Realizar operações conjuntas com os serviços Assegurar, por determinação do Governo, a
congéneres de Espanha, destinadas ao combate dos representação do Estado Português na União
fluxos de imigração ilegal nos dois sentidos da Europeia, designadamente no âmbito do Comité
fronteira luso-espanhola; Estratégico Imigração, Fronteiras e Asilo, pelo qual é
Instaurar, decidir e executar a expulsão de cidadãos responsável o diretor do Serviço de Estrangeiros e
estrangeiros em situação ilegal em Portugal e Fronteiras e que compreende os Grupos de Trabalho
executar as decisões judiciais de expulsão; Migração, Afastamento, Asilo, Vistos, Fronteiras,
Escoltar os cidadãos estrangeiros sujeitos a medidas CIREA e CIREFI;
de afastamento de Portugal; Assegurar, por determinação do Governo, a
Decidir sobre a aceitação da análise dos pedidos de representação do Estado Português no âmbito do
asilo; Grupo de Alto Nível Asilo Migração, pelo qual é
Proceder à instrução de processos de concessão de responsável o diretor do Serviço de Estrangeiros e
asilo, de determinação do Estado responsável pela Fronteiras;
análise dos pedidos de asilo e de transferência dos Garantir, por determinação do Governo, a
candidatos a asilo entre os Estados membros da representação do Estado Português, participando
União Europeia; diretamente nos grupos e subgrupos de trabalho, no
Analisar e dar parecer sobre os pedidos de concessão âmbito do desenvolvimento do Acervo Schengen da
de nacionalidade portuguesa por naturalização; União Europeia, nomeadamente Task Forces, Sistema
Analisar e dar parecer sobre os pedidos de concessão de Informação SIS, Tecnologia do Sistema de
de estatutos de igualdade e sobre os de Informação (SIS), Sirene, Comité de Avaliação
reconhecimento de associações internacionais; Schengen, Comité Misto, Grupo de Avaliação Coletiva
Garantir a ligação da Parte Nacional do Sistema de e nos Grupos de cooperação policial que versem
Informação Schengen (NSIS) ao Sistema Central de matérias do âmbito das atribuições do SEF, Fronteiras
Informação Schengen (CSIS-Estrasburgo), sendo que Externas, Readmissões, Sirene, Comité Orientador SIS
se encontram conectados ao NSIS, para além do e PWP;
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, a Guarda Assegurar a representação do Estado Português no
Nacional Republicana, a Polícia de Segurança Pública, Grupo de Budapeste;
a Polícia Judiciária, a Direcção-Geral dos Assuntos Acompanhar os trabalhos da Conferência de
Consulares e Comunidades Portuguesas e a Direcção- Ministros do Interior dos Países do Mediterrâneo
Geral das Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre o Ocidental (Portugal, Espanha, França, Itália,
Consumo; Marrocos, Tunísia e Argélia);
Assegurar a gestão e a comunicação de dados Assegurar, através de oficiais de ligação, os
relativos à Parte Nacional do Sistema de Informação compromissos assumidos no âmbito da cooperação
Schengen (NSIS) e de outros sistemas de informação internacional.
no âmbito do controlo da circulação de pessoas,
comuns aos Estados membros da União Europeia e Do elenco das atribuições atualmente prosseguidas pelo
Estados contratantes de Schengen, bem como os Serviço de Estrangeiros e Fronteiras que se deixaram
relativos à base de dados de emissão dos passaportes enunciadas e face às constantes do Decreto-Lei n.º
(BADEP); 440/86, de 31 de Dezembro, fácil é concluir pela total
Coordenar a cooperação entre as forças e serviços de inadequação da estrutura orgânica prevista neste
segurança nacionais e de outros países em matéria de diploma para o seu cumprimento.
circulação de pessoas e de controlo de estrangeiros;
Cooperar com as representações diplomáticas e De facto, desde a consulta prévia para a concessão de um
consulares de Estados estrangeiros, devidamente visto de entrada em Portugal, passando pelas questões
acreditadas no país, no repatriamento dos seus relacionadas com a legalização da entrada e da
nacionais; permanência de cidadãos estrangeiros, com o seu
afastamento de território nacional, com o asilo até à
aquisição da nacionalidade portuguesa por naturalização,

84
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

todas as questões que giram à volta do fenómeno A criação de direções centrais que racionalizam e
migratório são tratadas por um único serviço - o Serviço consolidam as várias áreas de atuação do Serviço;
de Estrangeiros e Fronteiras. A definição dos postos de fronteira externa como
unidades orgânicas, e das respetivas competências;
Ao exposto, acresce ainda a crescente complexidade que A institucionalização dos postos mistos de fronteira.
deriva do simples facto de Portugal dever ser hoje em dia
considerado, com toda a propriedade, e à sua escala, um Foram observados os procedimentos decorrentes da Lei
verdadeiro «país de imigração», que nada tem já a ver, n.º 23/98, de 26 de Maio.
nesta matéria, com o País existente em 1986. A
população estrangeira legalmente residente em território Foi ouvida a Comissão Nacional de Proteção de Dados.
nacional ultrapassa a fasquia dos 200000, sendo que a
sua maioria continua a corresponder a cidadãos No uso da autorização legislativa concedida no artigo 1.º
originários de países terceiros, em especial de países da Lei n.º 24/2000, de 23 de Agosto, e nos termos da
lusófonos. alínea b) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o
Em suma, o cumprimento de todas as atribuições que, Governo decreta o seguinte:
como foi referido, ao longo dos anos foram sendo
cometidas ao Serviço, nas vertentes nacional e
internacional exige o estabelecimento de um quadro CAPÍTULO I
normativo que «crie» um serviço de estrangeiros e Natureza, atribuições e princípios de atuação
fronteiras capaz de dar resposta rápida e eficaz à
execução da política de imigração definida pelo Governo, SECÇÃO I
bem como às exigências estruturais e conjunturais do Natureza e atribuições
fenómeno migratório.
Artigo 1.º
Tal quadro normativo corresponde à modernização do Natureza
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras prevista no
Programa do Governo como um dos instrumentos para 1 - O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras,
dar cumprimento às exigências de cooperação entre os abreviadamente designado por SEF, é um serviço de
Estados membros da União Europeia em matéria de segurança, organizado hierarquicamente na
segurança, à compatibilização desta com a liberdade de dependência do Ministro da Administração Interna,
circulação, ao reforço da cooperação com os países de com autonomia administrativa e que, no quadro da
expressão portuguesa e ao controlo de todas as política de segurança interna, tem por objetivos
fronteiras externas, nomeadamente as fronteiras fundamentais controlar a circulação de pessoas nas
marítimas. fronteiras, a permanência e atividades de
estrangeiros em território nacional, bem como
Assim, o presente diploma «cria» um serviço de estudar, promover, coordenar e executar as medidas
estrangeiros e fronteiras preparado para cumprir aqueles e ações relacionadas com aquelas atividades e com os
objetivos e para acompanhar o desenvolvimento de movimentos migratórios.
mecanismos de cooperação internacional, o progressivo 2 - Enquanto órgão de polícia criminal, o SEF atua no
ajustamento de políticas de imigração entre países de processo, nos termos da lei processual penal, sob a
destino e países de origem, bem como para prevenir e direção e em dependência funcional da autoridade
combater o tráfico de imigrantes, designadamente judiciária competente, realizando as ações
mediante: determinadas e os atos delegados pela referida
A criação de uma estrutura orgânica adequada ao autoridade.
suporte das atribuições prosseguidas pelo Serviço e
consentânea com a sua dimensão; Artigo 2.º
A previsão de uma directoria-geral composta por um Atribuições
diretor-geral e quatro diretores-gerais-adjuntos;
A definição precisa das competências do diretor- 1 - São atribuições do SEF no plano interno:
geral; a) Vigiar e fiscalizar nos postos de fronteira, incluindo
A previsão de serviços centrais e serviços a zona internacional dos portos e aeroportos, a
descentralizados, conferindo a estes últimos a circulação de pessoas, podendo impedir o
necessária autonomia e flexibilidade para a gestão da desembarque de passageiros e tripulantes de
comunidade de cidadãos estrangeiros e dos fluxos embarcações e aeronaves indocumentados ou em
migratórios; situação irregular;

85
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

b) Impedir o desembarque de passageiros e membros da União Europeia no âmbito do


tripulantes de embarcações e aeronaves que controlo da circulação de pessoas,
provenham de portos ou aeroportos de risco sob nomeadamente o Sistema de Informação de
o aspeto sanitário, sem prévio assentimento das Vistos (VIS) e o Sistema de Informação Antecipada
competentes autoridades sanitárias; de Passageiros (APIS), bem como os relativos ao
c) Proceder ao controlo da circulação de pessoas nos sistema de informação do passaporte eletrónico
postos de fronteira, impedindo a entrada ou saída português (SIPEP);
do território nacional de pessoas que não r) Cooperar com as representações diplomáticas e
satisfaçam os requisitos legais exigíveis para o consulares de outros Estados, devidamente
efeito; acreditadas em Portugal, nomeadamente no
d) Autorizar e verificar a entrada de pessoas a bordo repatriamento dos seus nacionais;
de embarcações e aeronaves; s) Assegurar o cumprimento das atribuições previstas
e) Controlar e fiscalizar a permanência e atividades na legislação sobre a entrada, permanência, saída
dos estrangeiros em todo o território nacional; e afastamento de estrangeiros do território
f) Assegurar a realização de controlos móveis e de nacional;
operações conjuntas com serviços ou forças de t) Assegurar as relações de cooperação com todos os
segurança congéneres, nacionais e espanholas; órgãos e serviços do Estado, nomeadamente com
g) Proceder à investigação dos crimes de auxílio à os demais serviços e forças de segurança, bem
imigração ilegal, bem como investigar outros com como com organizações não-governamentais
ele conexos, sem prejuízo da competência de legalmente reconhecidas;
outras entidades; u) Coordenar a cooperação entre as forças e serviços
h) Emitir parecer relativamente a pedidos de vistos de segurança nacionais e de outros países em
consulares; matéria de circulação de pessoas, do controlo de
i) Conceder em território nacional vistos, estrangeiros e da investigação dos crimes de
prorrogações de permanência, autorizações de auxílio à imigração ilegal e outros com eles
residência, bem como documentos de viagem nos conexos;
termos da lei; v) Assegurar o planeamento e a execução da
j) Reconhecer o direito ao reagrupamento familiar; assistência técnica necessária ao correto
k) Manter a necessária colaboração com as entidades funcionamento dos centros de cooperação policial
às quais compete a fiscalização do cumprimento e aduaneira (CCPA) em matéria de sistemas de
da lei reguladora do trabalho de estrangeiros; informação, plataformas digitais de trabalho e
l) Instaurar, instruir e decidir os processos de sistemas de comunicação;
expulsão administrativa de estrangeiros do w) Emitir o passaporte comum e o passaporte
território nacional e dar execução às decisões de temporário português.
expulsão administrativas e judiciais, bem como 2 - São atribuições do SEF no plano internacional:
acionar, instruir e decidir os processos de
readmissão e assegurar a sua execução; a) Assegurar, por determinação do Governo, a
m) Efetuar escoltas de cidadãos objeto de medidas de representação do Estado Português a nível da
afastamento; União Europeia no Comité Estratégico Imigração,
n) Decidir sobre a aceitação da análise dos pedidos de Fronteiras e Asilo e no Grupo de Alto Nível de
asilo e proceder à instrução dos processos de Asilo Migração, no Grupo de Budapeste e noutras
concessão, de determinação do Estado organizações internacionais, bem como participar
responsável pela análise dos respetivos pedidos e nos grupos de trabalho de cooperação policial que
da transferência dos candidatos entre os Estados versem matérias relacionadas com as atribuições
membros da União Europeia; do SEF;
o) Emitir parecer sobre os processos de concessão de b) Garantir, por determinação do Governo, a
nacionalidade portuguesa por naturalização; representação do Estado Português no
p) Analisar e dar parecer sobre os pedidos de desenvolvimento do Acervo de Schengen no
concessão de estatutos de igualdade formulados âmbito da União Europeia;
pelos cidadãos estrangeiros abrangidos por c) Assegurar, através de oficiais de ligação, os
convenções internacionais; compromissos assumidos no âmbito da
q) Assegurar a gestão e a comunicação de dados cooperação internacional nos termos legalmente
relativos à parte nacional do Sistema de previstos;
Informação Schengen (NSIS) e, sem prejuízo das d) Colaborar com os serviços similares estrangeiros,
competências de outras entidades, de outros podendo estabelecer formas de cooperação.
sistemas de informação comuns aos Estados

86
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

SECÇÃO II 2 - Para cumprimento das atribuições do SEF, os serviços


Princípios de atuação públicos e as empresas públicas deverão prestar a
colaboração que lhes for solicitada.
Artigo 3.º
Autoridades de polícia criminal Artigo 6.º
Identificação de pessoas
1 - São autoridades de polícia criminal para efeitos da lei
penal: 1 - Com vista ao estabelecimento ou confirmação da
a) O diretor nacional; identidade de estrangeiros ou apátridas, o SEF pode
b) Os diretores nacionais-adjuntos; recorrer aos meios de identificação civil, incluindo a
c) Os diretores de direção central e os diretores obtenção de fotografias e impressões digitais.
regionais; 2 - As autoridades de polícia criminal referidas no n.º 1
d) Os inspetores superiores e inspetores; do artigo 3.º terão acesso direto à informação de
e) Os inspetores-adjuntos principais; identificação civil e criminal constante dos ficheiros
f) Os inspetores-adjuntos, quando exerçam funções informáticos de identificação civil e criminal do
de chefia de unidades orgânicas. Ministério da Justiça, bem como à informação de
2 - As autoridades referidas no número anterior são interesse criminal contida nos ficheiros de outros
competentes para ordenar a detenção de pessoas e organismos, mediante protocolo a celebrar com as
praticar outros atos urgentes, nos termos do Código entidades em causa, após parecer da Comissão
de Processo Penal. Nacional de Proteção de Dados e em condições a
3 - São considerados agentes de autoridade os regulamentar por despacho dos membros do
inspetores-adjuntos. Governo responsáveis pelas áreas da administração
4 - Os trabalhadores mencionados nos n.ºs 1 e 3 podem interna e da justiça.
ordenar a identificação de qualquer pessoa, nos
termos da lei. Artigo 7.º
Dever de comparência
Artigo 4.º
Direito de acesso Qualquer pessoa, quando devidamente notificada ou por
outra forma convocada pelo SEF, tem o dever de
1 - Aos trabalhadores mencionados nos n.ºs 1 e 3 do comparecer no dia, na hora e no local designados, sob
artigo 3.º, desde que devidamente identificados, é pena das sanções previstas na lei de processo.
facultada a entrada livre em todos os locais,
nomeadamente estaleiros de obras públicas e Artigo 8.º
privadas, parques de campismo, casas e recintos de Serviço permanente
diversão e espetáculos, hotéis, pensões, restaurantes,
bares, estabelecimentos comerciais e industriais, 1 - O serviço no SEF é de carácter permanente e
escritórios e repartições ou serviços públicos, obrigatório, não podendo o pessoal eximir-se às
estabelecimentos prisionais, gares, estações de missões que lhe sejam confiadas, para além do
caminhos de ferro, cais de embarque e desembarque, horário normal do serviço.
aeroportos, navios ancorados nos portos e 2 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, será
aeronaves. definido por despacho dos membros do Governo
2 - Quando uma missão de serviço assim o justificar, o responsáveis pelas áreas da administração interna,
diretor nacional pode autorizar a emissão a favor de das finanças e da Administração Pública o horário
trabalhadores das carreiras de apoio à investigação e normal da prestação de serviço, o qual poderá
fiscalização e de vigilância e segurança de credenciais revestir a modalidade de trabalho por turnos.
que servem de livre trânsito pelo período e para os 3 - O serviço no SEF pode ser assegurado em regime de
locais nelas fixados. piquete e de prevenção de acordo com
regulamentação a aprovar conjuntamente pelos
Artigo 5.º membros do Governo responsáveis pelas áreas da
Dever de cooperação administração interna, das finanças e da
1 - Entre o SEF e todas as entidades com funções de Administração Pública.
prevenção e investigação criminal será mantida
mútua cooperação no exercício das respetivas
atribuições.

87
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 9.º b) Conselho administrativo;


Segredo profissional c) Serviços Centrais;
d) Serviços descentralizados.
1 - O pessoal do SEF é obrigado a guardar sigilo sobre 2 - Os serviços referidos no número anterior integram:
todas as informações a que tiver acesso no exercício
a) Serviços operacionais, que prosseguem
das suas funções.
diretamente as ações de investigação e
2 - A obrigação de sigilo a que se refere o número
fiscalização;
anterior não impede que os trabalhadores referidos
b) Serviços de apoio, que desenvolvem um conjunto
no artigo 3.º devam comunicar prontamente às
de atividades de apoio àquelas ações.
autoridades competentes factos indiciários da prática
de qualquer crime de que tenham conhecimento 3 - São serviços operacionais a Direção Central de
através do exercício da atividade de investigação e Investigação, a Direção de Fronteiras de Lisboa, as
fiscalização. direções regionais, as delegações regionais e os
3 - As ações de prevenção, de investigação criminal e as postos de fronteira.
de coadjuvação das autoridades judiciárias estão 4 - São serviços de apoio todas as restantes unidades
sujeitas a segredo de justiça, nos termos da lei. orgânicas, bem como aquelas que, integrando-se nos
serviços referidos no número anterior, prosseguem
Artigo 10.º atividades do tipo definido na alínea b) do n.º 2.
Receitas 5 - O SEF pode ainda dispor de núcleos integrados nas
unidades orgânicas referidas nos artigos 12.º, 22.º e
1 - O SEF dispõe, para além das dotações atribuídas no 45.º, sendo aqueles criados por portaria do membro
Orçamento do Estado, das seguintes receitas do Governo responsável pela área da administração
próprias: interna.
6 - O número de núcleos não pode exceder, em cada
a) As importâncias cobradas pela concessão de vistos,
momento, o máximo de 21.
prorrogações de permanência, pela concessão e
renovação de autorizações de residência e títulos
de residência e pela emissão de documentos de
SECÇÃO II
viagem nos termos da lei;
Diretoria Nacional
b) As taxas e emolumentos que por lei estiverem em
vigor;
Artigo 12.º
c) O produto da venda de impressos próprios do SEF;
Órgãos e serviços
d) A percentagem do produto das coimas, de acordo
A Diretoria Nacional compreende:
com a lei vigente;
e) Os saldos anuais resultantes das receitas a) Diretor nacional, que é coadjuvado por dois
consignadas transitam para o ano seguinte, nos diretores nacionais-adjuntos;
termos do decreto-lei de execução orçamental; b) Gabinete Jurídico (GJ);
f) Quaisquer outras receitas que por lei lhe estejam c) Gabinete de Inspeção (GI);
ou venham a ser atribuídas. d) Gabinete de Asilo e de Refugidos (GAR);
2 - As receitas referidas no número anterior são e) Gabinete de Relações Internacionais, Cooperação e
entregues nos Cofres do Estado mediante guias a Relações Públicas (GRICRP);
expedir pelo SEF e aplicadas em despesas com f) Gabinete de Estudos, Planeamento e Formação
compensação em receita. (GEPF);
g) Gabinete Técnico de Fronteiras (GTF);
CAPÍTULO II h) Gabinete de Apoio às Direções Regionais (GADR);
Órgãos, serviços e suas competências i) Gabinete de Recursos Humanos (GRH);
j) Gabinete de Sistemas de Informação (GSI).
SECÇÃO I
Organização geral Artigo 13.º
Diretor nacional
Artigo 11.º
Tipo de organização interna 1 - O SEF é dirigido por um diretor nacional, a quem
compete orientar e coordenar superiormente a
1 - O SEF estrutura-se verticalmente e compreende os atividade do Serviço e assegurar a realização das suas
seguintes órgãos e serviços: atribuições.
2 - Compete em especial ao diretor nacional:
a) Diretoria Nacional;

88
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

a) Representar o SEF; e) Prestar consultadoria jurídica sobre todos os


b) Presidir ao conselho administrativo; assuntos que lhe sejam remetidos.
c) Definir e promover a política de qualidade, em
especial dos processos organizativos; Artigo 16.º
d) Definir a política de gestão de recursos humanos e Gabinete de Inspeção
proceder à sua afetação aos diversos serviços do
SEF; 1 - Ao Gabinete de Inspeção compete efetuar, de
e) Assegurar a coordenação do processo de harmonia com as instruções do diretor nacional, as
planeamento, controlo e avaliação dos resultados inspeções ordinárias e extraordinárias aos serviços,
da atividade do SEF; proceder a auditorias, sindicâncias e inquéritos e
f) Ordenar inspeções que tiver por convenientes; instruir processos disciplinares.
g) Aplicar coimas em processos de contraordenação; 2 - As inspeções ordinárias serão realizadas anualmente a
h) Proferir decisões de expulsão administrativa; todos os serviços do SEF e as inspeções
i) Determinar a inscrição ou retirada de pessoas na extraordinárias e as auditorias sempre que o diretor
lista comum ou na lista nacional de pessoas não nacional o considere conveniente.
admissíveis; 3 - São designados por despacho do diretor nacional, sob
j) Autorizar a credenciação de trabalhadores; proposta do coordenador, os trabalhadores
k) Exercer as demais competências que lhe sejam incumbidos de assegurar o cumprimento das
cometidas por lei, regulamento ou delegação. competências previstas no n.º 1.
3 - O diretor nacional pode delegar em qualquer dos
diretores nacionais-adjuntos as competências Artigo 17.º
previstas no número anterior. Gabinete de Asilo e Refugiados
4 - A competência prevista na alínea h) do n.º 2 é própria
reservada, cabendo, dos respetivos atos, recurso 1 - Ao Gabinete de Asilo e Refugiados compete:
hierárquico facultativo, sem prejuízo de os atos a) Organizar e instruir os processos de asilo;
poderem ser praticados em substituição nos termos b) Organizar e instruir, nos termos da lei do asilo, os
do n.º 2 do artigo 14.º processos de concessão de autorização de
residência por motivos humanitários;
c) Organizar e instruir os processos de determinação
Artigo 14.º do Estado responsável pela análise dos pedidos de
Diretores nacionais-adjuntos asilo e emitir o respetivo salvo-conduto, se
necessário;
1 - O diretor nacional é coadjuvado, no exercício das suas d) Emitir parecer sobre os pedidos de reinstalação de
funções, pelos diretores nacionais-adjuntos, os quais refugiados;
exercerão as competências que lhes forem delegadas e) Emitir parecer sobre os pedidos de concessão e
e subdelegadas. prorrogação de documentos de viagem para
2 - O diretor nacional designará o diretor nacional- refugiados, apresentados nos postos consulares
adjunto que o substituirá nas suas faltas e portugueses;
impedimentos. f) Emitir cartões de identidade e títulos de viagem
para refugiados, bem como conceder as
Artigo 15.º autorizações de residência previstas na lei de asilo
Gabinete Jurídico e renovar ou prorrogar os referidos documentos;
g) Assegurar a ligação do SEF com o Gabinete
Ao Gabinete Jurídico compete: Europeu de Apoio em Matéria de Asilo (EASO);
a) Elaborar estudos, formular pareceres e preparar h) Proceder à elaboração do planeamento estratégico
informações sobre matérias de natureza jurídica; no que respeita às ações do EASO.
b) Elaborar projetos de diploma e preparar instruções 2 - (Revogado.)
com vista à correta aplicação e harmonização
doutrinária da legislação referente a estrangeiros; Artigo 18.º
c) Elaborar pareceres, analisar e preparar as respostas
a recursos sobre matérias das áreas de Gabinete de Relações Internacionais, Cooperação e
competência do Serviço; Relações Públicas
d) Emitir pareceres sobre acordos internacionais com
interesse para o SEF; 1 - Ao Gabinete de Relações Internacionais, Cooperação
e Relações Públicas compete:

89
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

a) Assegurar a obtenção, a atualização e a divulgação g) Apoiar a Direção Nacional na conceção,


da informação técnica referente à participação de acompanhamento e implementação de medidas,
Portugal na União Europeia e em organizações prioridades e objetivos do SEF;
internacionais, no âmbito das suas competências; h) Proceder à elaboração de documentos estratégicos
b) Elaborar estudos técnicos tendo em vista a para o SEF acompanhando e avaliando a sua
participação do SEF em reuniões internacionais; execução;
c) Habilitar a direção do SEF com a informação técnica i) Identificar as necessidades de formação elaborando
relativa à execução de acordos de cooperação e o plano anual de formação e procedendo à sua
outras relações bilaterais ou multilaterais do avaliação;
Estado Português, no âmbito das atribuições do j) Conceber, programar, realizar e avaliar as ações de
SEF; formação promovidas pelo SEF;
d) Assegurar a articulação do SEF com os oficiais de k) Assegurar o tratamento bibliográfico, arquivístico e
ligação; documental por forma a manter atualizadas as
e) Produzir e difundir informação com interesse para bases de dados de interesse para as atividades do
os utentes do SEF e para os cidadãos em geral e SEF;
selecionar e divulgar a informação veiculada pelos l) Colaborar na definição da política documental e de
órgãos de comunicação social relativamente à sistemas de informação do SEF;
atividade do SEF; m) Promover a edição e difusão de estudos e
f) Servir de elo de ligação entre o SEF e os órgãos de publicações produzidos no âmbito das matérias
comunicação social e desenvolver atividades relacionadas com a atividade do SEF;
dirigidas à promoção da respetiva imagem; n) Assegurar a reprodução, tradução e retroversão de
g) Assegurar o serviço de relações públicas e documentação.
esclarecer questões decorrentes da atividade do 2 - (Revogado.)
SEF;
h) Enquadrar os programas das atividades Artigo 19.º-A
desenvolvidas no âmbito das relações de Gabinete Técnico de Fronteiras
cooperação com entidades congéneres, nacionais
e estrangeiras. Ao Gabinete Técnico de Fronteiras compete:
2 - No que respeita às competências previstas no número
anterior, o SEF articula-se, em todos os assuntos que a) Assegurar o estudo e a elaboração de normas
impliquem a tomada de uma posição nacional, com a técnicas com vista à uniformização de
DGAI. procedimentos nos postos de fronteira, bem como
dos equipamentos necessários ao funcionamento
Artigo 19.º dos mesmos;
Gabinete de Estudos, Planeamento e Formação b) Centralizar e recolher informação relativa à
entrada, permanência e saída de pessoas do
1 - Ao Gabinete de Estudos, Planeamento e Formação território nacional, ao tráfico de seres humanos,
compete: ao auxílio à imigração ilegal e aos demais crimes
relacionados com imigração irregular, bem como
a) Elaborar o plano e o relatório anuais de atividades participar na definição de prioridades para a
do SEF; implementação do modelo europeu de gestão
b) Elaborar os programas gerais e setoriais do SEF, integrada de fronteiras, sem prejuízo das
acompanhar a sua execução e proceder à competências atribuídas a outras entidades;
respetiva avaliação; c) Contribuir, através da elaboração de relatórios
c) Prestar apoio aos diversos serviços do SEF no periódicos, para a definição da estratégia nacional
desenvolvimento das ações de planeamento e para a gestão das fronteiras;
controlo; d) Coordenar, no âmbito das atribuições do SEF, o
d) Participar na conceção, programação e intercâmbio das informações relacionadas com a
coordenação, em articulação com a DGAI, na entrada, permanência e saída do território
execução de projetos cofinanciados pela União nacional, procedendo à análise de risco
Europeia nos quais o SEF seja interveniente; estratégica e operacional, através da sala de
e) Elaborar e difundir as ordens de serviço; situação e da unidade de risco migratório do SEF;
f) Recolher, tratar e difundir os dados estatísticos e) Elaborar e disponibilizar análise de risco,
relativos à atividade do SEF; estratégica e operacional, no âmbito das
atribuições do SEF;

90
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

f) Estabelecer e atualizar o quadro de situação a) Estudar, planear e gerir os sistemas de informação


nacional relativo à imigração; do SEF, nomeadamente, à parte nacional do NSIS,
g) Elaborar alertas e proceder à gestão de incidentes o Sistema Integrado de Informação do SEF
relacionados com imigração; (SIISEF), o Sistema de Informação de Vistos (VIS), o
h) Dar assistência a operações em curso, bem como Sistema de Informação do Passaporte Eletrónico
gerir e processar toda a informação operacional Português (SIPEP) e o Sistema de Controlo de
resultante dessas operações. Fronteiras (Passagem Automática e Segura de
Saídas e Entradas, PASSE), que inclui o Sistema de
Artigo 19.º-B Reconhecimento Automático de Passageiros
Gabinete de Apoio às Direções Regionais Identificados Documentalmente (RAPID);
b) Estudar e inventariar as necessidades em matéria
Ao Gabinete de Apoio às Direções Regionais compete: de informática de todos os serviços do SEF, bem
como apoiar a instalação e implementação dos
a) Assegurar o estudo e a elaboração de normas sistemas informáticos desses serviços, colaborar
técnicas com vista à uniformização de na sua manutenção e acompanhar as ações de
procedimentos, designadamente em matéria de formação desta área específica;
gestão documental nas direções regionais; c) Participar na realização do plano sectorial de
b) Instruir e centralizar a informação relativa aos informática do Ministério e, nesse âmbito,
pedidos de autorização de residência ao abrigo planear, gerir e executar todas as tarefas
dos regimes excecionais, bem como elaborar incumbidas ao SEF no âmbito dos sistemas e
normas técnicas com vista à uniformização de tecnologias de informação;
procedimentos; d) Contribuir para a elaboração do plano estratégico
c) Emitir parecer sobre os processos de atribuição e de sistemas e tecnologias de informação do SEF e
aquisição da nacionalidade portuguesa, nos para a elaboração e controlo do orçamento dos
termos da lei; sistemas e tecnologias de informação do SEF;
d) Instruir, informar e emitir parecer sobre pedidos de e) Definir os projetos informáticos e colaborar no
concessão do estatuto de igualdade de direitos e planeamento de tarefas, devidamente alinhadas
deveres; com as orientações do Ministério, e executar
e) Coordenar o funcionamento dos centros todos os trabalhos de estudo prévio, conceção,
destinados à instalação temporária de cidadãos desenvolvimento, testes e implementação de
estrangeiros não admitidos em território nacional sistemas de informação do SEF, bem como a
que aguardam decisão de afastamento ou a correspondente manutenção, garantindo a sua
respetiva execução e de requerentes de asilo que correta integração e documentação, com recurso
esperam decisão judicial. à elaboração de manuais de operação e de
utilização assegurando uma gestão eficaz e
Artigo 19.º-C racional dos recursos disponíveis;
Gabinete de Recursos Humanos f) Exercer consultadoria técnica, planear, efetuar e
participar em auditorias técnicas e ações de
Ao Gabinete de Recursos Humanos compete: formação na área de informática, no âmbito das
a) Definir e executar os procedimentos relativos à atribuições do SEF;
gestão e administração de pessoal; g) Promover os projetos de desenvolvimento e de
b) Elaborar estudos, inquéritos e trabalhos tendo em investigação, próprios das áreas específicas do
vista a gestão dos recursos humanos; SEF;
c) Estudar e promover as medidas tendentes à h) Garantir a monitorização e controlo dos acordos
atualização do mapa de pessoal; estabelecidos entre o SEF e as entidades externas;
d) Organizar e manter atualizado o registo biográfico i) Representar o SEF e participar em projetos
e disciplinar dos trabalhadores; europeus, internacionais ou da Comunidade dos
e) Elaborar o balanço social, nos termos da legislação Países de Língua Portuguesa relacionados com
aplicável; sistemas e tecnologias de informação;
f) Proceder às diligências necessárias à credenciação j) Contribuir para a definição do conteúdo, detalhe e
de trabalhadores. periodicidade das informações necessárias e para
a definição de normas e procedimentos de
Artigo 19.º-D suporte aos sistemas informáticos da
Gabinete de Sistemas de Informação responsabilidade do SEF;
k) Validar e promover a gestão, disponibilidade,
1 - Ao Gabinete de Sistemas de Informação compete: manutenção e segurança dos dados e informações

91
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

dos sistemas de informação da responsabilidade d) Proceder à verificação regular dos fundos em cofre
do SEF por forma a garantir o acesso às suas bases e em depósito;
de dados, nomeadamente para consulta ou e) Dar parecer sobre os contratos a celebrar pelo SEF;
extração de dados que possibilitem o seu f) Fiscalizar a escrituração contabilística e a cobrança
tratamento estatístico, reporte operacional ou de receitas.
reporte de suporte à decisão;
l) Estabelecer o interface com os utilizadores no que Artigo 21.º
respeita às aplicações e bases de dados em regime Periodicidade das reuniões
de exploração, zelando pela oportuna receção dos
dados, tratamento e entrega dos produtos de O conselho administrativo reúne ordinariamente uma vez
processamento, verificando a sua qualidade e por mês e extraordinariamente sempre que o respetivo
obediência às especificações e padrões de presidente o convoque.
controlo de qualidade acordados;
m) Garantir que se encontra vedado o acesso aos SECÇÃO IV
dados dos sistemas de informação alojados em Serviços Centrais
entidades externas ao SEF, nomeadamente
através da assinatura de protocolos que garantam Artigo 22.º
e disponibilizem mecanismos de acesso e de Serviços Centrais
controlo.
2 - No que respeita às competências previstas nas alíneas Os Serviços Centrais compreendem:
e), g) e i) do número anterior, o SEF articula-se com a a) A Direção Central de Investigação (DCINV);
Direção-Geral de Infraestruturas e Equipamentos e b) A Direção Central de Imigração e Documentação
também, quanto a esta última, com a DGAI. (DCID);
c) (Revogada.)
SECÇÃO III d) A Direção Central de Gestão e Administração
Conselho administrativo (DCGA);
e) (Revogada.)
Artigo 20.º f) (Revogada.)
Natureza, composição e competência g) (Revogada.)
h) (Revogada.)
1 - O conselho administrativo é o órgão consultivo e
fiscalizador em matéria de gestão financeira e SUBSECÇÃO I
patrimonial. Direção Central de Investigação
2 - Compõem o conselho administrativo:
a) O diretor nacional; Artigo 23.º
b) O diretor nacional-adjunto que, por despacho do Direção Central de Investigação
diretor nacional, tiver a seu cargo a área de gestão
e administração dos recursos financeiros e 1 - À Direção Central de Investigação (DCINV) compete:
patrimoniais do SEF; a) Desenvolver ações no âmbito da prevenção e
c) O diretor da Direção Central de Gestão e investigação da criminalidade da competência do
Administração. SEF quando esta envolva criminalidade organizada
3 - Sem prejuízo do disposto na alínea b) do número ou em casos cuja investigação se revista de
anterior, o diretor nacional, quando o entender especial complexidade, em especial no âmbito do
conveniente, pode chamar a participar nas reuniões disposto nos artigos 183.º a 188.º da Lei n.º
do conselho administrativo o outro diretor nacional- 23/2007, de 4 de julho, ou ainda quando a ação a
adjunto. desenvolver abranja a área de intervenção de
4 - O subdiretor central de Gestão e Administração duas ou mais direções regionais, em qualquer dos
participa como secretário nas reuniões do conselho casos no domínio das competências do SEF;
administrativo. b) Assegurar a coordenação técnica da prevenção e
5 - Compete em especial ao conselho administrativo: investigação criminal desenvolvida pelos
a) Apreciar os projetos de orçamento de despesas e departamentos regionais de investigação e
receitas e as contas de gerência a remeter ao fiscalização, cabendo-lhe centralizar e
Tribunal de Contas; acompanhar os inquéritos registados e as
b) Verificar e controlar a realização de despesas; investigações desenvolvidas no SEF;
c) Apreciar a situação administrativa e financeira;

92
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

c) Concretizar as ações de interesse para a prevenção emitidos a favor de estrangeiros e apátridas e


da criminalidade, designadamente a recolha de títulos de residência;
material e informação e respetivo tratamento e h) Realizar os procedimentos inerentes à concessão
difusão, em qualquer dos casos no domínio das do passaporte comum e do passaporte
competências do SEF. temporário português;
2 - Nos casos onde subsista a dúvida relativamente à i) Emitir documentos de viagem nos casos previstos
verificação dos pressupostos a que se refere a alínea na lei, nomeadamente passaportes para
a) do número anterior, o diretor nacional decide da estrangeiros em território nacional;
intervenção da DCINV, sob proposta desta. j) Dar parecer aos postos consulares portugueses
sobre a emissão de passaportes para estrangeiros;
Artigo 24.º k) Visar os cartões de identidade emitidos pelo
(Revogado.) Ministério dos Negócios Estrangeiros aos agentes
diplomáticos e consulares acreditados em
Portugal, ao pessoal administrativo e doméstico
Artigo 25.º ou equiparado em serviço nas missões
(Revogado.) diplomáticas ou postos consulares dos respetivos
Estados e aos membros das suas famílias;
l) Proceder à recolha, análise e difusão de informação
SUBSECÇÃO II relativa a documentos;
Direção Central de Imigração e Documentação m) Proceder à realização de peritagens de
documentos e elaboração dos respetivos
Artigo 26.º relatórios;
Direção Central de Imigração e Documentação n) Tratar os elementos de identificação de
estrangeiros e apátridas, nomeadamente
1 - À Direção Central de Imigração e Documentação onomástico, dactiloscópico e fotográfico, bem
(DCID) compete centralizar, tratar e difundir como realizar peritagens e os respetivos
informação relacionada com os movimentos relatórios;
migratórios, estudar as medidas destinadas a apoiar a o) Prestar consultadoria técnica na conceção de
política de imigração, proceder à identificação e documentos.
peritagem documental, registo e difusão dos
movimentos migratórios e informação de natureza Artigo 27.º
policial, bem como centralizar o controlo da emissão (Revogado.)
de documentos de viagem.
2 - À DCID compete:
a) Registar, tratar e difundir informação relacionada Artigo 28.º
com os movimentos migratórios; (Revogado.)
b) Registar e atualizar a informação relativa a
estrangeiros, em especial a de natureza policial e
criminal, no âmbito das competências do SEF; Artigo 29.º
c) Atualizar e difundir a informação relativa a (Revogado.)
estrangeiros em situação irregular e aos quais
tenha sido recusada a entrada em território
SUBSECÇÃO III
nacional;
(Revogada.)
d) Atualizar as listas de estrangeiros indicados para
efeitos de não admissão;
e) Emitir parecer relativamente à inscrição ou retirada
Artigo 30.º
de pessoas na lista comum ou na lista nacional de
(Revogado.)
pessoas não admissíveis;
f) Centralizar a informação relativa ao afastamento
coercivo, expulsão, readmissão e retorno
Artigo 31.º
voluntário de cidadãos estrangeiros, bem como
(Revogado.)
elaborar normas técnicas com vista à
uniformização de procedimentos;
g) Centralizar o controlo e o registo nacional de
Artigo 32.º
passaportes, títulos de viagem, salvo-condutos
(Revogado.)

93
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

SUBSECÇÃO IV Artigo 37.º


Direção Central de Gestão e Administração (Revogado.)

Artigo 33.º
Direção Central de Gestão e Administração Artigo 38.º
(Revogado.)
1 - À Direção Central de Gestão e Administração (DCGA)
compete assegurar a gestão financeira e patrimonial
e a gestão das telecomunicações e segurança. Artigo 39.º
2 - À DCGA compete, em especial: (Revogado.)

a) Elaborar o projeto de orçamento e as propostas de


alteração; Artigo 40.º
b) Verificar e processar as despesas de acordo com o (Revogado.)
orçamento e as normas referentes à contabilidade
pública;
c) Apresentar às entidades competentes, dentro dos SUBSECÇÃO VI
prazos legais, a conta de gerência das verbas (Revogada.)
atribuídas ao SEF, bem como a das provenientes
de receitas próprias;
d) Arrecadar e contabilizar as receitas; Artigo 41.º
e) Processar as remunerações e outros abonos ao (Revogado.)
pessoal;
f) Assegurar a aquisição, manutenção e gestão dos
bens do SEF; SUBSECÇÃO VII
g) Organizar e manter atualizado o cadastro e (Revogada.)
inventário dos bens do SEF;
h) Assegurar a aquisição e distribuição do fardamento
e do distintivo previstos no presente diploma; Artigo 42.º
i) Assegurar a gestão e manutenção da frota (Revogado.)
automóvel;
j) Promover a aquisição e arrendamento de
instalações para o SEF; SUBSECÇÃO VIII
k) Providenciar pela realização das obras de (Revogada.)
manutenção, reparação e adaptação das
instalações que estejam a cargo do SEF;
l) Garantir a segurança do pessoal e das instalações; Artigo 43.º
m) Definir procedimentos uniformes relativos à (Revogado.)
segurança do pessoal e das instalações;
n) Conservar, guardar e distribuir o armamento e
munições. SECÇÃO V
Serviços descentralizados
Artigo 34.º
(Revogado.) Artigo 44.º
Serviços descentralizados

Artigo 35.º Os serviços descentralizados compreendem:


(Revogado.)
a) Direções regionais;
Artigo 36.º b) As delegações regionais, constantes do anexo i do
(Revogado.) presente diploma, do qual faz parte integrante;
c) Direção de Fronteiras de Lisboa;
d) Postos de fronteira;
SUBSECÇÃO V e) Postos mistos de fronteira.
(Revogada.)

94
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

SUBSECÇÃO I Artigo 47.º


Direções regionais Competência do diretor regional

Artigo 45.º 1 - Ao diretor regional compete:


Natureza e âmbito territorial a) Representar o SEF na respetiva área de jurisdição;
b) Dirigir e coordenar a atuação dos serviços na sua
1 - As direções regionais prosseguem, nas respetivas dependência de modo a prosseguir os objetivos
áreas de jurisdição, as atribuições do SEF, do SEF;
designadamente de natureza executiva e de c) Garantir o cumprimento dos procedimentos
investigação e fiscalização. inerentes ao controlo de fronteira;
2 - O SEF dispõe das seguintes direções regionais: d) Assegurar o cumprimento das medidas cautelares
a) Direção Regional de Lisboa, Vale do Tejo e Alentejo, determinadas pelas autoridades competentes,
com sede em Lisboa; bem como o registo das recusas de entrada em
b) Direção Regional do Norte, com sede no Porto; território nacional;
c) Direção Regional do Centro, com sede em Coimbra; e) (Revogada.)
d) Direção Regional do Algarve, com sede em Faro; f) Garantir a instrução dos processos de
e) Direção Regional da Madeira, com sede no contraordenação;
Funchal; g) Instaurar os processos de expulsão administrativa;
f) Direção Regional dos Açores, com sede em Ponta h) Executar as decisões de expulsão;
Delgada. i) Decidir e mandar executar os processos de
3 - A área territorial e de jurisdição das direções regionais readmissão ativa e passiva, por via terrestre;
é definida por portaria do membro do Governo j) Prorrogar a permanência de estrangeiros em
responsável pela área da administração interna. território nacional;
k) Emitir parecer sobre pedidos de vistos;
Artigo 46.º l) Conceder e renovar autorizações de residência;
Orgânica das direções regionais m) Decidir sobre a isenção ou redução de taxas;
n) Visar os passaportes emitidos pelas representações
1 - As direções regionais compreendem os seguintes diplomáticas estrangeiras em Portugal;
órgãos e serviços: o) Conceder salvo-condutos;
p) Autorizar a realização de despesas até ao montante
a) Diretor regional, coadjuvado por subdiretores a fixar por despacho do diretor nacional;
regionais, que o substituem nas suas faltas e q) Verificar e controlar a realização de despesas;
impedimentos; r) Proceder à verificação regular dos fundos em cofre
b) Departamentos regionais; e em depósito;
c) Delegações regionais; s) Fiscalizar a escrituração contabilística e a cobrança
d) Postos de fronteira; de receitas;
e) (Revogada.) t) Autorizar o gozo de férias do pessoal, de acordo
2 - O número de subdiretores regionais de cada direção com o mapa de férias superiormente aprovado;
regional é fixado em função do número de residentes u) Mandar proceder à verificação domiciliária das
da respetiva área de jurisdição, nos termos seguintes: faltas por doença;
v) Justificar faltas;
a) Direção Regional de Lisboa, Vale do Tejo e Alentejo w) Desempenhar as funções que por lei, regulamento
- dois; ou determinação superior lhe forem cometidas.
b) Direção Regional do Norte - um;
c) Direção Regional do Algarve - um; 2 - As competências previstas nas alíneas anteriores
d) Direção Regional do Centro - um; podem ser delegadas, com faculdade de
e) (Revogada.) subdelegação, nos subdiretores regionais, nos chefes
de departamento regionais, nos chefes de delegação,
3 - Mediante proposta do diretor regional, o diretor nos responsáveis de postos de fronteira e nos chefes
nacional designa o subdiretor regional de Lisboa, Vale de núcleos que vierem a ficar na dependência
do Tejo e Alentejo, que substitui o diretor regional hierárquica do respetivo diretor regional.
nas suas faltas e impedimentos, e aquele que dirige a 3 - São delegadas nos subdiretores regionais do Norte e
delegação de Setúbal. do Algarve as competências dos diretores regionais
relativas aos postos de fronteira aéreos situados na
área de jurisdição da respetiva direção regional.

95
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 48.º 3 - (Revogado.)


Departamentos regionais
Artigo 52.º
1 - As direções regionais compreendem os seguintes (Revogado.)
departamentos:
a) Departamento Regional de Investigação e
Fiscalização, a quem compete assegurar as ações Artigo 53.º
da mesma natureza no âmbito das atribuições do Responsável de posto de fronteira
SEF;
b) Departamento Regional de Emissão de 1 - O diretor de Fronteiras de Lisboa dirige os postos de
Documentos, a quem incumbe desenvolver fronteira integrados na mesma Direção.
procedimentos relativos à emissão de pareceres 2 - Os restantes postos de fronteira são dirigidos por
sobre vistos, prorrogações de permanência, trabalhadores da carreira de investigação e
autorizações e títulos de residência, emissão de fiscalização, designados nos termos do artigo 69.º
documentos, registo, atendimento e informação 3 - Nas faltas e impedimentos do responsável do posto
ao público. de fronteira, o mesmo é substituído por trabalhador
2 - (Revogado.) integrado na carreira de investigação e fiscalização
designado pelo diretor nacional.
Artigo 49.º 4 - (Revogado.)
(Revogado.)

SUBSECÇÃO IV
Artigo 49.º-A
(Revogada.)
Direção de Fronteiras de Lisboa

1 - À Direção de Fronteiras de Lisboa compete assegurar


Artigo 54.º
as atribuições do SEF em matéria de controlo da
(Revogado.)
circulação de pessoas nos postos de fronteira aérea e
marítima situados na área metropolitana de Lisboa.
2 - À Direção de Fronteiras de Lisboa compete:
Artigo 55.º
(Revogado.)
a) Garantir o cumprimento dos procedimentos
inerentes ao controlo de fronteira;
b) Assegurar o cumprimento das medidas cautelares
SUBSECÇÃO V
determinadas pelas autoridades competentes e o
Aeródromos e postos de tráfego internacional eventual
registo de recusa de entradas verificadas;
c) Decidir e mandar executar os pedidos de
Artigo 56.º
readmissão ativa e passiva, por via aérea;
Dependência
d) Garantir a instrução dos processos de
contraordenação.
1 - Os aeródromos e portos que não funcionem como
postos de fronteira mas onde eventualmente seja
SUBSECÇÃO II
autorizada a chegada ou a partida de tráfego
Delegações regionais
internacional dependem do respetivo diretor
regional, salvo se, por motivos de serviço, e mediante
Artigo 50.º
despacho a publicar no Diário da República, o diretor
(Revogado.)
nacional considerar mais conveniente colocá-los na
dependência da Direção de Fronteiras de Lisboa.
SUBSECÇÃO III 2 - (Revogado.)
Postos de fronteira
CAPÍTULO III
Artigo 51.º Regime de pessoal
Regime
SECÇÃO I
1 - Os postos de fronteira são os constantes do anexo ii Disposições gerais
do presente diploma, do qual faz parte integrante.
2 - (Revogado.)

96
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 57.º 2 - Para além do previsto no número anterior, o diretor


Pessoal nacional pode determinar o uso de fardamento
quando as circunstâncias o aconselharem.
1 - O pessoal do SEF será integrado num quadro único, 3 - O pessoal de vigilância e segurança, enquanto no
cuja composição será fixada mediante portaria dos exercício das suas funções, está obrigado ao uso de
membros do Governo responsáveis pelas áreas da fardamento.
administração interna, das finanças e da
Administração Pública, sendo constituído por: 4 - Sem prejuízo do disposto no n.º 1, o diretor nacional
a) Pessoal dirigente; pode dispensar o uso de fardamento sempre que a
b) Pessoal de investigação e fiscalização; natureza de determinadas missões o exija.
c) Pessoal de apoio à investigação e fiscalização; 5 - Ao pessoal referido nos números anteriores será
d) Pessoal de vigilância e segurança; fornecido pelo SEF fardamento e distintivo de
e) Pessoal de informática; modelos aprovados por portaria do membro do
f) Pessoal auxiliar; Governo responsável pela área da administração
g) Pessoal operário. interna, na qual será estabelecida a dotação e
2 - Integram o corpo especial do SEF: duração de cada fardamento.
a) Pessoal dirigente;
Artigo 61.º
b) Carreira de investigação e fiscalização;
Uso de meios coercivos e arma de fogo
c) Carreira de vigilância e segurança.
3 - (Revogado.) 1 - As autoridades de polícia criminal e os agentes de
autoridade a que se refere o artigo 3.º defendem e
Artigo 58.º respeitam, em todas as circunstâncias, a vida e a
Contratação de pessoal integridade física e moral, a dignidade das pessoas e
utilizam a persuasão como método de atuação, só
Podem ser celebrados, nos termos da legislação aplicável fazendo uso da força em casos de absoluta
à função pública, em geral, sobre a matéria, contratos de necessidade.
trabalho a termo certo para satisfação de necessidades 2 - Os trabalhadores referidos no número anterior têm
transitórias de serviço e de duração determinada. direito, independentemente de licença, ao uso e
porte de arma de fogo de modelo e calibre definido
Artigo 59.º por despacho dos membros do Governo responsáveis
Identificação dos trabalhadores pelas áreas da administração interna e da defesa
nacional.
1 - A identificação das autoridades de polícia criminal e 3 - O pessoal referido no n.º 1 só pode utilizar a força nos
dos agentes de autoridade faz-se através de cartão de casos expressamente previstos na lei, fazendo uso
livre trânsito ou por intermédio de crachá. dos meios de coerção nos seguintes casos:
2 - A identificação dos restantes trabalhadores faz-se por a) Repelir uma agressão iminente ou em execução,
intermédio de cartão específico. em defesa própria ou de terceiros;
3 - Em operações de controlos móveis o pessoal b) Vencer a resistência violenta à execução de um
apresentar-se-á identificado pelo uso do fardamento serviço no exercício das suas funções e manter a
a que se refere a alínea b) do n.º 1 do artigo 5.º da autoridade depois de ter feito aos resistentes
Portaria n.º 787/98, de 21 de setembro, e as viaturas intimação inequívoca de obediência e após
mediante utilização de sinalética luminosa. esgotados todos os outros meios possíveis para o
4 - Os modelos de identificação referidos nos números conseguir.
anteriores são aprovados por portaria do membro do 4 - O uso de arma de fogo pelo pessoal a que se refere o
Governo responsável pela área da administração n.º 1 obedece aos princípios e regras estabelecidos
interna. no Decreto-Lei n.º 457/99, de 5 de novembro, em
tudo o que este for aplicável.
Artigo 60.º 5 - A utilização de arma de fogo em instrução e em locais
Uso de fardamento próprios não está abrangida pelo disposto no número
anterior.
1 - Os trabalhadores da carreira de investigação e
fiscalização ficam obrigados ao uso do respetivo
fardamento durante os períodos de prestação de
serviço nos postos de fronteira e nos CCPA.

97
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 62.º área da administração interna, de entre inspetores


Utilização de meios de transporte superiores da carreira de investigação e fiscalização
ou licenciados de reconhecida idoneidade e
1 - As autoridades de polícia criminal e os agentes de experiência profissional, vinculados ou não à função
autoridade têm direito à utilização, em todo o pública.
território nacional, dos transportes coletivos, 2 - O cargo é provido em comissão de serviço por um
mediante exibição do cartão de livre trânsito. período de três anos, renovável por iguais períodos.
2 - Os membros do Governo responsáveis pelas áreas da 3 - A renovação da comissão de serviço é comunicada ao
administração interna e dos transportes fixam interessado até 30 dias antes do seu termo, cessando
anualmente, por despacho, o encargo decorrente da a mesma automaticamente no final do respetivo
atribuição do direito previsto no n.º 1, a suportar pelo período se o membro do Governo responsável pela
SEF. área da administração interna não tiver manifestado
expressamente a intenção de a renovar, caso em que
Artigo 63.º o dirigente se mantém no exercício de funções em
Condução de viaturas do serviço gestão corrente até à designação do novo titular do
cargo.
O pessoal do SEF constante das alíneas a) a d) do n.º 1 do 4 - Para efeitos de eventual renovação da comissão de
artigo 57.º habilitado com carta de condução e desde serviço, deve o membro do Governo responsável pela
que devidamente credenciado deve assegurar a área da administração interna ser informado, com a
condução de viaturas do Serviço sempre que tal se revele antecedência de 90 dias, do termo de cada comissão,
necessário para o cumprimento de atos de serviço e sem cessando esta automaticamente no fim do respetivo
prejuízo do respetivo conteúdo funcional desde que período sempre que não seja dado cumprimento
salvaguardada a responsabilidade civil do trabalhador. àquela formalidade.
5 - Em qualquer momento, a comissão de serviço pode
Artigo 64.º ser dada por finda por despacho do membro do
Regulamentação específica Governo responsável pela área da administração
interna, por iniciativa deste ou a requerimento do
O regime de exercício de funções e o estatuto de pessoal interessado.
que integram o quadro de pessoal do SEF serão objeto de
diploma próprio, a aprovar no prazo de 60 dias contado Artigo 65.º-B
da entrada em vigor deste decreto-lei. Diretor nacional-adjunto

SECÇÃO II 1 - O cargo de diretor nacional-adjunto, cargo de direção


Pessoal dirigente e de chefia superior do 2.º grau, é provido por despacho do
membro do Governo responsável pela área da
SUBSECÇÃO I administração interna, de entre inspetores superiores
Pessoal dirigente da carreira de investigação e fiscalização ou
licenciados de reconhecida idoneidade e experiência
Artigo 65.º profissional, vinculados ou não à função pública.
Mapa de cargos de direção e de chefia 2 - Ao provimento do cargo é aplicável o disposto nos
1 - Os lugares de direção superior e de direção n.ºs 2 a 5 do artigo anterior.
intermédia constam do mapa constante do anexo iii
do presente diploma, do qual faz parte integrante. Artigo 66.º
2 - Os lugares de chefia constam do mapa constante do Diretor central, diretor regional, diretor de Fronteiras
anexo iv do presente diploma, do qual faz parte de Lisboa e coordenador do Gabinete de Inspeção
integrante.
3 - (Revogado.) 1 - As direções centrais e as direções regionais são
4 - (Revogado.) dirigidas, respetivamente, por diretores centrais e
5 - (Revogado.) diretores regionais, cargos de direção intermédia do
1.º grau.
Artigo 65.º-A 2 - A Direção de Fronteiras de Lisboa é dirigida por um
Diretor nacional diretor, cargo de direção intermédia do 1.º grau.
3 - O Gabinete de Inspeção é dirigido por um
1 - O cargo de diretor nacional, cargo de direção superior coordenador, cargo de direção intermédia do 1.º
do 1.º grau, é provido por despacho do Primeiro- grau.
Ministro e do membro do Governo responsável pela

98
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

4 - O recrutamento para os cargos de diretor central, de Artigo 67.º-A


diretor regional e de diretor de Fronteiras de Lisboa é Subdiretor central, subdiretor regional e subdiretor de
feito de entre licenciados titulares da categoria de Fronteiras de Lisboa
inspetor superior ou de inspetor do nível 1.
5 - O recrutamento para o cargo de diretor central de 1 - Os diretores centrais, os diretores regionais e o
Gestão e Administração é feito de entre os diretor de Fronteiras de Lisboa são coadjuvados por
trabalhadores recrutáveis para o cargo de direção subdiretores centrais, por subdiretores regionais e
intermédia do 1.º grau, nos termos do Estatuto do por um subdiretor, respetivamente, cargos de direção
Pessoal Dirigente dos Serviços e Organismos da intermédia do 2.º grau.
Administração Central, Regional e Local do Estado. 2 - O provimento para o cargo de subdiretor central é
6 - O recrutamento para o cargo de coordenador do feito por despacho do membro do Governo
Gabinete de Inspeção é feito de entre licenciados em responsável pela área da administração interna, de
Direito, titulares da categoria de inspetores entre inspetores superiores ou inspetores licenciados
superiores, ou de trabalhadores que, nos termos do do, pelo menos, nível 2, ou trabalhadores que, nos
Estatuto do Pessoal Dirigente dos Serviços e termos do Estatuto do Pessoal Dirigente dos Serviços
Organismos da Administração Central, Regional e e Organismos da Administração Central, Regional e
Local do Estado, sejam recrutáveis para o cargo de Local do Estado, sejam recrutáveis para o cargo de
direção intermédia do 1.º grau. direção intermédia do 2.º grau.
7 - Os cargos a que se referem os números anteriores são 3 - O provimento para o cargo de subdiretor regional é
providos por despacho do membro do Governo feito por despacho do membro do Governo
responsável pela área da administração interna, sob responsável pela área da administração interna, de
proposta do diretor nacional, em comissão de serviço entre inspetores superiores ou inspetores licenciados
por um período de três anos, renovável por iguais do, pelo menos, nível 2.
períodos. 4 - O recrutamento para os cargos de subdiretor de
8 - Ao provimento do cargo é aplicável o disposto nos direção central de serviços operacionais com
n.ºs 3 a 5 do artigo 65.º-A, com as devidas atribuições exclusivamente nas áreas de investigação,
adaptações. fiscalização e controlo de fronteira é feito apenas de
entre trabalhadores da carreira de investigação e
Artigo 67.º fiscalização.
Coordenador de gabinete 5 - O provimento do subdiretor de Fronteiras de Lisboa é
feito por despacho do membro do Governo
1 - Os gabinetes são dirigidos por coordenadores, cargos responsável pela área da administração interna, de
de direção intermédia do 2.º grau. entre inspetores superiores ou inspetores licenciados
2 - O recrutamento para o cargo de coordenador do do, pelo menos, nível 2.
Gabinete de Asilo e Refugiados, Gabinete Técnico de 6 - Ao provimento dos cargos é aplicável o disposto nos
Fronteiras e Gabinete de Apoio às Direções Regionais n.ºs 2 a 5 do artigo 65.º-A.
é feito de entre inspetores superiores ou inspetores
licenciados do, pelo menos, nível 2. Artigo 67.º-B
3 - O recrutamento para os restantes gabinetes é feito de Dirigentes
entre inspetores superiores ou inspetores licenciados
com, pelo menos, três anos na categoria, ou Ao pessoal dirigente do SEF aplica-se, subsidiariamente, o
trabalhadores que, nos termos do Estatuto do Pessoal Estatuto do Pessoal Dirigente dos Serviços e Organismos
Dirigente dos Serviços e Organismos da da Administração Central, Regional e Local do Estado.
Administração Central, Regional e Local do Estado,
sejam recrutáveis para o cargo de direção intermédia SUBSECÇÃO II
do 2.º grau. Pessoal de chefia
4 - Os cargos a que se referem os números anteriores são
providos por despacho do membro do Governo Artigo 68.º
responsável pela área da administração interna, sob Cargos de chefia
proposta do diretor nacional, em comissão de serviço 1 - Consideram-se cargos de chefia:
por um período de três anos, renovável por iguais
períodos. a) Chefes de delegação;
5 - Ao provimento do cargo é aplicável o disposto nos b) Chefe de departamento regional;
n.ºs 3 a 5 do artigo 65.º-A, com as devidas c) Responsável de posto de fronteira;
adaptações. d) Chefe de núcleo, a que se refere o artigo 11.º;
e) (Revogada.)

99
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

2 - Os cargos a que alude o n.º 1 são exercidos em b) Resultem do cumprimento de convenções


comissão de serviço, por períodos de três anos, internacionais e estejam correlacionados com a
renováveis mediante despacho do diretor nacional, imigração ilegal.
podendo ser dada por finda a todo o momento por 2 - A utilidade dos objetos a que se refere a alínea a) do
despacho fundamentado do mesmo. n.º 1 deve ser proposta pelo SEF no relatório final do
3 - Nas localidades em que exista uma delegação regional respetivo processo crime.
e postos de fronteira, o chefe da delegação pode
assegurar, por conveniência de serviço, mediante
despacho do diretor nacional, a publicar no Diário da Artigo 71.º
República, a gestão dos postos de fronteira. Isenção de portagem

As viaturas do SEF estão isentas do pagamento de


Artigo 69.º qualquer taxa em pontes e autoestradas.
Recrutamento para os cargos de chefia
Artigo 72.º
1 - O recrutamento para os cargos a que alude o artigo Pessoal dirigente
anterior faz-se:
a) Os chefes de delegação e chefes de departamentos 1 - Com a entrada em vigor da presente Lei Orgânica,
regionais, de entre, no mínimo, inspetores e, cessam todas as comissões de serviço do pessoal
excecionalmente, em circunstâncias devidamente dirigente, o qual, no entanto, terá de assegurar, em
fundamentadas, de entre inspetores-adjuntos gestão corrente, o exercício das funções que vinha
principais com, pelo menos, seis anos na desempenhando até à nomeação dos titulares das
categoria; correspondentes funções.
b) Os responsáveis de postos de fronteira, de entre 2 - Enquanto não for publicada a legislação prevista no
inspetores ou inspetores-adjuntos principais e, em artigo 64.º, ao pessoal dirigente que, após a entrada
circunstâncias excecionais, devidamente em vigor do presente diploma, se mantenha em
fundamentadas, de inspetores-adjuntos do nível exercício de funções nos termos previstos no número
1; anterior e ao pessoal que venha a ser nomeado para
c) Os chefes de núcleo, de entre, no mínimo, lugares previstos no n.º 1 do artigo 65.º é aplicável o
inspetores-adjuntos principais ou técnicos disposto no artigo 72.º do Decreto-Lei n.º 440/86, de
superiores, ou, em casos excecionais e 31 de dezembro.
devidamente fundamentados, de entre 3 - Sem prejuízo do disposto no artigo 67.º, durante o
inspetores-adjuntos do nível 1 ou de entre período transitório de um ano, o recrutamento para o
assistentes técnicos, em qualquer dos casos com cargo de chefe de departamento poderá ser feito de
um mínimo de três anos de comprovada entre oficiais das Forças Armadas ou das forças de
experiência profissional nas respetivas áreas segurança e, conforme previsto no n.º 7 do artigo 4.º
funcionais; do Estatuto do Pessoal Dirigente da Função Pública,
d) (Revogada.) de entre especialista superior do nível 4 e, em ambos
e) (Revogada.) os casos, em exercício de funções na respetiva área
f) (Revogada.) há mais de quatro anos.
g) (Revogada.)
2 - (Revogado.) Artigo 73.º
Pessoal em exercício de funções no SEF
CAPÍTULO IV
Disposições finais e transitórias 1 - Os dirigentes em exercício à data da entrada em vigor
do presente diploma, oriundos de outros organismos
Artigo 70.º da Administração Pública, que não venham a ser
Objetos que revertem a favor do SEF providos em qualquer dos cargos dirigentes
constantes do mapa de pessoal dirigente anexo,
1 - Os objetos apreendidos pelo SEF que venham a ser regressam ao respetivo serviço de origem, exceto se,
declarados perdidos a favor do Estado ser-lhe-ão no prazo de 30 dias contados a partir da data da
afetos quando: entrada em vigor do diploma previsto no artigo 64.º,
optarem pela integração no quadro do SEF.
a) Se trate de documentos, armas, munições, 2 - O pessoal em regime de requisição que, à data da
viaturas, equipamento de telecomunicações ou entrada em vigor do presente diploma, se encontre a
outros com interesse criminalístico; exercer funções no SEF poderá, durante o período de

100
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

um ano contado a partir da data da entrada em vigor i) Decreto-Lei n.º 108/97, de 8 de maio.
do diploma previsto no artigo 64.º, ser integrado no
quadro do SEF. ANEXO I
3 - Findo o período a que se refere o número anterior, o [a que se refere a alínea c) do artigo 44.º]
pessoal que não opte pela integração regressará aos
respetivos serviços de origem. Delegações regionais

Delegação Regional de Albufeira.


Artigo 74.º Delegação Regional de Angra do Heroísmo.
Garantias Delegação Regional de Aveiro.
Delegação Regional de Beja.
O pessoal em comissão de serviço no SEF mantém todos Delegação Regional de Braga.
os direitos e regalias inerentes ao lugar de origem. Delegação Regional de Bragança.
Delegação Regional de Cascais.
Delegação Regional de Castelo Branco.
Artigo 75.º Delegação Regional de Espinho.
Entrada em vigor Delegação Regional de Évora.
Delegação Regional da Figueira da Foz.
O presente diploma entra em vigor no dia 1 do mês Delegação Regional da Horta.
imediato ao da sua publicação. Delegação Regional de Leiria.
Delegação Regional do Pico.
Artigo 76.º Delegação Regional de Portalegre.
Norma revogatória Delegação Regional de Portimão.
Delegação Regional de Porto Santo.
1 - Com a entrada em vigor do presente diploma são Delegação Regional de Santarém.
revogados os preceitos legais respeitantes a Delegação Regional de Setúbal.
atribuições e organização do SEF constantes dos Delegação Regional de Tavira.
artigos 1.º a 8.º e 10.º a 34.º, dos n.ºs 2, 3 e 4 do Delegação Regional de Viana do Castelo.
artigo 38.º e dos artigos 40.º a 45.º do Decreto-Lei n.º Delegação Regional de Vila Real.
440/86, de 31 de dezembro. Delegação Regional de Viseu.
2 - Enquanto não for publicada a legislação prevista no Delegação Regional da Guarda.
artigo 64.º continuam a aplicar-se os preceitos legais
e regulamentares que não contrariem o estabelecido
neste diploma, designadamente contidos nos:
a) Decreto-Lei n.º 440/86, de 31 de dezembro;
b) Decreto-Lei n.º 198/88, de 31 de maio;
c) Decreto-Lei n.º 372/88, de 17 de outubro;
d) Decreto-Lei n.º 360/89, de 18 de outubro; ANEXO II
e) Decreto-Lei n.º 160/92, de 1 de agosto; (a que se refere o n.º 1 do artigo 51.º)
f) Decreto-Lei n.º 120/93, de 16 de abril; Postos de fronteira
g) Decreto-Lei n.º 98/96, de 19 de julho;
h) Decreto-Lei n.º 228/96, de 29 de novembro;

101
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

ANEXO III ANEXO IV


(a que se refere o n.º 1 do artigo 65.º) (a que se refere o n.º 2 do artigo 65.º)
Mapa de pessoal dirigente Mapa de chefias

102
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Regime Jurídico das Associações de Imigrantes


e Mediador Sociocultural

103
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

104
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Lei n.º 115/99, de 3 de agosto Artigo 3.º


Regime jurídico das associações de imigrantes Independência e autonomia

(com as alterações introduzidas pelo 1 - As associações de imigrantes são independentes do


Decreto-Lei n.º 34/2008, de 26 de fevereiro) Estado e dos partidos políticos e têm o direito de
livremente elaborar, aprovar e modificar os seus
estatutos, eleger os seus corpos sociais, aprovar os
A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea seus planos de atividades e administrar o seu
c) do artigo 161.º da Constituição, para valer como lei património.
geral da República, o seguinte: 2 - A concessão de qualquer tipo de apoios por parte do
Estado às associações de imigrantes não pode
Artigo 1.º condicionar a sua autonomia e independência.
Objeto
Artigo 4.º
1 - A presente lei estabelece o regime de constituição e Direitos das associações
os direitos e deveres das associações representativas
dos imigrantes e seus descendentes. 1 - As associações de imigrantes gozam dos seguintes
2 - Em tudo o que não se encontre especialmente direitos:
regulado na presente lei é aplicável às associações de a) Participar na definição da política de imigração;
imigrantes o regime legal das associações, de acordo b) Participar nos processos legislativos referentes à
com a sua natureza estatutária. imigração;
c) Participar em órgãos consultivos, nos termos da lei;
Artigo 2.º d) Beneficiar de direito de antena nos serviços
Definição públicos de rádio e televisão através das
respetivas associações representativas de âmbito
1 - As associações de imigrantes são associações nacional;
constituídas nos termos da lei geral, dotadas de e) Beneficiar de todos os direitos e regalias atribuídos
personalidade jurídica, sem fins lucrativos, de âmbito por lei às pessoas coletivas de utilidade pública;
nacional, regional ou local, e que inscrevam nos seus f) Beneficiar de isenção de imposto do selo;
estatutos o objetivo de proteger os direitos e g) Solicitar e obter das entidades competentes as
interesses específicos dos imigrantes e dos seus informações e a documentação que lhes
descendentes residentes em Portugal, visando permitam acompanhar a definição e execução das
nomeadamente: políticas de imigração;
a) Defender e promover os direitos e interesses dos h) Intervir junto das autoridades públicas em defesa
imigrantes e seus descendentes em tudo quanto dos direitos dos imigrantes;
respeite à sua valorização, de modo a permitir a i) Participar, junto das autarquias locais, na definição
sua plena integração e inserção; e execução das políticas locais que digam
b) Desenvolver ações de apoio aos imigrantes e seus diretamente respeito aos imigrantes;
descendentes visando a melhoria das suas j) Beneficiar de apoio técnico e financeiro por parte
condições de vida; do Estado, nos termos da presente lei.
c) Promover e estimular as capacidades próprias, 2 - Os direitos previstos nas alíneas a) a f) do número
culturais e sociais das comunidades de imigrantes anterior só podem ser exercidos pelas associações
ou dos seus descendentes como elemento cuja representatividade seja reconhecida, nos termos
fundamental da sociedade em que se inserem; do artigo seguinte.
d) Propor ações necessárias à prevenção ou cessação
de atos ou omissões de entidades públicas ou Artigo 5.º
privadas que constituam discriminação racial; Reconhecimento
e) Estabelecer intercâmbios com associações
congéneres estrangeiras ou promover ações 1 - O reconhecimento de representatividade para os
comuns de informação ou formação. efeitos da presente lei é atribuído pelo Alto-
2 - Para os efeitos da presente lei, equiparam-se às Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas
associações de imigrantes as uniões e federações por (ACIME) às associações que o requeiram e que
elas criadas. demonstrem reunir cumulativamente os seguintes
requisitos:
a) Ter estatutos publicados;

105
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

b) Ter corpos sociais regularmente eleitos; Artigo 8.º


c) Possuir inscrição no Registo Nacional de Pessoas Dotações orçamentais
Coletivas;
d) Inscrever no seu objeto ou denominação social a As dotações orçamentais para suportar os encargos
promoção dos direitos e interesses específicos dos financeiros decorrentes da concessão dos apoios
imigrantes; previstos na presente lei são inscritas anualmente no
e) Desenvolver atividades que comprovem uma real Orçamento do Estado, em rubrica própria.
promoção dos direitos e interesses específicos dos
imigrantes. Artigo 9.º
2 - O reconhecimento de representatividade é precedido Conselho Consultivo
de parecer do Conselho Consultivo.
(…)8
Artigo 6.º
Mecenato associativo Artigo 10.º
Regulamentação
A lei do mecenato regula os termos e condições em que
quotizações e outras contribuições de pessoas singulares Compete ao Governo, ouvidas as associações de
ou coletivas destinadas a financiar atividades ou projetos imigrantes, regulamentar no prazo de 90 dias após a sua
de associações de imigrantes podem ser consideradas entrada em vigor as disposições da presente lei que de
para efeitos de deduções fiscais. tal careçam.

Artigo 7.º Artigo 11.º


Apoio do Estado Entrada em vigor

1 - Os apoios às associações previstos na alínea j) do n.º 1 Sem prejuízo da sua entrada em vigor nos termos gerais,
do artigo 4.º da presente lei são atribuídos mediante a presente lei só produz efeitos financeiros após a
a celebração de protocolos entre as associações e o entrada em vigor da Lei do Orçamento do Estado
ACIME. posterior à sua aprovação.
2 - A celebração dos protocolos referidos no número
anterior baseia-se em projetos apresentados pelas
associações e é precedida de parecer do Conselho
Consultivo.
3 - Na concessão de qualquer tipo de apoios por parte do
Estado, nenhuma associação de imigrantes pode ser
privilegiada ou prejudicada em relação às demais por
motivos étnicos, ideológicos, religiosos ou de situação
geográfica.

8 O artigo 9.º da Lei n.º 115/99, altera o Decreto-Lei n.º 39/98, de 27 de


fevereiro, pelo que se optou por não colocar o conteúdo do mesmo.

106
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 75/2000, de 9 de maio Artigo 2.º


Regulamenta a Lei n.º 115/99, de 3 de agosto, que Direitos das associações
tem por objetivo estabelecer o regime de
constituição e os direitos e deveres das associações 1 - As associações de imigrantes gozam dos seguintes
direitos:
representativas dos imigrantes e seus
descendentes a) Participar na definição da política de imigração;
b) Participar nos processos legislativos referentes a
(com as alterações introduzidas pelo imigração;
Decreto-Lei n.º 34/2008) c) Participar em órgãos consultivos, nos termos do
presente diploma;
d) Beneficiar de direito de antena nos serviços
A Lei n.º 115/99, de 3 de agosto, estabeleceu o regime públicos de rádio e televisão através das
jurídico das associações representativas dos imigrantes e respetivas associações representativas de âmbito
seus descendentes, prevendo o reconhecimento da sua nacional;
representatividade, bem como o direito ao apoio técnico e) Beneficiar de todos os direitos e regalias atribuídos
e financeiro do Estado para o desenvolvimento das suas por lei às pessoas coletivas de utilidade pública;
atividades e o direito a beneficiar de tempo de antena f ) Beneficiar de isenção de imposto do selo;
nos serviços públicos de rádio e televisão. g) Solicitar e obter das entidades competentes as
informações e a documentação que lhes
Importa pois definir o processo de reconhecimento de permitam acompanhar a definição e execução das
representatividade, delimitar os sectores de atuação e políticas de imigração;
definir critérios objetivos de apoio às atividades h) Intervir junto das autoridades públicas em defesa
desenvolvidas pelas associações representativas de dos direitos dos imigrantes;
imigrantes e seus descendentes, por forma que possam i) Participar, junto das autarquias locais, na definição
melhor proteger os direitos e interesses específicos e execução das políticas locais que digam
daqueles, contribuindo para que todos os cidadãos diretamente respeito aos imigrantes;
legalmente residentes em Portugal gozem de dignidade e j) Beneficiar de apoio técnico e financeiro por parte
oportunidades idênticas. do Estado, nos termos do presente diploma.
2 - Os direitos previstos nas alíneas a) a f) do número
Acresce que a Lei n.º 115/99, de 3 de agosto, prevê que anterior só podem ser exercidos pelas associações
passem a integrar o Conselho Consultivo para os cuja representatividade seja reconhecida, nos termos
Assuntos da Imigração três representantes das dos artigos 3.º e 4.º do presente diploma e do artigo
associações representativas das comunidades de 5.º da Lei n.º 115/99, de 3 de agosto.
imigrantes não lusófonas, pelo que igualmente se revela
necessário regulamentar a respetiva eleição. Artigo 3.º
Reconhecimento
Foi ouvido o Conselho Consultivo para os Assuntos da
Imigração. 1 - O reconhecimento de representatividade depende de
requerimento da associação interessada e da
Assim, no desenvolvimento do regime jurídico da Lei n.º verificação dos requisitos legais previstos na Lei n.º
115/99, de 3 de agosto, e nos termos das alíneas a) e c) 115/99, de 3 de agosto.
do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta, para 2 - O requerimento referido no número anterior é
valer como lei geral da República, o seguinte: dirigido ao Alto-Comissário para a Imigração e
Minorias Étnicas (ACIME), instruído com os seguintes
Artigo 1.º documentos:
Objeto
a) Cópia dos estatutos e do respetivo extrato
O presente diploma regulamenta a Lei n.º 115/99, de 3 publicado no Diário da República;
de agosto, que tem por objetivo estabelecer o regime de b) Cópia da ata de eleição dos corpos sociais em
constituição e os direitos e deveres das associações exercício;
representativas dos imigrantes e seus descendentes. c) Cópia do cartão de identificação de pessoa coletiva;
d) Relatório de atividades do último exercício, ou
plano anual de atividades, caso se trate de
associação em início de atividade;
e) Declaração em que conste o número total de
associados e o âmbito territorial de atuação.

107
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

3 - Sempre que se verifiquem alterações, as associações de rádio e televisão nos mesmos termos das
devem enviar ao ACIME os documentos associações profissionais.
correspondentes às mesmas e referidos no número
anterior, a fim de confirmar a manutenção dos Artigo 8.º
requisitos legais do reconhecimento de Apoio do Estado
representatividade, sem prejuízo da remessa anual,
até 31 de janeiro, da declaração mencionada na 1 - O membro do Governo responsável pela área da
alínea e) do n.º 2. igualdade concede apoio do Estado e valoriza o
4 - As associações de imigrantes podem ser de âmbito contributo das associações de imigrantes na execução
nacional, regional ou local, de acordo com o número das políticas nacionais vocacionadas para a melhoria
mínimo de associados, que será, respetivamente, de das condições de vida dos imigrantes em Portugal, na
1000, 500 e 100. perspetiva da sua integração na sociedade, com
respeito pela sua identidade e cultura de origem, de
Artigo 4.º forma a eliminar a discriminação, bem como para a
Instrução e decisão do processo promoção da dignificação e da igualdade de
oportunidades de todos os cidadãos legalmente
1 - O ACIME e o Conselho Consultivo para os Assuntos da residentes em Portugal.
Imigração (COCAI) podem solicitar informações ou 2 - O apoio referido no número anterior efetiva-se
documentos adicionais que se revelem necessários a através de ajudas de carácter técnico e financeiro às
tomada de decisão ou à emissão de parecer. associações de imigrantes que desenvolvam
2 - O COCAI emite parecer no prazo máximo de 10 dias programas, projetos e ações que tenham como
úteis a contar da data da entrada do requerimento ou objetivo:
da instrução do processo nos termos do número a) Contribuir para a integração de cidadãos
anterior. imigrantes, promovendo a sua dignificação e
3 - O ACIME profere a decisão no prazo máximo de 15 igualdade de oportunidades;
dias a contar da emissão do parecer do COCAI. b) A mudança de atitudes e mentalidades, no âmbito
da igualdade de oportunidades dos cidadãos
Artigo 5.º legalmente residentes em Portugal,
Publicidade nomeadamente a nível da educação, da cultura e
dos meios de comunicação social;
O ACIME promove, no prazo de 10 dias, a publicação no c) A formação técnica de suporte a iniciativas
Diário da República do extrato da decisão proferida. empresariais, culturais e sociais com vista a
estimular a atividade empreendedora dos
Artigo 6.º imigrantes;
Registo das associações d) A formação profissional, de forma a fomentar o
aumento da qualificação profissional dos cidadãos
O Gabinete do ACIME organiza o registo das associações imigrantes;
cuja representatividade é reconhecida e emite, e) A criação de serviços de apoio às famílias
anualmente, o respetivo cartão de identificação, de imigrantes;
modelo anexo ao presente diploma. f) O estabelecimento de intercâmbios com
associações congéneres estrangeiras ou a
Artigo 7.º promoção de ações comuns de informação ou
Direito de participação das associações representativas formação;
g) O estudo e a investigação de casos e medidas de
1 - As associações com reconhecimento de integração social e de discriminação baseada na
representatividade participam na definição das raça, cor, nacionalidade ou origem étnica;
medidas concretizadoras do Programa do Governo h) A eliminação de todas as formas de discriminação
em matéria de imigração. baseadas na raça, cor, nacionalidade ou origem
2 - O membro do Governo responsável pela área da étnica.
igualdade faculta às associações referidas no número
anterior os elementos necessários, fixando um prazo Artigo 9.º
para que elas se pronunciem por escrito, o qual não Critérios de apreciação dos pedidos
poderá ser inferior a 15 dias.
3 - As associações referidas no n.º 1, através das 1 - Os pedidos de apoio formulados ao abrigo do artigo
respetivas associações de âmbito nacional, anterior são apreciados de acordo com os seguintes
beneficiam do direito de antena nos serviços públicos critérios:

108
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

a) Qualidade técnica da ação proposta, Artigo 13.º


nomeadamente quanto aos objetivos, conteúdos Prazo de apresentação dos pedidos
programáticos e duração da ação;
b) Âmbito regional, local, nacional ou internacional da Os pedidos devem ser apresentados ao membro do
ação proposta; Governo responsável pela área da igualdade até 31 de
c) O grau de carência da região ou população outubro do ano que antecede o apoio para o plano anual
abrangida; de atividades e até 60 dias de antecedência para o apoio
d) A continuidade e a estabilidade dos efeitos pontual.
pretendidos;
e) A participação de trabalho de voluntariado; Artigo 14.º
f) A relação entre o custo e os resultados esperados; Apreciação e decisão dos pedidos
g) Capacidade de estabelecer parcerias;
h) Tipo de atividades desenvolvidas pela associação 1 - Os pedidos são apreciados pelo ACIME, que solicita
promotora da ação ou projeto; parecer ao COCAI:
i) Cumprimento dos objetivos de ações ou projetos a) Até 31 de janeiro do ano a que respeita o pedido
anteriores. de apoio para o plano anual de atividades;
2 - São excluídas do apoio as associações que se b) No prazo de 10 dias úteis a contar da apresentação
encontrem numa das situações previstas no artigo do pedido de apoio pontual.
33.º do Decreto-Lei n.º 197/99, de 8 de junho. 2 - O membro do Governo responsável pela área da
igualdade decide sobre a concessão do apoio e
Artigo 10.º comunica a decisão no prazo máximo de 10 dias úteis
Formalização dos pedidos a contar da emissão da apreciação feita pelo ACIME e
promove a celebração do protocolo de apoio nos 15
As associações devem formalizar os seus pedidos de dias seguintes à comunicação da decisão.
apoio ao membro do Governo responsável pela área da
igualdade. Artigo 15.º
Processamento do apoio financeiro
Artigo 11.º
Formas de apoio técnico O apoio financeiro é concedido de acordo com o seguinte
calendário de pagamentos:
O apoio técnico, a prestar pelo membro do Governo que a) Para o plano anual de atividades: 50% até 31 de
tem a seu cargo a área da igualdade ou por entidades março, 20% até 30 de junho, 30% após 30 de
públicas ou privadas com as quais aquele estabeleça novembro e condicionado à apresentação de
acordos para o efeito, deve revestir, entre outras, as relatório de atividades e contas até aquela data;
seguintes formas: b) Para o apoio pontual: 60% com a celebração do
a) Informação jurídica ou outra; protocolo de apoio e 40% no prazo de 10 dias
b) Documentação, bibliografia. úteis após entrega de relatório de atividades e
contas.
Artigo 12.º
Modalidades de apoio financeiro Artigo 16.º
Deveres das associações
1 - O apoio financeiro pode ser concedido à globalidade
das ações previstas no plano anual de atividades ou 1 - As associações apoiadas ficam obrigadas a:
pontualmente. a) Aceitar a avaliação e o acompanhamento das
2 - As associações que optem pelo apoio para o plano atividades apoiadas;
anual de atividades não serão elegíveis para o apoio b) Articular, sempre que possível, as suas atividades
pontual. com as atividades que o membro do Governo
3 - As associações que optem pelo apoio pontual podem responsável pela área da igualdade promova no
apresentar até ao máximo de três pedidos por ano mesmo âmbito;
civil. c) Apresentar, até 15 de janeiro de cada ano, relatório
4- O apoio financeiro não pode exceder 70% do total do anual e circunstanciado da atividade desenvolvida
valor do programa, projeto ou ação. e da aplicação das verbas concedidas.
2 - O relatório referido no número anterior, caso se trate
de apoio pontual, é apresentado no prazo máximo de
30 dias após o final da ação apoiada.

109
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

3 - Caso se verifiquem irregularidades na aplicação das ANEXO


verbas concedidas, nomeadamente a sua utilização
para fins diversos dos indicados, a associação fica
impedida de concorrer a qualquer espécie de apoio
por um prazo de dois anos, sem prejuízo da
responsabilidade civil ou criminal a que haja lugar.

Artigo 17.º
Avaliação e acompanhamento

1 - Compete ao ACIME a avaliação e o acompanhamento


da aplicação das verbas concedidas.
2 - O ACIME promove a publicação no Diário da
República, de um relatório até 30 de abril do ano
seguinte àquele a que se referem os apoios, donde
consta a lista das associações apoiadas, a modalidade
de apoio e os respetivos montantes.

Artigo 18.º
Financiamento

A atribuição dos apoios previstos no presente diploma


fica condicionada à dotação orçamental inscrita para o
efeito no Orçamento do Estado, em rubrica própria, nos
termos do artigo 8.º da Lei n.º 115/99, de 3 de agosto.

Artigo 19.º
Conselho consultivo

1 - As associações de imigrantes das comunidades não


lusófonas cuja representatividade venha a ser
reconhecida nos seis meses seguintes à publicação do
presente diploma elegem os três representantes a
que alude a alínea b) do n.º 1 do artigo 3.º do
Decreto-Lei n.º 39/98, de 27 de fevereiro, na redação
dada pela Lei n.º 115/99, de 3 de agosto.
2 - O Gabinete do ACIME promove a eleição nos 15 dias
posteriores ao decurso do prazo fixado no número
anterior.
3 - O mandato dos atuais membros do conselho, nos
termos do n.º 4 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º
39/98, de 27 de fevereiro, termina no prazo de três
anos a contar da data da respetiva posse.

Artigo 20.º
Disposição transitória

1 - Os pedidos sobre os quais o COCAI se haja já


pronunciado são decididos no prazo máximo de 10
dias a contar da publicação do presente diploma.
2 - No ano 2000, o prazo para apresentação de pedidos
de apoio ao plano anual de atividades é de 45 dias a
contar da data de publicação do presente diploma.

110
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Lei n.º 105/2001, de 31 de agosto de serviços, para o efeito constituídas ou a constituir


Estabelece o estatuto legal do mediador por pessoas pertencentes a grupos étnicos ou
sociocultural imigrantes.
2 - Para os efeitos do número anterior, o Estado e as
autarquias locais asseguram os meios necessários ao
A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea financiamento dos protocolos por forma a garantir a
c) do artigo 161.º da Constituição, para valer como lei continuidade e a estabilidade do trabalho dos
geral da República, o seguinte: mediadores socioculturais numa perspetiva de
ligação entre populações em situação de exclusão
Artigo 1.º social e as instituições que trabalham com estes
Mediador sociocultural grupos.
3 - Quando não for possível recorrer à celebração de
1 - É criada a figura de mediador sociocultural, que tem protocolos nos termos dos números anteriores,
por função colaborar na integração de imigrantes e designadamente por não existirem associações,
minorias étnicas, na perspetiva do reforço do diálogo cooperativas ou empresas de prestação de serviços, o
intercultural e da coesão social. exercício das funções de mediador sociocultural
2 - Os mediadores socioculturais exercem as respetivas poderá ser assegurado com recurso à figura do
funções, designadamente, em escolas, instituições de contrato individual de trabalho, nos termos da lei
segurança social, instituições de saúde, no Serviço de geral, ou de contratos de prestação de serviços, nos
Estrangeiros e Fronteiras, no Instituto de Reinserção termos do regime geral da função pública.
Social, nas autarquias locais e nos serviços e 4 - Para os efeitos do disposto no número anterior, na
organismos públicos em que o exercício das suas contratação deve ser dada preferência a pessoas
funções se vier a revelar necessário. pertencentes a grupos étnicos ou imigrantes que
revelem competências de mediação sociocultural e
Artigo 2.º conhecimentos das características socioculturais das
Competências e deveres do mediador sociocultural comunidades alvo.

1 - O mediador sociocultural promove o diálogo Artigo 4.º


intercultural, estimulando o respeito e o melhor Formação
conhecimento da diversidade cultural e a inclusão
social. 1 - Os mediadores socioculturais frequentarão cursos de
2 - São competências e deveres do mediador formação que tenham em conta uma matriz com
sociocultural, nomeadamente: conteúdos comuns que permita nomeadamente
promover o diálogo intercultural entre todos os
a) Colaborar na prevenção e resolução de conflitos cidadãos, a que serão acrescidos módulos específicos
socioculturais e na definição de estratégias de de formação que tenham em consideração as
intervenção social; especificidades próprias de cada comunidade, no
b) Colaborar ativamente com todos os intervenientes sentido de viabilizar a relação intrínseca entre
dos processos de intervenção social e educativa; formação, certificação e mercado de trabalho.
c) Facilitar a comunicação entre profissionais e 2 - Para os efeitos do disposto no número anterior,
utentes de origem cultural diferente; deverão ser criados, através de protocolos celebrados
d) Assessorar os utentes na relação com profissionais entre o Instituto do Emprego e Formação Profissional
e serviços públicos e privados; e entidades devidamente acreditadas, cursos de
e) Promover a inclusão de cidadãos de diferentes formação de mediadores socioculturais que sejam
origens sociais e culturais em igualdade de equiparados ao 9.º ano de escolaridade e que
condições; confiram o nível II de qualificação profissional.
f) Respeitar a natureza confidencial da informação 3 - A formação adquirida deverá ser certificada pela
relativa às famílias e populações abrangidas pela Agência Nacional de Educação e Formação de Adultos
sua ação. (ANEFA), por forma a habilitar os formandos a um
nível habilitacional superior ao detido.
Artigo 3.º
Regime jurídico

1 - O exercício da função de mediador sociocultural


poderá ser assegurado através da celebração de
protocolos entre o Estado ou autarquias locais, com
associações, cooperativas, ou empresas de prestação

111
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 5.º
Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor no prazo de 30 dias após a


data da sua publicação, sem prejuízo de o Governo vir a
regulamentar algumas das matérias constantes dos
artigos 3.º e 4.º

112
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Plano Estratégico para as Migrações

113
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

114
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Resolução do Conselho de Ministros n.º 12-B/2015, adequando-se à estratégia do fomento industrial para o
de 20 de março crescimento e o emprego, bem como à prioridade da
Aprova o Plano Estratégico para as Migrações «Abordagem global para a migração e mobilidade»
(2015-2020) definida pela Comissão Europeia.

Com efeito, esta «Abordagem global para a migração e


O Programa do XIX Governo Constitucional mobilidade», ao estabelecer um quadro abrangente para
comprometeu-se a implementar políticas adequadas à gerir a migração e a mobilidade com países terceiros, em
integração social da população imigrante, assumindo coordenação com a política externa da União Europeia,
como prioritárias as áreas da cultura e da língua, da surgiu como uma resposta natural à crescente
educação e do emprego e qualificação profissional. complexidade do fenómeno das migrações. É neste
quadro que a União Europeia prossegue o diálogo com
Por outro lado, o mesmo Programa determinou como países e regiões estratégicos, de origem e trânsito dos
objetivo dar um novo impulso à ligação efetiva entre fluxos migratórios.
Portugal e os cidadãos residentes no estrangeiro.
O plano agora aprovado será sustentado pelo
Em matéria económica, o fomento do financiamento europeu 2014-2020, coincidindo o seu
empreendedorismo, da inovação e uma maior horizonte temporal com esse mesmo período, e sem
internacionalização foram também definidos como onerar por isso, de forma acrescida, o orçamento
objetivos prioritários do Governo. nacional. Dará um novo impulso às políticas migratórias,
ajustando as iniciativas desenvolvidas às necessidades
Portugal tem vindo já a implementar planos de atuais e projetando novas ações que, com sensibilidade e
integração de imigrantes e dos seus descendentes, eficácia, contribuam para a coesão social, o
consolidando um acervo de boas práticas conhecidas e enriquecimento humano e material do país e o
reconhecidas. Contudo, o fenómeno migratório do nosso envolvimento e ligação à diáspora portuguesa.
país tem passado por múltiplas alterações. Desde o início
do século XXI tem-se assistido a nova alteração do nosso Esta estratégia deve primar pela absoluta garantia da
perfil migratório. Houve um decréscimo da população dignidade da pessoa humana, em estreita articulação
imigrante, numa tendência que se confirmou igualmente com as políticas públicas de segurança interna e com as
no ano de 2014. políticas externa e dos negócios estrangeiros.

Paralelamente, registou-se um aumento gradual da De forma a garantir a atuação concertada de todos os


emigração de portugueses para o estrangeiro. Não sendo ministérios prevê-se a criação de um Grupo Técnico de
a experiência emigratória portuguesa um fenómeno Acompanhamento para colaborar com o Alto
recente, e tendo Portugal uma emigração acumulada Comissariado para as Migrações, I. P., com o Serviço de
bastante superior ao número de imigrantes residentes no Estrangeiros e Fronteiras e com a Direção-Geral das
país, foi a partir do fim da última década que o país Comunidades Portuguesas e dos Assuntos Consulares, na
retomou os saldos migratórios negativos. execução, monitorização e avaliação do Plano Estratégico
para as Migrações 2015-2020. O plano será objeto de
Nas Grandes Opções do Plano para 2015, o Governo avaliação externa.
expôs um conjunto de áreas de intervenção da política
migratória nos domínios demográfico, social, profissional, Foi ouvido o Conselho para as Migrações.
económico e externo. Para além do aprofundamento de
linhas de política em vista de uma gestão adequada e O Plano Estratégico para as Migrações 2015-2020 foi
coordenada dos fluxos migratórios e da consolidação de submetido a consulta pública.
políticas de integração, destaca-se a definição de
medidas orientadas para o apoio ao regresso e à Assim:
reintegração de cidadãos nacionais emigrados, bem
como para o reconhecimento e valorização dos talentos Nos termos da alínea g) do artigo 199.º da Constituição, o
portugueses que vivem no estrangeiro. Conselho de Ministros resolve:

O desenvolvimento destas áreas torna essencial o 1 - Aprovar o Plano Estratégico para as Migrações (2015-
desenho de uma estratégia transversal e articulada para 2020), doravante designado por PEM, que consta do
lhes dar resposta. O Plano Estratégico para as Migrações anexo à presente resolução e da qual faz parte
2015-2020 visa adequar politicamente o país a uma integrante.
realidade migratória mais complexa e desafiante,

115
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

2 - Determinar a criação de um nível de coordenação No caso português, o perfil migratório alterou-se


política do PEM, integrado pelo Secretário de Estado profundamente desde os anos 60 do século passado. De
Adjunto do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento um país fortemente marcado pela emigração
Regional, pelo Secretário de Estado da Administração transformou-se, na década de 90 do mesmo século, num
Interna e pelo Secretário de Estado das Comunidades país muito procurado por imigrantes para viverem e
Portuguesas, que reúne uma vez por ano, ou sempre trabalharem.
que necessário, para avaliar o cumprimento do PEM
ou promover as alterações adequadas. Esta alteração de perfil tem várias explicações: a
3 - Criar o Grupo Técnico de Acompanhamento do PEM, melhoria das condições económicas e sociais, que
constituído por dois representantes de cada conduziu a uma maior atratividade para trabalhadores de
ministério, um efetivo e um suplente, para colaborar outros Estados; um vasto programa de obras públicas e
com o Alto Comissariado para as Migrações, I. P. de construção de infraestruturas, que permitiu a
(ACM, I. P.), com o Serviço de Estrangeiros e capacidade de absorção de muitos trabalhadores nesses
Fronteiras e com a Direção-Geral das Comunidades setores, maioritariamente em posições pouco
Portuguesas e dos Assuntos Consulares, na execução, qualificadas; e, finalmente, a instabilidade política e
monitorização e avaliação do PEM. social em países com os quais Portugal tem históricas
4 - Estabelecer que os membros do Grupo Técnico de relações culturais e afinidades linguísticas, que justificou
Acompanhamento do PEM não são remunerados. a procura desses trabalhadores por melhores condições
5 - Determinar que a assunção de compromissos para a de vida em Portugal.
execução das medidas do PEM, incluindo os inerentes
à ação das suas estruturas de operacionalização, Os fluxos migratórios em Portugal apresentam uma
depende de fundos disponíveis por parte das variabilidade assinalável ao longo dos últimos anos. No
entidades públicas competentes. passado recente, os fluxos migratórios de entrada foram
6 - Determinar que a presente resolução produz efeitos muito expressivos, conduzindo a um aumento
no dia seguinte à sua publicação. significativo da população estrangeira residente entre os
anos de 2000 e 2010. Os fluxos migratórios de saída
Presidência do Conselho de Ministros, 12 de março de permaneceram constantes durante o início da década,
2015. - O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho. tendo-se verificado um acréscimo assinalável desde
2008. O saldo migratório apresentou, entre 2000 e 2010,
ANEXO valores sempre positivos, apesar de tendencialmente
(a que se refere o n.º 1) decrescentes. Já nos últimos anos, os saldos migratórios
Plano Estratégico para as Migrações (2015-2020) têm tido valores negativos.

O decréscimo na população estrangeira residente nos


Parte I últimos anos não reflete, contudo, uma diminuição de
1 - Enquadramento todos os perfis de imigrantes. Se em 2008 as autorizações
de residência para o exercício de uma atividade
O perfil migratório dos países tem mudado profissional subordinada e de reagrupamento familiar
significativamente, a um ritmo acelerado, nos últimos eram os títulos mais representativos, a sua importância
anos. O fenómeno da globalização, as crises financeiras e veio a decrescer ao longo dos últimos anos. Entre 2008 e
as assimetrias entre blocos económicos justificam estas 2012, a concessão destas autorizações de residência teve
mudanças. quebras bastante mais acentuadas (-65,1 % e -77,7 %,
respetivamente) que a quebra associada ao total de
Os impactos das migrações internacionais são múltiplos, residentes (-5,3 %). Em contraste, o número de
tendo inerentes a diversidade cultural das sociedades, o residentes estrangeiros titulares de autorização de
aprofundamento das relações entre países, o residência para estudantes do ensino superior aumentou
empreendedorismo e a inovação, a abertura de entre 2008 e 2012 (+109,1 %).
mercados, os contributos líquidos para as finanças
públicas e os efeitos na demografia. Por outro lado, verificou-se um aumento do número dos
descendentes de imigrantes nascidos em Portugal, que,
O fenómeno migratório também se complexificou. Já não por via das alterações à Lei n.º 37/81, de 3 de outubro
estamos apenas a falar da imigração sul-norte. As (Lei da Nacionalidade), introduzidas pela Lei Orgânica n.º
populações migrantes tornaram-se mais diversificadas 2/2006, de 17 de abril, adquiriram a nacionalidade
em razão dos países de origem, dos países de destino, da portuguesa, tendo hoje cidadania nacional. O
duração migratória e dos motivos para a imigração. enquadramento legal português foi reconhecido como

116
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

uma boa política de integração de imigrantes ao nível participação e confiança em si e na sociedade de que
internacional. fazem parte.

Adicionalmente, a partir de 2010, e associando saldos Para além disso, é também vital, neste seguimento,
naturais negativos à descida do saldo migratório, perspetivar as migrações como parte de uma estratégia
Portugal assiste a saldos populacionais totais negativos. de valorização e crescimento económico de Portugal, de
Por outras palavras, nos últimos anos, o saldo migratório gestão e valorização do talento, de gestão e valorização
em Portugal deixou de conseguir compensar os valores da mobilidade, reforçando e promovendo o contributo
negativos do saldo natural. das populações migrantes para esse objetivo. Não
podendo, nem devendo, ser uma política vocacionada
Portugal encontra-se numa situação de fragilidade apenas para a situação do mercado laboral interna, a
demográfica. É neste contexto que deve ser analisado o política migratória deve ter em consideração uma
fenómeno migratório em Portugal e ser desenhada uma perspetiva económica e social mais ampla e renovada
política transversal que atenda à evolução deste sistema. que se traduza, nomeadamente, num maior
A política de imigração em Portugal deve refletir as reconhecimento e valorização das competências dos
mudanças dos perfis migratórios. migrantes e nas condições de criação de novos empregos
e novos projetos económicos em Portugal. Devemos, por
Estudos demonstram o efeito positivo da imigração nas isso, olhar para as migrações como uma via essencial
contas públicas, sendo os imigrantes contribuintes para gerir e valorizar o talento. O fenómeno das
líquidos. Mas o impacto pode ainda ser medido por migrações é estratégico no processo de transformação
outras dimensões. Em paralelo com o investimento na de talentos produzidos em talentos concretizados, que
área da educação, da investigação e desenvolvimento provocam um impacto na sociedade e no contexto
das infraestruturas públicas e das políticas de emprego, o empresarial.
investimento em políticas migratórias contribui
diretamente para a inovação, para a gestão e mobilização O amplo consenso político em torno do tema das
do talento, para o progresso tecnológico, para a captação migrações, em Portugal, tem permitido o sucesso das
de riqueza, para a abertura cultural e para o aumento da políticas migratórias. Este consenso tem sido expresso na
qualificação e mobilidade do capital humano. prática política e, também, nas expressivas maiorias de
aprovação na Assembleia da República dos principais
Finalmente, a circularidade em que hoje se processam instrumentos legislativos de que são exemplo as
muitas migrações e a crescente mobilidade de migrantes alterações ao regime jurídico de entrada, permanência,
portugueses e estrangeiros que aproveitam saída e afastamento de estrangeiros do território
oportunidades profissionais em diferentes países, nacional, aprovado pela Lei n.º 23/2007, de 1 de
aconselham a que os fluxos migratórios sejam fevereiro, e a Lei da Nacionalidade.
considerados com uma visão de conjunto. É neste
contexto que alguns países tradicionalmente sujeitos a Este consenso verifica-se não apenas quanto à
significativos fluxos de imigração e de emigração têm necessidade de adequada integração dos imigrantes mas
procurado gradualmente articular e integrar as políticas também quanto à imprescindível promoção da legalidade
migratórias, quer as relativas às entradas, quer as migratória, à erradicação de redes de imigração ilegal e à
relativas às saídas, evitando visões parcelares ou fiscalização e punição de empregadores coniventes com
atomistas e internalizando uma visão integrada do estas redes. Este controlo e consciência são tanto mais
fenómeno imigratório e emigratório, de modo a permitir importantes quanto é sabido que o país atravessa uma
o desenvolvimento consolidado de respostas. Deste crise económica ao mesmo tempo que as fronteiras
modo, é hoje evidente que uma política migratória eficaz externas da União Europeia são objeto de uma pressão
deve fundar-se na gestão integrada e equilibrada dos migratória sem precedentes, revelando situações de
fluxos migratórios. grande carência humanitária.

Em face deste enquadramento, é certamente necessário Só esta prática integrada e o consenso existente
consolidar o trabalho de acolhimento e de integração permitem que o país continue a honrar a sua tradição
social e, sobretudo, redobrar esforços na correta inclusão personalista em todas as instâncias onde Portugal está
das segundas e terceiras gerações daqueles que, integrado.
descendendo de imigrantes, já são novos cidadãos
portugueses, através de mais ações de integração em No debate sobre a política europeia de migrações,
escola, formação e emprego e de mais boas práticas que Portugal deve ter uma participação ativa e clara. Para
inculquem nos jovens uma cultura de responsabilidade, além da experiência histórica de migrações, o nosso país

117
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

tem uma das fronteiras exteriores mais importantes da 2.1 - Défice demográfico
União Europeia. Portugal enfrenta um problema de défice demográfico
que é hoje uma emergência social, económica e política
Portugal deve afirmar a sua política aberta à migração nacional.
legal e atenta aos novos fluxos migratórios. Essa opção
opõe-se a uma visão de Europa Fortaleza que não produz As tendências demográficas recentes em Portugal são
resultados e está condenada ao fracasso. caraterizadas pelo aumento continuado da esperança de
Coerentemente, o país deve defender a evolução para vida, redução da mortalidade infantil, aumento da
novas formas de gestão de fronteiras, possibilitando emigração, saldos migratórios negativos, declínio
maior comodidade aos seus utilizadores e maior acentuado e persistente da fecundidade e o consequente
segurança para o espaço europeu. É com esse espírito envelhecimento da população. É, pois, neste contexto
que Portugal é pioneiro no projeto «Smart Borders». Por que se vem agravando nos últimos anos o défice
fim, na importante questão humanitária existente em demográfico.
várias fronteiras da União Europeia, o nosso país deve
estar do lado da valorização da resposta de busca e Apesar de se verificar uma tendência de decréscimo
salvamento que é a mais coerente com a matriz populacional residente em Portugal, o último
humanista do projeto europeu. Prevenindo e evitando o recenseamento da população realizado pelo Instituto
efeito chamada que esta política pode ter, devem ser Nacional de Estatística, I. P., (Censos 2011) reafirmou o
desenvolvidos os mecanismos de cooperação com os contributo positivo da população estrangeira para a
países de origem, no sentido de encontrar soluções para demografia portuguesa. Nos últimos 10 anos, a
a redução da procura pela imigração ilegal. população cresceu 2 % (206.061 indivíduos), sobretudo
como consequência do saldo migratório (que explica 91
Sendo clara esta posição, Portugal deve manter-se na % desse crescimento). A população estrangeira tem sido
linha da frente do combate à migração ilegal e à responsável não só pelo aumento de efetivos em idade
utilização perversa das migrações para exploração ativa, mas também por uma percentagem significativa
laboral, sexual ou para recrutamento de combatentes dos nascimentos em Portugal.
estrangeiros para conflitos armados.
A diminuição do índice de fecundidade e dos saldos
Nesse sentido, reconhecendo que as migrações têm um migratórios e o aumento da esperança média de vida,
impacto positivo na sociedade em diferentes dimensões, acompanhando a tendência verificada em outros
Portugal enfrenta hoje cinco desafios particularmente Estados-Membros da União Europeia, induz ao reforço
decisivos que convocam as migrações: (i) o combate do envelhecimento demográfico.
transversal ao défice demográfico e o equilíbrio do saldo
migratório; (ii) a consolidação da integração e Neste âmbito, Portugal apresentou em 2013 um índice
capacitação das comunidades imigrantes residentes em sintético de fecundidade de 1,21 filhos por mulher,
Portugal, continuando a tradição personalista de abaixo da média da União Europeia, e uma taxa líquida
Portugal; (iii) a inclusão dos novos nacionais, em razão da de migração negativa (-3,6 %), face a uma média positiva
aquisição de nacionalidade ou da descendência de da União Europeia. Ora, atendendo a que, segundo um
imigrantes; (iv) a resposta à mobilidade internacional, estudo do EUROSTAT, a partir de 2015 se prevê que o
através da internacionalização da economia portuguesa, crescimento populacional dos Estados-membros se
na perspetiva da captação de migrantes e da valorização consiga apenas com saldos migratórios positivos.
das migrações e do talento como incentivos ao
crescimento económico; (v) o acompanhamento da Tal como demonstrado por inúmeros investigadores
emigração portuguesa, através do reforço dos laços de nacionais, sem o contributo das migrações e sem a
vínculo e do reforço das condições para o regresso e manutenção de um saldo migratório positivo, as
reintegração de cidadãos nacionais emigrados. possibilidades de Portugal inverter a tendência de
decréscimo de efetivos em idade ativa serão bastante
Estes cinco desafios ao nível da integração, da inclusão, mais difíceis, correndo-se o risco de se agravar cada vez
da captação e do regresso dos nossos emigrantes tornam mais o problema demográfico associado ao
perentório o desenho de uma nova estratégia nacional envelhecimento da população. Um saldo migratório
para as migrações que seja articulada transversalmente. positivo permite compensar este efeito a curto e médio
prazo. É, aliás, essa a política de muitos Estados
Esta estratégia deverá promover a igualdade entre europeus, para quem o fenómeno do envelhecimento da
homens e mulheres em todos os eixos prioritários. população se tornou realidade mais cedo do que em
Portugal.
2 - Principais desafios

118
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Estas tendências implicam duas linhas de intervenção:


uma agenda para a natalidade, também uma prioridade Nestes termos, é hoje crucial promover uma maior
do Governo, e outra para as migrações, que o presente correspondência entre as qualificações dos imigrantes e a
plano visa desenvolver. utilização destas qualificações pelo mercado de trabalho
nacional, de modo a prevenir o recrutamento de
2.2 - Integração e capacitação indivíduos qualificados para o exercício de profissões em
Os benefícios da imigração têm sido sentidos em que essas qualificações não são aproveitadas. Serão
Portugal, não só no plano económico, mas também na desenvolvidas novas medidas de integração que atinjam
expansão da diversidade, qualificações, ambiente de o melhor aproveitamento das competências dos
tolerância, criação de emprego e abertura ao mundo. O imigrantes e promovidos estudos de caracterização das
novo contexto exigiu da sociedade portuguesa o necessidades a nível local e regional. Serão também
desenvolvimento de uma política de acolhimento e alargadas as políticas de integração a perfis migratórios
integração de imigrantes. A implementação de medidas que delas estavam excluídas, como é o caso dos
de reconhecimento, gestão e valorização da diversidade estudantes internacionais.
cultural e religiosa teve em vista prevenir focos de tensão
baseados no desconhecimento e hostilidade mútua, Serão ainda reforçadas as medidas tendentes à
fazendo das boas práticas de integração de imigrantes promoção da igualdade de género e ao reforço da
um ativo do país e contribuindo para a coesão social. integração pessoal, profissional e cívica nas mulheres
imigrantes na sociedade portuguesa.
Nas várias dimensões da integração, Portugal apresenta
resultados positivos, em termos de baixos índices de O país precisa de reforçar a prevenção e luta contra a
discriminação, políticas de reagrupamento familiar, discriminação racial, particularmente em contexto de
acesso a educação, mobilidade no mercado laboral ou trabalho, combater situações de exploração de mão-de-
passagem de visto a autorização de residência obra sazonal, melhorar a interação com os serviços e
temporária e posteriormente a permanente, agentes públicos, descentralizar intervenções públicas, e
reconhecidos internacionalmente. direcionar recursos para medidas de educação, formação
e capacitação dos imigrantes e seus descendentes. Novos
Se estes bons resultados devem hoje ser consolidados e programas de acompanhamento social e relacional dos
aprofundados, é também necessário ter em consideração imigrantes, de que é exemplo o programa mentores,
novos problemas e dimensões no domínio da integração serão igualmente postos em prática para alcançar estes
e capacitação, atendendo à maior diversidade e objetivos.
mobilidade dos perfis migratórios.
2.3 - Inclusão e capacitação dos novos nacionais
Desde logo, nas duas últimas décadas as políticas de As políticas de integração visam uma melhor inserção na
imigração privilegiaram os projetos migratórios de sociedade portuguesa dos imigrantes e seus
permanência, dirigindo uma parte substancial do esforço descendentes, incluindo desta forma todos aqueles que
legislativo para a inserção e integração de imigrantes, na obtiveram a nacionalidade portuguesa, seja por
perspetiva de uma estada longa com uma inserção nascimento, seja por naturalização.
laboral estável. A integração foi essencialmente laboral,
tentando-se por essa via uma melhor inserção na Este universo de novos cidadãos portugueses alargou-se
sociedade portuguesa. Aliás, a integração laboral foi nos últimos anos. De acordo com os dados dos últimos
condição para um conjunto de regularizações Censos 2011, residiam em Portugal 871 813 portugueses
extraordinárias e é hoje central enquanto condição de nascidos no estrangeiro, o que representa mais do dobro
entrada e permanência regular. dos estrangeiros residentes em Portugal (394 496).
Através da mesma fonte, conclui-se ainda que 92 700
As políticas públicas privilegiaram a integração dos cidadãos de nacionalidade portuguesa têm pelo menos
imigrantes pouco qualificados que se encontram já em um progenitor de nacionalidade estrangeira. Estes dados,
território nacional. Atualmente, Portugal tem uma ainda que por aproximação, permitem ter em conta a
imigração muito polarizada, com entrada de imigrantes efetiva importância dos descendentes de imigrantes na
altamente qualificados e imigrantes de baixas sociedade portuguesa, bem como o ritmo e eficácia do
qualificações, com fenómenos de imigração sazonal e processo de naturalização de imigrantes nos últimos
circular, importando desenhar políticas de integração anos.
para ambos. Nessa medida, há que apostar em esforços
de captação e integração dos imigrantes altamente A naturalização é, de resto, apresentada no relatório
qualificados e de procura de soluções para os seus International Migration Outlook 2014 da Organização
problemas. para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

119
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

(OCDE) como uma das justificações para a diminuição do Tratando-se de um universo com um peso populacional
número de imigrantes em Portugal. relevante e em que a experiência migratória é também
definidora de identidades pessoais, um plano estratégico
Entre 2007 e 2013, o número de cidadãos a quem foi para as migrações não pode deixar de refletir a realidade
concedida a nacionalidade portuguesa atingiu os 268 mais atual do que é a cidadania portuguesa. Por isso
831, quando entre 2001 e 2006 esse número se situava mesmo, a participação cívica e política é também uma
apenas nos 14 865. Com a atual política de aquisição de área especialmente visada no presente plano.
nacionalidade, todos os residentes estabelecidos e que
desejam permanecer no país podem aceder à 2.4 - Mobilidade internacional, gestão do talento e
nacionalidade portuguesa e tomar parte da vida coletiva valorização da atratividade do país
portuguesa. Até hoje, a imigração tem sido considerada de um ponto
de vista essencialmente passivo. Portugal recebia os
Novos cidadãos portugueses são também os que imigrantes que procuravam o nosso país para viver e
nasceram no estrangeiro, filhos de pai ou mãe trabalhar, tudo fazendo para os acolher e integrar
portuguesa. Mais de 1/3 dos novos cidadãos portugueses condignamente.
nos últimos anos estão nesse perfil.
Porém, num mundo de competição pelo talento o
Mesmo sendo escassa a informação estatística a seu investimento nas políticas migratórias é também um
respeito, dado que esta é apenas recolhida segundo a instrumento de modernização e competitividade, que
nacionalidade do indivíduo, estes novos cidadãos exige organização e proatividade. O capital humano é
portugueses carecem de medidas ativas que previnam e hoje considerado o principal catalisador da mudança e
combatam situações de exclusão social, fomentem o crescimento económico.
aproveitamento e a criação de oportunidades e reforçam Em muitos casos, os imigrantes apresentam taxas de
as integrações em educação, formação e emprego. autoempregabilidade cada vez mais elevadas. Os
imigrantes contribuem positivamente para a economia
No plano da educação, Portugal teve uma evolução nacional, não só em termos fiscais, mas também em
positiva da integração dos alunos de origem imigrante de criação líquida de emprego, bens e serviços. Segundo
acordo com os resultados do Programme for dados dos Censos 2011, entre 1981 e 2011, a importância
International Student Assessment, OCDE, 2013, que relativa de empregadores estrangeiros no total de
avalia os sistemas de ensino dos vários países da OCDE. empregadores do país passou de 1,4 % para 5,2 %. Este
Este relatório indica que Portugal é um dos exemplos de crescimento é ainda mais relevante se se considerar que
evolução positiva entre os 34 países analisados pela de 1981 a 2011 a taxa de variação de empregadores
OCDE. Em 2012, 7 % dos alunos avaliados eram estrangeiros foi seis vezes superior à registada para os
imigrantes ou descendentes de imigrantes, quando em portugueses.
2009 representavam 5 % do total de alunos avaliados.
O país precisa de uma política migratória mais ampla e
A este nível, é fundamental dar continuidade ao trabalho moderna, que se concentre na manutenção de um saldo
desenvolvido na promoção da inclusão de crianças e migratório positivo, pela gestão integrada dos fluxos de
jovens provenientes de contextos socioeconómicos emigração e imigração, e promova soluções criativas para
vulneráveis, tendo em vista a promoção da igualdade de os problemas da economia nacional. Este saldo só poderá
oportunidades e o reforço da coesão social. O Programa ser alcançado se forem desenvolvidas políticas de
Escolhas será alargado, em todas as áreas, até aos jovens captação de migrantes que possam contribuir com os
de 30 anos, de maneira a aumentar as respostas para os seus talentos e competências para o desenvolvimento
jovens sem emprego ou formação, designados NEET, de nacional e regional. As referidas soluções implicam o
forma a combater o desemprego jovem. reforço da capacidade de intervenção transversal, não
devendo a política de imigração ser uma política
O reforço da autonomia, da responsabilidade e do exclusivamente assente no mercado laboral interno. Uma
empreendedorismo traduzir-se-á no aprofundamento perspetiva económica de conjunto afigura-se
das ações no âmbito dos projetos de empreendedorismo fundamental.
inclusivo e económico.
Portugal pode aproveitar este espaço de mobilidade
Pretende-se uma maior focalização em problemas migratória para captar talento e empreendedores
específicos, garantindo uma lógica de «maior resposta, qualificados. As migrações permitem novos
maiores recursos». investimentos, atividades, serviços e movimentos
económicos. É possível, através dos fluxos migratórios,
alcançar novos mercados, com produtos diferenciados e

120
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

novos públicos e sedimentar relações económicas mais 2.5 - Melhor articulação entre imigração e emigração e
profundas. Os migrantes são portadores de o apoio ao regresso e à reintegração dos emigrantes
conhecimento, redes e competências de trabalho. portugueses
Portugal pode aumentar os benefícios provenientes Num contexto de maior mobilidade e de ampliação dos
deste ambiente, geradores de riqueza e indutores de instrumentos de ação, as políticas migratórias modernas
emprego. não podem ignorar a gestão integrada do binómio
imigração/emigração.
Outros países avançaram já com enquadramentos legais
para captar novas migrações económicas, que podem Hoje, mais do que nunca, os governos dos países dos dois
passar pelo incentivo à criação de pequenas e médias lados do movimento migratório - origem e acolhimento -
empresas, ao autoemprego e ao desenvolvimento de reconhecem a importância deste envolvimento
projetos que promovam a retenção, o regresso e a estratégico dos emigrantes e procuram novas formas de
integração ao nível regional. cooperação. Os países de origem procuram atrair o
talento e os recursos da diáspora, enquanto os países de
O recurso à diplomacia migratória é, a este respeito, destino procuram otimizar a eficácia das políticas de
essencial para valorizar Portugal enquanto destino de integração. Os dois lados têm um objetivo comum:
migrações. fortalecer o papel das populações migrantes no
desenvolvimento do seu país.
Neste contexto, o Governo tem vindo a aprovar medidas
nos diferentes setores que reforçam a atratividade e O caminho reconhecido de Portugal no domínio da
internacionalização da economia nacional, tirando maior integração de imigrantes deve ser acompanhado por
partido da mobilidade, com as quais o presente plano se outro caminho no aprofundamento do apoio à
encontra em consonância. reintegração de emigrantes portugueses regressados.
Torna-se, assim, fundamental fortalecer o conhecimento
No desenvolvimento das políticas de captação e de boa e a ligação às migrações portuguesas, criando, em
gestão dos fluxos, a gestão integrada da imigração e seguida, condições para a manutenção de uma relação
emigração é outra condição indispensável para o sucesso estável, tendo por base informação específica, constante
e para a manutenção da confiança pública na política e atualizada.
migratória. Nesse sentido, torna-se também fundamental
empreender estratégias focadas de apoio ao regresso
A prossecução de uma estratégia de captação de fluxos dos emigrantes portugueses, bem como o
migratórios não pode deixar de considerar em primeira desenvolvimento de vias criativas e inovadoras de ligação
linha os portugueses na diáspora ou os luso- entre o país e os seus novos emigrantes.
descendentes, considerando as suas qualificações,
conhecimento e experiências. Dispondo Portugal de uma A integração progressiva de serviços migratórios
vasta e muito qualificada diáspora, hoje enriquecida por internos, a nível local, de apoio aos imigrantes e
novos perfis migratórios de jovens que têm procurado emigrantes, permitirá uma melhor articulação entre
outros destinos, estará aí a primeira fonte de migrantes políticas e um melhor aproveitamento de recursos.
que nos interessa enquanto nação captar.
O país deve incentivar e apoiar o regresso e a integração
Sendo certo que o país deve explorar este espaço de de emigrantes portugueses que desejem voltar, trazendo
mobilidade migratória para atrair e reter talento, sem consigo a valorização que obtiveram com a sua
diferenciar entre cidadãos, é indisputável que os experiência no estrangeiro. Estudos recentes
portugueses no estrangeiro constituem o primeiro grupo demonstram que existe uma expetativa dos emigrantes
de migrantes com os quais devemos reforçar as nossas portugueses, particularmente da emigração temporária,
relações, mantendo vivas as suas ligações ao território quanto ao regresso. Além disso, o país deve estimular a
nacional e criando condições que apoiem e acompanhem aproximação e o estreitamento de laços mais profundos
no regresso a Portugal. Além do dever de solidariedade com a nova emigração portuguesa, mais dispersa e
nacional que lhe está inerente, estabelecer como menos organizada nas tradicionais comunidades
prioridade a criação de canais reforçados de ligação e portuguesas.
apoio ao regresso dos portugueses na diáspora contribui
também para reter e potenciar o capital humano Políticas com estes objetivos - incentivar o retorno de
nacional. emigrantes e incentivar a religação à diáspora - têm sido
aplicadas noutros países com amplo sucesso. Na verdade,
são os migrantes oriundos do próprio Estado os primeiros

121
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

e mais sensíveis a reagirem a políticas ativas de captação, nacionais, nomeadamente dos descendentes de
retorno e aproximação. imigrantes e de todos aqueles que entretanto acederam
à nacionalidade portuguesa, através de ações nos
Esta política permite atingir, pelo menos, importantes domínios da educação, formação profissional, transição
objetivos: para o mercado de trabalho, participação cívica e política,
1) Reequilibrar o saldo migratório, através da inclusão digital, empreendedorismo e capacitação.
reentrada de pessoas que haviam saído;
2) Promover e facilitar o processo de reintegração de iii) Eixo III - Políticas de coordenação dos fluxos
emigrantes socialmente vulneráveis em território migratórios
nacional; Os objetivos deste eixo dirigem-se à valorização e
3) Envolver os profissionais e talentos portugueses promoção internacional de Portugal enquanto destino de
emigrados, ou os novos cidadãos portugueses migrações, através de ações nacionais e internacionais de
luso-descendentes, cuja valorização académica e identificação, captação e fixação de migrantes,
profissional no estrangeiro constitua uma mais- contribuindo para uma gestão mais adequada e
valia para os próprios e para o país; inteligente dos fluxos migratórios e para o reforço da
4) Criar e promover os incentivos e condições atração e circulação de talento e capital humano.
existentes para o regresso de cidadãos emigrados
a Portugal, respondendo à sua mobilidade de iv) Eixo IV - Políticas de reforço da legalidade migratória
forma positiva e contribuindo para a captação e e da qualidade dos serviços migratórios
remigração de profissionais, trabalhadores e Os objetivos deste eixo prendem-se com o reforço da
empreendedores portugueses; capacidade de intervenção transversal na execução da
5) Fortalecer a relação entre as instituições política migratória, através do aprofundamento da rede
governamentais, as comunidades portuguesas e de parcerias com entidades públicas e privadas, do
stakeholders num trabalho conjunto de enquadramento e acompanhamento dos potenciais
mobilização da diáspora portuguesa. migrantes, do recurso a ferramentas eletrónicas, da
flexibilização dos procedimentos de entrada e da
3 - Eixos prioritários afirmação de uma cultura reforçada de qualidade e de
As exigências do momento presente, nos planos boas práticas na prestação dos serviços migratórios.
demográfico, económico e social, impõem uma
estratégia transversal articulada tendo por base políticas v) Eixo V - Políticas de incentivo, acompanhamento e
que permitam maximizar os recursos disponíveis. apoio ao regresso dos cidadãos nacionais emigrantes
Os objetivos deste eixo visam ações e programas, em
Depois dos I e do II Plano para a Integração dos articulação estreita com o Ministério dos Negócios
Imigrantes aprovados, respetivamente, pela Resolução Estrangeiros, que promovam, acompanhem e apoiem o
do Conselho de Ministros n.º 63-A/2007, de 3 de maio e regresso de cidadãos nacionais emigrados no estrangeiro
pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 74/2010, de ou o reforço dos seus laços de vínculo a Portugal,
12 de agosto, os atuais desafios impõem o contribuindo por essa via para a reversão do movimento
desenvolvimento de um plano estratégico na área das emigratório de cidadãos portugueses para o estrangeiro.
migrações assente em cinco eixos políticos prioritários:
4 - Avaliação e monitorização do Plano Estratégico para
i) Eixo I - Políticas de integração de imigrantes as Migrações (2015-2020)
Os objetivos deste eixo visam a consolidação do trabalho Para efeitos de uma rigorosa avaliação e
de integração, capacitação e combate à discriminação acompanhamento da implementação do presente plano,
dos imigrantes e grupos étnicos na sociedade é elaborado, pelo Alto Comissariado para as Migrações, I.
portuguesa, tendo em vista uma melhor mobilização do P. (ACM, I. P.), um relatório bianual da respetiva
seu talento e competências, a valorização da diversidade execução, o qual é apresentado ao Conselho para as
cultural e religiosa, o reforço da mobilidade social, da Migrações.
descentralização das políticas de integração e uma
melhor articulação com a política de emprego e o acesso Compete aos membros do Grupo Técnico de
a uma cidadania comum. Acompanhamento apresentar ao ACM, I. P., até 31 de
janeiro de cada ano, informação sobre execução das
ii) Eixo II - Políticas de promoção da integração dos medidas previstas no PEM relativo ao ano anterior,
novos nacionais depois de validado pelo respetivo membro do Governo.
Os objetivos deste eixo têm em vista o reforço de
medidas de promoção da integração e inclusão dos novos

122
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Os dados relativos à execução das medidas, que


reportem a pessoas, são sempre desagregados por sexo.

No ano de 2017, deve ser realizada uma avaliação


intercalar, externa e independente, das medidas que se
encontram na parte II do anexo I ao presente plano.
Deste modo, o mecanismo de monitorização e avaliação
previsto reflete a capacidade do presente plano de se
adaptar e ajustar a novos desafios e oportunidades que
se venham a verificar ao longo do seu período de
implementação, de forma a potenciar as ações e
objetivos definidos.

Para além da monitorização e avaliações intercalares, o


PEM deve ser, no final do seu período de vigência, objeto
de uma avaliação externa e independente.

123
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Parte II

Medidas

124
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

125
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

126
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

127
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

128
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

129
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

130
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

131
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

132
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

133
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

134
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

135
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

136
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

137
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

138
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

139
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

140
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

PARTE SETORIAL

141
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

142
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Concessão e Emissão de Passaportes

143
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

144
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 83/2000, de 11 de maio Não obstante os fatores de segurança, que não podem,
Aprova o novo regime legal da concessão e nem devem, ser descurados, contemplam-se soluções
emissão dos passaportes desburocratizantes, como sejam a possibilidade de os
passaportes serem remetidos por registo de correio e a
(com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º consagração da recolha dos elementos necessários
278/2000, de 10 de novembro, Decreto-Lei n.º 108/2004, através de serviço externo. São ainda contempladas as
de 11 de maio, Lei n.º 13/2005, de 26 de janeiro, Decreto- situações de incapacidade física por doença dos
Lei n.º 138/2006, de 26 de julho, Decreto-Lei n.º 97/2011, requerentes impossibilitados de se deslocarem aos
de 20 de setembro, e Decreto-Lei n.º 54/2015, de 16 de centros emissores de passaportes.
abril)
Atribui-se ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras do
Ministério da Administração Interna (SEF/MAI) a
O cumprimento das normas comunitárias constantes da competência para gerir a Base de Dados de Emissão dos
resolução dos representantes dos governos dos Estados Passaportes (BADEP), consagrando-se um sistema de
membros das Comunidades Europeias, reunidos no recolha de dados descentralizada ao nível dos centros
âmbito do Conselho de 23 de junho de 1981 e das emissores, com centralização numa base de dados
posteriores resoluções complementares, determina a sediada no SEF/MAI.
adoção de um novo modelo de passaporte que se ajuste,
quer no suporte físico, quer no âmbito das novas Finalmente, prevêem-se disposições sancionatórias
tecnologias de informação, aos requisitos adequadas à tutela dos bens jurídicos a proteger no
internacionalmente definidos em matéria de segurança. âmbito do presente diploma.

A experiência colhida ao longo de uma década, fruto da Foram ouvidas as Regiões Autónomas e, nos termos
aplicação do Decreto-Lei n.º 438/88, de 29 de novembro, legalmente estipulados, a Comissão Nacional de Proteção
com a alteração que lhe foi introduzida pelo Decreto-Lei de Dados (CNPD).
n.º 267/89, de 18 de agosto, permitiu identificar as
insuficiências e lacunas existentes. Deste modo Assim:
pretende-se com o presente diploma precisar alguns dos Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da
conceitos, sistematizar o articulado, garantindo, assim, Constituição da República Portuguesa, o Governo
uma maior coerência do sistema, bem como introduzir decreta, para valer como lei geral da República, o
novas normas no domínio da concessão dos passaportes. seguinte:
Com estas alterações pretende-se alcançar uma maior e
melhor segurança na emissão do passaporte. CAPÍTULO I
Disposições gerais
É assim que se configura o passaporte como um
documento individual, permitindo, por um lado, a clara Artigo 1.º
identificação do seu titular e obstando, por outro, às Objeto, função e princípios gerais
dificuldades criadas pelos passaportes de natureza
coletiva, nas situações em que um dos seus integrantes 1 - O passaporte é um documento de viagem individual que
pretende viajar isoladamente. permite ao seu titular a entrada e saída do território
nacional, bem como do território de outros Estados que
A requisição de passaporte em local que não seja a o reconheçam para esse efeito.
entidade emissora será regulamentada em termos que 2 - A concessão do passaporte observa o princípio da
compatibilizem a intenção de desburocratizar o processo legalidade e, bem assim, os princípios da autenticidade,
com os requisitos de segurança exigidos a este veracidade e segurança dos dados dele constantes.
documento. 3 - O passaporte constitui propriedade do Estado Português,
sendo a sua violação e a utilização indevida punidas nos
As condições de segurança a observar pelo passaporte termos da lei geral.
estão, igualmente, contempladas. Desde logo, adota-se
um modelo de suporte físico, que possibilita a leitura Artigo 2.º
através de meios óticos adequados. Do mesmo modo, Categorias
não se permitem averbamentos posteriores à emissão do
passaporte e estipulam-se, ainda, as condições para a 1 - O passaporte pode revestir uma das seguintes
emissão dos passaportes para os menores de idade. categorias:
a) Comum;

145
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

b) Diplomático; Artigo 6.º


c) Especial; Características e controlo de autenticidade
d) Para estrangeiros;
e) Temporário. 1 - O modelo do passaporte eletrónico, de formato
2 - Os passaportes previstos nas alíneas a), b) e c) do horizontal, possibilita a leitura ótica e por
número anterior revestem a forma de passaporte radiofrequência através de meios técnicos
eletrónico. adequados, sendo os dados biográficos, a fotografia,
3 - A concessão e a emissão dos passaportes previstos a assinatura do titular e a informação descritiva da
nas alíneas d) e e) do n.º 1 obedecem às regras emissão gravados a laser na página biográfica.
previstas, respetivamente, nas secções IV e IV-A do 2 - Os dados biográficos, a imagem facial e a informação
capítulo II. descritiva da emissão são armazenados num chip sem
4 - O passaporte pode ser substituído, nas condições contacto, após assinatura eletrónica dos mesmos, em
previstas no presente decreto-lei, por título de condições que garantam elevado nível de segurança,
viagem única. de forma a facilitar a autenticação do titular.
3 - As operações a que se refere o número anterior são
Artigo 3.º programadas e executadas de acordo com as
Identificação especificações previstas nos instrumentos jurídicos de
direito internacional vinculativos da República
O passaporte eletrónico português (PEP), de leitura ótica Portuguesa, de modo a assegurar, designadamente,
e por radiofrequência, é constituído por um caderno que:
contendo a folha biográfica e 32 páginas numeradas, a) A zona de leitura ótica seja lida com recurso a
sendo identificado: equipamento técnico adequado;
a) Pelo símbolo internacional de documento b) A leitura dos dados armazenados no chip,
eletrónico; condicionada por chave de acesso obtida pela
b) Por um conjunto alfanumérico constituído por uma leitura da zona de leitura ótica, se faça com o
letra e seis algarismos: passaporte aberto, através de contacto com o
i) Impresso na contracapa anterior e gravado na respetivo equipamento técnico, assegurando a
página biográfica; aplicação efetiva do regime de controlo básico de
ii) Perfurado nas restantes páginas e na acesso;
contracapa posterior. c) A sessão de leitura estabelecida entre o
equipamento técnico adequado e o chip inserido
Artigo 4.º no passaporte decorra de forma segura.
Averbamentos e prazo de validade 4 - As impressões digitais correspondentes ao dedo
indicador esquerdo e ao dedo indicador direito não
1 - Não são permitidos averbamentos posteriores à são armazenadas no chip, nos termos do n.º 2, até à
emissão do passaporte. fixação e entrada em vigor das especificações
2 - O prazo de validade do passaporte determina-se em técnicas aplicáveis.
obediência ao disposto para cada uma das categorias,
sendo insuscetível de prorrogação. Artigo 7.º

Artigo 5.º (Revogado.)


Condições de validade
Artigo 8.º
1 - O passaporte só é válido se todos os espaços
destinados à inscrição de menções variáveis (Revogado.)
estiverem preenchidos ou inutilizados, não sendo
consentidas emendas, rasuras ou entrelinhas de Artigo 9.º
qualquer natureza.
2 - Do passaporte constará a assinatura do seu titular, (Revogado.)
salvo se, no local indicado, a entidade emitente fizer
menção de que o mesmo não sabe ou não pode Artigo 10.º
assinar. Custos de concessão

1 - A concessão dos passaportes diplomático e especial é


isenta de quaisquer encargos para os titulares, sendo

146
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

os respetivos custos suportados pelas entidades que CAPÍTULO II


os requeiram. Das categorias de passaporte
2 - O sistema de gestão e de cobrança de taxas devidas
relativamente ao passaporte comum bem como os SECÇÃO I
montantes aplicáveis são estabelecidos por portaria Passaporte comum
conjunta dos membros do Governo responsáveis
pelas áreas das finanças, dos negócios estrangeiros, Artigo 14.º
da administração interna e da justiça, que fixa Titularidade
igualmente as regras de afetação das receitas
decorrentes das taxas. Têm direito à titularidade de passaporte comum os
3 - As taxas de concessão constituem receitas cidadãos de nacionalidade portuguesa.
consignadas à despesa, revertendo o produto das
mesmas para as entidades competentes para a Artigo 15.º
concessão e para a entidade responsável pela gestão Competência para a concessão
do sistema de informação do passaporte eletrónico
português (SIPEP) na proporção fixada pela portaria São entidades competentes para a concessão do
referida no número anterior. passaporte comum, com a possibilidade de delegação e
4 - No estrangeiro, as taxas devidas decorrem do de subdelegação:
disposto no número anterior e do previsto na tabela a) O diretor nacional do Serviço de Estrangeiros e
de emolumentos consulares. Fronteiras (SEF);
5 - O produto da venda dos impressos do passaporte b) Os governos regionais, através do secretário
temporário e do título de viagem única, emitidos regional competente, nos termos das respetivas
pelos serviços consulares e demais entidades leis orgânicas;
competentes, constitui receita do Estado. c) As autoridades consulares portuguesas designadas
por despacho do Ministro dos Negócios
Artigo 11.º Estrangeiros.
Remessa do passaporte
Artigo 16.º
O passaporte pode ser remetido ao seu titular através de Do pedido de concessão
correio seguro, mediante prévio pagamento dos
encargos de remessa, estabelecidos por portaria 1 - A concessão do passaporte comum é requerida
conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas presencialmente pelo titular, procedendo-se à
áreas da administração interna, das finanças, da confirmação dos respetivos dados biográficos
Administração Pública e dos negócios estrangeiros. constantes do seu bilhete de identidade de cidadão
nacional e à obtenção e recolha da assinatura e dos
Artigo 12.º seus dados pessoais nos termos do artigo 6.º
Reclamações 2 - A concessão de passaporte comum para menor,
interdito ou inabilitado é requerida por quem, nos
1 - O deferimento da reclamação do interessado com termos da lei, exerce o poder paternal, a tutela ou
fundamento em erro dos serviços emitentes ou curatela, mediante exibição pelo respetivo
defeito de fabrico implica a emissão de novo representante dos documentos comprovativos dessa
passaporte. qualidade legal.
2 - A emissão prevista no número anterior é gratuita, 3 - Nos casos referidos no número anterior, deverá,
desde que a reclamação seja apresentada no prazo sempre que possível, ser recolhida a assinatura do
de 30 dias a contar da data da entrega do passaporte titular do passaporte comum.
ou de seis meses a contar da mesma data, quando se 4 - O requerimento referido no n.º 1 do presente artigo
trate de defeito de fabrico. pode ser apresentado junto do SEF ou do Instituto
dos Registos e do Notariado, I. P.
Artigo 13.º
Aplicação subsidiária Artigo 17.º
Serviço externo
As regras estabelecidas para o passaporte comum são
subsidiariamente aplicáveis, com as necessárias 1 - A recolha dos elementos necessários para a
adaptações, às restantes categorias de passaporte. concessão do passaporte comum pode realizar-se no
local onde se encontre o requerente, se este produzir
prova devidamente justificada da doença que o

147
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

incapacite de poder deslocar-se, pelos seus próprios regular sobre o cumprimento das obrigações
meios, aos serviços competentes para o efeito. previstas no presente decreto-lei, incluindo os níveis
2 - Pela realização do serviço externo é devido o de serviço efetivamente alcançados no tocante à
pagamento de uma taxa acrescida, sendo o remessa do PEP.
pagamento do custo do transporte necessário à
deslocação assegurado pelo requerente. Artigo 21.º
Impedimentos à concessão de passaporte
Artigo 18.º
Prova de identidade Não pode ser emitido passaporte comum quando,
relativamente ao requerente, conste:
1- O requerente do passaporte comum, a) Oposição por parte de qualquer dos progenitores,
independentemente da respetiva idade, deve fazer manifestada judicialmente, no caso de menor,
prova de identidade, mediante a exibição do bilhete enquanto não for judicialmente decidido ou
de identidade de cidadão nacional válido, o qual é suprido o respetivo poder paternal;
imediatamente restituído após a conferência. b) Decisão dos órgãos judiciais que impeça a
2 - Para efeitos de concessão de passaporte, o bilhete de concessão do passaporte;
identidade de cidadão nacional não pode ser c) Falta de pagamento dos encargos ocasionados ao
substituído por qualquer outro documento de Estado referidos no n.º 4 do artigo 26.º
identidade.
Artigo 22.º
Artigo 19.º Da emissão
Prova complementar
1 - A emissão do passaporte eletrónico português,
1 - Sempre que se suscitem dúvidas sobre a veracidade abrangendo as suas produção, personalização e
dos dados constantes do bilhete de identidade, bem remessa, compete à INCM.
como sobre a respetiva autenticidade, devem ser 2 - O prazo para a entrega do passaporte eletrónico é de
praticadas pelos serviços competentes para a seis dias úteis, contados da data de emissão do
concessão do passaporte comum as diligências comprovativo do deferimento do pedido de
necessárias à comprovação e pode ser exigida a concessão.
prestação de prova complementar. 3 - A entidade emitente deve, sempre que possível,
2 - Os serviços responsáveis pela identificação civil e emitir o passaporte em prazo inferior ao previsto no
demais serviços cuja competência releve para os número anterior.
efeitos previstos no número anterior prestam a 4 - Em casos de urgência, a entidade emitente pode, a
cooperação adequada à realização célere das solicitação do requerente, assegurar prazo mais curto
diligências necessárias. do que o previsto no n.º 1, sendo cobradas,
adicionalmente, taxas de urgência.
Artigo 20.º
Controlo da concessão e da emissão Artigo 23.º
Passaporte para menores
1 - Os membros do Governo responsáveis pelas áreas da
administração interna, dos negócios estrangeiros, da 1 - Os menores, quando não forem acompanhados por
justiça e da ciência, tecnologia e ensino superior quem exerça o poder paternal, só podem sair do
estabelecem, por portaria conjunta, modalidades de território nacional exibindo autorização para o efeito.
coordenação e de avaliação regular conjunta da 2 - A autorização a que se refere o número anterior deve
aplicação do regime legal da concessão e emissão do constar de documento escrito, datado e com a
PEP, tornando públicos os respetivos resultados. assinatura de quem exerce o poder paternal
2 - Os serviços intervenientes nas operações de recolha e legalmente certificada, conferindo ainda poderes de
de concessão previstas no presente decreto-lei acompanhamento por parte de terceiros,
asseguram que as mesmas decorram em condições devidamente identificados.
técnicas e de segurança que dêem pleno 3 - A autorização pode ser utilizada um número ilimitado
cumprimento às especificações aplicáveis, de vezes dentro do prazo de validade que o
designadamente as que constituam orientações documento mencionar, a qual, no entanto, não
comuns resultantes dos trabalhos do comité criado poderá exceder o período de um ano civil.
pelo artigo 6.º do Regulamento (CE) n.º 1683/95. 4 - Se não for mencionado outro prazo, a autorização é
3 - A Imprensa Nacional-Casa da Moeda, S. A. (INCM), válida por seis meses, contados da respetiva data.
difunde através do seu sítio na Internet informação

148
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 24.º pela concessão, para efeitos de cancelamento e


Validade e emissão de novo passaporte apreensão.
2 - Os representantes legais de menores e incapazes
1 - O passaporte comum é válido por um período de podem requerer à entidade concedente o
cinco anos. cancelamento e a apreensão de passaporte emitido a
2 - No caso dos menores de idade inferior a 4 anos, a favor daqueles.
validade do passaporte é de dois anos. 3 - A entidade competente para a concessão comunica às
3 - Pode ser requerida a concessão de novo passaporte autoridades de fronteira o pedido de apreensão do
comum por decurso do prazo de validade, por passaporte a que se referem os números anteriores.
desatualização dos elementos de identificação do 4 - As autoridades consulares, quando solicitadas a
titular ou pela verificação das situações descritas no custear a repatriação de nacionais portadores de
artigo 25.º do presente diploma. passaporte, procedem à retenção deste, que apenas
4 - A concessão de novo passaporte comum por decurso é restituído no destino após o pagamento dos
do prazo de validade pode ser requerida nos seis encargos suportados pelo Estado.
meses antecedentes ou, em casos excecionais 5 - Na situação prevista no número anterior, o repatriado
devidamente fundamentados, no ano antecedente à regressa a Portugal munido de passaporte
respetiva caducidade. temporário.
5 - A concessão de novo passaporte comum faz-se contra Artigo 27.º
entrega do passaporte anterior, exceto quando deste Concessão de segundo passaporte
constem vistos cuja duração justifique a conservação
na posse do titular. 1 - Em circunstâncias excecionais, devidamente
fundamentadas, poderá ser concedido um segundo
Artigo 25.º passaporte a indivíduo titular de outro ainda válido
Substituição do passaporte válido quando, após cuidada apreciação da situação, se
conclua que a sua emissão corresponde ao interesse
1 - A concessão de novo passaporte comum a favor de nacional ou a um interesse legítimo do requerente
indivíduo titular de passaporte válido é possível, decorrente das relações entre Estados terceiros.
excecionalmente, nos casos a seguir identificados: 2 - A entidade competente deverá assegurar-se de que o
a) Quando este se encontrar totalmente preenchido segundo passaporte apenas irá ser utilizado nas
nas folhas destinadas aos vistos; situações que deram origem à sua concessão.
b) Em situações de mau estado de conservação ou de
inutilização verificadas pelos serviços emitentes; Artigo 28.º
c) Nos casos de destruição, furto ou extravio Cancelamento do passaporte
declarados pelo titular;
d) Nos casos de alteração dos elementos constantes 1 - A perda da nacionalidade portuguesa relativamente a
do passaporte referentes à identificação do indivíduo a quem tenha sido emitido passaporte
titular. comum determina o cancelamento deste documento.
2 - A comunicação da perda da nacionalidade portuguesa
2 - Nas situações referidas na alínea c) do número deve ser efetuada pela Conservatória dos Registos
anterior, deve o requerente apresentar declaração, Centrais ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, do
sob compromisso de honra, prestada em impresso Ministério da Administração Interna (SEF/MAI), até
próprio, fundamentando o pedido e ao dia 8 do mês seguinte ao do respetivo registo.
comprometendo-se a não utilizar e a devolver ao
serviço responsável pela concessão o passaporte SECÇÃO II
substituído, se vier a recuperá-lo. Passaporte diplomático
3 - Em caso de dúvida sobre os fundamentos invocados
para a concessão de segunda via, podem as entidades Artigo 29.º
competentes solicitar a prestação de prova Regime aplicável
complementar.
4 - (Revogado.) A concessão, a emissão e uso de passaporte diplomático
são regulados por legislação própria, sem prejuízo do
Artigo 26.º disposto no artigo 13.º
Cancelamento e apreensão
SECÇÃO III
1 - O titular do passaporte destruído, furtado ou Passaporte especial
extraviado deve comunicar imediatamente tal facto à
autoridade mais próxima ou à autoridade responsável

149
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 30.º c) Os presidentes dos governos regionais, quando


Titulares destinado a personalidades das respetivas Regiões
Autónomas.
1 - Têm direito à titularidade de passaporte especial: 2 - A concessão é decidida sob requisição ou proposta
a) Os membros do Conselho de Estado; fundamentada, conforme se trate de destinatário
b) Os deputados à Assembleia da República; titular de cargo ou de função pública de exercício
c) Os magistrados dos tribunais superiores; continuado ou de outras situações.
d) Os deputados às assembleias regionais; 3 - A proposta de concessão deve ser acompanhada de
e) Os presidentes de câmaras municipais; documento comprovativo da situação ou missão de
f) Outras pessoas, ao abrigo de lei especial. serviço público de que o destinatário foi incumbido,
2 - Podem ser também titulares de passaporte especial: com a indicação de qual a duração previsível desta.
a) Entidades civis ou militares propostas pelo 4 - Nos termos do n.º 1, podem conceder passaportes
Presidente da República; especiais:
b) Pessoas expressamente incumbidas pelo Estado a) Os serviços e embaixadas de Portugal designados
Português de missão de serviço público, se a sua por despacho do Ministro dos Negócios
natureza não importar a concessão de passaporte Estrangeiros;
diplomático; b) A Secretaria-Geral do Ministério da Administração
c) Funcionários dos quadros de pessoal do Ministério Interna (SG/MAI);
dos Negócios Estrangeiros quando, em missão de c) Os serviços designados pelos governos regionais.
serviço público, não tenham direito à emissão de 5 - A concessão de passaporte especial pelas embaixadas
passaporte diplomático; deve ser comunicada, de imediato, à Secretaria-Geral
d) Funcionários de nacionalidade portuguesa, desde do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
que não tenham a nacionalidade do país onde
exercem funções, do quadro único de vinculação Artigo 32.º
dos serviços externos do Ministério dos Negócios
Estrangeiros, quando não tenham direito à (Revogado.)
emissão de passaporte diplomático;
e) Pessoal de nacionalidade portuguesa, desde que Artigo 33.º
não tenha a nacionalidade do país onde exercem Utilização
funções, que integra o quadro único de
contratação dos serviços externos do Ministério O passaporte especial apenas deve ser utilizado quando
dos Negócios Estrangeiros, sempre que por o seu titular se desloque na qualidade que justifica a sua
imposição das autoridades locais do país em que concessão.
residam tal se torne efetivamente indispensável
ao exercício das respetivas funções ou à sua Artigo 34.º
correspondente acreditação local; Validade
f) Cônsules honorários quando de nacionalidade
portuguesa, desde que não tenham a 1 - O passaporte especial é válido pelo prazo que lhe for
nacionalidade do país onde exercem funções. fixado pela entidade competente para a concessão,
3 - A concessão de passaporte especial pode ser de acordo com a natureza e duração provável da
extensível ao cônjuge e a filhos menores, quando missão confiada ou da situação que permite a sua
viajem na companhia do seu titular e possuam concessão, mas nunca por prazo superior a quatro
nacionalidade portuguesa. anos.
2 - O passaporte especial caduca logo que o seu titular
Artigo 31.º perca o cargo ou cesse a missão ou a situação que
Concessão determinou a respetiva emissão.
3 - A caducidade do passaporte especial obriga que o
1 - São competentes para a concessão de passaporte serviço requisitante ou proponente proceda às suas
especial, com a possibilidade de delegação e de imediatas apreensão e devolução à entidade
subdelegação: concedente.
a) O Ministro dos Negócios Estrangeiros, sempre que
as situações ocorram fora do território nacional ou SECÇÃO IV
nos casos a que se referem as alíneas c) a f) do n.º Passaporte para estrangeiros
2 e o n.º 3 do artigo anterior;
b) O Ministro da Administração Interna;

150
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 35.º titular de e para fora do território nacional durante


Titulares um período de tempo limitado.
2 - O passaporte temporário deve ser substituído por um
Podem ser titulares de passaporte para estrangeiros: passaporte comum logo que possível, ainda que
a) Indivíduos que, autorizados a residir em território dentro do prazo de validade.
português, sejam apátridas ou nacionais de países 3 - A validade máxima do passaporte temporário é de um
sem representação diplomática ou consular em ano.
Portugal ou que demonstrem, de forma 4 - O passaporte temporário observa, naquilo que lhe é
inequívoca, não poder obter outro passaporte; subsidiariamente aplicável, as mesmas condições e os
b) Indivíduos estrangeiros que, sem passaporte mesmos princípios e requisitos do passaporte
próprio, no estrangeiro recorram à proteção comum.
diplomática ou consular portuguesa ao abrigo de
acordos de cooperação consular celebrados entre Artigo 38.º-B
Portugal e os seus países de origem; Identificação, características e controlo de
c) Indivíduos estrangeiros que se encontrem fora do autenticidade
território português, quando razões excecionais
recomendem a concessão de passaporte para 1 - O passaporte temporário é constituído por um
estrangeiros. caderno com oito páginas numeradas, identificado:
a) Pela impressão de uma letra e de um número
Artigo 36.º composto por seis algarismos, a ser aposto na
Concessão primeira página do caderno e na página biográfica;
b) Pela combinação perfurada nas restantes páginas,
1 - O passaporte para estrangeiros é concedido pelo incluindo a contracapa.
Ministro da Administração Interna, com a 2 - O passaporte temporário só é válido se todos os
possibilidade de delegação e de subdelegação. espaços destinados a inscrição estiverem
2 - As situações consideradas nas alíneas b) e c) do artigo devidamente preenchidos ou inutilizados, não sendo
anterior são decididas sob proposta da autoridade consentidas emendas, rasuras ou entrelinhas de
consular territorialmente competente, mediante qualquer natureza.
parecer do SEF/MAI. 3 - O passaporte temporário é autenticado pela aposição
do selo branco da entidade emitente sobre a
Artigo 37.º fotografia do titular.
Emissão 4 - Do passaporte temporário deve, igualmente, constar
a assinatura do seu titular, salvo se, no local indicado,
A emissão de passaporte para estrangeiros incumbe: a entidade emitente fizer menção de que o mesmo
a) Em território nacional, ao SEF/MAI; não pode assinar.
b) No estrangeiro, às autoridades consulares. 5 - A página que contém os dados pessoais do
requerente é protegida pela aposição de uma película
Artigo 38.º adesiva.
Validade 6 - O modelo de impresso do passaporte temporário
consta do anexo ao presente diploma e constitui
1 - O passaporte para estrangeiros é válido por um prazo exclusivo legal da INCM.
máximo de dois anos.
2 - O passaporte referido no número anterior, quando Artigo 38.º-C
emitido em território nacional, pode garantir ou Elementos que acompanham o pedido de passaporte
vedar o direito de regresso a território português, temporário
conforme a menção que nele se registe.
O pedido de concessão de passaporte temporário é
SECÇÃO IV-A instruído com os seguintes elementos:
Passaportes temporários a) Duas fotografias do rosto do requerente, tipo
passe, iguais, obtidas há menos de um ano, a
Artigo 38.º-A cores e com fundo liso, com boas condições de
Passaporte temporário identificação e medidas adequadas ao modelo de
passaporte;
1 - O passaporte temporário é o documento de viagem b) Impresso de requerimento de passaporte
individual que permite a circulação do respetivo temporário devidamente preenchido;

151
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

c) Documento comprovativo do exercício do poder 2 - Nos casos de destruição, furto ou extravio de


paternal, da tutela ou da curatela, no caso de o passaporte temporário, deve o requerente
passaporte temporário se destinar a menor, apresentar declaração, sob compromisso de honra,
interdito ou inabilitado; prestada em impresso próprio, fundamentando o
d) Documento justificativo do carácter urgente e pedido e comprometendo-se a não utilizar e a
excecional do pedido, quando os fundamentos devolver ao serviço emissor o passaporte substituído,
para a emissão do passaporte temporário se vier a recuperá-lo.
resultem de factos imputáveis ao requerente.
SECÇÃO V
Artigo 38.º-D Título de viagem única
Competência para a concessão e emissão do passaporte
temporário Artigo 39.º
Concessão e emissão
1 - São competentes para a concessão e emissão do
passaporte temporário, com a possibilidade de 1 - O título de viagem única é emitido a favor de
delegação e subdelegação: indivíduos de nacionalidade portuguesa,
a) O diretor nacional do SEF; devidamente confirmada, que se encontrem
b) Os governos regionais, através do secretário indocumentados no estrangeiro e aos quais, por
regional competente, nos termos das respetivas urgência, não seja possível, em tempo oportuno,
leis orgânicas; oferecer prova de identificação bastante.
c) As autoridades consulares portuguesas declaradas 2 - O título de viagem única é concedido e emitido pelas
competentes para o efeito pelo Ministro dos autoridades consulares.
Negócios Estrangeiros; 3 - O modelo dos impressos do título de viagem única é
d) O Centro Emissor para a Rede Consular do aprovado por portaria do Ministro dos Negócios
Ministério dos Negócios Estrangeiros; Estrangeiros.
e) (Revogada). 4 - A requisição dos impressos dos títulos de viagem
única e o controlo da utilização dos mesmos
2 - As condições de emissão do passaporte temporário, competem ao Ministério dos Negócios Estrangeiros.
que revestem sempre carácter excecional, devem ser
devidamente fundamentadas, designadamente nos Artigo 40.º
casos em que se verifique comprovada urgência na Validade
emissão de um documento de viagem individual e se
verifique: O título de viagem única é emitido com a validade
a) Uma indisponibilidade momentânea do sistema de estritamente necessária ao regresso a Portugal.
concessão dos passaportes;
b) A circunstância de a entidade competente não se CAPÍTULO III
encontrar acreditada como centro emissor de Proteção de dados pessoais
passaportes.
SECÇÃO I
Artigo 38.º-E Sistema de informação do PEP
Custos de emissão do passaporte temporário
Artigo 41.º
A taxa de emissão do passaporte temporário é fixada por Finalidade, organização e estrutura do sistema
portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis
pelas áreas da administração interna, das finanças e dos 1 - O SIPEP tem por finalidade registar, armazenar, tratar,
negócios estrangeiros. manter atualizada, validar e disponibilizar nos termos
legais a informação associada ao processo de
Artigo 38.º-F concessão dos passaportes, nas suas diferentes
Concessão de passaporte comum a titular de categorias, bem como acionar o processo de
passaporte temporário personalização.
2 - O SIPEP rege-se pelos princípios da segurança e do
1 - O passaporte comum só pode ser emitido a titular de controlo da informação, assegurando níveis de
passaporte temporário, desde que este faça prova de acesso, de modificação, de adicionamento ou de
identidade, mediante a exibição do bilhete de supressão de dados, bem como formas de
identidade de cidadão nacional e cumpra o disposto comunicação daqueles.
no artigo 13.º

152
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

3 - O SIPEP assegura a conjugação de todas as estruturas 2 - Em processo de contraordenação instaurado em


e de todos os procedimentos de aquisição de dados e qualquer dos casos previstos no número anterior
a articulação de todas as entidades intervenientes no pode ainda ser aplicada a sanção acessória de
registo físico e lógico dos dados recolhidos. apreensão do passaporte.

Artigo 42.º Artigo 46.º


Entidade responsável pelo SIPEP Passaportes desconformes

1 - O SEF/MAI é o organismo responsável pelo SIPEP. Os passaportes que se encontrem em desconformidade


2 - O SIPEP obedece às especificações técnicas, com a lei são apreendidos pelas autoridades
legalmente determinadas, em matéria de proteção competentes.
de dados pessoais informatizados.
3 - Cabe ao diretor do SEF/MAI assegurar o direito de Artigo 47.º
informação e de acesso aos dados pelos respetivos Obtenção e utilização fraudulenta de documento
titulares, a correção de inexatidões, o complemento
de omissões e a supressão de dados indevidamente A prestação de falsas declarações para a obtenção de
registados, bem como velar por que a consulta ou passaporte, a falsificação de passaporte ou dos
comunicação da informação respeite as condições respetivos impressos próprios e o uso de passaporte
legalmente determinadas. falsificado, bem como o uso de passaporte alheio, são
4 - Compete ao diretor do SEF/MAI decidir sobre as punidos nos termos do Código Penal.
reclamações respeitantes ao acesso à informação
pessoal ali constante, cabendo recurso hierárquico da Artigo 48.º
sua decisão, sem prejuízo da competência própria da Competência
Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD)
nesta matéria. 1 - Sem prejuízo das competências da CNPD em matéria
de tratamento de dados, a competência para a
Artigo 43.º instauração e a instrução dos processos de
Sigilo contraordenação previstos no artigo 45.º é das
entidades que procedem à concessão dos
As pessoas que no exercício das suas funções tenham passaportes.
conhecimento dos dados pessoais registados no SIPEP 2 - Para efeitos do número anterior, a aplicação das
ficam obrigadas a sigilo profissional, nos termos do artigo coimas e sanções acessórias incumbe aos dirigentes
17.º da Lei n.º 67/98, de 26 de outubro. máximos das entidades que, por competência própria
ou delegada, concedem os diferentes tipos de
CAPÍTULO IV passaporte.
Disposições sancionatórias 3 - O produto das coimas referidas no artigo 45.º reverte
percentualmente para as seguintes entidades:
Artigo 44.º a) 40% para o Estado;
Violação de normas relativas a ficheiros b) 30% para a entidade competente para a concessão
de passaportes;
1 - A violação das normas relativas a ficheiros c) 30% para a entidade responsável pela gestão do
informatizados de concessão e emissão de sistema de informação do passaporte eletrónico
passaporte é punida nos termos dos artigos 44.º a português.
49.º da Lei n.º 67/98, de 26 de outubro.
2 - Quem não cumprir as obrigações relativas à proteção CAPÍTULO V
de dados previstas no artigo 43.º da Lei n.º 67/98, de Disposições transitórias e finais
26 de outubro, é punido nos termos aí previstos.
Artigo 49.º
Artigo 45.º Comunicação de perda da nacionalidade
Uso indevido de passaporte
A Conservatória dos Registos Centrais comunica ao SIPEP,
1 - O uso indevido de passaporte substituído, de segundo até ao dia 8 de cada mês, quais as situações que, tendo
passaporte ou de passaporte especial constitui determinado a perda da nacionalidade portuguesa,
contraordenação punível com coima de (euro) 250 a impedem a concessão de passaporte português ou
(euro) 750. implicam o respetivo cancelamento.

153
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 50.º
Regime transitório

1 - Os passaportes emitidos até à data da entrada em


vigor do presente diploma conservam a validade
neles prevista, sem prejuízo de a sua substituição
poder ser requerida, mediante a entrega do
passaporte a substituir.
2 - A validade de inclusão de menor em passaporte
comum familiar emitido até à data da entrada em
vigor do presente diploma caduca logo que o menor
perfaça 16 anos, sem prejuízo da caducidade do
próprio passaporte.

Artigo 51.º
Legislação revogada

São revogados o Decreto-Lei n.º 438/88, de 29 de


novembro, com a alteração que lhe foi introduzida pelo
Decreto-Lei n.º 267/89, de 18 de agosto, e a Portaria n.º
965-C/89, de 31 de outubro.

Artigo 52.º
Entrada em vigor

O presente diploma entra em vigor 120 dias após a data


da sua publicação.

154
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

155
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

156
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Direito à Educação

157
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

158
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 227/2005, de 28 de dezembro com as alterações que lhe foram conferidas pelas Leis
Define o novo regime de concessão de n.ºs 115/97, de 19 de setembro, e 49/2005, de 30 de
equivalência de habilitações estrangeiras dos agosto, e nos termos da alínea c) do n.º 1 do artigo 198.º
ensinos básico e secundário, revogando da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
parcialmente o Decreto-Lei n.º 219/97, de 20 de
CAPÍTULO I
agosto Disposições gerais
(retificado pela Artigo 1.º
Declaração de Retificação n.º 9/2006, de 6 de fevereiro) Objeto

O presente decreto-lei define o regime de concessão de


A experiência colhida na aplicação do regime jurídico equivalência de habilitações de sistemas educativos
constante do Decreto-Lei n.º 219/97, de 20 de agosto, estrangeiros a habilitações do sistema educativo
retificado pela Declaração de Retificação n.º 15-D/97, de português ao nível dos ensinos básico e secundário.
30 de setembro, aconselha a que se proceda à revisão,
simplificação e descentralização dos procedimentos Artigo 2.º
administrativos nele delineados, aprovando-se novo Âmbito
diploma que regule a concessão das equivalências de
habilitações estrangeiras às habilitações portuguesas de 1 - Podem requerer equivalência, nos termos do
nível básico e secundário. presente decreto-lei, cidadãos portugueses e
cidadãos estrangeiros que comprovem ser titulares
Pelo presente decreto-lei, transfere-se para os de habilitações de sistemas educativos estrangeiros.
estabelecimentos de ensino parte substantiva das 2 - O disposto no número anterior é aplicável às
competências em matéria de concessão de equivalências habilitações adquiridas em estabelecimentos de
referentes a habilitações estrangeiras, dando-se, assim, ensino público ou privado estrangeiros, sediados ou
mais um importante contributo para o aprofundamento não em Portugal.
da autonomia ao nível da administração escolar. 3 - As disposições do presente decreto-lei aplicam-se,
igualmente, aos programas de mobilidade objeto de
Como aspeto inovador realça-se, entre outros, uma acordos específicos em matéria de equivalência de
maior agilização de todo o processo, designadamente na habilitações, bem como aos estudos e diplomas de
instrução e tramitação, bem como no estabelecimento cursos com programas próprios certificados por
de prazos que doravante exigem uma instituições universitárias de países terceiros ou por
corresponsabilização por parte dos serviços e do organizações internacionais não governamentais,
requerente. obtidos no estrangeiro, ou, em Portugal, em escolas
do ensino particular e cooperativo não superior.
Este novo desenho de procedimentos permite, ainda, a
criação de instrumentos que clarifiquem o processo de
CAPÍTULO II
equivalência respeitante a habilitações adquiridas em
Concessão de equivalências
escolas estrangeiras sediadas no nosso país, em escolas
europeias, em programas de mobilidade e em estudos e
Artigo 3.º
diplomas de cursos com planos e programas próprios.
Princípios gerais
Acresce como inovador o princípio de igualdade de
1 - A equivalência de habilitações pressupõe paralelismo
tratamento na concessão de equivalências, qualquer que
na formação, concluída com aproveitamento, não
seja a produção dos efeitos. Não menos importância
sendo exigível a integral semelhança de estruturas
reveste a tipificação de situações especiais, as alterações
curriculares e de conteúdos programáticos.
introduzidas na prova de avaliação e na identificação dos
2 - A equivalência pode respeitar a um ano curricular
respetivos destinatários e, ainda, a aplicação deste
completo, tratando-se dos ensinos básico e
diploma a pedidos de equivalência solicitados a escolas
secundário, ou a determinada disciplina de quaisquer
que ministram ensino de currículo completo português
cursos previstos no sistema educativo vigente,
fora do território nacional.
tratando-se do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino
secundário.
Assim:
3 - No ensino básico a equivalência é concedida sem
atribuição de classificação, exceto nos casos em que o
No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido no
n.º 3 do artigo 63.º da Lei n.º 46/86, de 14 de outubro,

159
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

requerente o solicite com vista a apresentar-se a Artigo 6.º


concursos de qualquer natureza. Competências
4 - No ensino secundário a equivalência é concedida com
atribuição de classificação. 1 - A concessão da equivalência é da competência do
5 - A atribuição das classificações referidas nos n.ºs 3 e 4 órgão de direção executiva, ou do diretor pedagógico,
é calculada por conversão das classificações de consoante os casos, do estabelecimento de ensino
origem, com observância do regime legal em vigor básico ou secundário público, particular e
em matéria de avaliação para os ensinos básico e cooperativo, dotado de autonomia pedagógica para o
secundário e de acesso ao ensino superior. nível de ensino no qual a equivalência é solicitada.
6 - A concessão de equivalência não dispensa o titular da 2 - Para efeitos de prosseguimento de estudos num
mesma de cumprir todas as condições que, para o estabelecimento de ensino particular e cooperativo
acesso ao ensino superior ou para o exercício de uma sem autonomia pedagógica para o nível de ensino no
profissão, sejam exigidas pelas entidades qual a equivalência é solicitada, a concessão das
governamentais ou profissionais competentes. equivalências é da competência do órgão de direção
executiva do estabelecimento de ensino público em
Artigo 4.º que o aluno deva ser matriculado.
Critérios 3 - Os pedidos de equivalências estrangeiras que não
estejam abrangidos por nenhuma das portarias a que
1 - As equivalências são concedidas tendo em conta, se refere o artigo 5.º são remetidos pelo
cumulativamente: estabelecimento de ensino, com parecer
a) O número de anos de escolaridade concluídos com devidamente fundamentado, ao diretor-geral de
aproveitamento no sistema educativo de origem; Inovação e de Desenvolvimento Curricular.
b) O curso ou a natureza da formação.
Artigo 7.º
2 - A equivalência é concedida a um ano de escolaridade, Instrução do pedido
indicando o curso ou a área que mais se assemelha à
habilitação de origem e, sempre que aplicável, o 1 - A equivalência é requerida nos estabelecimentos de
respetivo nível de formação profissional. ensino básico ou secundário dotados de autonomia
3 - A concessão de equivalências por disciplina é pedagógica, sendo obrigatoriamente utilizado como
efetuada em conformidade com o respetivo requerimento o modelo constante no anexo I do
programa, tendo como referência as competências presente decreto-lei e do qual faz parte integrante.
essenciais e as aprendizagens estruturantes. 2 - O requerimento é acompanhado de documentos
comprovativos das habilitações, devidamente
Artigo 5.º traduzidos, quando redigidos em língua estrangeira, e
Tabelas autenticados pela embaixada ou consulado de
Por portaria do Ministro da Educação são definidas: Portugal, ou pela embaixada e consulado do país
a) As tabelas comparativas do sistema de ensino estrangeiro em Portugal, ou com a apostilha para os
português e do sistema de ensino de cada país, de países que aderiram à Convenção da Haia, de 5 de
acordo com o disposto nos n.ºs 1 e 2 do artigo 4.º, outubro de 1961, ratificada pelo Decreto-Lei n.º
e as tabelas com a conversão dos sistemas de 48450, publicado no Diário do Governo, 1.ª série, n.º
classificação; 148, de 24 de junho de 1968.
b) As tabelas comparativas referentes a anos de 3 - O requerimento e os documentos comprovativos das
escolaridade e cursos e as tabelas de conversão habilitações são entregues no estabelecimento de
dos sistemas de classificação, por instituição de ensino que o requerente pretende frequentar ou no
ensino, para escolas estrangeiras sediadas em estabelecimento de ensino da área de residência em
Portugal que ministrem cursos com planos e território nacional.
programas próprios; 4 - No prazo de oito dias, contados a partir da data de
c) As tabelas comparativas referentes a estudos e entrega do requerimento, ou da receção do mesmo
diplomas de cursos com programas próprios pela Direcção-Geral de Inovação e de
certificados por instituições universitárias de Desenvolvimento Curricular (DGIDC) nas situações
países terceiros ou, ainda, por organizações previstas no n.º 3 do artigo 6.º, podem ser solicitados
internacionais não governamentais; ao requerente documentos complementares sobre a
d) As tabelas comparativas referentes a estudos e habilitação que fundamenta o pedido de
diplomas de cursos ministrados em escolas equivalência, designadamente declarações
europeias. comprovativas dos anos de escolaridade concluídos
com aproveitamento e respetivos planos curriculares

160
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

ou conteúdos programáticos, os quais devem Artigo 10.º


obedecer aos requisitos exigidos no n.º 2. Inexistência de comprovativo de habilitações
5 - O requerente tem um prazo de 10 dias, após
notificação efetuada pelo estabelecimento de ensino 1 - Quando não seja possível instruir o pedido de
ou pela DGIDC, para apresentar os documentos em equivalência por ausência de documento
falta a que se referem os n.ºs 3 e 4. comprovativo das habilitações adquiridas pelo
6 - A não apresentação dos documentos em falta no requerente, pode, a título excecional e por motivos
prazo fixado no número anterior determina o devidamente fundamentados, ser autorizada a
indeferimento liminar do pedido e a devolução ao substituição daquele documento por uma declaração,
requerente dos documentos originais ou sob compromisso de honra, do próprio, do
autenticados constantes do processo. encarregado de educação do requerente ou de quem
o substitua, no caso de aquele ser menor de idade,
Artigo 8.º que indique a habilitação concluída.
Tramitação do processo e decisão 2 - O documento referido no número anterior deve ser
acompanhado por uma declaração emitida pela
1 - Admitido o pedido de equivalência e após a entrega missão diplomática acreditada em Portugal ou por
dos documentos a que se refere o n.º 4 do artigo 7.º, um centro de acolhimento idóneo relacionado com o
a entidade competente decide no prazo de 30 dias. país de origem, no caso de não existir missão
2 - Nas situações previstas no n.º 3 do artigo 6.º, o órgão diplomática, que justifique a excecionalidade da
de direção executiva ou o diretor pedagógico deve situação declarada pelo requerente.
enviar à DGIDC, nos oito dias seguintes, o processo 3 - O requerente cuja situação se encontre prevista no
relativo ao pedido de equivalências, tendo aquele n.º 1 e que pretenda ingressar nos ensinos básico ou
serviço central de decidir num prazo de 30 dias, secundário do sistema educativo português é
contados a partir da data da receção do processo ou previamente submetido a testes efetuados ao nível
da data da entrega dos documentos solicitados nos do estabelecimento de ensino, considerando a idade
termos do n.º 4 do artigo 7.º e o correspondente ano de escolaridade, tendo em
3 - Proferida a decisão, a DGIDC, no prazo de oito dias, vista a integração adequada no sistema de ensino.
procede à notificação do requerente e dela dá 4 - Para efeito do disposto nos n.ºs 5 e 6, a concessão de
conhecimento ao estabelecimento de ensino. equivalências é da competência do órgão de direção
4 - No caso de o requerente não ser notificado da executiva dos estabelecimentos de ensino básico e
decisão da DGIDC dentro dos prazos referidos nos secundário públicos.
n.ºs 2 e 3, compete ao estabelecimento de ensino 5 - Os requerentes cuja situação se encontre prevista no
deliberar sobre o pedido de concessão de n.º 1 e que pretendam ver reconhecida a habilitação
equivalências, nos 30 dias subsequentes. como equivalente à conclusão dos 2.º ou 3.º ciclos do
5 - Enquanto decorre a tramitação do processo de ensino básico realizam provas de avaliação da
equivalência, e tratando-se de um pedido para efeitos responsabilidade do estabelecimento de ensino
de prosseguimento de estudos nos ensinos básico ou público no qual é apresentado o requerimento, nas
secundário, deve ser efetuada uma matrícula disciplinas de Língua Portuguesa como língua não
condicional que possibilite ao aluno a frequência das materna e de Matemática, considerando as
atividades letivas. competências definidas para o final dos respetivos
ciclos de ensino.
Artigo 9.º 6 - Os requerentes cuja situação se encontre prevista no
Termos e certificados n.º 1 e que pretendam ver reconhecida a habilitação
como equivalente à conclusão do ensino secundário
1 - Os despachos de equivalência devem constar de realizam provas de avaliação ao nível do 12.º ano de
termo próprio, a lavrar pelo estabelecimento de escolaridade, da responsabilidade do
ensino ou pela DGIDC. estabelecimento de ensino público, nas seguintes
2 - Os certificados de equivalência são emitidos pelas disciplinas:
entidades referidas no número anterior, utilizando o a) Português como língua não materna;
modelo constante no anexo II do presente decreto-lei b) Duas disciplinas das componentes de formação
e do qual faz parte integrante. específica no caso de a equivalência pretendida
corresponder a um curso científico-humanístico;
c) Uma disciplina da componente de formação
CAPÍTULO III científica e uma disciplina da componente de
Situações especiais formação tecnológica, técnica, ou técnico-
artística, no caso de a equivalência pretendida

161
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

corresponder a um curso que confere qualificação 2 - Compete à DGIDC promover as ações entendidas
profissional. como necessárias para ultrapassar as dificuldades
7 - As provas de avaliação realizam-se no prazo de 30 mencionadas na alínea c) do número anterior.
dias contados a partir da entrega do requerimento no
estabelecimento de ensino. Artigo 13.º
8 - As matrizes das provas mencionadas nos n.ºs 5 e 6, Ensino de currículo completo português fora do
bem como a elaboração e a correção das provas, são território nacional
da responsabilidade do estabelecimento de ensino.
9 - Os resultados das provas mencionadas nos números 1 - As disposições do presente decreto-lei são aplicadas
anteriores são homologados por despacho do órgão aos estabelecimentos de ensino que ministram
de direção executiva. ensino de currículo completo português fora do
CAPÍTULO IV território nacional.
Disposições finais e transitórias 2 - Os pedidos de equivalência requeridos nos
estabelecimentos de ensino com paralelismo
Artigo 11.º pedagógico devem ser remetidos à DGIDC, para
Orientação e apoio pedagógico decisão.

