Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2016
IMIGRAÇÃO
Legislação Nacional
IMIGRAÇÃO
Legislação Nacional
Lisboa
outubro / 2016
FICHA TÉCNICA
Título do dossier
Maria Leitão
Rosário Campos
Data de publicação:
outubro de 2016
PARTE GERAL
Constituição da República Portuguesa - artigos 7.º a 9.º, 12.º, 13.º, 15.º a 33.º, 41.º, 46.º, 59.º e 74.º 021
Acesso ao Direito
Lei n.º 34/2004, de 29 de julho (alterada pela Lei n.º 47/2007, de 28 de agosto) 029
Altera o regime de acesso ao direito e aos tribunais e transpõe para a ordem jurídica nacional a Diretiva n.º
2003/8/CE, do Conselho, de 27 de janeiro, relativa à melhoria do acesso à justiça nos litígios transfronteiriços
através do estabelecimento de regras mínimas comuns relativas ao apoio judiciário no âmbito desses litígios
Portaria n.º 10/2008, de 3 de janeiro (alterada pela Portaria n.º 210/2008, de 29 de fevereiro, Portaria n.º 654/2010,
de 11 de agosto, e Portaria n.º 319/2011, de 30 de dezembro) 041
Regulamenta a lei do acesso ao direito, aprovada pela Lei n.º 34/2004, de 29 de julho, na redação dada pela Lei n.º
47/2007, de 28 de agosto
Decreto-Lei n.º 252/2000, de 16 de outubro (alterado pelo Decreto-Lei n.º 290-A/2001, de 17 de novembro,
Decreto-Lei n.º 121/2008, de 11 de julho, e Decreto-Lei n.º 240/2012, de 6 de novembro) 083
Aprova a estrutura orgânica e define as atribuições do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras
Lei n.º 115/99, de 3 de agosto (alterada pelo Decreto-Lei n.º 34/2008, de 26 de fevereiro) 105
Regime jurídico das associações de imigrantes
Decreto-Lei n.º 75/2000, de 9 de maio (alterado pelo Decreto-Lei n.º 34/2008, de 26 de fevereiro) 107
Regulamenta a Lei n.º 115/99, de 3 de agosto, que tem por objetivo estabelecer o regime de constituição e os
direitos e deveres das associações representativas dos imigrantes e seus descendentes
PARTE SETORIAL
Decreto-Lei n.º 83/2000, de 11 de maio (alterado pelo Decreto-Lei n.º 278/2000, de 10 de novembro, Decreto-Lei
n.º 108/2004, de 11 de maio, Lei n.º 13/2005, de 26 de janeiro, Decreto-Lei n.º 138/2006, de 26 de julho, Decreto-Lei
n.º 97/2011, de 20 de setembro, e Decreto-Lei n.º 54/2015, de 16 de abril) 145
Aprova o novo regime legal da concessão e emissão dos passaportes
EDUCAÇÃ O
Direito à Educação
269
Direito ao Trabalho
Lei n.º 34/94, de 14 de setembro (alterada pela Lei n.º 23/2007 de 4 de julho) 199
Define o regime de acolhimento de estrangeiros ou apátridas em centros de instalação temporária
Lei n.º 27/2008, de 30 de junho (alterada pela Lei n.º 26/2014, de 5 de maio) 209
Estabelece as condições e procedimentos de concessão de asilo ou proteção subsidiária e os estatutos de
requerente de asilo, de refugiado e de proteção subsidiária, transpondo para a ordem jurídica interna as
Diretivas n.ºs 2004/83/CE, do Conselho, de 29 de abril, e 2005/85/CE, do Conselho, de 1 de dezembro
Portaria n.º 302/2015, de 22 de setembro (alterada pela Portaria n.º 412/2015, de 27 de novembro) 241
Aprova o modelo de título de viagem para os cidadãos estrangeiros residentes em Portugal na qualidade de
refugiados e revoga a Portaria n.º 396/2008, de 6 de junho
Resolução do Conselho de Ministros n.º 110/2007, de 21 de agosto 243
Determina, para efeitos da Lei n.º 15/98, de 26 de março, que serão criadas condições para conceder
anualmente, no mínimo, asilo a 30 pessoas
Lei n.º 23/2007, de 4 de julho (alterada pela Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, Lei n.º 56/2015, de 23 de junho, e Lei
n.º 63/2015, de 30 de junho) 263
Aprova o regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional
Decreto Regulamentar n.º 84/2007, de 5 de novembro (alterado pelo Decreto Regulamentar n.º 2/2013, de 18 de
março, Decreto-Lei n.º 31/2014, de 27 de fevereiro, e Decreto Regulamentar n.º 15-A/2015, de 2 de setembro) 323
Regulamenta a Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, que aprova o regime jurídico de entrada, permanência, saída e
afastamento de cidadãos estrangeiros de território nacional
1 Devido ao elevado número de alterações legislativas sofridas por este diploma optou-se por não as mencionar no índice.
2 Vd. nota 1.
3 Vd. nota 1.
4
Vd. nota 1.
Portaria n.º 1079/2007, de 10 de dezembro 365
Estabelece a idade mínima e máxima da concessão de visto de residência para frequência do ensino secundário
Portaria n.º 302/2015, de 22 de setembro (alterada pela Portaria n.º 412/2015, de 27 de novembro) 415
Aprova o modelo de título de viagem para os cidadãos estrangeiros residentes em Portugal na qualidade de
refugiados e revoga a Portaria n.º 396/2008, de 6 de junho
Nacionalidade
Lei n.º 37/81, de 3 de outubro (alterada pela Lei n.º 25/94, de 19 de agosto, Decreto-Lei n.º 194/2003, 433
de 23 de agosto, Lei Orgânica n.º 1/2004, de 15 de janeiro, Lei Orgânica n.º 2/2006, de 17 de abril, Lei
Orgânica n.º 1/2013, de 29 de julho, Lei Orgânica n.º 8/2015, de 22 de junho, e Lei Orgânica n.º 9/2015,
de 29 de julho)
Lei da Nacionalidade
Decreto-Lei n.º 237-A/2006, de 14 de dezembro (alterado pelo Decreto-Lei n.º 43/2013, de 14 de dezembro, e
Decreto-Lei n.º 30-A/2015, de 27 de fevereiro) 439
Aprova o Regulamento da Nacionalidade Portuguesa e introduz alterações no Regulamento Emolumentar dos
Registos e Notariado, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 322-A/2001, de 14 de dezembro
Decreto-Lei n.º 64/93, de 5 de março (retificado pela Declaração de Retificação n.º 109/93, de 30 de junho) 465
Regula o enquadramento no regime geral de segurança social dos trabalhadores por conta de outrem em
situação de destacamento em Portugal e no estrangeiro
Decreto-Lei n.º 176/2003, de 2 de agosto (retificado Declaração de Retificação n.º 11-G/2003, de 30 de setembro 469
e com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 41/2006, de 21 de fevereiro, Decreto-Lei n.º 87/2008, de 28
de maio, Decreto-Lei n.º 245/2008, de 18 de dezembro, Decreto-Lei n.º 201/2009, de 28 de agosto, Decreto-Lei
n.º 70/2010, de 16 de junho, Decreto-Lei n.º 77/2010, de 24 de junho, Decreto-Lei n.º 116/2010, de 22 de outubro,
Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro, e Decreto-Lei n.º 133/2012, de 27 de junho)
Institui o abono de família para crianças e jovens e define a proteção na eventualidade de encargos familiares
no âmbito do subsistema de proteção familiar
Decreto-Lei n.º 91/2009, de 9 de abril (alterado pelo Decreto-Lei n.º 70/2010, de 27 de junho,
Decreto-Lei n.º 133/2012, de 27 de junho, e Lei n.º 120/2015, de 1 de setembro) 485
Estabelece o regime jurídico de proteção social na parentalidade no âmbito do sistema previdencial e no
subsistema de solidariedade e revoga o Decreto-Lei n.º 154/88, de 29 de abril, e o Decreto-Lei n.º 105/2008, de
25 de junho
Racismo e Discriminação
5
Vd. nota 1.
Decreto-Lei n.º 86/2005, de 2 de maio 515
Regula o modo de resolução dos conflitos de atribuições emergentes da aplicação da Lei n.º 18/2004, de 11 de
maio, que tem por objetivo estabelecer um quadro jurídico de combate à discriminação por motivos baseados
na origem racial ou étnica
Lei n.º 39/2009, de 30 de julho (alterada pelo Decreto-Lei n.º 114/2011, de 30 de novembro, e
Lei n.º 52/2013, de 25 de julho) 517
Estabelece o regime jurídico do combate à violência, ao racismo, à xenofobia e à intolerância nos espetáculos
desportivos, de forma a possibilitar a realização dos mesmos com segurança
14
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
O presente dossiê apresenta como principal objetivo reunir num único documento a legislação de referência em
matéria de imigração, independentemente de a mesma ter sido produzida pela Assembleia da República ou pelo
Governo.
Assim sendo, procedeu-se à compilação e consolidação dos diplomas que preenchiam estes requisitos tendo,
pontualmente, sido utilizada a versão consolidada da base de dados Datajuris. De mencionar, ainda, que devido
ao elevado número de alterações de alguns diplomas como é o caso dos códigos e das leis eleitorais, optou-se
por não as mencionar no índice geral.
A organização deste dossiê obedeceu a uma divisão temática, encontrando-se os diplomas agrupados em duas
partes distintas: parte geral e parte setorial.
A parte geral reúne, para além dos artigos da Constituição da República Portuguesa que sejam conexos com esta
matéria, a legislação referente ao acesso ao direito, às entidades públicas com competência na área das
migrações, às associações de imigrantes e mediador sociocultural e, ainda, ao Plano Estratégico para as
Migrações.
Na parte setorial encontram-se os diplomas sobre concessão e emissão de passaportes, direito à educação,
direito ao trabalho, direito de asilo e refugiados, direito de participação política, entrada, permanência, saída e
afastamento de estrangeiros no território nacional, nacionalidade, prestações sociais, e registo nacional de
menores em situação irregular no território nacional.
Dentro de cada parte a informação foi dividida em subpartes, seguindo-se a ordem alfabética. Em cada
subdivisão optou-se por colocar, em primeiro lugar, o diploma que contém os principais gerais e, em segundo,
os principais diplomas regulamentadores.
Por fim, elencam-se diversas fontes de informação que disponibilizam documentação sobre esta matéria.
15
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
16
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
PARTE GERAL
17
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
18
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
19
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
20
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
21
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
22
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
23
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
24
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
2. A providência de habeas corpus pode ser requerida pelo e desde que a ordem jurídica do Estado requisitante
próprio ou por qualquer cidadão no gozo dos seus consagre garantias de um processo justo e equitativo.
direitos políticos. 4. Só é admitida a extradição por crimes a que corresponda,
3. O juiz decidirá no prazo de oito dias o pedido de habeas segundo o direito do Estado requisitante, pena ou
corpus em audiência contraditória. medida de segurança privativa ou restritiva da liberdade
com carácter perpétuo ou de duração indefinida, se,
Artigo 32.º nesse domínio, o Estado requisitante for parte de
Garantias de processo criminal convenção internacional a que Portugal esteja vinculado
1. O processo criminal assegura todas as garantias de e oferecer garantias de que tal pena ou medida de
defesa, incluindo o recurso. segurança não será aplicada ou executada.
2. Todo o arguido se presume inocente até ao trânsito em 5. O disposto nos números anteriores não prejudica a
julgado da sentença de condenação, devendo ser aplicação das normas de cooperação judiciária penal
julgado no mais curto prazo compatível com as garantias estabelecidas no âmbito da União Europeia.
de defesa. 6. Não é admitida a extradição, nem a entrega a qualquer
3. O arguido tem direito a escolher defensor e a ser por ele título, por motivos políticos ou por crimes a que
assistido em todos os atos do processo, especificando a corresponda, segundo o direito do Estado requisitante,
lei os casos e as fases em que a assistência por advogado pena de morte ou outra de que resulte lesão irreversível
é obrigatória. da integridade física.
4. Toda a instrução é da competência de um juiz, o qual 7. A extradição só pode ser determinada por autoridade
pode, nos termos da lei, delegar noutras entidades a judicial.
prática dos atos instrutórios que se não prendam 8. É garantido o direito de asilo aos estrangeiros e aos
diretamente com os direitos fundamentais. apátridas perseguidos ou gravemente ameaçados de
5. O processo criminal tem estrutura acusatória, estando a perseguição, em consequência da sua atividade em
audiência de julgamento e os atos instrutórios que a lei favor da democracia, da libertação social e nacional, da
determinar subordinados ao princípio do contraditório. paz entre os povos, da liberdade e dos direitos da
6. A lei define os casos em que, assegurados os direitos de pessoa humana.
defesa, pode ser dispensada a presença do arguido ou 9. A lei define o estatuto do refugiado político.
acusado em atos processuais, incluindo a audiência de
Artigo 41.º
julgamento.
7. O ofendido tem o direito de intervir no processo, nos Liberdade de consciência, de religião e de culto
termos da lei. 1. A liberdade de consciência, de religião e de culto é
8. São nulas todas as provas obtidas mediante tortura, inviolável.
coação, ofensa da integridade física ou moral da pessoa, 2. Ninguém pode ser perseguido, privado de direitos ou
abusiva intromissão na vida privada, no domicílio, na isento de obrigações ou deveres cívicos por causa das
correspondência ou nas telecomunicações. suas convicções ou prática religiosa.
9. Nenhuma causa pode ser subtraída ao tribunal cuja 3. Ninguém pode ser perguntado por qualquer autoridade
competência esteja fixada em lei anterior. acerca das suas convicções ou prática religiosa, salvo
10. Nos processos de contraordenação, bem como em para recolha de dados estatísticos não individualmente
quaisquer processos sancionatórios, são assegurados ao identificáveis, nem ser prejudicado por se recusar a
arguido os direitos de audiência e defesa. responder.
4. As igrejas e outras comunidades religiosas estão
Artigo 33.º separadas do Estado e são livres na sua organização e no
Expulsão, extradição e direito de asilo exercício das suas funções e do culto.
1. Não é admitida a expulsão de cidadãos portugueses do 5. É garantida a liberdade de ensino de qualquer religião
território nacional. praticado no âmbito da respetiva confissão, bem como a
2. A expulsão de quem tenha entrado ou permaneça utilização de meios de comunicação social próprios para
regularmente no território nacional, de quem tenha o prosseguimento das suas atividades.
obtido autorização de residência, ou de quem tenha 6. É garantido o direito à objeção de consciência, nos
apresentado pedido de asilo não recusado só pode ser termos da lei.
determinada por autoridade judicial, assegurando a lei
formas expeditas de decisão. Artigo 46.º
3. A extradição de cidadãos portugueses do território Liberdade de associação
nacional só é admitida, em condições de reciprocidade 1. Os cidadãos têm o direito de, livremente e sem
estabelecidas em convenção internacional, nos casos de dependência de qualquer autorização, constituir
terrorismo e de criminalidade internacional organizada, associações, desde que estas não se destinem a
25
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
promover a violência e os respetivos fins não sejam e) A proteção das condições de trabalho e a garantia dos
contrários à lei penal. benefícios sociais dos trabalhadores emigrantes;
2. As associações prosseguem livremente os seus fins sem f) A proteção das condições de trabalho dos
interferência das autoridades públicas e não podem ser trabalhadores estudantes.
dissolvidas pelo Estado ou suspensas as suas atividades 3. Os salários gozam de garantias especiais, nos termos da
senão nos casos previstos na lei e mediante decisão lei.
judicial.
3. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma Artigo 74.º
associação nem coagido por qualquer meio a Ensino
permanecer nela. 1. Todos têm direito ao ensino com garantia do direito à
4. Não são consentidas associações armadas nem de tipo igualdade de oportunidades de acesso e êxito escolar.
militar, militarizadas ou paramilitares, nem organizações 2. Na realização da política de ensino incumbe ao Estado:
racistas ou que perfilhem a ideologia fascista.
a) Assegurar o ensino básico universal, obrigatório e
Artigo 59.º gratuito;
b) Criar um sistema público e desenvolver o sistema
Direitos dos trabalhadores
geral de educação pré-escolar;
1. Todos os trabalhadores, sem distinção de idade, sexo, c) Garantir a educação permanente e eliminar o
raça, cidadania, território de origem, religião, convicções analfabetismo;
políticas ou ideológicas, têm direito: d) Garantir a todos os cidadãos, segundo as suas
a) À retribuição do trabalho, segundo a quantidade, capacidades, o acesso aos graus mais elevados do
natureza e qualidade, observando-se o princípio de ensino, da investigação científica e da criação
que para trabalho igual salário igual, de forma a artística;
garantir uma existência condigna; e) Estabelecer progressivamente a gratuitidade de todos
b) A organização do trabalho em condições socialmente os graus de ensino;
dignificantes, de forma a facultar a realização f) Inserir as escolas nas comunidades que servem e
pessoal e a permitir a conciliação da atividade estabelecer a interligação do ensino e das atividades
profissional com a vida familiar; económicas, sociais e culturais;
c) A prestação do trabalho em condições de higiene, g) Promover e apoiar o acesso dos cidadãos portadores
segurança e saúde; de deficiência ao ensino e apoiar o ensino especial,
d) Ao repouso e aos lazeres, a um limite máximo da quando necessário;
jornada de trabalho, ao descanso semanal e a férias h) Proteger e valorizar a língua gestual portuguesa,
periódicas pagas; enquanto expressão cultural e instrumento de
e) À assistência material, quando involuntariamente se acesso à educação e da igualdade de oportunidades;
encontrem em situação de desemprego; i) Assegurar aos filhos dos emigrantes o ensino da língua
f) A assistência e justa reparação, quando vítimas de portuguesa e o acesso à cultura portuguesa;
acidente de trabalho ou de doença profissional. j) Assegurar aos filhos dos imigrantes apoio adequado
para efetivação do direito ao ensino.
2. Incumbe ao Estado assegurar as condições de trabalho,
retribuição e repouso a que os trabalhadores têm
direito, nomeadamente:
a) O estabelecimento e a atualização do salário mínimo
nacional, tendo em conta, entre outros fatores, as
necessidades dos trabalhadores, o aumento do custo
de vida, o nível de desenvolvimento das forças
produtivas, as exigências da estabilidade económica
e financeira e a acumulação para o desenvolvimento;
b) A fixação, a nível nacional, dos limites da duração do
trabalho;
c) A especial proteção do trabalho das mulheres durante
a gravidez e após o parto, bem como do trabalho dos
menores, dos diminuídos e dos que desempenhem
atividades particularmente violentas ou em
condições insalubres, tóxicas ou perigosas;
d) O desenvolvimento sistemático de uma rede de
centros de repouso e de férias, em cooperação com
organizações sociais;
26
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Acesso ao Direito
27
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
28
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
29
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
30
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
1 - A prova da insuficiência económica é feita nos termos a em todas as modalidades concedidas, sob pena de ficar
definir por portaria conjunta dos ministros responsáveis sujeito às sanções previstas para a litigância de má fé.
pelas áreas da justiça e da segurança social. 3 - A proteção jurídica pode ser cancelada oficiosamente
2 - Em caso de dúvida sobre a verificação de uma situação de pelos serviços da segurança social ou a requerimento do
insuficiência económica, pode ser solicitado pelo Ministério Público, da Ordem dos Advogados, da parte
dirigente máximo do serviço de segurança social que contrária, do patrono nomeado ou do agente de
aprecia o pedido que o requerente autorize, por escrito, execução atribuído.
o acesso a informações e documentos bancários e que 4 - O requerente de proteção jurídica é sempre ouvido.
estes sejam exibidos perante esse serviço e, quando tal 5 - Sendo cancelada a proteção jurídica concedida, a decisão
se justifique, perante a administração tributária. é comunicada ao tribunal competente e à Ordem dos
3 - Se todos os elementos necessários à prova da Advogados ou à Câmara dos Solicitadores, conforme os
insuficiência económica não forem entregues com o casos.
requerimento de proteção jurídica, os serviços da Artigo 11.º
segurança social notificam o interessado, com referência Caducidade
expressa à cominação prevista no número seguinte, para
que este os apresente no prazo de 10 dias, suspendendo- 1 - A proteção jurídica caduca nas seguintes situações:
se o prazo para a formação de ato tácito. a) Pelo falecimento da pessoa singular ou pela extinção
4 - No termo do prazo referido no número anterior, se o ou dissolução da pessoa coletiva a quem foi
interessado não tiver procedido à apresentação de todos concedida, salvo se os sucessores na lide, no
os elementos de prova necessários, o requerimento é incidente da sua habilitação, juntarem cópia do
indeferido, sem necessidade de proceder a nova requerimento de apoio judiciário e os mesmos vierem
notificação ao requerente. a ser deferidos;
b) Pelo decurso do prazo de um ano após a sua
Artigo 9.º concessão sem que tenha sido prestada consulta ou
Isenções instaurada ação em juízo, por razão imputável ao
requerente.
Estão isentos de impostos, emolumentos e taxas os
requerimentos, certidões e quaisquer outros documentos 2 - O apoio judiciário nas modalidades de nomeação e
pedidos para fins de proteção jurídica. pagamento de honorários de patrono e de nomeação e
pagamento faseado de honorários de patrono é
Artigo 10.º incompatível com o patrocínio pelo Ministério Público
Cancelamento da proteção jurídica nos termos previstos no Código de Processo do Trabalho.
31
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
32
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
33
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
6 - A prova da entrega do requerimento de proteção jurídica 4 - Quando o pedido de apoio judiciário é apresentado na
pode ser feita: pendência de ação judicial e o requerente pretende a
a) Mediante exibição ou entrega de cópia com carimbo nomeação de patrono, o prazo que estiver em curso
de receção do requerimento apresentado interrompe-se com a junção aos autos do documento
pessoalmente ou por via postal; comprovativo da apresentação do requerimento com
b) Por qualquer meio idóneo de certificação mecânica ou que é promovido o procedimento administrativo.
eletrónica da receção no serviço competente do 5 - O prazo interrompido por aplicação do disposto no
requerimento quando enviado por telecópia ou número anterior inicia-se, conforme os casos:
transmissão eletrónica. a) A partir da notificação ao patrono nomeado da sua
7 - É da competência dos serviços da segurança social a designação;
identificação rigorosa dos elementos referentes aos b) A partir da notificação ao requerente da decisão de
beneficiários, bem como a identificação precisa do fim a indeferimento do pedido de nomeação de patrono.
que se destina o apoio judiciário, para os efeitos
previstos no n.º 5 do artigo 24.º e nos artigos 30.º e 31.º Artigo 25.º
Prazo
Artigo 23.º 1 - O prazo para a conclusão do procedimento administrativo
Audiência prévia e decisão sobre o pedido de proteção jurídica é de 30
1 - A audiência prévia do requerente de proteção jurídica dias, é contínuo, não se suspende durante as férias
tem obrigatoriamente lugar, por escrito, nos casos em judiciais e, se terminar em dia em que os serviços da
que está proposta uma decisão de indeferimento, total segurança social estejam encerrados, transfere-se o seu
ou parcial, do pedido formulado, nos termos do Código termo para o 1.º dia útil seguinte.
do Procedimento Administrativo. 2 - Decorrido o prazo referido no número anterior sem que
2 - Se o requerente de proteção jurídica, devidamente tenha sido proferida uma decisão, considera-se
notificado para efeitos de audiência prévia, não se tacitamente deferido e concedido o pedido de proteção
pronunciar no prazo que lhe for concedido, a proposta de jurídica.
decisão converte-se em decisão definitiva, não havendo 3 - No caso previsto no número anterior, é suficiente a
lugar a nova notificação. menção em tribunal da formação do ato tácito e, quando
3 - A notificação para efeitos de audiência prévia contém estiver em causa um pedido de nomeação de patrono, a
expressa referência à cominação prevista no número tramitação subsequente à formação do ato tácito
anterior, sob pena de esta não poder ser aplicada. obedecerá às seguintes regras:
34
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
35
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
36
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
qualquer das suas modalidades, são levados a regra de 8 - Se os serviços da segurança social decidirem não
custas a final. conceder o benefício de apoio judiciário ao arguido, este
2 - Os encargos decorrentes da concessão de apoio judiciário fica sujeito ao pagamento do valor estabelecido nos
nas modalidades previstas nas alíneas b), c), e) e f) do n.º termos do n.º 2 do artigo 36.º, salvo se se demonstrar
1 do artigo 16.º são determinados nos termos de portaria que a declaração proferida nos termos do n.º 3 foi
do membro do Governo responsável pela área da justiça. manifestamente falsa, caso em que fica sujeito ao
pagamento do quíntuplo do valor estabelecido no n.º 2
Artigo 37.º do artigo 36.º
Regime subsidiário 9 - Se, no caso previsto na parte final do n.º 5, o arguido não
constituir advogado e for obrigatória ou considerada
São aplicáveis ao procedimento de concessão de necessária ou conveniente a assistência de defensor,
proteção jurídica as disposições do Código do deve este ser nomeado, ficando o arguido responsável
Procedimento Administrativo em tudo o que não esteja pelo pagamento do triplo do valor estabelecido nos
especialmente regulado na presente lei. termos do n.º 2 do artigo 36.º
10 - O requerimento para a concessão de apoio judiciário
Artigo 38.º não afeta a marcha do processo.
Contagem de prazos
Artigo 40.º
Aos prazos processuais previstos na presente lei aplicam- Escolha de advogado
se as disposições da lei processual civil.
(Revogado.)
CAPÍTULO IV
Disposições especiais sobre processo penal Artigo 41.º
Escalas de prevenção
Artigo 39.º
Nomeação de defensor 1 - A nomeação de defensor para assistência ao primeiro
interrogatório de arguido detido, para audiência em
1 - A nomeação de defensor ao arguido, a dispensa de processo sumário ou para outras diligências urgentes
patrocínio e a substituição são feitas nos termos do previstas no Código de Processo Penal processa-se nos
Código de Processo Penal, do presente capítulo e da termos do artigo 39.º, devendo ser organizadas escalas
portaria referida no n.º 2 do artigo 45.º de prevenção de advogados e advogados estagiários para
2 - A nomeação é antecedida da advertência ao arguido do esse efeito, em termos a definir na portaria referida no
seu direito a constituir advogado. n.º 2 do artigo 45.º
3 - Caso não constitua advogado, o arguido deve proceder, 2 - A nomeação deve recair em defensor que, constando das
no momento em que presta termo de identidade e escalas de prevenção, se apresente no local de realização
residência, à emissão de uma declaração relativa ao da diligência após a sua chamada.
rendimento, património e despesa permanente do seu 3 - O defensor nomeado para um ato pode manter-se para
agregado familiar. os atos subsequentes do processo, em termos a
4 - A secretaria do tribunal deve apreciar a insuficiência regulamentar na portaria referida no n.º 2 do artigo 45.º
económica do arguido em função da declaração emitida 4 - (Revogado.)
e dos critérios estabelecidos na presente lei.
5 - Se a secretaria concluir pela insuficiência económica do Artigo 42.º
arguido, deve ser-lhe nomeado defensor ou, no caso Dispensa de patrocínio
contrário, adverti-lo de que deve constituir advogado.
6 - A nomeação de defensor ao arguido, nos termos do 1 - O advogado nomeado defensor pode pedir dispensa de
número anterior, tem carácter provisório e depende de patrocínio, invocando fundamento que considere justo,
concessão de apoio judiciário pelos serviços da segurança em requerimento dirigido à Ordem dos Advogados.
social. 2 - A Ordem dos Advogados aprecia e delibera sobre o
7 - Se o arguido não solicitar a concessão de apoio judiciário, pedido de dispensa de patrocínio no prazo de cinco dias.
é responsável pelo pagamento do triplo do valor 3 - Enquanto não for substituído, o defensor nomeado para
estabelecido nos termos do n.º 2 do artigo 36.º um ato mantém-se para os atos subsequentes do
processo.
37
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
4 - Pode, em caso de urgência, ser nomeado outro defensor e) Todas as notificações e comunicações entre os
ao arguido, nos termos da portaria referida no n.º 2 do profissionais forenses, a Ordem dos Advogados, os
artigo 45.º serviços da segurança social, os tribunais e os
5 - (Revogado.) requerentes previstos no sistema de acesso ao direito
devem realizar-se, sempre que possível, por via
Artigo 43.º eletrónica;
Constituição de mandatário f) Os profissionais forenses participantes no sistema de
acesso ao direito devem utilizar todos os meios
1 - Cessam as funções do defensor nomeado sempre que o eletrónicos disponíveis no contacto com os tribunais,
arguido constitua mandatário. designadamente no que respeita ao envio de peças
2 - O defensor nomeado não pode, no mesmo processo, processuais e requerimentos autónomos;
aceitar mandato do mesmo arguido. g) Os profissionais forenses que não observem as regras
do exercício do patrocínio e da defesa oficiosos
Artigo 44.º podem ser excluídos do sistema de acesso ao direito;
Disposições aplicáveis h) Os profissionais forenses participantes no sistema de
acesso ao direito que saiam do sistema,
1 - Em tudo o que não esteja especialmente regulado no independentemente do motivo, antes do trânsito em
presente capítulo relativamente à concessão de proteção julgado de um processo ou do termo definitivo de
jurídica ao arguido em processo penal aplicam-se, com as uma diligência para que estejam nomeados devem
necessárias adaptações, as disposições do capítulo restituir, no prazo máximo de 30 dias, todas as
anterior, com exceção do disposto nos n.ºs 2 e 3 do quantias entregues por conta de cada processo ou
artigo 18.º, devendo o apoio judiciário ser requerido até diligência em curso;
ao termo do prazo de recurso da decisão em primeira i) O disposto na alínea anterior aplica-se aos casos de
instância. escusa e de dispensa de patrocínio, relativamente aos
2 - Ao pedido de proteção jurídica por quem pretenda processos em que cesse o patrocínio e a defesa
constituir-se assistente ou formular ou contestar pedido oficiosa;
de indemnização cível em processo penal aplica-se o j) O pagamento da compensação devida aos profissionais
disposto no capítulo anterior, com as necessárias forenses deve ser processado até ao termo do mês
adaptações. seguinte àquele em que é devido;
l) A resolução extrajudicial dos litígios, antes da audiência
CAPÍTULO V de julgamento, deve ser incentivada mediante a
Disposições finais e transitórias previsão de um montante de compensação acrescido.
2 - A admissão dos profissionais forenses ao sistema de
Artigo 45.º acesso ao direito, a nomeação de patrono e de defensor
Participação dos profissionais forenses no acesso ao direito e o pagamento da respetiva compensação, nos termos
do número anterior, é regulamentada por portaria do
1 - A admissão dos profissionais forenses ao sistema de membro do Governo responsável pela área da justiça.
acesso ao direito, a nomeação de patrono e de defensor 3 - (Revogado.)
e o pagamento da respetiva compensação realizam-se 4 - (Revogado.)
nos termos seguintes: 5 - (Revogado.)
a) A seleção dos profissionais forenses deve assegurar a
qualidade dos serviços prestados aos beneficiários de Artigo 46.º
proteção jurídica no âmbito do sistema de acesso ao Colaboração de outras instituições com a Ordem dos
direito; Advogados
b) Os participantes no sistema de acesso ao direito
podem ser advogados, advogados estagiários e (Revogado.)
solicitadores;
c) Os profissionais forenses podem ser nomeados para Artigo 47.º
lotes de processos e escalas de prevenção; Gabinetes de consulta jurídica
d) Se o mesmo facto der causa a diversos processos, o (Revogado.)
sistema deve assegurar, preferencialmente, a
nomeação do mesmo mandatário ou defensor Artigo 48.º
oficioso ao beneficiário; Comissão de acompanhamento
(Revogado.)
38
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
39
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
40
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Portaria n.º 10/2008, de 3 de janeiro7 forense, que passará a saber previamente a regularidade
Regulamenta a lei do acesso ao direito, aprovada e o valor dos mesmos.
pela Lei n.º 34/2004, de 29 de julho, na redação
dada pela Lei n.º 47/2007, de 28 de agosto Por outro lado, são criadas escalas de prevenção, ou seja,
escalas em que o advogado ou advogado estagiário
(com as alterações introduzidas pela Portaria n.º assume a disponibilidade de, apenas quando para tal for
210/2008, de 29 de fevereiro, Portaria n.º 654/2010, de contactado, se deslocar ao local da realização da
11 de agosto, e Portaria n.º 319/2011, de 30 de diligência onde a sua presença é necessária. Evita-se
dezembro) assim que os advogados e advogados estagiários se
desloquem e permaneçam em determinado local durante
A presente portaria procede à regulamentação da Lei n.º todo o período da escala, independentemente de se vir a
34/2004, de 29 de julho, na redação dada pela Lei n.º realizar ou não diligência onde seja necessária a sua
47/2007, de 28 de agosto, nomeadamente quanto à intervenção.
fixação do valor da taxa devida pela prestação de
consulta jurídica, à definição das estruturas de resolução A presente portaria visa, igualmente, regulamentar
alternativa de litígios às quais se aplica o regime de apoio aspetos que, em matéria de resolução alternativa de
judiciário, à definição do valor dos encargos para efeitos litígios e de consulta jurídica, proporcionam um
do disposto no n.º 2 do artigo 36.º da lei referida, à alargamento do âmbito dos serviços do sistema de
regulamentação da admissão dos profissionais forenses acesso ao direito e elevação dos seus padrões.
no sistema de acesso ao direito, à nomeação de patrono
e de defensor e ao pagamento da respetiva Procede-se, assim, ao elenco das estruturas de resolução
compensação. alternativa de litígios nas quais se aplica o regime do
apoio judiciário, com especial destaque para os julgados
Com o regime agora definido permite-se a simplificação de paz, para os sistemas de mediação e para os centros
de todo o sistema de acesso ao direito e da sua gestão, de arbitragem de conflitos de consumo, que alargam o
tendo esta sido arquitetada para funcionar com recurso a leque da oferta dos serviços de justiça, assim
aplicações informáticas. A existência de um sistema contribuindo para melhor cumprir a garantia
informático permite a desmaterialização do constitucional de acesso ao direito.
procedimento desde o pedido de nomeação de patrono
ou defensor até ao processamento do pagamento ao Além disso, é regulamentada a prestação da consulta
profissional forense, com ganhos óbvios na celeridade e jurídica e determina-se o valor da taxa devida pelo
eficiência de todo o processo. De igual forma, as beneficiário por essa prestação, para efeitos do n.º 4 do
comunicações entre os diversos intervenientes e a artigo 8.º-A da Lei n.º 34/2004.
Ordem dos Advogados devem realizar-se também,
preferencialmente, por via eletrónica. Estipula-se ainda a Finalmente, é criada a comissão de acompanhamento do
exigência de utilização de meios eletrónicos pelos acesso ao direito, que deve monitorizar o sistema ora
profissionais forenses que prestem serviços no âmbito do implementado e apresentar proposta para o seu
sistema de acesso ao direito na sua relação com o aperfeiçoamento. O aperfeiçoamento do sistema está
tribunal, contribuindo-se assim para a celeridade e previsto para 18 meses após a sua entrada em
eficiência do processo judicial em que a parte beneficia funcionamento.
do apoio judiciário.
Foram promovidas as diligências necessárias à audição da
Ainda com o propósito de assegurar um melhor Ordem dos Advogados.
funcionamento do sistema de acesso ao direito, procede-
se, por um lado, à criação de um sistema de lotes de Assim:
processo, que podem corresponder ao acompanhamento Manda o Governo, pelo Ministro da Justiça, ao abrigo do
de até 50 processos em simultâneo por profissional disposto no n.º 4 do artigo 8.º-A, no n.º 1 do artigo 17.º,
forense, e de lotes de escalas de prevenção, definindo-se no n.º 2 do artigo 36.º e no n.º 2 do artigo 45.º da Lei n.º
o número de escalas de prevenção (até ao limite de 36) 34/2004, de 29 de julho, na redação dada pela Lei n.º
que cada profissional forense pode realizar por ano. Por 47/2007, de 28 de agosto, o seguinte:
esta via cria-se uma relação de estabilidade e
regularidade da prestação de serviços, o que permite a CAPÍTULO I
existência de pagamentos periódicos ao profissional Proteção jurídica
SECÇÃO I
Consulta jurídica
7 Versão consolidada retirada da base de dados Datajuris.
41
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
42
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
43
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
44
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo 16.º
SECÇÃO II Escusa e dispensa de patrocínio
Regras de participação no sistema de acesso ao direito O disposto no artigo anterior aplica-se aos casos de
escusa e de dispensa de patrocínio, relativamente aos
Artigo 13.º processos em que cesse o patrocínio e a defesa oficiosas.
Utilização de meios eletrónicos
Artigo 17.º
Os profissionais forenses participantes no sistema de Substituição em diligência processual
acesso ao direito devem utilizar todos os meios
eletrónicos disponíveis no contacto com os tribunais, 1 - O patrono ou defensor nomeado pode substabelecer,
designadamente no que respeita ao envio de peças com reserva, para diligência determinada, desde que
processuais e documentos por transmissão eletrónica de indique substituto.
dados, nos termos definidos no artigo 150.º do Código de 2 - A remuneração do substabelecido é da
Processo Civil e na portaria prevista no n.º 1 do artigo responsabilidade do patrono ou defensor nomeado.
138.º-A do mesmo Código.
CAPÍTULO III
Artigo 14.º Lotes de processos e escalas de prevenção
Exclusão do sistema de acesso ao direito
Artigo 18.º
1 - A exclusão do sistema de acesso ao direito de Lotes
profissionais forenses que não observem as regras de
exercício do patrocínio e da defesa oficiosas é 1 - Os profissionais forenses devem optar, no momento
efetuada nos termos definidos pela Ordem dos da sua candidatura, pela designação para as seguintes
Advogados. modalidades de prestação de serviços no sistema de
2 - O juiz e o Ministério Público devem informar a Ordem acesso ao direito:
dos Advogados da inobservância, por parte de um a) Lotes de processos;
profissional forense, das regras de exercício do b) Nomeação isolada para processos;
patrocínio e da defesa oficiosas. c) Lotes de escalas de prevenção;
d) Designação isolada para escalas de prevenção;
Artigo 15.º e) Designação para consulta jurídica.
Saída do sistema de acesso ao direito
2 - Os lotes de processos podem ter a seguinte
composição:
1 - Os profissionais forenses participantes no sistema de
acesso ao direito que saiam do sistema, a) Lote de acompanhamento de 50 processos em
independentemente do motivo, antes do trânsito em simultâneo;
julgado de um processo ou do termo definitivo de b) Lote de acompanhamento de 30 processos em
uma diligência para que estejam nomeados devem simultâneo;
restituir, no prazo máximo de 30 dias, todas as c) Lote de acompanhamento de 20 processos em
quantias entregues por conta de cada processo ou simultâneo;
diligência em curso. d) Lote de acompanhamento de 10 processos em
2 - Excetuam-se do disposto no número anterior as simultâneo.
situações em que haja lugar a integral substituição do
3 - Os lotes de escalas de prevenção podem ter a
profissional forense a quem foi atribuído um dos
seguinte composição:
lotes referidos no n.º 2 do artigo 18.º por outro
participante do sistema.
a) Lote de 36 escalas de prevenção por ano;
3 - Compete à Ordem dos Advogados a determinação dos
b) Lote de 24 escalas de prevenção por ano;
termos em que se deve processar a integral
c) Lote de 12 escalas de prevenção por ano;
substituição num lote referida no número anterior,
d) Lote de 6 escalas de prevenção por ano.
bem como a forma de repartição entre os
profissionais forenses das quantias entregues. 4 - O profissional forense não pode inscrever-se:
4 - (Revogado.)
a) Para mais do que um lote de processos;
b) Para um lote de processos e para nomeação
isolada para processos;
45
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
c) Para mais do que um lote de escalas de prevenção; 6 - Apenas são contabilizadas para efeitos de
d) Para um lote de escalas de prevenção e para preenchimento dos lotes as escalas de prevenção em
designação isolada para escalas de prevenção. que tenha ocorrido efetiva deslocação ao local de
realização da diligência.
Artigo 19.º 7 - Para todos os efeitos, é contabilizada em duplicado a
Limites geográficos escala de prevenção que, em virtude do número de
diligências ou da particular complexidade de uma ou
1 - Os lotes, nomeações e designações definidos no de algumas delas, implique a permanência no local
artigo anterior têm de respeitar a processos, escalas das diligências por período superior a seis horas.
de prevenção e consultas jurídicas da mesma 8 - Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 26.º, a
circunscrição. nomeação para as restantes diligências do processo,
2 - Para os efeitos definidos no número anterior, a nos termos do n.º 5 do artigo 3.º, não obsta à
Ordem dos Advogados pode agregar comarcas para contabilização dessa diligência para efeitos de
formar circunscrições de maiores dimensões. preenchimento do lote de escalas de prevenção.
3 - Para os efeitos deste artigo são consideradas como 9 - A Ordem dos Advogados disponibiliza
pertencentes à mesma circunscrição: eletronicamente no seu sítio da Internet informação
a) As comarcas da área metropolitana de Lisboa; relativa ao preenchimento dos lotes.
b) As comarcas da área metropolitana do Porto.
Artigo 22.º
Artigo 20.º Regras especiais de preenchimento dos lotes
Número de lotes por circunscrição
1 - Caso o profissional forense se encontre inscrito para
1 - Compete à Ordem dos Advogados determinar o lotes de processos, a nomeação efetuada nos termos
número de lotes de processos e de escalas de do n.º 5 do artigo 3.º é contabilizada para efeitos de
prevenção e a respetiva composição, bem como preenchimento do lote, mesmo que isso signifique o
definir as circunscrições em que se justifica a sua aumento temporário do número de processos
existência. correspondentes ao seu lote.
2 - (Revogado.) 2 - Verificando-se a situação prevista na parte final do
número anterior, não há lugar a substituição de um
Artigo 21.º processo que tenha sido removido do lote enquanto
Preenchimento dos lotes o número de processos não for inferior ao valor
máximo previsto para esse lote.
1 - Os lotes são de preenchimento sucessivo, pelo que 3 - Se o profissional forense não se encontrar inscrito
dentro de cada circunscrição só se inicia o para lote de processos, a nomeação efetuada nos
preenchimento de um lote após o total termos do n.º 5 do artigo 3.º é considerada, para
preenchimento do lote anterior. todo os efeitos, como nomeação isolada para
2 - Compete à Ordem dos Advogados hierarquizar os processo, nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo
profissionais forenses pertencentes ao sistema de 18.º
acesso ao direito, determinando por essa via a ordem
de preenchimento dos lotes. Artigo 23.º
3 - Independentemente da competência da Ordem dos Renovação de lotes de escalas de prevenção
Advogados a que se refere o número anterior, os
profissionais forenses que optarem por lotes de 1 - (Revogado.)
maior dimensão têm prioridade no preenchimento 2 - O profissional forense que não pretenda a renovação
dos lotes e aqueles que optarem por lotes têm do lote de escalas de prevenção em que se encontra
prioridade relativamente aos que se inscreverem inscrito deve comunicá-lo à Ordem dos Advogados,
para as modalidades referidas nas alíneas b) e d) do em termos a definir por esta entidade.
n.º 1 do artigo 18.º
4 - Nos lotes de processos, a remoção de um processo do Artigo 24.º
lote, designadamente por trânsito em julgado ou Nomeações e designações isoladas
constituição de mandatário pelo beneficiário,
determina a substituição automática por outro 1 - As nomeações isoladas para processos consistem na
processo, respeitando sempre as regras de prioridade nomeação ocasional dos profissionais forenses para
no preenchimento dos lotes. um processo concreto.
5 - (Revogado.) 2 - Não está limitado o número de processos em que o
profissional forense, que optou pela modalidade de
46
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
nomeação isolada para processos, pode ser devida apenas ao patrono nomeado uma
nomeado, mas as nomeações devem respeitar compensação correspondente ao montante de uma
sempre as regras de prioridade na atribuição de unidade de referência.
processos. 8 - (Revogado.)
3 - Salvo nos casos especialmente previstos, não se 9 - Sem prejuízo do disposto nos n.ºs 1, 3 e 6, nos casos
considera nomeação isolada para um processo a em que a nomeação referida nos n.ºs 1 e 2 do artigo
nomeação para uma diligência durante uma escala de 3.º resulte da não comparência de mandatário
prevenção. constituído, o arguido suporta a quantia prevista para
4 - As designações isoladas para escalas de prevenção o caso de nomeação para diligência isolada em
consistem na designação ocasional dos profissionais processo, que entra em regra de custas.
forenses para uma escala de prevenção em concreto, 10 - Sem prejuízo do disposto nos n.ºs 1, 3 e 6, o disposto
aplicando-se o disposto no n.º 2. no n.º 7 aplica-se aos casos em que o disposto na
alínea a) do n.º 5 do artigo 3.º não é aplicável porque
CAPÍTULO IV o arguido afirmou pretender constituir mandatário
Compensação dos profissionais forenses para as restantes diligências do processo.
1 - Os valores das compensações devidas aos 1 - Os valores das compensações devidas aos
profissionais forenses pela inscrição em lotes de profissionais forenses pela inscrição em lotes de
processos ou pela nomeação isolada para processo escalas de prevenção ou pela designação isolada para
são os estabelecidos na Portaria n.º 1386/2004, de 10 escalas de prevenção são os estabelecidos na Portaria
de novembro. n.º 1386/2004, de 10 de novembro.
2 - (Revogado.) 2 - As compensações das escalas de prevenção previstas
3 - Sem prejuízo do disposto no número seguinte, caso o no número anterior são devidas após a realização da
profissional forense se encontre inscrito em lote de escala de prevenção com efetiva deslocação ao local
processos, o pagamento da compensação é efetuado da diligência.
nos seguintes moldes: 3 - Se o profissional forense for nomeado para as
restantes diligências do processo, nos termos do n.º 5
a) Pagamento de 30 % do valor, tendo em conta
do artigo 3.º, apenas é devida compensação pelo
apenas o procedimento em 1.ª instância, de cada
processo.
processo inserido no lote, no momento da
atribuição do lote;
Artigo 27.º
b) Pagamento do remanescente da compensação
Tabela de compensação da consulta jurídica
devida pelo processo específico, quando ocorra o
trânsito em julgado do processo ou a constituição
Pela realização de uma consulta jurídica em escritório de
de mandatário;
advogado é devido o pagamento de (euro) 25, após a
c) Aplica-se o disposto na alínea a) sempre que haja a
efetiva realização da consulta.
entrada de um novo processo para o lote.
4 - Acresce à remuneração referida no n.º 1 duas Artigo 28.º
unidades de referência após a resolução do litígio que Processamento e meio de pagamento da compensação
ponha termo ao processo, se esta ocorrer antes da
audiência de julgamento, e, tratando-se de processo 1 - O pagamento da compensação devida aos
penal, desde que tenha havido acusação. profissionais forenses deve ser processado pelo IGFIJ,
5 - (Revogado.) I. P., até ao termo do mês seguinte àquele em que é
6 - Nas nomeações isoladas para processos, o pagamento confirmada no sistema, pela secretaria do tribunal ou
da compensação é efetuado quando ocorra o trânsito serviço competente junto do qual corre o processo, a
em julgado do processo ou a constituição de prática dos factos determinantes da compensação
mandatário. descritos nas alíneas a) a d) do número subsequente.
7 - No caso previsto na alínea a) do n.º 3, tendo o 2 - Para efeitos do disposto no número anterior, os factos
processo de apoio judiciário por finalidade a determinantes da compensação são os seguintes:
propositura de uma ação ou instauração de um
a) No caso previsto na alínea a) do n.º 3 do artigo
processo e vindo a concluir-se pela inexistência de
25.º, a atribuição de um lote de processos;
fundamento para a pretensão do beneficiário, é
47
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
48
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
49
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
50
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
51
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
52
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Decreto-Lei n.º 31/2014, de 27 de fevereiro instituto público, foi também mantida a figura do Alto-
Aprova a orgânica do Alto Comissariado para as Comissário equiparado a subsecretário de Estado.
Migrações, I.P. Finalmente, já no contexto do Plano de Redução e
Melhoria da Administração Central (PREMAC), o Decreto-
Lei n.º 126-A/2011, de 29 de dezembro, aprovou a lei
Em Portugal, a política de integração de imigrantes tem orgânica da Presidência do Conselho de Ministros, a qual
sido concretizada pelo Alto Comissariado para a veio determinar a reestruturação do ACIDI, conservando
Imigração e Diálogo Intercultural, I.P. (ACIDI), sob a a manutenção da equiparação do Alto-Comissário a
orientação de um membro do Governo integrado na subsecretário de Estado para efeitos de constituição do
Presidência do Conselho de Ministros. seu gabinete até que fosse aprovada a nova estrutura
orgânica.
A criação e evolução orgânica desta estrutura tem
acompanhado, em grande medida, o perfil migratório do A resenha da evolução orgânica deste organismo mostra
País. Assim, num momento em que se sentia um forte que o mesmo tem procurado acompanhar a evolução do
movimento de imigração para Portugal, foi instituído, perfil migratório do País nas suas diversas relações com a
através do Decreto-Lei n.º 3-A/96, de 26 de janeiro, o sociedade de acolhimento, dotando-se das atribuições e
Alto-Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, com das unidades mais adequadas às necessidades de
estatuto equiparado a subsecretário de Estado e na integração em cada período. Ora, o perfil migratório de
dependência direta do Primeiro-Ministro. A instituição Portugal tem vindo novamente a alterar-se de forma
desta figura visava, sobretudo, criar condições para a significativa. Deparamo-nos com novos fenómenos
implementação e coordenação de políticas públicas de migratórios, mais complexos e com maior diversidade de
integração, criando-se um interlocutor no Governo para fluxos. Existem novos problemas, decorrentes do
o movimento associativo imigrante e potenciando a envelhecimento ou exclusão social das anteriores vagas.
consciencialização da importância do bom acolhimento E há um contexto crescente de mobilidade de pessoas,
dos imigrantes que procuravam à época, e cada vez mais, em migrações circulares, económicas e de consumo que
o País para trabalhar. exigem estratégias articuladas.
Tendo em conta que a figura do Alto-Comissário se Acresce ainda que as políticas migratórias devem
revelara insuficiente para a dimensão da tarefa que lhe também ser entendidas à luz da nossa integração
estava atribuída, foi criado, em 2002, o Alto Comissariado europeia, do espaço da lusofonia, que nos confere laços
para a Imigração e Minorias Étnicas, na direta especiais com nacionais de países terceiros, e do
dependência do Primeiro-Ministro, com o caráter de fenómeno emigratório de portugueses para o estrangeiro
estrutura interdepartamental de apoio ao Governo em que se tem registado.
matéria de imigração e minorias étnicas. O Alto-
Comissário mantinha a equiparação a subsecretário de Neste sentido, é evidente a necessidade de adequar a
Estado, mas passava agora a contar com uma estrutura orgânica do ACIDI a uma política migratória moderna.
consentânea com a magnitude das suas funções, Essa nova orgânica deve aprofundar as políticas de
sobretudo as de integração do crescente número de integração dos imigrantes atuais e futuros e dos
imigrantes que já residia e trabalhava em Portugal. respetivos descendentes, tenham ou não adquirido
nacionalidade portuguesa. Deve continuar a desenvolver
Em 2005, o Alto Comissariado, mantendo, no essencial, iniciativas que reforcem sentimentos e atitudes de
as suas funções e estrutura, passou a assumir a natureza consideração mútua, confiança e cooperação na
de serviço de coordenação. sociedade portuguesa. E deve ainda, em reforço,
responder às necessidades de uma estratégia de
Em 2007 foi criado, através do Decreto-Lei n.º 167/2007, identificação, captação e fixação de perfis migratórios
de 3 de maio, o Alto Comissariado para a Imigração e nacionais e estrangeiros, sem descurar as
Diálogo Intercultural, I.P., que resultou da fusão do Alto responsabilidades de um Estado de Direito em proteger
Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas, da incondicionalmente a segurança e dignidade humana de
estrutura de apoio técnico à coordenação do Programa qualquer migrante.
Escolhas, da Estrutura de Missão para o Diálogo com as
Religiões e do Secretariado Entreculturas. Com esta Assim, no contexto internacional, tem vindo
reestruturação, o Governo centralizava as atribuições progressivamente a ser abandonada uma visão das
dispersas por vários organismos numa única entidade (no migrações exclusivamente focada no mercado de
caso, um instituto público), reforçando a trabalho, adotando-se uma abordagem dinâmica que
institucionalização dos serviços vocacionados para a valoriza o seu contributo para o crescimento económico
integração dos imigrantes. Apesar de se tratar de um dos países de acolhimento, para a competitividade da
53
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Num mundo de competição global pelo talento, Portugal 1 - O ACM, I.P., tem por missão colaborar na definição,
não pode alhear-se deste contexto, seja pela necessidade execução e avaliação das políticas públicas,
de atrair os imigrantes com maior potencial, seja pelo transversais e setoriais em matéria de migrações,
imperativo de criação de condições no País para a relevantes para a atração dos migrantes nos
retenção do melhor capital humano de cada geração, contextos nacional, internacional e lusófono, para a
potenciando, assim, o efeito de complementaridade integração dos imigrantes e grupos étnicos, em
entre o talento nacional e o talento imigrante. As mais particular as comunidades ciganas, e para a gestão e
recentes dimensões das políticas migratórias tornam valorização da diversidade entre culturas, etnias e
necessária uma adequação institucional que permita religiões.
responder adequadamente a esses desafios, 2 - São atribuições do ACM, I.P.:
designadamente pela sua capacidade de articulação de a) Promover a imagem internacional de Portugal
competências e pela experiência adquirida, com enquanto destino de migrações;
reconhecimento internacional e mérito, nos domínios da b) Promover e dinamizar o acolhimento, a integração,
integração e inclusão dos imigrantes e das práticas de a participação e a formação profissional e cívica
interação positiva entre a sociedade portuguesa e os seus dos imigrantes e seus descendentes,
imigrantes. A promoção da imagem externa de Portugal nomeadamente através do desenvolvimento de
enquanto destino de migrações, a visão conjunta entre políticas transversais, de centros e gabinetes de
os movimentos de imigração e emigração, a ligação entre apoio aos imigrantes que proporcionem uma
políticas de vistos e políticas de captação e retenção de resposta integrada dos serviços públicos, e de
talento, e a formação dos descendentes de imigrantes parcerias com a sociedade civil, as autarquias
para o emprego e para uma cidadania comum locais e as associações de imigrantes, tendo em
constituem algumas áreas vitais da referida lógica de vista a promoção da coesão e solidariedade social,
governação proactiva, transversal e integrada. do acesso à cidadania e o reforço das redes sociais
de integração e participação pública;
Assim: c) Colaborar, em articulação com outras entidades
públicas competentes, na conceção e
Ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 16.º da Lei n.º desenvolvimento das prioridades da política
3/2004, de 15 de janeiro, e nos termos da alínea a) do n.º migratória;
1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o d) Cooperar com todas as entidades competentes na
seguinte: execução da política migratória, designadamente
através de ações, nacionais e internacionais, de
Artigo 1.º captação de imigrantes de elevado potencial;
Natureza e) Exercer funções de interlocução junto de atuais e
potenciais imigrantes em procedimentos
1 - O Alto Comissariado para as Migrações, I.P., administrativos ou fora deles, sem prejuízo das
abreviadamente designado por ACM, I.P., é um competências próprias dos organismos
instituto público integrado na administração indireta envolvidos, por via do aconselhamento daqueles
do Estado, dotado de autonomia administrativa e imigrantes, do contacto com outras entidades
financeira e património próprio. públicas e privadas, do recurso a meios
eletrónicos e da preparação da documentação
2 - O ACM, I.P., prossegue atribuições da Presidência do pertinente;
Conselho de Ministros (PCM) nas áreas da integração f) Gerir, quando a competência lhe for delegada, as
e migrações, sob superintendência e tutela do iniciativas, fundos e planos de ação da União
Primeiro-Ministro ou de outro membro do Governo Europeia em matéria de migrações;
integrado na PCM.