1 - Os estabelecimentos de ensino devem, Artigo 14.º


preferencialmente através dos serviços de psicologia Processos pendentes
e orientação, esclarecer os interessados sobre a
organização do sistema educativo português e 1 - Os pedidos formulados ao abrigo do Decreto-Lei n.º
informá-los sobre qual a alternativa mais 219/97, de 20 de agosto, prosseguem nos seus
consentânea com a sua formação anterior. termos, salvo se os requerentes solicitarem a sua
2 - Os candidatos que ingressam no sistema educativo anulação.
português através do processo de equivalência de 2 - Os processos pendentes são resolvidos no prazo de 30
habilitações devem beneficiar de apoio pedagógico dias, a contar da data de publicação do presente
adequado à sua situação e enquadrado no projeto decreto-lei.
educativo do estabelecimento de ensino.
3 - O apoio pedagógico deve centrar-se na superação das Artigo 15.º
dificuldades sentidas pelo aluno, designadamente no Aplicação às Regiões Autónomas
domínio da língua portuguesa.
4 - Para execução do disposto nos números anteriores, o A aplicação do presente decreto-lei às Regiões
estabelecimento de ensino deve proceder a uma Autónomas é realizada sem prejuízo das competências
avaliação diagnóstica do aluno, elaborando um plano em matéria de educação dos respetivos órgãos de
individual de apoio pedagógico. governo.

Artigo 12.º Artigo 16.º


Monitorização

1 - Até ao dia 30 do mês de outubro de cada ano, os


estabelecimentos de ensino que tenham admitido
processos de equivalência de habilitações
estrangeiras, requeridos no decurso do ano letivo
anterior, devem remeter à DGIDC relatório que
apresente, entre outros, os seguintes indicadores:
a) Por país, total de pedidos, número de certificados
emitidos, número de pedidos indeferidos,
habilitações de origem e equivalências
concedidas;
b) Número de requerimentos apreciados ao abrigo do
artigo 10.º do presente decreto-lei;
c) Dificuldades sentidas na aplicação dos dispositivos
legais e outros elementos considerados
relevantes.

162
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Disposição revogatória ANEXO II

É revogado o Decreto-Lei n.º 219/97, de 20 de agosto, Certificado


com exceção das tabelas de equivalências constantes no
seu anexo II, retificadas pela Declaração de Retificação
n.º 15-D/97, de 30 de setembro, que se mantêm em
vigor até à publicação das portarias previstas no artigo
5.º do presente decreto-lei.

ANEXO I

163
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

164
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

ANEXO I
Portaria n.º 224/2006, de 8 de março Alemanha
Aprova as tabelas comparativas entre o sistema de
A - Tabela comparativa entre os sistemas dos ensinos
ensino português e outros sistemas de ensino, bem básico e secundário
como as tabelas de conversão dos sistemas de
classificação correspondentes, nos termos da
alínea a) do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 227/2005,
de 28 de dezembro

O Decreto-Lei n.º 227/2005, de 28 de dezembro, define o


novo regime de concessão de equivalências de
habilitações de sistemas educativos estrangeiros a
habilitações do sistema educativo português, ao nível dos
ensinos básico e secundário. Tendo presente os critérios
a observar no ato de concessão da equivalência de
estudos enunciados no citado diploma legal, importa
dotar os órgãos competentes de instrumentos operativos
que permitam de uma forma célere, rigorosa, objetiva e
com equidade de tratamento dar resposta aos pedidos
apresentados pelos requerentes.

Assim:

Ao abrigo do disposto na alínea a) do artigo 5.º do


Decreto-Lei n.º 227/2005, de 28 de dezembro:

Manda o Governo, pela Ministra da Educação, o


seguinte: B - Tabelas de conversão dos sistemas de classificação
B.1 - Tabela de classificação - Conclusão do ensino
1.º São aprovadas as tabelas comparativas entre o secundário
sistema de ensino português e outros sistemas de
ensino, bem como as tabelas de conversão dos
sistemas de classificação correspondentes, que
constam dos anexos I a X ao presente diploma e do
qual fazem parte integrante, respeitantes,
respetivamente, aos seguintes países: Alemanha,
Angola, Cabo Verde, Federação da Rússia, Grécia,
México, Moçambique, Reino Unido, República
Popular da China e Ucrânia.

2.º A equivalência entre sistemas de ensino é efetuada


de acordo com as tabelas identificadas com A.

3.º A conversão dos sistemas de classificação é efetuada


de acordo com as tabelas identificadas com B.

4.º É revogado o n.º 1 do despacho n.º 14523/2004, de


21 de julho, publicado no Diário da República, 2.ª
série, n.º 170, de 21 de julho de 2004.

165
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

166
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

167
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

168
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

169
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

170
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 699/2006, de 12 de julho 5.º As classificações a atribuir em consequência da


Aprova as tabelas comparativas entre o sistema de conversão prevista nas tabelas anexas à presente
ensino português e outros sistemas de ensino, bem portaria e à Portaria n.º 224/2006, de 8 de março, são
como as tabelas de conversão dos sistemas de sempre arredondadas às unidades.
classificação correspondentes respeitantes a vários 6.º É revogado o despacho n.º 27249/2004, de 9 de
países. Revoga o despacho n.º 27249/2004, de 9 de
dezembro

O Decreto-Lei n.º 227/2005, de 28 de dezembro, define o


novo regime de concessão de equivalências de
habilitações de sistemas educativos estrangeiros a
habilitações do sistema educativo português, ao nível dos
ensinos básico e secundário. Através da publicação da
Portaria n.º 224/2006, de 8 de março, foram já aprovadas
as tabelas de equivalências de habilitações de estudos e
as tabelas com a conversão de sistemas de classificação
respeitantes a um conjunto de países.

Atendendo a que as tabelas relativas aos sistemas de


ensino e as tabelas de classificação de outros países já se
encontram concluídas:

Assim:

Ao abrigo do disposto na alínea a) do artigo 5.º do


Decreto-Lei n.º 227/2005, de 28 de Dezembro:

Manda o Governo, pelo Secretário de Estado da


Educação, o seguinte:

1.º São aprovadas as tabelas comparativas entre o


sistema de ensino português e outros sistemas de
ensino, bem como as tabelas de conversão dos
sistemas de classificação correspondentes, que
constam dos anexos I a XXX ao presente diploma e do
qual fazem parte integrante, respeitantes,
respetivamente, aos seguintes países: África do Sul,
Argentina, Austrália, Bélgica, Bolívia, Brasil, Bulgária,
Cuba, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos da
América, França, Guiné-Bissau, Indonésia, Irlanda,
Itália, Luxemburgo, Marrocos, Moldávia, Países
Baixos, Paquistão, Roménia, São Tomé e Príncipe,
Senegal, Suíça, Timor-Leste, Tunísia, Turquia,
Venezuela e Zimbabué.
2.º A equivalência entre sistemas de ensino é efetuada
de acordo com as tabelas identificadas com «A».
3.º A conversão dos sistemas de classificação é efetuada
de acordo com as tabelas identificadas com «B».
4.º Na ausência de tabela classificativa específica para o
ensino básico, a conversão da classificação é feita de
acordo com as orientações constantes do anexo XXXI,
com as indispensáveis adaptações.

171
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

dezembro, publicado no Diário da República, 2.ª série,


n.º 304, de 30 de dezembro de 2004.

172
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

173
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

174
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

175
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

176
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

177
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

178
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

179
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

180
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

181
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

182
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

183
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

184
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Despacho n.º 12 981/2007, de 25 de junho introduzidas pela Portaria n.º 259/2006, de 14


Define o modo de atribuição da classificação final de março.
no ensino secundário a alunos com equivalência de 1.1.3 - A classificação interna de frequência nas
sistema de ensino estrangeiro disciplinas de continuação deve ser o
resultado da média aritmética simples,
arredondada às unidades, dos dois anos em
O Decreto-Lei n.º 227/2005, de 28 de dezembro, estipula que a disciplina foi lecionada no sistema de
no n.º 5 do artigo 3.º que a atribuição das classificações ensino português (11.º e 12.º anos).
das equivalências é feita com observância do regime legal 1.1.4 - A classificação dos dois anos frequentados
em vigor em matéria de avaliação para os ensinos básico no currículo português (11.º e 12.º anos) é
e secundário e de acesso ao ensino superior. calculada pela média aritmética simples
arredondada às unidades, da classificação final
Considerando que com a equivalência, sendo possível, obtida em todas as disciplinas que integram o
deve ser atribuída uma classificação, acontecendo que, plano de estudos dos dois anos do respetivo
em regra, a equivalência concedida e a correspondente curso.
classificação são globais, torna-se necessário adequar as 1.1.5 - A classificação final de curso do ensino
formas de cálculo da classificação final dos cursos secundário é obtida pela média aritmética
científico-humanísticos e dos cursos tecnológicos do simples, arredondada às unidades, da
ensino secundário, estabelecidas pelas Portarias n.ºs classificação resultante da equivalência e da
550-D/2004, de 21 de maio, e 550-A/2004, de 21 de classificação final do currículo português, de
maio, respetivamente, com as alterações introduzidas acordo com a seguinte fórmula:
pelas Portarias n.ºs 259/2006, de 14 de março, e CFS = (CRE+MCP)/2
260/2006, de 14 de março, respetivamente, às situações em que:
decorrentes da concessão de equivalência com média CFS - classificação final de curso do ensino secundário;
global e uniformizar procedimentos em caso de CRE - classificação resultante da equivalência;
equivalência sem média. MCP - média das classificações obtidas no currículo
português, calculada conforme o referido no n.º 1.1.4.
Assim, considerando o estabelecido nos artigos 21.º a
1.2 - Para os alunos que vêm frequentar o 12.º ano no
22.º da Portaria n.º 550-D/2004, de 21 de maio, para os
sistema de ensino português, em resultado de
cursos científico-humanísticos, e nos artigos 24.º e 25.º
uma equivalência ao 11.º ano, as disciplinas não
da Portaria n.º 550-A/2004, de 21 de maio, alterados pela
sujeitas a exame para conclusão consideram-se
Portaria n.º 260/2006, de 14 de março, para os cursos
todas anuais, devendo os alunos obter uma
tecnológicos, determino:
classificação interna de frequência igual ou
superior a 10 valores.
1 - A classificação final de curso do ensino secundário é
1.2.1 - A classificação das disciplinas terminais do
obtida pela média aritmética simples, arredondada às
12.º ano sujeitas a exame nacional para a sua
unidades, da classificação global do(s) ano(s) a que
conclusão, é a resultante da avaliação interna
respeita a equivalência de estudos do currículo
da disciplina obtida no 12.º ano acrescida da
estrangeiro e da classificação obtida no currículo
classificação obtida no exame nos termos
português.
estabelecidos na Portaria n.º 550-D/2004, de
1.1 - Para os alunos que se matriculam no 11.º ano,
21 de maio, com as alterações introduzidas
na sequência de uma equivalência ao 10.º ano,
pela Portaria n.º 259/2006, de 14 de março.
devem ter-se em conta as disciplinas terminais
1.2.2 - A classificação final do 12.º ano é calculada
desse ano e as de continuação no 12.º ano.
pela média aritmética simples, arredondada às
1.1.1 - As disciplinas terminais do 11.º ano não
unidades, da classificação final obtida em
sujeitas a exame para conclusão são
todas as disciplinas que integram o plano de
consideradas anuais, devendo os alunos obter
estudos do respetivo curso.
em cada uma dessas disciplinas uma
1.2.3 - A classificação final de curso do ensino
classificação igual ou superior a 10 valores.
secundário é a resultante da média aritmética
1.1.2 - A classificação das disciplinas terminais do
simples, arredondada às unidades, da
11.º ano, disciplinas sujeitas a exame nacional
classificação resultante da equivalência a da
para a sua conclusão, é a resultante da
classificação do 12.º ano, de acordo com a
avaliação interna da disciplina obtida no 11.º
seguinte fórmula:
ano acrescida da classificação obtida no exame
nos termos estabelecidos na Portaria n.º 550- CFS = (CRE+CF 12.º)/2
D/2004, de 21 de maio, com as alterações em que:

185
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

CFS - classificação final de curso do ensino secundário;


CRE - classificação resultante da equivalência
[classificação global do(s) ano(s) a que respeita a certidão
de equivalência];
CF 12.º - classificação final do 12.º ano, calculada
conforme o referido no n.º 1.2.2.
2 - No caso de a certidão de equivalência não mencionar
qualquer classificação, a classificação final de curso
do ensino secundário decorre exclusivamente dos
resultados obtidos no currículo português, nos
termos acima referidos.
3 - Para efeitos de candidatura ao ensino superior, a
certificação dos cursos de ensino secundário acima
referidos não dispensa os alunos do cumprimento
dos restantes requisitos a que estiverem sujeitos.
4 - É revogado o despacho n.º 10 643/98 (2.ª série), de
24 de junho.
5 - O presente despacho produz efeitos no dia imediato
ao da respetiva publicação.

186
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Direito ao Trabalho

187
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

188
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro9 beneficiárias de pensão em caso de morte resultante


Código do Trabalho de acidente de trabalho ou doença profissional.
3 - O contrato de trabalho deve ser elaborado em
(Retificada pela Declaração de Retificação nº 21/2009, de duplicado, entregando o empregador um exemplar
18 de março, Lei nº 105/2009, de 14 de setembro, ao trabalhador.
Lei n.º 53/2011, de 14 de outubro, Lei n.º 23/2012, de 25 4 - O exemplar do contrato que ficar com o empregador
de junho (retificada pela Declaração de Retificação nº deve ter apensos documentos comprovativos do
38/2012, de 23 de julho) Lei n.º 47/2012, de 29 de cumprimento das obrigações legais relativas à
agosto, Lei n.º 11/2013, de 28 de janeiro, entrada e à permanência ou residência do cidadão
Lei n.º 69/2013, de 30 de agosto, estrangeiro ou apátrida em Portugal, sendo apensas
Lei n.º 27/2014, de 8 de maio, Lei n.º 55/2014, de 25 de cópias dos mesmos documentos aos restantes
agosto, Lei n.º 28/2015 de 14 de abril, e exemplares.
Lei n.º 120/2015, de 1 de setembro) 5 - O empregador deve comunicar ao serviço com
competência inspetiva do ministério responsável pela
área laboral, mediante formulário eletrónico:
(Excertos) a) A celebração de contrato de trabalho com
trabalhador estrangeiro ou apátrida, antes do
Artigo 4º início da sua execução;
Igualdade de tratamento de trabalhador estrangeiro ou b) A cessação de contrato, nos 15 dias posteriores.
apátrida 6 - O disposto neste artigo não é aplicável a contrato de
trabalho de cidadão nacional de país membro do
Sem prejuízo do estabelecido quanto à lei aplicável ao Espaço Económico Europeu ou de outro Estado que
destacamento de trabalhadores e do disposto no artigo consagre a igualdade de tratamento com cidadão
seguinte, o trabalhador estrangeiro ou apátrida que nacional em matéria de livre exercício de atividade
esteja autorizado a exercer uma atividade profissional profissional.
subordinada em território português goza dos mesmos 7 - Constitui contraordenação grave a violação do
direitos e está sujeito aos mesmos deveres do disposto nos n.ºs 1, 3, 4 ou 5.
trabalhador com nacionalidade portuguesa.
SUBSECÇÃO III
Artigo 5º Igualdade e não discriminação
Forma e conteúdo de contrato com trabalhador
estrangeiro ou apátrida DIVISÃO I
Disposições gerais sobre igualdade e não discriminação
1 - O contrato de trabalho celebrado com trabalhador
estrangeiro ou apátrida está sujeito a forma escrita e Artigo 23º
deve conter, sem prejuízo de outras exigíveis no caso Conceitos em matéria de igualdade e não discriminação
de ser a termo, as seguintes indicações:
a) Identificação, assinaturas e domicílio ou sede das 1 - Para efeitos do presente Código, considera-se:
partes; a) Discriminação direta, sempre que, em razão de um
b) Referência ao visto de trabalho ou ao título de fator de discriminação, uma pessoa seja sujeita a
autorização de residência ou permanência do tratamento menos favorável do que aquele que é,
trabalhador em território português; tenha sido ou venha a ser dado a outra pessoa em
c) Atividade do empregador; situação comparável;
d) Atividade contratada e retribuição do trabalhador; b) Discriminação indireta, sempre que uma
e) Local e período normal de trabalho; disposição, critério ou prática aparentemente
f) Valor, periodicidade e forma de pagamento da neutro seja suscetível de colocar uma pessoa, por
retribuição; motivo de um fator de discriminação, numa
g) Datas da celebração do contrato e do início da posição de desvantagem comparativamente com
prestação de atividade. outras, a não ser que essa disposição, critério ou
prática seja objetivamente justificado por um fim
2 - O trabalhador deve ainda anexar ao contrato a legítimo e que os meios para o alcançar sejam
identificação e domicílio da pessoa ou pessoas adequados e necessários;
c) Trabalho igual, aquele em que as funções
desempenhadas ao serviço do mesmo
9 Texto consolidado retirado da base de dados Datajuris. empregador são iguais ou objetivamente

189
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

semelhantes em natureza, qualidade e conciliação da atividade profissional com a vida


quantidade; familiar.
d) Trabalho de valor igual, aquele em que as funções 4 - O empregador deve afixar na empresa, em local
desempenhadas ao serviço do mesmo apropriado, a informação relativa aos direitos e
empregador são equivalentes, atendendo deveres do trabalhador em matéria de igualdade e
nomeadamente à qualificação ou experiência não discriminação.
exigida, às responsabilidades atribuídas, ao 5 - Constitui contraordenação muito grave a violação do
esforço físico e psíquico e às condições em que o disposto no nº 1 e constitui contraordenação leve a
trabalho é efetuado. violação do disposto no nº 4.
2 - Constitui discriminação a mera ordem ou instrução
que tenha por finalidade prejudicar alguém em razão Artigo 25º
de um fator de discriminação. Proibição de discriminação

Artigo 24º 1 - O empregador não pode praticar qualquer


Direito à igualdade no acesso a emprego e no trabalho discriminação, direta ou indireta, em razão
nomeadamente dos fatores referidos no nº 1 do
1 - O trabalhador ou candidato a emprego tem direito a artigo anterior.
igualdade de oportunidades e de tratamento no que 2 - Não constitui discriminação o comportamento
se refere ao acesso ao emprego, à formação e baseado em fator de discriminação que constitua um
promoção ou carreira profissionais e às condições de requisito justificável e determinante para o exercício
trabalho, não podendo ser privilegiado, beneficiado, da atividade profissional, em virtude da natureza da
prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de atividade em causa ou do contexto da sua execução,
qualquer dever em razão, nomeadamente, de devendo o objetivo ser legítimo e o requisito
ascendência, idade, sexo, orientação sexual, proporcional.
identidade de género, estado civil, situação familiar, 3 - São nomeadamente permitidas diferenças de
situação económica, instrução, origem ou condição tratamento baseadas na idade que sejam necessárias
social, património genético, capacidade de trabalho e apropriadas à realização de um objetivo legítimo,
reduzida, deficiência, doença crónica, nacionalidade, designadamente de política de emprego, mercado de
origem étnica ou raça, território de origem, língua, trabalho ou formação profissional.
religião, convicções políticas ou ideológicas e filiação 4 - As disposições legais ou de instrumentos de
sindical, devendo o Estado promover a igualdade de regulamentação coletiva de trabalho que justifiquem
acesso a tais direitos. os comportamentos referidos no número anterior
2 - O direito referido no número anterior respeita, devem ser avaliadas periodicamente e revistas se
designadamente: deixarem de se justificar.
a) A critérios de seleção e a condições de contratação, 5 - Cabe a quem alega discriminação indicar o
em qualquer sector de atividade e a todos os trabalhador ou trabalhadores em relação a quem se
níveis hierárquicos; considera discriminado, incumbindo ao empregador
b) A acesso a todos os tipos de orientação, formação provar que a diferença de tratamento não assenta em
e reconversão profissionais de qualquer nível, qualquer fator de discriminação.
incluindo a aquisição de experiência prática; 6 - O disposto no número anterior é designadamente
c) A retribuição e outras prestações patrimoniais, aplicável em caso de invocação de qualquer prática
promoção a todos os níveis hierárquicos e discriminatória no acesso ao trabalho ou à formação
critérios para seleção de trabalhadores a despedir; profissional ou nas condições de trabalho,
d) A filiação ou participação em estruturas de nomeadamente por motivo de dispensa para consulta
representação coletiva, ou em qualquer outra pré-natal, proteção da segurança e saúde de
organização cujos membros exercem uma trabalhadora grávida, puérpera ou lactante, licenças
determinada profissão, incluindo os benefícios por por parentalidade ou faltas para assistência a
elas atribuídos. menores.
7 - É inválido o ato de retaliação que prejudique o
3 - O disposto nos números anteriores não prejudica a trabalhador em consequência de rejeição ou
aplicação: submissão a ato discriminatório.
a) De disposições legais relativas ao exercício de uma 8 - Constitui contraordenação muito grave a violação do
atividade profissional por estrangeiro ou apátrida; disposto nos n.ºs 1 ou 7.
b) De disposições relativas à especial proteção de
património genético, gravidez, parentalidade,
adoção e outras situações respeitantes à

190
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 26º
Regras contrárias ao princípio da igualdade e não
discriminação

1 - A disposição de instrumento de regulamentação


coletiva de trabalho ou de regulamento interno de
empresa que estabeleça profissão ou categoria
profissional que respeite especificamente a
trabalhadores de um dos sexos considera-se aplicável
a trabalhadores de ambos os sexos.
2 - A disposição de instrumento de regulamentação
coletiva de trabalho ou de regulamento interno de
empresa que estabeleça condições de trabalho,
designadamente retribuição, aplicáveis
exclusivamente a trabalhadores de um dos sexos para
categoria profissional correspondente a trabalho
igual ou a trabalho de valor igual considera-se
substituída pela disposição mais favorável aplicável a
trabalhadores de ambos os sexos.
3 - O disposto nos números anteriores é aplicável a
disposição contrária ao princípio da igualdade em
função de outro fator de discriminação.
4 - A disposição de estatuto de organização
representativa de empregadores ou de trabalhadores
que restrinja o acesso a emprego, atividade
profissional, formação profissional, condições de
trabalho ou carreira profissional exclusivamente a
trabalhadores de um dos sexos, fora dos casos
previstos no nº 2 do artigo 25º e dos previstos em lei
específica decorrentes da proteção do património
genético do trabalhador ou dos seus descendentes,
considera-se aplicável a trabalhadores de ambos os
sexos.

Artigo 27º
Medida de ação positiva
Para os efeitos deste Código, não se considera
discriminação a medida legislativa de duração limitada
que beneficia certo grupo, desfavorecido em função de
fator de discriminação, com o objetivo de garantir o
exercício, em condições de igualdade, dos direitos
previstos na lei ou corrigir situação de desigualdade que
persista na vida social.

Artigo 28º
Indemnização por ato discriminatório
A prática de ato discriminatório lesivo de trabalhador ou
candidato a emprego confere-lhe o direito a
indemnização por danos patrimoniais e não patrimoniais,
nos termos gerais de direito.

191
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

192
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 64/93, de 5 de março Artigo 2.º


Regula o enquadramento no regime geral de Conceito de destacamento
segurança social dos trabalhadores por conta de
outrem em situação de destacamento em Portugal 1 - Para efeitos do presente diploma considera-se em
situação de destacamento o trabalhador que, ao
e no estrangeiro
serviço da sua entidade empregadora, seja por esta
enviado para outro país para aí desenvolver uma
(retificada pela
atividade profissional com carácter temporário.
Declaração de Retificação n.º 109/93, de 30 de junho)
2 - Considera-se que a atividade tem carácter temporário
se for previsível que a sua duração não exceda 12
meses.
São cada vez mais frequentes as situações em que
3 - Em casos devidamente fundamentados, pode ser
empresas sediadas num determinado país exercem, com
reconhecido o carácter temporário a atividades cuja
carácter temporário, atividade noutro país, para o que
duração exceda o período referido no número
carecem de destacar trabalhadores seus para aí
anterior.
desenvolverem a atividade profissional em causa.
4 - Não se considera em situação de destacamento,
abrangida pelo presente diploma, o trabalhador que
Apresenta, nestes casos, particular importância a
seja destacado em substituição de outro trabalhador
garantia da continuidade de proteção social aos referidos
que tenha esgotado o período do destacamento.
trabalhadores, sem deixar de se ter em conta o princípio
geral, embora sujeito a exceções, da competência da
Artigo 3.º
legislação do país de trabalho em matéria de segurança
Trabalhadores destacados em país estrangeiro
social.
1 - Os trabalhadores ao serviço de empresas
É este o objetivo do presente diploma, que visa regular a
estabelecidas em Portugal, que sejam por estas
situação perante o regime geral de segurança social dos
destacados para exercerem atividade temporária em
trabalhadores de empresas estabelecidas em Portugal
país estrangeiro por conta das mesmas entidades
que vão exercer, em regime de destacamento, atividade
empregadoras, continuam sujeitos ao regime geral de
temporária em países estrangeiros, bem como dos
segurança social enquanto durar o trabalho
trabalhadores de empresas estabelecidas em país
temporário a efetuar, nos termos do artigo anterior.
estrangeiro que venham exercer atividade, igualmente
2 - A manutenção do enquadramento obrigatório no
temporária, em Portugal.
regime geral de segurança social dos trabalhadores
por conta de outrem é extensiva às entidades
Para o efeito, levaram-se em consideração as orientações
empregadoras dos trabalhadores destacados.
sobre esta matéria constantes de instrumentos
internacionais, designadamente no âmbito do Conselho
Artigo 4.º
da Europa e da Comunidade Europeia.
Situações excluídas
Assim:
1 - Ficam excluídos do disposto no artigo anterior os
No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido na
trabalhadores destacados para exercerem atividade
Lei n.º 28/84, de 14 de agosto, e nos termos da alínea c)
temporária em país estrangeiro, bem como as suas
do n.º 1 do artigo 201.º da Constituição, o Governo
entidades empregadoras, nos casos em que se
decreta o seguinte:
verifiquem, cumulativamente, as seguintes
condições:
Artigo 1.º
Objeto a) Não exista instrumento internacional de segurança
social que vincule os dois Estados;
O presente diploma tem por objeto regular o b) Os trabalhadores requeiram a suspensão do seu
enquadramento no regime geral de segurança social dos enquadramento no regime de segurança social
trabalhadores por conta de outrem em situação de português;
destacamento, sem prejuízo do disposto em c) Os trabalhadores façam prova, perante a instituição
instrumentos internacionais a que Portugal se encontre portuguesa competente, de que se encontram
vinculado. abrangidos no país de emprego por regime de
proteção social obrigatório.
2 - Para efeitos do disposto na alínea c) do número
anterior, só relevam os regimes de proteção social

193
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

obrigatórios cujo esquema de benefícios cubra, pelo Artigo 9.º


menos, os riscos determinantes da perda de Obrigação contributiva
rendimentos de trabalho protegidos pelo regime
geral de segurança social português. Os trabalhadores destacados e as respetivas entidades
empregadoras abrangidas, nos termos do presente
Artigo 5.º diploma, pelo regime geral de segurança social, ficam
Trabalhadores destacados em Portugal obrigados a contribuir para o financiamento do regime,
de acordo com as normas em vigor nesta matéria.
Os trabalhadores que sejam destacados para exercerem
atividade em Portugal, bem como as respetivas entidades Artigo 10.º
empregadoras, são obrigatoriamente abrangidos pelo Âmbito material
regime geral de segurança social, salvo se fizerem prova,
junto do centro regional de segurança social que abranja 1 - Os trabalhadores destacados, abrangidos pelo regime
o local do exercício de atividade, de que estão geral de segurança social, nos termos do presente
enquadrados por regime de proteção social obrigatório diploma, têm direito às prestações concedidas no
do país de envio. âmbito daquele regime.
2 - Excetua-se do disposto no número anterior o subsídio
Artigo 6.º de educação especial, no âmbito das prestações
Duração máxima do destacamento familiares, que só será concedido nos casos em que
os descendentes com deficiência residam em
1 - A duração do destacamento em Portugal sem sujeição território português.
à legislação nacional de segurança social é de 12
meses, eventualmente prorrogável, por igual período, Artigo 11.º
a requerimento da entidade empregadora do Norma revogatória
trabalhador, devidamente fundamentado e dirigido
ao Departamento de Relações Internacionais e Ficam revogados os n.ºs 2, 3 e 4 do artigo 18.º do
Convenções de Segurança Social. Decreto n.º 45266, de 23 de setembro de 1963, com a
2 - No caso de ser previsível que a duração do trabalho redação que lhe foi dada pelo Decreto Regulamentar n.º
temporário ultrapasse os 24 meses, pode ser 45/84, de 25 de junho.
requerida e concedida autorização especial,
renovável anualmente, até à conclusão do mesmo. Artigo 12.º
Regulamentação
Artigo 7.º
Substituição do trabalhador destacado em Portugal As normas técnicas de execução relativas ao
reconhecimento do carácter temporário de atividades
O trabalhador destacado em Portugal pode ser cuja duração exceda os 12 meses e à prorrogação do
substituído por outro trabalhador, igualmente destacado, destacamento são objeto de portaria do Ministro do
considerando-se, neste caso, ambas as situações como Emprego e da Segurança Social.
um único período de destacamento.
Artigo 13.º
Artigo 8.º Entrada em vigor
Regresso temporário
O presente diploma, com exceção do artigo anterior,
Nos casos em que um trabalhador destacado regresse, entra em vigor no dia 1 do segundo mês seguinte ao da
com carácter temporário, ao país de envio, sem que se publicação da regulamentação prevista no mesmo artigo.
verifique a sua substituição por outro trabalhador,
considera-se que há uma única situação de
destacamento, pelo que há lugar à suspensão da
contagem dos prazos previstos no artigo 6.º

194
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 224/96, de 24 de junho carácter temporário, deve comunicar esse facto, no prazo
Define as normas técnicas de execução necessárias de 8 dias a contar da data em que se inicia o
ao reconhecimento do carácter temporário de destacamento, à instituição de segurança social que a
atividade dos trabalhadores em situação de abranja, quando a duração do destacamento não deva
exceder 12 meses.
destacamento
2.º Nos casos em que se preveja que a atividade laboral
do trabalhador destacado nos termos do número
O Decreto-Lei n.º 64/93, de 5 de março, teve por objetivo
anterior, embora temporária, possa exceder os 12 meses,
regular perante o regime geral da segurança social a
deve a respetiva entidade empregadora requerer ao
situação dos trabalhadores de empresas estabelecidas
Departamento de Relações Internacionais de Segurança
em Portugal que vão exercer, em regime de
Social o reconhecimento do carácter temporário da
destacamento, atividade temporária em países
atividade laboral em causa, instruindo o seu pedido com
estrangeiros, bem como a dos trabalhadores de
os elementos necessários à sua fundamentação.
empresas estabelecidas em países estrangeiros que
venham exercer atividade, também com carácter
3.º O Departamento de Relações Internacionais de
temporário, em Portugal. No primeiro caso, o citado
Segurança Social deve dar conhecimento do despacho
diploma permite a manutenção do enquadramento no
que for proferido sobre o requerimento a que se refere o
regime geral de segurança social português dos
número anterior à instituição de segurança social
trabalhadores destacados durante períodos até 12
competente nos termos do n.º 1.º da presente portaria.
meses, podendo ser reconhecido o carácter temporário
de atividade por períodos superiores, em casos
4.º Para efeitos da exclusão do enquadramento no
devidamente justificados. Quanto aos trabalhadores
regime geral de segurança social português, os
destacados para exercerem atividade temporária em
trabalhadores destacados para exercerem atividade
Portugal, o Decreto-Lei n.º 64/93 permite que não se
temporária em Portugal, por período que não exceda 12
efetive o seu enquadramento no regime geral de
meses, ou as respetivas entidades empregadoras, devem
segurança social português desde que se comprove a
fazer prova, junto do centro regional de segurança social
sujeição do trabalhador a regime de proteção social
em cuja área de competência seja exercida a atividade,
obrigatório do país de envio e o destacamento não
de que aqueles trabalhadores se encontram abrangidos
exceda o período de 12 meses, salvo se tiver lugar a sua
por um regime de proteção social obrigatória do país de
prorrogação por igual período. Acresce que o diploma
envio.
prevê ainda que possa ser concedida autorização
especial, renovável anualmente, para prolongamento da
5.º Quando for previsível que o período de duração da
exclusão de enquadramento no regime geral por período
atividade temporária seja superior a 12 meses mas sem
superior a 24 meses. Porém, o artigo 13.º do mesmo
exceder os 24 meses, pode ser requerida a exclusão do
diploma condiciona a sua entrada em vigor à publicação
enquadramento no regime geral de segurança social
das normas técnicas de execução previstas no artigo 12.º
português ao Departamento de Relações Internacionais
relativamente ao reconhecimento do carácter
de Segurança Social, sendo o requerimento
temporário de atividades cuja duração exceda os 12
acompanhado dos elementos que fundamentem o
meses e à prorrogação dos destacamentos. É esse o
carácter temporário de atividade e que provem o
objetivo da presente portaria, que regula os
abrangimento obrigatório por regime de proteção social
procedimentos necessários à manutenção do
do país de envio.
enquadramento no regime geral de segurança social
português de trabalhadores destacados para exercer
6.º A concessão da autorização especial a que se refere o
atividade temporária noutro país e à exclusão do
n.º 2 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 64/93 depende de
enquadramento nesse regime em função do exercício de
requerimento dirigido ao Departamento de Relações
atividade temporária em Portugal.
Internacionais de Segurança Social, do qual conste,
expressamente, a data prevista para a conclusão do
Assim, nos termos do artigo 12.º do Decreto-Lei n.º
trabalho.
64/93, de 5 de março:
Manda o Governo, pelo Ministro da Solidariedade e
7.º Na apreciação do requerimento as instituições de
Segurança Social, o seguinte:
segurança social devem atender à especial aptidão do
trabalhador destacado para a realização do trabalho em
1.º A entidade empregadora que proceda ao
causa e à indispensabilidade da duração prevista para o
destacamento de trabalhador ao seu serviço, beneficiário
mesmo.
do regime geral de segurança social português, para
exercer no estrangeiro atividade profissional com

195
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

196
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Direito de Asilo e Refugiados

197
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

198
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Lei n.º 34/94, de 14 de setembro judicialmente reapreciada ao fim de cada período de


Define o regime de acolhimento de estrangeiros ou oito dias.
apátridas em centros de instalação temporária
Artigo 4.º
(com as alterações introduzidas pela Instalação resultante da tentativa de entrada irregular
Lei n.º 23/2007, de 4 de julho)
1 - Além dos casos referidos no n.º 1 do artigo anterior,
A Assembleia da República decreta, nos termos dos pode também ser determinada a instalação em
artigos 164.º, alínea d), 168.º, n.º 1, alínea b), e 169.º, n.º centro de instalação temporária de estrangeiro que
3, da Constituição, o seguinte: tente penetrar em território nacional sem para tal
estar legalmente habilitado, assim que a sua
Artigo 1.º permanência na zona internacional do porto ou
Objeto aeroporto perfaça quarenta e oito horas ou quando
razões de segurança o justifiquem.
A presente lei regula o acolhimento de estrangeiros, por 2 - No decurso do prazo referido no número anterior, o
razões humanitárias ou de segurança, em centros de Serviço de Estrangeiros e Fronteiras informará o
instalação temporária. estrangeiro dos seus direitos e comunicará ao
tribunal competente, com envio de cópia do
Artigo 2.º respetivo processo, a presença do estrangeiro na
Instalação por razões humanitárias zona internacional, logo que seja previsível a
impossibilidade do seu reembarque nesse prazo, a
1 - A instalação por razões humanitárias é uma medida fim de ser proferida a decisão sobre a manutenção
de apoio social aplicável aos estrangeiros carecidos daquela situação ou a instalação em centro próprio.
de recursos que lhes permitam prover à sua 3 - Considera-se zona internacional do porto ou
subsistência e que, tendo requerido asilo político, aeroporto, para efeitos de controlo documental e
permaneçam em território nacional até à decisão aplicação dos números anteriores, a zona
final sobre o respetivo pedido, ou à desistência do compreendida entre os pontos de embarque e
mesmo ou, tendo este sido recusado, enquanto não desembarque e o local onde forem instalados os
tiver decorrido o prazo que lhes foi fixado para pontos de controlo documental de pessoas.
abandonar o País.
2 - A instalação por razões humanitárias é determinada Artigo 5.º
pelo diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Instalação dos centros
na sequência de requerimento de estrangeiro que se
encontre numa das situações previstas no número Os centros de instalação temporária podem funcionar em
anterior e depois de ouvido o centro regional de edificações distintas, afetas a cada um dos regimes
segurança social da área sobre a existência da previstos no presente diploma, ou numa única edificação,
situação de carência económica e social. devendo, neste caso, verificar-se a separação dos acessos
e das áreas respetivas.
Artigo 3.º
Instalação por razões de segurança Artigo 6.º
Iniciativa de criação
1 - A instalação por razões de segurança é uma medida (Revogado).
detentiva determinada pelo juiz competente, com
base num dos seguintes fundamentos: Artigo 7.º
Direito subsidiário
a) Garantia do cumprimento da decisão de expulsão;
b) Desobediência a decisão judicial de apresentação Aos estrangeiros instalados nos termos dos artigos 3.º e
periódica; 4.º aplica-se subsidiariamente, com as devidas
c) Necessidade de assegurar a comparência perante a adaptações, o regime previsto nos artigos 209.º a 216.º-A
autoridade judicial. do Decreto-Lei n.º 265/79, de 1 de agosto, com as
2 - A instalação, sempre que determinada, manter-se-á alterações e a redação decorrentes do Decreto-Lei n.º
até à concessão de visto de permanência ou da 49/80, de 22 de março, e do Decreto-Lei n.º 414/85, de
autorização de residência, ou à execução da decisão 18 de outubro.
da expulsão ou ao reembarque do estrangeiro, não
podendo exceder o período de dois meses, e deve ser

199
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

200
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 85/2000, de 12 de maio Tendo sido recentemente efetuadas obras nas
Equipara os espaços criados nos aeroportos instalações dos aeroportos portugueses, que passaram a
portugueses por força da Resolução de Conselho assegurar a comodidade e a garantir a separação física
de Ministros n.º 76/97, de 17 de abril, a centros de absoluta do espaço destinado a requerentes de asilo do
afeto a cidadãos inadmissíveis, as referidas instalações
instalação temporária, para efeitos do disposto no
estão agora adequadas ao disposto no n.º 2 da Resolução
n.º 4 do artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 244/98, de 8 do Conselho de Ministros n.º 76/97, de 17 de abril, pelo
de agosto, com a redação da Lei n.º 97/99, de 26 que reúnem as condições para ser equiparadas a centros
de julho, enquanto não for aprovada a legislação a de instalação temporária de passageiros chegados por via
que se refere o artigo 6.º da Lei n.º 34/94, de 14 de aérea, sendo certo que se prevê a conclusão, no decurso
setembro do corrente ano, dos projetos de dois novos centros de
instalação temporária, a criar no próximo ano.

Nos termos do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 244/98, de Assim:


8 de agosto, deverá ser recusada a entrada em território
português aos estrangeiros que não reúnam os requisitos Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da
legais, em cumprimento das obrigações internacionais Constituição, o Governo decreta, para valer como lei
decorrentes da adesão de Portugal ao Acordo Relativo à geral da República, o seguinte:
Supressão Gradual dos Controlos nas Fronteiras Comuns,
assinado em Schengen em 14 de junho de 1985, e à Artigo único
Convenção de Aplicação do Acordo de Schengen,
assinada em 19 de junho de 1990. 1 - Até à implementação do regime jurídico previsto na
Lei n.º 34/94, de 14 de setembro, os espaços criados
Por força do disposto no n.º 4 do artigo 22.º do Decreto- nos aeroportos portugueses, por força da Resolução
Lei n.º 244/98, de 8 de agosto, com a redação que lhe foi do Conselho de Ministros n.º 76/97, de 17 de abril,
dada pela Lei n.º 97/99, de 26 de julho, sempre que não são equiparados, para os efeitos do disposto no n.º 4
seja possível efetuar o reembarque do estrangeiro a do artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 244/98, de 8 de
quem foi recusada a entrada em território nacional agosto, com a redação que lhe foi dada pela Lei n.º
dentro das quarenta e oito horas após a decisão de 97/99, de 26 de julho, a centros de instalação
recusa de entrada, será dado conhecimento do facto ao temporária de passageiros chegados por via aérea.
juiz do tribunal competente, a fim de ser determinada a 2 - Incumbirá às transportadoras a prestação de todo o
manutenção daquele em centro de instalação apoio e a satisfação das necessidades básicas dos
temporária, cuja criação e definição da respetiva passageiros em causa, nos termos do anexo IX da
estrutura e organização ficou dependente de Convenção sobre Aviação Civil Internacional, assinada
regulamentação, nos termos do artigo 6.º da Lei n.º em Chicago em 7 de dezembro de 1944 e do artigo
34/94, de 14 de setembro. 21.º do Decreto-Lei n.º 244/98, de 8 de agosto.
3 - Competirá à entidade responsável pelo controlo de
Acontece que as situações resultantes da impossibilidade fronteira a manutenção e gestão das instalações
de reembarque de cidadãos estrangeiros objeto de referidas no n.º 1, bem como a coordenação do apoio
recusa de entrada em território nacional num prazo de e da satisfação das necessidades básicas a que se
quarenta e oito horas ocorrem frequentemente nos refere o número anterior.
aeroportos nacionais, em razão das dificuldades com que
muitas vezes se deparam os operadores de transporte
aéreo em providenciar a viagem de regresso.

Entretanto, a Resolução do Conselho de Ministros n.º


76/97, de 17 de abril, determinou a criação nos
aeroportos portugueses de espaços próprios para a
instalação dos passageiros não admitidos em território
nacional e que aguardam reembarque.

201
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

202
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Lei n.º 67/2003, de 23 de agosto duradouro seja impossível devido à situação ali
Transpõe para a ordem jurídica nacional a Diretiva existente, e que possam, eventualmente, estar
n.º 2001/55/CE, do Conselho, de 20 de julho, abrangidos pelo âmbito de aplicação do artigo 1.º-
relativa a normas mínimas em matéria de A da Convenção de Genebra ou de outros
instrumentos internacionais ou nacionais de
concessão de proteção temporária no caso de
proteção internacional e, em especial:
afluxo maciço de pessoas deslocadas e a medidas
tendentes a assegurar uma repartição equilibrada i) Pessoas que tenham fugido de zonas de
do esforço assumido pelos Estados membros ao conflito armado ou de violência endémica;
ii) Pessoas que tenham estado sujeitas a um
acolherem estas pessoas e suportarem as
risco grave ou tenham sido vítimas de
consequências decorrentes desse acolhimento violações sistemáticas ou generalizadas dos
direitos humanos;
A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea d) «Afluxo maciço», a chegada a território nacional de
c) do artigo 161.º da Constituição, para valer como lei um número importante de pessoas deslocadas,
geral da República, o seguinte: provenientes de um país ou zona geográfica
determinados, por sua espontânea vontade ou
CAPÍTULO I através de um programa de evacuação;
Disposições gerais e) «Refugiados», os cidadãos de países terceiros à
União Europeia ou apátridas na aceção do artigo
Artigo 1.º 1.º-A da Convenção de Genebra;
Objeto f) «Menores não acompanhados», os cidadãos de
países terceiros à União Europeia ou apátridas,
A presente lei transpõe para a ordem jurídica interna a com idade inferior a 18 anos, que entrem em
Diretiva n.º 2001/55/CE, do Conselho, de 20 de julho, e território nacional não acompanhados por um
regula o regime de concessão de proteção temporária no adulto que, nos termos da lei, por eles se
caso de afluxo maciço de pessoas deslocadas de países responsabilize e enquanto não forem
terceiros, impossibilitadas de regressar em curto prazo efetivamente tomados a cargo por essa pessoa,
ao seu país de origem, estabelecendo os procedimentos ou menores abandonados após a entrada no
de aplicação deste regime. território nacional;
g) «Título de proteção temporária», o documento
Artigo 2.º emitido pelas autoridades portuguesas que
Conceitos permite às pessoas deslocadas permanecerem em
território nacional no âmbito da proteção
Na aceção da presente lei, entende-se por: temporária, de harmonia com o regime
consagrado na presente lei;
a) «Proteção temporária», o procedimento de h) «Reagrupante», o cidadão de país terceiro à União
carácter excecional que assegure, no caso de Europeia beneficiário de proteção temporária em
ocorrência ou iminência de um afluxo maciço de território nacional que pretenda que os membros
pessoas deslocadas de países terceiros, da sua família se lhe venham juntar.
impossibilitadas de regressar ao seu país de
origem, uma proteção temporária imediata, Artigo 3.º
designadamente se o sistema de asilo não puder Aplicação da Convenção de Genebra
responder a este afluxo sem provocar efeitos
contrários ao seu correto funcionamento, no A proteção temporária não prejudica o reconhecimento
interesse das pessoas em causa e de outras do estatuto de refugiado, nos termos da Convenção de
pessoas que solicitem proteção; Genebra de 1951 e do Protocolo de Nova Iorque de 1967.
b) «Convenção de Genebra», a Convenção relativa ao
Estatuto dos Refugiados, de 28 de Julho de 1951, CAPÍTULO II
alterada pelo Protocolo de Nova Iorque, de 31 de Aplicação e duração da proteção temporária
janeiro de 1967;
c) «Pessoas deslocadas», os cidadãos de países Artigo 4.º
terceiros à União Europeia ou apátridas que Aplicação da proteção temporária
tiveram de deixar o seu país ou região de origem,
ou tenham sido evacuados, nomeadamente em 1 - Uma vez declarada a existência de um afluxo maciço
resposta a um apelo de organizações de pessoas, por decisão do Conselho da União
internacionais, e cujo regresso seguro e

203
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Europeia, em processo específico organizado de interna e nos instrumentos internacionais


acordo com a regulamentação comunitária, o Estado sobre a matéria em que Portugal seja parte;
Português tomará, através dos Ministérios ii) Tenham cometido um crime grave de direito
competentes, as medidas previstas na presente lei comum fora do território português antes de
para a aplicação daquela decisão. poderem ser admitidas em Portugal como
2 - Compete ao Ministério da Administração Interna beneficiárias de proteção temporária;
presidir à comissão interministerial prevista no artigo iii) Tenham cometido atos contrários aos objetivos
5.º, coordenando a aplicação das medidas referidas e princípios das Nações Unidas;
no número anterior. b) Relativamente às quais existam razões sérias para
3 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, e serem consideradas perigosas para a segurança
aplicando, com as necessárias adaptações, as nacional ou que tenham sido condenadas, por
disposições da presente lei, o Estado Português pode sentença transitada em julgado, por um crime
conceder proteção temporária mediante resolução grave de direito comum ou constituam uma séria
do Conselho de Ministros, considerando, em cada ameaça para a comunidade nacional.
situação, os riscos que recaem sobre as pessoas
deslocadas, a urgência e necessidade de proteção 2 - A aplicação das cláusulas de exclusão referidas no n.º
temporária e as consequências para a ordem pública 1 deve basear-se exclusivamente no comportamento
e segurança nacionais. pessoal do deslocado, de acordo com critérios de
proporcionalidade.
Artigo 5.º 3 - Na avaliação da gravidade do crime enunciado na
Comissão interministerial subalínea ii) da alínea a) do n.º 1, deverá ser tido em
consideração que a severidade do subsequente
1 - Sempre que se preveja a ocorrência de um afluxo procedimento criminal deve corresponder à natureza
maciço de pessoas deslocadas nos termos da da infração penal de que a pessoa envolvida é
presente lei, o Governo determina, através de suspeita, podendo os atos particularmente cruéis ou
resolução do Conselho de Ministros, a constituição de desumanos, mesmo os cometidos com objetivos
uma comissão interministerial, à qual compete: alegadamente políticos, ser classificados como crimes
graves de direito comum.
a) Avaliar a capacidade de acolhimento do Estado 4 - O disposto no número anterior aplica-se também às
Português em matéria de proteção temporária; situações de autoria mediata e incitamento.
b) Definir as condições do acolhimento, bem como o 5 - Para efeitos do disposto na subalínea ii) da alínea a) e
modo como serão garantidos os direitos das na alínea b) do n.º 1, considera-se crime grave de
pessoas deslocadas, previstos no capítulo III da direito comum o crime punível com pena de prisão
presente lei; superior a 3 anos.
c) Avaliar a possibilidade de acolhimento 6 - Compete ao Ministro da Administração Interna
suplementar, nos termos do artigo 9.º da decidir da exclusão da proteção temporária, após
presente lei; parecer fundamentado do Serviço de Estrangeiros e
d) Coordenar as ações decorrentes da aplicação do Fronteiras.
regime de proteção temporária durante o seu 7 - Da decisão proferida nos termos do número anterior
período de duração, bem como propor a adoção cabe recurso nos termos do artigo 28.º
das medidas suplementares julgadas pertinentes.
2 - A comissão interministerial deve ouvir, se possível, Artigo 7.º
mulheres representantes das comunidades a receber, Duração
tanto no processo de organização do acolhimento
como na sua permanência em território português. 1 - Sem prejuízo do disposto no artigo 8.º, a proteção
temporária tem a duração de um ano, podendo ser
Artigo 6.º automaticamente prorrogada por períodos de seis
Exclusão da proteção temporária meses, até ao limite máximo de um ano, sem prejuízo
de decisão do Conselho da União Europeia que dê por
1 - Não podem aceder ao regime de proteção temporária terminada a proteção, nos termos da alínea b) do
as pessoas: artigo seguinte.
a) Relativamente às quais existam fortes razões para 2 - A prorrogação da proteção temporária para além
considerar que: daqueles limites pode apenas ocorrer por um período
máximo de um ano, com fundamento na subsistência
i) Tenham cometido um crime contra a paz, um das razões que justificam a sua manutenção,
crime de guerra ou um crime contra a
humanidade, tal como definidos na legislação

204
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

reconhecida por decisão do Conselho da União Artigo 11.º


Europeia. Informação aos beneficiários de proteção temporária

Artigo 8.º Aos beneficiários da proteção temporária é fornecido um


Termo da proteção temporária documento, redigido em língua suscetível de ser por eles
compreendida, com indicação dos direitos e obrigações
A proteção temporária termina: decorrentes desta proteção.
a) Quando tiver atingido o período de duração
máxima; Artigo 12.º
b) A todo o tempo, mediante decisão do Conselho da Registo de dados pessoais
União Europeia, baseada na verificação de que a
situação no país de origem permite um regresso No intuito de permitir a efetiva aplicação da decisão do
seguro e duradouro dos beneficiários da proteção Conselho da União Europeia de reconhecimento de um
temporária. afluxo maciço de pessoas deslocadas, devem ser
registados na base de dados do Serviço de Estrangeiros e
Artigo 9.º Fronteiras os dados pessoais referidos no anexo II desta
Categorias suplementares de pessoas lei, respeitantes aos beneficiários de proteção
temporária em território nacional.
1 - Pode ser concedida proteção temporária a categorias
suplementares de pessoas para além das abrangidas Artigo 13.º
pela decisão do Conselho da União Europeia, desde Readmissão
que se encontrem deslocadas pelas mesmas razões e
sejam provenientes do mesmo país ou região. Sem prejuízo de acordos bilaterais sobre a matéria, são
2 - Esta proteção é conferida e declarada extinta por readmitidas em território nacional as pessoas protegidas
resolução do Conselho de Ministros, mediante em Portugal que no decurso do período de proteção
parecer da comissão interministerial mencionada no temporária permaneçam irregularmente ou tentem
artigo 5.º desta lei. entrar sem autorização no território de outro Estado
3 - Esta resolução deve ser imediatamente transmitida ao membro da União Europeia.
Conselho da União Europeia e à Comissão Europeia.
Artigo 14.º
CAPÍTULO III Direito ao trabalho e à formação
Condições de permanência dos beneficiários de
proteção temporária 1 - Os beneficiários de proteção temporária em território
nacional podem exercer uma atividade assalariada ou
Artigo 10.º independente e participar em atividades de formação
Título de proteção temporária profissional por um período que não exceda o da
proteção.
1 - Aos beneficiários de proteção temporária é emitido 2 - O acesso dos beneficiários àquelas atividades não
um título de proteção temporária, em modelo a pode, porém, prejudicar a prioridade conferida aos
aprovar por portaria do Ministro da Administração cidadãos nacionais da União Europeia e dos Estados
Interna. vinculados pelo Acordo sobre o Espaço Económico
2 - O título de proteção temporária permite a Europeu e aos estrangeiros residentes em território
permanência dos beneficiários da proteção nacional que beneficiem de subsídio de desemprego.
temporária em território nacional durante o seu
período de vigência. Artigo 15.º
3 - Caso seja necessário, em função da urgência da Outros benefícios
situação, o procedimento de obtenção de vistos para
as pessoas a admitir em território nacional para 1 - Aos beneficiários da proteção temporária é
efeitos de proteção temporária pode ser acelerado e proporcionado alojamento adequado.
simplificado, reduzindo-se, designadamente, os 2 - Quando não disponham de recursos suficientes, deve
prazos das formalidades necessárias e dispensando- ser-lhes garantido apoio necessário em matéria de
se aquelas que, nos termos gerais, puderem ser prestações sociais e de meios de subsistência.
suprimidas. 3 - As possibilidades de proverem à sua própria
4 - Os documentos referidos nos números anteriores são subsistência através do exercício de uma atividade
concedidos gratuitamente. profissional são tidas em conta na fixação do nível de
ajuda previsto.

205
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

4 - Os beneficiários da proteção temporária têm Interna, sob proposta da comissão interministerial


igualmente direito a assistência médica, no que referida no artigo 5.º
respeita a cuidados de urgência e tratamento básico 7 - Aos familiares acolhidos em território nacional ao
de doenças. abrigo da proteção temporária serão concedidos
5 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, deve títulos de proteção temporária, nos termos da
ser prestada assistência médica ou outra aos presente lei.
beneficiários de proteção temporária com 8 - A transferência de cidadãos protegidos para outro
necessidades especiais, como os menores não Estado de acolhimento, para efeitos de
acompanhados ou as pessoas vítimas de torturas, reagrupamento, determina o cancelamento dos
violações ou outras formas graves de violência moral, títulos de proteção temporária em território nacional
física ou sexual. emitidos a seu favor e a extinção dos direitos
atribuídos às pessoas em causa no âmbito do regime
Artigo 16.º de proteção temporária em Portugal.
Educação 9 - A pedido de um Estado membro serão fornecidas as
informações relativas aos beneficiários de proteção
Aos menores beneficiários de proteção temporária é temporária mencionadas no anexo II da presente lei
facultado o acesso ao sistema de ensino público em que se revelem necessárias para o reagrupamento
condições idênticas às dos nacionais. familiar.

Artigo 17.º Artigo 18.º


Proteção e reagrupamento familiar Menores não acompanhados

1 - Para efeitos de reagrupamento familiar e em caso de 1 - O Estado Português deve providenciar a necessária
separação originada por circunstâncias associadas ao representação dos menores não acompanhados por
afluxo maciço, consideram-se como pertencentes à um tutor legal ou, se for caso disso, por uma
mesma família as seguintes pessoas: organização responsável pelos cuidados e pelo bem-
a) O cônjuge do reagrupante; estar do menor ou outra representação adequada.
b) Os filhos menores solteiros do reagrupante ou do 2 - Durante o período de proteção temporária os
seu cônjuge; menores não acompanhados deverão ser colocados
c) Outros parentes próximos que vivessem em junto de familiares adultos, em família de
economia comum, como elementos da unidade acolhimento, em centros de acolhimento com
familiar na dependência do reagrupante no instalações especiais para menores ou noutros locais
momento dos acontecimentos que conduziram ao que disponham de instalações a estes adequadas ou
afluxo maciço e que dele dependessem total ou ainda junto da pessoa que cuidou do menor aquando
predominantemente. da fuga.

2 - No caso de membros separados de uma família que CAPÍTULO IV


beneficiem de proteção temporária em outros Acesso aos procedimentos de asilo
Estados da União Europeia, proceder-se-á ao
reagrupamento dos membros da família, como tal Artigo 19.º
considerados pelas alíneas a) e b) do número Acesso ao asilo
anterior, tendo em conta a sua vontade.
3 - Sempre que o reagrupante beneficiar de proteção 1 - No decurso do período de proteção temporária, os
temporária em Portugal e a sua família ainda não se seus beneficiários têm a possibilidade de apresentar
encontrar num outro Estado membro, proceder-se-á um pedido de asilo.
ao reagrupamento dos membros da família 2 - A análise de qualquer pedido de asilo cujo tratamento
identificados nas alíneas a) e b) do n.º 1, caso estes não tenha sido concluído antes do termo do período
careçam de proteção. de proteção temporária sê-lo-á após o termo desse
4 - Poderá proceder-se ao reagrupamento de familiares período.
comprovadamente enquadrados na alínea c) do n.º 1,
atendendo, caso a caso, às dificuldades extremas que Artigo 20.º
possam advir da não reunião familiar. Determinação do Estado responsável pela análise do
5 - O reagrupamento familiar terá em consideração os pedido de asilo
interesses das crianças envolvidas.
6 - As decisões relativas ao reagrupamento familiar são 1 - Sempre que se verifique a apresentação de um
da competência do Ministro da Administração pedido de asilo por parte de um beneficiário de

206
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

proteção temporária, são aplicáveis os critérios e geral, ponderadas razões humanitárias imperiosas que
mecanismos de determinação do Estado membro possam tornar impossível ou pouco razoável o retorno
responsável pela análise de um pedido de asilo, em em determinadas situações, devendo ser conduzido com
conformidade com a legislação internacional sobre a respeito pelo princípio da dignidade humana.
matéria que vincule Portugal.
2 - Estado membro responsável pela análise de um
pedido de asilo apresentado por um beneficiário de Artigo 25.º
proteção temporária é o que aceitou a transferência Adiamento do retorno ao país de origem
desse beneficiário para o seu território.
1 - Findo o período de proteção temporária, e tendo em
Artigo 21.º vista o adiamento do retorno ao país de origem,
Acesso ao estatuto de refugiado devem ser consideradas as situações em que o
retorno acarrete efeitos gravemente lesivos para a
1 - Até ao deferimento do pedido de obtenção do saúde do beneficiário e durante o tempo em que tais
estatuto de refugiado, os beneficiários de proteção situações permaneçam, garantindo-se as suas
temporária detêm a qualidade de pessoas protegidas, condições de residência.
nos termos da presente lei. 2 - As famílias abrangidas pelo regime de proteção
2 - A denegação de um pedido de asilo ou de qualquer temporária cujos filhos menores se encontrem no
outro tipo de proteção não prejudica o acesso ou a último período do ano letivo em curso, podem
manutenção da proteção temporária, nos termos da beneficiar de condições de estada que permitam
presente lei. àqueles a conclusão do ano escolar.
3 - Nestes casos, o retorno deverá ocorrer no termo da
CAPÍTULO V situação que justificou o adiamento.
Regresso e medidas subsequentes à proteção
temporária CAPÍTULO VI
Solidariedade e cooperação
Artigo 22.º
Efeitos da cessação da proteção temporária Artigo 26.º
Transferência de residência
1 - Sem prejuízo do disposto nos artigos 23.º e 24.º da
presente lei, uma vez cessada a proteção temporária, 1 - Durante o período de proteção temporária, o Estado
aplica-se aos cidadãos que dela beneficiaram o Português cooperará com os demais Estados
regime geral de entrada, permanência, saída e membros na transferência da residência dos
afastamento de estrangeiros de território nacional. beneficiários, sob reserva do consentimento dos
2 - Após o termo da proteção temporária, os interessados nessa transferência.
beneficiários têm o dever de retornar ao seu país. 2 - Quando se efetue uma transferência nos termos do
número anterior, deverá informar-se o Estado
Artigo 23.º membro requerente, os outros Estados membros, a
Retorno voluntário Comissão Europeia e o Alto Comissariado das Nações
Unidas para os Refugiados.
1 - No decurso da proteção temporária, os beneficiários 3 - Mediante solicitação de um Estado membro, serão
podem regressar voluntariamente ao seu país de fornecidas as informações referidas no anexo II da
origem, devendo facilitar-se este retorno em presente lei relativas aos beneficiários de proteção
condições humanamente dignas. temporária que forem necessárias para efeitos do
2 - Deve ser assegurado que a decisão de regresso presente artigo.
voluntário é tomada de vontade livre e consciente. 4 - Sempre que se realize uma transferência para outro
3 - Quando for exercido o direito de retorno voluntário Estado membro, é cancelado o título de proteção
para o país de origem, o Estado Português avaliará temporária em Portugal, cessando as obrigações
quaisquer pedidos de regresso ao seu território, referentes aos beneficiários associadas à proteção
considerando as circunstâncias que motivam esses temporária em território nacional.
pedidos. 5 - Às pessoas transferidas de outro Estado membro será
Artigo 24.º concedido o regime de proteção temporária em
Retorno coercivo Portugal.
6 - Para a transferência de residência de pessoas sob
O afastamento forçado de pessoas cujo período de proteção temporária é utilizado o modelo de salvo-
proteção tenha terminado far-se-á nos termos da lei conduto constante do anexo I da presente lei.

207
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

ANEXO I
Artigo 27.º
Cooperação

1 - O Ministro da Administração Interna designará o


ponto de contacto nacional que assegura a
cooperação administrativa e procede à troca de
informações com os demais Estados membros que se
revelem necessárias para a aplicação da proteção
temporária.
2 - A entidade a designar é comunicada aos Estados
membros e à Comissão Europeia, devendo transmitir
regularmente, e com a maior celeridade possível, os

dados relativos ao número de beneficiários de


proteção temporária, bem como todas as
informações sobre as disposições legislativas
regulamentares e administrativas nacionais de
aplicação da proteção temporária.

CAPÍTULO VII
Disposições especiais

Artigo 28.º
Direito de recurso

A decisão de denegação de proteção temporária, nos


termos do artigo 6.º, e de reunificação familiar, pode ser ANEXO II
impugnada judicialmente perante os tribunais
administrativos, nos termos da lei. As informações a que se referem os artigos 12.º, 17.º e
26.º de Lei n.º 67/2003, de 23 de agosto, incluem, dentro
Artigo 29.º do necessário, um ou mais dos seguintes documentos ou
Revogação dados:
 Os dados pessoais relativos à pessoa em causa
É revogado o artigo 9.º da Lei n.º 15/98, de 26 de março. (nome, nacionalidade, data e local de nascimento,
estado civil, vínculos familiares);
Artigo 30.º  Os documentos de identidade e documentos de
Entrada em vigor viagem da pessoa em causa;
 Os documentos relativos à prova da existência de
O presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua vínculos familiares (certidão de casamento, certidão
publicação. de nascimento, certidão de adoção);
 Outras informações essenciais para estabelecer a
identidade da pessoa ou os seus vínculos familiares;
 Autorizações de residência, vistos ou decisões de
recusa de concessão de autorização de residência e
vistos emitidos em relação à pessoa em causa pelo
Estado membro e documentos em que se
fundamentam essas decisões;
 Pedidos de autorização de residência apresentados
pela pessoa em causa pendentes no Estado
membro, bem como o respetivo estado de
tramitação processual.

O Estado membro que fornece as informações notificará


eventuais informações corrigidas ao Estado membro
requerente.

208
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Lei n.º 27/2008, de 30 de junho 2 - Simultaneamente, procede-se à consolidação no


Estabelece as condições e procedimentos de direito nacional da transposição da Diretiva n.º
concessão de asilo ou proteção subsidiária e os 2003/9/CE, do Conselho, de 27 de janeiro, efetuada
estatutos de requerente de asilo, de refugiado e de pela Lei n.º 20/2006, de 23 de junho, que estabelece
as normas mínimas em matéria de acolhimento de
proteção subsidiária, transpondo para a ordem
requerentes de asilo nos Estados membros.
jurídica interna as Diretivas n.ºs 2004/83/CE, do
Conselho, de 29 de abril, e 2005/85/CE, do Artigo 2.º
Conselho, de 1 de dezembro Definições

(com as alterações introduzidas pela 1 - Para efeitos do disposto na presente lei entende-se
Lei n.º 26/2014, de 5 de maio) por:
a) «Autorização de residência», a autorização emitida
CAPÍTULO I pelas autoridades portuguesas nos termos legais
Disposições gerais que permite a um estrangeiro ou a um apátrida
residir no território nacional;
Artigo 1.º b) «Beneficiário de proteção internacional», uma
Objeto pessoa a quem foi concedido o estatuto de
refugiado ou o estatuto de proteção subsidiária,
1 - A presente lei estabelece as condições e definidos nas alíneas i) e j);
procedimentos de concessão de asilo ou proteção c) «Centro de acolhimento», qualquer local utilizado
subsidiária e os estatutos de requerente de asilo, de para o alojamento coletivo dos requerentes de
refugiado e de proteção subsidiária, transpondo para asilo;
a ordem jurídica interna as seguintes diretivas d) «Condições de acolhimento», o conjunto de
comunitárias: medidas adotadas a favor dos requerentes de
proteção internacional em conformidade com a
a) Diretiva n.º 2004/83/CE, do Conselho, de 29 de
presente lei;
abril, que estabelece normas mínimas relativas às
e) «Condições materiais de acolhimento», as
condições a preencher por nacionais de países
condições de acolhimento que compreendem o
terceiros ou apátridas para poderem beneficiar do
alojamento, a alimentação, o vestuário e despesas
estatuto de refugiado ou de pessoa que, por
de transporte, fornecidos em espécie ou sob a
outros motivos, necessite de proteção
forma de subsídios ou de cupões ou de subsídios
internacional, bem como relativas ao respetivo
para despesas diárias;
estatuto e ao conteúdo da proteção concedida;
f) «Convenção de Genebra» a convenção relativa ao
b) Diretiva n.º 2005/85/CE, do Conselho, de 1 de
estatuto dos refugiados, celebrada em Genebra
dezembro, relativa a normas mínimas aplicáveis
em 28 de julho de 1951, alterada pelo Protocolo
ao procedimento de concessão e perda do
de Nova Iorque de 31 de janeiro de 1967;
estatuto de refugiado;
g) «Decisão definitiva», a decisão sobre o pedido de
c) Diretiva n.º 2011/95/UE, do Conselho, de 13 de
proteção internacional insuscetível de recurso;
dezembro, que estabelece normas relativas às
h) «Detenção», medida de confinamento de
condições a preencher pelos nacionais de países
requerente de proteção internacional em zona
terceiros ou por apátridas para poderem
especial;
beneficiar de proteção internacional, a um
i) «Estatuto de proteção subsidiária», o
estatuto uniforme para refugiados ou pessoas
reconhecimento, por parte das autoridades
elegíveis para proteção subsidiária e ao conteúdo
portuguesas competentes, de um estrangeiro ou
da proteção concedida;
de um apátrida como pessoa elegível para
d) Diretiva n.º 2013/32/UE, do Parlamento Europeu e
concessão de autorização de residência por
do Conselho, de 26 de junho, relativa a
proteção subsidiária;
procedimentos comuns de concessão e retirada
j) «Estatuto de refugiado», o reconhecimento, por
do estatuto de proteção internacional;
parte das autoridades portuguesas competentes,
e) Diretiva n.º 2013/33/UE, do Parlamento Europeu e
de um estrangeiro ou de um apátrida como
do Conselho, de 26 de junho, que estabelece
refugiado que nessa qualidade seja autorizado a
normas em matéria de acolhimento dos
permanecer em território nacional;
requerentes de proteção internacional.
k) «Membros da família», os familiares do
beneficiário de proteção internacional:
i) Cônjuge ou membro da união de facto;

209
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

ii) Filhos menores ou incapazes a cargo do casal dos membros do grupo que não se pode exigir
ou de um dos cônjuges ou de um dos que a ela renunciem; e
membros da união de facto; Esse grupo tenha uma identidade distinta no
iii) Filhos menores adotados, por decisão da país em questão, porque é encarado como
autoridade competente do país de origem, diferente pela sociedade que o rodeia;
pelo requerente ou pelo seu cônjuge ou v) «Opinião política», que inclui, designadamente,
membro da união de facto; o facto de se possuir uma opinião, ideia ou
iv) Ascendentes na linha reta e em primeiro grau ideal em matéria relacionada com os
do beneficiário de proteção internacional se potenciais agentes da perseguição às suas
este for menor; políticas ou métodos, quer essa opinião, ideia
v) Adulto responsável por menor não ou ideal sejam ou não manifestados por atos
acompanhado; do requerente;

l) «Menor», nacional de um país terceiro ou apátrida o) «Órgão de decisão», órgão administrativo


com menos de 18 anos de idade; responsável pela apreciação dos pedidos de
m) «Menores não acompanhados», quaisquer proteção internacional e competente para
pessoas nacionais de países terceiros ou apátridas proferir uma decisão, em primeira instância, sobre
com idade inferior a 18 anos que entrem em esses pedidos;
território nacional não acompanhadas por um p) «País de origem», o país ou países de
adulto que, por força da lei ou do costume, se nacionalidade ou, para os apátridas, o país em
responsabilize por elas, enquanto não são que tinham a sua residência habitual;
efetivamente tomadas a cargo por essa pessoa, q) «País de origem seguro», o país de que o
ou que tenham sido abandonados após a entrada requerente é nacional ou, sendo apátrida,
em território nacional; residente habitual, em relação ao qual o
n) «Motivos da perseguição», os que fundamentam o requerente não tenha invocado nenhum motivo
receio fundado de o requerente ser perseguido, grave para considerar que o mesmo não é seguro,
que devem ser apreciados tendo em conta as tendo em conta as circunstâncias pessoais do
noções de: requerente no que respeita ao preenchimento das
condições para ser considerado refugiado e
i) «Raça», que inclui, nomeadamente, avaliado com base num conjunto de fontes de
considerações associadas à cor, à ascendência informação, incluindo, em especial, informações
ou à pertença a determinado grupo étnico; de outros Estados membros, do Alto-Comissário
ii) «Religião», que abrange, designadamente, o das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR),
facto de se ter convicções teístas, não teístas e do Conselho da Europa e de outras organizações
ateias, a participação ou a abstenção de internacionais pertinentes;
participação em cerimónias de culto privadas r) «País terceiro seguro», o país onde o requerente de
ou públicas, quer a título individual, quer em asilo tenha permanecido ou transitado antes de
conjunto com outras pessoas, noutros atos chegar a Portugal e onde, comprovadamente, não
religiosos ou expressões de convicções, ou seja objeto de ameaças à sua vida e liberdade,
formas de comportamento pessoal ou onde sejam respeitados o princípio de não
comunitário fundadas em credos religiosos ou repulsão e o direito de não ser objeto de tortura
por estes impostas; ou tratamento cruel, desumano ou degradante, e
iii) «Nacionalidade», que não se limita à cidadania onde possa requerer o estatuto de refugiado e,
ou à sua ausência, mas abrange também, sendo-lhe concedido, receber proteção, nos
designadamente, a pertença a um grupo termos da Convenção de Genebra, observadas as
determinado pela sua identidade cultural, seguintes regras:
étnica ou linguística, pelas suas origens
geográficas ou políticas comuns ou pela sua i) Uma ligação entre o requerente de asilo e o país
relação com a população de outro Estado; terceiro em causa que permita, em princípio,
iv) «Grupo», um grupo social específico nos casos que essa pessoa se dirija para esse país;
concretos em que: ii) Certificação de que o conceito de país terceiro
Os membros desse grupo partilham de uma seguro pode ser aplicado a determinado país
característica inata ou de uma história comum ou a determinado requerente, incluindo a
que não pode ser alterada, ou partilham de análise casuística da segurança do país para
uma característica ou crença considerada tão determinado requerente e a designação
fundamental para a identidade ou consciência nacional de países considerados geralmente
seguros;

210
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

iii) Avaliação individual, nos termos do direito ou usufruir nesse país de proteção efetiva, nos
internacional, da segurança do país terceiro termos da Convenção de Genebra, e onde,
em questão para determinado requerente e comprovadamente, não seja objeto de ameaças à
que, no mínimo, autorize o requerente a sua vida e liberdade, onde sejam respeitados o
contestar a aplicação do conceito de país princípio de não repulsão e o direito de não ser
terceiro seguro, com o fundamento de que objeto de tortura ou tratamento cruel, desumano
seria submetido a tortura, tratamento ou pena ou degradante, desde que seja readmitido nesse
cruel, desumana ou degradante; país;
s) «Pedido de proteção internacional», pedido de aa) «Proibição de repelir ('princípio de não repulsão
proteção apresentado por estrangeiro ou apátrida ou non-refoulement')», o princípio de direito de
que pretenda beneficiar do estatuto de refugiado asilo internacional, consagrado no artigo 33.º da
ou de proteção subsidiária e não solicite Convenção de Genebra, nos termos do qual os
expressamente outra forma de proteção requerentes de asilo devem ser protegidos contra
suscetível de ser objeto de um pedido separado; a expulsão ou repulsão, direta ou indireta, para
t) «Pedido subsequente», pedido de proteção um local onde a sua vida ou liberdade estejam
internacional apresentado após ter sido proferida ameaçadas em virtude da sua raça, religião,
uma decisão definitiva sobre um pedido anterior, nacionalidade, filiação em certo grupo social ou
incluindo os casos em que o requerente tenha opiniões políticas, não se aplicando esta proteção
desistido expressamente do pedido e aqueles em a quem constitua uma ameaça para a segurança
que tenha havido uma decisão de indeferimento nacional ou tenha sido objeto de uma condenação
na sequência da sua desistência implícita; definitiva por um crime ou delito particularmente
u) (Revogada.) grave;
v) «Perda de proteção internacional», o efeito ab) «Proteção internacional», o estatuto de proteção
decorrente da cessação, revogação, supressão ou subsidiária e o estatuto de refugiado, definidos
recusa de renovação do direito de asilo ou de nas alíneas i) e j);
proteção subsidiária; ac) «Refugiado», o estrangeiro ou apátrida que,
w) «Permanência no país», a permanência em receando com razão ser perseguido em
Portugal, onde foi apresentado o pedido de consequência de atividade exercida no Estado da
proteção internacional ou onde o mesmo está a sua nacionalidade ou da sua residência habitual
ser apreciado, incluindo a fronteira e as zonas de em favor da democracia, da libertação social e
trânsito; nacional, da paz entre os povos, da liberdade e
x) «Pessoa elegível para proteção subsidiária», o dos direitos da pessoa humana ou em virtude da
nacional de um país terceiro ou um apátrida que sua raça, religião, nacionalidade, convicções
não possa ser considerado refugiado, mas em políticas ou pertença a determinado grupo social,
relação ao qual se verificou existirem motivos se encontre fora do país de que é nacional e não
significativos para acreditar que não pode voltar possa ou, em virtude daquele receio, não queira
para o seu país de origem ou, no caso do apátrida, pedir a proteção desse país ou o apátrida que,
para o país em que tinha a sua residência estando fora do país em que tinha a sua
habitual, quer atendendo à sistemática violação residência habitual, pelas mesmas razões, não
dos direitos humanos que aí se verifique, quer por possa ou, em virtude do referido receio, a ele não
correr um risco real de sofrer ofensa grave na queira voltar, e aos quais não se aplique o
aceção do artigo 7.º, e ao qual não se aplique o disposto no artigo 9.º;
n.º 1 do artigo 9.º, e que não possa ou, em virtude ad) «Representante», a pessoa que age em nome de
das referidas situações, não queira pedir a uma organização que representa um menor não
proteção desse país; acompanhado, na qualidade de tutor legal, a
y) «Pessoas particularmente vulneráveis», pessoas pessoa que age em nome de uma organização
com necessidades especiais, designadamente os nacional que, nos termos da lei, seja responsável
menores, os menores não acompanhados, os pela assistência e bem-estar dos menores, ou
deficientes, os idosos, as grávidas, os membros de qualquer outro representante adequado
famílias monoparentais com filhos menores e as designado, de acordo com a lei, para defender os
pessoas que tenham sido sujeitas a atos de interesses do menor não acompanhado;
tortura, violação ou outras formas graves de ae) «Requerente», um estrangeiro ou um apátrida
violência psicológica, física ou sexual; que apresentou um pedido de proteção
z) «Primeiro país de asilo», o país no qual o internacional que ainda não foi objeto de decisão
requerente tenha sido reconhecido como definitiva;
refugiado e possa ainda beneficiar dessa proteção

211
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

af) «Requerente com necessidade de garantias 3 - O asilo só pode ser concedido ao estrangeiro que tiver
processuais especiais», um requerente cuja mais de uma nacionalidade quando os motivos de
capacidade de exercer os direitos e cumprir as perseguição referidos nos números anteriores se
obrigações previstos na presente lei é limitada por verifiquem relativamente a todos os Estados de que
força de circunstâncias pessoais; seja nacional.
ag) «Requerente com necessidades de acolhimento 4 - Para efeitos do n.º 2, é irrelevante que o requerente
especiais», uma pessoa vulnerável, possua efetivamente a característica associada à raça,
designadamente menores, menores não religião, nacionalidade, grupo social ou político que
acompanhados, deficientes, idosos, grávidas, induz a perseguição, desde que tal característica lhe
famílias monoparentais com filhos menores, seja atribuída pelo agente da perseguição.
vítimas de tráfico de seres humanos, pessoas com
doenças graves, pessoas com perturbações Artigo 4.º
mentais e pessoas que tenham sido sujeitas a atos Efeitos da concessão do direito de asilo
de tortura, violação ou outras formas graves de A concessão do direito de asilo nos termos do artigo
violência psicológica, física ou sexual, como as anterior confere ao beneficiado o estatuto de refugiado,
vítimas de violência doméstica e as vítimas de nos termos da presente lei, sem prejuízo do disposto em
mutilação genital feminina, que carece de tratados ou convenções internacionais de que Portugal
garantias especiais a fim de usufruir dos direitos e seja parte ou a que adira.
cumprir as obrigações previstas na presente lei;
ah) «Retirada do estatuto de proteção internacional», Artigo 5.º
a decisão proferida por autoridade competente Atos de perseguição
que revoga, suprime ou recusa a renovação do
estatuto de refugiado ou de proteção subsidiária a 1 - Para efeitos do artigo 3.º, os atos de perseguição
uma pessoa. suscetíveis de fundamentar o direito de asilo devem
2 - Para efeitos do disposto na subalínea iv) da alínea n) constituir, pela sua natureza ou reiteração, grave
do número anterior, dependendo das circunstâncias violação de direitos fundamentais, ou traduzir-se num
no país de origem, um grupo social específico pode conjunto de medidas que, pelo seu cúmulo, natureza
incluir um grupo baseado na identidade de género ou ou repetição, afetem o estrangeiro ou apátrida de
numa característica comum de orientação sexual, não forma semelhante à que resulta de uma grave
podendo esta ser entendida como incluindo atos violação de direitos fundamentais.
tipificados como crime, de acordo com a lei, bem 2 - Os atos de perseguição referidos no número anterior
como considerar os aspetos relacionados com o podem, nomeadamente, assumir as seguintes
género, embora este por si só não deva criar uma formas:
presunção para a qualificação como grupo. a) Atos de violência física ou mental, inclusive de
natureza sexual;
CAPÍTULO II b) Medidas legais, administrativas, policiais ou
Beneficiários de proteção internacional judiciais, quando forem discriminatórias ou
aplicadas de forma discriminatória;
Artigo 3.º c) Ações judiciais ou sanções desproporcionadas ou
Concessão do direito de asilo discriminatórias;
d) Recusa de acesso a recurso judicial que se traduza
1 - É garantido o direito de asilo aos estrangeiros e aos em sanção desproporcionada ou discriminatória;
apátridas perseguidos ou gravemente ameaçados de e) Ações judiciais ou sanções por recusa de cumprir o
perseguição, em consequência de atividade exercida serviço militar numa situação de conflito na qual o
no Estado da sua nacionalidade ou da sua residência cumprimento do serviço militar implicasse a
habitual em favor da democracia, da libertação social prática de crime ou ato suscetível de provocar a
e nacional, da paz entre os povos, da liberdade e dos exclusão do estatuto de refugiado, nos termos da
direitos da pessoa humana. alínea c) do n.º 1 do artigo 9.º;
2 - Têm ainda direito à concessão de asilo os estrangeiros f) Atos cometidos especificamente em razão do
e os apátridas que, receando com fundamento ser género ou contra menores.
perseguidos em virtude da sua raça, religião, 3 - As informações necessárias para a tomada de
nacionalidade, opiniões políticas ou integração em decisões sobre o estatuto de proteção internacional
certo grupo social, não possam ou, por esse receio, não podem ser obtidas de tal forma que os agentes
não queiram voltar ao Estado da sua nacionalidade de perseguição fiquem informados sobre o facto de o
ou da sua residência habitual. estatuto estar a ser considerado ou que coloque em

212
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

perigo a integridade física do requerente ou da sua Artigo 8.º


família em Portugal ou no Estado de origem. Proteção sur place
4 - Para efeitos do reconhecimento do direito de asilo
tem de existir um nexo entre os motivos da 1 - O receio fundado de ser perseguido, nos termos do
perseguição e os atos de perseguição referidos no n.º artigo 3.º, ou o risco de sofrer ofensa grave, nos
1 ou a falta de proteção em relação a tais atos. termos do artigo anterior, podem ter por base
acontecimentos ocorridos ou atividades exercidas
Artigo 6.º após a saída do Estado da nacionalidade ou da
Agentes de perseguição residência habitual, especialmente se for
1 - São agentes de perseguição: demonstrado que as atividades que baseiam o pedido
a) O Estado; de proteção internacional constituem a expressão e a
b) Os partidos ou organizações que controlem o continuação de convicções ou orientações já
Estado ou uma parcela significativa do respetivo manifestadas naquele Estado.
território; 2 - O disposto no número anterior não é aplicável
c) Os agentes não estatais, se ficar provado que os quando o receio ou o risco tiverem origem em
agentes mencionados nas alíneas a) e b) são circunstâncias criadas pelo estrangeiro ou apátrida
incapazes ou não querem proporcionar proteção após a sua saída do Estado da nacionalidade ou da
contra a perseguição, nos termos do número residência habitual, exclusivamente com o fim de
seguinte. beneficiar, sem fundamento bastante, do estatuto de
refugiado ou de proteção subsidiária.
2 - Para efeitos da alínea c) do número anterior,
considera-se que existe proteção sempre que os Artigo 9.º
agentes mencionados nas alíneas a) e b) do número Exclusão do asilo e proteção subsidiária
anterior adotem medidas adequadas para impedir, de
forma efetiva e não temporária, a prática de atos de 1 - Não pode beneficiar do estatuto de refugiado o
perseguição por via, nomeadamente, da introdução estrangeiro ou apátrida quando:
de um sistema jurídico eficaz para detetar, proceder
judicialmente e punir esses atos, desde que o a) Esteja abrangido pelo âmbito do ponto D do artigo
requerente tenha acesso a proteção efetiva. 1.º da Convenção de Genebra, relativa à proteção
ou assistência por parte de órgãos ou agências das
Artigo 7.º Nações Unidas, que não seja o ACNUR, desde que
Proteção subsidiária essa proteção ou assistência não tenha cessado
por qualquer razão sem que a situação da pessoa
1 - É concedida autorização de residência por proteção em causa tenha sido definitivamente resolvida em
subsidiária aos estrangeiros e aos apátridas a quem conformidade com as resoluções aplicáveis da
não sejam aplicáveis as disposições do artigo 3.º e Assembleia Geral das Nações Unidas;
que sejam impedidos ou se sintam impossibilitados b) As autoridades competentes do país em que tiver
de regressar ao país da sua nacionalidade ou da sua estabelecido a sua residência considerarem que
residência habitual, quer atendendo à sistemática tem os direitos e os deveres de quem possui a
violação dos direitos humanos que aí se verifique, nacionalidade desse país ou direitos e deveres
quer por correrem o risco de sofrer ofensa grave. equivalentes;
2 - Para efeitos do número anterior, considera-se ofensa c) Existam suspeitas graves de que:
grave, nomeadamente: i) Praticou crime contra a paz, crime de guerra ou
a) A pena de morte ou execução; crime contra a humanidade, nos termos dos
b) A tortura ou pena ou tratamento desumano ou instrumentos internacionais que estabelecem
degradante do requerente no seu País de origem; disposições relativas a estes crimes;
ou ii) Praticou crime doloso de direito comum punível
c) A ameaça grave contra a vida ou a integridade com pena de prisão superior a três anos fora
física do requerente, resultante de violência do território português, antes de ter sido
indiscriminada em situações de conflito armado admitido como refugiado;
internacional ou interno ou de violação iii) Praticou atos contrários aos objetivos e
generalizada e indiscriminada de direitos princípios das Nações Unidas enunciados no
humanos. preâmbulo e nos artigos 1.º e 2.º da Carta das
Nações Unidas.
3 - É correspondentemente aplicável o disposto no artigo
anterior.

213
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

d) Represente perigo ou fundada ameaça para a Artigo 12.º


segurança interna ou externa ou para a ordem Efeitos do pedido de proteção internacional sobre
pública. infrações relativas à entrada no país

2 - Não pode beneficiar do estatuto de proteção 1 - A apresentação do pedido de proteção internacional


subsidiária o estrangeiro ou apátrida quando: obsta ao conhecimento de qualquer procedimento
a) Se verifique alguma das situações a que se refere a administrativo ou processo criminal por entrada
alínea c) do número anterior; irregular em território nacional instaurado contra o
b) Represente perigo ou fundada ameaça para a requerente e membros da família que o
segurança interna ou externa ou para a ordem acompanhem.
pública; 2 - O procedimento ou o processo são arquivados caso
c) Tiver cometido um ou mais crimes não abrangidos seja concedida proteção internacional.
pela alínea c) do n.º 1 que seriam puníveis com 3 - Para efeitos do disposto nos números anteriores, o
pena de prisão caso tivessem sido praticados no pedido de proteção internacional e a decisão sobre o
território português e tiver deixado o seu país de mesmo são comunicados à entidade onde correr o
origem unicamente com o objetivo de evitar procedimento administrativo ou processo criminal,
sanção decorrente desse crime ou crimes. no prazo de cinco dias úteis.

3 - (Revogado.) Artigo 13.º


4 - São ainda consideradas, para efeitos da aplicação da Apresentação do pedido
alínea c) do n.º 1 e das alíneas a) e c) do n.º 2, as
pessoas às quais seja aplicável o disposto nos artigos 1 - O estrangeiro ou apátrida que entre em território
26.º e 27.º do Código Penal. nacional a fim de obter proteção internacional deve
apresentar sem demora o seu pedido ao SEF ou a
CAPÍTULO III qualquer outra autoridade policial, podendo fazê-lo
Procedimento por escrito ou oralmente, sendo neste caso lavrado
auto.
SECÇÃO I 2 - Qualquer autoridade policial que receba o pedido
Disposições comuns referido no n.º 1 remete-o ao SEF no prazo de
quarenta e oito horas.
Artigo 10.º 3 - O SEF informa imediatamente o representante do
Pedido de proteção internacional ACNUR e o Conselho Português para os Refugiados
(CPR) enquanto organização não governamental que
1 - Presume-se que qualquer pedido de proteção, ainda atue em seu nome da apresentação do pedido de
que implícito, é um pedido de proteção internacional, proteção internacional, podendo estes contactar o
conforme o disposto na alínea s) do n.º 1 do artigo 2.º requerente logo após a receção de tal comunicação
2 - Na apreciação dos pedidos de proteção internacional com o objetivo de o informar sobre o respetivo
deve ser determinado, em primeiro lugar, se o procedimento, bem como sobre a sua possível
requerente preenche as condições para beneficiar do intervenção no mesmo, a qual depende de
estatuto de refugiado e, caso não preencha, se é consentimento do requerente.
elegível para proteção subsidiária. 4 - O requerente pode solicitar, até à decisão do pedido
3 - Os pedidos de proteção internacional apresentados às de proteção internacional, a sua extensão aos
autoridades de outros Estados membros que membros da família que o acompanhem, quer sejam
procedam a controlos fronteiriços ou de imigração menores ou maiores, devendo, neste caso, o pedido
em território nacional são apreciados pelo Serviço de ser precedido de consentimento prévio expresso das
Estrangeiros e Fronteiras (SEF). pessoas a cargo, sob pena de inadmissibilidade.
5 - Antes de ser solicitado o consentimento prévio a que
Artigo 11.º se refere o número anterior, os membros da família
Direito de permanência no território nacional devem ser informados, em privado, das
consequências processuais relevantes da
1 - Os requerentes de proteção internacional são apresentação de um pedido em seu nome e do
autorizados a permanecer em território nacional até direito que lhes assiste de apresentar um pedido de
à decisão sobre a admissibilidade do pedido. proteção internacional separado.
2 - Este direito de permanência não habilita o requerente 6 - O requerente menor pode apresentar um pedido em
à emissão de uma autorização de residência. seu nome.

214
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

7 - O SEF procede ao registo do pedido de proteção Artigo 15.º-A


internacional no prazo de três dias úteis após a Tradução de documentos
apresentação do mesmo.
1 - Ao apresentar os elementos de prova referidos no n.º
Artigo 14.º 2 do artigo anterior, o requerente deve providenciar
Comprovativo de apresentação do pedido e pela sua tradução para língua portuguesa.
informações 2 - A pedido do requerente, quando este
comprovadamente não disponha de meios
1 - Até três dias após registo, é entregue ao requerente suficientes, o SEF providencia pela tradução dos
declaração comprovativa de apresentação do pedido documentos.
de proteção internacional que, simultaneamente, 3 - Para efeitos do disposto no número anterior, o
atesta que o seu titular está autorizado a permanecer requerente deve comprovar a relevância dos
em território nacional enquanto o mesmo estiver documentos a traduzir para a apreciação do pedido,
pendente. competindo ao SEF avaliar da pertinência daquela
2 - Ao requerente de proteção internacional é dado tradução.
conhecimento dos seus direitos e deveres numa 4 - A tradução dos documentos referida nos números
língua que este compreenda ou seja razoável anteriores deve ser efetuada antes do decurso dos
presumir que compreenda. prazos previstos para decisão do pedido de proteção.

Artigo 15.º Artigo 16.º


Deveres dos requerentes de proteção internacional Declarações

1 - O requerente deve apresentar todos os elementos 1 - Antes de proferida qualquer decisão sobre o pedido
necessários para justificar o pedido de proteção de proteção internacional, é assegurado ao
internacional, nomeadamente: requerente o direito de prestar declarações na língua
a) Identificação do requerente e dos membros da sua da sua preferência ou noutro idioma que possa
família; compreender e através do qual comunique
b) Indicação da sua nacionalidade, país ou países e claramente, em condições que garantam a devida
local ou locais de residência anteriores; confidencialidade e que lhe permitam expor as
c) Indicação de pedidos de proteção internacional circunstâncias que fundamentam a respetiva
anteriores; pretensão.
d) Relato das circunstâncias ou factos que 2 - A prestação de declarações assume carácter
fundamentam a necessidade de proteção individual, exceto se a presença dos membros da
internacional; família for considerada necessária para uma
e) Permitir a recolha das impressões digitais de todos apreciação adequada da situação.
os dedos, desde que tenha, pelo menos, 14 anos 3 - Para os efeitos dos números anteriores, logo que
de idade, nos termos previstos no Regulamento receba o pedido de proteção internacional, o SEF
(UE) n.º 603/2013, do Parlamento Europeu e do notifica de imediato o requerente para prestar
Conselho, de 26 de junho, relativo à criação do declarações no prazo de dois a cinco dias.
sistema "Eurodac" de comparação de impressões 4 - (Revogado.)
digitais; 5 - A prestação de declarações só pode ser dispensada:
f) Manter o SEF informado sobre a sua residência, a) Se já existirem condições para decidir
devendo imediatamente comunicar a este serviço favoravelmente sobre o estatuto de refugiado
qualquer alteração de morada; com base nos elementos de prova disponíveis;
g) Comparecer perante o SEF quando para esse efeito b) Se o requerente for considerado inapto ou incapaz
for solicitado, relativamente a qualquer para o efeito devido a circunstâncias duradouras,
circunstância do seu pedido. alheias à sua vontade;
2 - Para efeitos do disposto no número anterior, deve c) (Revogada.)
ainda o requerente, juntamente com o pedido de 6 - Quando não houver lugar à prestação de declarações
proteção internacional, apresentar os documentos de nos termos do número anterior, o SEF providencia
identificação e de viagem de que disponha, bem para que o requerente ou a pessoa a cargo
como elementos de prova, podendo apresentar comuniquem, por qualquer meio, outras
testemunhas em número não superior a 10. informações.

215
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 17.º
Relatório Artigo 18.º
Apreciação do pedido
1 - Após a realização das diligências referidas nos artigos
anteriores, o SEF elabora um relatório escrito do qual 1 - Na apreciação de cada pedido de proteção
constam as informações essenciais relativas ao internacional, compete ao SEF analisar todos os
pedido. elementos pertinentes, designadamente as
2 - O relatório referido no número anterior é notificado declarações do requerente, proferidas nos termos
ao requerente para que o mesmo se possa dos artigos anteriores, e toda a informação
pronunciar sobre ele no prazo de cinco dias. disponível.
3 - O relatório referido no n.º 1 é comunicado ao 2 - Na apreciação do pedido, o SEF tem em conta
representante do ACNUR e ao CPR enquanto especialmente:
organização não governamental que atue em seu a) Os factos pertinentes respeitantes ao país de
nome, desde que o requerente tenha dado o seu origem, obtidos junto de fontes como o Gabinete
consentimento, para que aquela organização, Europeu de Apoio em matéria de Asilo, o ACNUR e
querendo, se pronuncie no mesmo prazo concedido organizações de direitos humanos relevantes, à
ao requerente. data da decisão sobre o pedido, incluindo a
4 - Os motivos da recusa de confirmação do relatório por respetiva legislação e regulamentação e as
parte do requerente são averbados no seu processo, garantias da sua aplicação;
não obstando à decisão sobre o pedido. b) A situação e circunstâncias pessoais do requerente,
por forma a apreciar, com base nessa situação
Artigo 17.º-A pessoal, se este sofreu ou pode sofrer perseguição
Garantias processuais especiais ou ofensa grave;
c) Se as atividades do requerente, desde que deixou o
1 - Após a apresentação do pedido de proteção e antes seu país de origem, tinham por fim único ou
da decisão prevista nos artigos 20.º e 24.º, deve ser principal criar as condições necessárias para
avaliada a necessidade de promoção de garantias requerer proteção internacional, por forma a
processuais especiais para os requerentes cuja apreciar se essas atividades o podem expor a
capacidade de exercer direitos e cumprir obrigações perseguição ou ofensa grave, em caso de regresso
se encontre limitada por força das circunstâncias àquele país;
pessoais, designadamente em virtude da sua idade, d) Se é razoável prever que o requerente se pode
sexo, identidade sexual, orientação sexual, deficiência valer da proteção de outro país do qual possa
ou doença grave, perturbação mental, por terem sido reivindicar a cidadania;
vítimas de tortura, violação ou outras formas graves e) A possibilidade de proteção interna se, numa parte
de violência psicológica, física ou sexual. do país de origem, o requerente:
2 - Nos casos em que se identifiquem requerentes nas
circunstâncias referidas no n.º 1, deve ser i) Não tiver receio fundado de ser perseguido ou
proporcionado apoio e condições necessárias ao não se encontrar perante um risco real de
exercício dos direitos e deveres inerentes ao ofensa grave; ou
procedimento de proteção internacional. ii) Tiver acesso a proteção contra a perseguição ou
3 - No âmbito das condições especiais a proporcionar ofensa grave, tal como definida no artigo 5.º e
podem ser dilatados os prazos para a realização de no n.º 2 do artigo 7.º, puder viajar e ser
entrevista ou apresentação de elementos de prova e admitido de forma regular e com segurança
para a realização de entrevistas com o apoio de nessa parte do país e tiver expectativas
peritos nas áreas identificadas. razoáveis de nela poder instalar-se.
4 - Nos casos em que não seja possível proporcionar 3 - Constitui um indício sério do receio fundado de ser
apoio e condições aos requerentes identificados com perseguido ou do risco de sofrer ofensa grave, o facto
necessidade de garantias processuais especiais em de o requerente já ter sido perseguido ou
virtude de tortura, violação ou outras formas graves diretamente ameaçado de perseguição ou ter sofrido
de violência psicológica, física ou sexual, não é ou sido diretamente ameaçado de ofensa grave,
aplicado o regime especial dos pedidos apresentados exceto se existirem motivos fundados para considerar
em posto de fronteira. que os fundamentos dessa perseguição ou ofensa
5 - As medidas previstas no presente artigo são grave cessaram e não se repetirão.
concretizadas pelo centro distrital do Instituto de 4 - As declarações do requerente devem ser confirmadas
Segurança Social, I. P., e entidades que com este mediante prova documental ou outros meios de
tenham celebrado protocolos.

216
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

prova admitidos em direito, a não ser que estejam g) O requerente apresentou um pedido subsequente
reunidas cumulativamente as seguintes condições: que não foi considerado inadmissível nos termos
a) O requerente tenha feito um esforço autêntico do artigo 19.º-A;
para fundamentar o seu pedido; h) O requerente apresentou o pedido apenas com o
b) O requerente apresente todos os elementos ao seu intuito de atrasar ou impedir a aplicação de uma
dispor e explicação satisfatória para a eventual decisão anterior ou iminente que se traduza no
falta de outros considerados pertinentes; seu afastamento;
c) As declarações prestadas pelo requerente forem i) O requerente representa um perigo para a
consideradas coerentes, plausíveis, e não segurança interna ou para a ordem pública;
contraditórias face às informações disponíveis; j) O requerente recusa sujeitar-se ao registo
d) O pedido tiver sido apresentado com a maior obrigatório das suas impressões digitais de acordo
brevidade possível, a menos que o requerente com o Regulamento (UE) n.º 603/2013, do
apresente justificação suficiente para que tal não Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de
tenha acontecido; junho, relativo à criação do sistema «Eurodac» de
e) Tenha sido apurada a credibilidade geral do comparação de impressões digitais.
requerente. 2 - (Revogado.)

Artigo 19.º Artigo 19.º-A


Tramitação acelerada Pedidos inadmissíveis

1 - A análise das condições a preencher para beneficiar 1 - O pedido é considerado inadmissível, quando se
do estatuto de proteção internacional é sujeita a verifique que:
tramitação acelerada e o pedido considerado a) Está sujeito ao procedimento especial de
infundado quando se verifique que: determinação do Estado responsável pela análise
a) O requerente induziu em erro as autoridades, do pedido de proteção internacional, previsto no
apresentando informações ou documentos falsos capítulo IV;
ou ocultando informações ou documentos b) Beneficia do estatuto de proteção internacional
importantes a respeito da sua identidade ou noutro Estado membro;
nacionalidade suscetíveis de terem um impacto c) Um país que não um Estado membro é
negativo na decisão; considerado primeiro país de asilo;
b) É provável que, de má-fé, o requerente tenha d) Um país que não um Estado membro é
destruído ou extraviado documentos de considerado país terceiro seguro;
identidade ou de viagem suscetíveis de e) Foi apresentado um pedido subsequente em que
contribuírem para a determinação da sua não surgiram nem foram apresentados novos
identidade ou nacionalidade; elementos ou dados relacionados com a análise
c) O requerente fez declarações claramente do cumprimento das condições para beneficiar de
incoerentes e contraditórias, manifestamente proteção internacional;
falsas ou obviamente inverosímeis que f) Foi apresentado um pedido por uma pessoa a cargo
contradigam informações suficientemente do requerente, depois de ter consentido que um
verificadas sobre o país de origem, retirando anterior pedido fosse apresentado em seu nome e
credibilidade à alegação quanto aos motivos para não existam elementos que justifiquem um
preencher os requisitos para beneficiar de pedido separado.
proteção; 2 - Nos casos previstos no número anterior, prescinde-se
d) O requerente entrou ou permaneceu ilegalmente da análise das condições a preencher para beneficiar
em território nacional e não tenha apresentado o do estatuto de proteção internacional.
pedido de proteção internacional logo que
possível, sem motivos válidos; Artigo 20.º
e) Ao apresentar o pedido e ao expor os factos, o Competência para apreciar e decidir
requerente invoca apenas questões não
pertinentes ou de relevância mínima para analisar 1 - Compete ao diretor nacional do SEF proferir decisão
o cumprimento das condições para ser fundamentada sobre os pedidos infundados e
considerado refugiado ou pessoa elegível para inadmissíveis no prazo de 30 dias a contar da data de
proteção subsidiária; apresentação do pedido de proteção internacional.
f) O requerente provém de um país de origem seguro; 2 - Na falta de decisão dentro do prazo previsto no
número anterior, considera-se admitido o pedido.

217
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

3 - A decisão sobre o pedido mencionado nos números possuem formação apropriada e conhecimento
anteriores é notificada ao requerente no prazo de adequado das normas pertinentes aplicáveis no
dois dias. domínio do direito da proteção internacional.
4 - Relativamente aos pedidos fundamentados, é
proferida pelo diretor nacional do SEF a decisão de Artigo 24.º
admissibilidade. Apreciação do pedido e decisão
5 - A decisão referida no n.º 1 é comunicada ao
representante do ACNUR e ao CPR enquanto 1 - O SEF comunica a apresentação do pedido de
organização não governamental que atue em seu proteção internacional a que se refere o artigo
nome, desde que o requerente tenha dado o seu anterior ao representante do ACNUR e ao CPR
consentimento. enquanto organização não governamental que atue
em seu nome, que podem entrevistar o requerente
Artigo 21.º se o desejarem.
Efeitos da decisão 2 - O requerente é informado por escrito, numa língua
que compreenda ou seja razoável presumir que
1 - A decisão de admissibilidade do pedido de proteção compreenda, dos seus direitos e obrigações e presta
internacional determina a instrução do procedimento declarações que valem, para todos os efeitos, como
nos termos do previsto na secção III do capítulo III. audiência prévia do interessado.
2 - A decisão de não admissibilidade do pedido 3 - À prestação de declarações referida no número
determina a notificação do requerente para anterior é aplicável o disposto no artigo 16.º
abandono do país no prazo de 20 dias, caso se 4 - O diretor nacional do SEF profere decisão
encontre em situação irregular. fundamentada sobre os pedidos no prazo máximo de
3 - Caso o requerente não cumpra o disposto no número sete dias.
anterior, o SEF deve promover o processo com vista 5 - A decisão prevista no número anterior é notificada,
ao seu afastamento coercivo, nos termos previstos no por escrito, ao requerente com informação dos
regime jurídico de entrada, permanência, saída e direitos de impugnação jurisdicional que lhe assistem,
afastamento de estrangeiros do território nacional, numa língua que compreenda ou seja razoável
aprovado pela Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, alterada presumir que compreenda, e é comunicada ao
pela Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto. representante do ACNUR e ao CPR enquanto
Artigo 22.º organização não governamental que atue em seu
Impugnação jurisdicional nome, desde que o requerente tenha dado o seu
consentimento.
1 - A decisão proferida pelo diretor nacional do SEF é
suscetível de impugnação jurisdicional perante os Artigo 25.º
tribunais administrativos, no prazo de oito dias, com Impugnação jurisdicional
efeito suspensivo.
2 - À impugnação jurisdicional referida no número 1 - A decisão proferida pelo diretor nacional do SEF é
anterior são aplicáveis a tramitação e os prazos suscetível de impugnação jurisdicional perante os
previstos no artigo 110.º do Código de Processo nos tribunais administrativos, no prazo de quatro dias,
Tribunais Administrativos, com exceção do disposto com efeito suspensivo.
no respetivo n.º 3. 2 - À impugnação jurisdicional referida no número
anterior são aplicáveis a tramitação e os prazos
SECÇÃO II previstos no artigo 110.º do Código de Processo nos
Pedidos apresentados nos postos de fronteira Tribunais Administrativos, com exceção do disposto
no respetivo n.º 3.
Artigo 23.º 3 - O recurso jurisdicional das decisões respeitantes à
Regime especial impugnação jurisdicional referida no n.º 1 tem efeito
suspensivo.
1 - A decisão dos pedidos de proteção internacional 4 - O interessado goza do benefício de proteção jurídica
apresentados nos postos de fronteira por aplicando-se, com as devidas adaptações, o regime
estrangeiros que não preencham os requisitos legais legal previsto para a nomeação de defensor de
necessários para a entrada em território nacional está arguido para diligências urgentes, podendo
sujeita ao regime previsto nos artigos anteriores com igualmente solicitar a nomeação célere de
as modificações constantes da presente secção. mandatário forense, em condições a fixar por
2 - Os funcionários que recebam requerentes de protocolo entre o membro do Governo responsável
proteção internacional nos postos de fronteira

218
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

pela área da administração interna e a Ordem dos Artigo 28.º


Advogados. Instrução

Artigo 26.º 1 - O SEF procede às diligências requeridas e averigua


Efeitos do pedido e da decisão todos os factos cujo conhecimento seja conveniente
para uma justa e rápida decisão, competindo-lhe a
1 - O requerente permanece na zona internacional do instrução dos procedimentos de proteção
porto ou aeroporto, enquanto aguarda a notificação internacional.
da decisão do diretor nacional do SEF, aplicando-se os 2 - O prazo de instrução é de seis meses, podendo, em
procedimentos e demais garantias previstos na lei. casos de especial complexidade, ser prorrogado até
2 - A instalação temporária de menores não nove meses, devendo o requerente ser informado
acompanhados ou separados obedece a condições desta situação e, a pedido, sobre os motivos da
especiais, nos termos internacionalmente dilação, bem como do prazo previsto para a decisão.
recomendados, designadamente pelo ACNUR, 3 - No âmbito da instrução dos procedimentos de
UNICEF e Comité Internacional da Cruz Vermelha. proteção internacional, o SEF pode, se necessário,
3 - Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a decisão solicitar o parecer de peritos sobre questões
de inadmissibilidade do pedido determina a aplicação específicas, nomeadamente de ordem médica ou
do regime jurídico de entrada, permanência saída e cultural.
afastamento de estrangeiros do território nacional. 4 - Durante a instrução, o representante do ACNUR ou o
4 - A decisão de admissão do pedido ou o decurso do CPR enquanto organização não governamental que
prazo previsto no n.º 4 do artigo 24.º sem que lhe atue em seu nome pode juntar ao processo relatórios
tenha sido notificada a decisão determina a entrada ou informações sobre o respetivo país de origem e
do requerente em território nacional, seguindo-se a obter informações sobre o pedido de proteção
instrução do procedimento, nos termos dos artigos internacional e sobre o andamento do processo,
seguintes. desde que o requerente tenha dado o seu
consentimento.
SECÇÃO III 5 - Em qualquer fase do processo, o representante do
Instrução do procedimento ACNUR ou o CPR enquanto organização não
governamental que atue em seu nome pode
Artigo 27.º apresentar as suas observações ao SEF, no exercício
Autorização de residência provisória das funções que lhe incumbem por força do artigo
35.º da Convenção de Genebra.
1 - Nas situações em que o pedido de proteção
internacional tenha sido admitido, o SEF emite uma Artigo 29.º
autorização de residência provisória, válida pelo Decisão
período de seis meses contados da data de decisão
de admissão do mesmo, renovável até decisão final, 1 - Finda a instrução, o SEF elabora proposta
ou, na situação prevista no artigo 31.º, até expirar o fundamentada de concessão ou recusa de proteção
prazo ali estabelecido. internacional.
2 - O modelo da autorização de residência referida no 2 - O requerente é notificado do teor da proposta a que
número anterior é fixado por portaria do membro do se refere o número anterior, podendo pronunciar-se
Governo responsável pela área da administração sobre a mesma no prazo de 10 dias.
interna. 3 - (Revogado.)
3 - Aos membros da família do requerente a quem 4 - Após o decurso do prazo a que se refere o n.º 2, a
tenham sido declarados extensivos os efeitos da proposta devidamente fundamentada é remetida ao
proteção internacional é emitida uma autorização de diretor nacional do SEF, que a apresenta ao membro
residência, nos termos do n.º 1. do Governo responsável pela área da administração
4 - Na pendência do procedimento de proteção interna no prazo de 10 dias.
internacional, é aplicável ao requerente o disposto na 5 - O membro do Governo responsável pela área da
presente lei e, supletivamente, o regime jurídico de administração interna decide no prazo de oito dias a
entrada, permanência, saída e afastamento de contar da data da apresentação da proposta referida
estrangeiros do território nacional. no número anterior.
6 - O SEF notifica a decisão proferida ao requerente,
numa língua que este compreenda ou seja razoável
presumir que compreenda, com menção do direito
que lhe assiste nos termos do artigo seguinte, e

219
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

comunica-a ao representante do ACNUR ou ao CPR SECÇÃO IV


enquanto organização não governamental que atue Pedido subsequente
em seu nome, desde que o requerente tenha dado o
seu consentimento. Artigo 33.º
Apresentação de um pedido subsequente
Artigo 30.º
Impugnação jurisdicional 1 - O requerente ao qual tenha sido negado o direito de
proteção internacional pode, sem prejuízo do decurso
1 - A decisão proferida nos termos do artigo anterior é dos prazos previstos para a respetiva impugnação
suscetível de impugnação jurisdicional perante os jurisdicional, apresentar um pedido subsequente,
tribunais administrativos, no prazo de 15 dias, com sempre que disponha de novos elementos de prova
efeito suspensivo. que lhe permitam beneficiar daquele direito ou
2 - À impugnação jurisdicional referida no número quando entenda que cessaram os motivos que
anterior são aplicáveis a tramitação e os prazos fundamentaram a decisão de inadmissibilidade ou de
previstos no artigo 110.º do Código de Processo nos recusa do pedido de proteção internacional.
Tribunais Administrativos, com exceção do disposto 2 - O pedido subsequente é dirigido ao SEF e deve ser
no respetivo n.º 3. instruído com todos os documentos de prova que
fundamentam a sua apresentação, podendo o SEF
Artigo 31.º conceder ao requerente um prazo razoável para
Efeitos da decisão de recusa apresentar novos factos, informações ou elementos
de prova.
1 - Em caso de decisão de recusa de proteção 3 - O SEF informa o representante do ACNUR e o CPR
internacional, o requerente pode permanecer em enquanto organização não governamental que atue
território nacional durante um período transitório, em seu nome da apresentação de pedido
que não exceda 30 dias. subsequente.
2 - O requerente fica sujeito ao regime jurídico de 4 - O SEF procede à apreciação preliminar do pedido no
entrada, permanência, saída e afastamento de prazo máximo de 10 dias a contar da sua
estrangeiros do território nacional a partir do termo apresentação ou da data de apresentação dos
do prazo previsto no número anterior. elementos que, nos termos do n.º 2, tenham sido
solicitados ao requerente.
Artigo 32.º 5 - Quando da apreciação preliminar resultem indícios de
Extinção do procedimento que o requerente preenche as condições para
beneficiar do direito de proteção internacional, o
1 - O procedimento é declarado extinto sempre que o procedimento segue os termos previstos nos artigos
requerente de proteção internacional desista 27.º e seguintes, podendo ser dispensada a realização
expressamente do pedido ou se verifique desistência de diligências de prova já produzidas no processo
implícita do mesmo e o procedimento se encontrar anterior que aproveitem ao requerente.
parado por mais de 90 dias, designadamente quando 6 - Caso se conclua que não foram apresentados novos
o requerente: elementos de prova o diretor nacional do SEF profere
a) Notificado para o efeito, não fornecer informação decisão de inadmissibilidade do pedido, notificando
essencial para o seu pedido; de imediato o requerente, numa língua que este
b) Não comparecer na entrevista pessoal; compreenda ou seja razoável presumir que
c) Desaparecer ou se ausentar sem ter contactado o compreenda, dos motivos da decisão atendendo ao
SEF; resultado da apreciação preliminar, bem como da
d) Não cumprir a obrigação de se apresentar ou outra possibilidade de impugnação jurisdicional, perante os
obrigação de comunicar. tribunais administrativos, no prazo de quatro dias,
com efeito suspensivo.
2 - A declaração de extinção do procedimento compete 7 - À impugnação jurisdicional referida no número
ao diretor nacional do SEF, com faculdade de anterior são aplicáveis a tramitação e os prazos
subdelegar. previstos no artigo 110.º do Código de Processo nos
3 - Sem prejuízo de declaração de extinção proferida nos Tribunais Administrativos, com exceção do disposto
termos do número anterior, o requerente de no respetivo n.º 3.
proteção internacional que se apresente novamente 8 - O recurso jurisdicional das decisões respeitantes à
às autoridades tem o direito de requerer a reabertura impugnação jurisdicional referida no n.º 1 tem efeito
do procedimento, o qual, neste caso, é retomado na meramente devolutivo.
fase em que foi interrompido.

220
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

9 - Quando o requerente se encontre em território Artigo 35.º


nacional, a notificação da decisão a que se refere o Pedido de reinstalação
n.º 6 menciona ainda que deve abandonar o país no
prazo de 20 dias, ficando sujeito ao regime jurídico de 1 - Os pedidos de reinstalação de refugiados sob o
entrada, permanência, saída e afastamento de mandato do ACNUR são apresentados ao membro do
estrangeiros do território nacional após o termo do Governo responsável pela área da administração
referido prazo, salvo quando o requerente beneficie interna.
já de prazo mais favorável, por força do disposto na 2 - O SEF assegura as diligências necessárias à tramitação
presente lei. e decisão dos pedidos no prazo máximo de 60 dias.
3 - A organização não governamental designada no
SECÇÃO V âmbito de protocolo estabelecido para o efeito é
Pedido na sequência de uma decisão de afastamento do informada sobre os pedidos apresentados e pode
território nacional emitir parecer sobre os mesmos, no prazo de 10 dias.
4 - O membro do Governo responsável pela área da
Artigo 33.º-A administração interna decide sobre a aceitação do
Apresentação de um pedido na sequência de uma pedido de reinstalação no prazo de 15 dias contados
decisão de afastamento da apresentação do mesmo pelo SEF.
5 - A aceitação do pedido de reinstalação confere aos
1 - Ao estrangeiro ou apátrida que, após ter sido sujeito a interessados estatuto idêntico ao previsto no capítulo
processo de afastamento coercivo ou de expulsão VII.
judicial, apresente pedido de proteção internacional
são aplicáveis as regras do presente artigo. SECÇÃO VII
2 - O pedido referido no número anterior é dirigido ao Regime de colocação ou manutenção em centro de
SEF e deve ser instruído com todos os elementos de instalação temporária
prova que fundamentam a sua apresentação.
3 - O SEF informa o representante do ACNUR e o CPR Artigo 35.º-A
enquanto organização não governamental que atue Colocação ou manutenção em centro de instalação
em seu nome, logo que seja apresentado o pedido. temporária
4 - Antes de proferida qualquer decisão sobre o pedido, é
garantido ao requerente o direito de prestar 1 - Os requerentes de proteção internacional não podem
declarações, ao qual é aplicável o regime previsto no ser mantidos em regime de detenção pelo facto de
artigo 16.º, e que vale para todos os efeitos como terem requerido proteção.
audiência prévia do interessado. 2 - Os requerentes apenas podem ser colocados ou
5 - O SEF procede à apreciação do pedido nos termos do mantidos em centro de instalação temporária, por
artigo 18.º, competindo ao diretor nacional daquele motivos de segurança nacional, ordem pública, saúde
serviço proferir decisão no prazo máximo de 10 dias a pública ou quando exista risco de fuga, com base
contar da sua apresentação. numa apreciação individual e se não for possível
6 - A decisão proferida pelo diretor nacional do SEF deve aplicar de forma eficaz outras medidas alternativas
ser notificada de imediato ao requerente, bem como menos gravosas.
a possibilidade de impugnação jurisdicional, perante 3 - Os requerentes podem ainda ser colocados ou
os tribunais administrativos, no prazo de quatro dias, mantidos em centro de instalação temporária, se não
com efeito suspensivo. for possível aplicar de forma eficaz outras medidas
7 - À impugnação jurisdicional referida no número alternativas menos gravosas:
anterior são aplicáveis a tramitação e os prazos a) No âmbito dos pedidos apresentados nos postos
previstos no artigo 110.º do Código de Processo nos de fronteira, conforme previstos na secção II do
Tribunais Administrativos, com exceção do disposto capítulo III;
no respetivo n.º 3. b) No âmbito dos pedidos apresentados na sequência
8 - O recurso jurisdicional das decisões respeitantes à de uma decisão de afastamento de território
impugnação referida no n.º 6 tem efeito meramente nacional, conforme previsto na secção V do
devolutivo. capítulo III;
c) No decurso do procedimento especial de
Artigo 34.º determinação do Estado responsável pela análise
(Revogado.) do pedido de proteção internacional, previsto no
artigo 28.º do Regulamento (UE) n.º 604/2013, do
SECÇÃO VI Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de
Reinstalação de refugiados junho, que estabelece os critérios e mecanismos

221
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

de determinação do Estado membro responsável desde que o acesso não seja fortemente limitado
pela análise de um pedido de proteção nem impossibilitado.
internacional apresentado num dos Estados 5 - Aos requerentes é fornecida informação sobre as
membros por um nacional de um país terceiro ou regras em vigor nas instalações em que se
por um apátrida. encontram, bem como sobre os seus direitos e
4 - Para efeitos da aplicação do número anterior, deveres, numa língua que compreendam ou seja
consideram-se medidas alternativas menos gravosas razoável presumir que compreendam.
as seguintes: 6 - Na medida do possível, os menores não
acompanhados beneficiam de alojamento em
a) Apresentação periódica no SEF; instituições dotadas de pessoal e instalações que
b) Obrigação de permanência na habitação com tenham em conta as necessidades pessoais da sua
utilização de meios de vigilância eletrónica, nos idade.
termos da lei. 7 - As famílias devem receber alojamento separado que
5 - A colocação efetuada ao abrigo do presente artigo, lhes garanta a privacidade necessária e, no caso de
bem como as medidas alternativas, são determinadas requerentes do sexo feminino, deve ser assegurado
pelo juízo de pequena instância criminal na respetiva alojamento separado.
área de jurisdição ou pelo tribunal de comarca nas 8 - Às pessoas vulneráveis deve ser assegurado o
restantes áreas do país. acompanhamento regular e apoio adequado, tendo
6 - No caso de pedidos de proteção internacional em conta a situação concreta, incluindo o seu estado
apresentados nos postos de fronteira, a permanência de saúde.
em centro de instalação temporária ou espaço 9 - Os requerentes instalados devem ter acesso a espaços
equiparado é comunicada no prazo máximo de 48 ao ar livre.
horas ao juiz de pequena instância criminal da
respetiva área de jurisdição, ou ao tribunal de CAPÍTULO IV
comarca nas restantes áreas do país, para apreciação Procedimento especial de determinação do Estado
nos termos do presente artigo. responsável pela análise do pedido de proteção
internacional
Artigo 35.º-B
Condições de colocação ou manutenção em centro de Artigo 36.º
instalação temporária Determinação do Estado responsável

1 - A colocação em centro de instalação temporária ou Quando haja lugar à determinação do Estado responsável
espaço equiparado a que se refere o artigo anterior pela análise de um pedido de proteção internacional é
não pode prolongar-se mais tempo do que o organizado um procedimento especial regulado no
necessário, sem que possa exceder 60 dias, podendo presente capítulo.
a decisão ser reapreciada oficiosamente e ou a
pedido do requerente se sobrevierem circunstâncias Artigo 37.º
relevantes ou novas informações passíveis de Pedido de proteção internacional apresentado em
comprometer a legalidade da medida. Portugal
2 - Os requerentes são imediatamente informados por
escrito, numa língua que compreendam ou seja 1 - Quando se considere que a responsabilidade pela
razoável presumir que compreendam, dos motivos da análise do pedido de proteção internacional pertence
sua instalação e dos meios de impugnação a outro Estado membro, de acordo com o previsto no
jurisdicional que lhes assistem, bem como da Regulamento (UE) n.º 604/2013, do Parlamento
possibilidade de beneficiarem de apoio judiciário nos Europeu e do Conselho, de 26 de junho, o SEF solicita
termos da legislação aplicável. às respetivas autoridades a sua tomada ou retoma a
3 - Os requerentes são autorizados, a pedido, a contactar cargo.
com os seus representantes legais, os seus familiares 2 - Aceite a responsabilidade pelo Estado requerido, o
e representantes do ACNUR ou do CPR enquanto diretor nacional do SEF profere, no prazo de cinco
organização não governamental que atue em seu dias, decisão nos termos da alínea a) do n.º 1 do
nome e de outras organizações que atuem nesta artigo 19.º-A e do artigo 20.º, que é notificada ao
área. requerente, numa língua que compreenda ou seja
4 - O acesso às instalações dos centros de instalação razoável presumir que compreenda, e é comunicada
temporária só pode ser limitado por motivos de ao representante do ACNUR e ao CPR enquanto
segurança, ordem pública ou gestão administrativa, organização não governamental que atue em seu

222
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

nome, mediante pedido apresentado, acompanhado CAPÍTULO V


do consentimento do requerente. Perda do direito de proteção internacional
3 - A notificação prevista no número anterior é
acompanhada da entrega ao requerente de um salvo- Artigo 41.º
conduto, a emitir pelo SEF segundo modelo a aprovar Causas de cessação, revogação, supressão ou recusa de
por portaria do membro do Governo responsável pela renovação do direito de proteção internacional
área da administração interna.
4 - A decisão proferida pelo diretor nacional do SEF é 1 - O direito de asilo cessa quando o estrangeiro ou o
suscetível de impugnação jurisdicional perante os apátrida:
tribunais administrativos no prazo de cinco dias, com a) Decida voluntariamente valer-se de novo da
efeito suspensivo. proteção do país de que tem nacionalidade;
5 - À impugnação jurisdicional referida no número b) Tendo perdido a sua nacionalidade, a recupere
anterior são aplicáveis a tramitação e os prazos voluntariamente;
previstos no artigo 110.º do Código de Processo nos c) Adquira uma nova nacionalidade e goze da
Tribunais Administrativos, com exceção do disposto proteção do país cuja nacionalidade adquiriu;
no respetivo n.º 3. d) Regresse voluntariamente ao país que abandonou
6 - O recurso jurisdicional das decisões respeitantes à ou fora do qual permaneceu por receio de ser
impugnação jurisdicional referida no n.º 4 tem efeito perseguido;
suspensivo. e) Não possa continuar a recusar valer-se da proteção
7 - Em caso de resposta negativa do Estado requerido ao do país de que tem a nacionalidade, por terem
pedido formulado pelo SEF, nos termos do n.º 1, deixado de existir as circunstâncias segundo as
observar-se-á o disposto no capítulo III. quais foi reconhecido como refugiado;
f) Tratando-se de apátrida, esteja em condições de
Artigo 38.º regressar ao país em que tinha a sua residência
Execução da decisão de transferência habitual, por terem deixado de existir as
circunstâncias segundo as quais foi reconhecido
Compete ao SEF assegurar a execução da transferência como refugiado;
do requerente de proteção internacional. g) Renuncie expressamente ao direito de asilo.
Artigo 39.º 2 - A proteção subsidiária cessa quando as circunstâncias
Suspensão do prazo para a decisão que levaram à sua concessão já não se verifiquem ou
se tiverem alterado a tal ponto que a proteção já não
A instrução do procedimento de determinação do Estado seja necessária.
responsável pela análise do pedido de proteção 3 - Para efeitos do disposto nas alíneas e) e f) do n.º 1 e
internacional suspende, até decisão final, a contagem do no n.º 2, e sem prejuízo do disposto no artigo 47.º, a
prazo previsto no n.º 1 do artigo 20.º e no n.º 4 do artigo cessação só pode ser declarada caso o SEF conclua
24.º que a alteração das circunstâncias no Estado da
nacionalidade ou residência habitual do beneficiário
Artigo 40.º do direito de asilo ou de proteção subsidiária é
Pedido de proteção internacional apresentado em outro suficientemente significativa e duradoura para afastar
Estado membro da União Europeia o receio fundado de perseguição ou o risco de sofrer
ofensa grave.
1 - Compete ao diretor nacional do SEF decidir sobre a 4 - As alíneas e) e f) do n.º 1 não se aplicam ao refugiado
aceitação de responsabilidade do Estado português que possa invocar razões imperiosas relacionadas
pela análise de pedido de proteção internacional com perseguições anteriores para recusar valer-se da
apresentado em outros Estados membros da União proteção do país da sua nacionalidade ou, na
Europeia. eventualidade de ser apátrida, do seu antigo país de
2 - A decisão prevista no número anterior é proferida no residência habitual.
prazo máximo de dois meses a contar da data do 5 - É revogada, suprimida ou recusada a renovação do
recebimento do pedido de aceitação formulado pelo direito de asilo ou de proteção subsidiária quando se
Estado onde se encontra o requerente de proteção verifique que o estrangeiro ou apátrida:
internacional ou foi apresentado o pedido. a) Deveria ter sido ou possa ser excluído do direito de
3 - Nos casos qualificados como urgentes pelo Estado beneficiar do direito de asilo ou de proteção
onde foi apresentado o pedido, o prazo referido no subsidiária, nos termos do artigo 9.º;
número anterior é reduzido para oito dias. b) Tenha deturpado ou omitido factos, incluindo a
utilização de documentos falsos, decisivos para

223
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

beneficiar do direito de asilo ou de proteção Artigo 45.º


subsidiária; (Revogado.)
c) Representa um perigo para a segurança interna;
d) Tendo sido condenado por sentença transitada em Artigo 46.º
julgado por crime doloso de direito comum (Revogado.)
punível com pena de prisão superior a três anos,
represente um perigo para a segurança interna ou Artigo 47.º
para a ordem pública. Proibição de expulsar ou repelir
6 - Para efeitos de audiência prévia, o SEF notifica o 1 - Quando a perda do direito de proteção internacional
beneficiário do projeto de decisão, o qual se pode determina a abertura de processo tendente ao
pronunciar no prazo de oito dias. afastamento coercivo, este obedece ao princípio da
não repulsão definido na alínea aa) do n.º 1 do artigo
Artigo 42.º 2.º
Efeitos da perda do direito de proteção internacional 2 - Ninguém será devolvido, afastado, extraditado ou
expulso para um país onde seja submetido a torturas
1 - (Revogado.) ou a tratamentos cruéis ou degradantes.
2 - A perda do direito de proteção internacional nos
termos do artigo anterior determina a aplicação do CAPÍTULO VI
regime jurídico de entrada, permanência, saída e Estatuto do requerente de asilo e de proteção
afastamento de estrangeiros de território nacional. subsidiária
3 - (Revogado.)
SECÇÃO I
Artigo 43.º Disposições gerais
Competência para declarar a perda do direito de
proteção internacional e o afastamento do território Artigo 48.º
nacional Efeitos do asilo e da proteção subsidiária sobre a
extradição
1 - Compete ao membro do Governo responsável pela
área da administração interna, sob proposta do 1 - A concessão de asilo ou de proteção subsidiária obsta
diretor nacional do SEF, declarar a perda do direito de ao prosseguimento de qualquer pedido de extradição
proteção internacional. do beneficiário, fundado nos factos com base nos
2 - A declaração prevista no número anterior deve ser quais a proteção internacional é concedida.
notificada ao requerente, numa língua que 2 - A decisão final sobre qualquer processo de extradição
compreenda ou seja razoável presumir que do requerente que esteja pendente fica suspensa
compreenda. enquanto o pedido de proteção internacional se
3 - O representante do ACNUR ou o CPR enquanto encontre em apreciação, quer na fase administrativa,
organização não governamental que atue em seu quer na fase jurisdicional.
nome são informados da declaração de perda do 3 - Para efeito do cumprimento do disposto no número
direito de proteção internacional. anterior, a apresentação do pedido de proteção
internacional é comunicada pelo SEF à entidade onde
Artigo 44.º corre o respetivo processo no prazo de dois dias
Impugnação jurisdicional úteis.

1 - A decisão proferida ao abrigo do n.º 1 artigo anterior Artigo 49.º


é suscetível de impugnação jurisdicional perante os Direitos dos requerentes
tribunais administrativos, no prazo de oito dias, com
efeito suspensivo. 1 - Sem prejuízo do disposto nos artigos seguintes, os
2 - À impugnação jurisdicional referida no número requerentes de asilo ou de proteção subsidiária
anterior são aplicáveis a tramitação e os prazos beneficiam das seguintes garantias:
previstos no artigo 110.º do Código de Processo nos a) Serem informados de imediato ou, quando o
Tribunais Administrativos, com exceção do disposto pedido tenha sido entregue através de outra
no respetivo n.º 3. entidade, até cinco dias a contar do registo do
pedido, numa língua que compreendam ou seja
razoável presumir que compreendam, dos direitos
que lhe assistem e das obrigações a que estão

224
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

sujeitos em matéria de acolhimento, área têm ainda direito de acesso a zonas vedadas,
designadamente sobre: como locais de detenção ou de trânsito, para
i) Os prazos e meios ao dispor para cumprimento poderem prestar àquele o devido aconselhamento.
do dever de apresentação dos elementos 7 - Na prestação de declarações a que se refere o artigo
pertinentes para apreciação do pedido; 16.º, os requerentes de asilo ou de proteção
ii) A tramitação procedimental; subsidiária podem fazer-se acompanhar de advogado,
iii) As organizações ou os grupos de pessoas que sem prejuízo de a respetiva ausência não obstar à
prestam assistência jurídica específica; realização desse ato processual.
iv) As organizações que os podem apoiar ou
informar relativamente às condições de Artigo 50.º
acolhimento disponíveis, incluindo a (Revogado.)
assistência médica;
v) As consequências do eventual incumprimento SECÇÃO II
dos deveres e falta de cooperação previstos no Disposições relativas às condições de acolhimento
artigo 15.º;
Artigo 51.º
b) Serem informados no momento da recolha dos Meios de subsistência
seus dados dactiloscópicos, numa língua que
compreendam ou seja razoável presumir que 1 - Aos requerentes de asilo ou de proteção subsidiária
compreendam, sobre a finalidade a que se destina em situação de carência económica e social e aos
o tratamento dos seus dados pessoais, bem como membros da sua família é concedido apoio social para
de todos os outros direitos das pessoas titulares alojamento e alimentação, nos termos da legislação
de dados previstos no Regulamento (UE) n.º em vigor.
603/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, 2 - Para efeitos do disposto no número anterior, na
de 26 de junho, relativo à criação do sistema concessão de alojamento devem ser tomadas, com o
«Eurodac» de comparação de impressões digitais; acordo dos requerentes, as medidas adequadas para
c) Serem informados quanto à decisão sobre a manter tanto quanto possível a unidade da família
admissibilidade do pedido e respetivo teor, ainda que se encontre presente em território nacional,
que por intermédio de mandatário judicial, caso nomeadamente as previstas nas alíneas a) e b) do n.º
se tenham feito assistir por advogado; 1 do artigo 59.º
d) Beneficiar, sempre que necessário, dos serviços de
um intérprete para os assistirem na formalização Artigo 52.º
do pedido e durante o respetivo procedimento; Assistência médica e medicamentosa
e) Beneficiar de aconselhamento jurídico gratuito em
todas as fases do procedimento, a prestar por 1 - É reconhecido aos requerentes de asilo ou de
entidade pública ou organização não proteção subsidiária e respetivos membros da família
governamental com a qual tenha sido celebrado o acesso ao Serviço Nacional de Saúde, nos termos a
protocolo; definir por portaria dos membros do Governo
f) Beneficiar de apoio judiciário nos termos da lei responsáveis pelas áreas da administração interna e
. da saúde.
2 - Sem prejuízo do disposto na alínea a) do número 2 - O documento comprovativo da apresentação do
anterior, o SEF fornece ao requerente de asilo ou de pedido de proteção internacional ou de proteção
proteção subsidiária um folheto informativo numa subsidiária, emitido nos termos do artigo 14.º,
língua que este possa entender, sem prejuízo de a considera-se bastante para comprovar a qualidade de
mesma informação poder ser também prestada requerente, para efeitos do disposto no número
oralmente. anterior.
3 - (Revogado.) 3 - Para os efeitos do presente artigo, as autoridades
4 - (Revogado.) sanitárias podem exigir, por razões de saúde pública,
5 - Os advogados que representem o requerente de asilo que os requerentes sejam submetidos a um exame
ou de proteção subsidiária têm acesso às informações médico, a fim de que seja atestado que não sofrem
constantes do seu processo. de nenhuma das doenças definidas nos instrumentos
6 - Os advogados do requerente, os representantes do aplicáveis da Organização Mundial de Saúde ou de
ACNUR, o CPR enquanto organização não outras doenças infeciosas ou parasitárias contagiosas
governamental que atue em seu nome e os objeto de medidas de proteção em território
representantes de outras organizações não nacional, cujos resultados são confidenciais e não
governamentais que desenvolvam atividades nesta afetam o procedimento de proteção internacional.

225
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

4 - Os exames médicos e as medidas a que se refere o Artigo 56.º


número anterior não devem ter carácter sistemático. Apoio social
5 - Aos requerentes particularmente vulneráveis é
prestada assistência médica ou outra que se revele 1 - Aos requerentes de asilo ou de proteção subsidiária e
necessária. respetivos membros da família, que não disponham
de meios suficientes para permitir a sua subsistência,
Artigo 53.º são asseguradas condições materiais de acolhimento,
Acesso ao ensino bem como os cuidados de saúde estabelecidos nesta
secção, tendo em vista a garantia da satisfação das
1 - Os filhos menores dos requerentes de asilo ou de suas necessidades básicas em condições de dignidade
proteção subsidiária e os requerentes de asilo ou de humana.
proteção subsidiária menores têm acesso ao sistema 2 - Aos requerentes de asilo ou de proteção subsidiária e
de ensino nas mesmas condições dos cidadãos membros da sua família particularmente vulneráveis
nacionais e demais cidadãos para quem a língua e aos requerentes de asilo ou de proteção subsidiária
portuguesa não constitua língua materna. que se encontrem nos postos de fronteira são
2 - A possibilidade de continuação dos estudos igualmente asseguradas condições materiais de
secundários não pode ser negada com fundamento acolhimento adequadas, bem como cuidados de
no facto de o menor ter atingido a maioridade. saúde apropriados.
3 - Para efeitos do n.º 1 considera-se não dispor de meios
Artigo 54.º suficientes o requerente que careça de recursos de
Direito ao trabalho qualquer natureza ou de valor inferior ao subsídio de
apoio social apurado nos termos da legislação
1 - Aos requerentes de asilo ou de proteção subsidiária a aplicável.
quem já foi emitida autorização de residência 4 - Caso se comprove que um requerente dispõe de
provisória é assegurado o acesso ao mercado de recursos suficientes pode ser-lhe exigida uma
trabalho, nos termos da lei geral, cessando, a partir contribuição, total ou parcial, para a cobertura das
do exercício de emprego remunerado, a aplicação do despesas decorrentes das condições materiais de
regime de apoio social previsto no artigo 56.º acolhimento e dos cuidados de saúde.
2 - (Revogado.) 5 - Caso se comprove que um requerente dispunha de
3 - (Revogado.) meios suficientes para custear as condições materiais
4 - Nos casos de impugnação jurisdicional de decisão de de acolhimento e os cuidados de saúde na altura em
recusa de proteção internacional, o direito de acesso que estas necessidades básicas foram providas, a
ao mercado de trabalho mantém-se até à prolação da entidade competente pode exigir o respetivo
respetiva sentença que julgue improcedente o reembolso.
pedido.
Artigo 57.º
Artigo 55.º Modalidades de concessão
Programas e medidas de emprego e formação
profissional 1 - As condições materiais de acolhimento podem
revestir as seguintes modalidades:
1 - Os requerentes de asilo ou de proteção subsidiária a) Alojamento em espécie;
têm acesso a programas e medidas de emprego e b) Alimentação em espécie;
formação profissional em condições a estabelecer c) Prestação pecuniária de apoio social, com carácter
pelos ministérios que tutelam a área em causa, desde mensal, para despesas de alimentação, vestuário,
que preencham os requisitos estabelecidos no artigo higiene e transportes;
anterior. d) Subsídio complementar para alojamento, com
2 - (Revogado.) carácter mensal;
e) Subsídio complementar para despesas pessoais e
SECÇÃO III transportes.
Condições materiais de acolhimento e cuidados de
saúde 2 - O alojamento e a alimentação em espécie podem
revestir uma das seguintes formas:
a) Em instalações equiparadas a centros de
acolhimento para requerentes de asilo, nos casos
em que o pedido é apresentado nos postos de
fronteira;

226
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

b) Em centro de instalação para requerentes de asilo Artigo 59.º


ou estabelecimento equiparado que Garantias suplementares em matéria de alojamento
proporcionem condições de vida adequadas;
c) Em casas particulares, apartamentos, hotéis ou 1 - A entidade responsável pela concessão do alojamento
noutras instalações adaptadas para acolher em espécie, nas formas previstas no n.º 2 do artigo 57.º,
requerentes de asilo. deve:
3 - Podem ser cumuladas as seguintes modalidades de a) Proporcionar a proteção da vida familiar dos
acolhimento: requerentes;
a) Alojamento e alimentação em espécie com o b) Proporcionar, se for caso disso, que os filhos
subsídio complementar para despesas pessoais e menores dos requerentes ou os requerentes
transportes; menores sejam alojados com os pais ou com o
b) Alojamento em espécie ou subsídio complementar membro adulto da família por eles responsável
para alojamento com a prestação pecuniária de por força da lei;
apoio social. c) Assegurar, tanto quanto possível, que os
requerentes adultos com necessidades especiais
4 - A título excecional e por um período determinado, de acolhimento sejam alojados com familiares
podem ser estabelecidas condições materiais de adultos próximos que já se encontrem no
acolhimento diferentes das previstas nos números território nacional e que sejam por eles
anteriores, sempre que: responsáveis por força da lei;
a) Seja necessária uma avaliação inicial das d) Assegurar aos requerentes a possibilidade de
necessidades específicas dos requerentes; comunicar com a sua família ou os seus
b) Na área geográfica onde se encontra o requerente representantes legais, assim como com os
não estejam disponíveis condições materiais de representantes do ACNUR ou do CPR enquanto
acolhimento previstas no n.º 2; organização não governamental que atue em seu
c) As capacidades de acolhimento disponíveis se nome;
encontrem temporariamente esgotadas; ou e) Tomar as medidas adequadas para prevenir
d) Os requerentes de asilo ou de proteção subsidiária agressões e violência, designadamente com base
se encontrem em regime de retenção em posto no género, incluindo assédio e agressões sexuais,
de fronteira que não disponha de instalações no interior das instalações e dos centros de
equiparadas a centros de acolhimento. acolhimento a que se refere o n.º 2 do artigo 57.º
2 - A transferência de requerentes de asilo ou de
Artigo 58.º proteção subsidiária de uma instalação de alojamento
Montantes dos subsídios para outra só se pode realizar quando tal se revele
necessário para a boa tramitação do processo ou para
As prestações pecuniárias a que se referem as alíneas c) e melhorar as condições de alojamento.
d) do n.º 1 do artigo anterior são calculadas por 3 - Aos requerentes transferidos nos termos do número
referência ao subsídio de apoio social previsto na anterior é assegurada a possibilidade de informar os
legislação aplicável, não devendo ultrapassar as seguintes seus representantes legais da transferência e do seu
percentagens: novo endereço.
a) Prestação pecuniária de apoio social, com carácter 4 - Aos advogados dos requerentes, aos representantes
mensal, para despesas de alimentação, vestuário, do ACNUR ou do CPR enquanto organização não
higiene e transportes, correspondente a 70 % do governamental que atue em seu nome e de outras
montante apurado; organizações não governamentais que desenvolvam
b) Subsídio complementar para alojamento, com atividades nesta área, e como tal sejam reconhecidas
carácter mensal, correspondente a 30 % do pelo Estado, é assegurado o acesso aos centros de
montante apurado; acolhimento e a outras instalações de alojamento de
c) Subsídio mensal para despesas pessoais e forma a assistir os requerentes de asilo ou de
transportes, correspondente a 30 % do montante proteção subsidiária, só podendo ser fixadas
apurado. restrições de acesso se devidamente fundamentadas
e quando estejam em causa razões de segurança dos
centros e instalações, bem como dos requerentes.
5 - Às pessoas que trabalham nos centros de acolhimento
é ministrada formação adequada, estando as mesmas
sujeitas ao dever de confidencialidade no que

227
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

respeita às informações de que tomem conhecimento 7 - A redução ou cessação dos benefícios não prejudica o
no exercício das suas funções. acesso aos cuidados de saúde urgentes, ao
tratamento básico de doenças e de perturbações
SECÇÃO IV mentais graves e aos cuidados médicos ou outro tipo
Redução ou cessação do benefício das condições de de assistência necessária aos requerentes com
acolhimento necessidades de acolhimento especiais, incluindo
assistência psicológica adequada, se necessário.
Artigo 60.º 8 - Das decisões referidas no n.º 3 cabe impugnação nos
Redução e cessação do benefício das condições de termos do n.º 1 do artigo 63.º
acolhimento
SECÇÃO V
1 - O apoio social cessa com a decisão de recusa do Garantias de eficácia do sistema de acolhimento
pedido de proteção internacional, tendo a
impugnação desta perante o tribunal administrativo e Artigo 61.º
o recurso jurisdicional da decisão que a confirme os Competências
efeitos previstos, respetivamente, nos n.ºs 1 e 2 do
artigo 30.º 1 - Compete ao ministério responsável pela área da
2 - A cessação do apoio nos termos do número anterior administração interna garantir aos requerentes de
não se verifica quando, avaliada a situação asilo ou de proteção subsidiária que se encontrem
económica e social do requerente, se concluir pela retidos nos postos de fronteira as condições de
necessidade da sua manutenção. alojamento e acesso a cuidados de saúde, assim
3 - As condições de acolhimento podem ser total ou como a satisfação dos encargos inerentes à
parcialmente retiradas se o requerente de asilo ou de concessão das condições materiais de acolhimento,
proteção subsidiária, injustificadamente: até decisão quanto à admissibilidade do pedido,
a) Abandonar o local de residência estabelecido pela podendo aquelas ser asseguradas por outras
autoridade competente sem informar o SEF ou entidades públicas ou particulares sem fins lucrativos,
sem a autorização exigível; nos termos definidos em protocolo.
b) Abandonar o seu local de residência sem informar 2 - Compete ao ministério responsável pela área da
a entidade competente pelo alojamento; solidariedade, emprego e segurança social suportar
c) Não cumprir as obrigações de se apresentar; os encargos resultantes da atribuição das condições
d) Não prestar as informações que lhe forem materiais de acolhimento aos requerentes de asilo ou
requeridas ou não comparecer nas entrevistas de proteção subsidiária que entrem ou se encontrem
individuais, quando para tal for convocado; em território nacional, desde a admissão do pedido
e) Tiver dissimulado os seus recursos financeiros e, até decisão final sobre o mesmo, as quais podem ser
portanto, beneficiar indevidamente das condições prestadas diretamente ou através de outras
materiais de acolhimento; entidades públicas ou particulares sem fins lucrativos,
f) Apresentar um pedido subsequente. com as quais seja celebrado protocolo.
3 - Compete às entidades responsáveis pelo Serviço
4 - Se, posteriormente à cessação das condições de Nacional de Saúde assegurar o acesso dos
acolhimento por incumprimento do previsto nas requerentes de asilo ou de proteção subsidiária e
alíneas a) a c) do número anterior, o requerente for membros da sua família a cuidados de saúde, nos
encontrado ou se apresentar voluntariamente às termos da legislação aplicável.
autoridades competentes, deve ser tomada uma 4 - O acesso de menores ao sistema de ensino é
decisão fundamentada quanto ao restabelecimento garantido pelas entidades competentes no âmbito do
do benefício de algumas ou de todas as condições de ministério responsável pela área da educação e
acolhimento. ciência.
5 - As decisões relativas à redução e à cessação do 5 - As decisões a que se refere o artigo 60.º são da
benefício das condições de acolhimento nas situações competência das entidades responsáveis pela
mencionadas no n.º 1 são tomadas de forma concessão das condições materiais de acolhimento
individual, objetiva, imparcial e devem ser previstas na presente lei.
fundamentadas.
6 - As decisões a que se refere o número anterior devem Artigo 62.º
ter exclusivamente por base a situação particular da Pessoal e recursos
pessoa em causa, em especial no que se refere às
pessoas particularmente vulneráveis, tendo em conta As autoridades e outras organizações referidas no artigo
o princípio da proporcionalidade. anterior devem fornecer aos seus funcionários formação

228
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

de base adequada às necessidades dos requerentes de


proteção internacional. Artigo 67.º
Título de residência
Artigo 63.º
Garantias 1 - Aos beneficiários do estatuto de refugiado é
concedida uma autorização de residência válida pelo
1 - As decisões proferidas nos termos do artigo 60.º que período inicial de cinco anos, renovável por iguais
afetem individualmente requerentes de asilo ou de períodos, salvo se razões imperativas de segurança
proteção subsidiária são passíveis de exercício das nacional ou ordem pública o impedirem e sem
garantias administrativas e jurisdicionais e, quando prejuízo do disposto no capítulo V.
impugnadas perante os tribunais administrativos, têm 2 - Aos beneficiários do estatuto de proteção subsidiária
os efeitos previstos, respetivamente, nos n.ºs 1 e 2 do é concedida uma autorização de residência por
artigo 30.º proteção subsidiária válida pelo período inicial de três
2 - As modalidades de apoio judiciário são regidas pela anos, renovável por iguais períodos, precedida de
legislação aplicável. análise da evolução da situação no país de origem,
salvo se razões imperativas de segurança nacional ou
Artigo 64.º ordem pública o impedirem e sem prejuízo do
Colaboração das organizações não governamentais com disposto no capítulo V.
o Estado 3 - Aos membros da família do beneficiário do estatuto
de refugiado ou de proteção subsidiária é emitida
1 - As organizações não governamentais podem uma autorização de residência extraordinária, de
colaborar com o Estado na realização das medidas validade idêntica à do beneficiário de asilo ou de
previstas na presente lei. proteção subsidiária, com dispensa dos requisitos
2 - A colaboração das organizações não governamentais exigidos pelo regime jurídico de entrada,
com o Estado na realização das medidas respeitantes permanência, saída e afastamento de estrangeiros do
ao requerentes de asilo ou de proteção subsidiária a território nacional.
que se refere o numero anterior, pode traduzir-se na 4 - Compete ao membro do Governo responsável pela
organização da informação e do trabalho voluntário, área da administração interna, sob proposta do
apoio jurídico, prestação de apoio no acolhimento e diretor nacional do SEF, conceder, com dispensa de
outras formas de apoio social, através de protocolos qualquer taxa, a autorização de residência prevista no
ou de outros meios de vinculação recíproca. presente artigo, segundo modelo estabelecido por
portaria do referido membro do Governo.
CAPÍTULO VII 5 - Compete ao diretor nacional do SEF decidir da
Estatuto do refugiado e da proteção subsidiária concessão da autorização de residência
extraordinária prevista no n.º 3, bem como decidir da
Artigo 65.º renovação das autorizações de residência previstas
Direitos e obrigações nos números anteriores, com dispensa de taxa.
6 - (Revogado.)
Os beneficiários do estatuto de refugiado e da proteção
subsidiária gozam dos direitos e estão sujeitos aos Artigo 68.º
deveres dos estrangeiros residentes em Portugal, na Preservação da unidade familiar
medida em que não contrariem o disposto nesta lei, na
Convenção de Genebra de 1951 e no Protocolo de Nova 1 - Os beneficiários do estatuto de refugiado ou de
Iorque de 1967, cabendo-lhes, designadamente, a proteção subsidiária têm direito ao reagrupamento
obrigação de acatar as leis e os regulamentos, bem como familiar com os membros da sua família referidos na
as providências destinadas à manutenção da ordem alínea k) do n.º 1 do artigo 2.º, nas condições
pública. previstas no regime jurídico de entrada,
permanência, saída e afastamento de estrangeiros do
Artigo 66.º território nacional.
Informação 2 - Os efeitos do asilo ou da proteção subsidiária devem
ser declarados extensivos aos membros da família
Na notificação de concessão do estatuto de refugiado ou referidos no número anterior.
de proteção subsidiária, o SEF informa o beneficiário dos 3 - O disposto nos números anteriores não se aplica nos
direitos e deveres relativos ao respetivo estatuto, numa casos em que o membro da família seja excluído do
língua que este compreenda ou seja razoável presumir estatuto de refugiado ou de proteção subsidiária ou o
que compreenda. perca nos termos da presente lei.

229
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

em local de trabalho, nas mesmas condições dos


Artigo 69.º cidadãos nacionais.
Documentos de viagem 3 - São aplicáveis as disposições legais em matéria de
remuneração e outras condições relativas ao
1 - Aos beneficiários do estatuto de refugiado é emitido, emprego.
mediante requerimento, documento de viagem em
conformidade com o disposto no anexo da Artigo 72.º
Convenção de Genebra, que lhes permita viajar fora Segurança social
do território nacional, a menos que motivos
imperiosos de segurança nacional ou de ordem Aos beneficiários do estatuto de refugiado ou de
pública exijam o contrário. proteção subsidiária são aplicáveis as disposições legais
2 - Aos beneficiários do estatuto de proteção subsidiária, relativas ao sistema de segurança social.
que comprovadamente não possam obter um
passaporte nacional, pode ser emitido, mediante Artigo 73.º
requerimento dos interessados, passaporte Cuidados de saúde
português para estrangeiro que lhes permita viajar
fora do território nacional, a menos que motivos 1 - Os beneficiários do estatuto de refugiado ou de
imperiosos de segurança nacional ou de ordem proteção subsidiária e respetivos membros da família
pública exijam o contrário. têm acesso ao Serviço Nacional de Saúde, nas
3 - A taxa devida pela emissão desses documentos é mesmas condições que os cidadãos nacionais.
fixada por portaria do membro do Governo 2 - São assegurados cuidados de saúde adequados,
responsável pela área da administração interna. incluindo tratamento de perturbações mentais,
quando necessários, aos beneficiários do estatuto de
Artigo 70.º refugiado ou de proteção subsidiária que se integrem
Acesso à educação nos grupos de pessoas particularmente vulneráveis,
nas mesmas condições que aos cidadãos nacionais.
1 - Aos menores a quem é concedido o estatuto de 3 - Considera-se que têm necessidades especiais para
refugiado ou de proteção subsidiária é conferido o efeitos do disposto no número anterior, as grávidas,
pleno acesso ao sistema de ensino, nas mesmas os deficientes, as vítimas de tortura, violação ou
condições que aos cidadãos nacionais. outras formas graves de violência física, psicológica
2 - Aos adultos aos quais tenha sido concedido o estatuto ou sexual, como as vítimas de violência doméstica e
de refugiado ou de proteção subsidiária é permitido o as vítimas de mutilação genital feminina, os menores
acesso ao sistema de ensino em geral, bem como à que sofreram qualquer forma de abuso, negligência,
formação, aperfeiçoamento ou reciclagem exploração, tortura, tratamentos cruéis, desumanos
profissionais, nas mesmas condições que aos ou degradantes ou os efeitos de um conflito armado.
cidadãos nacionais.
3 - No que se refere aos procedimentos vigentes em Artigo 74.º
matéria de reconhecimento dos diplomas, Alojamento
certificados e outras provas de qualificação oficial
estrangeiras, é assegurada a igualdade de tratamento Aos beneficiários do estatuto de refugiado ou de
entre beneficiários do estatuto de refugiado ou de proteção subsidiária é assegurado acesso a alojamento,
proteção subsidiária e os respetivos nacionais. em condições equivalentes às dos estrangeiros que
residam legalmente em Portugal.
Artigo 71.º
Acesso ao emprego Artigo 75.º
Liberdade de circulação em território nacional
1 - Aos beneficiários do estatuto de refugiado ou
proteção subsidiária é assegurado o acesso ao É garantida a liberdade de circulação em território
mercado de emprego, nos termos da lei geral, nacional aos beneficiários do estatuto de refugiado ou de
cessando, a partir do exercício de emprego proteção subsidiária, nas mesmas condições que as
remunerado, a aplicação do regime de apoio social previstas para os estrangeiros que residam legalmente
previsto no artigo 56.º em Portugal.
2 - São igualmente asseguradas aos beneficiários do
estatuto de refugiado ou de proteção subsidiária
oportunidades de formação ligadas ao emprego de
adultos, formação profissional e experiência prática

230
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 76.º g) Os aspetos ligados à segurança e proteção,


Programas de integração sobretudo se existir o risco de ser vítima de tráfico
de seres humanos;
A fim de facilitar a integração dos refugiados e dos h) A sua opinião, atendendo à sua idade e
beneficiários da proteção subsidiária na sociedade maturidade.
portuguesa, devem ser promovidos programas de 3 - As entidades competentes da Administração Pública
integração pelas entidades competentes. asseguram que os menores que tenham sido vítimas
CAPÍTULO VIII de qualquer forma de abuso, negligência, exploração,
Disposições comuns aos estatutos de requerentes e tortura, tratamentos cruéis, desumanos e
beneficiários de asilo e proteção subsidiária degradantes ou de conflitos armados tenham acesso
aos serviços de reabilitação, bem como a assistência
psicológica adequada, providenciando, se necessário,
Artigo 77.º apoio qualificado.
Disposições relativas a pessoas particularmente 4 - Aplicam-se aos menores não acompanhados as regras
vulneráveis constantes dos números anteriores.
1 - Tanto no procedimento de análise como na prestação Artigo 79.º
das condições materiais de acolhimento, bem como Menores não acompanhados
dos cuidados de saúde, é tida em consideração a
situação das pessoas particularmente vulneráveis, 1 - Os menores que sejam requerentes ou beneficiários
nos termos dos artigos seguintes. de proteção internacional devem ser representados
2 - Aquando da apresentação do pedido de proteção por entidade ou organização não governamental, ou
internacional ou de proteção subsidiária ou em por qualquer outra forma de representação
qualquer fase do procedimento, a entidade legalmente admitida, sem prejuízo das medidas
competente deve identificar as pessoas cujas tutelares aplicáveis ao abrigo da legislação tutelar de
necessidades especiais tenham de ser tomadas em menores, sendo disso informado o menor.
consideração, bem como a natureza dessas 2 - Incumbe ao SEF comunicar o pedido apresentado por
necessidades, de acordo com o previsto no número menor ou incapaz ao tribunal competente, para
anterior. efeito de representação, para que o requerente
3 - A avaliação dos requerentes com necessidades de menor ou incapaz possa exercer os direitos e cumprir
acolhimento especiais é realizada num prazo razoável os deveres previstos na lei.
logo após a apresentação do pedido de proteção 3 - O representante deve ser informado pelo SEF,
internacional. atempadamente, do momento e da prestação de
declarações a que se refere o artigo 16.º, para estar
Artigo 78.º presente, podendo intervir na mesma.
Menores 4 - O SEF deve providenciar que o representante tenha a
oportunidade de informar o menor não
1 - Na aplicação da presente lei, devem ser tomados em acompanhado do significado e das eventuais
consideração os superiores interesses dos menores. consequências da entrevista pessoal e, se adequado,
2 - Para efeitos do disposto no número anterior, da forma de se preparar para a mesma.
considera-se ser do superior interesse do menor, 5 - O SEF pode exigir a presença do menor não
designadamente: acompanhado na entrevista pessoal mesmo que o
a) A sua colocação junto dos respetivos progenitores representante esteja presente.
idóneos ou, na falta destes, sucessivamente, junto 6 - Para determinar a idade do menor não acompanhado,
de familiares adultos, em famílias de acolhimento, o SEF pode recorrer a perícia médica, através de
em centros especializados de alojamento para exame pericial não invasivo, presumindo-se que o
menores ou em locais que disponham de requerente é menor se subsistirem fundadas dúvidas.
condições para o efeito; 7 - Os menores não acompanhados devem ser
b) (Revogada.) informados de que a sua idade vai ser determinada
c) (Revogada.) através de um exame pericial, devendo o respetivo
d) A não separação de fratrias; representante dar consentimento para esse efeito.
e) A estabilidade de vida, com mudanças de local de 8 - A recusa em realizar exame pericial não determina o
residência limitadas ao mínimo; indeferimento do pedido de proteção internacional,
f) O seu bem-estar e desenvolvimento social, nem obsta a que seja proferida decisão sobre o
atendendo às suas origens; mesmo.

231
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

9 - Aos pedidos apresentados por menores não Repatriamento voluntário


acompanhados é aplicável o disposto nas alíneas g)
do n.º 1 do artigo 19.º e b), e) e f) do n.º 1 do artigo Pode ser prestada assistência aos requerentes e
19.º-A. beneficiários de asilo ou proteção subsidiária que
10 - Os menores não acompanhados com idade igual ou manifestem vontade de ser repatriados, designadamente
superior a 16 anos apenas podem ser colocados em através de programas de retorno voluntário e
centros de acolhimento de adultos requerentes de reintegração previstos na legislação aplicável.
proteção internacional quando isso for do seu
superior interesse. CAPÍTULO IX
11 - Nos casos em que a vida ou a integridade física de Disposições finais
um menor ou dos seus parentes próximos esteja em
risco, designadamente se estes se encontrarem no Artigo 82.º
país de origem, a recolha, o tratamento e a Forma de notificação
divulgação de informações respeitantes a essas
pessoas são realizados a título confidencial, para 1 - As notificações ao requerente são feitas
evitar comprometer a sua segurança. pessoalmente ou através de carta registada, com
12 - O pessoal envolvido na análise dos pedidos de aviso de receção, a enviar para a sua última morada
proteção internacional abrangendo menores não conhecida.
acompanhados deve ter formação adequada às 2 - No caso de a carta ser devolvida, deve tal facto ser de
necessidades específicas dos menores e está sujeito imediato comunicado ao representante do ACNUR e
ao dever de confidencialidade no que respeita às ao CPR enquanto organização não governamental
informações de que tome conhecimento no exercício que atue em seu nome, considerando-se a notificação
das suas funções. feita se o requerente não comparecer no SEF no
13 - As comissões de proteção de crianças e jovens em prazo de 20 dias a contar da data da referida
perigo com responsabilidades na proteção e devolução.
salvaguarda dos menores não acompanhados que
aguardam uma decisão sobre o repatriamento podem Artigo 83.º
apresentar um pedido de proteção internacional em Formação e confidencialidade
nome do menor não acompanhado, se em resultado
da avaliação da respetiva situação pessoal Os intervenientes no procedimento de asilo, bem como
considerarem que o menor pode necessitar dessa todos os que trabalhem com requerentes de asilo,
proteção. beneficiários do estatuto de refugiado ou de proteção
14 - Com o objetivo de proteger os interesses superiores subsidiária, nomeadamente em centros de acolhimento e
do menor não acompanhado, o SEF, em articulação postos de fronteira, devem dispor de formação
com as outras entidades envolvidas no procedimento adequada, estando sujeitos ao dever de
e com o ministério responsável pela área dos confidencialidade no que respeita às informações a que
negócios estrangeiros, deve iniciar o processo para tenham acesso no exercício das suas funções.
encontrar os membros da família.
15 - Caso já tenha sido concedida proteção internacional Artigo 84.º
e a procura referida no número anterior ainda não Gratuitidade e urgência dos processos
tenha sido iniciada, deve dar-se início àquele
processo o mais rapidamente possível. Os processos de concessão ou de perda do direito de
asilo ou de proteção subsidiária e de expulsão são
Artigo 80.º gratuitos e têm carácter urgente, quer na fase
Vítimas de tortura ou violência administrativa quer na judicial.

Às pessoas que tenham sido vítimas de atos de tortura, Artigo 85.º


de violação ou de outros atos de violência grave é Simplificação, desmaterialização e identificação
assegurado tratamento especial adequado aos danos
causados pelos atos referidos, nomeadamente através da São aplicáveis, com as devidas adaptações, as disposições
especial atenção e acompanhamento por parte do do artigo 212.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, alterada
respetivo centro distrital do Instituto de Segurança pela Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, respeitantes à
Social, I. P., e serviços de saúde ou das entidades que simplificação, desmaterialização e identificação de
com este tenham celebrado protocolos de apoio. pessoas.

Artigo 81.º

232
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 86.º (transpõe para a ordem jurídica nacional a Diretiva n.º


Interpretação e integração 2001/55/CE, do Conselho, de 20 de julho).

Os preceitos da presente lei devem ser interpretados e Artigo 88.º


integrados de harmonia com a Declaração Universal dos Norma revogatória
Direitos do Homem, a Convenção Europeia dos Direitos
do Homem, a Convenção de Genebra de 28 de julho de São revogadas as Leis n.ºs 15/98, de 26 de março, e
1951 e o Protocolo Adicional de 31 de janeiro de 1967. 20/2006, de 23 de junho.

Artigo 87.º Artigo 89.º


Lei n.º 67/2003, de 23 de agosto Entrada em vigor

O disposto na presente lei não prejudica o regime A presente lei entra em vigor 60 dias após a data da sua
jurídico previsto na Lei n.º 67/2003, de 23 de agosto publicação e é aplicável aos pedidos de asilo pendentes.

233
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

234
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 760/2008, de 27 de agosto


Aprovação do modelo de salvo-conduto

Nos termos do disposto no artigo 37.º da Lei n.º 27/2008,


de 30 de Junho, a decisão de transferência de um
requerente de asilo para o Estado membro da União
Europeia responsável pela sua tomada ou retoma a cargo
implica a entrega ao requerente de um salvo-conduto, a
emitir pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.

O n.º 3 do mesmo artigo estabelece, ainda, que o modelo


de salvo-conduto seja aprovado por portaria do membro
do Governo responsável pela área da administração
interna.

Assim:
Ao abrigo do disposto no n.º 3 do artigo 37.º da Lei n.º
27/2008, de 30 de Junho, manda o Governo, pelo
Ministro da Administração Interna, o seguinte:

1.º É aprovado, anexo à presente portaria, dela fazendo


parte integrante, o modelo de salvo-conduto a emitir
nos termos e condições previstos no artigo 37.º da Lei
n.º 27/2008, de 30 de junho.
2.º É revogada a Portaria n.º 471/98, de 3 de agosto.

ANEXO

235
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

236
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 1042/2008, de 15 de setembro 2.º O regime decorrente do disposto no número anterior
Estabelece os termos e as garantias do acesso dos é igualmente aplicável aos requerentes de proteção
requerentes de asilo e respetivos membros da subsidiária e respetivos membros da família.
família ao Serviço Nacional de Saúde

Nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 52.º da Lei n.º


27/2008, de 30 de junho, é reconhecido aos requerentes
de asilo ou de proteção subsidiária e respetivos membros
da família o acesso ao Serviço Nacional de Saúde.

Dispõe ainda que os termos do acesso dos requerentes


de asilo ou de proteção subsidiária e respetivos membros
da família ao Serviço Nacional de Saúde sejam definidos
por portaria conjunta dos membros do Governo
responsáveis pelas áreas da administração interna e da
saúde.

Considerando que os termos do acesso ao Serviço


Nacional de Saúde dos requerentes de asilo foram
definidos na Portaria n.º 30/2001, de 17 de janeiro,
dotando o sistema nacional de apoio aos requerentes de
asilo de mecanismos que permitem ao Estado Português
assegurar-lhes, até decisão final do pedido, condições de
dignidade humana, de forma consentânea com normas
internacionais a que Portugal aderiu;

Atendendo a que aquele diploma consagra um conjunto


de mecanismos que continuam a garantir, na íntegra, o
direito à proteção da saúde dos requerentes da proteção
internacional do Estado Português, mantendo as
virtualidades que justificam a manutenção das opções
adotadas;

Considerando que a Portaria n.º 30/2001, de 17 de


janeiro, só dispõe sobre as condições de acesso dos
requerentes de asilo ao Serviço Nacional de Saúde, sem
contemplar os requerentes de proteção subsidiária e
respetivos membros da família:

Assim:

Ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 52.º da Lei n.º


27/2008, de 30 de junho, manda o Governo, pelos
Ministros da Administração Interna e da Saúde, o
seguinte:

1.º Os termos e as garantias do acesso dos requerentes


de asilo e respetivos membros da família ao Serviço
Nacional de Saúde, nas modalidades específicas de
assistência médica e medicamentosa a prestar nas
diferentes fases do procedimento de concessão do
direito de asilo, desde a apresentação do respetivo
pedido até à decisão final que recair sobre o mesmo,
são os definidos pela Portaria n.º 30/2001, de 17 de
janeiro.

237
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

238
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 597/2015, de 29 de julho e) Validade;


f) Número de identificação do documento;
Aprova o modelo de autorização de residência
g) Fotografia do titular.
provisória para requerentes de proteção
internacional 2. O verso do cartão deve conter:
a) Menções fixas correspondentes aos direitos
Nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 27.º da Lei n.º mencionados nos artigos 27.º e 54.º da Lei n.º
27/2008, de 30 de junho, alterado pela Lei n.º 26/2014, 26/2014, de 5 de maio que republicou a Lei n.º
de 5 de maio, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras 27/2008, de 30 de junho.
emite uma autorização de residência provisória a favor b) Assinatura manuscrita digitalizada do titular.
das pessoas cujo pedido de proteção internacional tenha
sido admitido. Do mesmo modo, também aos membros Artigo 3.º
da família do requerente a quem tenham sido declarados Elementos de segurança física e requisitos técnicos
extensivos os efeitos da proteção internacional é emitida
uma autorização de residência provisória. 1. Na produção e personalização do cartão de
autorização de residência provisória deve ser
Nos termos do n.º 2 do artigo 27.º da Lei n.º 27/2008, de garantido o cumprimento dos requisitos técnicos
30 de junho, alterado pela Lei n.º 26/2014, de 5 de maio, necessários e adequados a cada um dos seguintes
o modelo da autorização de residência provisória emitida elementos de segurança física:
aos requerentes de proteção internacional e membros
a) Materiais de base utilizados no fabrico do
da sua família, é fixado por portaria do membro do
documento;
Governo responsável pela área da administração interna.
b) Técnicas de impressão;
c) Técnicas de integração dos dados biográficos nos
O modelo de autorização de residência provisória foi
materiais de base utilizados no fabrico do
aprovado pela Portaria n.º 758/2008, de 26 de agosto.
documento;
Decorridos cerca de sete anos desde a sua aprovação,
d) Proteção anticópia.
urge atualizar este documento, reforçando as suas
condições de segurança face aos padrões internacionais 2. O cartão de autorização de residência provisória deve:
relativos a documentação de segurança. a) Respeitar as dimensões ICAO (ID1), com inscrições
em ambas as faces;
Assim: b) Ter substrato em PVC com impressão de fundo em
Ao abrigo do disposto no n.º 2 do artigo 27.º da Lei n.º offset e sobreimpressão fluorescente à luz
27/2008, de 30 de junho, alterada pela Lei n.º 26/2014, ultravioleta;
de 5 de maio, manda o Governo, pela Ministra da c) Conter laminado com elemento ótico difrativo
Administração Interna, o seguinte: variável (EODV / DOVID).