54
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
55
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
56
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
57
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo 18.º
Norma revogatória
Artigo 19.º
Entrada em vigor
58
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
59
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
e) Celebrar protocolos com entidades públicas e interesses dos imigrantes, seus descendentes e
privadas que apoiem a identificação e atração de grupos étnicos, de modo a contribuir para a sua plena
imigrantes de elevado potencial; integração e inserção.
f) Estabelecer parcerias com entidades congéneres 2 - Ao departamento de apoio à integração e valorização
bem como com entidades públicas ou privadas e da diversidade compete:
organizações não-governamentais na área da a) Promover iniciativas com vista à sensibilização da
integração de imigrantes, da atração de talento e opinião pública para a importância da diversidade
do apoio ao retorno de emigrantes; cultural e da interculturalidade, valorizando e
g) Executar as medidas de apoio ao regresso e promovendo o diálogo inter-religioso;
reintegração de cidadãos emigrantes; b) Reforçar a articulação internacional e
h) Organizar seminários, conferências internacionais e interministerial, com o necessário envolvimento
outras iniciativas de promoção e sensibilização no da sociedade civil, entre países de origem e de
domínio das atribuições do ACM, I. P.; destino;
i) Assumir a monitorização e atribuição de fundos c) Promover a capacitação e o combate à
comunitários no âmbito da missão conferida ao discriminação dos imigrantes, seus descendentes
ACM,I. P.; ou grupos étnicos na sociedade portuguesa, tendo
j) Assegurar as demais funções que lhe sejam em vista um melhor aproveitamento do seu
cometidas pelo conselho diretivo. potencial e competências, uma melhor articulação
3 - Ao departamento de relações internacionais, política com a política de emprego e o reforço da
migratória e captação de migrantes compete ainda: mobilidade social e do acesso a uma cidadania
a) Promover a circulação de capital humano entre os comum;
países de língua oficial portuguesa e articular a d) Assumir a monitorização e atribuição de fundos
intervenção dos organismos públicos envolvidos, comunitários no âmbito da missão conferida ao
em especial com os órgãos competentes da CPLP; ACM, I. P.;
b) Articular com os demais organismos do Estado o e) Apresentar propostas e promover ações de
contacto e identificação de portugueses formação para a valorização da diversidade e para
emigrantes na diáspora; o diálogo inter-religioso ao pessoal e parceiros do
c) Articular com as entidades competentes os ACM, I. P., aos mediadores socioculturais, às
procedimentos de retorno voluntário; associações representativas de imigrantes e seus
d) Identificar oportunidades de integração de descendentes, às associações representativas dos
emigrantes no mercado de trabalho interno; grupos étnicos e para a sociedade civil, enquanto
e) Celebrar protocolos com entidades públicas e sociedade de acolhimento;
privadas, designadamente centros de f) Promover a investigação no âmbito dos fenómenos
investigação, universidades e empresas, com o migratórios, integração de imigrantes, valorização
objetivo de facilitar a circulação de capital da diversidade e promoção do diálogo inter-
humano no espaço lusófono; religioso;
f) Apoiar, em articulação com o Ministério dos g) Dinamizar a criação de parcerias em projetos
Negócios Estrangeiros, o retorno de emigrantes nacionais e estrangeiros na área da integração de
portugueses que desejem regressar ao País; imigrantes, seus descendentes e grupos étnicos;
g) Promover a troca de conhecimentos e de formação h) Conceber materiais de sensibilização e formação
profissional, essencial à circulação de capital para a valorização da diversidade;
humano nos países de língua oficial portuguesa; i) Promover o movimento associativo representativo
h) Elaborar pareceres jurídicos no quadro das das comunidades imigrantes e de grupos étnicos;
atribuições do ACM, I. P., e acompanhar iniciativas j) Conceber e executar materiais de formação para o
legislativas nacionais e comunitárias; ensino da língua portuguesa a estrangeiros, bem
i) Assegurar a representação do ACM nas instâncias como conceber, coordenar e executar, através de
nacionais e internacionais; parcerias com instituições públicas e privadas,
j) Assegurar as demais funções que lhe sejam ações de formação em língua portuguesa para
cometidas pelo conselho diretivo. estrangeiros ou imigrantes e seus descendentes;
k) Prestar informação regular, através dos canais de
Artigo 4.º comunicação do ACM e de outros meios, sobre os
Departamento de Apoio à Integração e Valorização da direitos e deveres políticos dos imigrantes;
Diversidade l) Apoiar, colaborar e acompanhar o desenvolvimento
1 - O departamento de apoio à integração e valorização de projetos pedagógicos na área da integração a
da diversidade visa defender e promover os direitos e nível nacional e internacional;
60
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
61
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo 6.º
Equipas de Projeto
62
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
63
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo 5.º
Objetivos e avaliação dos resultados
64
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Resolução do Conselho de Ministros n.º 101/2015, contribuir para a aquisição de competências profissionais
de 23 de dezembro e/ou empreendedoras.
Aprova o Programa Escolhas (2016-2018)
Estando o Programa Escolhas integrado no Alto
Comissariado para as Migrações, I. P., e reconhecendo a
O Programa do XXI Governo Constitucional sublinha a necessidade e utilidade de alargar as suas medidas e
necessidade da promoção da igualdade e da não projetos também aos jovens das comunidades
discriminação, valorizando o lugar da comunidade, a vida portugueses no estrangeiro, adaptando-o às realidades
quotidiana e a proximidade, bem como a cidadania. socioeconómicas locais. O Programa Escolhas reforçará a
inclusão social desses jovens, bem como disponibilizará a
O Programa Escolhas tem como missão promover a rede projetos em Portugal para apoiar o regresso de
inclusão social de crianças e jovens provenientes de portugueses que se encontrem numa situação
contextos socioeconómicos mais vulneráveis, vulnerável.
particularmente dos descendentes de migrantes e grupos
étnicos. A 5.ª geração do Programa Escolhas, aprovada pela
Resolução do Conselho de Ministros n.º 68/2012, de 9 de
Ao longo das suas sucessivas renovações, o Programa agosto, que agora finda, foi objeto de avaliação externa e
Escolhas consolidou-se como uma política pública de independente, cujas recomendações foram devidamente
grande mérito e alcance. consideradas na elaboração da 6.ª geração do programa.
65
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
66
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
67
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
68
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
coesão interna das comunidades, procurando uma 3 - Todas as instituições candidatas têm de se encontrar
convivência positiva entre todas as culturas, regularmente constituídas e devidamente registadas
possibilitando, em simultâneo, a criação de pontes nos termos da lei.
com outros indivíduos e comunidades;
e) Mediação - os projetos deverão favorecer Artigo 7.º
intervenções de proximidade, recorrendo sempre Instituição promotora e instituições parceiras
que necessário ao trabalho de rua e à mediação,
adaptando-se aos contextos e horários dos 1 - Os projetos devem ser apresentados por consórcios
públicos, entendendo globalmente a sua de instituições, contemplando a existência de:
intervenção enquanto um processo de mediação
social; a) Instituição promotora; e
f) Inovação social - a procura de novas respostas para b) Instituições parceiras.
velhos problemas, recorrendo à criatividade e à 2 - Qualquer uma das instituições - promotora ou
inovação, deverá ser um princípio basilar nos parceiras - pode assumir a função de gestão do
projetos, procurando identificar as conjunto das atividades financiadas no âmbito do
potencialidades e os recursos que permitam projeto, excetuando:
soluções inovadoras;
g) Empreendedorismo - reconhecendo o potencial de a) As instituições de natureza pública ou as
transformação das competências desenvolvidas instituições nas quais a administração pública
em soluções de empreendedorismo social e ou central, regional ou local tenha alguma
económico, os projetos deverão desenvolver participação no respetivo capital social;
iniciativas capacitadoras do empreendedorismo b) As fundações e ou as entidades de natureza
dos indivíduos, grupos e comunidades. fundacional, face às restrições impostas pela lei do
Orçamento do Estado.
CAPÍTULO III 3 - A instituição promotora desempenha a função de
Das Condições de Acesso coordenação de um conjunto de atividades
financiadas no âmbito do projeto, competindo-lhe:
Artigo 6.º
Instituições elegíveis a) Dinamizar a execução do plano detalhado de
atividades e orçamento;
1 - No âmbito do presente regulamento, podem b) Envolver participantes sinalizados pelo Programa
candidatar-se, com caráter prioritário, as seguintes Escolhas nas atividades;
instituições: c) Dinamizar o consórcio do projeto;
d) Acompanhar a execução física e financeira do
a) Câmaras municipais e/ou juntas de freguesia; projeto e propor, caso se justifique, alterações;
b) Comissões de proteção de crianças e jovens; e) Cumprir e fazer cumprir a metodologia de
c) Direções regionais do Instituto Português do avaliação do projeto, nos termos definidos;
Desporto e da Juventude; f) Organizar e manter atualizado o dossiê técnico do
d) Associações de imigrantes e/ou emigrantes ou projeto, nos termos do artigo 25.º
representantes das comunidades ciganas;
e) Associações juvenis; 4 - As instituições parceiras desempenham funções de
f) Escolas e agrupamentos de escolas; cooperação na execução do projeto,
g) Forças e serviços de segurança; comprometendo-se a assegurar os contributos e a
h) Instituições particulares de solidariedade social; cumprir as regras de funcionamento descritas no
i) Empresas privadas, no âmbito da concretização da Acordo de Consórcio, conforme previsto no artigo 8.º
responsabilidade social das organizações, desde 5 - À instituição com função de gestão compete:
que da parceria não resultem quaisquer lucros ou
proveitos para as empresas candidatas. a) Receber e executar diretamente o financiamento
atribuído ao projeto;
2 - Podem candidatar-se outras entidades públicas e b) Garantir a execução administrativo-financeira
privadas que evidenciem corresponder a uma direta das atividades desenvolvidas pelo projeto;
vocação de intervenção junto dos participantes do c) Proceder à contratação de serviços de suporte à
Programa Escolhas e que disponham de dinamização do projeto, quando necessário;
competências específicas relevantes para as d) Proceder à contratação dos recursos humanos
atividades propostas. afetos ao projeto;
69
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
e) Organizar e manter atualizado o dossiê financeiro e intervenção, com base no diagnóstico efetuado, bem
contabilístico do projeto, nos termos do artigo como a elaboração do respetivo orçamento.
26.º; 6 - Compete ainda ao consórcio aprovar os planos
f) Garantir a organização e produção documental detalhados de atividades, bem como os relatórios de
necessária à interlocução com a coordenação do avaliação do projeto.
Programa Escolhas, em todos os domínios 7 - Aos elementos que representam e/ou exercem
previstos no presente regulamento, alguma função nas instituições do consórcio é vedada
designadamente, pedidos de reembolso; a possibilidade de integrarem as equipas técnicas dos
g) Articular as ações inerentes às suas atribuições com projetos a que se candidatam.
a instituição promotora e restante consórcio. 8 - A dinamização do consórcio cabe à entidade
promotora que, para o efeito, deve promover a
6 - Para além do disposto no n.º 3 do artigo 6.º do realização de reuniões do consórcio pelo menos de
presente regulamento, a entidade com função de dois em dois meses, com a presença dos
gestão e a entidade promotora deverão ter, à data de representantes de todas as instituições que o
início do projeto, a sua situação regularizada junto da integram e com registo escrito dos assuntos
Segurança Social e da Administração Fiscal. abordados e das decisões tomadas.
7 - As instituições com função de gestão do projeto têm 9 - O Acordo de Consórcio referido no n.º 2 do presente
que possuir contabilidade organizada ou artigo pode ser alterado sempre que se justifique,
comprometer-se a ter contabilidade organizada à desde que reúna a maioria qualificada de dois terços
data de início do projeto, devendo a contabilidade ser e a aprovação do Alto-Comissário para as Migrações.
obrigatoriamente elaborada sob a responsabilidade 10 - A alteração do Acordo de Consórcio deverá ser
de um Técnico Oficial de Contas (TOC). realizada através da convocação de uma reunião de
8 - As instituições com função de gestão que sejam consórcio onde estarão presentes as instituições que
entidades adjudicantes para efeitos do disposto no o compõem, da qual será lavrada uma ata com a
artigo 2.º do Código dos Contratos Públicos, aprovado deliberação efetuada nos termos do número anterior,
pelo Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiro, que deverá ser enviada para aprovação do Alto-
comprometem-se a cumprir os procedimentos de Comissário para as Migrações.
contratação pública. 11 - Após a aprovação da candidatura, os consórcios
9 - As instituições com função de gestão não poderão podem, mediante acordo prévio do Programa
assumir a gestão de mais do que dois projetos no Escolhas, envolver na prossecução da sua intervenção
âmbito do Programa Escolhas. outros parceiros que contribuam para os fins
previstos, através de apoios complementares e sem
Artigo 8.º que dupliquem recursos para o mesmo fim.
Consórcio
Artigo 9.º
1 - Os consórcios devem incluir no mínimo quatro Projetos
instituições.
2 - Nos termos dos princípios gerais enunciados no artigo 1 - Entende-se por projeto o conjunto de atividades a
5.º, as candidaturas deverão ser acompanhadas de desenvolver pelo consórcio, destinadas a um
um Acordo de Consórcio, no qual são identificadas as conjunto de participantes, durante um certo período
instituições promotora e parceiras, a duração do de tempo, num determinado âmbito territorial e com
projeto, as responsabilidades e contributos de cada vista a cumprir os objetivos definidos no n.º 1 do
uma destas instituições, no que se refere aos recursos artigo 2.º
financeiros, humanos e materiais indispensáveis à 2 - Cada projeto deve identificar as medidas a que se
execução do projeto, as funções que lhes sejam candidata, identificando as atividades propostas no
atribuídas, bem como os mecanismos de decisão âmbito da sua proposta de intervenção para cada
dentro do consórcio. uma das medidas, bem como os meios afetos e os
3 - Os contributos financeiros, humanos e materiais resultados a atingir.
referidos no número anterior e disponibilizados pelas 3 - Os projetos são obrigados a candidatar-se a duas das
instituições que integram o consórcio deverão ser seguintes medidas: I, II, III e V.
quantificados na candidatura e no Acordo de 4 - Os projetos são ainda obrigados a candidatar-se à
Consórcio. Medida IV.
4 - É obrigação do consórcio assegurar os recursos de 5 - Os projetos têm a duração de um ano, devendo ter
gestão administrativa e financeira do projeto, sem início a 1 de janeiro de 2016 e fim em 31 de
prejuízo do disposto no n.º 9 do artigo 17.º dezembro de 2016, podendo ser renovados
5 - Ao consórcio compete a conceção, execução, anualmente até ao máximo de duas renovações,
acompanhamento e avaliação da proposta de
70
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
desde que obtido parecer positivo do Alto-Comissário 6 - No âmbito da Medida IV, os CID deverão ter um
para as Migrações, tendo como data limite 31 de horário mínimo de 20 horas semanais ao serviço dos
dezembro de 2018. participantes, durante as quais funcionarão sob
6 - Complementarmente, serão lançados dois novos orientação e dinamização do respetivo monitor CID.
períodos de candidaturas em 2016 e 2017 para 7 - No âmbito do seu horário de funcionamento, os CID
intervenções de natureza experimental e inovadora, deverão ter, no mínimo, 15 horas semanais de
com a duração de dois e um ano, respetivamente, em atividades que promovam o desenvolvimento de
condições a definir posteriormente pelo Alto- competências e a certificação em Tecnologias de
Comissário para as Migrações. Informação e Comunicação (TIC).
7 - Serão financiados três projetos-piloto a desenvolver 8 - O horário de funcionamento dos CID poderá ser
em território europeu, sujeitos às regras e superior a 20 horas semanais, devendo neste caso as
procedimentos previstos no presente regulamento, horas complementares e as atividades das restantes
sendo as respetivas instituições convidadas medidas ser asseguradas por qualquer elemento das
diretamente pelo Alto-Comissário para as Migrações. equipas técnicas.
9 - Não será financiada a implementação de um CID
Artigo 10.º sempre que na sua proximidade existam respostas
Centros de Inclusão Digital similares que possam servir os mesmos participantes.
10 - Os CID que não atinjam os objetivos e resultados a
1 - As candidaturas à Medida IV devem coexistir, que se proponham anualmente, nomeadamente ao
obrigatoriamente, com a candidatura a duas das nível das certificações, poderão em qualquer
restantes medidas, acentuando assim o seu caráter momento, mediante parecer fundamentado do Alto-
transversal. Comissário para as Migrações, ver cessada a sua
2 - A Medida IV contempla a implementação de Centros atividade.
de Inclusão Digital (CID), que consistem em espaços
vocacionados para o acesso a atividades ocupacionais CAPÍTULO IV
e de desenvolvimento de competências, para cursos Das Candidaturas
de iniciação e certificação em Tecnologias de
Informação e Comunicação (TIC) e para apoio ao Artigo 11.º
sucesso escolar e à empregabilidade. Apresentação de candidaturas
3 - A implementação do CID obedece à seguinte
tipologia: 1 - As candidaturas são apresentadas em formulários
próprios disponibilizados através de um sítio
a) 6 Computadores em rede; específico do Programa Escolhas na Internet
b) 1 Impressora multifunções; (http://candidatura.programaescolhas.pt), devendo
c) 1 Máquina fotográfica digital; todas as páginas ser impressas e rubricadas por quem
d) 1 Máquina de filmar digital; nas entidades tenha poderes para o ato.
e) Software; 2 - A candidatura deve conter obrigatoriamente a
f) Mobiliário. seguinte informação:
4 - Caso as instituições candidatas já sejam gestoras de a) Indicação do diagnóstico local;
centros informáticos, nomeadamente de CID, podem b) Caracterização e identificação dos fatores de risco
ainda: dos participantes diretos do projeto;
a) Candidatar-se ao financiamento para a aquisição c) Plano de atividades do projeto, com um
de equipamento, de forma a poderem completar cronograma e organizado por medidas, nos
a sua oferta equiparando-a ao modelo CID; termos do artigo 3.º do presente regulamento;
b) Candidatar-se ao financiamento relativo ao d) Horários das atividades e dos técnicos do projeto;
investimento inicial previsto no n.º 3 do presente e) Objetivos e resultados intercalares e finais a atingir
artigo, exceto quando o equipamento tenha sido no âmbito do projeto;
adquirido no decorrer da 5.ª Geração do f) Matriz de cruzamento entre as atividades a
Programa Escolhas. desenvolver, as necessidades identificadas e os
resultados esperados;
5 - Compete a cada consórcio assegurar enquanto seu g) Descrição sumária do processo de autoavaliação
contributo: proposto;
a) Espaço adequado à instalação do CID; h) Orçamento desagregado pelas rubricas
b) Segurança do espaço e dos seus equipamentos, orçamentais previstas;
incluindo seguro obrigatório dos equipamentos.
71
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
i) Recursos humanos a afetar ao projeto, funções e a) Pessoalmente, até às 17h do dia 30 de novembro
remuneração ou honorários, bem como, caso já de 2015, no seguinte local: Programa Escolhas -
estejam identificados, os curricula dos candidatos; Rua dos Anjos, n.º 66, 3.º andar, 1150-039 Lisboa;
j) Contributos suportados pelo consórcio, incluindo b) Por carta registada, com aviso de receção, enviada
infraestruturas, equipamentos, recursos humanos, até à data referida na alínea anterior, para o
transportes, etc.; seguinte endereço:
k) Acordo de consórcio subscrito pelas instituições
proponentes, com a descrição das Programa Escolhas - Rua dos Anjos, n.º 66, 3.º andar,
responsabilidades de cada instituição; 1150-039 Lisboa.
l) Sujeição da entidade com função de gestão ao
disposto no artigo 2.º do Código dos Contratos Artigo 12.º
Públicos, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 18/2008, Critérios e prioridades de apreciação das candidaturas
de 29 de janeiro;
m) Síntese breve dos aspetos inovadores do projeto, 1 - Apenas são submetidas a apreciação as candidaturas
relativamente às metodologias e desenvolvimento que cumpram os requisitos formais e as condições de
das atividades e a sua adequação ao diagnóstico e acesso estabelecidos no presente regulamento nos
à especificidade dos participantes selecionados; seguintes domínios:
n) Identificação da complementaridade do projeto a) Locais e ou prazos de entrega;
com outras iniciativas nacionais ou europeias, que b) Limites de financiamento;
contribuam para a resolução de necessidades c) Duração do projeto;
diagnosticadas, referindo nomeadamente outras d) Documentos exigidos no n.º 3 do artigo 6.º e no n.º
iniciativas ou projetos congéneres que se estejam 7 do artigo 7.º;
a desenvolver para os mesmos participantes ou no e) Candidatura em consórcio;
mesmo território; f) Participantes diretos elegíveis em número igual ou
o) Documentos demonstrativos dos requisitos superior a 50 por ano e participantes indiretos
constantes no n.º 3 do artigo 6.º e no n.º 7 do elegíveis em número igual ou superior a 100 por
artigo 7.º; ano;
p) Roteiro de sustentabilidade de forma a promover a g) Instituição apta para assegurar a função de gestão.
continuidade do projeto, após o termo do
financiamento do Programa Escolhas; 2 - As candidaturas que não cumprirem um ou mais dos
q) Indicação e apresentação dos instrumentos de requisitos referidos no número anterior serão
avaliação previstos; liminarmente excluídas.
r) Indicação das formas de participação dos 3 - Na apreciação das candidaturas serão considerados os
participantes diretos e indiretos na conceção, seguintes critérios:
implementação e avaliação do projeto; a) Qualidade do diagnóstico, nomeadamente na sua
s) Identificação do recurso Escolhas que pretendem capacidade de quantificar e comparar os dados
implementar, estando a listagem dos recursos locais com dados regionais e nacionais;
disponível no sítio do Programa Escolhas em b) Localização em territórios com maiores índices de
www.programaescolhas.pt. exclusão de crianças e jovens;
3 - As candidaturas deverão ser acompanhadas de cópia c) Prioridade face aos fatores de risco dos
do parecer do Conselho Local de Ação Social, sempre participantes diretos definidos no artigo 4.º;
que ele exista, sobre a adequabilidade da proposta de d) Coerência entre o diagnóstico local, os objetivos,
intervenção face ao diagnóstico, o qual deverá ser os resultados esperados, as atividades propostas e
apresentado com a candidatura ou, tal não sendo os recursos a afetar ao projeto;
possível, até ao dia 11 de dezembro de 2015. e) Clareza na definição dos objetivos e resultados a
4 - O parecer do Conselho Local de Ação Social é alcançar, nomeadamente os indicadores
apreciado em termos de «favorável» ou mensuráveis e verificáveis para avaliação do
«desfavorável», constituindo, neste último caso, fator projeto;
de exclusão. f) Adequação e inovação das soluções de intervenção
5 - O parecer do Conselho Local de Ação Social, sendo propostas, bem como dos horários e locais, aos
«favorável», não é vinculativo, nem se estabelece problemas identificados;
como fator de majoração na avaliação das g) Participação das crianças e jovens na conceção,
candidaturas. implementação e avaliação do projeto;
6 - As candidaturas podem ser entregues: h) Ambição global do projeto, nomeadamente a sua
capacidade de efetivamente responder aos
problemas identificados, bem como a sua
72
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
capacidade de encontrar respostas estruturantes, 6 - O júri conta com o apoio de um secretariado técnico,
abrangentes e eficazes face aos desafios para a avaliação inicial das candidaturas, com
propostos; verificação dos requisitos, análise técnica e financeira
i) Perfil do coordenador e restantes recursos técnicos, das candidaturas, e, quando necessário, pedidos
bem como envolvimento de recursos humanos - complementares de informação.
técnicos e dinamizadores - que tenham já 7 - Após análise das candidaturas, em conformidade com
desenvolvido atividades relevantes com os o disposto no presente regulamento, o júri emite
participantes do Programa Escolhas; parecer escrito com a classificação das candidaturas
j) Integração no consórcio das instituições prioritárias que identifique, de forma fundamentada, quais os
previstas no n.º 1 do artigo 6.º; projetos a apoiar prioritariamente.
k) Adequação da composição do consórcio à 8 - O parecer do júri deve ser emitido no prazo de 15 dias
intervenção proposta no projeto; após a conclusão da análise das candidaturas.
l) Sustentabilidade do projeto no sentido de garantir, 9 - Não há lugar a audiência prévia, nos termos do artigo
após o termo do mesmo, a continuidade da 124.º do Código do Procedimento Administrativo.
intervenção, quer através da otimização dos 10 - As instituições promotoras são notificadas, por
recursos disponibilizados pelo consórcio, quer correio eletrónico, da classificação das candidaturas,
através da autonomização e responsabilização dos com a ata do júri e o despacho do Alto-Comissário
participantes, quer ainda através do recurso a para as Migrações, ficando a respetiva matriz de
outras fontes de financiamento. avaliação acessível no sítio específico do Programa
Escolhas na Internet
4 - A análise das candidaturas, nas suas componentes (http://candidatura.programaescolhas.pt).
técnicas e financeira, tem por base uma matriz que 11 - Recebida a notificação prevista no número anterior,
incorpora os critérios e prioridades definidos nos as instituições promotoras e com função de gestão,
números anteriores e cuja aplicação determina a mediante prazo fixado pelo Programa Escolhas, terão
classificação provisória das mesmas, seguindo-se o de apresentar documentos comprovativos de que
disposto no artigo seguinte. têm a sua situação regularizada junto da Segurança
5 - A matriz de avaliação referida no número anterior Social e da Administração Fiscal, sob pena de
estará disponível no endereço exclusão.
www.programaescolhas.pt, no dia útil seguinte à data 12 - A exclusão de uma candidatura por não
da publicação do presente regulamento. preenchimento dos requisitos previstos no número
anterior determina a sua substituição pela
Artigo 13.º candidatura imediatamente seguinte.
Aprovação de candidaturas 13 - As candidaturas melhor classificadas são aprovadas
conforme disponibilidade orçamental.
1 - As candidaturas apresentadas no âmbito do presente 14 - No caso de ser identificada alguma alteração à
regulamento são aprovadas pelo Alto-Comissário candidatura, a aprovação da mesma fica sujeita à
para as Migrações, ouvido o parecer de um júri aceitação, pelo consórcio, das alterações técnicas e
constituído por cinco membros efetivos, um dos ou financeiras propostas.
quais presidirá. 15 - A notificação relativa à aprovação da candidatura é
2 - Os membros do júri são convidados pelo Alto- acompanhada de um termo de aceitação que deve
Comissário para as Migrações, tendo em conta o seu ser assinado pelas instituições do consórcio e
mérito nas áreas de atuação do Programa Escolhas e remetido ao Programa Escolhas, por correio registado
ou a sua representação junto dos financiadores do com aviso de receção, no prazo máximo de cinco dias
Programa Escolhas. úteis após a sua receção.
3 - O júri previsto nos números anteriores é constituído 16 - A falta de resposta, nos termos do número anterior,
por despacho do Alto-Comissário para as Migrações. vale como recusa da aceitação, com consequente
4 - O despacho constitutivo do júri designará o vogal anulação da aprovação da candidatura.
efetivo que substituirá o presidente nas suas faltas e 17 - Do termo de aceitação deverá constar a medida ou
impedimentos, bem como, também para as situações medidas a que se candidata o projeto, a duração
de falta e impedimento, vogais suplentes em número deste, o montante do financiamento a atribuir e as
idêntico ao dos efetivos. eventuais alterações a propor pelo Programa
5 - O despacho constitutivo do júri será disponibilizado Escolhas.
aos candidatos no endereço 18 - Com a assinatura do termo de aceitação e respetiva
www.programaescolhas.pt até à data limite para a receção no Programa Escolhas, ficam as partes
apresentação das candidaturas. obrigadas ao integral cumprimento do estabelecido
nesse documento e no presente regulamento.
73
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
19 - O Programa Escolhas financiará, no âmbito do 3 - Para além do disposto no número anterior, a Medida
processo de apreciação e aprovação das candidaturas IV tem um financiamento anual com o limite máximo
apresentadas, um total máximo de 88 projetos. de (euro) 12.500.
20 - A seleção dos projetos a financiar tem em conta o 4 - A aquisição de equipamento informático e de
seu contributo para a coesão social e territorial e mobiliário só pode ser efetuada no primeiro ano de
assegura a sua distribuição pelo território nacional, execução do projeto, até ao montante de (euro)
por regiões, respeitando a Nomenclatura de 4.100, devendo os restantes (euro) 8.400 ser
Unidades Territoriais para Fins Estatísticos - Unidades utilizados, no mesmo ano de execução, para
de Nível II (NUTS II), e internacional, nos termos pagamento das despesas com o Monitor CID.
seguintes: 5 - No segundo e no terceiro ano de execução do projeto,
a verba correspondente aos (euro) 4.100 deverá ser
a) Norte - 22 projetos; utilizada para aquisição de materiais informáticos e
b) Centro - 12 projetos; de software e ou de ações de formação no âmbito da
c) Lisboa - 40 projetos; Medida IV, estando qualquer uma destas despesas
d) Alentejo - 7 projetos; sujeita a autorização prévia do Alto-Comissário para
e) Algarve - 4 projetos; as Migrações, devendo os restantes (euro) 8.400 ser
f) Regiões Autónomas - 3 projetos. igualmente utilizados para pagamento das despesas
21 - A seleção de projetos a financiar far-se-á no âmbito com o Monitor CID
exclusivo de cada região, não existindo uma 6 - Se os projetos se candidatarem à figura do
classificação global de nível nacional. Dinamizador Comunitário, será atribuído um
22 - Quando apresentadas duas ou mais candidaturas financiamento cujo valor máximo anual se situa nos
para a mesma unidade territorial, nomeadamente (euro) 7.200.
sítio, bairro, freguesia, entre outros, só será aprovada 7 - Tratando-se dos projetos europeus previstos no n.º 23
a melhor classificada. do artigo 13.º, o financiamento corresponde às
23 - Para além dos projetos previstos nos números verbas descritas nos n.ºs 2 a 6 do presente artigo,
anteriores, serão ainda financiados três projetos- acrescido de 50 %.
piloto a desenvolver em países europeus com forte 8 - Os financiamentos referidos nos n.ºs 2 a 6 do
presença de emigrantes, sendo as respetivas presente artigo são cumulativos.
instituições convidadas diretamente pelo Alto- 9 - O financiamento descrito no termo de aceitação fica
Comissário para as Migrações. condicionado, no ano subsequente ao da sua
aceitação, ao orçamento do Programa Escolhas
Artigo 14.º definido anualmente.