Artigo 1.º Artigo 4.º


Modelo Norma revogatória

É aprovado, em anexo à presente portaria e dela fazendo É revogada a Portaria n.º 758/2008, de 26 de agosto.
parte integrante, o modelo de cartão de autorização de
residência provisória para requerentes de proteção Artigo 5.º
internacional cujo pedido tenha sido admitido, a emitir Produção de efeitos
nos termos e para os efeitos previstos no artigo 27.º da
Lei n.º 27/2008, de 30 de junho, alterada pela Lei n.º O novo modelo de cartão de autorização de residência
26/2014, de 5 de maio. provisória apenas se aplica aos procedimentos de
emissão dos documentos que tenham sido requeridos
Artigo 2.º após a sua entrada em vigor.
Elementos visíveis do cartão
Artigo 6.º
1. A frente do cartão deve conter os seguintes Entrada em vigor
elementos:
a) Apelido e nome próprio; A presente portaria entra em vigor no dia seguinte
b) Data e local de nascimento; ao da sua publicação.
c) Nacionalidade;
d) Sexo;

239
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

ANEXO
Modelo do cartão de autorização de residência provisória

Frente do cartão

Verso do cartão

240
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 302/2015, de 22 de setembro Artigo 1.º


Modelo
Aprova o modelo de título de viagem para os
cidadãos estrangeiros residentes em Portugal na
É aprovado, em anexo à presente portaria e dela fazendo
qualidade de refugiados e revoga a Portaria n.º parte integrante, o modelo de título de viagem para os
396/2008, de 6 de junho cidadãos estrangeiros residentes em Portugal na
qualidade de refugiados, revestindo a forma de
(com as alterações introduzidas pela Portaria passaporte eletrónico com zona de leitura ótica e chip de
n.º412/2015, de 27 de novembro) leitura por radiofrequência, nos termos da lei reguladora
do direito de asilo, bem como para os refugiados
Nos termos do artigo 19.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de abrangidos pelo disposto no § 11.º do Anexo a
julho e do n.º 1 do artigo 69.º da Lei n.º 27/2008, de 30 Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados, adotada
de junho, os cidadãos estrangeiros residentes em em Genebra em 28 de julho de 1951.
Portugal na qualidade de refugiados, nos termos da lei
reguladora do direito de asilo, bem como os refugiados Artigo 2.º
abrangidos pelo disposto no parágrafo 11.º do Anexo à Norma revogatória
Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados (adotada
em Genebra em 28 de julho de 1951), podem obter um É revogada a Portaria n.º 396/2008, de 06 de junho.
título de viagem de modelo a aprovar por portaria do
membro do Governo responsável pela área da Artigo 3.º
administração interna. Produção de efeitos

Este modelo de título de viagem para refugiados foi O novo modelo de título de viagem para os cidadãos
aprovado pela Portaria n.º 396/2008, de 6 de junho. estrangeiros residentes em Portugal na qualidade de
Decorridos cerca de sete anos desde a sua aprovação, refugiados, apenas se aplica aos procedimentos de
urge atualizar este documento, reforçando as suas emissão dos documentos que tenham sido requeridos
condições de segurança face aos padrões internacionais após a sua entrada em vigor.
relativos a documentação de segurança, cumprindo
deste modo diretrizes europeias, das organizações Artigo 4.º
internacionais competentes, nomeadamente, o Entrada em vigor
estabelecido no Regulamento (CE) n.º 2252/2004 do
Conselho, de 13 de dezembro, alterado pelo A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao da
Regulamento n.º 444/2009 do Parlamento Europeu e do sua publicação.
Conselho, de 28 de maio e no Documento n.º 9303-I,
Parte 1, volume 1, da Organização da Aviação Civil
Internacional (OACI/ ICAO).

Assim:
Ao abrigo do artigo 19.º da Lei n.º 23/2007, de 04 de
julho, alterada pelas Leis n.ºs 29/2012, de 09 de agosto,
56/2015, de 23 de junho, 63/2015, de 30 de junho, e do
n.º 1 do artigo 69.º da Lei n.º 27/2008, de 30 de junho,
alterada pela Lei n.º 26/2014, de 5 de maio, manda o
Governo, pela Ministra da Administração Interna, o
seguinte:

241
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

ANEXO
Modelo do título de viagem para os cidadãos estrangeiros residentes em Portugal na qualidade de refugiados

242
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Resolução do Conselho de Ministros n.º 110/2007, apresentado à Comissão Europeia o programa plurianual
de 21 de agosto10 nacional, pelo que importava, à luz da experiência
Determina, para efeitos da Lei n.º 15/98, de 26 de adquirida no primeiro período, adequar o quadro
março, que serão criadas condições para conceder legislativo nacional ao novo enquadramento comunitário
para o FER II.
anualmente, no mínimo, asilo a 30 pessoas
De acordo com o relatório anual de segurança interna de
2006, nesse ano foram dirigidos ao Estado Português 129
De acordo com o n.º 8 do artigo 33.º da Constituição e
pedidos de asilo, o que representa um aumento de 14 %
com o objetivo de cooperação no espaço de liberdade,
em face do ano de 2005, destacando-se os requerentes
segurança e justiça da União Europeia, cumpre ao Estado
da República Democrática do Congo, Israel, Federação
Português garantir, nos termos da lei, o direito de asilo
Russa, Angola, Colômbia, Costa do Marfim, Guiné
aos estrangeiros e aos apátridas perseguidos ou
Conacri, Nepal e Nigéria.
gravemente ameaçados de perseguição em consequência
da sua atividade em favor da democracia, da libertação
Nos termos do mesmo relatório, Portugal concedeu o
social e nacional, da paz entre os povos, da liberdade e
estatuto de refugiado ou de proteção subsidiária a 30
dos direitos da pessoa humana que legitimamente
estrangeiros, o que representa um aumento de 87 %
procuram proteção no âmbito europeu.
relativamente a 2005, destacando-se os nacionais da
República Democrática do Congo, da Costa do Marfim, da
Assim, recentemente, a Lei n.º 52/2006, de 1 de
Federação Russa e da Eritreia.
setembro, que aprovou as Grandes Opções do Plano para
2007, enunciou como atuação principal prevista para o
Assim, no âmbito da continuidade de lançamento de
corrente ano o reforço das medidas de apoio aos
políticas ativas de acolhimento e apoio aos asilados, em
requerentes de asilo e aos refugiados.
coordenação com o Alto Comissariado das Nações Unidas
para os Refugiados e com o Conselho Português para os
Efetivamente, já a Lei n.º 20/2006, de 23 de junho, tinha
Refugiados, revela-se imperativo promover a criação de
aprovado disposições complementares do quadro
condições para conceder anualmente, no mínimo, asilo a
jurídico-legal sobre asilo e refugiados, assegurando a
30 pessoas, designadamente para fazer face aos pedidos
transposição da Diretiva n.º 2003/9/CE, do Conselho, de
de reinstalação de refugiados, previstos no artigo 27.º da
27 de janeiro, e estabelecendo as normas mínimas em
Lei n.º 15/98, de 26 de março.
matéria de acolhimento de requerentes de asilo nos
Estados membros. Foram fixadas condições materiais de
Efetivamente, o instituto da reinstalação é um elemento
acolhimento e cuidados de saúde, garantias
essencial da política comum de asilo que assenta na
administrativas e jurisdicionais e um conjunto de
solidariedade entre os Estados membros e pressupõe a
medidas destinadas a tornar o sistema de acolhimento
existência de mecanismos tendentes a assegurar uma
mais eficaz, incluindo a extinção do Comissariado
repartição equilibrada dos esforços assumidos pelos
Nacional para os Refugiados.
Estados membros ao acolherem refugiados e pessoas
deslocadas e suportarem as consequências decorrentes
Já o Decreto-Lei n.º 222/2006, de 10 de novembro, veio
desse acolhimento.
definir a estrutura orgânica e o regime de financiamento
do Fundo Europeu para os Refugiados. No âmbito da
Assim:
política comum de asilo, a Decisão n.º 2004/904/CE, do
Conselho, de 2 de dezembro, que cria o Fundo Europeu
Nos termos da alínea g) do artigo 199.º da Constituição, o
para os Refugiados, para o período de 2005 a 2010, dá
Conselho de Ministros resolve:
continuidade ao objetivo inicial de solidariedade entre os
Estados membros, à luz da legislação comunitária mais
1 - Determinar, para efeitos da Lei n.º 15/98, de 26 de
recente na matéria e tendo em conta a experiência de
março, que serão criadas condições para conceder
aplicação do primeiro período do Fundo. Dando
anualmente, no mínimo, asilo a 30 pessoas.
sequência à execução do Fundo, foi oportunamente
2 - Determinar que o número previsto no número
anterior pode ser revisto pelo Ministro da
10 A Resolução do Conselho de Ministros n.º 110/2007, de 2 de
Administração Interna.
agosto, veio aplicar a Lei n.º 15/98, de 26 de março. Esta lei
estabeleceu um novo regime jurídico-legal em matéria de asilo
e de refugiados, tendo sido expressamente revogada pela Lei
n.º 27/2008, de 30 de junho. No entanto, o Conselho Português
para os Refugiados considera que esta RCM se encontra em
vigor, pelo que se optou pela sua inclusão na presente
compilação.

243
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

244
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 30/2001, de 17 de janeiro 3.º A concretização da assistência médica e


Estabelece as modalidades específicas de medicamentosa supõe a articulação e intervenção
assistência médica e medicamentosa a prestar nas integrada do Ministério da Saúde com outros
diferentes fases do procedimento de concessão do organismos e serviços, nomeadamente o Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras, do Ministério da
direito de asilo, desde a apresentação do respetivo
Administração Interna, de molde a assegurar, entre
pedido até à decisão final que recair sobre o outros, o direito à informação e o acesso às urgências
mesmo e aos cuidados de saúde primários, bem como
garantir a sua cessação nas circunstâncias previstas
no presente diploma.
O reconhecimento do acesso ao Serviço Nacional de 4.º Após a apresentação de um pedido de asilo e emissão
Saúde de todos os requerentes de asilo insere-se dentro da respetiva declaração comprovativa, o Serviço de
das medidas previstas no novo regime jurídico-legal em Estrangeiros e Fronteiras encaminhará os
matéria de asilo e refugiados, estabelecido pela Lei n.º requerentes para os serviços competentes do
15/98, de 26 de março, no sentido de dotar o sistema Ministério da Saúde, nomeadamente, em caso de
nacional de apoio aos requerentes de asilo e refugiados urgência, para um hospital da área do local da
de mecanismos que permitam ao Estado Português apresentação do pedido.
assegurar aos requerentes de asilo, até decisão final do 5.º Os requerentes de asilo têm acesso gratuito ao
pedido, condições de dignidade humana, de forma mais Serviço Nacional de Saúde para efeitos de cuidados
consentânea com normas internacionais a que Portugal de urgência, incluindo diagnóstico e terapêutica, e de
aderiu. cuidados de saúde primários, bem como assistência
medicamentosa, a prestar pelos serviços de saúde da
Os termos de acesso ao Serviço Nacional de Saúde sua área de residência.
deverão ter em conta os princípios gerais previstos na Lei 6.º Os cuidados de saúde primários referidos no número
de Bases da Saúde, nomeadamente o direito dos anterior, cujos encargos são suportados pelo Serviço
indivíduos à proteção da saúde, bem como a promoção e Nacional de Saúde, incluem:
a defesa da saúde pública.
a) A prevenção da doença e promoção da saúde e os
O artigo 53.º da Lei n.º 15/98, de 26 de março, reconhece cuidados de tipo ambulatório, abrangendo os de
aos requerentes de asilo, desde o momento da emissão clínica geral, materno-infantis e de planeamento
de declaração comprovativa da apresentação do pedido familiar, escolares e geriátricos;
de asilo, o acesso ao Serviço Nacional de Saúde em b) Cuidados de especialidades, abrangendo
termos a definir por portaria conjunta dos Ministros da nomeadamente as áreas da oftalmologia, da
Administração Interna e da Saúde. estomatologia, da otorrinolaringologia e da saúde
mental;
Assim: c) Internamentos que não impliquem cuidados
Manda o Governo, pelos Ministros da Administração diferenciados;
Interna e da Saúde, o seguinte: d) Elementos complementares de diagnóstico e
terapêutica, incluindo a reabilitação;
1.º O presente diploma estabelece as modalidades e) Cuidados de enfermagem, incluindo os de visitação
específicas de assistência médica e medicamentosa a domiciliária.
prestar nas diferentes fases do procedimento de 7.º Para efeitos de acesso ao Serviço Nacional de Saúde
concessão do direito de asilo, desde a apresentação nas condições definidas no presente diploma, os
do respetivo pedido até à decisão final que recair requerentes de asilo deverão ser titulares e
sobre o mesmo. portadores de declaração comprovativa de
2.º A possibilidade de assistência médica e apresentação de um pedido de asilo ou de
medicamentosa aos requerentes de asilo e ao autorização de residência provisória válidos.
respetivo agregado familiar inicia-se no ato do pedido 8.º O reconhecimento aos requerentes de asilo do acesso
de asilo e concretiza-se pela disponibilização, nas ao Serviço Nacional de Saúde nos termos definidos
mesmas condições que aos cidadãos nacionais, de nos números anteriores cessa com a decisão final que
assistência médica e medicamentosa para satisfação recair sobre o seu pedido de asilo, salvo quando,
de necessidades básicas de saúde e para os cuidados avaliada a situação médica do requerente, esta não
de saúde primários e de urgência, bem como para permita a sua cessação.
possibilitar o retorno ao país de origem ou país
terceiro em condições físicas e de saúde para
suportar a viagem.

245
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

246
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Direito de Participação Política

247
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

248
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 319-A/76, de 3 de maio11 2 - São também eleitores do Presidente da República os


Lei Eleitoral do Presidente da República cidadãos de outros países de língua portuguesa que
residam no território nacional e beneficiem do
(Retificada pelas Declarações de Retificação de 7 e 30 de estatuto de igualdade de direitos políticos, nos
junho de 1976 e com as alterações introduzidas pelo termos de convenção internacional e em condições
Decreto-Lei nº 377-A/76, de 19 de maio, Decreto-Lei nº de reciprocidade, desde que estejam inscritos como
445-A/76, de 4 de junho, Decreto-Lei nº 456-A/76, de 8 de eleitores no território nacional.
junho, Decreto-Lei nº 472-A/76, de 15 de junho, Decreto-
Lei nº 472-B/76, de 15 de junho, Decreto-Lei nº 495-A/76,
de 24 de junho, Lei nº 143/85, de 26 de novembro,
(retificada pela Declaração de Retificação de 6 de
dezembro de 1985), Decreto-Lei nº 55/88, de 26 de
fevereiro, Lei nº 31/91, de 20 de julho, Lei nº 72/93, de 30
de novembro, Lei nº 11/95, de 22 de abril, Lei nº 35/95,
de 18 de agosto, Lei nº 110/97, de 16 de setembro, Lei
Orgânica nº 3/2000, de 24 de agosto, Lei Orgânica nº
2/2001, de 25 de agosto, Lei Orgânica nº 4/2005, de 8 de
setembro, Lei Orgânica nº 5/2005, de 8 de setembro,
3/2010, de 15 de dezembro, Lei Orgânica nº 1/2011, de
30 de novembro, e Lei n.º 72-A/2015, de 23 de julho)

(Excerto)

TÍTULO I
Capacidade eleitoral

CAPÍTULO I
Capacidade eleitoral ativa

Artigo 1.º
(Capacidade eleitoral ativa)

1 - São eleitores do Presidente da República os cidadãos


portugueses recenseados no território nacional e os
cidadãos portugueses residentes no estrangeiro que
se encontrem inscritos nos cadernos do
recenseamento eleitoral nacional.

11Texto consolidado retirado do site da Comissão Nacional de


Eleições.

249
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

250
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Lei n.º 14/87, de 29 de abril12 Artigo 5.º


Lei Eleitoral do Parlamento Europeu Inelegibilidade

(retificada pela Declaração de Retificação de 7 maio São inelegíveis para o Parlamento Europeu:
1987, e com as alterações introduzidas pela Lei nº 4/94, a) O Presidente da República;
de 9 de março, Lei Orgânica nº 1/99, de 22 de junho, Lei b) O Primeiro-Ministro;
Orgânica nº 1/2005, de 5 de janeiro, Lei Orgânica nº c) (Revogada.)
1/2011, de 30 de novembro, e Lei Orgânica nº 1/2014, de d) Os cidadãos abrangidos por qualquer das
9 de janeiro) inelegibilidades gerais previstas na legislação
aplicável à eleição dos deputados à Assembleia da
República;
(Excertos) e) Aqueles que exerçam funções diplomáticas à data
da apresentação das candidaturas, desde que não
Artigo 3.º incluídos na alínea anterior;
Capacidade eleitoral ativa f) Os juízes em exercício de funções, não abrangidos
pela alínea d);
1 - São eleitores dos deputados ao Parlamento Europeu g) Os membros da Comissão Nacional de Eleições;
eleitos em Portugal: h) Os cidadãos abrangidos por qualquer
a) Os cidadãos portugueses recenseados no território inelegibilidade prevista em normas comunitárias
nacional; aplicáveis.
b) Os cidadãos portugueses inscritos no i) Os cidadãos da União Europeia privados do direito
recenseamento eleitoral português, residentes de se candidatarem por decisão judicial ou
fora do território nacional, que não optem por administrativa no Estado de origem.
votar em outro Estado membro da União
Europeia; Artigo 9.º-B
c) Os cidadãos da União Europeia, não nacionais do Assembleias eleitorais
Estado Português, recenseados em Portugal.
Não é permitida a composição de secções de voto
2 - Os cidadãos referidos na alínea b) do número anterior exclusivamente por eleitores não nacionais.
exercem o direito de voto direta e presencialmente,
sem prejuízo do disposto na lei em relação ao voto
antecipado e ao voto dos deficientes.

Artigo 4.º
Capacidade eleitoral passiva

Gozam de capacidade eleitoral passiva os cidadãos


referidos no artigo anterior, independentemente do local
da sua residência, não feridos de inelegibilidade.

12Texto consolidado retirado do site da Comissão Nacional de


Eleições.

251
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

252
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Lei Orgânica n.º 1/2001, de 14 de agosto13 legalmente os cidadãos portugueses no Estado de


Lei Eleitoral dos Órgãos das Autarquias Locais origem daqueles;
c) Os cidadãos eleitores dos países de língua oficial
(Retificada pela Declaração de Retificação nº 20-A/2001, portuguesa com residência em Portugal há mais
de 12 de outubro, e com as alterações introduzidas pela de quatro anos quando de igual direito gozem
Lei Orgânica nº 5-A/2001, de 26 de novembro, Lei legalmente os cidadãos portugueses no respetivo
Orgânica n.º 3/2005, de 29 de agosto, Lei Orgânica n.º Estado de origem;
3/2010, de 15 de dezembro, Lei Orgânica n.º 1/2011, de d) Outros cidadãos eleitores com residência legal em
30 de novembro, e Lei n.º 72-A/2015, de 23 de julho) Portugal há mais de cinco anos desde que
nacionais de países que, em condições de
reciprocidade, atribuam capacidade eleitoral
(Excertos) passiva aos portugueses neles residentes.
2 - São publicadas no Diário da República as listas dos
CAPÍTULO II países a cujos cidadãos é reconhecida capacidade
Capacidade eleitoral ativa eleitoral passiva.

Artigo 2.º Artigo 6.º


Capacidade eleitoral ativa Inelegibilidades gerais

1 - Gozam de capacidade eleitoral ativa os cidadãos 1 - São inelegíveis para os órgãos das autarquias locais:
maiores de 18 anos a seguir indicados:
a) O Presidente da República;
a) Os cidadãos portugueses; b) O Provedor de Justiça;
b) Os cidadãos dos Estados membros da União c) Os juízes do Tribunal Constitucional e do Tribunal
Europeia quando de igual direito gozem de Contas;
legalmente os cidadãos portugueses no Estado de d) O Procurador-Geral da República;
origem daqueles; e) Os magistrados judiciais e do Ministério Público;
c) Os cidadãos de países de língua oficial portuguesa f) Os membros do Conselho Superior da Magistratura,
com residência legal há mais de dois anos quando do Conselho Superior do Ministério Público, da
de igual direito gozem legalmente os cidadãos Comissão Nacional de Eleições e da Alta
portugueses no respetivo Estado de origem; Autoridade para a Comunicação Social;
d) Outros cidadãos com residência legal em Portugal g) Os militares e os agentes das forças militarizadas
há mais de três anos desde que nacionais de dos quadros permanentes, em serviço efetivo,
países que, em condições de reciprocidade, bem como os agentes dos serviços e forças de
atribuam capacidade eleitoral ativa aos segurança, enquanto prestarem serviço ativo;
portugueses neles residentes. h) O inspetor-geral e os subinspetores-gerais de
2 - São publicadas no Diário da República as listas dos Finanças, o inspetor-geral e os subinspetores-
países a cujos cidadãos é reconhecida capacidade gerais da Administração do Território e o diretor-
eleitoral ativa. geral e os subdiretores-gerais do Tribunal de
Contas;
CAPÍTULO III i) O secretário da Comissão Nacional de Eleições;
Capacidade eleitoral passiva j) O diretor-geral e os subdiretores-gerais do
Secretariado Técnico dos Assuntos para o
Artigo 5.º Processo Eleitoral;
Capacidade eleitoral passiva l) O diretor-geral dos Impostos.
2 - São igualmente inelegíveis para os órgãos das
1 - São elegíveis para os órgãos das autarquias locais os autarquias locais:
cidadãos a seguir indicados:
a) Os falidos e insolventes, salvo se reabilitados;
a) Os cidadãos portugueses eleitores; b) Os cidadãos eleitores estrangeiros que, em
b) Os cidadãos eleitores de Estados membros da consequência de decisão de acordo com a lei do
União Europeia quando de igual direito gozem seu Estado de origem, tenham sido privados do
direito de sufrágio ativo ou passivo
13Texto consolidado retirado do site da Comissão Nacional de
Eleições.

253
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 24.º 3 - O atestado referido no número anterior pode ser


Requisitos gerais de apresentação de candidaturas apresentado até à data em que é legalmente
admissível a desistência, nos termos do artigo 36.º
1 - No ato de apresentação da candidatura, o candidato 4 - No caso de candidato estrangeiro que não seja
estrangeiro deve apresentar uma declaração formal, nacional de Estado membro da União Europeia, deve
especificando: ser apresentada autorização de residência que
a) A nacionalidade e a residência habitual no comprove a residência em Portugal pelo período de
território português; tempo mínimo legalmente previsto.
b) A última residência no Estado de origem;
c) A não privação da capacidade eleitoral passiva no
Estado de origem.
2 - Em caso de dúvida quanto à declaração referida na
alínea c) do número anterior, pode o tribunal, se
assim o entender, exigir a apresentação de um
atestado, emitido pelas autoridades administrativas
competentes do Estado de origem, certificando que o
candidato não está privado do direito de ser eleito
nesse Estado ou que as referidas autoridades não
têm conhecimento de qualquer incapacidade.

254
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Lei n.º 13/99, de 22 de março14 automaticamente inscritos na BDRE, na circunscrição


Regime Jurídico do Recenseamento Eleitoral eleitoral correspondente à morada declarada,
recorrendo-se para o efeito à plataforma de serviços
(com as alterações introduzidas pela Lei n.º 3/2002, de 8 comuns do cartão de cidadão.
de janeiro, Lei Orgânica n.º 4/2005, de 8 de setembro, Lei
Orgânica n.ºs 5/2005, de 8 de setembro, e CAPÍTULO II
Lei n.º 47/2008, de 27 de agosto, (Declaração de Estrutura orgânica do recenseamento eleitoral
Retificação nº 54/2008, de 1 de
outubro) SECÇÃO I
Base de dados do recenseamento eleitoral

(Excertos) Artigo 10.º


Base de dados do recenseamento eleitoral
Artigo 4.º
Voluntariedade 1 - A BDRE, constituída ao abrigo da Lei n.º 130-A/97, de
31 de dezembro, tem por finalidade organizar e
O recenseamento é voluntário para: manter permanente e atual a informação relativa aos
cidadãos eleitores inscritos no recenseamento
a) Os cidadãos nacionais residentes no estrangeiro; eleitoral.
b) Os cidadãos da União Europeia, não nacionais do 2 - A BDRE é permanentemente atualizada com base na
Estado Português, residentes em Portugal; informação pertinente proveniente do sistema de
c) Os cidadãos nacionais de países de língua oficial informação da identificação civil relativamente aos
portuguesa, residentes em Portugal; cidadãos nacionais e do sistema integrado de
d) Outros cidadãos estrangeiros residentes em informação do SEF, quanto aos cidadãos estrangeiros
Portugal. residentes em Portugal.
3 - São ainda estabelecidas entre a BDRE e os sistemas de
Artigo 9.º identificação de militares as interações necessárias
Local de inscrição no recenseamento para assegurar o pleno cumprimento das disposições
legais que regulam as operações de inscrição e
1 - A circunscrição eleitoral de eleitores detentores de eliminação de registos referentes a esses cidadãos.
cartão de cidadão é a correspondente à morada a 4 - Cabe à BDRE a validação de toda a informação, nos
que se refere a alínea b) do n.º 1 do artigo 8.º da Lei termos dos n.ºs 2 e 3, garantindo a concretização do
n.º 7/2007, de 5 de fevereiro. princípio da inscrição única enunciado no artigo 7.º
2 - Os eleitores inscritos no recenseamento eleitoral nos da presente lei.
locais de funcionamento de entidade recenseadora 5 - A utilização dos meios informáticos não afeta o
correspondente à morada indicada no bilhete de respeito pelos direitos fundamentais dos cidadãos
identidade mantêm a sua inscrição na mesma consignados no artigo 35.º da Constituição da
circunscrição eleitoral, salvo se, tendo obtido cartão República Portuguesa.
de cidadão, deste constar morada diferente.
3 - Os eleitores previstos na alínea a) do artigo 4.º ficam Artigo 12.º
inscritos nos locais de funcionamento da entidade Conteúdo e regime de interconexão da BDRE
recenseadora correspondente à residência indicada
no título de residência emitido pela entidade 1 - A BDRE é constituída pelos seguintes dados
competente do país onde se encontram. identificativos dos eleitores, comunicados pelos
4 - Os eleitores estrangeiros previstos nas alíneas b), c) e respetivos sistemas de identificação nacional ou pelas
d) do artigo 4.º efetuam a sua inscrição voluntária comissões recenseadoras:
junto das comissões recenseadoras ou do Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras, adiante designado a) Número de inscrição;
abreviadamente por SEF, ficando inscritos na b) Designação da comissão recenseadora e ou posto
circunscrição de recenseamento correspondente ao de recenseamento onde está inscrito;
domicílio indicado no título válido de residência. c) Nome completo;
5 - Os cidadãos brasileiros que, possuindo o estatuto de d) Filiação;
igualdade de direitos políticos, tenham e) Data de nascimento;
voluntariamente obtido cartão de cidadão são f) Naturalidade;
g) Sexo;
14Texto consolidado retirado do site da Comissão Nacional de
Eleições.

255
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

h) Freguesia e concelho ou país de residência 2 - As comissões recenseadoras anunciam, através de


conforme a identificação civil ou título válido de editais a afixar nos lugares de estilo e, sempre que
residência emitido pela entidade competente; possível, através dos meios de comunicação social de
i) Morada; âmbito local ou regional, os locais e horários de
j) Distrito consular; atendimento dos eleitores.
k) Número e datas de emissão e validade do título
válido para identificação e do título válido de SECÇÃO II
residência, consoante os casos; Inscrição
l) Nacionalidade;
m) Data, origem e tipo da comunicação à BDRE; Artigo 34.º
n) Número de telefone, telemóvel e endereço Promoção de inscrição
eletrónico, desde que obtidos com o
consentimento do titular. 1 - A inscrição no recenseamento é efetuada de forma
2 - À BDRE devem ser comunicados pelos respetivos automática, de acordo com o n.º 2 do artigo 3.º da
sistemas de identificação nacional ou comissões presente lei.
recenseadoras, consoante os casos, os seguintes 2 - Os eleitores estrangeiros identificam-se através do
campos de informação: título de residência ou, no caso dos nacionais da
União Europeia, por título válido de identificação.
a) Para os eleitores referidos nas alíneas c) e d) do 3 - Os eleitores que promovam a sua inscrição no
artigo 4.º, título de residência válido comprovativo estrangeiro identificam-se mediante a apresentação
do tempo mínimo de residência fixado na Lei do cartão de cidadão ou do bilhete de identidade e
Eleitoral dos Órgãos das Autarquias Locais; certificam a sua residência com esse documento ou
b) Menção de «eleitor do Presidente da República» com o título de residência, emitido pela entidade
nos casos de inscrições efetuadas em comissão competente do país onde se encontram.
recenseadora sediada no estrangeiro, conforme o 4 - Os eleitores referidos no número anterior recebem da
disposto no artigo 42.º; comissão recenseadora, no ato de inscrição, certidão
c) Menção da opção feita pelos eleitores da União comprovativa da mesma.
Europeia não nacionais do Estado Português, nos
termos do disposto no n.º 5 do artigo 37.º; Artigo 36.º
d) A informação relativa à capacidade eleitoral ativa; Remessa de inscrições
e) Menção de que é titular do estatuto de igualdade
de direitos políticos; 1 - Compete às entidades recenseadoras remeter à DGAI,
f) A opção feita pelos cidadãos portugueses através do SIGRE, a informação relativa às inscrições
recenseados em países da União Europeia, nos presenciais.
termos do disposto no n.º 1 do artigo 44.º 2 - A inscrição dos cidadãos não nacionais contém, antes
3 - Para efeitos de verificação da identificação, do número de inscrição, as siglas UE, para os da
eliminação de inscrições indevidas, por mudança de União Europeia, e ER, no caso dos restantes cidadãos
morada, por óbito ou pela deteção de situações estrangeiros.
irregulares, a DGAI, em colaboração com as entidades 3 - No estrangeiro, compete aos serviços competentes do
públicas competentes, assegura a interconexão entre Ministério dos Negócios Estrangeiros remeter à DGAI,
a BDRE e os outros sistemas de informação através do SIGRE, a informação relativa às inscrições
relevantes, a qual é efetuada, unicamente, quanto às presenciais recebidas.
categorias de dados referidos no presente artigo e
fazendo-se de acordo com as regras e procedimentos Artigo 37.º
previstos na presente lei. Teor da inscrição

Artigo 33.º 1 - Quando a inscrição não seja automática é efetuada,


Horário e local através do SIGRE, mediante o preenchimento dos
campos de informação seguintes:
1 - O recenseamento voluntário e presencial de cidadãos a) Número de inscrição;
nacionais residentes no estrangeiro e estrangeiros b) Designação da comissão recenseadora e ou posto
residentes em Portugal é efetuado pelas comissões de recenseamento onde está inscrito;
recenseadoras durante o período normal de c) Nome completo;
funcionamento das entidades em cujas sedes se d) Filiação;
encontram instaladas. e) Data de nascimento;
f) Naturalidade;

256
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

g) Nacionalidade; o eleitor apenas exercerá esse direito de voto em


h) Sexo; Portugal e não se encontra privado do mesmo no
i) Freguesia e concelho ou país de residência Estado membro de origem, sendo tal opção
conforme a identificação civil ou título válido de devidamente anotada na BDRE.
residência emitido pela entidade competente; 6 - Os eleitores que desejem alterar a opção referida no
j) Morada; número anterior devem declará-lo junto da comissão
k) Distrito consular; recenseadora respetiva, que a comunica à BDRE.
l) Número e datas de emissão e validade do título
para identificação e do título válido de residência, Artigo 45.º
consoante os casos; Troca de informações
m) Data, origem e tipo de comunicação à BDRE;
n) Número de telefone, telemóvel e endereço 1 - Compete à DGAI, em contacto com os organismos
eletrónico, desde que obtidos com o competentes dos restantes Estados membros da
consentimento do titular. União Europeia, proceder à troca de informação que
2 - Devem ainda ser preenchidos, consoante os casos, os permita a permanente correção e atualização do
seguintes campos de informação: recenseamento dos eleitores da União Europeia não
nacionais do Estado Português residentes em
a) Para os eleitores referidos nas alíneas c) e d) do Portugal e dos eleitores portugueses residentes nos
artigo 4.º, título de residência válido, restantes Estados membros da União Europeia, tendo
comprovativo do tempo mínimo de residência em vista a unicidade da inscrição e da candidatura
fixado na Lei Eleitoral dos Órgãos das Autarquias nas eleições para o Parlamento Europeu.
Locais; 2 - A troca de informação referida no número anterior
b) Menção de «eleitor do Presidente da República» deverá ser feita na forma e no prazo adequados.
nos casos de inscrições efetuadas em comissão
recenseadora sediada no estrangeiro, conforme o Artigo 49.º
disposto no artigo 42.º; Informação relativa a eliminações
c) Menção da opção feita pelos eleitores da União
Europeia não nacionais do Estado Português, nos 1 - A DGAI, através do SIGRE, disponibiliza às comissões
termos do disposto no n.º 5 do presente artigo; recenseadoras a informação das seguintes
d) A opção feita pelos cidadãos portugueses eliminações relativas ao seu universo eleitoral:
recenseados em países da União Europeia, nos
termos do disposto no n.º 1 do artigo 44.º a) As inscrições daqueles que não gozem de
capacidade eleitoral ativa estipulada nas leis
3 - A identificação para efeitos de inscrição dos eleitores eleitorais;
referidos nas alíneas c) e d) do artigo 4.º faz-se b) As inscrições dos cidadãos que hajam perdido a
exclusivamente através do título de residência válido nacionalidade portuguesa nos termos da lei;
emitido pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, do c) As inscrições de eleitores que hajam falecido;
Ministério da Administração Interna. d) As inscrições canceladas nos termos do artigo 51.º;
4 - Quando a inscrição respeitar a cidadão estrangeiro, e) As inscrições dos cidadãos eleitores estrangeiros
este deve ainda apresentar declaração formal, que deixem de residir em Portugal ou que, por
especificando: escrito, o solicitem, devolvendo o cartão de
a) A nacionalidade e o endereço no território eleitor.
nacional, o qual deve ser confirmado pela f) As inscrições de cidadãos nacionais no estrangeiro
comissão recenseadora; quando duplamente inscritos.
b) Se for caso disso, o caderno eleitoral do círculo ou 2 - No caso de devolução por duas vezes consecutivas
autarquia local do Estado de origem em que tenha dos sobrescritos contendo os boletins de voto para
estado inscrito em último lugar; eleitores recenseados no estrangeiro, a DGAI cessa
c) Que não se encontra privado do direito de voto no oficiosamente o envio de boletins de voto até que o
Estado de origem, excetuando-se dessa exigência eleitor informe da nova morada.
os nacionais da União Europeia que apenas se 3 - Em caso de eliminação de inscrição no
inscrevam como eleitores dos órgãos das recenseamento, por qualquer dos motivos
autarquias locais. legalmente previstos, é proibida a inclusão dos dados
5 - No caso de o eleitor da União Europeia não nacional do cidadão em causa na BDRE e o seu tratamento
do Estado Português manifestar a vontade de exercer pelo SIGRE, designadamente por interação com
o direito de voto nas eleições para o Parlamento sistemas de informação que efetuem a gestão ou
Europeu, a declaração formal especificará ainda que atualização de dados pessoais.

257
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 89.º
Falsidade de declaração formal

O cidadão eleitor estrangeiro que prestar falsas


declarações no documento previsto nos n.ºs 4 e 5 do
artigo 37.º, com vista a obter a sua inscrição no
recenseamento, é punido com pena de prisão até 6
meses ou pena de multa até 60 dias.

258
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Declaração n.º 4/2013, de 24 de junho Portugal nas eleições para os órgãos das autarquias
Torna público quais os países a cujos cidadãos é locais:
reconhecida capacidade eleitoral ativa e passiva
em Portugal nas eleições dos órgãos das 1 - Capacidade eleitoral ativa:
autarquias locais a) Estados Membros da União Europeia;
b) Brasil e Cabo Verde;
c) Argentina, Chile, Colômbia, Islândia, Noruega, Nova
Nos termos do disposto no artigo 2.º, n.º 2, e artigo 5.º, Zelândia, Peru, Uruguai e Venezuela.
n.º 2, da Lei Orgânica n.º 1/2001, de 14 de agosto, torna- 2 - Capacidade eleitoral passiva:
se público que são os seguintes países a cujos cidadãos é
reconhecida capacidade eleitoral ativa e passiva em a) Estados Membros da União Europeia;
b) Brasil e Cabo Verde.

259
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

260
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Entrada, Permanência, Saída e Afastamento de Estrangeiros


no Território Nacional

261
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

262
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Lei n.º 23/2007, de 4 de julho15 h) Diretiva n.º 2008/115/CE, do Parlamento Europeu


Aprova o regime jurídico de entrada, permanência, e do Conselho, de 16 de dezembro, relativa a
saída e afastamento de estrangeiros do território normas e procedimentos comuns nos Estados
nacional membros para o regresso de nacionais de países
terceiros em situação irregular;
i) Diretiva n.º 2009/50/CE, do Conselho, de 25 de
(com as alterações introduzidas pela maio, relativa às condições de entrada e de
Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, Lei n.º 56/2015, de 23 de residência de nacionais de países terceiros para
junho, e Lei n.º 63/2015, de 30 de junho) efeitos de emprego altamente qualificado;
j) Diretiva n.º 2009/52/CE, do Parlamento Europeu e
do Conselho, de 18 de junho, que estabelece
CAPÍTULO I normas mínimas sobre sanções e medidas contra
Disposições gerais empregadores de nacionais de países terceiros em
situação irregular;
Artigo 1.º k) Diretiva n.º 2011/51/UE, do Parlamento Europeu e
Objeto do Conselho, de 11 de maio, que altera a Diretiva
n.º 2003/109/CE, do Conselho, de modo a alargar
A presente lei define as condições e procedimentos de o seu âmbito de aplicação aos beneficiários de
entrada, permanência, saída e afastamento de cidadãos
proteção internacional;
estrangeiros do território português, bem como o l) Diretiva n.º 2011/98/UE, do Parlamento Europeu e
estatuto de residente de longa duração. do Conselho, de 13 de dezembro, relativa a um
procedimento de pedido único de concessão de
Artigo 2.º
uma autorização única para os nacionais de países
Transposição de diretivas
terceiros residirem e trabalharem no território de
1 - A presente lei transpõe para a ordem jurídica interna um Estado membro e a um conjunto de direitos
as seguintes diretivas da União Europeia: para os trabalhadores de países terceiros que
residem legalmente num Estado membro.
a) Diretiva n.º 2003/86/CE, do Conselho, de 22 de 2 - Simultaneamente procede-se à consolidação no
setembro, relativa ao direito ao reagrupamento direito nacional da transposição dos seguintes atos
familiar; comunitários:
b) Diretiva n.º 2003/110/CE, do Conselho, de 25 de
a) Decisão Quadro, do Conselho, de 28 de novembro
novembro, relativa ao apoio em caso de trânsito
de 2002, relativa ao reforço do quadro penal para
para efeitos de afastamento por via aérea;
a prevenção do auxílio à entrada, ao trânsito e à
c) Diretiva n.º 2003/109/CE, do Conselho, de 25 de
residência irregulares;
novembro, relativa ao estatuto dos nacionais de
b) Diretiva n.º 2001/40/CE, do Conselho, de 28 de
países terceiros residentes de longa duração;
maio, relativa ao reconhecimento mútuo de
d) Diretiva n.º 2004/81/CE, do Conselho, de 29 de
decisões de afastamento de nacionais de países
abril, relativa ao título de residência concedido
terceiros;
aos nacionais de países terceiros que sejam
c) Diretiva n.º 2001/51/CE, do Conselho, de 28 de
vítimas do tráfico de seres humanos ou objeto de
junho, que completa as disposições do artigo 26.º
uma ação de auxílio à imigração ilegal e que
da Convenção de Aplicação do Acordo de
cooperem com as autoridades competentes;
Schengen, de 14 de junho de 1985;
e) Diretiva n.º 2004/82/CE, do Conselho, de 29 de
d) Diretiva n.º 2002/90/CE, do Conselho, de 28 de
abril, relativa à obrigação de comunicação de
novembro, relativa à definição do auxílio à
dados dos passageiros pelas transportadoras;
entrada, ao trânsito e à residência irregulares.
f) Diretiva n.º 2004/114/CE, do Conselho, de 13 de
dezembro, relativa às condições de admissão de
Artigo 3.º
nacionais de países terceiros para efeitos de
Definições
estudos, de intercâmbio de estudantes, de
formação não remunerada ou de voluntariado;
1 - Para efeitos da presente lei considera-se:
g) Diretiva n.º 2005/71/CE, do Conselho, de 12 de
outubro, relativa a um procedimento específico de a) «Atividade altamente qualificada» aquela cujo
admissão de nacionais de países terceiros para exercício requer competências técnicas
efeitos de investigação científica; especializadas ou de caráter excecional e,
consequentemente, uma qualificação adequada

15 Texto consolidado retirado da base de dados Datajuris.

263
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

para o respetivo exercício, designadamente de aquisição de unidades de participação em


ensino superior; fundos de investimento ou de capital de risco
b) «Atividade profissional independente» qualquer vocacionados para a capitalização de
atividade exercida pessoalmente, no âmbito de pequenas e médias empresas que, para esse
um contrato de prestação de serviços, relativa ao efeito, apresentem o respetivo plano de
exercício de uma profissão liberal ou sob a forma capitalização e o mesmo se demonstre
de sociedade; viável;
c) «Atividade profissional de caráter temporário» e) «Cartão azul UE» o título de residência que habilita
aquela que tem caráter sazonal ou não duradouro, um nacional de um país terceiro a residir e a
não podendo ultrapassar a duração de seis meses, exercer, em território nacional, uma atividade
exceto quando essa atividade seja exercida no profissional subordinada altamente qualificada;
âmbito de um contrato de investimento; f) «Centro de investigação» qualquer tipo de
d) «Atividade de investimento» qualquer atividade organismo, público ou privado, ou unidade de
exercida pessoalmente ou através de uma investigação e desenvolvimento, pública ou
sociedade que conduza, em regra, à concretização privada, que efetue investigação e seja
de, pelo menos, uma das seguintes situações em reconhecido oficialmente;
território nacional e por um período mínimo de g) «Condições de trabalho particularmente abusivas»
cinco anos: as condições de trabalho, incluindo as que
i) Transferência de capitais no montante igual ou resultem de discriminações baseadas no género
superior a 1 milhão de euros; ou outras, que sejam manifestamente
ii) Criação de, pelo menos, 10 postos de desproporcionais em relação às aplicáveis aos
trabalho; trabalhadores empregados legalmente e que, por
iii) Aquisição de bens imóveis de valor igual ou exemplo, sejam suscetíveis de afetar a saúde e a
superior a 500 mil euros; segurança dos trabalhadores ou sejam contrárias
iv) Aquisição de bens imóveis, cuja construção à dignidade da pessoa humana;
tenha sido concluída há, pelo menos, 30 anos h) «Convenção de Aplicação» a Convenção de
ou localizados em área de reabilitação Aplicação do Acordo de Schengen, de 14 de junho
urbana e realização de obras de reabilitação de 1985, assinada em Schengen em 19 de junho
dos bens imóveis adquiridos, no montante de 1990;
global igual ou superior a 350 mil euros; i) «Decisão de afastamento coercivo» o ato
v) Transferência de capitais no montante igual administrativo que declara a situação irregular de
ou superior a 350 mil euros, que seja um nacional de país terceiro e determina a
aplicado em atividades de investigação respetiva saída do território nacional;
desenvolvidas por instituições públicas ou j) «Estabelecimento de ensino» um estabelecimento,
privadas de investigação científica, público ou privado, reconhecido oficialmente e
integradas no sistema científico e cujos programas de estudo sejam reconhecidos;
tecnológico nacional; k) «Estado terceiro» qualquer Estado que não seja
vi) Transferência de capitais no montante igual membro da União Europeia nem seja parte na
ou superior a 250 mil euros, que seja Convenção de Aplicação ou onde esta não se
aplicado em investimento ou apoio à encontre em aplicação;
produção artística, recuperação ou l) «Estagiário não remunerado» o nacional de um
manutenção do património cultural nacional, Estado terceiro que tenha sido admitido no
através de serviços da administração direta território nacional para realizar um período de
central e periférica, institutos públicos, formação não remunerada, nos termos da
entidades que integram o setor público legislação aplicável;
empresarial, fundações públicas, fundações m) «Estudante do ensino superior» o nacional de um
privadas com estatuto de utilidade pública, Estado terceiro que tenha sido aceite por um
entidades intermunicipais, entidades que estabelecimento de ensino superior para
integram o setor empresarial local, entidades frequentar, a título de atividade principal, um
associativas municipais e associações programa de estudos a tempo inteiro, conducente
públicas culturais, que prossigam atribuições à obtenção de um grau académico ou de um
na área da produção artística, recuperação diploma do ensino superior reconhecido, podendo
ou manutenção do património cultural abranger um curso de preparação para tais
nacional; estudos ou a realização de investigações para a
vii) Transferência de capitais no montante igual obtenção de um grau académico;
ou superior a 500 mil euros, destinados à

264
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

n) «Estudante do ensino secundário» o nacional de outro país terceiro de opção do cidadão


um Estado terceiro que tenha sido admitido no estrangeiro e no qual seja aceite;
território nacional para frequentar o ensino v) «Residente legal» o cidadão estrangeiro habilitado
secundário, no quadro de um programa de com título de residência em Portugal, de validade
intercâmbio reconhecido ou mediante admissão igual ou superior a um ano;
individual; w) «Sociedade» as sociedades de direito civil ou
o) «Fronteiras externas» as fronteiras com Estados comercial, incluindo as sociedades cooperativas e
terceiros, os aeroportos, no que diz respeito aos as outras pessoas coletivas de direito público ou
voos que tenham como proveniência ou destino privado, com exceção das que não prossigam fins
os territórios dos Estados não vinculados à lucrativos;
Convenção de Aplicação, bem como os portos x) «Título de residência» o documento emitido de
marítimos, salvo no que se refere às ligações no acordo com as regras e o modelo uniforme em
território português e às ligações regulares de vigor na União Europeia ao nacional de Estado
transbordo entre Estados partes na Convenção de terceiro com autorização de residência;
Aplicação; y) «Trânsito aeroportuário» a passagem, para efeitos
p) «Fronteiras internas» as fronteiras comuns da medida de afastamento por via aérea, do
terrestres com os Estados partes na Convenção de nacional de um Estado terceiro e, se necessário,
Aplicação, os aeroportos, no que diz respeito aos da sua escolta, pelo recinto do aeroporto;
voos exclusiva e diretamente provenientes ou z) «Transportadora» qualquer pessoa singular ou
destinados aos territórios dos Estados partes na coletiva que preste serviços de transporte aéreo,
Convenção de Aplicação, bem como os portos marítimo ou terrestre de passageiros, a título
marítimos, no que diz respeito às ligações profissional;
regulares de navios que efetuem operações de aa) «Zona internacional do porto ou aeroporto» a
transbordo exclusivamente provenientes ou zona compreendida entre os pontos de
destinadas a outros portos nos territórios dos embarque e desembarque e o local onde
Estados partes na Convenção de Aplicação, sem forem instalados os pontos de controlo
escala em portos fora destes territórios; documental de pessoas;
q) «Investigador» um nacional de Estado terceiro bb) «Espaço equiparado a centro de instalação
titular de uma qualificação adequada de ensino temporária» o espaço próprio criado na zona
superior, que seja admitido por um centro de internacional de aeroporto português para a
investigação para realizar um projeto de instalação de passageiros não admitidos em
investigação que normalmente exija a referida território nacional e que aguardam o
qualificação; reembarque.
r) «Programa de voluntariado» um programa de 2 - O montante ou requisito quantitativo mínimo das
atividades concretas de solidariedade, baseadas atividades de investimento previstas nas
num programa do Estado ou da Comunidade subalíneas ii) a vi) da alínea d) do número anterior
Europeia, que prossiga objetivos de interesse podem ser inferiores em 20 %, quando as
geral; atividades sejam efetuadas em territórios de baixa
s) «Proteção internacional» o reconhecimento por um densidade.
Estado membro de um nacional de um país 3 - Para efeitos do disposto no número anterior,
terceiro ou de um apátrida com o estatuto de consideram-se territórios de baixa densidade os
refugiado ou estatuto de proteção subsidiária; de nível III da Nomenclatura de Unidades
t) «Qualificações profissionais elevadas» as Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS III) com
qualificações comprovadas por um diploma de menos de 100 habitantes por Km2 ou um produto
ensino superior ou por um mínimo de cinco anos interno bruto (PIB) per capita inferior a 75 % da
de experiência profissional de nível comparável a média nacional.
habilitações de ensino superior que seja
pertinente na profissão ou setor especificado no Artigo 4.º
contrato de trabalho ou na promessa de contrato Âmbito
de trabalho;
u) «Regresso» o retorno de nacionais de Estados 1 - O disposto na presente lei é aplicável a cidadãos
terceiros ao país de origem ou de proveniência estrangeiros e apátridas.
decorrente de uma decisão de afastamento ou ao 2 - Sem prejuízo da sua aplicação subsidiária e de
abrigo de acordos de readmissão comunitários ou referência expressa em contrário, a presente lei não é
bilaterais ou de outras Convenções, ou ainda a aplicável a:

265
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

a) Nacionais de um Estado membro da União 2 - São sujeitos a controlo nos postos de fronteira os
Europeia, de um Estado parte no Espaço indivíduos que entrem em território nacional ou dele
Económico Europeu ou de um Estado terceiro com saiam, sempre que provenham ou se destinem a
o qual a Comunidade Europeia tenha concluído Estados que não sejam Parte na Convenção de
um acordo de livre circulação de pessoas; Aplicação.
b) Nacionais de Estados terceiros que residam em 3 - O disposto no número anterior aplica-se igualmente
território nacional na qualidade de refugiados, aos indivíduos que utilizem um troço interno de um
beneficiários de proteção subsidiária ao abrigo das voo com origem ou destino em Estados que não
disposições reguladoras do asilo ou beneficiários sejam Parte na Convenção de Aplicação.
de proteção temporária; 4 - O controlo fronteiriço pode ser realizado a bordo de
c) Nacionais de Estados terceiros membros da família navios, em navegação, mediante requerimento do
de cidadão português ou de cidadão estrangeiro comandante do navio ou do agente de navegação e o
abrangido pelas alíneas anteriores. pagamento de taxa.
5 - Após realizado o controlo de saída de um navio ou
Artigo 5.º embarcação, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras,
Regimes especiais adiante designado por SEF, emite o respetivo
desembaraço de saída, constituindo a sua falta um
1 - O disposto na presente lei não prejudica os regimes impedimento à saída do navio do porto.
especiais constantes de: 6 - Por razões de ordem pública e segurança nacional
a) Acordos bilaterais ou multilaterais celebrados entre pode, após consulta dos outros Estados partes no
a Comunidade Europeia ou a Comunidade Acordo de Schengen, ser reposto excecionalmente,
Europeia e os seus Estados membros, por um por um período limitado, o controlo documental nas
lado, e um ou mais Estados terceiros, por outro; fronteiras internas.
b) Convenções internacionais de que Portugal seja
Parte ou a que se vincule, em especial os Artigo 7.º
celebrados ou que venha a celebrar com países de Zona internacional dos portos
língua oficial portuguesa, a nível bilateral ou no
quadro da Comunidade dos Países de Língua 1 - A zona internacional dos portos é coincidente na área
Oficial Portuguesa; de jurisdição da administração portuária com as zonas
c) Protocolos e memorandos de entendimento de cais vedado e nas áreas de cais livre com os pontos
celebrados entre Portugal e Estados terceiros. de embarque e desembarque.
2 - O disposto na presente lei não prejudica as obrigações 2 - A zona internacional dos portos compreende ainda as
decorrentes da Convenção Relativa ao Estatuto dos instalações do SEF.
Refugiados, adotada em Genebra em 28 de julho de
1951, alterada pelo Protocolo Adicional à Convenção Artigo 8.º
Relativa ao Estatuto dos Refugiados, adotado em Nova Acesso à zona internacional dos portos e aeroportos
Iorque em 31 de janeiro de 1967, das convenções
1 - O acesso à zona internacional dos aeroportos, em
internacionais em matéria de direitos humanos e das
escala ou em transferência de ligações internacionais,
convenções internacionais em matéria de extradição
por parte de cidadãos estrangeiros sujeitos à
de pessoas de que Portugal seja Parte ou a que se
obrigação de visto de escala, nos termos da presente
vincule.
lei, fica condicionada à titularidade do mesmo.
2 - A zona internacional do porto é de acesso restrito e
CAPÍTULO II
condicionado à autorização do SEF.
Entrada e saída do território nacional
3 - Podem ser concedidas, pelo responsável do posto de
SECÇÃO I fronteira marítima, autorizações de acesso à zona
Passagem na fronteira internacional do porto para determinadas finalidades,
designadamente visita ou prestação de serviços a
Artigo 6.º bordo.
Controlo fronteiriço 4 - Pela emissão das autorizações de acesso à zona
internacional do porto e de entrada a bordo de
1 - A entrada e a saída do território português efetuam- embarcações é devida uma taxa.
se pelos postos de fronteira qualificados para esse 5 - Nos postos da fronteira marítima podem ser
efeito e durante as horas do respetivo concedidas licenças para vir a terra a tripulantes de
funcionamento, sem prejuízo do disposto na embarcações e a passageiros de navios, durante o
Convenção de Aplicação. período em que os mesmos permaneçam no porto.

266
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

6 - A licença permite ao beneficiário a circulação na área 6 - Podem ainda sair do território português os cidadãos
contígua ao porto e é concedida pelo SEF mediante estrangeiros habilitados com salvo-conduto ou com
requerimento dos agentes de navegação documento de viagem para afastamento coercivo ou
acompanhado de termo de responsabilidade. expulsão judicial de cidadão nacional de Estado
7 - Podem ser concedidos vistos de curta duração nos terceiro.
postos de fronteira marítima, nos termos previstos na
presente lei. Artigo 10.º
Visto de entrada
SECÇÃO II
Condições gerais de entrada 1 - Para a entrada em território nacional, devem
igualmente os cidadãos estrangeiros ser titulares de
Artigo 9.º visto válido e adequado à finalidade da deslocação
Documentos de viagem e documentos que os concedido nos termos da presente lei ou pelas
substituem competentes autoridades dos Estados partes na
Convenção de Aplicação.
1 - Para entrada ou saída do território português os 2 - O visto habilita o seu titular a apresentar-se num
cidadãos estrangeiros têm de ser portadores de um posto de fronteira e a solicitar a entrada no País.
documento de viagem reconhecido como válido. 3 - Podem, no entanto, entrar no País sem visto:
2 - A validade do documento de viagem deve ser superior
a) Os cidadãos estrangeiros habilitados com título de
à duração da estada, salvo quando se tratar da
residência, prorrogação de permanência ou com o
reentrada de um cidadão estrangeiro residente no
cartão de identidade previsto no n.º 2 do artigo
País.
87.º, quando válidos;
3 - Podem igualmente entrar no País, ou sair dele, os
b) Os cidadãos estrangeiros que beneficiem dessa
cidadãos estrangeiros que:
faculdade nos termos de convenções
a) Sejam nacionais de Estados com os quais Portugal internacionais de que Portugal seja Parte.
tenha convenções internacionais que lhes
4 - O visto pode ser anulado pela entidade emissora em
permitam a entrada com o bilhete de identidade
território estrangeiro ou pelo SEF em território
ou documento equivalente;
nacional ou nos postos de fronteira, quando o seu
b) Sejam abrangidos pelas convenções relevantes
titular seja objeto de uma indicação para efeitos de
entre os Estados partes do Tratado do Atlântico
não admissão no Sistema de Informação Schengen,
Norte;
no Sistema Integrado de Informação do SEF ou preste
c) Sejam portadores de laissez-passer emitido pelas
declarações falsas no pedido de concessão do visto.
autoridades do Estado de que são nacionais ou do
5 - A anulação pelo SEF de vistos nos termos do número
Estado que os represente;
anterior deve ser comunicada de imediato à entidade
d) Sejam portadores da licença de voo ou do
emissora.
certificado de tripulante a que se referem os
6 - Da decisão de anulação é dado conhecimento por via
anexos n.os 1 e 9 à Convenção sobre Aviação Civil
eletrónica ao Alto Comissário para a Imigração e
Internacional, ou de outros documentos que os
Diálogo Intercultural, I. P., adiante designado por
substituam, quando em serviço;
ACIDI, I. P., e ao Conselho Consultivo para os Assuntos
e) Sejam portadores do documento de identificação
da Imigração, adiante designado por Conselho
de marítimo a que se refere a Convenção n.º 108
Consultivo, com indicação dos respetivos
da Organização Internacional do Trabalho, quando
fundamentos.
em serviço;
f) Sejam nacionais de Estados com os quais Portugal
Artigo 11.º
tenha convenções internacionais que lhes
Meios de subsistência
permitam a entrada apenas com a cédula de
inscrição marítima, quando em serviço. 1 - Não é permitida a entrada no País de cidadãos
4 - O laissez-passer previsto na alínea c) do número estrangeiros que não disponham de meios de
anterior só é válido para trânsito e, quando emitido subsistência suficientes, quer para o período da
em território português, apenas permite a saída do estada quer para a viagem para o país no qual a sua
País. admissão esteja garantida, ou que não estejam em
5 - Podem igualmente entrar no País, ou sair dele, com condições de adquirir legalmente esses meios.
passaporte caducado, os nacionais de Estados com os 2 - Para efeitos de entrada e permanência, devem os
quais Portugal tenha convenções internacionais nesse estrangeiros dispor, em meios de pagamento, per
sentido. capita, dos valores fixados por portaria dos membros
do Governo responsáveis pelas áreas da

267
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

administração interna, do emprego e da segurança 2 - A declaração de entrada deve ser prestada junto do
social, os quais podem ser dispensados aos que SEF, nos termos a definir por portaria do membro do
provem ter alimentação e alojamento assegurados Governo responsável pela área da administração
durante a respetiva estada. interna.
3 - Os quantitativos fixados nos termos do número 3 - O disposto nos números anteriores não se aplica aos
anterior são atualizados automaticamente de acordo cidadãos estrangeiros:
com as percentagens de aumento da remuneração a) Residentes ou autorizados a permanecer no País
mínima nacional mais elevada. por período superior a seis meses;
b) Que, logo após a entrada no País, se instalem em
Artigo 12.º estabelecimentos hoteleiros ou noutro tipo de
Termo de responsabilidade alojamento em que seja aplicável o disposto no
n.º 1 do artigo 16.º;
1 - Para os efeitos previstos no artigo anterior, o nacional
c) Que beneficiem do regime da União Europeia ou
de Estado terceiro pode, em alternativa, apresentar
equiparado.
termo de responsabilidade subscrito por cidadão
nacional ou estrangeiro habilitado a permanecer
Artigo 15.º
regularmente em território português.
Boletim de alojamento
2 - A aceitação do termo de responsabilidade referido no
número anterior depende da prova da capacidade 1 - O boletim de alojamento destina-se a permitir o
financeira do respetivo subscritor e inclui controlo dos cidadãos estrangeiros em território
obrigatoriamente o compromisso de assegurar: nacional.
a) As condições de estada em território nacional; 2 - Por cada cidadão estrangeiro, incluindo os nacionais
b) A reposição dos custos de afastamento, em caso de dos outros Estados membros da União Europeia, é
permanência ilegal. preenchido e assinado pessoalmente um boletim de
3 - O previsto no número anterior não exclui a alojamento, cujo modelo é aprovado por portaria do
responsabilidade das entidades referidas nos artigos membro do Governo responsável pela área da
198.º e 198.º-A, desde que verificados os respetivos administração interna.
pressupostos. 3 - Não é obrigatório o preenchimento e a assinatura
4 - O termo de responsabilidade constitui título executivo pessoal dos boletins por ambos os cônjuges e
da obrigação prevista na alínea b) do n.º 2. menores que os acompanhem, bem como por todos
5 - O modelo do termo de responsabilidade é aprovado os membros de um grupo de viagem, podendo esta
por despacho do diretor nacional do SEF. obrigação ser cumprida por um dos cônjuges ou por
6 - O SEF assegura a implementação de um sistema de um membro do referido grupo.
registo e arquivo dos termos de responsabilidade 4 - Com vista a simplificar o envio dos boletins de
apresentados, sem prejuízo das normas aplicáveis em alojamento, os estabelecimentos hoteleiros e
matéria de proteção de dados pessoais. similares devem proceder ao seu registo junto do SEF
como utilizadores do Sistema de Informação de
Artigo 13.º Boletins de Alojamento, por forma a poderem
Finalidade e condições da estada proceder à respetiva comunicação eletrónica em
condições de segurança.
Sempre que tal for julgado necessário para comprovar o 5 - Os boletins e respetivos duplicados, bem como os
objetivo e as condições da estada a autoridade de suportes substitutos referidos no número anterior,
fronteira pode exigir ao cidadão estrangeiro a são conservados pelo prazo de um ano contado a
apresentação de prova adequada. partir do dia seguinte ao da comunicação da saída.

SECÇÃO III Artigo 16.º


Declaração de entrada e boletim de alojamento Comunicação do alojamento

Artigo 14.º 1 - As empresas exploradoras de estabelecimentos


Declaração de entrada hoteleiros, meios complementares de alojamento
turístico ou conjuntos turísticos, bem como todos
1 - Os cidadãos estrangeiros que entrem no País por uma aqueles que facultem, a título oneroso, alojamento a
fronteira não sujeita a controlo, vindos de outro cidadãos estrangeiros, ficam obrigadas a comunicá-lo,
Estado membro, são obrigados a declarar esse facto no prazo de três dias úteis, por meio de boletim de
no prazo de três dias úteis a contar da data de alojamento, ao SEF ou, nas localidades onde este não
entrada.

268
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

exista, à Guarda Nacional Republicana ou à Polícia de regresso do seu titular dentro do respetivo prazo de
Segurança Pública. validade.
2 - Após a saída do cidadão estrangeiro do referido 3 - O título de viagem para refugiados pode incluir uma
alojamento, o facto deve ser comunicado, no mesmo única pessoa ou titular e filhos ou adotados menores
prazo, às entidades mencionadas no número anterior. de 10 anos.
3 - Os boletins de alojamento produzidos nos termos do 4 - Não são permitidos averbamentos no título de viagem
n.º 4 do artigo anterior são transmitidos de forma após a emissão, com exceção dos averbamentos
segura, nos termos a definir por portaria do membro relativos às prorrogações de validade previstas no n.º
do Governo responsável pela área da administração 2.
interna.
Artigo 20.º
SECÇÃO IV Competência para a concessão do título de viagem para
Documentos de viagem refugiados

SUBSECÇÃO I São competentes para a concessão do título de viagem


Documentos de viagem emitidos pelas autoridades para refugiados e respetiva prorrogação:
portuguesas a favor de cidadãos estrangeiros a) Em território nacional, o diretor nacional do SEF,
com faculdade de delegação;
Artigo 17.º
b) No estrangeiro, as autoridades consulares ou
Documentos de viagem
diplomáticas portuguesas, mediante parecer
favorável do SEF.
1 - As autoridades portuguesas podem emitir os
seguintes documentos de viagem a favor de cidadãos
Artigo 21.º
estrangeiros:
Emissão e controlo do título de viagem para
a) Passaporte para estrangeiros; Refugiados
b) Título de viagem para refugiados;
c) Salvo-conduto; 1 - A emissão do título de viagem para refugiados
d) Documento de viagem para afastamento coercivo incumbe às entidades competentes para a sua
ou expulsão judicial de cidadãos nacionais de concessão.
Estados terceiros; 2 - Compete ao SEF o controlo e registo nacional dos
e) Lista de viagem para estudantes. títulos de viagem emitidos.
2 - Os documentos de viagem emitidos pelas autoridades
portuguesas a favor de cidadãos estrangeiros não Artigo 22.º
fazem prova da nacionalidade do titular. Condições de validade do título de viagem para
refugiados
Artigo 18.º
Passaporte para estrangeiros 1 - O título de viagem para refugiados só é válido quando
preenchido em condições legíveis e com todos os
A concessão do passaporte para estrangeiros obedece espaços utilizados, quando imprescindíveis, ou
ao disposto em legislação própria. inutilizados, em caso contrário.
2 - Não são consentidas emendas ou rasuras de qualquer
Artigo 19.º natureza.
Título de viagem para refugiados 3 - As fotografias a utilizar devem ser atuais, a cores, com
fundo contrastante e liso e com boas condições de
1 - Os cidadãos estrangeiros residentes no País na identificação.
qualidade de refugiados, nos termos da lei reguladora 4 - A fotografia do titular e a assinatura da entidade
do direito de asilo, bem como os refugiados emitente do título de viagem são autenticadas pela
abrangidos pelo disposto no § 11.º do anexo à aposição do selo branco do serviço.
Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados, 5 - O título de viagem é assinado pelo titular, salvo se no
adotada em Genebra em 28 de julho de 1951, podem local indicado constar, aposta pela entidade emitente,
obter um título de viagem de modelo a aprovar por declaração de que não sabe ou não pode assinar.
portaria do membro do Governo responsável pela
área da administração interna.
2 - O título de viagem para refugiados é válido pelo
período de um ano, prorrogável, e pode ser utilizado
em número ilimitado de viagens, permitindo o

269
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 23 provem a impossibilidade de obter outro documento


Pedido de título de viagem para refugiados de viagem.
3 - A emissão de salvo-conduto com a finalidade exclusiva
1 - O pedido de título de viagem é formulado pelo de permitir a saída do País é da competência do
próprio requerente. diretor nacional do SEF, com faculdade de delegação.
2 - O pedido relativo a título de viagem para menores é 4 - A emissão de salvo-conduto com a finalidade exclusiva
formulado: de permitir a entrada no País é da competência das
a) Por qualquer dos progenitores, na constância do embaixadas e dos postos consulares de carreira
matrimónio; portugueses, mediante parecer favorável do SEF.
b) Pelo progenitor que exerça as responsabilidades 5 - O modelo de salvo-conduto é aprovado por portaria
parentais, nos termos de decisão judicial; do membro do Governo responsável pela área da
c) Por quem, na falta dos progenitores, exerça, nos administração interna.
termos da lei, as responsabilidades parentais.
Artigo 27
3 - Tratando-se de indivíduos declarados interditos ou Documento de viagem para afastamento ou expulsão
inabilitados, o pedido é formulado por quem exercer de cidadãos nacionais de Estados terceiros
a tutela ou a curatela sobre os mesmos.
4 - O diretor nacional do SEF pode, em casos justificados, 1 - Ao cidadão nacional de Estado terceiro objeto de uma
suprir, por despacho, as intervenções previstas nos decisão de afastamento coercivo ou de expulsão
n.ºs 2 e 3. judicial e que não disponha de documento de viagem
é emitido um documento para esse efeito.
2 - O documento previsto no número anterior é válido
Artigo 24 para uma única viagem.
Limitações à utilização do título de viagem para 3 - O modelo do documento é aprovado por portaria do
refugiados membro do Governo responsável pela área da
administração interna.
O refugiado que, utilizando o título de viagem concedido
nos termos da presente lei, tenha estado em país SUBSECÇÃO II
relativamente ao qual adquira qualquer das situações Documentos de viagem emitidos por autoridades
previstas nos parágrafos 1 a 4 da secção C do artigo 1.º da estrangeiras
Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados, adotada Artigo 28.º
em Genebra em 28 de julho de 1951, deve munir-se de Controlo de documentos de viagem
título de viagem desse país.
Os cidadãos estrangeiros não residentes
Artigo 25 habilitados com documentos de viagem emitidos
Utilização indevida do título de viagem para refugiados em território nacional pelas missões diplomáticas
ou postos consulares estrangeiros devem
1 - São apreendidos pelas autoridades a quem forem apresentá-los, no prazo de três dias após a data de
apresentados e remetidos ao SEF os títulos de viagem emissão, ao SEF, a fim de serem visados.
para refugiados utilizados em desconformidade com a
lei. SECÇÃO V
2 - Pode ser recusada a aceitação dos títulos de viagem Entrada e saída de estudantes nacionais de Estados
cujos elementos de identificação dos indivíduos terceiros
mencionados se apresentem desconformes.
Artigo 29.º
Artigo 26 Entrada e permanência de estudantes residentes na
Salvo-conduto União Europeia

1 - Pode ser concedido salvo-conduto aos cidadãos 1 - Os estudantes nacionais de Estados terceiros
estrangeiros que, não residindo no País, demonstrem residentes no território dos outros Estados membros
impossibilidade ou dificuldade de sair do território da União Europeia podem entrar e permanecer
português. temporariamente em território nacional sem
2 - Em casos excecionais, decorrentes de razões de necessidade de visto quando se desloquem em
interesse nacional ou do cumprimento de obrigações viagem escolar organizada por um estabelecimento
internacionais, pode ser emitido salvo-conduto a de ensino oficialmente reconhecido.
cidadãos estrangeiros que, não residindo no País,

270
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

2 - Para efeitos do número anterior os estudantes têm munidos de autorização concedida pelo mesmo,
de: legalmente certificada.
a) Estar acompanhados por um professor do 5 - Aos menores desacompanhados que aguardem uma
estabelecimento de ensino; decisão sobre a sua admissão no território nacional
b) Estar incluídos na lista dos estudantes que ou sobre o seu repatriamento deve ser concedido
participam na viagem emitida pelo respetivo todo o apoio material e a assistência necessária à
estabelecimento, onde conste a sua identificação, satisfação das suas necessidades básicas de
bem como o objetivo e as circunstâncias da alimentação, de higiene, de alojamento e assistência
viagem; médica.
c) Possuir documento de viagem válido. 6 - Os menores desacompanhados só podem ser
repatriados para o seu país de origem ou para país
3 - O requisito previsto na alínea c) do número anterior é terceiro que esteja disposto a acolhê-los se existirem
dispensado quando os estudantes constem de uma garantias de que à chegada lhes sejam assegurados o
lista, devidamente autenticada pela entidade acolhimento e a assistência adequados.
competente do Estado membro de proveniência, que
contenha os seguintes elementos: SECÇÃO VII
a) Fotografias recentes dos estudantes; Recusa de entrada
b) Confirmação do seu estatuto de residente;
c) Autorização de reentrada. Artigo 32.º
Recusa de entrada
Artigo 30.º
Saída de estudantes residentes no País 1 - A entrada em território português é recusada aos
cidadãos estrangeiros que:
Os estudantes nacionais de Estados terceiros residentes a) Não reúnam cumulativamente os requisitos legais
em território nacional podem igualmente sair para os de entrada; ou
outros Estados membros da União Europeia, desde que b) Estejam indicados para efeitos de não admissão no
se verifiquem os requisitos do artigo anterior, Sistema de Informação Schengen; ou
competindo ao SEF a autenticação da lista a que alude a c) Estejam indicados para efeitos de não admissão no
mesma norma. Sistema Integrado de Informações do SEF; ou
d) Constituam perigo ou grave ameaça para a ordem
SECÇÃO VI pública, a segurança nacional, a saúde pública ou
Entrada e saída de menores para as relações internacionais de Estados
membros da União Europeia, bem como de
Artigo 31.º Estados onde vigore a Convenção de Aplicação.
Entrada e saída de menores
2 - A recusa de entrada com fundamento em razões de
1 - Sem prejuízo de formas de turismo ou intercâmbio saúde pública só pode basear-se nas doenças
juvenil, a autoridade competente deve recusar a definidas nos instrumentos aplicáveis da Organização
entrada no País aos cidadãos estrangeiros menores Mundial de Saúde ou em outras doenças infeciosas
de 18 anos quando desacompanhados de quem ou parasitárias contagiosas objeto de medidas de
exerce as responsabilidades parentais ou quando em proteção em território nacional.
território português não exista quem, devidamente 3 - Pode ser exigido ao nacional de Estado terceiro a
autorizado pelo representante legal, se responsabilize sujeição a exame médico, a fim de que seja atestado
pela sua estada. que não sofre de nenhuma das doenças mencionadas
2 - Salvo em casos excecionais, devidamente justificados, no número anterior, bem como às medidas médicas
não é autorizada a entrada em território português de adequadas.
menor estrangeiro quando o titular das
responsabilidades parentais ou a pessoa a quem Artigo 33.º
esteja confiado não seja admitido no País. Indicação para efeitos de não admissão
3 - Se o menor estrangeiro não for admitido em território
português, deve igualmente ser recusada a entrada à 1 - São indicados para efeitos de não admissão no
pessoa a quem tenha sido confiado. Sistema Integrado de Informações do SEF os cidadãos
4 - É recusada a saída do território português a menores estrangeiros:
estrangeiros residentes que viajem a) Que tenham sido objeto de uma decisão de
desacompanhados de quem exerça as afastamento coercivo ou de expulsão judicial do
responsabilidades parentais e não se encontrem país;

271
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

b) Que tenham sido reenviados para outro país ao Artigo 35.º


abrigo de um acordo de readmissão; Verificação da validade dos documentos
c) Em relação aos quais existam fortes indícios de
terem praticado factos puníveis graves; O SEF pode, em casos de dúvida sobre a autenticidade
d) Em relação aos quais existam fortes indícios de que dos documentos emitidos pelas autoridades
tencionam praticar factos puníveis graves ou de portuguesas, aceder à informação constante do processo
que constituem uma ameaça para a ordem que permitiu a emissão do passaporte, bilhete de
pública, para a segurança nacional ou para as identidade ou outro qualquer documento utilizado para
relações internacionais de um Estado membro da a passagem das fronteiras.
União Europeia ou de Estados onde vigore a
Convenção de Aplicação; Artigo 36.º
e) Que tenham sido conduzidos à fronteira, nos Limites à recusa de entrada
termos do artigo 147.º
Com exceção dos casos a que se referem as alíneas a), c)
2 - São ainda indicados no Sistema Integrado de
e d) do n.º 1 e o n.º 3 do artigo 33.º, não pode ser
Informações do SEF para efeitos de não admissão os
recusada a entrada a cidadãos estrangeiros que:
beneficiários de apoio ao regresso voluntário nos
termos do artigo 139.º, sendo a indicação eliminada a) Tenham nascido em território português e aqui
no caso previsto no n.º 3 dessa disposição. residam habitualmente;
3 - Podem ser indicados, para efeitos de não admissão, os b) Tenham a seu cargo filhos menores de
cidadãos estrangeiros que tenham sido condenados nacionalidade portuguesa ou estrangeira, neste
por sentença com trânsito em julgado em pena caso com residência legal em Portugal, sobre os
privativa de liberdade de duração não inferior a um quais exerçam efetivamente as responsabilidades
ano, ainda que esta não tenha sido cumprida, ou que parentais e a quem assegurem o sustento e a
tenham sofrido mais de uma condenação em idêntica educação.
pena, ainda que a sua execução tenha sido suspensa.
4 - As medidas de interdição de entrada que não Artigo 37.º
dependam de prazos definidos nos termos da Competência para recusar a entrada
presente lei são periodicamente reapreciadas, com
vista à sua manutenção ou eliminação. A recusa da entrada em território nacional é da
5 - As medidas de interdição de entrada que não tenham competência do diretor nacional do SEF, com faculdade
sido decretadas judicialmente e que estejam sujeitas de delegação.
aos prazos definidos nos termos da presente lei
podem ser reapreciadas a todo o tempo, por iniciativa Artigo 38.º
do diretor nacional do SEF e atendendo a razões Decisão e notificação
humanitárias ou de interesse nacional, tendo em vista
a sua eliminação. 1 - A decisão de recusa de entrada é proferida após
6 - A indicação de um cidadão estrangeiro no Sistema de audição do cidadão estrangeiro, que vale, para todos
Informação Schengen depende de decisão proferida os efeitos, como audiência do interessado, e é
pelas entidades competentes de um Estado parte na imediatamente comunicada à representação
Convenção de Aplicação. diplomática ou consular do seu país de origem.
7 - É da competência do diretor nacional do SEF a 2 - A decisão de recusa de entrada é notificada ao
indicação de um cidadão estrangeiro no Sistema de interessado, em língua que presumivelmente possa
Informação Schengen ou no Sistema Integrado de entender, com indicação dos seus fundamentos, dela
Informações do SEF para efeitos de não admissão. devendo constar o direito de impugnação judicial e o
respetivo prazo.
Artigo 34.º 3 - É igualmente notificada a transportadora para os
Apreensão de documentos de viagem efeitos do disposto no artigo 41.º
4 - Sempre que não seja possível efetuar o reembarque
Quando a recusa de entrada se fundar na apresentação do cidadão estrangeiro dentro de 48 horas após a
de documento de viagem falso, falsificado, alheio ou decisão de recusa de entrada, do facto é dado
obtido fraudulentamente, o mesmo é apreendido e conhecimento ao juiz do juízo de pequena instância
remetido para a entidade nacional ou estrangeira criminal, na respetiva área de jurisdição, ou do
competente, em conformidade com as disposições tribunal de comarca, nas restantes áreas do País, a
aplicáveis. fim de ser determinada a manutenção daquele em
centro de instalação temporária ou espaço
equiparado.

272
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

2 - Enquanto não se efetuar o reembarque, o passageiro


Artigo 39.º fica a cargo da transportadora, sendo da sua
Impugnação judicial responsabilidade o pagamento da taxa
correspondente à estada do passageiro no centro de
A decisão de recusa de entrada é suscetível de instalação temporária ou espaço equiparado.
impugnação judicial, com efeito meramente devolutivo, 3 - Sempre que tal se justifique, o cidadão estrangeiro
perante os tribunais administrativos. que não reúna as condições de entrada é afastado do
território português sob escolta, a qual é assegurada
Artigo 40.º pelo SEF.
Direitos do cidadão estrangeiro não admitido 4 - São da responsabilidade da transportadora as
despesas a que a utilização da escolta der lugar,
1 - Durante a permanência na zona internacional do incluindo o pagamento da respetiva taxa.
porto ou aeroporto ou em centro de instalação 5 - O disposto nos números anteriores é igualmente
temporária ou espaço equiparado, o cidadão aplicável no caso de recusa de entrada de um cidadão
estrangeiro a quem tenha sido recusada a entrada em estrangeiro em trânsito quando:
território português pode comunicar com a
a) A transportadora que o deveria encaminhar para o
representação diplomática ou consular do seu país ou
país de destino se recusar a embarcá-lo;
com qualquer pessoa da sua escolha, beneficiando,
b) As autoridades do Estado de destino lhe tiverem
igualmente, de assistência de intérprete e de
recusado a entrada e o tiverem reencaminhado
cuidados de saúde, incluindo a presença de médico,
para território português.
quando necessário, e todo o apoio material
necessário à satisfação das suas necessidades básicas.
Artigo 42.º
2 - Ao cidadão estrangeiro a quem tenha sido recusada a
Transmissão de dados
entrada em território nacional é garantido, em tempo
útil, o acesso à assistência jurídica por advogado, a
1 - As transportadoras que prestem serviços de
expensas do próprio ou, a pedido, à proteção jurídica,
transporte aéreo de passageiros são obrigadas a
aplicando-se, com as devidas adaptações, a Lei n.º
transmitir, até ao final do registo de embarque e a
34/2004, de 29 de julho, no regime previsto para a
pedido do SEF, as informações relativas aos
nomeação de defensor do arguido para diligências
passageiros que transportarem até um posto de
urgentes.
fronteira através do qual entrem em território
3 - Para efeitos do disposto no número anterior, a
nacional.
garantia da assistência jurídica ao cidadão estrangeiro
2 - As informações referidas no número anterior incluem:
não admitido pode ser objeto de um protocolo a
celebrar entre o Ministério da Administração Interna, a) O número, o tipo, a data de emissão e a validade
o Ministério da Justiça e a Ordem dos Advogados. do documento de viagem utilizado;
4 - Sem prejuízo da proteção conferida pela lei do asilo, é b) A nacionalidade;
igualmente garantido ao cidadão que seja objeto de c) O nome completo;
decisão de recusa de entrada a observância, com as d) A data de nascimento;
necessárias adaptações, do regime previsto no artigo e) O ponto de passagem da fronteira à entrada no
143.º território nacional;
CAPÍTULO III f) O código do transporte;
Obrigações das transportadoras g) A hora de partida e de chegada do transporte;
h) O número total de passageiros incluídos nesse
Artigo 41.º transporte;
Responsabilidade das transportadoras i) O ponto inicial de embarque.
3 - A transmissão dos dados referidos no presente artigo
1 - A transportadora que proceda ao transporte para não dispensa as transportadoras das obrigações e
território português, por via aérea, marítima ou responsabilidades previstas no artigo anterior.
terrestre, de cidadão estrangeiro que não reúna as 4 - Os armadores ou os agentes de navegação que os
condições de entrada fica obrigada a promover o seu representam, bem como os comandantes das
retorno, no mais curto espaço de tempo possível, embarcações de pesca que naveguem em águas
para o ponto onde começou a utilizar o meio de internacionais, apresentam ao SEF a lista dos
transporte, ou, em caso de impossibilidade, para o tripulantes e passageiros, sem rasuras, emendas ou
país onde foi emitido o respetivo documento de alterações dos elementos nela registados, e
viagem ou para qualquer outro local onde a sua comunicam a presença de clandestinos a bordo,
admissão seja garantida. quarenta e oito horas antes da chegada e até duas

273
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

horas antes da saída da embarcação de um porto registados ou o mais tardar no momento da primeira
nacional. comunicação desses dados, as informações referidas
no número anterior.
Artigo 43.º
Tratamento de dados CAPÍTULO IV
Vistos
1 - Os dados a que se refere o artigo anterior são
recolhidos pelas transportadoras e transmitidos SECÇÃO I
eletronicamente ou, em caso de avaria, por qualquer Vistos concedidos no estrangeiro
outro meio apropriado, ao SEF, a fim de facilitar a
execução de controlos no posto autorizado de Artigo 45.º
passagem da fronteira de entrada do passageiro no Tipos de vistos concedidos no estrangeiro
território nacional.
2 - O SEF conserva os dados num ficheiro provisório. No estrangeiro podem ser concedidos os
3 - Após a entrada dos passageiros, a autoridade referida seguintes tipos de vistos:
no número anterior apaga os dados no prazo de vinte a) Visto de escala aeroportuária;
e quatro horas a contar da sua transmissão, salvo se b) (Revogada.)
forem necessários para o exercício das funções legais c) Visto de curta duração;
das autoridades responsáveis pelo controlo de d) Visto de estada temporária;
passageiros nas fronteiras externas, nos termos da lei e) Visto para obtenção de autorização de residência,
e em conformidade com a Lei n.º 67/98, de 26 de adiante designado visto de residência.
outubro, relativa à proteção de dados pessoais.
4 - No prazo de vinte e quatro horas a contar da chegada Artigo 46.º
do meio de transporte, as transportadoras eliminam Validade territorial dos vistos
os dados pessoais por elas recolhidos e transmitidos
ao SEF. 1 - Os vistos de escala aeroportuária e de curta duração
5 - Sem prejuízo do disposto na Lei n.º 67/98, de 26 de podem ser válidos para um ou mais Estados partes na
outubro, relativa à proteção de dados pessoais, os Convenção de Aplicação.
dados a que se refere o artigo anterior podem ser 2 - Os vistos de estada temporária e de residência são
utilizados para efeitos de aplicação de disposições válidos apenas para o território português.
legais em matéria de segurança e ordem públicas.
Artigo 47.º
Visto individual
Artigo 44.º
Informação dos passageiros 1 - O visto individual é aposto em passaporte individual
ou familiar.
1 - Para efeitos de aplicação do disposto no artigo 42.º, 2 - (Revogado.)
as transportadoras, no momento da recolha dos 3 - Os vistos concedidos no estrangeiro são concedidos
dados, prestam as seguintes informações aos sob a forma individual.
passageiros em causa: 4 - (Revogado.)
a) Identidade do responsável pelo tratamento; 5 - (Revogado.)
b) Finalidades do tratamento a que os dados se
destinam; Artigo 48.º
c) Outras informações, tendo em conta as Competência para a concessão de vistos
circunstâncias específicas da recolha dos dados,
necessárias para garantir à pessoa em causa um 1 - São competentes para conceder vistos:
tratamento leal dos mesmos, tais como os a) As embaixadas e os postos consulares de carreira
destinatários ou categorias de destinatários dos portugueses, quando se trate de vistos de escala
dados, o caráter obrigatório da resposta, bem aeroportuária ou de curta duração solicitados por
como as possíveis consequências da sua omissão, titulares de passaportes diplomáticos, de serviço,
e a existência do direito de acesso aos dados que oficiais e especiais ou de documentos de viagem
lhe digam respeito e do direito de os retificar. emitidos por organizações internacionais;
2 - Quando os dados não tenham sido recolhidos junto da b) Os postos consulares de carreira e as secções
pessoa a que dizem respeito, o responsável pelo seu consulares, nos restantes casos.
tratamento, ou o seu representante, fornece à pessoa
em causa, no momento em que os dados sejam

274
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

2 - Compete às entidades referidas no número anterior Artigo 52.º


solicitar os pareceres, informações e demais Condições gerais de concessão de vistos de residência,
elementos necessários para a instrução dos pedidos. de estada temporária e de curta duração

Artigo 49.º 1 - Sem prejuízo de condições especiais aplicáveis à


Visto de escala aeroportuária concessão de cada tipo de visto e dos regimes
especiais constantes de acordos, protocolos ou
1 - O visto de escala aeroportuária destina-se a permitir instrumentos similares, tratados e convenções
ao seu titular, quando utilize uma ligação internacionais de que Portugal seja Parte, só são
internacional, a passagem por um aeroporto de um concedidos vistos de residência, de estada temporária
Estado parte na Convenção de Aplicação. e de curta duração a nacionais de Estados terceiros
2 - O titular do visto de escala aeroportuária apenas tem que preencham as seguintes condições:
acesso à zona internacional do aeroporto, devendo
a) Não tenham sido sujeitos a uma medida de
prosseguir a viagem na mesma ou em outra
afastamento do País e se encontrem no período
aeronave, de harmonia com o título de transporte.
subsequente de interdição de entrada em
3 - Estão sujeitos a visto de escala os nacionais de
território nacional;
Estados identificados em despacho dos membros do
b) Não estejam indicados para efeitos de não
Governo responsáveis pelas áreas da administração
admissão no Sistema de Informação Schengen por
interna e dos negócios estrangeiros ou titulares de
qualquer das Partes Contratantes;
documentos de viagem emitidos pelos referidos
c) Não estejam indicados para efeitos de não
Estados.
admissão no Sistema Integrado de Informações do
4 - O despacho previsto no número anterior fixa as
SEF, nos termos do artigo 33.º;
exceções à exigência deste tipo de visto.
d) Disponham de meios de subsistência, tal como
definidos por portaria dos membros do Governo
Artigo 50.º
responsáveis pelas áreas da administração interna
(Revogado.)
e da solidariedade e segurança social;
e) Disponham de um documento de viagem válido;
Artigo 51.º
f) Disponham de um seguro de viagem.
Visto de curta duração
2 - Para a concessão de visto de residência para exercício
1 - O visto de curta duração destina-se a permitir a de atividade profissional subordinada ou
entrada em território português ao seu titular para independente, de visto de residência para estudo,
fins que, sendo aceites pelas autoridades intercâmbio de estudantes, estágio profissional ou
competentes, não justifiquem a concessão de outro voluntariado, de visto de estada temporária e de visto
tipo de visto, designadamente para fins de trânsito, de curta duração é ainda exigido ao nacional de
de turismo e de visita ou acompanhamento de Estado terceiro que disponha de um título de
familiares que sejam titulares de visto de estada transporte que assegure o seu regresso.
temporária. 3 - É recusada a emissão de visto de estada temporária
2 - O visto pode ser concedido com um prazo de validade ou visto de residência a nacional de Estado terceiro
de um ano e para uma ou mais entradas, não que tenha sido condenado por crime que em Portugal
podendo a duração de uma estada ininterrupta ou a seja punível com pena privativa de liberdade de
duração total das estadas sucessivas exceder 90 dias duração superior a um ano, ainda que esta não tenha
em cada 180 dias a contar da data da primeira sido cumprida, ou que tenha sofrido mais de uma
passagem de uma fronteira externa. condenação em idêntica pena, ainda que a sua
3 - Em casos devidamente fundamentados, e quando tal execução tenha sido suspensa.
se revele de interesse para o País, pode ser 4 - Pode ser recusada a emissão de visto a pessoas que
concedido, por despacho conjunto dos membros do constituam perigo ou ameaça para a ordem pública, a
Governo responsáveis pelas áreas da administração segurança ou a defesa nacional ou a saúde pública.
interna e dos negócios estrangeiros, um visto de 5 - Sempre que a concessão do visto seja recusada pelos
múltiplas entradas a determinadas categorias de fundamentos previstos nas alíneas b) e c) do n.º 1, o
pessoas com um prazo de validade superior a um ano. requerente é informado da possibilidade de solicitar a
retificação dos dados que a seu respeito se
encontrem errados.
6 - Sempre que o requerente seja objeto de interdição de
entrada emitida por um Estado parte ou Estado
associado na Convenção de Aplicação do Acordo de

275
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Schengen, este deve ser previamente consultado a) Tratamento médico em estabelecimentos de


devendo os seus interesses ser tidos em saúde oficiais ou oficialmente reconhecidos;
consideração, em conformidade com o artigo 25.º b) Transferência de cidadãos nacionais de Estados
daquela Convenção. partes na Organização Mundial de Comércio, no
contexto da prestação de serviços ou da realização
Artigo 53.º de formação profissional em território português;
Formalidades prévias à concessão de vistos c) Exercício em território nacional de uma atividade
profissional, subordinada ou independente, de
1 - Carece de parecer prévio obrigatório do SEF a caráter temporário, cuja duração não ultrapasse,
concessão de visto nos seguintes casos: em regra, os seis meses;
a) Quando sejam solicitados vistos de residência e de d) Exercício em território nacional de uma atividade
estada temporária; de investigação científica em centros de
b) Quando tal for determinado por razões de investigação, de uma atividade docente num
interesse nacional, por motivos de segurança estabelecimento de ensino superior ou de uma
interna ou de prevenção da imigração ilegal e da atividade altamente qualificada durante um
criminalidade conexa. período de tempo inferior a um ano;
e) Exercício em território nacional de uma atividade
2 - Relativamente aos pedidos de vistos referidos no desportiva amadora, certificada pela respetiva
número anterior é emitido parecer negativo, sempre federação, desde que o clube ou associação
que o requerente tenha sido condenado em Portugal desportiva se responsabilize pelo alojamento e
por sentença com trânsito em julgado em pena de cuidados de saúde;
prisão superior a um ano, ainda que esta não tenha f) Permanecer em território nacional por períodos
sido cumprida, ou tenha sofrido mais de uma superiores a três meses, em casos excecionais,
condenação em idêntica pena ainda que a sua devidamente fundamentados, designadamente
execução tenha sido suspensa. para frequência de programa de estudo em
3 - Em casos urgentes e devidamente justificados, pode estabelecimento de ensino, intercâmbio de
ser dispensada a consulta prévia quando se trate de estudantes, estágio profissional não remunerado
pedidos de visto de residência para exercício de ou voluntariado, de duração igual ou inferior a um
atividade profissional independente e de estada ano, ou para efeitos de cumprimento dos
temporária. compromissos internacionais no âmbito da
4 - Carece de consulta prévia ao Serviço de Informações Organização Mundial de Comércio e dos
de Segurança a concessão de visto, quando a mesma decorrentes de convenções e acordos
for determinada por razões de segurança nacional ou internacionais de que Portugal seja Parte, em sede
em cumprimento dos mecanismos acordados no de liberdade de prestação de serviços;
âmbito da política europeia de segurança comum. g) Acompanhamento de familiar sujeito a tratamento
5 - Compete ao SEF solicitar e obter de outras entidades médico nos termos da alínea a).
os pareceres, informações e demais elementos
necessários para o cumprimento do disposto na 2 - O visto de estada temporária é válido por quatro
presente lei em matéria de concessão de vistos de meses e para múltiplas entradas em território
residência e de estada temporária. nacional, sem prejuízo do disposto no n.º 4 do artigo
6 - Os pareceres necessários à concessão de vistos, 56.º
quando negativos, são vinculativos, sendo emitidos 3 - O prazo máximo para a decisão sobre o pedido de
no prazo de sete dias, no caso dos vistos de curta visto de estada temporária é de 30 dias contados a
duração, ou de 20 dias, nos restantes casos, findo o partir da instrução do pedido.
qual a ausência de emissão corresponde a parecer
favorável. Artigo 55.º
Visto de estada temporária no âmbito da transferência
SUBSECÇÃO I de trabalhadores
Visto de estada temporária
A concessão de visto de estada temporária a cidadãos
Artigo 54.º nacionais de Estados partes da Organização Mundial do
Visto de estada temporária Comércio, transferidos no contexto da prestação de
serviços ou da realização de formação profissional em
1 - O visto de estada temporária destina-se a permitir a território português, depende da verificação das
entrada em território português ao seu titular para: seguintes condições:

276
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

a) A transferência tem de efetuar-se entre 5 - Excecionalmente, pode ser concedido um visto de


estabelecimentos de uma mesma empresa ou estada temporária para exercício de atividade
mesmo grupo de empresas, devendo o profissional subordinada de caráter temporário de
estabelecimento situado em território português duração superior a seis meses, sempre que essa
prestar serviços equivalentes aos prestados pelo atividade se insira no âmbito de um contrato de
estabelecimento de onde é transferido o cidadão investimento e até ao limite temporal da respetiva
estrangeiro; execução.
b) A transferência tem de referir-se a sócios ou
trabalhadores subordinados, há pelo menos um Artigo 57.º
ano, no estabelecimento situado noutro Estado Visto de estada temporária para atividade de
parte da Organização Mundial do Comércio, que investigação ou altamente qualificada
se incluam numa das seguintes categorias:
i) Os que, possuindo poderes de direção, O visto de estada temporária pode ser concedido a
trabalhem como quadros superiores da nacionais de Estados terceiros que pretendam exercer
empresa e façam, essencialmente, a gestão uma atividade de investigação, uma atividade docente
de um estabelecimento ou departamento, num estabelecimento de ensino superior ou uma
recebendo orientações gerais do conselho de atividade altamente qualificada por período inferior a um
administração; ano, desde que:
ii) Os que possuam conhecimentos técnicos a) Sejam admitidos a colaborar num centro de
específicos essenciais à atividade, ao investigação, reconhecido pelo Ministério da
equipamento de investigação, às técnicas ou Educação e Ciência, nomeadamente através de
à gestão da mesma; uma promessa ou contrato de trabalho, de uma
iii) Os que devam receber formação profissional proposta ou contrato de prestação de serviços ou
no estabelecimento situado em território de uma bolsa de investigação científica; ou
nacional. b) Tenham uma promessa ou um contrato de
trabalho ou uma proposta escrita ou um contrato
Artigo 56.º de prestação de serviços para exercer uma
Visto de estada temporária para exercício de atividade atividade docente num estabelecimento de ensino
profissional subordinada de caráter temporário superior ou uma atividade altamente qualificada
em território nacional.
1 - Pode ser concedido visto de estada temporária a
nacionais de Estados terceiros que pretendam SUBSECÇÃO II
exercer em território nacional uma atividade Visto de residência
profissional subordinada de caráter temporário,
desde que disponham de promessa ou de contrato de Artigo 58.º
trabalho. Visto de residência
2 - O Instituto do Emprego e Formação Profissional
mantém um sistema de informação, acessível ao 1 - O visto de residência destina-se a permitir ao seu
público, de onde constem todas as ofertas de titular a entrada em território português a fim de
trabalho subordinado, de caráter temporário, não solicitar autorização de residência.
preenchidas por nacionais de Estados membros da 2 - O visto de residência é válido para duas entradas em
União Europeia, do Espaço Económico Europeu ou de território português e habilita o seu titular a nele
Estados terceiros residentes legais em território permanecer por um período de quatro meses.
nacional, e divulga-as, por iniciativa própria ou a 3 - Sem prejuízo da aplicação de condições específicas, na
pedido das entidades empregadoras ou das apreciação do pedido de visto de residência atender-
associações com assento no Conselho Consultivo, se-á, designadamente, à finalidade pretendida com a
junto das embaixadas e postos consulares de carreira fixação de residência.
portugueses. 4 - Sem prejuízo de prazos mais curtos previstos nesta lei,
3 - Para os efeitos do disposto nos números anteriores, o prazo para a decisão sobre o pedido de visto de
as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira residência é de 60 dias.
mantêm sistemas de informação sobre ofertas de
trabalho existentes na respetiva Região.
4 - O visto de estada temporária para exercício de
atividade profissional subordinada de caráter
temporário é concedido pelo tempo de duração do
contrato de trabalho.

277
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 59.º 6 - Para efeitos do disposto na alínea b) do número


Visto de residência para exercício de atividade anterior, as candidaturas de nacionais de Estados
profissional subordinada terceiros são remetidas, através do Instituto do
Emprego e da Formação Profissional ou, nas regiões
1 - A concessão de visto para obtenção de autorização de autónomas, dos respetivos departamentos, às
residência para exercício de atividade profissional entidades empregadoras que mantenham ofertas de
subordinada depende da existência de oportunidades emprego abrangidas pelo n.º 4.
de emprego, não preenchidas por nacionais 7 - Excecionalmente, e independentemente do
portugueses, trabalhadores nacionais de Estados contingente fixado no n.º 2, pode ser emitido visto
membros da União Europeia, do Espaço Económico para obtenção de autorização de residência para
Europeu, de Estado terceiro com o qual a exercício de atividade profissional subordinada aos
Comunidade Europeia tenha celebrado um acordo de nacionais de Estados terceiros que preencham as
livre circulação de pessoas, bem como por condições estabelecidas no artigo 52.º e possuam
trabalhadores nacionais de Estados terceiros com contrato de trabalho, desde que comprovem que a
residência legal em Portugal. oferta de emprego não foi preenchida pelos
2 - Para efeitos do número anterior, o Conselho de trabalhadores referidos no n.º 1.
Ministros, mediante parecer prévio da Comissão 8 - O Instituto do Emprego e da Formação Profissional
Permanente da Concertação Social, aprova elabora um relatório semestral sobre a execução do
anualmente uma resolução que define um contingente global.
contingente global indicativo de oportunidades de 9 - Para efeitos do número anterior, a concessão de
emprego presumivelmente não preenchidas pelos vistos ao abrigo da presente disposição é comunicada
trabalhadores referidos no número anterior, podendo no prazo máximo de cinco dias ao Instituto do
excluir setores ou atividades onde não se verifiquem Emprego e da Formação Profissional.
necessidades de mão-de-obra, se as circunstâncias do
mercado de trabalho o justificarem. Artigo 60.º
3 - No contingente global previsto no número anterior Visto de residência para exercício de atividade
são considerados contingentes para cada uma das profissional independente ou para imigrantes
regiões autónomas, de acordo com as respetivas empreendedores
necessidades e especificidades regionais.
4 - O Instituto do Emprego e da Formação Profissional, I. 1 - O visto para obtenção de autorização de residência
P., bem como os respetivos departamentos de cada para exercício de atividade profissional independente
região autónoma, mantêm um sistema de informação pode ser concedido ao nacional de Estado terceiro
permanentemente atualizado e acessível ao público, que:
através da Internet, das ofertas de emprego a) Tenha contrato ou proposta escrita de contrato de
abrangidas pelo n.º 1, divulgando-as por iniciativa prestação de serviços no âmbito de profissões
própria ou a pedido das entidades empregadoras ou liberais; e
das associações de imigrantes reconhecidas como b) Se encontre habilitado a exercer a atividade
representativas das comunidades imigrantes pelo independente, sempre que aplicável.
ACIDI, I. P., nos termos da lei.
5 - Até ao limite do contingente fixado nos termos do n.º 2 - É concedido visto de residência para os imigrantes
2 e para as ofertas de emprego não preenchidas pelos empreendedores que pretendam investir em
trabalhadores referidos no n.º 1 pode ser emitido Portugal, desde que:
visto de residência para exercício de atividade a) Tenham efetuado operações de investimento; ou
profissional subordinada aos nacionais de Estados b) Comprovem possuir meios financeiros disponíveis
terceiros que preencham as condições estabelecidas em Portugal, incluindo os decorrentes de
no artigo 52.º e que: financiamento obtido junto de instituição
a) Possuam contrato de trabalho ou promessa de financeira em Portugal, e demonstrem, por
contrato de trabalho; ou qualquer meio, a intenção de proceder a uma
b) Possuam habilitações, competências ou operação de investimento em território
qualificações reconhecidas e adequadas para o português.
exercício de uma das atividades abrangidas pelo
número anterior e beneficiem de uma
manifestação individualizada de interesse da
entidade empregadora

278
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 61.º 2 - Para efeitos de emprego em profissões pertencentes


Visto de residência para atividade de investigação ou aos grandes grupos 1 e 2 da Classificação
altamente qualificada Internacional Tipo (CITP), indicadas por Resolução de
Conselho de Ministros, mediante parecer prévio da
1 - É concedido visto de residência para efeitos de Comissão Permanente da Concertação Social, como
realização de investigação científica a nacionais de profissões particularmente necessitadas de
Estados terceiros que tenham sido admitidos como trabalhadores nacionais de Estados terceiros, o limiar
estudantes de ensino superior ao nível de salarial previsto na alínea a) do n.º 1 deve
doutoramento ou como investigadores a colaborar corresponder a, pelo menos, 1,2 vezes o salário bruto
num centro de investigação oficialmente médio nacional, ou duas vezes o valor do IAS.
reconhecido, nomeadamente através de contrato de 3 - Quando exista dúvida quanto ao enquadramento da
trabalho ou promessa de contrato de trabalho, de um atividade e para efeitos de verificação da adequação
contrato ou proposta escrita de prestação de serviços da experiência profissional do nacional de Estado
ou de uma bolsa de investigação científica. terceiro, os ministérios responsáveis pelas áreas do
2 - É igualmente concedido visto de residência para o emprego e da educação e ciência emitem parecer
exercício de uma atividade docente num prévio à concessão do visto.
estabelecimento de ensino superior ou uma atividade
altamente qualificada a nacionais de Estados terceiros Artigo 62.º
que disponham de contrato de trabalho, de promessa Visto de residência para estudo, intercâmbio de
de contrato de trabalho, de carta convite emitida pelo estudantes, estágio profissional ou voluntariado
estabelecimento de ensino superior ou de um
contrato de prestação de serviços. 1 - A admissão de um nacional de Estado terceiro em
3 - O prazo para a decisão sobre o pedido de visto a que território nacional para efeitos de estudos, de
se refere o presente artigo é de 30 dias. participação num programa de intercâmbio de
4 - Aos nacionais de Estados terceiros abrangidos pelo estudantes do ensino secundário, de estágio
presente artigo não é aplicável o regime previsto no profissional não remunerado ou de voluntariado
artigo 59.º depende da concessão de visto de residência com
esse fim.
Artigo 61.º-A 2 - É concedido visto para obtenção de autorização de
Visto de residência para atividade altamente qualificada residência para os efeitos indicados no número
exercida por trabalhador subordinado anterior desde que o nacional de Estado terceiro:
a) Possua documento de viagem, cuja validade cubra
1 - É concedido visto de residência para o exercício de pelo menos a duração prevista da estada;
uma atividade altamente qualificada exercida por b) No caso de ser menor de idade nos termos da
trabalhador subordinado a nacionais de Estados legislação nacional, seja autorizado por quem
terceiros que: exerce as responsabilidades parentais para a
a) Seja titular de contrato de trabalho ou de promessa estada prevista.
de contrato de trabalho válidas com, pelo menos, 3 - O procedimento de concessão de visto para obtenção
um ano de duração, a que corresponda uma de autorização de residência a nacionais de Estados
remuneração anual de, pelo menos, 1,5 vezes o terceiros referidos no n.º 1 que participem em
salário anual bruto médio nacional ou três vezes o programas comunitários de promoção da mobilidade
valor indexante de apoios sociais (IAS); para a União Europeia ou para a Comunidade dos
b) No caso de profissão regulamentada, seja titular de Países de Língua Portuguesa ou no seu interesse é
qualificações profissionais elevadas, devidamente facilitado, nos termos a definir por portaria dos
comprovadas com respeito do disposto na Lei n.º membros do Governo responsáveis pelas áreas dos
9/2009, de 4 de março, ou em lei específica negócios estrangeiros e da administração interna.
relativa ao reconhecimento das qualificações 4 - Para além das condições gerais referidas no n.º 2, o
profissionais, necessárias para o acesso e exercício nacional de Estado terceiro que requeira visto para
da profissão indicada no contrato de trabalho ou obtenção de autorização de residência para
de promessa de contrato de trabalho; frequentar um programa de estudos do ensino
c) No caso de profissão não regulamentada, seja superior deve preencher as condições de admissão
titular de qualificações profissionais elevadas num estabelecimento de ensino superior para esse
adequadas à atividade ou setor especificado no efeito.
contrato de trabalho ou de promessa de contrato 5 - Para além das condições gerais estabelecidas no n.º 2,
de trabalho. o nacional de Estado terceiro que requeira visto de

279
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

residência para frequência do ensino secundário b) Participe num programa de intercâmbio


deve: comunitário ou bilateral ou tenha sido admitido
a) Ter a idade mínima e não exceder a idade máxima como estudante num Estado membro durante um
fixadas por portaria dos membros do Governo período não inferior a dois anos.
responsáveis pelas áreas da administração interna 2 - Sempre que Portugal seja o primeiro Estado membro
e da educação; de admissão, o SEF deve, a pedido das autoridades
b) Ter sido aceite num estabelecimento de ensino competentes do segundo Estado membro, prestar
secundário, podendo a sua admissão realizar-se todas as informações adequadas em relação à estada
no âmbito de um programa de intercâmbio de do estudante em território nacional.
estudantes do ensino secundário realizado por
uma organização reconhecida pelo Ministério da Artigo 64.º
Educação e Ciência para este efeito; Visto de residência para efeitos de reagrupamento
c) Ser acolhido durante o período da sua estada por familiar
família que preencha as condições fixadas no
programa de intercâmbio de estudantes do ensino Sempre que, no âmbito da instrução de um pedido de
secundário em que participa ou ter o seu visto de residência para efeitos de reagrupamento
alojamento assegurado. familiar, o SEF emitir parecer favorável nos termos da
6 - Para além das condições gerais estabelecidas no n.º 2, presente lei, deve ser facultado aos requerentes um visto
o nacional de Estado terceiro que requeira visto para de residência para permitir a entrada em território
obtenção de autorização de residência para nacional.
realização de estágio não remunerado deve ter sido
aceite como estagiário não remunerado numa Artigo 65.º
empresa ou num organismo de formação profissional Comunicação e notificação
oficialmente reconhecido.
7 - Para além das condições gerais estabelecidas no n.º 2, 1 - Para efeitos do disposto no artigo anterior, o SEF
o nacional de Estado terceiro que requeira visto para comunica à Direção-Geral dos Assuntos Consulares e
obtenção de autorização de residência para das Comunidades Portuguesas as decisões de
participação num programa de voluntariado deve: deferimento dos pedidos de reagrupamento familiar,
dando delas conhecimento ao interessado.
a) Ter a idade mínima fixada por portaria do membro 2 - O visto de residência é emitido na sequência da
do Governo responsável pela área da comunicação prevista no número anterior e nos
administração interna; termos dela decorrentes, valendo a mesma como
b) Ter sido admitido por uma organização responsável parecer obrigatório do SEF, nos termos do artigo 53.º
em Portugal pelo programa de voluntariado em
que participe, oficialmente reconhecida. SECÇÃO II
8 - Para efeitos de concessão de visto ao abrigo do Vistos concedidos em postos de fronteira
presente artigo, o montante mínimo dos meios de
subsistência previsto na portaria a que se refere a Artigo 66.º
alínea d) do n.º 1 do artigo 52.º pode ser dispensado Tipos de vistos
atentas as circunstâncias do caso concreto.
Nos postos de fronteira podem ser concedidos os
Artigo 63.º seguintes tipos de vistos:
Visto de residência no âmbito da mobilidade dos a) (Revogada.)
estudantes do ensino superior b) Visto de curta duração;
c) Visto especial.
1 - Ao nacional de Estado terceiro que resida como
estudante do ensino superior num Estado membro da Artigo 67.º
União Europeia e que se candidate a frequentar em Visto de curta duração
Portugal parte de um programa de estudos já iniciado
ou a complementá-lo com um programa de estudos 1 - Nos postos de fronteira sujeitos a controlo pode ser
afins é concedido visto de residência num prazo que concedido, a título excecional, visto de curta duração
não impeça o prosseguimento dos estudos em causa, ao cidadão estrangeiro que, por razões imprevistas,
e nunca superior a 60 dias, desde que: não tenha podido solicitar um visto à autoridade
a) Preencha as condições estabelecidas nos n.ºs 2 e 4 competente, desde que o interessado:
do artigo anterior; e

280
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

a) Seja titular de documento de viagem válido que SECÇÃO III


permita a passagem da fronteira; Cancelamento de vistos
b) Satisfaça as condições previstas no artigo 11.º;
c) Não esteja inscrito no Sistema de Informação Artigo 70.º
Schengen ou na lista nacional de pessoas não Cancelamento de vistos
admissíveis;
d) Não constitua uma ameaça para a ordem pública, 1 - Os vistos podem ser cancelados nas seguintes
para a segurança nacional ou para as relações situações:
internacionais de um Estado membro da União a) Quando o seu titular não satisfaça as condições da
Europeia; sua concessão;
e) Tenha garantida a viagem para o país de origem ou b) Quando tenham sido emitidos com base em
para o país de destino, bem como a respetiva prestação de falsas declarações, utilização de
admissão. meios fraudulentos ou através da invocação de
2 - O visto de curta duração emitido ao abrigo do número motivos diferentes daqueles que motivaram a
anterior só pode ser concedido para uma entrada e a entrada do seu titular no País;
sua validade não deve ultrapassar 15 dias. c) Quando o respetivo titular tenha sido objeto de
3 - Os vistos a que se refere o presente artigo podem ser uma medida de afastamento do território
válidos para um ou mais Estados partes na Convenção nacional.
de Aplicação. d) Quando o seu titular constitua perigo ou ameaça
grave para a ordem pública, a segurança ou a
Artigo 68.º defesa nacional, pelo seu envolvimento em
Visto especial atividades relacionadas com a prática do
terrorismo, nos termos da respetiva lei.
1 - Por razões humanitárias ou de interesse nacional, 2 - Os vistos de residência e de estada temporária podem
reconhecidas por despacho do membro do Governo ainda ser cancelados quando o respetivo titular, sem
responsável pela área da administração interna, pode razões atendíveis, se ausente do País pelo período de
ser concedido um visto especial para entrada e 60 dias, durante a validade do visto.
permanência temporária no País a cidadãos 3 - O disposto nos números anteriores é igualmente
estrangeiros que não reúnam os requisitos legais aplicável durante a validade das prorrogações de
exigíveis para o efeito. permanência concedidas nos termos previstos na
2 - O visto referido no número anterior é válido apenas presente lei.
para o território português. 4 - O visto de residência é ainda cancelado em caso de
3 - A competência prevista no n.º 1 pode ser delegada no indeferimento do pedido de autorização de
diretor nacional do SEF, com faculdade de residência.
subdelegação. 5 - Após a entrada do titular do visto em território
4 - Se a pessoa admitida nas condições referidas nos nacional o cancelamento de vistos a que se referem
números anteriores constar do Sistema de os números anteriores é da competência do membro
Informação Schengen, a respetiva admissão é do Governo responsável pela área da administração
comunicada às autoridades competentes dos outros interna, que pode delegar no diretor nacional do SEF,
Estados partes na Convenção de Aplicação. com a faculdade de subdelegar.
5 - Quando o cidadão estrangeiro seja titular de um 6 - O cancelamento de vistos nos termos do número
passaporte diplomático, de serviço, oficial ou anterior é comunicado por via eletrónica à Direção-
especial, ou ainda de um documento de viagem Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades
emitido por uma organização internacional, é Portuguesas.
consultado, sempre que possível, o Ministério dos 7 - O cancelamento de vistos antes da chegada do titular
Negócios Estrangeiros. a território nacional é da competência das missões
diplomáticas e postos consulares de carreira, sendo
Artigo 69.º comunicado por via eletrónica ao SEF.
Competência para a concessão de vistos em postos de
fronteira CAPÍTULO V
Prorrogação de permanência
É competente para a concessão dos vistos referidos na
presente secção o diretor nacional do SEF, com faculdade
de delegação.

281
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 71.º 2 - A prorrogação de permanência pode ser concedida,


Prorrogação de permanência para além dos limites previstos no número anterior,
na pendência de pedido de autorização de residência,
1 - Aos cidadãos estrangeiros admitidos em território bem como em casos devidamente fundamentados.
nacional nos termos da presente lei que desejem 3 - Por razões excecionais ocorridas após a entrada legal
permanecer no País por período de tempo superior em território nacional, pode ser concedida a
ao inicialmente autorizado pode ser prorrogada a prorrogação de permanência aos familiares de
permanência. titulares de visto de estada temporária, não podendo
2 - A prorrogação de permanência concedida aos a validade e a duração da prorrogação de
titulares de vistos de trânsito e vistos de curta permanência ser superior à validade e duração do
duração pode ser válida para um ou mais Estados visto concedido ao familiar.
partes na Convenção de Aplicação. 4 - A prorrogação de permanência concedida aos
3 - Salvo em casos devidamente fundamentados, a cidadãos admitidos no País sem exigência de visto e
prorrogação a que se refere o n.º 1 pode ser aos titulares de visto de curta duração é limitada a
concedida desde que se mantenham as condições Portugal sempre que a estada exceda 90 dias por
que permitiram a admissão do cidadão estrangeiro. semestre, contados desde a data da primeira
4 - O visto de estada temporária para exercício de passagem das fronteiras externas.
atividade profissional subordinada só pode ser 5 - Sem prejuízo das sanções previstas na presente lei e
prorrogado se o requerente possuir um contrato de salvo quando ocorram circunstâncias excecionais, não
trabalho nos termos da lei e estiver abrangido pelo são deferidos os pedidos de prorrogação de
Serviço Nacional de Saúde ou possuir seguro de permanência quando sejam apresentados decorridos
saúde. 30 dias após o termo do período de permanência
5 - O visto de estada temporária para atividade de autorizado.
investigação ou altamente qualificada só pode ser 6 - A prorrogação de permanência é concedida sob a
prorrogado se o requerente possuir contrato de forma de vinheta autocolante de modelo a aprovar
trabalho, de prestação de serviços ou bolsa de por portaria do membro do Governo responsável pela
investigação científica e estiver abrangido pelo área da administração interna.
Serviço Nacional de Saúde ou possuir seguro de
saúde. Artigo 73.º
6 - Salvo em casos devidamente fundamentados, a Competência
prorrogação de permanência dos titulares de visto de
residência para exercício de atividade profissional A decisão dos pedidos de prorrogação de permanência é
subordinada, de atividade independente e para da competência do diretor nacional do SEF, com
atividade de investigação ou altamente qualificada faculdade de delegação.
depende da manutenção das condições que
permitiram a admissão do cidadão estrangeiro.
CAPÍTULO VI
Artigo 72.º Residência em território nacional
Limites da prorrogação de permanência
SECÇÃO I
1 - A prorrogação de permanência pode ser concedida: Disposições gerais
a) Até cinco dias, se o interessado for titular de um
visto de trânsito; Artigo 74.º
b) Até 60 dias, se o interessado for titular de um visto Tipos de autorização de residência
especial;
c) Até 90 dias, se o interessado for titular de um visto 1 - A autorização de residência compreende dois tipos:
de residência; a) Autorização de residência temporária;
d) Até 90 dias, prorrogáveis por um igual período, se o b) Autorização de residência permanente.
interessado for titular de um visto de curta
duração ou tiver sido admitido no País sem 2 - Ao cidadão estrangeiro autorizado a residir em
exigência de visto; território português é emitido um título de residência.
e) Até um ano, prorrogável por igual período, se o
interessado for titular de um visto de estada
temporária, com exceção dos casos previstos na
alínea c) do n.º 1 do artigo 54.º, em que a
prorrogação só é admitida até 90 dias.

282
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 75.º j) Ausência de indicação no Sistema Integrado de


Autorização de residência temporária Informações do SEF para efeitos de não admissão,
nos termos do artigo 33.º
1 - Sem prejuízo das disposições legais especiais 2 - Sem prejuízo das disposições especiais aplicáveis,
aplicáveis, a autorização de residência temporária é pode ser recusada a concessão de autorização de
válida pelo período de um ano contado a partir da residência por razões de ordem pública, segurança
data da emissão do respetivo título e é renovável por pública ou saúde pública.
períodos sucessivos de dois anos. 3 - A recusa de autorização de residência com
2 - O título de residência deve, porém, ser renovado fundamento em razões de saúde pública só pode
sempre que se verifique a alteração dos elementos de basear-se nas doenças definidas nos instrumentos
identificação nele registados. aplicáveis da Organização Mundial de Saúde ou em
outras doenças infeciosas ou parasitárias contagiosas
Artigo 76.º objeto de medidas de proteção em território
Autorização de residência permanente nacional.
4 - Pode ser exigida aos requerentes de autorização de
1 - A autorização de residência permanente não tem residência a sujeição a exame médico, a fim de que
limite de validade. seja atestado que não sofrem de nenhuma das
2 - O título de residência deve, porém, ser renovado de doenças mencionadas no número anterior, bem
cinco em cinco anos ou sempre que se verifique a como às medidas médicas adequadas.
alteração dos elementos de identificação nele 5 - Os exames médicos e as medidas a que se refere o
registados. número anterior não devem ter caráter sistemático.
3 - No pedido de renovação de autorização, o titular fica 6 - Sempre que o requerente seja objeto de interdição de
dispensado de entregar quaisquer documentos já entrada emitida por um Estado parte ou Estado
integrados no fluxo de trabalho eletrónico usado pelo associado na Convenção de Aplicação do Acordo de
SEF. Schengen, este deve ser previamente consultado
devendo os seus interesses ser tidos em
Artigo 77.º consideração, em conformidade com o artigo 25.º
Condições gerais de concessão de autorização de daquela Convenção.
residência temporária
Artigo 78.º
1 - Sem prejuízo das condições especiais aplicáveis, para Renovação de autorização de residência temporária
a concessão da autorização de residência deve o
requerente satisfazer os seguintes requisitos 1 - A renovação de autorização de residência temporária
cumulativos: deve ser solicitada pelos interessados até 30 dias
a) Posse de visto de residência válido, concedido para antes de expirar a sua validade.
uma das finalidades previstas na presente lei para 2 - Só é renovada a autorização de residência aos
a concessão de autorização de residência; nacionais de Estados terceiros que:
b) Inexistência de qualquer facto que, se fosse a) Disponham de meios de subsistência tal como
conhecido pelas autoridades competentes, definidos pela portaria a que se refere a alínea d)
devesse obstar à concessão do visto; do n.º 1 do artigo 52.º;
c) Presença em território português; b) Disponham de alojamento;
d) Posse de meios de subsistência, tal como definidos c) Tenham cumprido as suas obrigações fiscais e
pela portaria a que se refere a alínea d) do n.º 1 perante a segurança social;
do artigo 52.º; d) Não tenham sido condenados em pena ou penas
e) Alojamento; que, isolada ou cumulativamente, ultrapassem um
f) Inscrição na segurança social, sempre que aplicável; ano de prisão, ainda que, no caso de condenação
g) Ausência de condenação por crime que em por crime doloso previsto na presente lei ou com
Portugal seja punível com pena privativa de ele conexo ou por crime de terrorismo, por
liberdade de duração superior a um ano; criminalidade violenta ou por criminalidade
h) Não se encontrar no período de interdição de especialmente violenta ou altamente organizada,
entrada em território nacional, subsequente a a respetiva execução tenha sido suspensa.
uma medida de afastamento do País;
i) Ausência de indicação no Sistema de Informação 3 - A autorização de residência pode não ser renovada
Schengen; por razões de ordem pública ou de segurança pública.
4 - O aparecimento de doenças após a emissão do
primeiro título de residência não constitui

283
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

fundamento bastante para justificar a recusa de e) Comprovem ter conhecimento do português


renovação de autorização de residência. básico.
5 - Não é renovada a autorização de residência a 2 - O período de residência anterior à entrada em vigor
qualquer cidadão estrangeiro declarado contumaz, da presente lei releva para efeitos do disposto no
enquanto o mesmo não fizer prova de que tal número anterior.
declaração caducou.
6 - No caso de indeferimento do pedido deve ser enviada Artigo 81.º
cópia da decisão, com os respetivos fundamentos, ao Pedido de autorização de residência
ACIDI, I. P., e ao Conselho Consultivo.
7 - O recibo do pedido de renovação de autorização de 1 - O pedido de autorização de residência pode ser
residência produz os mesmos efeitos do título de formulado pelo interessado ou pelo representante
residência durante um prazo de 60 dias, renovável. legal e deve ser apresentado junto do SEF.
8 - O SEF pode celebrar protocolos com as autarquias 2 - O pedido pode ser extensivo aos menores a cargo do
locais, bem como com os órgãos e serviços das requerente.
regiões autónomas, com vista a facilitar e simplificar 3 - Na pendência do pedido de autorização de residência,
os procedimentos de receção e encaminhamento de por causa não imputável ao requerente, não está o
pedidos de renovação de autorização de residência e titular do visto de residência impedido de exercer
respetivos títulos. uma atividade profissional nos termos da lei.
4 - O requerente de uma autorização de residência pode
Artigo 79.º solicitar simultaneamente o reagrupamento familiar.
Renovação de autorização de residência em casos
especiais Artigo 82.º
Decisão e notificação
1 - A autorização de residência de cidadãos estrangeiros
em cumprimento de pena de prisão só pode ser 1 - O pedido de concessão de autorização de residência
renovada desde que não tenha sido decretada a sua deve ser decidido no prazo de 90 dias.
expulsão. 2 - O pedido de renovação de autorização de residência
2 - O pedido de renovação de autorização de residência deve ser decidido no prazo de 60 dias.
caducada não dá lugar a procedimento 3 - Na falta de decisão no prazo previsto no número
contraordenacional se o mesmo for apresentado até anterior, por causa não imputável ao requerente, o
30 dias após a libertação do interessado. pedido entende-se como deferido, sendo a emissão
Artigo 80.º do título de residência imediata.
Concessão de autorização de residência permanente 4 - A decisão de indeferimento é notificada ao
interessado, com indicação dos fundamentos, bem
1 - Sem prejuízo das disposições da presente lei relativas como do direito de impugnação judicial e do
ao estatuto dos nacionais de Estados terceiros respetivo prazo, sendo enviada cópia ao Conselho
residentes de longa duração, beneficiam de uma Consultivo.
autorização de residência permanente os cidadãos
estrangeiros que, cumulativamente: Artigo 83.º
a) Sejam titulares de autorização de residência Direitos do titular de autorização de residência
temporária há pelo menos cinco anos;
b) Durante os últimos cinco anos de residência em 1 - Sem prejuízo de aplicação de disposições especiais e
território português não tenham sido condenados de outros direitos previstos na lei ou em convenção
em pena ou penas que, isolada ou internacional de que Portugal seja Parte, o titular de
cumulativamente, ultrapassem um ano de prisão, autorização de residência tem direito, sem
ainda que, no caso de condenação por crime necessidade de autorização especial relativa à sua
doloso previsto na presente lei ou com ele conexo condição de estrangeiro, designadamente:
ou por crime de terrorismo, por criminalidade a) À educação e ensino;
violenta ou por criminalidade especialmente b) Ao exercício de uma atividade profissional
violenta ou altamente organizada, a respetiva subordinada;
execução tenha sido suspensa; c) Ao exercício de uma atividade profissional
c) Disponham de meios de subsistência, tal como independente;
definidos pela portaria a que se refere a alínea d) d) À orientação, à formação, ao aperfeiçoamento e à
do n.º 1 do artigo 52.º; reciclagem profissionais;
d) Disponham de alojamento; e) Ao acesso à saúde;

284
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

f) Ao acesso ao direito e aos tribunais. 4 - Não é cancelada a autorização de residência aos


2 - É garantida a aplicação das disposições que cidadãos que estejam ausentes por períodos
assegurem a igualdade de tratamento dos cidadãos superiores aos previstos no n.º 2, quando comprovem
estrangeiros, nomeadamente em matéria de que durante a sua ausência do território nacional
segurança social, de benefícios fiscais, de filiação estiveram no país de origem e que no mesmo
sindical, de reconhecimento de diplomas, certificados desenvolveram uma atividade profissional ou
e outros títulos profissionais ou de acesso a bens e empresarial ou de natureza cultural ou social.
serviços à disposição do público, bem como a 5 - O cancelamento da autorização de residência deve ser
aplicação de disposições que lhes concedam direitos notificado ao interessado e comunicado, por via
especiais. eletrónica, ao ACIDI, I. P., e ao Conselho Consultivo
com indicação dos fundamentos da decisão e implica
Artigo 84.º a apreensão do correspondente título.
Documento de identificação 6 - É competente para o cancelamento o membro do
Governo responsável pela área da administração
O título de residência substitui, para todos os efeitos interna, com a faculdade de delegação no diretor
legais, o documento de identificação, sem prejuízo do nacional do SEF.
regime previsto no Tratado de Amizade, Cooperação e 7 - A decisão de cancelamento é suscetível de
Consulta entre a República Portuguesa e a República impugnação judicial, com efeito meramente
Federativa do Brasil, assinado em Porto Seguro, em 22 de devolutivo, perante os tribunais administrativos.
abril de 2000.
Artigo 86.º
Artigo 85.º Registo de residentes
Cancelamento da autorização de residência
Os residentes devem comunicar ao SEF, no prazo de 60
1 - A autorização de residência é cancelada sempre que: dias contados da data em que ocorra, a alteração do seu
estado civil ou do domicílio.
a) O seu titular tenha sido objeto de uma decisão de
afastamento coercivo ou de uma decisão de Artigo 87.º
expulsão judicial do território nacional; ou Estrangeiros dispensados de autorização de residência
b) A autorização de residência tenha sido concedida
com base em declarações falsas ou enganosas, 1 - A autorização de residência não é exigida aos agentes
documentos falsos ou falsificados, ou através da diplomáticos e consulares acreditados em Portugal,
utilização de meios fraudulentos; ou ao pessoal administrativo e doméstico ou equiparado
c) Em relação ao seu titular existam razões sérias para que venha prestar serviço nas missões diplomáticas
crer que cometeu atos criminosos graves ou ou postos consulares dos respetivos Estados, aos
existam indícios reais de que tenciona cometer funcionários das organizações internacionais com
atos dessa natureza, designadamente no território sede em Portugal, nem aos membros das suas
da União Europeia; ou famílias.
d) Por razões de ordem ou segurança públicas. 2 - As pessoas mencionadas no número anterior são
2 - Sem prejuízo da aplicação de disposições especiais, a habilitadas com documento de identificação emitido
autorização de residência pode igualmente ser pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, ouvido o
cancelada quando o interessado, sem razões SEF.
atendíveis, se ausente do País:
SECÇÃO II
a) Sendo titular de uma autorização de residência Autorização de residência
temporária, seis meses consecutivos ou oito
meses interpolados, no período total de validade SUBSECÇÃO I
da autorização; Autorização de residência para exercício de atividade
b) Sendo titular de uma autorização de residência profissional
permanente, 24 meses seguidos ou, num período
de três anos, 30 meses interpolados. Artigo 88.º
3 - A ausência para além dos limites previstos no número Autorização de residência para exercício de atividade
anterior deve ser justificada mediante pedido profissional subordinada
apresentado no SEF antes da saída do residente do
território nacional ou, em casos excecionais, após a 1 - Para além dos requisitos gerais estabelecidos no
sua saída. artigo 77.º, só é concedida autorização de residência

285
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

para exercício de atividade profissional subordinada a a) Tenham constituído sociedade nos termos da lei,
nacionais de Estados terceiros que tenham contrato declarado o início de atividade junto da
de trabalho celebrado nos termos da lei e estejam administração fiscal e da segurança social como
inscritos na segurança social. pessoa singular ou celebrado um contrato de
2 - Excecionalmente, mediante proposta do diretor prestação de serviços para o exercício de uma
nacional do SEF ou por iniciativa do membro do profissão liberal;
Governo responsável pela área da administração b) Estejam habilitados a exercer uma atividade
interna, pode ser dispensado o requisito previsto na profissional independente, quando aplicável;
alínea a) do n.º 1 do artigo 77.º, desde que o cidadão c) Disponham de meios de subsistência, tal como
estrangeiro, além das demais condições gerais definidos pela portaria a que se refere a alínea d)
previstas nessa disposição, preencha as seguintes do n.º 1 do artigo 52.º;
condições: d) Quando exigível, apresentem declaração da ordem
a) Possua um contrato de trabalho ou tenha uma profissional respetiva de que preenchem os
relação laboral comprovada por sindicato, por respetivos requisitos de inscrição.
associação com assento no Conselho Consultivo 2 - Excecionalmente, mediante proposta do diretor
ou pela Autoridade para as Condições de nacional do SEF ou por iniciativa do membro do
Trabalho; Governo responsável pela área da administração
b) Tenha entrado legalmente em território nacional e interna, pode ser dispensado o requisito previsto na
aqui permaneça legalmente; alínea a) do n.º 1 do artigo 77.º, desde que se
c) Esteja inscrito e tenha a sua situação regularizada verifique a entrada e a permanência legais em
perante a segurança social. território nacional.
3 - A concessão de autorização de residência nos termos 3 - O titular de uma autorização de residência para
dos números anteriores é comunicada pelo SEF, por exercício de uma atividade profissional independente
via eletrónica, ao Instituto do Emprego e da pode exercer uma atividade profissional subordinada,
Formação Profissional, I. P., e nas regiões autónomas sendo aplicável, com as necessárias adaptações, o
aos correspondentes serviços regionais, para efeitos disposto no artigo anterior, mediante substituição do
de execução do contingente definido nos termos do título de residência.
artigo 59.º
4 - A concessão de autorização de residência nos termos Artigo 90.º
dos números anteriores é comunicada pelo SEF, por Autorização de residência para atividade de
via eletrónica, à Autoridade para as Condições de investigação ou altamente qualificada
Trabalho ou, nas regiões autónomas, à respetiva
secretaria regional, de modo que estas entidades 1 - É concedida autorização de residência a nacionais de
possam fiscalizar o cumprimento de todas as Estados terceiros para efeitos de exercício de uma
obrigações legais da entidade patronal para com o atividade de investigação, uma atividade docente
titular da autorização de residência, bem como à num estabelecimento de ensino superior ou
administração fiscal e aos serviços competentes da altamente qualificada que, para além das condições
segurança social. estabelecidas no artigo 77.º, preencham um dos
5 - O titular de uma autorização de residência para seguintes requisitos:
exercício de uma atividade profissional subordinada a) Sejam admitidos a colaborar num centro de
pode exercer uma atividade profissional investigação oficialmente reconhecido,
independente, mediante substituição do título de nomeadamente através de um contrato de
residência, sendo aplicável, com as necessárias trabalho, de um contrato de prestação de serviços
adaptações, o disposto no artigo seguinte. ou de uma bolsa de investigação científica;
b) Disponham de contrato de trabalho ou de
Artigo 89.º prestação de serviços compatível com o exercício
Autorização de residência para exercício de atividade de uma atividade docente num estabelecimento
profissional independente de ensino superior, ou de contrato de prestação
de serviços compatível com uma atividade
1 - Para além dos requisitos gerais estabelecidos no altamente qualificada;
artigo 77.º, só é concedida autorização de residência c) Estejam inscritos na segurança social.
para exercício de atividade profissional independente 2 - O requerente pode ser dispensado do requisito a que
a nacionais de Estados terceiros que preencham os se refere a alínea a) do n.º 1 do artigo 77.º sempre
seguintes requisitos: que tenha entrado e permanecido legalmente em
território nacional.

286
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

3 - O titular de uma autorização de residência concedida sempre que o nacional de Estado terceiro tenha
ao abrigo da alínea a) do n.º 1 pode exercer uma entrado e permaneça legalmente em Portugal e
atividade docente, nos termos da lei. preencha as condições estabelecidas no n.º 1.
4 - Se a duração do programa de estudos for inferior a
SUBSECÇÃO II um ano, a autorização de residência tem a duração
Autorização de residência para atividade de necessária para cobrir o período de estudos.
investimento
Artigo 92.º
Artigo 90.º-A Autorização de residência emitida para estudantes do
Autorização de residência para atividade de ensino secundário
investimento
1 - É emitida autorização de residência ao titular de visto
1 - É concedida autorização de residência, para efeitos de de residência para frequência do ensino secundário,
exercício de uma atividade de investimento, aos desde que esteja matriculado em estabelecimento de
nacionais de Estados terceiros que, cumulativamente: ensino secundário e abrangido pelo Serviço Nacional
a) Preencham os requisitos gerais estabelecidos no de Saúde ou disponha de seguro de saúde.
artigo 77.º, com exceção da alínea a) do n.º 1; 2 - A validade da autorização de residência a que se
b) Sejam portadores de vistos Schengen válidos; refere o número anterior não pode exceder um ano,
c) Regularizem a estada em Portugal dentro do prazo sendo renovável por igual período, desde que se
de 90 dias a contar da data da primeira entrada mantenham as condições da sua concessão.
em território nacional;
d) Preencham os requisitos estabelecidos na alínea d) Artigo 93.º
do artigo 3.º Autorização de residência para estagiários não
remunerados
2 - É renovada a autorização de residência por dois anos
nos termos da presente lei, desde que se mantenham 1 - É concedida autorização de residência ao titular de
os requisitos previstos na alínea d) do artigo 3.º visto de residência para realização de estágio não
3 – (Revogado.) remunerado, desde que esteja abrangido pelo Serviço
Nacional de Saúde ou disponha de seguro de saúde.
SUBSECÇÃO III 2 - A concessão de autorização de residência nos termos
Autorização de residência para estudo, estágio do número anterior depende da apresentação pelo
profissional não remunerado ou voluntariado interessado de contrato de formação para realização
de estágio não remunerado celebrado com uma
Artigo 91.º empresa ou um organismo de formação profissional
Autorização de residência emitida a estudantes do oficialmente reconhecido, e certificado pelo Instituto
ensino superior do Emprego e da Formação Profissional, I. P.

1 - É concedida uma autorização de residência ao Artigo 94.º


estudante do ensino superior titular de um visto de Autorização de residência para voluntários
residência emitido ao abrigo do disposto nos n.ºs 2 e
4 do artigo 62.º, desde que o requerente: 1 - É emitida uma autorização de residência ao titular de
a) Apresente prova de matrícula e do pagamento das um visto de residência para participação num
propinas exigidas pelo estabelecimento; programa de voluntariado, desde que esteja
b) Disponha de meios de subsistência, tal como abrangido pelo Serviço Nacional de Saúde ou
definidos pela portaria a que se refere a alínea d) disponha de seguro de saúde.
do n.º 1 do artigo 52.º; 2 - A concessão de autorização de residência nos termos
c) Esteja abrangido pelo Serviço Nacional de Saúde ou do número anterior depende da apresentação pelo
disponha de seguro de saúde. interessado de contrato assinado com a organização
responsável em Portugal pelo programa de
2 - A autorização de residência é válida por um período voluntariado em que participa, que contenha uma
de um ano e é renovável, por iguais períodos, se o descrição das suas tarefas, as condições de que
seu titular continuar a preencher as condições beneficiará na realização dessas tarefas, o horário
estabelecidas no número anterior. que deve cumprir, bem como, se for caso disso, a
3 - Excecionalmente, pode ser concedida uma formação que recebe para assegurar o cumprimento
autorização de residência para efeitos de estudo em adequado das suas tarefas.
estabelecimento de ensino superior com dispensa do
requisito previsto na alínea a) do n.º 1 do artigo 77.º,

287
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

3 - A validade da autorização de residência a que se atividade profissional subordinada, nos termos do n.º
refere o n.º 1 não pode ser superior a um ano. 1 do artigo 88.º, mediante autorização prévia
4 - Em casos excecionais, se a duração do programa em concedida pelo SEF.
causa for superior a um ano, a validade da 3 - O SEF está obrigado às comunicações previstas nos
autorização de residência pode corresponder ao n.ºs 3 e 4 do artigo 88.º
período em causa.
5 - A autorização de residência concedida ao abrigo do SUBSECÇÃO IV
presente artigo não é renovável. Autorização de residência para reagrupamento familiar

Artigo 95.º Artigo 98.º


Cancelamento e não renovação Direito ao reagrupamento familiar

Sem prejuízo do disposto nos artigos 78.º e 85.º, a 1 - O cidadão com autorização de residência válida tem
autorização de residência emitida com base nas direito ao reagrupamento familiar com os membros
disposições da presente secção pode ser cancelada ou da família que se encontrem fora do território
não renovada se o seu titular: nacional, que com ele tenham vivido noutro país, que
a) Não preencher ou deixar de preencher os dele dependam ou que com ele coabitem,
requisitos estipulados no artigo 62.º, bem como, independentemente de os laços familiares serem
segundo a categoria por que seja abrangido, nos anteriores ou posteriores à entrada do residente.
artigos 91.º a 94.º; ou 2 - Nas circunstâncias referidas no número anterior é
b) Não respeitar o disposto no artigo 97.º; ou igualmente reconhecido o direito ao reagrupamento
c) Não progredir nos estudos com aproveitamento. familiar com os membros da família que tenham
entrado legalmente em território nacional e que
Artigo 96.º dependam ou coabitem com o titular de uma
Garantias processuais e transparência autorização de residência válida.
3 - O refugiado, reconhecido nos termos da lei que regula
1 - A decisão sobre um pedido de concessão ou o asilo, tem direito ao reagrupamento familiar com os
renovação de uma autorização de residência é membros da sua família que se encontrem no
adotada e comunicada ao requerente num prazo que território nacional ou fora dele, sem prejuízo das
não impeça o prosseguimento dos estudos em causa, disposições legais que reconheçam o estatuto de
sem prejuízo de um prazo suficiente para o refugiado aos familiares.
processamento do pedido.
2 - Se as informações fornecidas pelo requerente forem Artigo 99.º
insuficientes, a análise do pedido pode ser suspensa, Membros da família
sendo-lhe solicitadas as informações suplementares
necessárias. 1 - Para efeitos do disposto no artigo anterior,
3 - A decisão de indeferimento de autorização de consideram-se membros da família do residente:
residência é notificada ao requerente, com indicação a) O cônjuge;
dos seus fundamentos, dela devendo constar o b) Os filhos menores ou incapazes a cargo do casal ou
direito de impugnação judicial e o respetivo prazo. de um dos cônjuges;
4 - A decisão de indeferimento ou de cancelamento de c) Os menores adotados pelo requerente quando não
autorização de residência nos termos da presente seja casado, pelo requerente ou pelo cônjuge, por
secção é suscetível de impugnação judicial, com efeito de decisão da autoridade competente do
efeito devolutivo, perante os tribunais país de origem, desde que a lei desse país
administrativos. reconheça aos adotados direitos e deveres
idênticos aos da filiação natural e que a decisão
Artigo 97.º seja reconhecida por Portugal;
Exercício de atividade profissional subordinada d) Os filhos maiores, a cargo do casal ou de um dos
cônjuges, que sejam solteiros e se encontrem a
1 - É vedado ao titular de autorização de residência para estudar num estabelecimento de ensino em
participação num programa de voluntariado o Portugal;
exercício de uma atividade profissional remunerada. e) Os filhos maiores, a cargo do casal ou de um dos
2 - Fora do período consagrado ao programa de estudos cônjuges, que sejam solteiros e se encontrem a
ou findo o estágio profissional não remunerado, sob estudar, sempre que o titular do direito ao
reserva das regras e condições aplicáveis à atividade reagrupamento tenha autorização de residência
pertinente, os estudantes podem exercer uma concedida ao abrigo do artigo 90.º-A;

288
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

f) Os ascendentes na linha reta e em 1.º grau do Artigo 101.º


residente ou do seu cônjuge, desde que se Condições de exercício do direito ao reagrupamento
encontrem a seu cargo; familiar
g) Os irmãos menores, desde que se encontrem sob
tutela do residente, de harmonia com decisão 1 - Para o exercício do direito ao reagrupamento familiar
proferida pela autoridade competente do país de deve o requerente dispor de:
origem e desde que essa decisão seja reconhecida a) Alojamento;
por Portugal. b) Meios de subsistência, tal como definidos pela
2 - Consideram-se ainda membros da família para efeitos portaria a que se refere a alínea d) do n.º 1 do
de reagrupamento familiar do refugiado menor não artigo 52.º
acompanhado: 2 - O disposto no número anterior não é aplicável ao
a) Os ascendentes diretos em 1.º grau; reagrupamento familiar de refugiados.
b) O seu tutor legal ou qualquer outro familiar, se o
refugiado não tiver ascendentes diretos ou não Artigo 102.º
for possível localizá-los. Entidade competente
3 - Consideram-se membros da família para efeitos de
reagrupamento familiar do titular de autorização de A decisão dos pedidos de reagrupamento familiar
residência para estudo, estágio profissional não compete ao diretor nacional do SEF, com faculdade de
remunerado ou voluntariado apenas os mencionados delegação.
nas alíneas a) a c) do n.º 1.
4 - O reagrupamento familiar com filho menor ou incapaz Artigo 103.º
de um dos cônjuges depende da autorização do outro Pedido de reagrupamento familiar
progenitor ou de decisão de autoridade competente
de acordo com a qual o filho lhe tenha sido confiado. 1 - Cabe ao titular do direito ao reagrupamento familiar
5 - Para efeitos do disposto no n.º 2 considera-se menor solicitar ao SEF a entrada e residência dos membros
não acompanhado o nacional de um Estado terceiro da sua família, sempre que estes se encontrem fora
ou apátrida, com idade inferior a 18 anos, que: do território nacional.
2 - Sempre que os membros da família se encontrem em
a) Tenha entrado no território nacional não território nacional, o reagrupamento familiar pode
acompanhado nem se encontre a cargo de adulto ser solicitado por estes ou pelo titular do direito.
responsável, por força da lei ou costume; ou 3 - O pedido deve ser acompanhado de:
b) Seja abandonado após a sua entrada em território
nacional. a) Documentos que atestem a existência de laços
familiares relevantes ou da união de facto;
Artigo 100.º b) Documentos que atestem o cumprimento das
União de facto condições de exercício do direito ao
reagrupamento familiar;
1 - O reagrupamento familiar pode ser autorizado com: c) Cópias autenticadas dos documentos de viagem
dos familiares ou do parceiro de facto.
a) O parceiro que mantenha, em território nacional
ou fora dele, com o cidadão estrangeiro residente 4 - Quando um refugiado não puder apresentar
uma união de facto, devidamente comprovada documentos oficiais que comprovem a relação
nos termos da lei; familiar, deve ser tomado em consideração outro tipo
b) Os filhos solteiros menores ou incapazes, incluindo de provas da existência dessa relação.
os filhos adotados do parceiro de facto, desde que
estes lhe estejam legalmente confiados. Artigo 104.º
Apreciação do pedido
2 - Ao reagrupamento familiar nos termos do número
anterior são aplicáveis, com as necessárias 1 - O SEF pode, se necessário, proceder a entrevistas com
adaptações, as disposições relativas ao exercício do o requerente do reagrupamento e os seus familiares
direito ao reagrupamento familiar. e conduzir outras investigações que considere
necessárias.
2 - No exame do pedido relativo a pessoa que mantenha
uma união de facto com o requerente do
reagrupamento, o SEF deve tomar em consideração
fatores como a existência de um filho comum, a

289
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

coabitação prévia, o registo da união de facto ou 6 - A decisão de indeferimento é notificada ao


qualquer outro meio de prova fiável. requerente com indicação dos seus fundamentos,
dela devendo constar o direito de impugnação
Artigo 105.º judicial e o respetivo prazo.
Prazo 7 - A decisão de indeferimento do pedido de
reagrupamento familiar é suscetível de impugnação
1 - Logo que possível, e em todo o caso no prazo de três judicial, com efeito devolutivo, perante os tribunais
meses, o SEF notifica por escrito a decisão ao administrativos.
requerente. 8 - Quando os membros da família já se encontrem em
2 - Em circunstâncias excecionais associadas à território nacional e a decisão de indeferimento se
complexidade da análise do pedido, o prazo a que se fundamente exclusivamente no incumprimento das
refere o número anterior pode ser prorrogado por condições estabelecidas na alínea a) do n.º 1 a
três meses, sendo o requerente informado desta impugnação judicial tem efeito suspensivo.
prorrogação.
3 - Corresponde a deferimento tácito do pedido a Artigo 107.º
ausência de decisão no prazo de seis meses. Residência dos membros da família
4 - Em caso de deferimento tácito, o SEF certifica-o, a
pedido do interessado, comunicando-o, no prazo de 1 - Ao membro da família que seja titular de um visto
48 horas, à Direção-Geral dos Assuntos Consulares e emitido nos termos do artigo 64.º ou que se encontre
das Comunidades Portuguesas, para efeitos de em território nacional tendo sido deferido o pedido
emissão do visto de residência nos termos do artigo de reagrupamento familiar é concedida uma
64.º autorização de residência de duração idêntica à do
residente.
Artigo 106.º 2 - Ao membro da família do titular de uma autorização
Indeferimento do pedido de residência permanente é emitida uma autorização
de residência renovável, válida por dois anos.
1 - O pedido de reagrupamento familiar pode ser 3 - Decorridos dois anos sobre a emissão da primeira
indeferido nos seguintes casos: autorização de residência a que se referem os
a) Quando não estejam reunidas as condições de números anteriores e na medida em que subsistam
exercício do direito ao reagrupamento familiar; os laços familiares ou, independentemente do
b) Quando o membro da família esteja interdito de referido prazo, sempre que o titular do direito ao
entrar em território nacional; reagrupamento familiar tenha filhos menores
c) Quando a presença do membro da família em residentes em Portugal, os membros da família têm
território nacional constitua uma ameaça à ordem direito a uma autorização autónoma.
pública, à segurança pública ou à saúde pública. 4 - Em casos excecionais, nomeadamente de separação
judicial de pessoas e bens, divórcio, viuvez, morte de
2 - Quando à decisão de deferimento de pedido de ascendente ou descendente, acusação pelo
reagrupamento familiar obstem razões de ordem Ministério Público pela prática do crime de violência
pública ou segurança pública, devem ser tomadas em doméstica e quando seja atingida a maioridade, pode
consideração a gravidade ou o tipo de ofensa à ser concedida uma autorização de residência
ordem pública ou à segurança pública cometida pelo autónoma antes de decorrido o prazo referido no
familiar, ou os perigos que possam advir da número anterior.
permanência dessa pessoa em território nacional. 5 - A primeira autorização de residência concedida ao
3 - Antes de ser proferida decisão de indeferimento de cônjuge ao abrigo do reagrupamento familiar é
pedido de reagrupamento familiar, são tidos em autónoma sempre que este esteja casado há mais de
consideração a natureza e a solidez dos laços cinco anos com o residente.
familiares da pessoa, o seu tempo de residência em
Portugal e a existência de laços familiares, culturais e Artigo 108.º
sociais com o país de origem. Cancelamento da autorização de residência
4 - O indeferimento do pedido apresentado por
refugiado não pode ter por fundamento único a falta 1 - Sem prejuízo do disposto no artigo 85.º, a autorização
de documentos comprovativos da relação familiar. de residência emitida ao abrigo do direito ao
5 - Do indeferimento do pedido é enviada cópia, com os reagrupamento familiar é cancelada quando o
respetivos fundamentos, ao ACIDI, I. P., e ao Conselho casamento, a união de facto ou a adoção teve por fim
Consultivo, sem prejuízo das normas aplicáveis em único permitir à pessoa interessada entrar ou residir
matéria de proteção de dados pessoais. no País.

290
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

2 - Podem ser efetuados inquéritos e controlos 3 - A autorização de residência pode ser concedida antes
específicos quando existam indícios fundados de do termo do prazo de reflexão previsto no artigo
fraude ou de casamento, união de facto ou adoção de 111.º, se se entender que o interessado preenche de
conveniência, tal como definidos no número anterior. forma inequívoca o critério previsto na alínea b) do
3 - Antes de ser proferida decisão de cancelamento da número anterior.
autorização de residência ao abrigo do 4 - Pode igualmente ser concedida após o termo do
reagrupamento familiar, são tidos em consideração a prazo de reflexão previsto no artigo 111.º autorização
natureza e a solidez dos laços familiares da pessoa, o de residência ao cidadão estrangeiro identificado
seu tempo de residência em Portugal e a existência como vítima de tráfico de pessoas, nos termos de
de laços familiares, culturais e sociais com o país de legislação especial, com dispensa das condições
origem. estabelecidas nas alíneas a) e b) do n.º 2.
4 - A decisão de cancelamento é proferida após audição 5 - A autorização de residência concedida nos termos dos
do cidadão estrangeiro, que vale, para todos os números anteriores é válida por um período de um
efeitos, como audiência do interessado. ano e renovável por iguais períodos, se as condições
5 - A decisão de cancelamento é notificada ao enumeradas no n.º 2 continuarem a estar
interessado com indicação dos seus fundamentos, preenchidas ou se se mantiver a necessidade de
dela devendo constar o direito de impugnação proteção da pessoa identificada como vítima de
judicial e o respetivo prazo. tráfico de pessoas, nos termos de legislação especial.
6 - A decisão de cancelamento é comunicada por via
eletrónica ao ACIDI, I. P., e ao Conselho Consultivo, Artigo 110.º
sem prejuízo das normas aplicáveis em matéria de Informação às vítimas
proteção de dados pessoais.
7 - A decisão de cancelamento da autorização do Sempre que as autoridades públicas ou as associações
membro da família com fundamento no n.º 1 é que atuem no âmbito da proteção das vítimas de
suscetível de impugnação judicial, com efeito criminalidade considerarem que um cidadão estrangeiro
suspensivo, perante os tribunais administrativos. possa estar abrangido pelo disposto no artigo anterior,
informam a pessoa em causa da possibilidade de
SUBSECÇÃO V beneficiarem do disposto na presente secção.
Autorização de residência a vítimas de tráfico de
pessoas ou de ação de auxílio à imigração ilegal Artigo 111.º
Prazo de reflexão
Artigo 109.º
Autorização de residência 1 - Antes da emissão da autorização de residência
prevista no artigo 109.º, o SEF dá à pessoa
1 - É concedida autorização de residência ao cidadão interessada um prazo de reflexão que lhe permita
estrangeiro que seja ou tenha sido vítima de recuperar e escapar à influência dos autores das
infrações penais ligadas ao tráfico de pessoas ou ao infrações em causa.
auxílio à imigração ilegal, mesmo que tenha entrado 2 - O prazo de reflexão referido no número anterior tem
ilegalmente no País ou não preencha as condições de uma duração mínima de 30 dias e máxima de 60 dias,
concessão de autorização de residência. contados a partir do momento em que as autoridades
2 - A autorização de residência a que se refere o número competentes solicitam a colaboração, do momento
anterior é concedida após o termo do prazo de em que a pessoa interessada manifesta a sua vontade
reflexão previsto no artigo 111.º, desde que: de colaborar com as autoridades encarregadas da
a) Seja necessário prorrogar a permanência do investigação ou do momento em que a pessoa em
interessado em território nacional, tendo em causa é sinalizada como vítima de tráfico de pessoas
conta o interesse que a sua presença representa nos termos da legislação especial aplicável.
para as investigações e procedimentos judiciais; 3 - Durante o prazo de reflexão, o interessado tem
b) O interessado mostre vontade clara em colaborar direito ao tratamento previsto no artigo 112.º, não
com as autoridades na investigação e repressão podendo contra ele ser executada qualquer medida
do tráfico de pessoas ou do auxílio à imigração de afastamento.
ilegal; 4 - O prazo de reflexão não confere ao interessado
c) O interessado tenha rompido as relações que tinha direito de residência ao abrigo do disposto na
com os presumíveis autores das infrações presente secção.
referidas no número anterior.