Alterações ao projeto 10 - A assinatura do termo de aceitação confere aos
consórcios candidatos o direito à receção do
As alterações ao projeto aprovado em matéria de financiamento para as Medidas I, II, III, IV e V, nos
atividades, reformulações orçamentais e demais termos definidos nas alíneas seguintes:
condições determinantes da sua execução, têm de ser a) Um adiantamento inicial correspondente a 25 % do
solicitadas via eletrónica pela instituição promotora e montante aprovado para o ano;
gestora e estão sujeitas à aprovação da equipa técnica do b) O financiamento posterior será efetuado através
Programa Escolhas. de reembolso das despesas em datas a definir
pelo Programa Escolhas no início de cada ano, até
CAPÍTULO V ao montante máximo de 90 % do orçamento anual
Do Financiamento e Elegibilidade (incluindo o adiantamento inicial), mediante a
apresentação de pedido pelas instituições com
Artigo 15.º função de gestão;
Financiamento c) Um acerto final, efetuado através da aprovação da
prestação de contas apresentada pelo projeto
1 - Dentro dos parâmetros de elegibilidade definidos no para cada ano.
presente regulamento, os projetos poderão ser
financiados numa base modular, consoante a sua 11 - No âmbito da Medida IV, o Programa Escolhas
ambição e capacidade de resposta, da seguinte libertará, com o adiantamento inicial, 100 % da verba
forma: relativa às despesas com equipamento informático e
2 - Para as Medidas I, II, III e V, o financiamento anual mobiliário.
tem o limite máximo de (euro) 49.500, o que 12 - O financiamento previsto no número anterior ficará
pressupõe que o projeto se candidate condicionado à disponibilidade financeira do
obrigatoriamente a duas destas medidas.
74
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
75
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
76
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
77
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
experiência nos domínios de ação do Programa 12 - A designação do monitor do CID do projeto depende
Escolhas. da realização de um procedimento avaliativo e do
5 - Cada projeto deve apresentar o curriculum vitae do parecer prévio vinculativo do Alto-Comissário para as
candidato a coordenador de projeto com a Migrações, devendo ser apresentado o curriculum
candidatura, ou em momentos posteriores caso se vitae do candidato.
verifique a sua substituição, ficando a sua designação 13 - Para além das 20 horas semanais afetas à medida IV,
dependente da realização de uma avaliação o monitor CID poderá dinamizar atividades no âmbito
promovida pelo Programa Escolhas, bem como de das restantes medidas, desde que possua perfil e
parecer favorável do Alto-Comissário para as competências nas matérias em causa.
Migrações, o qual terá natureza vinculativa. 14 - Os projetos poderão ainda candidatar-se à
6 - O coordenador de projeto referido no número integração de um Dinamizador Comunitário.
anterior tem que estar exclusivamente afeto ao 15 - Os dinamizadores comunitários deverão ser jovens
projeto a tempo integral, numa carga horária de 40 oriundos dos territórios de intervenção, entre os 19 e
horas semanais. os 30 anos, com o mínimo do 9.º ano de escolaridade
7 - O coordenador do projeto deverá ser proposto por completa e o máximo de frequência do 12.º ano à
mútuo acordo entre as instituições integrantes do data de início do projeto.
consórcio. 16 - Os dinamizadores comunitários deverão colaborar a
8 - Compete ao coordenador do projeto: tempo parcial, com um horário mínimo de 25
horas/semanais, sendo essas horas suportadas no
a) Garantir a monitorização e avaliação da execução âmbito do financiamento específico para o
das atividades, cumprindo os objetivos da dinamizador comunitário.
avaliação do projeto; 17 - A designação do dinamizador comunitário do projeto
b) Participar na execução das atividades do projeto; depende do parecer prévio vinculativo do Alto-
c) Assumir a interlocução com a gestão do Programa Comissário para as Migrações, devendo para o efeito
Escolhas; ser apresentado o curriculum vitae e o certificado de
d) Mobilizar e dinamizar o consórcio local, criando as habilitações do candidato.
melhores condições para o cumprimento dos 18 - Os dinamizadores comunitários deverão,
resultados fixados no projeto; obrigatoriamente, terminar o projeto com o mínimo
e) Garantir a articulação e harmonização das do 12.º ano como habilitação escolar ou, no caso em
atividades do projeto com as políticas nacionais e que tal já se verifique, com uma qualificação adicional
ou europeias, de modo a que possam contribuir face ao perfil de entrada.
para o êxito e sustentabilidade do projeto; 19 - Os dinamizadores comunitários anteriormente
f) Promover a recolha e difusão da informação envolvidos na 4.ª e 5.ª Geração do Programa Escolhas
necessária à boa execução do projeto; não poderão transitar para uma nova geração
g) Participar e fazer participar a equipa técnica do enquanto dinamizadores comunitários.
projeto no processo de formação adotado pelo 20 - Não são permitidas substituições de dinamizadores
Programa Escolhas; comunitários após 18 meses de execução do projeto.
h) Negociar e ser mediador com os vários
interlocutores internos e externos, que sejam Artigo 25.º
necessários à concretização dos objetivos do Dossiê Técnico
projeto.
9 - A entidade com função de gestão deverá promover a 1 - As instituições promotoras ficam obrigadas a
substituição de qualquer elemento da equipa técnica organizar e manter atualizado um dossiê técnico do
afeta à execução do projeto que não esteja a cumprir projeto que contenha cópias dos seguintes
as suas funções com a diligência devida. elementos:
10 - A substituição do coordenador do projeto ou de a) Candidatura aprovada, acordo de consórcio, termo
qualquer outro elemento da equipa técnica carece de de aceitação e protocolo de cooperação;
apresentação de justificação, bem como do b) Planos de atividades e relatórios de avaliação
cumprimento das condições expressas no presente semestrais e anuais;
artigo. c) Reformulações dos planos de atividades, sempre
11 - A equipa técnica, incluindo o coordenador de que se verifiquem, com a respetiva
projeto, deve participar obrigatoriamente no fundamentação e autorização;
programa de formação proposto pelo Programa d) Registo sistemático das principais atividades do
Escolhas, nomeadamente em momentos de formação projeto no que respeita à preparação, execução e
residenciais, e que faz parte integrante e obrigatória avaliação, bem como todos os produtos que sejam
da execução do projeto. elaborados no âmbito do projeto;
78
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
e) Registos de presenças assinados pelos sendo admissível, em caso algum, atraso superior a
participantes; 60 dias.
f) Curricula e contratos do pessoal envolvido no 4 - As faturas e recibos devem identificar claramente o
projeto; respetivo bem ou serviço e a fórmula de cálculo do
g) Registos escritos das reuniões de consórcio e das valor imputado ao pedido de financiamento.
assembleias de jovens. 5 - As instituições com função de gestão ficam obrigadas,
sempre que solicitadas, a entregar ao Programa
2 - O dossiê referido no número anterior deve estar Escolhas cópias dos documentos que integrem o
atualizado e disponível, para eventual consulta pelo processo contabilístico, sem prejuízo da
Programa Escolhas, na sede da instituição promotora. confidencialidade exigível, bem como a
disponibilizarem o acesso aos mapas e registos
Artigo 26.º contabilísticos que são obrigadas a realizar, às contas
Dossiê financeiro e contabilístico bancárias utilizadas e aos documentos de suporte das
despesas efetuadas.
1 - A entidade com função de gestão em cada consórcio 6 - As instituições com função de gestão ficam obrigadas,
fica obrigada a: sempre que preencham os requisitos previstos no
a) Dispor de contabilidade organizada segundo o artigo 2.º do Código dos Contratos Públicos, aprovado
Plano Oficial de Contabilidade (POC) ou outro pelo Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiro, a
plano de contabilidade sectorial a que se encontre arquivar os respetivos procedimentos de contratação
obrigada; pública levados a cabo.
b) Utilizar um centro de custos por projeto através do
qual seja possível efetuar a análise dos proveitos e Artigo 27.º
dos custos, segundo a natureza dos mesmos; Outras obrigações
c) Definir critérios de imputação de forma que
eventuais custos comuns possam ser repartidos 1 - As instituições com função de gestão do projeto ficam
entre o projeto financiado no âmbito do Programa obrigadas a abrir uma conta bancária por projeto, a
Escolhas e outros projetos e/ou atividades com qual deverá ser especificamente destinada a
diferentes fontes de financiamento e movimentar os recebimentos e pagamentos do
adequadamente imputados aos respetivos centros mesmo.
de custo, através de carimbo específico para esse 2 - Os juros bancários a produzir pelas contas abertas nos
efeito; termos do número anterior deverão ser creditados a
d) Registar no rosto do original dos documentos favor dos respetivos projetos.
imputados ao projeto o número de lançamento na 3 - As instituições envolvidas nos projetos devem
contabilidade e a menção do seu financiamento fornecer e disponibilizar ao Programa Escolhas,
através do Programa Escolhas, indicando a quando por este solicitados todos os elementos e
designação do projeto e o correspondente valor documentação relacionada com o desenvolvimento
imputado; das atividades financiadas.
e) Organizar um arquivo de cópias de documentos
contabilísticos que garanta o acesso imediato aos CAPÍTULO VII
documentos de suporte dos lançamentos; Coordenação, Acompanhamento e Avaliação do
f) Manter atualizado o arquivo referido na alínea Programa Escolhas
anterior e sediado nas instalações da instituição
com função de gestão do projeto; Artigo 28.º
g) Identificar no mapa de amortizações e Coordenação
reintegrações os elementos do imobilizado A coordenação do Programa Escolhas é da competência
adquiridos no âmbito do projeto; do Alto-Comissário para as Migrações, coadjuvado pelo
h) Disponibilizar extratos bancários que se julguem diretor e restante equipa técnica.
necessários;
i) Apresentar ata de aprovação do relatório de Artigo 29.º
atividades e contas até 30 de abril do ano Acompanhamento e avaliação dos projetos
seguinte.
1 - A avaliação dos projetos aprovados é um elemento
2 - A aquisição de bens e serviços apenas pode ser estruturante essencial do modelo de intervenção do
justificada através de fatura e/ou recibo. Programa Escolhas.
3 - As instituições com função de gestão devem manter 2 - A avaliação compreende uma avaliação técnica e uma
atualizada a contabilidade específica do projeto, não avaliação financeira.
79
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
80
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo 31.º
Deveres de conduta
Artigo 32.º
Norma transitória aplicável aos Projetos 5.ª Geração
Artigo 33.º
Notas explicativas
81
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
82
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
83
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Assegurar a realização de controlos móveis ao longo Assegurar as relações de cooperação com todos os
das fronteiras internas, tendo em vista o combate à órgãos e serviços do Estado, nomeadamente com os
imigração ilegal no espaço Schengen; demais serviços e forças de segurança;
Acionar os Acordos de Readmissão celebrados com Colaborar com os serviços similares estrangeiros,
Espanha, França, Bulgária e Polónia, para permitir o podendo estabelecer formas concretas de
afastamento de pessoas em situação ilegal em cooperação.
território nacional, assegurando a execução do
mesmo; E ainda, na decorrência de compromissos internacionais:
Realizar operações conjuntas com os serviços Assegurar, por determinação do Governo, a
congéneres de Espanha, destinadas ao combate dos representação do Estado Português na União
fluxos de imigração ilegal nos dois sentidos da Europeia, designadamente no âmbito do Comité
fronteira luso-espanhola; Estratégico Imigração, Fronteiras e Asilo, pelo qual é
Instaurar, decidir e executar a expulsão de cidadãos responsável o diretor do Serviço de Estrangeiros e
estrangeiros em situação ilegal em Portugal e Fronteiras e que compreende os Grupos de Trabalho
executar as decisões judiciais de expulsão; Migração, Afastamento, Asilo, Vistos, Fronteiras,
Escoltar os cidadãos estrangeiros sujeitos a medidas CIREA e CIREFI;
de afastamento de Portugal; Assegurar, por determinação do Governo, a
Decidir sobre a aceitação da análise dos pedidos de representação do Estado Português no âmbito do
asilo; Grupo de Alto Nível Asilo Migração, pelo qual é
Proceder à instrução de processos de concessão de responsável o diretor do Serviço de Estrangeiros e
asilo, de determinação do Estado responsável pela Fronteiras;
análise dos pedidos de asilo e de transferência dos Garantir, por determinação do Governo, a
candidatos a asilo entre os Estados membros da representação do Estado Português, participando
União Europeia; diretamente nos grupos e subgrupos de trabalho, no
Analisar e dar parecer sobre os pedidos de concessão âmbito do desenvolvimento do Acervo Schengen da
de nacionalidade portuguesa por naturalização; União Europeia, nomeadamente Task Forces, Sistema
Analisar e dar parecer sobre os pedidos de concessão de Informação SIS, Tecnologia do Sistema de
de estatutos de igualdade e sobre os de Informação (SIS), Sirene, Comité de Avaliação
reconhecimento de associações internacionais; Schengen, Comité Misto, Grupo de Avaliação Coletiva
Garantir a ligação da Parte Nacional do Sistema de e nos Grupos de cooperação policial que versem
Informação Schengen (NSIS) ao Sistema Central de matérias do âmbito das atribuições do SEF, Fronteiras
Informação Schengen (CSIS-Estrasburgo), sendo que Externas, Readmissões, Sirene, Comité Orientador SIS
se encontram conectados ao NSIS, para além do e PWP;
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, a Guarda Assegurar a representação do Estado Português no
Nacional Republicana, a Polícia de Segurança Pública, Grupo de Budapeste;
a Polícia Judiciária, a Direcção-Geral dos Assuntos Acompanhar os trabalhos da Conferência de
Consulares e Comunidades Portuguesas e a Direcção- Ministros do Interior dos Países do Mediterrâneo
Geral das Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre o Ocidental (Portugal, Espanha, França, Itália,
Consumo; Marrocos, Tunísia e Argélia);
Assegurar a gestão e a comunicação de dados Assegurar, através de oficiais de ligação, os
relativos à Parte Nacional do Sistema de Informação compromissos assumidos no âmbito da cooperação
Schengen (NSIS) e de outros sistemas de informação internacional.
no âmbito do controlo da circulação de pessoas,
comuns aos Estados membros da União Europeia e Do elenco das atribuições atualmente prosseguidas pelo
Estados contratantes de Schengen, bem como os Serviço de Estrangeiros e Fronteiras que se deixaram
relativos à base de dados de emissão dos passaportes enunciadas e face às constantes do Decreto-Lei n.º
(BADEP); 440/86, de 31 de Dezembro, fácil é concluir pela total
Coordenar a cooperação entre as forças e serviços de inadequação da estrutura orgânica prevista neste
segurança nacionais e de outros países em matéria de diploma para o seu cumprimento.
circulação de pessoas e de controlo de estrangeiros;
Cooperar com as representações diplomáticas e De facto, desde a consulta prévia para a concessão de um
consulares de Estados estrangeiros, devidamente visto de entrada em Portugal, passando pelas questões
acreditadas no país, no repatriamento dos seus relacionadas com a legalização da entrada e da
nacionais; permanência de cidadãos estrangeiros, com o seu
afastamento de território nacional, com o asilo até à
aquisição da nacionalidade portuguesa por naturalização,
84
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
todas as questões que giram à volta do fenómeno A criação de direções centrais que racionalizam e
migratório são tratadas por um único serviço - o Serviço consolidam as várias áreas de atuação do Serviço;
de Estrangeiros e Fronteiras. A definição dos postos de fronteira externa como
unidades orgânicas, e das respetivas competências;
Ao exposto, acresce ainda a crescente complexidade que A institucionalização dos postos mistos de fronteira.
deriva do simples facto de Portugal dever ser hoje em dia
considerado, com toda a propriedade, e à sua escala, um Foram observados os procedimentos decorrentes da Lei
verdadeiro «país de imigração», que nada tem já a ver, n.º 23/98, de 26 de Maio.
nesta matéria, com o País existente em 1986. A
população estrangeira legalmente residente em território Foi ouvida a Comissão Nacional de Proteção de Dados.
nacional ultrapassa a fasquia dos 200000, sendo que a
sua maioria continua a corresponder a cidadãos No uso da autorização legislativa concedida no artigo 1.º
originários de países terceiros, em especial de países da Lei n.º 24/2000, de 23 de Agosto, e nos termos da
lusófonos. alínea b) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o
Em suma, o cumprimento de todas as atribuições que, Governo decreta o seguinte:
como foi referido, ao longo dos anos foram sendo
cometidas ao Serviço, nas vertentes nacional e
internacional exige o estabelecimento de um quadro CAPÍTULO I
normativo que «crie» um serviço de estrangeiros e Natureza, atribuições e princípios de atuação
fronteiras capaz de dar resposta rápida e eficaz à
execução da política de imigração definida pelo Governo, SECÇÃO I
bem como às exigências estruturais e conjunturais do Natureza e atribuições
fenómeno migratório.
Artigo 1.º
Tal quadro normativo corresponde à modernização do Natureza
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras prevista no
Programa do Governo como um dos instrumentos para 1 - O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras,
dar cumprimento às exigências de cooperação entre os abreviadamente designado por SEF, é um serviço de
Estados membros da União Europeia em matéria de segurança, organizado hierarquicamente na
segurança, à compatibilização desta com a liberdade de dependência do Ministro da Administração Interna,
circulação, ao reforço da cooperação com os países de com autonomia administrativa e que, no quadro da
expressão portuguesa e ao controlo de todas as política de segurança interna, tem por objetivos
fronteiras externas, nomeadamente as fronteiras fundamentais controlar a circulação de pessoas nas
marítimas. fronteiras, a permanência e atividades de
estrangeiros em território nacional, bem como
Assim, o presente diploma «cria» um serviço de estudar, promover, coordenar e executar as medidas
estrangeiros e fronteiras preparado para cumprir aqueles e ações relacionadas com aquelas atividades e com os
objetivos e para acompanhar o desenvolvimento de movimentos migratórios.
mecanismos de cooperação internacional, o progressivo 2 - Enquanto órgão de polícia criminal, o SEF atua no
ajustamento de políticas de imigração entre países de processo, nos termos da lei processual penal, sob a
destino e países de origem, bem como para prevenir e direção e em dependência funcional da autoridade
combater o tráfico de imigrantes, designadamente judiciária competente, realizando as ações
mediante: determinadas e os atos delegados pela referida
A criação de uma estrutura orgânica adequada ao autoridade.
suporte das atribuições prosseguidas pelo Serviço e
consentânea com a sua dimensão; Artigo 2.º
A previsão de uma directoria-geral composta por um Atribuições
diretor-geral e quatro diretores-gerais-adjuntos;
A definição precisa das competências do diretor- 1 - São atribuições do SEF no plano interno:
geral; a) Vigiar e fiscalizar nos postos de fronteira, incluindo
A previsão de serviços centrais e serviços a zona internacional dos portos e aeroportos, a
descentralizados, conferindo a estes últimos a circulação de pessoas, podendo impedir o
necessária autonomia e flexibilidade para a gestão da desembarque de passageiros e tripulantes de
comunidade de cidadãos estrangeiros e dos fluxos embarcações e aeronaves indocumentados ou em
migratórios; situação irregular;
85
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
86
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
87
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
88
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
89
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
90
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
91
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
dos sistemas de informação da responsabilidade d) Proceder à verificação regular dos fundos em cofre
do SEF por forma a garantir o acesso às suas bases e em depósito;
de dados, nomeadamente para consulta ou e) Dar parecer sobre os contratos a celebrar pelo SEF;
extração de dados que possibilitem o seu f) Fiscalizar a escrituração contabilística e a cobrança
tratamento estatístico, reporte operacional ou de receitas.
reporte de suporte à decisão;
l) Estabelecer o interface com os utilizadores no que Artigo 21.º
respeita às aplicações e bases de dados em regime Periodicidade das reuniões
de exploração, zelando pela oportuna receção dos
dados, tratamento e entrega dos produtos de O conselho administrativo reúne ordinariamente uma vez
processamento, verificando a sua qualidade e por mês e extraordinariamente sempre que o respetivo
obediência às especificações e padrões de presidente o convoque.
controlo de qualidade acordados;
m) Garantir que se encontra vedado o acesso aos SECÇÃO IV
dados dos sistemas de informação alojados em Serviços Centrais
entidades externas ao SEF, nomeadamente
através da assinatura de protocolos que garantam Artigo 22.º
e disponibilizem mecanismos de acesso e de Serviços Centrais
controlo.
2 - No que respeita às competências previstas nas alíneas Os Serviços Centrais compreendem:
e), g) e i) do número anterior, o SEF articula-se com a a) A Direção Central de Investigação (DCINV);
Direção-Geral de Infraestruturas e Equipamentos e b) A Direção Central de Imigração e Documentação
também, quanto a esta última, com a DGAI. (DCID);
c) (Revogada.)
SECÇÃO III d) A Direção Central de Gestão e Administração
Conselho administrativo (DCGA);
e) (Revogada.)
Artigo 20.º f) (Revogada.)
Natureza, composição e competência g) (Revogada.)
h) (Revogada.)
1 - O conselho administrativo é o órgão consultivo e
fiscalizador em matéria de gestão financeira e SUBSECÇÃO I
patrimonial. Direção Central de Investigação
2 - Compõem o conselho administrativo:
a) O diretor nacional; Artigo 23.º
b) O diretor nacional-adjunto que, por despacho do Direção Central de Investigação
diretor nacional, tiver a seu cargo a área de gestão
e administração dos recursos financeiros e 1 - À Direção Central de Investigação (DCINV) compete:
patrimoniais do SEF; a) Desenvolver ações no âmbito da prevenção e
c) O diretor da Direção Central de Gestão e investigação da criminalidade da competência do
Administração. SEF quando esta envolva criminalidade organizada
3 - Sem prejuízo do disposto na alínea b) do número ou em casos cuja investigação se revista de
anterior, o diretor nacional, quando o entender especial complexidade, em especial no âmbito do
conveniente, pode chamar a participar nas reuniões disposto nos artigos 183.º a 188.º da Lei n.º
do conselho administrativo o outro diretor nacional- 23/2007, de 4 de julho, ou ainda quando a ação a
adjunto. desenvolver abranja a área de intervenção de
4 - O subdiretor central de Gestão e Administração duas ou mais direções regionais, em qualquer dos
participa como secretário nas reuniões do conselho casos no domínio das competências do SEF;
administrativo. b) Assegurar a coordenação técnica da prevenção e
5 - Compete em especial ao conselho administrativo: investigação criminal desenvolvida pelos
a) Apreciar os projetos de orçamento de despesas e departamentos regionais de investigação e
receitas e as contas de gerência a remeter ao fiscalização, cabendo-lhe centralizar e
Tribunal de Contas; acompanhar os inquéritos registados e as
b) Verificar e controlar a realização de despesas; investigações desenvolvidas no SEF;
c) Apreciar a situação administrativa e financeira;
92
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
93
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo 33.º
Direção Central de Gestão e Administração Artigo 38.º
(Revogado.)
1 - À Direção Central de Gestão e Administração (DCGA)
compete assegurar a gestão financeira e patrimonial
e a gestão das telecomunicações e segurança. Artigo 39.º
2 - À DCGA compete, em especial: (Revogado.)
94
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
95
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
SUBSECÇÃO IV
Artigo 49.º-A
(Revogada.)
Direção de Fronteiras de Lisboa
96
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
97
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
98
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
99
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
100
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
um ano contado a partir da data da entrada em vigor i) Decreto-Lei n.º 108/97, de 8 de maio.
do diploma previsto no artigo 64.º, ser integrado no
quadro do SEF. ANEXO I
3 - Findo o período a que se refere o número anterior, o [a que se refere a alínea c) do artigo 44.º]
pessoal que não opte pela integração regressará aos
respetivos serviços de origem. Delegações regionais
101
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
102
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
103
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
104
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
105
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
1 - Os apoios às associações previstos na alínea j) do n.º 1 Sem prejuízo da sua entrada em vigor nos termos gerais,
do artigo 4.º da presente lei são atribuídos mediante a presente lei só produz efeitos financeiros após a
a celebração de protocolos entre as associações e o entrada em vigor da Lei do Orçamento do Estado
ACIME. posterior à sua aprovação.
2 - A celebração dos protocolos referidos no número
anterior baseia-se em projetos apresentados pelas
associações e é precedida de parecer do Conselho
Consultivo.
3 - Na concessão de qualquer tipo de apoios por parte do
Estado, nenhuma associação de imigrantes pode ser
privilegiada ou prejudicada em relação às demais por
motivos étnicos, ideológicos, religiosos ou de situação
geográfica.
106
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
107
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
3 - Sempre que se verifiquem alterações, as associações de rádio e televisão nos mesmos termos das
devem enviar ao ACIME os documentos associações profissionais.
correspondentes às mesmas e referidos no número
anterior, a fim de confirmar a manutenção dos Artigo 8.º
requisitos legais do reconhecimento de Apoio do Estado
representatividade, sem prejuízo da remessa anual,
até 31 de janeiro, da declaração mencionada na 1 - O membro do Governo responsável pela área da
alínea e) do n.º 2. igualdade concede apoio do Estado e valoriza o
4 - As associações de imigrantes podem ser de âmbito contributo das associações de imigrantes na execução
nacional, regional ou local, de acordo com o número das políticas nacionais vocacionadas para a melhoria
mínimo de associados, que será, respetivamente, de das condições de vida dos imigrantes em Portugal, na
1000, 500 e 100. perspetiva da sua integração na sociedade, com
respeito pela sua identidade e cultura de origem, de
Artigo 4.º forma a eliminar a discriminação, bem como para a
Instrução e decisão do processo promoção da dignificação e da igualdade de
oportunidades de todos os cidadãos legalmente
1 - O ACIME e o Conselho Consultivo para os Assuntos da residentes em Portugal.
Imigração (COCAI) podem solicitar informações ou 2 - O apoio referido no número anterior efetiva-se
documentos adicionais que se revelem necessários a através de ajudas de carácter técnico e financeiro às
tomada de decisão ou à emissão de parecer. associações de imigrantes que desenvolvam
2 - O COCAI emite parecer no prazo máximo de 10 dias programas, projetos e ações que tenham como
úteis a contar da data da entrada do requerimento ou objetivo:
da instrução do processo nos termos do número a) Contribuir para a integração de cidadãos
anterior. imigrantes, promovendo a sua dignificação e
3 - O ACIME profere a decisão no prazo máximo de 15 igualdade de oportunidades;
dias a contar da emissão do parecer do COCAI. b) A mudança de atitudes e mentalidades, no âmbito
da igualdade de oportunidades dos cidadãos
Artigo 5.º legalmente residentes em Portugal,
Publicidade nomeadamente a nível da educação, da cultura e
dos meios de comunicação social;
O ACIME promove, no prazo de 10 dias, a publicação no c) A formação técnica de suporte a iniciativas
Diário da República do extrato da decisão proferida. empresariais, culturais e sociais com vista a
estimular a atividade empreendedora dos
Artigo 6.º imigrantes;
Registo das associações d) A formação profissional, de forma a fomentar o
aumento da qualificação profissional dos cidadãos
O Gabinete do ACIME organiza o registo das associações imigrantes;
cuja representatividade é reconhecida e emite, e) A criação de serviços de apoio às famílias
anualmente, o respetivo cartão de identificação, de imigrantes;
modelo anexo ao presente diploma. f) O estabelecimento de intercâmbios com
associações congéneres estrangeiras ou a
Artigo 7.º promoção de ações comuns de informação ou
Direito de participação das associações representativas formação;
g) O estudo e a investigação de casos e medidas de
1 - As associações com reconhecimento de integração social e de discriminação baseada na
representatividade participam na definição das raça, cor, nacionalidade ou origem étnica;
medidas concretizadoras do Programa do Governo h) A eliminação de todas as formas de discriminação
em matéria de imigração. baseadas na raça, cor, nacionalidade ou origem
2 - O membro do Governo responsável pela área da étnica.
igualdade faculta às associações referidas no número
anterior os elementos necessários, fixando um prazo Artigo 9.º
para que elas se pronunciem por escrito, o qual não Critérios de apreciação dos pedidos
poderá ser inferior a 15 dias.
3 - As associações referidas no n.º 1, através das 1 - Os pedidos de apoio formulados ao abrigo do artigo
respetivas associações de âmbito nacional, anterior são apreciados de acordo com os seguintes
beneficiam do direito de antena nos serviços públicos critérios:
108
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
109
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo 17.º
Avaliação e acompanhamento
Artigo 18.º
Financiamento
Artigo 19.º
Conselho consultivo
Artigo 20.º
Disposição transitória
110
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
111
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo 5.º
Entrada em vigor
112
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
113
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
114
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Resolução do Conselho de Ministros n.º 12-B/2015, adequando-se à estratégia do fomento industrial para o
de 20 de março crescimento e o emprego, bem como à prioridade da
Aprova o Plano Estratégico para as Migrações «Abordagem global para a migração e mobilidade»
(2015-2020) definida pela Comissão Europeia.