291
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 112.º educativo nas mesmas condições que os cidadãos


Direitos da vítima antes da concessão da autorização de nacionais.
residência 4 - São feitas todas as diligências para estabelecer a
identidade e nacionalidade do menor não
1 - Antes da concessão de autorização de residência, é acompanhado, tal como definido no n.º 5 do artigo
assegurada à pessoa sinalizada ou identificada como 99.º, bem como para localizar o mais rapidamente
vítima de tráfico de pessoas ou de ação de auxílio à possível a sua família e para garantir a sua
imigração ilegal, que não disponha de recursos representação legal, incluindo, se necessário, no
suficientes, a sua subsistência e o acesso a âmbito do processo penal, nos termos da lei.
tratamento médico urgente e adequado.
2 - Para efeitos do disposto no número anterior são tidas Artigo 115.º
em consideração as necessidades específicas das Cancelamento da autorização de residência
pessoas mais vulneráveis, incluindo o recurso, se
necessário, a assistência psicológica. 1 - Sem prejuízo do disposto no artigo 85.º, a autorização
3 - É igualmente garantida a segurança e proteção da de residência concedida ao abrigo da presente secção
pessoa referida no n.º 1. pode ser cancelada a todo o tempo se:
4 - Sempre que necessário, é prestada à pessoa referida a) O portador tiver reatado ativa e voluntariamente,
no n.º 1 assistência de tradução e interpretação, bem por sua própria iniciativa, contactos com os
como proteção jurídica nos termos da Lei n.º presumíveis autores de tráfico de pessoas ou de
34/2004, de 29 de julho, não sendo aplicável o auxílio à imigração ilegal; ou
disposto no n.º 2 do seu artigo 7.º b) A autoridade responsável considerar que a
cooperação é fraudulenta ou que a queixa da
Artigo 113.º vítima é infundada ou fraudulenta; ou
Direitos do titular de autorização de residência c) A vítima deixar de cooperar.
1 - Ao titular de autorização de residência concedida nos 2 - A alínea c) do número anterior não é aplicável aos
termos do artigo 109.º que não disponha de recursos titulares de autorização de residência concedida ao
suficientes é aplicável, com as devidas adaptações, o abrigo do n.º 4 do artigo 109.º
disposto no artigo anterior.
2 - Aos titulares de autorização de residência concedida SUBSECÇÃO VI
nos termos do artigo 109.º que não disponham de Autorização de residência a titulares do estatuto de
recursos suficientes e tenham necessidades residente de longa duração em outro Estado membro
específicas, tais como menores ou mulheres grávidas, da União Europeia
deficientes, vítimas de violência sexual ou de outras
formas de violência, é prestada a necessária Artigo 116.º
assistência médica e social. Direito de residência do titular do estatuto de residente
3 - É proporcionado ao titular de autorização de de longa duração em outro Estado membro da União
residência concedida nos termos do artigo 109.º o Europeia
acesso a programas oficiais existentes, cujo objetivo
seja ajudá-lo a retomar uma vida social normal, 1 - O nacional de Estado terceiro que tenha adquirido o
incluindo cursos destinados a melhorar as suas estatuto de residente de longa duração noutro
aptidões profissionais ou a preparar o seu regresso Estado membro da União Europeia e permaneça em
assistido ao país de origem. território nacional por período superior a três meses
tem direito de residência desde que:
Artigo 114.º a) Exerça uma atividade profissional subordinada; ou
Menores b) Exerça uma atividade profissional independente;
ou
1 - Na aplicação do disposto nos artigos 109.º a 112.º é c) Frequente um programa de estudos ou uma ação
tido em consideração o interesse superior da criança, de formação profissional; ou
devendo os procedimentos ser adequados à sua d) Apresente um motivo atendível para fixar
idade e maturidade. residência em território nacional.
2 - O prazo de reflexão previsto no n.º 2 do artigo 111.º
pode ser prorrogado se o interesse da criança o 2 - O disposto no número anterior não é aplicável aos
exigir. residentes de longa duração que permaneçam em
3 - Os menores vítimas de tráfico de pessoas ou de ação território nacional na qualidade de:
de auxílio à imigração ilegal têm acesso ao sistema

292
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

a) Trabalhadores assalariados destacados por um 5 - Se o pedido não for acompanhado dos documentos
prestador de serviços no quadro de uma indicados nos n.ºs 2 e 3, ou em circunstâncias
prestação transfronteiriça de serviços; excecionais motivadas pela complexidade da análise
b) Prestadores de serviços transfronteiriços. do pedido, o prazo previsto no número anterior pode
3 - O disposto no presente artigo não prejudica a ser prorrogado por um período não superior a três
aplicação de legislação comunitária sobre segurança meses, devendo o requerente ser informado desta
social pertinente em relação aos nacionais de Estados prorrogação.
terceiros. 6 - É competente para a decisão sobre a concessão de
4 - Aos nacionais de Estados terceiros abrangidos pelo autorização de residência ao abrigo da presente
n.º 1 é concedida autorização de residência desde secção o diretor nacional do SEF, com faculdade de
que disponham de: delegação.
7 - A falta de decisão no prazo de seis meses equivale a
a) Meios de subsistência; deferimento do pedido de autorização de residência.
b) Alojamento. 8 - A concessão de autorização de residência ao
5 - Para efeitos de apreciação do cumprimento do residente de longa duração bem como aos membros
requisito previsto na alínea a) do número anterior da sua família é comunicada pelo SEF às autoridades
devem ser avaliados os recursos por referência à sua competentes do Estado membro que concedeu o
natureza e à sua regularidade, tendo em estatuto de residente de longa duração.
consideração o nível dos salários mínimos e das
pensões. Artigo 118.º
6 - À concessão de autorização de residência aos Reagrupamento familiar
nacionais de Estados terceiros abrangidos pela alínea
a) do n.º 1 é aplicável o disposto no n.º 1 do artigo 1 - É concedida autorização de residência em território
88.º nacional aos membros da família do titular de
7 - À concessão de autorização de residência aos autorização de residência concedida nos termos do
nacionais de Estados terceiros abrangidos pela alínea artigo 116.º que com ele residam no Estado membro
b) do n.º 1 é aplicável o disposto no n.º 1 do artigo que lhe concedeu pela primeira vez o estatuto de
89.º residente de longa duração.
8 - A concessão de autorização de residência aos 2 - Para efeitos do disposto no número anterior são
nacionais de Estados terceiros abrangidos pela alínea considerados membros da família os familiares
c) do n.º 1 depende da apresentação pela pessoa referidos no n.º 1 do artigo 99.º, bem como as
interessada de uma matrícula num estabelecimento pessoas referidas no n.º 1 do artigo 100.º
de ensino superior, oficialmente reconhecido, ou de 3 - A apresentação do pedido de autorização de
admissão em estabelecimento ou empresa que residência rege-se pelo disposto no artigo anterior.
ministre formação profissional, oficialmente 4 - O interessado deve juntar ao pedido de autorização
reconhecida. de residência:
a) O seu título UE de residência de longa duração ou a
Artigo 117.º sua autorização de residência e um documento de
Pedido de autorização de residência viagem válido, ou cópias autenticadas dos
mesmos;
1 - No prazo de três meses a contar da sua entrada no b) Prova de que residia no Estado membro que lhe
território nacional, o residente de longa duração concedeu pela primeira vez o estatuto de
referido no artigo anterior deve apresentar um residente de longa duração enquanto familiar ou
pedido de autorização de residência junto do SEF. parceiro de facto de um residente de longa
2 - O pedido referido no número anterior é duração;
acompanhado de documentos comprovativos de que c) Prova de que dispõe de meios de subsistência e
o requerente preenche as condições de exercício do está abrangido pelo Serviço Nacional de Saúde ou
seu direito de residência referidas no artigo anterior. dispõe de seguro de saúde.
3 - O pedido é ainda acompanhado do título de
residência de longa duração e de um documento de 5 - Para efeitos de avaliação dos meios de subsistência a
viagem válido, ou de cópias autenticadas dos que se refere a alínea c) do número anterior, devem
mesmos. ser tidas em consideração as suas natureza e
4 - A decisão sobre um pedido de autorização de regularidade, bem como o nível dos salários mínimos
residência apresentado ao abrigo do artigo anterior é e das pensões.
tomada no prazo de três meses. 6 - Caso a família não esteja já constituída no Estado
membro que lhe concedeu pela primeira vez o

293
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

estatuto de residente de longa duração, é aplicável o membro que concedeu o estatuto de residente de
disposto na secção iv do capítulo vi. longa duração.
7 - Aos membros da família abrangidos pelos números
anteriores é concedida uma autorização de residência Artigo 121.º
de validade idêntica à da concedida ao residente de Garantias processuais
longa duração, sendo aplicável o disposto no n.º 8 do
artigo anterior. 1 - A decisão de indeferimento de um pedido de
autorização de residência, de não renovação ou de
Artigo 119.º cancelamento de autorização de residência concedida
Ordem pública, segurança pública e saúde pública ao abrigo da presente secção é notificada ao
interessado com indicação dos seus fundamentos, do
1 - O pedido de autorização de residência apresentado direito de impugnação judicial e do respetivo prazo.
ao abrigo da presente secção pode ser indeferido 2 - As decisões referidas no número anterior são
quando a pessoa em causa represente uma ameaça comunicadas por via eletrónica ao ACIDI, I. P., e ao
para a ordem pública ou para a segurança pública. Conselho Consultivo.
2 - A decisão de indeferimento nos termos do número
anterior deve ter em consideração a gravidade ou o SUBSECÇÃO VII
tipo de ofensa à ordem pública ou à segurança Autorização de residência «cartão azul UE»
pública cometido pelo residente de longa duração ou
pelo seu familiar, ou os perigos que possam advir da Artigo 121.º-A
permanência dessa pessoa em território nacional. Beneficiários do «cartão azul UE»
3 - A decisão a que se refere o n.º 1 não deve basear-se
em razões económicas. 1 - O «cartão azul UE» é o título de residência que
4 - Pode igualmente ser indeferido o pedido de habilita o seu titular a residir e a exercer, em
autorização de residência dos residentes de longa território nacional, uma atividade altamente
duração ou do seu familiar quando a pessoa em causa qualificada, nos termos e de acordo com o disposto
representar uma ameaça para a saúde pública, nos na presente secção.
termos definidos no n.º 3 do artigo 77.º 2 - Os beneficiários do «cartão azul UE» têm direito ao
5 - Às situações do número anterior é aplicável o reagrupamento familiar nos termos da secção iv.
disposto nos n.ºs 4 e 5 do artigo 77.º 3 - Não podem beneficiar de «cartão azul UE» os
nacionais de Estados terceiros que:
Artigo 120.º a) Estejam autorizados a residir num Estado membro
Cancelamento e não renovação de autorização de ao abrigo da proteção temporária ou tenham
residência requerido autorização de residência por esse
motivo e aguardem uma decisão sobre o seu
1 - Sem prejuízo do disposto no artigo 85.º, enquanto o estatuto, bem como os beneficiários da proteção
titular de autorização de residência concedida ao concedida ao abrigo da Lei n.º 27/2008, de 30 de
abrigo da presente secção não tiver obtido o estatuto junho, ou que tenham requerido essa proteção e
de residente de longa duração em território nacional, aguardem uma decisão definitiva sobre o seu
pode ser objeto de uma decisão de cancelamento ou estatuto;
de não renovação de autorização de residência nos b) Sejam familiares de cidadãos da União Europeia,
seguintes casos: em conformidade com a Lei n.º 37/2006, de 9 de
a) Por razões de ordem pública ou de segurança agosto;
pública, devendo ser tomada em consideração a c) Tenham requerido ou sejam titulares de
gravidade ou o tipo de ofensa à ordem pública ou autorização de residência para atividade de
à segurança pública cometida, ou os perigos que investigação, nos termos do n.º 1 do artigo 90.º;
possam advir da permanência dessa pessoa em d) Beneficiem do estatuto de residente de longa
território nacional, bem como a duração da duração em outro Estado membro da UE, nos
residência e a existência de ligações ao País; termos das alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 116.º;
b) Quando deixarem de estar preenchidas as e) Permaneçam em Portugal por motivos de caráter
condições previstas nos artigos 116.º e 118.º temporário, para exercerem atividades de
2 - O cancelamento ou a não renovação de autorização comércio, relacionadas com investimento, como
de residência do residente de longa duração bem trabalhadores sazonais ou destacados no âmbito
como a dos membros da sua família é comunicação de uma prestação de serviço;
pelo SEF às autoridades competentes do Estado f) Por força de um acordo celebrado entre a União
Europeia e o Estado terceiro da nacionalidade,

294
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

beneficiem de direitos em matéria de livre Artigo 121.º-C


circulação equivalentes aos dos cidadãos da União Competência
Europeia;
g) Tenham a sua expulsão suspensa por razões de São competentes para as decisões previstas na presente
facto ou de direito. secção:
a) Nos casos de cancelamento, o membro do Governo
Artigo 121.º-B responsável pela área da administração interna,
Condições para a concessão de «cartão azul UE» com faculdade de delegação no diretor nacional
do SEF;
1 - É concedido «cartão azul UE» para efeitos de exercício b) Nos restantes casos, o diretor nacional do SEF, com
de atividade altamente qualificada ao cidadão faculdade de delegação.
nacional de Estado terceiro que, para além das
condições previstas no artigo 77.º, com exceção da Artigo 121.º-D
referida na alínea e) do n.º 1 deste, preencha, Procedimento
cumulativamente, os seguintes requisitos:
a) Apresente contrato de trabalho compatível com o 1 - O pedido de «cartão azul UE» deve ser apresentado
exercício de uma atividade altamente qualificada pelo nacional de um Estado terceiro, ou pelo seu
e de duração não inferior a um ano, a que empregador, junto da direção ou delegação regional
corresponda uma remuneração anual de, pelo do SEF da sua área de residência.
menos, 1,5 vezes o salário anual bruto médio 2 - O pedido é acompanhado dos documentos
nacional ou, nos casos previstos no n.º 2 do artigo comprovativos de que o requerente preenche as
61.º-A, de, pelo menos, 1,2 vezes o salário anual condições enunciadas no artigo 121.º-B.
bruto médio nacional; 3 - Se as informações ou documentos fornecidos pelo
b) Disponha de seguro de saúde ou apresente requerente forem insuficientes, a análise do pedido é
comprovativo de que se encontra abrangido pelo suspensa, sendo-lhe solicitadas as informações ou
Serviço Nacional de Saúde; documentos suplementares necessários, os quais
c) Esteja inscrito na segurança social; devem ser disponibilizados em prazo não inferior a 20
d) No caso de profissão não regulamentada, dias fixado pelo SEF.
apresente documento comprovativo de 4 - A decisão sobre o pedido é notificada ao requerente,
qualificações profissionais elevadas na atividade por escrito, em prazo não superior a 60 dias.
ou setor especificado no contrato de trabalho ou 5 - As decisões de indeferimento da concessão ou da
no contrato promessa de contrato de trabalho; renovação, bem como as de cancelamento, do
e) No caso de profissão regulamentada indicada no «cartão azul UE», são notificadas por escrito ao
contrato de trabalho ou no contrato promessa de respetivo destinatário, ou ao seu empregador, com
contrato de trabalho, apresente documento indicação dos respetivos fundamentos, do direito de
comprovativo de certificação profissional, quando impugnação judicial e do respetivo prazo.
aplicável.
Artigo 121.º-E
2 - O requerente pode ser dispensado do requisito a que Validade, renovação e emissão de «cartão azul UE»
se refere a alínea a) do n.º 1 do artigo 77.º sempre
que seja titular de direito de residência válido em 1 - O «cartão azul UE» tem a validade inicial de um ano,
território nacional. renovável por períodos sucessivos de dois anos.
3 - Para efeitos da alínea d) do n.º 1 é aplicável o 2 - A renovação do «cartão azul UE» deve ser solicitada
disposto nos n.ºs 3 e 4 do artigo 61.º-A. pelo interessado até 30 dias antes de expirar a sua
4 - O pedido de concessão de «cartão azul UE» é validade.
indeferido nas seguintes situações: 3 - O «cartão azul UE» é emitido de acordo com o
a) Quando a entidade empregadora haja sido modelo uniforme de título de residência para
sancionada por utilização de atividade ilegal de nacionais de Estados terceiros conforme previsto na
trabalhadores estrangeiros nos últimos cinco Portaria n.º 1432/2008, de 10 de dezembro, devendo
anos; ser inscrita na rubrica «Tipo de título» a designação
b) Por razões de ordem pública, de segurança pública «Cartão Azul UE».
ou de saúde pública. 4 - É aplicável à emissão do «cartão azul UE» o disposto
no artigo 212.º

295
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 121.º-F Artigo 121.º-H


Cancelamento ou indeferimento de renovação do Igualdade de tratamento
«cartão azul UE»
1 - Os titulares de «cartão azul UE» beneficiam de
1 - O «cartão azul UE» é cancelado sempre que: tratamento igual ao dos nacionais, no que diz
a) Tenha sido concedido com base em declarações respeito:
falsas ou enganosas, documentos falsos, a) Às condições de trabalho, incluindo a remuneração
falsificados ou alterados, ou através da utilização e o despedimento, bem como os requisitos de
de meios fraudulentos; saúde e de segurança no trabalho;
b) Se encontre comprovada a prática de factos b) À liberdade de associação, filiação e adesão a uma
puníveis graves pelo seu titular ou quando organização representativa de trabalhadores ou
existam fortes indícios dessa prática ou de que o empregadores, ou a qualquer organização cujos
titular tenciona cometer atos dessa natureza, membros se dediquem a determinada ocupação,
designadamente no território da União Europeia; incluindo as vantagens proporcionadas por esse
c) Se verifique existirem razões de ordem pública, de tipo de organizações, sem prejuízo das
segurança pública ou de saúde pública. disposições nacionais em matéria de ordem e
2 - A renovação do «cartão azul UE» só é deferida segurança pública;
quando, cumulativamente: c) Ao ensino e à formação profissional, nos termos
dos requisitos definidos na legislação aplicável;
a) O titular preencha ou continue a preencher as d) Ao reconhecimento de diplomas, certificados e
condições de entrada e de residência previstas na outras qualificações profissionais, em
presente secção ou quando se mantenham as conformidade com a legislação aplicável;
condições que permitiram a emissão do e) Às disposições aplicáveis relativas à segurança
documento; social;
b) O titular disponha de meios de subsistência f) Ao pagamento dos direitos à pensão legal por
suficientes, nos termos definidos por portaria dos velhice, adquiridos com base nos rendimentos e à
membros do Governo responsáveis pelas áreas da taxa aplicável;
administração interna e da segurança social, g) Ao acesso a bens e serviços e ao fornecimento de
tendo presente, designadamente, a omissão de bens e serviços ao público, incluindo as
recurso ao apoio da segurança social, excluindo o formalidades de obtenção de alojamento, bem
subsídio de desemprego; como a informação e o aconselhamento
c) O titular não tenha sido condenado por crime prestados pelos serviços de emprego;
doloso em pena ou penas que, isolada ou h) Ao livre acesso a todo o território nacional.
cumulativamente, ultrapassem um ano de prisão;
d) Não se suscitem questões de ordem pública, de 2 - O direito à igualdade de tratamento, conforme
segurança pública ou de saúde pública. estabelecido no n.º 1, não prejudica o direito de
cancelar ou indeferir o «cartão azul UE», nos termos
Artigo 121.º-G do artigo 121.º-F.
Acesso ao mercado de trabalho 3 - Pode ser limitada a igualdade de tratamento nas
situações previstas no n.º 1, com exceção das alíneas
1 - Durante os primeiros dois anos de emprego legal em b) e d), quando o titular de um «cartão azul UE» de
território nacional, o acesso de titular do «cartão azul outro Estado membro se deslocar para o território
UE» ao mercado de trabalho fica limitado ao exercício nacional, nos termos do artigo 121.º-L, e ainda não
de atividades remuneradas que preencham as tenha sido tomada uma decisão positiva quanto à
condições referidas no artigo 121.º-B. concessão do «cartão azul UE» em Portugal.
2 - Durante os primeiros dois anos de emprego legal em 4 - Nos casos em que a decisão a que se refere o número
território nacional o titular de um «cartão azul UE», anterior não foi ainda adotada e o candidato seja
deve comunicar as modificações que afetem as autorizado a trabalhar, a igualdade de tratamento é
condições de concessão, por escrito, se possível plena.
previamente, ao SEF.
Artigo 121.º-I
Estatuto de residente de longa duração para titulares de
«cartão azul UE»

1 - Aos titulares de «cartão azul UE» que pretendam


beneficiar do estatuto de residente de longa duração

296
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

é aplicável o disposto nos artigos 125.º a 133.º, com 2 - Os pedidos de «cartão azul UE» em território nacional
as adaptações constantes dos números seguintes. e, quando aplicável, de autorização de residência
2 - O estatuto de residente de longa duração pode ser para efeitos de reagrupamento familiar, devem ser
concedido ao titular de um «cartão azul UE» que o apresentados no prazo de 30 dias após a entrada em
tenha obtido em Portugal, nos termos do artigo território nacional do titular de «cartão azul UE» de
121.º-B, desde que estejam cumulativamente outro Estado membro.
preenchidas as seguintes condições: 3 - O pedido referido no número anterior é
a) Cinco anos de residência legal e ininterrupta no acompanhado dos documentos comprovativos da
território da União Europeia como titular de situação referida no n.º 1 e de que preenche as
«cartão azul UE»; condições do n.º 1 do artigo 121.º-B, seguindo-se os
b) Residência legal e ininterrupta em território demais trâmites previstos para a instrução e decisão
português como titular de «cartão azul UE», nos do pedido.
dois anos imediatamente anteriores à 4 - O pedido pode ser indeferido nos termos do n.º 4 do
apresentação em Portugal do respetivo pedido. artigo 121.º-B ou se o «cartão azul UE» emitido pelo
outro Estado membro tiver caducado ou sido
3 - Para efeitos do disposto no presente artigo em cancelado durante a análise do pedido.
matéria de cálculo do período de residência legal e 5 - No caso de indeferimento do pedido e sem prejuízo
ininterrupta na União Europeia, os períodos de do disposto no número seguinte, o cidadão nacional
ausência do território da União Europeia não de Estado terceiro e a sua entidade empregadora são
interrompem o período referido na alínea a) do solidariamente responsáveis pelas despesas
número anterior, desde que sejam inferiores a 12 associadas ao regresso e à readmissão do titular de
meses consecutivos e não excedam, na totalidade, 18 «cartão azul UE» e dos seus familiares.
meses. 6 - Quando o pedido seja indeferido com fundamento na
4 - O disposto no número anterior aplica-se igualmente alínea a) do n.º 4 do artigo 121.º-B, a
nos casos em que o cidadão nacional de Estado responsabilidade pelas despesas referidas no número
terceiro tenha residido apenas em território nacional anterior é exclusiva da entidade empregadora.
enquanto titular de «cartão azul UE». 7 - As decisões proferidas sobre os pedidos apresentados
5 - À perda do estatuto do residente de longa duração nos termos do presente artigo são comunicadas, por
para ex-titulares de «cartão azul UE» aplica-se o escrito, pelo SEF, às autoridades do Estado membro
previsto no artigo 131.º com as necessárias do qual provém o titular do «cartão azul UE»,
adaptações no que respeita ao prazo referido na preferencialmente por via eletrónica.
alínea c) do n.º 1 do mesmo artigo, o qual é alargado
para 24 meses consecutivos. SUBSECÇÃO VIII
Autorização de residência em situações especiais
Artigo 121.º-J
Autorização de residência de longa duração Artigo 122.º
Autorização de residência com dispensa de visto de
1 - Aos titulares de um «cartão azul UE» que preencham residência
as condições estabelecidas no artigo anterior para a
obtenção do estatuto de residente de longa duração 1 - Não carecem de visto para obtenção de autorização
é emitido um título UE de residência de longa de residência temporária os nacionais de Estados
duração. terceiros:
2 - Na rubrica «observações» do título de residência a
que se refere o número anterior, deve ser inscrito a) Menores, filhos de cidadãos estrangeiros titulares
«Ex-titular de um cartão azul UE». de autorização de residência, nascidos em
território português;
Artigo 121.º-K b) Menores, nascidos em território nacional, que aqui
Autorização de residência para titulares de «cartão azul tenham permanecido e se encontrem a
UE» noutro Estado membro frequentar a educação pré-escolar ou o ensino
básico, secundário ou profissional;
1 - O titular de «cartão azul UE» que tenha residido pelo c) Filhos de titulares de autorização de residência que
menos 18 meses como titular de «cartão azul UE» no tenham atingido a maioridade e tenham
Estado membro que lho concedeu pela primeira vez, permanecido habitualmente em território
pode deslocar-se para Portugal para efeitos de nacional desde os 10 anos de idade;
exercício de uma atividade altamente qualificada e d) Maiores, nascidos em território nacional, que
fazer-se acompanhar dos seus familiares. daqui não se tenham ausentado ou que aqui

297
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

tenham permanecido desde idade inferior a 10 usufruir do período máximo de um ano para
anos; procurar trabalho compatível com as suas
e) Menores, obrigatoriamente sujeitos a tutela nos qualificações, em Portugal;
termos do Código Civil; q) Que, tendo beneficiado de visto de estada
f) Que tenham deixado de beneficiar do direito de temporária para atividade de investigação ou
asilo em Portugal em virtude de terem cessado as altamente qualificada, pretendam exercer em
razões com base nas quais obtiveram a referida território nacional uma atividade de investigação,
proteção; uma atividade docente num estabelecimento de
g) Que sofram de uma doença que requeira ensino superior ou altamente qualificada,
assistência médica prolongada que obste ao subordinada ou independente:
retorno ao país, a fim de evitar risco para a saúde r) Que façam prova da atividade de investimento, nos
do próprio; termos a que se refere a alínea d) do artigo 3.º
h) Que tenham cumprido serviço militar efetivo nas 2 - Para efeitos do disposto na alínea m) do número
Forças Armadas Portuguesas; anterior, apenas são consideradas as infrações que se
i) Que, tendo perdido a nacionalidade portuguesa, traduzam em condições de desproteção social, de
hajam permanecido no território nacional nos exploração salarial ou de horário, em condições de
últimos 15 anos; trabalho particularmente abusivas ou no caso de
j) Que não se tenham ausentado do território utilização da atividade de menores em situação ilegal.
nacional e cujo direito de residência tenha 3 - Nas situações previstas nas alíneas n), o) e p) do n.º 1
caducado; é aplicável, com a devida adaptação, o disposto nos
k) Que tenham filhos menores residentes em Portugal artigos 88.º, 89.º ou 90.º, consoante os casos.
ou com nacionalidade portuguesa sobre os quais 4 - É igualmente concedida autorização de residência
exerçam efetivamente as responsabilidades com dispensa de visto aos ascendentes em 1.º grau
parentais e a quem assegurem o sustento e a dos cidadãos estrangeiros abrangidos pela alínea b)
educação; do n.º 1, que sobre eles exerçam efetivamente as
l) Que sejam agentes diplomáticos e consulares ou responsabilidades parentais, podendo os pedidos ser
respetivos cônjuges, ascendentes e descendentes efetuados em simultâneo.
a cargo e tenham estado acreditados em Portugal 5 - Sempre que o menor, sem razão atendível, deixe de
durante um período não inferior a três anos; frequentar a educação pré-escolar ou o ensino básico
m) Que sejam, ou tenham sido, vítimas de infração é cancelada ou não renovada a autorização de
penal ou contraordenacional grave ou muito residência temporária concedida ao abrigo da alínea
grave referente à relação de trabalho, nos termos b) do n.º 1 e do n.º 4.
do n.º 2 do presente artigo, de que existam 6 - Sempre que o menor, sem razão atendível, deixe de
indícios comprovados pelo serviço com frequentar o ensino secundário ou profissional pode
competência inspetiva do ministério responsável ser cancelada ou não renovada a autorização de
pela área do emprego, desde que tenham residência temporária concedida ao abrigo da alínea
denunciado a infração às entidades competentes b) do n.º 1 e do n.º 4.
e com elas colaborem; 7 - Os titulares de autorização de residência concedida
n) Que tenham beneficiado de autorização de com dispensa de visto ao abrigo dos números
residência concedida ao abrigo do artigo 109.º; anteriores gozam dos direitos previstos no artigo 83.º
o) Que, tendo beneficiado de autorização de
residência para estudantes do ensino secundário, Artigo 123.º
concedida ao abrigo do artigo 92.º, ou de Regime excecional
autorização de residência para estudantes do 1.º
ciclo do ensino superior, concedida ao abrigo do 1 - Quando se verificarem situações extraordinárias a que
artigo 91.º, e concluído os seus estudos não sejam aplicáveis as disposições previstas no
pretendam exercer em território nacional uma artigo 122.º, bem como nos casos de autorização de
atividade profissional, subordinada ou residência por razões humanitárias ao abrigo da lei
independente, salvo quando aquela autorização que regula o direito de asilo, mediante proposta do
tenha sido emitida no âmbito de acordos de diretor nacional do SEF ou por iniciativa do membro
cooperação e não existam motivos ponderosos de do Governo responsável pela área da administração
interesse nacional que o justifiquem; interna pode, a título excecional, ser concedida
p) Que, tendo beneficiado de autorização de autorização de residência temporária a cidadãos
residência para estudantes do 2.º ou 3.º ciclos do estrangeiros que não preencham os requisitos
ensino superior, concedida ao abrigo do artigo exigidos na presente lei:
91.º, e concluído os seus estudos pretendam

298
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

a) Por razões de interesse nacional; prestação de serviços transfronteiriços, ou


b) Por razões humanitárias; prestadores de serviços transfronteiriços;
c) Por razões de interesse público decorrentes do f) Beneficiem de um estatuto jurídico ao abrigo da
exercício de uma atividade relevante no domínio Convenção de Viena sobre relações diplomáticas,
científico, cultural, desportivo, económico ou adotada a 18 de abril de 1961, ou da Convenção
social. de Viena sobre relações consulares, adotada a 24
2 - As decisões do membro do Governo responsável pela de abril de 1963.
área da administração interna sobre os pedidos de
autorização de residência que sejam formulados ao
abrigo do regime excecional previsto no presente Artigo 126.º
artigo devem ser devidamente fundamentadas. Condições de aquisição do estatuto de residente de
longa duração
Artigo 124.º
Menores estrangeiros nascidos no País 1 - O estatuto de residente de longa duração é concedido
ao nacional de Estado terceiro que:
1 - Os menores estrangeiros nascidos em território a) Tenha residência legal e ininterrupta em território
português beneficiam de estatuto de residente nacional durante os cinco anos imediatamente
idêntico ao concedido a qualquer dos seus anteriores à apresentação do requerimento ou,
progenitores. caso se trate beneficiário de proteção
2 - Para efeitos de emissão do título de residência, deve internacional, desde a data da apresentação do
qualquer dos progenitores apresentar o respetivo pedido do qual resultou a concessão da proteção
pedido nos seis meses seguintes ao registo de internacional;
nascimento do menor. b) Disponha de recursos estáveis e regulares que
3 - Decorrido o prazo previsto no número anterior, pode sejam suficientes para a sua própria subsistência e
ainda qualquer cidadão solicitar ao curador de para a dos seus familiares, sem recorrer ao
menores que se substitua aos progenitores e requeira subsistema de solidariedade;
a concessão do estatuto para os menores. c) Disponha de um seguro de saúde;
d) Disponha de alojamento;
CAPÍTULO VII e) Demonstre fluência no Português básico.
Estatuto do residente de longa duração 2 - Os períodos de residência pelas razões referidas nas
alíneas e) e f) do n.º 2 do artigo anterior não são tidos
Artigo 125.º em conta para efeitos do cálculo do período referido
Beneficiários na alínea a) do número anterior.
3 - Nos casos abrangidos pela alínea a) do n.º 2 do artigo
1 - Podem ser beneficiários do estatuto de residente de anterior, sempre que o nacional do país terceiro
longa duração os nacionais de Estados terceiros que tenha obtido autorização de residência que lhe
residam legalmente no território nacional e permita beneficiar do estatuto de residente de longa
preencham as condições estabelecidas para a sua duração, o período em que foi titular de residência
concessão. para efeitos de estudo, de formação profissional não
2 - Não podem beneficiar do estatuto de residente de remunerada ou de voluntariado é tomado em conta,
longa duração os nacionais de Estados terceiros que: em metade, para o cálculo do período referido na
a) Tenham autorização de residência para estudo, alínea a) do n.º 1.
estágio profissional não remunerado ou 4 - Os períodos de ausência do território nacional não
voluntariado; interrompem o período referido na alínea a) do n.º 1
b) Estejam autorizados a residir em território nacional e entram no cálculo deste, desde que sejam inferiores
ao abrigo da proteção temporária ou tenham a 6 meses consecutivos e não excedam, na totalidade,
solicitado autorização de residência por esse 10 meses compreendidos no período referido na
motivo e aguardem uma decisão sobre o seu alínea a) do n.º 1.
estatuto; 5 - São, todavia, tidos em consideração no cálculo do
c) (Revogada.) período referido na alínea a) do n.º 1 os períodos de
d) (Revogada.) ausência devidos a destacamento por razões de
e) Permaneçam em Portugal exclusivamente por trabalho, nomeadamente no quadro de uma
motivos de caráter temporário, como prestação de serviços transfronteiriços.
trabalhadores sazonais, trabalhadores destacados 6 - Para efeitos da aplicação da alínea b) do n.º 1, os
por um prestador de serviços para efeitos de recursos são avaliados por referência à sua natureza e

299
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

regularidade, tendo em consideração o nível do precedido de consulta a este tendo em vista


salário mínimo e das pensões antes do pedido de averiguar se o requerente continua a beneficiar de
aquisição do estatuto de residente de longa duração. proteção internacional.
7 - Os períodos de permanência ininterrupta em 4 - Logo que possível e em todo o caso no prazo de seis
território nacional ao abrigo de um visto de trabalho meses o requerente é notificado por escrito da
ou de uma autorização de permanência, emitidos nos decisão tomada.
termos da legislação anterior, relevam para o cálculo 5 - Em circunstâncias excecionais associadas à
do prazo previsto na alínea a) do n.º 1. complexidade da análise do pedido, o prazo a que se
refere o número anterior pode ser prorrogado por
Artigo 127.º mais três meses, sendo o requerente informado
Ordem pública e segurança pública dessa prorrogação.
6 - A ausência de decisão no prazo de nove meses
1 - Pode ser recusado o estatuto de residente de longa equivale a deferimento do pedido.
duração por razões de ordem pública ou de 7 - Se as condições estabelecidas no artigo 126.º
segurança pública, devendo ser tomada em estiverem preenchidas e o requerente não
consideração a gravidade ou o tipo de ofensa à representar uma ameaça na aceção do artigo 127.º é
ordem pública ou à segurança pública cometida, ou concedido o estatuto de residente de longa duração.
os perigos que possam advir da permanência dessa 8 - Todas as pessoas que requeiram o estatuto de
pessoa em território nacional, bem como a duração residente de longa duração são informadas dos
da residência e a existência de ligações ao País. direitos e obrigações que lhe incumbem.
2 - A recusa a que se refere o número anterior não deve 9 - O estatuto de residente de longa duração tem caráter
basear-se em razões económicas. permanente com base num título renovável.
3 - Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, 10 - A concessão do estatuto de residente de longa
deve ser recusado o estatuto de residente de longa duração a nacional de Estado terceiro com
duração com base na proteção internacional sempre autorização de residência concedida ao abrigo do
que ocorra revogação, supressão ou recusa de artigo 116.º é comunicada pelo SEF ao Estado
renovação daquela proteção, nos termos das alíneas membro que lhe concedeu pela primeira vez o
a) e b) do n.º 1 do artigo 41.º da Lei n.º 27/2008, de estatuto de residente de longa duração.
30 de junho, que estabelece as condições e
procedimentos de concessão de asilo ou proteção Artigo 130.º
subsidiária e os estatutos de requerente de asilo, de Título UE de residência de longa duração
refugiado e de proteção subsidiária.
1 - Aos residentes de longa duração é emitido um título
Artigo 128.º UE de residência de longa duração.
Entidade competente 2 - O título UE de residência de longa duração tem uma
validade mínima de cinco anos, sendo
A concessão ou recusa do estatuto de longa duração é da automaticamente renovável, mediante
competência do diretor nacional do SEF, com faculdade requerimento, no termo do período de validade.
de delegação. 3 - O título UE de residência de longa duração é emitido
segundo as regras e o modelo uniforme de título de
Artigo 129.º
residência para os nacionais de Estados terceiros, em
Procedimento de aquisição do estatuto de residente de
vigor na União Europeia, devendo ser inscrita na
longa duração
rubrica «Tipo de título» a designação «Residente UE
de longa duração».
1 - É competente para receber o pedido de concessão do
4 - Na circunstância de ser emitido título UE de
estatuto de residente de longa duração a delegação
residência de longa duração a nacional de Estado
do SEF da área da residência do requerente.
terceiro que tenha beneficiado de proteção
2 - O pedido é acompanhado dos documentos
internacional noutro Estado membro, no título em
comprovativos de que o nacional de um Estado
causa deverá ser inscrita a observação «Proteção
terceiro preenche as condições enunciadas no artigo
internacional concedida por ... (identificação do
126.º, bem como de um documento de viagem válido
Estado membro) em ... (data)».
ou de cópia autenticada do mesmo.
5 - Caso a proteção internacional seja transferida, esta
3 - Sem prejuízo do número anterior, o pedido de
observação deve ser alterada mediante pedido do
concessão de estatuto de residente de longa duração
Estado membro onde o nacional de Estado terceiro
formulado por nacional de Estado terceiro que seja
tenha beneficiado de proteção.
simultaneamente titular de um título UE de longa
duração emitido por outro Estado membro, é

300
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

6 - Logo que possível, e em todo o caso no prazo máximo administração interna, com a faculdade de delegação
de três meses, deve ser alterado o título de residência no diretor nacional do SEF.
de longa duração com a observação em 9 - Se a perda do estatuto de residente de longa duração
conformidade. conduzir ao afastamento de território nacional de
cidadão de Estado terceiro que tenha sido titular do
Artigo 131.º título UE de longa duração previsto no n.º 4 do artigo
Perda do estatuto 130.º, esse afastamento só pode ser efetuado para o
país identificado nas observações.
1 - Os residentes de longa duração perdem o estatuto de 10 - Na situação referida no número anterior, se
residente de longa duração nos seguintes casos: relativamente ao cidadão de Estado terceiro
a) Aquisição fraudulenta do estatuto de residente de existirem razões sérias para crer que representa um
longa duração; perigo para a segurança nacional ou ordem pública,
b) Adoção de uma medida de expulsão nos termos do se tiver sido condenado por sentença transitada em
artigo 136.º; julgado por crime doloso a que corresponda pena
c) Ausência do território da União Europeia por um efetiva de mais de um ano de prisão, ainda que, no
período de 12 meses consecutivos; caso de condenação por crime doloso previsto na
d) Aquisição em outro Estado membro do estatuto de presente lei ou com ele conexo ou por crime de
residente de longa duração; terrorismo, por criminalidade violenta ou por
e) Ausência do território nacional por um período de criminalidade especialmente violenta ou altamente
seis anos consecutivos. organizada, a respetiva execução tenha sido
suspensa, ou se lhe tiver sido retirada a proteção
2 - As ausências do território da União Europeia por um internacional conferida por outro Estado membro, o
período superior a 12 meses consecutivos justificadas afastamento pode ser efetuado para país diferente,
por razões específicas ou excecionais não implicam a observado o princípio da não repulsão.
perda do estatuto, nomeadamente quando o 11 - Se a perda do estatuto de residente de longa
residente de longa duração permaneceu no país de duração não conduzir ao afastamento, é concedida à
origem, a fim de aí desenvolver uma atividade pessoa em causa uma autorização de residência com
profissional ou empresarial, ou de natureza cultural dispensa de visto.
ou social.
3 - As ausências do território nacional por um período Artigo 132.º
superior a seis anos consecutivos justificadas por Garantias processuais
razões específicas ou excecionais não implicam a
perda do estatuto, nomeadamente quando o 1 - As decisões de indeferimento do pedido de aquisição
residente de longa duração permaneceu no país de do estatuto de residente de longa duração ou de
origem, a fim de aí desenvolver uma atividade perda do referido estatuto são notificadas ao
profissional ou empresarial, ou de natureza cultural interessado com indicação dos seus fundamentos, do
ou social. direito de impugnação judicial e do respetivo prazo.
4 - Sempre que a perda do estatuto seja devida à 2 - As decisões de indeferimento do pedido de aquisição
verificação das situações previstas nas alíneas c) e e) do estatuto de residente de longa duração ou de
do n.º 1, o interessado pode readquirir o estatuto de perda do referido estatuto são comunicadas, por via
residente de longa duração mediante requerimento, eletrónica, ao ACIDI, I. P., com indicação dos seus
desde que preenchidas as condições previstas nas fundamentos.
alíneas b) a d) do n.º 1 do artigo 126.º 3 - A decisão de indeferimento do pedido de aquisição do
5 - A decisão sobre o requerimento a que se refere o estatuto de residente de longa duração ou a decisão
número anterior é proferida no prazo de três meses. de perda desse estatuto são suscetíveis de
6 - A caducidade do título UE de residência de longa impugnação judicial com efeito suspensivo, perante
duração não implica a perda do estatuto de residente os tribunais administrativos.
de longa duração.
7 - A perda do estatuto de residente de longa duração Artigo 133.º
implica o cancelamento da autorização de residência Igualdade de tratamento
e a apreensão do título de residência UE de longa
duração. Os beneficiários do estatuto de longa duração
8 - O cancelamento da autorização de residência do beneficiam de igualdade de tratamento perante os
residente de longa duração é da competência do nacionais nos termos da Constituição e da lei,
membro do Governo responsável pela área da designadamente em matéria de:

301
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

a) Acesso a uma atividade profissional independente c) Cuja presença ou atividades no País constituam
ou subordinada, desde que tal atividade não ameaça aos interesses ou à dignidade do Estado
implique, nem mesmo a título ocasional, Português ou dos seus nacionais;
envolvimento no exercício da autoridade pública, d) Que interfira de forma abusiva no exercício de
sem prejuízo da aplicação de regime especial aos direitos de participação política reservados aos
nacionais de países de língua oficial portuguesa; cidadãos nacionais;
b) Acesso às condições de emprego e de trabalho, e) Que tenha praticado atos que, se fossem
incluindo as condições de despedimento e de conhecidos pelas autoridades portuguesas, teriam
remuneração; obstado à sua entrada no País;
c) Ensino e formação profissional, incluindo subsídios f) Em relação ao qual existam sérias razões para crer
e bolsas de estudo em conformidade com a que cometeu atos criminosos graves ou que
legislação aplicável; tenciona cometer atos dessa natureza,
d) Reconhecimento de diplomas profissionais, designadamente no território da União Europeia;
certificados e outros títulos, em conformidade g) Que seja detentor de um título de residência
com a lei e os procedimentos nacionais válido, ou de outro título que lhe confira direito
pertinentes; de permanência em outro Estado membro e não
e) Segurança social, assistência social e proteção cumpra a obrigação de se dirigir, imediatamente,
social; para esse Estado membro;
f) Benefícios fiscais; h) O disposto no número anterior não prejudica a
g) Cuidados de saúde; responsabilidade criminal em que o estrangeiro
h) Acesso a bens e serviços e ao fornecimento de haja incorrido;
bens e serviços à disposição do público, bem i) Aos refugiados aplica-se o regime mais benéfico
como aos procedimentos de obtenção de resultante de lei ou convenção internacional a que
alojamento; o Estado Português esteja obrigado.
i) Liberdade de associação, filiação e adesão a uma 2 - O disposto no número anterior não prejudica a
organização representativa de trabalhadores ou responsabilidade criminal em que o estrangeiro haja
empregadores ou a qualquer organização cujos incorrido.
membros se dediquem a determinada ocupação, 3 - Aos refugiados aplica-se o regime mais benéfico
incluindo as vantagens proporcionadas por esse resultante de lei ou convenção internacional a que o
tipo de organizações, sem prejuízo das Estado Português esteja obrigado.
disposições nacionais em matéria de ordem
pública e segurança pública; Artigo 135.º
j) Livre acesso a todo o território nacional. Limites à decisão de afastamento coercivo ou de
expulsão
CAPÍTULO VIII
Afastamento do território nacional Com exceção dos casos de atentado à segurança nacional
ou à ordem pública e das situações previstas nas alíneas
SECÇÃO I c) e f) do n.º 1 do artigo 134.º, não podem ser afastados
Disposições gerais ou expulsos do território nacional os cidadãos
estrangeiros que:
Artigo 134.º
Fundamentos da decisão de afastamento coercivo ou de a) Tenham nascido em território português e aqui
expulsão residam habitualmente;
b) Tenham a seu cargo filhos menores de
1 - Sem prejuízo das disposições constantes de nacionalidade portuguesa ou estrangeira, a residir
convenções internacionais de que Portugal seja Parte em Portugal, sobre os quais exerçam
ou a que se vincule, é afastado coercivamente ou efetivamente as responsabilidades parentais e a
expulso judicialmente do território português, o quem assegurem o sustento e a educação;
cidadão estrangeiro: c) Se encontrem em Portugal desde idade inferior a
10 anos e aqui residam habitualmente.
a) Que entre ou permaneça ilegalmente no território Artigo 136.º
português; Proteção do residente de longa duração em Portugal
b) Que atente contra a segurança nacional ou a
ordem pública; 1 - A decisão de expulsão judicial de um residente de
longa duração só pode basear-se na circunstância de

302
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

este representar uma ameaça real e suficientemente nacional no prazo que lhe for fixado, entre 10 a 20
grave para a ordem pública ou a segurança pública, dias.
não devendo basear-se em razões económicas. 2 - O cidadão estrangeiro a quem tenha sido cancelada a
2 - Antes de ser tomada uma decisão de expulsão de um autorização de residência é notificado pelo SEF para
residente de longa duração, são tidos em abandonar voluntariamente o território nacional no
consideração os seguintes elementos: prazo que lhe for fixado, entre 10 e 20 dias.
a) A duração da residência no território; 3 - O prazo referido nos números anteriores pode ser
b) A idade da pessoa em questão; prorrogado pelo SEF tendo em conta,
c) As consequências para essa pessoa e para os seus designadamente, a duração da permanência, a
familiares; existência de filhos que frequentem a escola e a
d) Os laços com o país de residência ou a ausência de existência de outros membros da família e de laços
laços com o país de origem. sociais, disso sendo notificado o cidadão estrangeiro.
4 - Em caso de decisão de cancelamento de autorização
3 - A decisão de expulsão é suscetível de impugnação de residência nos termos do artigo 85.º, havendo
judicial, com efeito suspensivo. perigo de fuga, tiver sido indeferido pedido de
4 - Ao residente de longa duração que não disponha de prorrogação de permanência por manifestamente
recursos suficientes é concedido apoio judiciário, nos infundado ou fraudulento ou se a pessoa em causa
termos da lei. constituir uma ameaça para a ordem ou segurança
públicas ou para a segurança nacional, o cidadão
Artigo 137.º estrangeiro é notificado para abandonar
Afastamento coercivo de residentes de longa duração imediatamente o território nacional, sob pena de
num Estado membro da União Europeia incorrer no crime de desobediência qualificada.
5 - O cumprimento da ordem de abandono imediato do
1 - Pode ser aplicada uma decisão de afastamento território nacional pressupõe a utilização pelo
coercivo ao titular do estatuto de longa duração cidadão estrangeiro do primeiro meio de viagem
concedido por um Estado membro da União disponível e adequado à sua situação.
Europeia, se permanecer ilegalmente em território
nacional. Artigo 139.º
2 - Enquanto o nacional de um Estado terceiro, com Apoio ao regresso voluntário
autorização de residência concedida ao abrigo do
artigo 116.º, não tiver obtido o estatuto de residente 1 - O Estado pode apoiar o regresso voluntário de
de longa duração em território nacional, a decisão de cidadãos estrangeiros que preencham as condições
afastamento coercivo só pode ser tomada nos termos exigíveis aos países de origem, no âmbito de
dos n.ºs 1 e 2 do artigo 136.º, após consulta ao programas de cooperação estabelecidos com
Estado membro da União Europeia que lhe concedeu organizações internacionais, nomeadamente a
o estatuto. Organização Internacional para as Migrações, ou
3 - Em caso de afastamento coercivo para o território do organizações não governamentais.
Estado membro da União Europeia que lhe concedeu 2 - Os cidadãos estrangeiros que beneficiem do apoio
o estatuto de residente de longa duração, as concedido nos termos do número anterior, quando
competentes autoridades daquele Estado são titulares de autorização de residência, entregam-na
notificadas da decisão pelo SEF. no posto de fronteira no momento do embarque.
4 - O SEF toma todas as medidas para executar 3 - Durante um período de três anos após o abandono do
efetivamente tal decisão e informar as autoridades País, os beneficiários de apoio ao regresso voluntário
competentes do Estado membro da União Europeia, só podem ser admitidos em território nacional se
que concedeu o estatuto de residente de longa restituírem os montantes recebidos, acrescidos de
duração à pessoa em questão, das medidas adotadas juros à taxa legal.
relativamente à implementação da decisão de 4 - O disposto no número anterior não prejudica a
afastamento coercivo. possibilidade de emissão excecional de visto de curta
duração, por razões humanitárias, nos termos
Artigo 138.º definidos no artigo 68.º
Abandono voluntário do território nacional 5 - Não são sujeitos à exigência prevista no n.º 3 os
cidadãos que tenham beneficiado de um regime de
1 - O cidadão estrangeiro que entre ou permaneça proteção temporária.
ilegalmente em território nacional é notificado pelo
SEF para abandonar voluntariamente o território

303
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 140.º tortura, tratamento desumano ou degradante na


Entidades competentes aceção do artigo 3.º da Convenção Europeia dos
Direitos do Homem.
1 - A decisão de afastamento coercivo pode ser 2 - Para poder beneficiar da garantia prevista no número
determinada, nos termos da presente lei, pelo diretor anterior, o interessado deve invocar o receio de
nacional do SEF, com faculdade de delegação. perseguição e apresentar a respetiva prova no prazo
2 - Compete ao diretor nacional do SEF a decisão de que lhe vier a ser concedido.
arquivamento do processo de afastamento coercivo. 3 - Nos casos a que se refere o número anterior, o visado
3 - A decisão judicial de expulsão é determinada por é encaminhado para outro país que o aceite.
autoridade judicial competente.
4 - A decisão de expulsão reveste a natureza de pena Artigo 144.º
acessória ou é adotada quando o cidadão estrangeiro Prazo de interdição de entrada
objeto da decisão tenha entrado ou permanecido
regularmente em Portugal. Ao cidadão estrangeiro sujeito a decisão de afastamento
é vedada a entrada em território nacional por período
Artigo 141.º até cinco anos, podendo tal período ser superior quando
Competência processual se verifique existir ameaça grave para a ordem pública, a
segurança pública ou a segurança nacional.
1 - É competente para mandar instaurar processos de
afastamento coercivo e para ordenar o SECÇÃO II
prosseguimento dos autos, determinando, Afastamento coercivo determinado por autoridade
nomeadamente, o seu envio para o tribunal administrativa
competente, o diretor nacional do SEF, com
faculdade de delegação. Artigo 145.º
2 - Compete igualmente ao diretor nacional do SEF a Afastamento coercivo
decisão de arquivamento do processo.
Sem prejuízo da aplicação do regime de readmissão, o
Artigo 142.º afastamento coercivo só pode ser determinado por
Medidas de coação autoridade administrativa com fundamento na entrada
ou permanência ilegais em território nacional.
1 - No âmbito de processos de expulsão, para além das
medidas de coação enumeradas no Código de Artigo 146.º
Processo Penal, com exceção da prisão preventiva, o Trâmites da decisão de afastamento coercivo
juiz pode, havendo perigo de fuga, ainda determinar
as seguintes: 1 - O cidadão estrangeiro que entre ou permaneça
a) Apresentação periódica no SEF; ilegalmente em território nacional é detido por
b) Obrigação de permanência na habitação com autoridade policial e, sempre que possível, entregue
utilização de meios de vigilância eletrónica, nos ao SEF, acompanhado do respetivo auto, devendo o
termos da lei; mesmo ser presente, no prazo máximo de 48 horas a
c) Colocação do expulsando em centro de instalação contar da detenção, ao juiz do juízo de pequena
temporária ou em espaço equiparado, nos termos instância criminal, na respetiva área de jurisdição, ou
da lei. do tribunal de comarca, nas restantes áreas do País,
para validação e eventual aplicação de medidas de
2 - São competentes para aplicação de medidas de coação.
coação os juízos de pequena instância criminal ou os 2 - Se for determinada a colocação em centro de
tribunais de comarca do local onde for encontrado o instalação temporária ou espaço equiparado, é dado
cidadão estrangeiro. conhecimento do facto ao SEF para que promova o
competente processo, visando o afastamento do
Artigo 143.º cidadão estrangeiro do território nacional.
País de destino 3 - A colocação prevista no número anterior não pode
prolongar-se por mais tempo do que o necessário
1 - O afastamento coercivo e a expulsão não podem ser para permitir a execução da decisão de afastamento
efetuados para qualquer país onde o cidadão coercivo, sem que possa exceder 60 dias.
estrangeiro possa ser perseguido pelos motivos que, 4 - Se não for determinada a colocação em centro de
nos termos da lei, justificam a concessão do direito instalação temporária, é igualmente feita a
de asilo ou onde o cidadão estrangeiro possa sofrer comunicação ao SEF para os fins indicados no n.º 2,

304
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

notificando-se o cidadão estrangeiro de que deve vítimas de tortura, violação ou outras formas graves
comparecer no respetivo serviço. de violência psicológica, física ou sexual.
5 - Não é organizado processo de afastamento coercivo 4 - No âmbito dos poderes de gestão dos centros de
contra o cidadão estrangeiro que: acolhimento temporário conferidos ao SEF, podem
a) Tendo entrado irregularmente no território ser celebrados protocolos com organizações
nacional, apresente pedido de asilo a qualquer nacionais ou internacionais com trabalho
autoridade policial dentro das 48 horas após a sua reconhecido na área da imigração, visando definir a
entrada; forma de autorização e condições de visita àqueles.
b) Seja detentor de um título de residência válido ou 5 - Ao estrangeiro detido é fornecido documento de que
de outro título, que lhe confira direito de constem as regras aplicadas no centro de instalação
permanência em outro Estado membro e cumpra temporária ou espaço equiparado, bem como os seus
a sua obrigação de se dirigir imediatamente para direitos e deveres, nomeadamente o direito de
esse Estado membro; contactar as entidades a que se refere o n.º 1.
c) Seja readmitido ou aceite a pedido de outro Estado 6 - As famílias detidas devem ficar alojadas em locais
membro, em conformidade com acordos ou separados que garantam a devida privacidade.
convenções internacionais celebrados nesse 7 - Os menores acompanhados detidos devem ter a
sentido, desde que seja portador de título que o possibilidade de participar em atividades de lazer,
habilite a permanecer ou residir legalmente em nomeadamente em jogos e atividades recreativas
território nacional; próprias da sua idade, e, em função da duração da
d) Seja titular de uma autorização de residência ou permanência, devem ter acesso ao ensino.
outro título habilitante da sua permanência legal
em território nacional, em conformidade com as Artigo 147.º
disposições legais em vigor. Condução à fronteira

6 - O cidadão estrangeiro nas condições referidas na 1 - O cidadão estrangeiro detido nos termos do n.º 1 do
alínea a) do número anterior aguarda em liberdade a artigo 146.º que, durante o interrogatório judicial e
decisão do seu pedido e deve ser informado pelo SEF depois de informado sobre o disposto nos n.ºs 2 e 3,
dos seus direitos e obrigações, em harmonia com o declare pretender abandonar o território nacional
disposto na lei reguladora do direito de asilo. pode, por determinação do juiz competente e desde
7 - São competentes para efetuar detenções, nos termos que devidamente documentado, ser entregue à
do n.º 1, as autoridades e os agentes de autoridade custódia do SEF para efeitos de condução ao posto de
do SEF, da Guarda Nacional Republicana, da Polícia de fronteira e afastamento no mais curto espaço de
Segurança Pública, da Polícia Judiciária e da Polícia tempo possível.
Marítima. 2 - O cidadão que declare pretender ser conduzido ao
posto de fronteira fica interdito de entrar em
Artigo 146.º-A território nacional pelo prazo de um ano.
Condições de detenção 3 - A condução à fronteira implica a inscrição do cidadão
no Sistema de Informação Schengen e na lista
1 - O estrangeiro detido em centro de instalação nacional de pessoas não admissíveis pelo período da
temporária ou espaço equiparado é autorizado, a interdição de entrada.
pedido, a contactar os seus representantes legais, os
seus familiares e as autoridades consulares Artigo 148.º
competentes. Processo
2 - O estrangeiro detido em centro de instalação
temporária ou espaço equiparado tem direito a 1 - Durante a instrução do processo é assegurada a
comunicar com o seu advogado ou defensor em audição da pessoa contra a qual o mesmo foi
privado. instaurado, que goza de todas as garantias de defesa.
3 - O estrangeiro detido em centro de instalação 2 - A audição referida no número anterior vale, para
temporária ou espaço equiparado tem direito à todos os efeitos, como audiência do interessado.
prestação de cuidados de saúde urgentes e ao 3 - O instrutor deve promover as diligências consideradas
tratamento básico de doenças, devendo atribuir-se essenciais para o apuramento da verdade, podendo
especial atenção à situação das pessoas vulneráveis, recusar, em despacho fundamentado, as requeridas
em especial menores, menores não acompanhados, pela pessoa contra a qual foi instaurado o processo,
pessoas com deficiência, idosos, grávidas, famílias quando julgue suficientemente provados os factos
com filhos menores e pessoas que tenham sido alegados por esta.

305
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

4 - Concluída a instrução, é elaborado o respetivo SUBSECÇÃO I


relatório, no qual o instrutor faz a descrição e Pena acessória de expulsão
apreciação dos factos apurados, propondo a
resolução que considere adequada, e o processo é Artigo 151.º
presente à entidade competente para proferir a Pena acessória de expulsão
decisão.
1 - A pena acessória de expulsão pode ser aplicada ao
Artigo 149.º cidadão estrangeiro não residente no País,
Decisão de afastamento coercivo condenado por crime doloso em pena superior a seis
meses de prisão efetiva ou em pena de multa em
1 - A decisão de afastamento coercivo é da competência alternativa à pena de prisão superior a seis meses.
do diretor nacional do SEF. 2 - A mesma pena pode ser imposta a um cidadão
2 - A decisão de afastamento coercivo é comunicada por estrangeiro residente no País, condenado por crime
via eletrónica ao ACIDI, I. P., e ao Conselho Consultivo doloso em pena superior a um ano de prisão,
e notificada à pessoa contra a qual foi instaurado o devendo, porém, ter-se em conta, na sua aplicação, a
processo com indicação dos seus fundamentos, do gravidade dos factos praticados pelo arguido, a sua
direito de impugnação judicial e do respetivo prazo, personalidade, eventual reincidência, o grau de
bem como da sua inscrição no Sistema de Informação inserção na vida social, a prevenção especial e o
Schengen ou na lista nacional de pessoas não tempo de residência em Portugal.
admissíveis, sem prejuízo das normas aplicáveis em 3 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, a pena
matéria de proteção de dados pessoais. acessória de expulsão só pode ser aplicada ao
3 - A decisão de afastamento coercivo contém cidadão estrangeiro com residência permanente,
obrigatoriamente: quando a sua conduta constitua perigo ou ameaça
a) Os fundamentos; graves para a ordem pública, a segurança ou a defesa
b) As obrigações legais do nacional do país terceiro nacional.
sujeito à decisão de afastamento coercivo; 4 - Sendo decretada a pena acessória de expulsão, o juiz
c) A interdição de entrada em território nacional, com de execução de penas ordena a sua execução logo
a indicação do respetivo prazo; que cumpridos:
d) A indicação do país para onde não deve ser a) Metade da pena, nos casos de condenação em
encaminhado o cidadão estrangeiro que beneficie pena igual ou inferior a cinco anos de prisão;
da garantia prevista no artigo 143.º b) Dois terços da pena, nos casos de condenação em
pena superior a cinco anos de prisão.
Artigo 150.º 5 - O juiz de execução de penas pode, sob proposta
Impugnação judicial fundamentada do diretor do estabelecimento
prisional, e sem oposição do condenado, decidir a
1 - A decisão de afastamento coercivo, proferida pelo antecipação da execução da pena acessória de
diretor nacional do SEF, é suscetível de impugnação expulsão logo que cumprido um terço da pena, nos
judicial com efeito devolutivo perante os tribunais casos de condenação em pena igual ou inferior a
administrativos. cinco anos de prisão e desde que esteja assegurado o
2 - O disposto no número anterior não prejudica o direito cumprimento do remanescente da pena no país de
do cidadão estrangeiro de recorrer aos processos destino.
urgentes ou com efeito suspensivo, previstos na lei
processual administrativa. SUBSECÇÃO II
3 - O cidadão estrangeiro goza, a pedido, de proteção Medida autónoma de expulsão judicial
jurídica, aplicando-se com as devidas adaptações a
Lei n.º 34/2004, de 29 de julho, no regime previsto Artigo 152.º
para a nomeação de defensor do arguido para Tribunal competente
diligências urgentes.
4 - A pedido do interessado podem ser prestados 1 - São competentes para aplicar a medida autónoma de
serviços de tradução e interpretação para efeitos da expulsão:
impugnação judicial a que se referem os n.ºs 1 e 2.
a) Nas respetivas áreas de jurisdição, os juízos de
pequena instância criminal;
SECÇÃO III b) Nas restantes áreas do País, os tribunais de
Expulsão judicial comarca.

306
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

2 - A competência territorial determina-se em função da a) Se a pessoa contra a qual foi instaurado o processo
residência em Portugal do cidadão estrangeiro ou, na solicitar esse prazo para a preparação da sua
falta desta, do lugar em que for encontrado. defesa;
b) Se a pessoa contra a qual foi instaurado o processo
Artigo 153.º faltar ao julgamento;
Processo de expulsão c) Se ao julgamento faltarem testemunhas de que à
descoberta da verdade dos factos e que possam
1 - Sempre que tenha conhecimento de qualquer facto previsivelmente realizar-se dentro daquele prazo.
que possa constituir fundamento de expulsão, o SEF 2 - O disposto nas alíneas a) a c) do número anterior não
organiza um processo onde sejam recolhidas as é aplicável aos casos previstos na alínea f) do n.º 1 do
provas que habilitem à decisão. artigo 134.º
2 - O processo de expulsão inicia-se com o despacho que
o mandou instaurar e deve conter, além da Artigo 156.º
identificação do cidadão estrangeiro contra o qual foi Aplicação subsidiária do processo sumário
mandado instaurar, todos os demais elementos de
prova relevantes que lhe respeitem, designadamente Com exceção dos casos previstos na alínea f) do n.º 1 do
a circunstância de ser ou não residente no País e, artigo 134.º, são aplicáveis, com as necessárias
sendo-o, o período de residência. adaptações, as disposições do Código de Processo Penal
3 - Em caso de acusação também pelo crime de relativas ao julgamento em processo sumário.
desobediência por não abandono imediato do
território nacional nos termos do n.º 4 do artigo Artigo 157.º
138.º, este é julgado por apenso. Conteúdo da decisão

Artigo 154.º 1 - A decisão judicial de expulsão contém


Julgamento obrigatoriamente:
a) Os fundamentos;
1 - Recebido o processo, o juiz marca julgamento, que b) As obrigações legais do expulsando;
deve realizar-se nos cinco dias seguintes, mandando c) A interdição de entrada em território nacional, com
notificar a pessoa contra a qual foi instaurado o a indicação do respetivo prazo;
processo, as testemunhas indicadas nos autos e o d) A indicação do país para onde não deve ser
SEF, na pessoa do respetivo diretor regional. encaminhado o cidadão estrangeiro que beneficie
2 - É obrigatória a presença na audiência da pessoa da garantia prevista no artigo 143.º
contra a qual foi instaurado o processo.
3 - Na notificação à pessoa contra a qual foi instaurado o 2 - A execução da decisão implica a inscrição do
processo deve mencionar-se igualmente que, expulsando no Sistema de Informação Schengen ou
querendo, pode apresentar a contestação na na lista nacional de pessoas não admissíveis pelo
audiência de julgamento e juntar o rol de período de interdição de entrada.
testemunhas e os demais elementos de prova de que 3 - A inscrição no Sistema de Informação Schengen é
disponha. notificada ao expulsando pelo SEF.
4 - A notificação do SEF, na pessoa do respetivo diretor
regional, visa a designação de funcionário ou Artigo 158.º
funcionários do serviço que possam prestar ao Recurso
tribunal os esclarecimentos considerados de interesse
para a decisão. 1 - Da decisão judicial que determina a expulsão cabe
5 - Nos casos previstos na alínea f) do n.º 1 do artigo recurso para o Tribunal da Relação com efeito
134.º aplica-se o disposto nos n.ºs 1 e 2 do artigo devolutivo.
382.º e nos artigos 385.º e 389.º do Código de 2 - É aplicável subsidiariamente o disposto no Código de
Processo Penal. Processo Penal sobre recurso ordinário.

Artigo 155.º SECÇÃO IV


Adiamento da audiência Execução das decisões de afastamento coercivo e de
expulsão judicial
1 - O julgamento só pode ser adiado uma única vez e até
ao 10.º dia posterior à data em que deveria ter lugar: Artigo 159.º
Competência para a execução da decisão

307
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Compete ao SEF dar execução às decisões de Estado membro da União Europeia ou de Estados
afastamento coercivo e de expulsão. onde vigore a Convenção de Aplicação.

Artigo 160.º Artigo 161.º


Cumprimento da decisão Desobediência à decisão
1 - Ao cidadão estrangeiro contra quem é proferida uma
decisão de afastamento coercivo ou de expulsão 1 - O cidadão estrangeiro que não abandone o território
judicial é concedido um prazo de saída de território nacional no prazo que lhe tiver sido fixado é detido e
nacional, entre 10 e 20 dias. conduzido ao posto de fronteira para afastamento do
2 - Em situações devidamente fundamentadas, território nacional.
nomeadamente quando se verifiquem razões 2 - Se não for possível executar a decisão de afastamento
concretas e objetivas geradoras de convicção de coercivo ou de expulsão no prazo de 48 horas após a
intenção de fuga, sempre que o nacional de um detenção, é dado conhecimento do facto ao juiz do
Estado terceiro utilizar documentos falsos ou juízo de pequena instância criminal, na respetiva área
falsificados, ou tenha sido detetado em situações que de jurisdição, ou do tribunal de comarca, nas
indiciam a prática de um crime, ou existam razões restantes áreas do País, a fim de ser determinada a
sérias para crer que cometeu atos criminosos graves manutenção do cidadão estrangeiro em centro de
ou indícios fortes de que tenciona cometer atos dessa instalação temporária ou em espaço equiparado.
natureza, o cidadão fica entregue à custódia do SEF,
com vista à execução da decisão de afastamento Artigo 162.º
coercivo ou de expulsão judicial. Comunicação da decisão
3 - Pode ser requerido ao juiz competente, enquanto não
for executada a decisão de afastamento coercivo ou A execução da decisão de afastamento coercivo ou de
de expulsão judicial e não expirar o prazo referido no expulsão é comunicada, pela via diplomática, às
n.º 1, que o cidadão estrangeiro fique sujeito ao autoridades competentes do país de destino do cidadão
regime: estrangeiro.
a) De colocação em centro de instalação temporária
ou espaço equiparado, por período não superior a SECÇÃO V
30 dias; Readmissão
b) De obrigação de permanência na habitação com
utilização de meios de vigilância eletrónica; Artigo 163.º
c) De apresentação periódica no SEF ou às Conceito de readmissão
autoridades policiais;
d) De pagamento de uma caução. 1 - Nos termos das convenções internacionais, os
cidadãos estrangeiros que se encontrem ilegalmente
4 - Durante o prazo concedido serão tidas em no território de um Estado, vindos diretamente de
consideração as necessidades especiais das pessoas outro Estado, podem ser por este readmitidos,
vulneráveis, em especial dos menores, pessoas com mediante pedido formulado pelo Estado em cujo
deficiência, idosos, grávidas, famílias monoparentais território se encontrem.
com filhos menores e pessoas que tenham sido 2 - A readmissão diz-se ativa quando Portugal é o Estado
vítimas de tortura, violação ou outras formas graves requerente e passiva quando Portugal é o Estado
de violência psicológica, física ou sexual. requerido.
5 - Durante o prazo concedido para a partida voluntária,
o estrangeiro tem direito à manutenção da unidade Artigo 164.º
familiar com os membros da família presentes no Competência
território nacional, à prestação de cuidados de saúde
urgentes e ao tratamento básico de doenças e, se for A aceitação de pedidos de readmissão de pessoas por
menor, ao acesso ao sistema de ensino público. parte de Portugal, bem como a apresentação de pedidos
6 - O prazo definido na alínea a) do n.º 3 pode ser de readmissão a outro Estado, é da competência do
superior, embora não possa nunca exceder os três diretor nacional do SEF, com faculdade de delegação.
meses, nos casos em que existam, relativamente ao
cidadão estrangeiro, fortes indícios de ter praticado Artigo 165.º
ou tencionar praticar factos puníveis graves, ou ter Readmissão ativa
sido condenado por crime doloso, ou constituir uma
ameaça para a ordem pública, para a segurança 1 - Sempre que um cidadão estrangeiro em situação
nacional ou para as relações internacionais de um irregular em território nacional deva ser readmitido

308
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

por outro Estado, o SEF formula o respetivo pedido, 121.º-A e seguintes, bem como os seus familiares,
observando-se, com as necessárias adaptações, o ainda que aquele esteja caducado ou tenha sido
disposto no artigo 153.º retirado durante a análise do pedido, sempre que
2 - Durante a instrução do processo de readmissão é tenham sido sujeitos a uma decisão de
assegurada a audição do cidadão estrangeiro a afastamento coercivo do Estado membro para
reenviar para o Estado requerido, valendo a mesma, onde se deslocaram para efeitos de trabalho
para todos os efeitos, como audiência do interessado. altamente qualificado;
3 - Se o pedido apresentado por Portugal for aceite, a c) Sejam objeto de pedido de aceitação formulado
entidade competente determina o reenvio do por outro Estado membro, ao abrigo de acordos
cidadão estrangeiro para o Estado requerido. ou convenções nesse sentido, na condição de
4 - Caso o pedido seja recusado, é instaurado processo serem portadores de títulos que os habilitem a
de expulsão. permanecer ou residir legalmente em território
5 - É competente para determinar o reenvio do cidadão nacional.
estrangeiro para o Estado requerido o autor do 3 - A obrigação de readmissão referida no número
pedido de readmissão. anterior não prejudica a possibilidade de o residente
6 - O reenvio do cidadão estrangeiro para o Estado de longa duração e os seus familiares se mudarem
requerido implica a inscrição na lista nacional de para um terceiro Estado membro.
pessoas não admissíveis e no Sistema de Informação
Schengen, caso o Estado requerido seja um Estado SECÇÃO VI
terceiro. Reconhecimento mútuo de decisões de expulsão
Artigo 166.º Artigo 169.º
Recurso Reconhecimento de uma decisão de afastamento
tomada contra um nacional de Estado terceiro
Da decisão que determine o reenvio do cidadão
estrangeiro para o Estado requerido cabe recurso para o 1 - São reconhecidas e executadas nos termos das
membro do Governo responsável pela área da disposições da presente secção as decisões de
administração interna, a interpor no prazo de 30 dias, afastamento tomadas por autoridade administrativa
com efeito devolutivo. competente de Estado membro da União Europeia ou
de Estado parte na Convenção de Aplicação contra
Artigo 167.º um nacional de Estado terceiro que se encontre em
Interdição de entrada território nacional, desde que a decisão de
afastamento seja baseada:
Ao cidadão estrangeiro reenviado para outro Estado ao
abrigo de convenção internacional é vedada a entrada no a) Numa ameaça grave e atual para a ordem pública
País pelo período de três anos. ou para a segurança nacional do Estado autor da
decisão;
Artigo 168.º b) No incumprimento por parte do nacional de Estado
Readmissão passiva terceiro em questão da regulamentação relativa à
entrada e permanência de cidadãos estrangeiros
1 - O cidadão estrangeiro readmitido em território do Estado autor da decisão de afastamento.
português, que não reúna as condições legalmente 2 - Só é reconhecida uma decisão de afastamento
exigidas para permanecer no País, é objeto de baseada no disposto na alínea a) do número anterior,
medida de afastamento do território nacional se esta tiver sido tomada em caso de:
prevista no presente capítulo.
2 - São readmitidos, imediatamente e sem formalidades, a) Condenação do nacional do Estado terceiro pelo
em território nacional, os nacionais de Estados Estado autor da decisão de afastamento por uma
terceiros que: infração passível de pena de prisão não inferior a
um ano;
a) Tenham adquirido o estatuto de residente de longa b) Existência de razões sérias para crer que o nacional
duração em Portugal, bem como os seus de Estado terceiro cometeu atos puníveis graves
familiares, sempre que tenham sido sujeitos a ou existência de indícios reais de que tenciona
uma decisão de afastamento coercivo do Estado cometer atos dessa natureza no território de um
membro onde exerceram o seu direito de Estado membro da União Europeia ou de um
residência; Estado parte na Convenção de Aplicação.
b) Sejam titulares de autorização de residência
(«cartão azul UE»), emitido nos termos dos artigos

309
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

3 - Se a pessoa abrangida pelo número anterior for Artigo 171.º


detentora de uma autorização de residência emitida Execução do afastamento
em território nacional, o reconhecimento e execução
da medida de afastamento só pode ser determinado 1 - A decisão de afastamento reconhecida nos termos do
por autoridade judicial, de acordo com o disposto nos disposto no artigo 169.º só é executada se respeitado
artigos 152.º a 158.º o disposto no artigo 135.º e após uma análise prévia
4 - Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 25.º da da situação da pessoa em causa, a fim de ser
Convenção de Aplicação, sempre que a pessoa objeto assegurado que nem a Constituição, nem as
de uma decisão de afastamento a que se referem os convenções internacionais pertinentes, nem a lei
n.ºs 1 e 2 seja detentora de uma autorização de impedem a sua execução.
residência emitida por um Estado membro da União 2 - O nacional de Estado terceiro que permaneça
Europeia ou por um Estado parte na Convenção de ilegalmente em território nacional e sobre o qual
Aplicação, o SEF consulta as autoridades competentes exista uma decisão nos termos do artigo 169.º é
desse Estado, para efeitos de eventual cancelamento detido por autoridade policial e entregue à custódia
da autorização de residência em conformidade com do SEF acompanhado do respetivo auto, devendo o
as disposições legais aí em vigor, bem como o Estado mesmo ser conduzido à fronteira.
autor da decisão de afastamento. 3 - A decisão de execução do afastamento é suscetível de
5 - A decisão de afastamento nos termos dos n.ºs 1 e 2 só impugnação judicial, com efeito devolutivo, perante
é reconhecida se não for adiada ou suspensa pelo os tribunais administrativos.
Estado autor. 4 - O cidadão estrangeiro sobre o qual recaia uma
6 - O disposto no presente artigo é aplicável sem prejuízo decisão tomada nos termos do n.º 3 do artigo 169.º é
das disposições sobre a determinação da entregue à custódia do SEF para efeitos de condução
responsabilidade dos Estados membros da União à fronteira e afastamento no mais curto espaço de
Europeia pela análise de um pedido de asilo e dos tempo possível.
acordos de readmissão celebrados com Estados 5 - Sempre que a execução do afastamento não seja
membros da União Europeia. possível no prazo de 48 horas após a detenção, o
nacional de Estado terceiro é presente ao juiz do juízo
Artigo 170.º de pequena instância criminal, na respetiva área de
Competência jurisdição, ou do tribunal de comarca competente
para a validação da detenção e eventual aplicação de
1 - É competente para a execução das medidas de medidas de coação.
afastamento referidas no artigo anterior o SEF. 6 - Do despacho de validação da detenção e entrega à
2 - Sempre que a decisão de afastamento, tomada por custódia do SEF cabe recurso nos termos previstos no
autoridade nacional competente, seja executada por artigo 158.º
um Estado membro da União Europeia ou por um 7 - Após a execução da medida de afastamento o SEF
Estado parte na Convenção de Aplicação, o SEF informa a autoridade competente do Estado membro
fornece à entidade competente do Estado de autor da decisão de afastamento.
execução todos os documentos necessários para
comprovar que a natureza executória da medida de Artigo 172.º
afastamento tem caráter permanente. Compensação financeira
3 - O SEF é autorizado a criar e manter um ficheiro de
dados de natureza pessoal para os fins previstos na A compensação financeira dos custos suportados pela
presente secção, sem prejuízo da observância das execução do afastamento de nacionais de Estados
regras constitucionais e legais em matéria de terceiros efetua-se de acordo com os critérios aprovados
proteção de dados. pelo Conselho da União Europeia.
4 - Compete igualmente ao SEF cooperar e proceder ao
intercâmbio das informações pertinentes com as SECÇÃO VII
autoridades competentes dos outros Estados Apoio ao afastamento por via aérea durante o trânsito
membros da União Europeia ou dos Estados partes na aeroportuário
Convenção de Aplicação para pôr em prática o
reconhecimento e execução de decisões de Artigo 173.º
afastamento, nos termos do artigo anterior. Preferência por voo direto

Sempre que se proceda ao afastamento de um nacional


de Estado terceiro por via aérea devem ser analisadas as

310
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

possibilidades de se utilizar um voo direto para o país de tomadas pelo Estado membro requerido, são
destino. suportados pelo SEF.

Artigo 174.º Artigo 175.º


Pedido de trânsito aeroportuário no território de um Apoio ao trânsito aeroportuário em território nacional
Estado membro
1 - Pode ser autorizado o trânsito aeroportuário a pedido
1 - Se não for possível a utilização de um voo direto, das autoridades competentes de um Estado membro
pode ser pedido às autoridades competentes de que procedam ao afastamento de um nacional de
outro Estado membro trânsito aeroportuário, desde Estado terceiro, sempre que este seja necessário.
que tal não implique mudança de aeroporto no 2 - Pode ser recusado o trânsito aeroportuário se:
território do Estado membro requerido. a) O nacional de um Estado terceiro for acusado de
2 - O pedido de trânsito aeroportuário, com ou sem infração penal ou tiver sido ordenada a sua
escolta, e de medidas de apoio com ele relacionadas, captura para cumprimento de pena, nos termos
designadamente as referidas no n.º 2 do artigo 177.º, da legislação aplicável; ou
é apresentado por escrito e deve ser comunicado ao b) O trânsito através de outros Estados ou a admissão
Estado membro requerido o mais rapidamente no país de destino não forem exequíveis; ou
possível e nunca menos de dois dias antes do c) A medida de afastamento implicar uma mudança
trânsito. de aeroporto no território nacional; ou
3 - É competente para formular o pedido de trânsito d) Não for possível, por razões práticas, prestar numa
aeroportuário o diretor nacional do SEF, com determinada altura o apoio solicitado; ou
faculdade de delegação. e) A presença do nacional de um Estado terceiro em
4 - Não pode ser iniciado o trânsito aeroportuário sem território nacional constituir uma ameaça para a
autorização do Estado membro requerido, salvo nos ordem pública, a segurança pública ou a saúde
casos em que não haja resposta ao pedido referido pública, ou para as relações internacionais do
no n.º 1 dentro dos prazos em que o Estado membro Estado Português.
requerido está obrigado, podendo a operação de
trânsito ser iniciada mediante mera notificação. 3 - No caso da alínea d) do número anterior, é indicada
5 - Para efeitos do tratamento do pedido referido no n.º com a máxima brevidade ao Estado membro
1, são enviadas ao Estado membro requerido as requerente uma data, o mais próxima possível da
informações que constam do formulário de pedido e inicialmente solicitada, em que, estando cumpridos
de autorização de trânsito aeroportuário, que figura os demais requisitos, possa ser dado apoio ao
em anexo à Diretiva n.º 2003/110/CE, do Conselho, trânsito aeroportuário.
de 25 de novembro. 4 - As autorizações de trânsito aeroportuário já
6 - O SEF toma as medidas adequadas a assegurar que a concedidas podem ser revogadas se posteriormente
operação de trânsito tenha lugar com a máxima se tornarem conhecidos factos que, nos termos do
brevidade possível, o mais tardar dentro de vinte e n.º 2, justifiquem a recusa de trânsito.
quatro horas. 5 - O SEF comunica às autoridades competentes do
7 - É readmitido imediatamente em território português Estado membro requerente, sem demora, a recusa
o nacional de Estado terceiro se: ou revogação da autorização de trânsito
aeroportuário, nos termos do n.º 2 ou do número
a) A autorização de trânsito aeroportuário tiver sido anterior, ou a impossibilidade da sua realização por
recusada ou revogada; ou qualquer outro motivo, fundamentando a decisão.
b) Durante o trânsito, o nacional de um Estado
terceiro tiver entrado sem autorização no Estado Artigo 176.º
membro requerido; ou Decisão de concessão de apoio ao trânsito
c) Não tiver sido possível executar a medida de aeroportuário
afastamento do nacional de um Estado terceiro
para outro país de trânsito ou o país de destino, 1 - A decisão de autorização ou recusa de trânsito
ou embarcar no voo de ligação; ou aeroportuário compete ao diretor nacional do SEF,
d) O trânsito aeroportuário não for possível por com faculdade de delegação.
qualquer outro motivo. 2 - A decisão de autorização ou recusa de trânsito
8 - As despesas necessárias à readmissão do nacional de aeroportuário é comunicada às autoridades
um Estado terceiro são suportadas pelo SEF. competentes do Estado membro requerente, no
9 - Os encargos com as medidas de apoio ao trânsito prazo de 48 horas, prorrogável por igual período, em
aeroportuário referidas no n.º 2 do artigo 177.º, casos devidamente justificados.

311
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

3 - Caso não haja qualquer decisão dentro do prazo Artigo 178.º


referido no número anterior, as operações de trânsito Convenções internacionais
solicitadas podem ser iniciadas por meio de mera
notificação pelo Estado membro requerente. 1 - O início de operações de trânsito por meio de mera
notificação pode ser objeto de convenções
Artigo 177.º internacionais celebradas com um ou mais Estados
Medidas de apoio ao trânsito aeroportuário membros.
2 - As convenções internacionais referidas no número
1 - Em função de consultas mútuas com o Estado anterior são notificadas à Comissão Europeia.
membro requerente, no limite dos meios disponíveis
e de harmonia com as normas internacionais Artigo 179.º
aplicáveis, são prestadas todas as medidas de apoio Autoridade central
necessárias para garantir que o nacional do Estado
terceiro partiu. 1 - O SEF é a autoridade central encarregada da receção
2 - As medidas de apoio referidas no número anterior dos pedidos de apoio ao trânsito aeroportuário.
consistem em: 2 - O diretor nacional do SEF designa, para todos os
a) Receber o nacional de Estado terceiro na aeronave aeroportos de trânsito pertinentes, pontos de
e escoltá-lo dentro da área do aeroporto de contacto que possam ser contactados durante a
trânsito, nomeadamente até ao voo de ligação; totalidade das operações de trânsito.
b) Prestar tratamento médico de emergência ao
nacional de Estado terceiro e, se necessário, à sua Artigo 180.º
escolta; Escolta
c) Assegurar a alimentação do nacional de Estado
terceiro e, se necessário, da sua escolta; 1 - Para efeitos de aplicação da presente secção,
d) Receber, conservar e transmitir os documentos de entende-se por escolta as pessoas do Estado membro
viagem, nomeadamente no caso de medidas de requerente que acompanham o nacional de Estado
afastamento sem escolta; terceiro durante o trânsito aeroportuário em
e) Nos casos de trânsito sem escolta, informar o território nacional, incluindo as pessoas encarregadas
Estado membro requerente do local e da hora da da prestação de cuidados médicos e os intérpretes.
partida do nacional de Estado terceiro do 2 - Ao procederem à operação de trânsito, os poderes
território nacional; das escoltas restringem-se à autodefesa.
f) Informar o Estado membro requerente da 3 - Não havendo agentes de polícia nacionais a prestar
ocorrência de algum incidente grave durante o auxílio, as escoltas podem reagir de forma razoável e
trânsito do nacional de Estado terceiro. proporcionada a um risco imediato e grave de o
nacional de Estado terceiro fugir, se ferir a si próprio,
3 - Não é necessária a realização de consultas mútuas ferir terceiros, ou causar danos materiais.
nos termos do n.º 1 para a prestação das medidas de 4 - As escoltas têm de observar, em todas as
apoio referidas na alínea b) do número anterior. circunstâncias, a legislação nacional.
4 - Sem prejuízo da readmissão do nacional de Estado 5 - Durante o trânsito aeroportuário a escolta não deve
terceiro, nos casos em que não possa ser assegurada estar armada e deve trajar à civil.
a realização das operações de trânsito, apesar do 6 - A escolta deve exibir meios de identificação
apoio prestado de harmonia com os n.os 1 e 2, adequados, incluindo a autorização de trânsito ou,
podem ser tomadas, a pedido de e em consulta com quando aplicável, a notificação referida no n.º 3 do
o Estado membro requerente, todas as medidas de artigo 176.º
apoio necessárias para prosseguir a operação de
trânsito, a qual pode ser realizada no prazo de 48 Artigo 180.º-A
horas. Implementação de decisões de afastamento
5 - É facultada ao Estado membro requerente informação
sobre os encargos suportados com os serviços 1 - A decisão de organização ou participação do Estado
prestados nos termos das alíneas b) e c) do n.º 2, bem Português em voos comuns para afastamento do
como sobre os critérios de quantificação dos demais território de dois ou mais Estados membros de
encargos, efetivamente suportados, referidos no n.º cidadãos nacionais de países terceiros objeto de
2. decisão de afastamento coercivo ou de expulsão
6 - É concedido apoio à readmissão do nacional de judicial é da competência do diretor nacional do SEF.
Estado terceiro pelo Estado membro requerente, 2 - A referida decisão pauta-se por princípios de eficácia
sempre que esta tenha lugar. através da partilha dos recursos existentes e, em

312
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

especial, pela observância das convenções ou acordos Artigo 181.º


internacionais em matéria de direitos humanos que Entrada, permanência e trânsito ilegais
vinculam os Estados membros.
3 - Sempre que se decida organizar uma operação 1 - Considera-se ilegal a entrada de cidadãos estrangeiros
conjunta de afastamento por via aérea, aberta à em território português em violação do disposto nos
participação dos restantes Estados membros, deve artigos 6.º, 9.º e 10.º e nos n.ºs 1 e 2 do artigo 32.º
obrigatoriamente assegurar-se: 2 - Considera-se ilegal a permanência de cidadãos
a) A informação indispensável às competentes estrangeiros em território português quando esta não
autoridades nacionais dos outros Estados tenha sido autorizada de harmonia com o disposto na
membros, com vista a averiguar do respetivo presente lei ou na lei reguladora do direito de asilo,
interesse em participar na operação; bem como quando se tenha verificado a entrada
b) A implementação das medidas necessárias ao ilegal nos termos do número anterior.
adequado desenvolvimento da operação conjunta 3 - Considera-se ilegal o trânsito de cidadãos estrangeiros
tendo presente, designadamente, o disposto no em território português quando estes não tenham
artigo 4.º da Decisão do Conselho n.º garantida a sua admissão no país de destino.
2004/573/CE, de 29 de abril, e respetivo anexo.
Artigo 182.º
4 - Para efeitos do número anterior, a autoridade Responsabilidade criminal e civil das pessoas coletivas e
nacional organizadora compromete-se, em harmonia equiparadas
com as orientações comuns em matéria de
disposições de segurança constantes do referido 1 - As pessoas coletivas e entidades equiparadas são
anexo, a: responsáveis, nos termos gerais, pelos crimes
a) Diligenciar para que os nacionais de países previstos na presente lei.
terceiros sejam portadores de documentos de 2 - As entidades referidas no n.º 1 respondem
viagem válidos, bem como de vistos de entrada, solidariamente, nos termos da lei civil, pelo
se necessário, para o país ou países de trânsito ou pagamento das multas, coimas, indemnizações e
de destino do voo comum; outras prestações em que forem condenados os
b) Prestar a adequada assistência médica, agentes das infrações previstas na presente lei.
medicamentosa e linguística, bem como serviços 3 - À responsabilidade criminal pela prática dos crimes
de escolta, cuja atuação obedece aos princípios de previstos nos artigos 183.º a 185.º-A, acresce a
necessidade, proporcionalidade e de identificação responsabilidade civil pelo pagamento de todas as
previstos no artigo 180.º; despesas inerentes à estada e ao afastamento dos
c) Monitorizar cada operação conjunta de cidadãos estrangeiros envolvidos, incluindo quaisquer
afastamento, mediante acompanhamento por despesas com custos de envio para o país de origem
entidade idónea, a designar por despacho do de verbas decorrentes de créditos laborais em dívida.
membro do Governo responsável pela área da
administração interna; Artigo 183.º
d) Elaborar relatório interno e confidencial da Auxílio à imigração ilegal
operação conjunta de afastamento integrando,
preferencialmente e caso existam, declarações de 1 - Quem favorecer ou facilitar, por qualquer forma, a
incidentes ou de aplicação de medidas coercivas entrada ou o trânsito ilegais de cidadão estrangeiro
ou médicas e os relatórios parciais dos outros em território nacional é punido com pena de prisão
Estados membros participantes. até três anos.
2 - Quem favorecer ou facilitar, por qualquer forma, a
5 - Sem prejuízo da observância da Decisão do Conselho entrada, a permanência ou o trânsito ilegais de
n.º 2004/573/CE e respetivo anexo, à participação do cidadão estrangeiro em território nacional, com
Estado Português nas operações conjuntas intenção lucrativa, é punido com pena de prisão de
organizadas por outros Estados membros aplica-se, um a cinco anos.
com as necessárias adaptações, o regime constante 3 - Se os factos forem praticados mediante transporte ou
do presente artigo. manutenção do cidadão estrangeiro em condições
desumanas ou degradantes ou pondo em perigo a
CAPÍTULO IX sua vida ou causando-lhe ofensa grave à integridade
Disposições penais física ou a morte, o agente é punido com pena de
prisão de dois a oito anos.
4 - A tentativa é punível.

313
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

5 - As penas aplicáveis às entidades referidas no n.º 1 do 3 - Quem utilizar o trabalho de cidadão estrangeiro,
artigo 182.º são as de multa, cujos limites mínimo e menor de idade, em situação ilegal, ainda que
máximo são elevados ao dobro, ou de interdição do admitido a prestar trabalho nos termos do Código do
exercício da atividade de um a cinco anos. Trabalho, é punido com pena de prisão até dois anos
ou com pena de multa até 480 dias.
Artigo 184.º 4 - Se as condutas referidas nos números anteriores
Associação de auxílio à imigração ilegal forem acompanhadas de condições de trabalho
particularmente abusivas ou degradantes, o agente é
1 - Quem promover ou fundar grupo, organização ou punido com pena de prisão de um a cinco anos, se
associação cuja finalidade ou atividade seja dirigida à pena mais grave não couber por força de outra
prática dos crimes previstos no artigo anterior é disposição legal.
punido com pena de prisão de um a seis anos. 5 - O empregador ou utilizador do trabalho ou serviços
2 - Incorre na mesma pena quem fizer parte de tais de cidadão estrangeiro em situação ilegal, com o
grupos, organizações ou associações, bem como conhecimento de ser este vítima de infrações penais
quem os apoiar ou prestar auxílio para que se ligadas ao tráfico de pessoas, é punido com pena de
recrutem novos elementos. prisão de dois a seis anos, se pena mais grave não
3 - Quem chefiar ou dirigir os grupos, organizações ou couber por força de outra disposição legal.
associações mencionados nos números anteriores é 6 - Em caso de reincidência, os limites das penas são
punido com pena de prisão de dois a oito anos. elevados nos termos gerais.
4 - A tentativa é punível. 7 - As penas aplicáveis às entidades referidas no n.º 1 do
5 - As penas aplicáveis às entidades referidas no n.º 1 do artigo 182.º são as de multa, cujos limites mínimo e
artigo 182.º são as de multa, cujos limites mínimo e máximo são elevados ao dobro, podendo ainda ser
máximo são elevados ao dobro, ou de interdição do declarada a interdição do exercício da atividade pelo
exercício da atividade de um a cinco anos. período de três meses a cinco anos.

Artigo 185.º Artigo 186.º


Angariação de mão-de-obra ilegal Casamento ou união de conveniência

1 - Quem, com intenção lucrativa, para si ou para 1 - Quem contrair casamento ou viver em união de facto
terceiro, aliciar ou angariar com o objetivo de com o único objetivo de proporcionar a obtenção ou
introduzir no mercado de trabalho cidadãos de obter um visto, uma autorização de residência ou
estrangeiros que não sejam titulares de autorização um «cartão azul UE» ou defraudar a legislação
de residência ou visto que habilite ao exercício de vigente em matéria de aquisição da nacionalidade é
uma atividade profissional é punido com pena de punido com pena de prisão de um a cinco anos.
prisão de um a cinco anos. 2 - Quem, de forma reiterada ou organizada, fomentar
2 - Quem, de forma reiterada, praticar os atos previstos ou criar condições para a prática dos atos previstos
no número anterior, é punido com pena de prisão de no número anterior, é punido com pena de prisão de
dois a seis anos. dois a seis anos.
3 - A tentativa é punível. 3 - A tentativa é punível.

Artigo 185.º-A Artigo 187.º


Utilização da atividade de cidadão estrangeiro em Violação da medida de interdição de entrada
situação ilegal
1 - O cidadão estrangeiro que entrar em território
1 - Quem, de forma habitual, utilizar o trabalho de nacional durante o período por que essa entrada lhe
cidadãos estrangeiros que não sejam titulares de foi interditada é punido com pena de prisão até dois
autorização de residência ou visto que habilite a que anos ou multa até 100 dias.
permaneçam legalmente em Portugal, é punido com 2 - Em caso de condenação, o tribunal pode decretar
pena de prisão até um ano ou com pena de multa até acessoriamente, por decisão judicial devidamente
240 dias. fundamentada, a expulsão do cidadão estrangeiro,
2 - Quem, nos casos a que se refere o número anterior, com observância do disposto no artigo 135.º
utilizar, em simultâneo, a atividade de um número 3 - Sem prejuízo do disposto no n.º 1, o cidadão
significativo de cidadãos estrangeiros em situação estrangeiro pode ser afastado do território nacional
ilegal, é punido com pena de prisão até dois anos ou para cumprimento do remanescente do período de
pena de multa até 480 dias. interdição de entrada, em conformidade com o
processo onde foi determinado o seu afastamento.

314
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

imigração ilegal e de angariação de mão-de-obra


Artigo 188.º ilegal;
Investigação c) Certidões de decisões proferidas em processos de
expulsão;
1 - Além das entidades competentes, cabe ao SEF d) Certidões de decisões proferidas em processos de
investigar os crimes previstos no presente capítulo e extradição referentes a cidadãos estrangeiros.
outros que com ele estejam conexos, nomeadamente
o tráfico de pessoas. CAPÍTULO X
2 - As ações encobertas desenvolvidas pelo SEF, no Contraordenações
âmbito da prevenção e investigação de crimes
relacionados com a imigração ilegal em que estejam Artigo 192.º
envolvidas associações criminosas, seguem os termos Permanência ilegal
previstos na Lei n.º 101/2001, de 25 de agosto.
1 - A permanência de cidadão estrangeiro em território
Artigo 189.º português por período superior ao autorizado
Perda de objetos constitui contraordenação punível com as coimas que
a seguir se especificam:
1 - Os objetos apreendidos pelo SEF que venham a ser a) De (euro) 80 a (euro) 160, se o período de
declarados perdidos a favor do Estado são-lhe afetos permanência não exceder 30 dias;
quando: b) De (euro) 160 a (euro) 320, se o período de
a) Se trate de documentos, armas, munições, permanência for superior a 30 dias mas não
veículos, equipamentos de telecomunicações e de exceder 90 dias;
informática ou outro com interesse para a c) De (euro) 320 a (euro) 500, se o período de
instituição; permanência for superior a 90 dias mas não
b) Resultem do cumprimento de convenções exceder 180 dias;
internacionais e estejam correlacionados com a d) De (euro) 500 a (euro) 700, se o período de
imigração ilegal. permanência for superior a 180 dias.
2 - A utilidade dos objetos a que se refere a alínea a) do 2 - A mesma coima é aplicada quando a infração prevista
número anterior deve ser proposta pelo SEF no no número anterior for detetada à saída do País.
relatório final do respetivo processo-crime.
3 - Os objetos referidos na alínea a) do n.º 1 podem ser Artigo 193.º
utilizados provisoriamente pelo SEF desde a sua Acesso não autorizado à zona internacional do porto
apreensão e até à declaração de perda ou de
restituição, mediante despacho do diretor nacional 1 - O acesso à zona internacional do porto por indivíduo
do SEF, a transmitir à autoridade que superintende não autorizado pelo SEF constitui contraordenação
no processo. punível com coima de (euro) 300 a (euro) 900.
2 - O acesso a bordo de embarcações por indivíduo não
Artigo 190.º autorizado pelo SEF constitui contraordenação
Penas acessórias e medidas de coação punível com coima de (euro) 500 a (euro) 1000.

Relativamente aos crimes previstos na presente lei Artigo 194.º


podem ser aplicadas as penas acessórias de proibição ou Transporte de pessoa com entrada não autorizada no
de suspensão do exercício de funções públicas previstas País
no Código Penal, bem como as medidas de coação
previstas no Código de Processo Penal. O transporte, para o território português, de cidadão
estrangeiro que não possua documento de viagem ou
Artigo 191.º visto válidos, por transportadora ou por qualquer pessoa
Remessa de sentenças no exercício de uma atividade profissional, constitui
contraordenação punível, por cada cidadão estrangeiro
Os tribunais enviam ao SEF, com a maior brevidade e em transportado, com coima de (euro) 4000 a (euro) 6000,
formato eletrónico: no caso de pessoas coletivas, e de (euro) 3000 a (euro)
a) Certidões de decisões condenatórias proferidas em 5000, no caso de pessoas singulares.
processo-crime contra cidadãos estrangeiros;
b) Certidões de decisões proferidas em processos
instaurados pela prática de crimes de auxílio à

315
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 195.º Artigo 198.º-A


Falta de visto de escala aeroportuário Utilização da atividade de cidadão estrangeiro em
situação ilegal
As transportadoras, bem como todos quantos no
exercício de uma atividade profissional transportem para 1 - Quem utilizar a atividade de cidadão estrangeiro não
aeroporto nacional cidadãos estrangeiros não habilitados habilitado com autorização de residência ou visto que
com visto de escala quando dele careçam, ficam sujeitos, autorize o exercício de uma atividade profissional
por cada cidadão estrangeiro, à aplicação de uma coima subordinada, fica sujeito à aplicação de uma das
de (euro) 4000 a (euro) 6000, no caso de pessoas seguintes coimas:
coletivas, e de (euro) 3000 a (euro) 5000, no caso de a) De (euro) 2000 a (euro) 10 000, se utilizar a
pessoas singulares. atividade de 1 a 4 cidadãos;
b) De (euro) 4000 a (euro) 15 000, se utilizar a
Artigo 196.º atividade de 5 a 10 cidadãos;
Incumprimento da obrigação de comunicação de dados c) De (euro) 6000 a (euro) 30 000, se utilizar a
atividade de 11 a 50 cidadãos;
As transportadoras que não tenham transmitido a d) De (euro) 10 000 a (euro) 90 000, se utilizar a
informação a que estão obrigadas de acordo com os atividade de mais de 50 cidadãos.
artigos 42.º e 43.º ou que a tenham transmitido de forma
incorreta, incompleta, falsa ou após o prazo, são punidas, 2 - Pela prática das contraordenações previstas no
por cada viagem, com coima de (euro) 4000 a (euro) presente artigo podem ser aplicadas as seguintes
6000, no caso de pessoas coletivas, ou de (euro) 3000 a sanções acessórias:
(euro) 5000, no caso de pessoas singulares. a) As previstas nos artigos 21.º e seguintes do Regime
Geral das Contraordenações;
Artigo 197.º b) A obrigação de reembolso de alguns ou todos os
Falta de declaração de entrada benefícios, auxílios ou subsídios públicos,
incluindo financiamentos da União Europeia,
A infração ao disposto no n.º 1 do artigo 14.º constitui concedidos ao empregador até 12 meses antes da
contraordenação punível com uma coima de (euro) 60 a deteção da utilização da atividade de cidadão
(euro) 160. estrangeiro em situação ilegal, quando a
contraordenação tiver sido praticada no exercício
Artigo 198.º ou por causa da atividade a favor da qual foi
Exercício de atividade profissional não autorizado atribuído o subsídio;
c) A publicidade da decisão condenatória.
1 - O exercício de uma atividade profissional
independente por cidadão estrangeiro não habilitado 3 - As sanções referidas nas alíneas b) a g) do n.º 1 do
com a adequada autorização de residência, quando artigo 21.º do Regime Geral das Contraordenações,
exigível, constitui contraordenação punível com uma quando aplicadas por força do disposto no número
coima de (euro) 300 a (euro) 1200. anterior, têm a duração máxima de cinco anos.
2 - Pela prática das contraordenações previstas no 4 - A sanção acessória referida na alínea c) do n.º 2 do
número anterior podem ser aplicadas as sanções presente artigo pressupõe:
acessórias previstas nos artigos 21.º e seguintes do a) A publicação, a expensas do infrator, de um extrato
regime geral das contraordenações. com a identificação do infrator, da infração, da
3 - (Revogado.) norma violada e da sanção aplicada, no portal do
4 - (Revogado.) SEF na Internet, num jornal de âmbito nacional e
5 - (Revogado.) em publicação periódica regional ou local da área
6 - (Revogado.) da sede do infrator;
7 - (Revogado.) b) O envio do extrato referido na alínea anterior à
8 - (Revogado.) autoridade administrativa competente, sempre
9 - (Revogado.) que o exercício ou acesso à atividade de serviço
10 - (Revogado.) prestada pelo infrator careça de permissões
administrativas, designadamente alvarás, licenças,
autorizações, validações, autenticações,
certificações e atos emitidos na sequência de
comunicações prévias e registos.
5 - O empregador, o utilizador por força de contrato de
prestação de serviços, de acordo de cedência

316
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

ocasional ou de utilização de trabalho temporário e o 11 - Se o infrator for pessoa coletiva ou equiparada,


empreiteiro geral são responsáveis solidariamente: respondem pelo pagamento da coima,
a) Pelo pagamento das coimas previstas nos números solidariamente com aquela, os respetivos
anteriores e dos créditos salariais emergentes de administradores, gerentes ou diretores.
contrato de trabalho, da sua violação ou da sua
cessação; Artigo 198.º-B
b) Pelas sanções decorrentes do incumprimento da Apoio ao cidadão nacional de país terceiro cuja
legislação laboral; atividade foi utilizada ilegalmente
c) Pelas sanções decorrentes da não declaração de
rendimentos sujeitos a descontos para a 1 - Os sindicatos ou associações de imigrantes com
administração fiscal e para a segurança social, representatividade reconhecida, nos termos da lei,
relativamente ao trabalho prestado pelo pelo ACIDI, I. P., e outras entidades com atribuições
trabalhador estrangeiro cuja atividade foi utilizada ou atividades na integração dos imigrantes, podem
ilegalmente; apresentar denúncia contra o empregador e o
d) Pelo pagamento das despesas necessárias à estada utilizador da atividade de cidadão estrangeiro em
e ao afastamento dos cidadãos estrangeiros situação ilegal, junto do serviço com competência
envolvidos; inspetiva do ministério responsável pela área do
e) Pelo pagamento de quaisquer despesas emprego, nomeadamente nos seguintes casos:
decorrentes do envio de verbas decorrentes de a) Por falta de pagamento de créditos salariais;
créditos laborais para o país ao qual o cidadão b) Pela existência de relação de trabalho que revele
estrangeiro tenha regressado voluntária ou condições de desproteção social, de exploração
coercivamente. salarial ou de horário ou em condições de
6 - Responde também solidariamente, nos termos do trabalho particularmente abusivas;
número anterior, o dono da obra que não obtenha da c) Por utilização ilegal de atividade de menores.
outra parte contraente declaração de cumprimento 2 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, as
das obrigações decorrentes da lei relativamente a organizações cujo fim seja a defesa ou a promoção
trabalhadores estrangeiros contratados. dos direitos e interesses dos imigrantes,
7 - Caso o dono da obra seja a Administração Pública, o nomeadamente contra a utilização da atividade de
incumprimento do disposto número anterior é cidadão estrangeiro em situação ilegal, a utilização da
suscetível de gerar responsabilidade disciplinar. atividade de menores de idade, a discriminação
8 - Para efeito de contabilização dos créditos salariais e respeitante ao acesso ao emprego, à formação ou às
dos rendimentos sujeitos a descontos para a condições da prestação de trabalho independente ou
administração fiscal e para a segurança social, subordinado, têm legitimidade processual para
presume-se que, sem prejuízo do disposto em intervir, em representação ou em assistência da
legislação laboral e fiscal, o nível de remuneração pessoa interessada, desde que, cumulativamente, se
corresponde, no mínimo, à retribuição mínima verifiquem as seguintes condições:
mensal garantida por lei, em convenções coletivas ou a) Se incluam expressamente nas suas atribuições ou
de acordo com práticas estabelecidas nos setores de nos seus objetivos estatutários a defesa dos
atividade em causa, e que a relação de trabalho tem, interesses em causa;
no mínimo, três meses de duração, salvo se o b) Exista autorização expressa da pessoa interessada.
empregador, o utilizador da atividade ou o
trabalhador provarem o contrário. 3 - O regresso, voluntário ou coercivo, ao país de origem
9 - Nos termos da legislação laboral constitui do cidadão nacional de país terceiro, cuja atividade
contraordenação muito grave o incumprimento das seja utilizada ilegalmente, não prejudica o disposto
obrigações previstas nos n.ºs 5 e 6. nos números anteriores.
10 - Em caso de não pagamento das quantias em dívida 4 - Os cidadãos nacionais de países terceiros cuja
respeitantes a créditos salariais decorrentes de atividade seja utilizada ilegalmente que sejam objeto
trabalho efetivamente prestado, bem como pelo de decisão de afastamento coercivo do território
pagamento das despesas necessárias à estada e ao português são informados dos direitos previstos no
afastamento dos cidadãos estrangeiros envolvidos, a presente artigo no momento da notificação da
nota de liquidação efetuada no respetivo processo decisão de afastamento coercivo, nos termos do
constitui título executivo, aplicando-se as normas do artigo 149.º
processo comum de execução para pagamento de
quantia certa.

317
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 198.º-C 4 - São solidariamente responsáveis pelo pagamento das


Inspeções coimas previstas no número anterior a empresa
transportadora e as suas representantes em território
1 - O SEF é competente para realizar inspeções regulares português.
a fim de controlar a utilização da atividade de
nacionais de países terceiros que se encontrem em Artigo 203.º
situação irregular no território nacional, nos termos Falta de comunicação do alojamento
do n.º 2 do artigo 181.º
2 - As inspeções referidas no n.º 1 são efetuadas tendo 1 - A omissão de registo em suporte eletrónico de
em conta a avaliação efetuada pelo SEF do risco cidadãos estrangeiros, em conformidade com o n.º 4
existente no território nacional de utilização da do artigo 15.º, ou a não apresentação do boletim de
atividade de nacionais de países terceiros em alojamento, nos termos do n.º 1 ou do n.º 2 do artigo
situação irregular, por setor de atividade. 16.º, constitui contraordenação punível com as
3 - O SEF transmite, até ao final do mês de maio de cada seguintes coimas:
ano, ao membro do Governo responsável pela área a) De (euro) 100 a (euro) 500, de 1 a 10 boletins ou
da administração interna, que comunica à Comissão cidadãos cujo registo é omisso;
Europeia até ao dia 1 de julho, o relatório final das b) De (euro) 200 a (euro) 900, de 11 a 50 boletins ou
inspeções realizadas nos termos dos números cidadãos cujo registo é omisso;
anteriores e com referência ao ano antecedente. c) De (euro) 400 a (euro) 2000, no caso de não terem
sido remetidos os boletins ou estiver omisso o
Artigo 199.º registo referente a mais de 51 cidadãos.
Falta de apresentação de documento de viagem
2 - Em caso de incumprimento negligente do prazo de
A infração ao disposto no artigo 28.º constitui comunicação do alojamento ou da saída do cidadão
contraordenação punível com uma coima de (euro) 60 a estrangeiro, o limite mínimo e máximo da coima a
(euro) 120. aplicar é reduzido para um quarto.

Artigo 200.º Artigo 204.º


Falta de pedido de título de residência Negligência e pagamento voluntário

A infração ao disposto no n.º 2 do artigo 124.º constitui 1 - Nas contraordenações previstas nos artigos anteriores
contraordenação punível com uma coima de (euro) 60 a a negligência é sempre punível.
(euro) 120. 2 - Em caso de negligência, os montantes mínimos e
máximos da coima são reduzidos para metade dos
Artigo 201.º quantitativos fixados para cada coima.
Não renovação atempada de autorização de residência 3 - Em caso de pagamento voluntário, os montantes
mínimos e máximos da coima são reduzidos para
O pedido de renovação de autorização de residência metade dos quantitativos fixados para cada coima.
temporária apresentado após o prazo previsto no n.º 1
do artigo 78.º constitui contraordenação punível com Artigo 205.º
uma coima de (euro) 75 a (euro) 300. Falta de pagamento de coima

Artigo 202.º Nos casos em que a lei permita a prorrogação de


Inobservância de determinados deveres permanência, esta não pode ser concedida se não se
mostrar paga a coima aplicada na sequência de processo
1 - A infração dos deveres de comunicação previstos no contraordenacional pelas infrações previstas nos artigos
artigo 86.º constitui contraordenação punível com 192.º, 197.º e 199.º e nos n.ºs 1 do artigo 198.º e 2 do
uma coima de (euro) 45 a (euro) 90. artigo 202.º
2 - A infração do dever previsto no n.º 1 do artigo 6.º
constitui contraordenação punível com uma coima de Artigo 206.º
(euro) 200 a (euro) 400. Destino das coimas
3 - O embarque e o desembarque de cidadãos
estrangeiros fora dos postos de fronteira qualificados O produto das coimas aplicadas nos termos da presente
para esse efeito, e em infração ao disposto no n.º 1 lei reverte:
do artigo 6.º, constitui contra ordenação punível com a) Em 60 % para o Estado;
uma coima de (euro) 50 000 a (euro) 100 000. b) Em 40 % para o SEF.

318
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

especiais ou de documentos de viagem emitidos


Artigo 207.º por organizações internacionais;
Competência para aplicação das coimas c) Os vistos concedidos aos descendentes dos
titulares de autorização de residência ao abrigo
1 - A aplicação das coimas e das sanções acessórias das disposições sobre reagrupamento familiar;
previstas no presente capítulo é da competência do d) Os vistos e autorizações de residência concedidos a
diretor nacional do SEF, que a pode delegar, sem cidadãos estrangeiros que beneficiem de bolsas
prejuízo das competências específicas atribuídas a de estudo atribuídas pelo Estado Português;
outras entidades relativamente ao disposto no n.º 9 e) Os vistos especiais.
do artigo 198.º-A. 3 - Beneficiam de isenção ou redução de taxas os
2 - Para os efeitos previstos no número anterior, o SEF nacionais de países terceiros quando nesses países
organiza um registo individual, sem prejuízo das seja assegurado idêntico tratamento aos cidadãos
normas legais aplicáveis em matéria de proteção de portugueses.
dados pessoais.
CAPÍTULO XII
Artigo 208.º Disposições finais
(Revogado.)
Artigo 211.º
CAPÍTULO XI Alteração da nacionalidade
Taxas e outros encargos
1 - A Conservatória dos Registos Centrais comunica,
Artigo 209.º sempre que possível por via eletrónica, ao SEF as
Regime aplicável alterações de nacionalidade que registar, referentes a
indivíduos residentes no território nacional.
1 - As taxas a cobrar pela concessão de vistos pelos 2 - A comunicação prevista no número anterior deve ser
postos consulares são as que constam da tabela de feita no prazo de 15 dias a contar do registo.
emolumentos consulares.
2 - As taxas e demais encargos a cobrar pelos Artigo 212.º
procedimentos administrativos previstos na presente Identificação de estrangeiros
lei são fixados por portaria do membro do Governo
responsável pela área da administração interna. 1 - Com vista ao estabelecimento ou confirmação da
3 - Pela escolta de cidadãos estrangeiros cujo identidade de cidadãos estrangeiros, o SEF pode
afastamento do território português seja da recorrer aos meios de identificação civil previstos na
responsabilidade dos transportadores, bem como lei e nos regulamentos comunitários aplicáveis à
pela colocação de passageiros não admitidos em emissão de cartões de identificação e vistos,
centros de instalação temporária ou espaços designadamente a obtenção de imagens faciais e
equiparados, nos termos do artigo 41.º, são cobradas impressões digitais, recorrendo, quando possível, à
taxas a fixar por portaria do membro do Governo biometria, bem como a peritagens.
responsável pela área da Administração Interna. 2 - O registo de dados pessoais consta de um sistema
4 - O produto das taxas e demais encargos a cobrar nos integrado de informação, cuja gestão e
termos dos n.ºs 2 e 3 constitui receita do SEF. responsabilidade cabe ao SEF, adiante designado
SII/SEF, e que obedece às seguintes regras e
Artigo 210.º caraterísticas:
Isenção ou redução de taxas
a) A recolha de dados para tratamento automatizado
1 - Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, o diretor no âmbito do SII/SEF deve limitar-se ao que seja
nacional do SEF pode, excecionalmente, conceder a estritamente necessário para a gestão do controlo
isenção ou redução do montante das taxas devidas da entrada, permanência e saída de cidadãos
pelos procedimentos previstos na presente lei. estrangeiros, a prevenção de um perigo concreto
2 - Estão isentos de taxa: ou a repressão de uma infração penal
determinada no domínio das suas atribuições e
a) Os vistos a conceder nos termos da alínea a) do n.º competências;
1 do artigo 48.º, bem como dos artigos 57.º e b) As diferentes categorias de dados recolhidos
61.º; devem na medida do possível ser diferenciadas
b) Os vistos e prorrogações de permanência em função do grau de exatidão ou de
concedidos a cidadãos estrangeiros titulares de fidedignidade, devendo ser distinguidos os dados
passaportes diplomáticos, de serviço, oficiais e

319
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

factuais dos dados que comportem uma consentida pela presente lei e de acordo com o artigo
apreciação sobre os factos; 15.º da Lei n.º 67/98, de 26 de outubro, relativa à
c) O SII/SEF é constituído por dados pessoais e dados proteção de dados pessoais, são adotadas e
relativos a bens jurídicos, integrando informação periodicamente atualizadas as medidas técnicas
no âmbito das atribuições que a lei lhe comete necessárias para garantir a segurança:
sobre: a) Dos suportes de dados e respetivo transporte, a
i) Estrangeiros, nacionais de países membros da fim de impedir que possam ser lidos, copiados,
União Europeia, apátridas e cidadãos alterados ou eliminados por qualquer pessoa ou
nacionais, relacionada com o controlo do por forma não autorizada;
respetivo trânsito nas fronteiras terrestres, b) Da inserção de dados, a fim de impedir a
marítimas e aéreas, bem como da sua introdução, bem como qualquer tomada de
permanência e atividades em território conhecimento, alteração ou eliminação não
nacional; autorizada de dados pessoais;
ii) Identificação e paradeiro de cidadãos c) Dos sistemas de tratamento automatizado de
estrangeiros ou nacionais de Estados membros dados, para impedir que possam ser utilizados por
da União Europeia no que concerne a suspeita pessoas não autorizadas, através de instalações
da prática ou a prática de auxílio à imigração de transmissão de dados;
ilegal ou de associação criminosa para esse d) Do acesso aos dados, para que as pessoas
fim; autorizadas só possam ter acesso aos dados que
d) Os dados pessoais recolhidos para tratamento, interessam ao exercício das suas atribuições
além dos referidos no número anterior, no âmbito legais;
do SII/SEF são: e) Da transmissão dos dados, para garantir que a sua
utilização seja limitada às entidades autorizadas;
i) O nome, a filiação, a nacionalidade, o país de f) Da introdução de dados pessoais nos sistemas de
naturalidade, o local de nascimento, o estado tratamento automatizado, de forma a verificar-se
civil, o sexo, a data de nascimento, a data de que dados foram introduzidos, quando e por
falecimento, a situação profissional, doenças quem.
que constituam perigo ou grave ameaça para a
saúde pública nos termos desta lei, o nome 4 - Os dados podem ser comunicados no âmbito das
das pessoas que constituem o agregado convenções internacionais e comunitárias a que
familiar, as moradas, a assinatura, as Portugal se encontra vinculado, bem como no âmbito
referências de pessoas individuais e coletivas da cooperação internacional ou nacional, às forças e
em território nacional, bem como o número, serviços de segurança e a serviços públicos, no
local e data de emissão e validade dos quadro das atribuições legais da entidade que os
documentos de identificação e de viagem; requer e apenas quanto aos dados pertinentes à
ii) As decisões judiciais que, por força da lei, sejam finalidade para que são comunicados.
comunicadas ao SEF; 5 - Os dados pessoais são conservados pelo período
iii) A participação ou os indícios de participação estritamente necessário à finalidade que
em atividades ilícitas, bem como dados fundamentou o registo no SII/SEF, e de acordo com
relativos a sinais físicos particulares, objetivos tal finalidade, sendo o registo objeto de verificação
e inalteráveis, as alcunhas, a indicação de que da necessidade de conservação, 10 anos após a
a pessoa em causa está armada, é violenta, o última emissão dos documentos respeitantes ao seu
motivo pelo qual a pessoa em causa se titular, após o que podem ser guardados em ficheiro
encontra assinalada e a conduta a adotar; histórico durante 20 anos após a data daquele
iv) Relativamente a pessoas coletivas ou entidades documento.
equiparadas, para além dos dados 6 - O disposto nos números anteriores não impede o
anteriormente mencionados, relativamente a tratamento automatizado da informação para fins de
pessoas coletivas ou entidades equiparadas, estatística ou estudo, desde que não possam ser
são ainda recolhidos: o nome, a firma ou identificáveis as pessoas a quem a informação
denominação, o domicílio, o endereço, o respeita.
número de identificação de pessoa coletiva ou 7 - O número que venha a constar do cartão de
número de contribuinte, a natureza, o início e identificação referido no n.º 1 é igualmente utilizado
o termo da atividade. para efeitos de identificação perante a Administração
Pública, designadamente nos domínios fiscal, da
3 - Com vista a impedir a consulta, a modificação, a segurança social e da saúde.
supressão, o adicionamento, a destruição ou a
comunicação de dados do SII/SEF por forma não

320
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

8 - É sempre efetuada em formato eletrónico a a) Quando seja decretado o arresto ou detenção de


transmissão à entidade judiciária competente ou a uma embarcação, bem como quando estas
outros titulares de direito de acesso de quaisquer medidas cessem;
peças integrantes do fluxo de trabalho eletrónico b) Quando se proceda à evacuação por motivos de
usado pelo SEF para o exercício das competências saúde de tripulantes ou de passageiros de uma
previstas na lei. embarcação;
9 - Com vista a facilitar os procedimentos na emissão de c) Quando se verifique o desaparecimento de
títulos é dispensada a entrega pelo cidadão de passageiros ou tripulantes de uma embarcação;
certidões ou outros documentos que visem atestar d) Quando seja recusado o desembaraço de saída do
dados constantes de sistemas de informação da porto a uma embarcação;
Administração Pública, devendo o SEF obtê-los, e) Quando se proceda à detenção de passageiros ou
designadamente junto dos serviços da administração tripulantes de uma embarcação;
fiscal, segurança social e emprego, e juntá-los ao f) Quando sejam acionados os planos de emergência
processo. nos portos nacionais;
g) Quando sejam retirados de bordo, pela autoridade
Artigo 213.º competente, designadamente a Polícia Marítima,
Despesas e a pedido do comandante da embarcação,
tripulantes ou passageiros.
1 - As despesas necessárias ao afastamento do País que
não possam ser suportadas pelo cidadão estrangeiro Artigo 215.º
ou que este não deva custear, por força de regimes Dever de comunicação
especiais previstos em convenções internacionais,
nem sejam suportadas pelas entidades referidas no Quando emita título que regularize, nos termos da
artigo 41.º, são suportadas pelo Estado. presente lei, a situação de cidadão estrangeiro que se
2 - O Estado pode suportar igualmente as despesas encontre em território nacional, o SEF comunica aos
necessárias ao abandono voluntário do País: serviços da administração fiscal, da segurança social e do
a) Dos membros do agregado familiar do cidadão emprego os dados necessários à respetiva inscrição, se
estrangeiro objeto da decisão de afastamento esta não tiver já ocorrido.
coercivo ou de expulsão judicial quando dele
dependam e desde que estes não possam Artigo 216.º
suportar os respetivos encargos; Regulação
b) Dos cidadãos estrangeiros em situação de carência
de meios de subsistência, desde que não seja 1 - O diploma regulador da presente lei bem como as
possível obter o necessário apoio das portarias nela previstas são aprovados no prazo de 90
representações diplomáticas dos seus países. dias.
2 - A legislação especial prevista no artigo 109.º é
3 - Para satisfação dos encargos resultantes da aplicação aprovada no prazo de 120 dias.
desta lei é inscrita no orçamento do SEF a necessária
dotação. Artigo 217.º
Disposições transitórias
Artigo 214.º
Dever de colaboração 1 - Para todos os efeitos legais os titulares de visto de
trabalho, autorização de permanência, visto de
1 - Todos os serviços e organismos da Administração estada temporária com autorização para o exercício
Pública têm o dever de se certificarem de que as de uma atividade profissional subordinada,
entidades com as quais celebrem contratos prorrogação de permanência habilitante do exercício
administrativos não recebem trabalho prestado por de uma atividade profissional subordinada e visto de
cidadãos estrangeiros em situação ilegal. estudo concedidos ao abrigo do Decreto-Lei n.º
2 - Os serviços e organismos acima referidos podem 244/98, de 8 de agosto, com as alterações
rescindir, com justa causa, os contratos celebrados introduzidas pela Lei n.º 97/99, de 26 de julho, pelo
se, em data posterior à sua outorga, as entidades Decreto-Lei n.º 4/2001, de 10 de janeiro, e pelo
privadas receberem trabalho prestado por cidadãos Decreto-Lei n.º 34/2003, de 25 de fevereiro,
estrangeiros em situação ilegal. consideram-se titulares de uma autorização de
3 - Os organismos da Administração Pública e as pessoas residência, procedendo no termo de validade desses
responsáveis por embarcações têm especial dever de títulos à sua substituição por títulos de residência,
informar nas seguintes situações: sendo aplicáveis, consoante os casos, as disposições

321
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

relativas à renovação de autorização de residência Artigo 218.º


temporária ou à concessão de autorização de Norma revogatória
residência permanente.
2 - Para efeitos do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 1 - São revogados:
80.º, é contabilizado o período de permanência legal a) O artigo 6.º da Lei n.º 34/94, de 14 de setembro;
ao abrigo dos títulos mencionados no número b) A Lei n.º 53/2003, de 22 de agosto;
anterior. c) O Decreto-Lei n.º 244/98, de 8 de agosto, com as
3 - Os pedidos de prorrogação de permanência alterações introduzidas pela Lei n.º 97/99, de 26
habilitante do exercício de uma atividade profissional de julho, pelo Decreto-Lei n.º 4/2001, de 10 de
ao abrigo do artigo 71.º do Decreto Regulamentar n.º janeiro, e pelo Decreto-Lei n.º 34/2003, de 25 de
6/2004, de 26 de abril, são convolados em pedidos de fevereiro.
autorização de residência para exercício de atividade
profissional subordinada ou independente ao abrigo 2 - Até revogação expressa, mantém-se em vigor o
da presente lei, com dispensa de visto. Decreto Regulamentar n.º 6/2004, de 26 de abril,
4 - Aos cidadãos estrangeiros abrangidos pelo artigo 71.º bem como as portarias aprovadas ao abrigo do
do Decreto Regulamentar n.º 6/2004, de 26 de abril, Decreto-Lei n.º 244/98, de 8 de agosto, com as
é prorrogada a permanência por três meses, a fim de alterações introduzidas pela Lei n.º 97/99, de 26 de
possibilitar a necessária obtenção de contrato de julho, pelo Decreto-Lei n.º 4/2001, de 10 de janeiro, e
trabalho ou a comprovação da existência de uma pelo Decreto-Lei n.º 34/2003, de 25 de fevereiro,
relação laboral, por sindicato, por associação com naquilo em que forem compatíveis com o regime
assento no Conselho Consultivo ou pela Autoridade constante da presente lei.
para as Condições de Trabalho, para efeitos de
concessão de autorização de residência nos termos Artigo 219.º
do número anterior. Regiões Autónomas
5 - Os pedidos de concessão de visto de trabalho ao
abrigo do n.º 2 do artigo 6.º do Acordo entre a O disposto nos artigos anteriores não afeta as
República Portuguesa e a República Federativa do competências cometidas, nas Regiões Autónomas dos
Brasil sobre a Contratação Recíproca de Nacionais, de Açores e da Madeira, aos correspondentes órgãos e
11 de julho de 2003, são convolados em pedidos de serviços regionais, devendo ser assegurada a devida
autorização de residência, com dispensa de visto. articulação entre estes e os serviços da República e da
6 - Até à determinação do contingente de oportunidades União Europeia com intervenção nos procedimentos
de emprego previsto no artigo 59.º, o Instituto do previstos na presente lei.
Emprego e Formação Profissional ou, nas regiões
autónomas, os respetivos departamentos divulgam Artigo 220.º
todas as ofertas de emprego não preenchidas no Entrada em vigor
prazo de 30 dias por nacionais portugueses, nacionais
de Estados membros da União Europeia, do Espaço A presente lei entra em vigor no 30.º dia após a data da
Económico Europeu, de Estado terceiro com o qual a sua publicação.
Comunidade Europeia tenha celebrado um acordo de
livre circulação de pessoas ou por nacionais de
Estados terceiros, com residência legal em Portugal.
7 - O visto de residência para obtenção de autorização de
residência para exercício de atividade profissional
subordinada pode ser concedido até ao limite das
ofertas de emprego a que se refere o número
anterior, desde que cumpridas as demais condições
legais.
8 - Os titulares de autorização de residência emitida ao
abrigo de legislação anterior à presente lei devem
proceder à substituição do título de que são
portadores pelo cartão previsto no n.º 1 do artigo
212.º, em termos e no prazo a fixar em sede de
legislação regulamentar.

322
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Decreto Regulamentar n.º 84/2007, de 5 de No estrito cumprimento das novas condições que
novembro16 permitirão uma melhor regulação dos fluxos migratórios,
Regulamenta a Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, que optou-se por um modelo de organização e de
aprova o regime jurídico de entrada, permanência, procedimentos que sirva os imigrantes, as empresas, a
economia e o desenvolvimento social e que corresponda
saída e afastamento de cidadãos estrangeiros de
plenamente a uma administração moderna e eficiente.
território nacional
Por isso, reduziram-se ao mínimo indispensável os
(com as alterações introduzidas pelo requisitos de prova documental e outros que devem ser
Decreto Regulamentar n.º 2/2013, de 18 de março, apresentados e criaram-se canais céleres que facilitam os
Decreto-Lei n.º 31/2014, de 27 de fevereiro, e fluxos de informação interserviços. Deixam assim de ser
Decreto Regulamentar n.º 15-A/2015, de 2 de setembro) necessárias inúmeras deslocações a diferentes serviços
dependentes de outros tantos ministérios, circulando a
A Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, veio definir o novo informação entre estes, sem mais encargos e transtornos
regime jurídico de entrada, permanência, saída e para os interessados.
afastamento de estrangeiros do território nacional. A lei
assenta numa opção realista e equilibrada: favorecer a Particularmente relevantes são as alterações relativas ao
imigração legal, desincentivar e contrariar a imigração mercado de oportunidades de emprego e os mecanismos
ilegal, combater a burocracia, tirar partido das novas eficientes que o mesmo comporta, os procedimentos
tecnologias para simplificar e acelerar procedimentos, que facilitam o acesso e a circulação de pessoal técnico,
inovar nas soluções. investigadores, professores, cientistas e estudantes, bem
como aqueles que respeitam ao reagrupamento familiar,
Cuidadosamente debatidas ao longo de muitos meses à proteção das vítimas de tráfico e às garantias de
com as organizações sociais e demais cidadãos audição e defesa dos imigrantes.
interessados antes da sua submissão ao Parlamento, as
opções constantes da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, Assim:
resultaram de meticulosa preparação no interior do
Governo (com articulação devida de um vasto conjunto No domínio da admissão e residência de estrangeiros em
de ministérios), a que se seguiu um extenso processo de território nacional são adotadas as soluções
discussão parlamentar, aberto a contribuições de regulamentares necessárias a fazer cessar a desigualdade
múltiplos quadrantes, o que ampliou a base de apoio de estatutos jurídicos inerente à anterior existência de
política à reforma aprovada e permitiu diversos nove títulos diversos consagrados no Decreto-Lei n.º
aperfeiçoamentos. 244/98, de 8 de agosto, que enquadrou a permanência
legal de imigrantes em Portugal e foi revogado pela Lei
Empenhou-se o Governo em regulamentar com n.º 23/2007, de 4 de julho. São delineadas
celeridade o novo regime legal, para o que foram pormenorizadamente as condições de emissão de um
adotadas as medidas de coordenação apropriadas. único tipo de visto, que permite ao seu titular entrar em
Portugal para fixação de residência, concedido de acordo
Tratando-se de uma lei com elevada densidade com objetivos específicos previstos na lei para este tipo
normativa, com múltiplas disposições direta e de vistos.
imediatamente aplicáveis, o presente decreto
regulamentar circunscreve-se ao necessário à boa Regulamenta-se o regime jurídico para a imigração
execução dos preceitos que carecem de normas meramente temporária, através do visto de estada
complementares, designadamente em matéria de temporária para o exercício de atividade sazonal e um
concessão de vistos no estrangeiro e nos postos de regime de concessão de vistos para imigrantes
fronteira para entrada de cidadãos estrangeiros no empreendedores.
território nacional, prorrogação da permanência,
concessão e renovação de autorizações de residência, Como forma de tornar Portugal mais atrativo para mão-
direito ao reagrupamento familiar, regime do título de de-obra altamente qualificada, é, designadamente,
residência, estatuto do residente de longa duração, simplificado o regime de concessão de autorização de
saída, afastamento e expulsão ou luta contra a imigração residência a investigadores, docentes do ensino superior
ilegal. e outros cidadãos estrangeiros altamente qualificados
que pretendam desenvolver a sua atividade em centros
de investigação, estabelecimentos de ensino superior ou
16 Republicação d Decreto Regulamentar n.º 84/2007, de 5 de outras entidades que acolham atividades altamente
novembro, efetuada pelo Decreto Regulamentar n.º 15-A/2015, de 2 de
setembro.

323
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

qualificadas, públicas ou privadas, nomeadamente


empresas. Alargam-se os motivos que permitem a concessão de
autorização de residência com dispensa de visto e a
Regulamenta-se, igualmente, o novo regime de concessão excecional de autorização de residência por
concessão de autorização de residência a estrangeiros razões humanitárias e por razões de interesse público
que queiram investir ou desenvolver uma atividade decorrentes do exercício de uma atividade relevante no
empresarial no País, contribuindo, assim, para a atração domínio científico, cultural, desportivo, económico ou
de investimento criador de emprego e riqueza, num social.
quadro jurídico flexível que permite valorizar tanto
investimentos relevantes pelo montante como outros No que diz respeito ao afastamento/expulsão de
realizados no âmbito da chamada economia social. estrangeiros do território nacional, consagram-se
legalmente os limites genéricos à expulsão que decorrem
O processo de concessão do visto de residência para o da Constituição e da jurisprudência do Tribunal Europeu
exercício de trabalho subordinado é devidamente dos Direitos do Homem relativa ao artigo 8.º da
enquadrado pela fixação anual, e mediante parecer da Convenção Europeia dos Direitos do Homem. Consagra-
Comissão Permanente de Concertação Social, de um se igualmente uma proteção acrescida do residente de
contingente global de oportunidades de emprego não longa duração contra medidas de expulsão, mediante a
preenchidas por cidadãos nacionais, cidadãos consideração da sua integração social e familiar e a
comunitários ou estrangeiros residentes em Portugal, consagração de efeito suspensivo do recurso judicial.
visando ajustar as ofertas de emprego não preenchidas Introduz-se a possibilidade de cancelamento de
com o potencial de mão-de-obra estrangeira com a autorização de residência e de expulsão judicial de
qualificação profissional adequada, tendo em estrangeiros que cometam, ou em relação aos quais
consideração a importância de uma estreita cooperação existam sérias razões para crer que irão cometer crimes
com os países de origem de fluxos migratórios para a sua de natureza muito grave, como o terrorismo.
gestão. O regime proposto é aplicável sem prejuízo de
regimes especiais ao abrigo de convenções É assegurado o incentivo ao retorno voluntário,
internacionais. mediante a eliminação da sanção de interdição de
entrada, a qual passa a ser aplicável apenas em caso de
No que concerne ao reagrupamento familiar, além de se afastamento coercivo. O imigrante em situação ilegal que
proceder à transposição da Diretiva n.º 2003/86/CE, do se decida pelo regresso voluntário passa a estar numa
Conselho, de 22 de setembro, em consequência da situação mais favorável do que a do expulsando, na
unificação dos estatutos jurídicos dos estrangeiros a medida em que pode voltar a imigrar legalmente,
residir legalmente em Portugal, precisam-se os termos embora quando o faça no período de três anos tenha a
em que é alargado o âmbito de aplicação pessoal do obrigação de reembolsar o Estado pelas quantias gastas
direito ao reagrupamento familiar a estrangeiros que com o seu regresso.
dele estão excluídos à luz do regime anterior, em
especial, os titulares de vistos de trabalho e os titulares Assegura-se a concessão de autorização de residência a
de autorizações de permanência, através da concessão vítimas de tráfico de pessoas e de ações de auxílio à
imediata de títulos de residência e, em consequência, do imigração ilegal que colaborem com a justiça. Este
direito de reagruparem de imediato com os seus regime é essencial à perseguição das redes de tráfico de
familiares. Regulamenta-se, igualmente, o pessoas, sem contudo adotar uma conceção utilitarista,
reagrupamento com o parceiro de facto. Os pedidos de na medida em que em primeira linha visa a proteção do
reagrupamento familiar passam a poder ser tratados de estrangeiro enquanto vítima de um crime grave de
forma conjunta e o seu deferimento implica a concessão violação de direitos humanos.
automática de visto aos membros da família que se
encontrem no estrangeiro. Abandona-se a conceção legal da pessoa traficada como
um mero imigrante ilegal, uma perspetiva que é
Regulamenta-se o estatuto de residente de longa tributária da Convenção de Varsóvia sobre o Combate ao
duração, concedido a todos aqueles que residem Tráfico de Seres Humanos, aprovada no âmbito do
legalmente há cinco anos, que implica além de um Conselho da Europa e que Portugal já assinou.
significativo conjunto de direitos, o direito específico de
circularem no espaço europeu e de aí se fixarem. Introduzem-se medidas para tornar mais eficaz a
Mantém-se igualmente a possibilidade de obtenção de execução de ordens de expulsão, em especial de
uma autorização de residência permanente, acessível imigrantes em situação ilegal, de forma a dissuadir a
para todos os estrangeiros que residam legalmente por imigração clandestina, promover os canais legais de
um período de cinco anos. imigração e a preservação da ordem pública. Em

324
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

especial, o estrangeiro que tenha sido objeto de uma Artigo 2.º


decisão de expulsão fica entregue à custódia do Serviço Desembaraço de saída de navios e embarcações
de Estrangeiros e Fronteiras para efeitos de imediata
execução da decisão de expulsão, sem prejuízo da 1 - Após o controlo de saída de navio ou embarcação e
concessão de um prazo para abandono do território ou concluindo-se que não existe qualquer impedimento
da sua colocação em centro de instalação temporária ou resultante da aplicação do regime legal de
sob vigilância eletrónica quando tal execução imediata estrangeiros, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras
não é possível. (SEF) emite o respetivo desembaraço de saída que
Procura-se, assim, dar expressão a uma política de envia à autoridade marítima, nos termos e para os
imigração ajustada, promotora de canais legais de efeitos previstos no regulamento geral das capitanias.
imigração e dissuasiva da utilização de canais ilegais, 2 - Estão isentas de desembaraço do SEF as embarcações
associada a uma política coerente de integração da de tráfego local, de pesca local e costeira e os
comunidade imigrante no nosso país. A imigração é rebocadores e embarcações auxiliares locais ou
assim encarada não apenas como fator de costeiras.
desenvolvimento económico, mas como relevante fator
de enriquecimento social e cultural de Portugal. Artigo 3.º
Autorização de acesso à zona internacional dos portos
Foi ouvido o Conselho Consultivo para os Assuntos da
Imigração. 1 - A autorização de acesso à zona internacional dos
portos é válida pelo tempo estritamente necessário à
Assim: concretização da finalidade que motivou a sua
concessão.
Ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 216.º da Lei n.º 2 - Sempre que a finalidade e a frequência do acesso o
23/2007, de 4 de julho, e nos termos da alínea c) do justifiquem, pode ser concedida autorização com
artigo 199.º da Constituição, o Governo decreta o validade mais alargada, não superior a um ano.
seguinte: 3 - Às pessoas autorizadas pelo SEF a aceder à zona
internacional é emitida autorização de acesso cujas
CAPÍTULO I condições de emissão e modelo são aprovados por
Entrada e saída de território nacional despacho do membro do Governo responsável pela
área de administração interna.
Artigo 1.º
Controlo fronteiriço Artigo 4.º
Validade dos documentos de viagem
1 - O controlo fronteiriço e o controlo das pessoas na
passagem das fronteiras externas rege-se pelo Para efeitos de entrada e saída do território português, a
disposto no Regulamento (CE) n.º 562/2006, do validade do documento de viagem apresentado deve ser
Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de março, superior em, pelo menos, três meses à duração da
na Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em estada prevista, salvo quando se trate da reentrada de
anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, e no um estrangeiro residente no País ou nos casos
presente decreto regulamentar. excecionais previstos no n.º 4 do artigo 13.º
2 - A reposição excecional do controlo documental nas
fronteiras internas prevista no n.º 6 do artigo 6.º da Artigo 5.º
Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo Termo de responsabilidade
à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, rege-se pelo
disposto nos artigos 23.º a 31.º do Regulamento (CE) 1 - O termo de responsabilidade que garanta a
n.º 562/2006, do Parlamento Europeu e do Conselho, alimentação e alojamento a nacional de Estado
de 15 de março. terceiro que pretenda entrar no País, bem como a
3 - Compete às empresas transportadoras informar os reposição de custos de afastamento, em caso de
passageiros que utilizem um troço interno de um voo permanência ilegal, deve ser subscrito por cidadão
com origem ou destino em países não signatários da português ou cidadão estrangeiro habilitado a
Convenção de Aplicação do Acordo de Schengen de permanecer regularmente em território nacional.
que estão sujeitos a controlo fronteiriço e que devem 2 - O termo de responsabilidade constitui prova da posse
ser portadores de documento de viagem. de meios de subsistência suficientes, sem prejuízo da
possibilidade de apresentação de outros meios
válidos de prova.

325
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

3 - O SEF pode fazer depender a aceitação dos termos de 4 - No caso de transporte por via marítima, respondem
responsabilidade de prova da capacidade financeira solidariamente pelos encargos os armadores e os
do seu subscritor, atestada, designadamente, através agentes de navegação que os representam.
de um dos seguintes documentos:
a) Declaração de liquidação do Imposto sobre o Artigo 8.º
Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) do ano Entrada e saída de menores
anterior;
b) Extrato de remunerações emitido pelos serviços da 1 - A entrada no País de menores estrangeiros
segurança social; desacompanhados de quem exerce o poder paternal
c) Declaração com o saldo médio bancário; apenas deve ser autorizada quando exista cidadão
d) Os três últimos recibos de quitação dos valores português ou cidadão estrangeiro que permaneça
auferidos pela prestação de atividade subordinada regularmente em Portugal que se responsabilize pela
ou independente. sua estada, após confirmação de existência de
autorização válida adequada emitida pelo respetivo
4 - O termo de responsabilidade a apresentar pelos representante legal e avaliação de todos os demais
agentes de navegação, nos termos do n.º 6 do artigo elementos pertinentes.
8.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em 2 - No caso de recusa de entrada e de regresso do menor
anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, está sujeito desacompanhado, a companhia transportadora deve
às condições previstas nos n.ºs 2 a 4 do artigo 12.º do assegurar que o menor é entregue no país de origem
mesmo diploma legal. ou ponto onde iniciou a sua viagem a quem exerce o
5 - [Revogado]. poder paternal ou a pessoa ou organização a quem o
6 - [Revogado]. mesmo possa ser confiado.
3 - Os menores estrangeiros residentes no País que
Artigo 6.º desejem sair por uma fronteira externa
Verificação da autenticidade dos documentos desacompanhados de quem exerce o poder paternal
devem apresentar autorização subscrita por um dos
As autoridades competentes para a emissão de progenitores ou por quem, no caso, seja responsável
documentos devem disponibilizar ao SEF, por via pelo mesmo, certificada por qualquer das formas
adequada, incluindo a eletrónica, o acesso aos pedidos legalmente previstas.
respeitantes à sua concessão ou emissão, facultando a 4 - Sempre que existam dúvidas relativamente à situação
consulta do respetivo processo e duplicados sempre que do menor, o SEF realiza todas as diligências
tal seja requerido ou se justifique. necessárias à sua identificação, com vista a garantir a
sua proteção e adequado encaminhamento.
Artigo 7.º
Responsabilidade dos transportadores Artigo 9.º
Transmissão de dados
1 - Compete ao transportador, logo que notificado nos
termos do n.º 3 do artigo 38.º da Lei n.º 23/2007, de O SEF estabelece os procedimentos e as soluções
4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, tecnológicas adequadas para a transmissão pelas
de 9 de agosto, suportar todos os encargos inerentes transportadoras aéreas, armadores ou agentes de
à permanência do cidadão estrangeiro na respetiva navegação, dos dados previstos no artigo 42.º da Lei n.º
zona internacional ou em unidade habitacional 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º
situada no interior de território nacional até ao 29/2012, de 9 de agosto, nos termos a definir por
momento do seu reembarque. portaria do membro do Governo responsável pela área
2 - As despesas mencionadas no n.º 4 do artigo 41.º da da administração interna.
Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo
à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, incluem, além da
taxa prevista, as correspondentes ajudas de custo, CAPÍTULO II
seguro pessoal adequado, transporte, alojamento, Vistos
bem como outras diretamente decorrentes da
execução da escolta.
3 - O regime mencionado no número anterior aplica-se às SECÇÃO I
situações relativamente às quais o transportador Vistos concedidos no estrangeiro
solicite escolta, desde que o SEF conclua pela sua
necessidade.

326
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 10.º Artigo 12.º


Pedido de visto Documentos a apresentar

1 - O pedido de visto que, por força da legislação 1 - Sem prejuízo dos documentos específicos exigíveis
aplicável, deva ser apresentado numa embaixada, para cada tipo de visto, os pedidos são instruídos com
posto consular de carreira ou secção consular é os seguintes documentos:
formulado em impresso próprio, assinado pelo a) Duas fotografias iguais, tipo passe, a cores e fundo
requerente e instruído com toda a documentação liso, atualizadas e com boas condições de
necessária. identificação do requerente;
2 - Salvo razões atendíveis, o pedido deve ser b) Passaporte ou outro documento de viagem válido;
apresentado pelo requerente no país da sua c) Certificado do registo criminal emitido pela
residência habitual ou no país da área da jurisdição autoridade competente do país de nacionalidade
consular do Estado da sua residência. do requerente ou do país em que este resida há
3 - Quando o requerente for menor ou incapaz, o pedido mais de um ano, quando sejam requeridos vistos
de visto deve ser assinado pelo respetivo de estada temporária e de residência;
representante legal. d) Requerimento para consulta do registo criminal
4 - Em casos excecionais, devidamente justificados, ou português pelo SEF, quando sejam requeridos
quando a legislação expressamente o permita, o vistos de estada temporária e de residência;
responsável pela embaixada, posto consular de e) Seguro de viagem válido, que permita cobrir as
carreira ou secção consular pode dispensar a despesas necessárias por razões médicas,
presença do requerente, devendo os motivos da incluindo assistência médica urgente e eventual
dispensa constar no formulário do pedido. repatriamento;
5 - A apresentação do pedido de visto pode dar lugar à f) Comprovativo da existência de meios de
aposição, no passaporte do requerente, desde que subsistência, tal como definidos por portaria dos
solicitada pelo próprio, de um carimbo contendo os membros do Governo responsáveis pelas áreas da
elementos respeitantes à data, embaixada, posto administração interna e do trabalho e da
consular de carreira ou secção consular onde foi solidariedade social, atenta a natureza do tipo de
solicitado, salvo nos casos de passaportes visto solicitado;
diplomáticos ou de serviço. g) Cópia do título de transporte de regresso, salvo
6 - O modelo de impresso previsto no n.º 1 está também quando seja solicitado visto de residência.
disponível em suporte eletrónico no sítio na Internet
disponibilizado pelo Ministério dos Negócios 2 - O documento previsto na alínea f) do número anterior
Estrangeiros. pode ser dispensado aos titulares de passaporte
diplomático e de serviço especial ou oficial.
Artigo 11.º 3 - As missões diplomáticas ou os postos consulares
Elementos do pedido podem decidir, caso a caso, abrir uma exceção à
exigência de seguro médico de viagem para os
Do pedido de visto, apresentado em formulário próprio, titulares de passaportes diplomáticos, de serviço e
devem constar os seguintes elementos: outros passaportes oficiais, ou quando tal possa
proteger os interesses nacionais em matéria de
a) A identificação completa do requerente e, caso política externa, de política de desenvolvimento ou
seja titular de passaporte familiar ou de outras áreas de relevante interesse público, devendo
passaporte coletivo, do cônjuge, dos dependentes ser assegurada, no prazo de 90 dias após a entrada
ou dos elementos do grupo que neles se em território nacional, a subscrição de adequado
encontram mencionados que pretendam seguro de saúde.
beneficiar do visto, quando aplicável; 4 - Tratando-se de pedido de visto respeitante a menor
b) O tipo, número, data e local de emissão e validade sujeito ao exercício do poder paternal ou incapaz
do documento de viagem e a identificação da sujeito a tutela, deve ser apresentada a respetiva
autoridade que o emitiu; autorização.
c) O objetivo da estada; 5 - Podem ser isentos de apresentação de seguro de
d) O período de permanência; viagem os requerentes que comprovem a
e) Nome da pessoa ou da empresa de acolhimento e impossibilidade da sua obtenção.
nome da pessoa a contactar na empresa de 6 - Os cidadãos menores de 16 anos estão isentos de
acolhimento, quando aplicável; junção ao processo de informação sobre registo
f) Local previsto de alojamento, quando aplicável. criminal.

327
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 13.º 2 - A autoridade diplomática ou consular faz depender a


Instrução do pedido aceitação do termo de responsabilidade previsto na
alínea g) do número anterior de prova de capacidade
1 - A autoridade diplomática ou consular, na instrução do financeira do seu subscritor.
pedido, deve: 3 - A autoridade consular competente pode, em qualquer
a) Comprovar a identidade do requerente; fase do processo, exigir a presença do requerente na
b) Verificar se o requerente está indicado, para missão diplomática ou posto consular de carreira,
efeitos de não admissão, no Sistema de tendo em vista a recolha de elementos cujo
Informação Schengen; conhecimento seja conveniente para a instrução e
c) Verificar a regularidade, autenticidade e validade decisão do pedido.
do documento de viagem apresentado pelo 4 - Excecionalmente, nomeadamente por razões urgentes
requerente, tendo em conta, neste último caso, de carácter humanitário ou de interesse nacional,
que a mesma deve ultrapassar, em pelo menos podem ser apostos vistos em documentos de viagem
três meses, a data limite da permanência cujo período de validade seja inferior a três meses,
requerida; desde que a validade do documento seja superior à
d) Comprovar se o documento de viagem permite o do visto e a garantia de regresso não fique
regresso do requerente ao país de origem ou a comprometida.
sua entrada num país terceiro;
e) Apurar da existência e validade da autorização de Artigo 14.º
saída ou do visto de regresso ao país de Parecer obrigatório
proveniência, sempre que esta formalidade seja
requerida pelas autoridades competentes, 1 - O prazo de 7 ou de 20 dias para emissão dos
devendo observar-se o mesmo procedimento pareceres previstos no n.º 6 do artigo 53.º da Lei n.º
relativamente à autorização de entrada num país 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei
terceiro; n.º 29/2012, de 9 de agosto, é contado a partir do dia
f) Confirmar se o documento de viagem é da receção do pedido de parecer apresentado por via
reconhecido e válido para todos os países eletrónica.
signatários da Convenção de Aplicação, salvo 2 - Nas representações diplomáticas e consulares onde
quando o visto solicitado seja exclusivamente estejam colocados oficiais de ligação do SEF o parecer
válido para uma ou várias Partes Contratantes, prévio previsto no número anterior é processado
sendo, neste caso, suficiente o seu pelos mesmos.
reconhecimento pelas autoridades competentes;
g) Confirmar se a situação económica do requerente Artigo 15.º
e a duração da estada são adequadas ao custo e Indeferimento liminar do pedido
objetivos da viagem, podendo ser apresentado
termo de responsabilidade; A autoridade consular pode indeferir liminarmente os
h) Nas situações excecionais previstas no n.º 2 do pedidos não identificados ou cujo teor seja ininteligível.
artigo 10.º, verificar as razões que o requerente
invoca para apresentar o pedido em país diferente Artigo 16.º
daquele onde tem residência habitual e se aí se Visto de escala
encontra regularmente, efetuando, sempre que
necessário, consulta prévia à respetiva autoridade 1 - O pedido de visto de escala deve ser acompanhado de
central; cópia do título de transporte para o país de destino
i) Exigir a apresentação dos elementos que sejam final, bem como de prova de que o passageiro se
necessários ao esclarecimento de quaisquer encontra habilitado com o correspondente visto de
dúvidas acerca dos elementos constantes do entrada nesse país, sempre que exigível.
pedido, designadamente perícias médico-legais 2 - [Revogado].
comprovativas dos laços de parentesco invocados;
j) Verificar se o requerente se deslocou a Portugal em Artigo 17.º
ocasiões anteriores e se nestas não excedeu o Visto de curta duração
período de permanência autorizado;
l) Emitir o respetivo parecer devidamente 1 - O pedido de visto de curta duração é acompanhado
fundamentado; de prova do objetivo e das condições da estada
m) Registar o pedido no sistema nacional de vistos, prevista.
previsto no artigo 39.º. 2 - Para efeitos do n.º 2 do artigo 51.º da Lei n.º 23/2007,
de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º

328
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

29/2012, de 9 de agosto, o visto de curta duração Artigo 20.º


pode ser emitido para uma, duas ou múltiplas Visto de estada temporária para exercício de uma
entradas, não podendo o prazo de validade exceder atividade profissional subordinada ou independente de
cinco anos. carácter temporário
3 - Para efeitos do n.º 3 do artigo 51.º da Lei n.º 23/2007,
de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º 1 - O pedido de visto de estada temporária previsto na
29/2012, de 9 de agosto, o visto de curta duração alínea c) do n.º 1 do artigo 54.º da Lei n.º 23/2007, de
para múltiplas entradas é emitido com um prazo de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012,
validade compreendido entre seis meses e cinco de 9 de agosto, é acompanhado dos seguintes
anos. documentos:
a) Promessa ou contrato de trabalho no âmbito de
Artigo 18.º uma atividade profissional subordinada de
Visto de estada temporária para tratamento médico e carácter temporário; ou
para acompanhamento familiar b) Contrato de sociedade ou de prestação de serviços
no âmbito de uma atividade profissional
1 - O pedido de visto de estada temporária previsto na independente de carácter temporário;
alínea a) do n.º 1 do artigo 54.º da Lei n.º 23/2007, de c) Quando aplicável, declaração emitida pela
4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, entidade competente para a verificação dos
de 9 de agosto, é acompanhado de relatório médico e requisitos do exercício de profissão que, em
comprovativo emitido pelo estabelecimento de saúde Portugal, se encontre sujeita a qualificações
oficial ou oficialmente reconhecido de que o especiais;
requerente tem assegurado o internamento ou o d) Declaração, a emitir pelo Instituto do Emprego e
tratamento ambulatório. da Formação Profissional, I.P. (IEFP, I.P.), de que a
2 - O pedido de visto de estada temporária previsto na promessa ou contrato de trabalho se refere a
alínea g) do n.º 1 do artigo 54.º da Lei n.º 23/2007, de oferta disponível para cidadãos nacionais de
4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, países terceiros.
de 9 de agosto, é acompanhado de comprovativo dos
laços de parentesco que justificam o 2 - O IEFP, I.P., aprecia as ofertas de emprego para
acompanhamento. atividade de carácter temporário apresentadas pelas
3 - Os pedidos de visto previstos nos números anteriores entidades empregadoras ao abrigo do artigo 56.º da
obedecem ainda ao disposto no artigo 52.º da Lei n.º Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo
23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, e publicita-as,
n.º 29/2012, de 9 de agosto. depois de devidamente identificadas e numeradas,
4 - Para efeitos de concessão de visto para em local próprio do seu sítio na Internet, 30 dias após
acompanhamento familiar são considerados o a apresentação da oferta de emprego.
cônjuge, a pessoa com quem viva em união de facto, 3 - As embaixadas e postos consulares acedem à
os ascendentes, os filhos ou pessoa com outro vínculo informação disponível no sítio de Internet do IEFP,
de parentesco e, no caso de menores ou incapazes, I.P., e publicitam as ofertas de emprego em local
na falta de familiar, a pessoa a cargo de quem próprio e divulgam-nas, por via diplomática, junto dos
estejam ou familiares desta. serviços competentes do país terceiro.
4 - Os cidadãos nacionais de países terceiros que
Artigo 19.º pretendam ocupar uma oferta de emprego para
Visto de estada temporária no âmbito da transferência atividade de carácter temporário apresentam a sua
de trabalhadores candidatura, preferencialmente por via eletrónica,
para endereço próprio da entidade empregadora.
1 - O pedido de visto de estada temporária previsto no 5 - A divulgação das ofertas de emprego pode ser
artigo 55.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, suspensa a pedido da entidade empregadora e sê-lo-á
republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de sempre uma vez ocorrido o seu preenchimento.
agosto, é acompanhado dos documentos que 6 - As entidades empregadoras procedem à seleção e
atestem o cumprimento dos requisitos previstos nas informam diretamente o candidato que vai preencher
alíneas a) e b) do mesmo artigo. o posto de trabalho e enviam os documentos
2 - Quando o estabelecimento de onde é transferido o referidos nas alíneas a) ou b) e d) do n.º 1 para que o
requerente se situe no país em que apresente o trabalhador possa solicitar o visto junto do posto
pedido, os comprovativos podem ser emitidos por consular.
esse mesmo estabelecimento. 7 - Todos os procedimentos referidos nos números
anteriores podem ser efetuados por comunicação

329
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

eletrónica, designadamente através de sítio próprio desportivo, assumindo a responsabilidade pelo


do IEFP, I.P., na Internet, sem prejuízo de recurso a alojamento e pelo pagamento de eventuais cuidados de
outros meios de comunicação. saúde e despesas de repatriamento.
8 - Com vista a monitorizar as promessas de contrato de
trabalho emitidas por entidade patronal, o sistema de Artigo 23.º
informação que gere as comunicações e Visto de estada temporária em casos excecionais
procedimentos regista o histórico disponível.
9 - A Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das 1 - O pedido de visto de estada temporária previsto na
Comunidades Portuguesas regista o visto no sistema alínea f) do n.º 1 do artigo 54.º da Lei n.º 23/2007, de
nacional de vistos, previsto no artigo 39.º, e informa o 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012,
IEFP, I.P., sobre a sua concessão no prazo máximo de de 9 de agosto, é acompanhado do comprovativo da
cinco dias. situação de excecionalidade, relevando, para o efeito,
a estada temporária de cidadãos nacionais de países
Artigo 21.º terceiros que se encontrem abrangidos pelos acordos,
Visto de estada temporária para atividade de protocolos ou instrumentos similares bilaterais,
investigação, atividade docente em estabelecimento de nomeadamente sobre trabalhos em férias, nas
ensino superior ou altamente qualificada condições e termos aí previstos.
2 - Para efeitos da alínea f) do n.º 1 do artigo 54.º da Lei
1 - O pedido de visto de estada temporária previsto no n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à
artigo 57.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, o visto de estada
republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de temporária para frequência de um programa de
agosto, é acompanhado dos documentos que estudo de duração igual ou inferior a um ano em
atestem o cumprimento dos requisitos previstos nas estabelecimento de ensino, ou no âmbito de
alíneas a) e b) do mesmo artigo. intercâmbio de estudantes com a mesma duração, é
2 - Os centros de investigação, os estabelecimentos de acompanhado de:
ensino superior ou outras entidades, públicas ou a) Documento emitido pelo estabelecimento de
privadas, nomeadamente empresas, que acolham ensino, comprovativo da aceitação da matrícula;
atividade altamente qualificada, podem remeter os b) Declaração comprovativa de acolhimento por
documentos referidos no número anterior ao família, nas condições previstas na alínea c) do n.º
Ministério da Educação e Ciência que os envia, ou a 5 do artigo 62.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho,
correspondente informação, de preferência por via republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de
eletrónica, ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, agosto; ou,
tendo em vista a celeridade e facilitação na c) Comprovativo de alojamento.
tramitação do pedido de visto.
3 - Carece de parecer prévio obrigatório do Ministério da 3 - Para efeitos da alínea f) do n.º 1 do artigo 54.º da Lei
Educação e Ciência a concessão de vistos para o n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à
exercício de atividade altamente qualificada quando Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, o visto de estada
exista dúvida quanto ao enquadramento dessa temporária para estágio profissional é acompanhado
atividade nos termos da alínea a) do artigo 3.º da Lei de documento emitido por empresa ou organismo de
n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à formação profissional oficialmente reconhecido
Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto. atestando a admissão no estágio, o respetivo
4 - O parecer referido no número anterior é emitido no programa e, se necessário, o contrato de formação e
prazo de 20 dias, findo o qual a ausência de emissão a calendarização do programa.
corresponde a parecer favorável. 4 - Para efeitos da alínea f) do n.º 1 do artigo 54.º da Lei
n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à
Artigo 22.º Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, o visto de estada
Visto de estada temporária para o exercício de temporária para voluntariado obedece à
atividade desportiva amadora comprovação da idade mínima fixada em portaria do
membro do Governo responsável pela área da
O pedido de visto de estada temporária previsto na administração interna, sendo acompanhado de
alínea e) do n.º 1 do artigo 54.º da Lei n.º 23/2007, de 4 documento emitido pela organização responsável em
de julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 Portugal pelo programa de voluntariado, oficialmente
de agosto, é acompanhado de documento emitido pela reconhecida, que ateste a admissão.
respetiva federação, confirmando o exercício da 5 - Para efeitos da alínea f) do n.º 1 do artigo 54.º da Lei
atividade desportiva, bem como de termo de n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à
responsabilidade subscrito pela associação ou clube Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, o visto de estada

330
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

temporária no âmbito dos compromissos oportunidades de emprego a aprovar por resolução do


internacionais ao nível da liberdade de prestação de Conselho de Ministros, nos termos previstos no n.º 2 do
serviços é emitido mediante a apresentação dos artigo 59.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada
seguintes documentos: em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, são da
a) Contrato de prestação de serviços celebrado entre responsabilidade do Ministério da Economia e do
o cidadão estrangeiro e o consumidor final; Emprego.
b) Certificado de posse das habilitações técnicas
requeridas para a prestação do serviço em causa. Artigo 27.º
Publicitação de ofertas de emprego
Artigo 24.º
Visto de residência 1 - Cada oferta de emprego que se enquadre no
contingente mencionado no n.º 2 do artigo 59.º da Lei
São definidos por portaria dos membros do Governo n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à
responsáveis pelas áreas da administração interna, do Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, apresentada por
emprego e da solidariedade social os comprovativos de entidade empregadora junto do IEFP, I.P., é
posse de meios de subsistência necessários para: publicitada em local próprio no sítio do IEFP, I.P., na
Internet, 30 dias após o momento da sua
a) Os pedidos de vistos de residência para o exercício apresentação, devidamente identificada e numerada,
de atividade profissional, estudo, estágio ficando também disponível para cidadãos nacionais
profissional não remunerado ou voluntariado; de países terceiros.
b) Os pedidos de visto efetuados por cidadãos 2 - Quando a entidade empregadora não autorize a
estrangeiros reformados; publicitação da oferta segue-se o procedimento
c) Os pedidos de visto efetuados por cidadãos previsto no artigo 29.º
estrangeiros que vivam de rendimentos de bens 3 - As embaixadas e postos consulares acedem à
móveis ou imóveis ou da propriedade intelectual; informação disponível no sítio do IEFP, I.P., na
d) Os pedidos de visto efetuados por cidadãos Internet, publicitam as ofertas de emprego em local
estrangeiros que vivam de rendimentos de próprio e divulgam-nas, por via diplomática, junto dos
aplicações financeiras; serviços competentes do país terceiro.
e) Os pedidos de visto efetuados por cidadãos 4 - A divulgação das ofertas de emprego pode ser
estrangeiros com a qualidade de ministros do suspensa a pedido da entidade empregadora e sê-lo-á
culto, membros de instituto de vida consagrada sempre uma vez ocorrido o seu preenchimento.
ou que exerçam profissionalmente atividade
religiosa e que, como tal, seja certificada pela Artigo 28.º
igreja ou comunidade religiosa a que pertençam, Candidatura a ofertas de emprego
devidamente reconhecidas nos termos da ordem
jurídica portuguesa. 1 - Os cidadãos nacionais de países terceiros que
entendam ocupar uma oferta de emprego
Artigo 25.º apresentam a sua candidatura, preferencialmente por
Instrumentos bilaterais de simplificação via eletrónica, para endereço próprio da entidade
empregadora.
A seleção e recrutamento de trabalhadores nacionais de 2 - As entidades empregadoras enviam ao cidadão
países terceiros, para preenchimento de ofertas de estrangeiro selecionado contrato de trabalho ou
emprego que se enquadrem no contingente mencionado promessa de contrato de trabalho junto com a
no n.º 2 do artigo 59.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, declaração emitida pelo IEFP, I.P., para que aquele
republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, possa solicitar o visto junto do consulado.
e das ofertas de emprego para trabalho temporário, 3 - Todos os procedimentos referidos nos números
pode ser objeto de protocolo a celebrar entre o IEFP, I.P., anteriores são efetuados por comunicação eletrónica,
e os serviços públicos de emprego congéneres de países designadamente através de sítio próprio do IEFP, I.P.,
terceiros, a publicitar no sítio do IEFP, I.P., na Internet. na Internet, sem prejuízo de recurso a outros meios
de comunicação.
Artigo 26.º
Contingente global indicativo de oportunidades de Artigo 29.º
emprego Procedimento aplicável

Os procedimentos e elementos necessários para 1 - As entidades empregadoras que pretendam celebrar


definição do contingente global indicativo de contrato de trabalho ou promessa de contrato de

331
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

trabalho com nacional de país terceiro que se 2 - Nas situações excecionais previstas no n.º 7 do artigo
encontre no seu país de origem, nos termos da alínea 59.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em
a) do n.º 5 do artigo 59.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, o visto,
julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 instruído com os elementos previstos no mesmo
de agosto, e que se enquadre em sector de atividade preceito legal, só pode ser concedido mediante
não excluído pelo contingente global indicativo de autorização expressa do diretor-geral dos Assuntos
oportunidades de emprego mencionado no n.º 2 do Consulares e das Comunidades Portuguesas e após o
mesmo artigo, devem requerer junto do IEFP, I.P., parecer do SEF previsto no n.º 1 do artigo 53.º da Lei
declaração comprovativa de que a oferta de emprego n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à
se encontra abrangida pelo contingente global em Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, devendo ser
vigor e de que não foi preenchida por trabalhador registado no sistema nacional de vistos.
que goze de preferência, a emitir 30 dias após a 3 - A Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das
apresentação da mesma oferta. Comunidades Portuguesas, no prazo máximo de cinco
2 - As entidades empregadoras que pretendam efetuar dias, informa o IEFP, I.P., sobre a concessão do visto,
uma manifestação individualizada de interesse na que retira a correspondente oferta do sistema de
contratação de nacional de país terceiro que se informação previsto no artigo 27.º
encontre no seu país de origem, nos termos da alínea
b) do n.º 5 do artigo 59.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de Artigo 31.º
julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 Visto de residência para o exercício de atividade
de agosto, devem requerer junto do IEFP, I.P., profissional independente ou para imigrantes
declaração comprovativa dos requisitos referidos no empreendedores
número anterior, emitida no mesmo prazo, sendo
aplicáveis para obtenção de visto os procedimentos 1 - O pedido de visto de residência para o exercício de
previstos no artigo 30.º atividade profissional independente, constante da
3 - Nas situações excecionais previstas no n.º 7 do artigo lista de profissões em vigor para identificação de
59.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em sujeitos passivos de IRS, é acompanhado de:
anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, as entidades a) Contrato de sociedade ou contrato ou proposta
empregadoras devem requerer junto do IEFP, I.P., escrita de contrato de prestação de serviços;
declaração comprovativa de que a oferta de emprego b) Quando aplicável, declaração emitida pela
não foi preenchida por trabalhador que goze de entidade competente para a verificação dos
preferência nos termos do n.º 1 do mesmo artigo, a requisitos do exercício de profissão que, em
emitir 30 dias após a apresentação da mesma oferta. Portugal, se encontre sujeita a qualificações
4 - Todos os procedimentos referidos nos números especiais.
anteriores são efetuados por comunicação eletrónica,
através de sítio próprio do IEFP, I.P., na Internet. 2 - O pedido de visto de residência para imigrantes
empreendedores que pretendam investir em Portugal
Artigo 30.º ou já o tenham feito é acompanhado de:
Visto de residência para o exercício de atividade a) Declaração de que realizou ou pretende realizar
profissional subordinada uma operação de investimento em Portugal, com
indicação da sua natureza, valor e duração; e
1 - O pedido de visto de residência para o exercício de
atividade profissional subordinada é acompanhado b) Comprovativo de que efetuou operações de
dos seguintes documentos: investimento; ou
a) Contrato de trabalho, promessa de contrato de c) Comprovativos de que possui meios financeiros
trabalho ou manifestação individualizada de disponíveis em Portugal, incluindo os obtidos
interesse; junto de instituição financeira em Portugal, e da
b) Declaração comprovativa emitida pelo IEFP, I.P., intenção de proceder a uma operação de
nos termos dos n.ºs 1, 2 ou 3 do artigo anterior; investimento em território português,
c) Comprovativo de que está habilitado ao exercício devidamente descrita e identificada.
da profissão, quando esta se encontre 3 - O pedido de visto de residência previsto no número
regulamentada em Portugal. anterior será apreciado tendo em conta,
nomeadamente, a relevância económica, social,
científica, tecnológica, ou cultural do investimento.

332
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 32.º atividade altamente qualificada subordinada, podem


Visto de residência para atividade de investigação, remeter os documentos referidos no número anterior
atividade docente em estabelecimento de ensino ao membro do Governo responsável pela área da
superior ou altamente qualificada ciência, tecnologia e ensino superior, que os envia, ou
a correspondente informação, de preferência por via
1 - O pedido de visto de residência previsto no artigo 61.º eletrónica, ao membro do Governo responsável pela
da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em área dos negócios estrangeiros, tendo em vista a
anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, é celeridade e facilitação na tramitação do pedido de
acompanhado dos documentos que atestem o visto.
cumprimento dos requisitos previstos nos n.ºs 1 e 2 3 - Carece de parecer prévio obrigatório dos membros do
do mesmo artigo. Governo responsáveis pelas áreas da economia, do
2 - Os centros de investigação, os estabelecimentos de emprego, da ciência, da tecnologia e do ensino
ensino superior, ou outras entidades públicas ou superior, consoante os casos, a concessão de vistos
privadas, nomeadamente empresas que acolham para o exercício de atividade altamente qualificada
atividade altamente qualificada, podem remeter os subordinada, quando exista dúvida quanto ao
documentos referidos no número anterior aos enquadramento dessa atividade, nos termos da
membros do Governo responsáveis pelas áreas da alínea a) do artigo 3.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de
economia, do emprego, da ciência, da tecnologia e do julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9
ensino superior, consoante os casos, que os enviam, de agosto.
de preferência por via eletrónica, ao membro do 4 - O parecer referido no número anterior é emitido no
Governo responsável pela área dos negócios prazo de 20 dias, considerando-se favorável se não
estrangeiros, tendo em vista a celeridade e facilitação for emitido naquele prazo
na tramitação do pedido de visto.
3 - Carece de parecer prévio obrigatório dos membros do Artigo 33.º
Governo responsáveis pelas áreas da economia, do Visto de residência para estudo, intercâmbio de
emprego, da ciência, da tecnologia e do ensino estudantes, estágio profissional ou voluntariado
superior, consoante os casos, a concessão de vistos
para o exercício de atividade altamente qualificada 1 - O pedido de visto de residência para frequência de
quando exista dúvida sobre o enquadramento dessa programa de estudo no ensino secundário é
atividade, nos termos da alínea a) do artigo 3.º da Lei acompanhado de:
n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à a) Documento emitido pelo estabelecimento de
Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto. ensino confirmando que o mesmo foi aceite;
4 - O parecer referido no número anterior é emitido no b) Declaração comprovativa do seu acolhimento por
prazo de 20 dias, findo o qual a ausência de emissão família, nas condições previstas na alínea c) do n.º
corresponde a parecer favorável. 5 do artigo 62.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho,
5 - O regime previsto nos números anteriores é aplicável, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de
quando tal se justifique, aos cidadãos estrangeiros agosto; ou
objeto de destacamento para exercício de atividade c) Comprovativo de alojamento assegurado.
altamente qualificada, com duração previsível
superior a um ano, comprovado mediante 2 - O pedido de visto de residência para frequência de
documento idóneo da empresa que o deslocou para programa de estudo no ensino superior é
território nacional. acompanhado de documento emitido pelo
estabelecimento de ensino confirmando que o
Artigo 32.º-A requerente preenche as condições de admissão ou de
Visto de residência para atividade altamente qualificada que foi admitido.
subordinada 3 - É dispensada a entrega dos documentos previstos na
alínea a) do n.º 1 e no n.º 2 nos casos em que os
1 - O pedido de visto de residência previsto no artigo requerentes sejam beneficiários de bolsas de estudo
61.º-A da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada atribuídas pelo Camões - Instituto da Cooperação e
em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, é da Língua, I.P., entidade que informa as embaixadas,
acompanhado dos documentos que atestem o postos consulares de carreira ou secções consulares
cumprimento dos requisitos previstos no n.º 1 do portuguesas da sua condição para efeitos de
mesmo artigo. concessão de visto de residência.
2 - Os centros de investigação, os estabelecimentos de 4 - O pedido de visto de residência para frequência de
ensino superior ou outras entidades, públicas ou estágio profissional não remunerado é acompanhado
privadas, nomeadamente empresas, que acolham de documento emitido por empresa ou organismo de

333
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

formação profissional oficialmente reconhecido, parecer prévio previsto no n.º 1 pode ser processado
atestando a sua admissão no estágio, o programa de pelos mesmos, nos termos de despacho a proferir
estágio e, se necessário, o contrato de formação, bem pelo diretor nacional do SEF.
como a calendarização do curso. 4 - A consulta prévia prevista no n.º 4 do artigo 53.º da
5 - O pedido de visto de residência para voluntariado é Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo
acompanhado de documento que comprove que o à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, é efetuada pelo
requerente tem a idade mínima fixada em portaria do Ministério dos Negócios Estrangeiros, diretamente ao
membro do Governo responsável pela área da Serviço de Informações de Segurança, devendo este
administração interna e de que foi admitido por uma informar também o SEF, sempre que o parecer seja
organização responsável em Portugal pelo programa desfavorável à admissão do cidadão estrangeiro no
de voluntariado em que participe, oficialmente território nacional.
reconhecida. 5 - A aplicação do disposto no n.º 1 do artigo 53.º da Lei
n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à
Artigo 34.º Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, é assegurada através
Visto de residência no âmbito da mobilidade de do sistema nacional de vistos.
estudantes do ensino superior
Artigo 36.º
O pedido de visto de residência apresentado por nacional Concessão dos vistos
de Estado terceiro que resida como estudante do ensino
superior num Estado membro da União Europeia e que 1 - Os vistos devem ser apostos em documentos de
se candidate a frequentar em Portugal parte de um viagem válidos e reconhecidos por Portugal.
programa de estudos já iniciado ou a completá-lo com 2 - O período de permanência autorizado pelo visto fica
um programa de estudos afins é acompanhado dos condicionado à observância do disposto na alínea c)
seguintes documentos: do n.º 1 do artigo 13.º, sem prejuízo do disposto no
a) Comprovativos de que preenche as condições n.º 4 do mesmo artigo.
estabelecidas nos n.ºs 2 e 4 do artigo 62.º da Lei 3 - A validade do visto concedido a familiares
n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo acompanhantes de titulares de visto de estada
à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto; temporária não pode ultrapassar a validade do visto
b) Comprovativo de que participa num programa de do familiar a acompanhar.
intercâmbio comunitário ou bilateral ou de que foi 4 - As embaixadas, secções consulares e postos
admitido como estudante num Estado membro da consulares de carreira podem, a título excecional,
União Europeia durante um período não inferior a autorizar a aposição de visto, em folha autónoma, a
dois anos. qual deve sempre acompanhar o documento de
viagem.
SECÇÃO II 5 - A concessão de vistos é da competência do
Disposições complementares responsável pela embaixada, secção consular ou
posto consular de carreira e, nas suas ausências e
Artigo 35.º impedimentos, do respetivo substituto legal.
Parecer prévio obrigatório
Artigo 37.º
1 - Para efeitos de emissão do parecer obrigatório do SEF Prazo para emissão dos vistos consulares
previsto no n.º 1 do artigo 53.º da Lei n.º 23/2007, de
4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, Os vistos consulares devem ser emitidos no prazo
de 9 de agosto, o responsável pela embaixada, posto máximo de 90 dias após a sua concessão, caducando,
consular de carreira ou secção consular remete o após tal prazo, se a não emissão for devida a não
processo devidamente instruído, acompanhado do comparência do requerente.
respetivo parecer sobre a sua admissibilidade, através
do Ministério dos Negócios Estrangeiros, por via Artigo 38.º
eletrónica. Relação de vistos concedidos
2 - Para cumprimento do disposto nos n.ºs 1, 2, 3 e 5 do
artigo 53.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, 1 - Os postos consulares enviam aos serviços
republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de competentes do Ministério dos Negócios Estrangeiros
agosto, é competente o diretor nacional do SEF com a relação mensal das vinhetas inutilizadas.
possibilidade de delegação. 2 - Da relação referida no número anterior consta o
3 - Nas representações diplomáticas e consulares onde nome, nacionalidade, tipo de visto, número e tipo de
estejam colocados oficiais de ligação do SEF, o

334
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

passaporte, validade do visto, período de Artigo 41.º


permanência e consulta prévia. Vistos de curta duração
3 - [Revogado].
4 - As vinhetas previamente inutilizadas devem 1 - A concessão de vistos de curta duração nos termos do
acompanhar a relação a que se referem os n.ºs 1 e 2. n.º 1 do artigo 67.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho,
5 - No momento da concessão, os postos consulares de republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de
carreira comunicam ao SEF, por via eletrónica, os agosto, fica sujeita à verificação, se possível atestada
vistos concedidos sem consulta prévia, nos termos do por documento comprovativo, das razões imprevistas
n.º 3 do artigo 53.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, que impediram o requerente de se apresentar
republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de habilitado com o necessário visto.
agosto. 2 - A emissão dos vistos referidos no número anterior
6 - Os processos de vistos concedidos sem consulta consiste na aposição de uma vinheta modelo tipo de
prévia nos termos da mesma norma devem ser visto no documento de viagem do requerente.
enviados ao SEF, por via eletrónica, mencionando
expressamente o domicílio indicado em território Artigo 42.º
nacional. Visto especial

Artigo 39.º 1 - O visto especial previsto no artigo 68.º da Lei n.º


Sistema nacional de vistos 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei
n.º 29/2012, de 9 de agosto, é emitido em vinheta
Nos termos das disposições regulamentares da União modelo tipo de visto, sendo esta aposta no respetivo
Europeia e da legislação interna, o SEF organiza o sistema documento de viagem.
nacional de vistos no quadro do sistema europeu de 2 - Caso o cidadão se apresente sem documento de
informações de vistos. viagem válido, a vinheta referida no número anterior
é aposta em impresso próprio.
Artigo 40.º 3 - O visto especial é válido para uma entrada em
Dispensa de visto de residência território nacional, habilitando o seu titular a uma
permanência até 15 dias.
1 - Não carecem do visto de residência ou de estada
temporária os cidadãos nacionais de países terceiros CAPÍTULO III
residentes num Estado membro da União Europeia e Prorrogação de permanência
regularmente empregados numa empresa
estabelecida num Estado membro da União Europeia Artigo 43.º
que, mantendo o respetivo vínculo laboral, se Formulação e forma de concessão dos pedidos de
desloquem a território português para prestar prorrogação de permanência
serviços.
2 - Os cidadãos a que se refere o número anterior 1 - Os pedidos de prorrogação de permanência são
devem, no prazo de três dias após a entrada em apresentados presencialmente e em impresso
território nacional, efetuar junto do SEF a declaração próprio assinado pelo requerente, instruídos com
de entrada, nos termos do artigo 14.º da Lei n.º toda a documentação necessária, acompanhados, se
23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei necessário, de duas fotografias iguais, tipo passe, a
n.º 29/2012, de 9 de agosto. cores e fundo liso, atualizadas e com boas condições
3 - Mediante apresentação de comprovativos das de identificação.
circunstâncias mencionadas no n.º 1, o SEF prorroga a 2 - Quando o requerente for menor ou incapaz, o pedido
permanência nos termos do artigo 71.º da Lei n.º é formulado e assinado pelo respetivo representante
23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei legal.
n.º 29/2012, de 9 de agosto, pelo tempo de duração 3 - O SEF pode indeferir liminarmente os pedidos cujo
correspondente ao do destacamento. teor seja ininteligível, que não tenham sido
apresentados presencialmente ou não tenham sido
SECÇÃO III assinados por representante legal, tratando-se de
Vistos concedidos em postos de fronteira menor ou incapaz.

335
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

4 - A prorrogação de permanência é concedida sob a permanência, nos termos do n.º 3 do artigo 71.º da
forma de vinheta autocolante, de modelo aprovado Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo
por portaria do membro do Governo responsável pela à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, devendo o pedido
área da administração interna. ser acompanhado dos documentos previstos no
5 - O fluxo de informação decorrente dos pedidos de artigo anterior.
prorrogação de permanência é processado nos 3 - O pedido é apreciado tendo em conta,
termos do n.º 2 do artigo 212.º da Lei n.º 23/2007, de designadamente:
4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, a) Razões humanitárias;
de 9 de agosto. b) Motivos de força maior;
c) Razões pessoais ou profissionais atendíveis.
Artigo 44.º
Documentos necessários 4 - A prorrogação da duração da estada ou da validade
de um Visto Schengen depende da verificação dos
1 - Sem prejuízo dos documentos específicos exigidos requisitos previstos no n.º 2 e da validade do visto,
para cada tipo de prorrogação, os pedidos são não podendo exceder 90 dias em 180 dias, sendo o
instruídos com os seguintes meios probatórios: pedido apreciado tendo em conta, designadamente:
a) Passaporte ou outro documento de viagem válido; a) Razões humanitárias;
b) Comprovativo dos meios de subsistência, atenta a b) Motivos de força maior;
natureza do tipo de prorrogação solicitada; c) Motivos pessoais sérios.
c) Comprovativo de que dispõe de alojamento; 5 - A prorrogação de permanência a que se refere o
d) Requerimento para consulta do registo criminal número anterior só é admitida a quem tenha
português pelo SEF, sempre que a estada beneficiado de um visto uniforme, com validade
requerida seja superior a 90 dias; inferior ao limite previsto na Convenção de Aplicação
e) Título de transporte que assegure o regresso, salvo do Acordo de Schengen, em função da natureza do
nas situações previstas nas alíneas a) e g) do n.º 1 visto e desde que o período de prorrogação não
do artigo 54.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, ultrapasse esse limite.
republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de
agosto, ou sempre que a estada requerida exceda Artigo 46.º
90 dias; Prorrogação de permanência em casos especiais
f) Quando em visita familiar, comprovativo do
respetivo vínculo invocado. 1 - A prorrogação da permanência solicitada nos termos
do n.º 3 do artigo 72.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de
2 - Em situações devidamente comprovadas e julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9
documentadas, o documento solicitado na alínea e) de agosto, pode ter lugar a título excecional e é
do n.º 1, pode ser substituído por comprovativo de apreciada tendo em conta, designadamente, a
reserva de viagem com indicação da data de regresso. existência de:
3 - Nos pedidos de prorrogação de permanência é
dispensada a entrega de documentos já integrados a) Razões humanitárias;
antes no fluxo de trabalho eletrónico do SEF e que se b) Motivos de força maior;
mantenham válidos. c) Razões pessoais ou profissionais atendíveis.
4 - Os cidadãos menores de 16 anos estão isentos de 2 - Nos casos em que os mesmos não existam já no
junção ao processo de informação sobre registo processo, o pedido deve ser acompanhado dos
criminal. seguintes elementos:

Artigo 45.º a) Documento comprovativo da relação de


Prorrogação de permanência parentesco;
b) Comprovativo da justificação invocada.
1 - A prorrogação da permanência solicitada nos termos
do n.º 1 do artigo 71.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de Artigo 47.º
julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 Prorrogação de vistos de trânsito
de agosto, pode ser concedida desde que se
mantenham as condições que permitiram a admissão [Revogado].
do cidadão estrangeiro em território nacional.
2 - Em caso de ocorrência de facto novo posterior à
entrada regular em território nacional, pode ser
concedida, a título excecional, a prorrogação da

336
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 48.º b) Contrato da prestação de serviços ou declaração


Prorrogação de vistos especiais do beneficiário da prestação do serviço
confirmando a manutenção do vínculo contratual;
1 - O pedido de prorrogação de permanência ou
apresentado por titular de visto especial é apreciado c) Comprovativo da posse de bolsa de investigação
tendo em consideração a manutenção das razões científica;
humanitárias ou de interesse nacional que d) Seguro de saúde ou comprovativo de que se
justificaram a sua concessão, confirmadas pela encontra abrangido pelo Serviço Nacional de
entidade que determinou a emissão do mesmo. Saúde;
2 - A prorrogação do visto é concedida no documento de e) Informação necessária para verificação da inscrição
viagem ou no impresso previsto no artigo 42.º na administração fiscal e da regularidade da
situação contributiva na segurança social, obtida
Artigo 49.º nos termos do n.º 9 do artigo 212.º da Lei n.º
Prorrogação de visto de estada temporária 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à
Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, quando aplicável.
1 - O pedido de prorrogação de permanência 5 - O pedido de prorrogação de permanência
apresentado por titular de visto de estada temporária apresentado por titular de visto de estada temporária
emitido para efeitos de tratamento médico é emitido para atividade desportiva amadora deve ser
acompanhado de comprovativo de que o requerente acompanhado de documento emitido pela respetiva
continua em tratamento médico e tem assegurado o federação confirmando o exercício da atividade
internamento, o tratamento ambulatório ou se desportiva e de termo de responsabilidade subscrito
encontra inscrito em lista de espera ou no sistema pela associação ou clube desportivo assumindo a
integrado de gestão para cirurgia. responsabilidade pelo alojamento e pelo pagamento
2 - O pedido de prorrogação de permanência de eventuais cuidados de saúde e despesas de
apresentado por titular de visto de estada temporária repatriamento.
emitido no âmbito da transferência entre empresas 6 - O pedido de prorrogação de permanência
deve ser acompanhado de documento comprovativo apresentado por titular de visto de estada temporária
emitido pela empresa situada em território nacional emitido para frequência de um programa de estudo
confirmando a manutenção dos pressupostos que de duração inferior a um ano em estabelecimento de
conduziram à concessão do visto. ensino, ou no âmbito de intercâmbio de estudantes
3 - O pedido de prorrogação de permanência com a mesma duração, é acompanhado de:
apresentado por titular de visto de estada temporária
emitido para exercício de atividade profissional deve a) Documento emitido pelo estabelecimento de
ser acompanhado de: ensino, comprovativo da matrícula e frequência;
b) Declaração comprovativa de manutenção do
a) Contrato de trabalho ou declaração da entidade acolhimento por família, nas condições previstas
empregadora confirmando a manutenção da na alínea c) do n.º 5 do artigo 62.º da Lei n.º
relação laboral; ou 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à
b) Contrato de sociedade ou de prestação de serviços Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto; ou,
para o exercício de profissão liberal; c) Comprovativo de alojamento.
c) Seguro de saúde ou comprovativo de que se
encontra abrangido pelo Serviço Nacional de 7 - O pedido de prorrogação de permanência
Saúde; apresentado por titular de visto de estada temporária
d) Informação necessária para verificação da inscrição emitido para estágio profissional é acompanhado de
na administração fiscal e da regularidade da documento emitido por empresa, ou organismo de
situação contributiva na segurança social, obtida formação profissional oficialmente reconhecido,
nos termos do n.º 9 do artigo 212.º da Lei n.º atestando a frequência do programa de estágio em
23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à função da calendarização definida naquele.
Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto. 8 - O pedido de prorrogação de permanência
apresentado por titular de visto de estada temporária
4 - O pedido de prorrogação de permanência emitido para voluntariado obedece à comprovação
apresentado por titular de visto de estada temporária da idade mínima fixada em portaria do membro do
emitido para atividade de investigação ou altamente Governo responsável pela área da administração
qualificada deve ser acompanhado de: interna, sendo acompanhado de documento emitido
a) Contrato de trabalho ou declaração da entidade pela organização responsável em Portugal pelo
empregadora confirmando a manutenção da programa de voluntariado, oficialmente reconhecida,
relação laboral; ou

337
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

que ateste a continuidade daquele, sem que possa assinados por representante legal, tratando-se de
ultrapassar um ano. menor ou incapaz.
9 - A decisão sobre os pedidos de prorrogação de 4 - Nos pedidos de concessão ou de renovação de
permanência apresentados por titular de visto de autorização de residência ou de cartão azul UE é
estada temporária para efeitos de acompanhamento dispensada a entrega de documentos já integrados
de cidadão em tratamento médico é tomada em no fluxo de trabalho eletrónico do SEF e que se
consonância com a adotada quanto ao cidadão mantenham válidos.
acompanhado. 5 - Dos pedidos apresentados nos termos dos n.ºs 1 e 2
10 - Para efeitos da alínea e) do n.º 1 e do n.º 2 do artigo do presente artigo é dado sempre conhecimento, por
72.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em via eletrónica, ao Alto Comissariado para a Imigração
anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, a validade do e Diálogo Intercultural, I.P.
visto de estada temporária, incluindo a respetiva 6 - O fluxo de informação decorrente dos pedidos de
prorrogação de permanência, não pode exceder um concessão e renovação de autorização de residência e
ano. de cartão azul UE é processado nos termos do n.º 2
do artigo 212.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho,
Artigo 50.º republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de
Prorrogação de visto de residência agosto.
Artigo 52.º
1 - O pedido de prorrogação de permanência Competência
apresentado por titular de visto de residência é
acompanhado de comprovativo do pedido de [Revogado].
concessão de autorização de residência ou de cartão
azul UE. SECÇÃO II
2 - O pedido é acompanhado de comprovativo da Autorização de residência temporária
permanência em território nacional, salvo se o motivo
da ausência decorrer de uma necessidade imperiosa Artigo 53.º
de permanecer temporariamente no país de origem. Pedido de concessão de autorização de residência
temporária ou de cartão azul UE
CAPÍTULO IV
Autorização de residência e cartão azul UE 1 - Para além dos documentos específicos exigíveis em
função da finalidade da residência, o pedido de
SECÇÃO I concessão de autorização de residência ou de cartão
Disposições gerais azul UE apresentado por titular do adequado visto é
acompanhado dos seguintes documentos:
Artigo 51.º a) Passaporte ou outro documento de viagem válido;
Formulação do pedido b) Comprovativo dos meios de subsistência, nos
termos definidos por portaria dos membros do
1 - O pedido de concessão e de renovação de autorização Governo responsáveis pelas áreas da
de residência ou de cartão azul UE é formulado em administração interna, do emprego e da
impresso próprio, sempre que se justificar, de modelo solidariedade social;
aprovado por despacho do diretor nacional do SEF e c) Comprovativo de que dispõe de alojamento,
assinado pelo requerente, sem prejuízo do disposto aplicável às situações de concessão de autorização
no n.º 3 do artigo 56.º, ou quando se trate de menor de residência temporária.
ou incapaz pelo seu representante legal, devendo ser d) Documento comprovativo dos vínculos de
apresentado presencialmente junto da direção ou parentesco, quando se justifique;
delegação regional do SEF da área de residência do e) Comprovativo de certificação profissional, nos
interessado, acompanhado, se necessário, de duas casos de profissões regulamentadas, quando
fotografias do requerente iguais, tipo passe, a cores e aplicável;
de fundo liso, atualizadas e com boas condições de f) Requerimento para consulta do registo criminal
identificação. português pelo SEF.
2 - O pedido pode ser ainda apresentado nos centros
nacionais de apoio ao imigrante (CNAI) em que esteja 2 - O pedido é, ainda, instruído com informação
assegurada a presença de funcionários do SEF. necessária para verificação da inscrição na
3 - O SEF pode indeferir liminarmente os pedidos cujo administração fiscal e na segurança social, quando
teor seja ininteligível, que não tenham sido aplicável, obtida nos termos do n.º 9 do artigo 212.º
apresentados presencialmente ou não tenham sido

338
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em nos termos do n.º 9 do artigo 212.º da Lei n.º
anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto. 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à
3 - Em caso de dúvida, poderão ser solicitados, a título Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto.
complementar, comprovativos de parentesco. 4 - Se, nos termos dos n.ºs 2 ou 3, houver lugar à
4 - Os pedidos de concessão de autorização de residência abertura do procedimento oficioso, a respetiva
ou de cartão azul UE ao abrigo das normas da Lei n.º decisão final é adotada na sequência de entrevista
23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei presencial com o cidadão estrangeiro, e tendo em
n.º 29/2012, de 9 de agosto, que permitem a conta a excecionalidade da situação em causa,
concessão do título com dispensa de visto são designadamente:
acompanhados por certificado do registo criminal
emitido pela autoridade competente do país de a) Motivos de força maior;
nacionalidade do requerente ou do país em que este b) Razões pessoais ou profissionais atendíveis.
resida há mais de um ano. 5 - O pedido de concessão de autorização de residência
5 - Os cidadãos menores de 16 anos estão isentos de para trabalho subordinado formulado por titular de
junção ao processo de informação sobre registo autorização de residência para exercício de atividade
criminal. profissional independente nos termos do n.º 3 do
6 - A recusa da concessão de autorização de residência artigo 89.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho,
temporária ou de cartão azul UE com fundamento em republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de
razões de saúde pública obedece aos procedimentos agosto, obedece ao disposto no n.º 1 do presente
e regras fixados nos n.ºs 3, 4 e 5 do artigo 77.º da Lei artigo, só ocorrendo substituição do título de
n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à residência a requerimento expresso do interessado.
Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto. 6 - Os representantes no conselho consultivo para os
assuntos da imigração de cada uma das comunidades
Artigo 54.º de imigrantes submetem à aprovação do conselho a
Pedido de concessão de autorização de residência para lista das associações que relevam para os efeitos
exercício de atividade profissional subordinada previstos na alínea a) do n.º 2 do artigo 88.º da Lei n.º
23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei
1 - O pedido de concessão de autorização de residência n.º 29/2012, de 9 de agosto, a qual vigora durante o
para exercício de atividade profissional subordinada período correspondente ao do respetivo mandato.
apresentado por titular de visto de residência para a
mesma finalidade, deve ser acompanhado de Artigo 55.º
contrato de trabalho celebrado nos termos da lei. Pedido de concessão de autorização de residência para
2 - O procedimento oficioso de concessão excecional de exercício de atividade profissional independente
autorização de residência, desencadeado ao abrigo
do n.º 2 do artigo 88.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de 1 - O pedido de concessão de autorização de residência
julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 para exercício de atividade profissional independente
de agosto, rege-se pelo disposto nos artigos 54.º e nos termos do n.º 1 do artigo 89.º da Lei n.º 23/2007,
seguintes do Código do Procedimento Administrativo. de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º
3 - Sem prejuízo do número anterior, pode ser 29/2012, de 9 de agosto, apresentado por titular de
apresentada manifestação de interesse, por via visto de residência para a mesma finalidade deve ser
eletrónica ou presencial, que será objeto de análise acompanhado dos seguintes documentos:
pelo SEF para averiguar da suscetibilidade ou não de
proposta de abertura do procedimento oficioso, a) Contrato de sociedade ou de prestação de serviços
manifestação que deve ser acompanhada dos para o exercício de profissão liberal; ou
seguintes documentos: b) Comprovativo de declaração de início de atividade
junto da administração fiscal e da segurança social
a) Contrato de trabalho celebrado nos termos da lei como pessoa singular;
ou documento emitido por alguma das entidades c) Quando aplicável, declaração emitida pela
previstas na alínea a) do n.º 2 do artigo 88.º da Lei respetiva ordem profissional sobre a verificação
n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo dos requisitos de inscrição ou documento
à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, que comprove a comprovativo de que está habilitado ao exercício
existência da relação laboral; da profissão quando esta, em Portugal, esteja
b) Documento que comprove a sua entrada e sujeita a qualificações especiais.
permanência legais em território nacional;
c) Informação necessária para verificação da inscrição 2 - O procedimento oficioso de concessão excecional de
na administração fiscal e da regularidade da sua autorização de residência desencadeado ao abrigo do
situação contributiva na segurança social, obtida n.º 2 do artigo 89.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho,

339
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de que os envia, ou a correspondente informação, de


agosto, rege-se pelo disposto nos artigos 54.º e preferência, por via eletrónica, ao SEF, tendo em vista
seguintes do Código do Procedimento Administrativo. a celeridade e facilitação na tramitação dos pedidos.
3 - Sem prejuízo do número anterior, pode ser 4 - O pedido de concessão do cartão azul UE pode ser
apresentada manifestação de interesse, por via apresentado pelo empregador, o que não dispensa a
eletrónica ou presencial, que é objeto de análise pelo presença do requerente nos termos do disposto no
SEF para averiguar da suscetibilidade ou não de artigo 51.º
proposta de abertura do procedimento oficioso,
manifestação que deve ser acompanhada dos Artigo 57.º
documentos referidos no n.º 1 e ainda de documento Pedido de concessão de autorização de residência para
que comprove a entrada e permanência legais em estudo, estágio profissional não remunerado ou
território nacional. voluntariado
4 - Se, nos termos dos n.ºs 2 ou 3, houver lugar à
abertura do procedimento oficioso, a respetiva 1 - O pedido de concessão de autorização de residência
decisão final é adotada na sequência de entrevista para estudo em estabelecimento de ensino
presencial com o cidadão estrangeiro, e tendo em secundário ou superior deve ser acompanhado dos
conta a excecionalidade da situação em causa, seguintes documentos:
designadamente: a) Comprovativo de matrícula no estabelecimento
a) Motivos de força maior; de ensino;
b) Razões pessoais ou profissionais atendíveis. b) Comprovativo do pagamento das propinas
5 - O pedido de concessão de autorização de residência exigidas pelo estabelecimento, quando
para trabalho independente formulado por titular de aplicável;
autorização de residência para exercício de atividade c) Seguro de saúde ou comprovativo de que se
profissional subordinada nos termos do n.º 5 do encontra abrangido pelo Serviço Nacional de
artigo 88.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, Saúde.
republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de 2 - É dispensada a apresentação dos documentos
agosto, obedece ao disposto no presente artigo. previstos no número anterior nos casos em que o
requerente seja beneficiário de bolsa de estudo
Artigo 56.º atribuída pelo Camões - Instituto da Cooperação e da
Pedido de concessão de autorização de residência para Língua, I. P., entidade que, para efeitos de
atividade de investigação ou altamente qualificada autorização de residência, informa o SEF.
3 - O pedido de concessão de autorização de residência
1 - O pedido de concessão de autorização de residência para estudo em ensino superior formulado ao abrigo
temporária ou de cartão azul UE previstos, do n.º 3 do artigo 91.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de
respetivamente, nos artigos 90.º e 121.º-B da Lei n.º julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9
23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei de agosto, é acompanhado pelos documentos
n.º 29/2012, de 9 de agosto, são acompanhados dos mencionados no n.º 1 e é apreciado tendo em conta
documentos que atestem o cumprimento dos a excecionalidade da situação pessoal do requerente,
requisitos previstos nos n.ºs 1 daqueles artigos. designadamente:
2 - Para efeitos da alínea b) do n.º 1 do artigo 90.º da Lei a) Motivos de força maior;
n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à b) Razões pessoais atendíveis.
Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, devem, igualmente,
ser considerados contratos de trabalho compatíveis 4 - O pedido de concessão de autorização de residência
com uma atividade altamente qualificada. para frequência de estágio profissional não
3 - Os centros de investigação, os estabelecimentos de remunerado deve ser acompanhado dos seguintes
ensino superior ou outras entidades públicas ou documentos:
privadas, nomeadamente empresas, que acolham a) Contrato de formação celebrado com empresa ou
atividade altamente qualificada, independente ou organismo de formação profissional oficialmente
subordinada, podem remeter os documentos reconhecido;
referidos no número anterior e na alínea b) do n.º 1 b) Seguro de saúde ou comprovativo de que se
do artigo 90.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, encontra abrangido pelo Serviço Nacional de
republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de Saúde.
agosto, aos membros do Governo responsáveis pelas
áreas da economia, do emprego, da ciência, da 5 - O pedido de concessão de autorização de residência
tecnologia e do ensino superior, consoante os casos, para frequência de um programa de voluntariado
deve ser acompanhado dos seguintes documentos:

340
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

a) Cópia do contrato celebrado entre o requerente e Artigo 59.º


a organização responsável pelo programa de Concessão de autorização de residência a vítimas de
voluntariado, com os elementos mencionados no tráfico de pessoas ou cidadãos objeto de ação de auxílio
n.º 2 do artigo 94.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de à imigração ilegal que colaborem com as autoridades na
julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de investigação
9 de agosto;
b) Seguro de saúde ou comprovativo de que se 1 - As autoridades públicas, designadamente a
encontra abrangido pelo Serviço Nacional de autoridade judiciária, os órgãos de polícia criminal
Saúde. competentes para a investigação dos crimes de
tráfico de pessoas ou de ação de auxílio à imigração
Artigo 58.º ilegal, autoridades policiais ou as associações que
Exercício de atividade profissional subordinada, de atuem no âmbito da proteção das vítimas devem
atividade de investigação, atividade docente em informar, por escrito, o cidadão estrangeiro, com
estabelecimento de ensino superior ou altamente conhecimento ao SEF, da possibilidade de beneficiar
qualificada por titular de autorização de residência para da concessão de autorização de residência nos
estudo. termos da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada
em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto.
1 - O titular de autorização de residência para estudo que 2 - A comunicação ao SEF, pelas autoridades
pretenda exercer uma atividade profissional responsáveis pela investigação, da solicitação de
subordinada deve apresentar ao SEF pedido de colaboração ou da manifestação da vontade em
autorização para o efeito, acompanhado dos colaborar com as mesmas inicia o prazo de reflexão
seguintes documentos: previsto no n.º 1 do artigo 111.º da Lei n.º 23/2007,
de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º
a) Contrato de trabalho ou promessa de contrato de 29/2012, de 9 de agosto, desde que haja indícios de
trabalho celebrados nos termos da lei; que a pessoa em causa é vítima de tráfico de pessoas
b) Duas fotografias iguais tipo passe, a cores e fundo ou de ação de auxílio à imigração ilegal.
liso, atualizadas e com boas condições de 3 - No decurso do prazo legal mínimo de reflexão, a
identificação, se necessário. autoridade responsável pela investigação criminal
2 - O titular de autorização de residência para estudo que emite parecer sobre o preenchimento dos requisitos
pretenda exercer uma atividade de investigação, previstos nas alíneas a) a c) do n.º 2 do artigo 109.º
atividade docente em estabelecimento de ensino da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em
superior ou altamente qualificada deve apresentar ao anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, para efeitos
SEF pedido de autorização para o efeito, de início, pelo SEF, do processo de concessão de
acompanhado dos seguintes documentos: autorização de residência ou para prorrogar o prazo
de reflexão até ao limite máximo de 60 dias, quando
a) Contrato de trabalho celebrado nos termos da lei, os mesmos ainda não se encontrem preenchidos.
contrato de prestação de serviços ou bolsa de 4 - Quando a autoridade responsável pela investigação
investigação científica; considerar que o cidadão estrangeiro manifesta, de
b) Duas fotografias iguais tipo passe, a cores e fundo forma inequívoca, uma vontade de colaboração na
liso, atualizadas e com boas condições de investigação e considere existirem fortes indícios de
identificação, se necessário. que essa cooperação não é fraudulenta, nem que a
3 - Os pedidos referidos nos números anteriores são, queixa da vítima é infundada ou fraudulenta, fará
ainda, instruídos com informação necessária para constar tal facto na comunicação referida no n.º 2 da
verificação da inscrição na administração fiscal e na presente disposição para efeitos de imediato início do
segurança social, quando exigida por lei, obtida nos processo de concessão da autorização de residência e
termos do n.º 9 do artigo 212.º da Lei n.º 23/2007, de aplicação das medidas previstas no artigo 112.º da Lei
4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à
de 9 de agosto. Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto.
4 - No caso de deferimento dos pedidos é emitido título
de residência substitutivo, com a mesma natureza e
validade que o inicial, no qual será feita menção de
autorização de trabalho.

341
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 60.º e) No caso de profissão regulamentada identificada


Pedido de concessão de autorização de residência ou de no contrato de trabalho ou na oferta de emprego
cartão azul UE por titulares de estatuto de residente de vinculativa, apresente comprovativo de
longa duração ou de cartão azul UE concedidos por um certificação profissional, quando aplicável,
Estado membro da União Europeia. designadamente, declaração emitida pela
respetiva ordem profissional ou outra entidade
1 - O pedido de concessão de autorização de residência reguladora de profissão sobre a verificação dos
apresentado por titular do estatuto de residente de requisitos de inscrição;
longa duração concedido por um Estado membro da f) No caso de profissão não regulamentada,
União Europeia é acompanhado dos seguintes apresente comprovativo de qualificações
documentos: profissionais elevadas na atividade ou setor
a) Passaporte ou outro documento de viagem válido; especificado no contrato de trabalho, ou na oferta
b) Comprovativo de posse de meios de subsistência; de emprego vinculativa, podendo ser adotado o
c) Comprovativo de que dispõe de alojamento; critério de qualificação profissional dos grandes
d) Contrato de trabalho, de sociedade ou de grupos 1 e 2 da Classificação Internacional Tipo
prestação de serviços; ou (CITP);
e) Comprovativo de declaração de início de atividade g) Certificado de registo criminal emitido pelo Estado
junto da administração fiscal e da segurança social membro que concedeu o título referido na alínea
como pessoa singular; ou b) e requerimento para consulta do registo
f) Documento comprovativo de matrícula num criminal português pelo SEF;
estabelecimento de ensino superior, oficialmente h) Seguro de saúde ou comprovativo de que se
reconhecido, ou de admissão em estabelecimento encontra abrangido pelo Serviço Nacional de
ou empresa que ministre formação profissional, Saúde.
oficialmente reconhecida; ou 3 - O pedido de concessão de autorização de residência
g) Apresente motivo atendível, nos termos da alínea para os membros da família de titulares do estatuto
d) do n.º 1 do artigo 116.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de residente de longa duração ou de cartão azul UE
de julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, concedidos por um Estado membro da União
de 9 de agosto; Europeia, quando a família já estava constituída
h) Quando aplicável, declaração emitida pela neste, é acompanhado dos seguintes documentos:
respetiva ordem profissional ou outra entidade a) Passaporte ou outro documento de viagem válido;
reguladora de profissão sobre a verificação dos b) Título de residente de longa duração ou cartão azul
requisitos de inscrição ou documento UE;
comprovativo de que está habilitado ao exercício c) Prova da residência no Estado membro que
da profissão quando esta, em Portugal, esteja concedeu o estatuto ou o cartão enquanto
sujeita a qualificações especiais; familiar ou parceiro de facto de um titular do
estatuto de residente de longa duração ou do
i) Título de residente de longa duração ou cópia cartão azul UE;
autenticada do mesmo; d) Comprovativo de posse de meios de subsistência;
j) Certificado de registo criminal emitido pelo Estado e) Seguro de saúde ou comprovativo de que se
membro que concedeu o estatuto de residente de encontra abrangido pelo Serviço Nacional de
longa duração; Saúde;
l) Seguro de saúde ou comprovativo de que se f) Certificado de registo criminal emitido pelo Estado
encontra abrangido pelo Serviço Nacional de membro que concedeu o título referido na alínea
Saúde; b) e requerimento para consulta do registo
m) Requerimento para consulta do registo criminal criminal português pelo SEF.
português pelo SEF.
4 - O pedido de reagrupamento familiar formulado por
2 - O pedido de concessão de cartão azul UE apresentado titulares do estatuto de residente de longa duração
por titular de cartão azul UE concedido por um Estado ou de cartão azul UE concedidos por um Estado
membro da União Europeia é acompanhado dos membro da União Europeia, nos casos em que a
seguintes documentos: família não estava constituída neste, obedece ao
a) Passaporte ou outro documento de viagem válido; disposto nos artigos 98.º e seguintes da Lei n.º
b) Cartão azul UE ou cópia autenticada do mesmo; 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei
c) Comprovativo de posse de meios de subsistência; n.º 29/2012, de 9 de agosto.
d) Contrato de trabalho e inscrição na segurança 5 - A concessão de cartão azul UE ou de autorização de
social; residência no âmbito do reagrupamento familiar nos

342
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

termos dos números anteriores, bem como as 5 - O pedido de autorização de residência nos termos da
decisões de renovação, indeferimento e alínea c) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007,
cancelamento são comunicadas pelo SEF, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º
preferencialmente por via eletrónica, às autoridades 29/2012, de 9 de agosto, é ainda acompanhado de
do Estado membro da União Europeia que comprovativo da atividade desenvolvida durante a
concederam o estatuto de residente de longa permanência em território nacional, designadamente
duração ou o cartão azul UE. do percurso escolar.
6 - O pedido de autorização de residência nos termos da
Artigo 61.º alínea d) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007,
Pedido de concessão de autorização de residência com de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º
dispensa de visto de residência 29/2012, de 9 de agosto, é ainda acompanhado dos
seguintes documentos:
1 - O pedido de concessão de autorização de residência a) Certidão de registo de nascimento;
com dispensa de visto nos termos do artigo 122.º da b) Comprovativos da atividade desenvolvida durante
Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo a permanência em território nacional,
à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, é acompanhado designadamente do percurso escolar.
dos seguintes documentos:
7 - O pedido de autorização de residência nos termos da
a) Passaporte ou outro documento de viagem válido; alínea e) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007,
b) Comprovativo de que dispõe de alojamento; de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º
c) Comprovativo da posse de meios de subsistência, 29/2012, de 9 de agosto, é ainda acompanhado dos
nos termos a definir em portaria dos membros do seguintes documentos:
Governo responsáveis pelas áreas da
administração interna, do emprego e da a) Certidão de decisão que atribui a tutela do menor;
solidariedade social; ou
d) Requerimento para consulta de registo criminal b) Original ou cópia autenticada da decisão de
português pelo SEF; promoção e proteção do menor, proferida pela
e) Certificado do registo criminal do país de origem, Comissão de Proteção de Crianças e Jovens.
salvo quando os pedidos sejam apresentados ao 8 - O pedido de autorização de residência apresentado
abrigo das alíneas b), c), d) e j) do n.º 1 do artigo por cidadão estrangeiro abrangido pela alínea f) do
122.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, n.º 1 artigo 122.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho,
republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de
agosto. agosto, é apresentado com dispensa dos documentos
previstos nas alíneas a) e e) do n.º 1.
2 - O pedido de autorização de residência nos termos da 9 - O pedido de autorização de residência nos termos da
alínea a) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007, alínea g) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007,
de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º
29/2012, de 9 de agosto, é acompanhado de certidão 29/2012, de 9 de agosto, é ainda acompanhado de
de registo de nascimento do menor e de certificado atestado médico emitido em estabelecimento de
de inscrição consular com fotografia, com dispensa saúde oficial ou oficialmente reconhecido,
dos documentos previstos no número anterior. comprovativo de doença prolongada que obste ao
3 - Nas situações em que não exista representação retorno ao país, a fim de evitar risco para a saúde do
Consular em Portugal, pode a inscrição referida no requerente.
número anterior ser substituída por outro meio de 10 - O pedido de autorização de residência nos termos da
prova, incluindo declaração sob compromisso de alínea h) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007,
honra subscrita por um dos progenitores. de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º
4 - O pedido de autorização de residência nos termos da 29/2012, de 9 de agosto, é ainda acompanhado de
alínea b) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007, documento comprovativo do cumprimento de serviço
de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º militar efetivo nas Forças Armadas Portuguesas.
29/2012, de 9 de agosto, é ainda acompanhado dos 11 - O pedido de autorização de residência nos termos da
seguintes documentos: alínea i) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007,
a) Certidão de registo de nascimento do menor e de de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º
certificado de inscrição consular com fotografia; 29/2012, de 9 de agosto, é ainda acompanhado de
b) Comprovativo da frequência de estabelecimento documento comprovativo da perda da nacionalidade
pré-escolar, do ensino básico, secundário ou portuguesa ou, na sua falta, de declaração sobre as
profissional. circunstâncias que determinaram a sua perda, bem
como de documento comprovativo da presença em

343
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

território nacional, designadamente da atividade 17 - O pedido de autorização de residência nos termos da


profissional desenvolvida pelo requerente. alínea o) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007,
12 - O pedido de autorização de residência nos termos da de 4 de julho, alterada pelas Leis n.ºs 29/2012, de 9
alínea j) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007, de agosto, 56/2015, de 23 de junho, e 63/2015, de 30
de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º de junho, é ainda acompanhado de comprovativo da
29/2012, de 9 de agosto, é ainda acompanhado de conclusão do plano de estudos ao nível secundário ou
documento comprovativo da presença em território do 1.º ciclo do ensino superior, e de contrato de
nacional. trabalho ou promessa de contrato de trabalho, de
13 - O pedido de autorização de residência nos termos da contrato de prestação de serviços ou de declaração
alínea k) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007, de início de atividade independente emitida pela
de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º Autoridade Tributária e Aduaneira (AT).
29/2012, de 9 de agosto, é ainda acompanhado dos 18 - O pedido de autorização de residência nos termos da
seguintes documentos: alínea p) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007,
a) Certidão de nascimento do menor, salvo quando já de 4 de julho, alterada pelas Leis n.ºs 29/2012, de 9
conste do processo do mesmo; de agosto, 56/2015, de 23 de junho, e 63/2015, de 30
b) Prova do exercício efetivo do poder paternal e da de junho, é ainda acompanhado de comprovativo da
contribuição para o sustento do menor, conclusão do plano de estudos ao nível do 2.º e 3.º
nomeadamente através de declaração do ciclos do ensino superior, e de declaração do
progenitor não requerente, confirmando o requerente que pretenda usufruir do período máximo
exercício do poder paternal pelo progenitor de um ano para procurar trabalho em Portugal
requerente, podendo, em casos devidamente, compatível com as suas qualificações.
fundamentados, ser dispensado. 19 - O pedido de autorização de residência nos termos da
alínea q) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007,
14 - O pedido de autorização de residência nos termos da de 4 de julho, alterada pelas Leis n.ºs 29/2012, de 9
alínea l) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007, de agosto, 56/2015, de 23 de junho, e 63/2015, de 30
de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º de junho, é ainda acompanhado de contrato de
29/2012, de 9 de agosto, é ainda acompanhado dos trabalho ou de prestação de serviços referente à
seguintes documentos: atividade de investigação, à atividade docente num
a) Comprovativo da acreditação em Portugal durante estabelecimento de ensino superior ou altamente
um período não inferior a três anos; qualificada, ou de comprovativo de que o cidadão
b) Comprovativo do vínculo familiar quando se trate estrangeiro se encontra nas condições previstas do
de cônjuge, ascendente ou descendente a cargo. n.º 2 do artigo 18.º da Convenção de Aplicação do
Acordo de Schengen.
15 - O pedido de autorização de residência nos termos da 20 - O pedido de autorização de residência nos termos da
alínea m) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007, alínea r) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007,
de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º de 4 de julho, alterada pelas Leis n.ºs 29/2012, de 9
29/2012, de 9 de agosto, é ainda acompanhado dos de agosto, 56/2015, de 23 de junho, e 63/2015, de 30
seguintes documentos: de junho, é ainda acompanhado dos elementos
a) Cópia do auto de denúncia; previstos no artigo 65.º-A e seguintes do presente
b) Declaração emitida pela Autoridade para as decreto regulamentar.
Condições de Trabalho ou autoridade judiciária, 21 - O pedido de autorização de residência nos termos
confirmando a colaboração do requerente com a do n.º 4 do artigo 122.º da Lei n. 23/2007, de 4 de
investigação e a existência de prova indiciária das julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9
infrações; de agosto, pode ser feito em simultâneo com o
c) Declaração emitida pela Autoridade para as previsto no n.º 3 do presente artigo e ser
Condições de Trabalho atestando a existência de acompanhado dos seguintes documentos:
uma situação de desproteção social, exploração a) Certidão de nascimento do menor, salvo se constar
salarial e de horário. do respetivo processo;
16 - O pedido de autorização de residência nos termos da b) Prova de que o ascendente do menor exerce
alínea n) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007, efetivamente o poder paternal, nomeadamente,
de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º através de declaração do progenitor não
29/2012, de 9 de agosto, é ainda acompanhado de requerente confirmando o facto.
declaração emitida pela autoridade judicial de onde 22 - O pedido de autorização de residência apresentado
se conclua a cessação da necessidade de colaboração, por cidadão estrangeiro cujo estatuto de residente de
ou pela certidão da sentença judicial. longa duração ou o cartão azul UE foi cancelado, sem

344
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

decisão de afastamento de território nacional, é 2 - Para efeitos da alínea b) do n.º 1 do artigo 123.º da
acompanhado dos documentos referidos no n.º 1. Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo
23 - Enquanto não for proferida decisão sobre o pedido à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, o SEF pode
mencionado no número anterior e se o período solicitar, quando se justifique, a demonstração de um
autorizado de permanência do requerente em período superior a um ano de inserção no mercado
território nacional tiver terminado, pode ser laboral.
concedida prorrogação de permanência.
24 - O pedido de concessão de autorização de residência Artigo 63.º
com dispensa de visto ao abrigo do artigo 122.º da Lei Pedido de renovação de autorização de residência
n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à temporária ou de cartão azul UE
Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, não obriga à
prorrogação de permanência em território nacional 1 - O pedido de renovação de autorização de residência
nos termos dos artigos 71.º e seguintes da mesma lei. temporária deve ser acompanhado dos seguintes
25 - Para efeitos da alínea d) do n.º 1, só é concedida documentos:
autorização de residência com dispensa de visto aos
cidadãos estrangeiros que não tenham sido a) Passaporte ou outro documento de viagem válido;
condenados em pena ou penas que, isolada ou b) Comprovativo da posse de meios de subsistência,
cumulativamente, ultrapassem um ano de prisão, nos termos definidos por portaria a que se refere
ainda que, no caso de condenação por crime doloso a alínea d) do n.º 1 do artigo 52.º da Lei n.º
previsto no presente diploma ou com este conexo, ou 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à
por crime de terrorismo, por criminalidade violenta Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto;
ou por criminalidade especialmente violenta ou c) Comprovativo de que dispõe de alojamento;
altamente organizada, a respetiva execução tenha d) Requerimento para consulta do registo criminal
sido suspensa. português pelo SEF.
2 - O pedido de renovação de cartão azul UE deve ser
Artigo 62.º acompanhado dos seguintes documentos:
Concessão de autorização de residência ao abrigo do
regime excecional a) Passaporte ou outro documento de viagem válido;
b) Comprovativo da posse de meios de subsistência,
1 - O procedimento oficioso de concessão de autorização nos termos a definir por portaria a que se refere a
de residência, desencadeado ao abrigo do artigo alínea d) do n.º 1 do artigo 52.º da Lei n.º
123.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à
em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, rege-se, Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto;
com as devidas adaptações, pelo disposto nos artigos c) Contrato de trabalho ou declaração da entidade
54.º e seguintes do Código do Procedimento empregadora confirmando a manutenção de
Administrativo e deve ser instruído com os seguintes relação laboral ou de outra entidade legalmente
meios probatórios: autorizada;
d) Requerimento para a consulta do registo criminal
a) Passaporte ou outro documento de viagem válido português pelo SEF.
ou, ainda, nos casos de comprovada
impossibilidade de obtenção de passaporte, 3 - Os pedidos de renovação referidos nos números
comprovativo da identidade do cidadão anteriores são ainda instruídos com informação
estrangeiro; necessária para a verificação do cumprimento das
b) Certificado do registo criminal emitido pela obrigações fiscais e perante a segurança social,
autoridade competente do país de nacionalidade obtidas nos termos do n.º 9 do artigo 212.º da Lei n.º
do requerente e do país em que este resida há 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei
mais de um ano; n.º 29/2012, de 9 de agosto.
c) Requerimento para consulta do registo criminal 4 - Caso se verifique insuficiência de informação no
português pelo SEF, quando existam indícios de sistema da segurança social por causa não imputável
que o requerente permaneceu em território ao trabalhador e este faça prova de apresentação de
nacional mais de um ano nos últimos cinco anos; queixa junto das autoridades competentes, poderão,
d) Comprovativo da situação de excecionalidade que se necessário, ser realizadas diligências adicionais, e
ateste o carácter humanitário ou de interesse renovada a autorização de residência.
nacional do pedido; ou 5 - O pedido de renovação de autorização de residência
e) Comprovativo do exercício da atividade relevante emitida para o exercício de uma atividade profissional
no domínio científico, cultural, desportivo, é ainda acompanhado dos seguintes documentos:
económico ou social.

345
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

a) Contrato de trabalho ou declaração da entidade 10 - O pedido de renovação de autorização de residência


empregadora confirmando a manutenção de emitida para efeitos de estágio profissional é ainda
relação laboral ou de outra entidade legalmente acompanhado de documento comprovativo da
autorizada; ou situação de excecionalidade emitido pelo organismo
b) Contrato de prestação de serviços ou ou empresa responsável pelo estágio.
requerimento para verificação da declaração de 11 - A renovação do título de residência por alteração
IRS junto da administração tributária, por forma a dos elementos de identificação, por furto, extravio ou
atestar a manutenção de atividade. deterioração não determina a alteração do prazo de
6 - O pedido de renovação de autorização de residência validade do mesmo.
emitida para exercício de atividade de investigação 12 - Para os efeitos previstos no número anterior, o
científica ou altamente qualificada independente é cidadão estrangeiro residente deverá fazer prova da
ainda acompanhado dos seguintes documentos: alteração dos elementos de identificação.
13 - Sem prejuízo do disposto nos artigos 78.º ou 121.º-E
a) Contrato de trabalho ou declaração do beneficiário da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em
da prestação do serviço confirmando a anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, o direito de
manutenção do vínculo contratual; ou residência não caduca antes de decorridos seis meses
b) Contrato de prestação de serviços ou declaração sobre o termo da validade do título a renovar.
do beneficiário da prestação do serviço 14 - A autorização de residência concedida nos termos da
confirmando a manutenção do vínculo contratual; alínea p) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007,
ou de 4 de julho, alterada pelas Leis n.ºs 29/2012, de 9
c) Comprovativo da posse de bolsa de investigação de agosto, 56/2015, de 23 de junho, e 63/2015, de 30
científica. de junho, e do n.º 18 do artigo 61.º do presente
7 - O pedido de renovação de autorização de residência decreto regulamentar só é renovada caso se confirme
emitida para efeitos de estudos é ainda a inserção no mercado de trabalho, devendo o
acompanhada dos seguintes documentos: processo de renovação ser instruído ainda com
contrato de trabalho, contrato de prestação de
a) Documento de matrícula em estabelecimento de serviços ou comprovativo de inscrição em ordem
ensino e comprovativo da atividade escolar; profissional reconhecida pela lei portuguesa.
b) Comprovativo do pagamento das propinas exigidas
pelo estabelecimento, quando aplicável;
c) Seguro de saúde ou comprovativo de que se SECÇÃO III
encontra abrangido pelo Serviço Nacional de Autorização de residência permanente
Saúde;
d) Quando autorizado a trabalhar, os documentos Artigo 64.º
mencionados na alínea a) do n.º 5; Pedido de concessão de autorização de residência
e) Quando aplicável, documento comprovativo da permanente
frequência de estágio profissional, ainda que de
natureza extracurricular, que seja conexo com o 1 - O pedido de concessão de autorização de residência
plano de estudos de ensino superior prosseguido apresentado por titular de autorização de residência
em território nacional. temporária há pelo menos cinco anos é
8 - É dispensada a apresentação dos documentos acompanhado dos seguintes documentos:
exigidos na alínea b) do n.º 1 e nas alíneas a), b) e c) a) Passaporte ou outro documento de viagem válido;
do número anterior nos casos em que o requerente b) Comprovativo dos meios de subsistência, nos
seja beneficiário de bolsa de estudo atribuída pelo termos a definir em portaria dos membros do
Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, I. P., Governo responsáveis pelas áreas da
entidade que, para efeitos de autorização de administração interna, do emprego e da
residência, informa o SEF. solidariedade social;
9 - Na ponderação da atividade escolar a que se refere a c) Comprovativo de que dispõe de alojamento;
alínea a) do n.º 5, são tidos em conta fatores d) Requerimento para consulta do registo criminal
negativos, nomeadamente a desistência voluntária de português pelo SEF;
qualquer disciplina, exceto se motivada por facto que e) Certificado de habilitações emitido por
não seja imputável ao próprio, tal como doença estabelecimento português de ensino oficial ou de
prolongada, acidente, gravidez ou cumprimento de ensino particular ou cooperativo reconhecido nos
obrigações legais, e fatores positivos, termos legais, certificado de aproveitamento no
designadamente a obtenção de aproveitamento ou a curso de português básico emitido pelo IEFP, I.P.,
transição de ano. ou por estabelecimento de ensino oficial ou de

346
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

ensino particular ou cooperativo legalmente SECÇÃO IV


reconhecido ou, ainda, certificado de Autorização de residência para atividade de
conhecimento de português básico, mediante a investimento
realização de teste em centro de avaliação de
português como língua estrangeira, reconhecido Artigo 65.º-A
pelo Ministério da Educação e Ciência. Requisitos quantitativos mínimos relativos à atividade
2 - Relativamente aos documentos mencionados na de investimento
alínea e) do número anterior, tratando-se de pessoa
que tenha frequentado estabelecimento de ensino 1 - Para efeitos de autorização de residência para
oficial ou de ensino particular ou cooperativo atividade de investimento, consideram-se requisitos
reconhecido nos termos legais em país de língua quantitativos mínimos a verificação de, pelo menos, uma
oficial portuguesa, o conhecimento de português das seguintes situações em território nacional:
básico pode ser comprovado através de certificado de a) A transferência de capitais no montante igual ou
habilitação emitido por esse estabelecimento de superior a 1 milhão de euros;
ensino. b) A criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho;
3 - O SEF pode dispensar a apresentação dos c) A aquisição de bens imóveis de valor igual ou
documentos mencionados na alínea e) do n.º 1 e no superior a 500 mil euros;
n.º 2, a requerimento fundamentado do interessado, d) A aquisição de bens imóveis, cuja construção tenha
sempre que não existam dúvidas sobre a verificação sido concluída há, pelo menos, 30 anos ou
dos requisitos que os mesmos se destinavam a localizados em área de reabilitação urbana, com
comprovar. realização de obras de reabilitação dos bens
4 - O pedido é, ainda, instruído com informação imóveis adquiridos, nos termos do Decreto-Lei n.º
necessária para verificação do cumprimento das 307/2009, de 23 de outubro, alterado pela Lei n.º
obrigações fiscais e perante a segurança social, obtida 32/2012, de 14 de agosto, e pelo Decreto-Lei n.º
nos termos do n.º 9 do artigo 212.º da Lei n.º 136/2014, de 9 de setembro, no montante global
23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei igual ou superior a 350 mil euros;
n.º 29/2012, de 9 de agosto. e) A transferência de capitais no montante igual ou
5 - Aos cidadãos estrangeiros a quem seja concedida superior a 350 mil euros, que seja aplicado em
autorização de residência permanente, é emitido um atividades de investigação desenvolvidas por
título de residência válido por cinco anos, renovável instituições públicas ou privadas de investigação
por iguais períodos. científica, integradas no sistema científico e
tecnológico nacional;
Artigo 65.º f) A transferência de capitais no montante igual ou
Pedido de renovação do título de autorização de superior a 250 mil euros, que seja aplicado em
residência permanente investimento ou apoio à produção artística,
recuperação ou manutenção do património
1 - O pedido de renovação do título de autorização de cultural nacional, através de serviços da
residência permanente é acompanhado de administração direta central e periférica,
requerimento para consulta do registo criminal institutos públicos, entidades que integram o
português pelo SEF. setor público empresarial, fundações públicas e
2 - Em circunstâncias excecionais, associadas a dúvidas fundações privadas com estatuto de utilidade
relativamente à identidade do requerente ou à pública, entidades intermunicipais, entidades que
ausência de território nacional por longos períodos, o integram o setor empresarial local, entidades
SEF pode exigir a apresentação de passaporte válido associativas municipais e associações públicas
ou cópia autenticada do mesmo. culturais, que prossigam atribuições na área da
3 - No caso de o pedido de renovação do título ser produção artística, recuperação ou manutenção
apresentado após o decurso do seu prazo de do património cultural nacional;
validade, o pedido deve ser sempre acompanhado de g) A transferência de capitais no montante igual ou
prova de permanência em território nacional ou superior a 500 mil euros, destinados à aquisição
comprovativo dos motivos de ausência. de unidades de participação em fundos de
4 - À renovação do título de residência permanente por investimento ou de capital de risco vocacionados
alteração dos elementos de identificação aplica-se o para a capitalização de pequenas e médias
disposto nos n.ºs 10 e 11 do artigo 63.º empresas que, para esse efeito, apresentem o
respetivo plano de capitalização e o mesmo se
demonstre viável.

347
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

2 - No caso previsto na alínea a) do número anterior, através de sociedade unipessoal por quotas de que seja o
considera-se preenchido o requisito sempre que o sócio.
requerente demonstre ter efetuado investimento no 9 - Nos casos previstos nas alíneas b) a f) do n.º 1, o
valor mínimo exigido. requisito quantitativo mínimo da atividade de
3 - No caso previsto na alínea b) do n.º 1, considera-se investimento pode ser inferior em 20 %, quando as
preenchido o requisito sempre que o requerente atividades sejam efetuadas em territórios de baixa
demonstre ter criado, pelo menos, 10 postos de trabalho densidade.
e procedido à inscrição dos trabalhadores na segurança 10 - Para efeitos do disposto no número anterior,
social. consideram-se territórios de baixa densidade os de nível
4 - No caso previsto na alínea c) do n.º 1, considera-se iii da Nomenclatura de Unidades Territoriais para Fins
preenchido o requisito sempre que o requerente Estatísticos (NUTS III) com menos de 100 habitantes por
demonstre ter a propriedade de bens imóveis, podendo: km2 ou um produto interno bruto (PIB) per capita
a) Adquiri-los em regime de compropriedade, desde inferior a 75 % da média nacional.
que cada comproprietário invista valor igual ou 11 - Os requisitos quantitativos mínimos podem ser
superior a 500 mil euros; realizados individualmente ou através de uma sociedade
b) Adquiri-los através de sociedade unipessoal por unipessoal por quotas com sede em Portugal ou num
quotas de que seja o sócio; Estado da UE, e com estabelecimento estável em
c) Onerá-los, na parte que exceder o montante de Portugal.
500 mil euros; 12 - Os requisitos quantitativos mínimos exigidos no
d) Dá-los de arrendamento ou para exploração para presente artigo devem estar preenchidos no momento
fins comerciais, agrícolas ou turísticos. da apresentação do pedido de autorização de residência.

5 - Na impossibilidade temporária de aquisição da Artigo 65.º-B


propriedade do bem imóvel, não imputável ao Requisito temporal mínimo de atividade de
requerente, e para efeitos do cumprimento da alínea c) investimento
do n.º 1, deve o requerente apresentar contrato-
promessa de compra e venda, com sinal igual ou superior O requisito temporal mínimo de cinco anos para a
a 500 mil euros. manutenção da atividade de investimento é contado a
6 - No caso previsto na alínea d) do n.º 1, considera-se partir da data da concessão da autorização de residência.
preenchido o requisito sempre que o requerente
demonstre ter a propriedade de bens imóveis com a Artigo 65.º-C
finalidade de proceder à reabilitação urbana dos Prazos mínimos de permanência
mesmos, podendo:
a) Adquiri-los em regime de compropriedade, desde Para efeitos de renovação de autorização de residência,
que cada comproprietário invista valor igual ou os cidadãos requerentes referidos no artigo 90.º-A da Lei
superior a 350 mil euros; n.º 23/2007, de 4 de julho, alterada pelas Leis n.ºs
b) Adquiri-los através de sociedade unipessoal por 29/2012, de 9 de agosto, 56/2015, de 23 de junho, e
quotas de que seja o sócio; 63/2015, de 30 de junho, devem cumprir os seguintes
c) Onerá-los, na parte que exceder o montante de prazos mínimos de permanência:
350 mil euros. a) 7 dias, seguidos ou interpolados, no 1.º ano;
d) Dá-los de arrendamento e exploração para fins b) 14 dias, seguidos ou interpolados, nos
comerciais, agrícolas ou turísticos. subsequentes períodos de dois anos.
7 - Nos casos previstos nas alíneas c) e d) do n.º 1,
consideram-se preenchidos os requisitos sempre que o Artigo 65.º-D
requerente demonstre ter efetuado investimento no Meios de prova para concessão de autorização de
montante igual ou superior a 500 mil euros ou a 350 mil residência
euros, respetivamente, podendo realizar o investimento
individualmente ou através de sociedade unipessoal por 1 - Para prova do cumprimento do requisito previsto na
quotas de que seja o sócio. alínea a) do n.º 1 do artigo 65.º-A, o requerente deve
8 - Nos casos previstos nas alíneas e), f) e g) do n.º 1, apresentar:
consideram-se preenchidos os requisitos sempre que o a) Declaração de instituição de crédito autorizada ou
requerente demonstre ter efetuado investimento no registada em território nacional junto do Banco de
montante igual ou superior a 350 mil euros, 250 mil Portugal, atestando a titularidade, livre de ónus e
euros ou 500 mil euros, respetivamente, podendo encargos, de contas de depósitos com saldo igual
realizar o investimento ou apoio individualmente ou ou superior a 1 milhão de euros, resultante de

348
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

uma transferência internacional, ou de quota- contratos individuais de trabalho celebrados com os


parte no mesmo montante quando estejam em trabalhadores.
causa contas coletivas; ou 3 - Para prova do cumprimento do requisito previsto na
b) No caso de aquisição de instrumentos de dívida alínea c) do n.º 1 do artigo 65.º-A, o requerente deve
pública do Estado Português, nomeadamente apresentar:
obrigações do tesouro, certificados de aforro ou a) Título aquisitivo ou de promessa de compra e
certificados do tesouro, certificado comprovativo venda dos imóveis;
atestando a titularidade, livre de ónus e encargos, b) Declaração de instituição de crédito autorizada ou
emitida pela Agência de Gestão de Tesouraria e registada em território nacional junto do Banco de
Dívida Pública - IGCP, E. P. E. (IGCP, E. P. E.), de Portugal, atestando a transferência internacional
instrumentos de valor igual ou superior a 1 milhão de capitais para a aquisição dos bens imóveis ou
de euros; ou para o pagamento, a título de sinal no contrato-
c) No caso de aquisição de valores mobiliários promessa de compra e venda, de valor igual ou
escriturais, certificado comprovativo da sua superior a 500 mil euros;
titularidade, livre de ónus e encargos, emitido c) Certidão atualizada da conservatória do registo
pela respetiva entidade registadora nos termos e predial com os registos, averbamentos e
para os efeitos dos n.ºs 1 e 2 do artigo 78.º do inscrições em vigor, demonstrando ter a
Código dos Valores Mobiliários; ou propriedade de bens imóveis, livres de ónus ou
d) No caso de aquisição de valores mobiliários encargos ou certidão do registo predial da qual
titulados ao portador depositados junto de conste o registo provisório de aquisição válido do
depositário nos termos do artigo 99.º do Código contrato-promessa de compra e venda, sempre
dos Valores Mobiliários, certificado comprovativo que legalmente viável, com sinal igual ou superior
da sua titularidade, livre de ónus e encargos, a 500 mil euros;
emitido pelo depositário; ou d) Caderneta predial do imóvel, sempre que
e) No caso de aquisição de valores mobiliários legalmente possível;
titulados nominativos não integrados em sistema e) Certidão do registo comercial atualizada, que
centralizado, certificado comprovativo da sua demonstre ser o requerente o sócio da sociedade
titularidade, livre de ónus e encargos, emitido unipessoal por quotas proprietária ou promitente-
pelo respetivo emitente; ou compradora dos bens imóveis, no caso de o
f) No caso de aquisição de valores mobiliários investimento ser realizado através de sociedade
titulados integrados em sistema centralizado, unipessoal por quotas.
certificado comprovativo da sua titularidade, livre
de ónus e encargos, emitido pelo intermediário 4 - Para prova do cumprimento do requisito previsto na
financeiro junto do qual se encontra aberta a alínea d) do n.º 1 do artigo 65.º-A, o requerente deve
respetiva conta integrada em sistema apresentar:
centralizado; ou a) Declaração de instituição de crédito autorizada ou
g) No caso de aquisição de participação social não registada em território nacional junto do Banco de
abrangida nas alíneas anteriores, certidão do Portugal, atestando a transferência internacional
registo comercial atualizada, que ateste a de capitais para a aquisição dos bens imóveis e
detenção da participação, e contrato por meio do realização de obras de reabilitação urbana, no
qual se realizou a respetiva aquisição, com montante igual ou superior a 350 mil euros, para
indicação do valor de aquisição; conta de depósitos, livre de ónus e encargos, de
h) Certidão do registo comercial atualizada, que que seja titular, ou de quota-parte no mesmo
demonstre ser o requerente o sócio da sociedade montante quando estejam em causa contas
unipessoal por quotas, no caso de o investimento coletivas;
ser realizado através de sociedade unipessoal por b) Título aquisitivo do bem imóvel;
quotas; c) Certidão atualizada da conservatória do registo
i) Nos casos previstos nas alíneas b) a g) do presente predial com os registos, averbamentos e
número, declaração de instituição de crédito inscrições em vigor, demonstrando ter a
autorizada ou registada em território nacional propriedade de bens imóveis, livres de ónus ou
junto do Banco de Portugal, atestando a encargos;
transferência internacional de capitais para a d) Caderneta predial do imóvel;
realização do investimento. e) Comprovativo de apresentação de pedido de
2 - Para prova do cumprimento do requisito previsto na informação prévia ou comunicação prévia ou do
alínea b) do n.º 1 do artigo 65.º-A, o requerente deve pedido de licenciamento, para a realização da
apresentar certidão atualizada da segurança social e operação urbanística de reabilitação e, quando

349
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

aplicável, declaração da entidade gestora da Portugal, atestando a transferência internacional


operação de reabilitação urbana competente, que de capitais, no montante igual ou superior a 250
atesta que o imóvel se situa em área de mil euros, para conta bancária de que seja titular;
reabilitação urbana; ou b) Declaração emitida pelo Gabinete de Estratégia,
f) Contrato de empreitada para a realização de obras Planeamento e Avaliação Culturais, ouvido o
de reabilitação nos imóveis objeto de aquisição, serviço da área da cultura com atribuições sobre o
celebrado com pessoa jurídica que se encontre setor, atestando a transferência efetiva daquele
devidamente habilitada pelo Instituto da capital;
Construção e do Imobiliário, I. P.; c) Certidão do registo comercial atualizada, que
g) Certidão do registo comercial atualizada que demonstre ser o requerente o sócio da sociedade
demonstre ser o requerente o sócio da sociedade unipessoal por quotas, no caso de investimento
unipessoal por quotas proprietária dos bens ou apoio à produção artística, recuperação ou
imóveis, no caso de o investimento ser realizado manutenção do património cultural nacional,
através de sociedade unipessoal por quotas. através de sociedade unipessoal por quotas.
5 - No caso de o requerente apresentar os documentos 9 - Para prova do cumprimento do requisito previsto na
previstos no número anterior, deve, o diferencial entre o alínea g) do n.º 1 do artigo 65.º-A, o requerente deve
preço de aquisição do bem imóvel e o valor mínimo de apresentar:
investimento exigido, ser depositado em instituição de a) Certificado comprovativo da titularidade das
crédito autorizada ou registada em território nacional unidades de participação, livre de ónus e
junto do Banco de Portugal para conta de depósitos, livre encargos, emitido pela entidade à qual caiba a
de ónus e encargos, de que seja titular. responsabilidade de manter um registo atualizado
6 - No caso de o requerente apresentar os documentos dos titulares de unidades de participação, nos
previstos na alínea f) do n.º 4, deve o requerente termos da lei, do respetivo regulamento de gestão
apresentar recibo de quitação do preço do contrato de ou de instrumento contratual;
empreitada ou, em caso de impossibilidade por motivo b) Declaração emitida pela sociedade gestora do
não imputável ao requerente, depositar em conta de respetivo fundo de investimento, atestando a
depósitos, livre de ónus ou encargos, de que seja titular, viabilidade do plano de capitalização;
o preço do contrato de empreitada, em instituição de c) Certidão do registo comercial atualizada, que
crédito autorizada ou registada em território nacional demonstre ser o requerente o sócio da sociedade
junto do Banco de Portugal, devendo para tal apresentar unipessoal por quotas, no caso de o investimento
declaração da referida instituição de crédito, atestando a ser realizado através de sociedade unipessoal por
transferência efetiva de montante igual ou superior ao quotas;
preço do contrato de empreitada. d) Declaração de instituição de crédito autorizada ou
7 - Para prova do cumprimento do requisito previsto na registada em território nacional junto do Banco de
alínea e) do n.º 1 do artigo 65.º-A, o requerente deve Portugal, atestando a transferência efetiva de
apresentar: capitais, no montante igual ou superior a 500 mil
a) Declaração de instituição de crédito autorizada ou euros, para conta bancária de que seja titular,
registada em território nacional junto do Banco de para a realização do investimento.
Portugal, atestando a transferência efetiva de 10 - A prova da situação tributária e contributiva
capitais, no montante igual ou superior a 350 mil regularizada efetua-se mediante a apresentação, pelo
euros, para conta bancária de que seja titular; requerente, de declaração negativa de dívida atualizada
b) Declaração emitida por instituição pública ou emitida pela AT e pela segurança social ou, na sua
privada de investigação científica integrada no impossibilidade, declaração de não existência de registo
sistema científico e tecnológico nacional, junto destas entidades.
atestando a transferência efetiva daquele capital; 11 - O requerente deve apresentar declaração, sob
c) Certidão do registo comercial atualizada, que compromisso de honra, atestando o cumprimento do
demonstre ser o requerente o sócio da sociedade requisito quantitativo e temporal mínimos da atividade
unipessoal por quotas, no caso de o montante ser de investimento em território nacional.
aplicado em atividades de investigação, através de 12 - Os meios de prova e a declaração referidos nos
sociedade unipessoal por quotas. números anteriores são apresentados no momento do
8 - Para prova do cumprimento do requisito previsto na pedido de concessão de autorização de residência, a
alínea f) do n.º 1 do artigo 65.º-A, o requerente deve realizar presencialmente na direção regional do SEF
apresentar: competente em função do território em que a atividade
a) Declaração de instituição de crédito autorizada ou de investimento é exercida.
registada em território nacional junto do Banco de

350
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

13 - A decisão de concessão de autorização de residência qual se realizou a respetiva aquisição, com


para atividade de investimento é da competência do indicação do valor de aquisição;
diretor nacional do SEF, mediante proposta do diretor h) Certidão do registo comercial atualizada, que
regional competente nos termos do número anterior. demonstre ser o requerente o sócio da sociedade
unipessoal por quotas, no caso de o investimento
Artigo 65.º-E ser realizado através de sociedade unipessoal por
Meios de prova para renovação de autorização de quotas;
residência i) No caso de aplicação de montantes não previstos
na declaração emitida nos termos da alínea i) do
1 - Para prova do cumprimento do requisito previsto na n.º 1 do artigo anterior, declaração de instituição
alínea a) do n.º 1 do artigo 65.º-A, no âmbito da de crédito autorizada ou registada em território
renovação de autorização de residência, o requerente nacional junto do Banco de Portugal, atestando a
deve apresentar: transferência efetiva de capitais para a realização
a) Declaração de instituição de crédito autorizada ou do investimento.
registada em território nacional junto do Banco de 2 - Para prova do cumprimento do requisito previsto na
Portugal, atestando a titularidade, livre de ónus e alínea b) do n.º 1 do artigo 65.º-A, no âmbito da
encargos, de contas de depósitos com saldo renovação de autorização de residência, o requerente
trimestral médio igual ou superior a 1 milhão de deve apresentar certidão atualizada da segurança social
euros, ou de quota-parte no mesmo montante a atestar a manutenção do número mínimo de postos de
durante tal período quando estejam em causa trabalho exigido.
contas coletivas; ou 3 - Para prova do cumprimento do requisito previsto na
b) No caso de aquisição de instrumentos de dívida alínea c) do n.º 1 do artigo 65.º-A, no âmbito da
pública do Estado Português, declaração da IGCP, renovação de autorização de residência, o requerente
E. P. E., atestando a titularidade, livre de ónus e deve apresentar:
encargos, de instrumentos de dívida de saldo a) Título aquisitivo da propriedade de bens imóveis e
trimestral médio igual ou superior a 1 milhão de certidão atualizada da conservatória do registo
euros; ou predial com os registos, averbamentos e
c) No caso de aquisição de valores mobiliários inscrições em vigor, demonstrando ter a
escriturais, certificado comprovativo da sua propriedade de bens imóveis; ou
titularidade, livre de ónus e encargos, emitido b) Contrato-promessa de compra e venda e, sempre
pela respetiva entidade registadora nos termos e que legalmente admissível, certidão do registo
para os efeitos dos n.ºs 1 e 2 do artigo 78.º do predial da qual conste o registo provisório de
Código dos Valores Mobiliários; ou aquisição válido do contrato-promessa de compra
d) No caso de aquisição de valores mobiliários e venda, com sinal igual ou superior a 500 mil
titulados ao portador depositados junto de euros;
depositário nos termos do artigo 99.º do Código c) Caderneta predial do imóvel atualizada, sempre
dos Valores Mobiliários, certificado comprovativo que legalmente possível;
da sua titularidade, livre de ónus e encargos, d) Certidão do registo comercial atualizada que
emitido pelo depositário; ou demonstre ser o requerente o sócio da sociedade
e) No caso de aquisição de valores mobiliários unipessoal por quotas proprietária ou promitente-
titulados nominativos não integrados em sistema compradora dos bens imóveis, no caso de o
centralizado, certificado comprovativo da sua investimento ser realizado através de sociedade
titularidade, livre de ónus e encargos, emitido unipessoal por quotas.
pelo respetivo emitente; ou
f) No caso de aquisição de valores mobiliários 4 - Para prova do cumprimento do requisito previsto na
titulados integrados em sistema centralizado, alínea d) do n.º 1 do artigo 65.º-A, no âmbito da
certificado comprovativo da sua titularidade, livre renovação de autorização de residência, o requerente
de ónus e encargos, emitido pelo intermediário deve apresentar:
financeiro junto do qual se encontra aberta a a) Título aquisitivo da propriedade de bens imóveis e
respetiva conta integrada em sistema certidão atualizada da conservatória do registo
centralizado; ou predial com os registos, averbamentos e
g) No caso de aquisição de participação social não inscrições em vigor, demonstrando ter a
abrangida nas alíneas anteriores, certidão do propriedade de bens imóveis;
registo comercial atualizada, que ateste a b) No caso de obra sujeita a licenciamento para a
detenção da participação e contrato por meio do realização de obras de reconstrução ou alteração
de edifício que constituam obras de reabilitação

351
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

urbana, alvará, quando aplicável, contrato de sistema científico e tecnológico nacional,


empreitada celebrado para a realização das obras atestando que não se verificaram alterações
de reabilitação do imóvel e, quando aplicável, supervenientes, imputáveis ao requerente, que
declaração da entidade gestora da operação de tenham comprometido o apoio concedido;
reabilitação urbana competente, que ateste que a b) Certidão do registo comercial atualizada, que
operação de reabilitação urbana se encontra em demonstre ser o requerente o sócio da sociedade
execução ou integralmente executada; ou unipessoal por quotas, no caso de o montante ser
c) No caso de obra sujeita a comunicação prévia, aplicado em atividades de investigação, através de
declaração da entidade gestora da operação de sociedade unipessoal por quotas.
reabilitação urbana competente, que ateste que a 9 - Para prova do cumprimento do requisito previsto na
operação de reabilitação urbana se encontra em alínea f) do n.º 1 do artigo 65.º-A, no âmbito da
execução ou integralmente executada e contrato renovação de autorização de residência, o requerente
de empreitada celebrado para a realização das deve apresentar:
obras de reabilitação do imóvel;
a) Declaração emitida pelo Gabinete de Estratégia,
d) Recibo de quitação do preço do contrato de Planeamento e Avaliação Culturais, ouvido o
empreitada, sempre que possível; serviço da área da cultura com atribuições sobre o
e) Certidão do registo comercial atualizada que setor, atestando que não se verificaram
demonstre ser o requerente o sócio da sociedade alterações supervenientes, imputáveis ao
unipessoal por quotas proprietária dos bens requerente, que tenham comprometido o
imóveis, no caso de o investimento ser realizado investimento ou apoio realizado ou concedido;
através de sociedade unipessoal por quotas. b) Certidão do registo comercial atualizada, que
demonstre ser o requerente o sócio da sociedade
5 - No caso de impossibilidade de pagamento integral do unipessoal por quotas, no caso de investimento
preço do contrato de empreitada por motivo não ou apoio à produção artística, recuperação ou
imputável ao requerente, deve o requerente apresentar manutenção do património cultural nacional,
declaração de instituição de crédito autorizada ou através de sociedade unipessoal por quotas.
registada em território nacional junto do Banco de
Portugal, atestando a titularidade de contas de depósitos 10 - Para prova do cumprimento do requisito previsto na
com saldo trimestral médio igual ou superior ao preço do alínea g) do n.º 1 do artigo 65.º-A, no âmbito da
contrato de empreitada, ou de quota-parte no mesmo renovação de autorização de residência, o requerente
montante durante tal período, quando estejam em causa deve apresentar:
contas coletivas. a) Certificado comprovativo da titularidade das
6 - No caso de o requerente ter efetuado pagamento unidades de participação, livre de ónus e
parcial do preço do contrato de empreitada, deve encargos, emitido pela entidade à qual caiba a
apresentar o respetivo recibo de quitação parcial, bem responsabilidade de manter um registo atualizado
como declaração de instituição de crédito autorizada ou dos titulares de unidades de participação, nos
registada em território nacional junto do Banco de termos da lei, do respetivo regulamento de gestão
Portugal, atestando a titularidade de contas de depósitos ou de instrumento contratual;
com saldo trimestral médio igual ou superior ao b) Certidão do registo comercial atualizada, que
montante correspondente ao remanescente do preço do demonstre ser o requerente o sócio da sociedade
contrato de empreitada, ou de quota-parte no mesmo unipessoal por quotas, no caso de o investimento
montante durante tal período, quando estejam em causa ser realizado através de sociedade unipessoal por
contas coletivas. quotas.
7 - Para efeitos de renovação da autorização de
residência para atividade de investimento nos termos do Artigo 65.º-F
n.º 3, o requerente deve, até ao momento do segundo Divulgação
pedido de renovação de autorização de residência para
atividade de investimento, apresentar o título definitivo 1 - O Ministério dos Negócios Estrangeiros e a Agência
de aquisição da propriedade dos bens imóveis. para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.
8 - Para prova do cumprimento do requisito previsto na P. E. (AICEP, E. P. E.), são responsáveis pela divulgação do
alínea e) do n.º 1 do artigo 65.º-A, no âmbito da regime de autorização de residência para atividade de
renovação de autorização de residência, o requerente investimento e disponibilizam a outras entidades a
deve apresentar: informação necessária tendo em vista a prossecução
a) Declaração emitida por instituição pública ou deste objetivo.
privada de investigação científica integrada no 2 - Através das suas redes diplomáticas, consular e
comercial o Ministério dos Negócios Estrangeiros e a

352
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

AICEP, E. P. E., promovem, fora do território nacional, a Artigo 65.º-I


divulgação do regime de autorização de residência para Auditoria
atividade de investimento, nas respetivas áreas de
competência. 1 - A Inspeção-Geral da Administração Interna realiza,
pelo menos uma vez por ano, uma auditoria ao
Artigo 65.º-G procedimento das autorizações de residência para
Verificação consular atividade de investimento, nos termos da alínea a) do n.º
O SEF pode, através do Ministério dos Negócios 2 do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 58/2012, de 14 de
Estrangeiros, consultar os postos da rede diplomática e março, alterado pelo Decreto-Lei n.º 146/2012, de 12 de
consular, sempre que, na apreciação de pedidos de julho, dando conhecimento das conclusões e
concessão ou renovação de autorizações de residência recomendações à 1.ª comissão da Assembleia da
para atividade de investimento e reagrupamento familiar República.
relacionado, careça de informações complementares 2 - As conclusões e recomendações referidas no número
sobre os meios de prova apresentados ou sobre outros anterior são disponibilizadas no sítio do portal do
elementos objetivos específicos do pedido, que Governo.
necessitem de verificação no país de proveniência ou de
última residência habitual do requerente. Artigo 65.º-J
Manual de procedimentos do SEF
Artigo 65.º-H
Grupo de acompanhamento O SEF elabora um manual de procedimentos interno
relativo à tramitação dos processos de autorização de
1 - É criado um grupo de acompanhamento constituído residência para atividade de investimento, que é
pelo diretor nacional do SEF, pelo diretor-geral dos aprovado pelo membro do Governo responsável pela
Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas, área da administração interna.»
pelo presidente da AICEP, E. P. E., por um representante
do membro do Governo responsável pela área da cultura SECÇÃO V
e por um representante do membro do Governo Reagrupamento familiar
responsável pelas áreas da educação e da ciência.
2 - O grupo de acompanhamento reúne ordinariamente Artigo 66.º
uma vez por mês, por convocação de qualquer dos seus Pedido
membros, podendo estes convocar ainda reuniões
extraordinárias. 1 - O cidadão residente em território nacional que
3 - Os membros do grupo de acompanhamento referidos pretenda beneficiar do direito ao reagrupamento
no n.º 1 podem designar representantes para os familiar apresenta o respetivo pedido junto da
substituir em caso de impedimento ou ausência. direção ou delegação regional do SEF da área da sua
4 - O grupo de acompanhamento tem as seguintes residência, o qual deve conter a identificação do
competências no âmbito do regime especial de requerente e dos membros da família a que o pedido
autorização de residência para atividade de respeita.
investimento: 2 - O pedido pode também ser apresentado pelo
a) Debater e apresentar propostas de solução ou de membro da família que tenha entrado legalmente em
esclarecimento sobre dúvidas que se coloquem, território nacional e que dependa ou coabite com o
podendo para o efeito solicitar o parecer técnico titular de uma autorização de residência válida.
ou a participação nas suas reuniões de peritos nas 3 - O disposto nos números anteriores é aplicável ao
matérias em discussão; titular de cartão azul UE que pretenda beneficiar do
b) Debater, coordenar e apresentar propostas sobre direito ao reagrupamento familiar, nos termos do n.º
atividades de divulgação interna e externa do 2 do artigo 121.º-A da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho,
regime, tendo em vista a captação de novos republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de
investidores; agosto.
c) Monitorizar a evolução estatística do regime de
autorização de residência para atividade de Artigo 67.º
investimento e apresentar às respetivas tutelas Instrução
relatórios com pontos de situação e com as
propostas que entender apropriadas. 1 - O pedido de reagrupamento familiar é instruído com
os seguintes documentos:
a) Comprovativos devidamente autenticados dos
vínculos familiares invocados;

353
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

b) Cópias autenticadas dos documentos de nacional, os pedidos podem ser acompanhados, em


identificação dos familiares do requerente; alternativa aos documentos referidos nas alíneas do
c) Comprovativo de que dispõe de alojamento; número anterior, por original ou cópia autenticada da
d) Comprovativos de que dispõe de meios de decisão de promoção e proteção do menor, proferida
subsistência suficientes para suprir as pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens.
necessidades da sua família, nos termos a definir 4 - Em caso de dúvida, podem ser solicitados, a título
em portaria dos membros do Governo complementar, comprovativos de parentesco.
responsáveis pelas áreas da administração
interna, do emprego e da solidariedade social; Artigo 68.º
e) Requerimento do membro da família para consulta Comunicação do deferimento
do registo criminal português pelo SEF, sempre
que este tenha permanecido em território 1 - O deferimento do pedido formulado nos termos do
nacional mais de um ano nos últimos cinco anos; n.º 1 do artigo 98.º e do n.º 2 do artigo 121.º-A da Lei
f) Certificado do registo criminal emitido pela n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à
autoridade competente do país de nacionalidade Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, é comunicado ao
do membro da família e do país em que este membro do Governo responsável pela área dos
resida há mais de um ano. negócios estrangeiros, por via eletrónica,
2 - O pedido é ainda acompanhado dos seguintes acompanhado de cópia digitalizada das peças
documentos: processuais relevantes, devendo ser facultado visto
de residência aos requerentes, salvo no caso de
a) Comprovativo da incapacidade de filho maior, no verificação de factos que se fossem do conhecimento
caso de filhos maiores incapazes a cargo; da autoridade competente teriam obstado ao
b) Certidão da decisão que decretou a adoção, reconhecimento do direito ao reagrupamento
acompanhada de certidão da decisão da familiar.
autoridade nacional que a reconheceu, quando
aplicável; 2 - O titular do direito ao reagrupamento familiar é
c) Cópia de certidão narrativa completa de notificado do despacho de deferimento no prazo de 8
nascimento, comprovativo da situação de dias, sendo informado de que os seus familiares se
dependência económica e documento de deverão dirigir à missão diplomática ou posto
matrícula no estabelecimento de ensino em consular de carreira da respetiva área de residência,
Portugal, no caso de filhos maiores a cargo; no prazo de 90 dias, a fim de formalizarem o pedido
d) Comprovativo da situação de dependência de emissão de visto de residência.
económica, no caso de ascendente em primeiro 3 - A não apresentação do pedido de emissão de visto de
grau; residência nos termos do n.º 2 implica a caducidade
e) Certidão da decisão que decretou a tutela, da decisão de reconhecimento do direito ao
acompanhada de certidão da decisão da reagrupamento familiar.
autoridade nacional que a reconheceu, quando
aplicável, no caso de irmãos menores; Artigo 69.º
f) Autorização escrita do progenitor não residente Cancelamento de autorização de residência
autenticada por autoridade consular portuguesa
ou cópia da decisão que atribui a confiança legal Sem prejuízo do disposto no n.º 7 do artigo 108.º e no
do filho menor ou a tutela do incapaz ao residente n.º 2 do artigo 121.º-A da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho,
ou ao seu cônjuge, quando aplicável; republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto,
g) Prova da união de facto, conforme prevista no o cancelamento dos títulos de residência previsto
artigo 2.º-A da Lei n.º 7/2001, de 11 de maio, naqueles artigos opera independentemente de processo
alterada pela Lei n.º 23/2010, de 30 de agosto, de outra natureza, desde que no respetivo procedimento
acompanhada, sempre que possível, de quaisquer seja produzida prova de que o casamento, a união de
elementos indiciários da união de facto que facto ou a adoção teve por fim único permitir ao
devam ser tomados em consideração para os beneficiário do reagrupamento familiar a entrada e a
efeitos do n.º 2 do artigo 104.º da Lei n.º 23/2007, residência no País.
de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º
29/2012, de 9 de agosto.
3 - Nos casos de menores referidos nas alíneas b) e f) do SECÇÃO VI
n.º 1 do artigo 99.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, Do título de residência
republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de
agosto, que tenham entrado legalmente em território

354
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 70.º com cópia da respetiva participação à autoridade


Natureza e condições de validade policial.
3 - O pedido deve ser acompanhado, se necessário, de
1 - O título de residência é individual e é o único duas fotografias do requerente, iguais, tipo passe, a
documento de identificação apto a comprovar a cores e fundo liso, atualizadas e com boas condições
qualidade de residente legal em território português. de identificação e, no caso de mau estado de
2 - Ao título de residência são aplicáveis, com as devidas conservação, deve ainda ser acompanhado da
adaptações, as normas relativas à identificação civil. devolução do título inicial.
3 - O título de residência só é válido se nele constar a 4 - Em caso de dúvida sobre a identidade do requerente
assinatura do seu titular, salvo se no local indicado a ou sobre a legitimidade do pedido, a passagem da
entidade emitente fizer menção de que o mesmo não segunda via pode ser deferida ou recusada após
sabe ou não pode assinar. prestação de prova complementar que pode ser
4 - A emissão do título de residência obedece ao disposto obtida nos termos do n.º 1 do artigo 212.º da Lei n.º
no modelo uniforme e demais condições fixadas nos 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei
regulamentos comunitários em vigor. n.º 29/2012, de 9 de agosto.

Artigo 71.º CAPÍTULO V


Remessa e serviço externo Estatuto de residente de longa duração

1 - O título de residência pode ser remetido ao seu titular Artigo 74.º


sob registo de correio, mediante prévio pagamento Pedido de concessão do estatuto de residente de longa
das taxas da franquia postal e das despesas de duração
remessa.
2 - A recolha dos elementos necessários para a emissão 1 - O pedido de concessão do estatuto de residente de
do título de residência pode realizar-se no local onde longa duração previsto no n.º 1 do artigo 125.º ou no
se encontre o requerente, se este produzir prova n.º 1 do artigo 121.º-J da Lei n.º 23/2007, de 4 de
devidamente justificada da doença que o incapacite julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9
de se poder deslocar, pelos seus próprios meios, aos de agosto, é formulado em impresso próprio, de
serviços emitentes. modelo aprovado por despacho do diretor nacional
3 - Pela realização do serviço externo é devido o do SEF e assinado pelo requerente ou, quando se
pagamento de uma taxa acrescida, sendo o trate de menor ou de incapaz, pelo seu representante
pagamento do custo do transporte necessário à legal, devendo ser apresentado presencialmente
deslocação assegurado pelo requerente. junto da direção ou delegação regional do SEF da
área de residência do interessado e instruído com os
Artigo 72.º seguintes documentos:
Reclamações a) Documento de viagem válido ou cópia autenticada
do mesmo;
1 - O deferimento da reclamação do interessado, com b) Documento comprovativo de que dispõe de
fundamento em erro dos serviços emitentes, implica recursos estáveis e regulares, em conformidade
a emissão de novo título de residência. com o disposto na alínea b) do n.º 1 e no n.º 6 do
2 - A emissão prevista no número anterior é gratuita, artigo 126.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho,
desde que a reclamação tenha sido apresentada no republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de
prazo de 30 dias a contar da data da entrega do agosto;
título. c) Comprovativo de que dispõe de alojamento;
d) Cópia do contrato de seguro de saúde ou
Artigo 73.º comprovativo de que se encontra abrangido pelo
Segunda via do título de residência Sistema Nacional de Saúde;
e) Requerimento para consulta do registo criminal
1 - Pode ser solicitada segunda via do título de residência português pelo SEF;
em caso de mau estado de conservação, perda, f) Documento comprovativo do destacamento, nas
destruição, furto ou roubo, salvo se houver lugar à situações a que se refere o n.º 5 do artigo 126.º
sua renovação, nos termos dos artigos 78.º ou 121.º- da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em
E da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto;
anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto. g) Quando aplicável, certificado de habilitações
2 - O pedido é instruído com a declaração dos motivos emitido por estabelecimento português de ensino
que o fundamentam e, no caso de furto ou roubo, oficial ou de ensino particular ou cooperativo

355
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

reconhecido nos termos legais, certificado de 2 - O disposto no número anterior aplica-se ao


aproveitamento no curso de português básico cancelamento do estatuto de residente de longa
emitido pelo IEFP, I.P., ou por estabelecimento de duração de ex-titulares de cartão azul UE, com as
ensino oficial ou de ensino particular ou adaptações constantes da parte final do n.º 5 do
cooperativo legalmente reconhecido, ou ainda, artigo 121.º-I da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho,
certificado de conhecimento de português básico, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de
mediante a realização de teste em centro de agosto.
avaliação de português como língua estrangeira,
reconhecido pelo Ministério da Educação e Artigo 77.º
Ciência. Reaquisição do estatuto
2 - O pedido é, ainda, instruído com informação
necessária para verificação do cumprimento das 1 - Os residentes de longa duração que tenham perdido o
obrigações fiscais e perante a segurança social, obtida estatuto de residente de longa duração por ausência
nos termos do n.º 9 do artigo 212.º da Lei n.º de território nacional ou da União Europeia podem
23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei readquiri-lo, nos termos e condições do artigo 131.º
n.º 29/2012, de 9 de agosto. da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em
3 - Aos cidadãos estrangeiros a quem seja concedida o anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, mediante
estatuto de residente de longa duração é emitido um requerimento, acompanhado de documento de
título de residência, nos termos dos artigos 121.º-J ou viagem e dos seguintes documentos:
130.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada a) Comprovativos da posse de meios de subsistência
em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, válido estáveis e regulares;
por cinco anos. b) Cópia do contrato de seguro de saúde ou
comprovativo de que se encontra abrangido pelo
Artigo 75.º Sistema Nacional de Saúde;
Pedido de renovação do título de residente de longa c) Comprovativo de que dispõe de alojamento.
duração 2 - Enquanto não for proferida decisão sobre o pedido
mencionado no número anterior e se o período
1 - O pedido de renovação do título de residente de autorizado de permanência do requerente em
longa duração é acompanhado de requerimento para território nacional ao abrigo de um visto ou de um
consulta do registo criminal português pelo SEF. regime de isenção de vistos tiver terminado, pode ser
2 - Em circunstâncias excecionais, associadas a dúvidas concedida prorrogação de permanência.
relativamente à identidade do requerente ou à
ausência de território nacional por longos períodos, o Artigo 78.º
SEF pode exigir a apresentação de passaporte válido Comunicação
ou cópia autenticada do mesmo, sem prejuízo do
disposto no n.º 1 artigo 212.º da Lei n.º 23/2007, de 4 A concessão do estatuto de residente de longa duração a
de julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de cidadão titular de autorização de residência ou de cartão
9 de agosto. azul UE emitidos, respetivamente, ao abrigo dos artigos
3 - No caso de o pedido de renovação do título ser 116.º e 118.º ou 121.º-I da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho,
apresentado após o decurso do seu prazo de republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto,
validade, o pedido deve ser sempre acompanhado de é comunicada pelo SEF, preferencialmente por via
prova de permanência em território nacional ou eletrónica, às autoridades do Estado membro da União
comprovativo dos motivos de ausência. Europeia que concedeu o estatuto de residente de longa
duração ou o cartão azul UE.
Artigo 76.º
Cancelamento do estatuto de residente de longa
duração
CAPÍTULO VI
1 - A decisão de cancelamento do estatuto de residente Afastamento
de longa duração é proferida em processo próprio, a
instruir pelo SEF, sempre que ocorra uma das SECÇÃO I
situações mencionadas numa das alíneas do n.º 1 do Disposições gerais
artigo 131.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho,
republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de
agosto.

356
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 79.º onde deve ser transferida ou depositada a quantia a


Identificação de cidadãos estrangeiros restituir.
4 - O beneficiário remete ao SEF documento bancário
1 - Quando procedam à identificação de cidadão comprovativo da restituição do montante apurado
estrangeiro nos termos do artigo 250.º do Código do para efeitos de eliminação da respetiva medida de
Processo Penal, as autoridades policiais referidas no não admissão.
n.º 7 do artigo 146.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, 5 - A eliminação tem lugar no mais curto prazo, não
republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de podendo, em qualquer caso, exceder 30 dias.
agosto, têm de consultar o SEF a fim de: 6 - O SEF remete ao beneficiário documento
a) Comprovar a regularidade da situação documental comprovativo de que efetuou o pagamento e de que
do cidadão; a medida de não admissão foi eliminada.
b) Apresentar o cidadão estrangeiro ao SEF para
efeitos de aplicação do artigo 138.º da Lei n.º Artigo 81.º
23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Decisão de afastamento de residente de longa duração
Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto. ou de titular de cartão azul UE num Estado membro da
c) [Revogada] União Europeia

2 - São competentes para a notificação referida no n.º 1 1 - Antes de ser proferida decisão de afastamento
do artigo 138.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, coercivo de residente de longa duração ou de titular
republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de de cartão azul UE concedidos por um Estado membro
agosto, e para solicitar a realização da mesma às da União Europeia, a entidade competente para
autoridades referidas no número anterior, os agentes determinar o afastamento assegura, junto da
de autoridade do SEF. autoridade competente do respetivo Estado membro,
3 - Quando procedam à identificação do cidadão a recolha da informação pertinente para análise do
estrangeiro nos termos dos n.ºs 1 e 7 do artigo 146.º caso, nos termos dos n.ºs 1 e 2 do artigo 136.º da Lei
da Lei nº 23/2007, de 4 de julho, republicada em n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à
anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, ou sempre Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, bem como a
que o cidadão estrangeiro seja detido para comunicação da instauração do processo de
identificação, nos termos do n.º 1 do artigo 146.º da afastamento e da intenção de o concretizar para o
mesma lei, tal facto é sempre comunicado ao SEF território daquele Estado membro.
para efeitos de observância da alínea b) do n.º 1 e do 2 - Proferida a decisão de afastamento para o território
n.º 2 do presente artigo. do Estado membro que lhe concedeu o estatuto de
residente de longa duração ou o cartão azul UE, o SEF
Artigo 80.º assegura a notificação da mesma às autoridades
Admissão após benefício de apoio ao regresso daquele Estado membro, bem como a comunicação
voluntário das medidas adotadas relativamente à sua
implementação.
1 - Os cidadãos estrangeiros que beneficiem de apoio ao 3 - A recolha de informação e as comunicações previstas
regresso voluntário previsto no artigo 139.º da Lei n.º nos números anteriores são efetuadas,
23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei preferencialmente por via eletrónica, junto das
n.º 29/2012, de 9 de agosto, devem ser informados autoridades do Estado membro da União Europeia
das obrigações a que ficam sujeitos, pelo SEF ou pelas que concedeu o estatuto de residente de longa
organizações com quem sejam estabelecidos duração ou o cartão azul UE, através de ponto de
programas de cooperação. contacto designado pelo diretor nacional do SEF.
2 - No caso de beneficiário de apoio ao regresso
voluntário pretender regressar a Portugal durante o Artigo 82.º
período de três anos após o abandono do País, deve Cumprimento da decisão
formular requerimento nesse sentido junto de missão
diplomática ou posto consular de carreira no país da 1 - Notificada a decisão de afastamento e após o decurso
sua residência habitual ou no país da área de do prazo referido no n.º 1 do artigo 160.º da Lei n.º
jurisdição consular do Estado da sua residência. 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei
3 - A missão diplomática ou posto consular remetem o n.º 29/2012, de 9 de agosto, o SEF procede à sua
pedido ao SEF, que diligencia pelo apuramento e execução, conduzindo o cidadão à fronteira.
comunicação ao interessado, pela mesma via, da 2 - Nas circunstâncias referidas no n.º 2 do artigo 160.º
quantia a restituir e condições de restituição, da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em
nomeadamente do número da conta bancária para anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, o SEF

357
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

procede à execução da decisão de afastamento no 3 - Nos restantes casos, recolhidos os elementos


mais curto espaço de tempo possível, conduzindo o referidos no n.º 1, o diretor nacional do SEF
cidadão à fronteira. determina o envio do processo ao tribunal
3 - A execução da decisão ou o final do prazo previsto no competente a fim de ser proferida decisão de
número anterior implica a inscrição do cidadão na reconhecimento por entidade judicial, de acordo com
lista nacional de pessoas não admissíveis e no o disposto nos artigos 152.º a 158.º da Lei n.º
Sistema de Informação Schengen para efeitos de não 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei
admissão ou, no caso de aquele não ter abandonado n.º 29/2012, de 9 de agosto.
o território dos Estados membros da União Europeia,
para efeitos de detenção e condução à fronteira ou Artigo 84.º
reconhecimento da decisão de expulsão. Decisão de reconhecimento
4 - Nas circunstâncias previstas na segunda parte do
número anterior, o período de interdição de entrada 1 - À decisão de reconhecimento proferida nos termos do
contar-se-á a partir da data de efetivo afastamento artigo anterior é aplicável o disposto nos n.ºs 2 e 3 do
do cidadão. artigo 149.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho,
5 - Para efeitos do disposto nos n.ºs 4 e 5 do artigo 151.º republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de
da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em agosto.
anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, a entidade 2 - A decisão de reconhecimento é executada pelo SEF no
competente deve comunicar ao SEF, com a mais curto prazo, através da condução do cidadão à
antecedência mínima de 60 dias, os elementos de fronteira.
identificação dos cidadãos que reúnam os requisitos
para expulsão antecipada por decurso do prazo legal Artigo 85.º
de cumprimento de pena de prisão. Ponto de contacto nacional

SECÇÃO II O SEF é o ponto de contacto nacional para efeitos da


Reconhecimento mútuo de decisões de expulsão aplicação da Decisão n.º 2004/191/CE, do Conselho da
União Europeia, de 23 de fevereiro, a qual define os
Artigo 83.º critérios e modalidades práticas adequados para a
Processo de reconhecimento de decisões de expulsão compensação dos desequilíbrios financeiros que possam
resultar da Diretiva n.º 2001/40/CE, do Conselho, de 28
1 - Sempre que tenha conhecimento de decisão de de maio, transposta nos artigos 169.º a 172.º da Lei n.º
expulsão tomada por autoridade administrativa 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º
competente de outro Estado membro da União 29/2012, de 9 de agosto.
Europeia ou de Estado Parte na Convenção de
Aplicação do Acordo de Schengen contra um nacional Artigo 86.º
de Estado terceiro que se encontre em território Pedidos de reembolso a apresentar pelo SEF
nacional, o SEF organiza um processo onde seja
recolhida, junto da autoridade competente do outro No caso de o SEF proceder, na sequência de decisão de
Estado, a documentação necessária à verificação dos reconhecimento proferida nos termos do artigo 83.º, à
elementos previstos no artigo 169.º da Lei n.º execução de medida de expulsão tomada há menos de
23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei quatro anos por outro Estado membro da União
n.º 29/2012, de 9 de agosto, nomeadamente a Europeia ou de Estado Parte na Convenção de Aplicação
identificação da entidade que proferiu a decisão, os do Acordo de Schengen, apresenta por escrito à
fundamentos da mesma e a natureza executória da autoridade competente do respetivo Estado, no prazo
medida, acompanhada de informação sobre a máximo de um ano a contar da data de execução da
situação regular ou irregular do cidadão em território decisão de expulsão, pedido de reembolso acompanhado
nacional. dos documentos comprovativos dos custos das
2 - Verificadas as circunstâncias referidas no número operações do afastamento.
anterior relativamente ao cidadão nacional de Estado
terceiro detido e presente ao juiz competente, nos Artigo 87.º
termos do artigo 146.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de Pedidos de reembolso apresentados ao SEF
julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9
de agosto, o diretor nacional do SEF profere decisão 1 - O SEF informa de imediato o ponto de contacto do
de reconhecimento da decisão de expulsão, ficando o respetivo Estado membro da União Europeia ou de
cidadão sob custódia do SEF para condução à Estado Parte na Convenção de Aplicação do Acordo
fronteira, nos termos do artigo 171.º da mesma lei. de Schengen da receção de pedido de reembolso que

358
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

lhe tenha sido dirigido por motivo de execução de origem, não podendo exceder dois elementos da
uma decisão de afastamento proferida por escolta por cidadão estrangeiro expulso, exceto
autoridade competente nacional. se, com base na avaliação da autoridade
2 - A apreciação do pedido de reembolso tem em conta a competente para a execução e com o acordo da
data da decisão de expulsão, a data da respetiva autoridade competente do Estado membro autor
execução e a natureza das despesas apresentadas. da decisão, forem necessários mais elementos de
3 - O SEF responde ao pedido de reembolso no prazo escolta;
máximo de três meses e, em caso de recusa, com a e) Custos de alojamento dos cidadãos estrangeiros
indicação dos respetivos fundamentos. objeto da medida de afastamento, relativos aos
4 - Constituem fundamento de recusa, designadamente: custos reais de estada do cidadão em instalações
a) A execução da decisão de expulsão ter tido lugar apropriadas, em conformidade com a legislação e
mais de quatro anos após ter sido proferida; ou a prática nacionais, até um período máximo de
b) O pedido de reembolso ter sido apresentado mais três meses de estada;
de um ano após a execução da decisão; f) Despesas de saúde, relativas à prestação de
c) A decisão de expulsão ter sido proferida em data tratamento médico ao cidadão estrangeiro e aos
anterior a 28 de fevereiro de 2004; elementos das escoltas em casos de emergência,
d) As despesas apresentadas não serem consideradas incluindo as despesas de hospitalização
elegíveis nos termos do artigo seguinte; necessárias.
e) O pedido de reembolso não ter sido apresentado 2 - Sempre que se afigure que a estada do cidadão em
por escrito ou não ter sido acompanhado dos instalações apropriadas possa durar mais do que os
documentos comprovativos das despesas três meses previstos na alínea e) do número anterior,
elegíveis. o SEF e a autoridade competente do outro Estado
5 - Em caso de aceitação do pagamento, o SEF efetua o acordam nos custos excedentários.
pagamento num prazo máximo de três meses a 3 - Sempre que necessário, o SEF e a autoridade
contar da data de resposta ao pedido de reembolso. competente do outro Estado consultam-se
mutuamente, a fim de chegarem a acordo sobre
Artigo 88.º outros custos para além dos mencionados no n.º 1 ou
Despesas elegíveis sobre custos adicionais.

1 - O pedido de reembolso pelas despesas decorrentes SECÇÃO III


da execução de uma medida de afastamento Apoio ao afastamento por via aérea durante o trânsito
reconhecida nos termos das disposições nacionais de aeroportuário
transposição da Diretiva n.º 2001/40/CE, do
Conselho, de 28 de maio, pode englobar os custos Artigo 89.º
seguintes: Encargos com apoio ao trânsito

a) Custos de transporte, do expulsando e da escolta, 1 - Na sequência da prestação das medidas de apoio


relativos aos custos reais dos bilhetes de avião até requeridas por outro Estado membro da União
ao montante da tarifa oficial IATA para o voo em Europeia a Portugal, o SEF apura os montantes dos
causa no momento da execução ou aos custos encargos que deverão ser suportados por esse Estado
reais de transporte terrestre, por via rodoviária ou membro e, logo que possível, informa em
ferroviária, ou marítimo, com base na tarifa de um conformidade a respetiva autoridade central,
bilhete de barco ou de comboio em 2.ª classe para remetendo a documentação contabilística pertinente.
a distância em causa no momento da execução; 2 - As despesas com as medidas de apoio prestadas por
b) Custos administrativos relativos aos custos reais outro Estado membro na sequência de prévio pedido
resultantes da emissão de vistos e de outros formulado pelo SEF são suportadas pelo SEF segundo
documentos necessários à viagem de as regras contabilísticas aplicáveis e pela forma
repatriamento (salvo-condutos); acordada com a autoridade central do Estado
c) Ajudas de custo diárias dos elementos da escolta membro em causa.
de acordo com a legislação e ou prática nacionais
aplicáveis;
d) Custos de alojamento das escoltas, relativos aos
custos reais de estada dos elementos da escolta CAPÍTULO VII
numa zona de trânsito de um país terceiro e aos Taxas e encargos
custos da curta estada estritamente necessária
para o desempenho da sua missão no país de

359
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 90.º 5 - Os pedidos de prorrogação formulados por titulares


Taxas e encargos de visto de estada temporária emitido ao abrigo da
alínea b) do artigo 38.º do Decreto-Lei n.º 244/98, de
1 - As taxas e demais encargos a cobrar pelos atos e 8 de agosto, a membros da família de cidadãos
procedimentos administrativos previstos no presente estrangeiros titulares de visto ou prorrogação de
decreto regulamentar são fixados por portaria do permanência para tratamento médico são decididos
membro do Governo responsável pela área da em conformidade com o disposto no n.º 6 do artigo
administração interna. 49.º
2 - As taxas devidas pelos títulos de residência para 6 - Os pedidos de prorrogação formulados por titulares
atividade de investimento são as previstas no anexo à de visto de estada temporária emitido ao abrigo da
Portaria n.º 1334-E/2010, de 31 de dezembro, alínea b) do artigo 38.º do Decreto-Lei n.º 244/98, de
alterada pela Portaria n.º 305-A/2012, de 4 de 8 de agosto, a membros da família de cidadãos
outubro. estrangeiros titulares de visto de trabalho ou de visto
de estudo são decididos em conformidade com o
disposto nos artigos 99.º e seguintes da Lei n.º
CAPÍTULO VIII 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei
Disposições transitórias e finais n.º 29/2012, de 9 de agosto, e no artigo 67.º do
presente decreto regulamentar, com as necessárias
Artigo 91.º adaptações.
Disposição transitória 7 - Os pedidos de prorrogação formulados por titulares
de visto de estada temporária emitido ao abrigo da
1 - Para todos os efeitos legais os titulares de visto de alínea c) do artigo 38.º do Decreto-Lei n.º 244/98, de
trabalho, autorização de permanência, visto de 8 de agosto, a membros da família de cidadãos
estada temporária com autorização para o exercício estrangeiros titulares de autorização de permanência
de uma atividade profissional subordinada, são decididos em conformidade com o disposto nos
prorrogação de permanência habilitante do exercício artigos 99.º e seguintes da Lei n.º 23/2007, de 4 de
de uma atividade profissional subordinada e visto de julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9
estudo concedidos ao abrigo do Decreto-Lei n.º de agosto, e no artigo 67.º do presente decreto
244/98, de 8 de Agosto, com as alterações regulamentar, com as necessárias adaptações.
introduzidas pela Lei n.º 97/99, de 26 de julho, pelo 8 - Os pedidos de prorrogação formulados por titulares
Decreto-Lei n.º 4/2001, de 10 de janeiro, e pelo de visto de trabalho emitido ao abrigo do artigo 36.º
Decreto-Lei n.º 34/2003, de 25 de fevereiro, do Decreto-Lei n.º 244/98, de 8 de agosto, são
consideram-se titulares de uma autorização de decididos em conformidade com o disposto no artigo
residência, procedendo no termo de validade desses 78.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em
títulos à sua substituição por títulos de residência, anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, e no artigo
sendo aplicáveis, consoante os casos, as disposições 63.º do presente decreto regulamentar, com as
relativas à renovação de autorização de residência necessárias adaptações.
temporária ou à concessão de autorização de 9 - Os pedidos de prorrogação formulados por titulares
residência permanente. de visto de estudo emitido ao abrigo das alíneas a) e
2 - Para efeitos do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo b) do artigo 35.º do Decreto-Lei n.º 244/98, de 8 de
80.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em agosto, são decididos em conformidade com o
anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, é disposto no artigo 78.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de
contabilizado o período de permanência legal ao julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9
abrigo dos títulos mencionados no número anterior. de agosto, e no artigo 63.º do presente decreto
3 - Os pedidos apresentados por portadores dos títulos regulamentar, com as necessárias adaptações e
válidos mencionados no n.º 1, por alteração dos observado o disposto no artigo 95.º da citada lei.
elementos de identificação, por furto, extravio ou 10 - Os pedidos de prorrogação formulados por titulares
deterioração determinam a emissão de uma segunda de visto de estudo emitido ao abrigo das alíneas c) e
via daqueles títulos, com a mesma natureza e prazo d) do artigo 35.º do Decreto-Lei n.º 244/98, de 8 de
de validade, até à sua caducidade. agosto, são decididos em conformidade com o
4 - Os pedidos de prorrogação formulados por titulares disposto no artigo 78.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de
de visto de estada temporária emitido ao abrigo da julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9
alínea a) do artigo 38.º do Decreto-Lei n.º 244/98, de de agosto, e no artigo 63.º do presente decreto
8 de agosto, são decididos em conformidade com o regulamentar, com as necessárias adaptações,
disposto no n.º 1 do artigo 49.º, com as necessárias devendo ser observado o disposto no artigo 93.º da
adaptações. citada lei.

360
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

11 - Aos cidadãos que sejam portadores dos títulos devidas adaptações, o previsto no presente decreto
mencionados nos números anteriores há pelo menos regulamentar.
cinco anos pode ser concedida, consoante os casos,
autorização de residência permanente, de acordo Artigo 92.º
com o disposto no artigo 80.º da Lei n.º 23/2007, de 4 Monitorização e fiscalização
de julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de
9 de agosto, bem como no artigo 64.º do presente O SEF e a Autoridade para as Condições de Trabalho
decreto regulamentar, com as necessárias estabelecem os mecanismos de cooperação adequados
adaptações. para monitorizar e fiscalizar as práticas de emissão e
12 - Pode ser concedido o estatuto de residente de longa concretização de promessas de contrato de trabalho ou
duração a cidadãos portadores dos títulos manifestações individualizadas de interesse, por forma a
mencionados nos n.ºs 4 a 8 por um período não garantir a aplicação rigorosa do sistema de admissão de
inferior a cinco anos, de acordo com o disposto nos trabalhadores previsto no artigo 59.º da Lei n.º 23/2007,
artigos 125.º e seguintes da Lei n.º 23/2007, de 4 de de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012,
julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de 9 de agosto.
de agosto, e no artigo 74.º do presente decreto
regulamentar, com as necessárias adaptações. Artigo 92.º-A
13 - Nos termos do n.º 8 do artigo 217.º da Lei n.º Acompanhamento pelo Alto Comissariado para as
23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei Migrações, I. P.
n.º 29/2012, de 9 de agosto, e para efeitos de
obtenção do cartão de identificação previsto no n.º 1 O Alto Comissariado para as Migrações, I. P., pode
do artigo 212.º da mesma lei, o SEF convoca os exercer funções de interlocução junto de atuais e
portadores dos títulos emitidos ao abrigo da potenciais imigrantes em procedimentos administrativos
legislação anterior e procede à respetiva substituição ou fora deles, sem prejuízo das competências próprias de
de acordo com uma calendarização aprovada por outros organismos públicos, por via do aconselhamento
despacho do membro do Governo responsável pela daqueles imigrantes, do contacto com outras entidades
área da administração interna. públicas e privadas, do recurso a meios eletrónicos e da
14 - Até à determinação do contingente de preparação da documentação pertinente.
oportunidades de emprego previsto no artigo 59.º da
Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo Artigo 93.º
à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, o IEFP, I.P., adota Norma revogatória
as medidas provisórias tendentes a divulgar, através
da Internet, todas as ofertas de emprego não É revogado o Decreto Regulamentar n.º 6/2004, de 26 de
preenchidas no prazo de 30 dias por trabalhadores abril.
que gozem de preferência nos termos legais, sendo
aplicáveis os procedimentos fixados nos artigos 20.º e
27.º a 29.º do presente decreto regulamentar.
15 - Até ao limite das ofertas de emprego a que se refere
o número anterior, e desde que cumpridas as demais
condições legais, podem ser concedidos vistos de
residência para obtenção de autorização de
residência para exercício de atividade profissional
subordinada, nos termos do artigo 30.º do presente
decreto regulamentar.
16 - Os cidadãos estrangeiros que se registaram para os
efeitos do disposto no artigo 71.º do Decreto
Regulamentar n.º 6/2004, de 26 de abril, e que,
reunindo as condições nele previstas, não tenham
visto decidido o seu processo até à data da entrada
em vigor do presente decreto regulamentar
continuam a poder beneficiar, dentro do limite
temporal fixado pelo n.º 4 do artigo 217.º da Lei n.º
23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei
n.º 29/2012, de 9 de agosto, dos direitos
anteriormente assegurados, aplicando-se, com as

361
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

362
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 368/2007, de 5 de novembro Artigo único


Define o regime especial de concessão de Concessão de autorização de residência a cidadão
autorização de residência a vítimas de tráfico de estrangeiro identificado como vítima do crime de tráfico
pessoas a que se referem os n.ºs 4 e 5 do artigo de pessoas
109.º e o n.º 2 do artigo 111.º da Lei n.º 23/2007,
1 - A autorização de residência a cidadão estrangeiro
de 4 de julho identificado como vítima do crime de tráfico de
pessoas, nos termos do n.º 4 do artigo 109.º da Lei n.º
O presente decreto-lei resulta da necessidade de dar 23/2007, de 4 de julho, com dispensa das condições
cumprimento ao disposto nos n.ºs 4 e 5 do artigo 109.º, estabelecidas nas alíneas a) e b) do n.º 2 do mesmo
no n.º 2 do artigo 111.º e no n.º 2 do artigo 216.º da Lei artigo, é concedida, quando circunstâncias pessoais
n.º 23/2007, de 4 de julho, que aprova o regime jurídico da vítima o justifiquem, pelo Ministro da
de entrada, permanência, saída e afastamento de Administração Interna, por sua iniciativa ou proposta
cidadãos estrangeiros de território nacional. do órgão de polícia criminal competente ou do
coordenador do Plano Nacional contra o Tráfico de
Pretende-se, desta forma, proteger as vítimas do crime Seres Humanos, aplicando-se o disposto nos artigos
de tráfico de pessoas e cria-se, para esse efeito, um 54.º e seguintes do Código do Procedimento
regime especial de concessão de autorização de Administrativo.
residência. Este regime especial dispensa a verificação, 2 - As circunstâncias pessoais a que se refere o número
no caso concreto, da necessidade da sua permanência anterior são ponderadas caso a caso e podem,
em território nacional no interesse das investigações e designadamente, relacionar-se:
dos procedimentos judiciais e prescinde da vontade clara
a) Com a segurança da vítima, seus familiares ou
de colaboração com as autoridades na investigação e
pessoas que com ela mantenham relações
repressão do tráfico de pessoas ou do auxílio à imigração
próximas;
ilegal.
b) Com a saúde das pessoas referidas na alínea
anterior;
Para além disso, define-se vítima de tráfico como sendo a
c) Com a sua situação familiar;
pessoa em relação à qual hajam sido adquiridos indícios
d) Com outras situações de vulnerabilidade.
da prática desse crime, por autoridade judiciária ou
órgão de polícia criminal, ou quando o coordenador do 3 - Para efeitos do disposto no n.º 2 do artigo 111.º da Lei
Plano Nacional contra o Tráfico de Seres Humanos n.º 23/2007, de 4 de julho, considera-se identificada
entender que existem motivos suficientemente como vítima de tráfico toda a pessoa em relação à
ponderosos para crer que essa pessoa é vítima de tráfico qual hajam sido adquiridos indícios da prática desse
e determina-se que a necessidade de proteção se crime, por autoridade judiciária ou órgão de polícia
mantém enquanto houver risco de a vítima, os seus criminal ou quando o coordenador do Plano Nacional
familiares ou pessoas que com ela mantenham relações contra o Tráfico de Seres Humanos entender que
próximas serem objeto de ameaças ou ofensas a bens existem motivos suficientemente ponderosos para
pessoais ou patrimoniais, praticadas pelos agentes do crer que essa pessoa é vítima de tráfico.
tráfico. 4 - Para efeitos do disposto no n.º 5 do artigo 109.º da Lei
n.º 23/2007, de 4 de julho, considera-se que a
Assim: necessidade de proteção se mantém enquanto
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da houver risco de a vítima, os seus familiares ou
Constituição, o Governo decreta o seguinte: pessoas que com ela mantenham relações próximas
serem objeto de ameaças ou ofensas a bens pessoais
ou patrimoniais, praticadas pelos agentes do tráfico.

363
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

364
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 1079/2007, de 10 de dezembro


Estabelece a idade mínima e máxima da concessão Assim, ao abrigo da alínea a) do n.º 5 do artigo 62.º da Lei
de visto de residência para frequência do ensino n.º 23/2007, de 4 de julho, manda o Governo, pelos
secundário Ministros da Administração Interna e da Educação, o
seguinte:

De acordo com o disposto no n.º 1 do artigo 62.º da Lei Para efeitos de concessão de visto de residência para
n.º 23/2007, de 4 de julho, a admissão de um nacional de frequência do ensino secundário, ao abrigo da Lei n.º
Estado terceiro em território nacional para efeitos de 23/2007, de 4 de julho, o nacional de Estado terceiro que
estudo e de participação num programa de intercâmbio o requeira deve, à data da apresentação do pedido, ter a
de estudantes de ensino secundário, depende da idade mínima de 14 anos e não exceder a idade máxima
concessão de visto de residência com esse fim. de 21 anos.

Estabelece, por sua vez, o n.º 5 do mesmo artigo que o


nacional de Estado terceiro que requeira visto de
residência para frequência do ensino secundário para
além da condições gerais estabelecidas nos n.ºs 1 e 2 do
artigo 52.º e no n.º 2 do artigo 62.º, deve ter a idade
mínima e não exceder a idade máxima fixadas por
portaria conjunta dos Ministros da Administração Interna
e da Educação, bem como ter sido aceite num
estabelecimento de ensino secundário.

365
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

366
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 1563/2007, de 11 de dezembro permanência e concessão e renovação de títulos de


Fixa os meios de subsistência de que devem dispor residência.
os cidadãos estrangeiros para a entrada e
permanência em território nacional Artigo 2.º
Meios de subsistência

A Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, veio definir o novo 1 - Para efeitos da presente portaria, considera-se
regime jurídico de entrada, permanência, saída e «Meios de subsistência» os recursos estáveis e
afastamento de cidadãos estrangeiros do território regulares que sejam suficientes para as necessidades
nacional. essenciais do cidadão estrangeiro e, quando seja o
caso, da sua família, designadamente para
A suficiência de meios de subsistência constitui condição alimentação, alojamento e cuidados de saúde e
para a entrada e permanência em território nacional, higiene, nos termos do disposto na presente portaria.
bem como para a concessão ou renovação dos
2 - O critério de determinação dos meios de subsistência
documentos que formalizam a respetiva residência.
é efetuado por referência à retribuição mínima
mensal garantida nos termos do n.º 1 do artigo 266.º
De harmonia com o disposto no diploma citado e
do Código do Trabalho, adiante designada por
respetivo decreto regulamentar, importa, através de
RMMG, atenta a respetiva natureza e regularidade,
portaria dos membros do Governo responsáveis pelas
líquida de quotizações para a segurança social com a
áreas da Administração Interna e do Trabalho e da
seguinte valoração per capita em cada agregado
Solidariedade Social, fixar critérios uniformes e definir os
familiar:
meios de subsistência de que devem dispor os cidadãos
estrangeiros para entrada, permanência ou residência a) Primeiro adulto 100 %;
em território nacional. b) Segundo ou mais adultos 50 %;
c) Crianças e jovens com idade inferior a 18 anos e
O conceito de meios de subsistência atende ao disposto no filhos maiores a cargo 30 %.
anexo XXV do Código Comum de Fronteiras e na Diretiva n.º 3 - Para a entrada e permanência de cidadão estrangeiro
2003/86/CE, do Conselho, de 22 de setembro. titular de visto de trânsito, de curta duração ou
admitido sem exigência de visto nos termos de
O critério de determinação dos meios de subsistência ora convenções internacionais de que Portugal seja parte
escolhido toma por referência à retribuição mínima ao abrigo do disposto no artigo 11.º da Lei n.º
mensal garantida nos termos do n.º 1 do artigo 266.º do 23/2007, de 4 de julho, deve o mesmo deter ou estar
Código do Trabalho, atenta a respetiva natureza e em condições de adquirir legalmente, em meios de
regularidade, líquida de quotizações para a segurança pagamento, per capita, o equivalente a 75 (euro) por
social com uma valoração per capita em cada agregado cada entrada, acrescido de 40 (euro) por cada dia de
familiar. Essa valoração foi estabelecida de acordo com a permanência.
escala modificada da OCDE para determinação dos
4 - Os quantitativos referidos no número anterior podem
limiares de pobreza, a mais favorável das escalas
ser dispensados ao cidadão estrangeiro que prove ter
oficialmente utilizadas.
alojamento e alimentação assegurados durante a
respetiva estada ou que apresente termo de
Assim, ao abrigo das disposições conjugadas dos artigos
responsabilidade, ao abrigo do artigo 12.º da Lei n.º
11.º, n.º 2, e 52.º, n.º 1, alínea d), da Lei n.º 23/2007, de
23/2007, de 4 de julho.
4 de julho, e dos artigos 5.º, n.º 3, e 24.º do Decreto
5 - O cidadão que subscreva o termo de responsabilidade
Regulamentar n.º 84/2007, de 5 de novembro:
a que se refere o número anterior deve dispor de
meios de subsistência determinados nos termos do
Manda o Governo, pelos Ministros da Administração
disposto no n.º 2.
Interna e do Trabalho e Solidariedade Social, o seguinte:
Artigo 3.º
Artigo 1.º
Vistos de trânsito e de curta duração
Objeto
O requerente de visto de trânsito ou de curta duração
A presente portaria fixa os meios de subsistência de que
deve dispor de meios de subsistência equivalentes aos
devem dispor os cidadãos estrangeiros para a entrada e
previstos no n.º 3 do artigo anterior, sem prejuízo do
permanência em território nacional, designadamente
disposto no n.º 7 do artigo seguinte.
para a concessão de vistos e prorrogação de

367
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 4.º 5 - O requerente de visto de estada temporária para o


Visto de estada temporária exercício de atividade desportiva amadora deve
dispor de meios de subsistência equivalentes a 50 %
1 - O requerente de visto de estada temporária para da RMMG líquida de quotizações para segurança
tratamento médico deve dispor de meios de subsistência social, assegurados pelo número de meses de
determinados nos termos do disposto nos n.ºs 1 e 2 do duração previsível da permanência, podendo ser
artigo 2.º, assegurados pelo número de meses de aceites rendimentos inferiores quando o termo de
duração previsível da permanência, podendo ser responsabilidade subscrito pela associação ou clube
inferiores ou dispensados quando aquele comprove: desportivo assuma, ainda, as despesas de
a) O pagamento antecipado do internamento ou do alimentação do requerente.
tratamento ambulatório em estabelecimento 6 - Ao requerente de visto de estada temporária para
oficial ou oficialmente reconhecido; ou acompanhamento de familiar sujeito a tratamento
b) Ter assegurado o internamento ou o tratamento médico aplica-se o disposto no n.º 1 do presente
ambulatório através de Acordos de Cooperação artigo, com as devidas adaptações.
nesse sentido; ou 7 - O titular de visto de estada temporária cujos
c) Ter alojamento e ou alimentação assegurados familiares solicitem vistos de curta duração para que
durante a respetiva estada ou quando apresente o acompanhem, ao abrigo do disposto no n.º 1 do
termo de responsabilidade, nos termos do artigo artigo 51.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, deve
12.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho. dispor dos meios de subsistência a que aludem os n.ºs
2 - O requerente de visto de estada temporária solicitado 2, 3, 4 ou 5 do presente artigo determinados nos
no âmbito da transferência de trabalhadores de termos do n.º 2 do artigo 2.º
cidadãos nacionais de Estados Partes na Organização
Mundial de Comércio ou nos casos excecionais Artigo 5.º
devidamente fundamentados deve dispor de meios Visto de residência
de subsistência determinados nos termos do disposto
nos n.ºs 1 e 2 do artigo 2.º, assegurados pelo número 1 - O requerente de visto de residência para o exercício
de meses de duração previsível da permanência, de uma atividade profissional subordinada ou
exceto se o contrário resultar dos acordos, protocolos independente deve dispor de meios de subsistência
ou instrumentos similares bilaterais, podendo ser determinados nos termos do disposto nos n.ºs 1 e 2
comprovada a disponibilidade dos mesmos pela do artigo 2.º, assegurados por um período não
entidade que em território nacional receba os inferior ao máximo admissível, nos termos
serviços ou que preste a formação profissional. conjugados do disposto no n.º 2 do artigo 58.º da Lei
3 - O requerente de visto de estada temporária para o n.º 23/2007, de 4 de julho, e na alínea c) do n.º 1 do
exercício de uma atividade profissional subordinada artigo 72.º da mesma lei, os quais são aferidos pela
ou independente de carácter temporário deve dispor sua disponibilidade em território nacional,
de meios de subsistência determinados nos termos designadamente através dos documentos referidos
do disposto nos n.ºs 1 e 2 do artigo 2.º, assegurada na alínea a) ou b) do n.º 5 do artigo 59.º e na alínea a)
pelo número de meses de duração previsível da do artigo 60.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, e nas
permanência, sendo aferidos pela sua disponibilidade alíneas a) do n.º 1 do artigo 30.º e a) do n.º 1 do
em território nacional, designadamente através dos artigo 31.º do Decreto Regulamentar n.º 84/2007, de
documentos referidos na parte final do n.º 1 do artigo 5 de novembro.
56.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, e das alíneas a) 2 - O requerente de visto de residência que pretenda
e b) do n.º 1 do artigo 20.º do Decreto Regulamentar investir em Portugal deve dispor de meios de
n.º 84/2007, de 5 de novembro. subsistência determinados nos termos do disposto
4 - O requerente de visto de estada temporária para o nos n.ºs 1 e 2 do artigo 2.º, assegurados por um
exercício de atividade de investigação, de atividade período não inferior a 12 meses.
docente em estabelecimento de ensino superior ou 3 - O requerente de visto de residência para o exercício
altamente qualificada deve dispor de meios de de atividade de investigação, de atividade docente
subsistência determinados nos termos do disposto em estabelecimento de ensino superior ou altamente
nos n.ºs 1 e 2 do artigo 2.º, assegurados pelo número qualificada deve dispor de meios de subsistência
de meses de duração previsível da permanência, determinados nos termos do disposto nos n.ºs 1 e 2
podendo ser inferiores ou dispensados quando a do artigo 2.º, assegurados por um período não
entidade pública ou privada que o admita os garanta, inferior a 12 meses, podendo ser inferiores ou
por qualquer forma. dispensados quando a entidade pública ou privada
que o admita os garanta, por qualquer forma.

368
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

4 - O requerente de visto de residência para estudo ou Artigo 6.º


para participação num programa de intercâmbio de Prorrogação de permanência
estudantes deve dispor de meios de subsistência
determinados nos termos do disposto nos números 1 1 - Para efeitos de prorrogação de permanência em
e 2 do artigo 2.º, assegurados por um período de 12 território nacional o requerente deve comprovar que
meses ou pelo número de meses de permanência do mantém a disponibilidade ou a possibilidade de
requerente, quando participe em programa de adquirir legalmente os meios de subsistência
intercâmbio, podendo os rendimentos ser reduzidos a previstos na presente portaria para a concessão do
metade quando comprove ter assegurados, por correspondente tipo de visto, atendendo ao período
qualquer forma, o alojamento ou até 90 % quando de tempo de prorrogação solicitado.
comprove ter também assegurada a alimentação.
5 - O requerente de visto de residência para estágio
profissional ou para voluntariado deve dispor de 2 - O titular de visto de estada temporária cujos
meios de subsistência determinados nos termos do familiares solicitem prorrogação de permanência para
disposto nos números 1 e 2 do artigo 2.º, assegurados que o acompanhem, ao abrigo do disposto no n.º 3
pelo número de meses de duração previsível da do artigo 72.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, deve
permanência do requerente, podendo os dispor dos meios de subsistência a que aludem os n.ºs
rendimentos ser reduzidos a metade quando 2, 3, 4 ou 5 do artigo 4.º, determinados nos termos do
comprove ter assegurados, por qualquer forma, o disposto nos n.ºs 1 e 2 do artigo 2.º
alojamento ou até 90 % quando comprove ter 3 - A prova de suficiência dos meios de subsistência pode
também assegurada a alimentação. ser aferida pelo montante das prestações sociais de
6 - Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, o que beneficie o cidadão estrangeiro que recorra ao
cidadão estrangeiro requerente de visto de residência sistema de segurança social, em qualquer dos seus
deve dispor de meios de subsistência determinados regimes.
nos termos do disposto nos n.ºs 1 e 2 do artigo 2.º,
assegurados por período não inferior a 12 meses, a Artigo 7.º
comprovar pelos seguintes meios: Autorização de residência temporária
a) No caso de cidadão estrangeiro reformado, através
de documento comprovativo do respetivo 1 - Para efeitos de concessão ou renovação de
rendimento, bem como da garantia do seu autorização de residência temporária o requerente
recebimento ou disponibilidade de outros deve comprovar que mantém a disponibilidade ou a
rendimentos em território nacional; possibilidade de adquirir legalmente os meios de
b) No caso de cidadão estrangeiro que viva de subsistência a que alude o artigo 5.º da presente
rendimentos de bens móveis ou imóveis, da portaria, atendendo à finalidade da autorização de
propriedade intelectual ou de aplicações residência.
financeiras, através de documento comprovativo 2 - Para efeitos de concessão e renovação de autorização
da existência e montante de tais rendimentos, de residência temporária habilitante do exercício da
bem como da sua disponibilidade em Portugal. atividade profissional independente, na determinação
dos montantes referidos no número anterior são
7 - O cidadão estrangeiro com a qualidade de ministro de
utilizados os critérios previstos no Código de IRS ou
culto, membro de instituto de vida consagrada ou que
no Código de IRC para apuramento do rendimento
exerça profissionalmente atividade religiosa e que,
tributável.
como tal, seja certificado pela Igreja ou comunidade
religiosa a que pertença, através de declaração dos 3 - A prova de suficiência dos meios de subsistência pode
órgãos competentes da respetiva Igreja ou ser aferida pelo montante das prestações sociais de
comunidade religiosa devidamente reconhecida nos que beneficie o requerente de concessão ou
termos da ordem jurídica portuguesa, deve dispor de renovação do direito de residência, em qualquer dos
meios de subsistência determinados nos termos do regimes do sistema de segurança social.
disposto nos n.ºs 1 e 2 do artigo 2.º, assegurados por
período não inferior a 12 meses, podendo os Artigo 8.º
rendimentos ser reduzidos a metade quando Autorização de residência permanente
comprove ter assegurados, por qualquer forma, o
alojamento ou até 90 % quando comprove ter 1 - Para efeitos de concessão de autorização de
também assegurada a alimentação. residência permanente deve o requerente dispor de
meios de subsistência determinados nos termos do

369
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

disposto nos n.ºs 1 e 2 do artigo 2.º, assegurados por Artigo 12.º


período não inferior a 12 meses. Casos excecionais
2 - A prova de suficiência dos meios de subsistência pode Excecionalmente, nos pedidos de concessão de
ser aferida pelo montante das prestações sociais de autorização de residência ao abrigo das alíneas a) a h), n)
que beneficie o requerente em qualquer dos regimes e o) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de
do sistema de segurança social. julho, podem ser aceites rendimentos inferiores aos
referidos nos artigos 7.º e 9.º, estabelecendo-se como
limite mínimo 50 % dos montantes determinados no n.º
Artigo 9.º
2 do artigo 2.º
Reagrupamento familiar
Artigo 13.º
O cidadão estrangeiro que requeira o reagrupamento
Atualização
familiar deve dispor, no seu agregado familiar, de meios
Os quantitativos fixados na presente portaria são
de subsistência determinados nos termos do disposto
atualizados anualmente, de forma automática, de acordo
nos n.ºs 1 e 2 do artigo 2.º, assegurados por período não
com a percentagem de aumento da RMMG.
inferior a 12 meses.
Artigo 14.º
Artigo 10.º
Entrada em vigor
Autorização de residência a titular do estatuto de
A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao da
residente de longa duração em outro Estado membro
sua a publicação.
da União Europeia

1 - O cidadão estrangeiro titular do estatuto de residente


de longa duração noutro Estado membro da União
Europeia que requeira o direito de residência deve
dispor de meios de subsistência determinados nos
termos do disposto nos n.ºs 1 e 2 do artigo 2.º,
assegurados por período não inferior a 12 meses.
2 - Para efeitos do disposto na alínea c) do n.º 4 do artigo
118.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, a
comprovação da posse de meios de subsistência rege-
se pelo disposto no artigo 9.º

Artigo 11.º
Estatuto de residente de longa duração
1 - O cidadão estrangeiro que requeira o estatuto de
residente de longa duração deve dispor de meios de
subsistência determinados nos termos do disposto
nos n.ºs 1 e 2 do artigo 2.º, assegurados por um
período não inferior a 12 meses.
2 - No âmbito da extensão do respetivo estatuto aos
membros da família, a posse dos meios de
subsistência rege-se pelo disposto no artigo 9.º da
presente portaria.

370
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 208/2008, de 27 de fevereiro Artigo 2.º


Define os termos de facilitação do procedimento Apresentação do pedido
de concessão de visto para obtenção de
autorização de residência a nacionais de Estados No pedido de concessão de visto a que se refere a
presente portaria pode ser dispensada a apresentação
terceiros que participem em programas
dos documentos previstos nos artigos 12.º, n.º 1, alínea
comunitários de promoção da mobilidade para a e), e 33.º do Decreto Regulamentar n.º 84/2007, de 5 de
União Europeia ou para a Comunidade dos Países novembro, quando os elementos que os mesmos visam
de Língua Portuguesa ou no seu interesse comprovar possam ser supridos por documento emitido
por departamentos governamentais responsáveis pelo
A Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, que aprovou o regime desenvolvimento do programa no âmbito do qual o
jurídico da entrada, permanência, saída e afastamento de requerente tenha sido admitido a participar.
estrangeiros de território nacional, estabelece, no n.º 1
Artigo 3.º
do artigo 62.º, que a admissão de um nacional de Estado
terceiro em território nacional para efeitos de estudo, de Análise e instrução do pedido
participação num programa de intercâmbio de
estudantes do ensino secundário, de estágio profissional 1 - Deve ser conferida prioridade, na análise e instrução,
não remunerado ou de voluntariado depende da aos pedidos de visto a que se refere a presente
concessão de visto de residência com esse fim. portaria.
2 - Para efeitos do disposto no artigo 53.º da Lei n.º
Estipula, por sua vez, o n.º 3 do mesmo artigo que o 23/2007, de 4 de julho, e sem prejuízo do disposto no
procedimento de concessão de visto para obtenção de seu n.º 6, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras deve
autorização de residência a nacionais de Estados emitir o parecer prévio obrigatório no prazo de 15
terceiros referidos no n.º 1 que participem em programas dias.
comunitários de promoção da mobilidade para a União Artigo 4.º
Europeia ou para a Comunidade dos Países de Língua Comunicação e informação entre serviços
Portuguesa ou no seu interesse é facilitado, nos termos a
definir por portaria dos Ministros da Administração 1 - Os departamentos governamentais responsáveis
Interna e dos Negócios Estrangeiros. pelos programas a que se refere a presente portaria
devem comunicar, preferencialmente através de
Assim: meio eletrónico adequado, o nome, a nacionalidade,
a data de nascimento e o local de residência legal do
Ao abrigo do disposto no n.º 3 do artigo 62.º da Lei n.º requerente, tendo em vista a célere tramitação e
23/2007, de 4 de julho, manda o Governo, pelos decisão dos processos.
Ministros de Estado e dos Negócios Estrangeiros e da
Administração Interna, o seguinte: 2 - O Ministério dos Negócios Estrangeiros deve informar
a secção consular da embaixada, o consulado-geral ou
Artigo 1.º o consulado português da área de residência do
Objeto requerente dos pedidos formulados e das decisões
adotadas ao abrigo da presente portaria.
A presente portaria define os termos de facilitação do
procedimento de concessão de visto para obtenção de Artigo 5.º
autorização de residência a nacionais de Estados Prazo de decisão
terceiros referidos no n.º 1 do artigo 62.º da Lei n.º
23/2007, de 4 de julho, que participem em programas O prazo para decisão sobre o pedido de visto a que se
comunitários de promoção da mobilidade para a União refere a presente portaria é de 30 dias.
Europeia (UE) ou para a Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP) ou no seu interesse, adiante Artigo 6.º
designado por visto. Entrada em vigor

A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao da


sua publicação.

371
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

372
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 395/2008, de 6 de junho Assim:


Aprova o modelo de declaração de entrada de
estrangeiros, nos termos da Lei n.º 23/2007, de 4 Ao abrigo do n.º 2 do artigo 14.º da Lei n.º 23/2007, de 4
de julho, que aprova o regime jurídico de entrada, de julho, manda o Governo, pelo Ministro da
Administração Interna, que a declaração de entrada a
permanência, saída e afastamento de estrangeiros
que se refere o artigo 14.º do referido diploma legal seja
do território nacional feita em modelo próprio, que consta do anexo à presente
portaria, dela fazendo parte integrante.
Nos termos do n.º 1 do artigo 14.º da Lei n.º 23/2007, de
4 de julho, os cidadãos estrangeiros que entrem no País
por uma fronteira não sujeita a controlo, vindos de outro
Estado membro, são obrigados a declarar tal facto no
prazo de três dias úteis a contar da data de entrada.

De harmonia com o disposto no n.º 2 do mesmo artigo e


diploma legal, a declaração de entrada deve ser prestada
junto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), nos
termos a definir por portaria do Ministro da
Administração Interna.

373
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

ANEXO
Modelo da declaração de entrada
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA

DECLARAÇÃO DE ENTRADA
ENTRY DECLARATION / DECLARATION D'ENTREE
(art.º 14.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho)

374
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 397/2008, de 6 de junho Assim:


Aprova o modelo de vinheta autocolante para a
concessão de prorrogação de permanência de Ao abrigo do n.º 6 do artigo 72.º da Lei n.º 23/2007, de 4
cidadãos estrangeiros em território nacional e de julho, manda o Governo, pelo Ministro da
Administração Interna, o seguinte:
revoga a Portaria n.º 1025/99, de 22 de novembro
1.º É aprovado, em anexo à presente portaria, dela
fazendo parte integrante, o modelo de vinheta
De acordo com o disposto no n.º 6 do artigo 72.º da Lei
autocolante para a concessão de prorrogação de
n.º 23/2007, de 4 de julho, a prorrogação de
permanência de cidadãos estrangeiros em território
permanência de cidadãos estrangeiros admitidos em
nacional.
território nacional que desejem permanecer no País por
período superior ao inicialmente autorizado é concedida 2.º É revogada a Portaria n.º 1025/99, de 22 de
sob a forma de vinheta autocolante de modelo a aprovar novembro.
por portaria do Ministro da Administração Interna.
Nos termos do Regulamento (CE) n.º 1683/95, do
Conselho, de 29 de maio, os vistos emitidos pelos
Estados membros devem revestir a forma de modelo-
tipo de visto (vinheta autocolante) e ser conformes com
as especificações constantes do anexo respetivo.

375
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

ANEXO
Modelo de vinheta autocolante

376
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Assim:
Portaria n.º 398/2008, de 6 de junho
Aprova o modelo do documento de viagem a Ao abrigo do n.º 3 do artigo 27.º da Lei n.º 23/2007, de 4
emitir para cidadão nacional de Estado terceiro de julho, manda o Governo, pelo Ministro da
que seja objeto de medida de expulsão e que não Administração Interna, o seguinte:
disponha de documento de viagem e revoga a
1.º É aprovado em anexo à presente portaria, dela
Portaria n.º 664/99, de 18 de agosto fazendo parte integrante, o modelo do documento de
viagem a emitir para cidadão nacional de Estado
De acordo com o disposto no n.º 1 do artigo 27.º da Lei terceiro que seja objeto de medida de expulsão e que
n.º 23/2007, de 4 de julho, ao cidadão nacional de Estado não disponha de documento de viagem.
terceiro que seja objeto de medida de expulsão e que 2.º É revogada a Portaria n.º 664/99, de 18 de agosto.
não disponha de documento de viagem é emitido um
documento para esse efeito.
Estabelece, ainda, o n.º 3 do mesmo artigo que o modelo
do documento é aprovado por portaria do Ministro da
Administração Interna.

377
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

ANEXO
Documento de viagem para expulsão de cidadãos nacionais de Estados terceiros

378
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 399/2008, de 6 de junho O n.º 5 do mesmo artigo estabelece, ainda, que o modelo
Aprova o modelo de salvo-conduto a emitir nos de salvo-conduto a emitir, consoante os casos, pelo
termos e condições previstos no artigo 26.º da Lei diretor-geral do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras ou
n.º 23/2007, de 4 de julho, e revoga a Portaria n.º pelas embaixadas e postos consulares de carreira
portugueses é aprovado por portaria do Ministro da
662/99, de 18 de agosto
Administração Interna.

Assim:
Nos termos do disposto nos n.ºs 1 e 2 do artigo 26.º da
Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, pode ser concedido salvo-
Ao abrigo do n.º 5 do artigo 26.º da Lei n.º 23/2007, de 4
conduto aos cidadãos estrangeiros que, não residindo no
de julho, manda o Governo, pelo Ministro da
País, demonstrem impossibilidade ou dificuldade de sair
Administração Interna, o seguinte:
do território português, bem como, em casos excecionais
decorrentes de razões de interesse nacional ou de
1.º É aprovado em anexo à presente portaria, dela
cumprimento de obrigações internacionais, àqueles que
fazendo parte integrante, o modelo de salvo-conduto
provem a impossibilidade de obter outro documento de
a emitir nos termos e condições previstos no artigo
viagem.
26.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho.
2.º É revogada a Portaria n.º 662/99, de 18 de agosto.

379
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

ANEXO
Modelo de salvo-conduto

380
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 415/2008, de 11 de junho De acordo com o disposto no n.º 3 do artigo 16.º da Lei
Aprova o modelo de boletim de alojamento e as n.º 23/2007, de 4 de julho, os boletins produzidos nos
regras de comunicação eletrónica em condições de termos do parágrafo anterior são transmitidos de forma
segurança, nos termos da Lei n.º 23/2007, de 4 de segura, nos termos a definir por portaria do Ministro da
Administração Interna, matéria já hoje regulada na
julho, que aprova o regime jurídico de entrada,
Portaria n.º 287/2007, de 16 de março, no âmbito da
permanência, saída e afastamento de estrangeiros qual se procedeu à audição da Comissão Nacional de
do território nacional Proteção de Dados, bem como à consulta das entidades
representativas do sector interessado.

A existência de boletins de alojamento constitui, nas mais Assim:


diversas ordens jurídicas, um instrumento relevante no
sistema de controlo de estrangeiros em território Ao abrigo das disposições conjugadas do n.º 2 do artigo
nacional. 15.º e do n.º 3 do artigo 16.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de
julho, manda o Governo, pelo Ministro da Administração
Assim, para efeitos de controlo dos cidadãos estrangeiros Interna, o seguinte:
em território nacional estabelecem os n.ºs 1 e 2 do artigo
15.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, que, por cada 1.º Para efeitos do disposto no n.º 4 do artigo 15.º e no
cidadão estrangeiro, incluindo os nacionais de outros n.º 3 do artigo 16.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho,
Estados membros da União Europeia, é preenchido e a comunicação do alojamento às autoridades
assinado pessoalmente um boletim de alojamento, cujo competentes é prestada mediante registo prévio dos
modelo é aprovado por portaria do Ministro da estabelecimentos hoteleiros e similares junto do
Administração Interna. Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) como
utilizadores do Sistema de Informação de Boletins de
De acordo com o disposto no n.º 1 do artigo 16.º do Alojamento (SIBA), aplicando-se o regime previsto na
referido diploma, a obrigação de assegurar o Portaria n.º 287/2007, de 4 de março.
preenchimento e comunicação dos boletins recai sobre
2.º É aprovado em anexo à presente portaria, dela
as empresas exploradoras de estabelecimentos
fazendo parte integrante, o modelo de boletim de
hoteleiros, meios complementares de alojamento
alojamento previsto no n.º 2 do artigo 15.º da Lei n.º
turístico ou conjuntos turísticos, bem como sobre todos
23/2007, de 4 de julho, distribuído gratuitamente
aqueles que facultem, a título oneroso, alojamento a
através do portal do SEF na Internet.
cidadãos estrangeiros. A comunicação deve fazer-se no
prazo de três dias úteis ao Serviço de Estrangeiros e 3.º É revogada a Portaria n.º 464/94, de 1 de julho.
Fronteiras (SEF) ou, nas localidades onde este não exista,
à Guarda Nacional Republicana ou à Polícia de Segurança
Pública.

Com vista a simplificar o envio dos boletins de


alojamento, o n.º 4 do artigo 15.º da lei citada prevê,
ainda, que os estabelecimentos hoteleiros e similares
devem proceder ao seu registo junto do SEF como
utilizadores do Sistema de Informação de Boletins de
Alojamento (SIBA), por forma a poderem proceder à
respetiva comunicação eletrónica em condições de
segurança.

381
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

ANEXO
Modelo de boletim de alojamento

382
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 1432/2008, de 10 de dezembro permanência, saída e afastamento de estrangeiros do


Aprova o modelo uniforme de título de residência território nacional, previu os mecanismos
complementares aplicáveis à emissão dos modelos dos
A Portaria n.º 480/2003, de 16 de junho, aprovou o títulos.
modelo uniforme de título de residência a ser emitido a
cidadãos estrangeiros residentes em território nacional, Na mesma linha, a Lei n.º 27/2008, de 30 de junho,
bem como a titulares do estatuto de refugiado e de regulamentada pela Portaria n.º 996/2008, de 4 de
autorização de residência por razões humanitárias, tendo setembro, estabeleceu as condições e procedimentos de
então definido as respetivas tipologias. concessão de asilo ou proteção subsidiária e os estatutos
de requerente de asilo, de refugiado e de proteção
O modelo aprovado resultou da aplicação do subsidiária, transpondo para a ordem jurídica interna as
Regulamento (CE) n.º 1030/2002, do Conselho, de 13 de Diretivas n.ºs 2004/83/CE, do Conselho, de 29 de abril, e
junho, que, inovadoramente, definiu o modelo uniforme 2005/85/CE, do Conselho, de 1 de dezembro. Foi assim
de título de residência para nacionais de países terceiros. estendida a emissão do modelo de título de residência
aos beneficiários de proteção subsidiária, incluindo
Ulteriormente, com base na experiência de emissão do também a aplicação das regras que respeitam à
título uniforme, os órgãos competentes da União simplificação e identificação de pessoas.
Europeia consideraram essencial que o modelo uniforme
de título de residência passasse a incluir mais Com o novo modelo uniforme de título de residência
informações necessárias, satisfazendo normas técnicas serão introduzidas importantes medidas de
de segurança de elevado nível, nomeadamente em modernização e de simplificação dos tipos de título
matéria de proteção contra a contrafação e a falsificação, existentes, facilitando assim a relação dos cidadãos
contribuindo, dessa forma, para o objetivo de prevenção estrangeiros com os serviços da Administração Pública, o
e luta contra a imigração clandestina e a permanência que permitirá concretizar metas e projetos
ilegal no território dos Estados membros. oportunamente incluídos no SIMPLEX e no Plano
Tecnológico do Ministério da Administração Interna.
Com tal objetivo, foi aprovado o Regulamento (CE) n.º
380/2008, do Conselho, de 18 de abril, que veio alterar o Assim:
Regulamento (CE) n.º 1030/2002, que clarificou,
igualmente, a plena aplicabilidade da Diretiva n.º Ao abrigo e nos termos do artigo 212.º da Lei n.º
95/46/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 24 23/2007, do n.º 5 do artigo 67.º da Lei n.º 27/2008, de 30
de outubro, relativa à proteção das pessoas singulares no de junho, e das disposições comunitárias aplicáveis acima
que diz respeito ao tratamento de dados pessoais e à citadas, manda o Governo, pelo Secretário de Estado
livre circulação desses dados, designadamente com vista Adjunto e da Administração Interna, o seguinte:
a assegurar que não sejam armazenadas quaisquer 1 - É aprovado o modelo uniforme de título de residência
outras informações no modelo uniforme de título de anexo à presente portaria, que dele faz parte
residência, a menos que estejam previstas no integrante, procedendo-se à sua emissão de acordo
Regulamento (CE) de 2002 ou no seu anexo. com os requisitos e especificações técnicas cujos
parâmetros e procedimentos de fixação foram
O Regulamento (CE) n.º 380/2008 assentou no definidos pelo Regulamento (CE) n.º 380/2008, do
pressuposto de que a utilização de novas tecnologias, tais Conselho, de 18 de abril, e pelo Regulamento (CE) n.º
como os serviços públicos eletrónicos e a assinatura digital, 1030/2002, de 13 de junho.
deverá ser facilitada, conferindo aos Estados membros a 2 - O título de residência é emitido aos estrangeiros:
possibilidade de utilizarem para o efeito, nos títulos de
residência, o suporte de armazenamento utilizado para a a) Autorizados a residir em território nacional ao
incorporação dos identificadores biométricos ou suportes abrigo da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho;
adicionais. Procedeu-se, igualmente, à harmonização dos b) A quem tenha sido reconhecido o estatuto de
elementos de segurança e dos identificadores biométricos a refugiado ou o estatuto de proteção subsidiária;
utilizar pelos Estados membros. c) A quem tenha sido reconhecido o estatuto de
membro da família de beneficiário do estatuto de
O regulamento estabeleceu apenas as especificações não refugiado ou de membro da família de
secretas, ulteriormente completadas por outras cuja não beneficiário do estatuto de proteção subsidiária.
revelação pública visa evitar a contrafação e a
3 - São revogadas as Portarias n.ºs 480/2003, de 16 de
falsificação.
junho, e 996/2008, de 4 de setembro.
Por sua vez, o artigo 212.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de
julho, que aprovou o regime jurídico de entrada,

383
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

ANEXO

Modelo

384
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 760/2009, de 16 de julho Artigo 1.º


Adota medidas excecionais quanto ao regime que Condições excecionais
fixa os meios de subsistência de que devem dispor
os cidadãos estrangeiros para a entrada e 1 - A título excecional, ao requerente que comprove
encontrar-se em situação de desemprego
permanência em território nacional
involuntário e declare não poder manter a
disponibilidade ou a possibilidade de adquirir
legalmente os meios de subsistência previstos na
A Portaria n.º 1563/2007, de 11 de dezembro, fixou os
Portaria n.º 1563/2007, de 11 de dezembro, pode ser
meios de subsistência de que devem dispor os cidadãos
prorrogada a permanência correspondente ao tipo de
estrangeiros para a entrada e permanência em território
visto, atendendo ao período de tempo de
nacional, designadamente para a concessão de vistos e
prorrogação solicitado, renovado o título de
prorrogação de permanência, bem como para a
residência temporária, renovada a autorização de
concessão e a renovação de títulos de residência.
residência permanente ou concedida a residência de
Publicada na sequência da entrada em vigor da Lei n.º
longa duração.
23/2007, de 4 de julho, que veio definir o novo regime
2 - Do mesmo regime excecional gozam os membros do
jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de
respetivo agregado familiar.
cidadãos estrangeiros do território nacional, e do Decreto
3 - O n.º 1 aplica-se igualmente às situações em que
Regulamentar n.º 84/2007, de 5 de novembro, a portaria
tenha ocorrido reagrupamento familiar.
conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas
áreas da Administração Interna e do Trabalho e da
Artigo 2.º
Solidariedade Social delimitou o conceito de meios de
Critério de determinação
subsistência, adotando como referência a retribuição
mínima mensal garantida. A crise mundial que atinge
Caso se verifiquem as situações previstas no artigo
também Portugal não deixa de refletir-se nos imigrantes,
anterior, o critério de determinação dos meios de
sujeitando-os a situações de instabilidade temporária no
subsistência é:
emprego ou de desemprego. Todavia, nada justificaria
que razões conjunturais determinassem, de forma quase a) Para o primeiro adulto - 50 % do valor fixado nos
automática, a cessação da permanência dos termos da alínea a) do n.º 2 do artigo 2.º da
trabalhadores afetados e das suas famílias em território Portaria n.º 1563/2007, de 11 de dezembro;
nacional. Tal é particularmente válido para os imigrantes b) Para os restantes membros do agregado familiar -
que estão há vários anos radicados em Portugal e que o valor fixado na alínea c) do n.º 2 do artigo 2.º da
aqui vivem com as suas famílias, pretendendo mesma portaria.
permanecer. Sem prejuízo das prestações de apoio social
em situação de desemprego, importa, pois, adotar uma Artigo 3.º
solução excecional e temporária quanto ao regime de Aplicação e revisão
fixação dos meios de subsistência, que responda de
forma justa e equilibrada à situação que o País vive. 1 - A presente portaria aplica-se aos processos
pendentes.
Assim: 2 - A revisão do disposto nos artigos anteriores terá lugar
no prazo de um ano.
Ao abrigo das disposições conjugadas dos artigos 11.º, 3 - Para os efeitos do número anterior, e até 30 dias
n.º 2, e 52.º, n.º 1, alínea d), da Lei n.º 23/2007, de 4 de antes do termo do prazo nele fixado, os serviços
julho, e dos artigos 5.º, n.º 3, e 24.º do Decreto competentes do Ministério da Administração Interna
Regulamentar n.º 84/2007, de 5 de novembro, manda o e do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social
Governo, pelos Ministros da Administração Interna e do elaboram e apresentam um relatório de avaliação do
Trabalho e Solidariedade Social, o seguinte: número e situação dos cidadãos estrangeiros
abrangidos pelas normas excecionais ora aprovadas.

385
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

386
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 1334-C/2010, de 31 de dezembro Do n.º 1 do artigo 24.º do Decreto-Lei n.º 252/92, de
Aprova a tabela de taxas a cobrar pelos atos de 19 de novembro;
secretaria prestados pelas entidades tuteladas Dos n.ºs 1 dos artigos 2.º e 4.º do Decreto-Lei n.º
pelo Ministério da Administração Interna 14/2009, de 14 de janeiro;
Da alínea e) do artigo 31.º do Decreto-Lei n.º 262/99,
de 8 de julho; e
O Ministério da Administração Interna prossegue a sua Do artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 42 794, de 31 de
missão e as suas atribuições, definidas no Decreto-Lei n.º dezembro de 1959:
203/2006, de 27 de outubro, através dos governos civis, Manda o Governo, pelos Ministros de Estado e das
das forças e serviços de segurança e de outros serviços Finanças e da Administração Interna, o seguinte:
de administração direta, elencados nesse mesmo
diploma legal. Artigo 1.º
Objeto
Nesta prossecução, diversas entidades prestam aos
cidadãos serviços que consubstanciam ou carecem de 1 - É aprovada a tabela de taxas a cobrar pelos atos de
atos de secretaria que - constituindo custos secretaria prestados pelas entidades tuteladas pelo
administrativos para aquelas entidades - são taxados de Ministério da Administração Interna, anexa à
forma a serem suportados pelos requerentes. presente portaria, que dela faz parte integrante.
2 - As taxas devem ser pagas no momento da
A definição destas taxas e respetivos montantes estava apresentação do requerimento, não sendo
dispersa por diversos normativos, regra geral associados - reembolsáveis se, por razões imputáveis ao
ou mesmo emanados de - às diversas entidades que requerente, o serviço não for prestado.
prestam este género de serviços, apresentando - muitas
vezes - uma elevada e inusitada disparidade entre
entidades, bem como um apreciável grau de Artigo 2.º
desatualização. Categorias de certidões e documentos

Esta portaria visa definir os atos de secretaria e fixar os As categorias de certidões e de documentos a que se
montantes das referidas taxas a praticar por todas as refere o n.º 2 do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 14/2009,
entidades tuteladas pelo Ministério da Administração de 14 de janeiro, e cuja emissão ou cópia estão sujeitas a
Interna. pagamento de taxa são as seguintes:
a) Certidões de documentos que integrem processos
Assim: de pessoas coletivas registadas no governo civil
Ao abrigo: (associações e instituições religiosas);
Do n.º 3 do artigo 62.º do Código do Processo b) Certidões de documentos que integrem processos
Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 442/91, de de contraordenações;
11 de novembro, retificado pelas Declarações de c) Certidões de autos de ajuramentações;
Retificação n.ºs 265/91, de 30 de dezembro, e 22-A/92, d) Certidões de autos de posse administrativa;
de 29 de fevereiro, e alterado pelo Decreto-Lei n.º 6/96, e) Certidões de processos de estabelecimentos de
de 31 de janeiro; restauração e de bebidas;
Do n.º 2 do artigo 48.º da Lei n.º 63/2007, de 6 de f) Certidão de alvarás de abertura e de licenças de
novembro; funcionamento de estabelecimentos;
Da alínea b) do artigo 60.º da Lei n.º 53/2007, de 31 g) Certidões de documentação eleitoral;
de agosto; h) Certidões relativas à concessão de passaportes;
Do n.º 1 do artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 252/2000, i) Certidões de processos de modalidades afins do
de 16 de outubro; jogo de fortuna ou azar;
Do n.º 2 do artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 75/2007, de j) Certidões de processos de licenciamento de
29 de março; máquinas de diversão;
Do n.º 2 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 77/2007, de l) Certidões de verbas pagas ou postas à disposição de
29 de março; entidades destinadas a instruir contas de gerência;
Do n.º 2 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 78/2007, de m) Certidões relativas a recursos humanos ou a
29 de março; processos individuais de trabalhadores;
Do n.º 1 do artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 76/2007, de n) Certidões de processos de peditórios;
29 de março; o) Certidões de procedimentos concursais;
Do n.º 2 do artigo 6.º do Decreto Regulamentar n.º p) Certidões relativas a registos de alarmes;
18/2007, de 29 de março;

387
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

q) Certidões de processos relativos ao direito de ANEXO


reunião;
r) Fotocópias de documentos constantes dos (a que se refere o n.º 1 do artigo 1.º)
processos referidos nas alíneas anteriores ou do
arquivo histórico. Tabela de taxas a cobrar pelas entidades tuteladas pelo
Ministério da Administração Interna por atos de
Artigo 3.º secretaria
Atualização anual
1 - Emissão de certidões - (euro) 10 por lauda.
Os valores das taxas previstos na tabela anexa à presente 2 - Emissão de declarações - (euro) 10.
portaria são atualizados automaticamente, em 1 de 3 - Emissão de declarações autenticadas - (euro) 15.
março de cada ano, em função da variação - quando esta 4 - Fotocópias simples:
for positiva - do índice médio de preços no consumidor, a) Formato A4, preto e branco - (euro) 0,50;
excluindo a habitação, no continente, relativo ao ano b) Formato A3, preto e branco - (euro) 0,75;
anterior e publicado pelo Instituto Nacional de c) Formato A4, cores - (euro) 1;
Estatística, arredondando-se os resultados obtidos, por d) Formato A3, cores - (euro) 1,50.
excesso, para a unidade superior sempre que se tratem
de valores superiores a (euro) 5 e para a segunda casa De documento arquivado - acrescem (euro) 3 ao total.
decimal nos restantes casos. 5 - Fotocópias autenticadas:
a) Formato A4, preto e branco - (euro) 1;
Artigo 4.º b) Formato A3, preto e branco - (euro) 1,50;
Receitas c) Formato A4, cores - (euro) 2;
d) Formato A3, cores - (euro) 3.
Os montantes auferidos pelas cobranças das taxas
fixadas na tabela anexa à presente portaria constituem De documento arquivado - acrescem (euro) 3 ao total.
receitas próprias das entidades que as apliquem, no 6 - Participações de acidentes de viação:
quadro das respetivas leis orgânicas. a) Remessa de cópia do auto de notícia nos casos
previstos no n.º 5 do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º
Artigo 5.º 291/2007, de 21 de agosto - (euro) 5;
Norma revogatória b) Emissão de certidões, declarações ou fotocópias -
(euro) 10 por lauda.
Ficam expressamente revogados todos os montantes 7 - Cópia em suporte digital - (euro) 6.
anteriormente definidos para os atos tabelados na tabela 8 - Envio [custo a acrescer, se aplicável, aos custos
anexa à presente portaria. previstos nos n.ºs 1 a 5, 6, alínea b), e 7]:
Artigo 6.º a) Postal - (euro) 6;
Entrada em vigor b) Meio eletrónico - (euro) 3.
9 - Termos e rubricas em livros - (euro) 20 por livro.
A presente portaria entra em vigor no 1.º dia útil do mês
seguinte ao da sua publicação.

388
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 1334-E/2010, de 31 de dezembro residência e o seu detentor, consubstanciando elemento


Fixa as taxas e os demais encargos devidos pelos fulcral para garantir a sua proteção contra o uso
procedimentos administrativos inerentes à fraudulento, em consonância com as especificações
concessão de vistos em postos de fronteira, à dimanadas da Organização de Aviação Civil Internacional.
prorrogação de permanência em território
Também ao nível da emissão dos documentos de viagem
nacional, à emissão de documentos de viagem, à se verifica idêntica utilização das tecnologias da
concessão e renovação de autorizações de informação ao serviço do combate à contrafação e
residência, à disponibilidade de escolta, à falsificação documentais [cf. Regulamento (CE) n.º
colocação de estrangeiros não admitidos em 444/2009, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 28
centros de instalação temporária e à prática dos de maio, que alterou o Regulamento (CE) n.º 2252/2004].
demais atos relacionados com a entrada e
permanência de estrangeiros no País É, pois, evidente a necessidade inquestionável de
utilização de dispositivos de elevado nível técnico nos
(retificada pela Declaração de Retificação n.º 6/2011, de títulos de residência, passaportes e documentos de
1 de março, e com as alterações introduzidas pela viagem, para efeitos de os tornarem mais seguros e
Portaria n.º 305-A/2012, de 4 de outubro) estabelecer um nexo mais fiável entre aqueles
documentos e o seu titular.
A Portaria n.º 727/2007, de 6 de setembro (2.ª série),
fixou, em consonância com o disposto no n.º 2 do artigo Neste processo de concessão e emissão de documentos
209.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, as taxas e demais aos cidadãos estrangeiros urge salientar, igualmente, o
encargos devidos pelos procedimentos administrativos reforço dos meios logísticos, nomeadamente no âmbito
previstos naquele diploma, relativos à concessão de dos recursos humanos, propiciadores de maior
vistos em postos de fronteira, à prorrogação de celeridade e eficácia no enquadramento das suas
permanência em território nacional, à emissão de pretensões, tendo sempre presente uma gestão
documentos de viagem, à concessão e renovação de integrada.
autorizações de residência, à disponibilização de escoltas,
à colocação de estrangeiros não admitidos em centros de A harmonização e o reforço da componente de
instalação temporária e à prática dos demais atos securização dos títulos de residência, dos passaportes e
relacionados com entrada ou permanência de dos documentos de viagem, de harmonia com os
estrangeiros no País. regulamentos citados, tem implicações diretas e
necessárias no montante das taxas devidas pelos
Nesta sede, importa assinalar as melhorias tecnológicas procedimentos previstos na Lei n.º 23/2007, de 4 de
introduzidas nos diversos títulos que documentam a julho.
permanência ou residência dos cidadãos estrangeiros em
território nacional, e que se repercutem, de modo A observância destas normas técnicas em matéria de
sensível, na otimização das garantias ao nível da combate à contrafação e à falsificação acarreta aumento
fiabilidade e segurança documentais. dos encargos financeiros imanentes à emissão dos títulos
de residência, passaportes e documentos de viagem,
A utilização das novas tecnologias de informação nos repercutindo-se, ainda que de forma assaz mitigada, no
diversos títulos emitidos aos cidadãos estrangeiros aumento dos quantitativos das taxas devidas por aquela.
enquadra-se no processo de reforço da segurança dos
documentos que titulam a respetiva permanência ou Assim:
residência em território nacional, em obediência às
diretrizes fixadas para o efeito, por diversas organizações Ao abrigo do disposto nos n.ºs 2 e 3 do artigo 209.º da
internacionais, designadamente, a União Europeia. Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, manda o Governo, pelo
Ministro da Administração Interna, o seguinte:
Neste âmbito, importa assinalar o Regulamento (CE) n.º
380/2008, do Conselho, de 18 de abril, que alterou o Artigo 1.º
Regulamento (CE) n.º 1030/2002, o qual estabelece um
modelo uniforme de título de residência para nacionais As taxas e os demais encargos devidos pelos
de países terceiros. procedimentos administrativos inerentes à concessão de
vistos em postos de fronteira, à prorrogação de
A integração de identificadores biométricos permite permanência em território nacional, à emissão de
estabelecer a autenticidade dos títulos de residência, documentos de viagem, à concessão e renovação de
bem como uma ligação mais fiável entre o título de autorizações de residência, à disponibilidade de escolta,

389
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

à colocação de estrangeiros não admitidos em centros de II - Controlo fronteiriço


instalação temporária e à prática dos demais atos
relacionados com a entrada e permanência de a) Pela realização do controlo fronteiriço a bordo de
estrangeiros no País, estabelecidos na Lei n.º 23/2007, de navios, em navegação, nos termos do n.º 4 do
4 de julho, são os que constam da tabela anexa à artigo 6.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho - (euro)
presente portaria, da qual faz parte integrante. 300.
b) Pela emissão das autorizações de acesso à zona
Artigo 2.º internacional do porto e de entrada a bordo de
embarcações para visita ou prestação de serviços
Os valores das taxas previstas na tabela anexa à presente nos termos do n.º 4 do artigo 8.º da Lei n.º
portaria são automaticamente atualizados, com 23/2007, de 4 de julho, em função da validade
arredondamento à casa decimal imediatamente seguinte, respetiva:
a partir de 1 de março de cada ano, com base na variação Por dia - (euro) 5;
do índice médio de preços no consumidor no continente Mensal - (euro) 10;
relativo ao anterior, excluindo a habitação, e publicado Anual - (euro) 20.
pelo Instituto Nacional de Estatística. c) Pela deslocação para efeitos de realização de
controlo fronteiriço em aeródromo nos termos do
Artigo 3.º artigo 6.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, a
suportar pela respetiva entidade gestora - (euro)
É revogada a portaria n.º 727/2007, publicada no Diário 200.
da República, 2.ª série, n.º 172, de 6 de setembro de
2007.
III - Prorrogação de permanência
Artigo 4.º
1 - Por prorrogação de permanência:
A presente portaria produz efeitos 30 dias após a data da
sua publicação e aplica-se aos procedimentos que se a) Pela receção e análise do pedido de prorrogação de
iniciem a partir dessa data. permanência, sem prejuízo do disposto nos n.ºs 2
e 3 - (euro) 30;
ANEXO b) Pela prorrogação de permanência, concedida nos
termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 72.º da Lei
Tabela de taxas e demais encargos a cobrar pelos n.º 23/2007, de 4 de julho - isento;
procedimentos administrativos previstos na Lei n.º c) Pela prorrogação de permanência concedida nos
23/2007, de 4 de julho termos da alínea c) do n.º 1 do artigo 72.º da Lei
n.º 23/2007, de 4 de julho, a titulares de visto de
residência - (euro) 60;
I - Vistos concedidos em postos de fronteira d) Pela prorrogação de permanência até 30 dias,
concedida nos termos da alínea d) do n.º 1 do
a) Por cada visto de curta duração válido para artigo 72.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho -
Portugal, concedido nos termos da alínea b) do (euro) 45;
artigo 66.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho - e) Pela prorrogação de permanência superior a 30
(euro) 80. dias, concedida nos termos da alínea d) do n.º 1
b) Por cada visto de curta duração, com validade para do artigo 72.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho -
todos ou vários Estados Parte na Convenção de (euro) 60;
Aplicação, concedido nos termos da alínea b) do f) Pela prorrogação de permanência até 30 dias, com
artigo 66.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho - validade para Portugal, concedida nos termos da
(euro) 90. alínea d) do n.º 1 e do n.º 4 do artigo 72.º da Lei
c) Por cada visto especial, concedido nos termos da n.º 23/2007, de 4 de julho, aos titulares de visto
alínea c) do artigo 66.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de de curta duração ou aos interessados admitidos
julho - isento. sem exigência de visto - (euro) 45;
d) Pela emissão de visto de curta duração de grupo g) Pela prorrogação de permanência superior a 30
concedido nos postos de fronteira aos marítimos - dias, com validade para Portugal, concedida nos
(euro) 70 por cada visto, acrescido de (euro) 5 por termos da alínea d) do n.º 1 e do n.º 4 do artigo
cada marítimo abrangido e do correspondente ao 72.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, aos titulares
custo de uma vinheta. de visto de curta duração ou aos interessados
admitidos sem exigência de visto - (euro) 60;

390
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

h) Pela prorrogação de permanência, concedida nos n.º 23/2007, de 4 de julho - valor da taxa prevista na
termos da alínea e) do n.º 1 do artigo 72.º da Lei alínea a), acrescido do quantitativo de (euro) 15.
n.º 23/2007, de 4 de julho, aos titulares de visto
de estada temporária concedidos ao abrigo da
alínea a) do n.º 1 do artigo 54.º - (euro) 30; IV - Títulos de residência
i) Pela prorrogação de permanência, concedida nos
termos da alínea e) do n.º 1 do artigo 72.º da Lei 1 - Por títulos de residência:
n.º 23/2007, de 4 de julho, aos titulares de visto a) Pela receção e análise do pedido de concessão ou
de estada temporária concedidos ao abrigo da renovação de autorização de residência - (euro)
alínea b) do n.º 1 do artigo 54.º e 55.º - (euro) 60; 75;
j) Pela prorrogação de permanência até 90 dias, b) Por cada título de residência temporário ou pela
concedida nos termos da alínea e) do n.º 1 do sua renovação nos termos do n.º 1 do artigo 75.º
artigo 72.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, aos da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho - (euro) 65;
titulares de visto de estada temporária concedidos c) Pela renovação do título de residência temporário
ao abrigo da alínea c) do n.º 1 do artigo 54.º e 56.º nos termos do n.º 2 do artigo 75.º da Lei n.º
- (euro) 60; 23/2007, de 4 de julho - (euro) 30;
l) Pela prorrogação de permanência, concedida nos d) Por cada título de residência permanente nos
termos da alínea e) do n.º 1 do artigo 72.º da Lei termos do n.º 1 do artigo 76.º da Lei n.º 23/2007,
n.º 23/2007, de 4 de julho, aos titulares de visto de 4 de julho - (euro) 200;
de estada temporária concedidos ao abrigo da e) Pela renovação do título de residência permanente
alínea d) do n.º 1 do artigo 54.º e 57.º - (euro) 30; nos termos do n.º 2 do artigo 76.º da Lei n.º
m) Pela prorrogação de permanência, concedida nos 23/2007, de 4 de julho - (euro) 35;
termos da alínea e) do n.º 1 do artigo 72.º da Lei f) Por cada título de residência temporário concedido
n.º 23/2007, de 4 de julho, aos titulares de visto com dispensa de visto consular, sem prejuízo do
de estada temporária concedidos ao abrigo da disposto no n.º 5 - (euro) 175;
alínea e) do n.º 1 do artigo 54.º - (euro) 60; g) Pela autorização para exercício de atividade
n) Pela prorrogação de permanência, concedida nos profissional por parte dos titulares de autorização
termos da alínea e) do n.º 1 do artigo 72.º da Lei de residência para estudo concedida nos termos
n.º 23/2007, de 4 de julho, aos titulares de visto do n.º 2 do artigo 97.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de
de estada temporária concedidos ao abrigo da julho - (euro) 70;
alínea f) do n.º 1 do artigo 54.º - (euro) 60; h) Pela emissão de segunda via do título de residência
o) Pela prorrogação de permanência, concedida nos - 50 % do valor da respetiva taxa de emissão;
termos da alínea e) do n.º 1 do artigo 72.º da Lei i) Pela emissão de terceira via e sucessivas do título
n.º 23/2007, de 4 de julho, aos titulares de visto de residência - 100 % do valor da respetiva taxa de
de estada temporária concedidos ao abrigo da emissão.
alínea g) do n.º 1 do artigo 54.º - (euro) 30;
2 - Por títulos de residência cartão azul UE:
p) Pela prorrogação de permanência concedida nos
termos do n.º 3 do artigo 72.º da Lei n.º 23/2007, a) Pela receção e análise do pedido de concessão ou
de 4 de julho - (euro) 60; renovação de autorização de residência cartão
q) Pela prorrogação de permanência, concedida nos azul UE - (euro) 100;
termos do n.º 3 do artigo 71.º da Lei n.º 23/2007, b) Por cada título de residência temporário cartão
de 4 de julho - (euro) 80. azul UE ou pela sua renovação, nos termos do
2 - Pela receção e análise do pedido de prorrogação de artigo 121.º-E da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho -
visto Schengen, com validade para outros Estados (euro) 95;
Partes na Convenção de Aplicação, por razões c) Por cada título de residência temporário cartão azul
pessoais atendíveis - (euro) 30. UE concedido com dispensa de visto consular, sem
prejuízo do disposto no n.º 5 - (euro) 210;
3 - Pela receção e análise do pedido de prorrogação de d) Pela emissão de segunda via do título de residência
visto Schengen, com validade para outros Estados temporário cartão azul UE - 50 % do valor da
Partes na Convenção de Aplicação, por motivos de respetiva taxa de emissão;
força maior ou por razões humanitárias - isento. e) Pela emissão de terceira via e sucessivas do título
4 - Pela receção e análise do pedido de prorrogação de de residência temporário cartão azul UE - 100 %
permanência que se fundamente em alteração de do valor da respetiva taxa de emissão;
motivos ou no qual se requeira prorrogação para f) Pela substituição do título de residência, por
além dos limites previstos, ao abrigo, respetivamente, alteração dos elementos previstos no artigo 86.º
do n.º 3 do artigo 71.º e do n.º 2 do artigo 72.º da Lei

391
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho - 25 % do valor VI - Residente de longa duração noutro Estado membro
da respetiva taxa de emissão. da União Europeia ou titular de cartão azul UE noutro
Estado membro da União Europeia
3 - Por títulos de residência para atividade de
investimento: a) Pela receção e análise do pedido de concessão de
a) Pela receção e análise do pedido de concessão ou autorização de residência a titulares do estatuto
renovação de autorização de residência para a de residente de longa duração ou de cartão azul
atividade de investimento, nos termos do artigo UE em outro Estado membro da União Europeia -
90.º-A da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho - (euro) (euro) 100.
500; b) Pela emissão de autorização de residência a
b) Pela emissão de autorização de residência para a titulares do estatuto de residente de longa
atividade de investimento, nos termos do artigo duração ou de cartão azul UE em outro Estado
90.º-A da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho - (euro) membro da União Europeia, concedida nos
5000; termos do n.º 1 do artigo 116.º e do n.º 1 do
c) Pela renovação da autorização de residência para a artigo 118.º, ou do n.º 1 do artigo 121.º-K da Lei
atividade de investimento, nos termos do artigo n.º 23/2007, de 4 de julho - (euro) 210.
90.º-A da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho - (euro) c) Pela renovação do título de residência a titulares
2500; do estatuto de residente de longa duração ou de
d) Pela autorização de residência para familiares cartão azul UE em outro Estado membro da União
reagrupados com os titulares de autorização de Europeia - (euro) 120.
residência para a atividade de investimento, nos d) Pela emissão de segunda via do cartão azul UE
termos do artigo 90.º-A da Lei n.º 23/2007, de 4 noutro Estado membro da União Europeia - 50 %
de julho - (euro) 5000; do valor da respetiva taxa de emissão.
e) Pela renovação da autorização de residência para e) Pela emissão de terceira via e sucessivas do cartão
familiares reagrupados com titulares de azul UE noutro Estado membro da União Europeia
autorização de residência para a atividade de - 100 % do valor da respetiva taxa de emissão.
investimento, nos termos do artigo 90.º-A da Lei f) Pela substituição do cartão azul UE noutro Estado
n.º 23/2007, de 4 de julho - (euro) 2500; membro da União Europeia, por alteração dos
f) Pela emissão de segunda via do título de residência elementos previstos no artigo 86.º da Lei n.º
para a atividade de investimento - 50 % do valor 23/2007, de 4 de julho - 25 % do valor da
da taxa prevista na alínea a); respetiva taxa de emissão.
g) Pela emissão de terceira via e sucessivas do título
de residência para a atividade de investimento -
100 % do valor da taxa prevista na alínea a); VII - Estatuto de residente de longa duração em
h) Pela substituição do título de residência para a território nacional
atividade de investimento, por alteração dos
elementos previstos no artigo 86.º da Lei n.º 1 - Por titulares do estatuto de residente de longa
23/2007, de 4 de julho - 25 % do valor da taxa duração:
prevista na alínea a).
a) Pela receção e análise do pedido de concessão de
4 - A receita originada pelas taxas previstas nas alíneas b) autorização de residência a titulares do estatuto
a e) do número anterior é repartida em partes iguais de residente de longa duração em território
entre o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e o nacional - (euro) 100.
Fundo para as Relações Internacionais, I. P. (FRI) b) Pela receção e análise do pedido de concessão ou
5 - As taxas previstas nas alíneas d) e f) do n.º 1 são de renovação de autorização de residência a
reduzidas em 50 % quando os títulos de residência titulares do estatuto de residente de longa
respeitem a menores nos termos da alínea a), b) ou e) duração em território nacional de beneficiários de
do n.º 1 do artigo 122.º e do artigo 124.º da Lei n.º proteção internacional - isento;
23/2007, de 4 de julho. c) Pela emissão de título UE de residência a titulares
do estatuto de residente legal de longa duração
em território nacional, concedida nos termos do
V - Autorização de residência a vítima de tráfico de n.º 1 do artigo 121.º-I e do n.º 1 do artigo 130.º da
pessoas ou de ação de auxílio à imigração ilegal Lei n.º 23/2007, de 4 de julho - (euro) 210;
d) Pela emissão de título UE de residência a titulares
Isento. do estatuto de residente legal de longa duração

392
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

em território nacional concedida a beneficiários XII - Lista de viagem para estudantes


de proteção internacional - isento;
e) Pela renovação do título de residência UE a Isento.
titulares do estatuto de residente de longa
duração em território nacional - (euro) 120; XIII - Documento de viagem para afastamento coercivo
f) Pela renovação do título de residência UE a titulares ou expulsão de nacionais de Estados terceiros
do estatuto de residente de longa duração em
território nacional de beneficiários de proteção Isento.
internacional - isento.
XIV - Boletim de alojamento
2 - Pela emissão de segunda via do título UE de
residência a titulares do estatuto de residente
Isento.
legal de longa duração em território nacional,
XV – Escolta
concedida nos termos do n.º 1 do artigo 121.º-I da
Lei n.º 23/2007, de 4 de julho - 50 % do valor da
Por cada estrangeiro conduzido sob escolta, taxa diária -
respetiva taxa de emissão.
(euro) 350.
3 - Pela emissão de terceira via e sucessivas do título
UE de residência a titulares do estatuto de
residente legal de longa duração em território
XVI - Centros de instalação temporária e espaços
nacional, concedida nos termos do n.º 1 do artigo
equiparados
121.º-I da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho - 100 %
do valor da respetiva taxa de emissão.
a) A taxa a que se refere o n.º 2 do artigo 41.º e a
alínea c) do n.º 1 do artigo 142.º da Lei n.º
23/2007, de 4 de julho, é de (euro) 90 por dia.
VIII - Passaportes para estrangeiros
b) A taxa prevista na alínea anterior será reduzida em
50 % quando a permanência em centro de
a) Individual - (euro) 100.
instalação temporária do estrangeiro não
b) Pela substituição do passaporte válido que se
ultrapasse o período de doze horas.
encontre totalmente preenchido - (euro)75.

XVII - Impressos e vinhetas


IX - Controlo de documentos de viagem
a) As taxas previstas na presente tabela integram os
Pelo controlo dos documentos de viagem emitidos em
custos dos impressos, vinhetas ou títulos de
território nacional pelas missões diplomáticas ou postos
residência.
consulares estrangeiros, nos termos do artigo 28.º da Lei
b) Os cidadãos que beneficiam da isenção do
n.º 23/2007, de 4 de julho - (euro) 70.
pagamento da taxa apenas suportam os encargos
financeiros com impressos, vinhetas ou títulos de
X - Título de viagem para refugiados
residência.
c) Impressos e vinhetas - (euro) 15.
a) Pela emissão do título de viagem para refugiados -
d) Impressos e títulos de residência - (euro) 35.
isento.
b) Por cada filho ou adotado menor de 10 anos
incluído no título de viagem - isento.
XVIII - Serviço externo
c) Pela substituição do título de viagem que se
encontre totalmente preenchido - isento.
Por cada deslocação, desde que resulte de imperativo
d) Pela prorrogação concedida nos termos do n.º 2 do
legal, se realize a pedido do interessado ou por
artigo 19.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho -
necessidade deste - (euro) 65.
isento.
XIX - Remessa pelo correio do título residência
XI - Salvo-conduto
Por cada remessa - (euro) 6.
Isento.

393
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

394
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 193/2013, de 27 de maio Nesta circunstância, vem a presente portaria definir os
Define os parâmetros a que deve obedecer o parâmetros a que o SEF deve obedecer na fixação dos
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras na fixação dos procedimentos e soluções tecnológicas a adotar pelas
procedimentos e soluções tecnológicas a adotar transportadoras aéreas para transmissão da informação
dos passageiros alvo de comunicação antecipada
pelas transportadoras aéreas para transmissão da
obrigatória.
informação dos passageiros alvo de comunicação
antecipada obrigatória Foi promovida a audição da Comissão Nacional de
Proteção de Dados, do SEF e do Instituto Nacional de
Aviação Civil.
A Diretiva n.º 2004/82/CE do Conselho, de 29 de abril de
2004, veio estabelecer a obrigação para os Estados- Assim:
membros de legislar no sentido de obrigar as
transportadoras aéreas a transmitir os dados dos Manda o Governo, pelo Ministro da Administração
passageiros que transportem até um posto autorizado de Interna, ao abrigo do disposto no artigo 42.º da Lei n.º
passagem de fronteira externa, através do qual entrem 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º
no território de um Estado-membro. 29/2012, de 9 de agosto, e no artigo 9.º do Decreto
Regulamentar n.º 84/2007, de 5 de novembro, o
A diretiva teve por objetivos, essencialmente, combater a seguinte:
imigração ilegal e melhorar o controlo de fronteiras e dos
fluxos migratórios, sendo as obrigações ali previstas Artigo 1.º
complementares face às que decorrem do artigo 26.º da Objeto
Convenção de Aplicação do Acordo de Schengen de 1990,
tal como complementado pela Diretiva n.º 2001/51/CE, Pela presente portaria definem-se os parâmetros a que
de 10 de julho de 2001. deve obedecer o SEF na fixação dos procedimentos e
soluções tecnológicas a adotar pelas transportadoras
Idênticos desideratos de combate à imigração ilegal e de aéreas para transmissão da informação dos passageiros
utilização das novas tecnologias de informação tendo em alvo de comunicação antecipada obrigatória.
vista a inovação, a simplificação e a aceleração de
procedimentos são prosseguidos pela Lei n.º 23/2007, de Artigo 2.º
4 de julho, que veio definir o regime jurídico de entrada, Definições
permanência, saída e afastamento de estrangeiros do
território nacional.
Para os efeitos da presente portaria, entende-se por:
A Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, alterou entretanto a a) "ATA" (actual time of arrival), o horário de chegada
Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, implementando, a nível efetiva do voo ao ponto de desembarque;
nacional, o Regulamento (CE) n.º 810/2009 do b) "ATD" (actual time of departure), o horário de
Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de julho, que partida efetiva do voo do ponto de embarque;
estabelece o Código Comunitário de Vistos, e transpondo c) "Controlo de fronteiras", o controlo nas fronteiras
cinco diretivas europeias. externas que, independentemente de qualquer
outro motivo, se baseia exclusivamente na
O artigo 42.º do referido diploma identifica um conjunto intenção de passar a fronteira;
de informações relativas aos passageiros transportados d) "DCS" (departure control system), o sistema de
por transportadoras aéreas para território nacional, que controlo de partidas;
devem ser alvo de comunicação prévia e obrigatória ao e) "ETA" (estimated time of arrival), o horário
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). estimado para chegada do voo ao ponto de
desembarque;
Pelo Decreto Regulamentar n.º 84/2007, de 5 de f) "ETD" (estimated time of departure), o horário
novembro, veio o Governo regulamentar a entrada, estimado para partida do voo do ponto de
permanência, saída e afastamento de estrangeiros do embarque;
território nacional, estabelecendo no seu artigo 9.º a g) "Fecho do registo de embarque" ou "final do
obrigação, para o SEF, de determinar os procedimentos e registo de embarque", o momento de
soluções tecnológicas adequados para a transmissão encerramento da porta de embarque, não
pelas transportadoras aéreas dos dados previstos no havendo, salvo situações excecionais ou casos de
artigo 42.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, alterada força maior, lugar à sua reabertura, senão no
pela Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, nos termos a definir ponto de desembarque;
por portaria.