O desenvolvimento destas áreas torna essencial o 1 - Aprovar o Plano Estratégico para as Migrações (2015-
desenho de uma estratégia transversal e articulada para 2020), doravante designado por PEM, que consta do
lhes dar resposta. O Plano Estratégico para as Migrações anexo à presente resolução e da qual faz parte
2015-2020 visa adequar politicamente o país a uma integrante.
realidade migratória mais complexa e desafiante,
115
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
116
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
uma boa política de integração de imigrantes ao nível participação e confiança em si e na sociedade de que
internacional. fazem parte.
Adicionalmente, a partir de 2010, e associando saldos Para além disso, é também vital, neste seguimento,
naturais negativos à descida do saldo migratório, perspetivar as migrações como parte de uma estratégia
Portugal assiste a saldos populacionais totais negativos. de valorização e crescimento económico de Portugal, de
Por outras palavras, nos últimos anos, o saldo migratório gestão e valorização do talento, de gestão e valorização
em Portugal deixou de conseguir compensar os valores da mobilidade, reforçando e promovendo o contributo
negativos do saldo natural. das populações migrantes para esse objetivo. Não
podendo, nem devendo, ser uma política vocacionada
Portugal encontra-se numa situação de fragilidade apenas para a situação do mercado laboral interna, a
demográfica. É neste contexto que deve ser analisado o política migratória deve ter em consideração uma
fenómeno migratório em Portugal e ser desenhada uma perspetiva económica e social mais ampla e renovada
política transversal que atenda à evolução deste sistema. que se traduza, nomeadamente, num maior
A política de imigração em Portugal deve refletir as reconhecimento e valorização das competências dos
mudanças dos perfis migratórios. migrantes e nas condições de criação de novos empregos
e novos projetos económicos em Portugal. Devemos, por
Estudos demonstram o efeito positivo da imigração nas isso, olhar para as migrações como uma via essencial
contas públicas, sendo os imigrantes contribuintes para gerir e valorizar o talento. O fenómeno das
líquidos. Mas o impacto pode ainda ser medido por migrações é estratégico no processo de transformação
outras dimensões. Em paralelo com o investimento na de talentos produzidos em talentos concretizados, que
área da educação, da investigação e desenvolvimento provocam um impacto na sociedade e no contexto
das infraestruturas públicas e das políticas de emprego, o empresarial.
investimento em políticas migratórias contribui
diretamente para a inovação, para a gestão e mobilização O amplo consenso político em torno do tema das
do talento, para o progresso tecnológico, para a captação migrações, em Portugal, tem permitido o sucesso das
de riqueza, para a abertura cultural e para o aumento da políticas migratórias. Este consenso tem sido expresso na
qualificação e mobilidade do capital humano. prática política e, também, nas expressivas maiorias de
aprovação na Assembleia da República dos principais
Finalmente, a circularidade em que hoje se processam instrumentos legislativos de que são exemplo as
muitas migrações e a crescente mobilidade de migrantes alterações ao regime jurídico de entrada, permanência,
portugueses e estrangeiros que aproveitam saída e afastamento de estrangeiros do território
oportunidades profissionais em diferentes países, nacional, aprovado pela Lei n.º 23/2007, de 1 de
aconselham a que os fluxos migratórios sejam fevereiro, e a Lei da Nacionalidade.
considerados com uma visão de conjunto. É neste
contexto que alguns países tradicionalmente sujeitos a Este consenso verifica-se não apenas quanto à
significativos fluxos de imigração e de emigração têm necessidade de adequada integração dos imigrantes mas
procurado gradualmente articular e integrar as políticas também quanto à imprescindível promoção da legalidade
migratórias, quer as relativas às entradas, quer as migratória, à erradicação de redes de imigração ilegal e à
relativas às saídas, evitando visões parcelares ou fiscalização e punição de empregadores coniventes com
atomistas e internalizando uma visão integrada do estas redes. Este controlo e consciência são tanto mais
fenómeno imigratório e emigratório, de modo a permitir importantes quanto é sabido que o país atravessa uma
o desenvolvimento consolidado de respostas. Deste crise económica ao mesmo tempo que as fronteiras
modo, é hoje evidente que uma política migratória eficaz externas da União Europeia são objeto de uma pressão
deve fundar-se na gestão integrada e equilibrada dos migratória sem precedentes, revelando situações de
fluxos migratórios. grande carência humanitária.
Em face deste enquadramento, é certamente necessário Só esta prática integrada e o consenso existente
consolidar o trabalho de acolhimento e de integração permitem que o país continue a honrar a sua tradição
social e, sobretudo, redobrar esforços na correta inclusão personalista em todas as instâncias onde Portugal está
das segundas e terceiras gerações daqueles que, integrado.
descendendo de imigrantes, já são novos cidadãos
portugueses, através de mais ações de integração em No debate sobre a política europeia de migrações,
escola, formação e emprego e de mais boas práticas que Portugal deve ter uma participação ativa e clara. Para
inculquem nos jovens uma cultura de responsabilidade, além da experiência histórica de migrações, o nosso país
117
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
tem uma das fronteiras exteriores mais importantes da 2.1 - Défice demográfico
União Europeia. Portugal enfrenta um problema de défice demográfico
que é hoje uma emergência social, económica e política
Portugal deve afirmar a sua política aberta à migração nacional.
legal e atenta aos novos fluxos migratórios. Essa opção
opõe-se a uma visão de Europa Fortaleza que não produz As tendências demográficas recentes em Portugal são
resultados e está condenada ao fracasso. caraterizadas pelo aumento continuado da esperança de
Coerentemente, o país deve defender a evolução para vida, redução da mortalidade infantil, aumento da
novas formas de gestão de fronteiras, possibilitando emigração, saldos migratórios negativos, declínio
maior comodidade aos seus utilizadores e maior acentuado e persistente da fecundidade e o consequente
segurança para o espaço europeu. É com esse espírito envelhecimento da população. É, pois, neste contexto
que Portugal é pioneiro no projeto «Smart Borders». Por que se vem agravando nos últimos anos o défice
fim, na importante questão humanitária existente em demográfico.
várias fronteiras da União Europeia, o nosso país deve
estar do lado da valorização da resposta de busca e Apesar de se verificar uma tendência de decréscimo
salvamento que é a mais coerente com a matriz populacional residente em Portugal, o último
humanista do projeto europeu. Prevenindo e evitando o recenseamento da população realizado pelo Instituto
efeito chamada que esta política pode ter, devem ser Nacional de Estatística, I. P., (Censos 2011) reafirmou o
desenvolvidos os mecanismos de cooperação com os contributo positivo da população estrangeira para a
países de origem, no sentido de encontrar soluções para demografia portuguesa. Nos últimos 10 anos, a
a redução da procura pela imigração ilegal. população cresceu 2 % (206.061 indivíduos), sobretudo
como consequência do saldo migratório (que explica 91
Sendo clara esta posição, Portugal deve manter-se na % desse crescimento). A população estrangeira tem sido
linha da frente do combate à migração ilegal e à responsável não só pelo aumento de efetivos em idade
utilização perversa das migrações para exploração ativa, mas também por uma percentagem significativa
laboral, sexual ou para recrutamento de combatentes dos nascimentos em Portugal.
estrangeiros para conflitos armados.
A diminuição do índice de fecundidade e dos saldos
Nesse sentido, reconhecendo que as migrações têm um migratórios e o aumento da esperança média de vida,
impacto positivo na sociedade em diferentes dimensões, acompanhando a tendência verificada em outros
Portugal enfrenta hoje cinco desafios particularmente Estados-Membros da União Europeia, induz ao reforço
decisivos que convocam as migrações: (i) o combate do envelhecimento demográfico.
transversal ao défice demográfico e o equilíbrio do saldo
migratório; (ii) a consolidação da integração e Neste âmbito, Portugal apresentou em 2013 um índice
capacitação das comunidades imigrantes residentes em sintético de fecundidade de 1,21 filhos por mulher,
Portugal, continuando a tradição personalista de abaixo da média da União Europeia, e uma taxa líquida
Portugal; (iii) a inclusão dos novos nacionais, em razão da de migração negativa (-3,6 %), face a uma média positiva
aquisição de nacionalidade ou da descendência de da União Europeia. Ora, atendendo a que, segundo um
imigrantes; (iv) a resposta à mobilidade internacional, estudo do EUROSTAT, a partir de 2015 se prevê que o
através da internacionalização da economia portuguesa, crescimento populacional dos Estados-membros se
na perspetiva da captação de migrantes e da valorização consiga apenas com saldos migratórios positivos.
das migrações e do talento como incentivos ao
crescimento económico; (v) o acompanhamento da Tal como demonstrado por inúmeros investigadores
emigração portuguesa, através do reforço dos laços de nacionais, sem o contributo das migrações e sem a
vínculo e do reforço das condições para o regresso e manutenção de um saldo migratório positivo, as
reintegração de cidadãos nacionais emigrados. possibilidades de Portugal inverter a tendência de
decréscimo de efetivos em idade ativa serão bastante
Estes cinco desafios ao nível da integração, da inclusão, mais difíceis, correndo-se o risco de se agravar cada vez
da captação e do regresso dos nossos emigrantes tornam mais o problema demográfico associado ao
perentório o desenho de uma nova estratégia nacional envelhecimento da população. Um saldo migratório
para as migrações que seja articulada transversalmente. positivo permite compensar este efeito a curto e médio
prazo. É, aliás, essa a política de muitos Estados
Esta estratégia deverá promover a igualdade entre europeus, para quem o fenómeno do envelhecimento da
homens e mulheres em todos os eixos prioritários. população se tornou realidade mais cedo do que em
Portugal.
2 - Principais desafios
118
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
119
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
(OCDE) como uma das justificações para a diminuição do Tratando-se de um universo com um peso populacional
número de imigrantes em Portugal. relevante e em que a experiência migratória é também
definidora de identidades pessoais, um plano estratégico
Entre 2007 e 2013, o número de cidadãos a quem foi para as migrações não pode deixar de refletir a realidade
concedida a nacionalidade portuguesa atingiu os 268 mais atual do que é a cidadania portuguesa. Por isso
831, quando entre 2001 e 2006 esse número se situava mesmo, a participação cívica e política é também uma
apenas nos 14 865. Com a atual política de aquisição de área especialmente visada no presente plano.
nacionalidade, todos os residentes estabelecidos e que
desejam permanecer no país podem aceder à 2.4 - Mobilidade internacional, gestão do talento e
nacionalidade portuguesa e tomar parte da vida coletiva valorização da atratividade do país
portuguesa. Até hoje, a imigração tem sido considerada de um ponto
de vista essencialmente passivo. Portugal recebia os
Novos cidadãos portugueses são também os que imigrantes que procuravam o nosso país para viver e
nasceram no estrangeiro, filhos de pai ou mãe trabalhar, tudo fazendo para os acolher e integrar
portuguesa. Mais de 1/3 dos novos cidadãos portugueses condignamente.
nos últimos anos estão nesse perfil.
Porém, num mundo de competição pelo talento o
Mesmo sendo escassa a informação estatística a seu investimento nas políticas migratórias é também um
respeito, dado que esta é apenas recolhida segundo a instrumento de modernização e competitividade, que
nacionalidade do indivíduo, estes novos cidadãos exige organização e proatividade. O capital humano é
portugueses carecem de medidas ativas que previnam e hoje considerado o principal catalisador da mudança e
combatam situações de exclusão social, fomentem o crescimento económico.
aproveitamento e a criação de oportunidades e reforçam Em muitos casos, os imigrantes apresentam taxas de
as integrações em educação, formação e emprego. autoempregabilidade cada vez mais elevadas. Os
imigrantes contribuem positivamente para a economia
No plano da educação, Portugal teve uma evolução nacional, não só em termos fiscais, mas também em
positiva da integração dos alunos de origem imigrante de criação líquida de emprego, bens e serviços. Segundo
acordo com os resultados do Programme for dados dos Censos 2011, entre 1981 e 2011, a importância
International Student Assessment, OCDE, 2013, que relativa de empregadores estrangeiros no total de
avalia os sistemas de ensino dos vários países da OCDE. empregadores do país passou de 1,4 % para 5,2 %. Este
Este relatório indica que Portugal é um dos exemplos de crescimento é ainda mais relevante se se considerar que
evolução positiva entre os 34 países analisados pela de 1981 a 2011 a taxa de variação de empregadores
OCDE. Em 2012, 7 % dos alunos avaliados eram estrangeiros foi seis vezes superior à registada para os
imigrantes ou descendentes de imigrantes, quando em portugueses.
2009 representavam 5 % do total de alunos avaliados.
O país precisa de uma política migratória mais ampla e
A este nível, é fundamental dar continuidade ao trabalho moderna, que se concentre na manutenção de um saldo
desenvolvido na promoção da inclusão de crianças e migratório positivo, pela gestão integrada dos fluxos de
jovens provenientes de contextos socioeconómicos emigração e imigração, e promova soluções criativas para
vulneráveis, tendo em vista a promoção da igualdade de os problemas da economia nacional. Este saldo só poderá
oportunidades e o reforço da coesão social. O Programa ser alcançado se forem desenvolvidas políticas de
Escolhas será alargado, em todas as áreas, até aos jovens captação de migrantes que possam contribuir com os
de 30 anos, de maneira a aumentar as respostas para os seus talentos e competências para o desenvolvimento
jovens sem emprego ou formação, designados NEET, de nacional e regional. As referidas soluções implicam o
forma a combater o desemprego jovem. reforço da capacidade de intervenção transversal, não
devendo a política de imigração ser uma política
O reforço da autonomia, da responsabilidade e do exclusivamente assente no mercado laboral interno. Uma
empreendedorismo traduzir-se-á no aprofundamento perspetiva económica de conjunto afigura-se
das ações no âmbito dos projetos de empreendedorismo fundamental.
inclusivo e económico.
Portugal pode aproveitar este espaço de mobilidade
Pretende-se uma maior focalização em problemas migratória para captar talento e empreendedores
específicos, garantindo uma lógica de «maior resposta, qualificados. As migrações permitem novos
maiores recursos». investimentos, atividades, serviços e movimentos
económicos. É possível, através dos fluxos migratórios,
alcançar novos mercados, com produtos diferenciados e
120
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
novos públicos e sedimentar relações económicas mais 2.5 - Melhor articulação entre imigração e emigração e
profundas. Os migrantes são portadores de o apoio ao regresso e à reintegração dos emigrantes
conhecimento, redes e competências de trabalho. portugueses
Portugal pode aumentar os benefícios provenientes Num contexto de maior mobilidade e de ampliação dos
deste ambiente, geradores de riqueza e indutores de instrumentos de ação, as políticas migratórias modernas
emprego. não podem ignorar a gestão integrada do binómio
imigração/emigração.
Outros países avançaram já com enquadramentos legais
para captar novas migrações económicas, que podem Hoje, mais do que nunca, os governos dos países dos dois
passar pelo incentivo à criação de pequenas e médias lados do movimento migratório - origem e acolhimento -
empresas, ao autoemprego e ao desenvolvimento de reconhecem a importância deste envolvimento
projetos que promovam a retenção, o regresso e a estratégico dos emigrantes e procuram novas formas de
integração ao nível regional. cooperação. Os países de origem procuram atrair o
talento e os recursos da diáspora, enquanto os países de
O recurso à diplomacia migratória é, a este respeito, destino procuram otimizar a eficácia das políticas de
essencial para valorizar Portugal enquanto destino de integração. Os dois lados têm um objetivo comum:
migrações. fortalecer o papel das populações migrantes no
desenvolvimento do seu país.
Neste contexto, o Governo tem vindo a aprovar medidas
nos diferentes setores que reforçam a atratividade e O caminho reconhecido de Portugal no domínio da
internacionalização da economia nacional, tirando maior integração de imigrantes deve ser acompanhado por
partido da mobilidade, com as quais o presente plano se outro caminho no aprofundamento do apoio à
encontra em consonância. reintegração de emigrantes portugueses regressados.
Torna-se, assim, fundamental fortalecer o conhecimento
No desenvolvimento das políticas de captação e de boa e a ligação às migrações portuguesas, criando, em
gestão dos fluxos, a gestão integrada da imigração e seguida, condições para a manutenção de uma relação
emigração é outra condição indispensável para o sucesso estável, tendo por base informação específica, constante
e para a manutenção da confiança pública na política e atualizada.
migratória. Nesse sentido, torna-se também fundamental
empreender estratégias focadas de apoio ao regresso
A prossecução de uma estratégia de captação de fluxos dos emigrantes portugueses, bem como o
migratórios não pode deixar de considerar em primeira desenvolvimento de vias criativas e inovadoras de ligação
linha os portugueses na diáspora ou os luso- entre o país e os seus novos emigrantes.
descendentes, considerando as suas qualificações,
conhecimento e experiências. Dispondo Portugal de uma A integração progressiva de serviços migratórios
vasta e muito qualificada diáspora, hoje enriquecida por internos, a nível local, de apoio aos imigrantes e
novos perfis migratórios de jovens que têm procurado emigrantes, permitirá uma melhor articulação entre
outros destinos, estará aí a primeira fonte de migrantes políticas e um melhor aproveitamento de recursos.
que nos interessa enquanto nação captar.
O país deve incentivar e apoiar o regresso e a integração
Sendo certo que o país deve explorar este espaço de de emigrantes portugueses que desejem voltar, trazendo
mobilidade migratória para atrair e reter talento, sem consigo a valorização que obtiveram com a sua
diferenciar entre cidadãos, é indisputável que os experiência no estrangeiro. Estudos recentes
portugueses no estrangeiro constituem o primeiro grupo demonstram que existe uma expetativa dos emigrantes
de migrantes com os quais devemos reforçar as nossas portugueses, particularmente da emigração temporária,
relações, mantendo vivas as suas ligações ao território quanto ao regresso. Além disso, o país deve estimular a
nacional e criando condições que apoiem e acompanhem aproximação e o estreitamento de laços mais profundos
no regresso a Portugal. Além do dever de solidariedade com a nova emigração portuguesa, mais dispersa e
nacional que lhe está inerente, estabelecer como menos organizada nas tradicionais comunidades
prioridade a criação de canais reforçados de ligação e portuguesas.
apoio ao regresso dos portugueses na diáspora contribui
também para reter e potenciar o capital humano Políticas com estes objetivos - incentivar o retorno de
nacional. emigrantes e incentivar a religação à diáspora - têm sido
aplicadas noutros países com amplo sucesso. Na verdade,
são os migrantes oriundos do próprio Estado os primeiros
121
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
e mais sensíveis a reagirem a políticas ativas de captação, nacionais, nomeadamente dos descendentes de
retorno e aproximação. imigrantes e de todos aqueles que entretanto acederam
à nacionalidade portuguesa, através de ações nos
Esta política permite atingir, pelo menos, importantes domínios da educação, formação profissional, transição
objetivos: para o mercado de trabalho, participação cívica e política,
1) Reequilibrar o saldo migratório, através da inclusão digital, empreendedorismo e capacitação.
reentrada de pessoas que haviam saído;
2) Promover e facilitar o processo de reintegração de iii) Eixo III - Políticas de coordenação dos fluxos
emigrantes socialmente vulneráveis em território migratórios
nacional; Os objetivos deste eixo dirigem-se à valorização e
3) Envolver os profissionais e talentos portugueses promoção internacional de Portugal enquanto destino de
emigrados, ou os novos cidadãos portugueses migrações, através de ações nacionais e internacionais de
luso-descendentes, cuja valorização académica e identificação, captação e fixação de migrantes,
profissional no estrangeiro constitua uma mais- contribuindo para uma gestão mais adequada e
valia para os próprios e para o país; inteligente dos fluxos migratórios e para o reforço da
4) Criar e promover os incentivos e condições atração e circulação de talento e capital humano.
existentes para o regresso de cidadãos emigrados
a Portugal, respondendo à sua mobilidade de iv) Eixo IV - Políticas de reforço da legalidade migratória
forma positiva e contribuindo para a captação e e da qualidade dos serviços migratórios
remigração de profissionais, trabalhadores e Os objetivos deste eixo prendem-se com o reforço da
empreendedores portugueses; capacidade de intervenção transversal na execução da
5) Fortalecer a relação entre as instituições política migratória, através do aprofundamento da rede
governamentais, as comunidades portuguesas e de parcerias com entidades públicas e privadas, do
stakeholders num trabalho conjunto de enquadramento e acompanhamento dos potenciais
mobilização da diáspora portuguesa. migrantes, do recurso a ferramentas eletrónicas, da
flexibilização dos procedimentos de entrada e da
3 - Eixos prioritários afirmação de uma cultura reforçada de qualidade e de
As exigências do momento presente, nos planos boas práticas na prestação dos serviços migratórios.
demográfico, económico e social, impõem uma
estratégia transversal articulada tendo por base políticas v) Eixo V - Políticas de incentivo, acompanhamento e
que permitam maximizar os recursos disponíveis. apoio ao regresso dos cidadãos nacionais emigrantes
Os objetivos deste eixo visam ações e programas, em
Depois dos I e do II Plano para a Integração dos articulação estreita com o Ministério dos Negócios
Imigrantes aprovados, respetivamente, pela Resolução Estrangeiros, que promovam, acompanhem e apoiem o
do Conselho de Ministros n.º 63-A/2007, de 3 de maio e regresso de cidadãos nacionais emigrados no estrangeiro
pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 74/2010, de ou o reforço dos seus laços de vínculo a Portugal,
12 de agosto, os atuais desafios impõem o contribuindo por essa via para a reversão do movimento
desenvolvimento de um plano estratégico na área das emigratório de cidadãos portugueses para o estrangeiro.
migrações assente em cinco eixos políticos prioritários:
4 - Avaliação e monitorização do Plano Estratégico para
i) Eixo I - Políticas de integração de imigrantes as Migrações (2015-2020)
Os objetivos deste eixo visam a consolidação do trabalho Para efeitos de uma rigorosa avaliação e
de integração, capacitação e combate à discriminação acompanhamento da implementação do presente plano,
dos imigrantes e grupos étnicos na sociedade é elaborado, pelo Alto Comissariado para as Migrações, I.
portuguesa, tendo em vista uma melhor mobilização do P. (ACM, I. P.), um relatório bianual da respetiva
seu talento e competências, a valorização da diversidade execução, o qual é apresentado ao Conselho para as
cultural e religiosa, o reforço da mobilidade social, da Migrações.
descentralização das políticas de integração e uma
melhor articulação com a política de emprego e o acesso Compete aos membros do Grupo Técnico de
a uma cidadania comum. Acompanhamento apresentar ao ACM, I. P., até 31 de
janeiro de cada ano, informação sobre execução das
ii) Eixo II - Políticas de promoção da integração dos medidas previstas no PEM relativo ao ano anterior,
novos nacionais depois de validado pelo respetivo membro do Governo.
Os objetivos deste eixo têm em vista o reforço de
medidas de promoção da integração e inclusão dos novos
122
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
123
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Parte II
Medidas
124
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
125
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
126
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
127
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
128
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
129
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
130
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
131
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
132
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
133
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
134
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
135
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
136
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
137
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
138
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
139
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
140
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
PARTE SETORIAL
141
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
142
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
143
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
144
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Decreto-Lei n.º 83/2000, de 11 de maio Não obstante os fatores de segurança, que não podem,
Aprova o novo regime legal da concessão e nem devem, ser descurados, contemplam-se soluções
emissão dos passaportes desburocratizantes, como sejam a possibilidade de os
passaportes serem remetidos por registo de correio e a
(com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º consagração da recolha dos elementos necessários
278/2000, de 10 de novembro, Decreto-Lei n.º 108/2004, através de serviço externo. São ainda contempladas as
de 11 de maio, Lei n.º 13/2005, de 26 de janeiro, Decreto- situações de incapacidade física por doença dos
Lei n.º 138/2006, de 26 de julho, Decreto-Lei n.º 97/2011, requerentes impossibilitados de se deslocarem aos
de 20 de setembro, e Decreto-Lei n.º 54/2015, de 16 de centros emissores de passaportes.
abril)
Atribui-se ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras do
Ministério da Administração Interna (SEF/MAI) a
O cumprimento das normas comunitárias constantes da competência para gerir a Base de Dados de Emissão dos
resolução dos representantes dos governos dos Estados Passaportes (BADEP), consagrando-se um sistema de
membros das Comunidades Europeias, reunidos no recolha de dados descentralizada ao nível dos centros
âmbito do Conselho de 23 de junho de 1981 e das emissores, com centralização numa base de dados
posteriores resoluções complementares, determina a sediada no SEF/MAI.
adoção de um novo modelo de passaporte que se ajuste,
quer no suporte físico, quer no âmbito das novas Finalmente, prevêem-se disposições sancionatórias
tecnologias de informação, aos requisitos adequadas à tutela dos bens jurídicos a proteger no
internacionalmente definidos em matéria de segurança. âmbito do presente diploma.
A experiência colhida ao longo de uma década, fruto da Foram ouvidas as Regiões Autónomas e, nos termos
aplicação do Decreto-Lei n.º 438/88, de 29 de novembro, legalmente estipulados, a Comissão Nacional de Proteção
com a alteração que lhe foi introduzida pelo Decreto-Lei de Dados (CNPD).
n.º 267/89, de 18 de agosto, permitiu identificar as
insuficiências e lacunas existentes. Deste modo Assim:
pretende-se com o presente diploma precisar alguns dos Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da
conceitos, sistematizar o articulado, garantindo, assim, Constituição da República Portuguesa, o Governo
uma maior coerência do sistema, bem como introduzir decreta, para valer como lei geral da República, o
novas normas no domínio da concessão dos passaportes. seguinte:
Com estas alterações pretende-se alcançar uma maior e
melhor segurança na emissão do passaporte. CAPÍTULO I
Disposições gerais
É assim que se configura o passaporte como um
documento individual, permitindo, por um lado, a clara Artigo 1.º
identificação do seu titular e obstando, por outro, às Objeto, função e princípios gerais
dificuldades criadas pelos passaportes de natureza
coletiva, nas situações em que um dos seus integrantes 1 - O passaporte é um documento de viagem individual que
pretende viajar isoladamente. permite ao seu titular a entrada e saída do território
nacional, bem como do território de outros Estados que
A requisição de passaporte em local que não seja a o reconheçam para esse efeito.
entidade emissora será regulamentada em termos que 2 - A concessão do passaporte observa o princípio da
compatibilizem a intenção de desburocratizar o processo legalidade e, bem assim, os princípios da autenticidade,
com os requisitos de segurança exigidos a este veracidade e segurança dos dados dele constantes.
documento. 3 - O passaporte constitui propriedade do Estado Português,
sendo a sua violação e a utilização indevida punidas nos
As condições de segurança a observar pelo passaporte termos da lei geral.
estão, igualmente, contempladas. Desde logo, adota-se
um modelo de suporte físico, que possibilita a leitura Artigo 2.º
através de meios óticos adequados. Do mesmo modo, Categorias
não se permitem averbamentos posteriores à emissão do
passaporte e estipulam-se, ainda, as condições para a 1 - O passaporte pode revestir uma das seguintes
emissão dos passaportes para os menores de idade. categorias:
a) Comum;
145
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
146
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
147
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
incapacite de poder deslocar-se, pelos seus próprios regular sobre o cumprimento das obrigações
meios, aos serviços competentes para o efeito. previstas no presente decreto-lei, incluindo os níveis
2 - Pela realização do serviço externo é devido o de serviço efetivamente alcançados no tocante à
pagamento de uma taxa acrescida, sendo o remessa do PEP.
pagamento do custo do transporte necessário à
deslocação assegurado pelo requerente. Artigo 21.º
Impedimentos à concessão de passaporte
Artigo 18.º
Prova de identidade Não pode ser emitido passaporte comum quando,
relativamente ao requerente, conste:
1- O requerente do passaporte comum, a) Oposição por parte de qualquer dos progenitores,
independentemente da respetiva idade, deve fazer manifestada judicialmente, no caso de menor,
prova de identidade, mediante a exibição do bilhete enquanto não for judicialmente decidido ou
de identidade de cidadão nacional válido, o qual é suprido o respetivo poder paternal;
imediatamente restituído após a conferência. b) Decisão dos órgãos judiciais que impeça a
2 - Para efeitos de concessão de passaporte, o bilhete de concessão do passaporte;
identidade de cidadão nacional não pode ser c) Falta de pagamento dos encargos ocasionados ao
substituído por qualquer outro documento de Estado referidos no n.º 4 do artigo 26.º
identidade.