395
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

h) "Guia Português de Implementação Técnica APIS", Artigo 4.º


o documento que disponibiliza as especificações Informação obrigatória
técnicas que as transportadoras aéreas devem
implementar para assegurar o cumprimento das 1 - A informação antecipada sobre passageiros deve ser
obrigações decorrentes da legislação nacional e da recolhida pela transportadora aérea durante o registo
União Europeia no que respeita à informação de embarque, devendo integrar, para cada
antecipada sobre passageiros a comunicar ao SEF; passageiro, os elementos a seguir elencados:
i) "Informação antecipada sobre passageiros", a
informação elencada nos termos do artigo 4.º da a) O número, o tipo, a data de emissão e a validade
presente portaria; do documento de viagem utilizado;
j) "Originador certificado", a transportadora aérea b) A nacionalidade;
certificada ou o emissor da mensagem, caso seja c) O nome completo;
uma entidade diferente da transportadora aérea; d) A data de nascimento;
k) "Ponto de passagem de fronteira", qualquer ponto e) O ponto de passagem da fronteira à entrada no
de passagem autorizado pelas autoridades território nacional;
competentes para a passagem das fronteiras f) O código do transporte;
externas; g) A hora de partida e de chegada do transporte;
l) "Registo de embarque", o processo de verificação e h) O número total de passageiros incluídos nesse
confirmação dos documentos de viagem dos transporte; e,
passageiros, levado a cabo pelas transportadoras i) O ponto inicial de embarque.
aéreas, com vista à autorização ou recusa de
embarque dos passageiros; 2- Cabe às transportadoras aéreas fazer a recolha de toda
m) "Sistema de Informação Antecipada de a informação acima indicada, a qual deve ser
Passageiros", os procedimentos e soluções transmitida, no final do registo de embarque, por
tecnológicas relativos à obrigação que impende mensagem em formato que obedeça às
sobre as transportadoras aéreas de fornecer, especificações técnicas e procedimentos previstos no
prévia e obrigatoriamente ao SEF, informação Guia Português de Implementação Técnica APIS.
sobre passageiros que viajem em rotas com 3- Para obstar a falhas na transmissão ou na receção das
destino a, ou em trânsito sobre, o território mensagens, por motivos técnicos ou logísticos, são
nacional português, provindos de Estados disponibilizados meios alternativos para submissão
terceiros; das mensagens ao SEF, conforme previsto no Guia
n) "STA" (scheduled time of arrival), o horário previsto Português de Implementação Técnica APIS.
para chegada do voo ao ponto de desembarque; 4- A informação antecipada sobre passageiros,
o) "STD" (scheduled time of departure), o horário independentemente da recolha antecipada
previsto para partida do voo do ponto de decorrente de meios não presenciais de registo de
embarque; embarque, deve ser sempre conferida durante o
p) "Transportadora aérea", a empresa detentora de embarque, na presença dos passageiros e em
licença de exploração, nos termos do confrontação com os respetivos documentos de
Regulamento (CE) n.º 1008/2008, do Parlamento viagem e de identificação.
Europeu e do Conselho, de 24 de setembro de
5- As transportadoras aéreas são responsáveis pela
2008, relativo a regras comuns de exploração dos
veracidade, fidedignidade e completude da
serviços aéreos na Comunidade;
informação transmitida ao SEF, sem prejuízo do
q) "Transportadora aérea certificada", a
eventual direito de regresso de que beneficiem
transportadora aérea objeto de processo de
perante os passageiros responsáveis pela transmissão
certificação eletrónica a definir pelo SEF.
de informação falsa, incorreta ou incompleta.
Artigo 3.º
Âmbito de aplicação
Artigo 5.º
Dados dos passageiros
O disposto na presente portaria é aplicável à informação
antecipada sobre passageiros recolhida por qualquer
As transportadoras aéreas ficam obrigadas a informar os
transportadora aérea que efetue rotas com destino a, ou
passageiros nos termos do artigo 44.º da Lei n.º 23/2007,
em trânsito sobre, o território nacional, provindas de
de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de
Estados terceiros.
9 de agosto, bem como a eliminar definitivamente todos
os dados recolhidos e transmitidos ao SEF no prazo de 24
horas a contar do ATA.

396
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 6.º Organização do Documento


Especificações técnicas
Este documento está organizado nos seguintes capítulos:
1- Na transmissão da informação antecipada sobre
passageiros as transportadoras aéreas devem - Introdução
respeitar as especificações técnicas previstas no Guia
Português de Implementação Técnica APIS. Este capítulo descreve os principais objetivos relativos à
obrigatoriedade de comunicação dos dados de
2- O Guia Português de Implementação Técnica APIS é
passageiros pelas transportadoras.
publicado em anexo à presente portaria.
É feita referência aos requisitos técnicos que devem ser
Artigo 7.º assegurados por cada transportadora na implementação
Entrada em vigor da presente especificação.

A presente portaria entra em vigor 30 dias após a data da Inclui-se também neste capítulo um conjunto de
sua publicação. acrónimos para um bom entendimento e leitura do
documento.
ANEXO
Guia Português de Implementação Técnica APIS - Definição de Informação

INTRODUÇÃO Este capítulo apresenta os manifestos que devem ser


Objetivos do Documento comunicados ao SEF, descrevendo os dados que
caracterizam cada manifesto.
Através da introdução da Diretiva n.º 2004/82/CE do
Conselho de 29 de abril de 2004, cada estado membro - Especificação Detalhada
através das suas autoridades fronteiriças devem obrigar
as transportadoras à transmissão e comunicação de O objetivo deste capítulo é a descrição detalhada da
dados dos passageiros. mensagem PAXLST, caracterizando cada bloco de dados
em função da informação e regras que devem ser
O objetivo do presente documento é disponibilizar a aplicadas.
todas as transportadoras a especificação técnica que
devem implementar para assegurar o cumprimento desta - Anexos
diretiva.
Informação anexa de apoio ao documento.
A especificação aqui introduzida é baseada na aplicação
da norma UN/EDIFACT, utilizando a mensagem PAXLST Requisitos Técnicos para Implementação
que define e estabelece a informação que deverá ser
comunicada ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Cada transportadora deve ter em consideração os
requisitos técnicos abaixo descritos.
Acrónimos
Formato de Mensagens
Para melhor compreensão do documento apresenta-se
na tabela seguinte os acrónimos usados no documento. O SEF define como obrigatório a aplicação da norma
UN/EDIFACT utilizando a mensagem PAXLST para a
comunicação dos dados.

Este é o modo que deve ser respeitado integralmente por


cada transportadora.

DEFINIÇÃO DA INFORMAÇÃO

O presente capítulo descreve os elementos de dados que


devem estar presentes nos diferentes manifestos a
serem produzidos por parte de cada transportadora.

397
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

De acordo com a secção 8 do guia de implementação API


(1), podemos dividir a informação em dois blocos
essenciais:

- Dados relativos ao voo (data header), informação que


estabelece as características de cada voo (identificação
de voo, data prevista de embarque, etc.) devendo estar
disponível nos sistemas de cada transportadora;

- Dados relativos a passageiros (data item), informação


que corresponde aos dados constantes do documento
oficial de viagem;

Em seguida são descritos os elementos de dados


obrigatórios e opcionais para cada bloco de informação a
ser enviado nos diferentes manifestos.

(1)
Guidelines on Advance Passenger Information, WCO/IATA/ICAO,
março 2003

Manifesto da Informação de Passageiros

Dados de Voo

Dados de Passageiros

398
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

ESPECIFICAÇÃO DETALHADA DAS MENSAGENS

Estrutura da Mensagem

O formato UN/EDIFACT consiste numa mensagem de


segmentos com 5 níveis hierárquicos

Figura 1

Descrição dos Elementos

Os elementos descritos neste documento estão de


acordo com a norma EDI (ISO 9735).

Elemento UNA (Caráteres de Serviço)

Propósito: Segmento utilizado para definir os caráteres


usados como separadores e indicadores. Se este
segmento for utilizado deverá ser o primeiro segmento
apresentado na mensagem, e deverá aparecer antes do
elemento UNB. Caso este elemento não seja enviado os
valores por default são os apresentados no exemplo.
Nível do segmento: 0
Uso: Opcional.
Exemplo:
UNA:+.? '

Definição do segmento:

399
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Elemento UNB (Cabeçalho da Transferência) Definição do segmento:

Propósito: Segmento para identificar o começo da mensagem, identifica unicamente


a mensagem. O tipo de código para listagem de passageiros é PAXLST.
Nível do segmento: 0
Uso: Obrigatório.
Exemplo: UNB+UNOA:4+AIRLINE ABC:ZZ+PTSEFAPI:ZZ+080129:0900+0000001++APIS'

Definição do segmento:

Elemento UNH (Cabeçalho da Mensagem)


Propósito: Segmento para identificar o começo da mensagem, identifica unicamente
a mensagem. O tipo de código para listagem de passageiros é PAXLST.
Nível do segmento: 1
Uso: Obrigatório.
Exemplo: UNH+MSG001+PAXLST:D:02B:UN:IATA'

Definição do segmento:

Elemento UNG (Cabeçalho de Grupo)

Propósito: Segmento para identificar um grupo de mensagens ou pacote de


mensagens. Para esta implementação apenas é permitido um grupo.
Nível do segmento: 0
Uso: Obrigatório.
Exemplo: UNG+PAXLST+AIR1:ZZ+PTSEFAPI:ZZ+020722:0900+1+UN+D:02B'

400
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Definição do segmento:

Elemento BGM (Início de Mensagem)

Propósito: Determina o início da mensagem. Indica o tipo e a função da mensagem e


transmite o seu número identificador.
Nível do segmento: 0
Uso: Obrigatório.
Exemplos: BGM+250+CC' Elemento COM (Contacto para comunicação)

Definição do segmento: Propósito: Segmento que identifica a informação para contacto (telefone / fax /
email), da companhia encarregada de reportar a listagem de passageiros.
Grupo de Segmento: 1 (Obrigatório)
Nível do Segmento: 3
Uso: Obrigatório.
Exemplos: COM+514 874 0202:TE+514 874 1779:FX'

Definição do segmento:

Elemento NAD (Nome e endereço) Elemento TDT (Detalhe do transporte) - Código do Voo

Propósito: Segmento que identifica a companhia que reporta o manifesto de Propósito: Segmento que especifica os detalhes do voo. Código IATA da companhia
informação. Recomenda-se que a pessoa de contacto tenha uma disponibilidade de aérea e número de voo.
24/7. Grupo de Segmento: 2 (Obrigatório)
Grupo de Segmento: 1 (Obrigatório) Nível do Segmento: 2
Nível do Segmento: 2 Uso: Obrigatório.
Uso: Obrigatório. Exemplos: TDT+20+TP123+++TP'
Exemplos: NAD+MS+++JIM DANDY'

401
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Definição do segmento:

Exemplos:
Para um voo direto entre Luanda e Lisboa, teriam que ser fornecidos os seguintes
dados:

Elemento LOC (Identificador de lugar) - Itinerário de voo.

Propósito: Segmento utilizado para especificar os aeroportos de origem e destino,


assim como outros aeroportos que façam parte do itinerário.
Grupo de Segmento: 3 (Obrigatório)
. São obrigatórios 2 segmentos deste tipo, um com a origem do voo que
corresponde ao código "125" e outro com o destino do voo que corresponde ao
código "87".
. Cada ciclo do grupo 3 deverá começar pelo elemento LOC. Elemento DTM (Data/Hora/Período) - Origem/Destino do voo
Nível do Segmento: 3
Uso: Obrigatório. Propósito: Segmento usado para especificar as datas e horas locais para a origem
Exemplo: LOC+87+HNL' e/ou destino do voo.
Grupo de Segmento: 3 (Obrigatório)
Definição do segmento: Nível do Segmento: 4
Uso: Obrigatório.

402
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Exemplo: DTM+189:0203191630:201'
Definição do segmento: Elemento DTM (Data/Hora/Período) - Data de Nascimento do passageiro

Propósito: Segmento que especifica a data de nascimento do passageiro.


Exemplos: Grupo de Segmento: 4 (Obrigatório)
Nível do Segmento: 3
Uso: Obrigatório.

Exemplo: DTM+329:640217'
Elemento NAD (Nome e endereço) – Passageiro

Propósito: Segmento usado para especificar o nome e endereço de um passageiro.


Grupo de Segmento: 4 (Obrigatório)
. Cada ciclo do grupo 4 (Passageiro), começa com um segmento NAD.
. Cada ciclo do grupo 4 é obrigatório por cada passageiro que se queira introduzir.
Definição do segmento:
Nível do Segmento: 2
Uso: Obrigatório.
Elemento NAT (Nacionalidade) - Cidadania do passageiro
Exemplo: NAD+FL+++SMITH:JOAN:A
Propósito: Segmento usado para especificar a nacionalidade (atual cidadania), de um
passageiro.
Definição do segmento:
Grupo de Segmento: 4 (Obrigatório)
Nível do Segmento: 3
Uso: Obrigatório.
Exemplo: NAT+2+PRT'
Definição do segmento:

Exemplos:

Elemento DOC (Detalhe de Documento) - Documento passageiro

Propósito: Segmento que especifica os documentos de viagem do passageiro, como o


passaporte.

403
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Grupo de Segmento: 5 (Obrigatório) Definição do segmento:


Nível do Segmento: 3
. Cada ciclo do grupo 5 (Documentos) começa com um segmento DOC.
Uso: Obrigatório.
Exemplos: DOC+P+MB140241'

Exemplos:

Elemento CNT (Controle total) - Número de Passageiros

Propósito: Segmento utilizado para especificar o número total de passageiros.


Nível do Segmento: 1
Uso: Obrigatório.
Exemplo: CNT+41:12'
Definição do segmento:

Exemplo:

Elemento UNT (Fim da mensagem)

Propósito: Segmento de fim de mensagem, contem o número total de segmentos da


mensagem (UNH e UNT inclusive), e o número de referência de controlo da
mensagem.
Nível do Segmento: 1
Uso: Obrigatório.

404
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Exemplo: UNT+45+PAX001'
Definição do segmento:

Elemento UNE (Rodapé do Grupo)

Propósito: Segmento de fim de grupo. Este segmento é obrigatório caso o manifesto


tenha presente o elemento UNG.
Nível do Segmento: 0
Uso: Opcional.
Exemplo: UNE+1+1'
Definição do segmento:

Elemento UNZ (Rodapé da transferência)

Propósito: Segmento de fim de transferência.


Nível do Segmento: 0
Uso: Obrigatório.
Exemplo: UNZ+1+000000001'
Definição do segmento:

405
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

FALHAS TÉCNICAS E MÉTODO ALTERNATIVO ICAO 9303 Document Types

Método Alternativo

O SEF disponibiliza o site apis.sef.pt como meio alternativo para as transportadoras


efetuarem a transmissão dos dados.

Falhas Técnicas

Caso ocorram falhas técnicas ou logísticas na transmissão dos dados, as


transportadoras deverão comunicar e justificar imediatamente a falha de
comunicação ao SEF, para a caixa de correio apis@sef.pt.

ANEXOS Other Document Types


Anexo A
.
This Section provides data element codes lists that are used in the air mode PAXLST
message.
For a complete data element code list, refer to the UN Code Set Directory.
1153 Reference code qualifier
1001 Document name code Desc: Code qualifying a reference.
Repr: an..3
Desc: Code specifying the document name.
Repr: an..3

406
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

2005 Date or time or period function code qualifier

Desc: Code qualifying the function of a date, time or period.


Repr: an..3

3155 Communication address code qualifier

Descr: Code qualifying the communication address.


Repr: an..3

2379 Date or time or period format code

Desc: Code specifying the representation of a date, time or period.


Repr: an..3
3225 Place/Location Identification

Refer to ATA/IATA defined three letter airport codes as published in the IATA Airline
Coding Directory. For States responsible for issuing official documents, refer to ICAO
Doc 9303/ISO 3166.
3035 Party function code qualifier

Desc: Code giving specific meaning to a party.


Repr: an..3

407
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

3227 Location function code qualifier 3493 Nationality code qualifier

Desc: Code identifying the function of a location. Desc: Code qualifying a nationality.
Repr: an..3 Repr: an..3

6069 Control total type code qualifier

Desc: Code qualifying the type of control of hash total.


Repr: an..3

8051 Transport stage code qualifier

Desc: Code qualifying a specific stage of transport


Repr: an..3

Anexo B.
Formato UN/EDIFACT

Cada elemento (segmento), no formato EDIFACT é representado por uma linha. Por
defeito o caráter separador de cada linha é a " ' " (plica). O separador de linha é um
caráter obrigatório do formato, e deverá estar sempre presente no final de cada
segmento.

Para que o formato EDIFACT seja considerado válido o formato seguinte deve ser
respeitado e todos os ficheiros deverão ter a extensão "txt".

408
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

No seguinte exemplo, os campos apresentados a negrito são obrigatórios e inalteráveis.

409
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

410
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

411
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

412
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 597/2015, de 29 de julho e) Validade;


f) Número de identificação do documento;
Aprova o modelo de autorização de residência
g) Fotografia do titular.
provisória para requerentes de proteção
internacional 2. O verso do cartão deve conter:
a) Menções fixas correspondentes aos direitos
Nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 27.º da Lei n.º mencionados nos artigos 27.º e 54.º da Lei n.º
27/2008, de 30 de junho, alterado pela Lei n.º 26/2014, 26/2014, de 5 de maio que republicou a Lei n.º
de 5 de maio, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras 27/2008, de 30 de junho.
emite uma autorização de residência provisória a favor b) Assinatura manuscrita digitalizada do titular.
das pessoas cujo pedido de proteção internacional tenha
sido admitido. Do mesmo modo, também aos membros Artigo 3.º
da família do requerente a quem tenham sido declarados Elementos de segurança física e requisitos técnicos
extensivos os efeitos da proteção internacional é emitida
uma autorização de residência provisória. 1. Na produção e personalização do cartão de
autorização de residência provisória deve ser
Nos termos do n.º 2 do artigo 27.º da Lei n.º 27/2008, de garantido o cumprimento dos requisitos técnicos
30 de junho, alterado pela Lei n.º 26/2014, de 5 de maio, necessários e adequados a cada um dos seguintes
o modelo da autorização de residência provisória emitida elementos de segurança física:
aos requerentes de proteção internacional e membros
a) Materiais de base utilizados no fabrico do
da sua família, é fixado por portaria do membro do
documento;
Governo responsável pela área da administração interna.
b) Técnicas de impressão;
c) Técnicas de integração dos dados biográficos nos
O modelo de autorização de residência provisória foi
materiais de base utilizados no fabrico do
aprovado pela Portaria n.º 758/2008, de 26 de agosto.
documento;
Decorridos cerca de sete anos desde a sua aprovação,
d) Proteção anticópia.
urge atualizar este documento, reforçando as suas
condições de segurança face aos padrões internacionais 2. O cartão de autorização de residência provisória deve:
relativos a documentação de segurança. a) Respeitar as dimensões ICAO (ID1), com inscrições
em ambas as faces;
Assim: b) Ter substrato em PVC com impressão de fundo em
Ao abrigo do disposto no n.º 2 do artigo 27.º da Lei n.º offset e sobreimpressão fluorescente à luz
27/2008, de 30 de junho, alterada pela Lei n.º 26/2014, ultravioleta;
de 5 de maio, manda o Governo, pela Ministra da c) Conter laminado com elemento ótico difrativo
Administração Interna, o seguinte: variável (EODV / DOVID).

Artigo 1.º Artigo 4.º


Modelo Norma revogatória

É aprovado, em anexo à presente portaria e dela fazendo É revogada a Portaria n.º 758/2008, de 26 de agosto.
parte integrante, o modelo de cartão de autorização de
residência provisória para requerentes de proteção Artigo 5.º
internacional cujo pedido tenha sido admitido, a emitir Produção de efeitos
nos termos e para os efeitos previstos no artigo 27.º da
Lei n.º 27/2008, de 30 de junho, alterada pela Lei n.º O novo modelo de cartão de autorização de residência
26/2014, de 5 de maio. provisória apenas se aplica aos procedimentos de
emissão dos documentos que tenham sido requeridos
Artigo 2.º após a sua entrada em vigor.
Elementos visíveis do cartão
Artigo 6.º
1. A frente do cartão deve conter os seguintes Entrada em vigor
elementos:
a) Apelido e nome próprio; A presente portaria entra em vigor no dia seguinte
b) Data e local de nascimento; ao da sua publicação.
c) Nacionalidade;
d) Sexo;

413
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

ANEXO
Modelo do cartão de autorização de residência provisória

Frente do cartão

Verso do cartão

414
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 302/2015, de 22 de setembro Artigo 1.º


Modelo
Aprova o modelo de título de viagem para os
cidadãos estrangeiros residentes em Portugal na
É aprovado, em anexo à presente portaria e dela fazendo
qualidade de refugiados e revoga a Portaria n.º parte integrante, o modelo de título de viagem para os
396/2008, de 6 de junho cidadãos estrangeiros residentes em Portugal na
qualidade de refugiados, revestindo a forma de
(com as alterações introduzidas pela Portaria n.º passaporte eletrónico com zona de leitura ótica e chip de
412/2015, de 27 de novembro) leitura por radiofrequência, nos termos da lei reguladora
do direito de asilo, bem como para os refugiados
Nos termos do artigo 19.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de abrangidos pelo disposto no § 11.º do Anexo a
julho e do n.º 1 do artigo 69.º da Lei n.º 27/2008, de 30 Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados, adotada
de junho, os cidadãos estrangeiros residentes em em Genebra em 28 de julho de 1951.
Portugal na qualidade de refugiados, nos termos da lei
reguladora do direito de asilo, bem como os refugiados Artigo 2.º
abrangidos pelo disposto no parágrafo 11.º do Anexo à Norma revogatória
Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados (adotada
em Genebra em 28 de julho de 1951), podem obter um É revogada a Portaria n.º 396/2008, de 06 de junho.
título de viagem de modelo a aprovar por portaria do
membro do Governo responsável pela área da Artigo 3.º
administração interna. Produção de efeitos

Este modelo de título de viagem para refugiados foi O novo modelo de título de viagem para os cidadãos
aprovado pela Portaria n.º 396/2008, de 6 de junho. estrangeiros residentes em Portugal na qualidade de
Decorridos cerca de sete anos desde a sua aprovação, refugiados, apenas se aplica aos procedimentos de
urge atualizar este documento, reforçando as suas emissão dos documentos que tenham sido requeridos
condições de segurança face aos padrões internacionais após a sua entrada em vigor.
relativos a documentação de segurança, cumprindo
deste modo diretrizes europeias, das organizações Artigo 4.º
internacionais competentes, nomeadamente, o Entrada em vigor
estabelecido no Regulamento (CE) n.º 2252/2004 do
Conselho, de 13 de dezembro, alterado pelo A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao da
Regulamento n.º 444/2009 do Parlamento Europeu e do sua publicação.
Conselho, de 28 de maio e no Documento n.º 9303-I,
Parte 1, volume 1, da Organização da Aviação Civil
Internacional (OACI/ ICAO).

Assim:
Ao abrigo do artigo 19.º da Lei n.º 23/2007, de 04 de
julho, alterada pelas Leis n.ºs 29/2012, de 09 de agosto,
56/2015, de 23 de junho, 63/2015, de 30 de junho, e do
n.º 1 do artigo 69.º da Lei n.º 27/2008, de 30 de junho,
alterada pela Lei n.º 26/2014, de 5 de maio, manda o
Governo, pela Ministra da Administração Interna, o
seguinte:

415
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

ANEXO
Modelo do título de viagem para os cidadãos estrangeiros residentes em Portugal na qualidade de refugiados

416
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Despacho n.º 10728/2015, de 28 de setembro Assim:


Aprova o Regulamento dos Procedimentos de
1 - Nos termos das disposições conjugadas do artigo
Inspeção e Fiscalização de Centros de Instalação
180.º-A, n.º 4, alínea c), da Lei n.º 23/2007, na redação
Temporária ou Espaços Equiparados e de conferida pelas Leis n.ºs 29/2012, de 9 de agosto,
Monitorização de Regressos Forçados 56/2015, de 23 de junho, 63/2015, de 30 de junho, artigo
2.º, n.ºs 1 e 2, alínea a) do Decreto-Lei n.º 58/2012, de 14
O Despacho n.º 11.102/2014, de 25 de agosto de 2014, de março e artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 276/2007, de 31
publicado no Diário da República, 2.ª série, de 2 de de julho, na redação conferida pelo Decreto-Lei n.º
setembro de 2014, cometeu à Inspeção-Geral da 32/2012, de 13 de fevereiro, aprovo o Regulamento dos
Administração Interna (IGAI) a responsabilidade pela Procedimentos de Inspeção e Fiscalização de Centros de
monitorização das operações de afastamento de Instalação Temporária ou Espaços Equiparados e de
cidadãos estrangeiros do território nacional, reforçando Monitorização de Regressos Forçados, publicado em
as respetivas competências no domínio do controlo e anexo ao presente despacho.
fiscalização que exerce sobre o Serviço de Estrangeiros e
Fronteiras (SEF). 2 - O Regulamento ora aprovado entra em vigor no dia
seguinte ao da sua publicação.
Nos termos e para os efeitos do artigo 180.º-A, n.º 4,
alínea c), da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, na redação da
Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, entretanto alterada ANEXO
pelas Leis n.ºs 56/2015, de 23 de junho e 63/2015, de 30 Regulamento dos Procedimentos de Inspeção e
de junho, o Despacho n.º 11.102/2014, de 25 de agosto Fiscalização de Centros de Instalação Temporária
de 2014, veio incumbir a IGAI de monitorizar as ou Espaços Equiparados e de Monitorização de
operações de afastamento de cidadãos estrangeiros do Regressos Forçados
território nacional executadas pelo SEF, especialmente
nos casos de retorno forçado com fundamento em ato
administrativo e judicial. Capítulo I
Âmbito de aplicação material e espacial
Compete, agora, à IGAI fiscalizar os atos de execução por
parte do SEF inerentes às operações de afastamento do Artigo 1.º
território nacional de cidadãos que não beneficiam do (Objeto)
direito à livre circulação ao abrigo do direito da União.
O presente Regulamento define os procedimentos de
A monitorização do regresso forçado de nacionais de inspeção e fiscalização cometidos à Inspeção-Geral da
países terceiros em voos comerciais ou em operações Administração Interna (IGAI), quanto aos Centros de
conjuntas por via aérea, inclui também a fiscalização Instalação Temporária ou Espaços Equiparados (CIT/EE),
sobre os Centros de Instalação Temporária ou Espaços aos postos de fronteira (PF), aos locais onde o SEF possa
Equiparados (CIT/EE), enquanto locais onde são manter cidadãos estrangeiros sob custódia, e à
colocados e mantidos, entre outros, os cidadãos que monitorização dos regressos forçados.
aguardam a execução de uma decisão de afastamento,
designadamente nos termos dos artigos 38.º, n.º 4, Artigo 2.º
146.º, n.º 2 e 161.º, n.º 2 da Lei n.º 23/2007, de 4 de (Âmbito de aplicação)
julho.
1 - As disposições do presente Regulamento aplicam-se a
À semelhança das inspeções sem aviso prévio (ISAP) que todos os CIT/EE, PF e locais onde o SEF possa manter
são efetuadas aos Postos da Guarda Nacional cidadãos estrangeiros sob custódia.
Republicana e às Esquadras da Polícia de Segurança 2 - Para efeitos do presente regulamento, consideram-se
Pública, também as ISAP aos CIT/EE terão por objetivo feitas aos CIT/EE, PF e os locais onde o SEF possa
verificar as condições disponibilizadas às pessoas que, manter cidadãos estrangeiros sob custódia, quaisquer
por qualquer motivo e em cada momento, neles se referências efetuadas a qualquer dessas realidades.
encontrem sob custódia do SEF, pretendendo-se dessa 3 - Com as devidas adaptações, as regras de afastamento
forma contribuir para um equilíbrio entre as razões de definidas no presente regulamento são extensivas
segurança que tal determinam e as exigências de aos afastamentos efetuados por via terrestre ou
respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades marítima.
fundamentais.

417
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Capítulo II Artigo 7.º


Visitas inspetivas aos CIT/EE (Acesso aos CIT/EE)

1 - O acesso aos CIT/EE é feito mediante a apresentação


Título I pessoal ao mais alto responsável que, no momento
Disposições Gerais da diligência, se encontre no local.
2 - O acesso aos CIT/EE é livre e deve ser imediatamente
Artigo 3.º facultado, logo que o inspetor-geral, o subinspetor-
(Fiscalização e Controlo) geral e os inspetores da IGAI se identifiquem,
exibindo o respetivo cartão de identificação e livre-
1 - Compete à IGAI, de harmonia com as atribuições trânsito, e apresentem a respetiva ordem de serviço.
cometidas pela legislação que lhe confere
enquadramento jurídico, efetuar inspeções aos Artigo 8.º
CIT/EE. (Contacto com os cidadãos estrangeiros)
2 - As inspeções a que se refere o número anterior visam,
em geral, acautelar situações de violação de direitos O inspetor-geral, o subinspetor-geral e os inspetores da
fundamentais dos cidadãos e têm por objetivo, em IGAI poderão comunicar livremente e em regime de
especial, fiscalizar a condição dos cidadãos absoluta confidencialidade com os cidadãos estrangeiros
estrangeiros que, no momento da visita, se que, no momento da visita, se encontrem no CIT/EE.
encontrem no CIT/EE, bem como exercer controlo
relativamente às condições de habitabilidade e Título III
segurança das instalações e ao mérito do Metodologia a seguir nas visitas
funcionamento dos serviços.
Artigo 9.º
Artigo 4.º (Observação direta)
(Periodicidade das visitas inspetivas)
A observação direta consiste na verificação, nos seus
As visitas inspetivas serão efetuadas de forma diversos aspetos, quer das condições gerais dos CIT/EE
sistemática, a qualquer hora do dia ou da noite, com ou existentes, quer da condição dos cidadãos estrangeiros
sem pré-aviso. que ali se encontram.

Artigo 5.º Artigo 10.º


(Tipo de visitas inspetivas) (Análise Documental)

1 - As visitas inspetivas podem ser ordinárias ou A análise documental consiste na verificação,


extraordinárias. nomeadamente:
2 - As visitas inspetivas são ordinárias quando executadas a) Dos documentos justificativos da instalação do
de harmonia com o plano anual de atividades da IGAI cidadão estrangeiro no CIT/EE;
e são extraordinárias quando superiormente b) Do folheto informativo dos direitos e deveres do
determinadas. cidadão estrangeiro instalado ao CIT/EE;
c) Do livro de reclamações;
Título II d) Do livro de registo de entradas e saídas dos
Execução das visitas inspetivas cidadãos que são objeto da medida de instalação
no CIT/EE;
Artigo 6.º e) Da tomada de conhecimento do cidadão
(Competência) estrangeiro das regras de funcionamento do
CIT/EE.
1 - O inspetor-geral, o subinspetor-geral e os inspetores
da IGAI têm competência para executar as visitas Artigo 11.º
inspetivas aos CIT/EE. (Contacto pessoal)
2 - As visitas devem ser realizadas por, pelo menos, dois
dos elementos referidos no número anterior. O contacto pessoal pode traduzir-se em entrevistas
informais ou reduzidas a auto, a realizar, entre outros,
com funcionários do SEF, trabalhadores do aeroporto,
denunciantes, visitas, pessoal que assegura a segurança

418
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

das instalações, além dos cidadãos estrangeiros que, no


momento da visita, se encontrem instalados no CIT/EE. Artigo 16.º
(Endereço de correio eletrónico)
Artigo 12.º
(Relato) A IGAI tem um endereço de correio eletrónico específico
para as comunicações a que aludem os artigos 15.º, 17.º,
O relatório da visita inspetiva é apresentado nos dez dias 18.º, 19.º e 20.º
úteis subsequentes à sua realização.

Capítulo III Título II


Monitorização dos regressos forçados Medidas da responsabilidade do SEF

Título I Artigo 17.º


Disposições gerais (Dever de comunicação)

Artigo 13.º O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, como autoridade


(Competência) nacional do Estado-Membro organizador ou do Estado-
Membro participante das operações de transporte, por
1 - A Inspeção-Geral da Administração Interna, não só de via aérea, de nacionais de países terceiros à União
harmonia com as atribuições cometidas pela sujeitos a ações de regresso forçado, deve proporcionar
legislação que lhe conferiu enquadramento jurídico, à IGAI toda a informação relacionada com os
mas também por força de legislação avulsa, tem afastamentos por si organizados em voos comerciais, e
competência própria para proceder à monitorização os afastamentos em voos comuns organizados por outro
dos regressos forçados de cidadãos que não Estado-Membro, em que decida participar.
beneficiem do direito à livre circulação ao abrigo do
direito da União. Artigo 18.º
2 - Cabe à IGAI determinar, caso a caso, quais os (Afastamentos organizados pelo SEF)
afastamentos a monitorizar e quais as fases sobre
que deve incidir a monitorização. Sempre que, com vista ao regresso forçado de nacionais
de países terceiros à União, o SEF pretenda proceder ao
Artigo 14.º afastamento coercivo em voo comercial por si
(Objetivos) organizado deve informar a IGAI, com a antecedência
máxima possível, do seguinte:
A monitorização visa a fiscalização de todos os atos e a) Identificação do cidadão;
procedimentos da autoridade nacional organizadora dos b) Local onde o mesmo se encontra instalado;
voos comerciais ou, nos casos de voo comum, a c) Motivo do regresso forçado (decisão administrativa
observação dos atos e procedimentos, não só das ou decisão judicial);
autoridades dos Estados-Membros participantes, mas d) Identificação da transportadora aérea, data/hora
também do Estado-Membro organizador, com o objetivo do voo, local de partida e local de destino;
de prevenir e relatar as possíveis atuações que não e) O tipo de voo (comum, direto, com trânsito
respeitem os direitos e liberdades fundamentais dos aeroportuário);
cidadãos submetidos ao regresso forçado. f) Necessidade e tipo de escolta, bem como fatores
que a justificam.
Artigo 15.º
(Monitorização) Artigo 19.º
(Voos comuns organizados por outro Estado-Membro)
1 - A monitorização consiste na ação de
acompanhamento dos cidadãos sujeitos à medida de Sempre que, com vista ao regresso forçado de nacionais
regresso forçado por via aérea. de países terceiros à União, o SEF decida participar em
2 - A monitorização deve ser presencial e efetuada de voo comum organizado por outro Estado-Membro
forma sistemática, dependendo de informação prévia informa a IGAI de imediato, no máximo até vinte e
do SEF, de acordo com o disposto no título ii deste quatro horas depois do Estado-Membro organizador
capítulo. confirmar a disponibilidade no voo, especificando:
3 - O acompanhamento da medida de regresso forçado,
pode, em certas circunstâncias ser realizado apenas a) A identificação de nacionais de países terceiros que
por via documental. pretende afastar;

419
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

b) Local onde o mesmo se encontra instalado;


c) Motivo do regresso forçado (decisão administrativa Artigo 25.º
ou decisão judicial); (Contacto pessoal)
d) O Estado-Membro organizador;
e) O tipo e o programa de voo. O contacto pessoal pode traduzir-se em entrevistas,
entre outros, com funcionários, pessoal de voo,
Artigo 20.º passageiros e cidadãos a afastar.
(Relatório interno)
Artigo 26.º
O SEF, sempre que execute um afastamento coercivo (Relato)
com escolta, em voo comercial ou conjunto, deve
elaborar relatório interno da operação e remetê-lo à O relatório da ação da monitorização de afastamento
IGAI, no prazo de 5 dias úteis após a conclusão da ação com escolta, é apresentado nos dez dias úteis imediatos
de afastamento. à sua realização.
Artigo 21.º
(Médicos e intérpretes)
Capítulo IV
O SEF deve assegurar à IGAI a disponibilização de pessoal Disposições finais
médico e linguístico sempre que este serviço o solicitar.
Artigo 27.º
Título III (Disposição Transitória)
Execução da monitorização
Decorrido um ano de vigência, as disposições do
Artigo 22.º presente regulamento serão objeto de avaliação pela
(Habilitação para executar a monitorização) IGAI, com vista a aferir da adequação do regime e
periodicidade das inspeções, bem como dos
1 - O inspetor-geral, o subinspetor-geral, os inspetores e procedimentos instituídos, competindo à IGAI propor as
os técnicos superiores da IGAI têm competência para modificações que se afigurem necessárias.
proceder à monitorização dos regressos forçados por
via aérea. Artigo 28.º
2 - Quando a monitorização deva ser realizada por dois (Colaboração)
elementos a equipa não poderá ser formada apenas
por técnicos superiores. 1 - Para a prossecução das suas funções as equipas
3 - Os técnicos superiores só poderão integrar as equipas inspetivas ficam mandatadas para, no âmbito da sua
de monitorização depois de frequentarem formação competência, solicitar ao SEF, bem como a outras
especial prévia. autoridades administrativas e policiais, toda a
colaboração que se mostre necessária.
Título IV 2 - Para os efeitos do presente regulamento os
Metodologia a seguir nas ações de monitorização inspetores da IGAI ficam ainda mandatados para
solicitar a colaboração da ANA, Aeroportos de
Artigo 23.º Portugal, S. A. e da ANAC, Autoridade Nacional da
(Observação direta) Aviação Civil, nomeadamente para que, na estrita
medida do necessário, lhes seja facultada a entrada e
A observação direta consiste na verificação, nos seus atribuído um canal de trânsito pela área internacional
diversos aspetos, das condições de transporte para o de cada aeroporto para acesso ao respetivo CIT/EE.
aeroporto, da permanência no aeroporto, do embarque,
das medidas tomadas a bordo do avião, designadamente
as de cariz coercivo, e do desenvolvimento da chegada
ao país de destino e a entrega do cidadão afastado às
autoridades locais.

Artigo 24.º
(Análise Documental)

A análise documental consiste na verificação de todos os


documentos justificativos do afastamento forçado.

420
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Lei n.º 37/2006, de 9 de agosto ii) O parceiro com quem um cidadão da União vive
Regula o exercício do direito de livre circulação e em união de facto, constituída nos termos da
residência dos cidadãos da União Europeia e dos lei, ou com quem o cidadão da União mantém
membros das suas famílias no território nacional e uma relação permanente devidamente
certificada, pela entidade competente do
transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva
Estado membro onde reside;
n.º 2004/38/CE, do Parlamento Europeu e do iii) O descendente direto com menos de 21 anos
Conselho, de 29 de abril de idade ou que esteja a cargo de um cidadão
da União, assim como o do cônjuge ou do
parceiro na aceção da subalínea anterior;
A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea iv) O ascendente direto que esteja a cargo de um
c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: cidadão da União, assim como o do cônjuge ou
do parceiro na aceção da subalínea ii);
CAPÍTULO I
Disposições gerais f) «Recursos suficientes» os recursos do cidadão que
não sejam inferiores ao nível de rendimentos
Artigo 1.º aquém do qual o Estado Português pode conceder
Objeto direitos e apoios sociais aos cidadãos nacionais,
atendendo à situação pessoal do cidadão e, se for
1 - A presente lei transpõe para a ordem jurídica interna caso disso, à dos seus familiares.
a Diretiva n.º 2004/38/CE, do Parlamento Europeu e
do Conselho, de 29 de abril, e estabelece: Artigo 3.º
Âmbito pessoal de aplicação
a) As condições que regem o exercício do direito de
livre circulação e residência no território nacional 1 - A presente lei aplica-se a todos os cidadãos da União
pelos cidadãos da União e seus familiares; que se desloquem ou residam em Portugal, bem
b) O regime jurídico do direito de residência como aos seus familiares, na aceção da alínea e) do
permanente no território nacional dos cidadãos da artigo anterior, que os acompanhem ou que a eles se
União e seus familiares; reúnam.
c) As restrições aos direitos a que se referem as 2 - Sem prejuízo do direito pessoal de livre circulação e
alíneas a) e b), fundadas em razões de ordem residência da pessoa em causa, é facilitada, nos
pública, de segurança pública ou de saúde pública. termos da lei geral, a entrada e residência de
2 - A presente lei estabelece igualmente o regime jurídico qualquer outro familiar, independentemente da sua
de entrada, residência e afastamento dos nacionais nacionalidade, não abrangido pela alínea e) do artigo
dos Estados partes do Espaço Económico Europeu e anterior que, no país do qual provenha, esteja a cargo
da Suíça e dos membros da sua família, bem como do cidadão da União que tem direito a residência a
dos familiares de cidadãos nacionais, título principal ou que com este viva em comunhão
independentemente da sua nacionalidade. de habitação, ou quando o cidadão da União tiver
imperativamente de cuidar pessoalmente do membro
Artigo 2.º da sua família por motivos de saúde graves.
Definições 3 - A decisão relativa à entrada e residência das pessoas
abrangidas pelo número anterior só pode ser tomada
Para os efeitos da presente lei, entende-se por: após análise de todas as circunstâncias pessoais
relevantes, devendo ser fundamentada qualquer
a) «Cidadão da União» qualquer pessoa que tenha a recusa de entrada ou de concessão de autorização de
nacionalidade de um Estado membro; residência.
b) «Estado membro» qualquer Estado membro da 4 - As disposições legais que se refiram aos cidadãos da
União Europeia, com exceção de Portugal; União entendem-se como abrangendo os nacionais
c) «Estado membro de acolhimento» Portugal, dos Estados partes no Acordo sobre o Espaço
enquanto Estado membro para onde se desloca o Económico Europeu e os nacionais da Suíça.
cidadão da União a fim de aqui exercer o seu 5 - As normas da presente lei aplicáveis a familiares são
direito de livre circulação e residência; extensíveis aos familiares de cidadãos de
d) «Estado terceiro» qualquer Estado que não é nacionalidade portuguesa, independentemente da
membro da União Europeia; sua nacionalidade.
e) «Familiar»:
i) O cônjuge de um cidadão da União;

421
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

CAPÍTULO II titular deva transitar quando viajar entre Estados


Saída e entrada do território nacional membros.
3 - Não é aposto carimbo de saída no passaporte de um
Artigo 4.º familiar se o mesmo apresentar o cartão de
Entrada no território nacional residência.

1 - Aos cidadãos da União é admitida a entrada no CAPÍTULO III


território nacional mediante a simples apresentação Direito de residência até três meses
de um bilhete de identidade ou de passaporte válidos
e sem qualquer visto de entrada ou formalidade Artigo 6.º
equivalente. Direito de residência até três meses
2 - Os familiares de cidadãos da União que não possuam
a nacionalidade de um Estado membro são admitidos 1 - Os cidadãos da União têm o direito de residir no
no território nacional mediante a apresentação de território nacional por período até três meses sem
um passaporte válido, só estando sujeitos à obrigação outras condições e formalidades além da titularidade
de visto de entrada nos termos das normas em vigor de um bilhete de identidade ou passaporte válidos.
na União Europeia, beneficiando, porém, de todas as 2 - O disposto no número anterior é igualmente aplicável
facilidades para a obtenção dos vistos necessários, os aos familiares que, munidos de um passaporte válido,
quais são concedidos a título gratuito e com acompanhem ou se reúnam ao cidadão da União.
tramitação especial que garanta a celeridade na
emissão. CAPÍTULO IV
3 - Os familiares do cidadão da União que sejam Direito de residência por mais de três meses
nacionais de Estado terceiro e estejam sujeitos à
obrigação de visto de entrada nos termos das normas Artigo 7.º
em vigor na União Europeia podem entrar sem visto Direito de residência dos cidadãos da União e dos seus
quando possuidores de cartão de residência válido, familiares
caso em que não é aposto carimbo de entrada no
passaporte. 1 - Qualquer cidadão da União tem o direito de residir no
4 - Se um cidadão da União ou um seu familiar não território nacional por período superior a três meses
dispuser dos documentos de viagem necessários ou, desde que reúna uma das seguintes condições:
se for o caso, dos vistos necessários beneficia da a) Exerça no território português uma atividade
possibilidade de obter tais documentos ou de estes profissional subordinada ou independente;
lhe serem enviados num prazo razoável, bem como b) Disponha de recursos suficientes para si próprio e
da possibilidade de confirmar ou provar por outros para os seus familiares, bem como um seguro de
meios a sua qualidade de titular do direito de livre saúde, desde que tal seja exigido no Estado
circulação e residência. membro da sua nacionalidade aos cidadãos
5 - O familiar que não tenha a nacionalidade de um portugueses;
Estado membro deve comunicar a sua presença no c) Esteja inscrito num estabelecimento de ensino
território nacional nos termos da lei, sendo o público ou privado, oficialmente reconhecido,
incumprimento desta obrigação punido nos termos desde que comprove, mediante declaração ou
da lei de entrada, permanência, saída e afastamento outro meio de prova à sua escolha, a posse de
de estrangeiros. recursos financeiros suficientes para si próprio e
para os seus familiares, bem como disponha de
Artigo 5.º um seguro de saúde, desde que tal seja exigido no
Saída do território nacional Estado membro da sua nacionalidade aos
cidadãos portugueses;
1 - Sem prejuízo das disposições em matéria de d) Seja familiar que acompanhe ou se reúna a um
documentos de viagem aplicáveis ao controlo nas cidadão da União abrangido pelas alíneas
fronteiras nacionais, têm o direito de sair do território anteriores.
nacional todos os cidadãos da União, munidos de um
bilhete de identidade ou passaporte válidos, bem 2 - Têm igualmente o direito de residir no território
como os seus familiares, que estejam munidos de um nacional por período superior a três meses os
passaporte válido, não sendo exigível um visto de familiares que não tenham a nacionalidade de um
saída ou formalidade equivalente. Estado membro que acompanhem ou se reúnam a
2 - O passaporte deve ser válido, pelo menos, para todos um cidadão da União que preencha as condições a
os Estados membros e para os países pelos quais o

422
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

que se referem as alíneas a), b) ou c) do número Artigo 9.º


anterior. Conservação do direito de residência
3 - Para os efeitos da alínea a) do n.º 1, o cidadão da
União que tiver deixado de exercer uma atividade 1 - Os cidadãos da União e os seus familiares têm o
profissional mantém o estatuto de trabalhador direito de residência a que se referem os artigos 7.º e
subordinado ou independente nos seguintes casos: 8.º enquanto preencherem as condições neles
a) Quando tiver uma incapacidade temporária para o estabelecidas.
trabalho resultante de doença ou acidente; 2 - A verificação das condições estabelecidas nos artigos
b) Quando estiver em situação de desemprego 7.º e 8.º só é admissível em casos específicos, sempre
involuntário devidamente registado e estiver que haja dúvidas razoáveis quanto a saber se um
inscrito no Instituto do Emprego e Formação cidadão da União ou os seus familiares preenchem
Profissional, I. P., como candidato a um emprego; tais condições e desde que não seja feita de forma
c) Quando frequentar uma formação profissional, sistemática.
desde que exista uma relação entre a atividade 3 - O recurso ao regime de segurança social português
profissional anterior e a formação em causa, salvo por parte de um cidadão da União ou dos seus
se o cidadão estiver em situação de desemprego familiares não tem como consequência automática a
involuntário. perda do direito de residência.
4 - Em derrogação do disposto no n.º 1 e sem prejuízo do
Artigo 8.º disposto no capítulo VIII, em caso algum pode ser
Conservação do direito de residência dos familiares do tomada uma medida de afastamento contra cidadãos
cidadão da União da União ou seus familiares nos seguintes casos:
a) Quando sejam trabalhadores subordinados ou
1 - A morte ou partida do território nacional de um independentes;
cidadão da União, bem como o divórcio, a anulação b) Quando os cidadãos da União tenham entrado em
do casamento ou a cessação da união de facto, não Portugal para procurar emprego e comprovem
implica a perda do direito de residência dos que continuam a procurar emprego.
familiares, independentemente da sua nacionalidade. 5 - Não constitui motivo de afastamento do território
2 - Enquanto não adquirirem o direito de residência nacional a caducidade do bilhete de identidade ou
permanente, os familiares referidos no número passaporte com base no qual a pessoa em causa teve
anterior que tenham a nacionalidade de um Estado entrada no território e recebeu um certificado de
membro devem preencher as condições previstas nas registo ou cartão de residência.
alíneas a), b), c) ou d) do n.º 1 do artigo 7.º 6 - O disposto nos artigos 25.º e 26.º é aplicável, com as
3 - Enquanto não adquirirem o direito de residência devidas adaptações, a qualquer decisão de restrição
permanente, os familiares referidos no n.º 1 que do direito de residência dos cidadãos da União e dos
tenham a nacionalidade de Estado terceiro seus familiares por razões que não sejam de ordem
conservam o seu direito de residência desde que pública, de segurança pública ou de saúde pública,
reúnam uma das seguintes condições: não podendo em caso de afastamento ser imposta a
a) Exerçam uma atividade profissional subordinada ou interdição de entrada no território nacional.
independente;
b) Disponham, para si próprios e para os seus CAPÍTULO V
familiares, de recursos suficientes e de um seguro Direito de residência permanente
de saúde;
c) Sejam familiares de uma pessoa que preencha as Artigo 10.º
condições referidas nas alíneas a) ou b), desde Direito de residência permanente dos cidadãos da
que a família tenha sido constituída no território União e dos seus familiares
nacional.
4 - A partida do território nacional de um cidadão da 1 - Têm direito a residência permanente os cidadãos da
União ou a sua morte não implica a perda do direito União que tenham residido legalmente no território
de residência dos seus filhos que residam em nacional por um período de cinco anos consecutivos.
Portugal e estejam a frequentar um curso em 2 - Do mesmo direito gozam os familiares nacionais de
estabelecimento de ensino, bem como da pessoa que Estado terceiro que tenham residido legalmente com
tenha a sua guarda efetiva. o cidadão da União em Portugal por um período de
cinco anos consecutivos.

423
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

3 - O direito de residência permanente dos cidadãos da 2 - Para efeitos da aquisição dos direitos estabelecidos
União e dos seus familiares não está sujeito às nas alíneas a) e b) do número anterior, os períodos de
condições estabelecidas no capítulo IV. atividade em território do Estado membro em que o
4 - A continuidade da residência não é afetada por cidadão em questão trabalha são considerados como
ausências temporárias que não excedam 6 meses permanência em Portugal.
consecutivos por ano, nem por ausências mais 3 - Os períodos de desemprego devidamente registados
prolongadas para cumprimento de obrigações pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.
militares, nem por uma ausência de 12 meses P., os períodos de suspensão de atividade por
consecutivos, no máximo, por motivos justificados, motivos alheios à vontade do interessado e a
como gravidez ou parto, doença grave, estudos ou ausência ao trabalho ou a cessação de trabalho por
formação profissional, ou destacamento por motivos motivo de doença ou acidente são considerados
profissionais para outro Estado membro ou país períodos de emprego.
terceiro. 4 - As condições de duração de residência e de atividade
5 - O cidadão da União ou o seu familiar só perde o estabelecidas na alínea a) do n.º 1 e a condição de
direito de residência permanente adquirido devido a duração de residência prevista na alínea b) do n.º 1
ausência do território nacional por um período que não são aplicáveis se o cônjuge ou o parceiro, na
exceda dois anos consecutivos. aceção da subalínea ii) da alínea e) do artigo 2.º, do
6 - A continuidade da residência pode ser atestada por trabalhador subordinado ou independente for
qualquer meio de prova admissível. cidadão nacional ou tiver perdido a nacionalidade
7 - A continuidade da residência é interrompida por portuguesa na sequência do casamento.
qualquer decisão válida de afastamento da pessoa 5 - Para efeitos do disposto na alínea a) do n.º 1, se o
em questão que seja executada. cidadão tiver exercido uma atividade não assalariada
relativamente à qual não é reconhecido, nos termos
Artigo 11.º da lei, o direito a uma pensão de velhice, o requisito
Derrogação para os trabalhadores que tiverem cessado de idade é considerado preenchido quando o
a sua atividade em Portugal interessado atingir a idade de 60 anos.
6 - Para efeitos do disposto na alínea b) do n.º 1, se a
1 - Em derrogação ao artigo anterior, beneficiam do incapacidade resultar de acidente de trabalho ou de
direito de residência permanente no território doença profissional que dê direito a uma prestação
nacional, antes de decorridos cinco anos consecutivos total ou parcialmente a cargo de uma instituição
de residência: nacional, é dispensado o requisito do período de
a) Os trabalhadores subordinados ou independentes residência.
que, à data em que cessaram a sua atividade,
tenham atingido a idade prevista pela lei para ter Artigo 12.º
direito a uma pensão de velhice ou os Derrogação para familiares dos trabalhadores que
trabalhadores subordinados que tenham cessado cessaram a sua atividade em Portugal
a sua atividade por motivo de reforma antecipada,
desde que tenham trabalhado em Portugal, pelo 1 - Sem prejuízo do disposto no n.º 2, os familiares de um
menos, nos últimos 12 meses e aqui tenham trabalhador subordinado ou independente que com
residido continuamente durante mais de três ele residam no território português têm,
anos; independentemente da sua nacionalidade, direito a
b) Os trabalhadores subordinados ou independentes residência permanente no território nacional se o
que tenham residido continuamente em Portugal próprio trabalhador tiver adquirido o direito de
durante mais de dois anos e cessem a sua residência permanente em Portugal, nos termos do
atividade por motivo de incapacidade permanente artigo anterior.
para o trabalho; 2 - Em caso de morte do trabalhador subordinado ou
c) Os trabalhadores subordinados ou independentes independente, ainda durante a sua vida profissional,
que, após três anos consecutivos de atividade e de mas antes de ter adquirido o direito de residência
residência em Portugal, exerçam a sua atividade, permanente em Portugal, nos termos do artigo
subordinada ou independente, em território de anterior, os familiares que com ele residam no
outro Estado membro, mantendo a sua residência território português têm direito a residência
no território português, ao qual regressam, permanente desde que reúnam uma das condições
geralmente, todos os dias ou, pelo menos, uma seguintes:
vez por semana. a) O trabalhador subordinado ou independente, à
data do seu falecimento, tenha residido no

424
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

território português durante dois anos b) Um documento comprovativo da relação familiar


consecutivos; ou da qualidade de parceiro, na acepção da
b) A sua morte tenha sido causada por acidente de subalínea ii) da alínea e) do artigo 2.º, se dos
trabalho ou doença profissional; documentos mencionados na alínea anterior essa
c) O cônjuge sobrevivo tenha perdido a nacionalidade relação ou qualidade não resultar evidente;
portuguesa na sequência do casamento com esse c) Um certificado de registo do cidadão da União que
trabalhador. acompanhem ou ao qual se reúnam;
d) Prova documental de que se encontram a cargo
Artigo 13.º para efeitos do disposto nas subalíneas iii) e iv) da
Aquisição do direito de residência permanente por alínea e) do artigo 2.º;
familiares nacionais de Estados terceiros e) Nos casos previstos no n.º 2 do artigo 3.º, um
documento emitido pela autoridade competente
Sem prejuízo do disposto no artigo 12.º, os familiares de do país de origem ou de proveniência, certificando
um cidadão da União, nas condições previstas no n.º 3 do que estão a cargo do cidadão da União ou que
artigo 8.º, adquirem o direito de residência permanente com ele vivem em comunhão de habitação, ou a
após terem residido legalmente por um período de cinco prova da existência de motivos de saúde graves
anos consecutivos no território português. que exigem imperativamente a assistência pessoal
pelo cidadão da União.
CAPÍTULO VI
Formalidades administrativas Artigo 15.º
Cartão de residência de familiar do cidadão da União
SECÇÃO I nacional de Estado terceiro
Direito de residência por mais de três meses
1 - Os familiares do cidadão da União nacionais de Estado
Artigo 14.º terceiro cuja estada no território nacional se
Registo dos cidadãos da União prolongue por período superior a três meses devem
solicitar a emissão de um cartão de residência, de
1 - Os cidadãos da União cuja estada no território acordo com modelo aprovado por portaria do
nacional se prolongue por período superior a três membro do Governo responsável pela área da
meses devem efetuar o registo que formaliza o seu administração interna.
direito de residência no prazo de 30 dias após 2 - O pedido do cartão de residência a que se refere o
decorridos três meses da entrada no território número anterior é efetuado junto da direção ou
nacional. delegação regional do Serviço de Estrangeiros e
2 - O registo a que se refere o número anterior é Fronteiras da área da residência, no prazo de 30 dias
efetuado junto da câmara municipal da área de após decorridos três meses da entrada no território
residência. nacional.
3 - No ato de registo é emitido um certificado de registo, 3 - No momento da apresentação do pedido é emitido
de modelo a aprovar por portaria do membro do um certificado comprovativo do requerimento de um
Governo responsável pela área da administração cartão de residência.
interna, com o nome e o endereço do titular do 2 - Para a emissão do cartão de residência, é exigida a
direito de residência e a data do registo. apresentação dos seguintes documentos:
4 - O certificado de registo a que se refere o número a) Passaporte válido;
anterior é válido por cinco anos a contar da data da b) Documento comprovativo da relação familiar com
sua emissão ou para o período previsto de residência o cidadão da União ou da qualidade de parceiro,
do cidadão da União, se este período for inferior a na aceção da subalínea ii) da alínea e) do artigo
cinco anos. 2.º;
5 - Para a emissão do certificado de registo do cidadão da c) Certificado de registo do cidadão da União que
União é exigido bilhete de identidade ou passaporte acompanhem ou ao qual se reúnam;
válido, bem como a declaração, sob compromisso de d) Nos casos previstos nas subalíneas iii) e iv) da
honra, de que o requerente preenche as condições alínea e) do artigo 2.º, prova documental de que
referidas nas alíneas a), b) ou c) do n.º 1 do artigo 7.º, se encontram a cargo do cidadão da União;
consoante o caso. e) No caso previsto no n.º 2 do artigo 3.º, um
1 - Para a emissão do certificado de registo ao cidadão documento emitido pela autoridade competente
da União que resida na qualidade de familiar é do país de origem ou de proveniência certificando
exigida a apresentação dos seguintes documentos: que estão a cargo do cidadão da União ou que
a) Um bilhete de identidade ou passaporte válidos; com ele vivem em comunhão de habitação, ou a

425
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

prova da existência de motivos de saúde graves 3 - O pedido de cartão de residência permanente deve
que exigem imperativamente a assistência pessoal ser apresentado antes de caducar o cartão de
do familiar pelo cidadão da União. residência a que se refere o artigo 15.º
5 - O cartão de residência a que se refere o número 4 - As interrupções de residência que não excedam 30
anterior é emitido no prazo máximo de três meses a meses consecutivos não afetam o direito de
contar da apresentação do pedido. residência permanente.
6 - O cartão de residência a que se refere o n.º 1 é válido 5 - Para a emissão do cartão de residência permanente é
por cinco anos a contar da data da sua emissão, ou suficiente a apresentação do cartão de residência de
para o período previsto de residência do cidadão da familiar de cidadão da União.
União, se este período for inferior a cinco anos.
7 - O direito de residência dos familiares não é afetado CAPÍTULO VII
por ausências temporárias que não excedam 6 meses Disposições comuns ao direito de residência e ao direito
consecutivos por ano, por ausências mais de residência permanente
prolongadas para cumprimento de obrigações
militares, por uma ausência de 12 meses Artigo 18.º
consecutivos, no máximo, por motivos importantes, Âmbito territorial do direito de residência
como gravidez ou parto, doença grave, estudos ou
formação profissional, ou destacamento por motivos O direito de permanência, o direito de residência e o
profissionais para outro Estado membro ou país direito de residência permanente abrangem a totalidade
terceiro. do território nacional.

SECÇÃO II
Direito de residência permanente Artigo 19.º
Direitos conexos dos familiares do cidadão da União
Artigo 16.º
Certificado de residência permanente do cidadão da Os familiares do cidadão da União que gozam do direito
União de residência ou do direito de residência permanente no
território nacional têm, independentemente da sua
1 - O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras emite aos nacionalidade, o direito de exercer atividade profissional
cidadãos da União com direito a residência subordinada ou independente.
permanente, a pedido destes, um documento, de
modelo a aprovar por portaria do membro do Artigo 20.º
Governo responsável pela área da administração Igualdade de tratamento
interna, que certifica a residência permanente.
2 - O certificado de residência permanente referido no 1 - Os cidadãos da União que residam no território
número anterior é emitido pelo Serviço de nacional beneficiam de igualdade de tratamento em
Estrangeiros e Fronteiras no prazo máximo de 15 relação aos cidadãos nacionais, sem prejuízo de
dias, dependendo, exclusivamente, da verificação da restrições admissíveis pelo direito comunitário.
duração da residência. 2 - Os familiares do cidadão da União que tenham
nacionalidade de Estado terceiro beneficiam do
Artigo 17.º disposto no número anterior.
Cartão de residência permanente para familiares do 3 - Em derrogação ao disposto nos n.ºs 1 e 2, não é
cidadão da União nacionais de Estado terceiro concedido ao cidadão da União ou aos seus familiares
direito a prestações do subsistema de solidariedade
1 - Aos familiares de cidadão da União nacionais de durante os primeiros três meses de residência ou
Estado terceiro que tenham direito a residência durante um período mais longo se o cidadão da União
permanente é emitido um cartão de residência entrou no território nacional para procurar emprego
permanente, de modelo a aprovar por portaria do nos termos do disposto na alínea b) do n.º 4 do artigo
membro do Governo responsável pela área da 9.º
administração interna. 4 - Antes de adquirido o direito de residência
2 - O cartão de residência permanente previsto no permanente, não são concedidas bolsas de estudo ou
número anterior é emitido pelo Serviço de qualquer tipo de apoio social à realização de estudos
Estrangeiros e Fronteiras no prazo máximo de três ou formação profissional.
meses a contar da apresentação do pedido. 5 - O disposto no número anterior não é aplicável aos
cidadãos da União que sejam trabalhadores

426
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

subordinados ou independentes ou que tenham Estados membros informações sobre os antecedentes


conservado este estatuto, nem aos seus familiares. criminais da pessoa em questão.
6 - A consulta referida no número anterior não pode
assumir carácter regular.
Artigo 21.º 7 - Sempre que as autoridades nacionais sejam
Disposições gerais relativas aos documentos de solicitadas a prestar as informações a que se refere o
residência número anterior, estas são prestadas no prazo de um
mês.
A posse do certificado de registo a que se refere o artigo 8 - São admitidos no território nacional, sem quaisquer
14.º, do certificado de residência permanente, de um formalidades, os titulares de bilhete de identidade ou
certificado que ateste que foi pedido um cartão de passaporte nacionais que sejam afastados do
residência de familiar, de um cartão de residência ou de território de outro Estado membro por razões de
um cartão de residência permanente não é, em caso ordem pública, de segurança pública ou de saúde
algum, uma condição prévia para o exercício de um pública, mesmo que esse documento esteja caducado
direito ou o cumprimento de uma formalidade ou a nacionalidade do titular seja contestada.
administrativa, podendo a qualidade de beneficiário dos
direitos de residente ao abrigo do regime comunitário ser Artigo 23.º
atestada por qualquer outro meio de prova. Proteção contra o afastamento

CAPÍTULO VIII 1 - Antes de adotar uma decisão de afastamento do


Restrições ao direito de entrada e ao direito de território por razões de ordem pública ou de
residência por razões de ordem pública, de segurança segurança pública, é tomada em consideração,
pública ou de saúde pública nomeadamente, a duração da residência do cidadão
em questão no território nacional, a sua idade, o seu
estado de saúde, a sua situação familiar e económica,
Artigo 22.º a sua integração social e cultural no País e a
Princípios gerais importância dos laços com o seu país de origem.
2 - Os cidadãos da União e os seus familiares,
1 - O direito de livre circulação e residência dos cidadãos independentemente da nacionalidade, que tenham
da União e dos seus familiares, independentemente direito a residência permanente não podem ser
da nacionalidade, só pode ser restringido por razões afastados do território português, exceto por razões
de ordem pública, de segurança pública ou de saúde graves de ordem pública ou de segurança pública.
pública, nos termos do disposto no presente capítulo. 3 - Exceto por razões imperativas de segurança pública,
2 - As razões de ordem pública, segurança pública e não pode ser decidido o afastamento de cidadãos da
saúde pública não podem ser invocadas para fins União se estes tiverem residido em Portugal durante
económicos. os 10 anos precedentes ou forem menores.
3 - As medidas tomadas por razões de ordem pública ou 4 - O disposto no número anterior não é aplicável se o
de segurança pública devem ser conformes ao afastamento respeitar a menor e for decidido no
princípio da proporcionalidade e basear-se supremo interesse da criança, conforme previsto na
exclusivamente no comportamento da pessoa em Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da
questão, a qual deve constituir uma ameaça real, Criança, de 20 de novembro de 1989.
atual e suficientemente grave que afete um interesse
fundamental da sociedade, não podendo ser Artigo 24.º
utilizadas justificações não relacionadas com o caso Saúde pública
individual ou baseadas em motivos de prevenção
geral. 1 - As únicas doenças susceptíveis de justificar medidas
4 - A existência de condenações penais anteriores não restritivas do direito de livre circulação são,
pode, por si só, servir de fundamento para as exclusivamente, as doenças com potencial epidémico
medidas referidas no número anterior. definidas pelos instrumentos pertinentes da
5 - A fim de determinar se a pessoa em causa constitui Organização Mundial de Saúde, bem como outras
um perigo para a ordem pública ou para a segurança doenças contagiosas, infeciosas ou parasitárias que
pública, ao emitir o certificado de registo ou ao emitir sejam submetidas a disposições de proteção
o cartão de residência, pode, sempre que seja aplicáveis aos cidadãos nacionais.
considerado indispensável, ser solicitado ao Estado 2 - A ocorrência de doenças três meses depois da data de
membro de origem e, eventualmente, a outros entrada no território não constitui justificação para o
afastamento do território.

427
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

3 - Se indícios graves o justificarem, pode ser exigido, no não é desproporcionada, em especial no que respeita
prazo de três meses a contar da data de entrada no às condições estabelecidas no artigo 23.º
território nacional, que os titulares do direito de 5 - É garantido o direito de apresentação pessoal da
residência se submetam a exame médico gratuito, defesa, salvo se a presença do cidadão em causa for
incluindo exames complementares de diagnóstico, suscetível de provocar grave perturbação da ordem
para se certificar que não sofrem das doenças pública ou da segurança pública ou quando a
mencionadas no n.º 1. impugnação disser respeito à recusa de entrada no
4 - Os exames médicos referidos no número anterior não território.
podem assumir carácter de rotina.
Artigo 27.º
Artigo 25.º Duração da interdição de entrada no território nacional
Notificação das decisões
1 - A pessoa sobre a qual recaiu medida de interdição de
1 - Qualquer decisão a que se refere o n.º 1 do artigo entrada no território nacional por razões de ordem
22.º deve ser notificada por escrito à pessoa em pública ou de segurança pública pode apresentar um
causa, de uma forma que lhe permita compreender o pedido de levantamento da interdição de entrada no
conteúdo e os respetivos efeitos na sua esfera território após um prazo razoável, em função das
pessoal. circunstâncias, e, em todos os casos, três anos após a
2 - A pessoa em causa é informada, de forma clara e execução da decisão definitiva de proibição que
completa, das razões de ordem pública, de segurança tenha sido legalmente tomada.
pública ou de saúde pública em que se baseia a 2 - Para efeitos do disposto no número anterior, o
decisão, a menos que isso seja contrário aos interessado deve invocar meios susceptíveis de
interesses de segurança do Estado. provar que houve uma alteração material das
3 - A notificação deve especificar o tribunal ou circunstâncias que haviam justificado a interdição de
autoridade administrativa perante o qual a pessoa entrada no território.
pode impugnar a decisão, o prazo de que dispõe para 3 - A decisão sobre o pedido formulado nos termos dos
o efeito e, se for caso disso, o prazo concedido para números anteriores deve ser tomada no prazo de seis
abandonar o território nacional. meses a contar da sua apresentação.
4 - Salvo motivo de urgência devidamente justificado, o 4 - As pessoas referidas no n.º 1 não têm direito a
prazo para abandonar o território não pode ser entrada no território português durante o período de
inferior a um mês a contar da data da notificação. apreciação do seu pedido.

Artigo 26.º Artigo 28.º


Impugnação Afastamento a título de sanção acessória

1 - Das decisões tomadas ao abrigo do presente capítulo 1 - Só pode ser decidido o afastamento do território a
cabe recurso hierárquico e impugnação judicial. título de sanção acessória de uma pena privativa de
2 - Se a impugnação da decisão de afastamento for liberdade, em conformidade com as condições
acompanhada de um pedido de medida provisória estabelecidas nos artigos 22.º, 23.º e 24.º
para suspender a execução da decisão, o afastamento 2 - Decorridos mais de dois anos a contar da data da
do território não pode ser concretizado enquanto não decisão de afastamento a que se refere o número
for tomada a decisão sobre a medida provisória. anterior, a mesma só pode ser executada depois de
3 - O disposto no número anterior não é aplicável se verificar se a pessoa em causa continua a ser uma
quando: ameaça atual e real para a ordem pública ou a
a) A decisão de afastamento se baseie em decisão segurança pública e avaliar se houve uma alteração
judicial anterior; ou material das circunstâncias desde o momento em que
b) As pessoas em questão já anteriormente tenham foi tomada a decisão de afastamento.
impugnado judicialmente o afastamento; ou
c) A decisão de afastamento se baseie em razões CAPÍTULO IX
imperativas de segurança pública ao abrigo do n.º Taxas
3 do artigo 23.º
Artigo 29.º
4 - A impugnação deve permitir o exame da legalidade da Taxas e encargos
decisão, dos factos e das circunstâncias que a
fundamentam, bem como certificar que a decisão 1 - Pela emissão do certificado de registo a que se refere
o artigo 14.º, do certificado de residência

428
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

permanente, de um certificado que ateste que foi são recusados e retirados os direitos de residência e
pedido um cartão de residência de familiar, de um os apoios sociais conferidos ao abrigo da presente lei.
cartão de residência ou de um cartão de residência 2 - O disposto nos artigos 25.º e 26.º é aplicável a
permanente, bem como pelos procedimentos e qualquer decisão tomada nos termos do número
demais documentos previstos na presente lei, são anterior.
devidas taxas a fixar por portaria do membro do
Governo responsável pela área da administração Artigo 32.º
interna. Direito subsidiário
2 - O produto da taxa pela emissão do certificado de
registo a que se refere o artigo 14.º reverte, sempre Em tudo quanto não esteja regulado na presente lei deve
que efetuado junto da câmara municipal: observar-se o disposto na lei geral que seja compatível
com as disposições do direito comunitário.
a) 50% para o município;
b) 50% para o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
Artigo 33.º
3 - O produto das restantes taxas reverte para o Serviço Norma transitória
de Estrangeiros e Fronteiras.
4 - Os encargos e as taxas pela emissão dos documentos Os títulos de residência emitidos ao abrigo do Decreto-
referidos no n.º 1 não podem ser superiores àqueles Lei n.º 60/93, de 3 de março, mantêm-se válidos,
que são exigidos aos cidadãos nacionais em matéria podendo ser substituídos pelo certificado de registo ou
de emissão do bilhete de identidade. pelo cartão de residência, consoante os casos, a pedido
dos respetivos titulares.
CAPÍTULO X
Contraordenações Artigo 34.º
Norma revogatória
Artigo 30.º
Contraordenações É revogado o Decreto-Lei n.º 60/93, de 3 de março.

1 - O incumprimento de qualquer das obrigações


previstas no n.º 1 do artigo 14.º, no n.º 1 do artigo
15.º e no n.º 3 do artigo 17.º constitui
contraordenação punível com coima de (euro) 400 a
(euro) 1500.
2 - A efetivação do registo a que se refere o artigo 14.º
ou a sua manutenção sem que estejam verificadas as
condições previstas nos artigos 7.º e 8.º constitui
contraordenação punível com coima de (euro) 500 a
(euro) 2500.
3 - A negligência é punível.
4 - Em caso de negligência, os limites mínimos e máximos
das coimas previstas nos n.ºs 1 e 2 são reduzidos a
metade.
5 - A aplicação das coimas previstas no presente artigo é
da competência do diretor-geral do Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras, que a pode delegar, nos
termos da lei.
6 - O produto das coimas reverte em 60% para o Estado e
em 40% para o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.

CAPÍTULO XI
Disposições finais e transitórias

Artigo 31.º
Abuso de direito

1 - Em caso de abuso de direito, de fraude ou de


casamento ou união simulada ou de conveniência,

429
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

430
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Nacionalidade

431
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

432
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Lei n.º 37/81, de 3 de outubro17 g) Os indivíduos nascidos no território português e


Lei da Nacionalidade que não possuam outra nacionalidade.
2 - Presumem-se nascidos no território português, salvo
(com as alterações introduzidas pela Lei n.º 25/94, de 19 prova em contrário, os recém-nascidos que aqui
de agosto, Decreto-Lei n.º 194/2003, de 23 de agosto, Lei tenham sido expostos.
Orgânica n.º 1/2004, de 15 de janeiro, Lei Orgânica n.º 3 - A verificação da existência de laços de efetiva ligação
2/2006, de 17 de abril, Lei Orgânica n.º 1/2013, de 29 de à comunidade nacional, para os efeitos estabelecidos
julho, Lei Orgânica n.º 8/2015, de 22 de junho, e Lei na alínea d) do n.º 1, implica o reconhecimento, pelo
Orgânica n.º 9/2015, de 29 de julho) Governo, da relevância de tais laços, nomeadamente
pelo conhecimento suficiente da língua portuguesa e
A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea pela existência de contactos regulares com o
a) do artigo 167.º e do n.º 2 do artigo 169.º da território português, e depende de não condenação,
Constituição, o seguinte: com trânsito em julgado da sentença, pela prática de
crime punível com pena de prisão de máximo igual ou
TÍTULO I superior a 3 anos, segundo a lei portuguesa.
Atribuição, aquisição e perda da nacionalidade
CAPÍTULO II
CAPÍTULO I Aquisição da nacionalidade
Atribuição da nacionalidade
SECÇÃO I
ARTIGO 1.º Aquisição da nacionalidade por efeito da vontade
(Nacionalidade originária)
ARTIGO 2.º
1 - São portugueses de origem: (Aquisição por filhos menores ou incapazes)
a) Os filhos de mãe portuguesa ou de pai português
nascidos no território português; Os filhos menores ou incapazes de pai ou mãe que
b) Os filhos de mãe portuguesa ou de pai português adquira a nacionalidade portuguesa podem também
nascidos no estrangeiro se o progenitor português adquiri-la, mediante declaração.
aí se encontrar ao serviço do Estado Português;
c) Os filhos de mãe portuguesa ou de pai português ARTIGO 3.º
nascidos no estrangeiro se tiverem o seu (Aquisição em caso de casamento)
nascimento inscrito no registo civil português ou
se declararem que querem ser portugueses; 1 - O estrangeiro casado há mais de três anos com
d) Os indivíduos nascidos no estrangeiro com, pelo nacional português pode adquirir a nacionalidade
menos, um ascendente de nacionalidade portuguesa mediante declaração feita na constância
portuguesa do 2.º grau na linha reta que não do matrimónio.
tenha perdido essa nacionalidade, se declararem 2 - A declaração de nulidade ou anulação do casamento
que querem ser portugueses, possuírem laços de não prejudica a nacionalidade adquirida pelo cônjuge
efetiva ligação à comunidade nacional e, que o contraiu de boa fé.
verificados tais requisitos, inscreverem o 3 - O estrangeiro que, à data da declaração, viva em
nascimento no registo civil português; união de facto há mais de três anos com nacional
e) Os indivíduos nascidos no território português, português pode adquirir a nacionalidade portuguesa,
filhos de estrangeiros, se pelo menos um dos após ação de reconhecimento dessa situação a
progenitores também aqui tiver nascido e aqui interpor no tribunal cível.
tiver residência, independentemente de título, ao
tempo do nascimento; ARTIGO 4.º
f) Os indivíduos nascidos no território português, (Declaração após aquisição de capacidade)
filhos de estrangeiros que não se encontrem ao Os que hajam perdido a nacionalidade portuguesa por
serviço do respetivo Estado, se declararem que efeito de declaração prestada durante a sua
querem ser portugueses e desde que, no incapacidade podem adquiri-la, quando capazes,
momento do nascimento, um dos progenitores mediante declaração.
aqui resida legalmente há pelo menos cinco anos;
SECÇÃO II
Aquisição da nacionalidade pela adoção
17 Texto consolidado retirado da base de dados Datajuris.

433
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

forem havidos como descendentes de portugueses,


ARTIGO 5.º os membros de comunidades de ascendência
(Aquisição por adoção plena) portuguesa e aos estrangeiros que tenham prestado
ou sejam chamados a prestar serviços relevantes ao
O adotado plenamente por nacional português adquire a Estado Português ou à comunidade nacional.
nacionalidade portuguesa. 7 - O Governo pode conceder a nacionalidade por
SECÇÃO III naturalização, com dispensa dos requisitos previstos
Aquisição da nacionalidade por naturalização nas alíneas b) e c) do n.º 1, aos descendentes de
judeus sefarditas portugueses, através da
ARTIGO 6.º demonstração da tradição de pertença a uma
(Requisitos) comunidade sefardita de origem portuguesa, com
base em requisitos objetivos comprovados de ligação
1 - O Governo concede a nacionalidade portuguesa, por a Portugal, designadamente apelidos, idioma familiar,
naturalização, aos estrangeiros que satisfaçam descendência direta ou colateral.
cumulativamente os seguintes requisitos:
a) Serem maiores ou emancipados à face da lei ARTIGO 7.º
portuguesa; (Processo)
b) Residirem legalmente no território português há
pelo menos seis anos; 1 - A naturalização é concedida, a requerimento do
c) Conhecerem suficientemente a língua portuguesa; interessado, por decisão do Ministro da Justiça.
d) Não terem sido condenados, com trânsito em 2 - O processo de naturalização e os documentos
julgado da sentença, pela prática de crime punível destinados à sua instrução não estão sujeitos às
com pena de prisão de máximo igual ou superior a disposições do Código do Imposto do Selo.
3 anos, segundo a lei portuguesa.
e) Não constituam perigo ou ameaça para a CAPÍTULO III
segurança ou a defesa nacional, pelo seu Perda da nacionalidade
envolvimento em atividades relacionadas com a
prática do terrorismo, nos termos da respetiva lei. ARTIGO 8.º
2 - O Governo concede a nacionalidade, por (Declaração relativa à perda da nacionalidade)
naturalização, aos menores, nascidos no território
português, filhos de estrangeiros, desde que Perdem a nacionalidade portuguesa os que, sendo
preencham os requisitos das alíneas c) e d) do nacionais de outro Estado, declarem que não querem ser
número anterior e desde que, no momento do portugueses.
pedido, se verifique uma das seguintes condições:
CAPÍTULO IV
a) Um dos progenitores aqui resida legalmente há Oposição à aquisição da nacionalidade por efeito da
pelo menos cinco anos; vontade ou da adoção
b) O menor aqui tenha concluído o 1.º ciclo do ensino
básico. ARTIGO 9.º
3 - O Governo concede a naturalização, com dispensa dos (Fundamentos)
requisitos previstos nas alíneas b) e c) do n.º 1, aos
indivíduos que tenham tido a nacionalidade Constituem fundamento de oposição à aquisição da
portuguesa e que, tendo-a perdido, nunca tenham nacionalidade portuguesa:
adquirido outra nacionalidade. a) A inexistência de ligação efetiva à comunidade
4 – (Revogado). nacional;
5 - O Governo pode conceder a nacionalidade, por b) A condenação, com trânsito em julgado da
naturalização, com dispensa do requisito estabelecido sentença, pela prática de crime punível com pena
na alínea b) do n.º 1, a indivíduos nascidos no de prisão de máximo igual ou superior a 3 anos,
território português, filhos de estrangeiros, que aqui segundo a lei portuguesa;
tenham permanecido habitualmente nos 10 anos c) O exercício de funções públicas sem carácter
imediatamente anteriores ao pedido. predominantemente técnico ou a prestação de
6 - O Governo pode conceder a naturalização, com serviço militar não obrigatório a Estado
dispensa dos requisitos previstos nas alíneas b) e c) estrangeiro.
do n.º 1, aos indivíduos que, não sendo apátridas, d) A existência de perigo ou ameaça para a segurança
tenham tido a nacionalidade portuguesa, aos que ou a defesa nacional, pelo seu envolvimento em

434
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

atividades relacionadas com a prática do ARTIGO 14.º


terrorismo, nos termos da respetiva lei. (Efeitos do estabelecimento da filiação)

Só a filiação estabelecida durante a menoridade produz


ARTIGO 10.º efeitos relativamente à nacionalidade.
(Processo)
ARTIGO 15.º
1 - A oposição é deduzida pelo Ministério Público no Residência legal
prazo de um ano a contar da data do facto de que
dependa a aquisição da nacionalidade, em processo a 1 - Para os efeitos do disposto nos artigos precedentes,
instaurar nos termos do artigo 26.º entende-se que residem legalmente no território
2 - É obrigatória para todas as autoridades a participação português os indivíduos que aqui se encontram, com
ao Ministério Público dos factos a que se refere o a sua situação regularizada perante as autoridades
artigo anterior. portuguesas, ao abrigo de qualquer dos títulos, vistos
ou autorizações previstos no regime de entrada,
CAPÍTULO V permanência, saída e afastamento de estrangeiros e
Efeitos da atribuição, aquisição e perda da no regime do direito de asilo.
nacionalidade 2 - O disposto no número anterior não prejudica os
regimes especiais de residência legal resultantes de
ARTIGO 11.º tratados ou convenções de que Portugal seja Parte,
(Efeitos da atribuição) designadamente no âmbito da União Europeia e da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
A atribuição da nacionalidade portuguesa produz efeitos
desde o nascimento, sem prejuízo da validade das
relações jurídicas anteriormente estabelecidas com base TÍTULO II
em outra nacionalidade. Registo, prova e contencioso da nacionalidade

ARTIGO 12.º
(Efeitos das alterações de nacionalidade) CAPÍTULO I
Registo central da nacionalidade
Os efeitos das alterações de nacionalidade só se
produzem a partir da data do registo dos atos ou factos ARTIGO 16.º
de que dependem. (Registo central da nacionalidade)

CAPÍTULO VI As declarações de que dependem a atribuição, a


Disposições gerais aquisição ou a perda da nacionalidade portuguesa devem
constar do registo central da nacionalidade, a cargo da
ARTIGO 13.º Conservatória dos Registos Centrais.
Suspensão de procedimentos
ARTIGO 17.º
1 - O procedimento de aquisição da nacionalidade (Declarações perante os agentes diplomáticos ou
portuguesa por efeito da vontade, por adoção ou por consulares)
naturalização suspende-se durante o decurso do
prazo de cinco anos a contar da data do trânsito em As declarações de nacionalidade podem ser prestadas
julgado de sentença que condene o interessado por perante os agentes diplomáticos ou consulares
crime previsto na lei portuguesa e em pena ou penas portugueses e, neste caso, são registadas oficiosamente
que, isolada ou cumulativamente, ultrapassem 1 ano em face dos necessários documentos comprovativos, a
de prisão. enviar para o efeito à Conservatória dos Registos
2 - Com a suspensão prevista no número anterior, Centrais.
suspende-se também a contagem do prazo previsto
no n.º 1 do artigo 10.º ARTIGO 18.º
3 - São nulos os atos praticados em violação do disposto (Atos sujeitos a registo obrigatório)
no n.º 1.
1 - É obrigatório o registo:
a) Das declarações para atribuição da nacionalidade;

435
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

b) Das declarações para aquisição ou perda da 2 - À prova da aquisição da nacionalidade por adoção é
nacionalidade; aplicável o n.º 1 do artigo anterior.
c) Da naturalização de estrangeiros.
2 – (Revogado). ARTIGO 23.º
(Pareceres do conservador dos Registos Centrais)

ARTIGO 19.º Ao conservador dos Registos Centrais compete emitir


Registo da nacionalidade parecer sobre quaisquer questões de nacionalidade,
designadamente sobre as que lhe devem ser submetidas
O registo do ato que importe atribuição, aquisição ou pelos agentes consulares em caso de dúvida sobre a
perda da nacionalidade é lavrado por assento ou por nacionalidade portuguesa do impetrante de matrícula ou
averbamento. inscrição consular.

ARTIGO 20.º ARTIGO 24.º


(Registos gratuitos) (Certificados de nacionalidade)

(Revogado). 1 - Independentemente da existência do registo, podem


ser passados pelo conservador dos Registos Centrais,
CAPÍTULO II a requerimento do interessado, certificados de
Prova da nacionalidade nacionalidade portuguesa.
2 - A força probatória do certificado pode ser ilidida por
ARTIGO 21.º qualquer meio sempre que não exista registo da
(Prova da nacionalidade originária) nacionalidade do respetivo titular.

1 - A nacionalidade portuguesa originária dos indivíduos CAPÍTULO III


abrangidos pelas alíneas a), b) e f) do n.º 1 do artigo Contencioso da nacionalidade
1.º prova-se pelo assento de nascimento.
2 - É havido como nacional português o indivíduo de cujo ARTIGO 25.º
assento de nascimento não conste menção da (Legitimidade)
nacionalidade estrangeira dos progenitores ou do seu
desconhecimento. Têm legitimidade para interpor recurso de quaisquer
3 - A nacionalidade originária dos indivíduos abrangidos atos relativos à atribuição, aquisição ou perda de
pela alínea c) do n.º 1 do artigo 1.º prova-se, nacionalidade portuguesa os interessados diretos e o
consoante os casos, pelas menções constantes do Ministério Público.
assento de nascimento lavrado por inscrição no
registo civil português ou pelo registo da declaração ARTIGO 26.º
de que depende a atribuição. Legislação aplicável
4 - A nacionalidade originária dos indivíduos abrangidos
pela alínea d) do n.º 1 do artigo 1.º prova-se pelo Ao contencioso da nacionalidade são aplicáveis, nos
assento de nascimento onde conste a menção da termos gerais, o Estatuto dos Tribunais Administrativos e
naturalidade portuguesa de um dos progenitores e a Fiscais, o Código de Processo nos Tribunais
da sua residência no território nacional. Administrativos e demais legislação complementar.
5 - A nacionalidade portuguesa originária de indivíduos
abrangidos pela alínea e) do n.º 1 do artigo 1.º prova-
se pelo registo da declaração de que depende a TÍTULO III
atribuição. Conflitos de leis sobre a nacionalidade

ARTIGO 22.º ARTIGO 27.º


(Prova da aquisição e da perda da nacionalidade) (Conflitos de nacionalidade portuguesa e estrangeira)

1 - A aquisição e a perda da nacionalidade provam-se Se alguém tiver duas ou mais nacionalidades e uma delas
pelos respetivos registos ou pelos consequentes for portuguesa, só esta releva face à lei portuguesa.
averbamentos exarados à margem do assento de
nascimento.

436
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

ARTIGO 28.º efeitos desde a data da aquisição da nacionalidade


(Conflitos de nacionalidades estrangeiras) estrangeira.

Nos conflitos positivos de duas ou mais nacionalidades ARTIGO 32.º


estrangeiras releva apenas a nacionalidade do Estado em (Naturalização imposta por Estado estrangeiro)
cujo território o plurinacional tenha a sua residência
habitual ou, na falta desta, a do Estado com o qual É da competência do Tribunal Central Administrativo Sul
mantenha uma vinculação mais estreita. a decisão sobre a perda ou manutenção da nacionalidade
portuguesa nos casos de naturalização direta ou
TÍTULO IV indiretamente imposta por Estado estrangeiro a
Disposições transitórias e finais residentes no seu território.

ARTIGO 29.º ARTIGO 33.º


(Aquisição da nacionalidade por adotados) (Registo das alterações de nacionalidade)

Os adotados plenamente por nacional português, antes O registo das alterações de nacionalidade por efeito de
da entrada em vigor da presente lei, podem adquirir a casamento ou por aquisição voluntária de nacionalidade
nacionalidade portuguesa mediante declaração. estrangeira em conformidade com a lei anterior é
lavrado oficiosamente ou a requerimento dos
ARTIGO 30.º interessados, sendo obrigatório para fins de
(Aquisição da nacionalidade por mulher casada com identificação.
estrangeiro)
ARTIGO 34.º
1 - A mulher que, nos termos da Lei n.º 2098, de 29 de (Atos cujo registo não era obrigatório pela lei anterior)
julho de 1959, e legislação precedente, tenha perdido
a nacionalidade portuguesa por efeito do casamento 1 - A aquisição e a perda da nacionalidade que resultem
pode readquiri-la mediante declaração, não sendo, de atos cujo registo não era obrigatório no domínio
neste caso, aplicável o disposto nos artigos 9.º e 10.º da lei anterior continuam a provar-se pelo registo ou
2 - Sem prejuízo da validade das relações jurídicas pelos documentos comprovativos dos atos de que
anteriormente estabelecidas com base em outra dependem.
nacionalidade, a aquisição da nacionalidade 2 - Para fins de identificação, a prova destes atos é feita
portuguesa nos termos previstos no número anterior pelo respetivo registo ou consequentes
produz efeitos desde a data do casamento. averbamentos ao assento de nascimento.

ARTIGO 31.º ARTIGO 35.º


(Aquisição voluntária anterior de nacionalidade (Produção de efeitos dos atos anteriormente não
estrangeira) sujeitos a registo)

1 - Quem, nos termos da Lei n.º 2098, de 29 de julho de 1 - Os efeitos das alterações de nacionalidade
1959, e legislação precedente, perdeu a dependentes de atos ou factos não obrigatoriamente
nacionalidade portuguesa por efeito da aquisição sujeitos a registo no domínio da lei anterior são
voluntária de nacionalidade estrangeira, adquire-a: havidos como produzidos desde a data da verificação
a) Desde que não tenha sido lavrado o registo dos atos ou factos que as determinaram.
definitivo da perda da nacionalidade, exceto se 2 - Excetua-se do disposto no número anterior a perda da
declarar que não quer adquirir a nacionalidade nacionalidade fundada na aquisição voluntária de
portuguesa; nacionalidade estrangeira, a qual continua a só
b) Mediante declaração, quando tenha sido lavrado o produzir efeitos para com terceiros, no domínio das
registo definitivo da perda da nacionalidade. relações de direito privado, desde que seja levada ao
registo e a partir da data em que este se realize.
2 - Nos casos referidos no número anterior não se aplica
o disposto nos artigos 9.º e 10.º ARTIGO 36.º
3 - Sem prejuízo da validade das relações jurídicas (Processos pendentes)
anteriormente estabelecidas com base em outra
nacionalidade, a aquisição da nacionalidade (Revogado).
portuguesa nos termos previstos no n.º 1 produz

437
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

ARTIGO 37.º
(Assentos de nascimento de filhos apenas de não 3 - Quando for estabelecida a filiação, posteriormente ao
portugueses) registo de nascimento, de estrangeiro nascido no
território nacional, da decisão judicial ou do ato que a
1 - Nos assentos de nascimentos ocorridos no território tiver estabelecido, bem como da sua comunicação
português, após a entrada em vigor da presente lei, para averbamento ao registo de nascimento, deve
de filhos apenas de não portugueses deve mencionar- constar a menção da naturalidade do progenitor
se, como elemento de identidade do registando, a estrangeiro, nascido no território português, bem
nacionalidade estrangeira dos progenitores ou o seu como a sua residência ao tempo do nascimento.
desconhecimento, exceto se algum dos progenitores
tiver nascido no território português e aqui tiver ARTIGO 39.º
residência. (Regulamentação transitória)
2 - Sempre que possível, os declarantes devem
apresentar documento comprovativo da menção que (Revogado).
deva ser feita nos termos do número anterior, em
ordem a demonstrar que nenhum dos progenitores é ARTIGO 40.º
de nacionalidade portuguesa. (Disposição revogatória)

ARTIGO 38.º É revogada a Lei n.º 2098, de 29 de julho de 1959.


(Assentos de nascimento de progenitores ou adotantes
portugueses posteriormente ao registo de nascimento
de estrangeiro.)

1 - Quando for estabelecida filiação posteriormente ao


registo do nascimento de estrangeiro nascido em
território português ou sob administração portuguesa
ou for decretada a sua adoção, da decisão judicial ou
ato que as tiver estabelecido ou decretado e da sua
comunicação para averbamento ao assento de
nascimento constará a menção da nacionalidade dos
progenitores ou adotantes portugueses.
2 - A menção a que se refere o número anterior constará
igualmente, como elemento de identificação do
registado, do averbamento de estabelecimento de
filiação ou de adoção a exarar à margem do assento
de nascimento.

438
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 237-A/2006, de 14 de dezembro18 importante inovação, introduzida pela referida Lei
Aprova o Regulamento da Nacionalidade Orgânica n.º 2/2006, de 17 de abril.
Portuguesa e introduz alterações no Regulamento
Emolumentar dos Registos e Notariado, aprovado Acresce que, de um modo geral, foram simultaneamente
diminuídas exigências, tendo sido introduzido, para
pelo Decreto-Lei n.º 322-A/2001, de 14 de
efeitos de atribuição ou de aquisição da nacionalidade,
dezembro um novo conceito de residência legal no território
português, cuja prova pode ser efetuada através de
(com as alterações introduzidas pelo qualquer título válido, e não apenas mediante
Decreto-Lei n.º 43/2013, de 14 de dezembro, e autorização de residência.
Decreto-Lei n.º 30-A/2015, de 27 de fevereiro)
Tais alterações determinariam, por si só, a necessidade
Pela Lei Orgânica n.º 2/2006, de 17 de abril, foram de aprovar um novo Regulamento da Nacionalidade
introduzidas alterações à Lei n.º 37/81, de 3 de outubro Portuguesa, adaptado aos princípios e normas que
(Lei da Nacionalidade), que modificaram enformam a Lei da Nacionalidade recentemente revista.
substancialmente os regimes da atribuição e da aquisição
da nacionalidade portuguesa. Todavia, o objetivo do presente decreto-lei não se
circunscreveu à regulamentação da nova lei.
De entre essas alterações destaca-se, pela relevância que
assume, o reforço do princípio do ius soli, o que constitui Assim, aproveitou-se para simplificar procedimentos
a concretização do objetivo, assumido no Programa do relativos aos pedidos de nacionalidade e ao respetivo
Governo, do reconhecimento de um estatuto de registo e para eliminar atos inúteis, adotando um
cidadania a quem tem fortes laços com Portugal. conjunto de medidas que tornam mais fácil para os
cidadãos o exercício dos seus direitos.
Com efeito, as modificações demográficas, ocorridas nos
últimos anos, determinaram que muitos descendentes de No domínio da simplificação de procedimentos, salienta-
imigrantes, embora sendo estrangeiros, nunca tenham se que os autos de declarações para fins de atribuição,
conhecido outro país, além de Portugal, onde nasceram. aquisição e perda da nacionalidade, lavrados nas
conservatórias do registo civil ou nos serviços consulares
Neste contexto, e revertendo como um importante fator portugueses, se tornam agora facultativos, sendo criados
de combate à exclusão social, pela nova lei é atribuída a meios alternativos para que os interessados possam
nacionalidade portuguesa de origem aos nascidos no remeter as suas declarações diretamente para a
território português, filhos de estrangeiros, se pelo Conservatória dos Registos Centrais.
menos um dos progenitores também aqui tiver nascido e
aqui tiver residência, independentemente de título, ao Trata-se, sem dúvida, de uma medida de grande impacte
tempo do nascimento do filho, bem como aos nascidos ao nível da facilitação da vida quotidiana de muitos
no território português, filhos de estrangeiros que se não cidadãos, neles se incluindo os emigrantes portugueses e
encontrem ao serviço do respetivo Estado, se declararem as respetivas famílias, que passam a dispor da
que querem ser portugueses, desde que, no momento do possibilidade de requerer atos de nacionalidade sem ter
nascimento, um dos progenitores aqui resida legalmente de se deslocar a Portugal ou a um posto consular.
há, pelo menos, cinco anos.
Além disso, prevê-se a criação de extensões da
Por sua vez, no domínio da aquisição da nacionalidade foi Conservatória dos Registos Centrais, disponibilizando-se,
consagrado um direito subjetivo à naturalização por assim, novos balcões de atendimento, com competência
parte dos menores nascidos no território português, para a instrução dos pedidos de nacionalidade. Consagra-
filhos de estrangeiros, se, no momento do pedido, um se, ainda, a possibilidade de serem designadas entidades
dos progenitores aqui residir legalmente há cinco anos públicas, associações ou outras entidades privadas para
ou se o menor aqui tiver concluído o primeiro ciclo do prestar informações sobre o tratamento e a instrução
ensino básico. dos pedidos de atribuição, aquisição e perda da
nacionalidade e encaminhar as respetivas declarações e
A limitação da discricionariedade, através do requerimentos para a Conservatória dos Registos
reconhecimento, em diversas situações, de um direito Centrais.
subjetivo à naturalização, constitui, aliás, outra
No que se reporta à eliminação de atos inúteis, refere-se
que os registos de nacionalidade, tradicionalmente
18 Texto consolidado retirado da base de dados Datajuris.

439
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

lavrados por assento, são, na maior parte dos casos, Artigo 1.º
transformados em registos por mero averbamento e, Objeto
bem assim, é eliminada a publicação no Diário da
República do despacho de concessão da nacionalidade O presente decreto-lei aprova o Regulamento da
portuguesa, por naturalização. Nacionalidade Portuguesa, que consta do anexo ao
presente decreto-lei, que dele faz parte integrante, e
Salienta-se, ainda, o facto de os interessados estarem altera o artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 322-A/2001, de 14
genericamente dispensados de apresentar certidões de de dezembro, e os artigos 10.º, 18.º e 19.º do
atos de registo civil nacional, que devam instruir os Regulamento Emolumentar dos Registos e Notariado,
pedidos de atribuição, aquisição e perda da aprovado pelo mesmo decreto-lei, com as alterações
nacionalidade, bem como de apresentar outros introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 315/2002, de 27 de
documentos, designadamente o certificado do registo dezembro, pela Lei n.º 32-B/2002, de 30 de dezembro, e
criminal português e documentos comprovativos da pelos Decretos-Leis n.ºs 194/2003, de 23 de agosto,
residência legal no território português, os quais se 53/2004, de 18 de março, 199/2004, de 18 de agosto,
referem a informação de que a administração já dispõe e 111/2005, de 8 de julho, 178-A/2005, de 28 de outubro,
que passam a ser oficiosamente obtidos. 76-A/2006, de 29 de março, 85/2006, de 23 de maio, e
125/2006, de 29 de junho.
Por outro lado, atribuem-se novas competências aos
ajudantes e escriturários da Conservatória dos Registos Artigo 2.º
Centrais promovendo, deste modo, a desconcentração Alteração ao Decreto-Lei n.º 322-A/2001, de 14 de
de competências, o que permite uma capacidade de dezembro
resposta acrescida.
(…)
Adotam-se, ainda, várias disposições destinadas a
permitir que os pedidos de atribuição, aquisição e perda Artigo 3.º
da nacionalidade possam, no futuro, ser efetuados por Norma revogatória
via eletrónica.
São revogados:
Por último, uma vez que, em matéria do contencioso da
a) O Decreto-Lei n.º 322/82, de 12 de agosto, com as
nacionalidade, a competência foi transferida para os
alterações introduzidas pelos Decretos-Leis n.ºs
tribunais administrativos e fiscais, são também
117/93, de 13 de abril, 253/94, de 20 de outubro,
introduzidas novas regras quanto à tramitação dos
e 37/97, de 31 de janeiro, e parcialmente
processos e quanto à impugnação das decisões do
revogado pela Lei n.º 33/99, de 18 de maio;
conservador dos Registos Centrais.
b) O Decreto-Lei n.º 135/2005, de 17 de agosto, sem
prejuízo da sua aplicação aos processos pendentes
Foram promovidas as diligências necessárias à audição
no Ministério da Administração Interna.
do Conselho Superior da Magistratura, do Conselho
Superior do Ministério Público, da Ordem dos
Artigo 4.º
Advogados, da Câmara dos Solicitadores e do Conselho
Entrada em vigor
dos Oficiais de Justiça.
1 - O presente decreto-lei entra em vigor no dia 15 de
Foram ouvidos o Conselho Superior dos Tribunais
dezembro de 2006 e aplica-se aos processos
Administrativos e Fiscais, a Associação Nacional de
pendentes, salvo no que respeita ao disposto no
Municípios Portugueses e a Comissão Nacional de
artigo 2.º e às normas relativas à competência para a
Proteção de Dados.
decisão dos pedidos de aquisição da nacionalidade
portuguesa por naturalização, bem como ao regime
Assim:
relativo à sua tramitação, constantes do anexo ao
presente decreto-lei, que dele faz parte integrante.
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da
2 - Ao registo de aquisição da nacionalidade por
Constituição, o Governo decreta o seguinte:
naturalização, que venha a ser concedida em
processo pendente à data de entrada em vigor do
presente decreto-lei, aplica-se o disposto no
Regulamento Emolumentar dos Registos e Notariado,
na redação anterior à introduzida pelo presente
diploma.

440
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

c) Os indivíduos nascidos no território português de


ANEXO cujo assento de nascimento conste a menção
REGULAMENTO DA NACIONALIDADE PORTUGUESA especial de que não possuem outra nacionalidade.

TÍTULO I Artigo 4.º


Da nacionalidade portuguesa Menções especiais dos assentos de nascimentos
ocorridos no território português
CAPÍTULO I
Atribuição, aquisição e perda da nacionalidade 1 - Nos assentos de nascimentos ocorridos no território
português, de filhos apenas de não portugueses, deve
Artigo 1.º mencionar-se, como elemento de identificação do
Atribuição, aquisição e perda da nacionalidade interessado, a nacionalidade estrangeira dos
progenitores ou o seu desconhecimento, exceto se
1 - A nacionalidade portuguesa pode ter como algum dos progenitores aqui tiver nascido e aqui tiver
fundamento a atribuição, por efeito da lei ou da residência, ao tempo do nascimento do filho,
vontade, ou a aquisição, por efeito da vontade, da independentemente de título.
adoção plena ou da naturalização. 2 - Os declarantes devem, sempre que possível,
2 - A perda da nacionalidade portuguesa só pode ocorrer apresentar documento comprovativo da
por efeito de declaração de vontade. nacionalidade dos progenitores, exceto nos casos em
que não haja dúvidas sobre a nacionalidade
SECÇÃO I portuguesa de, pelo menos, um deles.
Atribuição da nacionalidade 3 - Quando ambos os progenitores forem estrangeiros,
mas um deles aqui tiver nascido e aqui tiver
SUBSECÇÃO I residência, independentemente de título, ao tempo
Disposições comuns do nascimento do filho, a naturalidade desse
progenitor é comprovada mediante certidão do
Artigo 2.º respetivo registo de nascimento, devendo ser
Nacionalidade originária apresentado documento comprovativo da sua
residência no território português.
A atribuição da nacionalidade portuguesa pode resultar 4 - O documento previsto na parte final do número
de mero efeito da lei ou de declaração de vontade e, sem anterior pode ser dispensado, desde que sejam
prejuízo da validade das relações jurídicas anteriormente invocados factos que justifiquem a impossibilidade da
estabelecidas com base em outra nacionalidade, produz sua apresentação.
efeitos desde o nascimento.
Artigo 5.º
SUBSECÇÃO II Estabelecimento da filiação de estrangeiros nascidos no
Nacionalidade originária por efeito da lei território português

Artigo 3.º 1 - O ato ou processo destinado a estabelecer a filiação


Atribuição da nacionalidade por efeito da lei de estrangeiro, nascido no território português, é
instruído, consoante o caso e sem prejuízo da
São portugueses de origem: dispensa de apresentação de documentos pelo
a) Os indivíduos nascidos no território português, interessado nos termos do artigo 37.º:
filhos de mãe portuguesa ou de pai português, a) Com documento comprovativo da nacionalidade
bem como os nascidos no território português, portuguesa do progenitor;
filhos de estrangeiros, se um dos progenitores b) Com certidão do registo de nascimento do
aqui tiver nascido e aqui tiver residência, ao progenitor estrangeiro nascido no território
tempo do nascimento do filho, português e com documento comprovativo da
independentemente de título, sempre que do respetiva residência neste território, ao tempo do
assento de nascimento não conste menção que nascimento do filho.
contrarie essas circunstâncias;
2 - O documento previsto na parte final da alínea b) do
b) Os indivíduos nascidos no estrangeiro de cujo
número anterior pode ser dispensado, desde que
assento de nascimento conste a menção de que a
sejam invocados factos que justifiquem a
mãe ou o pai se encontrava ao serviço do Estado
impossibilidade da sua apresentação.
Português, à data do nascimento;

441
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

3 - Da decisão judicial ou do ato em que a filiação for Artigo 8.º


estabelecida, bem como da sua comunicação para Atribuição da nacionalidade por efeito da vontade a
averbamento ao assento de nascimento, deve nascidos no estrangeiro
constar a menção da nacionalidade do progenitor
português ou a menção da naturalidade do 1 - Os filhos de mãe portuguesa ou de pai português
progenitor estrangeiro, nascido no território nascidos no estrangeiro que pretendam que lhes seja
português, e da respetiva residência neste território, atribuída a nacionalidade portuguesa devem
ao tempo do nascimento do filho. manifestar a vontade de serem portugueses por uma
4 - As menções referidas no número anterior devem das seguintes formas:
constar, igualmente, como elemento de identificação a) Declarar que querem ser portugueses;
do interessado, do averbamento de estabelecimento b) Inscrever o nascimento no registo civil português
da filiação, a lavrar na sequência do respetivo assento mediante declaração prestada pelos próprios,
de nascimento. sendo capazes, ou pelos seus legais
representantes, sendo incapazes.
Artigo 6.º 3 - A declaração ou o pedido de inscrição são
Apatridia instruídos com prova da nacionalidade portuguesa
de um dos progenitores.
1 - Nos assentos de nascimentos ocorridos no território
português de indivíduos que provem não possuir Artigo 9.º
outra nacionalidade é especialmente mencionada Inscrição de nascimento
esta circunstância, como elemento de identificação
do interessado, mediante averbamento autorizado 1 - A inscrição de nascimento, nas condições previstas na
nos termos do número seguinte. alínea b) do n.º 1 do artigo anterior, é efetuada nos
2 - Coligida a prova de apatridia, o conservador ou o serviços consulares portugueses ou na Conservatória
oficial dos registos remete-a, com informação sobre o dos Registos Centrais.
seu mérito e acompanhada de certidão do assento de 2 - Nos casos em que o interessado, maior de 14 anos,
nascimento respetivo, ao conservador dos Registos não se identifique com documento bastante e não
Centrais, que autoriza ou indefere o averbamento, apresente certidão do assento estrangeiro do seu
podendo determinar as diligências prévias nascimento, é exigida a intervenção de duas
complementares que julgue necessárias. testemunhas e, se possível, deve ser exibido
documento que comprove a exatidão da declaração,
Artigo 7.º podendo o conservador ou o oficial dos registos
Progenitor ao serviço do Estado Português promover as diligências necessárias ao apuramento
dos factos alegados.
1 - Nos assentos de nascimentos ocorridos no 3 - As declarações necessárias à inscrição de nascimento
estrangeiro de filhos de mãe portuguesa ou de pai na Conservatória dos Registos Centrais são prestadas
português que ao tempo se encontrassem ao serviço por intermédio dos serviços consulares portugueses e
do Estado Português é feita menção especial desta de conservatórias do registo civil, ou em extensões da
circunstância como elemento de identificação do Conservatória dos Registos Centrais junto de outras
interessado. pessoas coletivas públicas, em termos a fixar por
2 - O declarante deve apresentar documento protocolo a celebrar entre essas entidades e a
comprovativo da circunstância referida no número Direcção-Geral dos Registos e do Notariado.
anterior, passado pelo departamento a que o
progenitor prestava serviço no estrangeiro. Artigo 10.º
3 - A apresentação do documento referido no número Atribuição da nacionalidade por efeito da vontade a
anterior é dispensada sempre que o funcionário nascidos no território português
tenha conhecimento oficial de que o progenitor se
encontrava no estrangeiro ao serviço do Estado 1 - Os indivíduos nascidos no território português, filhos
Português. de estrangeiros que não se encontrem ao serviço do
respetivo Estado, podem declarar que querem ser
portugueses, desde que, à data do nascimento, um
SUBSECÇÃO III dos progenitores aqui resida legalmente há pelo
Nacionalidade originária por efeito da vontade menos cinco anos.

442
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

2 - A declaração é instruída com os seguintes


documentos, sem prejuízo da dispensa da sua Artigo 12.º
apresentação pelo interessado nos termos do artigo Fundamento da aquisição da nacionalidade
37.º:
a) Certidão do assento de nascimento do interessado; A aquisição da nacionalidade portuguesa pode ter como
b) Documento emitido pelo Serviço de Estrangeiros e fundamento a declaração de vontade do interessado, a
Fronteiras, comprovativo de que, há pelo menos adoção plena ou a naturalização e só produz efeitos a
cinco anos, à data do nascimento do filho, um dos partir da data do registo.
progenitores tinha residência legalmente
SUBSECÇÃO II
estabelecida no território português, ao abrigo de
Aquisição da nacionalidade por efeito da vontade
qualquer dos títulos, vistos ou autorizações
previstos no regime de entrada, permanência,
Artigo 13.º
saída e afastamento de estrangeiros e no regime
Aquisição por filhos incapazes mediante declaração de
do direito de asilo ou ao abrigo de regimes
vontade
especiais resultantes de tratados ou convenções
de que Portugal seja Parte, designadamente no
1 - Os filhos incapazes de mãe ou de pai que adquira a
âmbito da União Europeia e da Comunidade dos
nacionalidade portuguesa, se também a quiserem
Países de Língua Portuguesa;
adquirir, devem declarar, por intermédio dos seus
c) Documento emitido pelo Serviço de Estrangeiros e
representantes legais, que pretendem ser
Fronteiras comprovativo de que nenhum dos
portugueses.
progenitores se encontrava no território
2 - Na declaração é identificado o registo de aquisição da
português ao serviço do respetivo Estado
nacionalidade da mãe ou do pai.
estrangeiro.
3 - O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras pode emitir os Artigo 14.º
documentos referidos nas alíneas b) e c) do número Aquisição em caso de casamento ou união de facto
anterior com base em elementos nele arquivados ou mediante declaração de vontade
em averiguações realizadas para o efeito.
1 - O estrangeiro casado há mais de três anos com
Artigo 11.º nacional português, se, na constância do matrimónio,
Composição do nome quiser adquirir a nacionalidade, deve declará-lo.
2 - O estrangeiro que coabite com nacional português em
1 - Ao nome dos indivíduos a quem seja atribuída a condições análogas às dos cônjuges há mais de três
nacionalidade portuguesa são aplicáveis as regras anos, se quiser adquirir a nacionalidade deve
legais em vigor acerca da composição do nome, sem igualmente declará-lo, desde que tenha previamente
prejuízo do disposto no número seguinte. obtido o reconhecimento judicial da situação de
2 - Sempre que assim o pretendam, aqueles a quem for união de facto.
atribuída a nacionalidade portuguesa podem manter 3 - A declaração prevista no n.º 1 é instruída com
a composição originária do seu nome. certidão do assento de casamento e com certidão do
3 - No caso de atribuição de nacionalidade mediante assento de nascimento do cônjuge português, sem
declaração, o interessado deve indicar a composição prejuízo da dispensa da sua apresentação pelo
que pretende adotar para o nome, a qual é averbada interessado nos termos do artigo 37.º
ao assento de nascimento respetivo, já lavrado ou a 4 - No caso previsto no n.º 2, a declaração é instruída
lavrar por transcrição, sempre que o nome seja com certidão da sentença judicial, com certidão do
alterado. assento de nascimento do nacional português, sem
4 - Tratando-se de inscrição de nascimento atributiva da prejuízo da dispensa da sua apresentação pelo
nacionalidade ou de assento de nacionalidade, deve interessado nos termos do artigo 37.º, e com
mencionar-se no texto o novo nome e averbar-se a declaração deste, prestada há menos de três meses,
forma originária, quando demonstrada. que confirme a manutenção da união de facto.
5 - A declaração prevista na parte final do número
SECÇÃO II anterior pode ser reduzida a auto perante funcionário
Aquisição da nacionalidade de um dos serviços com competência para a receção
do pedido ou constar de documento assinado pelo
SUBSECÇÃO I membro da união de facto que seja nacional
Disposições comuns português, contendo a indicação do número, data e

443
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

entidade emitente do respetivo bilhete de a) Extensões da Conservatória dos Registos Centrais


identidade. junto de outras pessoas coletivas públicas, em
termos a fixar por protocolo a celebrar entre essas
entidades e a Direcção-Geral dos Registos e do
Artigo 15.º Notariado;
Aquisição mediante declaração de vontade após perda b) Conservatórias do registo civil;
da nacionalidade durante a incapacidade c) Serviços consulares portugueses.
2 - O requerimento pode, ainda, ser enviado por correio
1 - Os que tiverem perdido a nacionalidade portuguesa
para a Conservatória dos Registos Centrais, ou por via
por efeito de declaração prestada durante a sua
eletrónica, nas condições que vierem a ser fixadas por
incapacidade e quiserem adquiri-la, quando capazes,
portaria do Ministro da Justiça.
devem declará-lo.
3 - O requerimento para a naturalização é efetuado pelo
2 - Na declaração deve ser identificado o registo de perda
interessado, por si ou por procurador bastante, sendo
da nacionalidade e ser feita prova da capacidade.
capaz, ou pelos seus representantes legais, sendo
incapaz.
4 - O requerimento é redigido em língua portuguesa e,
SUBSECÇÃO III
além do fundamento do pedido e de outras
Aquisição da nacionalidade por efeito da adoção plena
circunstâncias que o interessado considere
relevantes, deve conter os seguintes elementos:
Artigo 16.º
Aquisição por adoção plena a) O nome completo, data do nascimento, estado,
naturalidade, nacionalidade, filiação, profissão e
Adquirem a nacionalidade portuguesa, por mero efeito residência atual, bem como a indicação dos países
da lei, os adotados plenamente por nacional português. onde tenha residido anteriormente;
b) O nome completo e residência dos representantes
Artigo 17.º legais, caso o interessado seja incapaz, ou do
Prova da nacionalidade portuguesa do adotante procurador;
c) A menção do número, data e entidade emitente do
1 - A petição do processo para adoção plena de um título ou autorização de residência, passaporte ou
estrangeiro por português é instruída com prova da documento de identificação equivalente do
nacionalidade portuguesa do adotante, devendo a interessado, bem como do representante legal ou
menção desta nacionalidade constar da decisão ou do procurador, se os houver;
ato em que a filiação adotiva vier a ser estabelecida, d) A assinatura do requerente, reconhecida
bem como da comunicação desta para averbamento presencialmente, salvo se for feita na presença de
ao assento de nascimento. funcionário de um dos serviços ou posto de
2 - A menção a que se refere o número anterior deve atendimento com competência para a receção do
igualmente constar, como elemento de identificação requerimento.
do interessado, do averbamento de adoção, a efetuar 5 - Quando o procurador seja advogado ou solicitador, é
na sequência do assento de nascimento. suficiente, para a confirmação da assinatura, a
3 - O disposto nos números anteriores é aplicável, com as indicação do número da respetiva cédula profissional.
necessárias adaptações, à conversão da adoção
restrita em adoção plena.
Artigo 19.º
Naturalização de estrangeiros residentes no território
SUBSECÇÃO IV português
Aquisição da nacionalidade por efeito da naturalização
1 - O Governo concede a nacionalidade portuguesa, por
Artigo 18.º naturalização, aos estrangeiros quando satisfaçam os
Aquisição da nacionalidade por naturalização seguintes requisitos:

1 - Aquele que pretenda adquirir a nacionalidade a) Sejam maiores ou emancipados à face da lei
portuguesa por naturalização, pode apresentar o portuguesa;
respetivo requerimento, dirigido ao Ministro da b) Residam legalmente no território português há
Justiça, nos seguintes serviços: pelo menos seis anos;
c) Conheçam suficientemente a língua portuguesa,
nos termos do disposto no artigo 25.º;

444
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

d) Não tenham sido condenados, com trânsito em b) Documento comprovativo de que conhece
julgado da sentença, pela prática de crime punível suficientemente a língua portuguesa, nos termos
com pena de prisão de máximo igual ou superior a do disposto no artigo 25.º;
três anos, segundo a lei portuguesa. c) Certificados do registo criminal emitidos pelos
4 - O requerimento é instruído com os seguintes serviços competentes portugueses, do país da
documentos, sem prejuízo da dispensa da sua nacionalidade, bem como dos países onde tenha
apresentação pelo interessado nos termos do artigo tido e tenha residência;
37.º: d) Documento emitido pelo Serviço de Estrangeiros e
Fronteiras, comprovativo de que um dos
a) Certidão do registo de nascimento; progenitores reside legalmente no território
b) Documento emitido pelo Serviço de Estrangeiros e português há pelo menos cinco anos, ao abrigo de
Fronteiras, comprovativo de que reside qualquer dos títulos, vistos ou autorizações
legalmente no território português há pelo menos previstos no regime de entrada, permanência,
seis anos, ao abrigo de qualquer dos títulos, vistos saída e afastamento de estrangeiros e no regime
ou autorizações previstos no regime de entrada, do direito de asilo ou ao abrigo de regimes
permanência, saída e afastamento de estrangeiros especiais resultantes de tratados ou convenções
e no regime do direito de asilo ou ao abrigo de de que Portugal seja Parte, designadamente no
regimes especiais resultantes de tratados ou âmbito da União Europeia e da Comunidade dos
convenções de que Portugal seja Parte, Países de Língua Portuguesa, ou documento
designadamente no âmbito da União Europeia e comprovativo de que o menor aqui concluiu o
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa; primeiro ciclo do ensino básico.
c) Documento comprovativo de que conhece
suficientemente a língua portuguesa, nos termos Artigo 21.º
do disposto no artigo 25.º; Naturalização de indivíduos que tenham tido a
d) Certificados do registo criminal emitidos pelos nacionalidade portuguesa
serviços competentes portugueses, do país da
naturalidade e da nacionalidade, bem como dos 1 - O Governo concede a nacionalidade portuguesa, por
países onde tenha tido residência. naturalização, aos indivíduos que tenham tido a
nacionalidade portuguesa e que, tendo-a perdido,
Artigo 20.º nunca tenham adquirido outra nacionalidade, quando
Naturalização de menores nascidos no território satisfaçam os seguintes requisitos:
português
a) Sejam maiores ou emancipados à face da lei
1 - O Governo concede a nacionalidade portuguesa, por portuguesa;
naturalização, aos menores, à face da lei portuguesa, b) Não tenham sido condenados, com trânsito em
nascidos no território português, filhos de julgado da sentença, pela prática de crime punível
estrangeiros, quando satisfaçam os seguintes com pena de prisão de máximo igual ou superior a
requisitos: três anos, segundo a lei portuguesa.

a) Conheçam suficientemente a língua portuguesa, 2 - O requerimento é instruído com os seguintes


nos termos do disposto no artigo 25.º; documentos, sem prejuízo da dispensa da sua
b) Não tenham sido condenados, com trânsito em apresentação pelo interessado nos termos do artigo
julgado da sentença, pela prática de crime punível 37.º:
com pena de prisão de máximo igual ou superior a a) Certidão do registo de nascimento;
três anos, segundo a lei portuguesa; b) Documentos emitidos pelas autoridades dos países
c) No momento do pedido, um dos progenitores com os quais tenha conexões relevantes,
resida legalmente no território português há pelo designadamente do país de origem, dos países
menos cinco anos ou o menor aqui tenha onde tenha tido ou tenha residência e do país da
concluído o primeiro ciclo do ensino básico. nacionalidade dos progenitores, comprovativos de
2 - O requerimento é instruído com os seguintes que nunca adquiriu outra nacionalidade;
documentos, sem prejuízo da dispensa da sua c) Certificados do registo criminal emitidos pelos
apresentação pelo interessado nos termos do artigo serviços competentes portugueses, do país da
37.º: naturalidade e dos países onde tenha tido e tenha
residência.
a) Certidão do registo de nascimento;
3 - No requerimento são indicadas as circunstâncias que
determinaram a perda da nacionalidade portuguesa.

445
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 22.º 2 - O requerimento é instruído com os seguintes


Naturalização de estrangeiros que sejam descendentes documentos, sem prejuízo da dispensa da sua
de nacional português apresentação pelo interessado nos termos do artigo
37.º:
1 - O Governo concede a nacionalidade portuguesa, por a) Certidão do registo de nascimento;
naturalização, aos indivíduos nascidos no estrangeiro b) Documento comprovativo de que conhece
com, pelo menos, um ascendente do segundo grau da suficientemente a língua portuguesa, nos termos
linha reta de nacionalidade portuguesa e que não do disposto no artigo 25.º;
tenha perdido esta nacionalidade, quando satisfaçam c) Certificados do registo criminal emitidos pelos
os seguintes requisitos: serviços competentes portugueses, do país da
a) Sejam maiores ou emancipados à face da lei nacionalidade, bem como dos países onde tenha
portuguesa; tido residência;
b) Conheçam suficientemente a língua portuguesa, d) Documentos comprovativos de que, nos 10 anos
nos termos do disposto no artigo 25.º; imediatamente anteriores ao pedido, permaneceu
c) Não tenham sido condenados, com trânsito em habitualmente no território português,
julgado da sentença, pela prática de crime punível designadamente documentos que comprovem os
com pena de prisão de máximo igual ou superior a descontos efetuados para a segurança social e
três anos, segundo a lei portuguesa. para a administração fiscal, a frequência escolar,
5 - O requerimento é instruído com os seguintes as condições de alojamento ou documento de
documentos, sem prejuízo da dispensa da sua viagem válido e reconhecido.
apresentação pelo interessado nos termos do artigo
37.º: Artigo 24.º
Casos especiais em que pode ser concedida a
a) Certidão do registo de nascimento; naturalização
b) Certidões dos registos de nascimento do
ascendente do segundo grau da linha reta de 1 - O Governo pode conceder a nacionalidade
nacionalidade portuguesa e do progenitor que portuguesa, por naturalização, aos indivíduos que,
dele for descendente; não sendo apátridas, tenham tido a nacionalidade
c) Documento comprovativo de que conhece portuguesa, aos que forem havidos como
suficientemente a língua portuguesa, nos termos descendentes de portugueses, aos membros de
do disposto no artigo 25.º; comunidades de ascendência portuguesa e aos
d) Certificados do registo criminal emitidos pelos estrangeiros que tenham prestado ou sejam
serviços competentes portugueses, do país da chamados a prestar serviços relevantes ao Estado
naturalidade e da nacionalidade, bem como dos português ou à comunidade nacional, quando
países onde tenha tido e tenha residência. satisfaçam os seguintes requisitos:

Artigo 23.º a) Sejam maiores ou emancipados à face da lei


Naturalização de estrangeiros nascidos no território portuguesa;
português b) Não tenham sido condenados, com trânsito em
julgado da sentença, pela prática de crime punível
1 - O Governo pode conceder a nacionalidade com pena de prisão de máximo igual ou superior a
portuguesa, por naturalização, a indivíduos nascidos três anos, segundo a lei portuguesa.
no território português, filhos de estrangeiros, que 2 - O requerimento é instruído com os seguintes
aqui tenham permanecido habitualmente nos 10 documentos, sem prejuízo da dispensa da sua
anos imediatamente anteriores ao pedido, quando apresentação pelo interessado nos termos do artigo
satisfaçam os seguintes requisitos: 37.º:
a) Sejam maiores ou emancipados à face da lei a) Certidão do registo de nascimento;
portuguesa; b) Certificados do registo criminal emitidos pelos
b) Conheçam suficientemente a língua portuguesa, serviços competentes portugueses, do país da
nos termos do disposto no artigo 25.º; naturalidade e da nacionalidade, bem como dos
c) Não tenham sido condenados, com trânsito em países onde tenha tido e tenha residência.
julgado da sentença, pela prática de crime punível
com pena de prisão de máximo igual ou superior a 3 - Tratando-se de indivíduos que, não sendo apátridas,
três anos, segundo a lei portuguesa. tenham tido a nacionalidade portuguesa, são

446
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

indicadas, no requerimento, as circunstâncias que apelido do requerente, no idioma familiar, na


determinaram a perda da nacionalidade. genealogia e na memória familiar.
4 - A prova de ser havido como descendente de 4 - O certificado referido na alínea c) do número anterior
portugueses ou de ser membro de comunidades de deve conter o nome completo, a data de nascimento,
ascendência portuguesa é feita mediante certidões a naturalidade, a filiação, a nacionalidade e a
dos correspondentes registos de nascimento e, na residência do requerente, bem como a indicação da
sua falta, pode ser feita por outros meios que o descendência direta ou relação familiar na linha
Ministro da Justiça considere adequados. colateral de progenitor comum a partir da
5 - As circunstâncias relacionadas com o facto de o comunidade sefardita de origem portuguesa,
requerente ter prestado ou ser chamado a prestar acompanhado de todos os elementos de prova.
serviços relevantes ao Estado Português ou à 5 - Na falta do certificado referido na alínea c) do n.º 3, e
comunidade nacional são provadas por documento para demonstração da descendência direta ou
emitido pelo departamento competente, em função relação familiar na linha colateral de progenitor
da natureza daqueles serviços. comum a partir da comunidade sefardita de origem
portuguesa e tradição de pertença a uma
Artigo 24.º-A comunidade sefardita de origem portuguesa, são
Naturalização de estrangeiros que sejam descendentes admitidos os seguintes meios de prova:
de judeus sefarditas portugueses
a) Documento autenticado, emitido pela comunidade
1 - O Governo pode conceder a nacionalidade judaica a que o requerente pertença, que ateste o
portuguesa, por naturalização, aos descendentes de uso pelo mesmo de expressões em português em
judeus sefarditas, quando satisfaçam os seguintes ritos judaicos ou, como língua falada por si no seio
requisitos: dessa comunidade, do ladino;
b) Registos documentais autenticados, tais como
a) Sejam maiores ou emancipados à face da lei registos de sinagogas e cemitérios judaicos, bem
portuguesa; como títulos de residência, títulos de propriedade,
b) Não tenham sido condenados, com trânsito em testamentos e outros comprovativos da ligação
julgado da sentença, pela prática de crime punível familiar do requerente, por via de descendência
com pena de prisão de máximo igual ou superior a direta ou relação familiar na linha colateral de
três anos, segundo a lei portuguesa. progenitor comum a partir da comunidade
2 - No requerimento a apresentar pelo interessado são sefardita de origem portuguesa.
indicadas e demonstradas as circunstâncias que 6 - Em caso de dúvida sobre a autenticidade do conteúdo
determinam a tradição de pertença a uma dos documentos emitidos no estrangeiro, o membro
comunidade sefardita de origem portuguesa, do Governo responsável pela área da justiça pode
designadamente, apelidos de família, idioma familiar, solicitar, à comunidade judaica a que se refere a
descendência direta ou relação familiar na linha alínea c) do n.º 3, parecer sobre os meios de prova
colateral de progenitor comum a partir da apresentados ao abrigo do disposto no número
comunidade sefardita de origem portuguesa. anterior.
3 - O requerimento é instruído com os seguintes
documentos, sem prejuízo da dispensa da sua Artigo 25.º
apresentação pelo interessado nos termos do artigo Prova da residência e do conhecimento da língua
37.º: portuguesa
a) Certidão do registo de nascimento;
b) Certificados do registo criminal emitidos pelos 1 - O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras pode emitir o
serviços competentes portugueses, do país da documento comprovativo da residência legal no
naturalidade e da nacionalidade, bem como dos território português com base nos elementos nele
países onde tenha tido e tenha residência, os arquivados ou em averiguações realizadas para o
quais devem ser autenticados, quando emitidos efeito.
por autoridades estrangeiras; 2 - O conhecimento da língua portuguesa pode ser
c) Certificado de comunidade judaica com estatuto de comprovado por uma das seguintes formas:
pessoa coletiva religiosa, radicada em Portugal, a) Certificado de habilitação emitido por
nos termos da lei, à data de entrada em vigor do estabelecimento de ensino público, particular ou
presente artigo, que ateste a tradição de pertença cooperativo reconhecido nos termos legais, desde
a uma comunidade sefardita de origem que o seu detentor tenha frequentado com
portuguesa, materializada, designadamente, no

447
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

aproveitamento a unidade curricular/disciplina de comprovado por certificado de habilitação emitido


Português, pelo menos em dois anos letivos; por esse estabelecimento de ensino.
b) Certificado de aprovação em prova de língua 8 - Havendo dúvida sobre a suficiência do certificado
portuguesa realizada em estabelecimentos de apresentado para comprovar o conhecimento da
ensino da rede pública, quando efetuada em língua portuguesa, a Conservatória dos Registos
território nacional, ou em locais acreditados pelo Centrais pode solicitar às autoridades competentes
Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., do Ministério da Educação e Ciência que se
quando realizada no estrangeiro, devendo a pronunciem, sob pena de, não sendo considerado
regulamentação desta prova, bem como o suficiente, não poder valer como prova do
respetivo controlo, constar de portaria dos conhecimento.
membros do Governo responsáveis pelas áreas
dos negócios estrangeiros, da administração Artigo 26.º
interna, da justiça e da educação; Dispensa de documentos
c) Certificado em língua portuguesa como língua
estrangeira, emitido mediante a realização de Em casos especiais, o Ministro da Justiça pode dispensar,
teste em centro de avaliação de português, como a requerimento fundamentado do interessado, a
língua estrangeira, reconhecido pelo Ministério da apresentação de qualquer documento que deva instruir o
Educação e Ciência, mediante protocolo; pedido de naturalização, desde que não existam dúvidas
d) Certificado de qualificações que ateste a conclusão sobre a verificação dos requisitos que esse documento se
do nível A2 ou superior, emitido por destinava a comprovar.
estabelecimento de ensino público, centros de
emprego e formação e centros protocolares do Artigo 27.º
IEFP - Instituto do Emprego e da Formação Tramitação do procedimento de naturalização
Profissional, I.P. (IEFP, I.P.), ao abrigo da Portaria
n.º 1262/2009, de 15 de outubro, alterada pela 1 - Recebido o requerimento deve o processo, no prazo
Portaria n.º 216-B/2012, de 18 de julho. de quarenta e oito horas, ser remetido à
Conservatória dos Registos Centrais, podendo ser
3 - Pela realização da prova de língua portuguesa prevista
enviado por via eletrónica, nas condições que vierem
na alínea b) do n.º 2 é exigido o pagamento de taxa,
a ser fixadas por portaria do Ministro da Justiça.
nos termos a fixar pela portaria prevista na referida
2 - No prazo de 30 dias contados a partir da data da
alínea.
receção, a Conservatória dos Registos Centrais deve
4 - Os candidatos à prova de língua portuguesa prevista
analisar sumariamente o processo e proceder ao
na alínea b) do n.º 2 não podem ter idade inferior à
indeferimento liminar do requerimento nos seguintes
idade legal exigida para a conclusão da escolaridade
casos:
obrigatória, à data da realização da prova.
6 - Tratando-se de menor que não tenha concluído o a) Quando não contenha os elementos previstos no
1.º ciclo do ensino básico em estabelecimento de n.º 4 do artigo 18.º;
ensino com currículo português, o conhecimento b) Quando não seja acompanhado dos documentos
suficiente da língua portuguesa pode ser necessários para comprovar os factos que
comprovado mediante declaração emitida por constituem o fundamento do pedido, sem prejuízo
estabelecimento de educação ou ensino de do disposto nos n.ºs 4 a 7 do artigo 37.º
português, frequentado pelo menor. 6 - Tratando-se 3 - Se o conservador ou o oficial dos registos concluir que
de pessoas com graves problemas de saúde ou com o requerimento deve ser liminarmente indeferido,
deficiências com grau de incapacidade devidamente notifica o interessado dos fundamentos que
comprovada por atestado médico multiuso passado conduzem ao indeferimento para que este se
nos termos da legislação portuguesa, ou de pessoas pronuncie, no prazo de 20 dias.
com idade igual ou superior a 60 anos que não 4 - Após a receção da pronúncia do interessado ou o
saibam ler ou escrever, a prova do conhecimento da decurso do prazo previsto no número anterior é
língua portuguesa deve ser adequada à sua proferida decisão fundamentada pelo conservador ou
capacidade para demonstrar conhecimentos desta por oficial dos registos.
língua. 5 - Não ocorrendo indeferimento liminar, a Conservatória
7 - Tratando-se de pessoa que tenha frequentado dos Registos Centrais solicita, sempre que possível
estabelecimento de ensino público ou de ensino por via eletrónica, as informações necessárias à
particular ou cooperativo reconhecido nos termos Polícia Judiciária, bem como ao Serviço de
legais em país de língua oficial portuguesa, o Estrangeiros e Fronteiras, que, para o efeito, pode
conhecimento da língua portuguesa pode ser

448
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

consultar outras entidades, serviços e forças de Artigo 29.º


segurança. Perda da nacionalidade
6 - As informações referidas no número anterior devem
ser prestadas pela Polícia Judiciária e pelo Serviço de Perde a nacionalidade portuguesa quem, sendo nacional
Estrangeiros e Fronteiras no prazo de 30 dias, exceto de outro Estado, declare que não quer ser português.
se existirem razões que justifiquem a sua
prorrogação, por prazo não superior a 90 dias, facto Artigo 30.º
que deve ser comunicado à Conservatória dos Declaração de perda da nacionalidade
Registos Centrais.
7 - As entidades referidas no n.º 5 atualizam a 1 - Quem, sendo nacional de outro Estado, não quiser ser
informação prestada, sempre que se verifiquem português pode declará-lo.
alterações que devam ser comunicadas à 2 - Subsiste a nacionalidade portuguesa em relação aos
Conservatória dos Registos Centrais. que adquirem outra nacionalidade, salvo se
8 - Caso tenha sido requerida a dispensa de apresentação declararem o contrário.
de qualquer documento, nos termos previstos no 3 - A declaração é instruída com documento
artigo 26.º, o processo é submetido a decisão do comprovativo da nacionalidade estrangeira do
Ministro da Justiça. interessado.
9 - Realizadas as diligências, é emitido parecer, no prazo
de 45 dias, sobre a verificação dos pressupostos do TÍTULO II
pedido, sendo o processo submetido, de imediato, a Disposições procedimentais comuns
decisão do Ministro da Justiça, caso o parecer seja
favorável à pretensão do interessado. CAPÍTULO I
10 - Se o parecer for no sentido do indeferimento do Procedimentos comuns à atribuição, aquisição e perda
pedido, o interessado é notificado do seu conteúdo da nacionalidade
para que, no prazo de 20 dias, se pronuncie, devendo
dessa notificação constar a hora e o local onde o SECÇÃO I
processo pode ser consultado. Declarações para fins de nacionalidade e postos de
11 - Decorrido o prazo previsto no número anterior, e atendimento
após ter sido analisada a eventual resposta do
interessado, o processo é submetido a decisão do Artigo 31.º
Ministro da Justiça. Declarações para fins de nacionalidade
12 - A decisão do Ministro da Justiça que conceda a
naturalização é objeto de registo a lavrar 1 - As declarações para fins de atribuição, aquisição e
oficiosamente na Conservatória dos Registos perda da nacionalidade portuguesa são prestadas
Centrais. pelas pessoas a quem respeitam, por si ou por
13 - Se o pedido de naturalização for indeferido, a procurador bastante, sendo capazes, ou pelos seus
decisão é notificada ao interessado. representantes legais, sendo incapazes.
2 - A procuração com poderes especiais para fins de
Artigo 28.º atribuição, aquisição da nacionalidade por efeito da
Delegação de competências vontade, por adoção ou por naturalização e perda da
nacionalidade obedece à forma prevista no Código do
O Ministro da Justiça pode delegar no diretor-geral dos Registo Civil, salvo se for passada a advogado ou
Registos e do Notariado, com faculdade de subdelegação, solicitador.
as competências que lhe são atribuídas no âmbito da 3 - No ato de inscrição de nascimento de indivíduo
aquisição da nacionalidade portuguesa por naturalização, nascido do casamento dos pais, qualquer destes pode
nos termos dos artigos 19.º a 22.º fazer-se representar pelo outro, mediante procuração
lavrada por documento particular, assinado pelo
representado, com a indicação feita pelo signatário
do número, data e entidade emitente do respetivo
bilhete de identidade ou documento equivalente.
SECÇÃO III
Perda da nacionalidade

449
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 32.º pronunciado sobre esse ato de indeferimento,


Forma das declarações considerando-o inválido ou inexistente.

1 - As declarações a que se refere o n.º 1 do artigo Artigo 33.º


anterior podem ser prestadas em extensões da Conteúdo dos autos de declarações
Conservatória dos Registos Centrais junto de outras
pessoas coletivas públicas, em termos a fixar por 1 - Os autos de declarações de nacionalidade que não
protocolo a celebrar entre essas entidades e a sejam para inscrição do nascimento devem conter:
Direcção-Geral dos Registos e do Notariado, em a) A data e o lugar em que são lavrados;
conservatórias do registo civil e em serviços b) O nome completo do conservador, do oficial dos
consulares portugueses, sendo aí reduzidas a auto, e registos ou do agente consular e a respetiva
enviadas para a Conservatória dos Registos Centrais, qualidade;
se possível por via eletrónica, nas condições que c) O nome completo, data do nascimento, estado,
vierem a ser fixadas por portaria do Ministro da naturalidade, nacionalidade, filiação e residência
Justiça. atual do interessado, bem como a indicação dos
2 - Salvo tratando-se de atribuição de nacionalidade países onde tenha residido anteriormente e a
mediante inscrição de nascimento no registo civil profissão, quando se trate de declaração para fins
português, as declarações referidas no número de aquisição da nacionalidade;
anterior podem ainda constar de impresso, de d) O número e ano do assento de nascimento do
modelo a aprovar por despacho do diretor-geral dos interessado e a indicação da conservatória em que
Registos e do Notariado, podendo ser apresentadas se encontra, quando lavrado no registo civil
nas extensões da Conservatória dos Registos Centrais português;
ou enviadas, por correio, para a mesma e) O nome completo e residência do representante
Conservatória, ou por via eletrónica, nas condições legal, caso o interessado seja incapaz, ou do
que vierem a ser fixadas por portaria do Ministro da procurador;
Justiça. f) A menção da forma como foi verificada a
3 - As declarações efetuadas nos termos previstos no identidade do declarante;
número anterior só se consideram prestadas na data g) Os factos declarados, o fim da declaração e o
da sua receção na Conservatória dos Registos pedido do respetivo registo;
Centrais, devendo ser objeto de indeferimento h) A assinatura do declarante, se souber e puder
liminar, no prazo de 30 dias, nos seguintes casos: assinar, e a do conservador, oficial dos registos ou
a) Quando não constem do impresso de modelo agente consular.
aprovado para esse efeito, ou sejam omitidas 2 - O auto de declarações para inscrição de nascimento
menções ou formalidades nele previstas; contém as menções previstas no Código do Registo
b) Quando não sejam acompanhadas dos Civil.
documentos necessários para comprovar os factos
que constituem o fundamento do pedido, sem Artigo 34.º
prejuízo do disposto nos n.ºs 4 a 7 do artigo 37.º; Verificação da identidade nos autos de declarações
c) Quando não sejam apresentados os documentos
previstos no n.º 3 do artigo 57.º, sendo caso disso. 1 - A verificação da identidade do declarante pode ser
4 - Se o conservador ou o oficial dos registos concluir que feita:
a declaração deve ser liminarmente indeferida a) Pelo conhecimento pessoal do funcionário perante
notifica o interessado dos fundamentos que quem são prestadas as declarações;
conduzem ao indeferimento para que este se b) Pela exibição do bilhete de identidade, título ou
pronuncie, no prazo de 20 dias. autorização de residência, passaporte ou
5 - Em caso de indeferimento liminar, as declarações não documento de identificação equivalente do
produzem efeitos, sendo proferida decisão declarante;
fundamentada por conservador ou por oficial dos c) Supletivamente, pela abonação de duas
registos. testemunhas idóneas.
6 - Sendo o indeferimento objeto de recurso hierárquico
ou de reação contenciosa, o prazo para a dedução de 2 - Se a identidade for verificada nos termos da alínea b)
oposição à aquisição da nacionalidade só começa a do número anterior, deve mencionar-se no auto o
contar a partir da data da decisão do referido recurso número, data e entidade emitente do documento de
ou do trânsito em julgado da sentença que se tiver identificação.

450
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

3 - No caso de abonação testemunhal, as testemunhas Artigo 37.º


oferecidas devem exibir um dos documentos de Instrução das declarações e requerimentos
identificação referidos na alínea b) do n.º 1 e ser
identificadas no auto, que assinam depois do 1 - As declarações e os requerimentos para efeitos de
declarante e antes do funcionário. nacionalidade são instruídos com os documentos
4 - Podem intervir como testemunhas, além das pessoas necessários para a prova das circunstâncias de que
autorizadas pela lei geral, os parentes ou os afins das dependa a atribuição, aquisição ou perda da
partes e do próprio funcionário. nacionalidade portuguesa e com os demais
documentos necessários para a prática dos
correspondentes atos de registo civil obrigatório.
Artigo 35.º 2 - Os documentos apresentados para instruir as
Conteúdo das declarações constantes de impresso de declarações e os requerimentos, quando escritos em
modelo aprovado língua estrangeira, são acompanhados de tradução
feita ou certificada, nos termos previstos na lei.
1 - As declarações para fins de atribuição, aquisição e 3 - As certidões de atos de registo civil, nacional ou
perda da nacionalidade portuguesa, prestadas nos estrangeiro, destinadas a instruir as declarações e os
termos previstos no n.º 2 do artigo 32.º devem conter requerimentos são, se possível, de cópia integral e
obrigatoriamente: emitidas por fotocópia do assento.
a) Os elementos previstos nas alíneas c), e), e g) do 4 - Os interessados estão dispensados de apresentar as
n.º 1 do artigo 33.º; certidões de registos que devam instruir as
b) A declaração sobre os factos susceptíveis de declarações para fins de atribuição, aquisição ou
fundamentarem a oposição à aquisição da perda da nacionalidade, bem como as certidões de
nacionalidade portuguesa; registos referidas no n.º 3 do artigo 4.º, no n.º 1 do
c) A indicação dos elementos que permitam artigo 5.º e no n.º 2 do artigo 70.º, desde que
identificar o registo de nascimento do interessado, indiquem elementos que permitam identificar os
bem como os registos que comprovam o assentos, designadamente o local de nascimento ou
fundamento do pedido, designadamente o local de casamento, a respetiva data e, se for do seu
de nascimento ou de casamento, a respetiva data conhecimento, a conservatória do registo civil
e, se for do seu conhecimento, a conservatória do português onde se encontram arquivados e o
registo civil onde se encontram arquivados, bem respetivo número e ano, caso em que essas certidões
como o respetivo número e ano, sempre que seja são oficiosamente obtidas.
dispensada a apresentação de certidões desses 5 - É dispensada a junção de certidão de registo ou de
registos; documento existentes em suporte digital, quando os
d) A relação dos documentos apresentados; órgãos do registo civil aos mesmos tiverem acesso,
e) A assinatura do declarante, reconhecida através de sistema informático.
presencialmente, salvo se for feita na presença de 6 - A apresentação de certidões de assentos que devam
funcionário de serviço ou posto de atendimento instruir declarações ou requerimentos para fins de
com competência para receber a declaração. atribuição, aquisição ou perda da nacionalidade é
dispensada, se os correspondentes atos de registo se
2 - Quando as declarações forem prestadas por encontrarem arquivados na Conservatória dos
advogado ou solicitador é suficiente, para a Registos Centrais.
confirmação da assinatura, a indicação do número da 7 - Os interessados estão, igualmente, dispensados de
respetiva cédula profissional. apresentar os seguintes documentos, os quais são
oficiosamente obtidos junto das entidades
Artigo 36.º competentes, sempre que possível, por via
Prova da apatridia eletrónica:

A apatridia prova-se, para os fins do presente decreto-lei, a) Certificado do registo criminal português;
pelos meios estabelecidos em convenção e, na sua falta, b) Documentos emitidos pelo Serviço de Estrangeiros
por documentos emanados das autoridades dos países e Fronteiras, destinados a comprovar a residência
com os quais o interessado tenha conexões relevantes, legal no território português, bem como a
designadamente dos países de origem e da última circunstância prevista na alínea c) do n.º 2 do
nacionalidade ou da nacionalidade dos progenitores. artigo 10.º
8 - Sem prejuízo do que se encontre estabelecido em
convenções internacionais e leis especiais, as

451
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

certidões de atos de registo civil emitidas no Artigo 40.º


estrangeiro são legalizadas nos termos previstos no Postos de atendimento
Código de Processo Civil.
9 - Em caso de dúvida sobre a autenticidade do conteúdo 1 - Por despacho do diretor-geral dos Registos e do
de documentos emitidos no estrangeiro, pode ser Notariado podem ser criados postos de atendimento
solicitada às autoridades emitentes a confirmação da da Conservatória dos Registos Centrais, que
sua autenticidade, sendo os encargos daí resultantes constituem extensões da mesma entidade, junto de
suportados pelos interessados. outras pessoas coletivas públicas.
2 - Por protocolo a celebrar com a Direcção-Geral dos
Artigo 38.º Registos e do Notariado podem ser designadas
Transliteração entidades públicas, associações ou outras entidades
privadas exclusivamente para efeitos de prestação de
1 - Os nomes dos indivíduos a quem seja atribuída a informações sobre o tratamento e a instrução dos
nacionalidade portuguesa ou que a adquiram, pedidos de atribuição, aquisição e perda da
quando escritos em caracteres não latinos, são nacionalidade e encaminhamento das respetivas
transliterados de acordo com o alfabeto latino. declarações ou requerimentos para a Conservatória
2 - Na falta de disposição legal ou convenção sobre a dos Registos Centrais.
matéria, a transliteração a que se refere o número
anterior respeita as regras geralmente observadas SECÇÃO II
nas relações internacionais, designadamente as Tramitação dos procedimentos
recomendações da Organização Internacional de
Normalização (ISO). Artigo 41.º
Tramitação e decisão dos pedidos
Artigo 39.º
Composição do nome em caso de aquisição 1 - A Conservatória dos Registos Centrais, no prazo de 30
dias contados a partir da data da receção das
1 - Quem pretenda adquirir a nacionalidade portuguesa declarações para fins de atribuição, aquisição ou
pode requerer o aportuguesamento dos elementos perda da nacionalidade:
constitutivos do nome próprio, a conformação do a) Analisa sumariamente o processo e, caso o auto de
nome completo com as regras legais portuguesas ou, declarações contenha deficiências ou não se
se já tiver assento de nascimento lavrado no registo mostre devidamente instruído com os
civil português com nome diverso daquele que usa, a documentos necessários, notifica o interessado
adoção desse nome. para, no prazo de 20 dias, suprir as deficiências
2 - O aportuguesamento, por tradução ou adaptação, existentes, bem como promove as diligências que
gráfica e fonética, à língua portuguesa dos nomes considere necessárias para proferir a decisão;
próprios de origem estrangeira deve obedecer às b) Analisa sumariamente as declarações que tenham
disposições legais aplicáveis aos nascidos no território sido prestadas nos termos previstos no n.º 2 do
português. artigo 32.º e, não sendo caso de indeferimento
3 - Se o aportuguesamento não for possível por tradução, liminar, procede de acordo com o previsto na
ou a adaptação se mostrar inadequada, o interessado alínea anterior.
pode optar por um nome próprio português.
4 - Se quem pretender adquirir a nacionalidade 2 - Concluída a instrução, o conservador profere decisão,
portuguesa usar vários nomes completos deve optar no prazo de 60 dias, autorizando a feitura do registo,
por um deles. sendo caso disso.
5 - Sempre que o nome seja alterado, a nova composição 3 - Se, pela análise do processo, o conservador concluir
é averbada ao assento de nascimento, se já lavrado que vai ser indeferida a feitura do registo, notifica o
ou a lavrar por transcrição e, tratando-se de assento a interessado dos fundamentos que conduzem ao
lavrar por inscrição ou de assento de nacionalidade, indeferimento do pedido para, no prazo de 30 dias,
menciona-se no texto o novo nome e averba-se a este dizer o que se lhe oferecer, devendo dessa
forma originária. notificação constar a hora e o local onde o processo
6 - Quando o registo de nacionalidade seja lavrado por pode ser consultado.
averbamento, deve constar deste a nova composição 4 - Decorrido o prazo previsto no número anterior, e
do nome. após ter sido analisada a eventual resposta do
interessado, o conservador profere decisão

452
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

fundamentada, autorizando ou indeferindo a feitura 7 - Ao procedimento de aquisição da nacionalidade


do registo. portuguesa por efeito da vontade, por adoção ou por
5 - Nos casos de aquisição da nacionalidade, por efeito naturalização é aplicável o disposto no artigo 31.º do
da vontade ou por adoção, o disposto nos números Código do Procedimento Administrativo.
anteriores é aplicável, com as necessárias 8 - A verificação dos requisitos de que depende a
adaptações, por forma a não ser prejudicado o direito aquisição da nacionalidade portuguesa por efeito da
de oposição. vontade, por adoção ou por naturalização pode ser
6 - Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, aos objeto de diligências para a sua confirmação até ao
processos de atribuição da nacionalidade, neles se momento da decisão final.
incluindo a inscrição de nascimento no registo civil
português, bem como de aquisição da nacionalidade Artigo 43.º
por efeito da vontade ou por adoção e de perda da Comunicações
nacionalidade, é aplicável, com as necessárias
adaptações, o disposto no Código do Registo Civil, A Conservatória dos Registos Centrais comunica, sempre
exceto no que se refere à contagem dos prazos e sua que possível por via eletrónica:
dilação, caso em que se aplica subsidiariamente o a) Ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, as
Código do Procedimento Administrativo. alterações de nacionalidade que registar
referentes a indivíduos residentes no território
Artigo 42.º português;
Diligências oficiosas b) Às representações consulares ou a outras
autoridades estrangeiras, o registo de alterações
1 - Sempre que tenha sido requerida a atribuição, de nacionalidade dos respetivos nacionais quando
aquisição ou perda da nacionalidade, pode o existir acordo ou convenção internacional que o
conservador determinar as diligências que considere imponha;
necessárias para proferir a decisão. c) Aos serviços competentes em matéria de
2 - Caso se verifique estar pendente ação de que identificação civil e do processo eleitoral, os
dependa a validade do facto que serve de registos de perda da nacionalidade.
fundamento à nacionalidade que se pretende
registar, é sustada a feitura do registo, até que seja
apresentada certidão da sentença judicial com SECÇÃO III
trânsito em julgado. Encargos dos atos e certificados de nacionalidade
3 - Pode, de igual modo, ser sustado o procedimento de
atribuição ou aquisição da nacionalidade portuguesa Artigo 44.º
sempre que se suscitem dúvidas fundadas sobre a Emolumentos
autenticidade de documentos emitidos no
estrangeiro ou se encontrem pendentes diligências 1 - Pelos atos relativos à atribuição, aquisição e perda da
oficiosamente promovidas pelo conservador. nacionalidade são cobrados os emolumentos
4 - O procedimento de aquisição da nacionalidade previstos no Regulamento Emolumentar dos Registos
portuguesa por efeito da vontade, por adoção ou por e Notariado.
naturalização suspende-se durante o prazo de cinco 2 - Aos emolumentos previstos no número anterior
anos a contar da data do trânsito em julgado de acrescem as despesas previstas no n.º 9 do artigo
sentença que condene o interessado por crime 37.º
previsto na lei portuguesa e em pena ou penas que,
isolada ou cumulativamente, ultrapassem um ano de Artigo 45.º
prisão, sendo nulos os atos praticados enquanto a Certificados de nacionalidade
suspensão se mantiver.
5 - Com a suspensão prevista no número anterior, 1 - Os certificados de nacionalidade são passados pela
suspende-se também a contagem do prazo para a Conservatória dos Registos Centrais a requerimento
dedução da oposição à aquisição da nacionalidade. dos interessados.
6 - Excetua-se do disposto no n.º 4 a aquisição da 2 - Havendo registo de nacionalidade, o certificado é
nacionalidade por parte daqueles que a tenham passado com base no respetivo registo.
perdido, no domínio do direito anterior, por efeito do 3 - Se não existir registo de nacionalidade, o certificado é
casamento ou da aquisição voluntária de passado com base no assento de nascimento do
nacionalidade estrangeira. interessado.

453
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

4 - No caso previsto no número anterior, o requerimento 2 - Os registos de nascimento, ainda que atributivos da
é instruído com certidão do registo de nascimento, nacionalidade e os registos de nacionalidade são
sendo aplicável o disposto nos n.ºs 4 a 6 do artigo assinados por conservador ou por oficial dos registos.
37.º
5 - Nos certificados é feita expressa referência à natureza Artigo 50.º
do registo em face do qual são passados. Transcrição e inscrição do registo de nascimento
6 - Sempre que o registo de nascimento ou de
nacionalidade enferme de irregularidade ou 1 - Exceto nos casos em que o nascimento do interessado
deficiência, ainda não sanada, que possa afetar a já conste do registo civil português, é transcrita a
prova da nacionalidade, no certificado é mencionada certidão do seu registo estrangeiro de nascimento, a
essa circunstância. fim de que, seguidamente, seja efetuado o registo da
nacionalidade.
2 - Se aquele que adquirir a nacionalidade não puder
CAPÍTULO II obter a certidão a que se refere o número anterior,
Registo central da nacionalidade pode requerer a inscrição do seu nascimento
mediante declaração.
Artigo 46.º 3 - Além do registo de nascimento, são obrigatoriamente
Atos sujeitos a registo obrigatório transcritos no registo civil português todos os atos de
estado civil lavrados no estrangeiro e referentes a
É obrigatório o registo, na Conservatória dos Registos indivíduos a quem tenha sido atribuída a
Centrais, das declarações para atribuição, aquisição e nacionalidade portuguesa ou que a tenham
perda da nacionalidade, bem como da naturalização de adquirido.
estrangeiros.
Artigo 51.º
Artigo 47.º Requisitos dos assentos
Registo da nacionalidade
O texto dos assentos de nacionalidade contém:
O registo da nacionalidade pode ser efetuado em livro ou
a) Número de ordem, dia, mês e ano em que são
em suporte informático, sendo aplicável, com as
lavrados, bem como a designação da
necessárias adaptações, o disposto no Código do Registo
conservatória;
Civil.
b) O nome completo, anterior e posterior à alteração
da nacionalidade, quando diversos, data do
Artigo 48.º
nascimento, filiação, naturalidade e nacionalidade
Forma de lavrar os registos
anterior do interessado, se conhecida;
c) O número e ano do assento de nascimento do
1 - Os registos de atribuição, aquisição e perda da
interessado e a indicação da conservatória em que
nacionalidade são efetuados por averbamento
se encontra, quando lavrado no registo civil
quando o registo de nascimento seja
português;
simultaneamente lavrado na Conservatória dos
d) O facto registado, o seu fundamento legal e os seus
Registos Centrais ou aí se encontre arquivado.
efeitos;
2 - Fora do caso previsto no número anterior, os registos
e) A categoria do funcionário que os subscreve e a sua
de atribuição, aquisição ou perda da nacionalidade
assinatura.
são lavrados por assento.
3 - O disposto nos números anteriores não se aplica à
Artigo 52.º
atribuição da nacionalidade mediante inscrição de
Requisitos dos averbamentos
nascimento no registo civil português ou à aquisição
mediante adoção, por efeito da lei.
Quando forem lavrados por averbamento, os registos de
nacionalidade contêm:
Artigo 49.º
Assentos de nacionalidade a) O facto registado, o seu fundamento legal e os seus
efeitos;
1 - Os assentos de nacionalidade são lavrados por b) O nome completo anterior ou posterior à alteração
transcrição, sem intervenção dos interessados. da nacionalidade, quando sejam diversos;
c) A categoria do funcionário que os subscreve e a sua
assinatura.

454
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

2 - Constituem fundamento de oposição à aquisição da


Artigo 53.º nacionalidade portuguesa, por efeito da vontade ou
Menções dos registos em caso de naturalização da adoção:
a) A inexistência de ligação efetiva à comunidade
Nos registos de aquisição da nacionalidade, por nacional;
naturalização, é mencionada a decisão que tenha b) A condenação, com trânsito em julgado da
concedido a nacionalidade e a respetiva data. sentença, pela prática de crime punível com pena
de prisão de máximo igual ou superior a três anos,
Artigo 54.º
segundo a lei portuguesa;
Averbamentos ao assento de nascimento
c) O exercício de funções públicas sem carácter
predominantemente técnico ou a prestação de
Sempre que sejam lavrados por assento, os registos de
serviço militar não obrigatório a Estado
nacionalidade são averbados na sequência do assento de
estrangeiro.
nascimento.

Artigo 55.º
Artigo 57.º
Retificação, declaração de inexistência ou de nulidade e
Declarações e documentos relativos aos factos que
cancelamento dos registos
constituem fundamento de oposição
1 - Aos registos de nacionalidade, ainda que mediante
1 - Quem requeira a aquisição da nacionalidade
inscrição de nascimento no registo civil português, à
portuguesa, por efeito da vontade ou por adoção,
sua retificação, declaração de inexistência ou de
deve pronunciar-se sobre a existência de ligação
nulidade, bem como ao seu cancelamento são
efetiva à comunidade nacional e sobre o disposto nas
subsidiariamente aplicáveis as disposições contidas
alíneas b) e c) do n.º 2 do artigo anterior.
no Código do Registo Civil.
2 - Excetua-se do disposto no número anterior a
2 - Quando no âmbito da retificação, declaração de
aquisição da nacionalidade por parte de quem a
inexistência ou de nulidade e cancelamento dos
tenha perdido, no domínio do direito anterior, por
registos se suscitem dúvidas quanto à identidade do
efeito do casamento ou da aquisição voluntária de
titular, são competentes os tribunais administrativos
nacionalidade estrangeira.
e fiscais, sempre que esteja em causa a nacionalidade
3 - Para efeitos do disposto no n.º 1, o interessado deve:
do interessado.
3 - A decisão do conservador, proferida em processo de a) Apresentar certificados do registo criminal,
justificação, é objeto de reação contenciosa para os emitidos pelos serviços competentes do país da
tribunais administrativos e fiscais, nos termos do naturalidade e da nacionalidade, bem como dos
Código de Processo nos Tribunais Administrativos, países onde tenha tido e tenha residência;
sempre que esteja em causa a nacionalidade do b) Apresentar documentos que comprovem a
interessado. natureza das funções públicas ou do serviço
militar prestados a Estado estrangeiro, sendo caso
disso.
TÍTULO III 4 - A declaração é, ainda, instruída com certificado do
Oposição à aquisição da nacionalidade por efeito da registo criminal português sem prejuízo da dispensa
vontade ou da adoção e contencioso da nacionalidade da sua apresentação pelo interessado nos termos do
n.º 7 do artigo 37.º
CAPÍTULO I 5 - O conservador ou o oficial dos registos pode,
Oposição à aquisição da nacionalidade mediante requerimento do interessado,
fundamentado na impossibilidade prática de
Artigo 56.º apresentação dos documentos referidos na alínea a)
Fundamento, legitimidade e prazo do n.º 3, dispensar a sua junção, desde que não
existam indícios da verificação do fundamento de
1 - O Ministério Público promove nos tribunais oposição à aquisição da nacionalidade, que esses
administrativos e fiscais a ação judicial para efeito de documentos se destinavam a comprovar.
oposição à aquisição da nacionalidade, por efeito da 6 - A Conservatória dos Registos Centrais deve solicitar as
vontade ou por adoção, no prazo de um ano a contar informações necessárias às entidades referidas no n.º
da data do facto de que depende a aquisição da 5 do artigo 27.º, sendo aplicável o disposto nos n.ºs 6
nacionalidade. e 7 do mesmo artigo.

455
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

7 - Sempre que o conservador dos Registos Centrais ou Artigo 62.º


qualquer outra entidade tiver conhecimento de Meio processual
factos susceptíveis de fundamentarem a oposição à
aquisição da nacionalidade, por efeito da vontade ou Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a reação
por adoção, deve participá-los ao Ministério Público, contenciosa contra quaisquer atos relativos à atribuição,
junto do competente tribunal administrativo e fiscal, aquisição ou perda da nacionalidade portuguesa segue os
remetendo-lhe todos os elementos de que dispuser. termos da ação administrativa especial, regulada no
8 - O Ministério Público deve deduzir oposição nos Código de Processo nos Tribunais Administrativos.
tribunais administrativos e fiscais quando receba a
participação prevista no número anterior. Artigo 63.º
Poderes de pronúncia do tribunal
Artigo 58.º
Tramitação Sempre que o tribunal decida em contrário da
nacionalidade que resulte de registo de nascimento ou
Apresentada a petição pelo Ministério Público, o réu é de nacionalidade deve ordenar o cancelamento ou a
citado para contestar, não havendo lugar a mais retificação do registo, conforme o caso.
articulados ou alegações escritas.
TÍTULO IV
Artigo 59.º Disposições transitórias
Decisão
Artigo 64.º
1 - Findos os articulados, é o processo, sem mais, Nascimentos ocorridos no domínio da lei anterior
submetido a julgamento, exceto se o juiz ou relator
determinar a realização de quaisquer diligências. Mantém-se a presunção de que são portugueses os
2 - Concluindo-se pela procedência da oposição indivíduos nascidos em território português ou sob
deduzida, ordena-se o cancelamento do registo da administração portuguesa antes da entrada em vigor da
nacionalidade, caso tenha sido lavrado. Lei n.º 37/81, de 3 de outubro, em conformidade com a
legislação anterior, desde que o respetivo registo de
Artigo 60.º nascimento não contenha a menção de qualquer
Meio processual circunstância que, nos termos da lei aplicável, contrarie
essa presunção.
Em tudo o que não se achar regulado nos artigos
anteriores, a oposição segue os termos da ação Artigo 65.º
administrativa especial, prevista no Código de Processo Aquisição em caso de perda por efeito do casamento
nos Tribunais Administrativos.
1 - A mulher que tiver perdido a nacionalidade
CAPÍTULO II portuguesa por efeito do casamento, no domínio do
Contencioso da nacionalidade direito anterior, e quiser adquiri-la, deve declará-lo.
2 - Se não tiver sido lavrado registo de perda da
Artigo 61.º nacionalidade, a declaração é instruída com
Legitimidade e prazo documento comprovativo da aquisição da
nacionalidade estrangeira e com certidão do assento
1 - Têm legitimidade para reagir contenciosamente de nascimento, com o casamento averbado.
contra os atos e omissões praticadas no âmbito dos
procedimentos de atribuição, aquisição ou perda da Artigo 66.º
nacionalidade, sem sujeição a prazo, quem alegue ser Aquisição em caso de adoção no domínio da lei anterior
titular de um interesse direto e pessoal e o Ministério
Público, exceto no que respeita à reação contenciosa 1 - O estrangeiro que tiver sido adotado plenamente por
contra o indeferimento liminar. nacional português antes da entrada em vigor da Lei
2 - O indeferimento liminar pode ser objeto de reação n.º 37/81, de 3 de outubro, e quiser ser português,
contenciosa para os tribunais administrativos e deve declará-lo.
fiscais, nos termos do Código de Processo nos 2 - A declaração é instruída com certidão do assento de
Tribunais Administrativos. nascimento do adotado, documento legalmente
comprovativo da adoção e prova da nacionalidade
portuguesa do adotante.

456
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

5 - Findo o prazo e não tendo sido deduzida oposição, o


Artigo 67.º registo é convertido em definitivo.
Aquisição da nacionalidade em caso de registo de perda 6 - Se tiver sido deduzida oposição ou se a conversão do
por aquisição voluntária de nacionalidade estrangeira registo tiver sido efetuada sem prévia notificação e
for requerido o cancelamento do registo, com base
Quem, nos termos da Lei n.º 2098, de 29 de julho de na inexistência do seu fundamento legal, o
1959, e legislação precedente, tenha perdido a conservador remete certidão de todo o processo,
nacionalidade portuguesa, por efeito de aquisição acompanhada de parecer, aos tribunais
voluntária de nacionalidade estrangeira, adquire-a administrativos e fiscais.
mediante declaração, quando tenha sido lavrado registo 7 - Ao processo, na fase judicial, é aplicável, com as
definitivo da perda. necessárias adaptações, o disposto nos artigos 59.º e
60.º
Artigo 68.º
Aquisição da nacionalidade em caso de naturalização Artigo 70.º
direta ou indiretamente imposta Eliminação da menção da nacionalidade estrangeira dos
progenitores
1 - O português que, no domínio da lei anterior, tiver
adquirido outra nacionalidade, mediante 1 - Nos assentos de nascimento de indivíduos nascidos
naturalização que lhe tenha sido direta ou no território português, após a data da entrada em
indiretamente imposta e quiser manter a vigor da Lei n.º 37/81, de 3 de outubro, filhos de
nacionalidade portuguesa deve requerê-lo ao estrangeiros, se um dos progenitores aqui tiver
Tribunal Central Administrativo Sul, em requerimento nascido e aqui tivesse residência,
instruído com os elementos de que dispuser, o qual é independentemente de título, ao tempo do
apresentado na Conservatória dos Registos Centrais. nascimento, deve ser eliminada a menção da
2 - Recebido o requerimento, acompanhado dos nacionalidade estrangeira dos progenitores ou do seu
documentos que lhe respeitem, o conservador desconhecimento, por forma a que daí resulte a
solicita informação ao Ministério dos Negócios nacionalidade portuguesa do interessado, nos termos
Estrangeiros. da última parte da alínea a) do artigo 3.º
3 - Obtida a informação a que se refere o número 2 - Para efeitos do disposto no número anterior, a
anterior e efetuadas as diligências que se mostrem naturalidade do progenitor nascido no território
necessárias, o conservador remete o processo, com o português é comprovada mediante certidão do
seu parecer, ao Tribunal Central Administrativo Sul. respetivo registo de nascimento, devendo ser
4 - Na fase judicial é aplicável ao processo, com as apresentado documento comprovativo da residência
adaptações necessárias, o disposto nos artigos 59.º e do mesmo, à data do nascimento do filho.
60.º 3 - O documento previsto na parte final do número
Artigo 69.º anterior pode ser dispensado, desde que sejam
Alteração de nacionalidade por efeito da lei anterior invocados factos que justifiquem a impossibilidade da
sua apresentação.
1 - No caso de ser requerido o registo de alteração de
nacionalidade por efeito de casamento ou por
aquisição de nacionalidade estrangeira em
conformidade com a lei anterior, devem os
requerentes instruir o pedido com os documentos
necessários ao registo.
2 - Quando o registo for de perda da nacionalidade e
oficioso, é lavrado provisoriamente, devendo a
Conservatória dos Registos Centrais requisitar os
documentos que sejam necessários.
3 - Lavrado o registo provisório, o conservador ou o
oficial dos registos promove a notificação do
interessado para, no prazo de 30 dias, deduzir
oposição.
4 - Não sendo possível a notificação, o prazo para a
oposição conta-se a partir da data da última diligência
efetuada.