Artigo 22.º
Artigo 19.º Da emissão
Prova complementar
1 - A emissão do passaporte eletrónico português,
1 - Sempre que se suscitem dúvidas sobre a veracidade abrangendo as suas produção, personalização e
dos dados constantes do bilhete de identidade, bem remessa, compete à INCM.
como sobre a respetiva autenticidade, devem ser 2 - O prazo para a entrega do passaporte eletrónico é de
praticadas pelos serviços competentes para a seis dias úteis, contados da data de emissão do
concessão do passaporte comum as diligências comprovativo do deferimento do pedido de
necessárias à comprovação e pode ser exigida a concessão.
prestação de prova complementar. 3 - A entidade emitente deve, sempre que possível,
2 - Os serviços responsáveis pela identificação civil e emitir o passaporte em prazo inferior ao previsto no
demais serviços cuja competência releve para os número anterior.
efeitos previstos no número anterior prestam a 4 - Em casos de urgência, a entidade emitente pode, a
cooperação adequada à realização célere das solicitação do requerente, assegurar prazo mais curto
diligências necessárias. do que o previsto no n.º 1, sendo cobradas,
adicionalmente, taxas de urgência.
Artigo 20.º
Controlo da concessão e da emissão Artigo 23.º
Passaporte para menores
1 - Os membros do Governo responsáveis pelas áreas da
administração interna, dos negócios estrangeiros, da 1 - Os menores, quando não forem acompanhados por
justiça e da ciência, tecnologia e ensino superior quem exerça o poder paternal, só podem sair do
estabelecem, por portaria conjunta, modalidades de território nacional exibindo autorização para o efeito.
coordenação e de avaliação regular conjunta da 2 - A autorização a que se refere o número anterior deve
aplicação do regime legal da concessão e emissão do constar de documento escrito, datado e com a
PEP, tornando públicos os respetivos resultados. assinatura de quem exerce o poder paternal
2 - Os serviços intervenientes nas operações de recolha e legalmente certificada, conferindo ainda poderes de
de concessão previstas no presente decreto-lei acompanhamento por parte de terceiros,
asseguram que as mesmas decorram em condições devidamente identificados.
técnicas e de segurança que dêem pleno 3 - A autorização pode ser utilizada um número ilimitado
cumprimento às especificações aplicáveis, de vezes dentro do prazo de validade que o
designadamente as que constituam orientações documento mencionar, a qual, no entanto, não
comuns resultantes dos trabalhos do comité criado poderá exceder o período de um ano civil.
pelo artigo 6.º do Regulamento (CE) n.º 1683/95. 4 - Se não for mencionado outro prazo, a autorização é
3 - A Imprensa Nacional-Casa da Moeda, S. A. (INCM), válida por seis meses, contados da respetiva data.
difunde através do seu sítio na Internet informação
148
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
149
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
150
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
151
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
152
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
153
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo 50.º
Regime transitório
Artigo 51.º
Legislação revogada
Artigo 52.º
Entrada em vigor
154
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
155
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
156
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Direito à Educação
157
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
158
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Decreto-Lei n.º 227/2005, de 28 de dezembro com as alterações que lhe foram conferidas pelas Leis
Define o novo regime de concessão de n.ºs 115/97, de 19 de setembro, e 49/2005, de 30 de
equivalência de habilitações estrangeiras dos agosto, e nos termos da alínea c) do n.º 1 do artigo 198.º
ensinos básico e secundário, revogando da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
parcialmente o Decreto-Lei n.º 219/97, de 20 de
CAPÍTULO I
agosto Disposições gerais
(retificado pela Artigo 1.º
Declaração de Retificação n.º 9/2006, de 6 de fevereiro) Objeto
159
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
160
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
161
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
corresponder a um curso que confere qualificação 2 - Compete à DGIDC promover as ações entendidas
profissional. como necessárias para ultrapassar as dificuldades
7 - As provas de avaliação realizam-se no prazo de 30 mencionadas na alínea c) do número anterior.
dias contados a partir da entrega do requerimento no
estabelecimento de ensino. Artigo 13.º
8 - As matrizes das provas mencionadas nos n.ºs 5 e 6, Ensino de currículo completo português fora do
bem como a elaboração e a correção das provas, são território nacional
da responsabilidade do estabelecimento de ensino.
9 - Os resultados das provas mencionadas nos números 1 - As disposições do presente decreto-lei são aplicadas
anteriores são homologados por despacho do órgão aos estabelecimentos de ensino que ministram
de direção executiva. ensino de currículo completo português fora do
CAPÍTULO IV território nacional.
Disposições finais e transitórias 2 - Os pedidos de equivalência requeridos nos
estabelecimentos de ensino com paralelismo
Artigo 11.º pedagógico devem ser remetidos à DGIDC, para
Orientação e apoio pedagógico decisão.
162
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
ANEXO I
163
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
164
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
ANEXO I
Portaria n.º 224/2006, de 8 de março Alemanha
Aprova as tabelas comparativas entre o sistema de
A - Tabela comparativa entre os sistemas dos ensinos
ensino português e outros sistemas de ensino, bem básico e secundário
como as tabelas de conversão dos sistemas de
classificação correspondentes, nos termos da
alínea a) do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 227/2005,
de 28 de dezembro
Assim:
165
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
166
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
167
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
168
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
169
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
170
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Assim:
171
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
172
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
173
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
174
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
175
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
176
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
177
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
178
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
179
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
180
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
181
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
182
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
183
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
184
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
185
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
186
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Direito ao Trabalho
187
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
188
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
189
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
190
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo 26º
Regras contrárias ao princípio da igualdade e não
discriminação
Artigo 27º
Medida de ação positiva
Para os efeitos deste Código, não se considera
discriminação a medida legislativa de duração limitada
que beneficia certo grupo, desfavorecido em função de
fator de discriminação, com o objetivo de garantir o
exercício, em condições de igualdade, dos direitos
previstos na lei ou corrigir situação de desigualdade que
persista na vida social.
Artigo 28º
Indemnização por ato discriminatório
A prática de ato discriminatório lesivo de trabalhador ou
candidato a emprego confere-lhe o direito a
indemnização por danos patrimoniais e não patrimoniais,
nos termos gerais de direito.
191
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
192
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
193
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
194
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Portaria n.º 224/96, de 24 de junho carácter temporário, deve comunicar esse facto, no prazo
Define as normas técnicas de execução necessárias de 8 dias a contar da data em que se inicia o
ao reconhecimento do carácter temporário de destacamento, à instituição de segurança social que a
atividade dos trabalhadores em situação de abranja, quando a duração do destacamento não deva
exceder 12 meses.
destacamento
2.º Nos casos em que se preveja que a atividade laboral
do trabalhador destacado nos termos do número
O Decreto-Lei n.º 64/93, de 5 de março, teve por objetivo
anterior, embora temporária, possa exceder os 12 meses,
regular perante o regime geral da segurança social a
deve a respetiva entidade empregadora requerer ao
situação dos trabalhadores de empresas estabelecidas
Departamento de Relações Internacionais de Segurança
em Portugal que vão exercer, em regime de
Social o reconhecimento do carácter temporário da
destacamento, atividade temporária em países
atividade laboral em causa, instruindo o seu pedido com
estrangeiros, bem como a dos trabalhadores de
os elementos necessários à sua fundamentação.
empresas estabelecidas em países estrangeiros que
venham exercer atividade, também com carácter
3.º O Departamento de Relações Internacionais de
temporário, em Portugal. No primeiro caso, o citado
Segurança Social deve dar conhecimento do despacho
diploma permite a manutenção do enquadramento no
que for proferido sobre o requerimento a que se refere o
regime geral de segurança social português dos
número anterior à instituição de segurança social
trabalhadores destacados durante períodos até 12
competente nos termos do n.º 1.º da presente portaria.
meses, podendo ser reconhecido o carácter temporário
de atividade por períodos superiores, em casos
4.º Para efeitos da exclusão do enquadramento no
devidamente justificados. Quanto aos trabalhadores
regime geral de segurança social português, os
destacados para exercerem atividade temporária em
trabalhadores destacados para exercerem atividade
Portugal, o Decreto-Lei n.º 64/93 permite que não se
temporária em Portugal, por período que não exceda 12
efetive o seu enquadramento no regime geral de
meses, ou as respetivas entidades empregadoras, devem
segurança social português desde que se comprove a
fazer prova, junto do centro regional de segurança social
sujeição do trabalhador a regime de proteção social
em cuja área de competência seja exercida a atividade,
obrigatório do país de envio e o destacamento não
de que aqueles trabalhadores se encontram abrangidos
exceda o período de 12 meses, salvo se tiver lugar a sua
por um regime de proteção social obrigatória do país de
prorrogação por igual período. Acresce que o diploma
envio.
prevê ainda que possa ser concedida autorização
especial, renovável anualmente, para prolongamento da
5.º Quando for previsível que o período de duração da
exclusão de enquadramento no regime geral por período
atividade temporária seja superior a 12 meses mas sem
superior a 24 meses. Porém, o artigo 13.º do mesmo
exceder os 24 meses, pode ser requerida a exclusão do
diploma condiciona a sua entrada em vigor à publicação
enquadramento no regime geral de segurança social
das normas técnicas de execução previstas no artigo 12.º
português ao Departamento de Relações Internacionais
relativamente ao reconhecimento do carácter
de Segurança Social, sendo o requerimento
temporário de atividades cuja duração exceda os 12
acompanhado dos elementos que fundamentem o
meses e à prorrogação dos destacamentos. É esse o
carácter temporário de atividade e que provem o
objetivo da presente portaria, que regula os
abrangimento obrigatório por regime de proteção social
procedimentos necessários à manutenção do
do país de envio.
enquadramento no regime geral de segurança social
português de trabalhadores destacados para exercer
6.º A concessão da autorização especial a que se refere o
atividade temporária noutro país e à exclusão do
n.º 2 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 64/93 depende de
enquadramento nesse regime em função do exercício de
requerimento dirigido ao Departamento de Relações
atividade temporária em Portugal.
Internacionais de Segurança Social, do qual conste,
expressamente, a data prevista para a conclusão do
Assim, nos termos do artigo 12.º do Decreto-Lei n.º
trabalho.
64/93, de 5 de março:
Manda o Governo, pelo Ministro da Solidariedade e
7.º Na apreciação do requerimento as instituições de
Segurança Social, o seguinte:
segurança social devem atender à especial aptidão do
trabalhador destacado para a realização do trabalho em
1.º A entidade empregadora que proceda ao
causa e à indispensabilidade da duração prevista para o
destacamento de trabalhador ao seu serviço, beneficiário
mesmo.
do regime geral de segurança social português, para
exercer no estrangeiro atividade profissional com
195
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
196
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
197
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
198
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
199
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
200
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Decreto-Lei n.º 85/2000, de 12 de maio Tendo sido recentemente efetuadas obras nas
Equipara os espaços criados nos aeroportos instalações dos aeroportos portugueses, que passaram a
portugueses por força da Resolução de Conselho assegurar a comodidade e a garantir a separação física
de Ministros n.º 76/97, de 17 de abril, a centros de absoluta do espaço destinado a requerentes de asilo do
afeto a cidadãos inadmissíveis, as referidas instalações
instalação temporária, para efeitos do disposto no
estão agora adequadas ao disposto no n.º 2 da Resolução
n.º 4 do artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 244/98, de 8 do Conselho de Ministros n.º 76/97, de 17 de abril, pelo
de agosto, com a redação da Lei n.º 97/99, de 26 que reúnem as condições para ser equiparadas a centros
de julho, enquanto não for aprovada a legislação a de instalação temporária de passageiros chegados por via
que se refere o artigo 6.º da Lei n.º 34/94, de 14 de aérea, sendo certo que se prevê a conclusão, no decurso
setembro do corrente ano, dos projetos de dois novos centros de
instalação temporária, a criar no próximo ano.
201
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
202
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Lei n.º 67/2003, de 23 de agosto duradouro seja impossível devido à situação ali
Transpõe para a ordem jurídica nacional a Diretiva existente, e que possam, eventualmente, estar
n.º 2001/55/CE, do Conselho, de 20 de julho, abrangidos pelo âmbito de aplicação do artigo 1.º-
relativa a normas mínimas em matéria de A da Convenção de Genebra ou de outros
instrumentos internacionais ou nacionais de
concessão de proteção temporária no caso de
proteção internacional e, em especial:
afluxo maciço de pessoas deslocadas e a medidas
tendentes a assegurar uma repartição equilibrada i) Pessoas que tenham fugido de zonas de
do esforço assumido pelos Estados membros ao conflito armado ou de violência endémica;
ii) Pessoas que tenham estado sujeitas a um
acolherem estas pessoas e suportarem as
risco grave ou tenham sido vítimas de
consequências decorrentes desse acolhimento violações sistemáticas ou generalizadas dos
direitos humanos;
A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea d) «Afluxo maciço», a chegada a território nacional de
c) do artigo 161.º da Constituição, para valer como lei um número importante de pessoas deslocadas,
geral da República, o seguinte: provenientes de um país ou zona geográfica
determinados, por sua espontânea vontade ou
CAPÍTULO I através de um programa de evacuação;
Disposições gerais e) «Refugiados», os cidadãos de países terceiros à
União Europeia ou apátridas na aceção do artigo
Artigo 1.º 1.º-A da Convenção de Genebra;
Objeto f) «Menores não acompanhados», os cidadãos de
países terceiros à União Europeia ou apátridas,
A presente lei transpõe para a ordem jurídica interna a com idade inferior a 18 anos, que entrem em
Diretiva n.º 2001/55/CE, do Conselho, de 20 de julho, e território nacional não acompanhados por um
regula o regime de concessão de proteção temporária no adulto que, nos termos da lei, por eles se
caso de afluxo maciço de pessoas deslocadas de países responsabilize e enquanto não forem
terceiros, impossibilitadas de regressar em curto prazo efetivamente tomados a cargo por essa pessoa,
ao seu país de origem, estabelecendo os procedimentos ou menores abandonados após a entrada no
de aplicação deste regime. território nacional;
g) «Título de proteção temporária», o documento
Artigo 2.º emitido pelas autoridades portuguesas que
Conceitos permite às pessoas deslocadas permanecerem em
território nacional no âmbito da proteção
Na aceção da presente lei, entende-se por: temporária, de harmonia com o regime
consagrado na presente lei;
a) «Proteção temporária», o procedimento de h) «Reagrupante», o cidadão de país terceiro à União
carácter excecional que assegure, no caso de Europeia beneficiário de proteção temporária em
ocorrência ou iminência de um afluxo maciço de território nacional que pretenda que os membros
pessoas deslocadas de países terceiros, da sua família se lhe venham juntar.
impossibilitadas de regressar ao seu país de
origem, uma proteção temporária imediata, Artigo 3.º
designadamente se o sistema de asilo não puder Aplicação da Convenção de Genebra
responder a este afluxo sem provocar efeitos
contrários ao seu correto funcionamento, no A proteção temporária não prejudica o reconhecimento
interesse das pessoas em causa e de outras do estatuto de refugiado, nos termos da Convenção de
pessoas que solicitem proteção; Genebra de 1951 e do Protocolo de Nova Iorque de 1967.
b) «Convenção de Genebra», a Convenção relativa ao
Estatuto dos Refugiados, de 28 de Julho de 1951, CAPÍTULO II
alterada pelo Protocolo de Nova Iorque, de 31 de Aplicação e duração da proteção temporária
janeiro de 1967;
c) «Pessoas deslocadas», os cidadãos de países Artigo 4.º
terceiros à União Europeia ou apátridas que Aplicação da proteção temporária
tiveram de deixar o seu país ou região de origem,
ou tenham sido evacuados, nomeadamente em 1 - Uma vez declarada a existência de um afluxo maciço
resposta a um apelo de organizações de pessoas, por decisão do Conselho da União
internacionais, e cujo regresso seguro e
203
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
204
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
205
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
1 - Para efeitos de reagrupamento familiar e em caso de 1 - O Estado Português deve providenciar a necessária
separação originada por circunstâncias associadas ao representação dos menores não acompanhados por
afluxo maciço, consideram-se como pertencentes à um tutor legal ou, se for caso disso, por uma
mesma família as seguintes pessoas: organização responsável pelos cuidados e pelo bem-
a) O cônjuge do reagrupante; estar do menor ou outra representação adequada.
b) Os filhos menores solteiros do reagrupante ou do 2 - Durante o período de proteção temporária os
seu cônjuge; menores não acompanhados deverão ser colocados
c) Outros parentes próximos que vivessem em junto de familiares adultos, em família de
economia comum, como elementos da unidade acolhimento, em centros de acolhimento com
familiar na dependência do reagrupante no instalações especiais para menores ou noutros locais
momento dos acontecimentos que conduziram ao que disponham de instalações a estes adequadas ou
afluxo maciço e que dele dependessem total ou ainda junto da pessoa que cuidou do menor aquando
predominantemente. da fuga.
206
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
proteção temporária, são aplicáveis os critérios e geral, ponderadas razões humanitárias imperiosas que
mecanismos de determinação do Estado membro possam tornar impossível ou pouco razoável o retorno
responsável pela análise de um pedido de asilo, em em determinadas situações, devendo ser conduzido com
conformidade com a legislação internacional sobre a respeito pelo princípio da dignidade humana.
matéria que vincule Portugal.
2 - Estado membro responsável pela análise de um
pedido de asilo apresentado por um beneficiário de Artigo 25.º
proteção temporária é o que aceitou a transferência Adiamento do retorno ao país de origem
desse beneficiário para o seu território.
1 - Findo o período de proteção temporária, e tendo em
Artigo 21.º vista o adiamento do retorno ao país de origem,
Acesso ao estatuto de refugiado devem ser consideradas as situações em que o
retorno acarrete efeitos gravemente lesivos para a
1 - Até ao deferimento do pedido de obtenção do saúde do beneficiário e durante o tempo em que tais
estatuto de refugiado, os beneficiários de proteção situações permaneçam, garantindo-se as suas
temporária detêm a qualidade de pessoas protegidas, condições de residência.
nos termos da presente lei. 2 - As famílias abrangidas pelo regime de proteção
2 - A denegação de um pedido de asilo ou de qualquer temporária cujos filhos menores se encontrem no
outro tipo de proteção não prejudica o acesso ou a último período do ano letivo em curso, podem
manutenção da proteção temporária, nos termos da beneficiar de condições de estada que permitam
presente lei. àqueles a conclusão do ano escolar.
3 - Nestes casos, o retorno deverá ocorrer no termo da
CAPÍTULO V situação que justificou o adiamento.
Regresso e medidas subsequentes à proteção
temporária CAPÍTULO VI
Solidariedade e cooperação
Artigo 22.º
Efeitos da cessação da proteção temporária Artigo 26.º
Transferência de residência
1 - Sem prejuízo do disposto nos artigos 23.º e 24.º da
presente lei, uma vez cessada a proteção temporária, 1 - Durante o período de proteção temporária, o Estado
aplica-se aos cidadãos que dela beneficiaram o Português cooperará com os demais Estados
regime geral de entrada, permanência, saída e membros na transferência da residência dos
afastamento de estrangeiros de território nacional. beneficiários, sob reserva do consentimento dos
2 - Após o termo da proteção temporária, os interessados nessa transferência.
beneficiários têm o dever de retornar ao seu país. 2 - Quando se efetue uma transferência nos termos do
número anterior, deverá informar-se o Estado
Artigo 23.º membro requerente, os outros Estados membros, a
Retorno voluntário Comissão Europeia e o Alto Comissariado das Nações
Unidas para os Refugiados.
1 - No decurso da proteção temporária, os beneficiários 3 - Mediante solicitação de um Estado membro, serão
podem regressar voluntariamente ao seu país de fornecidas as informações referidas no anexo II da
origem, devendo facilitar-se este retorno em presente lei relativas aos beneficiários de proteção
condições humanamente dignas. temporária que forem necessárias para efeitos do
2 - Deve ser assegurado que a decisão de regresso presente artigo.
voluntário é tomada de vontade livre e consciente. 4 - Sempre que se realize uma transferência para outro
3 - Quando for exercido o direito de retorno voluntário Estado membro, é cancelado o título de proteção
para o país de origem, o Estado Português avaliará temporária em Portugal, cessando as obrigações
quaisquer pedidos de regresso ao seu território, referentes aos beneficiários associadas à proteção
considerando as circunstâncias que motivam esses temporária em território nacional.
pedidos. 5 - Às pessoas transferidas de outro Estado membro será
Artigo 24.º concedido o regime de proteção temporária em
Retorno coercivo Portugal.
6 - Para a transferência de residência de pessoas sob
O afastamento forçado de pessoas cujo período de proteção temporária é utilizado o modelo de salvo-
proteção tenha terminado far-se-á nos termos da lei conduto constante do anexo I da presente lei.
207
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
ANEXO I
Artigo 27.º
Cooperação
CAPÍTULO VII
Disposições especiais
Artigo 28.º
Direito de recurso
208
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
(com as alterações introduzidas pela 1 - Para efeitos do disposto na presente lei entende-se
Lei n.º 26/2014, de 5 de maio) por:
a) «Autorização de residência», a autorização emitida
CAPÍTULO I pelas autoridades portuguesas nos termos legais
Disposições gerais que permite a um estrangeiro ou a um apátrida
residir no território nacional;
Artigo 1.º b) «Beneficiário de proteção internacional», uma
Objeto pessoa a quem foi concedido o estatuto de
refugiado ou o estatuto de proteção subsidiária,
1 - A presente lei estabelece as condições e definidos nas alíneas i) e j);
procedimentos de concessão de asilo ou proteção c) «Centro de acolhimento», qualquer local utilizado
subsidiária e os estatutos de requerente de asilo, de para o alojamento coletivo dos requerentes de
refugiado e de proteção subsidiária, transpondo para asilo;
a ordem jurídica interna as seguintes diretivas d) «Condições de acolhimento», o conjunto de
comunitárias: medidas adotadas a favor dos requerentes de
proteção internacional em conformidade com a
a) Diretiva n.º 2004/83/CE, do Conselho, de 29 de
presente lei;
abril, que estabelece normas mínimas relativas às
e) «Condições materiais de acolhimento», as
condições a preencher por nacionais de países
condições de acolhimento que compreendem o
terceiros ou apátridas para poderem beneficiar do
alojamento, a alimentação, o vestuário e despesas
estatuto de refugiado ou de pessoa que, por
de transporte, fornecidos em espécie ou sob a
outros motivos, necessite de proteção
forma de subsídios ou de cupões ou de subsídios
internacional, bem como relativas ao respetivo
para despesas diárias;
estatuto e ao conteúdo da proteção concedida;
f) «Convenção de Genebra» a convenção relativa ao
b) Diretiva n.º 2005/85/CE, do Conselho, de 1 de
estatuto dos refugiados, celebrada em Genebra
dezembro, relativa a normas mínimas aplicáveis
em 28 de julho de 1951, alterada pelo Protocolo
ao procedimento de concessão e perda do
de Nova Iorque de 31 de janeiro de 1967;
estatuto de refugiado;
g) «Decisão definitiva», a decisão sobre o pedido de
c) Diretiva n.º 2011/95/UE, do Conselho, de 13 de
proteção internacional insuscetível de recurso;
dezembro, que estabelece normas relativas às
h) «Detenção», medida de confinamento de
condições a preencher pelos nacionais de países
requerente de proteção internacional em zona
terceiros ou por apátridas para poderem
especial;
beneficiar de proteção internacional, a um
i) «Estatuto de proteção subsidiária», o
estatuto uniforme para refugiados ou pessoas
reconhecimento, por parte das autoridades
elegíveis para proteção subsidiária e ao conteúdo
portuguesas competentes, de um estrangeiro ou
da proteção concedida;
de um apátrida como pessoa elegível para
d) Diretiva n.º 2013/32/UE, do Parlamento Europeu e
concessão de autorização de residência por
do Conselho, de 26 de junho, relativa a
proteção subsidiária;
procedimentos comuns de concessão e retirada
j) «Estatuto de refugiado», o reconhecimento, por
do estatuto de proteção internacional;
parte das autoridades portuguesas competentes,
e) Diretiva n.º 2013/33/UE, do Parlamento Europeu e
de um estrangeiro ou de um apátrida como
do Conselho, de 26 de junho, que estabelece
refugiado que nessa qualidade seja autorizado a
normas em matéria de acolhimento dos
permanecer em território nacional;
requerentes de proteção internacional.
k) «Membros da família», os familiares do
beneficiário de proteção internacional:
i) Cônjuge ou membro da união de facto;
209
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
ii) Filhos menores ou incapazes a cargo do casal dos membros do grupo que não se pode exigir
ou de um dos cônjuges ou de um dos que a ela renunciem; e
membros da união de facto; Esse grupo tenha uma identidade distinta no
iii) Filhos menores adotados, por decisão da país em questão, porque é encarado como
autoridade competente do país de origem, diferente pela sociedade que o rodeia;
pelo requerente ou pelo seu cônjuge ou v) «Opinião política», que inclui, designadamente,
membro da união de facto; o facto de se possuir uma opinião, ideia ou
iv) Ascendentes na linha reta e em primeiro grau ideal em matéria relacionada com os
do beneficiário de proteção internacional se potenciais agentes da perseguição às suas
este for menor; políticas ou métodos, quer essa opinião, ideia
v) Adulto responsável por menor não ou ideal sejam ou não manifestados por atos
acompanhado; do requerente;
210
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
iii) Avaliação individual, nos termos do direito ou usufruir nesse país de proteção efetiva, nos
internacional, da segurança do país terceiro termos da Convenção de Genebra, e onde,
em questão para determinado requerente e comprovadamente, não seja objeto de ameaças à
que, no mínimo, autorize o requerente a sua vida e liberdade, onde sejam respeitados o
contestar a aplicação do conceito de país princípio de não repulsão e o direito de não ser
terceiro seguro, com o fundamento de que objeto de tortura ou tratamento cruel, desumano
seria submetido a tortura, tratamento ou pena ou degradante, desde que seja readmitido nesse
cruel, desumana ou degradante; país;
s) «Pedido de proteção internacional», pedido de aa) «Proibição de repelir ('princípio de não repulsão
proteção apresentado por estrangeiro ou apátrida ou non-refoulement')», o princípio de direito de
que pretenda beneficiar do estatuto de refugiado asilo internacional, consagrado no artigo 33.º da
ou de proteção subsidiária e não solicite Convenção de Genebra, nos termos do qual os
expressamente outra forma de proteção requerentes de asilo devem ser protegidos contra
suscetível de ser objeto de um pedido separado; a expulsão ou repulsão, direta ou indireta, para
t) «Pedido subsequente», pedido de proteção um local onde a sua vida ou liberdade estejam
internacional apresentado após ter sido proferida ameaçadas em virtude da sua raça, religião,
uma decisão definitiva sobre um pedido anterior, nacionalidade, filiação em certo grupo social ou
incluindo os casos em que o requerente tenha opiniões políticas, não se aplicando esta proteção
desistido expressamente do pedido e aqueles em a quem constitua uma ameaça para a segurança
que tenha havido uma decisão de indeferimento nacional ou tenha sido objeto de uma condenação
na sequência da sua desistência implícita; definitiva por um crime ou delito particularmente
u) (Revogada.) grave;
v) «Perda de proteção internacional», o efeito ab) «Proteção internacional», o estatuto de proteção
decorrente da cessação, revogação, supressão ou subsidiária e o estatuto de refugiado, definidos
recusa de renovação do direito de asilo ou de nas alíneas i) e j);
proteção subsidiária; ac) «Refugiado», o estrangeiro ou apátrida que,
w) «Permanência no país», a permanência em receando com razão ser perseguido em
Portugal, onde foi apresentado o pedido de consequência de atividade exercida no Estado da
proteção internacional ou onde o mesmo está a sua nacionalidade ou da sua residência habitual
ser apreciado, incluindo a fronteira e as zonas de em favor da democracia, da libertação social e
trânsito; nacional, da paz entre os povos, da liberdade e
x) «Pessoa elegível para proteção subsidiária», o dos direitos da pessoa humana ou em virtude da
nacional de um país terceiro ou um apátrida que sua raça, religião, nacionalidade, convicções
não possa ser considerado refugiado, mas em políticas ou pertença a determinado grupo social,
relação ao qual se verificou existirem motivos se encontre fora do país de que é nacional e não
significativos para acreditar que não pode voltar possa ou, em virtude daquele receio, não queira
para o seu país de origem ou, no caso do apátrida, pedir a proteção desse país ou o apátrida que,
para o país em que tinha a sua residência estando fora do país em que tinha a sua
habitual, quer atendendo à sistemática violação residência habitual, pelas mesmas razões, não
dos direitos humanos que aí se verifique, quer por possa ou, em virtude do referido receio, a ele não
correr um risco real de sofrer ofensa grave na queira voltar, e aos quais não se aplique o
aceção do artigo 7.º, e ao qual não se aplique o disposto no artigo 9.º;
n.º 1 do artigo 9.º, e que não possa ou, em virtude ad) «Representante», a pessoa que age em nome de
das referidas situações, não queira pedir a uma organização que representa um menor não
proteção desse país; acompanhado, na qualidade de tutor legal, a
y) «Pessoas particularmente vulneráveis», pessoas pessoa que age em nome de uma organização
com necessidades especiais, designadamente os nacional que, nos termos da lei, seja responsável
menores, os menores não acompanhados, os pela assistência e bem-estar dos menores, ou
deficientes, os idosos, as grávidas, os membros de qualquer outro representante adequado
famílias monoparentais com filhos menores e as designado, de acordo com a lei, para defender os
pessoas que tenham sido sujeitas a atos de interesses do menor não acompanhado;
tortura, violação ou outras formas graves de ae) «Requerente», um estrangeiro ou um apátrida
violência psicológica, física ou sexual; que apresentou um pedido de proteção
z) «Primeiro país de asilo», o país no qual o internacional que ainda não foi objeto de decisão
requerente tenha sido reconhecido como definitiva;
refugiado e possa ainda beneficiar dessa proteção
211
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
af) «Requerente com necessidade de garantias 3 - O asilo só pode ser concedido ao estrangeiro que tiver
processuais especiais», um requerente cuja mais de uma nacionalidade quando os motivos de
capacidade de exercer os direitos e cumprir as perseguição referidos nos números anteriores se
obrigações previstos na presente lei é limitada por verifiquem relativamente a todos os Estados de que
força de circunstâncias pessoais; seja nacional.
ag) «Requerente com necessidades de acolhimento 4 - Para efeitos do n.º 2, é irrelevante que o requerente
especiais», uma pessoa vulnerável, possua efetivamente a característica associada à raça,
designadamente menores, menores não religião, nacionalidade, grupo social ou político que
acompanhados, deficientes, idosos, grávidas, induz a perseguição, desde que tal característica lhe
famílias monoparentais com filhos menores, seja atribuída pelo agente da perseguição.
vítimas de tráfico de seres humanos, pessoas com
doenças graves, pessoas com perturbações Artigo 4.º
mentais e pessoas que tenham sido sujeitas a atos Efeitos da concessão do direito de asilo
de tortura, violação ou outras formas graves de A concessão do direito de asilo nos termos do artigo
violência psicológica, física ou sexual, como as anterior confere ao beneficiado o estatuto de refugiado,
vítimas de violência doméstica e as vítimas de nos termos da presente lei, sem prejuízo do disposto em
mutilação genital feminina, que carece de tratados ou convenções internacionais de que Portugal
garantias especiais a fim de usufruir dos direitos e seja parte ou a que adira.
cumprir as obrigações previstas na presente lei;
ah) «Retirada do estatuto de proteção internacional», Artigo 5.º
a decisão proferida por autoridade competente Atos de perseguição
que revoga, suprime ou recusa a renovação do
estatuto de refugiado ou de proteção subsidiária a 1 - Para efeitos do artigo 3.º, os atos de perseguição
uma pessoa. suscetíveis de fundamentar o direito de asilo devem
2 - Para efeitos do disposto na subalínea iv) da alínea n) constituir, pela sua natureza ou reiteração, grave
do número anterior, dependendo das circunstâncias violação de direitos fundamentais, ou traduzir-se num
no país de origem, um grupo social específico pode conjunto de medidas que, pelo seu cúmulo, natureza
incluir um grupo baseado na identidade de género ou ou repetição, afetem o estrangeiro ou apátrida de
numa característica comum de orientação sexual, não forma semelhante à que resulta de uma grave
podendo esta ser entendida como incluindo atos violação de direitos fundamentais.
tipificados como crime, de acordo com a lei, bem 2 - Os atos de perseguição referidos no número anterior
como considerar os aspetos relacionados com o podem, nomeadamente, assumir as seguintes
género, embora este por si só não deva criar uma formas:
presunção para a qualificação como grupo. a) Atos de violência física ou mental, inclusive de
natureza sexual;
CAPÍTULO II b) Medidas legais, administrativas, policiais ou
Beneficiários de proteção internacional judiciais, quando forem discriminatórias ou
aplicadas de forma discriminatória;
Artigo 3.º c) Ações judiciais ou sanções desproporcionadas ou
Concessão do direito de asilo discriminatórias;
d) Recusa de acesso a recurso judicial que se traduza
1 - É garantido o direito de asilo aos estrangeiros e aos em sanção desproporcionada ou discriminatória;
apátridas perseguidos ou gravemente ameaçados de e) Ações judiciais ou sanções por recusa de cumprir o
perseguição, em consequência de atividade exercida serviço militar numa situação de conflito na qual o
no Estado da sua nacionalidade ou da sua residência cumprimento do serviço militar implicasse a
habitual em favor da democracia, da libertação social prática de crime ou ato suscetível de provocar a
e nacional, da paz entre os povos, da liberdade e dos exclusão do estatuto de refugiado, nos termos da
direitos da pessoa humana. alínea c) do n.º 1 do artigo 9.º;
2 - Têm ainda direito à concessão de asilo os estrangeiros f) Atos cometidos especificamente em razão do
e os apátridas que, receando com fundamento ser género ou contra menores.
perseguidos em virtude da sua raça, religião, 3 - As informações necessárias para a tomada de
nacionalidade, opiniões políticas ou integração em decisões sobre o estatuto de proteção internacional
certo grupo social, não possam ou, por esse receio, não podem ser obtidas de tal forma que os agentes
não queiram voltar ao Estado da sua nacionalidade de perseguição fiquem informados sobre o facto de o
ou da sua residência habitual. estatuto estar a ser considerado ou que coloque em
212
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
213
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
214
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
1 - O requerente deve apresentar todos os elementos 1 - Antes de proferida qualquer decisão sobre o pedido
necessários para justificar o pedido de proteção de proteção internacional, é assegurado ao
internacional, nomeadamente: requerente o direito de prestar declarações na língua
a) Identificação do requerente e dos membros da sua da sua preferência ou noutro idioma que possa
família; compreender e através do qual comunique
b) Indicação da sua nacionalidade, país ou países e claramente, em condições que garantam a devida
local ou locais de residência anteriores; confidencialidade e que lhe permitam expor as
c) Indicação de pedidos de proteção internacional circunstâncias que fundamentam a respetiva
anteriores; pretensão.
d) Relato das circunstâncias ou factos que 2 - A prestação de declarações assume carácter
fundamentam a necessidade de proteção individual, exceto se a presença dos membros da
internacional; família for considerada necessária para uma
e) Permitir a recolha das impressões digitais de todos apreciação adequada da situação.
os dedos, desde que tenha, pelo menos, 14 anos 3 - Para os efeitos dos números anteriores, logo que
de idade, nos termos previstos no Regulamento receba o pedido de proteção internacional, o SEF
(UE) n.º 603/2013, do Parlamento Europeu e do notifica de imediato o requerente para prestar
Conselho, de 26 de junho, relativo à criação do declarações no prazo de dois a cinco dias.
sistema "Eurodac" de comparação de impressões 4 - (Revogado.)
digitais; 5 - A prestação de declarações só pode ser dispensada:
f) Manter o SEF informado sobre a sua residência, a) Se já existirem condições para decidir
devendo imediatamente comunicar a este serviço favoravelmente sobre o estatuto de refugiado
qualquer alteração de morada; com base nos elementos de prova disponíveis;
g) Comparecer perante o SEF quando para esse efeito b) Se o requerente for considerado inapto ou incapaz
for solicitado, relativamente a qualquer para o efeito devido a circunstâncias duradouras,
circunstância do seu pedido. alheias à sua vontade;
2 - Para efeitos do disposto no número anterior, deve c) (Revogada.)
ainda o requerente, juntamente com o pedido de 6 - Quando não houver lugar à prestação de declarações
proteção internacional, apresentar os documentos de nos termos do número anterior, o SEF providencia
identificação e de viagem de que disponha, bem para que o requerente ou a pessoa a cargo
como elementos de prova, podendo apresentar comuniquem, por qualquer meio, outras
testemunhas em número não superior a 10. informações.
215
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo 17.º
Relatório Artigo 18.º
Apreciação do pedido
1 - Após a realização das diligências referidas nos artigos
anteriores, o SEF elabora um relatório escrito do qual 1 - Na apreciação de cada pedido de proteção
constam as informações essenciais relativas ao internacional, compete ao SEF analisar todos os
pedido. elementos pertinentes, designadamente as
2 - O relatório referido no número anterior é notificado declarações do requerente, proferidas nos termos
ao requerente para que o mesmo se possa dos artigos anteriores, e toda a informação
pronunciar sobre ele no prazo de cinco dias. disponível.
3 - O relatório referido no n.º 1 é comunicado ao 2 - Na apreciação do pedido, o SEF tem em conta
representante do ACNUR e ao CPR enquanto especialmente:
organização não governamental que atue em seu a) Os factos pertinentes respeitantes ao país de
nome, desde que o requerente tenha dado o seu origem, obtidos junto de fontes como o Gabinete
consentimento, para que aquela organização, Europeu de Apoio em matéria de Asilo, o ACNUR e
querendo, se pronuncie no mesmo prazo concedido organizações de direitos humanos relevantes, à
ao requerente. data da decisão sobre o pedido, incluindo a
4 - Os motivos da recusa de confirmação do relatório por respetiva legislação e regulamentação e as
parte do requerente são averbados no seu processo, garantias da sua aplicação;
não obstando à decisão sobre o pedido. b) A situação e circunstâncias pessoais do requerente,
por forma a apreciar, com base nessa situação
Artigo 17.º-A pessoal, se este sofreu ou pode sofrer perseguição
Garantias processuais especiais ou ofensa grave;
c) Se as atividades do requerente, desde que deixou o
1 - Após a apresentação do pedido de proteção e antes seu país de origem, tinham por fim único ou
da decisão prevista nos artigos 20.º e 24.º, deve ser principal criar as condições necessárias para
avaliada a necessidade de promoção de garantias requerer proteção internacional, por forma a
processuais especiais para os requerentes cuja apreciar se essas atividades o podem expor a
capacidade de exercer direitos e cumprir obrigações perseguição ou ofensa grave, em caso de regresso
se encontre limitada por força das circunstâncias àquele país;
pessoais, designadamente em virtude da sua idade, d) Se é razoável prever que o requerente se pode
sexo, identidade sexual, orientação sexual, deficiência valer da proteção de outro país do qual possa
ou doença grave, perturbação mental, por terem sido reivindicar a cidadania;
vítimas de tortura, violação ou outras formas graves e) A possibilidade de proteção interna se, numa parte
de violência psicológica, física ou sexual. do país de origem, o requerente:
2 - Nos casos em que se identifiquem requerentes nas
circunstâncias referidas no n.º 1, deve ser i) Não tiver receio fundado de ser perseguido ou
proporcionado apoio e condições necessárias ao não se encontrar perante um risco real de
exercício dos direitos e deveres inerentes ao ofensa grave; ou
procedimento de proteção internacional. ii) Tiver acesso a proteção contra a perseguição ou
3 - No âmbito das condições especiais a proporcionar ofensa grave, tal como definida no artigo 5.º e
podem ser dilatados os prazos para a realização de no n.º 2 do artigo 7.º, puder viajar e ser
entrevista ou apresentação de elementos de prova e admitido de forma regular e com segurança
para a realização de entrevistas com o apoio de nessa parte do país e tiver expectativas
peritos nas áreas identificadas. razoáveis de nela poder instalar-se.
4 - Nos casos em que não seja possível proporcionar 3 - Constitui um indício sério do receio fundado de ser
apoio e condições aos requerentes identificados com perseguido ou do risco de sofrer ofensa grave, o facto
necessidade de garantias processuais especiais em de o requerente já ter sido perseguido ou
virtude de tortura, violação ou outras formas graves diretamente ameaçado de perseguição ou ter sofrido
de violência psicológica, física ou sexual, não é ou sido diretamente ameaçado de ofensa grave,
aplicado o regime especial dos pedidos apresentados exceto se existirem motivos fundados para considerar
em posto de fronteira. que os fundamentos dessa perseguição ou ofensa
5 - As medidas previstas no presente artigo são grave cessaram e não se repetirão.
concretizadas pelo centro distrital do Instituto de 4 - As declarações do requerente devem ser confirmadas
Segurança Social, I. P., e entidades que com este mediante prova documental ou outros meios de
tenham celebrado protocolos.
216
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
prova admitidos em direito, a não ser que estejam g) O requerente apresentou um pedido subsequente
reunidas cumulativamente as seguintes condições: que não foi considerado inadmissível nos termos
a) O requerente tenha feito um esforço autêntico do artigo 19.º-A;
para fundamentar o seu pedido; h) O requerente apresentou o pedido apenas com o
b) O requerente apresente todos os elementos ao seu intuito de atrasar ou impedir a aplicação de uma
dispor e explicação satisfatória para a eventual decisão anterior ou iminente que se traduza no
falta de outros considerados pertinentes; seu afastamento;
c) As declarações prestadas pelo requerente forem i) O requerente representa um perigo para a
consideradas coerentes, plausíveis, e não segurança interna ou para a ordem pública;
contraditórias face às informações disponíveis; j) O requerente recusa sujeitar-se ao registo
d) O pedido tiver sido apresentado com a maior obrigatório das suas impressões digitais de acordo
brevidade possível, a menos que o requerente com o Regulamento (UE) n.º 603/2013, do
apresente justificação suficiente para que tal não Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de
tenha acontecido; junho, relativo à criação do sistema «Eurodac» de
e) Tenha sido apurada a credibilidade geral do comparação de impressões digitais.
requerente. 2 - (Revogado.)
1 - A análise das condições a preencher para beneficiar 1 - O pedido é considerado inadmissível, quando se
do estatuto de proteção internacional é sujeita a verifique que:
tramitação acelerada e o pedido considerado a) Está sujeito ao procedimento especial de
infundado quando se verifique que: determinação do Estado responsável pela análise
a) O requerente induziu em erro as autoridades, do pedido de proteção internacional, previsto no
apresentando informações ou documentos falsos capítulo IV;
ou ocultando informações ou documentos b) Beneficia do estatuto de proteção internacional
importantes a respeito da sua identidade ou noutro Estado membro;
nacionalidade suscetíveis de terem um impacto c) Um país que não um Estado membro é
negativo na decisão; considerado primeiro país de asilo;
b) É provável que, de má-fé, o requerente tenha d) Um país que não um Estado membro é
destruído ou extraviado documentos de considerado país terceiro seguro;
identidade ou de viagem suscetíveis de e) Foi apresentado um pedido subsequente em que
contribuírem para a determinação da sua não surgiram nem foram apresentados novos
identidade ou nacionalidade; elementos ou dados relacionados com a análise
c) O requerente fez declarações claramente do cumprimento das condições para beneficiar de
incoerentes e contraditórias, manifestamente proteção internacional;
falsas ou obviamente inverosímeis que f) Foi apresentado um pedido por uma pessoa a cargo
contradigam informações suficientemente do requerente, depois de ter consentido que um
verificadas sobre o país de origem, retirando anterior pedido fosse apresentado em seu nome e
credibilidade à alegação quanto aos motivos para não existam elementos que justifiquem um
preencher os requisitos para beneficiar de pedido separado.
proteção; 2 - Nos casos previstos no número anterior, prescinde-se
d) O requerente entrou ou permaneceu ilegalmente da análise das condições a preencher para beneficiar
em território nacional e não tenha apresentado o do estatuto de proteção internacional.
pedido de proteção internacional logo que
possível, sem motivos válidos; Artigo 20.º
e) Ao apresentar o pedido e ao expor os factos, o Competência para apreciar e decidir
requerente invoca apenas questões não
pertinentes ou de relevância mínima para analisar 1 - Compete ao diretor nacional do SEF proferir decisão
o cumprimento das condições para ser fundamentada sobre os pedidos infundados e
considerado refugiado ou pessoa elegível para inadmissíveis no prazo de 30 dias a contar da data de
proteção subsidiária; apresentação do pedido de proteção internacional.
f) O requerente provém de um país de origem seguro; 2 - Na falta de decisão dentro do prazo previsto no
número anterior, considera-se admitido o pedido.
217
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
3 - A decisão sobre o pedido mencionado nos números possuem formação apropriada e conhecimento
anteriores é notificada ao requerente no prazo de adequado das normas pertinentes aplicáveis no
dois dias. domínio do direito da proteção internacional.
4 - Relativamente aos pedidos fundamentados, é
proferida pelo diretor nacional do SEF a decisão de Artigo 24.º
admissibilidade. Apreciação do pedido e decisão
5 - A decisão referida no n.º 1 é comunicada ao
representante do ACNUR e ao CPR enquanto 1 - O SEF comunica a apresentação do pedido de
organização não governamental que atue em seu proteção internacional a que se refere o artigo
nome, desde que o requerente tenha dado o seu anterior ao representante do ACNUR e ao CPR
consentimento. enquanto organização não governamental que atue
em seu nome, que podem entrevistar o requerente
Artigo 21.º se o desejarem.
Efeitos da decisão 2 - O requerente é informado por escrito, numa língua
que compreenda ou seja razoável presumir que
1 - A decisão de admissibilidade do pedido de proteção compreenda, dos seus direitos e obrigações e presta
internacional determina a instrução do procedimento declarações que valem, para todos os efeitos, como
nos termos do previsto na secção III do capítulo III. audiência prévia do interessado.
2 - A decisão de não admissibilidade do pedido 3 - À prestação de declarações referida no número
determina a notificação do requerente para anterior é aplicável o disposto no artigo 16.º
abandono do país no prazo de 20 dias, caso se 4 - O diretor nacional do SEF profere decisão
encontre em situação irregular. fundamentada sobre os pedidos no prazo máximo de
3 - Caso o requerente não cumpra o disposto no número sete dias.
anterior, o SEF deve promover o processo com vista 5 - A decisão prevista no número anterior é notificada,
ao seu afastamento coercivo, nos termos previstos no por escrito, ao requerente com informação dos
regime jurídico de entrada, permanência, saída e direitos de impugnação jurisdicional que lhe assistem,
afastamento de estrangeiros do território nacional, numa língua que compreenda ou seja razoável
aprovado pela Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, alterada presumir que compreenda, e é comunicada ao
pela Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto. representante do ACNUR e ao CPR enquanto
Artigo 22.º organização não governamental que atue em seu
Impugnação jurisdicional nome, desde que o requerente tenha dado o seu
consentimento.
1 - A decisão proferida pelo diretor nacional do SEF é
suscetível de impugnação jurisdicional perante os Artigo 25.º
tribunais administrativos, no prazo de oito dias, com Impugnação jurisdicional
efeito suspensivo.
2 - À impugnação jurisdicional referida no número 1 - A decisão proferida pelo diretor nacional do SEF é
anterior são aplicáveis a tramitação e os prazos suscetível de impugnação jurisdicional perante os
previstos no artigo 110.º do Código de Processo nos tribunais administrativos, no prazo de quatro dias,
Tribunais Administrativos, com exceção do disposto com efeito suspensivo.
no respetivo n.º 3. 2 - À impugnação jurisdicional referida no número
anterior são aplicáveis a tramitação e os prazos
SECÇÃO II previstos no artigo 110.º do Código de Processo nos
Pedidos apresentados nos postos de fronteira Tribunais Administrativos, com exceção do disposto
no respetivo n.º 3.
Artigo 23.º 3 - O recurso jurisdicional das decisões respeitantes à
Regime especial impugnação jurisdicional referida no n.º 1 tem efeito
suspensivo.
1 - A decisão dos pedidos de proteção internacional 4 - O interessado goza do benefício de proteção jurídica
apresentados nos postos de fronteira por aplicando-se, com as devidas adaptações, o regime
estrangeiros que não preencham os requisitos legais legal previsto para a nomeação de defensor de
necessários para a entrada em território nacional está arguido para diligências urgentes, podendo
sujeita ao regime previsto nos artigos anteriores com igualmente solicitar a nomeação célere de
as modificações constantes da presente secção. mandatário forense, em condições a fixar por
2 - Os funcionários que recebam requerentes de protocolo entre o membro do Governo responsável
proteção internacional nos postos de fronteira
218
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
219
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
220
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
221
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
de determinação do Estado membro responsável desde que o acesso não seja fortemente limitado
pela análise de um pedido de proteção nem impossibilitado.
internacional apresentado num dos Estados 5 - Aos requerentes é fornecida informação sobre as
membros por um nacional de um país terceiro ou regras em vigor nas instalações em que se
por um apátrida. encontram, bem como sobre os seus direitos e
4 - Para efeitos da aplicação do número anterior, deveres, numa língua que compreendam ou seja
consideram-se medidas alternativas menos gravosas razoável presumir que compreendam.
as seguintes: 6 - Na medida do possível, os menores não
acompanhados beneficiam de alojamento em
a) Apresentação periódica no SEF; instituições dotadas de pessoal e instalações que
b) Obrigação de permanência na habitação com tenham em conta as necessidades pessoais da sua
utilização de meios de vigilância eletrónica, nos idade.
termos da lei. 7 - As famílias devem receber alojamento separado que
5 - A colocação efetuada ao abrigo do presente artigo, lhes garanta a privacidade necessária e, no caso de
bem como as medidas alternativas, são determinadas requerentes do sexo feminino, deve ser assegurado
pelo juízo de pequena instância criminal na respetiva alojamento separado.
área de jurisdição ou pelo tribunal de comarca nas 8 - Às pessoas vulneráveis deve ser assegurado o
restantes áreas do país. acompanhamento regular e apoio adequado, tendo
6 - No caso de pedidos de proteção internacional em conta a situação concreta, incluindo o seu estado
apresentados nos postos de fronteira, a permanência de saúde.
em centro de instalação temporária ou espaço 9 - Os requerentes instalados devem ter acesso a espaços
equiparado é comunicada no prazo máximo de 48 ao ar livre.
horas ao juiz de pequena instância criminal da
respetiva área de jurisdição, ou ao tribunal de CAPÍTULO IV
comarca nas restantes áreas do país, para apreciação Procedimento especial de determinação do Estado
nos termos do presente artigo. responsável pela análise do pedido de proteção
internacional
Artigo 35.º-B
Condições de colocação ou manutenção em centro de Artigo 36.º
instalação temporária Determinação do Estado responsável
1 - A colocação em centro de instalação temporária ou Quando haja lugar à determinação do Estado responsável
espaço equiparado a que se refere o artigo anterior pela análise de um pedido de proteção internacional é
não pode prolongar-se mais tempo do que o organizado um procedimento especial regulado no
necessário, sem que possa exceder 60 dias, podendo presente capítulo.
a decisão ser reapreciada oficiosamente e ou a
pedido do requerente se sobrevierem circunstâncias Artigo 37.º
relevantes ou novas informações passíveis de Pedido de proteção internacional apresentado em
comprometer a legalidade da medida. Portugal
2 - Os requerentes são imediatamente informados por
escrito, numa língua que compreendam ou seja 1 - Quando se considere que a responsabilidade pela
razoável presumir que compreendam, dos motivos da análise do pedido de proteção internacional pertence
sua instalação e dos meios de impugnação a outro Estado membro, de acordo com o previsto no
jurisdicional que lhes assistem, bem como da Regulamento (UE) n.º 604/2013, do Parlamento
possibilidade de beneficiarem de apoio judiciário nos Europeu e do Conselho, de 26 de junho, o SEF solicita
termos da legislação aplicável. às respetivas autoridades a sua tomada ou retoma a
3 - Os requerentes são autorizados, a pedido, a contactar cargo.
com os seus representantes legais, os seus familiares 2 - Aceite a responsabilidade pelo Estado requerido, o
e representantes do ACNUR ou do CPR enquanto diretor nacional do SEF profere, no prazo de cinco
organização não governamental que atue em seu dias, decisão nos termos da alínea a) do n.º 1 do
nome e de outras organizações que atuem nesta artigo 19.º-A e do artigo 20.º, que é notificada ao
área. requerente, numa língua que compreenda ou seja
4 - O acesso às instalações dos centros de instalação razoável presumir que compreenda, e é comunicada
temporária só pode ser limitado por motivos de ao representante do ACNUR e ao CPR enquanto
segurança, ordem pública ou gestão administrativa, organização não governamental que atue em seu
222
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
223
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
224
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
sujeitos em matéria de acolhimento, área têm ainda direito de acesso a zonas vedadas,
designadamente sobre: como locais de detenção ou de trânsito, para
i) Os prazos e meios ao dispor para cumprimento poderem prestar àquele o devido aconselhamento.
do dever de apresentação dos elementos 7 - Na prestação de declarações a que se refere o artigo
pertinentes para apreciação do pedido; 16.º, os requerentes de asilo ou de proteção
ii) A tramitação procedimental; subsidiária podem fazer-se acompanhar de advogado,
iii) As organizações ou os grupos de pessoas que sem prejuízo de a respetiva ausência não obstar à
prestam assistência jurídica específica; realização desse ato processual.
iv) As organizações que os podem apoiar ou
informar relativamente às condições de Artigo 50.º
acolhimento disponíveis, incluindo a (Revogado.)
assistência médica;
v) As consequências do eventual incumprimento SECÇÃO II
dos deveres e falta de cooperação previstos no Disposições relativas às condições de acolhimento
artigo 15.º;
Artigo 51.º
b) Serem informados no momento da recolha dos Meios de subsistência
seus dados dactiloscópicos, numa língua que
compreendam ou seja razoável presumir que 1 - Aos requerentes de asilo ou de proteção subsidiária
compreendam, sobre a finalidade a que se destina em situação de carência económica e social e aos
o tratamento dos seus dados pessoais, bem como membros da sua família é concedido apoio social para
de todos os outros direitos das pessoas titulares alojamento e alimentação, nos termos da legislação
de dados previstos no Regulamento (UE) n.º em vigor.
603/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, 2 - Para efeitos do disposto no número anterior, na
de 26 de junho, relativo à criação do sistema concessão de alojamento devem ser tomadas, com o
«Eurodac» de comparação de impressões digitais; acordo dos requerentes, as medidas adequadas para
c) Serem informados quanto à decisão sobre a manter tanto quanto possível a unidade da família
admissibilidade do pedido e respetivo teor, ainda que se encontre presente em território nacional,
que por intermédio de mandatário judicial, caso nomeadamente as previstas nas alíneas a) e b) do n.º
se tenham feito assistir por advogado; 1 do artigo 59.º
d) Beneficiar, sempre que necessário, dos serviços de
um intérprete para os assistirem na formalização Artigo 52.º
do pedido e durante o respetivo procedimento; Assistência médica e medicamentosa
e) Beneficiar de aconselhamento jurídico gratuito em
todas as fases do procedimento, a prestar por 1 - É reconhecido aos requerentes de asilo ou de
entidade pública ou organização não proteção subsidiária e respetivos membros da família
governamental com a qual tenha sido celebrado o acesso ao Serviço Nacional de Saúde, nos termos a
protocolo; definir por portaria dos membros do Governo
f) Beneficiar de apoio judiciário nos termos da lei responsáveis pelas áreas da administração interna e
. da saúde.
2 - Sem prejuízo do disposto na alínea a) do número 2 - O documento comprovativo da apresentação do
anterior, o SEF fornece ao requerente de asilo ou de pedido de proteção internacional ou de proteção
proteção subsidiária um folheto informativo numa subsidiária, emitido nos termos do artigo 14.º,
língua que este possa entender, sem prejuízo de a considera-se bastante para comprovar a qualidade de
mesma informação poder ser também prestada requerente, para efeitos do disposto no número
oralmente. anterior.
3 - (Revogado.) 3 - Para os efeitos do presente artigo, as autoridades
4 - (Revogado.) sanitárias podem exigir, por razões de saúde pública,
5 - Os advogados que representem o requerente de asilo que os requerentes sejam submetidos a um exame
ou de proteção subsidiária têm acesso às informações médico, a fim de que seja atestado que não sofrem
constantes do seu processo. de nenhuma das doenças definidas nos instrumentos
6 - Os advogados do requerente, os representantes do aplicáveis da Organização Mundial de Saúde ou de
ACNUR, o CPR enquanto organização não outras doenças infeciosas ou parasitárias contagiosas
governamental que atue em seu nome e os objeto de medidas de proteção em território
representantes de outras organizações não nacional, cujos resultados são confidenciais e não
governamentais que desenvolvam atividades nesta afetam o procedimento de proteção internacional.
225
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
226
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
227
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
respeita às informações de que tomem conhecimento 7 - A redução ou cessação dos benefícios não prejudica o
no exercício das suas funções. acesso aos cuidados de saúde urgentes, ao
tratamento básico de doenças e de perturbações
SECÇÃO IV mentais graves e aos cuidados médicos ou outro tipo
Redução ou cessação do benefício das condições de de assistência necessária aos requerentes com
acolhimento necessidades de acolhimento especiais, incluindo
assistência psicológica adequada, se necessário.