457
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

458
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

pelo Decreto-Lei n.º 237-A/2006, de 14 de dezembro, na


Portaria n.º 176/2014, de 11 de setembro redação que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 43/2013,
Regulamenta diversos aspetos relativos à de 1 de abril.
realização da prova do conhecimento da língua Artigo 2.º
portuguesa e revoga a Portaria n.º 1403-A/2006, Prova do conhecimento da língua portuguesa
de 15 de dezembro
1 - Considera-se conhecimento suficiente em língua
portuguesa o nível A2 do Quadro Europeu Comum de
A Lei Orgânica n.º 2/2006, de 17 de abril, introduziu
Referência para as línguas.
alterações na Lei n.º 37/81, de 3 de outubro (Lei da
2 - A prova integra três componentes: compreensão da
Nacionalidade), tendo modificado substancialmente os
leitura, expressão escrita e compreensão do oral.
regimes da atribuição e da aquisição da nacionalidade
3 - A comprovação do conhecimento da língua
portuguesa.
portuguesa é realizada exclusivamente através de
prova oral, nas seguintes situações:
O Decreto-Lei n.º 237-A/2006, de 14 de dezembro, por
seu turno, veio, na sequência da referida Lei Orgânica, a) candidatos com 60 ou mais anos de idade que não
aprovar o Regulamento da Nacionalidade Portuguesa. saibam ler ou escrever;
b) candidatos com graves problemas de saúde ou com
Por força do regime jurídico estabelecido por estes deficiências de diferentes graus que inviabilizem a
diplomas legais, o Governo concede a nacionalidade realização da prova prevista no n.º 2.
portuguesa, por naturalização, aos estrangeiros que, 4 - Quando não for possível a realização de nenhuma das
entre outros requisitos, demonstrem conhecer provas previstas nos números 2 e 3, a prova de língua
suficientemente a língua portuguesa. portuguesa será adaptada, casuisticamente, às
necessidades específicas dos candidatos.
Concretizando este objetivo, o artigo 25.º do Decreto-Lei 5 - A prova é realizada com periodicidade quadrimestral,
n.º 237-A/2006, de 14 de dezembro, que aprovou o sem prejuízo de ser assegurada a respetiva realização
Regulamento da Nacionalidade Portuguesa, define o com periodicidade diferente sempre que o número
modo de aferir o conhecimento da língua portuguesa de inscrições assim o justificar.
para efeitos de aquisição da nacionalidade, 6 - A prova é realizada em território nacional, nos
designadamente através da realização de prova de língua estabelecimentos de ensino designados para o efeito.
portuguesa. 7 - A prova pode, ainda, ser realizada no estrangeiro, em
locais acreditados pelo Camões - Instituto da
A presente portaria vem regulamentar, em novos Cooperação e da Língua, I. P.
moldes, diversos aspetos relativos a esta forma de 8 - A calendarização e os locais de realização da prova
aferição do conhecimento da língua portuguesa, até são divulgados na página eletrónica do Instituto de
agora previstos na Portaria n.º 1403-A/2006, de 15 de Avaliação Educativa, I. P.
dezembro.
Artigo 3.º
Assim: Gestão do processo de elaboração e de realização da
prova
Manda o Governo, pelos Ministros de Estado e dos
Negócios Estrangeiros, da Administração Interna, da 1 - Compete ao Ministério da Educação e Ciência a
Justiça e da Educação e Ciência, ao abrigo do disposto na gestão do processo de elaboração e de realização da
alínea b) do n.º 2 do artigo 25.º do Regulamento da prova.
Nacionalidade Portuguesa, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 2 - Ao processo de realização da prova aplicam-se ainda
237-A/2006, de 14 de dezembro, na redação que lhe foi as regras a divulgar na página eletrónica do Instituto
dada pelo Decreto-Lei n.º 43/2013, de 1 de abril, o de Avaliação Educativa, I. P.
seguinte:
Artigo 4.º
Artigo 1.º Inscrição
Objeto
1 - Todos os candidatos à realização da prova devem ser
A presente portaria regulamenta a realização da prova do detentores de um documento de identificação válido
conhecimento da língua portuguesa, adiante designada face à lei portuguesa.
por prova, prevista na alínea b) do n.º 2 do artigo 25.º do
Regulamento da Nacionalidade Portuguesa, aprovado

459
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

2 - A inscrição para a realização da prova é efetuada pelo 5 - A prova prevista no n.º 4 do artigo 2.º terá duração
interessado, exclusivamente por via eletrónica, adaptada, casuisticamente, às necessidades
através da página eletrónica do Instituto de Avaliação específicas dos candidatos.
Educativa, I. P. 6 - Durante a realização da prova, é vedada aos
3 - O pedido para a realização da prova prevista no n.º 3 candidatos toda a comunicação, quer entre si quer
do artigo 2.º é efetuado, pelo interessado, junto da com terceiros.
Conservatória dos Registos Centrais ou em serviços 7 - A realização da prova é imediatamente suspensa e a
desconcentrados do Instituto de Registos e mesma anulada, no caso de ser detetada qualquer
Notariado, I. P., a designar por despacho do respetivo fraude ou tentativa de fraude por parte do candidato.
Presidente, os quais procedem à inscrição do 8 - Aos candidatos que vejam a sua prova anulada, nos
candidato, após validação dos documentos termos do número anterior, é atribuída a menção
comprovativos da situação que lhe permite a Não Aprovado.
realização desta prova, que deverão ser digitalizados
e arquivados pelo serviço recetor do pedido. Artigo 6.º
4 - A realização da prova, bem como a consulta e o Classificação da prova
pedido de reapreciação da mesma, estão sujeitos ao
pagamento de taxas de montantes a definir por 1 - A prova é classificada numa escala de 0 a 100 pontos
despacho do membro do Governo responsável pela percentuais, sendo a classificação expressa através da
área da educação. menção Aprovado ou Não Aprovado.
5 - A inscrição é considerada válida após a liquidação da 2 - Todos os candidatos com classificação final igual ou
respetiva taxa, sendo o interessado informado acerca superior a 50 % têm a menção Aprovado e todos os
do local, da data e da hora da realização da prova, por candidatos com classificação final inferior a 50 % têm
via eletrónica, no endereço de correio eletrónico a menção Não Aprovado.
indicado aquando da inscrição.
6 - A inscrição caduca se, no prazo de cinco dias úteis, Artigo 7.º
não for efetuado o pagamento previsto no n.º 4 deste Resultados e emissão dos certificados
artigo.
7 - A taxa a que se refere o n.º 4 não é reembolsável, em 1 - Os resultados obtidos na prova são disponibilizados
caso de não comparência do candidato ou de até 30 dias úteis, contados a partir da data da
anulação da respetiva prova. realização da prova, na página eletrónica do Instituto
8 - A escolha das datas e dos locais pretendidos para a de Avaliação Educativa, I. P.
realização da prova está condicionada à existência de 2 - O Ministério da Educação e Ciência emite um
vagas, as quais são indicadas na página eletrónica do certificado de aprovação na prova, validado
Instituto de Avaliação Educativa, I. P. digitalmente.

Artigo 5.º Artigo 8.º


Realização da prova Revogação

1 - A realização da prova está dependente da exibição, É revogada a Portaria n.º 1403-A/2006, de 15 de


pelo interessado, do documento a que se refere o n.º dezembro.
1 do artigo 4.º
2 - Os candidatos entram na sala de realização da prova
impreterivelmente até dez minutos antes da hora
marcada para o seu início, e mediante chamada.
3 - A prova prevista no n.º 2 do artigo 2.º tem a duração
de 75 minutos.
4 - A prova prevista no n.º 3 do artigo 2.º tem a duração
de 15 minutos.

460
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Despacho n.º 12941/2014, de 23 de outubro Assim, ao abrigo do disposto no n.º 3 do artigo 25.º do
Regulamenta a realização da prova do Decreto-Lei n.º 237-A/2006, de 14 de dezembro, alterado
conhecimento da língua portuguesa pelo Decreto-Lei n.º 43/2013, de 1 de abril, e do n.º 4 do
artigo 4.º da Portaria n.º 176/2014, de 11 de setembro,
O Regulamento da Nacionalidade Portuguesa, aprovado determino o seguinte:
pelo Decreto-Lei n.º 237-A/2006, de 14 de dezembro,
alterado pelo Decreto-Lei n.º 43/2013, de 1 de abril, 1 - O valor a pagar pela inscrição na prova é fixado em
define no seu artigo 25.º o modo de aferir o sessenta e cinco euros (euro) 65,00).
conhecimento da língua portuguesa para efeitos de 2 - O valor a pagar pela consulta da prova é fixado em
aquisição da nacionalidade, prevendo a realização de vinte euros (euro) 20,00).
uma prova de língua portuguesa. 3 - O valor a pagar pelo pedido de reapreciação da prova
é fixado em vinte e cinco euros (euro) 25,00).
A Portaria n.º 176/2014, de 11 de setembro, vem 4 - O valor a que se refere o número anterior será
regulamentar a realização da prova do conhecimento da restituído sempre que, na sequência da reapreciação
língua portuguesa, estabelecendo o n.º 4 do artigo 4.º da prova, a menção a atribuir ao candidato for
que a sua realização, consulta e pedido de reapreciação alterada de Não Aprovado para Aprovado.
estão sujeitos ao pagamento de taxas, cujos montantes 5 - O presente despacho produz efeitos a partir da data
são definidos por despacho do membro do Governo da sua publicação.
responsável pela área da educação.

461
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

462
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Prestações Sociais

463
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

464
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 64/93, de 5 de março Artigo 2.º


Regula o enquadramento no regime geral de Conceito de destacamento
segurança social dos trabalhadores por conta de
outrem em situação de destacamento em Portugal 1 - Para efeitos do presente diploma considera-se em
situação de destacamento o trabalhador que, ao
e no estrangeiro
serviço da sua entidade empregadora, seja por esta
enviado para outro país para aí desenvolver uma
(retificada pela Declaração de Retificação n.º 109/93, de
atividade profissional com carácter temporário.
30 de junho)
2 - Considera-se que a atividade tem carácter temporário
se for previsível que a sua duração não exceda 12
meses.
São cada vez mais frequentes as situações em que
3 - Em casos devidamente fundamentados, pode ser
empresas sediadas num determinado país exercem, com
reconhecido o carácter temporário a atividades cuja
carácter temporário, atividade noutro país, para o que
duração exceda o período referido no número
carecem de destacar trabalhadores seus para aí
anterior.
desenvolverem a atividade profissional em causa.
4 - Não se considera em situação de destacamento,
abrangida pelo presente diploma, o trabalhador que
Apresenta, nestes casos, particular importância a
seja destacado em substituição de outro trabalhador
garantia da continuidade de proteção social aos referidos
que tenha esgotado o período do destacamento.
trabalhadores, sem deixar de se ter em conta o princípio
geral, embora sujeito a exceções, da competência da
Artigo 3.º
legislação do país de trabalho em matéria de segurança
Trabalhadores destacados em país estrangeiro
social.
1 - Os trabalhadores ao serviço de empresas
É este o objetivo do presente diploma, que visa regular a
estabelecidas em Portugal, que sejam por estas
situação perante o regime geral de segurança social dos
destacados para exercerem atividade temporária em
trabalhadores de empresas estabelecidas em Portugal
país estrangeiro por conta das mesmas entidades
que vão exercer, em regime de destacamento, atividade
empregadoras, continuam sujeitos ao regime geral de
temporária em países estrangeiros, bem como dos
segurança social enquanto durar o trabalho
trabalhadores de empresas estabelecidas em país
temporário a efetuar, nos termos do artigo anterior.
estrangeiro que venham exercer atividade, igualmente
2 - A manutenção do enquadramento obrigatório no
temporária, em Portugal.
regime geral de segurança social dos trabalhadores
por conta de outrem é extensiva às entidades
Para o efeito, levaram-se em consideração as orientações
empregadoras dos trabalhadores destacados.
sobre esta matéria constantes de instrumentos
internacionais, designadamente no âmbito do Conselho
Artigo 4.º
da Europa e da Comunidade Europeia.
Situações excluídas
Assim:
1 - Ficam excluídos do disposto no artigo anterior os
No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido na
trabalhadores destacados para exercerem atividade
Lei n.º 28/84, de 14 de agosto, e nos termos da alínea c)
temporária em país estrangeiro, bem como as suas
do n.º 1 do artigo 201.º da Constituição, o Governo
entidades empregadoras, nos casos em que se
decreta o seguinte:
verifiquem, cumulativamente, as seguintes
condições:
Artigo 1.º
Objeto a) Não exista instrumento internacional de segurança
social que vincule os dois Estados;
O presente diploma tem por objeto regular o b) Os trabalhadores requeiram a suspensão do seu
enquadramento no regime geral de segurança social dos enquadramento no regime de segurança social
trabalhadores por conta de outrem em situação de português;
destacamento, sem prejuízo do disposto em c) Os trabalhadores façam prova, perante a instituição
instrumentos internacionais a que Portugal se encontre portuguesa competente, de que se encontram
vinculado. abrangidos no país de emprego por regime de
proteção social obrigatório.

465
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

2 - Para efeitos do disposto na alínea c) do número Artigo 9.º


anterior, só relevam os regimes de proteção social Obrigação contributiva
obrigatórios cujo esquema de benefícios cubra, pelo
menos, os riscos determinantes da perda de Os trabalhadores destacados e as respetivas entidades
rendimentos de trabalho protegidos pelo regime empregadoras abrangidas, nos termos do presente
geral de segurança social português. diploma, pelo regime geral de segurança social, ficam
obrigados a contribuir para o financiamento do regime,
Artigo 5.º de acordo com as normas em vigor nesta matéria.
Trabalhadores destacados em Portugal
Artigo 10.º
Os trabalhadores que sejam destacados para exercerem Âmbito material
atividade em Portugal, bem como as respetivas entidades
empregadoras, são obrigatoriamente abrangidos pelo 1 - Os trabalhadores destacados, abrangidos pelo regime
regime geral de segurança social, salvo se fizerem prova, geral de segurança social, nos termos do presente
junto do centro regional de segurança social que abranja diploma, têm direito às prestações concedidas no
o local do exercício de atividade, de que estão âmbito daquele regime.
enquadrados por regime de proteção social obrigatório 2 - Excetua-se do disposto no número anterior o subsídio
do país de envio. de educação especial, no âmbito das prestações
familiares, que só será concedido nos casos em que
Artigo 6.º os descendentes com deficiência residam em
Duração máxima do destacamento território português.

1 - A duração do destacamento em Portugal sem sujeição Artigo 11.º


à legislação nacional de segurança social é de 12 Norma revogatória
meses, eventualmente prorrogável, por igual período,
a requerimento da entidade empregadora do Ficam revogados os n.ºs 2, 3 e 4 do artigo 18.º do
trabalhador, devidamente fundamentado e dirigido Decreto n.º 45266, de 23 de setembro de 1963, com a
ao Departamento de Relações Internacionais e redação que lhe foi dada pelo Decreto Regulamentar n.º
Convenções de Segurança Social. 45/84, de 25 de junho.
2 - No caso de ser previsível que a duração do trabalho
temporário ultrapasse os 24 meses, pode ser Artigo 12.º
requerida e concedida autorização especial, Regulamentação
renovável anualmente, até à conclusão do mesmo.
As normas técnicas de execução relativas ao
Artigo 7.º reconhecimento do carácter temporário de atividades
Substituição do trabalhador destacado em Portugal cuja duração exceda os 12 meses e à prorrogação do
destacamento são objeto de portaria do Ministro do
O trabalhador destacado em Portugal pode ser Emprego e da Segurança Social.
substituído por outro trabalhador, igualmente destacado,
considerando-se, neste caso, ambas as situações como Artigo 13.º
um único período de destacamento. Entrada em vigor

Artigo 8.º O presente diploma, com exceção do artigo anterior,


Regresso temporário entra em vigor no dia 1 do segundo mês seguinte ao da
publicação da regulamentação prevista no mesmo artigo.
Nos casos em que um trabalhador destacado regresse,
com carácter temporário, ao país de envio, sem que se
verifique a sua substituição por outro trabalhador,
considera-se que há uma única situação de
destacamento, pelo que há lugar à suspensão da
contagem dos prazos previstos no artigo 6.º

466
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 224/96, de 24 de junho carácter temporário, deve comunicar esse facto, no prazo
Define as normas técnicas de execução necessárias de 8 dias a contar da data em que se inicia o
ao reconhecimento do carácter temporário de destacamento, à instituição de segurança social que a
atividade dos trabalhadores em situação de abranja, quando a duração do destacamento não deva
exceder 12 meses.
destacamento
2.º Nos casos em que se preveja que a atividade laboral
O Decreto-Lei n.º 64/93, de 5 de março, teve por objetivo
do trabalhador destacado nos termos do número
regular perante o regime geral da segurança social a
anterior, embora temporária, possa exceder os 12 meses,
situação dos trabalhadores de empresas estabelecidas
deve a respetiva entidade empregadora requerer ao
em Portugal que vão exercer, em regime de
Departamento de Relações Internacionais de Segurança
destacamento, atividade temporária em países
Social o reconhecimento do carácter temporário da
estrangeiros, bem como a dos trabalhadores de
atividade laboral em causa, instruindo o seu pedido com
empresas estabelecidas em países estrangeiros que
os elementos necessários à sua fundamentação.
venham exercer atividade, também com carácter
temporário, em Portugal. No primeiro caso, o citado
3.º O Departamento de Relações Internacionais de
diploma permite a manutenção do enquadramento no
Segurança Social deve dar conhecimento do despacho
regime geral de segurança social português dos
que for proferido sobre o requerimento a que se refere o
trabalhadores destacados durante períodos até 12
número anterior à instituição de segurança social
meses, podendo ser reconhecido o carácter temporário
competente nos termos do n.º 1.º da presente portaria.
de atividade por períodos superiores, em casos
devidamente justificados. Quanto aos trabalhadores
4.º Para efeitos da exclusão do enquadramento no regime
destacados para exercerem atividade temporária em
geral de segurança social português, os trabalhadores
Portugal, o Decreto-Lei n.º 64/93 permite que não se
destacados para exercerem atividade temporária em
efetive o seu enquadramento no regime geral de
Portugal, por período que não exceda 12 meses, ou as
segurança social português desde que se comprove a
respetivas entidades empregadoras, devem fazer prova, junto
sujeição do trabalhador a regime de proteção social
do centro regional de segurança social em cuja área de
obrigatório do país de envio e o destacamento não
competência seja exercida a atividade, de que aqueles
exceda o período de 12 meses, salvo se tiver lugar a sua
trabalhadores se encontram abrangidos por um regime de
prorrogação por igual período. Acresce que o diploma
proteção social obrigatória do país de envio.
prevê ainda que possa ser concedida autorização
especial, renovável anualmente, para prolongamento da
5.º Quando for previsível que o período de duração da
exclusão de enquadramento no regime geral por período
atividade temporária seja superior a 12 meses mas sem
superior a 24 meses. Porém, o artigo 13.º do mesmo
exceder os 24 meses, pode ser requerida a exclusão do
diploma condiciona a sua entrada em vigor à publicação
enquadramento no regime geral de segurança social
das normas técnicas de execução previstas no artigo 12.º
português ao Departamento de Relações Internacionais
relativamente ao reconhecimento do carácter
de Segurança Social, sendo o requerimento
temporário de atividades cuja duração exceda os 12
acompanhado dos elementos que fundamentem o
meses e à prorrogação dos destacamentos. É esse o
carácter temporário de atividade e que provem o
objetivo da presente portaria, que regula os
abrangimento obrigatório por regime de proteção social
procedimentos necessários à manutenção do
do país de envio.
enquadramento no regime geral de segurança social
português de trabalhadores destacados para exercer
6.º A concessão da autorização especial a que se refere o
atividade temporária noutro país e à exclusão do
n.º 2 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 64/93 depende de
enquadramento nesse regime em função do exercício de
requerimento dirigido ao Departamento de Relações
atividade temporária em Portugal.
Internacionais de Segurança Social, do qual conste,
expressamente, a data prevista para a conclusão do
Assim, nos termos do artigo 12.º do Decreto-Lei n.º
trabalho.
64/93, de 5 de março:
Manda o Governo, pelo Ministro da Solidariedade e
7.º Na apreciação do requerimento as instituições de
Segurança Social, o seguinte:
segurança social devem atender à especial aptidão do
trabalhador destacado para a realização do trabalho em
1.º A entidade empregadora que proceda ao
causa e à indispensabilidade da duração prevista para o
destacamento de trabalhador ao seu serviço, beneficiário
mesmo.
do regime geral de segurança social português, para
exercer no estrangeiro atividade profissional com

467
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

468
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 176/2003, de 2 de agosto nacional, que satisfaçam as condições previstas na lei
Institui o abono de família para crianças e jovens e com o propósito de tratar de forma desigual o que tem
define a proteção na eventualidade de encargos de ser tratado desigualmente para assim reforçar a
familiares no âmbito do subsistema de proteção coesão social e promover a solidariedade.
familiar
Deste modo, as prestações familiares deixam de integrar
o elenco material da proteção conferida aos
(retificado Declaração de Retificação n.º 11-G/2003, de
trabalhadores nos regimes de proteção social de
30 de setembro e com as alterações introduzidas pelo
natureza laborista, bem como o elenco material dos
Decreto-Lei n.º 41/2006, de 21 de fevereiro, Decreto-Lei
regimes de natureza não contributiva destinados a
n.º 87/2008, de 28 de maio, Decreto-Lei n.º 245/2008, de
proteger cidadãos em situação de carência económica
18 de dezembro, Decreto-Lei n.º 201/2009, de 28 de
não cobertos pelos regimes laboristas, como se verificava
agosto, Decreto-Lei n.º 70/2010, de 16 de junho, Decreto-
atualmente.
Lei n.º 77/2010, de 24 de junho, Decreto-Lei n.º
116/2010, de 22 de outubro, Lei n.º 55-A/2010, de 31 de
Nesta conformidade e porque a família constitui um
dezembro, e Decreto-Lei n.º 133/2012, de 27 de junho)
elemento fundamental da sociedade, importa fomentar,
na definição das políticas sociais, a introdução de
medidas que garantam uma progressiva melhoria das
A reforma da segurança social tem vindo a ser
condições de vida dos seus membros, designadamente
concretizada progressivamente pelo XV Governo
através da concessão de prestações sociais mais justas e
Constitucional, o qual tem demonstrado um espírito
eficazes.
reformista e mobilizador para as causas sociais, buscando
respostas de base humanista e de matriz personalista,
A consagração de prestações familiares mais seletivas,
contribuindo assim para uma sociedade mais justa e mais
privilegiando as famílias de menores rendimentos e com
solidária.
maior número de filhos, é, pois, um desiderato a
alcançar, enquanto garante do reforço do princípio da
O reforço da justiça social e da igualdade de
diferencialidade social que deve pautar a concretização
oportunidades, de modo seguro e sustentado, por forma
do direito à segurança social.
que o primado social se realize efetivamente, constitui
uma das prioridades fundamentais enunciadas no
A definição deste novo quadro de proteção no contexto
Programa deste Governo, cuja materialização se iniciou
do subsistema de proteção familiar impõe a alteração do
com a aprovação da nova Lei de Bases da Segurança
regime jurídico em vigor - essencialmente
Social - Lei n.º 32/2002, de 20 de dezembro.
consubstanciado nos Decretos-Leis n.ºs 133-B/97, de 30
de maio, e 160/80, de 27 de maio, nas suas versões
Na sociedade atual a família constitui um espaço
atuais, bem como na respetiva legislação complementar -
privilegiado de realização da pessoa e de reforço da
o que se inicia desde já com o presente diploma, que visa
solidariedade entre gerações, sendo dever do Estado
definir o regime jurídico da proteção na eventualidade de
cooperar, apoiar e estimular o desenvolvimento das
encargos familiares sem que isso signifique, doravante,
funções específicas da família, sem que tal signifique
menor empenhamento do Governo na prossecução das
uma substituição na assunção das responsabilidades que
reformas socialmente necessárias, na realização do
lhe são e devem ser próprias.
progresso social e na construção de uma sociedade mais
justa.
Por isso a Lei n.º 32/2002, de 20 de dezembro,
consignou, no âmbito do sistema público de segurança
O abono de família para crianças e jovens e o subsídio de
social, a autonomização do subsistema de proteção
funeral integram o elenco das prestações reguladas
familiar, cujo objetivo é assegurar a compensação de
neste diploma, as quais já existiam, mas cuja conceção é
encargos familiares acrescidos, quando ocorram as
agora subordinada a novos parâmetros que potenciam
eventualidades que integram o respetivo âmbito
uma maior justiça social na respetiva atribuição.
material.
Assim, o abono de família para crianças e jovens constitui
Esta autonomização reflete uma alteração profunda na
um direito próprio das crianças e jovens residentes em
conceptualização do modelo de proteção em causa, ao
território nacional, que satisfaçam as condições de
qual foi conferida uma identidade própria, caracterizada
atribuição previstas na lei, cujo reconhecimento deixou
essencialmente pela diferenciação e seletividade na
de estar subordinado a condicionalismos que lhes eram
atribuição das inerentes prestações sociais à
alheios, designadamente os relativos à carreira
generalidade das pessoas residentes em território

469
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

contributiva dos beneficiários enquanto seus e deve conduzir a uma gestão das prestações mais
ascendentes. harmoniosa, mais eficiente e mais rigorosa.

Por seu turno, o montante desta prestação passa agora a Todavia, considerando a natureza operacional das
ser modulado de acordo com os escalões de rendimentos inovações referidas, não é aconselhável que esse avanço
fixados na lei, sendo que o posicionamento nos seja concretizado de forma abrupta que possa perturbar
mencionados escalões é aferido em função de um o bom funcionamento do aparelho gestionário do
rendimento de referência, variável não só em sistema público de segurança social ou pôr em causa as
conformidade com o valor per capita dos rendimentos do legítimas expectativas dos interessados. Por isso, é
agregado familiar, mas também com o número de imperioso que tal processo seja realizado de forma
crianças e jovens com direito à prestação no seio do gradual e progressiva, razão por que se comete a uma
mesmo agregado familiar. comissão de acompanhamento de âmbito nacional a
competência para, entre outras atribuições, definir um
Por forma a reforçar a proteção social neste domínio às plano de transição tendente à plena consecução do
famílias mais carenciadas, foi instituída a atribuição de objetivo enunciado.
um montante adicional, com vista à compensação de
encargos escolares, a conceder no mês de setembro de Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões
cada ano, às crianças e jovens entre os 6 e os 16 anos Autónomas.
que se encontrem matriculados e a frequentar a escola,
cujos subsídios correspondam ao 1.º escalão de Assim:
rendimentos. No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido pela
Lei n.º 32/2002, de 20 de dezembro, e nos termos da
O direito ao montante adicional é, ainda, alínea c) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o
excecionalmente reconhecido às crianças e jovens, nas Governo decreta, para valer como lei geral da República,
condições mencionadas, por referência ao mês de o seguinte:
outubro do ano de início de vigência deste diploma.
CAPÍTULO I
No que respeita ao subsídio de funeral, cuja titularidade Disposições gerais
do direito é reconhecida ao requerente da prestação
residente em território nacional que satisfaça os SECÇÃO I
requisitos de atribuição previstos na lei, é de realçar que Objeto, natureza e âmbito das prestações
se alargou o respetivo âmbito de aplicação, sendo agora
possível compensar os encargos decorrentes do funeral Artigo 1.º
de beneficiários abrangidos pelo regime não contributivo Objeto e natureza
da segurança social, atualmente designado por regime
de solidariedade, o que até agora não acontecia, por se 1 - O presente diploma define e regulamenta a proteção
tratar de prestação não compreendida no esquema na eventualidade de encargos familiares no âmbito
material daquele regime. do subsistema de proteção familiar.
2 - A proteção na eventualidade visa compensar os
Desta forma põe-se termo a uma situação de injustiça encargos decorrentes de situações geradoras de
relativa, dificilmente sustentável do ponto de vista social. despesas para as famílias, especialmente previstas
neste diploma.
Para além destes aspetos estruturantes, que se 3 - A proteção referida nos números anteriores realiza-se
evidenciam a propósito da definição do direito às mediante a concessão de prestações pecuniárias.
prestações, o regime agora definido reflete a
preocupação do Governo em criar condições para Artigo 2.º
racionalizar, modernizar e agilizar o processo gestionário, Âmbito pessoal
através da promoção de articulações entre serviços da
Administração Pública e entre estes e outras entidades. Estão abrangidos pela proteção prevista neste diploma
os cidadãos nacionais e os estrangeiros, refugiados e
Por último, importa ainda salientar o avanço apátridas que satisfaçam as condições gerais e
desencadeado pelo presente diploma no sentido da específicas de atribuição das prestações.
unificação da gestão das prestações nas eventualidades
abrangidas pelo subsistema de proteção familiar, uma
vez que o modelo de proteção ora concebido possibilita

470
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 3.º data do requerimento, satisfaça as condições de


Âmbito material atribuição respetivas.

1 - A proteção nos encargos familiares concretiza-se Artigo 5.º


através de atribuição das seguintes prestações: Identificação e enquadramento
a) Abono de família para crianças e jovens;
b) Abono de família pré-natal; 1 - Os titulares do direito às prestações são objeto de
c) Bolsa de estudo; identificação como pessoas singulares no sistema de
d) Subsídio de funeral. segurança social e enquadramento no subsistema de
proteção familiar na qualidade de beneficiários.
2 - O abono de família para crianças e jovens é uma 2 - São igualmente identificados os elementos que
prestação mensal, de concessão continuada, que visa compõem o agregado familiar do titular do direito às
compensar os encargos familiares respeitantes ao prestações e os respetivos requerentes, bem como a
sustento e educação das crianças e jovens. pessoa a quem a prestação é paga.
3 - O abono de família pré-natal é uma prestação mensal 3 - A identificação e enquadramento, nos termos dos
de concessão continuada que visa incentivar a números anteriores, relativamente a titulares de
maternidade através da compensação de encargos prestações geridas pelas instituições e serviços
acrescidos durante o período de gravidez, uma vez gestores das prestações no âmbito do regime de
atingida a 13.ª semana de gestação. proteção social da função pública ou pelas caixas de
4 - A bolsa de estudo é uma prestação pecuniária mensal atividade ou de empresa ainda subsistentes, nos
de concessão continuada que visa combater o termos previstos neste diploma, obedece a
abandono escolar, melhorar a qualificação dos jovens procedimentos específicos, a estabelecer entre
em idade escolar e compensar os encargos acrescidos entidades representativas daqueles e das
com a frequência obrigatória de nível secundário da competentes instituições da segurança social, os
educação ou equivalente. quais devem ser aprovados por portaria.
5 - O subsídio de funeral é uma prestação de concessão
única que visa compensar o respetivo requerente das SECÇÃO III
despesas efetuadas com o funeral de qualquer Conceitos
membro do seu agregado familiar ou de qualquer
outra pessoa, incluindo os nascituros, residente em Artigo 6.º
território nacional. Disposição geral

SECÇÃO II Para efeitos do disposto no presente diploma, são


Titularidade do direito às prestações definidos os conceitos constantes da presente secção.

Artigo 4.º Artigo 7.º


Titularidade do direito Residente

1 - A titularidade do direito ao abono de família para 1 - Sem prejuízo do estabelecido em instrumento


crianças e jovens é reconhecida às crianças e jovens, internacional a que Portugal se encontre vinculado ou
abrangidos pelo âmbito pessoal do presente decreto- de legislação especial aplicável, é considerado como
lei, que, à data do requerimento, satisfaçam as residente:
condições de atribuição respetivas.
2 - A titularidade do direito ao abono de família pré-natal a) O cidadão nacional que possua domicílio habitual
é reconhecida à mulher grávida, abrangida pelo em território nacional;
âmbito pessoal do presente decreto-lei, que, à data b) O cidadão estrangeiro, refugiado ou apátrida
do requerimento, satisfaça as condições de atribuição habilitado com título válido de autorização de
respetivas. residência em território nacional, sem prejuízo do
3 - Têm direito à bolsa de estudo as crianças e jovens disposto nos números seguintes.
abrangidos pelo âmbito pessoal do presente decreto-
lei que satisfaçam as respetivas condições de 2 - Consideram-se cidadãos nacionais residentes em
atribuição. território nacional os trabalhadores da Administração
4 - A titularidade do direito ao subsídio de funeral é Pública Portuguesa, quer tenham vínculo de direito
reconhecida ao requerente da prestação, abrangido público ou privado, e os membros do respetivo
pelo âmbito pessoal do presente decreto-lei, que, à agregado familiar, desde que aqueles prestem serviço

471
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

no estrangeiro e sejam remunerados, total ou 2 - (Revogado.)


parcialmente, pelo Estado Português. 3 - (Revogado.)
3 - Consideram-se equiparados a residentes para efeitos 4 - (Revogado.)
de atribuição da prestação de subsídio de funeral os 5 - (Revogado.)
cidadãos estrangeiros portadores de títulos válidos de
autorização de permanência ou visto de trabalho, CAPÍTULO II
bem como os refugiados ou apátridas, portadores de Condições de atribuição das prestações
título de proteção temporária válidos.
4 - Consideram-se ainda equiparados a residentes para Artigo 10.º
efeitos de atribuição da prestação de abono de Condição geral
família a crianças e jovens:
a) Os refugiados ou apátridas portadores de título de 1 - É condição de atribuição das prestações previstas
proteção temporária válido; neste diploma que o titular do direito seja residente
b) Os cidadãos estrangeiros portadores de títulos em território nacional ou se encontre em situação
válidos de permanência, ou respetivas equiparada, nos termos do artigo 7.º
prorrogações, nos termos e condições a definir em 2 - Salvo o disposto em instrumento internacional a que
portaria conjunta dos Ministros de Estado e da Portugal se encontre vinculado ou em legislação
Administração Interna, da Presidência e do especial, as prestações concedidas ao abrigo do
Trabalho e da Solidariedade Social. presente diploma não são transferíveis para fora do
território nacional.
Artigo 8.º
Conceito de agregado familiar Artigo 11.º
Condições específicas de atribuição do abono de família
(Revogado.) para crianças e jovens

Artigo 8.º-A 1 - O direito ao abono de família para crianças e jovens é


Agregado monoparental reconhecido às crianças e jovens inseridos em
agregados familiares cujos rendimentos de referência
Considera-se agregado familiar monoparental, para sejam inferiores ao valor limite fixado na
efeitos do presente decreto-lei, o que é composto por determinação do escalão de rendimentos mais
titulares do abono de família para crianças e jovens e por elevado e às crianças e jovens considerados pessoas
mais uma única pessoa, parente ou afim em linha reta isoladas, nos termos do n.º 5 do artigo 8.º, desde que
ascendente até ao 3.º grau, ou em linha colateral, maior satisfaçam as seguintes condições:
até ao 3.º grau, adotante, tutor ou pessoa a quem o a) O nascimento com vida;
requerente esteja confiado por decisão judicial ou b) O não exercício de atividade laboral;
administrativa de entidades ou serviços legalmente c) A observância dos condicionalismos etários
competentes para o efeito. previstos no número seguinte.
2 - O abono de família para crianças e jovens é
Artigo 9.º
concedido:
Rendimentos de referência
a) Até à idade de 16 anos;
1 - Os rendimentos de referência a considerar na b) Dos 16 aos 18 anos, se estiverem matriculados no
determinação do escalão de que depende a ensino básico, em curso equivalente ou de nível
modulação do abono de família para crianças e subsequente, ou se frequentarem estágio
jovens e do abono de família pré-natal resultam da curricular indispensável à obtenção do respetivo
soma do total de rendimentos de cada elemento do diploma;
agregado familiar a dividir: c) Dos 18 aos 21 anos, se estiverem matriculados no
ensino secundário, curso equivalente ou de nível
a) No caso do abono de família para crianças e jovens,
subsequente, ou se frequentarem estágio
pelo número de titulares de direito ao abono,
curricular indispensável à obtenção do respetivo
inseridos no agregado familiar, acrescido de um;
diploma;
b) No caso do abono de família pré-natal, pelo
d) Dos 21 aos 24 anos, se estiverem matriculados no
número de titulares de direito ao abono, inseridos
ensino superior ou curso equivalente ou se
no agregado familiar, acrescido de um e de mais o
frequentarem estágio curricular indispensável à
número dos nascituros.
obtenção do respetivo diploma;

472
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

e) Até aos 24 anos, tratando-se de crianças ou jovens a) Serem os rendimentos de referência do agregado
portadores de deficiência, em função da qual familiar inferiores ao valor limite fixado na
sejam devidas prestações por encargos com determinação do escalão de rendimentos mais
deficiência no âmbito do subsistema de proteção elevado;
familiar. b) Ser efetuada prova do tempo de gravidez, bem
3 - Os limites etários previstos nas alíneas b) a d) do como do número previsível de nascituros.
número anterior são igualmente aplicáveis às 2 - Para efeitos do disposto na alínea a) do número
situações de frequência de cursos de formação anterior, a delimitação do agregado familiar é feita
profissional, sendo o nível do curso determinado nos nos termos dos artigos 8.º e 8.º-A com as devidas
termos do artigo seguinte. adaptações.
4 - Os limites etários fixados nas alíneas b) a d) do n.º 2
são alargados até três anos sempre que, mediante Artigo 12.º-B
declaração médica, se verifique que os titulares Condições específicas de atribuição da bolsa de estudo
sofrem de doença ou foram vítimas de acidente que
impossibilite o normal aproveitamento escolar. 1 - O direito à bolsa de estudo é reconhecido ao titular
5 - As crianças e jovens referidos na alínea e) do n.º 2, do abono de família para crianças e jovens que
que se encontrem a estudar no nível de ensino satisfaça cumulativamente as seguintes condições:
previsto na alínea d) do mesmo número, beneficiam
do alargamento nos termos do número anterior, a a) Estar inserido em agregado familiar com
partir dos 24 anos. rendimentos correspondentes ao 1.º ou 2.º
escalão;
b) Estar matriculado e a frequentar o 10.º, 11.º ou
12.º ano de escolaridade ou nível de escolaridade
Artigo 12.º equivalente;
Equiparação de cursos c) Possuir idade inferior a 18 anos;
d) Ter aproveitamento escolar durante a frequência
1 - Para efeitos de concessão do abono de família para do ensino secundário ou de nível de escolaridade
crianças e jovens e da bolsa de estudo, presumem-se equivalente.
equiparados aos cursos oficiais os cursos ministrados 2 - Nos casos em que seja atingida, no decurso do ano
em estabelecimentos de ensino particular e escolar, a idade limite para a atribuição da bolsa de
cooperativo, desde que estes possuam autorização estudo, mantém-se o direito à mesma até ao termo
legal de funcionamento. do referido ano.
2 - O nível do curso, para efeitos do número anterior, é
determinado pelo grau de habilitações exigido no Artigo 13.º
respetivo ingresso. Condições específicas de atribuição do subsídio de
3 - As ações de formação profissional, ministradas por funeral
entidades oficiais ou outras entidades credenciadas
para o efeito por organismos oficiais, 1 - É condição de atribuição do subsídio de funeral que o
designadamente pelo Instituto do Emprego e requerente prove ter efetuado as respetivas
Formação Profissional, são equiparadas aos cursos despesas.
oficiais, sendo-lhes aplicável o disposto no número 2 - É, ainda, condição de atribuição do subsídio de
anterior. funeral que o cidadão falecido tenha sido residente
4 - Sempre que esteja em causa a frequência de cursos não enquadrado por regime obrigatório de proteção
ou ações de formação profissional, previstas no social, em função do qual confira direito a subsídio
número anterior, que não exijam para o ingresso por morte, salvo se este for inferior a 50 % do valor
qualquer grau de habilitação, ter-se-á em conta, para mínimo estabelecido no âmbito do regime geral de
definição do subsequente nível académico, aquele segurança social do subsistema previdencial.
que o destinatário das prestações possuir. 3 - Se a morte tiver resultado de ato de terceiro pelo qual
seja devida indemnização por despesas de funeral, a
Artigo 12.º-A instituição ou serviço que tenha atribuído a prestação
Condições específicas de atribuição do abono de família tem direito a ser reembolsado do respetivo valor.
pré-natal
CAPÍTULO III
1 - O direito ao abono de família pré-natal depende do Determinação dos montantes das prestações
preenchimento cumulativo das seguintes condições:

473
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 14.º família a atribuir a cada criança titular desse


Determinação dos montantes do abono de família para mesmo agregado familiar com idade entre os 12
crianças e jovens meses e os 36 meses de idade, inclusive;
b) O nascimento ou a integração de uma terceira
1 - O montante do abono de família para crianças e criança titular no agregado familiar determina a
jovens é variável em função do nível de rendimentos, majoração, em triplo, das prestações de abono de
da composição do agregado familiar em que se insere família a atribuir a cada criança titular desse
o titular do direito à prestação e da respetiva idade. mesmo agregado familiar com idade entre os 12
2 - Para efeitos da determinação do montante do abono meses e os 36 meses de idade, inclusive.
de família para crianças e jovens são estabelecidos os 2 - O disposto no número anterior não prejudica a
seguintes escalões de rendimentos indexados ao aplicação das regras estabelecidas no artigo 19.º,
valor do indexante dos apoios sociais (IAS), em vigor à relativas ao início das prestações.
data a que se reportam os rendimentos apurados:
1.º escalão - rendimentos iguais ou inferiores a 0,5; Artigo 15.º
2.º escalão - rendimentos superiores a 0,5 e iguais ou Montante adicional
inferiores a 1;
3.º escalão - rendimentos superiores a 1 e iguais ou 1 - Os titulares do direito a abono de família para
inferiores a 1,5; crianças e jovens, correspondente ao 1.º escalão de
4.º escalão - rendimentos superiores a 1,5. rendimentos, de idade compreendida entre 6 e 16
anos durante o ano civil que estiver em curso, têm
3 - O valor anual dos rendimentos a considerar para
direito a receber, no mês de setembro, além do
efeitos do número anterior corresponde a 14 vezes o
subsídio que lhes corresponde, um montante
valor do IAS.
adicional de igual quantitativo que visa compensar as
4 - O montante do abono de família para crianças e
despesas com encargos escolares, desde que
jovens inseridos em agregados familiares
matriculados em estabelecimento de ensino.
monoparentais é majorado em 20 %.
2 - A situação referida na parte final do número anterior
5 - Nos primeiros 12 meses de vida, o montante do
pode ser verificada, em qualquer momento, pelas
abono de família para crianças e jovens é majorado
instituições ou serviços competentes nos termos a
nos termos a fixar em portaria.
regulamentar.
6 - A majoração prevista no n.º 4 incide sobre o valor dos
respetivos subsídios e das respetivas majorações e
Artigo 15.º-A
bonificações previstas na lei.
Montante do abono de família pré-natal
7 - Após apresentação da prova anual, sempre que haja
modificação dos rendimentos ou da composição do
1 - O montante do abono de família pré-natal é igual ao
agregado familiar que determine a alteração dos
do abono de família para crianças e jovens
rendimentos de referência, o escalão de rendimentos
determinado nos termos dos artigos 14.º e 17.º,
de que depende a modulação dos montantes do
acrescido de majoração idêntica à devida nos
abono de família para crianças e jovens pode ser
primeiros 12 meses de vida, sem prejuízo do disposto
reavaliado, em termos a definir em diploma próprio.
no número seguinte.
8 - Os efeitos decorrentes da reavaliação, prevista no
2 - O montante determinado nos termos do número
número anterior, produzem-se a partir do mês
anterior é multiplicado pelo número de nascituros
seguinte àquele em que ocorreram os factos
medicamente comprovado.
determinantes da alteração do escalão.
3 - Ao montante do abono pré-natal é aplicável
majoração idêntica à prevista no n.º 4 do artigo 14.º,
Artigo 14.º-A
desde que a respetiva titular viva isoladamente ou o
seu agregado familiar seja composto apenas por
Majoração do abono de família para crianças e jovens
titulares do direito a abono de família para crianças e
do segundo titular e seguintes
jovens.
1 - O valor do abono de família para crianças e jovens
Artigo 15.º-B
determinado nos termos do artigo 14.º é majorado
Montante da bolsa de estudo
nos seguintes termos:
a) O nascimento ou integração de uma segunda O montante da bolsa de estudo é igual ao valor do abono
criança titular no agregado familiar determina a de família para crianças e jovens que esteja a ser
majoração, em dobro, das prestações de abono de atribuído ao seu titular.

474
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

c) Durante o ano escolar, relativamente às crianças e


Artigo 16.º jovens que observem os limites etários e
Montante do subsídio de funeral condições académicas previstas no artigo 11.º;
d) Durante o período correspondente à frequência de
O subsídio de funeral é de montante fixo. ações de formação profissional.
2 - Entende-se por ano escolar o período compreendido
Artigo 17.º entre 1 de setembro e 31 de agosto do ano seguinte.
Fixação dos montantes das prestações 3 - Nos casos em que as crianças e jovens atinjam, no
decurso do ano escolar, a idade limite para a
Os montantes das prestações previstas no presente atribuição da prestação, em relação ao nível de
decreto-lei e da majoração prevista no n.º 5 do artigo ensino que frequentem, mantêm o direito à mesma
14.º são fixados em portaria. até ao termo do referido ano.
Artigo 18.º Artigo 21.º
Situações especiais
Atualização
Os montantes das prestações por encargos familiares são 1 - Nas situações em que os jovens não tenham podido
periodicamente atualizados, tendo em consideração os matricular-se, por força da aplicação das regras de
meios financeiros disponíveis e a variação previsível do acesso ao ensino superior, é mantido o direito ao
índice de preços no consumidor (IPC), sem habitação. subsídio:
CAPÍTULO IV a) No ano escolar subsequente ao 12.º ano de
Duração do abono de família para crianças e jovens e do escolaridade, aos estudantes que já tenham idade
abono de família pré-natal compreendida nos limites fixados para a
frequência de ensino de nível superior;
Artigo 19.º b) Até ser atingida a idade estabelecida para
Início frequência do ensino secundário, aos estudantes
que concluam o 12.º ano de escolaridade antes
1 - O início do abono de família para crianças e jovens daquele limite etário.
verifica-se no mês seguinte àquele em que ocorreu o 2 - Sempre que, por motivos curriculares, os jovens
facto determinante da sua concessão, desde que estejam impedidos de se matricularem no ano letivo
tenha sido requerido nos prazos fixados no presente subsequente, o direito à prestação mantém-se até ao
diploma. limite etário fixado para o grau de ensino em que se
2 - No caso de não observância dos prazos a que se inserem as disciplinas cuja aprovação visam obter.
refere o número anterior, o início da prestação tem
lugar no mês seguinte àquele em que deu entrada o Artigo 21.º-A
requerimento. Início e período de concessão do abono de família pré-
3 - Nos casos em que a atribuição da prestação esteja natal
condicionada à apresentação de sentença judicial, o
início da prestação reporta-se à data do respetivo 1 - A concessão do abono de família pré-natal é devida a
trânsito em julgado, se requerida nos seis meses partir do mês seguinte àquele em que se atinge a 13.ª
subsequentes a esta data, ou ao mês seguinte ao da semana de gestação.
apresentação do requerimento, decorrido aquele 2 - A prestação é concedida mensalmente por um
prazo. período de seis meses ou, no caso de o período de
gestação ser superior a 40 semanas, até ao mês do
Artigo 20.º nascimento, inclusive.
Período de concessão 3 - Se o período de gestação for inferior a 40 semanas,
em virtude de nascimento prematuro, o direito à
1 - O abono de família para crianças e jovens é prestação é garantido pelo período correspondente a
concedido, mensalmente: seis meses, ainda que em acumulação com o abono
a) Até à idade de 16 anos; de família para crianças e jovens devido após o
b) Até à idade de 24 anos, tratando-se de crianças e nascimento do seu titular.
jovens portadores de deficiência; 4 - Em caso de interrupção da gravidez, o abono de
família pré-natal é concedido até ao mês da
interrupção da gravidez, inclusive, devendo a

475
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

beneficiária comunicar esse facto aos serviços Artigo 24.º


competentes da segurança social. Cumulabilidade de prestações

Artigo 21.º-B 1 - As prestações concedidas ao abrigo do disposto neste


Período de concessão da bolsa de estudo diploma são cumuláveis entre si e com outras
prestações nos termos dos números seguintes.
O direito à bolsa de estudo nasce no mês em que se inicia 2 - O abono de família para crianças e jovens e a bolsa de
o ano escolar, ou no início do mês seguinte àquele em estudo são cumuláveis com:
que ocorra o facto determinante da sua concessão, se a) Prestações garantidas por encargos no domínio da
este for posterior, e mantém-se até à conclusão do nível deficiência ou dependência no âmbito do
secundário da educação ou equivalente, desde que se subsistema de proteção familiar;
mantenham as condições de atribuição consagradas no b) Prestações por morte garantidas no âmbito dos
artigo 12.º-B. subsistemas previdencial e de solidariedade;
c) Prestação do rendimento social de inserção, no
Artigo 22.º âmbito do subsistema de solidariedade.
Suspensão e retoma do direito
3 - O abono de família pré-natal é cumulável com as
1 - O direito ao abono da família para crianças e jovens e prestações garantidas pelo sistema de segurança
à bolsa de estudo é suspenso se deixar de se verificar social.
a condição de atribuição prevista na alínea b) do n.º 1 4 - A bolsa de estudo é cumulável com prestações de
do artigo 11.º idêntica natureza atribuídas em função da frequência
2 - A suspensão do direito ao abono da família para de grau de ensino equivalente ao ensino secundário.
crianças e jovens e à bolsa de estudo nos termos do 5 - Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 13.º, o
número anterior não prejudica a sua retoma, por subsídio de funeral é cumulável com a generalidade
solicitação dos interessados, quando voltarem a das prestações garantidas no âmbito dos subsistemas
verificar-se os condicionalismos de atribuição. do sistema público de segurança social.
3 - A suspensão e a retoma do direito, previstas nos
números anteriores, têm lugar no mês seguinte Artigo 25.º
àquele em que a entidade gestora da prestação teve Inacumulabilidade de prestações
conhecimento dos factos respetivamente
determinantes. 1 - Salvo disposição legal em contrário, não são
cumuláveis entre si prestações emergentes do
Artigo 23.º mesmo facto desde que respeitantes ao mesmo
Cessação interesse protegido, ainda que atribuídas no âmbito
de diferentes regimes de proteção social.
1 - O direito ao abono de família para crianças e jovens 2 - O abono de família para crianças e jovens não é
cessa quando deixar de se verificar algum dos cumulável com as prestações dos regimes dos
condicionalismos que não dê lugar à suspensão. subsistemas previdencial e de solidariedade, salvo o
2 - O direito à bolsa de estudo suspende-se e cessa nas disposto nas alíneas b) e c) do n.º 2 do artigo anterior.
situações, respetivamente, de suspensão e de
cessação do direito ao abono de família a crianças e Artigo 26.º
jovens, cessando também quando deixe de se Relevância de prestações garantidas por regimes
verificar alguma das condições de atribuição previstas estrangeiros
no n.º 1 do artigo 12.º-B.
3 - O direito à bolsa de estudo, nos casos de suspensão Para efeitos do disposto no presente capítulo, são
ou cessação nos termos no número anterior, pode ser tomadas em consideração prestações concedidas por
retomado por solicitação dos interessados, quando regimes de proteção social estrangeiros, sem prejuízo do
voltarem a verificar-se os respetivos condicionalismos disposto em instrumentos internacionais a que Portugal
de atribuição do direito. se encontre vinculado.

CAPÍTULO V
Acumulação de prestações

476
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 27.º serviços envolvidos, designadamente através da


Cumulação com rendimentos de trabalho utilização de suporte eletrónico ou por articulação
das respetivas bases de dados, nos termos a definir
1 - O abono de família para crianças e jovens e a bolsa de por lei.
estudo não são cumuláveis com rendimentos de
trabalho auferidos pelos seus titulares. SUBSECÇÃO II
2 - O abono de família pré-natal e o subsídio de funeral Organização dos processos
são cumuláveis com rendimentos de trabalho
auferidos pelo seu titular. Artigo 30.º
Requerimento
CAPÍTULO VI
Processamento e administração A atribuição das prestações previstas no presente
decreto-lei depende da apresentação de requerimento
SECÇÃO I junto das entidades competentes, com exceção da bolsa
Gestão das prestações e organização dos processos de estudo que é de atribuição oficiosa.

SUBSECÇÃO I Artigo 31.º


Gestão das prestações Legitimidade para requerer o abono de família para
crianças e jovens
Artigo 28.º
Entidades competentes 1 - O abono de família para crianças e jovens é requerido:
a) Pelos pais ou pessoas equiparadas por situação de
A gestão das prestações reguladas neste diploma facto ou pelos representantes legais, desde que os
compete: titulares do direito à prestação estejam inseridos
a) Ao Instituto de Segurança Social, I. P. (ISS, I. P.), no seu agregado familiar;
através dos centros distritais de segurança social b) Por pessoa idónea que viva em comunhão de mesa
ou às caixas de atividade ou de empresa e habitação com o titular do direito à prestação,
subsistentes, se o requerente das prestações for por pessoa a quem o mesmo esteja confiado
beneficiário abrangido pelas mesmas; administrativa ou judicialmente ou pela entidade
b) Aos serviços processadores de remunerações, se os que o tenha à sua guarda e cuidados que lhe
requerentes forem funcionários e agentes da preste ou se disponha a prestar-lhe assistência,
Administração Pública e dos serviços e organismos desde que a situação seja devidamente
na dependência orgânica e funcional da comprovada.
Presidência da República, da Assembleia da 2 - O abono de família para crianças e jovens pode ser
República e das instituições judiciárias, requerido pelo próprio titular, se for maior de 18
magistrados judiciais e do Ministério Público, anos.
pessoal das Forças Armadas e das forças de 3 - Havendo, no âmbito do mesmo agregado familiar,
segurança, bem como aposentados, reformados e direito a abono de família para crianças e jovens por
pensionistas de sobrevivência da Caixa Geral de mais de um titular, as prestações devem ser
Aposentações; requeridas pela mesma pessoa com legitimidade para
c) Às entidades competentes das administrações o efeito.
regionais autónomas.
Artigo 32.º
Artigo 29.º Prazo para requerer
Articulações
1 - O prazo para requerer as prestações previstas neste
1 - As entidades gestoras das prestações devem diploma é de seis meses a partir do 1.º dia do mês
promover a articulação com as entidades e serviços seguinte àquele em que ocorreu o facto
com competência para comprovar os requisitos de determinante da concessão, sem prejuízo do disposto
que depende a atribuição e manutenção das nos números seguintes.
prestações, com vista a assegurar o correto 2 - Nas situações em que, nos termos da lei do registo
enquadramento das situações a proteger. civil nacional, os atos determinantes da concessão de
2 - Para os efeitos referidos no número anterior, devem prestação estão sujeitos a transcrição nos registos
ser estabelecidos os procedimentos a observar na centrais, o início do prazo definido no n.º 1 conta-se a
promoção de informação entre as entidades e

477
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

partir do 1.º dia do mês seguinte ao da data em que o SECÇÃO II


mesmo foi efetuado. Declarações e meios de prova
3 - Nos casos em que a atribuição do direito às
prestações respeite a situações decorrentes de atos SUBSECÇÃO I
cujo reconhecimento depende de decisão judicial, o Declarações
prazo estabelecido no n.º 1 inicia-se a partir do 1.º
dia do mês seguinte ao da data do trânsito em Artigo 33.º
julgado da referida decisão. Declaração de inacumulabilidade

Artigo 32.º-A Os requerentes das prestações devem declarar, no


Requerimento e meios de prova do abono pré-natal requerimento, se foi requerida ou atribuída prestação
com o mesmo objetivo em relação ao titular da prestação
1 - Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, o e, em caso afirmativo, por que regime de proteção social.
abono de família pré-natal deve ser requerido pela
mulher grávida, ou em seu nome pelo respetivo Artigo 34.º
representante legal, durante o período de gestação Declaração da composição do agregado familiar e da
que antecede o nascimento ou no prazo previsto no situação de economia familiar
artigo anterior, caso em que a certificação médica a
que se refere a alínea b) do n.º 1 do artigo 12.º-A é 1 - Os requerentes das prestações devem declarar, no
substituída pelo documento de identificação civil da requerimento, a composição do agregado familiar em
criança. que se insere o titular da prestação e que os
2 - Considera-se válido para efeito de reconhecimento do respetivos membros vivem em economia familiar.
direito ao abono de família pré-natal o requerimento 2 - No caso de não se verificar comunhão de mesa e
do abono de família para crianças e jovens habitação relativamente a algum dos membros do
apresentado pelo titular do direito, após o agregado familiar, deve ser indicada a razão
nascimento, no prazo previsto no artigo anterior, justificativa.
caso em que é dispensada a apresentação da 3 - A declaração a que se refere o n.º 1 é feita tendo em
respetiva certificação médica. atenção o disposto no artigo 8.º
3 - Os requerimentos referidos nos números anteriores 4 - As entidades gestoras das prestações podem
não estão subordinados à aplicação da regra prevista desencadear os procedimentos que julguem
no n.º 3 do artigo 31.º adequados à comprovação das situações declaradas
4 - Os modelos de requerimento do abono pré-natal e da nos termos dos números anteriores.
certificação médica do tempo de gravidez são
aprovados, respetivamente, por portaria do membro Artigo 35.º
do Governo responsável pela área da segurança social Declaração de exercício de atividade laboral
e por portaria conjunta dos membros do Governo
responsáveis pelas áreas da segurança social e da 1 - Os requerentes do abono de família para crianças e
saúde. jovens devem declarar, no requerimento, se os
titulares das mesmas se encontram a exercer
Artigo 32.º-B atividade laboral e, em caso afirmativo, proceder à
Dispensa do requerimento do abono de família para identificação do respetivo regime de proteção social.
crianças e jovens 2 - Os requerentes do subsídio de funeral devem
declarar, no ato do requerimento, se o falecido
1 - É dispensada a apresentação do requerimento do estava, à data da morte, ou tinha estado
abono de família para crianças e jovens, prevista no anteriormente enquadrado por qualquer regime
artigo 30.º, nas situações em que tenha sido obrigatório de proteção social e, em caso afirmativo,
apresentado requerimento de abono de família pré- por qual.
natal, nos termos do n.º 1 do artigo anterior, sem
prejuízo da obrigatoriedade de comprovação da Artigo 36.º
identificação civil da criança. Declaração de rendimentos
2 - O regime do artigo 19.º é aplicável, com as devidas
adaptações, à apresentação da identificação civil da 1 - Os requerentes do abono de família para crianças e
criança referida no número anterior. jovens devem declarar, no requerimento, os
rendimentos de cada um dos elementos do agregado
familiar, bem como os respetivos números de

478
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

identificação da segurança social e fiscal, se os Artigo 39.º


houver, e, ainda, o número de titulares do direito à Meios de prova em geral
prestação inseridos no agregado familiar.
2 - A declaração de rendimentos referida no número 1 - A identidade, o estado civil e o parentesco provam-se
anterior é feita por referência ao ano civil anterior por meio de certidão do registo civil.
àquele em que é apresentada, tendo em atenção o 2 - As certidões do registo civil podem ser substituídas
disposto nos artigos 8.º e 9.º, e produz efeitos a partir pelo bilhete de identidade ou pelo boletim de
da data da atribuição da prestação e durante o ano nascimento ou cédula pessoal, quando devidamente
civil subsequente. averbados.
3 - A declaração de rendimentos é dispensada nas 3 - As restantes provas devem fazer-se por declaração ou
situações em que já tenha sido produzida constar, conforme os casos, de certidões, atestados
anteriormente, para efeito de reconhecimento do ou documentos certificados pelas entidades
direito à prestação em relação a outro titular inserido competentes.
no mesmo agregado familiar. 4 - As provas necessárias ao reconhecimento ou
4 - A comprovação dos elementos constantes da manutenção do direito às prestações devem ser
declaração referida no n.º 1 pode vir a ser efetuada apresentadas pelos requerentes ou pela pessoa a
por troca de informação decorrente da articulação quem a prestação é paga, quando não coincidam.
prevista no artigo 29.º entre os competentes serviços
do sistema de segurança social e do sistema fiscal, Artigo 40.º
nos termos a definir por lei. Prova anual de rendimentos, da composição do
agregado familiar e de residência
Artigo 37.º
Declaração em caso de morte decorrente de ato de 1 - A prova de rendimentos e da composição do
terceiro agregado familiar de que depende a determinação
dos montantes do abono de família para crianças e
Os requerentes do subsídio de funeral devem declarar, jovens é feita anualmente, no mês de outubro,
no requerimento, se a morte foi provocada por ato de mediante declaração do interessado, com os
terceiro responsável pela reparação. elementos referidos no n.º 1 do artigo 36.º, sem
prejuízo da apresentação de quaisquer elementos
Artigo 38.º comprovativos da veracidade das declarações,
Declaração das situações determinantes da alteração, solicitados pelas instituições ou serviços gestores das
suspensão ou cessação das prestações prestações.
2 - A prova da residência legal e situação a esta
1 - Os titulares das prestações ou as pessoas ou equiparada é feita, anualmente, em simultâneo com
entidades a quem as mesmas são pagas devem a prova feita nos termos do número anterior, com os
declarar as situações determinantes de alteração, elementos referidos no artigo 39.º e na portaria
suspensão ou cessação das prestações no prazo de 10 prevista na alínea b) do n.º 4 do artigo 7.º e pode vir a
dias úteis após a sua ocorrência. ser efetuada por troca de informação nos termos da
2 - Os titulares das prestações ou as pessoas ou articulação prevista no artigo 29.º
entidades a quem as mesmas são pagas devem 3 - A prova de rendimentos relativa às prestações geridas
declarar a alteração de residência, observando o pelo ISS, I. P., é efetuada oficiosamente por troca de
prazo estipulado no artigo anterior. informação entre os competentes serviços da
3 - Os titulares das prestações ou as pessoas a quem as segurança social e da administração fiscal, nos termos
mesmas são pagas devem declarar, no prazo do Decreto-Lei n.º 92/2004, de 20 de abril, sem
estabelecido no n.º 1, as situações de alteração na prejuízo de exigência de apresentação da declaração
composição do agregado familiar que determinem a prevista no n.º 1 nos casos em que a mesma não seja
alteração da sua caracterização como agregado possível ou suscite dúvidas.
monoparental. 4 - No caso de prova de rendimentos oficiosa, é
dispensada a prova anual de composição do agregado
SUBSECÇÃO II familiar, sem prejuízo da obrigação de declaração das
Meios de prova situações de alteração do agregado familiar, no prazo
de 10 dias úteis após a sua ocorrência.
5 - A prova de rendimentos referida nos n.ºs 1 e 3 é feita
por referência ao ano civil anterior àquele em que é
apresentada, tendo em atenção o disposto nos

479
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

artigos 8.º e 9.º, e produz efeitos a partir de 1 de permitam comprovar a veracidade das declarações
janeiro do ano civil subsequente. prestadas pelos interessados, designadamente a
6 - A prova anual perante entidades gestoras diferentes especificação das despesas regulares dos agregados
do ISS, I. P., pode vir a ser efetuada por troca de familiares.
informação nos termos da articulação prevista no
artigo 29.º Artigo 43.º
Prova da situação escolar
Artigo 41.º
Efeitos da falta de apresentação da prova anual de 1 - A prova de matrícula, nas situações referidas nas
rendimentos e da composição do agregado familiar alíneas b) a d) do n.º 2 e no n.º 3 do artigo 11.º e no
artigo 12.º-B, é efetuada nos termos definidos em
1 - A falta de apresentação da declaração, nos termos portaria dos membros do Governo responsáveis pelas
referidos no n.º 1 do artigo anterior, determina a áreas da Administração Pública, da segurança social,
suspensão do pagamento do abono de família para do ensino superior e da educação.
crianças e jovens a partir do segundo mês seguinte ao 2 - A prova da matrícula deve conter o nome completo
termo do prazo. do aluno, o grau de ensino, o ano de escolaridade, o
2 - Nas situações previstas no número anterior, as ano letivo da matrícula e a designação do
instituições ou serviços gestores das prestações estabelecimento de ensino, sem prejuízo de outros
devem notificar os interessados de que a não elementos considerados necessários para a atribuição
apresentação da prova, no prazo de 10 dias úteis a do direito.
partir da data da notificação, determina, salvo 3 - No caso de impossibilidade de matrícula nas situações
justificação atendível, a perda do direito à prestação referidas no artigo 21.º, os interessados deverão
desde o início do ano civil em que a mesma produziria apresentar declaração do respetivo estabelecimento
efeitos e até ao fim do mês em que seja efetuada. de ensino comprovativo desse facto.

Artigo 42.º Artigo 44.º


Atuação das entidades gestoras das prestações Prazo para apresentação da prova anual da situação
escolar
1 - Sempre que da prova anual, a que se referem os
artigos anteriores, resulte posicionamento em 1 - As provas previstas no artigo anterior devem ser
escalão de rendimentos que venha a determinar valor apresentadas anualmente no mês de julho.
inferior ao que vinha sendo concedido ao titular do 2 - A declaração médica comprovativa da situação de
direito ao abono de família para crianças e jovens, incapacidade física ou mental, prevista no n.º 4 do
devem as entidades gestoras das prestações observar artigo 11.º, deve ser apresentada em simultâneo com
os seguintes procedimentos: a prova de escolaridade relativa ao ano em que
a) Notificar os interessados de que o valor da ocorra esta situação.
prestação irá sofrer redução a partir do ano civil 3 - Nas situações a que se refere o n.º 5 do artigo 11.º, a
subsequente àquele em que a prova teve lugar, declaração médica deve ser apresentada em
como consequência de posicionamento em simultâneo com a prova de escolaridade relativa ao
escalão diferente daquele em que se ano em que o jovem completa 24 anos.
encontravam; 4 - A prova da situação escolar pode vir a ser efetuada
b) Conceder o prazo de 10 dias úteis para ser por troca de informação nos termos da articulação
requerida a retificação de escalão, se for caso prevista no artigo 29.º, nos termos a definir por lei.
disso.
Artigo 45.º
2 - Decorrido o prazo estabelecido na alínea b) do Efeitos da falta de apresentação da prova escolar
número anterior, sem que tenha sido requerida a
retificação, a prestação é concedida pelos montantes 1 - A falta de apresentação das provas de escolaridade
previamente determinados. nos prazos estabelecidos no artigo anterior
3 - O procedimento referido no número anterior é determina a suspensão do pagamento do abono de
igualmente adotado nas situações previstas no n.º 5 família para crianças e jovens a partir do início do ano
do artigo 14.º, sempre que se verifique redução do escolar.
valor da prestação. 2 - A apresentação das provas de escolaridade até 31 de
4 - As entidades gestoras das prestações podem solicitar, dezembro do ano em que deveria ser efetuada
sempre que se justifique, quaisquer elementos que

480
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

determina o levantamento da suspensão e o Artigo 47.º


pagamento das prestações suspensas. Contraordenações
3 - A apresentação das provas de escolaridade a partir de
1 de janeiro do ano seguinte àquele em que deveria 1 - As falsas declarações ou omissões relativas às
ser efetuada determina a perda das prestações situações previstas no n.º 4 do artigo 21.º-A e nos
suspensas e a retoma do pagamento a partir do dia 1 artigos 33.º a 35.º e 37.º a 39.º, de que resulte
do mês seguinte ao da apresentação, salvo concessão indevida de prestações, constituem
justificação atendível. contraordenação punível com coima de (euro) 100 a
(euro) 250.
Artigo 45.º-A 2 - As falsas declarações relativas às situações previstas
Meios de prova do abono pré-natal nos artigos 36.º, 40.º e 45.º-A constituem
contraordenação punível com coima de (euro) 250 a
1 - A prova de rendimentos de que depende o (euro) 2494.
apuramento dos rendimentos de referência para
efeito de avaliação da condição prevista na alínea a) SECÇÃO III
do n.º 1 do artigo 12.º-A e a determinação do Processo decisório e pagamento das prestações
montante da prestação nos termos do artigo 15.º-A
efetua-se, mediante a apresentação de declaração de Artigo 48.º
rendimentos, em termos idênticos aos previstos no Decisão expressa
artigo 36.º
2 - A prova efetuada nos termos do número anterior é A atribuição das prestações é objeto de decisão expressa
válida para efeitos de atribuição do abono de família das entidades gestoras competentes.
para crianças e jovens devido após o nascimento da
criança. Artigo 49.º
3 - A prova da condição prevista na alínea b) do n.º 1 do Comunicação da atribuição das prestações
artigo 12.º-A é efetuada mediante certificação
médica, designadamente de acordo com As instituições ou serviços gestores das prestações por
comprovação ecográfica, constante de modelo encargos familiares devem notificar os requerentes da
próprio, que ateste o tempo de gravidez, bem como o atribuição dos respetivos montantes e da data a que o
número previsível de nascituros. início das mesmas se reporta, tratando-se de prestações
4 - A prova prevista no número anterior pode vir a ser de concessão continuada.
efetuada por troca de informação nos termos da
articulação prevista no artigo 29.º Artigo 50.º
Comunicação da não atribuição das prestações
Artigo 46.º
Falta de provas ou declarações 1 - Se na apreciação do processo se verificar que não se
encontram reunidas as condições para a atribuição
1 - Sempre que o serviço competente verifique a falta de das prestações, devem as entidades gestoras
algum documento probatório necessário ao informar o requerente:
reconhecimento do direito, comunica o facto aos a) Do não preenchimento das condições de
interessados. atribuição;
2 - Da referida comunicação deve constar que a não b) De que deve fazer prova da existência das
apresentação do documento em falta, no prazo de 10 condições legais no prazo que lhe for estabelecido
dias úteis, determinará a suspensão do para o efeito;
procedimento, sem prejuízo da aplicação das regras c) De que o pedido se considera indeferido no dia
de caducidade do direito previstas no presente seguinte ao termo do prazo estabelecido, desde
diploma. que durante o mesmo não se tenha procedido à
3 - A instrução dos processos resultantes de novo comprovação respetiva.
requerimento deve ser feita com o aproveitamento
possível dos elementos que integravam o processo 2 - Sempre que os elementos remetidos pelo requerente
anterior. não permitam a verificação das condições de
atribuição das prestações, há lugar à emissão de
SUBSECÇÃO III decisão, devidamente fundamentada.
Sanções

481
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 51.º Artigo 54.º


Pagamento das prestações Ressalva de direitos adquiridos

1 - O pagamento das prestações previstas neste diploma O disposto no presente diploma não prejudica a
é efetuado aos respetivos requerentes, sem prejuízo manutenção dos direitos adquiridos em matéria de
do disposto nos números seguintes. exportabilidade do direito às prestações.
2 - Quando houver decisão judicial com trânsito em
julgado indicando a pessoa a quem as prestações Artigo 55.º
devem ser pagas, é a elas que se efetua o respetivo Bonificação por deficiência
pagamento.
3 - Sem prejuízo do disposto no n.º 2, para garantir a Mantém-se a bonificação por deficiência prevista no
aplicação do abono de família para crianças e jovens Decreto-Lei n.º 133-B/97, de 30 de maio, que acresce ao
em favor dos seus titulares, o mesmo pode ser pago abono de família para crianças e jovens concedido nos
diretamente a outra das pessoas com legitimidade termos deste diploma.
para requerer.
4 - O disposto nos n.ºs 1 e 2 do artigo 32.º-B não Artigo 56.º
prejudica o pagamento do abono de família para Revogação
crianças e jovens à pessoa que, no mesmo agregado
familiar, esteja a receber os abonos em 1 - São derrogados na parte relativa às prestações
representação de outros titulares do direito a esta reguladas neste diploma:
prestação a) O Decreto-Lei n.º 133-B/97, de 30 de maio, na
redação que lhe foi dada pelos Decretos-Leis n.ºs
Artigo 52.º 341/99, de 25 de agosto, e 250/2001, de 21 de
Prazo de prescrição setembro, bem como o Decreto Regulamentar n.º
24-A/97, de 30 de maio, na redação que lhe foi
1 - O prazo de prescrição do direito às prestações dada pelo Decreto Regulamentar n.º 15/99, de 17
vencidas é de cinco anos, findo o qual revertem a de agosto, e demais legislação complementar;
favor das entidades gestoras das prestações. b) O Decreto-Lei n.º 160/80, de 27 de maio, na
2 - Para efeito de prescrição do direito às prestações, redação que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 133-
considera-se que a contagem do respetivo prazo se C/97, de 30 de maio, e respetiva legislação
inicia no dia seguinte àquele em que foram postas a complementar.
pagamento.
3 - São equiparadas a prestações postas a pagamento as 2 - São igualmente derrogados no que respeita ao âmbito
que se encontrem legalmente suspensas por material em relação às prestações previstas neste
incumprimento de obrigações imputável ao titular ou diploma:
às pessoas a quem as prestações são pagas. a) O Decreto-Lei n.º 328/93, de 25 de setembro;
b) O Decreto-Lei n.º 40/89, de 1 de fevereiro.
CAPÍTULO VII
Disposições finais e transitórias Artigo 57.º
Conversão
Artigo 53.º
Execução 1 - Os subsídios familiares a crianças e jovens concedidos
ao abrigo da legislação derrogada são convertidos nas
1 - Os procedimentos administrativos necessários à prestações designadas por abono de família para
execução do disposto no presente diploma são crianças e jovens concedidas nos termos do presente
aprovados por portarias conjuntas dos Ministros de diploma, observando-se o regime de identificação e
Estado e das Finanças e da Segurança Social e do enquadramento previstos no artigo 5.º
Trabalho. 2 - Para cumprimento do disposto na parte final do
2 - Se a definição de procedimentos administrativos se número anterior, as entidades gestoras das
inserir no âmbito de competências de apenas um dos prestações devem desencadear os procedimentos
ministros da tutela, a sua aprovação tem lugar necessários ao processo de identificação e
mediante portaria do respetivo ministro. enquadramento.
3 - Relativamente às situações geridas pelas entidades
gestoras do âmbito da função pública ou pelas caixas
de atividade ou de empresa ainda subsistentes, os

482
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

procedimentos a observar na identificação e b) Às relações jurídicas prestacionais constituídas ao


enquadramento são definidos de acordo com o abrigo da legislação anterior e que se mantenham
estabelecido no n.º 3 do artigo 5.º na vigência da lei nova.
4 - A gestão das prestações convertidas nos termos do
n.º 1, nos casos em que não seja o mesmo centro Artigo 60.º
distrital de solidariedade e segurança social Montante adicional
competente por força do estabelecido na alínea a) do
artigo 28.º, mantém-se, transitoriamente, no âmbito Por referência ao mês de outubro de 2003 é atribuído
dos centros distritais de solidariedade e segurança aos titulares de abono de família para crianças e jovens
social competentes ao abrigo da legislação anterior, um montante adicional nas condições previstas no artigo
devendo as instituições desencadear os 15.º
procedimentos necessários à concretização da
transferência de competências. Artigo 61.º
Procedimentos transitórios
Artigo 58.º
Comissão de acompanhamento 1 - As instituições e serviços gestores das prestações
devem, a partir da data da publicação do presente
1 - É criada uma comissão de acompanhamento, de diploma, desencadear os procedimentos necessários
âmbito nacional, composta por elementos designados ao apuramento dos elementos de que depende o
pelos Ministros de Estado e das Finanças e da montante do abono de família para crianças e jovens.
Segurança Social e do Trabalho, em representação 2 - Para efeitos do disposto no número anterior, as
das instituições e serviços competentes para a gestão entidades gestoras das prestações devem remeter, às
das prestações, a que se refere o artigo 28.º, com o pessoas a quem o subsídio familiar a crianças e jovens
seguinte objetivo: era pago ao abrigo da legislação anterior, o
a) Definir os procedimentos a observar para formulário adequado à obtenção dos elementos
cumprimento do disposto no n.º 3 do artigo 5.º e relativos à composição do agregado familiar e
no n.º 3 do artigo 57.º e apresentar a respetivos montantes anuais de rendimentos
correspondente proposta de enquadramento ilíquidos relativos ao ano transato, nos termos dos
normativo; artigos 8.º e 9.º, bem como indicar os números de
b) Estabelecer, no prazo máximo de um ano, um identificação da segurança social e fiscal, se os
plano de transição para a gestão unificada das houver, e, ainda, o número de titulares com direito à
prestações garantidas nas eventualidades prestação inseridos no agregado familiar.
cobertas pelo subsistema de proteção familiar, o 3 - As declarações constantes do formulário a que se
qual deverá ser aprovado pelos ministros da refere o número anterior produzem efeitos
respetiva tutela; relativamente aos montantes das prestações a pagar
c) Estabelecer um plano de promoção das a partir do início de vigência do presente diploma e
articulações previstas no artigo 29.º, no prazo durante o ano civil de 2004.
máximo de um ano, bem como propor, em 4 - O formulário deve ser devolvido no prazo que para o
conjunto com as entidades envolvidas, o efeito for estipulado.
enquadramento normativo dos procedimentos a 5 - Em caso de não apresentação do formulário, nos
observar na troca de informação, designadamente termos previstos nos números anteriores, dentro do
para efeitos do disposto no n.º 4 do artigo 36.º, no prazo determinado, devem as entidades gestoras das
n.º 3 do artigo 40.º e no n.º 4 do artigo 44.º prestações notificar os interessados de que a sua não
apresentação, no prazo de 10 dias úteis, sem
2 - A designação dos elementos referidos no n.º 1 é feita justificação atendível, determina a perda do direito à
por despacho conjunto. prestação desde o início de vigência deste diploma e
até ao fim do mês em que seja efetuada a produção
Artigo 59.º da prova.
Produção de efeitos

O regime estabelecido no presente diploma aplica-se:


a) Às prestações requeridas após a sua entrada em
vigor;

483
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 61.º-A
Norma remissiva

1 - As remissões para o artigo 8.º do presente decreto-lei


consideram-se efetuadas para o artigo 4.º do
Decreto-Lei n.º 70/2010, de 16 de junho.
2 - As remissões para o artigo 9.º do presente decreto-lei
consideram-se efetuadas para os artigos 3.º e 6.º a
12.º do Decreto-Lei n.º 70/2010, de 16 de junho.
3 - As referências ao Ministro da Segurança Social e do
Trabalho previstas no presente decreto-lei
consideram-se efetuadas relativamente ao Ministro
da Solidariedade e da Segurança Social.

Artigo 62.º
Entrada em vigor

O presente diploma entra em vigor em 1 de outubro de


2003, ressalvado o disposto no artigo anterior, que entra
em vigor no dia imediato ao da sua publicação.

484
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 91/2009, de 9 de abril situação de impedimento para o exercício de atividade


Estabelece o regime jurídico de proteção social na profissional.
parentalidade no âmbito do sistema previdencial e
no subsistema de solidariedade e revoga o O presente decreto-lei alarga o esquema de proteção
social na parentalidade dos trabalhadores
Decreto-Lei n.º 154/88, de 29 de abril, e o Decreto-
independentes, que passam a beneficiar do subsídio
Lei n.º 105/2008, de 25 de junho parental exclusivo do pai e do subsídio para assistência a
filho com deficiência ou doença crónica.
(com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º
70/2010, de 16 de junho, Decreto-Lei n.º 133/2012, de 27 Por outro lado, por força das sucessivas alterações à lei
de junho, e Lei n.º 120/2015, de 1 de setembro) da maternidade, o regime por adoção tem hoje uma
proteção menor do que a prevista para a maternidade,
pelo que se impõe, por uma questão de justiça social, o
O XVII Governo Constitucional reconhece, no seu reconhecimento ao instituto da adoção do estatuto que
Programa, o contributo imprescindível das famílias para a lhe é devido através da equiparação deste regime ao
coesão, equilíbrio social e o desenvolvimento sustentável regime de proteção na parentalidade, corrigindo-se
do País. assim uma injustiça que se vinha verificando desde há
alguns anos a esta parte.
Reconhecendo a importância e a necessidade de criar
medidas que contribuam para a criação de condições São reforçados os direitos do pai por nascimento de filho,
favoráveis ao aumento da natalidade, por um lado, mas quer no que se refere aos direitos de gozo obrigatório
também à melhoria da conciliação da vida familiar e quer no que se refere aos direitos de gozo facultativo, e
profissional e aos cuidados da primeira infância, o aumenta-se o período de licença parental no caso de
Governo elaborou um conjunto de medidas de alteração partilha da licença parental por ambos os progenitores,
do regime de proteção na parentalidade, primeiro no garantindo-se um maior período de acompanhamento da
âmbito do Acordo Tripartido para um Novo Sistema de criança nos primeiros tempos de vida e possibilitando-se
Regulação das Relações Laborais, das Políticas de uma maior partilha e flexibilização dos progenitores na
Emprego e da Proteção Social em Portugal e mais conciliação da vida familiar com a gestão da sua carreira
recentemente plasmadas no Código do Trabalho. profissional.
Também no III Plano Nacional para a Igualdade - Ademais, cria-se a possibilidade de prolongamento da
Cidadania e Género (2007-2010) está prevista a adoção licença parental inicial por mais seis meses adicionais
de medidas e ações destinadas a combater as subsidiados pela segurança social. O subsídio parental
desigualdades de género, promover a igualdade entre alargado com a duração de três meses é concedido a um
mulheres e homens bem como a conciliação entre a vida ou a ambos os cônjuges alternadamente, desde que a
profissional, familiar e pessoal, elegendo-se como respetiva licença seja gozada no período imediatamente
prioridade, nomeadamente, a criação de condições de subsequente à licença parental inicial ou à licença
paridade na harmonização das responsabilidades complementar, na modalidade de alargada, pelo outro
profissionais e familiares. cônjuge.
No âmbito da proteção à parentalidade, que constitui um Com o objetivo de incentivar a natalidade e melhorar os
direito constitucionalmente reconhecido, a segurança cuidados às crianças na primeira infância o trabalho a
social intervém através da atribuição de subsídios de tempo parcial para acompanhamento de filho durante os
natureza pecuniária que visam a substituição dos 12 primeiros anos de vida é contado em dobro para
rendimentos perdidos por força da situação de efeitos de atribuições de prestações de segurança social,
incapacidade ou indisponibilidade para o trabalho por com o limite da remuneração correspondente ao tempo
motivo de maternidade, paternidade e adoção. completo.
O novo regime de proteção social elege como No âmbito da assistência a filhos, em caso de doença ou
prioridades o incentivo à natalidade e a igualdade de acidente, procede-se ao alargamento das situações
género através do reforço dos direitos do pai e do passíveis de proteção através da atribuição de subsídio
incentivo à partilha da licença, ao mesmo tempo que durante o correspondente período de faltas e reforça-se
promove a conciliação entre a vida profissional e familiar a proteção conferida em caso de filho com deficiência ou
e melhora os cuidados às crianças na primeira infância doença crónica.
através da atribuição de prestações pecuniárias na

485
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Assim, as faltas para assistência a menor de 12 anos ou, No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido na
independentemente da idade, no caso de filho com Lei n.º 4/2007, de 16 de janeiro, e nos termos das alíneas
deficiência ou doença crónica, são subsidiadas durante o a) e c) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o
período máximo de 30 dias por ano civil ou durante todo Governo decreta o seguinte:
o período de eventual hospitalização, sendo as faltas
para assistência a maiores de 12 anos subsidiadas
durante o período máximo de 15 dias também por ano CAPÍTULO I
civil, acrescidos de um dia por cada filho além do Disposições gerais
primeiro.
Artigo 1.º
Reforçam-se os direitos dos avós e promove-se a Objeto e âmbito
possibilidade de uma melhor flexibilização da gestão e
organização da vida familiar através da criação de um O presente decreto-lei define e regulamenta a proteção
subsídio para as faltas dos avós que, em substituição dos na parentalidade no âmbito da eventualidade
pais, prestam assistência aos netos menores doentes ou, maternidade, paternidade e adoção do sistema
independentemente da idade, com deficiência ou doença previdencial e do subsistema de solidariedade.
crónica.
Artigo 2.º
Aumenta-se em dobro o limite máximo do subsídio para Proteção na parentalidade no âmbito do sistema
assistência a filho com deficiência ou doença crónica previdencial
discriminando positivamente as situações em que se
verificam necessidades especiais na assistência à família. 1 - A proteção prevista no âmbito do sistema
previdencial concretiza-se na atribuição de
São ainda simplificados os meios de prova no sentido de prestações pecuniárias destinadas a compensar a
permitir uma maior facilidade ao cidadão em requerer as perda de rendimentos de trabalho em consequência
respetivas prestações, prevendo-se a possibilidade de da ocorrência da eventualidade.
dispensa de requerimento quando as situações são 2 - A proteção estabelecida no âmbito do sistema
certificadas através do Certificado de Incapacidade previdencial abrange as situações de risco clínico
Temporária para o Trabalho, sem prejuízo de se manter a durante a gravidez, de interrupção da gravidez, de
possibilidade de requerimento em papel e online através parentalidade, de adoção, de risco específico, de
da segurança social direta. Deixa de ser exigível a assistência a filho, em caso de doença ou acidente, de
comprovação do período de impedimento pelas assistência a filho com deficiência ou doença crónica
respetivas entidades empregadoras, exceto na situação e de assistência a neto determinantes de
de risco específico. impedimento temporário para o trabalho.

Neste contexto, o presente decreto-lei estabelece o Artigo 3.º


regime de proteção social na parentalidade em Proteção na parentalidade no âmbito do subsistema de
adequação à recente alteração do quadro jurídico- solidariedade
laboral, constante do Código do Trabalho, e promove a
consolidação jurídica, num único texto normativo, do 1 - A proteção prevista no âmbito do subsistema de
regime de proteção social do sistema previdencial e do solidariedade concretiza-se na atribuição de
subsistema de solidariedade tendo em vista assegurar prestações pecuniárias destinadas a garantir
uma maior equidade, clareza e facilidade no acesso aos rendimentos substitutivos da ausência ou da perda
direitos que assistem aos seus destinatários. de rendimentos de trabalho, em situações de
carência económica, determinadas pela inexistência
Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões ou insuficiência de carreira contributiva em regime de
Autónomas. proteção social de enquadramento obrigatório ou no
seguro social voluntário que garanta proteção na
Foram ouvidos, a título facultativo, os parceiros sociais eventualidade, ou pela exclusão da atribuição dos
com assento na Comissão Permanente de Concertação correspondentes subsídios no âmbito do sistema
Social. previdencial.
2 - A proteção estabelecida no âmbito do subsistema de
Assim: solidariedade abrange as situações de risco clínico
durante a gravidez, de interrupção da gravidez, de
parentalidade, de adoção e de riscos específicos.

486
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 7.º
CAPÍTULO II Âmbito material
Proteção no âmbito do sistema previdencial
1 - A proteção regulada no presente capítulo concretiza-
SECÇÃO I se na atribuição dos seguintes subsídios:
Âmbito, caracterização dos subsídios e registo de a) Subsídio por risco clínico durante a gravidez;
remunerações por equivalência b) Subsídio por interrupção da gravidez;
c) Subsídio parental;
SUBSECÇÃO I d) Subsídio parental alargado;
Âmbito pessoal e material e) Subsídio por adoção;
f) Subsídio por riscos específicos;
Artigo 4.º g) Subsídio para assistência a filho;
Âmbito pessoal h) Subsídio para assistência a filho com deficiência ou
doença crónica;
1 - A proteção regulada no presente capítulo abrange os i) Subsídio para assistência a neto.
beneficiários do sistema previdencial integrados no
regime dos trabalhadores por conta de outrem e no 2 — A proteção regulada no presente capítulo integra,
regime dos trabalhadores independentes. também, a atribuição de prestações pecuniárias
2 - Estão igualmente abrangidos pelo disposto no compensatórias de subsídios de férias, de Natal ou
presente capítulo os beneficiários enquadrados no outros de natureza análoga.
regime do seguro social voluntário desde que o 3 — O direito aos subsídios previstos nas alíneas c) a h)
respetivo esquema de proteção social integre a do n.º 1 apenas é reconhecido, após o nascimento do
eventualidade. filho, aos beneficiários que não estejam impedidos ou
inibidos totalmente do exercício do poder paternal,
Artigo 5.º com exceção do direito da mãe ao subsídio parental
Extensão dos direitos atribuídos aos progenitores inicial de 14 semanas e do subsídio por riscos
específicos durante a amamentação.
1 - A proteção conferida aos progenitores através dos 4 — A proteção conferida aos trabalhadores
subsídios previstos no presente capítulo é extensiva independentes não integra os subsídios previstos nas
aos beneficiários do regime geral dos trabalhadores alíneas g) e i) do n.º 1 nem as prestações previstas no
por conta de outrem, adotantes, tutores, pessoas a n.º 2.
quem for deferida a confiança judicial ou
administrativa do menor, bem como cônjuges ou Artigo 8.º
pessoas em união de facto com qualquer daqueles ou Articulação com o regime de proteção social no
com o progenitor desde que vivam em comunhão de desemprego
mesa e habitação com o menor, sempre que, nos
termos do Código de Trabalho, lhes seja reconhecido 1 - A proteção dos beneficiários que estejam a receber
direito às correspondentes faltas, licenças e prestações de desemprego concretiza-se na
dispensas. atribuição dos seguintes subsídios:
2 - O previsto no número anterior aplica-se, em a) Subsídio por risco clínico durante a gravidez;
igualdade de circunstâncias, aos beneficiários do b) Subsídio por interrupção da gravidez;
regime de segurança social dos trabalhadores c) Subsídio parental;
independentes e do seguro social voluntário. d) Subsídio por adoção.

Artigo 6.º 2 - A atribuição dos subsídios referidos no número


Beneficiários em situação de pré-reforma anterior determina a suspensão do pagamento das
prestações de desemprego, durante o período de
Os titulares de prestações de pré-reforma têm direito concessão daqueles subsídios, nos termos regulados
aos subsídios previstos no presente capítulo, desde que no respetivo regime jurídico.
exerçam atividade enquadrada em qualquer dos regimes
a que se refere o artigo 4.º, sendo os respetivos subsídios
calculados com base na remuneração do trabalho
efetivamente auferida. SUBSECÇÃO II
Caracterização dos subsídios

487
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 9.º que se refere o artigo seguinte, há lugar à concessão


Subsídio por risco clínico durante a gravidez do subsídio parental inicial ao progenitor que o
requeira nas situações em que o outro progenitor
O subsídio por risco clínico durante a gravidez é exerça atividade profissional e não tenha requerido o
concedido nas situações em que se verifique a existência correspondente subsídio.
de risco clínico, para a grávida ou para o nascituro, 6 - Caso não seja apresentada a declaração de partilha, o
medicamente certificado, impeditivo do exercício de direito ao subsídio parental inicial é reconhecido à
atividade laboral, durante o período de tempo mãe.
considerado necessário para prevenir o risco.
Artigo 13.º
Artigo 10.º Subsídio parental inicial exclusivo da mãe
Subsídio por interrupção da gravidez
O subsídio parental inicial exclusivo da mãe é concedido
O subsídio por interrupção da gravidez é concedido nas por um período facultativo até 30 dias antes do parto e
situações de interrupção de gravidez impeditivas do seis semanas obrigatórias após o parto, os quais se
exercício de atividade laboral, medicamente certificadas, integram no período de concessão correspondente ao
durante um período variável entre 14 e 30 dias. subsídio parental inicial.

Artigo 11.º Artigo 14.º


Subsídio parental Subsídio parental inicial de um progenitor em caso de
impossibilidade do outro
O subsídio parental é concedido durante o período de
impedimento para o exercício da atividade laboral e 1 - O subsídio parental inicial de um progenitor em caso
compreende as seguintes modalidades: de impossibilidade do outro é concedido até ao limite
a) Subsídio parental inicial; do período remanescente que corresponda à licença
b) Subsídio parental inicial exclusivo da mãe; parental inicial não gozada, em caso de:
c) Subsídio parental inicial de um progenitor em caso a) Incapacidade física ou psíquica, medicamente
de impossibilidade do outro; certificada, enquanto se mantiver;
d) Subsídio parental inicial exclusivo do pai. b) Morte.
2 - Apenas há lugar ao período total de concessão
Artigo 12.º previsto no n.º 2 do artigo 12.º caso se verifiquem as
Subsídio parental inicial condições aí previstas, à data dos factos referidos no
número anterior.
1 - O subsídio parental inicial é concedido pelo período 3 - Em caso de morte ou incapacidade física ou psíquica
até 120 ou 150 dias consecutivos, consoante opção de mãe o subsídio parental inicial a gozar pelo pai
dos progenitores, cujo gozo podem partilhar após o tem a duração mínima de 30 dias.
parto, sem prejuízo dos direitos da mãe a que se 4 - Em caso de morte ou incapacidade física ou psíquica
refere o artigo seguinte. de mãe não trabalhadora nos 120 dias a seguir ao
2 - Os períodos referidos no número anterior são parto o pai tem direito ao remanescente do subsídio
acrescidos de 30 dias consecutivos nas situações de parental inicial nos termos do n.º 1, com as devidas
partilha da licença, no caso de cada um dos adaptações, ou do número anterior.
progenitores gozar, em exclusivo, um período de 30
dias consecutivo, ou dois períodos de 15 dias Artigo 15.º
consecutivos, após o período de gozo de licença Subsídio parental inicial exclusivo do pai
parental inicial exclusiva da mãe, correspondente a
seis semanas após o parto. 1 - O subsídio parental inicial exclusivo do pai é
3 - No caso de nascimentos múltiplos, aos períodos concedido pelos períodos seguintes:
previstos nos números anteriores acrescem 30 dias
por cada gémeo além do primeiro. a) 15 dias úteis de gozo obrigatório, seguidos ou
4 - A concessão do subsídio parental inicial depende de interpolados, dos quais cinco gozados de modo
declaração dos beneficiários dos períodos a gozar ou consecutivo imediatamente após o nascimento e
gozados pelos progenitores, de modo exclusivo ou os restantes 10 nos 30 dias seguintes a este;
partilhado. b) 10 dias úteis de gozo facultativo, seguidos ou
5 - Caso a licença parental inicial não seja partilhada pela interpolados, desde que gozados, após o período
mãe e pelo pai, e sem prejuízo dos direitos da mãe a

488
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

referido na alínea anterior e em simultâneo com a saúde nos termos definidos na lei, durante o período
licença parental inicial por parte da mãe. necessário para prevenir o risco e na impossibilidade
2 - No caso de nascimentos múltiplos, aos períodos de o empregador lhe conferir outras tarefas.
previstos no número anterior acrescem dois dias por 2 - No caso de trabalhadoras independentes ou
cada gémeo além do primeiro, a gozar abrangidas pelo seguro social voluntário, a
imediatamente após os referidos períodos. comprovação do risco de desempenho de trabalho
3 - A atribuição do subsídio parental inicial exclusivo do noturno ou de exposição a agente ou processos ou
pai depende de declaração dos períodos a gozar ou condições de trabalho é efetuada por médico do
gozados pelo mesmo. trabalho ou por instituição ou serviço integrado no
Serviço Nacional de Saúde.
Artigo 16.º
Subsídio parental alargado Artigo 19.º
Subsídio para assistência a filho
O subsídio parental alargado é concedido por um período
até três meses a qualquer um ou a ambos os 1 - O subsídio para assistência a filho é concedido, nas
progenitores alternadamente, nas situações de exercício situações de impedimento para o exercício de
de licença parental alargada para assistência a filho atividade laboral determinadas pela necessidade de
integrado no agregado familiar, impeditivas do exercício prestar assistência inadiável e imprescindível a filhos,
de atividade laboral, desde que gozado imediatamente em caso de doença ou acidente, medicamente
após o período de concessão do subsídio parental inicial certificadas, nos seguintes termos:
ou subsídio parental alargado do outro progenitor. a) Menor de 12 anos ou, independentemente da
idade, no caso de filho com deficiência ou doença
Artigo 17.º crónica, um período máximo de 30 dias, seguidos
Subsídio por adoção ou interpolados, em cada ano civil ou durante
todo o período de eventual hospitalização;
1 - O subsídio por adoção é concedido aos candidatos a b) Maior de 12 anos, um período máximo de 15 dias,
adotantes nas situações de adoção de menor de 15 seguidos ou interpolados, em cada ano civil.
anos, impeditivas do exercício de atividade laboral, 2 - Aos períodos referidos no número anterior acresce
exceto se se tratar de adoção de filho do cônjuge do um dia por cada filho além do primeiro.
beneficiário ou da pessoa com quem o beneficiário 3 - A concessão do subsídio para assistência a filho
viva em união de facto e corresponde, com as devidas depende de o outro progenitor ter atividade
adaptações, ao subsídio parental inicial e ao subsídio profissional, não exercer o direito ao respetivo
parental alargado. subsídio pelo mesmo motivo ou estar impossibilitado
2 - Em caso de incapacidade física ou psíquica, de prestar a assistência e, ainda, no caso de filho
medicamente comprovada, ou de morte do maior, este se integrar no agregado familiar do
beneficiário candidato a adotante sem que este tenha beneficiário.
esgotado o direito ao subsídio, o cônjuge que seja 4 - Relevam para o cômputo dos períodos máximos de
beneficiário tem direito ao subsídio pelo período concessão do subsídio para assistência a filho os
remanescente ou a um mínimo de 14 dias, ainda que períodos de concessão do subsídio para assistência a
não seja candidato a adotante, desde que viva em netos, nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 21.º
comunhão de mesa e habitação com o adotado.
3 - No caso de adoções múltiplas, aos períodos previstos Artigo 20.º
nos números anteriores acrescem 30 dias por cada Subsídio para assistência a filho com deficiência ou
adoção além da primeira. doença crónica
Artigo 18.º 1 - O subsídio para assistência a filho com deficiência ou
Subsídio por riscos específicos doença crónica, concedido nas situações de
impedimento para o exercício de atividade laboral
1 - O subsídio por riscos específicos é concedido nas determinadas pela necessidade de prestar assistência
situações de impedimento para o exercício de a filho com deficiência ou doença crónica é concedido
atividade laboral determinadas pela existência de por período até seis meses, prorrogável até ao limite
risco específico para a beneficiária grávida, puérpera de quatro anos.
e lactante que desempenhe trabalho noturno ou 2 - A concessão do subsídio para assistência a filho com
esteja exposta a agentes, processos ou condições de deficiência ou doença crónica depende de:
trabalho, que constituam risco para a sua segurança e

489
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

a) O filho viver em comunhão de mesa e habitação


com o beneficiário; SUBSECÇÃO III
b) O outro progenitor ter atividade profissional e não Registo de remunerações por equivalência
exercer o direito ao respetivo subsídio pelo
mesmo motivo ou estar impossibilitado de prestar Artigo 22.º
a assistência. Registo de remunerações por equivalência à entrada de
contribuições
Artigo 21.º
Subsídio para assistência a neto 1 - O reconhecimento do direito aos subsídios previstos
neste capítulo dá lugar ao registo de remunerações
1 - O subsídio para assistência a neto concretiza-se nas por equivalência à entrada de contribuições durante
seguintes modalidades de prestações garantidas o respetivo período de concessão, sendo considerado
durante o período de impedimento para o exercício como trabalho efetivamente prestado.
de atividade laboral: 2 - Durante os períodos de trabalho a tempo parcial de
a) Subsídio para assistência em caso de nascimento trabalhador com responsabilidades familiares, nos
de neto, correspondente a um período até 30 dias termos previstos no artigo 55.º do Código do
consecutivos após o nascimento de neto que Trabalho, há lugar a registo adicional de
resida com o beneficiário em comunhão de mesa remunerações por equivalência à entrada de
e habitação e seja filho de adolescente menor de contribuições por valor igual ao das remunerações
16 anos; registadas a título de trabalho a tempo parcial
b) Subsídio para assistência a neto menor ou, efetivamente prestado, com o limite do valor da
independentemente da idade, com deficiência ou remuneração média registada a título de trabalho a
doença crónica, pelo período correspondente aos tempo completo, mediante comunicação do facto,
dias de faltas remanescentes não gozados pelos por parte do trabalhador, à instituição de segurança
progenitores, nos termos previstos no artigo 19.º, social que o abranja, nos termos a regulamentar em
com as devidas adaptações. legislação própria.
3 - Os períodos de licença para assistência a filho,
2 - A concessão do subsídio para assistência em caso de previstos no artigo 52.º do Código do Trabalho, são
nascimento de neto depende de declaração dos tomados em consideração para a taxa de formação
beneficiários dos períodos a gozar ou gozados pelos no cálculo das pensões de invalidez e velhice do
avós, de modo exclusivo ou partilhado. regime geral de segurança social, mediante
3 - O subsídio para assistência em caso de nascimento de comunicação do facto, por parte do trabalhador, à
neto, nas situações em que não é partilhado pelos instituição de segurança social que o abranja.
avós, é concedido desde que o outro avô exerça
atividade profissional, esteja impossibilitado de SECÇÃO II
prestar assistência e não tenha requerido o Condições de atribuição
correspondente subsídio.
4 - O subsídio para assistência a neto é concedido desde Artigo 23.º
que os progenitores exerçam atividade profissional, Disposição geral
estejam impossibilitados de prestar a assistência e
não exerçam o direito ao respetivo subsídio pelo 1 — O reconhecimento do direito aos subsídios previstos
mesmo motivo, e, ainda, que nenhum outro familiar no presente capítulo depende do cumprimento das
do mesmo grau falte pelo mesmo motivo. condições de atribuição à data do facto determinante
da proteção, sem prejuízo do disposto no n.º 3.
Artigo 21.º -A 2 - Considera-se como data do facto determinante da
Prestação compensatória dos subsídios de férias e de proteção o 1.º dia de impedimento para o trabalho.
Natal 3 — A cessação ou suspensão do contrato de trabalho
não prejudica o direito à proteção na eventualidade
A atribuição da prestação compensatória dos subsídios de maternidade, paternidade e adoção desde que se
de férias, de Natal ou outros de natureza análoga encontrem satisfeitas as condições de atribuição das
depende de os beneficiários não terem direito ao prestações.
pagamento daqueles subsídios, no todo ou em parte,
pelo respetivo empregador, desde que o impedimento
para o trabalho tenha duração igual ou superior a 30 dias
consecutivos.

490
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 24.º
Condições comuns Artigo 27.º
Determinação dos montantes dos subsídios
1 - Constituem condições comuns do reconhecimento do
direito: O montante diário dos subsídios previstos no presente
a) O gozo das respetivas licenças, faltas e dispensas capítulo é calculado pela aplicação de uma percentagem
não retribuídas nos termos do Código do Trabalho ao valor da remuneração de referência do beneficiário.
ou de períodos equivalentes;
b) O cumprimento do prazo de garantia. Artigo 28.º
Remuneração de referência
2 - Para efeitos do disposto na alínea a) do número
anterior consideram-se equivalentes os períodos em 1 - A remuneração de referência a considerar é definida
que não se verifique o gozo das licenças, faltas ou por R/180, em que R representa o total das
dispensas atentas as características específicas do remunerações registadas nos primeiros seis meses
exercício de atividade profissional, designadamente civis que precedem o segundo mês anterior ao da
no caso de atividade independente, ou pela sua data do facto determinante da proteção.
inexistência, nas situações de desemprego 2 — Nas situações em que se verifique a totalização de
subsidiado. períodos contributivos, se os beneficiários não
3 - A opção pelo subsídio parental inicial por 150 dias apresentarem no período de referência previsto no
prevista no n.º 1 do artigo 12.º bem como o disposto número anterior seis meses com registo de
nas disposições constantes nos n.ºs 2 e 3 do mesmo remunerações, a remuneração de referência é
artigo, no artigo 14.º, na alínea b) do n.º 1 e no n.º 2 definida por R/(30 × n), em que R representa o total
do artigo 15.º e no artigo 16.º apenas são aplicáveis das remunerações registadas desde o início do
em situação de nado vivo. período de referência até ao dia que antecede o facto
determinante da proteção e n o número de meses a
Artigo 25.º que as mesmas se reportam.
Prazo de garantia 3 — Na determinação do total de remunerações
registadas não são consideradas as importâncias
1 - O prazo de garantia para atribuição dos subsídios relativas aos subsídios de férias, de Natal ou outros
previstos no presente capítulo é de seis meses civis, de natureza análoga.
seguidos ou interpolados, com registo de
remunerações, à data do facto determinante da Artigo 29.º
proteção. Montante dos subsídios por risco clínico durante a
2 - Para efeitos do número anterior releva, se necessário, gravidez e por interrupção da gravidez
o mês em que ocorre o evento desde que no mesmo
se verifique registo de remunerações. O montante diário dos subsídios por risco clínico durante
3 - Na ausência de registo de remunerações durante seis a gravidez e por interrupção da gravidez é igual a 100 %
meses consecutivos, a contagem do prazo de garantia da remuneração de referência da beneficiária.
tem início a partir da data em que ocorra um novo
registo de remunerações. Artigo 30.º
Montante do subsídio parental inicial
Artigo 26.º O montante diário do subsídio parental inicial é o
Totalização de períodos contributivos seguinte:

Para efeitos de cumprimento do prazo de garantia para a) No período correspondente à licença de 120 dias, o
atribuição dos subsídios previstos no presente capítulo montante diário é igual a 100 % da remuneração
são considerados, desde que não se sobreponham, os de referência do beneficiário;
períodos de registo de remunerações em quaisquer b) No caso de opção pelo período de licença de 150
regimes obrigatórios de proteção social, nacionais ou dias, o montante diário é igual a 80 % da
estrangeiros, que assegurem prestações pecuniárias de remuneração de referência do beneficiário;
proteção na eventualidade, incluindo o da função c) No caso de opção pelo período de licença de 150
pública. dias nas situações em que cada um dos
progenitores goze pelo menos 30 dias
SECÇÃO III consecutivos, ou dois períodos de 15 dias
Montantes dos subsídios igualmente consecutivos, o montante diário é

491
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

igual a 100 % da remuneração de referência do remuneração de referência do beneficiário, tendo como


beneficiário; limite máximo mensal o valor correspondente a duas
d) No caso de opção pelo período de licença de 180 vezes o indexante dos apoios sociais (IAS).
dias, nas situações em que cada um dos
progenitores goze pelo menos 30 dias Artigo 37.º
consecutivos, ou dois períodos de 15 dias Montante do subsídio para assistência a neto
igualmente consecutivos, o montante diário é
igual a 83 % da remuneração de referência do O montante diário do subsídio para assistência a neto é,
beneficiário. consoante a modalidade, o seguinte:
a) No caso de subsídio para assistência em caso de
Artigo 31.º nascimento de neto, igual a 100 % da
Montante do subsídio parental exclusivo do pai remuneração de referência do beneficiário;
b) No caso de subsídio para assistência a neto, igual a
O montante diário do subsídio parental exclusivo do pai é 65 % da remuneração de referência do
igual a 100 % da remuneração de referência do beneficiário.
beneficiário.
Artigo 37.º -A
Artigo 32.º Montante da prestação compensatória
Montante do acréscimo ao valor dos subsídios por
nascimentos múltiplos O montante da prestação compensatória a conceder ao
abrigo do artigo 21.º -A corresponde a 80 % da
O montante diário dos subsídios devido nos períodos de importância que o beneficiário deixa de receber do
acréscimo à licença parental inicial pelo nascimento de respetivo empregador, não podendo, no caso de licença
gémeos é igual a 100 % da remuneração de referência do para assistência a filho com deficiência ou doença
beneficiário. crónica, ultrapassar duas vezes o valor do IAS.
Artigo 33.º Artigo 38.º
Montante do subsídio parental alargado Montante mínimo
O montante diário do subsídio parental alargado é igual a 1 - O montante diário mínimo dos subsídios previstos no
25 % da remuneração de referência do beneficiário. presente capítulo não pode ser inferior a 80 % de um
30 avos do valor do IAS, sem prejuízo do disposto no
número seguinte.
Artigo 34.º 2 - O montante diário mínimo do subsídio parental
Montante do subsídio por adoção alargado não pode ser inferior a 40 % de um 30 avos
do valor do IAS.
O montante diário do subsídio por adoção é igual ao
previsto em cada uma das alíneas do artigo 30.º, SECÇÃO IV
consoante a modalidade a que corresponda, e no artigo Duração e acumulação dos subsídios
32.º em caso de adoções múltiplas.
SUBSECÇÃO I
Artigo 35.º Início e duração dos subsídios
Montante dos subsídios por riscos específicos e para
assistência a filho Artigo 39.º
Início dos subsídios
O montante diário dos subsídios por riscos específicos e Os subsídios previstos no presente capítulo têm início no
para assistência a filho é igual a 65 % da remuneração de 1.º dia de impedimento para o trabalho a que não
referência do beneficiário. corresponda retribuição.
Artigo 36.º Artigo 40.º
Montante do subsídio para assistência a filho com Período de concessão
deficiência ou doença crónica
Os subsídios previstos no presente capítulo são
O montante diário do subsídio para assistência a filho concedidos:
com deficiência ou doença crónica é igual a 65 % da

492
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

a) Durante os períodos de duração das faltas, licenças prejuízo do disposto em instrumentos internacionais
ou dispensas previstas no Código do Trabalho; aplicáveis.
b) Durante o período de impedimento para o trabalho
no caso de exercício de atividade independente ou Artigo 44.º
de enquadramento no regime do seguro social Acumulação com indemnizações e pensões por riscos
voluntário; profissionais
c) Durante o período de concessão das prestações de
desemprego, nos termos do artigo 8.º Os subsídios previstos no presente capítulo são
acumuláveis com indemnizações e pensões por doença
Artigo 41.º profissional ou por acidente de trabalho.
Suspensão do período de concessão dos subsídios
CAPÍTULO III
1 - Em caso de doença de beneficiário que esteja a Proteção no âmbito do subsistema de solidariedade
receber subsídios parental, parental alargado, por
adoção, para assistência a filho com deficiência ou SECÇÃO I
doença crónica, a prestação é suspensa, mediante Âmbito e caracterização dos subsídios sociais
comunicação do interessado à instituição de
segurança social competente e apresentação de SUBSECÇÃO I
certificação médica. Âmbito pessoal e material
2 - Em caso de internamento hospitalar do progenitor ou
da criança, a concessão do subsídio parental inicial é Artigo 45.º
suspensa, mediante comunicação do interessado e Âmbito pessoal
certificação do hospital.
1 - A proteção regulada no presente capítulo abrange os
SUBSECÇÃO II cidadãos nacionais e os cidadãos estrangeiros,
Acumulação dos subsídios refugiados e apátridas não abrangidos por qualquer
regime de proteção social de enquadramento
Artigo 42.º obrigatório.
Inacumulabilidade com rendimentos de trabalho 2 - A proteção regulada no presente capítulo abrange,
ainda, as pessoas referidas no número anterior
Os subsídios previstos no presente capítulo não são abrangidas por regime de proteção social de
acumuláveis com rendimentos de trabalho. enquadramento obrigatório ou pelo seguro social
voluntário cujo esquema de proteção integre a
Artigo 43.º eventualidade, sem direito às correspondentes
Inacumulabilidade com prestações prestações.

1 - Os subsídios previstos no presente capítulo não são Artigo 46.º


acumuláveis com prestações emergentes do mesmo Âmbito material
facto desde que respeitantes ao mesmo interesse A proteção regulada no presente capítulo concretiza-se
protegido, ainda que atribuídas por outros regimes na concessão dos seguintes subsídios:
de proteção social. a) Subsídio social por risco clínico durante a gravidez;
2 - Os subsídios previstos no presente capítulo não são b) Subsídio social por interrupção da gravidez;
acumuláveis com outras prestações compensatórias c) Subsídio social parental;
da perda de retribuição, exceto com pensões de d) Subsídio social por adoção;
invalidez, velhice e sobrevivência concedidas no e) Subsídio social por riscos específicos.
âmbito do sistema previdencial ou de outros regimes
obrigatórios de proteção social. Artigo 47.º
3 - Os subsídios previstos no presente capítulo não são Articulação com o regime de proteção social no
acumuláveis com prestações concedidas no âmbito desemprego
do subsistema de solidariedade, exceto com o
rendimento social de inserção e com o complemento 1 - A proteção dos beneficiários que estejam a receber
solidário para idosos. prestações de desemprego concretiza-se na
4 - Para efeitos do disposto nos números anteriores são concessão dos seguintes subsídios:
tomadas em consideração prestações concedidas por
sistemas de segurança social estrangeiros, sem a) Subsídio social parental;

493
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

b) Subsídio social por adoção. 1 - Para efeito de verificação da condição prevista na


2 - À proteção referida no número anterior é aplicável o alínea a) do artigo anterior e sem em prejuízo do
disposto no n.º 2 do artigo 8.º estabelecido em instrumento internacional a que
Portugal se encontre vinculado ou de legislação
Artigo 48.º especial aplicável, é considerado residente o cidadão
Subsídio social parental nacional que possua domicílio habitual em território
nacional, bem como o cidadão estrangeiro, refugiado
O subsídio social parental compreende as seguintes ou apátrida habilitado com título válido de
modalidades: autorização de residência em território nacional ou
em situação equiparada nos termos do número
a) Subsídio social parental inicial; seguinte.
b) Subsídio social parental inicial exclusivo da mãe; 2 - Consideram-se equiparados a residentes os
c) Subsídio social parental inicial a gozar por um refugiados e apátridas portadores de títulos de
progenitor em caso de impossibilidade do outro; proteção temporária válidos, bem como os
d) Subsídio social parental inicial exclusivo do pai. estrangeiros portadores de títulos válidos de
autorização de residência ou de prorrogação de
SUBSECÇÃO II permanência, nos termos e condições a definir em
Caracterização dos subsídios sociais portaria conjunta dos ministros responsáveis pelas
áreas da administração interna e do trabalho e da
Artigo 49.º solidariedade social.
Caracterização dos subsídios sociais
Artigo 53.º
Os subsídios sociais previstos no presente capítulo estão Condição de recursos
subordinados à caracterização dos correspondentes
subsídios atribuídos no âmbito do sistema previdencial, 1 - 1 — A condição de recursos prevista na alínea b) do
com as devidas adaptações. artigo 51.º é definida em função dos rendimentos
mensais do agregado familiar do requerente que não
SECÇÃO II podem ultrapassar 80 % do IAS, cuja capitação do
Condições de atribuição rendimento é ponderada segundo a escala de
equivalência prevista no Decreto -Lei n.º 70/2010, de
Artigo 50.º 16 de junho.
Disposição geral 2 – (Revogado).
3 - O valor das prestações de desemprego, a suspender
1 - O reconhecimento do direito aos subsídios sociais nas situações de reconhecimento de direito aos
previstos no presente capítulo depende do subsídios sociais, não releva para efeitos de
cumprimento das condições de atribuição à data do apuramento da condição de recursos.
facto determinante da proteção.
2 - Entendem-se por factos determinantes da proteção o Artigo 54.º
parto, a ocorrência de risco clínico durante a Agregado familiar
gravidez, a interrupção da gravidez, o risco específico
e a confiança judicial ou administrativa com vista à (Revogado).
adoção nos termos da legislação aplicável.
Artigo 55.º
Artigo 51.º Condição específica dos subsídios sociais por risco
Condições comuns clínico em caso de gravidez, por interrupção da gravidez
e por riscos específicos
Constituem condições comuns de atribuição dos
subsídios sociais previstos no presente capítulo: A concessão dos subsídios sociais por risco clínico em
a) A residência em território nacional; caso de gravidez, por interrupção da gravidez e por riscos
b) O preenchimento de condição de recursos. específicos depende, ainda, do exercício de atividade
profissional determinante de enquadramento obrigatório
Artigo 52.º em regime de segurança social ou no seguro social
Condição de residência em território nacional voluntário.

494
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

SECÇÃO III artigo 57.º, consoante a modalidade a que corresponda,


Montantes dos subsídios sociais e ao valor fixado no artigo anterior no caso de adoções
múltiplas.
Artigo 56.º
Montante dos subsídios sociais por risco clínico em caso SECÇÃO IV
de gravidez, por interrupção da gravidez e por riscos Duração e acumulação dos subsídios sociais
específicos
SUBSECÇÃO I
O montante diário dos subsídios sociais por risco clínico Início e duração dos subsídios sociais
em caso de gravidez, por interrupção da gravidez e por
riscos específicos é igual a 80 % de um 30 avos do valor Artigo 61.º
do IAS. Período de concessão

Artigo 57.º 1 - O período de concessão dos subsídios sociais é igual


Montante do subsídio social parental inicial ao fixado para os correspondentes subsídios no
âmbito do sistema previdencial.
O montante diário do subsídio social parental inicial é o 2 - Os subsídios sociais são devidos a partir do dia em
seguinte: que ocorre o facto determinante da proteção
a) No período de 120 dias, o montante diário é igual a definido no n.º 2 do artigo 50.º
80 % de um 30 avos do valor do IAS;
b) No caso de opção pelo período de 150 dias, o SUBSECÇÃO II
montante diário é igual a 64 % de um 30 avos do Acumulação dos subsídios sociais
valor do IAS;
c) No caso de opção pelo período de 150 dias nas Artigo 62.º
situações em que cada um dos progenitores goze Inacumulabilidade com prestações
pelo menos 30 dias consecutivos, ou dois períodos
de 15 dias igualmente consecutivos, o montante 1 - Os subsídios sociais não são acumuláveis com
diário é igual a 80 % de um 30 avos do valor IAS; prestações compensatórias de perda de retribuição
d) No caso de opção pelo período de 180 dias, nas de trabalho, exceto com pensões de sobrevivência,
situações em que cada um dos progenitores goze auferidas pelo titular no âmbito do sistema
pelo menos 30 dias consecutivos, ou dois períodos previdencial ou de outros regimes obrigatórios de
de 15 dias igualmente consecutivos, o montante proteção social.
diário é igual a 66 % de um 30 avos do valor do 2 - Os subsídios sociais não são acumuláveis com outras
IAS. prestações concedidas no âmbito do subsistema de
solidariedade, exceto com o rendimento social de
Artigo 58.º inserção e com o complemento solidário para idosos.
Montante do subsídio social parental inicial exclusivo
do pai CAPÍTULO IV
Deveres dos beneficiários
O montante diário do subsídio parental inicial exclusivo
do pai é igual a 80 % de um 30 avos do valor do IAS. Artigo 63.º
Deveres dos titulares do direito aos subsídios
Artigo 59.º 1 - Constitui dever dos beneficiários a comunicação, às
Montante do acréscimo ao valor dos subsídios por instituições gestoras, dos factos determinantes da
nascimentos múltiplos cessação do direito aos subsídios, relativamente às
situações previstas na alínea a) do n.º 1 do artigo
O montante diário dos subsídios devidos nos períodos de 24.º, no artigo 51.º e nas alíneas a) e b) do n.º 1 do
acréscimo à licença parental inicial pelo nascimento de artigo 78.º, no prazo de cinco dias úteis subsequentes
gémeos é igual a 80 % de um 30 avos do valor do IAS. à data da verificação dos mesmos.
2 - O incumprimento dos deveres previstos no número
Artigo 60.º anterior, por ação ou omissão, bem como a utilização
Montante do subsídio social por adoção de qualquer meio fraudulento de que resulte a
concessão indevida dos subsídios, determinam a sua
O montante diário do subsídio social por adoção é igual restituição nos termos da legislação aplicável.
ao que resulta do fixado em cada uma das alíneas do

495
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

CAPÍTULO V concessão pelo período de tempo respeitante ao


Disposições complementares atraso verificado.
4 - O requerimento é subscrito pelos titulares do direito,
SECÇÃO I ou, em seu nome, pelos respetivos representantes
Regime sancionatório legais.
5 — A atribuição da prestação compensatória do não
Artigo 64.º pagamento de subsídios de férias, de Natal ou outros
Regime sancionatório de natureza análoga, prevista no n.º 2 do artigo 7.º,
depende de requerimento.
1 - Constitui contraordenação punível com coima de 6 — O requerimento referido no número anterior deve
(euro) 100 a (euro) 700 o incumprimento, por ação ser apresentado nas instituições gestoras das
ou omissão, do dever de comunicação às instituições prestações no prazo de seis meses contados a partir
gestoras dos factos determinantes da cessação do de 1 de janeiro do ano subsequente àquele em que
direito aos subsídios, relativamente às situações os subsídios eram devidos, salvo no caso de cessação
previstas na alínea a) do n.º 1 do artigo 24.º, no artigo do contrato de trabalho, situação em que o prazo se
51.º e nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 78.º, no inicia a contar da data dessa cessação.
prazo de cinco dias úteis subsequentes à data da 7 — O requerimento deve ser instruído com uma
verificação dos mesmos, bem como a utilização de declaração da entidade empregadora, na qual
qualquer meio fraudulento de que resulte a constem a indicação dos quantitativos não pagos e a
concessão indevida dos subsídios. referência à norma legal ou contratual justificativa do
2 - Em tudo o que não esteja especialmente previsto no não pagamento.
presente decreto-lei é aplicável o disposto no 8 — Nas situações de falecimento do beneficiário que,
Decreto-Lei n.º 64/89, de 25 de fevereiro. reunindo as condições legais substantivas para a
atribuição da prestação compensatória, não a
SECÇÃO II requereu em vida, os familiares com direito ao
Gestão e organização dos processos subsídio por morte podem requerê-la no prazo
estabelecido para a apresentação do respetivo
Artigo 65.º requerimento.
Entidades competentes 9 - Consideram-se válidos para a atribuição dos subsídios
A gestão dos subsídios previstos no presente decreto-lei sociais previstos no capítulo iii os requerimentos dos
compete, no âmbito das respetivas atribuições: correspondentes subsídios previstos no capítulo ii
a) Ao Instituto da Segurança Social, I. P., através dos que tenham sido indeferidos.
centros distritais da área de residência dos
beneficiários; Artigo 67.º
b) Às caixas de atividade ou de empresa subsistentes; Dispensa de requerimento
c) Aos órgãos competentes das administrações das
Regiões Autónomas. 1 - A apresentação do requerimento é dispensada nas
situações em que a certificação médica seja emitida
Artigo 66.º pelos estabelecimentos ou serviços de saúde
Requerimento e prazo competentes do Serviço Nacional de Saúde através
1 - A atribuição dos subsídios previstos neste decreto-lei de formulário próprio para efeitos de atribuição dos
depende da apresentação de requerimento, em seguintes subsídios:
formulário de modelo próprio, junto das entidades a) Subsídio por risco clínico durante a gravidez;
competentes ou online, no sítio da Internet da b) Subsídio por interrupção da gravidez;
segurança social, através do serviço segurança social c) Subsídio para assistência a filho;
direta, caso a entidade competente seja o Instituto da d) Subsídio para assistência a neto, na modalidade
Segurança Social, I. P., ou os órgãos competentes das prevista na alínea b) do artigo 21.º
administrações das Regiões Autónomas. 2 - O disposto no número anterior é aplicável aos
2 - O requerimento deve ser apresentado no prazo de correspondentes subsídios sociais concedidos no
seis meses a contar da data da ocorrência do facto âmbito do subsistema de solidariedade.
determinante da proteção. 3 - Para efeitos do n.º 1, consideram-se serviços
3 - A entrega do requerimento fora do prazo previsto no competentes as entidades prestadoras de cuidados
número anterior nos casos em que a mesma seja de saúde, designadamente centros de saúde e
efetuada durante o período legal de concessão dos hospitais, com exceção dos serviços de urgência.
subsídios determina a redução no período de

496
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

SECÇÃO III Artigo 71.º


Instrução do processo Meios de prova do subsídio parental inicial, parental
inicial exclusivo do pai e do subsídio para assistência em
Artigo 68.º caso de nascimento de neto
Meios de prova
A atribuição dos subsídios parentais iniciais e do subsídio
1 - Os factos determinantes da atribuição dos subsídios, para assistência em caso de nascimento de neto depende
bem como os períodos de impedimento para o da apresentação de declaração do médico do
trabalho, são declarados no requerimento, o qual, estabelecimento ou serviço de saúde comprovativa do
consoante os casos, é acompanhado dos documentos parto ou de documento de identificação civil do
de identificação civil e ou da certificação médica, nas descendente.
situações em que esta não seja emitida pelos
estabelecimentos ou serviços de saúde competentes Artigo 72.º
nos termos dos n.ºs 1 e 3 do artigo anterior e, ainda, Meios de prova do subsídio parental inicial por
de outros documentos comprovativos previstos no impossibilidade do outro progenitor
presente decreto-lei.
2 - Nas situações em que o requerimento seja A atribuição do subsídio parental inicial por
apresentado online, os meios de prova que o impossibilidade do outro progenitor depende da
instruem podem ser apresentados pela mesma via apresentação de certificação médica da incapacidade
desde que corretamente digitalizados e física ou psíquica do outro progenitor ou de certidão de
integralmente apreensíveis. óbito.
3 - Os beneficiários têm o dever de conservar os originais
dos meios de prova, pelo prazo de cinco anos, bem Artigo 73.º
como o dever de os apresentar sempre que Meios de prova do subsídio por adoção
solicitados pelos serviços competentes.
1 - A atribuição do subsídio por adoção depende da
Artigo 69.º apresentação da declaração da confiança
Dispensa de apresentação de meios de prova administrativa ou judicial do menor adotado.
2 - Nas situações a que se refere o n.º 2 do artigo 17.º
1 - É dispensada a apresentação dos meios de prova que são exigidos os meios de prova previstos no artigo
instruem o requerimento sempre que as entidades anterior.
gestoras possam, com base nos elementos
constantes do requerimento e da certificação médica Artigo 74.º
ou hospitalar, comprovar oficiosamente os requisitos Meios de prova do subsídio por riscos específicos
de atribuição dos subsídios.
2 - Os requerentes podem ser dispensados da A atribuição do subsídio por riscos específicos depende
apresentação dos elementos exigíveis caso esteja da apresentação dos seguintes elementos:
salvaguardado o acesso à informação em causa por a) Declaração do empregador da impossibilidade de
parte da segurança social, designadamente por efeito atribuição de outras tarefas à beneficiária grávida,
de processos de interconexão de dados com outros puérpera ou lactante que desempenhe trabalho
organismos da Administração Pública. noturno ou esteja exposta a agentes ou processos
ou condições de trabalho que constituam risco;
Artigo 70.º b) No caso dos trabalhadores independentes e
Meios de prova do subsídio por risco clínico durante a abrangidos pelo seguro social voluntário a
gravidez e por interrupção da gravidez comprovação de desempenho de trabalho
noturno ou de exposição a agente ou processos
A atribuição dos subsídios por risco clínico durante a ou condições de trabalho que constituam risco é
gravidez e por interrupção da gravidez depende da efetuada por médico do trabalho ou por
apresentação de certificação médica que indique o instituição ou serviço integrado no Serviço
período de impedimento. Nacional de Saúde.

497
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

competentes notificam os beneficiários para


efetuarem a respetiva apresentação.
Artigo 75.º
Meios de prova do subsídio para assistência a filho Artigo 79.º
Articulações
1 - A atribuição do subsídio para assistência a filho
depende da apresentação de certificação médica ou 1 - As instituições gestoras das prestações devem
declaração hospitalar. promover a articulação com as entidades e serviços
2 - A certificação médica de deficiência, na situação de com competência para comprovar os requisitos de
filho com deficiência com 12 ou mais anos de idade, é que depende a atribuição e manutenção dos
dispensada no caso de estar a ser atribuída uma subsídios, com vista a assegurar o correto
prestação por deficiência. enquadramento das situações a proteger.
3 - A certificação médica de doença crónica, na situação 2 - Para os efeitos referidos no número anterior, a
de filho com doença crónica com 12 ou mais anos de comprovação pode ser efetuada por troca de
idade, apenas é exigível aquando da apresentação do informação, designadamente através da utilização de
primeiro requerimento. suporte eletrónico.

Artigo 76.º Artigo 80.º


Meios de prova do subsídio para assistência a filho com Comunicação da atribuição dos subsídios
deficiência ou doença crónica As instituições gestoras devem comunicar aos titulares
1 - A atribuição do subsídio para assistência a filho com do direito as decisões sobre a atribuição dos subsídios de
deficiência ou doença crónica depende de acordo com o disposto no Código do Procedimento
apresentação da certificação médica que comprove a Administrativo.
necessidade de assistência.
2 - É aplicável à concessão deste subsídio o disposto nos SECÇÃO IV
n.ºs 2 e 3 do artigo anterior. Pagamento dos subsídios
3 - A prorrogação da concessão do subsídio depende de
comunicação do beneficiário de que a licença para Artigo 81.º
assistência a filho com deficiência ou doença crónica Disposição geral
se mantém, no prazo de 10 dias úteis antes do termo
do período de concessão. 1 - Os subsídios previstos no presente decreto-lei são
pagos mensalmente aos titulares do direito ou aos
Artigo 77.º seus representantes legais, salvo se, pela
Meios de prova do subsídio para assistência a neto especificidade da sua duração, se justificar o
pagamento de uma só vez.
A atribuição do subsídio para assistência a neto depende 2 - O pagamento do acréscimo devido por nascimento de
de apresentação de certificação médica com indicação gémeos e por adoções múltiplas é reportado aos
dos períodos de impedimento para o trabalho últimos dias do período de concessão do respetivo
necessários para garantir a assistência inadiável e subsídio.
imprescindível ao neto.
Artigo 82.º
Artigo 78.º Prescrição
Meios de prova dos subsídios sociais
O direito aos subsídios previstos neste decreto-lei
1 - Para além dos meios de prova exigidos para os prescreve a favor das instituições gestoras devedoras no
correspondentes subsídios do sistema previdencial a prazo de cinco anos contados a partir da data em que a
atribuição dos subsídios sociais depende, ainda, dos prestação é posta a pagamento com conhecimento do
seguintes elementos obtidos oficiosamente: credor.
a) Composição do agregado familiar e respetivos
rendimentos;
b) Comprovação de residência em território nacional.
CAPÍTULO VI
2 - Na impossibilidade de obtenção oficiosa dos Disposições transitórias e finais
elementos referidos no número anterior os serviços

498
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 83.º Artigo 87.º


Regime subsidiário Produção de efeitos

Com exceção do disposto no artigo 22.º em tudo o que 1 - A atribuição dos subsídios previstos nas alíneas c) do
não esteja especialmente previsto no capítulo iii são artigo 7.º, nas modalidades correspondentes às
aplicáveis, com as devidas adaptações, as disposições alíneas a) a c) do artigo 11.º, e e) do mesmo artigo
constantes do capítulo ii. 7.º, em conformidade com o disposto no presente
decreto-lei, é aplicável às situações em que estejam a
Artigo 84.º ser atribuídos os correspondentes subsídios de
Execução maternidade, paternidade e adoção ao abrigo da
legislação revogada, desde que, no prazo de 30 dias
1 - Os procedimentos que venham a ser considerados contados a partir do início de vigência deste decreto-
necessários à execução do disposto no presente lei, seja efetuada a declaração dos períodos a gozar
decreto-lei são aprovados por portaria do ministro em conformidade com as condições previstas.
responsável pela área do trabalho e da solidariedade 2 - O disposto no número anterior é aplicável, com as
social. devidas adaptações, aos subsídios sociais previstos na
2 - Os modelos de formulários de requerimento e de alínea c) do artigo 46.º, nas modalidades
declarações são aprovados por portaria do ministro correspondentes às alíneas a) a c) do artigo 48.º, e na
responsável pela área do trabalho e da solidariedade alínea d) do mesmo artigo 46.º
social. 3 - Para efeitos de delimitação dos períodos de
3 - O modelo de formulário de certificação médica a concessão são tidos em consideração os períodos já
emitir pelos estabelecimentos ou serviços de saúde é subsidiados.
aprovado por portaria conjunta dos ministros 4 - A atribuição do subsídio parental inicial exclusivo do
responsáveis pelas áreas do trabalho e da pai pelo período a que se refere a alínea a) do n.º 1
solidariedade social e da saúde. do artigo 15.º e do subsídio social parental inicial
exclusivo do pai, por período correspondente, apenas
Artigo 85.º é aplicável nas situações em que o facto
Norma revogatória determinante do direito ocorra na vigência do
presente decreto-lei.
O presente decreto-lei revoga:
a) O Decreto-Lei n.º 154/88, de 29 de abril, alterado Artigo 88.º
pelos Decretos-Leis n.ºs 333/95, de 23 de Entrada em vigor
dezembro, 347/98, de 9 de novembro, 77/2000, O presente decreto-lei entra em vigor no 1.º dia do mês
de 9 de maio, e 77/2005, de 13 de abril; seguinte ao da sua publicação.
b) O Decreto-Lei n.º 105/2008, de 25 de junho;
c) As disposições do Decreto-Lei n.º 40/89, de 1 de
fevereiro, que disponham sobre a mesma matéria
no âmbito do presente decreto-lei.

Artigo 86.º
Disposição transitória

1 - Enquanto não for publicada a portaria prevista no n.º


3 do artigo 84.º, a concessão dos subsídios por risco
clínico e interrupção da gravidez está sujeita a
apresentação de requerimento e certificação médica
comprovativa do período do impedimento.
2 - Mantêm-se transitoriamente em vigor os n.ºs 2 e 3 do
artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 154/88, de 29 de abril,
e suas alterações, enquanto não for publicado o
regime jurídico de proteção social próprio dos
profissionais de espetáculos.

499
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

500
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Racismo e Discriminação

501
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

502
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 400/82, de 23 de setembro19 exerça autoridade pública, comandante de força


Código Penal pública, jurado, testemunha, advogado, todos os
que exerçam funções no âmbito de
procedimentos de resolução extrajudicial de
(Excertos) conflitos, agente das forças ou serviços de
segurança, funcionário público, civil ou militar,
Artigo 132º agente de força pública ou cidadão encarregado
Homicídio qualificado de serviço público, docente, examinador ou
membro de comunidade escolar, ou ministro de
1 - Se a morte for produzida em circunstâncias que culto religioso, juiz ou árbitro desportivo sob a
revelem especial censurabilidade ou perversidade, o jurisdição das federações desportivas, no exercício
agente é punido com pena de prisão de 12 a 25 anos. das suas funções ou por causa delas;
2 - É suscetível de revelar a especial censurabilidade ou m) Ser funcionário e praticar o facto com grave abuso
perversidade a que se refere o número anterior, da autoridade.
entre outras, a circunstância de o agente:
a) Ser descendente ou ascendente, adotado ou Título III
adotante, da vítima; Dos crimes contra a identidade cultural e a integridade
b) Praticar o facto contra cônjuge, ex-cônjuge, pessoa pessoal
de outro ou do mesmo sexo com quem o agente
mantenha ou tenha mantido uma relação análoga Artigo 240º
à dos cônjuges, ainda que sem coabitação, ou Discriminação racial, religiosa ou sexual
contra progenitor de descendente comum em 1.º
grau; 1 - Quem:
c) Praticar o facto contra pessoa particularmente a) Fundar ou constituir organização ou desenvolver
indefesa, em razão da idade, deficiência, doença atividades de propaganda organizada que incitem
ou gravidez; à discriminação, ao ódio ou à violência contra
d) Empregar tortura ou ato de crueldade para pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça,
aumentar o sofrimento da vítima; cor, origem étnica ou nacional, religião, sexo,
e) Ser determinado por avidez, pelo prazer de matar orientação sexual ou identidade de género, ou
ou de causar sofrimento, para excitação ou para que a encorajem; ou
satisfação do instinto sexual ou por qualquer b) Participar na organização ou nas atividades
motivo torpe ou fútil; referidas na alínea anterior ou lhes prestar
f) Ser determinado por ódio racial, religioso, político assistência, incluindo o seu financiamento;
ou gerado pela cor, origem étnica ou nacional, é punido com pena de prisão de 1 a 8 anos.
pelo sexo, pela orientação sexual ou pela 2 - Quem, em reunião pública, por escrito destinado a
identidade de género da vítima; divulgação ou através de qualquer meio de
g) Ter em vista preparar, facilitar, executar ou comunicação social ou sistema informático destinado
encobrir um outro crime, facilitar a fuga ou à divulgação:
assegurar a impunidade do agente de um crime;
h) Praticar o facto juntamente com, pelo menos, mais a) Provocar atos de violência contra pessoa ou grupo
duas pessoas ou utilizar meio particularmente de pessoas por causa da sua raça, cor, origem
perigoso ou que se traduza na prática de crime de étnica ou nacional, religião, sexo, orientação
perigo comum; sexual ou identidade de género; ou
i) Utilizar veneno ou qualquer outro meio insidioso; b) Difamar ou injuriar pessoa ou grupo de pessoas por
j) Agir com frieza de ânimo, com reflexão sobre os causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional,
meios empregados ou ter persistido na intenção religião, sexo, orientação sexual ou identidade de
de matar por mais de vinte e quatro horas; género, nomeadamente através da negação de
l) Praticar o facto contra membro de órgão de crimes de guerra ou contra a paz e a humanidade;
soberania, do Conselho de Estado, Representante ou
da República, magistrado, membro de órgão do c) Ameaçar pessoa ou grupo de pessoas por causa da
governo próprio das Regiões Autónomas, sua raça, cor, origem étnica ou nacional, religião,
Provedor de Justiça, membro de órgão das sexo, orientação sexual ou identidade de género;
autarquias locais ou de serviço ou organismo que com a intenção de incitar à discriminação racial,
religiosa ou sexual, ou de a encorajar, é punido
com pena de prisão de seis meses a cinco anos.
19 Texto consolidado retirado da base de dados Datajuris.

503
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

504
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Lei n.º 20/96, de 6 de julho


Permite a constituição como assistente em
processo penal no caso de crime de índole racista
ou xenófoba por parte das comunidades de
imigrantes e demais associações de defesa dos
interesses em causa

A Assembleia da República decreta, nos termos dos


artigos 164.º, alínea d), 168.º, n.º 1, alíneas b) e c), e
169.º, n.º 3, da Constituição, o seguinte:

Artigo único

1 - No caso de crimes cuja motivação resulte de atitude


discriminatória em razão de raça ou de nacionalidade,
designadamente nos crimes previstos nos artigos
132.º, n.º 2, alínea d), 146.º, 239.º e 240.º do Código
Penal, podem constituir-se assistentes em processo
penal as associações de comunidades de imigrantes,
antirracistas ou defensoras dos direitos humanos,
salvo expressa oposição do ofendido, quer este
requeira ou não a sua constituição como assistente.
2 - A constituição de assistente nos termos do n.º 1 não
está sujeita ao pagamento de qualquer taxa de
justiça.

505
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

506
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Lei n.º 134/99, de 28 de agosto CAPÍTULO II


Proíbe as discriminações no exercício de direitos Práticas discriminatórias
por motivos baseados na raça, cor, nacionalidade
ou origem étnica Artigo 4.º
Práticas discriminatórias

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea 1 - Consideram-se práticas discriminatórias as ações ou
c) do artigo 161.º da Constituição, para valer como lei omissões que, em razão da pertença de qualquer
geral da República, o seguinte: pessoa a determinada raça, cor, nacionalidade ou
origem étnica, violem o princípio da igualdade,
CAPÍTULO I designadamente:
Princípios gerais a) A adoção de procedimento, medida ou critério,
diretamente pela entidade empregadora ou
Artigo 1.º através de instruções dadas aos seus
Objeto trabalhadores ou a agência de emprego, que
subordine a fatores de natureza racial a oferta de
A presente lei tem por objeto prevenir e proibir a emprego, a cessação de contrato de trabalho ou a
discriminação racial sob todas as suas formas e sancionar recusa de contratação;
a prática de atos que se traduzam na violação de b) A produção ou difusão de anúncios de ofertas de
quaisquer direitos fundamentais, ou na recusa ou emprego, ou outras formas de publicidade ligada
condicionamento do exercício de quaisquer direitos à pré-seleção ou ao recrutamento, que
económicos, sociais ou culturais, por quaisquer pessoas, contenham, direta ou indiretamente, qualquer
em razão da sua pertença a determinada raça, cor, especificação ou preferência baseada em fatores
nacionalidade ou origem étnica. de discriminação racial;
c) A recusa de fornecimento ou impedimento de
Artigo 2.º fruição de bens ou serviços, por parte de qualquer
Âmbito pessoa singular ou coletiva;
d) O impedimento ou limitação ao acesso e exercício
A presente lei vincula todas as pessoas singulares e normal de uma atividade económica por qualquer
coletivas, públicas ou privadas. pessoa singular ou coletiva;
e) A recusa ou condicionamento de venda,
Artigo 3.º arrendamento ou subarrendamento de imóveis;
Discriminação racial f) A recusa de acesso a locais públicos ou abertos ao
público;
1 - Entende-se por discriminação racial qualquer g) A recusa ou limitação de acesso aos cuidados de
distinção, exclusão, restrição ou preferência em saúde prestados em estabelecimentos de saúde
função da raça, cor, ascendência, origem nacional ou públicos ou privados;
étnica, que tenha por objetivo ou produza como h) A recusa ou limitação de acesso a estabelecimento
resultado a anulação ou restrição do de ensino público ou privado;
reconhecimento, fruição ou exercício, em condições i) A constituição de turmas ou a adoção de outras
de igualdade, de direitos, liberdades e garantias ou de medidas de organização interna nos
direitos económicos, sociais e culturais. estabelecimentos de ensino público ou privado,
2 - O disposto na presente lei não prejudica a vigência e segundo critérios de discriminação racial, salvo se
aplicação das disposições de natureza legislativa, tais critérios forem justificados pelos objetivos
regulamentar ou administrativa, que beneficiem referidos no n.º 2 do artigo 3.º;
certos grupos desfavorecidos com o objetivo de j) A adoção de prática ou medida por parte de
garantir o exercício, em condições de igualdade, dos qualquer órgão, funcionário ou agente da
direitos nele referidos. administração direta ou indireta do Estado, das
3 - O disposto na presente lei não prejudica igualmente a Regiões Autónomas ou das autarquias locais, que
vigência e aplicação das disposições que restrinjam o condicione ou limite a prática do exercício de
reconhecimento de certos direitos a determinadas qualquer direito;
pessoas, com fundamento na Constituição, na lei ou l) A adoção por entidade empregadora de prática que
em convenções internacionais regularmente no âmbito da relação laboral discrimine um
ratificadas pelo Estado Português. trabalhador ao seu serviço;

507
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

m) A adoção de ato em que, publicamente ou com emprego, solidariedade e segurança social e pela
intenção de ampla divulgação, pessoa singular ou educação;
coletiva emita uma declaração ou transmita uma d) Dois representantes das associações de imigrantes;
informação em virtude da qual um grupo de e) Dois representantes das associações antirracistas;
pessoas seja ameaçado, insultado ou aviltado por f) Dois representantes das centrais sindicais;
motivos de discriminação racial. g) Dois representantes das associações patronais;
2 - É proibido despedir, aplicar sanções ou prejudicar h) Dois representantes das associações de defesa dos
por qualquer outro meio o trabalhador por motivo direitos humanos;
do exercício de direito ou de ação judicial contra i) Três personalidades a designar pelos restantes
prática discriminatória. membros.

CAPÍTULO III Artigo 7.º


Órgãos competentes Funcionamento

Artigo 5.º 1 - Compete ao Governo dotar a Comissão com os meios


Comissão para a Igualdade e contra a Discriminação necessários ao seu funcionamento.
Racial 2 - A Comissão dispõe de uma comissão permanente,
composta pelo presidente e por dois membros eleitos
1 - A aplicação da presente lei será acompanhada por pelos restantes.
uma Comissão para a Igualdade e contra a 3 - A Comissão reúne ordinariamente uma vez por
Discriminação Racial, a criar junto da estrutura trimestre e extraordinariamente sempre que
governamental responsável pela imigração e minorias convocada pelo presidente, ouvida a comissão
étnicas. permanente.
2 - Compete especialmente à Comissão referida no
número anterior: Artigo 8.º
a) Aprovar o seu regulamento interno; Dever de cooperação
b) Recolher toda a informação relativa à prática de
atos discriminatórios e à aplicação das respetivas Todas as entidades públicas têm o dever de cooperar
sanções; com a Comissão na prossecução das suas atividades,
c) Recomendar a adoção das medidas legislativas, nomeadamente fornecendo-lhe os dados que esta
regulamentares e administrativas que considere solicite com vista à elaboração do seu relatório anual.
adequadas para prevenir a prática de
discriminações por motivos baseados na raça, cor, CAPÍTULO IV
nacionalidade ou origem étnica; Regime sancionatório
d) Promover a realização de estudos e trabalhos de
investigação sobre a problemática da Artigo 9.º
discriminação racial; Regime sancionatório
e) Tornar públicos, por todos os meios ao seu alcance,
casos de efetiva violação da presente lei; 1 - A prática de qualquer ato discriminatório referido no
f) Elaborar e publicitar um relatório anual sobre a capítulo II da presente lei por pessoa singular
situação da igualdade e da discriminação racial em constitui contraordenação punível com coima
Portugal. graduada entre uma e cinco vezes o valor mais
elevado do salário mínimo nacional mensal, sem
Artigo 6.º prejuízo da eventual responsabilidade civil ou da
Composição aplicação de outra sanção que ao caso couber.
2 - A prática de qualquer ato discriminatório referido no
A Comissão para a Igualdade e contra a Discriminação capítulo II da presente lei por pessoa coletiva de
Racial é constituída pelas seguintes entidades: direito privado constitui contraordenação punível
com coima graduada entre duas e dez vezes o valor
a) O Alto-Comissário para a Imigração e as Minorias mais elevado do salário mínimo nacional mensal, sem
Étnicas, que preside; prejuízo da eventual responsabilidade civil ou da
b) Dois representantes eleitos pela Assembleia da aplicação de outra sanção que ao caso couber.
República; 3 - Em caso de reincidência, os limites mínimo e máximo
c) Dois representantes do Governo, a designar pelos são elevados para o dobro.
departamentos governamentais responsáveis pelo

508
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 10.º Artigo 14.º


Pena acessória Regime financeiro

Sem prejuízo das demais sanções que ao caso couberem, As disposições da presente lei com implicações
relativamente aos atos discriminatórios previstos na financeiras entram em vigor com o Orçamento do Estado
presente lei, o juiz pode, com carácter acessório, aplicar para o ano 2000, de acordo com o disposto no n.º 2 do
ainda as seguintes penas: artigo 167.º da Constituição.
a) A publicidade da decisão;
b) A advertência ou censura públicas dos autores da Artigo 15.º
prática discriminatória. Regulamentação

Artigo 11.º Compete ao Governo, no âmbito da regulamentação da


Concurso de infrações presente lei, tomar as medidas necessárias para a
instituição da Comissão para a Igualdade e contra a
1 - Se o mesmo facto constituir, simultaneamente, ilícito Discriminação Racial e definir as entidades
penal e contraordenação, o agente é punido sempre administrativas competentes para a aplicação das coimas
a título penal. pela prática dos atos discriminatórios referidos no
2 - As sanções aplicadas às contraordenações em capítulo II, no prazo de 120 dias após a sua entrada em
concurso são sempre cumuladas materialmente. vigor.

Artigo 12.º
Omissão de dever

Sempre que a contraordenação resulte da omissão de um


dever, a aplicação da sanção e o pagamento da coima
não dispensam o infrator do seu cumprimento, se este
ainda for possível.

Artigo 13.º
Interpretação e integração

Os preceitos da presente lei devem ser interpretados e


integrados de harmonia com a Declaração Universal dos
Direitos do Homem, a Convenção para a Proteção dos
Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais e a
Convenção Internacional sobre Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação Racial.

509
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

510
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Lei n.º 18/2004, de 11 de maio Artigo 3.º


Transpõe para a ordem jurídica nacional a Diretiva Definições
n.º 2000/43/CE, do Conselho, de 29 de junho, que
aplica o princípio da igualdade de tratamento 1 - Para efeitos da presente lei, entende-se por princípio
da igualdade de tratamento a ausência de qualquer
entre as pessoas, sem distinção de origem racial ou
discriminação, direta ou indireta, em razão da origem
étnica, e tem por objetivo estabelecer um quadro racial ou étnica.
jurídico para o combate à discriminação baseada 2 - Consideram-se práticas discriminatórias as ações ou
em motivos de origem racial ou étnica omissões que, em razão da pertença de qualquer
pessoa a determinada raça, cor, nacionalidade ou
A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea origem étnica, violem o princípio da igualdade,
c) do artigo 161.º da Constituição, para valer como lei designadamente:
geral da República, o seguinte:
a) A recusa de fornecimento ou impedimento de
Artigo 1.º fruição de bens ou serviços;
Objeto b) O impedimento ou limitação ao acesso e exercício
normal de uma atividade económica;
A presente lei transpõe, parcialmente, para a ordem c) A recusa ou condicionamento de venda,
jurídica interna a Diretiva n.º 2000/43/CE, do Conselho, arrendamento ou subarrendamento de imóveis;
de 29 de junho, que aplica o princípio da igualdade de d) A recusa de acesso a locais públicos ou abertos ao
tratamento entre as pessoas, sem distinção de origem público;
racial ou étnica, e tem por objetivo estabelecer um e) A recusa ou limitação de acesso aos cuidados de
quadro jurídico para o combate à discriminação baseada saúde prestados em estabelecimentos de saúde
em motivos de origem racial ou étnica. públicos ou privados;
f) A recusa ou limitação de acesso a estabelecimento
Artigo 2.º de educação ou ensino público ou privado;
Âmbito g) A constituição de turmas ou a adoção de outras
medidas de organização interna nos
1 - A presente lei é aplicável, tanto no sector público estabelecimentos de educação ou ensino, públicos
como no privado: ou privados, segundo critérios de discriminação
racial, salvo se tais critérios forem justificados
a) À proteção social, incluindo a segurança social e os pelos objetivos referidos no n.º 2 do artigo 3.º da
cuidados de saúde; Lei n.º 134/99, de 28 de agosto;
b) Aos benefícios sociais; h) A adoção de prática ou medida, por parte de
c) À educação; qualquer órgão, funcionário ou agente da
d) Ao acesso e fornecimento de bens e prestação de administração direta ou indireta do Estado, das
serviços postos à disposição do público, incluindo Regiões Autónomas ou das autarquias locais, que
a habitação. condicione ou limite o exercício de qualquer
2 - A matéria relativa à não discriminação no contrato de direito;
trabalho, nos contratos equiparados e na relação i) A adoção de ato em que, publicamente ou com
jurídica de emprego público, independentemente de intenção de ampla divulgação, pessoa singular ou
conferir a qualidade de funcionário ou agente da coletiva emita uma declaração ou transmita uma
Administração Pública, é regulada em diploma informação em virtude da qual um grupo de
próprio. pessoas seja ameaçado, insultado ou aviltado por
3 - A aplicação da presente lei não prejudica as motivos de discriminação racial.
diferenças de tratamento baseadas na nacionalidade 3 - Para os efeitos do n.º 1:
ou nas disposições e condições que regulam a
entrada e residência de nacionais de países terceiros a) Considera-se que existe discriminação direta
e de apátridas no território nacional nem qualquer sempre que, em razão da origem racial ou étnica,
tratamento que decorra do respetivo estatuto uma pessoa seja objeto de tratamento menos
jurídico. favorável do que aquele que é, tenha sido ou
possa vir a ser dado a outra pessoa em situação
comparável;
b) Considera-se que existe discriminação indireta
sempre que disposição, critério ou prática,
aparentemente neutro, coloque pessoas de uma

511
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

dada origem racial ou étnica numa situação de 3 - O disposto nos números anteriores aplica-se
desvantagem comparativamente com outras igualmente às ações intentadas nos termos do artigo
pessoas; 5.º
c) Não se considera discriminação o comportamento
baseado num dos fatores indicados nas alíneas Artigo 7.º
anteriores, sempre que, em virtude da natureza Proteção contra atos de retaliação
das atividades em causa ou do contexto da sua
execução, esse fator constitua um requisito É nulo o ato retaliatório que implique tratamento ou
justificável e determinante para o seu exercício, consequências desfavoráveis contra qualquer pessoa por
devendo o objetivo ser legítimo e o requisito causa do exercício do direito de queixa ou de ação em
proporcional. defesa do princípio da igualdade de tratamento.

4 - O assédio é considerado discriminação na aceção do Artigo 8.º


n.º 1 sempre que ocorrer um comportamento Promoção da igualdade
indesejado relacionado com a origem racial ou étnica,
com o objetivo ou o efeito de afetar a dignidade da 1 - Compete, nos termos do Decreto-Lei n.º 251/2002, de
pessoa ou de criar um ambiente intimidativo, hostil, 22 de novembro, ao Alto-Comissariado para a
degradante, humilhante ou desestabilizador. Imigração e Minorias Étnicas a promoção da
5 - Uma instrução no sentido de discriminar pessoas com igualdade de tratamento entre todas as pessoas, sem
base na origem racial ou étnica é considerada qualquer discriminação por motivo de origem racial
discriminação na aceção do n.º 1. ou étnica.
2 - Compete, ainda, ao Alto-Comissariado para a
Artigo 4.º Imigração e Minorias Étnicas:
Níveis mínimos de proteção a) Promover, através do Conselho Consultivo para os
Assuntos da Imigração, o diálogo entre os
A presente lei consagra os níveis mínimos de proteção e parceiros sociais neste representados, tendo em
não prejudica as disposições mais favoráveis vista a promoção da igualdade de tratamento,
estabelecidas noutra legislação, devendo prevalecer o sem prejuízo da intervenção própria de outras
regime que melhor garanta o princípio da igualdade de entidades a quem incumba o diálogo social;
tratamento e da não discriminação. b) Promover, através do Conselho Consultivo para os
Assuntos da Imigração, o diálogo com as
Artigo 5.º organizações não governamentais cujos fins se
Tutela de direitos inscrevam no âmbito do combate à discriminação
por razões raciais ou étnicas;
As associações que, de acordo com o respetivo estatuto, c) Propor, através da Comissão para a Igualdade e
tenham por fim a defesa da não discriminação baseada contra a Discriminação Racial, medidas normativas
em motivos de origem racial ou étnica têm legitimidade que visem suprimir disposições legislativas,
para intervir, em representação ou em apoio do regulamentares e administrativas contrárias ao
interessado e com a aprovação deste, nos respetivos princípio da igualdade de tratamento;
processos jurisdicionais. d) Prestar às vítimas de discriminação o apoio e a
informação necessários para a defesa dos seus
Artigo 6.º direitos.
Ónus da prova
3 - O disposto nos números anteriores não prejudica o
1 - Cabe a quem alegar ter sofrido uma discriminação direito de intervenção das entidades referidas no
fundamentá-la, apresentando elementos de facto artigo 5.º
susceptíveis de a indiciarem, incumbindo à outra
parte provar que as diferenças de tratamento não Artigo 9.º
assentam em nenhum dos fatores indicados no artigo Dever de comunicação
3.º
2 - O disposto no n.º 1 não se aplica ao processo penal Todas as entidades públicas que tomem conhecimento
nem às ações em que a averiguação dos factos de disposições que se integrem na previsão do n.º 1 do
incumbe ao tribunal ou a outra instância competente, artigo 3.º devem informar desse facto a Comissão para a
nos termos da lei. Igualdade e contra a Discriminação Racial.

512
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 10.º Artigo 12.º


Contraordenações Competência

1 - A prática de qualquer dos atos discriminatórios São competentes para tomar conhecimento de facto
previstos no artigo 3.º por pessoa singular constitui suscetível de ser considerado contraordenação as
contraordenação punível com coima graduada entre seguintes entidades:
uma e cinco vezes o valor mais elevado do salário a) Membro do Governo que tenha a seu cargo a área
mínimo nacional mensal, sem prejuízo da eventual da igualdade e das minorias étnicas;
responsabilidade civil ou da aplicação de outra b) Alto-Comissariado para a Imigração e Minorias
sanção que ao caso couber. Étnicas;
2 - A prática de qualquer dos atos discriminatórios c) Comissão para a Igualdade e contra a Discriminação
previstos no artigo 3.º por pessoa coletiva de direito Racial;
público ou privado constitui contraordenação punível d) Inspeção-geral competente em razão da matéria.
com coima graduada entre duas e dez vezes o valor
mais elevado do salário mínimo nacional mensal, sem 2 - Logo que tomem conhecimento de facto suscetível de
prejuízo da responsabilidade civil ou da aplicação de ser considerado contraordenação, as entidades
outra sanção que ao caso couber. mencionadas nas alíneas a), b) e c) do número
3 - Em caso de reincidência, os limites mínimo e máximo anterior enviam o processo para a inspeção-geral
são elevados para o dobro. mencionada na alínea d) do mesmo número, a qual
4 - A tentativa e a negligência são puníveis. procede à sua instrução.
5 - Sempre que a contraordenação resulte da omissão de
um dever, a aplicação da sanção e o pagamento da Artigo 13.º
coima não dispensam o infrator do seu cumprimento, Aplicação das coimas
se este ainda for possível.
1 - Instruído o processo, o mesmo é enviado à Comissão
Artigo 11.º para a Igualdade e contra a Discriminação Racial,
Sanções acessórias acompanhado do respetivo relatório final.
2 - A definição da medida das sanções e a aplicação das
1 - Sem prejuízo do disposto no artigo 10.º da Lei n.º coimas e das sanções acessórias correspondentes é
134/99, de 28 de agosto, podem ainda ser da competência do Alto-Comissário para a Imigração
determinadas as seguintes sanções acessórias, em e Minorias Étnicas, ouvida a comissão permanente
função da gravidade da infração e da culpa do agente: mencionada no n.º 2 do artigo 7.º da Lei n.º 134/99,
de 28 de agosto.
a) Perda de objetos pertencentes ao agente;
b) Interdição do exercício de atividades que dependa Artigo 14.º
de título público ou de autorização ou Destino das coimas
homologação de autoridade pública;
c) Privação do direito a subsídio ou benefício O destino das coimas é o seguinte:
outorgado por entidades ou serviços públicos;
d) Privação do direito de participar em feiras ou a) 60% para o Estado;
mercados; b) 10% para o Alto-Comissariado para a Imigração e
e) Privação do direito de participar em arrematações Minorias Étnicas;
ou concursos públicos que tenham por objeto a c) 30% para a entidade administrativa que instruiu o
empreitada ou a concessão de obras públicas, o processo de contraordenação.
fornecimento de bens e serviços públicos e a
atribuição de licenças ou alvarás; Artigo 15.º
f) Encerramento de estabelecimento cujo Legislação subsidiária
funcionamento esteja sujeito a autorização ou
licença de autoridade administrativa; 1 - Aos processos de contraordenação por prática
g) Suspensão de autorizações, licenças e alvarás. discriminatória aplica-se o disposto nos artigos 9.º e
10.º do Decreto-Lei n.º 111/2000, de 4 de julho.
2 - As sanções referidas nas alíneas b) a g) do número 2 - Em tudo o que não estiver regulado na presente lei
anterior têm a duração máxima de dois anos são aplicáveis a Lei n.º 134/99, de 28 de agosto, e o
contados a partir da decisão condenatória definitiva. regime geral das contraordenações.

513
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 16.º
Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua


publicação.

514
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Importa, assim, na sequência da mencionada revogação,


Decreto-Lei n.º 86/2005, de 2 de maio
fixar o modo de resolução daqueles conflitos de
Regula o modo de resolução dos conflitos de atribuições, tendo em vista a designação da entidade
atribuições emergentes da aplicação da Lei n.º administrativa competente para a instrução dos
18/2004, de 11 de maio, que tem por objetivo procedimentos contraordenacionais nos diversos
estabelecer um quadro jurídico de combate à sectores de atividade em que os factos discriminatórios
discriminação por motivos baseados na origem podem verificar-se.
racial ou étnica
Assim:
Ao abrigo do disposto no artigo 15.º da Lei n.º 134/99, de
A Lei n.º 18/2004, de 11 de maio, pela qual se procedeu à 28 de agosto, e nos termos das alíneas a) e c) do n.º 1 do
transposição para a ordem jurídica nacional da Diretiva artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o
n.º 2000/43/CE, do Conselho, de 29 de junho, estabelece seguinte:
um quadro jurídico de combate à discriminação,
incluindo regras procedimentais para a investigação dos Artigo 1.º
factos puníveis e para a aplicação das correspondentes Conflitos de atribuições
coimas.
Os conflitos, positivos ou negativos, de atribuições
A publicação e início de vigência da Lei n.º 35/2004, de emergentes da aplicação do disposto na alínea d) do n.º 1
29 de julho, que regulamenta o Código do Trabalho, do artigo 12.º da Lei n.º 18/2004, de 11 de maio, quanto
implicou, por força do disposto na alínea q) do n.º 2 do à atuação das inspeções-gerais, são resolvidos por
artigo 21.º da Lei n.º 99/2003, de 27 de agosto, a despacho do membro do Governo responsável pela área
revogação do Decreto-Lei n.º 111/2000, de 4 de julho, no das minorias étnicas.
qual se regulava a resolução dos conflitos de atribuições
relativos às inspeções-gerais a que fosse cometida a Artigo 2.º
instrução do procedimento contraordenacional por facto Entrada em vigor
discriminatório.
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da
sua publicação.

515
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

516
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Lei n.º 39/2009, de 30 de julho d) «Assistente de recinto desportivo» o vigilante de


Estabelece o regime jurídico do combate à segurança privada especializado, direta ou
violência, ao racismo, à xenofobia e à intolerância indiretamente contratado pelo promotor do
nos espetáculos desportivos, de forma a espetáculo desportivo, com as funções, deveres e
formação definidos na legislação aplicável ao
possibilitar a realização dos mesmos com
exercício da atividade de segurança privada;
segurança e) «Complexo desportivo» o conjunto de terrenos,
construções e instalações destinadas à prática de
(com as alterações introduzidas pela Lei n.º 114/2011, de uma ou mais modalidades, compreendendo os
30 de novembro e Lei n.º 52/2013, de 24 de julho) espaços reservados ao público e ao parqueamento
de viaturas;
CAPÍTULO I f) «Coordenador de segurança» o elemento com
Disposições gerais habilitações e formação técnica adequadas,
designado pelo promotor do espetáculo
Artigo 1.º desportivo como responsável operacional pela
Objeto segurança privada no recinto desportivo e anéis
de segurança para, em cooperação com as forças
A presente lei estabelece o regime jurídico do combate à de segurança, os serviços de emergência médica,
violência, ao racismo, à xenofobia e à intolerância nos a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) e
espetáculos desportivos, de forma a possibilitar a os bombeiros, bem como com o organizador da
realização dos mesmos com segurança e de acordo com competição desportiva, chefiar e coordenar a
os princípios éticos inerentes à sua prática. atividade dos assistentes de recinto desportivo e
voluntários, caso existam, bem como zelar pela
Artigo 2.º segurança no decorrer do espetáculo desportivo;
Âmbito g) «Ponto de contacto para a segurança» o
representante do promotor do espetáculo
A presente lei aplica-se a todos os espetáculos desportivo, permanentemente responsável por
desportivos, com exceção dos casos expressamente todas as matérias de segurança do clube,
previstos noutras disposições legais. associação ou sociedade desportiva,
nomeadamente pela execução dos planos e
Artigo 3.º regulamentos de prevenção e de segurança,
Definições ligação e coordenação com as forças de
segurança, os serviços de emergência médica, a
Para efeitos do disposto na presente lei, entende-se por: ANPC e os bombeiros, assim como com o
a) «Agente desportivo» o praticante, treinador, organizador da competição desportiva, bem como
técnico, pessoal de apoio, dirigente, membro da pela definição das orientações do serviço de
direção, ponto de contacto para a segurança, segurança privada;
coordenador de segurança ou qualquer outro h) «Espetáculo desportivo» o evento que engloba
elemento que desempenhe funções durante um uma ou várias competições individuais ou
espetáculo desportivo em favor de um clube, coletivas;
associação ou sociedade desportiva, i) «Grupo organizado de adeptos» o conjunto de
nomeadamente, o pessoal de segurança privada, adeptos, filiados ou não numa entidade
incluindo-se ainda neste conceito os árbitros, desportiva, tendo por objeto o apoio a clubes, a
juízes ou cronometristas; associações ou a sociedades desportivas;
b) «Anel ou perímetro de segurança» o espaço, j) «Interdição dos recintos desportivos» a proibição
definido pelas forças de segurança, adjacente ou temporária de realizar no recinto desportivo
exterior ao recinto desportivo ou local delimitado espetáculos desportivos oficiais na modalidade,
pela organização para a realização do evento escalão etário e categorias iguais àqueles em que
desportivo, cuja montagem ou instalação é da as faltas tenham ocorrido;
responsabilidade do promotor do espetáculo k) «Promotor do espetáculo desportivo» as
desportivo; associações de âmbito territorial, clubes e
c) «Área do espetáculo desportivo» a superfície onde sociedades desportivas, bem como as próprias
se desenrola o espetáculo desportivo, incluindo as federações e ligas, quando sejam
zonas de proteção definidas de acordo com os simultaneamente organizadores de competições
regulamentos da respetiva modalidade; desportivas;

517
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

l) «Organizador da competição desportiva» a 2 - Os regulamentos previstos no número anterior estão


federação da respetiva modalidade, relativamente sujeitos a registo junto do Instituto Português do
às competições não profissionais ou internacionais Desporto e Juventude, I. P. (IPDJ, I. P.), que é
que se realizem sob a égide das federações condição da sua validade, e devem estar conformes
internacionais, as ligas profissionais de clubes, com:
bem como as associações de âmbito territorial, a) As regras estabelecidas pela presente lei e
relativamente às respetivas competições; disposições regulamentares;
m) «Realização de espetáculos desportivos à porta b) As normas estabelecidas no quadro das
fechada» a obrigação de o promotor do convenções internacionais sobre violência
espetáculo desportivo realizar no recinto associada ao desporto a que a República
desportivo que lhe estiver afeto espetáculos Portuguesa se encontre vinculada.
desportivos oficiais na modalidade, escalão etário
e categorias iguais àqueles em que as faltas 3 - Os regulamentos previstos no n.º 1 devem conter,
tenham ocorrido, sem a presença de público; entre outras, as seguintes matérias:
n) «Recinto desportivo» o local destinado à prática do a) Procedimentos preventivos a observar na
desporto ou onde este tenha lugar, confinado ou organização das competições desportivas;
delimitado por muros, paredes ou vedações, em b) Enumeração tipificada de situações de violência,
regra com acesso controlado e condicionado; racismo, xenofobia e intolerância nos espetáculos
o) «Títulos de ingresso» os bilhetes, cartões, convites desportivos, bem como as correspondentes
e demais documentos que permitam a entrada em sanções a aplicar aos agentes desportivos;
recintos desportivos, qualquer que seja o seu c) Tramitação do procedimento de aplicação das
suporte; sanções referidas na alínea anterior;
p) «Ponto nacional de informações sobre futebol» a d) Discriminação dos tipos de objetos e substâncias
entidade nacional designada como ponto de previstos na alínea d) do n.º 1 do artigo 22.º
contacto permanente para intercâmbio
internacional de informações relativas aos 4 - As sanções referidas na alínea b) do número anterior
fenómenos de violência associada ao futebol para podem consistir em sanções disciplinares, desportivas
efeitos da Decisão n.º 2002/348/JAI, do Conselho, e, quando incidam sobre promotores do espetáculo
de 25 de abril, relativa à segurança por ocasião de desportivo, na interdição de recintos desportivos ou
jogos de futebol com dimensão internacional, na obrigação de realizar competições desportivas à
alterada pela Decisão n.º 2007/412/JAI, do porta fechada.
Conselho, de 12 de junho. 5 - A não aprovação e a não adoção da regulamentação
prevista no n.º 1, pelo organizador da competição
Artigo 4.º desportiva, bem como a adoção de regulamento cujo
Conselho para a Ética e Segurança no Desporto registo seja recusado pelo IPDJ, I. P., implicam,
enquanto a situação se mantiver, a impossibilidade
(Revogado.) de o organizador da competição desportiva em causa
beneficiar de qualquer tipo de apoio público e, caso
CAPÍTULO II se trate de entidade titular de estatuto de utilidade
Medidas de segurança e condições do espetáculo pública desportiva, a suspensão do mesmo, nos
desportivo termos previstos na lei.
6 - As sanções mencionadas no número anterior são
SECÇÃO I aplicadas pelo IPDJ, I. P.
Organização e promoção de competições desportivas
Artigo 6.º
Artigo 5.º Plano de atividades
Regulamentos de prevenção da violência
As federações desportivas e as ligas profissionais estão
1 - O organizador da competição desportiva aprova obrigadas a inserir medidas e programas de promoção de
regulamentos internos em matéria de prevenção e boas práticas que salvaguardem a ética e o espírito
punição das manifestações de violência, racismo, desportivos nos respetivos planos anuais de atividades,
xenofobia e intolerância nos espetáculos desportivos, em particular no domínio da violência associada ao
nos termos da lei. desporto.

518
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 7.º disputadas fora do recinto desportivo próprio do


Regulamentos de segurança e de utilização dos espaços promotor do espetáculo desportivo;
de acesso público h) Determinação das zonas de paragem e
estacionamento de viaturas pertencentes às
1 - O promotor do espetáculo desportivo, ou o forças de segurança, à ANPC, aos bombeiros, aos
proprietário do recinto desportivo, no caso de este serviços de emergência médica, bem como dos
espaço não ser da titularidade do promotor do circuitos de entrada, de circulação e de saída,
espetáculo desportivo ou do organizador da numa ótica de segurança e de facilitação;
competição desportiva, aprova regulamentos i) Determinação das zonas de paragem e
internos em matéria de segurança e de utilização dos estacionamento de viaturas pertencentes às
espaços de acesso público. comitivas dos clubes, associações ou sociedades
2 - Os regulamentos previstos no número anterior são desportivas em competição, árbitros, juízes ou
elaborados em concertação com as forças de cronometristas, bem como dos circuitos de
segurança, a ANPC, os serviços de emergência médica entrada e de saída, numa ótica de segurança e de
localmente responsáveis e o organizador da facilitação;
competição desportiva, devendo conter, entre j) Definição das condições de exercício da atividade e
outras, as seguintes medidas: respetiva circulação dos meios de comunicação
a) Separação física dos adeptos, reservando-lhes social no recinto desportivo;
zonas distintas, nas competições desportivas de k) Elaboração de um plano de emergência interno,
natureza profissional ou não profissional prevendo e definindo, designadamente, a atuação
consideradas de risco elevado; dos assistentes de recinto desportivo, se os
b) Controlo da venda de títulos de ingresso, com houver.
recurso a meios mecânicos, eletrónicos ou 3 - Os regulamentos previstos no n.º 1 estão sujeitos
eletromecânicos, a fim de assegurar o fluxo de a registo junto do IPDJ, I. P., sendo condição da
entrada dos espetadores, impedindo a reutilização sua validade.
do título de ingresso e permitindo a deteção de 4 - A não aprovação e a não adoção da
títulos de ingresso falsos, nas competições regulamentação prevista no n.º 1, ou a adoção de
desportivas de natureza profissional ou não regulamentação cujo registo seja recusado pelo
profissional consideradas de risco elevado; IPDJ, I. P., implicam, enquanto a situação se
c) Vigilância e controlo destinados a impedirem o mantiver, a impossibilidade de serem realizados
excesso de lotação em qualquer zona do recinto, espetáculos desportivos no recinto desportivo
bem como a assegurar o desimpedimento das vias respetivo, bem como a impossibilidade de
de acesso; obtenção de licença de funcionamento ou a
d) Instalação ou montagem de anéis de segurança e a suspensão imediata de funcionamento, consoante
adoção obrigatória de sistemas de controlo de os casos.
acesso, de modo a impedir a introdução de 5 - As sanções mencionadas no número anterior são
objetos ou substâncias proibidos ou suscetíveis de aplicadas pelo IPDJ, I. P.
possibilitar ou gerar atos de violência, nos termos
previstos na presente lei; Artigo 8.º
e) Proibição de venda, consumo e distribuição de Deveres dos promotores, organizadores e proprietários
bebidas alcoólicas, substâncias estupefacientes e
substâncias psicotrópicas no interior do anel ou 1 - Sem prejuízo de outros deveres que lhes sejam
perímetro de segurança e do recinto desportivo, cometidos nos termos da presente lei, e na
exceto nas zonas destinadas para o efeito no caso demais legislação ou regulamentação aplicáveis,
das bebidas alcoólicas; e adoção de um sistema de são deveres dos promotores do espetáculo
controlo de estados de alcoolemia e de desportivo:
estupefacientes e de substâncias psicotrópicas;
f) Criação de áreas, no interior do recinto desportivo, a) Assumir a responsabilidade pela segurança do
onde é permitido o consumo de bebidas recinto desportivo e anéis de segurança, sem
alcoólicas, no respeito pelos limites definidos na prejuízo do disposto no artigo 13.º;
lei; b) Incentivar o espírito ético e desportivo dos seus
g) Vigilância de grupos de adeptos, nomeadamente adeptos, especialmente junto dos grupos
nas deslocações para assistir a competições organizados;
desportivas de natureza profissional ou não c) Aplicar medidas sancionatórias aos seus associados
profissional consideradas de risco elevado, envolvidos em perturbações da ordem pública,

519
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

impedindo o acesso aos recintos desportivos nos pública ou o curso normal, pacífico e seguro da
termos e condições do respetivo regulamento ou competição e de toda a sua envolvência,
promovendo a sua expulsão dos mesmos; nomeadamente, no curso das suas deslocações e
d) Proteger os indivíduos que sejam alvo de ameaças nas manifestações que realizem dentro e fora de
e os bens e pertences destes, designadamente recintos;
facilitando a respetiva saída de forma segura do n) Manter uma lista atualizada dos adeptos de todos
complexo desportivo, ou a sua transferência para os grupos organizados apoiados pelo clube,
setor seguro, em coordenação com os elementos associação ou sociedade desportiva, fornecendo-a
da força de segurança; às autoridades judiciárias, administrativas e
e) Adotar regulamentos de segurança e de utilização policiais competentes para a fiscalização do
dos espaços de acesso público do recinto disposto na presente lei;
desportivo; o) Fazer a requisição de policiamento de espetáculo
f) Designar o coordenador de segurança, nas desportivo, quando obrigatória nos termos da lei.
situações previstas na lei. 2 - O disposto nas alíneas b), c), i), j) e k) do número
g) Garantir que são cumpridas todas as regras e anterior aplica-se, com as devidas adaptações, aos
condições de acesso e de permanência de organizadores da competição desportiva, que têm
espetadores no recinto desportivo; também o dever de aprovar os regulamentos
h) Relativamente a quaisquer indivíduos aos quais internos em matéria de prevenção e punição das
tenha sido aplicada medida de interdição de manifestações de violência, racismo, xenofobia e
acesso a recintos desportivos, pena de privação do intolerância nos espetáculos desportivos.
direito de entrar em recintos desportivos ou 3 - O disposto na alínea e) do n.º 1 aplica-se, com as
sanção acessória de interdição de acesso a devidas adaptações, ao proprietário do recinto
recintos desportivos: desportivo, nos casos a que se refere o n.º 1 do artigo
i) Impedir o acesso ao recinto desportivo; 7.º
ii) Impedir a obtenção de quaisquer benefícios
concedidos pelo clube, associação ou sociedade Artigo 9.º
desportiva, no âmbito das previsões destinadas Ações de prevenção socioeducativa
aos grupos organizados de adeptos ou a título
individual. Os organizadores e promotores de espetáculos
i) Usar de correção, moderação e respeito desportivos, em articulação com o Estado, devem
relativamente a outros promotores dos desenvolver ações de prevenção socioeducativa, nas
espetáculos desportivos e organizadores de áreas da ética no desporto, da violência, do racismo, da
competições desportivas, associações, clubes, xenofobia e da intolerância nos espetáculos desportivos,
sociedades desportivas, agentes desportivos, designadamente através de:
adeptos, autoridades públicas, elementos da
a) Aprovação e execução de planos e medidas, em
comunicação social e outros intervenientes no
particular junto da população em idade escolar;
espetáculo desportivo;
b) Desenvolvimento de campanhas publicitárias que
j) Não proferir ou veicular declarações públicas que
promovam o desportivismo, o ideal de jogo limpo
sejam suscetíveis de incitar ou defender a
e a integração, especialmente entre a população
violência, o racismo, a xenofobia, a intolerância ou
em idade escolar;
o ódio, nem tão pouco adotar comportamentos
c) Implementação de medidas que visem assegurar
desta natureza;
condições para o pleno enquadramento familiar,
k) Zelar por que dirigentes, técnicos, jogadores,
designadamente pela adoção de um sistema de
pessoal de apoio ou representantes dos clubes,
ingressos mais favorável;
associações ou sociedades desportivas ajam de
d) Desenvolvimento de ações que possibilitem o
acordo com os preceitos das alíneas i) e j);
enquadramento e o convívio entre adeptos;
l) Não apoiar, sob qualquer forma, grupos
e) Apoio à criação de «embaixadas de adeptos»,
organizados de adeptos, em violação dos
tendo em vista dar cumprimento ao disposto na
princípios e regras definidos na secção iii do
presente lei.
capítulo ii;
m) Zelar por que os grupos organizados de adeptos
SECÇÃO II
apoiados pelo clube, associação ou sociedade
Da segurança
desportiva participem do espetáculo desportivo
sem recurso a práticas violentas, racistas,
xenófobas, ofensivas ou que perturbem a ordem

520
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 10.º as matérias de segurança do clube, associação ou


Coordenador de segurança sociedade desportiva.
3 - Nos casos em que o promotor do espetáculo
1 - Compete ao promotor do espetáculo desportivo, para desportivo não designe um ponto de contacto para a
os espetáculos desportivos integrados nas segurança, ou não o comunique ao IPDJ, I. P.,
competições desportivas de natureza profissional ou presume-se responsável o dirigente máximo do clube,
não profissional considerados de risco elevado, sejam associação ou sociedade desportiva.
nacionais ou internacionais, designar um 4 - O ponto de contacto para a segurança pode
coordenador de segurança, cuja formação é definida encontrar-se identificado através de sobreveste.
por portaria dos membros do Governo responsáveis
pelas áreas da administração interna e do desporto. Artigo 11.º
2 - O coordenador de segurança é o responsável Policiamento de espetáculos desportivos
operacional pela segurança no interior do recinto
desportivo e dos anéis de segurança, sem prejuízo O regime de policiamento de espetáculos desportivos
das competências das forças de segurança. realizados em recinto desportivo e de satisfação dos
3 - Os promotores dos espetáculos desportivos, antes do encargos com o policiamento de espetáculos desportivos
início de cada época desportiva, devem comunicar ao em geral consta de diploma próprio.
IPDJ, I. P., a lista dos coordenadores de segurança dos
respetivos recintos desportivos, que deve ser Artigo 12.º
organizada cumprindo o disposto na Lei da Proteção Qualificação dos espetáculos
de Dados Pessoais, aprovada pela Lei n.º 67/98, de 26
de outubro. 1 - Quanto aos espetáculos desportivos com natureza
4 - Compete ao coordenador de segurança coordenar a internacional, consideram-se de risco elevado
atividade dos assistentes de recinto desportivo, com aqueles:
vista a, em cooperação com o organizador da a) Que correspondam à fase final de um campeonato
competição desportiva, com a força de segurança, europeu ou mundial, nas modalidades a definir
com a ANPC e com as entidades de saúde, zelar pelo anualmente por despacho do presidente do IPDJ,
normal decurso do espetáculo desportivo. I. P., ouvidas as forças de segurança;
5 - O coordenador de segurança reúne com as entidades b) Que sejam como tal declarados pelas organizações
referidas no número anterior antes e depois de cada internacionais, a nível europeu e mundial, das
espetáculo desportivo, sendo a elaboração de um respetivas modalidades, com base em incidentes
relatório final obrigatória para os espetáculos ocasionados pelos adeptos de pelo menos uma
desportivos integrados nas competições desportivas das equipas ou, ainda, por razões excecionais;
de natureza profissional e apenas obrigatória para os c) Em que os adeptos da equipa visitante
espetáculos desportivos integrados nas competições presumivelmente venham a ultrapassar 10 % da
desportivas de natureza não profissional quando capacidade do recinto desportivo ou sejam em
houver registo de incidentes, devendo esse relatório número igual ou superior a 2000 pessoas;
ser entregue ao organizador da competição d) Em que o recinto desportivo esteja
desportiva, com cópia ao IPDJ, I. P. presumivelmente repleto ou em que o número
6 - O incumprimento do disposto no n.º 1 pode implicar, provável de espetadores seja superior a 30 000
para o promotor do espetáculo desportivo, enquanto pessoas.
a situação se mantiver, a realização de espetáculos
desportivos à porta fechada. 2 - Quanto aos espetáculos desportivos com natureza
7 - A sanção prevista no número anterior é aplicada pelo nacional, consideram-se de risco elevado aqueles:
IPDJ, I. P. a) Que forem definidos como tal por despacho do
presidente do IPDJ, I. P., ouvida a força de
Artigo 10.º-A segurança territorialmente competente e a
Ponto de contacto para a segurança respetiva federação desportiva ou, tratando-se de
uma competição desportiva de natureza
1 - Compete ao promotor do espetáculo desportivo profissional, a liga profissional;
designar um ponto de contacto para a segurança, b) Em que esteja em causa o apuramento numa
comunicando-o ao IPDJ, I. P. competição por eliminatórias nas duas
2 - O ponto de contacto para a segurança é um eliminatórias antecedentes da final;
representante do promotor do espetáculo c) Em que o número de espetadores previstos perfaça
desportivo, permanentemente responsável por todas 80 % da lotação do recinto desportivo;

521
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

d) Em que o número provável de adeptos da equipa desta determine a existência de risco para pessoas e
visitante perfaça 20 % da lotação do recinto instalações.
desportivo; 6 - A decisão de evacuação, total ou parcial, do recinto
e) Em que os adeptos dos clubes intervenientes desportivo cabe, exclusivamente, ao comandante da
hajam ocasionado incidentes graves em jogos força de segurança presente no local.
anteriores;
f) Em que os espetáculos desportivos sejam decisivos SECÇÃO III
para ambas as equipas na conquista de um troféu, Grupos organizados de adeptos
acesso a provas internacionais ou mudança de
escalão divisionário. Artigo 14.º
3 - Consideram-se, por regra, de risco reduzido os Apoio a grupos organizados de adeptos
espetáculos desportivos respeitantes a competições
de escalões juvenis e inferiores. 1 - É obrigatório o registo dos grupos organizados de
4 - Consideram-se de risco normal os espetáculos adeptos junto do IPDJ, I. P., tendo para tal que ser
desportivos não abrangidos pelos números constituídos previamente como associações, nos
anteriores. termos da legislação aplicável ou no âmbito do
5 - Tendo em vista a avaliação a que se referem a alínea associativismo juvenil.
a) do n.º 1 e a alínea a) do n.º 2, a federação 2 - O incumprimento do disposto no número anterior
desportiva ou liga profissional respetiva deve remeter veda liminarmente a atribuição de qualquer apoio,
ao IPDJ, I. P., antes do início de cada época por parte do promotor do espetáculo desportivo,
desportiva, relatório que identifique os espetáculos nomeadamente através da concessão de facilidades
suscetíveis de classificação de risco elevado, sendo tal de utilização ou cedência de instalações, apoio
relatório reencaminhado para as forças de segurança, técnico, financeiro ou material.
para apreciação. 3 - Os apoios técnicos, financeiros e materiais concedidos
6 - As forças de segurança podem, fundamentadamente, a grupos organizados de adeptos são objeto de
colocar à apreciação do IPDJ, I. P., a qualificação de protocolo com o promotor do espetáculo desportivo,
determinado espetáculo desportivo. a celebrar em cada época desportiva, o qual é
disponibilizado, sempre que solicitado, à força de
Artigo 13.º segurança e ao IPDJ, I. P.
Forças de segurança 4 - O protocolo a que se refere o número anterior
identifica, em anexo, os elementos que integram o
1 - As forças de segurança exercem, no quadro das suas respetivo grupo organizado.
atribuições e competências, funções gerais de 5 - É expressamente proibido o apoio a grupos
fiscalização do cumprimento do disposto na presente organizados de adeptos que adotem sinais, símbolos
lei. e expressões que incitem à violência, ao racismo, à
2 - Quando o comandante da força de segurança xenofobia, à intolerância nos espetáculos
territorialmente competente considerar que não desportivos, ou a qualquer outra forma de
estão reunidas as condições para que o espetáculo discriminação, ou que traduzam manifestações de
desportivo se realize em segurança comunica o facto ideologia política.
ao comandante-geral da GNR ou ao diretor nacional 6 - A concessão de facilidades de utilização ou a cedência
da PSP, consoante o caso. de instalações a grupos de adeptos constituídos nos
3 - O comandante-geral da GNR ou o diretor nacional da termos da presente lei é da responsabilidade do
PSP, consoante o caso, informam o organizador da promotor do espetáculo desportivo, cabendo-lhe,
competição desportiva sobre as medidas de nesta medida, a respetiva fiscalização, a fim de
segurança a corrigir e a implementar pelo promotor assegurar que nestas não sejam depositados
do espetáculo desportivo. quaisquer materiais ou objetos proibidos ou
4 - A inobservância do disposto no número anterior pelo suscetíveis de possibilitar ou gerar atos de violência,
promotor do espetáculo desportivo implica a não racismo, xenofobia, intolerância nos espetáculos
realização desse espetáculo, a qual é determinada desportivos, ou qualquer outra forma de
pelo organizador da competição desportiva. discriminação, ou que traduzam manifestações de
5 - O comandante da força de segurança presente no ideologia política.
local pode, no decorrer do espetáculo desportivo, 7 - O incumprimento do disposto no presente artigo pelo
assumir, a todo o tempo, a responsabilidade pela promotor do espetáculo desportivo pode determinar,
segurança no recinto desportivo sempre que a falta enquanto as situações indicadas nos números

522
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

anteriores se mantiverem, a realização de 7 - (Revogado.)


espetáculos desportivos à porta fechada.
8 - A sanção prevista no número anterior é aplicada pelo Artigo 16.º
IPDJ, I. P. Deslocação e acesso a recintos
9 - O disposto nos n.ºs 2, 5 e 6 é aplicável, com as
devidas adaptações, a qualquer outra entidade que 1 - No âmbito da deslocação para qualquer espetáculo
pretenda conceder facilidades ou apoios a qualquer desportivo, os grupos organizados de adeptos devem
grupo organizado de adeptos. possuir uma listagem atualizada contendo a
10 - A entidade que pretenda conceder facilidades ou identificação de todos os filiados que nela participam,
apoios a qualquer grupo organizado de adeptos tem sendo aquela disponibilizada, sempre que solicitado,
de confirmar previamente junto do IPDJ, I. P., a às forças de segurança, ao IPDJ, I. P., bem como,
suscetibilidade de aquele grupo poder beneficiar dos aquando da revista obrigatória, aos assistentes de
mesmos. recinto desportivo.
Artigo 15.º 2 - Os promotores do espetáculo desportivo devem
Registo dos grupos organizados de adeptos reservar, nos recintos desportivos que lhes estão
afetos, uma ou mais áreas específicas para os filiados
1 - O promotor do espetáculo desportivo mantém um dos grupos organizados de adeptos.
registo sistematizado e atualizado dos filiados no 3 - Nos espetáculos desportivos integrados em
grupo organizado de adeptos do respetivo clube, competições desportivas de natureza profissional ou
associação ou sociedade desportiva, cumprindo o não profissional considerados de risco elevado,
disposto na Lei da Proteção de Dados Pessoais, nacionais ou internacionais, os promotores dos
aprovada pela Lei n.º 67/98, de 26 de outubro, com espetáculos desportivos não podem ceder ou vender
indicação dos elementos seguintes: bilhetes a grupos organizados de adeptos em número
a) Nome; superior ao de filiados nesses grupos e identificados
b) Número do bilhete de identidade; no registo referido no n.º 1 do artigo anterior,
c) Data de nascimento; devendo constar em cada bilhete cedido ou vendido
d) Fotografia; o nome do titular filiado.
e) Filiação, caso se trate de menor de idade; 4 - Só é permitido o acesso e o ingresso nas áreas
f) Morada; e referidas no n.º 2 aos indivíduos portadores do
g) Contactos telefónicos e de correio eletrónico. bilhete a que se refere o número anterior.
5 - O incumprimento do disposto no n.º 1 legitima o
2 - O promotor do espetáculo desportivo envia impedimento da entrada dos elementos do grupo
trimestralmente cópia do registo ao IPDJ, I. P., que o organizado de adeptos no espetáculo desportivo em
disponibiliza de imediato às forças de segurança. causa.
3 - O registo referido no n.º 1 é atualizado sempre que se 6 - O incumprimento do disposto nos n.ºs 2 a 4 pode
verifique qualquer alteração quanto aos seus filiados implicar para o promotor do espetáculo desportivo,
e pode ser suspenso pelo promotor do espetáculo enquanto as situações indicadas nos números
desportivo no caso de incumprimento do disposto no anteriores se mantiverem, a realização de
presente artigo, nomeadamente nos casos de espetáculos desportivos à porta fechada, sanção que
prestação de informações falsas ou incompletas no é aplicada pelo IPDJ, I.P
referente ao n.º 1.
4 - Sempre que proceder à suspensão de um registo, o SECÇÃO IV
promotor do espetáculo desportivo cessa todo o Recinto desportivo
apoio que preste ao grupo organizado de adeptos e
informa de forma documentada e imediata o IPDJ, I. Artigo 17.º
P., justificando as razões da sua decisão. Lugares sentados e separação física dos espetadores
5 - Caso a suspensão perdure pelo período de um ano, o
promotor do espetáculo desportivo anula o registo e 1 - Os recintos desportivos nos quais se realizem
informa de forma documentada e imediata o IPDJ, I. competições desportivas de natureza profissional ou
P. não profissional consideradas de risco elevado, sejam
6 - É proibido ao promotor do espetáculo desportivo o nacionais ou internacionais, são dotados de lugares
apoio a grupos organizados de adeptos que não se sentados, individuais e numerados, equipados com
encontrem previamente registados nos termos dos assentos de modelo oficialmente aprovado.
números anteriores ou cujo registo tenha sido 2 - O disposto no número anterior não prejudica a
suspenso ou anulado. instalação de setores devidamente identificados

523
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

como zonas tampão, que permitam separar assegurar-se das condições de reserva dos registos
fisicamente os espetadores e assegurar uma rápida e obtidos.
eficaz evacuação do recinto desportivo, podendo
implicar a restrição de venda de bilhetes. Artigo 19.º
3 - Os recintos desportivos nos quais se realizem os jogos Parques de estacionamento
previstos no n.º 1 são, ainda, dotados de lugares
apropriados para as pessoas com deficiência e ou Os recintos desportivos nos quais se realizem
incapacidades, nomeadamente para as pessoas com competições desportivas de natureza profissional ou não
mobilidade condicionada. profissional consideradas de risco elevado, sejam
nacionais ou internacionais, devem dispor de parques de
Artigo 18.º estacionamento devidamente dimensionados para a
Sistema de videovigilância respetiva lotação de espetadores, bem como prever a
existência de estacionamento para pessoas com
1 - O promotor do espetáculo desportivo em cujo recinto deficiência e ou incapacidades, em conformidade com a
se realizem espetáculos desportivos de natureza legislação em vigor, para as forças de segurança, para a
profissional ou não profissional considerados de risco equipa de arbitragem e para os delegados da respetiva
elevado, sejam nacionais ou internacionais, instala e federação e liga.
mantém em perfeitas condições um sistema de
videovigilância que permita o controlo visual de todo Artigo 20.º
o recinto desportivo, e respetivo anel ou perímetro Acesso de pessoas com deficiência e ou incapacidades a
de segurança, dotado de câmaras fixas ou móveis recintos desportivos
com gravação de imagem e som e impressão de
fotogramas, as quais visam a proteção de pessoas e 1 - Os recintos desportivos devem dispor de acessos
bens, com observância do disposto na Lei da Proteção especiais para pessoas com deficiência e ou
de Dados Pessoais, aprovada pela Lei n.º 67/98, de 26 incapacidades, nos termos previstos no Decreto-Lei
de outubro. n.º 163/2006, de 8 de agosto.
2 - A gravação de imagem e som, aquando da ocorrência 2 - As pessoas com deficiência e ou incapacidades podem
de um espetáculo desportivo, é obrigatória, desde a aceder aos recintos desportivos acompanhadas pelo
abertura até ao encerramento do recinto desportivo, cão de assistência, nos termos previstos no Decreto-
devendo os respetivos registos ser conservados Lei n.º 74/2007, de 27 de março.
durante 90 dias, por forma a assegurar,
designadamente, a utilização dos registos para efeitos Artigo 21.º
de prova em processo penal ou contraordenacional, Medidas de beneficiação
prazo findo o qual são destruídos em caso de não
utilização. 1 - O IPDJ, I. P., pode determinar, sob proposta das forças
3 - Nos lugares objeto de videovigilância é obrigatória a de segurança, da ANPC ou dos serviços de
afixação, em local bem visível, de um aviso que verse emergência médica, que os recintos desportivos nos
«Para sua proteção, este local é objeto de quais se disputem competições desportivas de
videovigilância com captação e gravação de imagem e natureza profissional ou não profissional
som». consideradas de risco elevado, nacionais ou
4 - O aviso referido no número anterior deve, internacionais, sejam objeto de medidas de
igualmente, ser acompanhado de simbologia beneficiação, tendo em vista o reforço da segurança e
adequada e estar traduzido em, pelo menos, uma a melhoria das condições higiénicas e sanitárias.
língua estrangeira, escolhida de entre as línguas 2 - Em caso de incumprimento do disposto no número
oficiais do organismo internacional que regula a anterior, o IPDJ, I. P., pode determinar a interdição
modalidade. total ou parcial do recinto até que as medidas
5 - O sistema de videovigilância previsto nos números determinadas sejam observadas.
anteriores pode, nos mesmos termos, ser utilizado
por elementos das forças de segurança. Artigo 22.º
6 - O organizador da competição desportiva pode aceder Condições de acesso de espetadores ao recinto
às imagens gravadas pelo sistema de videovigilância, desportivo
para efeitos exclusivamente disciplinares e no
respeito pela Lei da Proteção de Dados Pessoais, 1 - São condições de acesso dos espetadores ao recinto
aprovada pela Lei n.º 67/98, de 26 de outubro, desportivo:
devendo, sem prejuízo da aplicação do n.º 2,

524
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

a) A posse de título de ingresso válido e de Artigo 23.º


documento de identificação com fotografia; Condições de permanência dos espetadores no recinto
b) A observância das normas do regulamento de desportivo
segurança e de utilização dos espaços de acesso
público; 1 - São condições de permanência dos espetadores no
c) Não estar sob a influência de álcool, recinto desportivo:
estupefacientes, substâncias psicotrópicas ou a) Não ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou
produtos de efeito análogo, aceitando submeter- outros sinais com mensagens ofensivas, violentas,
se a testes de controlo e despistagem, a efetuar de caráter racista ou xenófobo, intolerantes nos
sob a direção dos elementos da força de espetáculos desportivos, que incitem à violência
segurança; ou a qualquer outra forma de discriminação, ou
d) Não transportar ou trazer consigo objetos ou que traduzam manifestações de ideologia política;
substâncias proibidos ou suscetíveis de gerar ou b) Não obstruir as vias de acesso e evacuação,
possibilitar atos de violência; especialmente as vias de emergência, sem
e) Não ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou prejuízo do uso das mesmas por pessoas com
outros sinais com mensagens ofensivas, de caráter deficiências e incapacidades;
racista ou xenófobo; c) Não praticar atos violentos, que incitem à violência,
f) Não entoar cânticos racistas ou xenófobos ou que ao racismo ou à xenofobia, à intolerância nos
incitem à violência; espetáculos desportivos, a qualquer outra forma
g) Consentir na revista pessoal de prevenção e de discriminação, ou que traduzam manifestações
segurança, com o objetivo de detetar e impedir a de ideologia política;
entrada de objetos e substâncias proibidos ou d) Não ultrajar ou faltar ao respeito que é devido aos
suscetíveis de gerar ou possibilitar atos de símbolos nacionais, através de qualquer meio de
violência; comunicação com o público;
h) Consentir na recolha de imagem e som, nos termos e) Não entoar cânticos racistas ou xenófobos ou que
da Lei n.º 67/98, de 26 de outubro. incitem à violência, à intolerância nos espetáculos
2 - Para os efeitos da alínea c) do número anterior, desportivos, a qualquer outra forma de
consideram-se sob influência de álcool os indivíduos discriminação, ou que traduzam manifestações de
que apresentem uma taxa de álcool no sangue igual ideologia política;
ou superior a 1,2 g/l, aplicando-se-lhes, com as f) Não aceder às áreas de acesso reservado ou não
devidas adaptações, os procedimentos, testes, destinadas ao público;
instrumentos e modos de medição previstos no g) Não circular de um setor para outro;
Código da Estrada, aprovado pelo Decreto-Lei n.º h) Não arremessar quaisquer objetos no interior do
114/94, de 3 de maio, para as situações de recinto desportivo;
alcoolemia e influência de estupefacientes ou i) Não utilizar material produtor de fogo de artifício,
substâncias psicotrópicas nos condutores. quaisquer outros engenhos pirotécnicos ou
3 - É vedado o acesso ao recinto desportivo a todos os produtores de efeitos análogos;
espetadores que não cumpram o previsto no n.º 1, j) Cumprir os regulamentos do recinto desportivo;
excetuando o disposto nas alíneas b), d) e g) do l) Observar as condições de segurança previstas no
mesmo número, quando se trate de objetos que artigo anterior.
sejam auxiliares das pessoas com deficiência e ou
2 - O incumprimento das condições previstas nas alíneas
incapacidades.
a), c), d), e), g) e h) do número anterior, bem como
4 - As autoridades policiais destacadas para o espetáculo
nas alíneas c) e d) do n.º 1 do artigo anterior, implica
desportivo podem submeter a testes de controlo de
o afastamento imediato do recinto desportivo a
alcoolemia ou de outras substâncias tóxicas os
efetuar pelas forças de segurança presentes no local,
indivíduos que apresentem indícios de estarem sob a
sem prejuízo de outras sanções eventualmente
influência das mesmas, bem como os que
aplicáveis.
manifestem comportamentos violentos ou que
3 - O incumprimento das condições previstas nas alíneas
coloquem em perigo a segurança desse mesmo
b), f), g) e l) do n.º 1, bem como nas alíneas a), b), e) e
espetáculo desportivo.
f) do n.º 1 do artigo anterior, implica o afastamento
5 - É vedado o acesso ao recinto desportivo àqueles cujos
imediato do recinto desportivo a efetuar pelos
testes se revelem positivos e a todos os que recusem
assistentes de recinto desportivo presentes no local,
submeter-se aos mesmos.
sem prejuízo de outras sanções eventualmente
aplicáveis.

525
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

2 - Cabe ao organizador da competição desportiva a


Artigo 24.º emissão dos títulos de ingresso, devendo definir, no
Condições especiais de permanência dos grupos início de cada época desportiva, as características do
organizados de adeptos título de ingresso e os limites mínimo e máximo do
respetivo preço.
1 - Os grupos organizados de adeptos podem, 3 - Os títulos de ingresso devem conter as seguintes
excecionalmente, utilizar no interior do recinto menções:
desportivo megafones e outros instrumentos a) Numeração sequencial;
produtores de ruídos, por percussão mecânica e de b) Identificação do recinto desportivo;
sopro, desde que não amplificados com auxílio de c) Porta de entrada para o recinto desportivo, setor,
fonte de energia externa. fila e cadeira, bem como a planta do recinto e do
2 - O disposto no n.º 1 carece de autorização prévia do local de acesso;
promotor do espetáculo desportivo, devendo este d) Designação da competição desportiva;
comunicá-la à força de segurança. e) Modalidade desportiva;
3 - Nos recintos desportivos cobertos pode haver lugar a f) Identificação do organizador e promotores do
condições impostas pelo promotor do espetáculo espetáculo desportivo intervenientes;
desportivo ao uso dos instrumentos produtores de g) Especificação sumária dos factos impeditivos do
ruídos, tendo em vista a proteção da saúde e do bem- acesso dos espetadores ao recinto desportivo e
estar dos participantes presentes no evento, nos das consequências do incumprimento do
termos da legislação sobre ruído. regulamento de segurança e utilização dos
espaços de acesso público;
Artigo 25.º h) A identificação a que se refere o n.º 3 do artigo
Revista pessoal de prevenção e segurança 16.º, nos casos nele previstos.
1 - O assistente de recinto desportivo pode, na área 4 - O organizador da competição desportiva pode
definida para o controlo de acessos, efetuar revistas acordar com o promotor do espetáculo desportivo a
pessoais de prevenção e segurança aos espetadores, emissão dos títulos de ingresso.
nos termos da legislação aplicável ao exercício da 5 - O número de títulos de ingresso emitidos nos termos
atividade de segurança privada, com o objetivo de do presente artigo não pode ser superior à lotação do
impedir a introdução no recinto desportivo de respetivo recinto desportivo.
objetos ou substâncias proibidos, suscetíveis de 6 - A violação do disposto no presente artigo implica,
possibilitar ou gerar atos de violência. enquanto a situação se mantiver, a suspensão da
2 - O assistente de recinto desportivo deve efetuar, antes realização do espetáculo desportivo em causa.
da abertura das portas do recinto, uma verificação de 7 - A sanção prevista no número anterior é aplicada pelo
segurança a todo o seu interior, de forma a detetar a IPDJ, I. P.
existência de objetos ou substâncias proibidos.
3 - As forças de segurança destacadas para o espetáculo CAPÍTULO III
desportivo, sempre que tal se mostre necessário, Regime sancionatório
podem proceder a revistas aos espetadores, por
forma a evitar a existência no recinto de objetos ou SECÇÃO I
substâncias proibidos ou suscetíveis de possibilitar Crimes
atos de violência.
4 - A revista é obrigatória no que diz respeito aos grupos Artigo 27.º
organizados de adeptos. Distribuição e venda de títulos de ingresso falsos ou
irregulares
Artigo 26.º
Emissão e venda de títulos de ingresso 1 - Quem distribuir para venda ou vender títulos de
ingresso para um espetáculo desportivo em violação
1 - Nos recintos em que se realizem competições do sistema de emissão e venda de títulos de ingresso
profissionais e competições não profissionais previsto no artigo anterior ou sem ter recebido
consideradas de risco elevado, sejam nacionais ou autorização expressa e prévia do organizador da
internacionais, compete ao organizador da competição desportiva, é punido com pena de prisão
competição desportiva desenvolver e utilizar um até 3 anos ou com pena de multa.
sistema uniforme de emissão e venda de títulos de 2 - A tentativa é punível.
ingresso, controlado por meios informáticos.

526
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 28.º Artigo 31.º


Distribuição e venda irregulares de títulos de ingresso Arremesso de objetos ou de produtos líquidos

1 - Quem distribuir para venda ou vender títulos de Quem, encontrando-se no interior do recinto desportivo
ingresso para um espetáculo desportivo de modo a durante a ocorrência de um espetáculo desportivo,
provocar sobrelotação do recinto desportivo, em arremessar objetos ou produto líquido e criar deste
parte ou no seu todo, ou com intenção de obter, para modo perigo para a vida ou a integridade física de outra
si ou para outra pessoa, vantagem patrimonial sem pessoa, é punido com pena de prisão até 3 anos ou com
que para tal esteja autorizado, é punido com pena de pena de multa.
prisão até 3 anos ou com pena de multa.
2 - A tentativa é punível. Artigo 32.º
Invasão da área do espetáculo desportivo
Artigo 29.º
Dano qualificado no âmbito de espetáculo desportivo 1 - Quem, encontrando-se no interior do recinto
desportivo durante a ocorrência de um espetáculo
1 - Quem, quando inserido num grupo de adeptos, desportivo, invadir a área desse espetáculo ou aceder
organizado ou não, com a colaboração de pelo menos a zonas do recinto desportivo inacessíveis ao público
outro membro do grupo, destruir, no todo ou em em geral, é punido com pena de prisão até 1 ano ou
parte, danificar, desfigurar ou tornar não utilizável com pena de multa.
transporte público, instalação ou equipamento 2 - Se das condutas referidas no número anterior resultar
utilizado pelo público ou de utilidade coletiva, ou perturbação do normal curso do espetáculo
outro bem alheio, pelo menos de valor elevado, é desportivo que implique a suspensão, interrupção ou
punido com pena de prisão de 1 a 5 anos, ou com cancelamento do mesmo, o agente é punido com
pena de multa até 600 dias, se pena mais grave lhe pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa.
não couber por força de outra disposição legal.
2 - Quem, praticando os atos a que se refere o número Artigo 33.º
anterior, causar alarme ou inquietação entre a Ofensas à integridade física atuando com a colaboração
população é punido com pena de prisão de 2 a 8 de outra pessoa
anos, se pena mais grave lhe não couber por força de
outra disposição legal. Quem, encontrando-se no interior do recinto desportivo,
durante a ocorrência de um espetáculo desportivo, com
Artigo 30.º a colaboração de pelo menos outra pessoa, ofender a
Participação em rixa na deslocação para ou de integridade física de terceiros é punido com pena de
espetáculo desportivo prisão de 6 meses a 4 anos, ou com pena de multa até
600 dias, se pena mais grave lhe não couber por força de
1 - Quem, quando da deslocação para ou de espetáculo outra disposição legal.
desportivo, intervier ou tomar parte em rixa entre
duas ou mais pessoas de que resulte: Artigo 34.º
a) Morte ou ofensa à integridade física dos Crimes contra agentes desportivos, responsáveis pela
contendores; segurança e membros dos órgãos da comunicação social
b) Risco de ofensa à integridade física ou perigo para
terceiros; ou 1 - Se os atos descritos nos artigos 29.º a 33.º forem
c) Alarme ou inquietação entre a população; praticados de modo a colocar em perigo a vida, a
é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena saúde, a integridade física ou a segurança dos
de multa. praticantes, treinadores, árbitros e demais agentes
desportivos que estiverem na área do espetáculo
2 - A participação em rixa não é punível quando for desportivo, bem como dos membros dos órgãos de
determinada por motivo não censurável, comunicação social em serviço na mesma, as penas
nomeadamente quando visar reagir contra um naqueles previstas são agravadas, nos seus limites
ataque, defender outra pessoa ou separar os mínimo e máximo, até um terço.
contendores. 2 - Se os atos descritos nos artigos 29.º a 33.º forem
praticados de modo a colocar em perigo a vida, a
saúde, a integridade física ou a segurança de
elemento das forças de segurança, de assistente de
recinto desportivo ou qualquer outro responsável

527
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

pela segurança, no exercício das suas funções ou por 2 - À medida de coação referida na alínea a) do número
causa delas, as penas naqueles previstas são anterior aplicam-se os prazos máximos previstos para
agravadas, nos seus limites mínimo e máximo, em a prisão preventiva previstos no Código de Processo
metade. Penal.
3 - A tentativa é punível. 3 - As medidas de coação previstas no n.º 1 podem ser
cumuladas com a obrigação de o arguido se
Artigo 35.º apresentar a uma autoridade judiciária ou órgão de
Pena acessória de interdição de acesso a recintos polícia criminal em dias e horas preestabelecidos,
desportivos podendo ser estabelecida a coincidência horária com
a realização de competições desportivas, nacionais e
1 - Pela condenação nos crimes previstos nos artigos 29.º internacionais, da modalidade em cujo contexto
a 34.º é aplicável uma pena de interdição de acesso a tenha ocorrido o crime objeto da pena principal e que
recintos desportivos por um período de 1 a 5 anos, se envolvam o clube, associação ou sociedade
pena acessória mais grave não couber por força de desportiva a que o agente se encontre de alguma
outra disposição legal. forma associado, tomando sempre em conta as
2 - A aplicação da pena acessória referida no número exigências profissionais e o domicílio do agente.
anterior pode incluir a obrigação de apresentação e 4 - O disposto nos números anteriores pode ser aplicado
permanência junto de uma autoridade judiciária ou aos casos em que se verifique existirem fortes
de órgão de polícia criminal em dias e horas indícios da prática de crime referido no n.º 6 do artigo
preestabelecidos, podendo ser estabelecida a 91.º do novo regime jurídico das armas e suas
coincidência horária com a realização de competições munições, aprovado pela Lei n.º 5/2006, de 23 de
desportivas, nacionais e internacionais, da fevereiro, e nos restantes casos referentes a recintos
modalidade em cujo contexto tenha ocorrido o crime desportivos previstos naquele artigo.
objeto da pena principal e que envolvam o clube,
associação ou sociedade desportiva a que o agente se Artigo 37.º
encontre de alguma forma associado, tomando Prestação de trabalho a favor da comunidade
sempre em conta as exigências profissionais e o
domicílio do agente. Se ao agente dever ser aplicada pena de prisão em
3 - Para efeitos de contagem do prazo da pena prevista medida não superior a 1 ano, o tribunal substitui-a por
no n.º 1, não é considerado o tempo em que o agente prestação de trabalho a favor da comunidade, salvo
estiver privado da liberdade por força de medida de oposição daquele ou se se concluir que por este meio
coação processual, pena ou medida de segurança. não se realizam de forma adequada e suficiente as
4 - A aplicação da pena acessória de interdição de acesso finalidades da punição, nos demais termos previstos no
a recintos desportivos é comunicada ao ponto Código Penal e no Código de Processo Penal.
nacional de informações sobre futebol, tendo em
vista, sempre que seja imprescindível, a comunicação Artigo 38.º
da decisão judicial portuguesa às autoridades policiais Dever de comunicação
e judiciárias de outro Estado membro da União
Europeia. 1 - Os tribunais comunicam aos órgãos de polícia criminal
as decisões que apliquem o disposto nos artigos 29.º
Artigo 36.º a 36.º, devendo estes transmitir aos promotores dos
Medida de coação de interdição de acesso a recintos espetáculos desportivos em causa a aplicação das
desportivos decisões a que se referem os artigos 35.º e 36.º
2 - Sempre que solicitado, os órgãos de polícia criminal
1 - Se houver fortes indícios da prática de crime previsto enviam as informações a que se refere o número
na presente lei, o juiz pode impor ao arguido as anterior ao IPDJ, I. P.
medidas de: 3 - A aplicação das penas e medidas a que se referem os
a) Interdição de acesso ou permanência a recinto artigos 35.º e 36.º é comunicada ao ponto nacional
desportivo dentro do qual se realizem espetáculos de informações sobre futebol, tendo em vista,
desportivos da modalidade em que ocorreram os nomeadamente, sempre que seja imprescindível, a
factos; e ou comunicação da decisão judicial portuguesa de
b) Proibição de se aproximar de qualquer recinto aplicação de pena às autoridades policiais e
desportivo, durante os 30 dias anteriores à data judiciárias de outro Estado membro da União
da realização de qualquer espetáculo desportivo e Europeia.
no dia da realização do mesmo.

528
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

SECÇÃO II desportivo e anéis de segurança, em violação do


Ilícitos de mera ordenação social disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 8.º;
b) O incumprimento do dever de proteção dos
Artigo 39.º indivíduos que sejam alvo de ameaças e os bens e
Contraordenações pertences destes, designadamente facilitando a
respetiva saída de forma segura do complexo
1 - Constitui contraordenação, para efeitos do disposto desportivo, ou a sua transferência para setor
na presente lei: seguro, em coordenação com os elementos da
a) A introdução, venda e consumo de bebidas força de segurança, em violação do disposto na
alcoólicas no anel ou perímetro de segurança e no alínea d) do n.º 1 do artigo 8.º;
interior do recinto desportivo, exceto nas zonas c) O incumprimento do dever de adoção de
criadas para o efeito, nos termos da alínea f) do regulamentos de segurança e de utilização dos
n.º 2 do artigo 7.º; espaços de acesso público do recinto desportivo,
b) A introdução, transporte e venda nos recintos em violação do disposto na alínea e) do n.º 1 do
desportivos de bebidas ou outros produtos artigo 8.º;
contidos em recipientes que não sejam feitos de d) O incumprimento do dever de designação do
material leve não contundente; coordenador de segurança, em violação do
c) A introdução, venda e aluguer ou distribuição nos disposto na alínea f) do n.º 1 do artigo 8.º;
recintos desportivos de almofadas que não sejam e) A violação do dever de garantir o cumprimento de
feitas de material leve não contundente; todas as regras e condições de acesso e de
d) A prática de atos ou o incitamento à violência, ao permanência de espetadores no recinto
racismo, à xenofobia e à intolerância nos desportivo, em violação do disposto na alínea g)
espetáculos desportivos, sem prejuízo de outras do n.º 1 do artigo 8.º;
sanções aplicáveis; f) A violação do dever de impedir o acesso ao recinto
e) A utilização nos recintos desportivos de buzinas desportivo, relativamente a quaisquer indivíduos
alimentadas por baterias, corrente elétrica ou aos quais tenha sido aplicada medida de
outras formas de energia, bem como quaisquer interdição de acesso a recintos desportivos, pena
instrumentos produtores de ruídos instalados de de privação do direito de entrar em recintos
forma fixa, com exceção da instalação sonora do desportivos ou sanção acessória de interdição de
promotor do espetáculo desportivo; acesso a recintos desportivos, em violação do
f) A utilização de dispositivos luminosos tipo luz laser, disposto na subalínea i) da alínea h) do n.º 1 do
que, pela sua intensidade, seja capaz de provocar artigo 8.º;
danos físicos ou perturbar a concentração e o g) A violação do dever de impedir a obtenção de
desempenho dos atletas; quaisquer benefícios concedidos pelo clube,
g) A introdução ou utilização de substâncias ou associação ou sociedade desportiva,
engenhos explosivos, artigos de pirotecnia, ou relativamente a quaisquer indivíduos aos quais
objetos que produzam efeitos similares, sem tenha sido aplicada medida de interdição de
prejuízo de outras sanções aplicáveis; acesso a recintos desportivos, pena de privação do
h) O arremesso de objetos, fora dos casos previstos direito de entrar em recintos desportivos ou
no artigo 31.º sanção acessória de interdição de acesso a
recintos desportivos, em violação do disposto na
2 - À prática dos atos previstos nas alíneas d), f), g) e h) subalínea ii) da alínea h) do n.º 1 do artigo 8.º;
do número anterior, quando praticados contra h) O incumprimento dos deveres de correção,
pessoas com deficiência e ou incapacidades, aplica-se moderação e respeito relativamente a outros
o regime contraordenacional previsto na Lei n.º promotores de espetáculos desportivos e
46/2006, de 28 de agosto. organizadores de competições desportivas,
associações, clubes, sociedades desportivas,
Artigo 39.º-A agentes desportivos, adeptos, autoridades
Contraordenações referentes a promotores, públicas, elementos da comunicação social e
organizadores e proprietários outros intervenientes no espetáculo desportivo,
em violação do disposto na alínea i) do n.º 1 do
1 - Constitui contraordenação a prática pelo promotor do artigo 8.º;
espetáculo desportivo dos seguintes atos: i) O incitamento ou a defesa públicas da violência, do
a) O incumprimento do dever de assunção da racismo, da xenofobia, da intolerância ou do ódio,
responsabilidade pela segurança do recinto nomeadamente através da realização de críticas

529
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

ou observações violentas, que utilizem sociedade desportiva, ou o não fornecimento da


terminologia desrespeitosa, que façam uso da mesma às autoridades judiciárias, administrativas
injúria, difamação ou ameaça, ou que afetem a e policiais competentes, em violação do disposto
realização pacífica e ordeira dos espetáculos na alínea n) do n.º 1 do artigo 8.º;
desportivos e a relação entre quaisquer entidades, c) O incumprimento do dever de reservar, nos
grupos ou indivíduos envolvidos na sua recintos desportivos que lhe estão afetos, uma ou
concretização, ou a adoção de comportamentos mais áreas específicas para os filiados dos grupos
desta natureza, em violação do disposto na alínea organizados de adeptos, em violação do disposto
j) do n.º 1 do artigo 8.º; no n.º 2 do artigo 16.º;
j) O incumprimento do dever de zelar por que d) A cedência ou venda de bilhetes a grupos
dirigentes, técnicos, jogadores, pessoal de apoio organizados de adeptos em violação do disposto
ou representantes dos clubes, associações ou no n.º 3 do artigo 16.º;
sociedades desportivas ajam de acordo com os e) A permissão de acesso ou ingresso em áreas
preceitos das alíneas h) e i); destinadas aos filiados dos grupos organizados de
k) O incumprimento das obrigações a que se refere o adeptos, em violação do disposto no n.º 4 do
n.º 1 do artigo 18.º, fixadas, na matéria, ao abrigo artigo 16.º
do regime jurídico das instalações desportivas de 2 - Constitui contraordenação:
uso público e respetiva regulamentação; a) A atribuição de qualquer apoio, nomeadamente
l) A falta de requisição de policiamento de espetáculo através da concessão de facilidades de utilização
desportivo, em violação do disposto na alínea o) ou cedência de instalações, de apoio técnico,
do n.º 1 do artigo 8.º financeiro ou material, em violação do disposto no
2 - Constitui contraordenação a prática pelo organizador n.º 2 do artigo 14.º;
da competição desportiva do disposto nas alíneas h), b) A atribuição de qualquer apoio a grupos
i) e j) do número anterior, bem como o organizados de adeptos que adotem sinais,
incumprimento do dever de aprovação dos símbolos e ou expressões que incitem à violência,
regulamentos internos em matéria de prevenção e ao racismo, à xenofobia, à intolerância nos
punição das manifestações de violência, racismo, espetáculos desportivos, ou a qualquer outra
xenofobia e intolerância nos espetáculos desportivos, forma de discriminação, ou que traduzam
neste caso, em violação do disposto n.º 2 do artigo manifestações de ideologia política, em violação
8.º do disposto no n.º 5 do artigo 14.º;
3 - Constitui contraordenação a prática pelo proprietário c) Não assegurar a fiscalização devida, em violação do
do recinto desportivo do disposto na alínea c) do n.º disposto no n.º 6 do artigo 14.º;
1, em violação do disposto n.º 3 do artigo 8.º d) A atribuição de qualquer apoio por qualquer outra
entidade que pretenda concedê-los a grupo
Artigo 39.º-B organizado de adeptos, em violação do disposto
Contraordenações relativas ao regime dos grupos no n.º 9 do artigo 14.º;
organizados de adeptos em especial e) A violação da obrigação de confirmação prévia
junto do IPDJ, I. P., da suscetibilidade de
1 - Constitui contraordenação a prática pelo promotor do atribuição de quaisquer facilidades ou apoios a
espetáculo desportivo dos seguintes atos: determinado grupo organizado de adeptos, em
a) O incumprimento do dever de zelar por que os violação do disposto no n.º 10 do artigo 14.º;
grupos organizados de adeptos do respetivo f) A atribuição de qualquer apoio a grupos
clube, associação ou sociedade desportiva organizados de adeptos que não se encontrem
participem do espetáculo desportivo sem recurso previamente registados ou cujo registo tenha sido
a práticas violentas, racistas, xenófobas, ofensivas, suspenso ou anulado, em violação do disposto no
ou que perturbem a ordem pública ou o curso n.º 6 do artigo 15.º
normal, pacífico e seguro da competição e de toda
a sua envolvência, nomeadamente, no curso das Artigo 40.º
suas deslocações e nas manifestações que Coimas
realizem dentro e fora de recintos, em violação do
disposto na alínea m) do n.º 1 do artigo 8.º; 1 - Constitui contraordenação, punida com coima entre
b) O incumprimento do dever de manter uma lista (euro) 250 e (euro) 3740, a prática do ato previsto na
atualizada dos adeptos de todos os grupos alínea c) do n.º 1 do artigo 39.º
organizados do respetivo clube, associação ou

530
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

2 - Constitui contraordenação, punida com coima entre e) Da situação económica do agente, para o que deve
(euro) 500 e (euro) 5000, a prática dos atos previstos atender-se, no caso dos promotores dos
nas alíneas b), e) e f) do n.º 1 do artigo 39.º espetáculos desportivos e dos organizadores das
3 - Constitui contraordenação, punida com coima entre competições desportivas, ao volume de negócios,
(euro) 750 e (euro) 10 000, a prática dos atos nomeadamente ao cálculo das receitas
previstos nas alíneas a), d), g) e h) do n.º 1 do artigo provenientes das quotizações dos associados, dos
39.º resultados das bilheteiras, da publicidade e da
4 - Constitui contraordenação, punida com coima entre venda de direitos de transmissão televisiva;
(euro) 1000 e (euro) 50 000, a prática dos atos f) Do benefício económico que o agente retirou da
previstos na alínea j) do n.º 1 do artigo 39.º-A, bem prática da contraordenação;
como dos previstos no n.º 2 do mesmo artigo por g) Dos antecedentes do agente na prática de
referência ao disposto na referida alínea j) do n.º 1, infrações à presente lei;
assim como daqueles previstos na alínea c) do n.º 1 h) Da conduta anterior e posterior do agente e das
do artigo 39.º-B. exigências de prevenção.
5 - Constitui contraordenação, punida com coima entre
(euro) 1500 e (euro) 100 000, a prática dos atos 2 - (Revogado.)
previstos nas alíneas c), e), g) e h) do n.º 1 do artigo
39.º-A, dos previstos no n.º 2 do mesmo artigo por Artigo 41.º-A
referência ao disposto na alínea h) do n.º 1, dos Reincidência
descritos na segunda parte do n.º 2 e no n.º 3 do
mesmo artigo, bem como daqueles previstos nas 1 - Considera-se reincidente quem pratica uma
alíneas b), d) e e) do n.º 1 e na alínea e) do n.º 2 do contraordenação no prazo de um ano após ter sido
artigo 39.º-B. condenado por outra contraordenação se, de acordo
6 - Constitui contraordenação, punida com coima entre com as circunstâncias do caso, o agente for de
(euro) 2500 e (euro) 200 000, a prática dos atos censurar em virtude de a condenação ou as
previstos nas alíneas a), b), d), f), i), k) e l) do n.º 1 do condenações anteriores não lhe terem servido de
artigo 39.º-A, dos previstos no n.º 2 do mesmo artigo suficiente advertência.
por referência ao disposto na alínea i) do n.º 1, bem 2 - Em caso de reincidência, os limites mínimos e
como daqueles previstos na alínea a) do n.º 1 e nas máximos da coima são elevados em um terço do
alíneas a), b), c), d) e f) do n.º 2 do artigo 39.º-B. respetivo valor.
7 - Os agentes desportivos que, por qualquer forma, 3 - Em caso de reincidência nas violações de deveres pelo
praticarem ou incitarem à prática dos atos a que se promotor do espetáculo desportivo pode ser aplicada
refere o n.º 1 do artigo 39.º são punidos com coimas a sanção acessória de realização de espetáculos
elevadas, nos seus montantes mínimo e máximo, desportivos à porta fechada enquanto a situação se
para o dobro do previsto nos números anteriores, mantiver, até ao limite de uma época desportiva.
respetivamente.
8 - A tentativa é punível, sendo os limites mínimo e Artigo 42.º
máximo da coima aplicável reduzidos de um terço. Sanções acessórias
9 - A negligência é punível, sendo os limites mínimo e
máximo da coima aplicável reduzidos a metade. 1 - A condenação por contraordenação prevista nas
alíneas d), g) e h) do n.º 1 do artigo 39.º pode
Artigo 41.º determinar, em função da gravidade da infração e da
Determinação da medida da coima culpa do agente, a aplicação da sanção acessória de
interdição de acesso a recintos desportivos por um
1 - A determinação da medida da coima, dentro dos seus período de até 2 anos.
limites, faz-se em função: 2 - O disposto nos n.ºs 2 e 3 do artigo 35.º e no artigo
a) Da gravidade da contraordenação; 38.º aplica-se, com as necessárias adaptações, aos
b) Da culpa do agente; casos a que se refere o presente artigo.
c) No caso de o agente ser o promotor do espetáculo 3 - A condenação por contraordenação prevista nos
desportivo, do facto de ser detentor do estatuto artigos 39.º-A e 39.º-B pode determinar, em função
de sociedade desportiva ou de pessoa coletiva da gravidade da infração e da culpa do agente, a
sem fins lucrativos; aplicação da sanção acessória de realização de
d) Da qualidade de encarregado de educação de espetáculos desportivos à porta fechada, por um
praticante desportivo que se encontra a participar período de até 12 espetáculos.
em competições de escalões juvenis e inferiores;

531
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 43.º Artigo 46.º


Instrução e aplicação de coimas e sanções acessórias Sanções disciplinares por atos de violência

1 - A instrução dos processos e a aplicação das coimas e 1 - A prática de atos de violência é punida, conforme a
das sanções acessórias previstas na presente lei são respetiva gravidade, com as seguintes sanções:
da competência do IPDJ, I. P. a) Interdição do recinto desportivo, e, bem assim, a
2 - O IPDJ, I. P., deve comunicar à Secretária-Geral do perda dos efeitos desportivos dos resultados das
Ministério da Administração Interna a abertura dos competições desportivas, nomeadamente os
processos de contraordenação, o arquivamento e a títulos e os apuramentos, que estejam
aplicação das sanções que ao caso caibam. relacionadas com os atos que foram praticados e,
3 - As decisões finais dos processos de contraordenação ainda, a perda, total ou parcial, de pontos nas
instaurados pela prática de atos xenófobos ou classificações desportivas;
racistas são também comunicados à Comissão para a b) Realização de espetáculos desportivos à porta
Igualdade e Contra a Discriminação Racial. fechada;
4 - Para efeitos do disposto no n.º 1, as forças de c) Multa.
segurança remetem ao IPDJ, I. P., os respetivos autos.
2 - As sanções previstas na alínea a) do número anterior
Artigo 44.º são aplicáveis, consoante a gravidade dos atos e das
Produto das coimas suas consequências, aos clubes, associações e
sociedades desportivas intervenientes no respetivo
1 - O produto das coimas reverte em: espetáculo desportivo cujos sócios, adeptos ou
simpatizantes pratiquem uma das seguintes
a) 60 % para o Estado; infrações:
b) 20 % para o IPDJ, I. P.;
c) 10 % para o suporte de encargos com o a) Agressão aos agentes desportivos, elementos das
policiamento de espetáculos desportivos, nos forças de segurança em serviço, ponto de
termos do Decreto-Lei n.º 216/2012, de 9 de contacto para a segurança, coordenador de
outubro; segurança, assistentes de recinto desportivo, bem
d) 10 % para a força de segurança que levanta o auto. como a todas as pessoas autorizadas por lei ou
por regulamento a permanecerem na área do
2 - Relativamente a coimas aplicadas em virtude de espetáculo desportivo que levem o árbitro, juiz ou
contraordenações praticadas nas regiões autónomas, cronometrista, justificadamente, a não dar início
o produto das coimas reverte em: ou reinício ao espetáculo desportivo ou mesmo
a) 60 % para a região autónoma; dá-lo por findo antes do tempo regulamentar;
b) 20 % para o IPDJ, I. P.; b) Invasão da área do espetáculo desportivo que, de
c) 10 % para o suporte de encargos com o forma justificada, impeça o início ou conclusão do
policiamento de espetáculos desportivos, nos espetáculo desportivo;
termos do Decreto-Lei n.º 216/2012, de 9 de c) Ocorrência, antes, durante ou após o espetáculo
outubro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 52/2013, desportivo, de agressões às pessoas referidas na
de 17 de abril; alínea a) que provoquem lesões de especial
d) 10 % para a força de segurança que levanta o auto. gravidade, quer pela sua natureza, quer pelo
tempo e grau de incapacidade.
Artigo 45.º 3 - A sanção de realização de espetáculos desportivos à
Direito subsidiário porta fechada é aplicável às entidades referidas no
número anterior cujos sócios, adeptos ou
O processamento das contraordenações e a aplicação das simpatizantes pratiquem uma das seguintes
correspondentes sanções previstas na presente lei estão infrações:
sujeitos ao regime geral das contraordenações.
a) Agressões sobre as pessoas referidas na alínea a)
SECÇÃO III do número anterior;
Ilícitos disciplinares b) Ocorrência de distúrbios ou invasão da área do
espetáculo desportivo que provoquem, de forma
injustificada, o atraso no início ou reinício do
espetáculo desportivo ou levem à sua interrupção
não definitiva;

532
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

c) Agressões sobre os espetadores ou sobre os um a cinco espetáculos desportivos, implicando a


elementos da comunicação social, dentro do reincidência na mesma época desportiva o
recinto desportivo, antes, durante ou após o agravamento da sanção para, pelo menos, o dobro da
espetáculo desportivo, que determinem lesões de sanção anterior.
especial gravidade, quer pela sua natureza quer
pelo tempo de incapacidade. Artigo 49.º
4 - Sem prejuízo das sanções previstas nos números Realização de competições
anteriores, a sanção de multa é aplicada nos termos
previstos nos regulamentos dos organizadores da No caso de interdição dos recintos desportivos, as
competição desportiva ou dos promotores do competições desportivas que ao promotor do espetáculo
espetáculo desportivo, quando se verificar a prática desportivo interditado caberia realizar como visitado
das seguintes infrações: efetuam-se em recinto a indicar, pela federação ou pela
liga profissional, consoante se trate, respetivamente, de
a) Agressões previstas na alínea c) do número competição desportiva profissional ou não profissional, e
anterior que não revistam especial gravidade; nos termos dos regulamentos adotados.
b) A prática de ameaças e ou coação contra as
pessoas ou entidades referidas na alínea a) do CAPÍTULO IV
número anterior; Disposições finais e transitórias
c) Ocorrência de distúrbios que provoquem, de forma
injustificada, o atraso no início ou reinício do Artigo 50.º
espetáculo desportivo ou levem à sua interrupção Prazos para a execução de determinadas medidas
não definitiva.
5 - Se das situações previstas no número anterior 1 - Deve ocorrer até ao início da época de 2009-2010:
resultarem danos para as infraestruturas desportivas a) A adoção da regulamentação prevista no artigo 5.º,
que ponham em causa as condições de segurança, o pelo organizador da competição desportiva;
recinto desportivo permanece interdito pelo período b) O cumprimento do disposto no artigo 15.º, pelo
necessário à reposição das mesmas. grupo organizado de adeptos;
c) A instalação do sistema de videovigilância previsto
Artigo 47.º no artigo 18.º pelo promotor do espetáculo
Outras sanções desportivo.

1 - Os promotores de espetáculos desportivos que violem 2 - Aos promotores do espetáculo desportivo que
o disposto nos artigos 19.º e 21.º incorrem em obtenham o direito de participar em competições
sanções disciplinares e pecuniárias, que devem ser desportivas de natureza profissional, por subida de
aplicadas pela respetiva federação e liga profissional, escalão ou por qualquer outro procedimento previsto
nos termos dos respetivos regulamentos. em normas regulamentares das competições, o prazo
2 - Incorrem igualmente nas referidas sanções os para se adequarem ao disposto na presente lei é de
promotores que emitirem títulos de ingresso em dois anos, contados desde o início da época
violação do disposto nos n.ºs 3 e 5 do artigo 26.º desportiva em que esse direito seja obtido.

Artigo 48.º Artigo 51.º


Procedimento disciplinar Incumprimento

1 - As sanções previstas nas alíneas a) e b) do n.º 1 do Os promotores do espetáculo desportivo que, findo os
artigo 46.º só podem ser aplicadas mediante a prazos referidos no artigo anterior, não cumpram os
instauração de procedimento disciplinar a efetuar requisitos neste previstos, ficam inibidos de realizar
pelo organizador da competição desportiva. qualquer competição desportiva de natureza profissional.
2 - O procedimento disciplinar referido no número
anterior inicia-se com os relatórios do árbitro, das
forças de segurança, do ponto de contacto para a
segurança, do coordenador de segurança e do
delegado do organizador da competição desportiva.
3 - A entidade competente para aplicar as sanções de
interdição ou de espetáculos desportivos à porta
fechada gradua a sanção a aplicar por um período de

533
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 52.º
Norma revogatória

É revogada a Lei n.º 16/2004, de 11 de maio, e o artigo


6.º do Decreto-Lei n.º 238/92, de 29 de outubro.

Artigo 53.º
Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor 30 dias após a data da sua


publicação.

534
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 322-A/2001, de 14 de dezembro20 encontro das preocupações de simplificação e


Regulamento Emolumentar dos Registos e sistematização, tornando mais transparente o regime
Notariado emolumentar dos registos e notariado, que passa a
revestir a natureza de decreto-lei. O aumento da
(com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º dignidade do instrumento legislativo de suporte
315/2002, de 27 de dezembro, Lei n.º 32-B/2002, de 30 possibilita uma maior transparência e publicidade na
de dezembro, Decreto-Lei n.º 194/2003, de 24 de agosto aplicação do regime, essencial para a boa aceitação do
(Declaração de Retificação n.º 11-I/2003, de 30 de tributo pelos administrados e para a parificação da
setembro de 2003), Decreto-Lei n.º 53/2004, de 18 de tributação emolumentar em relação às restantes taxas
março, Decreto-Lei n.º 199/2004, de 18 de agosto, existentes no ordenamento jurídico nacional.
Decreto-Lei n.º 111/2005, de 8 de julho; Decreto-Lei n.º
178-A/2005, de 28 de outubro, (Declaração de O movimento de codificação que foi efetuado permitiu,
Retificação n.º 89/2005, de 27 de dezembro), Decreto-Lei pela primeira vez, a construção de uma verdadeira lógica
n.º 76-A/2006, de 29 de março, Decreto-Lei n.º 85/2006, sistemática entre os diferentes tipos de tributação, bem
de 23 de maio, Decreto-Lei n.º 125/2006, de 29 de junho, como coerência interna intrínseca. Até hoje, os
Decreto-Lei n.º 237-A/2006, de 14 de dezembro, Decreto- diferentes tipos emolumentares, no seguimento de uma
Lei n.º 8/2007, de 17 de janeiro, Decreto-Lei n.º 263- lógica corporativa ancestral e que fundamentou o
A/2007, de 23 de julho; Lei n.º 40/2007, de 24 de agosto, aparecimento da função no Norte da Europa, evoluíam
Decreto-Lei n.º 324/2007, de 28 de setembro; Decreto-Lei lado a lado, porém, sem uma coerência intrínseca,
n.º 20/2008, de 31 de janeiro, Decreto-Lei n.º 73/2008, essencial para um correto desempenho da função, que
16 de abril, Decreto-Lei n.º 116/2008, de 4 de julho, só é justificada se analisada e aplicada de uma forma
(Declaração de Retificação n.º 47/2008, de 25 de agosto), compreensiva e coordenada.
Decreto-Lei n.º 247-B/2008, de 30 de dezembro, Decreto-
Lei n.º 122/2009, de 21 de maio, Decreto-Lei n.º Esse esforço de codificação justifica a aprovação de um
185/2009, de 12 de agosto, Decreto-Lei n.º 99/2010, de 2 único regulamento emolumentar abarcando todos os
de setembro, Decreto-Lei n.º 209/2012, de 19 de regimes anteriormente tratados de uma forma
setembro, (Declaração de Retificação n.º 65/2012, de 16 desconexa e autónoma.
de novembro), Lei n.º 63/2012, de 10 de dezembro,
Decreto-Lei n.º 19/2015, de 3 de fevereiro, e Decreto-Lei O Regulamento Emolumentar dos Registos e Notariado
n.º 201/2015, de 17 de setembro) foi organizado em três capítulos.

O primeiro capítulo contém os princípios e normas gerais


A reforma da tributação emolumentar corporizada na de interpretação aplicáveis a todas as rubricas
criação do Regulamento Emolumentar dos Registos e subsequentes. É absolutamente inovador e introduz um
Notariado foi regida pelos objetivos de simplificação e elevado grau de coerência na aplicação de todos os tipos
codificação dos emolumentos dos registos e notariado, de tributação subsequentes. Salientam-se os seguintes
construção de um sistema de gestão da receita aspetos:
emolumentar e adaptação da tributação emolumentar à i) Definição do âmbito de incidência subjetiva - refere-
jurisprudência do Tribunal de Justiça das Comunidades se que estão sujeitos a tributação emolumentar o
Europeias relativa à diretiva sobre reunião de capitais. Estado, as Regiões Autónomas, as autarquias
locais, os fundos e serviços autónomos e as
O novo ambiente globalizado regido por padrões de entidades que integrem o sector empresarial do
eficiência na ação dos agentes obriga que o Estado Estado, das Regiões Autónomas e das autarquias
proceda a uma redução dos padrões de complexidade do locais, bem como as pessoas singulares ou
tráfego jurídico, sob pena da inviabilização dos esforços coletivas de direito privado, independentemente
dos sujeitos de aumentar os seus padrões de da forma jurídica de que se revistam. Assim, todas
competitividade. Esse esforço constitui uma verdadeira as situações de privilégio não justificadas
obrigação dos entes públicos perante os administrados, terminaram, numa lógica de eficiência acrescida,
quer revistam uma natureza comercial quer consistam no exercício da atividade pública;
em simples cidadãos individualmente considerados. ii) Estabelecimento de uma norma de
proporcionalidade - sendo a função notarial e
O presente Regulamento Emolumentar, ao corporizar registral assente numa base prestacional,
uma verdadeira codificação nesta matéria, vem ao constitui elemento essencial na construção de
todo o edifício tributário o estabelecimento de
20
uma regra de proporcionalidade. Nestes termos, a
Texto consolidado retirado da base de dados Datajuris.

535
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

tributação emolumentar constituirá a retribuição Uma das principais dificuldades na elaboração do novo
dos atos praticados e será calculada com base no Regulamento Emolumentar baseou-se na inexistência de
custo efetivo do serviço prestado, tendo em uma informação sistemática relativamente ao montante
consideração a natureza dos atos, a sua de receita de cada um dos tipos tributários. De fato, os
complexidade e o valor da sua utilidade únicos elementos disponíveis resultavam do cruzamento
económico-social; das estatísticas dos registos e notariado do Gabinete de
iii) Reforma do sistema de isenções e reduções Política Legislativa do Ministério da Justiça (que contém
emolumentares - tendo em consideração a apenas o número de atos numa discriminação
situação de total descontrolo e indisciplina ao excessivamente agregada) com os reportes de receita
nível das isenções, fruto de anos de legislação efetuados pelos cartórios e registos ao Instituto de
extravagante que previa situações de privilégio de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça (em termos
uma forma não sistemática e, por vezes, com líquidos e totalmente agregados). Só após um esforço de
justificação duvidosa, atentando, de uma forma consolidação total de todos os reportes, expurgando-se
gravíssima, o princípio da igualdade. Perante esta os elementos distorcivos presentes, se conseguiu uma
situação de fato, prevê-se na atual proposta a visão mais ou menos próxima do produto de cada uma
revogação de todas as isenções ou reduções das rubricas.
anteriormente previstas, com exceção das
isenções ou reduções de carácter estrutural, e Foi então possível desenvolver o trabalho de
propõe-se o sistema de inclusão de todas as novas apuramento do custo efetivo de cada ato notarial e
isenções no diploma, de forma a melhorar o registral, base de construção de nova tabela, de acordo
controlo e a sua aplicação. com o princípio de proporcionalidade.
O segundo capítulo vem estabelecer as normas gerais de
aplicação, bem como regular, em termos substanciais, os Ora, o presente Regulamento Emolumentar foi
diferentes tipos de atividade notarial e registral, tendo organizado numericamente (v. capítulo III) de forma a
em consideração as suas especialidades e lógica próprias. permitir uma avaliação on time da proveniência dos
Apesar de se ter efetuado um enorme esforço de fluxos de receita, o que possibilitará, pela primeira vez,
uniformização de procedimentos e de conceitos, não foi uma verdadeira gestão do tributo.
possível, ainda, atingir o movimento de uniformização
desejável. Porém, tal será possível através da prática de Este novo sistema permitirá, pois, a atualização
aplicação do novo Regulamento, que, pela primeira vez, atempada dos montantes das taxas previstos, garantindo
foi construído numa lógica de corpo único, e não como a proporcionalidade da tributação pela sistemática e
portaria retalhada e totalmente segmentada. permanente atualização dos tipos de receita
relativamente aos fluxos de despesa verificados ano a
Por sua vez, o terceiro capítulo contém o tabelamento ano, bem como a avaliação da receita cessante derivada
dos atos. Foi dividido em secções, considerando os da existência de isenções ou reduções emolumentares.
diversos tipos tributários. Assim, a primeira secção diz
respeito ao registo civil e nacionalidade, a segunda ao A adaptação da tributação emolumentar à jurisprudência
notariado, a terceira ao registo predial, a quarta ao do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias (TJCE)
registo comercial, a quinta ao Registo Nacional de relativa à Diretiva n.º 65/335/CEE, sobre reunião de
Pessoas Coletivas, a sexta ao registo de navios, a sétima capitais, foi o motivo que despoletou todo este esforço
ao registo de automóveis, a oitava a identificação civil, e, de reforma. Porém, como se pode verificar pelo que foi
depois, mais duas outras secções residuais, relativas aos referido anteriormente, o resultado desta reforma
emolumentos comuns, e a décima às isenções, tendo ultrapassou em muito este intuito inicial.
esta última por escopo a codificação de todas as isenções
futuras, sendo o local próprio para a sua inclusão ao Ora, no presente Regulamento Emolumentar não se
longo do tempo. referem quaisquer taxas proporcionais, atentatórias,
segundo o TJCE, do carácter remuneratório do tributo, e
Os tipos tributários presentes neste terceiro capítulo todas as taxas específicas foram calculadas de acordo
resultam de um enorme esforço de simplificação das com os critérios objetivos sucessivamente emanados
rubricas e de criação de novas formas de tributação pelo Tribunal na sua jurisprudência recente. Não se
adaptadas às novas realidades. Tendo como base o prevê, igualmente, qualquer elemento de solidariedade
trabalho desenvolvido pelo conselho técnico, ressalta, entre empresas ou quaisquer outros sujeitos passivos,
em termos essenciais, a nova consistência lógica baseando-se os escalões existentes simplesmente em
impressa no sistema de tributação, que só por isso o reduções de taxas de remuneração de determinados
torna mais transparente e eficiente. serviços, que ficam assim abaixo do custo, tendo em

536
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

consideração a reduzida capacidade contributiva de Artigo 2.º


alguns sujeitos. Nestes termos, a solidariedade entre Norma revogatória
sujeitos não é alcançada pela oneração em excesso dos
sujeitos que revelam superior capacidade tributária mas 1 - São revogados:
pela redução da imposição aos que revelam menos a) O Decreto-Lei n.º 171/91, de 10 de maio;
capacidade, sem compensação em qualquer oneração b) A Portaria n.º 996/98, de 25 de novembro, exceto
suplementar dos restantes. nas disposições relativas aos emolumentos
pessoais e respetivas regras de distribuição;
Finalmente, tendo em consideração a existência de um
c) A Portaria n.º 709/2000, de 4 de setembro;
núcleo básico de elementos de cidadania, não fazia
d) A Portaria n.º 942/93, de 27 de setembro;
sentido que o Estado viesse a tributar situações que, aí
e) Os artigos 300.º e 301.º do Código do Registo Civil;
contidas, decorriam de atos não voluntários.
f) O artigo 20.º da Lei n.º 37/81, de 3 de outubro (Lei
da Nacionalidade);
Esta tributação existente até agora fundava-se, pois,
g) O n.º 1 do artigo 191.º do Código do Notariado;
numa postura errada de tributação de funções que se
h) Os n.ºs 1 e 2 do artigo 152.º do Código do Registo
inserem no fundamento básico prestacional por parte do
Predial;
Estado, onde, em tese, nem sequer existe um serviço
i) O artigo 45.º da Lei n.º 33/99, de 18 de maio (Lei de
público suscetível de remuneração, tanto mais que os
Identificação Civil);
atos revestem um carácter não voluntário, encontrando-
j) O n.º 3 do artigo 164.º do Código do Notariado.
se o sujeito numa posição de mera sujeição de que o
Estado não se pode aproveitar, sob pena de negação de 2 - São ainda revogadas todas as outras normas que
todos os princípios subjacentes ao Estado social de prevejam isenções ou reduções emolumentares
direito. relativamente a atos praticados nos serviços dos
registos e do notariado, com exceção das previstas no
Dessa forma, foi efetuada a opção de total gratuitidade Decreto-Lei n.º 404/90, de 21 de dezembro.
relativamente aos atos do registo civil que revestem um 3 - O disposto no número anterior não abrange as
carácter não voluntário. Esse encargo é, pois, sustentado, isenções ou reduções emolumentares de que
na íntegra, pelo Estado, não sendo sequer repercutido beneficiam os atos inseridos:
nos outros tipos tributários. a) No regime das contas poupança-habitação;
b) No regime da Zona Franca da Madeira e Santa
Finalmente, tendo em consideração que o princípio Maria;
básico adotado é o princípio da correspondência ao custo c) Nos processos especiais de recuperação de
efetivo e tendo em consideração o processo de empresas;
informatização dos registos e notariado em curso, que d) Nas operações de emparcelamento.
será concluído no final de 2002, prevê-se que o presente
Regulamento Emolumentar será sujeito a uma revisão 4 - Para efeitos do disposto no artigo 4.º do Regulamento
bianual em função das variações da despesa efetiva Emolumentar aprovado pelo presente diploma,
decorrentes de análises de custos. considera-se que as isenções e reduções previstas no
número anterior têm carácter estrutural.
Assim:
No uso da autorização legislativa concedida ao Governo Artigo 3.º
pelo n.º 2 do artigo 10.º da Lei n.º 85/2001, de 4 de Identificação civil
agosto, e nos termos das alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo
198.º da Constituição, o Governo decreta, para valer As normas respeitantes à identificação civil são aplicadas
como lei geral da República, o seguinte: independentemente da integração dos serviços de
identificação civil no registo civil.
Artigo 1.º
Aprovação do Regulamento Emolumentar dos Registos Artigo 4.º
e Notariado Emolumentos pessoais

É aprovado o Regulamento Emolumentar dos Registos e Para efeitos do disposto no n.º 1 do artigo 9.º do
Notariado, que faz parte integrante do presente decreto- Regulamento Emolumentar dos Registos e Notariado,
lei. são mantidas em vigor as normas sobre emolumentos
pessoais, bem como as regras relativas à sua distribuição,
constantes das anteriores tabelas emolumentares,
aplicáveis com as necessárias adaptações.

537
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 5.º 6 - É gratuito o reconhecimento presencial de assinatura


Revisão efetuado em declarações ou requerimentos para fins
de atribuição da nacionalidade portuguesa.
1 - O Regulamento Emolumentar será sujeito a uma
revisão bianual em função das variações da despesa Artigo 9.º
efetiva decorrentes de análises de custos. Aplicação da lei no tempo
2 - O valor das taxas e emolumentos, incluindo os
comuns, aplicáveis aos atos de registo civil e de 1 - O Regulamento Emolumentar aplica-se a todos os
nacionalidade, de identificação civil, do notariado, do atos requeridos após a sua entrada em vigor.
registo nacional de pessoas coletivas e de registo 2 - Para efeitos do número anterior, nos casos de
predial, comercial, de navios e de automóveis é pedidos de atos apresentados por intermédio dos
fixado por portaria do membro do Governo notários, nos termos do Decreto-Lei n.º 267/93 de 31
responsável pela área da Justiça, atendendo ao de julho, é considerado pedido formal do interessado
princípio da proporcionalidade. o apresentado pelo notário no serviço competente.

Artigo 6.º REGULAMENTO EMOLUMENTAR DOS REGISTOS E


NOTARIADO
(Revogado.)
CAPÍTULO I
Artigo 7.º Princípios e normas gerais de interpretação
Isenções e reduções emolumentares
Artigo 1.º
1 - As isenções ou reduções emolumentares que venham Tributação emolumentar
a ser criadas após a entrada em vigor do
Regulamento Emolumentar deverão ser inseridas no 1 - Os atos praticados nos serviços dos registos e do
seu artigo 28.º. notariado estão sujeitos a tributação emolumentar,
2 - Sempre que sobre o mesmo fato incida mais de uma nos termos fixados na tabela anexa, sem prejuízo dos
redução emolumentar é aplicável a que for mais casos de gratuitidade, isenção ou redução previstos
favorável. no presente diploma.
3 - Mediante protocolo com o IRN, I. P., podem ser 2 - As isenções e reduções emolumentares estabelecidas
estabelecidos montantes e formas de pagamento na lei não abrangem a participação emolumentar e os
específicos para pedidos de certidão. emolumentos pessoais devidos aos conservadores,
notários e oficiais dos registos e do notariado pela sua
Artigo 8.º intervenção nos atos.
Atos gratuitos
Artigo 2.º
1 - São gratuitas as certidões, fotocópias, informações e Incidência subjetiva
outros documentos de caráter probatório, bem como
o acesso e consultas a bases de dados, solicitadas Estão sujeitos a tributação emolumentar todas as
pela Direção-Geral dos Impostos, por entidades pessoas singulares, bem como todas as pessoas coletivas,
judiciais, bem como por entidades que prossigam fins independentemente da natureza ou forma jurídica que
de investigação criminal. revistam, designadamente o Estado, as Regiões
2 - É gratuito o acesso às bases de dados registrais e de Autónomas, as autarquias locais, os fundos e serviços
identificação civil por parte das pessoas coletivas autónomos e as entidades que integrem o sector
públicas que integrem o sistema estatístico nacional, empresarial do Estado, das Regiões Autónomas e das
com a finalidade de recolha de informação estatística. autarquias locais.
3 - (Revogado.)
4 - É gratuito o acesso pela Comissão da Liberdade Artigo 3.º
Religiosa à base de dados do registo de pessoas Proporcionalidade
coletivas religiosas, efetuado nos termos previstos no
respetivo regime. A tributação emolumentar constitui a retribuição dos
5 - É gratuito o acesso pela autoridade eclesiástica atos praticados e é calculada com base no custo efetivo
proponente à base de dados do registo de pessoas do serviço prestado, tendo em consideração a natureza
jurídicas canónicas. dos atos e a sua complexidade.

538
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 4.º correio e de outras a definir por despacho do diretor-


Isenções e reduções emolumentares geral dos Registos e do Notariado.
3 - Os encargos referidos nos números anteriores que
As normas que prevêm isenções ou reduções sejam eventualmente devidos pela prática de atos
emolumentares vigoram por um período de quatro anos, previstos neste decreto-lei são pagos pelo Instituto
se não tiverem previsto outro mais curto, salvo quando, dos Registos e do Notariado (IRN, I. P.).
tendo em consideração a sua natureza, lhes seja 4 - Sem prejuízo do disposto no n.º 12 do artigo 18.º, no
atribuído um carácter estrutural. n.º 12 do artigo 21.º e no n.º 22 do artigo 22.º, para
fazer face ao encargo referido no número anterior,
Artigo 5.º constituem receita do Instituto dos Registos e do
Interpretação e integração de lacunas Notariado, I. P., todas as quantias cobradas a título de
emolumentos pessoais e de despesas imprescindíveis
1 - As disposições tabelares não admitem interpretação à prática dos atos.
extensiva, nem integração analógica.
2 - Em caso de dúvida sobre o emolumento devido, SECÇÃO II
cobrar-se-á sempre o menor. Atos de registo civil e da nacionalidade

Artigo 10.º
Artigo 6.º Atos gratuitos
Publicidade
1 - São gratuitos os seguintes atos e processos:
As tabelas emolumentares devem ser afixadas nos
a) Assento de nascimento ocorrido em território
serviços em local visível e acessível à generalidade dos
português ou em unidade de saúde no
utentes.
estrangeiro, ao abrigo de protocolo celebrado
com o Estado Português;
CAPÍTULO II
b) Assento de declaração de maternidade ou de
perfilhação;
SECÇÃO I
c) Assento de casamento civil ou católico urgente;
Normas gerais de aplicação
d) Assento de óbito ou depósito do certificado
médico de morte fetal;
Artigo 7.º
e) (Revogada).
Atos com valor representado em moeda sem curso legal
f) Assento de transcrição de nascimento lavrado no
estrangeiro, perante autoridade estrangeira,
Sempre que o ato seja representado em moeda sem
respeitante a indivíduo a quem seja atribuída a
curso legal em Portugal, os emolumentos são calculados
nacionalidade portuguesa ou que a adquira;
segundo o último câmbio oficial publicado à data da
g) Declaração atributiva da nacionalidade portuguesa,
feitura do ato.
para inscrição de nascimento ocorrido no
estrangeiro, ou declaração para fins de atribuição
Artigo 8.º
da referida nacionalidade, bem como os
Preparos
documentos necessários para tais fins, desde que
referentes a menor;
Artigo 9.º
h) Assento de nascimento ocorrido no estrangeiro,
Emolumentos pessoais e outros encargos
atributivo da nacionalidade portuguesa, ou registo
de atribuição da referida nacionalidade, desde
1 - Para além dos emolumentos devidos pela prática dos
que referentes a menor;
atos, os conservadores e notários podem ainda
i) Declaração para aquisição da nacionalidade, nos
cobrar emolumentos pessoais destinados a
termos dos artigos 30.º e 31.º da Lei n.º 37/81, de
remunerar o seu estudo e preparação, em função do
3 de outubro;
grau de complexidade, bem como a realização dos
j) Registo da declaração para aquisição da
atos fora das instalações do serviço ou fora das horas
nacionalidade, nos termos dos artigos referidos na
regulamentares.
alínea anterior, e registos oficiosos lavrados nos
2 - Aos encargos previstos no número anterior acresce o
termos do artigo 33.º da Lei n.º 37/81, de 3 de
reembolso das despesas comprovadamente
outubro, bem como os procedimentos e
efetuadas pelos funcionários, imprescindíveis à
documentos necessários para uns e outros;
prática dos atos, com exceção das despesas de

539
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

l) Assento de transcrição de declaração de 3 - Beneficiam ainda de gratuitidade dos atos de registo


maternidade, de perfilhação ou de óbito lavrado civil ou de nacionalidade, dos processos e declarações
no estrangeiro, perante autoridade estrangeira, que lhes respeitem, dos documentos necessários e
respeitante a nacional português; processos relativos ao suprimento destes, bem como
m) Assento de transcrição ou integração de atos de das certidões requeridas para quaisquer fins, os
registo lavrados pelos órgãos especiais do registo indivíduos que provem a sua insuficiência económica
civil; pelos seguintes meios:
n) Registo previsto no n.º 1 do artigo 1.º de Decreto- a) Documento emitido pela competente autoridade
Lei n.º 249/77, de 14 de junho, bem como os administrativa;
documentos e processos a ele respeitantes; b) Declaração passada por instituição pública de
o) Assentos de fatos obrigatoriamente sujeitos a assistência social onde o indivíduo se encontre
registo requeridos pelas autoridades judiciais, internado.
quando os respetivos encargos não puderem ser
cobrados em regra de custas; 4 - Para efeitos do disposto no número anterior, nos
p) Reconstituição de ato ou processo; atos, processos e procedimentos requeridos por mais
q) Processo de impedimento de casamento; de uma pessoa em que apenas um dos requerentes
r) Processo de sanação de anulabilidade do beneficie de gratuitidade, é devido pelo requerente
casamento por falta de testemunhas; não beneficiário o pagamento de metade do
s) Certidões a que se referem o n.º 2 do artigo 189.º, emolumento previsto para o ato ou processo.
a alínea g) do n.º 1 do artigo 210.º-F, os n.ºs 5 a 7
do artigo 215.º e a alínea e) do n.º 1 do artigo SECÇÃO III
272.º-B do Código do Registo Civil; Atos notariais
t) Certidões, fotocópias e comunicações que
decorram do cumprimento de obrigações Artigo 11.º
previstas no Código do Registo Civil, no Unidade e pluralidade de atos
Regulamento da Nacionalidade Portuguesa e em
legislação avulsa aplicável ao registo civil e da 1 - Quando uma escritura contiver mais de um ato,
nacionalidade e que não devam entrar em regra cobram-se por inteiro os emolumentos devidos por
de custas; cada um deles.
u) Certidões requeridas para fins de assistência ou 2 - Há pluralidade de atos sempre que a denominação
beneficência, incluindo a obtenção de pensões do correspondente a cada um dos negócios jurídicos
Estado ou das autarquias locais; cumulados for diferente, ou quando os respetivos
v) (Revogada). sujeitos ativos e passivos não forem os mesmos.
x) Certidões requeridas para instrução de processo de 3 - Não são considerados novos atos:
adoção; a) As intervenções, aquiescências e renúncias de
z) Certidões requeridas pelos tribunais, sinistrados ou terceiro, necessárias à plenitude dos efeitos
seus familiares para instrução de processo jurídicos ou à perfeição do ato a que respeitem;
emergente de acidente de trabalho; b) As garantias entre os mesmos sujeitos;
c) As garantias a obrigações constituídas por
aa) Assentos, certidões ou quaisquer outros atos sociedades, agrupamentos complementares de
ou documentos que tenham de ser renovados, empresas e agrupamentos europeus de interesse
substituídos ou retificados, em consequência económico prestadas pelos sócios e pelos
de os anteriores se mostrarem afetados de membros dos agrupamentos no mesmo
vício, irregularidade ou deficiência imputáveis instrumento em que a dívida tenha sido contraída.
aos serviços; 4 - Contar-se-ão como um só ato, tributado pelo
ab) Conferência de fotocópias, nos termos do emolumento de maior valor previsto para os atos
Decreto-Lei n.º 30/2000, de 13 de março. cumulados:
ac) Procedimento de aquisição de nacionalidade a
quem foi identificado como português por a) A venda e a cessão onerosa entre os mesmos
erro imputável à administração. sujeitos;
b) O arrendamento e o aluguer, bem como o contrato
2 - São, ainda, gratuitos os atos de registo e os misto de locação e parceria, entre os mesmos
documentos necessários à instrução dos processos de sujeitos e pelo mesmo prazo;
atribuição do estatuto de igualdade luso-brasileiro c) A dissolução de sociedades e a liquidação ou
contido no Tratado de Amizade, Cooperação e partilha do respetivo património;
Consulta, de 22 de abril de 2000.

540
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

d) A aquiescência recíproca entre os cônjuges ou a a) Averbamentos à descrição de alterações


aquiescência conjunta do marido e mulher, para toponímicas, matriciais e de outros fatos não
atos lavrados ou a lavrar noutro instrumento; dependentes da vontade dos interessados, cujo
e) A outorga de poderes de representação ou o seu registo seja imposto pela lei;
substabelecimento por marido e mulher, contanto b) Averbamentos a que se referem os artigos 98.º, n.º
que o representante seja o mesmo; 3, e 101.º, n.ºs 4 e 5, do Código do Registo Predial;
f) As diversas garantias de terceiros a obrigações c) Averbamentos a que se referem os n.ºs 6 a 8 e 10
entre os mesmos sujeitos prestadas no título em do artigo 92.º e o artigo 149.º do Código do
que estão constituídas, sem prejuízo do disposto Registo Predial;
na alínea c) do número anterior; d) Averbamentos de atualização dos registos por
g) As diversas garantias a obrigações entre os efeito da redenominação automática dos valores
mesmos sujeitos em título posterior àquele em monetários;
que estas foram constituídas; e) Averbamentos do ato declarativo de utilidade
h) As partilhas de heranças em que sejam autores pública, nos casos de expropriação de bens
marido e mulher; destinados a integrar o domínio público do
i) As diversas notificações para efeitos do artigo 99.º Estado, quando requeridos por entidades
do Código do Notariado, quando efetuadas no públicas;
mesmo local. f) Revogada.
5 - O disposto nos números anteriores é igualmente 2 - São ainda gratuitos os seguintes atos:
aplicável aos instrumentos avulsos que contenham a) Retificação de atos de registo ou documentos,
mais de um ato. resultante de erro ou inexatidão proveniente de
deficiência dos títulos emitidos pelos serviços dos
Artigo 12.º registos e do notariado;
Atos gratuitos b) Conferência de fotocópias, nos termos do Decreto-
Lei n.º 30/2000, de 13 de março;
1 - São gratuitos os seguintes atos: c) Certidões, fotocópias, informações e comunicações
a) Retificação resultante de erro imputável ao notário que decorram do cumprimento de obrigações
ou de inexatidão proveniente de deficiência de legais e que não devam entrar em regra de custas;
título emitido pelos serviços dos registos e d) A recusa e a desistência de atos de registo quando
notariado; o fato já se encontrar registado.
b) Sanação e revalidação de atos notariais;
c) Conferência de fotocópias, nos termos do Decreto- SECÇÃO V
Lei n.º 30/2000, de 13 de março. Atos de registo comercial
2 - São igualmente gratuitas as certidões, fotocópias,
informações e comunicações que decorram do Artigo 15.º
cumprimento de obrigações legais e que não devam Atos gratuitos
entrar em regra de custas.
1 - São gratuitos os seguintes atos:
SECÇÃO IV a) Averbamentos a que se refere o artigo 69.º, n.º 4,
Atos de registo predial do Código do Registo Comercial;
b) Averbamentos a que se referem o n.º 4 do artigo 65.º e
Artigo 13.º o artigo 112.o do Código do Registo Comercial;
Ato único relativo a diversos prédios c) Averbamentos de atualização dos registos por
efeito da redenominação automática dos valores
São considerados como um ato único, para efeitos monetários;
emolumentares, as inscrições ou os averbamentos a d) Inscrição de cancelamento da matrícula;
inscrições lavradas em fichas diversas para o registo do e) Averbamento de declaração de perda do direito ao
mesmo facto. uso de firma ou denominação;
f) Averbamentos de atualização da sede, de situação
Artigo 14.º de estabelecimento principal e de outras
Atos gratuitos inscrições, quanto à residência ou sede dos
sujeitos que nelas figuram, quando a atualização
1 - São gratuitos os seguintes atos de registo: respeite a alterações toponímicas não
dependentes da vontade dos interessados;

541
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

g) Os registos realizados oficiosamente nos termos do a) Atualização dos registos por efeito da
artigo 67.º-A do Código do Registo Comercial; redenominação automática dos valores
h) (Revogada.) monetários;
2 - São ainda gratuitos os seguintes atos: b) Retificação de atos de registo ou documentos
resultante de erro ou inexatidão proveniente de
a) Retificação de atos de registo ou documentos, deficiência dos títulos emitidos pelos serviços dos
resultante de erro ou inexatidão proveniente de registos e do notariado;
deficiência dos títulos emitidos pelos serviços dos c) Emissão de novo certificado de admissibilidade de
registos e do notariado; firma ou denominação determinada por
b) Retificação dos atos de registo de alteração de aprovação indevida dos serviços ou assim
firma ou denominação efetuados na sequência da considerada por decisão judicial;
emissão de novo certificado de admissibilidade de d) Alteração do código de atividade económica (CAE);
firma ou denominação determinado por e) Conferência de fotocópias, nos termos do Decreto-
aprovação indevida dos serviços ou assim Lei n.º 30/2000, de 13 de março;
considerada por decisão judicial; f) Certidões, fotocópias, informações e comunicações
c) Conferência de fotocópias, nos termos do Decreto- que decorram do cumprimento de obrigações
Lei n.º 30/2000, de 13 de março; legais e que não devam entrar em regra de custas.
d) Certidões, fotocópias, informações e comunicações
que decorram do cumprimento de obrigações SECÇÃO VIII
legais e que não devam entrar em regra de custas; Atos de Registo de Automóveis
e) (Revogada.)
f) (Revogada.) Artigo 16.º-B
g) (Revogada.) Atos gratuitos
h) (Revogada.)
1 - São gratuitos os seguintes atos:

SECÇÃO VI a) Cancelamento dos ónus ou encargos que caducam


Atos de registo de navios nos termos do n.º 2 do artigo 824.º do Código
Civil, na sequência de transmissão em processo de
Artigo 16.º execução ou de insolvência;
Atos gratuitos b) Cancelamento oficioso do registo de propriedade,
em virtude de cancelamento da matrícula;
São gratuitos os seguintes atos: c) Atualização dos registos, por efeito da
redenominação automática dos valores
a) Averbamentos de atualização dos registos por monetários;
efeito da redenominação automática dos valores d) Averbamentos de atualização das inscrições,
monetários; quanto à residência ou sede dos sujeitos que
b) Retificação de atos de registo ou documentos, nelas figuram, quando a atualização respeite a
resultante de erro ou inexatidão proveniente de alterações toponímicas não dependentes da
deficiência dos títulos emitidos pelos serviços dos vontade dos interessados;
registos e do notariado; e) Revogada.
c) Conferência de fotocópias, nos termos do Decreto-
Lei n.º 30/2000, de 13 de março; 2 - São ainda gratuitos os seguintes atos:
d) Certidões, fotocópias, informações e comunicações a) Retificação de atos de registo ou documentos
que decorram do cumprimento de obrigações resultante de inexatidão proveniente de
legais e que não devam entrar em regra de custas; deficiência dos títulos emitidos pelos serviços dos
e) Revogada. registos e do notariado;
b) Conferência de fotocópias, nos termos do Decreto-
SECÇÃO VII Lei n.º 30/2000, de 13 de março;
Atos de Registo Nacional de Pessoas Coletivas c) Certidões, fotocópias, informações e comunicações
que decorram do cumprimento de obrigações
Artigo 16.º-A legais e que não devam entrar em regra de custas.
Atos gratuitos
SECÇÃO IX
São gratuitos os seguintes atos: Atos de identificação civil

542
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 17.º 2.4 - Em caso de indeferimento liminar, os


Atos gratuitos emolumentos previstos nos números anteriores são
devidos na sua totalidade.
São gratuitos os seguintes atos: 3.1 - Processo e registo de casamento - (euro) 120;
a) (Revogada.) 3.2 - Processo e registo de casamento não urgente
b) A emissão do bilhete de identidade quando o celebrado, a pedido das partes, fora da
requerente comprove insuficiência económica ou conservatória ou nesta, mas fora do horário de
se encontre internado em instituição de funcionamento dos serviços ou em sábado,
assistência ou de beneficência; domingo ou dia feriado com o transporte
c) (Eliminado.) assegurado pelos interessados ou com acordo
d) Retificação de atos de registo ou documentos estabelecido com os interessados relativamente às
resultante de erro ou inexatidão proveniente de despesas de transporte - (euro) 200;
deficiência dos títulos emitidos pelos serviços dos 3.3 - (Revogado.)
registos e do notariado. 3.4 - Os emolumentos previstos nos números
anteriores incluem, consoante os casos:
CAPÍTULO III a) A organização do processo de casamento;
Tabelamento dos atos b) (Revogada.)
c) A declaração de dispensa de prazo internupcial;
SECÇÃO I d) A declaração de consentimento para casamento de
Registo civil e nacionalidade menores;
e) (Revogada.)
Artigo 18.º f) (Revogada.)
Emolumentos do registo civil e de nacionalidade g) Os certificados previstos nos artigos 146.º e 163.º
do Código do Registo Civil;
1 - Assento de transcrição de qualquer ato lavrado nos h) O assento de casamento ou o assento de
termos do n.º 4 do artigo 6.º do Código do Registo Civil - transcrição de casamento lavrado no estrangeiro,
(euro) 180. perante autoridade estrangeira, respeitante a
2 - Nacionalidade: nacional português.
2.1 - Atribuição:
3.4.1 - Processo de suprimento da certidão de registo
2.1.1 - Procedimento de inscrição de nascimento
para efeitos de casamento, por cada - (euro) 100;
ocorrido no estrangeiro ou de atribuição da
3.4.2 - Processo de dispensa de impedimentos
nacionalidade portuguesa referentes a maior,
matrimoniais - (euro) 60;
incluindo os autos de redução a escrito das
3.4.3 - Processo de suprimento de autorização para
declarações verbais prestadas para esse efeito, os
casamento de menores - (euro) 60;
respetivos registos e documentos oficiosamente
3.5 - Os emolumentos previstos nos n.ºs 3.1 e 3.2 são
obtidos - € 175.
devidos à conservatória organizadora do processo
2.2 - Aquisição:
de casamento, ainda que um ou mais dos restantes
2.2.1 - Procedimento de aquisição da nacionalidade
atos previstos no número anterior sejam
por efeito da vontade, por adoção ou por
promovidos ou efetuados noutras conservatórias.
naturalização referentes a maiores, incluindo o
4 - Convenções antenupciais, a sua alteração ou
auto de redução a escrito das declarações verbais
revogação, se for convencionado um dos regimes tipo
prestadas para esse efeito, o respetivo registo e
previstos no Código Civil - (euro) 100.
documentos oficiosamente obtidos - (euro) 250;
2.2.2 - Procedimento de aquisição da nacionalidade § 1.º (Revogado.)
por efeito da vontade ou por naturalização a) (Revogada.)
referentes a incapaz, incluindo o auto de redução b) (Revogada.)
a escrito das declarações verbais prestadas para c) (Revogada.)
esse efeito, o respetivo registo e documentos § 2.º (Revogado.)
oficiosamente obtidos - (euro) 200; 4.1 - Convenções antenupciais, a sua alteração ou
2.3 - Perda: revogação, se for convencionado um regime atípico
2.3.1 - Procedimento de perda da nacionalidade, de bens - (euro) 160;
incluindo a redução a escrito da declaração verbal 4.2 - Pelo registo da convenção ou da sua alteração
prestada para esse efeito, o respetivo registo e efetuada perante entidade diversa de conservatória
documentos oficiosamente obtidos - (euro) 150; do registo civil - (euro) 30.

543
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

5 - Processos de justificação judicial e administrativa, b) (Revogada.)


quando requeridos pelos interessados - (euro) 100; § 2.º (Revogado.)
5.1 - Retificações por simples despacho de 6.10 - Procedimento simplificado de sucessão
irregularidades ou deficiências não imputáveis aos hereditária:
serviços - (euro) 40. 6.10.1 - Habilitação de herdeiros - (euro) 150;
6 - Processos especiais e procedimentos perante o 6.10.2 - Habilitação de herdeiros e registo dos bens
conservador: integrados em herança indivisa ou de transmissão
6.1 - Processos de divórcio e de separação de pessoas e de bens - (euro) 375;
bens por mútuo consentimento - (euro) 280. 6.10.3 - Habilitação de herdeiros e partilha e registo
§ 1.º O emolumento previsto neste número inclui: dos bens partilhados - (euro) 425;
a) (Revogada.) 6.10.4 - Pela partilha e registo dos bens partilhados -
b) (Revogada.) (euro) 375;
c) (Revogada.) 6.10.5 - O valor fixado para o processo previsto no n.º
d) A autorização de uso de apelidos do ex-cônjuge. 6.10.2 inclui todos os registos de bens imóveis,
§ 2.º (Revogado.) móveis ou participações sociais e a ele acresce por
§ 3.º (Revogado.) cada bem, além do primeiro, (euro) 30 por imóvel,
6.2 - Processos de divórcio e de separação de pessoas e quota ou participação social, (euro) 20 por cada
bens integrando a partilha e o registo do património bem móvel, ou (euro) 15 tratando-se de bem a
conjugal - (euro) 625; que se refere o n.º 1.6 do artigo 25.º do presente
6.2.1 - Partilha e registo do património conjugal - Regulamento, até ao limite de (euro) 30 000.
(euro) 375; 6.10.5.1 - O emolumento devido pelos processos
6.2.2 - O emolumento devido pelos processos previstos nos n.ºs 6.10.3 e 6.10.4 inclui todos
previstos nos n.ºs 6.2 e 6.2.1 inclui todos os os registos de bens móveis ou participações
registos de bens móveis ou participações sociais, sociais, bem como o registo de aquisição dos
bem como o registo de aquisição dos bens bens imóveis adjudicados a um dos
imóveis adjudicados a um dos partilhantes, e a ele partilhantes, e a ele acresce:
acresce:: a) Por cada registo de aquisição de bens imóveis -
a) Pelo eventual registo de aquisição de bens imóveis (euro)125;
a favor do outro partilhante - (euro) 125; b) Por cada bem, além do primeiro, adjudicado a cada
b) Por cada bem, além do primeiro, adjudicado a cada partilhante (euro) 30 por imóvel, quota ou
partilhante, (euro) 30 por imóvel, quota ou participação social, (euro) 20 por cada bem móvel,
participação social, (euro) 20 por cada bem móvel, ou (euro) 15 tratando-se de bem a que se refere o
ou (euro) 15 tratando-se de bem a que se refere o artigo 25.º, n.º 1.6, do presente Regulamento, até
n.º 1.6 do artigo 25.º do presente Regulamento, ao limite de (euro) 30 000;
até ao limite de (euro) 30 000. 6.10.5.2 - Aos emolumentos previstos nos n.ºs
6.2.3 - Pela retificação ao documento que titule o 6.10.1 a 6.10.4, acresce (euro) 50 quando o
procedimento de erro não imputável aos serviços procedimento titule as habilitações de
- (euro) 100; herdeiros de marido e mulher, ou a partilha
6.3 - Procedimento de conversão de separação em das respetivas heranças;
divórcio ou acordo de reconciliação - (euro) 100; 6.10.6 - (Revogado.)
6.4 - Processo de alteração de nome - € 200. 6.10.7 - (Revogado.)
6.5 - Procedimento de privação do direito ao uso de 6.10.8 - Pela retificação ao documento que titule o
apelidos do outro cônjuge - (euro) 75; procedimento de erro não imputável aos serviços
6.6 - Procedimento de autorização de uso de apelidos - (euro) 100;
do ex-cônjuge, em virtude de divórcio - (euro) 75; 6.11 - Processo de suprimento de certidão de registo
6.7 - Procedimento de atribuição de alimentos a filhos quando requerido ao abrigo do artigo 270.º do
maiores ou emancipados - (euro) 120; Código do Registo Civil - (euro) 100;
6.8 - Procedimento de atribuição de casa de morada de 6.12 - Procedimento de mudança de sexo e
família - (euro) 120; correspondente alteração de nome próprio - (euro)
6.9 - Procedimento de alteração de acordos - (euro) 200;
100. 6.13 - Pela desistência ou não conclusão de atos,
processos e procedimentos previstos no presente
§ 1.º (Revogado.) artigo, por motivos imputáveis às partes é devido
a) (Revogada.) metade do emolumento previsto;

544
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

6.14 - Por cada consulta efetuada a bases de dados dos 13.1 - Acesso à base de dados do registo civil ou da
registos no âmbito dos processos previstos nos n.ºs identificação civil:
6.1, 6.2, 6.2.1 e 6.10 é devido valor igual ao valor 13.1.1 - Pelo acesso eletrónico mensal, com
mais baixo previsto para a emissão de certidão assinatura obrigatoriamente feita por período
online, ou em papel caso aquela não exista, relativa mínimo de um ano - (euro) 250;
a cada espécie de registo; 13.1.2 - Pelo acesso eletrónico para fins de
6.14.1 - O valor previsto nos termos do número investigação científica ou genealógica, por cada
anterior é devido ainda que o prédio não esteja período de três horas de consulta - (euro) 20;
descrito; 13.1.3 - Pelo acesso à informação em suporte de
6.14.2 - O disposto nos números anteriores só é papel para fins de investigação científica ou
aplicável se inexistir código de acesso válido a genealógica, por cada hora de consulta - (euro)
certidão permanente e não for apresentada pelos 10;
interessados a correspondente certidão em 13.2 - Acesso à base de dados do registo civil ou da
suporte de papel e determina a entrega de chave identificação civil, sem identificação de pessoas e
de acesso à certidão permanente ou a para fins estatísticos:
correspondente certidão em suporte de papel. 13.2.1 - Pelo acesso a informação disponível a nível
7 - Certidões, certificados e fotocópias: nacional - (euro) 100;
7.1 - Certidões: 13.2.2 - Pelo acesso a informação disponível a nível
7.1.1 - Certidão de registo - (euro) 20; concelhio - (euro) 30;
7.1.1.1 - Certidão de documento ou de processos, 13.3 - Prestação de informação para fins de
até 10 páginas - (euro) 30; investigação científica e de dados estatísticos ou
7.1.1.1.1 - Por cada página a mais, (euro) 1, até outros legalmente admissíveis, que requeira acesso
ao limite de (euro) 150; à base de dados do registo civil ou da identificação
7.1.2 - Certidão para fins de abono de família ou civil:
segurança social - (euro) 10. 13.3.1 - O emolumento devido pela prestação de
§ único. As certidões referidas neste número informação para fins de investigação científica ou
devem mencionar o fim a que se destinam, único de estatística que requeira um tratamento
para que podem ser utilizadas. informático especial é o correspondente ao custo
7.1.3 - Certidão negativa de registo - (euro) 25; efetivo do serviço, acrescido de 10 % desse
7.1.4 - (Revogado.) montante.
7.2 - Certificado de nacionalidade - (euro) 50; 13.3.2 - Pela prestação de informação para outros
7.3 - Fotocópia não certificada, por cada página ou fins legalmente admissíveis:
fração - (euro) 1. 13.3.2.1 - Relativa a cada pessoa - (euro) 0,10;
7.4 - Pela emissão de certificado relativo a processo ou 13.3.2.2 - Por listagem fornecida pelo IRN, I. P.,
procedimento não concluído por motivo imputável semestralmente - (euro) 100;
às partes - (euro) 50; 13.3.2.3 - Por listagem fornecida pelo IRN, I. P.,
7.5 – (Revogado). anualmente - (euro) 200;
8 - (Revogado.) 13.4 - (Revogado.)
9 - Consulta de nome - (euro) 50; 13.5 - (Revogado.)
9.1 - Consulta de nome que envolva a emissão de
parecer onomástico - (euro) 75. Artigo 18.º-A
10 - Registo central de escrituras e testamentos: Emolumentos do Certificado Sucessório Europeu
10.1 - Transcrição de escritura ou testamento
outorgado no estrangeiro - (euro) 45; 1 - Pelo pedido de emissão do certificado sucessório
10.2 - Boletim de informação ou certidão referente à europeu - (euro) 200;
existência de escritura ou testamento - (euro) 25. 1.1 - Pela desistência ou não conclusão do
11 - Os emolumentos devidos pela prática dos atos procedimento para emissão do certificado
previstos neste artigo integram os emolumentos sucessório europeu, por motivos imputáveis ao
pessoais eventualmente devidos, a pagar pelo IRN, I. requerente é devido metade do emolumento
P. previsto.
12 - (Revogado); 1.2 - Pela retificação, modificação ou revogação do
13 - Acesso eletrónico e informação para fins de certificado por erro não imputável aos serviços, e
investigação científica, genealógica e de dados respetivo averbamento - (euro) 100;
estatísticos, bem como para quaisquer outros 1.3 - Pela emissão de documento relativo à desistência
legalmente admissíveis. ou indeferimento do pedido de certificado

545
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

sucessório europeu, por motivo imputável às partes 1.1.4 - Constituição do direito de superfície e do direito
- (euro) 50; real de habitação periódica, bem como de alteração
1.4 - Por cada consulta efetuada a bases de dados dos respetivos títulos constitutivos ... 208
registais ou de testamentos no âmbito da emissão 1.1.5 - Locação financeira ... 130
do certificado é devido valor igual ao valor mais 1.1.6 - Hipoteca ou fiança ... 122
baixo previsto para a emissão de certidão online, ou 1.1.7 - Mútuo ou abertura de crédito ... 142
em papel caso aquela não exista, relativa a cada 1.1.8 - Reforço de hipoteca ... 100
espécie de registo; 1.1.9 - Quitação de dívida ... 100
1.5 - O valor previsto no número anterior é devido 1.1.10 - Habilitação ... 146
ainda que o prédio não esteja descrito; 1.1.10.1 - Por cada habilitação a mais
1.6 - O disposto nos números anteriores só é aplicável titulada na mesma escritura ... 73
se inexistir código de acesso válido a certidão 1.1.11 - Partilha ... 232
permanente e não for apresentada pelos 1.1.12 - Conferência de bens doados ... 155
interessados a correspondente certidão em suporte 1.1.13 - Divisão ... 155
papel e determina a entrega da chave de acesso à 1.1.14 - Revogação de testamento ... 90
certidão permanente ou a correspondente certidão 1.1.15 - Justificação ... 155
em suporte de papel. 1.1.16 - Constituição de sociedades comerciais e
2 - Cópias autenticadas: sociedades civis sob a forma comercial ... 77
2.1 - Por cada cópia autenticada ou sua revalidação - 1.1.17 - Aumento do capital social ... 84
(euro) 35; 1.1.18 - Reduções de capital para cobertura de
2.2 - A primeira cópia autenticada emitida após a prejuízos ... 85
feitura dos atos previstos nos n.ºs 1 e 1.2 é gratuita. 1.1.19 - Outras alterações ao contrato de
3 - Os emolumentos previstos no presente artigo têm um sociedade, com ou sem aumento ou
valor único, incluindo os montantes a pagar a título redução do capital social ...
de emolumentos pessoais, quando estes sejam 1.1.20 - Fusão, cisão ou transformação ... 167
devidos 1.1.21 - Dissolução .. . 77
1.1.22 - Declarativas que apenas reproduzam
Artigo 19.º o pato social em vigor ... 150
Destino da receita emolumentar 1.1.23 - Outras ... 110
1.2 - Aos emolumentos previstos nos n.ºs 1.1.2 e 1.1.11
1 - (Revogado.) acresce € 50 por cada um dos bens descritos, no
2 - Em cada procedimento de aquisição da nacionalidade máximo de € 800.
em que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) 1.3 - Pelo distrate, resolução ou revogação de atos
preste informações, dos emolumentos cobrados notariais será devido um emolumento
pertencem ao SEF (euro) 20. correspondente a 80% do emolumento do respetivo
ato, quando outro não estiver expressamente
SECÇÃO II previsto.
Notariado 1.4 - Por cada testamento público, testamento
internacional, instrumento de aprovação ou de
Artigo 20.º abertura de testamento cerrado ... 150
Emolumentos do notariado 1.5 - Por quaisquer outros instrumentos avulsos, com
exceção dos de protesto
s de títulos de crédito .. 37
1 - Escrituras, testamentos e instrumentos avulsos, com 1.6 - Pelo registo na Conservatória dos Registos
exceção dos de protesto de títulos de crédito: Centrais de cada escritura, testamento público,
testamento internacional, instrumento de
1.1 - Por cada ato titulado em escritura ou instrumento aprovação, de depósito e abertura de testamento
avulso que legalmente a substitua: cerrado ... 9
1.1.1 - Compra e venda de imóveis, dação em 2 - Instrumentos de protesto de títulos de crédito e
cumprimento e permuta ... 175 levantamento dos títulos:
1.1.2 - Doação, proposta de doação e aceitação de 2.1 - Por cada instrumento de protesto de títulos de
doação ... 175 crédito ... 9
1.1.3 - Constituição de propriedade horizontal ou 2.2 - Pelo levantamento de cada título antes de
alteração do seu título constitutivo ... 208 protestado ... 9
3 - Por cada notificação de titular inscrito efetuada nos
termos do artigo 99.º do Código do Notariado ... 45

546
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

4 - Certidões, certificados, extratos para publicação e 6.1 - Acrescem à conta do ato de que dependem,
informações escritas: designadamente:
4.1 - Por cada certidão ou certificado, com exceção do a) Os emolumentos devidos em função do número de
de exatidão de tradução ... 22 prédios abrangidos pelo facto;
4.1.1 - (Revogado). b) Os emolumentos devidos por atos de realização
4.1.2 - (Revogado). oficiosa sujeitos a tributação; e
4.2 - Pela primeira certidão emitida após a celebração c) O valor do agravamento emolumentar liquidado
de qualquer testamento ou escritura e fornecida, pelo cumprimento fora do prazo da obrigação de
dentro do prazo legal, ao testador ou, nos restantes registar.
casos, ao interessado a quem for cobrado o recibo
da conta do ato nos termos do artigo 195.º do 1.2 - O facto que respeite a diversos prédios é cobrado
Código do Notariado, independentemente do por inteiro relativamente ao primeiro, acrescido de
número de páginas ... 5 (euro) 50 por cada prédio a mais, até ao limite de
4.3 - (Revogado) (euro) 30 000, com exceção dos atos de anexação a
4.4 - Os emolumentos previstos nos números que se refere a verba 2.17 e do ónus de não
anteriores são acrescidos em 50% se for requerida fracionamento referido na verba 2.18, casos em que
urgência para os respetivos atos. o acréscimo é devido apenas a partir do terceiro
4.5 - Por cada extrato para publicação ... 23 prédio.
4.6 - Por cada página ou fração de fotocópia não 1.3 - (Revogado.)
certificada ... 0,50 1.4 - (Revogado.)
4.7 - Pela informação, dada por escrito, referente a 2 - São devidos pelo registo:
registo lavrado no livro de protestos de títulos de 2.1 - De aquisição e de uma ou mais hipotecas, pedidas
crédito, por cada título ... 9 no mesmo momento - (euro) 500;
5 - (Revogado). 2.2 - (Revogado.)
6 - Registo de documentos - por cada registo lavrado no 2.3 - (Revogado.)
livro a que se refere a alínea f) do n.º 1 do artigo 7.º do 2.4 - (Revogado.)
Código do Notariado ... 29 2.5 - (Revogado.)
7 - Atos não realizados: 2.6 - (Revogado.)
7.1 - Pelos atos requisitados que não sejam outorgados 2.7 - De declaração de insolvência, penhora, arresto,
por motivos imputáveis às partes será devido um arrolamento ou de providências cautelares não
emolumento correspondente a 80% do especificadas - (euro) 100;
emolumento do respetivo ato. 2.8 - (Revogado.)
7.2 - Tratando-se, porém, de escrituras de partilha, 2.9 - (Revogado.)
doação, proposta de doação ou de aceitação de 2.10 - (Revogado.)
doação, ao emolumento previsto no número 2.11 - (Revogado.)
anterior acresce o emolumento previsto no n.º 1.2 2.12 - De outros fatos registados por inscrição ou por
reduzido a metade. averbamento previsto no n.º 1 do artigo 101.º do
Código do Registo Predial - (euro) 250;
SECÇÃO III 2.13 - (Revogado.)
Registo predial 2.14 - (Revogado.)
2.15 - Ao emolumento previsto para o registo dos fatos
Artigo 21.º que determinem a constituição da propriedade
Emolumentos do registo predial horizontal, do direito real de habitação periódica,
de empreendimentos turísticos e de operações de
1 - Os emolumentos previstos neste artigo incluem: transformação fundiária, acresce (euro) 25 por cada
descrição subordinada, unidade, lote ou parcela,
a) A abertura de descrições bem como os até ao limite previsto no n.º 1.2;
averbamentos à descrição que devam ser 2.16 - O registo de aquisição com base em habilitação
realizados oficiosamente ou na dependência de de herdeiros, partilha de herança ou do património
um pedido de registo; conjugal, que abranja vários prédios é cobrado por
b) Os averbamentos de conversão em definitivos de inteiro quanto ao primeiro prédio, acrescido de
registos lavrados como provisórios por natureza, (euro) 30 por cada prédio a mais, até ao limite
nos termos do n.º 1 do artigo 92.º do Código do previsto no n.º 1.2;
Registo Predial; e 2.16.1 - O disposto no número anterior é aplicável
c) Os emolumentos pessoais, quando devidos. aos averbamentos de transmissão do direito de

547
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

algum ou alguns dos titulares da inscrição de bens 5.3 - Se a retificação abranger mais do que um prédio,
integrados em herança indivisa; acresce (euro) 50 por cada prédio a mais, até ao
2.16.2 - Pelos registos de aquisição com base em limite previsto no n.º 1.2;
partilha da herança ou do património conjugal, 5.4 - No caso de indeferimento liminar do pedido é
desde que pedidos todos conjuntamente no devolvida a quantia cobrada, com exceção de valor
mesmo momento, é devido o emolumento igual ao da recusa;
previsto no n.º 2.12, e a ele acresce: 5.5 - Pela retificação efetuada ao abrigo dos artigos
a) Por cada registo de aquisição, além do primeiro - 124.º e 125.º do Código do Registo Predial, são
(euro) 125; devidos os emolumentos correspondentes aos atos
b) Por cada prédio a mais, além do primeiro, de registo realizados em consequência do mesmo.
adjudicado a cada partilhante - (euro) 30; 6 - Pela urgência na feitura de cada registo é devido o
valor do emolumento correspondente ao ato.
2.17 - Pelo ato de transformação fundiária lavrado com 7 - (Revogado).
base em declaração do interessado que tenha por 8 - (Revogado).
fim a anexação ou desanexação - (euro) 250. 9 - (Revogado).
2.18 - De ónus de não fracionamento e de 10 - (Revogado).
condicionamento da construção - (euro) 125. 11 - Pela desistência - (euro) 20.
3 - Averbamentos: 11.1 - Pela desistência de processo de justificação ou
3.1 - Por cada averbamento à descrição de fatos que de retificação que não seja de efetuar ao abrigo dos
não sejam lavrados na dependência de pedido de artigos 124.º e 125.º do Código do Registo Predial -
registo ou que não devam ser de lavrar (euro) 100.
oficiosamente - (euro) 60; 12 - Pela recusa, exceto nos casos abrangidos pelo n.º 8
3.2 - Averbamento à inscrição - € 100. do artigo 73.º do Código do Registo Predial - (euro)
3.2.1 - O emolumento previsto na verba anterior é 50.
reduzido a metade nos averbamentos de 12.1 - Se o emolumento devido pelo ato de registo for
realização oficiosa e nos averbamentos de fatos inferior ao emolumento previsto no número
extintivos; anterior, pela recusa é devido o emolumento
3.2.2 - Ao emolumento previsto para os atos de correspondente ao ato.
alteração ou de modificação dos fatos a que se 13 - Pelo suprimento oficioso de deficiências que ocorra
refere a verba do n.º 2.15, lavrados por inscrição no âmbito dos n.ºs 2, 3, 7 ou 8 do artigo 73.º do
ou por averbamento previsto no n.º 1 do artigo Código do Registo Predial - (euro) 30.
101.º do Código do Registo Predial, acresce (euro) 14 -Os emolumentos pessoais eventualmente devidos
25 por cada descrição subordinada, unidade, lote pela prática de atos previstos neste artigo são pagos
ou parcela, criada ou alterada, até ao limite pelo Instituto dos Registos e do Notariado, I. P. (IRN,
previsto no n.º 1.2; I. P.)
3.2.3 - O disposto no número anterior não tem 15 – (Revogado).
aplicação no caso de mera reprodução de 16 - (Revogado.)
inscrições ou de averbamentos ou de simples 17 - (Revogado.)
menção de cotas de referência. 18 - Depósito de documentos no sítio do registo predial
4 - Processo de justificação, incluindo todos os atos de www.predialonline.mj.pt:
registo realizados em consequência do mesmo: 18.1 - De documentos particulares autenticados que
4.1 - Pelo processo - (euro) 400; titulam atos sujeitos a registo predial nos termos do
4.2 - Pela dedução de oposição - € 100. artigo 24.º do Decreto-Lei n.º 116/2008, de 4 de
4.3 - Se o processo abranger mais do que um prédio, julho, incluindo os documentos que os instruam -
acresce (euro) 50 por cada prédio a mais, até ao (euro) 20;
limite previsto no n.º 1.2; 18.2 - De documentos de que conste o consentimento
4.4 - Se o processo tiver em vista apenas o do credor ao cancelamento do registo de hipoteca -
cancelamento de ónus ou encargos - (euro) 250; (euro) 20;
4.5 - No caso de indeferimento liminar do pedido é 18.3 - De documentos depositados posteriormente a
devolvida a quantia cobrada, com exceção de valor associar a um depósito anterior - (euro) 15.
igual ao da recusa. 19 - Renovação de código de acesso que permita a
5 - Processo de retificação incluindo todos os atos de consulta dos documentos referidos no número
registo realizados em consequência do mesmo: anterior:
5.1 - Pelo processo - (euro) 250; 19.1 - Pedido efetuado através do endereço
5.2 - Pela dedução de oposição - € 100. www.predialonline.mj.pt - (euro) 5;

548
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

19.2 - Pedido verbalmente num serviço de registo com 4.1 - Pelo registo da cessação de funções de membros
competência para a prática de atos de registo de órgãos sociais, de liquidatários, de
predial - (euro) 10. administradores de insolvência, revisor oficial de
20 - (Revogado). contas, bem como de cessação de funções de
administrador judicial e de administrador judicial
provisório da insolvência - (euro) 100;
SECÇÃO IV 4.2 - (Revogado.)
Registo comercial 4.3 - (Revogado.)
5 – Justificação:
Artigo 22.º 5.1 - Processo de justificação ... 200
Emolumentos do registo comercial 5.2 - Processo simplificado de justificação … 150
6 - Pela retificação efetuada ao abrigo dos artigos 85.º e
1 - Os emolumentos previstos neste artigo são devidos 86.º do Código do Registo Comercial são devidos os
pelo pedido de registo e têm um valor único, emolumentos correspondentes aos atos de registo
incluindo os montantes relativos aos atos realizados em consequência do mesmo, até ao limite
subsequentes de inscrição no ficheiro central de de (euro) 250.
pessoas coletivas e de publicação obrigatória, bem 6.1 - Pela retificação efetuada fora dos casos previstos
como os montantes a pagar a título de emolumentos no número anterior, incluindo todos os atos de
pessoais, quando estes sejam devidos. registo realizados em consequência da mesma -
2 - Inscrições e averbamentos previstos no n.º 1 do artigo (euro) 250;
69.º do Código do Registo Comercial: 6.2 - No caso de indeferimento liminar do pedido é
2.1 - Constituição de pessoas coletivas - (euro) 360; devolvida a quantia cobrada, com exceção de valor
2.2 - (Revogado pelo Decreto-Lei n.º 116/2008, de 4 de igual ao da recusa;
julho.) 6.3 - Pela dedução de oposição - (euro) 100.
2.3 - (Revogado pelo Decreto-Lei n.º 116/2008, de 4 de 7 - Procedimento administrativo de dissolução de
julho.) entidades comerciais:
2.4 - Alterações ao contrato de sociedade - (euro) 200; 7.1 - Pela tramitação e decisão do procedimento,
2.4.1 - Alterações com aumento ou redução de incluindo todos os registos … 350
capital - (euro) 225; 7.2 - Se o procedimento for de instauração oficiosa, o
2.5 - Fusão ou cisão: emolumento previsto no número anterior é
2.5.1 - Pelo depósito do projeto de fusão ou cisão - agravado em 50 %.
(euro) 120; 8 - Procedimento administrativo de liquidação de
2.5.2 - Pela inscrição da fusão ou da cisão - (euro) 200; entidades comerciais:
2.6 - Dissolução ... 200 8.1 - Pela tramitação e decisão do procedimento,
2.7 – Designação ou recondução dos órgãos sociais, de incluindo todos os registos … 350
liquidatários, de administradores de insolvência, 8.2 - Se o procedimento for de instauração oficiosa, o
revisor oficial de contas, nos termos do n.º 2 do emolumento previsto no número anterior é
artigo 262.º do Código das Sociedades Comerciais, e agravado em 50 %.
de gestores judiciais - (euro) 175; 9 - Procedimento especial de extinção imediata de
2.8 - Registo de ações ... 130 entidades comerciais:
2.9 - Criação de representação permanente, incluindo a Pela decisão do procedimento, incluindo o registo -
simultânea nomeação dos respetivos (euro) 300;
representantes … 200 10 - Pela urgência na feitura de cada registo é devido o
2.10 - Outras inscrições e averbamentos previstos no valor do emolumento correspondente ao ato.
n.º 1 do artigo 69.º do Código do Registo Comercial 11 - Pela desistência - (euro) 20.
- (euro) 200; 12 - Pela recusa, exceto no caso abrangido pelo n.º 6 do
2.11 - Abrangendo a inscrição mais de um fato, é artigo 52.º do Código do Registo Comercial - (euro)
devido o emolumento mais elevado de entre os 50.
previstos para os diversos fatos a registar, acrescido 13 - Certidões, fotocópias, informações escritas e
de 50% do emolumento correspondente a cada um certificados:
dos restantes fatos. 13.1 - Requisição e emissão de certidão negativa -
2.12 - Transformação - (euro) 225. (euro) 20;
3 - Registo efetuado por simples depósito, com exceção 13.2 - Requisição e emissão de certidão ou fotocópia de
do registo de prestação de contas ... 100 atos de registo - (euro) 30;
4 - Averbamento a inscrição 80

549
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

13.3 - Pela confirmação do conteúdo da certidão ou


fotocópia … 10 Artigo 23.º
13.4 - Pela assinatura do serviço previsto no n.º 5 do Emolumentos do Registo Nacional de Pessoas Coletivas
artigo 75.º do Código do Registo Comercial: Em euros
13.4.1 - Assinatura por um ano - (euro) 25;
13.4.2 - Assinatura por dois anos - (euro) 40; 1 - (Revogado.)
13.4.3 - Assinatura por três anos - (euro) 60; 2 - Certificados de admissibilidade de firma ou
13.4.4 - Assinatura por quatro anos - (euro) 70; denominação:
13.5 - Requisição e emissão de certidão ou fotocópia de 2.1 - Pelo pedido de emissão do certificado - (euro) 75;
documentos, até 10 páginas - (euro) 30; 2.2 - Pela urgência na emissão de certificado de
13.5.1 - Por cada página a mais, (euro) 1, até ao limite admissibilidade de firma ou denominação é devido
de (euro) 150. o valor do emolumento correspondente ao ato;
13.6 - Requisição e emissão de certidão ou fotocópia do 2.3 - Invalidação da emissão do certificado - (euro) 15;
ato constitutivo e dos estatutos de associação 2.4 - A desistência do pedido de emissão do certificado
constituída ao abrigo do regime de constituição não dá lugar à restituição dos emolumentos
imediata de associações - (euro) 15; cobrados.
13.7 - Informação dada por escrito ... 11 2.5 - O indeferimento do pedido de emissão do
13.8 - Fotocópia não certificada, por cada página - certificado não dá lugar à restituição dos
(euro) 1; emolumentos cobrados.
13.9 - O emolumento devido pelas certidões e 2.6 - No caso previsto no número anterior o
fotocópias, quando cobrado no ato do pedido, é emolumento pago pode ser transferido, uma única
restituído no caso da recusa da sua emissão. vez, para o novo pedido do mesmo requerente a
14 - Nomeação de auditores e de revisores oficiais de apresentar no prazo máximo de 10 dias úteis.
contas, por cada nomeação ... 120 2.7 - Pela comunicação de nome comercial - (euro) 60.
15 - (Revogado pelo Decreto-Lei n.º 116/2008, de 4 de 3 - Inscrição no ficheiro central de pessoas coletivas:
Julho.) 3.1 - De entidades sujeitas a registo comercial - (euro) 20;
16 - Procedimentos de destituição e de nomeação de 3.2 - De entidades não sujeitas a registo comercial, bem
liquidatários, requeridos ao abrigo dos n.ºs 3 e 4 do como de identificação, para efeitos fiscais, de pessoas
artigo 151.º do Código das Sociedades Comerciais … coletivas estrangeiras que não exerçam habitualmente
150 atividade em Portugal, sua alteração ou cancelamento -
17 - Pela emissão dos certificados previstos no artigo (euro) 50.
36.º-A ou no artigo 74.º-A do Código do Registo 4 - (Revogado pelo Decreto-Lei n.º 247-B/2008, de 30 de
Comercial - (euro) 250. dezembro.)
18 - Procedimento de notificação a que se refere o artigo 5 - (Revogado pelo Decreto-Lei n.º 247-B/2008, de 30 de
36.º-B do Código do Registo Comercial … 150 dezembro.)
19- Pela solicitação do registo por depósito junto da 6 - Registo de pessoas coletivas religiosas e de pessoas
conservatória, nos termos do artigo 29.º-A do Código jurídicas canónicas:
do Registo Comercial … 150 6.1 - Inscrição - (euro) 60;
20 - Pela oposição da sociedade ao registo por depósito a 6.2 - Averbamento de cancelamento - (euro) 40;
promover pela conservatória, nos termos do artigo 6.3 - Outros averbamentos à inscrição - (euro) 25;
29.º-A do Código do Registo Comercial … 150 6.4 - Pela desistência do pedido de inscrição - (euro) 60;
21 - 21 - Pelo suprimento oficioso de deficiências que 6.5 - Pela urgência na realização do registo é devido o
ocorra no âmbito do artigo 52.º, n.ºs 2, 3 ou 5 do valor do emolumento correspondente ao ato.
Código do Registo Comercia 30 (euro). 6.6 - Aos emolumentos previstos nos números
22 - Os emolumentos pessoais eventualmente devidos anteriores acresce o emolumento previsto no n.º
pela prática de atos previstos neste artigo são pagos 3.1, quando se mostre devido.
pelo Instituto dos Registos e do Notariado, I. P. (IRN, 7 - Certidões e cópias de registo informático e de
I. P.). documentos:
23 – (Revogado). 7.1 - Requisição e emissão de certidão ou cópia de
24 - (Revogado). registo informático e de documentos - (euro) 20;
25 - (Revogado.) 7.2 - Emissão de certidão ou cópia de registo
26 - (Revogado). informático e de documentos quando
requeridas por pessoas coletivas religiosas ... 5
SECÇÃO V 7.3 - (Revogado.)
Registo Nacional de Pessoas Coletivas 7.4 - (Revogado.)

550
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

7.5 - Informação dada por escrito relativamente a 2.2 - Inscrições de hipoteca, consignação de
registos e documentos - (euro) 11. rendimentos, penhora, arresto, arrolamento,
8 - Acesso às bases de dados: providências cautelares não especificadas e locação
8.1 - Acesso eletrónico, cópias totais ou parciais e financeira - (euro) 100;
informação para fins de investigação estatística da 2.3 - Por cada inscrição de aquisição anterior à daquele
base de dados do ficheiro central de pessoas que se apresente a requerer o registo em seu nome -
coletivas (FCPC), do registo de pessoas coletivas (euro) 80;
religiosas (RPCR) e do registo de pessoas jurídicas 2.4 - Por cada inscrição transcrita em consequência de
canónicas (RPJC). mudança de capitania ou delegação marítima - (euro)
8.1.1 - Acesso online: 60;
8.1.1.1 - Acesso online à informação por um período 2.5 - Pelo fato previsto na alínea f) do artigo 89.º do
mínimo de um ano, assinatura mensal - (euro) 250: Decreto-Lei n.º 42 645, de 14 de novembro de 1959 -
8.1.1.2 - (Revogado.) (euro) 60;
8.1.1.3 - (Revogado.) 2.6 - O fato que respeite a diversos navios é cobrado
8.1.1.4 - (Revogado.) por inteiro relativamente ao primeiro, acrescido de
8.2 - Cópia total em suporte eletrónico da base de 50 % do valor do emolumento previsto para o
dados do FCPC, do RPCR ou do RPJC: registo, por cada navio a mais, até ao limite de
8.2.1 - Pela cópia de cada - (euro) 5000; (euro) 5000.
8.2.2 - Por cada atualização mensal de movimentos - 3 - Averbamentos às inscrições:
(euro) 200; 3.1 - Averbamento de cancelamento - (euro) 80;
8.2.3 - Cópia parcial em suporte eletrónico da base de 3.2 - Averbamento à inscrição não especialmente
dados do FCPC, do RPCR ou do RPJC: previsto - (euro) 50.
8.2.3.1 - Por cada 1000 registos ou fração - (euro) 250; 4 - Pela urgência na feitura de cada registo é devido o
8.2.3.2 - (Revogado.) valor do emolumento correspondente ao ato.
8.3 - Por cada cópia parcial em suporte de papel 5 - Desistência do pedido de registo ... 20
(conteúdo integral ou parcial do registo): 6 - Recusa de registo - (euro) 50.
8.3.1 - Até 1000 registos - (euro) 1000; 7 - Certidões, fotocópias, informações escritas e
8.3.2 - Por cada adicional de 1000 registos ou fração - certificados:
(euro) 250; 7.1 - Requisição e emissão de certidão negativa - (euro)
8.4 - Por cada informação estatística disponível do 20;
FCPC, do RPCR ou do RPJC: 7.2 - Requisição e emissão de certidão ou fotocópia de
8.4.1 - A nível nacional - (euro) 400; atos de registo:
8.4.2 - A nível concelhio - (euro) 100; 7.2.1 - Respeitante a um só navio - (euro) 20;
8.4.3 - O emolumento devido pela prestação de 7.2.2 - Por cada navio a mais - (euro) 10;
informação para fins de investigação científica ou 7.3 - Requisição e emissão de certidão ou fotocópia de
de estatística que requeira um tratamento documentos:
informático especial é o correspondente ao custo 7.3.1 - Até nove páginas - (euro) 20;
efetivo do serviço, acrescido de 10 % desse 7.3.2 - A partir da 10.ª página, por cada página a mais
montante. ... 1
9 - Os emolumentos previstos nos n.ºs 8.1.1, 8.2 e 8.4.3 7.4 - Pela confirmação do conteúdo da certidão ou
constituem receita do IRN, I. P., e do IGFEJ, I. P., na fotocópia é devido emolumento da respetiva
proporção de 85 % e 15 %, respetivamente. emissão reduzido a metade.
10 - Os emolumentos previstos nos n.ºs 8.3, 8.4.1 e 8.4.2 7.5 - Informação por escrito:
constituem receita do IRN, I. P. 7.5.1 - Em relação a um navio ... 11
7.5.2 - Por cada navio a mais, até ao máximo de € 800... 11
SECÇÃO VI 7.6 - Fotocópia não certificada, por cada página - (euro)
Registo de navios 1;
7.7 - O emolumento devido pelas certidões e
Artigo 24.º fotocópias, quando cobrado no ato do pedido, é
Emolumentos do registo de navios restituído no caso da recusa da sua emissão.
8 - Pelo suprimento oficioso de deficiências que ocorra
1 - Matrículas: no âmbito do artigo 73.º, n.ºs 2, 3 ou 7, do Código do
1.1 - Por cada matrícula de navio - (euro) 50. Registo Predial - 30 (euro).
2 - Inscrições e averbamentos:
2.1 - Inscrições - (euro) 150; SECÇÃO VII

551
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Registo de automóveis 2.2 - Pela confirmação do conteúdo de certidão ou


fotocópia é devido o emolumento da respetiva
Artigo 25.º emissão, reduzido a metade.
Emolumentos do registo de automóveis 2.3 - Pela emissão de segunda via de certificado de
matrícula ou pela sua substituição - € 30.
1 - Registos: 2.4 - Por cada informação dada por escrito relativa:
1.1 - Pelo registo inicial relativo a veículo com primeira 2.4.1 - Ao atual proprietário inscrito do veículo e aos
matrícula atribuída nos 60 dias anteriores - (euro) 55; encargos que o oneram - (euro) 5;
1.2 - Por cada registo subsequente - (euro) 65; 2.4.2 - A proprietários anteriores - (euro) 7.
1.3 - Tratando-se de registo de propriedade adquirida 3 - Pela urgência na feitura de cada registo é devido o
por revenda efetuada por entidade comercial que valor do emolumento correspondente ao ato.
tenha por atividade principal a compra e venda de 4 - Intermediação:
veículos para revenda, nos 180 dias posteriores à 4.1 - Por cada remessa de requerimentos e
aquisição da propriedade por tal entidade - (euro) documentos - € 5.
30; 5 - Acesso eletrónico, cópias parciais e mapas para fins
1.4 - O emolumento previsto no número anterior é de investigação científica e estatística.
devido pela entidade comercial nele referida, sendo 5.1 - Informação típica disponibilizada pelos serviços
devido a esta última, por parte do adquirente da para fins de investigação científica ou estatística
propriedade em virtude da revenda, o valor do fornecida em suporte papel:
emolumento pago pela entidade comercial, pelo 5.1.1 - Relativa a cada conjunto de 500 000
registo de propriedade a seu favor, nos termos do matrículas, ou parte - (euro) 100;
n.º 1.2; 5.1.2 - (Revogado.)
1.5 - Tratando-se de registo de alteração de nome, 5.2 - Informação típica disponibilizada pelos serviços
firma, residência ou sede - (euro) 35; para fins de investigação científica ou estatística
1.6 - Por cada registo relativo a ciclomotor ou fornecida em suporte eletrónico:
motociclo, triciclo ou quadriciclo com cilindrada não 5.2.1 - Relativa a cada conjunto de 500 000
superior a 50 cm3: matrículas, ou parte - (euro) 50;
1.6.1 - Tratando-se de registo inicial relativo a veículo 5.2.2 - (Revogado.)
com primeira matrícula atribuída nos 60 dias 5.3 - Acesso eletrónico à informação:
anteriores - (euro) 20; 5.3.1 - Por assinatura mensal, obrigatoriamente feita
1.6.2 - Tratando-se de registo subsequente - (euro) pelo período mínimo de seis meses - (euro) 150;
30; 5.3.2 - Acresce em cada período mensal, por cada
1.7 - Pela menção de reserva de propriedade ou pelo acesso:
seu cancelamento são devidos 50 % dos 5.3.2.1 - Até 1000 acessos - (euro) 1;
emolumentos previstos nos n.ºs 1.2, 1.3 e 1.6.2, 5.3.2.2 - De 1001 até 5000 acessos - (euro) 0,90;
respetivamente; 5.3.2.3 - De 5001 até 50 000 acessos - (euro) 0,80;
1.8 - Se o registo for requerido fora de prazo, é devido 5.3.2.4 - De 50 001 até 100 000 acessos - (euro) 0,50;
valor igual ao do emolumento; 5.3.2.5. - Acima de 100 000 acessos - (euro) 0,30;
1.9 - Se o registo respeitar a diversos veículos, acresce, 5.3.3 - (Revogado.)
por cada veículo depois do primeiro, 50 % do valor 5.4 - Cópias parciais da base de dados, de conteúdo
do emolumento previsto para o registo. total ou parcial da situação jurídica de cada veículo,
1.10 - Pela desistência - (euro) 20; fornecida em suporte eletrónico:
1.11 - Pela recusa - (euro) 25; 5.4.1 - Por cada conjunto de 500 matrículas ou parte -
1.11.1 - Se o emolumento previsto para o ato de (euro) 300;
registo requerido for inferior ao valor previsto nos 5.4.2 - (Revogado.)
n.ºs 1.10 e 1.11, pela desistência ou pela recusa é 5.5 - Cópia parcial da base de dados, de conteúdo total
devido o emolumento correspondente ao ato; ou parcial da situação jurídica de cada veículo,
1.12 - Pelo suprimento oficioso de deficiências que fornecida em suporte papel:
ocorra no âmbito dos n.ºs 2 e 3 do artigo 42.º-A do 5.5.1 - Por cada conjunto de 500 matrículas ou parte -
Decreto n.º 55/75, de 12 de fevereiro - (euro) 10. (euro) 2000;
2 - Certidões, fotocópias, certificados de matrícula, 5.5.2 - (Revogado.)
informações: 5.6 - O emolumento devido pela prestação de
2.1 - Pela requisição e emissão de certidão ou fotocópia informação para fins de investigação científica ou
acrescida da certificação de outro fato - (euro) 17; de estatística que requeira um tratamento
informático especial é o correspondente ao custo

552
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

efetivo do serviço, acrescido de 10 % desse


montante; Artigo 27.º
5.7 - Os emolumentos previstos nos n.ºs 5.2, 5.3, 5.4, Emolumentos comuns
5.5 e 5.6 constituem receita do IRN, I. P., e do IGFEJ,
I. P., na proporção de 85 % e 15 %, respetivamente; 1 - Serviço de telecópia:
5.8 - Os emolumentos previstos no n.º 5.1 constituem 1.1 - Pela utilização do serviço de telecópia nos serviços
receita do IRN, I. P. dos registos e do notariado, para emissão de
6 - Pelo processo de justificação - (euro) 100. documentos, são cobrados os seguintes
7 - Pela instrução e decisão de processo especial de emolumentos:
retificação - € 125. 1.1.1 - (Revogado).
8 - Os emolumentos previstos neste artigo têm um valor 1.1.2 - Por qualquer outro documento que contenha
único, incluindo os montantes a pagar a título de até sete folhas, incluindo as do pedido e resposta
emolumentos pessoais, quando estes sejam devidos. e uma eventual folha de certificação ou
9 - Os emolumentos pessoais eventualmente devidos encerramento:
pela prática de atos previstos neste artigo são pagos 1.1.2.1 - No continente e Regiões Autónomas .. 5
pelo Instituto dos Registos e do Notariado, I. P. (IRN, 1.1.2.2 - Em relação aos serviços consulares portugueses
I. P.). na Europa ... 20
10 - Para fazer face ao encargo referido no número 1.1.2.3 - Em relação aos serviços consulares portugueses
anterior, constitui receita do IRN, I. P., o montante de fora da Europa ... 50
(euro) 25, a deduzir dos emolumentos previstos nos 1.1.3 - Por cada folha a mais, nos casos previstos nos
n.ºs 1.1, 1.2, 1.3 e 1.5, e de (euro) 15, a deduzir dos n.ºs 1.1.2.1 a 1.1.2.3 acrescem respetivamente €
emolumentos previstos nos n.ºs 1.6.1 e 1.6.2, por 0,50, € 2,50 e € 7,50.
cada um dos atos previstos em tais preceitos. 1.2 - O pedido a que se refere o n.º 1.1.2 pode substituir
11 - (Revogado.) o modelo legal da requisição de certidão a que haja
12 - Os emolumentos cobrados pelos atos de registo lugar, desde que dele constem os elementos nesta
requeridos por via eletrónica constituem receita do contidos.
IRN, I. P. 1.3 - Se o pedido não for satisfeito por culpa dos
12.1 - Constituem, igualmente, receita do IRN, I. P., os serviços, o utente é reembolsado das quantias
valores previstos nos n.ºs 1.7, 1.8, 1.10, 1.11, 1.12, entregues.
2 e 3. 2 - (Revogado pelo Decreto-Lei n.º 247-B/2008, de 30 de
13 - (Revogado.) dezembro.)
14 - Os montantes pecuniários a pagar em resultado da 3 - Regimes especiais de constituição imediata de
aplicação de reduções emolumentares previstas sociedades e associações e de constituição online de
nesta tabela devem ser arredondados, por excesso ou sociedades:
por defeito, para a unidade decimal mais próxima. 3.1 - Pela prática dos atos compreendidos no regime
Caso os montantes pecuniários a pagar resultem num especial de constituição imediata de sociedades,
valor exatamente intermédio, o montante deve ser com ou sem nomeação de órgãos sociais ou
arredondado por excesso. secretário da sociedade … 360
14.1 - Os valores resultantes dos arredondamentos 3.2 - Pela prática dos atos compreendidos no regime
efetuados nos termos do número anterior são especial de constituição imediata de associações -
suportados pelo Instituto dos Registos e do (euro) 300;
Notariado, I. P., nos arredondamentos por defeito e 3.3 - Os emolumentos previstos nos n.ºs 3.1 e 3.2 têm
revertem para a mesma entidade nos um valor único, incluem a aprovação de firma ou
arredondamentos por excesso. denominação no posto de atendimento e, no caso
do n.º 3.1, incluem o custo da publicação
SECÇÃO VIII obrigatória e dos atos de registo comercial
Identificação civil correspondentes à constituição da sociedade e de
designação de órgãos sociais ou secretário da
Artigo 26.º sociedade;
Emolumentos da identificação civil 3.3.1 - Ao emolumento previsto no n.º 3.1, acresce no
caso de constituição de sociedades com entradas
(Revogado.) de bens imóveis ou móveis ou participações
sociais sujeitos a registo, (euro) 50 por imóvel,
SECÇÃO IX quota ou participação social, (euro) 30 por cada
Emolumentos diversos bem móvel, ou (euro) 20 tratando-se de bens a

553
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

que se refere o artigo 25.º, n.º 1.6, do presente 7.2 - Pelo reconhecimento que contenha, a pedido dos
regulamento, até ao limite de (euro) 30 000; interessados, menção de qualquer circunstância
3.4 - Do emolumento previsto no n.º 3.1, deduzido da especial - (euro) 16,50;
taxa devida pela publicação a que se refere o n.º 7.3 - Por cada termo de autenticação de documentos
3.3, pertencem dois terços à conservatória do não abrangidos pelo n.º 7.7, com um só
registo comercial e um terço ao Registo Nacional de interveniente - (euro) 24;
Pessoas Coletivas (RNPC). 7.4 - Por cada interveniente a mais - (euro) 6,50;
3.5 - Pela prática dos atos compreendidos no regime 7.5 - Por cada termo de autenticação de procuração
especial de constituição online de sociedades, com com um só mandante e mandatário - (euro) 20;
ou sem nomeação de órgãos sociais ou secretário 7.6 - Por cada mandante ou mandatário adicional -
da sociedade e com opção por pato ou ato (euro) 10;
constitutivo de modelo aprovado - (euro) 220; 7.7 - Por cada termo de autenticação de documentos
3.6 - Pela prática dos atos compreendidos no regime particulares que titulem atos sujeitos a registo
especial de constituição online de sociedades, com ou predial nos termos do artigo 24.º do Decreto-Lei n.º
sem nomeação de órgãos sociais ou secretário da 116/2008, de 4 de julho - (euro) 175;
sociedade e com opção por pato ou ato constitutivo 7.7.1 - Por cada interveniente para além do primeiro -
elaborado pelos interessados - (euro) 360; (euro) 10;
3.7 - Os emolumentos previstos nos n.ºs 3.5 e 3.6 têm 7.7.2 - Por cada ato ou negócio jurídico a mais além
um valor único e incluem a verificação da do primeiro, acresce - (euro) 50;
admissibilidade e aprovação de firma e ainda o 7.7.3 - Por cada prédio a mais além do primeiro,
custo da publicação obrigatória do registo. acresce - (euro) 25.
3.8 – (Revogado); 8 - Traduções e certificados:
3.8.1 - (Revogado). 8.1 - Pelo certificado de exatidão da tradução de cada
4 - Regime especial de criação imediata de documento realizada por tradutor ajuramentado -
representações permanentes: (euro) 25;
4.1 - Pela prática dos atos compreendidos no regime 8.2 - Pela tradução de documentos, por cada página -
especial de criação imediata de representações (euro) 20;
permanentes - (euro) 200; 8.3 – (Revogado).
4.2 - O emolumento previsto no número anterior tem 9 - Fotocópias e respetiva conferência, públicas-formas e
um valor único e inclui o custo da publicação certificação da conformidade de documentos
obrigatória do registo. eletrónicos com os documentos originais:
5 - Impugnação: 9.1 - Por cada pública - forma, conferência de fotocópia
5.1 - Por cada processo de recurso hierárquico - 175 ou fotocópia e respetiva conferência, até quatro
(euro). páginas, inclusive - (euro) 18;
5.1.1 - Por cada processo de recurso hierárquico de 9.2 - A partir da 5.ª página, por cada página a mais,
conta ou de recusa de passagem de certidão - 120 (euro) 1, até ao limite de (euro) 150;
(euro); 9.3 - Por cada certificação da conformidade de
5.2 - Em caso de procedência do recurso, há lugar à documentos eletrónicos com os documentos
devolução dos emolumentos previstos nos números originais e respetiva digitalização - (euro) 17.
anteriores; 10 - Operações especiais de registos (SIR - Soluções
5.3 - Em caso de provimento parcial do recurso o Integradas de Registo):
emolumento previsto no n.º 5.1 é reduzido a 10.1 - A instrução dos procedimentos de operações
metade, sendo devolvido na sua totalidade o especiais de registos que determine a solicitação
emolumento previsto no n.º 5.1.1; aos interessados de documentos que não possam
5.4 - A retificação oficiosa da conta com base nos ser obtidos através do acesso direto às bases de
fundamentos invocados em recurso hierárquico dados dos registos, dá lugar à cobrança do
findo por falta de verificação dos respetivos emolumento previsto para o suprimento de
pressupostos, dá lugar à devolução do emolumento deficiências;
previsto no n.º 5.1.1; 10.2 - A identificação dos bens sobre os quais incidem
6 - Por cada certificado emitido nos termos do artigo os atos ou procedimentos, mediante consulta, a
133.º do Regulamento dos Serviços dos Registos e do pedido dos interessados, das bases de dados dos
Notariado ... 50 registos, dá lugar à cobrança dos emolumentos
7 - Reconhecimentos e termos de autenticação: previstos para as fotocópias não certificadas;
7.1 - Pelo reconhecimento de cada assinatura e de letra 10.3 - Sem prejuízo do disposto nos números
e assinatura - (euro) 12; anteriores, os emolumentos e taxas devidos por

554
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

atos de registo e procedimento realizados ao abrigo anteriores por cada prédio a mais, até ao limite de
do n.º 5 do artigo 26.º do Decreto-Lei n.º 116/2008, (euro) 30 000 - (euro) 50.
de 4 de Julho, são faturados de forma agrupada no 7.1 - No caso de procedimento que titule atos de
final de cada operação especial de registo. permuta, o acréscimo previsto no número anterior
conta-se apenas a partir do terceiro prédio.
Artigo 27.º-A 8 - Pelo documento de retificação a título elaborado no
Procedimento especial de transmissão, oneração e âmbito do procedimento, por erro não imputável aos
registo de imóveis serviços - (euro) 50.
1 - Pelo procedimento especial de transmissão, oneração 9 - Por cada averbamento ao documento que titule o
e registo de imóveis, independentemente do número negócio jurídico, incluindo retificações não
de atos de registo, com ou sem marcação prévia - imputáveis aos serviços - (euro) 50.
(euro) 700. 10 - Os emolumentos previstos neste artigo têm um valor
1.1 - Pelo procedimento que titule atos de permuta único, incluindo os montantes a pagar a título de
com constituição de uma ou mais hipotecas, emolumentos pessoais, quando estes sejam devidos.
acresce ao emolumento previsto no número 11 – (Revogado).
anterior (euro) 225.
2 - Pelo procedimento especial de transmissão, oneração SECÇÃO X
e registo de imóveis, com ou sem marcação prévia, se Isenções ou reduções emolumentares
apenas for registado um fato - (euro) 375.
3 - Pelo procedimento especial de que resulte a Artigo 28.º
constituição da propriedade horizontal acresce ao Isenções ou reduções emolumentares
emolumento que se mostre devido nos termos dos
números anteriores, (euro) 25 por cada descrição 1 - Os emolumentos devidos pela celebração da escritura
subordinada, até ao limite de (euro) 30 000. pública de compra e venda, de doação e de partilha
3.1 - Pelo procedimento especial de que resulte a mortis causa de imóveis rústicos são reduzidos em
modificação do título constitutivo da propriedade função do valor do ato, nos seguintes termos:
horizontal acresce ao emolumento previsto nos 1.1 - Até € 5000 - em três quartos;
termos dos n.ºs 1 e 2, (euro) 25 por cada descrição 1.2 - Acima de € 5000 e até € 10000 - em dois terços;
subordinada, criada ou alterada, até ao limite de 1.3 - Acima de € 10000 e até € 15000 - em metade;
(euro) 30 000; 1.4 - Acima de € 15000 e até € 25000 - em um terço;
3.2 - O disposto no número anterior não tem aplicação 1.5 - Acima de € 25000 e até € 35000 - em um quarto;
no caso de mera reprodução de inscrições ou de 1.6 - Acima de € 35000 e até € 80000 - em um oitavo.
averbamentos ou de simples menção de cotas de 2 - Os emolumentos devidos pela emissão de certidões
referência. destinadas a instruir as escrituras de doação e
4 - Pela desistência ou não conclusão do procedimento partilha mortis causa referidas no número anterior
por motivos imputáveis às partes é devido um terço beneficiam de uma redução correspondente a
do emolumento previsto. metade do respetivo valor.
5 - Por cada consulta efetuada a bases de dados registais 3 - As certidões que beneficiem da redução emolumentar
no âmbito dos processos previstos no presente artigo prevista no número anterior devem mencionar o fim
é devido valor igual ao valor mais baixo previsto para a que se destinam, único para que podem ser
a emissão de certidão online, ou em papel caso utilizadas.
aquela não exista, relativa a cada espécie de registo. 4 - Os benefícios previstos no n.º 1 do presente artigo
5.1 - O disposto no número anterior só é aplicável se são aplicáveis à aquisição por compra e venda de
inexistir código de acesso válido a certidão imóvel para habitação própria e permanente.
permanente e não for apresentada pelos 5 - Às aquisições realizadas ao abrigo do regime de conta
interessados a correspondente certidão em suporte poupança-habitação aplica-se a redução
de papel e determina a entrega de chave de acesso emolumentar prevista no n.º 1, se esta for mais
à certidão permanente ou a correspondente favorável do que a prevista naquele regime.
certidão em suporte de papel. 6 - A transmissão isolada de partes indivisas de imóveis
6 - Pela emissão de certificado relativo a procedimento urbanos, efetuadas nos termos e condições
não concluído por motivo imputável às partes - (euro) constantes dos n.ºs 1 e 4, goza das reduções
50. emolumentares aí previstas, se pelo ato de aquisição
7 - Pelo procedimento que abranja mais de um imóvel, o adquirente concentrar na sua esfera jurídica a
acresce ao valor fixado nos termos dos números totalidade do direito de propriedade do imóvel.

555
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

7 - Goza igualmente do benefício previsto no n.º 1 a 24 - (Revogado.)


aquisição simultânea e pelo mesmo sujeito, da sua 25 - Os emolumentos devidos por atos de registo
propriedade e do usufruto de imóveis urbanos para previstos nos artigos 22.º e 25.º, quando promovidos
habitação própria e permanente, titulada nos termos por via eletrónica, são reduzidos em 15 %, quanto a
atrás descritos. todas as verbas que os compõem.
8 - Para efeitos do disposto no n.º 1, considera-se como 26 - Os emolumentos devidos por atos de registo predial
valor do ato o preço global ou o valor total atribuído previstos nos n.ºs 2.1 e 2.12 do artigo 21.º, quando
aos imóveis ou a soma dos seus valores patrimoniais, promovidos por via eletrónica, são reduzidos em 10
se superior. %, quando não sejam requeridos, nem devam ser
9 - São, também, isentos dos emolumentos de urgência, efetuados como provisórios, nos termos da alínea g),
os atos lavrados ao abrigo de regimes de urgência h), i) e j) do n.º 1 do artigo 92.º do Código do Registo
legal, incluindo os que por virtude de uma relação de Predial.
dependência devam ser lavrados previamente 27 - Os emolumentos devidos por atos de registo predial
àquele. previstos nos n.ºs 2.7, 2.16.2, 2.17 e 3 do artigo 21.º,
10 - Os emolumentos devidos pelo acesso e quando promovidos por via eletrónica, são reduzidos
fornecimento, nos termos da lei, de cópias parciais de em 10 %.
registo em suporte magnético ou em suporte de 28 - O registo por depósito promovido pela
papel, resultantes da consulta em linha à base de conservatória, nos termos do artigo 29.º-A do Código
dados do registo de automóveis quando requerida e do Registo Comercial, não está sujeito ao pagamento
efetuada pelas câmaras municipais ou entidades do emolumento previsto no n.º 3 do artigo 22.º
administrativas municipais, no exercício exclusivo de 29 - (Revogado.)
competências no âmbito da regulação e fiscalização 30 - (Revogado.)
do cumprimento das disposições do Código da 31 - As certidões e outros documentos de carácter
Estrada e legislação complementar, são reduzidos, de probatório requeridos para fins eleitorais, bem como
acordo com o número de eleitores dos respetivos os reconhecimentos de assinaturas e outros atos
municípios, nos termos seguintes: respeitantes a documentos destinados a
10.1 - Municípios com 10000 ou menos eleitores - em apresentação para os mesmos fins estão isentos de
metade; emolumentos.
10.2 - Municípios com mais de 10000 e menos de 32 - Pelo acesso em linha por parte das entidades
50000 eleitores - em um terço; responsáveis pelas bases de dados do dispositivo
10.3 - Municípios com mais de 50000 e menos de eletrónico de matrícula às bases de dados do registo
100000 eleitores - em um quarto. automóvel, o montante decorrente do n.º 5.3.2.5 do
11 - (Revogado.) artigo 25.º terá um limite mensal fixado por despacho
12 - (Revogado.) do membro do Governo responsável pela área da
13 - (Revogado.) Justiça.
14 - (Revogado.) 33 - Os emolumentos previstos nos n.ºs 2.1, 2.12, 2.16.2,
15 - (Revogado.) 2.17, 3, 4, 5 e 12 do artigo 21.º, bem como o
16 - (Revogado.) emolumento previsto nos n.ºs 7.7, 7.7.1, 7.7.2 e 7.7.3
17 - (Revogado.) do artigo 27.º, são reduzidos em 65 % quando o fato
18 - Estão isentos de tributação emolumentar os atos respeite apenas a prédios rústicos de valor inferior a
notariais e de registo exigidos para execução de (euro) 10 000.
providências integradoras ou decorrentes de plano de 33.1 - Os emolumentos devidos pelo procedimento
insolvência judicialmente homologado que visem o especial de transmissão, oneração e registo
saneamento da empresa, através da recuperação do previstos no artigo 27.º-A, n.ºs 1 e 2, são reduzidos
seu titular ou da sua transmissão, total ou parcial, a em 50 % quando respeitem apenas a prédios
outra ou outras entidades. rústicos de valor inferior a (euro) 10 000.
19 - (Revogado.) 33.1.1 - Os emolumentos devidos pelos
20 - (Revogado.) procedimentos previstos no artigo 18.º, n.ºs 6.2,
21 - O emolumento devido pela prática dos atos 6.2.1, 6.2.2, 6.10.2, 6.10.3, 6.10.4 e 6.10.5.1, são
compreendidos no regime especial de constituição reduzidos em 50 % quando respeitem apenas a
imediata de associações de estudantes é reduzido em prédios rústicos de valor inferior a (euro) 10 000.
€ 100, não sendo devida participação emolumentar 33.2 - Para efeitos do disposto nos números anteriores,
pela referida redução. o valor do prédio é o do seu valor patrimonial, o
22 - (Revogado.) valor declarado ou aquele que as partes lhe
23 - (Revogado.) atribuírem se for superior.

556
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

34 - Os emolumentos devidos pela realização de atos de designada por 'Bolsa de terras' e relacionados com a
registo de fatos relativos a prédio rústico ou misto a finalidade dessa disponibilização, são reduzidos em
disponibilizar, ou disponibilizado, na bolsa de terras a 75 %.
que se refere a lei que cria a bolsa nacional de terras
para utilização agrícola, florestal ou silvopastoril,

557
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

558
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Registo Nacional de Menores em Situação Irregular


no Território Nacional

559
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

560
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Decreto-Lei n.º 67/2004, de 25 de março competentes da Administração Pública, garantir que os


Cria um registo nacional de menores estrangeiros menores registados acedam ao exercício de direitos que
que se encontrem em situação irregular no a lei atribui aos menores em situação regular no
território nacional território nacional.

A restrição quanto à natureza dos dados a recolher


O n.º 1 do artigo 15.º da Constituição da República salvaguarda o respeito pelos limites estabelecidos no n.º
Portuguesa estende aos estrangeiros e aos apátridas que 3 do artigo 35.º da Constituição e pelo n.º 1 do artigo 7.º
se encontrem ou residam em Portugal o gozo dos direitos da Lei n.º 67/98, de 26 de outubro.
e a sujeição aos deveres do cidadão português.
Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões
A saúde e a educação, direitos fundamentais sociais, Autónomas e a Comissão Nacional de Proteção de Dados.
consagrados, respetivamente, nos artigos 64.º e 73.º da
Constituição, têm um carácter universal que não pode Assim:
ser afastado por qualquer interpretação restritiva, se se Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da
tiver em conta o disposto nos artigos 25.º e 26.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
Declaração Universal dos Direitos do Homem, como se
impõe no n.º 2 do artigo 16.º da lei fundamental. Artigo 1.º
Objeto
É sabida a existência em território nacional de cidadãos
estrangeiros menores não legalizados cuja idade é É criado um registo nacional de menores estrangeiros
inferior à mínima permitida por lei para a celebração que se encontrem em situação irregular no território
autónoma de contrato de trabalho. Esses menores estão nacional.
completamente dependentes da economia do agregado
familiar a que pertencem, pois não dispõem de qualquer Artigo 2.º
autonomia nem para o exercício de uma atividade Âmbito
laboral, nem para se ausentarem do País, nem para se
legalizarem. Em suma, limitados na capacidade de 1 - O registo referido no artigo anterior destina-se
exercício por força da menoridade e na capacidade de exclusivamente a assegurar o acesso dos menores ao
gozo por força da sua condição de imigrantes ilegais, benefício dos cuidados de saúde e à educação pré-
encontram-se num vazio jurídico impeditivo do acesso escolar e escolar.
aos benefícios elementares que a sociedade e o Estado 2 - Os dados a recolher devem cingir-se ao estritamente
destinam a todos os cidadãos sejam nacionais ou necessário à identificação do menor, nomeadamente
estrangeiros. o nome do menor, o nome dos progenitores, o nome
de quem exerça o poder paternal e o lugar de
Sendo intolerável a manutenção deste estado de coisas, residência do menor.
e sendo-o, igualmente, que a legalização dos pais se faça 3 - Em caso nenhum os elementos constantes deste
por via da própria paternidade, a solução parece residir registo poderão servir de fundamento ou meio de
numa concreta atuação das autoridades públicas sobre a prova para qualquer procedimento, administrativo ou
proteção dos menores, já consagrada, aliás, na judicial, contra qualquer cidadão ou cidadãos
Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das estrangeiros que exerçam o poder paternal do menor
Crianças, mormente no n.º 1 do seu artigo 2.º, solução registado, salvo na medida do necessário para a
que já é apontada na parte final do preâmbulo do proteção dos direitos deste.
Decreto-Lei n.º 34/2003, de 25 de fevereiro. 4 - Em caso nenhum os elementos constantes deste
registo poderão servir de base à legalização do menor
Pelo presente diploma é criado um registo dos cidadãos registado ou do cidadão ou cidadãos estrangeiros
estrangeiros menores cuja situação seja ilegal em face do que, sobre este, exerçam o poder paternal.
regime jurídico da entrada, permanência, saída e
afastamento de estrangeiros do território nacional,
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 244/98, de 8 de agosto, na
redação que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 34/2003,
de 25 de fevereiro.

Cabe ao Alto-Comissariado para a Imigração e Minorias


Étnicas, em articulação transversal com os serviços

561
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Artigo 3.º Artigo 4.º


Competência Regulamentação

1 - O registo é efetuado oficiosamente, a solicitação de A regulamentação da recolha e do tratamento dos dados


qualquer serviço da Administração Pública, ou por pessoais dos menores abrangidos pelo artigo 1.º será
requerimento de quem exerça o poder paternal. aprovada, no prazo de 90 dias contados a partir da
2 - Competem ao Alto-Comissariado para a Imigração e entrada em vigor do presente diploma, por portaria do
Minorias Étnicas a recolha, o tratamento e a Ministro da Presidência.
manutenção dos dados recolhidos nos termos do
presente diploma.
3 - Cabe ao Alto-Comissariado para a Imigração e
Minorias Étnicas, em articulação transversal com os
serviços competentes da Administração Pública e da
administração regional autónoma, garantir que os
menores registados acedam ao exercício dos mesmos
direitos que a lei atribui aos menores em situação
regular no território nacional.

562
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

Portaria n.º 995/2004, de 9 de agosto a) Atendimento personalizado realizado nos centros


Aprova a regulamentação do registo nacional de nacionais de apoio ao imigrante;
menores estrangeiros que se encontrem em b) Requerimento, por escrito, de quem exerça o
situação irregular no território poder paternal do menor;
c) Comunicação, por escrito, de qualquer serviço;
d) Iniciativa do alto-comissário.
O Decreto-Lei n.º 67/2004, de 25 de março, cria um 2 - O registo efetuado nos termos da alínea a) do número
registo dos cidadãos estrangeiros menores em situação anterior é requerido presencialmente por quem
ilegal, em face do regime jurídico da entrada, exerça o poder paternal do menor.
permanência, saída e afastamento de estrangeiros do 3 - O registo efetuado nos termos da alínea b) do n.º 1 é
território nacional, aprovado pelo Decreto-Lei n.º requerido através de carta registada com aviso de
244/98, de 8 de agosto, na redação que lhe foi dada pelo receção, dirigida ao alto-comissário para a Imigração
Decreto-Lei n.º 34/2003, de 25 de fevereiro. e Minorias Étnicas, o qual pode solicitar a presença
do menor ou de quem, sobre este, exerça o poder
Tal registo visa exclusivamente dotar o Alto-Comissariado paternal.
para a Imigração e Minorias Étnicas da informação 4 - O registo efetuado nos termos da alínea c) do n.º 1 é
necessária que lhe permita, em articulação transversal solicitado através de ofício dirigido ao alto-comissário
com os serviços competentes da Administração Pública, para a Imigração e Minorias Étnicas, onde se
acompanhar aqueles menores, assegurando o seu acesso comuniquem, sempre que possível, os dados
aos cuidados de saúde e à educação pré-escolar e constantes no n.º 1 do número seguinte.
escolar, com os mesmos direitos que a lei atribui aos
menores em situação regular no território nacional. 3.º
Dados pessoais
O artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 67/2004, de 25 de março,
dispõe que a regulamentação da recolha e do tratamento 1 - O registo contém os seguintes campos de informação
dos dados pessoais dos menores abrangidos pelo de dados pessoais:
diploma compete ao Ministro da Presidência, mediante Nome;
portaria a aprovar no prazo de 90 dias contados a partir Data de nascimento;
da sua entrada em vigor. Local de nascimento;
Nacionalidade;
Assim: Nome do pai;
Manda o Governo, pelo Ministro da Presidência, o Nacionalidade;
seguinte: Nome da mãe;
Nacionalidade;
1.º Morada;
Competência Telefone;
Responsável pelo poder paternal;
1 - O registo nacional de menores estrangeiros que se Encarregado de educação.
encontrem em situação irregular no território 2 - O registo é mantido em suporte informático de acesso
nacional, criado pelo Decreto-Lei n.º 67/2004, de 25 reservado, sujeito a todas as medidas de proteção.
de março, adiante designado por registo, é uma base 3 - O registo deve ser acompanhado de fotografia
de dados pessoais, nos termos da Lei n.º 67/98, de 26 atualizada do menor registado.
de outubro.
2 - O Alto-Comissariado para a Imigração e Minorias 4.º
Étnicas é o serviço responsável pela recolha, Utilização do registo
tratamento e manutenção dos dados pessoais dos
menores estrangeiros que se encontrem em situação 1 - O registo só pode ser usado para os fins previstos no
irregular no território nacional. Decreto-Lei n.º 67/2004, de 25 de março, sem
prejuízo do disposto na lei em matéria de utilização
2.º estatística.
Realização do registo 2 - O alto-comissário designa a pessoa ou pessoas
autorizadas a proceder ao tratamento dos dados do
1 - O Alto-Comissariado para a Imigração e Minorias registo, ficando estas obrigadas ao sigilo profissional,
Étnicas procede ao registo dos dados recolhidos, mesmo após o termo das suas funções.
mediante:

563
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

3 - O registo não pode ser copiado, na parte ou no todo, Nacionalidade: ...


para qualquer outra entidade, sendo proibida a Morada: ...
interconexão de dados pessoais não previamente Telefone: ...
autorizada pela Comissão Nacional de Proteção de Encarregado de educação: ...
Dados. Nos termos do n.º 1 do artigo 2.º e do n.º 3 do artigo 3.º
4 - O tratamento, total ou parcial, dos dados pessoais fica do Decreto-Lei n.º 67/2004, de 25 de março, o menor
sujeito a notificação à Comissão Nacional de Proteção acima identificado encontra-se registado no Alto-
de Dados. Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas,
5.º servindo a presente credencial de documento de
Documento de registo identificação bastante para o exercício dos direitos de
acesso à educação pré-escolar e escolar e de acesso aos
1 - A quem exerça o poder paternal dos menores cuidados de saúde, nos mesmos termos dos menores em
registados é entregue uma credencial nominal, situação regular no território nacional. Esta credencial
segundo o modelo em anexo, com a identificação do tem a validade de dois anos.
menor e que servirá exclusivamente para os fins Lisboa, ... de ... de 20...
previstos no Decreto-Lei n.º 67/2004, de 25 de O Alto-Comissário, ...
março, nomeadamente o seu acesso à saúde e à
educação pré-escolar e escolar com os mesmos
direitos que a lei atribui aos menores em situação (verso da folha)
regular no território nacional. Decreto-Lei n.º 67/2004, de 25 de março
2 - O documento referido no número anterior tem
validade de dois anos após a data de emissão, Artigo 2.º
podendo ser renovado nos termos do n.º 2.º 1 - O registo referido no artigo anterior destina-se
3 - A credencial de registo constitui documento suficiente exclusivamente a assegurar o acesso dos menores ao
para o acesso integral do menor registado à saúde e à benefício dos cuidados de saúde e à educação pré-
educação pré-escolar e escolar com os mesmos escolar e escolar.
direitos que a lei atribui aos menores em situação …………………………………………………………………………………
regular no território nacional. ……………………………………………………………………………..
Artigo 3.º
6.º 3 - Cabe ao Alto-Comissariado para a Imigração e
Acompanhamento dos menores registados Minorias Étnicas, em articulação transversal com os
serviços competentes da Administração Pública e da
O Alto-Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas administração regional autónoma, garantir que os
assegura, na medida das suas competências e em menores registados acedam ao exercício dos mesmos
articulação transversal com os serviços competentes, o direitos que a lei atribui aos menores em situação
acesso à saúde e à educação pré-escolar e escolar dos regular no território nacional.
menores registados. …………………………………………………………………………………
……………………………………………………………………………..
7.º
Cooperação com os serviços públicos Portaria n.º 995/2004, de 9 de agosto
5.º
O Alto-Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas Documento de registo
acompanha a aplicação do Decreto-Lei n.º 67/2004, de
25 de março, sensibilizando os serviços públicos com 1 - A quem exerça o poder paternal dos menores
atribuições nas áreas da saúde ou da educação e registados é entregue uma credencial nominal,
prestando aos mesmos o apoio e esclarecimento segundo o modelo em anexo, com a identificação do
necessários. menor e que servirá exclusivamente para os fins
previstos no Decreto-Lei n.º 67/2004, de 25 de
ANEXO março, nomeadamente o seu acesso à saúde e à
(frente da folha) educação pré-escolar e escolar com os mesmos
Credencial (n.º 5.º, n.º 1, da Portaria n.º 995/2004, de 9 direitos que a lei atribui aos menores em situação
de agosto) regular no território nacional.
2 - O documento referido no número anterior tem
Nome: ... validade de dois anos após a data de emissão,
Data de nascimento: ... podendo ser renovado nos termos do n.º 2.º

564
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

3 - A credencial de registo constitui documento suficiente


para o acesso integral do menor registado à saúde e à
educação pré-escolar e escolar com os mesmos
direitos que a lei atribui aos menores em situação
regular no território nacional.

565
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional

566

Você também pode gostar