Artigo 60.º 8 - Das decisões referidas no n.º 3 cabe impugnação nos
Redução e cessação do benefício das condições de termos do n.º 1 do artigo 63.º
acolhimento
SECÇÃO V
1 - O apoio social cessa com a decisão de recusa do Garantias de eficácia do sistema de acolhimento
pedido de proteção internacional, tendo a
impugnação desta perante o tribunal administrativo e Artigo 61.º
o recurso jurisdicional da decisão que a confirme os Competências
efeitos previstos, respetivamente, nos n.ºs 1 e 2 do
artigo 30.º 1 - Compete ao ministério responsável pela área da
2 - A cessação do apoio nos termos do número anterior administração interna garantir aos requerentes de
não se verifica quando, avaliada a situação asilo ou de proteção subsidiária que se encontrem
económica e social do requerente, se concluir pela retidos nos postos de fronteira as condições de
necessidade da sua manutenção. alojamento e acesso a cuidados de saúde, assim
3 - As condições de acolhimento podem ser total ou como a satisfação dos encargos inerentes à
parcialmente retiradas se o requerente de asilo ou de concessão das condições materiais de acolhimento,
proteção subsidiária, injustificadamente: até decisão quanto à admissibilidade do pedido,
a) Abandonar o local de residência estabelecido pela podendo aquelas ser asseguradas por outras
autoridade competente sem informar o SEF ou entidades públicas ou particulares sem fins lucrativos,
sem a autorização exigível; nos termos definidos em protocolo.
b) Abandonar o seu local de residência sem informar 2 - Compete ao ministério responsável pela área da
a entidade competente pelo alojamento; solidariedade, emprego e segurança social suportar
c) Não cumprir as obrigações de se apresentar; os encargos resultantes da atribuição das condições
d) Não prestar as informações que lhe forem materiais de acolhimento aos requerentes de asilo ou
requeridas ou não comparecer nas entrevistas de proteção subsidiária que entrem ou se encontrem
individuais, quando para tal for convocado; em território nacional, desde a admissão do pedido
e) Tiver dissimulado os seus recursos financeiros e, até decisão final sobre o mesmo, as quais podem ser
portanto, beneficiar indevidamente das condições prestadas diretamente ou através de outras
materiais de acolhimento; entidades públicas ou particulares sem fins lucrativos,
f) Apresentar um pedido subsequente. com as quais seja celebrado protocolo.
3 - Compete às entidades responsáveis pelo Serviço
4 - Se, posteriormente à cessação das condições de Nacional de Saúde assegurar o acesso dos
acolhimento por incumprimento do previsto nas requerentes de asilo ou de proteção subsidiária e
alíneas a) a c) do número anterior, o requerente for membros da sua família a cuidados de saúde, nos
encontrado ou se apresentar voluntariamente às termos da legislação aplicável.
autoridades competentes, deve ser tomada uma 4 - O acesso de menores ao sistema de ensino é
decisão fundamentada quanto ao restabelecimento garantido pelas entidades competentes no âmbito do
do benefício de algumas ou de todas as condições de ministério responsável pela área da educação e
acolhimento. ciência.
5 - As decisões relativas à redução e à cessação do 5 - As decisões a que se refere o artigo 60.º são da
benefício das condições de acolhimento nas situações competência das entidades responsáveis pela
mencionadas no n.º 1 são tomadas de forma concessão das condições materiais de acolhimento
individual, objetiva, imparcial e devem ser previstas na presente lei.
fundamentadas.
6 - As decisões a que se refere o número anterior devem Artigo 62.º
ter exclusivamente por base a situação particular da Pessoal e recursos
pessoa em causa, em especial no que se refere às
pessoas particularmente vulneráveis, tendo em conta As autoridades e outras organizações referidas no artigo
o princípio da proporcionalidade. anterior devem fornecer aos seus funcionários formação
228
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
229
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
230
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
231
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo 81.º
232
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
O disposto na presente lei não prejudica o regime A presente lei entra em vigor 60 dias após a data da sua
jurídico previsto na Lei n.º 67/2003, de 23 de agosto publicação e é aplicável aos pedidos de asilo pendentes.
233
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
234
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Assim:
Ao abrigo do disposto no n.º 3 do artigo 37.º da Lei n.º
27/2008, de 30 de Junho, manda o Governo, pelo
Ministro da Administração Interna, o seguinte:
ANEXO
235
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
236
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Portaria n.º 1042/2008, de 15 de setembro 2.º O regime decorrente do disposto no número anterior
Estabelece os termos e as garantias do acesso dos é igualmente aplicável aos requerentes de proteção
requerentes de asilo e respetivos membros da subsidiária e respetivos membros da família.
família ao Serviço Nacional de Saúde
Assim:
237
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
238
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
É aprovado, em anexo à presente portaria e dela fazendo É revogada a Portaria n.º 758/2008, de 26 de agosto.
parte integrante, o modelo de cartão de autorização de
residência provisória para requerentes de proteção Artigo 5.º
internacional cujo pedido tenha sido admitido, a emitir Produção de efeitos
nos termos e para os efeitos previstos no artigo 27.º da
Lei n.º 27/2008, de 30 de junho, alterada pela Lei n.º O novo modelo de cartão de autorização de residência
26/2014, de 5 de maio. provisória apenas se aplica aos procedimentos de
emissão dos documentos que tenham sido requeridos
Artigo 2.º após a sua entrada em vigor.
Elementos visíveis do cartão
Artigo 6.º
1. A frente do cartão deve conter os seguintes Entrada em vigor
elementos:
a) Apelido e nome próprio; A presente portaria entra em vigor no dia seguinte
b) Data e local de nascimento; ao da sua publicação.
c) Nacionalidade;
d) Sexo;
239
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
ANEXO
Modelo do cartão de autorização de residência provisória
Frente do cartão
Verso do cartão
240
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Este modelo de título de viagem para refugiados foi O novo modelo de título de viagem para os cidadãos
aprovado pela Portaria n.º 396/2008, de 6 de junho. estrangeiros residentes em Portugal na qualidade de
Decorridos cerca de sete anos desde a sua aprovação, refugiados, apenas se aplica aos procedimentos de
urge atualizar este documento, reforçando as suas emissão dos documentos que tenham sido requeridos
condições de segurança face aos padrões internacionais após a sua entrada em vigor.
relativos a documentação de segurança, cumprindo
deste modo diretrizes europeias, das organizações Artigo 4.º
internacionais competentes, nomeadamente, o Entrada em vigor
estabelecido no Regulamento (CE) n.º 2252/2004 do
Conselho, de 13 de dezembro, alterado pelo A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao da
Regulamento n.º 444/2009 do Parlamento Europeu e do sua publicação.
Conselho, de 28 de maio e no Documento n.º 9303-I,
Parte 1, volume 1, da Organização da Aviação Civil
Internacional (OACI/ ICAO).
Assim:
Ao abrigo do artigo 19.º da Lei n.º 23/2007, de 04 de
julho, alterada pelas Leis n.ºs 29/2012, de 09 de agosto,
56/2015, de 23 de junho, 63/2015, de 30 de junho, e do
n.º 1 do artigo 69.º da Lei n.º 27/2008, de 30 de junho,
alterada pela Lei n.º 26/2014, de 5 de maio, manda o
Governo, pela Ministra da Administração Interna, o
seguinte:
241
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
ANEXO
Modelo do título de viagem para os cidadãos estrangeiros residentes em Portugal na qualidade de refugiados
242
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Resolução do Conselho de Ministros n.º 110/2007, apresentado à Comissão Europeia o programa plurianual
de 21 de agosto10 nacional, pelo que importava, à luz da experiência
Determina, para efeitos da Lei n.º 15/98, de 26 de adquirida no primeiro período, adequar o quadro
março, que serão criadas condições para conceder legislativo nacional ao novo enquadramento comunitário
para o FER II.
anualmente, no mínimo, asilo a 30 pessoas
De acordo com o relatório anual de segurança interna de
2006, nesse ano foram dirigidos ao Estado Português 129
De acordo com o n.º 8 do artigo 33.º da Constituição e
pedidos de asilo, o que representa um aumento de 14 %
com o objetivo de cooperação no espaço de liberdade,
em face do ano de 2005, destacando-se os requerentes
segurança e justiça da União Europeia, cumpre ao Estado
da República Democrática do Congo, Israel, Federação
Português garantir, nos termos da lei, o direito de asilo
Russa, Angola, Colômbia, Costa do Marfim, Guiné
aos estrangeiros e aos apátridas perseguidos ou
Conacri, Nepal e Nigéria.
gravemente ameaçados de perseguição em consequência
da sua atividade em favor da democracia, da libertação
Nos termos do mesmo relatório, Portugal concedeu o
social e nacional, da paz entre os povos, da liberdade e
estatuto de refugiado ou de proteção subsidiária a 30
dos direitos da pessoa humana que legitimamente
estrangeiros, o que representa um aumento de 87 %
procuram proteção no âmbito europeu.
relativamente a 2005, destacando-se os nacionais da
República Democrática do Congo, da Costa do Marfim, da
Assim, recentemente, a Lei n.º 52/2006, de 1 de
Federação Russa e da Eritreia.
setembro, que aprovou as Grandes Opções do Plano para
2007, enunciou como atuação principal prevista para o
Assim, no âmbito da continuidade de lançamento de
corrente ano o reforço das medidas de apoio aos
políticas ativas de acolhimento e apoio aos asilados, em
requerentes de asilo e aos refugiados.
coordenação com o Alto Comissariado das Nações Unidas
para os Refugiados e com o Conselho Português para os
Efetivamente, já a Lei n.º 20/2006, de 23 de junho, tinha
Refugiados, revela-se imperativo promover a criação de
aprovado disposições complementares do quadro
condições para conceder anualmente, no mínimo, asilo a
jurídico-legal sobre asilo e refugiados, assegurando a
30 pessoas, designadamente para fazer face aos pedidos
transposição da Diretiva n.º 2003/9/CE, do Conselho, de
de reinstalação de refugiados, previstos no artigo 27.º da
27 de janeiro, e estabelecendo as normas mínimas em
Lei n.º 15/98, de 26 de março.
matéria de acolhimento de requerentes de asilo nos
Estados membros. Foram fixadas condições materiais de
Efetivamente, o instituto da reinstalação é um elemento
acolhimento e cuidados de saúde, garantias
essencial da política comum de asilo que assenta na
administrativas e jurisdicionais e um conjunto de
solidariedade entre os Estados membros e pressupõe a
medidas destinadas a tornar o sistema de acolhimento
existência de mecanismos tendentes a assegurar uma
mais eficaz, incluindo a extinção do Comissariado
repartição equilibrada dos esforços assumidos pelos
Nacional para os Refugiados.
Estados membros ao acolherem refugiados e pessoas
deslocadas e suportarem as consequências decorrentes
Já o Decreto-Lei n.º 222/2006, de 10 de novembro, veio
desse acolhimento.
definir a estrutura orgânica e o regime de financiamento
do Fundo Europeu para os Refugiados. No âmbito da
Assim:
política comum de asilo, a Decisão n.º 2004/904/CE, do
Conselho, de 2 de dezembro, que cria o Fundo Europeu
Nos termos da alínea g) do artigo 199.º da Constituição, o
para os Refugiados, para o período de 2005 a 2010, dá
Conselho de Ministros resolve:
continuidade ao objetivo inicial de solidariedade entre os
Estados membros, à luz da legislação comunitária mais
1 - Determinar, para efeitos da Lei n.º 15/98, de 26 de
recente na matéria e tendo em conta a experiência de
março, que serão criadas condições para conceder
aplicação do primeiro período do Fundo. Dando
anualmente, no mínimo, asilo a 30 pessoas.
sequência à execução do Fundo, foi oportunamente
2 - Determinar que o número previsto no número
anterior pode ser revisto pelo Ministro da
10 A Resolução do Conselho de Ministros n.º 110/2007, de 2 de
Administração Interna.
agosto, veio aplicar a Lei n.º 15/98, de 26 de março. Esta lei
estabeleceu um novo regime jurídico-legal em matéria de asilo
e de refugiados, tendo sido expressamente revogada pela Lei
n.º 27/2008, de 30 de junho. No entanto, o Conselho Português
para os Refugiados considera que esta RCM se encontra em
vigor, pelo que se optou pela sua inclusão na presente
compilação.
243
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
244
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
245
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
246
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
247
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
248
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
(Excerto)
TÍTULO I
Capacidade eleitoral
CAPÍTULO I
Capacidade eleitoral ativa
Artigo 1.º
(Capacidade eleitoral ativa)
249
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
250
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
(retificada pela Declaração de Retificação de 7 maio São inelegíveis para o Parlamento Europeu:
1987, e com as alterações introduzidas pela Lei nº 4/94, a) O Presidente da República;
de 9 de março, Lei Orgânica nº 1/99, de 22 de junho, Lei b) O Primeiro-Ministro;
Orgânica nº 1/2005, de 5 de janeiro, Lei Orgânica nº c) (Revogada.)
1/2011, de 30 de novembro, e Lei Orgânica nº 1/2014, de d) Os cidadãos abrangidos por qualquer das
9 de janeiro) inelegibilidades gerais previstas na legislação
aplicável à eleição dos deputados à Assembleia da
República;
(Excertos) e) Aqueles que exerçam funções diplomáticas à data
da apresentação das candidaturas, desde que não
Artigo 3.º incluídos na alínea anterior;
Capacidade eleitoral ativa f) Os juízes em exercício de funções, não abrangidos
pela alínea d);
1 - São eleitores dos deputados ao Parlamento Europeu g) Os membros da Comissão Nacional de Eleições;
eleitos em Portugal: h) Os cidadãos abrangidos por qualquer
a) Os cidadãos portugueses recenseados no território inelegibilidade prevista em normas comunitárias
nacional; aplicáveis.
b) Os cidadãos portugueses inscritos no i) Os cidadãos da União Europeia privados do direito
recenseamento eleitoral português, residentes de se candidatarem por decisão judicial ou
fora do território nacional, que não optem por administrativa no Estado de origem.
votar em outro Estado membro da União
Europeia; Artigo 9.º-B
c) Os cidadãos da União Europeia, não nacionais do Assembleias eleitorais
Estado Português, recenseados em Portugal.
Não é permitida a composição de secções de voto
2 - Os cidadãos referidos na alínea b) do número anterior exclusivamente por eleitores não nacionais.
exercem o direito de voto direta e presencialmente,
sem prejuízo do disposto na lei em relação ao voto
antecipado e ao voto dos deficientes.
Artigo 4.º
Capacidade eleitoral passiva
251
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
252
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
1 - Gozam de capacidade eleitoral ativa os cidadãos 1 - São inelegíveis para os órgãos das autarquias locais:
maiores de 18 anos a seguir indicados:
a) O Presidente da República;
a) Os cidadãos portugueses; b) O Provedor de Justiça;
b) Os cidadãos dos Estados membros da União c) Os juízes do Tribunal Constitucional e do Tribunal
Europeia quando de igual direito gozem de Contas;
legalmente os cidadãos portugueses no Estado de d) O Procurador-Geral da República;
origem daqueles; e) Os magistrados judiciais e do Ministério Público;
c) Os cidadãos de países de língua oficial portuguesa f) Os membros do Conselho Superior da Magistratura,
com residência legal há mais de dois anos quando do Conselho Superior do Ministério Público, da
de igual direito gozem legalmente os cidadãos Comissão Nacional de Eleições e da Alta
portugueses no respetivo Estado de origem; Autoridade para a Comunicação Social;
d) Outros cidadãos com residência legal em Portugal g) Os militares e os agentes das forças militarizadas
há mais de três anos desde que nacionais de dos quadros permanentes, em serviço efetivo,
países que, em condições de reciprocidade, bem como os agentes dos serviços e forças de
atribuam capacidade eleitoral ativa aos segurança, enquanto prestarem serviço ativo;
portugueses neles residentes. h) O inspetor-geral e os subinspetores-gerais de
2 - São publicadas no Diário da República as listas dos Finanças, o inspetor-geral e os subinspetores-
países a cujos cidadãos é reconhecida capacidade gerais da Administração do Território e o diretor-
eleitoral ativa. geral e os subdiretores-gerais do Tribunal de
Contas;
CAPÍTULO III i) O secretário da Comissão Nacional de Eleições;
Capacidade eleitoral passiva j) O diretor-geral e os subdiretores-gerais do
Secretariado Técnico dos Assuntos para o
Artigo 5.º Processo Eleitoral;
Capacidade eleitoral passiva l) O diretor-geral dos Impostos.
2 - São igualmente inelegíveis para os órgãos das
1 - São elegíveis para os órgãos das autarquias locais os autarquias locais:
cidadãos a seguir indicados:
a) Os falidos e insolventes, salvo se reabilitados;
a) Os cidadãos portugueses eleitores; b) Os cidadãos eleitores estrangeiros que, em
b) Os cidadãos eleitores de Estados membros da consequência de decisão de acordo com a lei do
União Europeia quando de igual direito gozem seu Estado de origem, tenham sido privados do
direito de sufrágio ativo ou passivo
13Texto consolidado retirado do site da Comissão Nacional de
Eleições.
253
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
254
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
255
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
256
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
257
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo 89.º
Falsidade de declaração formal
258
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Declaração n.º 4/2013, de 24 de junho Portugal nas eleições para os órgãos das autarquias
Torna público quais os países a cujos cidadãos é locais:
reconhecida capacidade eleitoral ativa e passiva
em Portugal nas eleições dos órgãos das 1 - Capacidade eleitoral ativa:
autarquias locais a) Estados Membros da União Europeia;
b) Brasil e Cabo Verde;
c) Argentina, Chile, Colômbia, Islândia, Noruega, Nova
Nos termos do disposto no artigo 2.º, n.º 2, e artigo 5.º, Zelândia, Peru, Uruguai e Venezuela.
n.º 2, da Lei Orgânica n.º 1/2001, de 14 de agosto, torna- 2 - Capacidade eleitoral passiva:
se público que são os seguintes países a cujos cidadãos é
reconhecida capacidade eleitoral ativa e passiva em a) Estados Membros da União Europeia;
b) Brasil e Cabo Verde.
259
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
260
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
261
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
262
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
263
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
264
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
265
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
a) Nacionais de um Estado membro da União 2 - São sujeitos a controlo nos postos de fronteira os
Europeia, de um Estado parte no Espaço indivíduos que entrem em território nacional ou dele
Económico Europeu ou de um Estado terceiro com saiam, sempre que provenham ou se destinem a
o qual a Comunidade Europeia tenha concluído Estados que não sejam Parte na Convenção de
um acordo de livre circulação de pessoas; Aplicação.
b) Nacionais de Estados terceiros que residam em 3 - O disposto no número anterior aplica-se igualmente
território nacional na qualidade de refugiados, aos indivíduos que utilizem um troço interno de um
beneficiários de proteção subsidiária ao abrigo das voo com origem ou destino em Estados que não
disposições reguladoras do asilo ou beneficiários sejam Parte na Convenção de Aplicação.
de proteção temporária; 4 - O controlo fronteiriço pode ser realizado a bordo de
c) Nacionais de Estados terceiros membros da família navios, em navegação, mediante requerimento do
de cidadão português ou de cidadão estrangeiro comandante do navio ou do agente de navegação e o
abrangido pelas alíneas anteriores. pagamento de taxa.
5 - Após realizado o controlo de saída de um navio ou
Artigo 5.º embarcação, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras,
Regimes especiais adiante designado por SEF, emite o respetivo
desembaraço de saída, constituindo a sua falta um
1 - O disposto na presente lei não prejudica os regimes impedimento à saída do navio do porto.
especiais constantes de: 6 - Por razões de ordem pública e segurança nacional
a) Acordos bilaterais ou multilaterais celebrados entre pode, após consulta dos outros Estados partes no
a Comunidade Europeia ou a Comunidade Acordo de Schengen, ser reposto excecionalmente,
Europeia e os seus Estados membros, por um por um período limitado, o controlo documental nas
lado, e um ou mais Estados terceiros, por outro; fronteiras internas.
b) Convenções internacionais de que Portugal seja
Parte ou a que se vincule, em especial os Artigo 7.º
celebrados ou que venha a celebrar com países de Zona internacional dos portos
língua oficial portuguesa, a nível bilateral ou no
quadro da Comunidade dos Países de Língua 1 - A zona internacional dos portos é coincidente na área
Oficial Portuguesa; de jurisdição da administração portuária com as zonas
c) Protocolos e memorandos de entendimento de cais vedado e nas áreas de cais livre com os pontos
celebrados entre Portugal e Estados terceiros. de embarque e desembarque.
2 - O disposto na presente lei não prejudica as obrigações 2 - A zona internacional dos portos compreende ainda as
decorrentes da Convenção Relativa ao Estatuto dos instalações do SEF.
Refugiados, adotada em Genebra em 28 de julho de
1951, alterada pelo Protocolo Adicional à Convenção Artigo 8.º
Relativa ao Estatuto dos Refugiados, adotado em Nova Acesso à zona internacional dos portos e aeroportos
Iorque em 31 de janeiro de 1967, das convenções
1 - O acesso à zona internacional dos aeroportos, em
internacionais em matéria de direitos humanos e das
escala ou em transferência de ligações internacionais,
convenções internacionais em matéria de extradição
por parte de cidadãos estrangeiros sujeitos à
de pessoas de que Portugal seja Parte ou a que se
obrigação de visto de escala, nos termos da presente
vincule.
lei, fica condicionada à titularidade do mesmo.
2 - A zona internacional do porto é de acesso restrito e
CAPÍTULO II
condicionado à autorização do SEF.
Entrada e saída do território nacional
3 - Podem ser concedidas, pelo responsável do posto de
SECÇÃO I fronteira marítima, autorizações de acesso à zona
Passagem na fronteira internacional do porto para determinadas finalidades,
designadamente visita ou prestação de serviços a
Artigo 6.º bordo.
Controlo fronteiriço 4 - Pela emissão das autorizações de acesso à zona
internacional do porto e de entrada a bordo de
1 - A entrada e a saída do território português efetuam- embarcações é devida uma taxa.
se pelos postos de fronteira qualificados para esse 5 - Nos postos da fronteira marítima podem ser
efeito e durante as horas do respetivo concedidas licenças para vir a terra a tripulantes de
funcionamento, sem prejuízo do disposto na embarcações e a passageiros de navios, durante o
Convenção de Aplicação. período em que os mesmos permaneçam no porto.
266
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
6 - A licença permite ao beneficiário a circulação na área 6 - Podem ainda sair do território português os cidadãos
contígua ao porto e é concedida pelo SEF mediante estrangeiros habilitados com salvo-conduto ou com
requerimento dos agentes de navegação documento de viagem para afastamento coercivo ou
acompanhado de termo de responsabilidade. expulsão judicial de cidadão nacional de Estado
7 - Podem ser concedidos vistos de curta duração nos terceiro.
postos de fronteira marítima, nos termos previstos na
presente lei. Artigo 10.º
Visto de entrada
SECÇÃO II
Condições gerais de entrada 1 - Para a entrada em território nacional, devem
igualmente os cidadãos estrangeiros ser titulares de
Artigo 9.º visto válido e adequado à finalidade da deslocação
Documentos de viagem e documentos que os concedido nos termos da presente lei ou pelas
substituem competentes autoridades dos Estados partes na
Convenção de Aplicação.
1 - Para entrada ou saída do território português os 2 - O visto habilita o seu titular a apresentar-se num
cidadãos estrangeiros têm de ser portadores de um posto de fronteira e a solicitar a entrada no País.
documento de viagem reconhecido como válido. 3 - Podem, no entanto, entrar no País sem visto:
2 - A validade do documento de viagem deve ser superior
a) Os cidadãos estrangeiros habilitados com título de
à duração da estada, salvo quando se tratar da
residência, prorrogação de permanência ou com o
reentrada de um cidadão estrangeiro residente no
cartão de identidade previsto no n.º 2 do artigo
País.
87.º, quando válidos;
3 - Podem igualmente entrar no País, ou sair dele, os
b) Os cidadãos estrangeiros que beneficiem dessa
cidadãos estrangeiros que:
faculdade nos termos de convenções
a) Sejam nacionais de Estados com os quais Portugal internacionais de que Portugal seja Parte.
tenha convenções internacionais que lhes
4 - O visto pode ser anulado pela entidade emissora em
permitam a entrada com o bilhete de identidade
território estrangeiro ou pelo SEF em território
ou documento equivalente;
nacional ou nos postos de fronteira, quando o seu
b) Sejam abrangidos pelas convenções relevantes
titular seja objeto de uma indicação para efeitos de
entre os Estados partes do Tratado do Atlântico
não admissão no Sistema de Informação Schengen,
Norte;
no Sistema Integrado de Informação do SEF ou preste
c) Sejam portadores de laissez-passer emitido pelas
declarações falsas no pedido de concessão do visto.
autoridades do Estado de que são nacionais ou do
5 - A anulação pelo SEF de vistos nos termos do número
Estado que os represente;
anterior deve ser comunicada de imediato à entidade
d) Sejam portadores da licença de voo ou do
emissora.
certificado de tripulante a que se referem os
6 - Da decisão de anulação é dado conhecimento por via
anexos n.os 1 e 9 à Convenção sobre Aviação Civil
eletrónica ao Alto Comissário para a Imigração e
Internacional, ou de outros documentos que os
Diálogo Intercultural, I. P., adiante designado por
substituam, quando em serviço;
ACIDI, I. P., e ao Conselho Consultivo para os Assuntos
e) Sejam portadores do documento de identificação
da Imigração, adiante designado por Conselho
de marítimo a que se refere a Convenção n.º 108
Consultivo, com indicação dos respetivos
da Organização Internacional do Trabalho, quando
fundamentos.
em serviço;
f) Sejam nacionais de Estados com os quais Portugal
Artigo 11.º
tenha convenções internacionais que lhes
Meios de subsistência
permitam a entrada apenas com a cédula de
inscrição marítima, quando em serviço. 1 - Não é permitida a entrada no País de cidadãos
4 - O laissez-passer previsto na alínea c) do número estrangeiros que não disponham de meios de
anterior só é válido para trânsito e, quando emitido subsistência suficientes, quer para o período da
em território português, apenas permite a saída do estada quer para a viagem para o país no qual a sua
País. admissão esteja garantida, ou que não estejam em
5 - Podem igualmente entrar no País, ou sair dele, com condições de adquirir legalmente esses meios.
passaporte caducado, os nacionais de Estados com os 2 - Para efeitos de entrada e permanência, devem os
quais Portugal tenha convenções internacionais nesse estrangeiros dispor, em meios de pagamento, per
sentido. capita, dos valores fixados por portaria dos membros
do Governo responsáveis pelas áreas da
267
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
administração interna, do emprego e da segurança 2 - A declaração de entrada deve ser prestada junto do
social, os quais podem ser dispensados aos que SEF, nos termos a definir por portaria do membro do
provem ter alimentação e alojamento assegurados Governo responsável pela área da administração
durante a respetiva estada. interna.
3 - Os quantitativos fixados nos termos do número 3 - O disposto nos números anteriores não se aplica aos
anterior são atualizados automaticamente de acordo cidadãos estrangeiros:
com as percentagens de aumento da remuneração a) Residentes ou autorizados a permanecer no País
mínima nacional mais elevada. por período superior a seis meses;
b) Que, logo após a entrada no País, se instalem em
Artigo 12.º estabelecimentos hoteleiros ou noutro tipo de
Termo de responsabilidade alojamento em que seja aplicável o disposto no
n.º 1 do artigo 16.º;
1 - Para os efeitos previstos no artigo anterior, o nacional
c) Que beneficiem do regime da União Europeia ou
de Estado terceiro pode, em alternativa, apresentar
equiparado.
termo de responsabilidade subscrito por cidadão
nacional ou estrangeiro habilitado a permanecer
Artigo 15.º
regularmente em território português.
Boletim de alojamento
2 - A aceitação do termo de responsabilidade referido no
número anterior depende da prova da capacidade 1 - O boletim de alojamento destina-se a permitir o
financeira do respetivo subscritor e inclui controlo dos cidadãos estrangeiros em território
obrigatoriamente o compromisso de assegurar: nacional.
a) As condições de estada em território nacional; 2 - Por cada cidadão estrangeiro, incluindo os nacionais
b) A reposição dos custos de afastamento, em caso de dos outros Estados membros da União Europeia, é
permanência ilegal. preenchido e assinado pessoalmente um boletim de
3 - O previsto no número anterior não exclui a alojamento, cujo modelo é aprovado por portaria do
responsabilidade das entidades referidas nos artigos membro do Governo responsável pela área da
198.º e 198.º-A, desde que verificados os respetivos administração interna.
pressupostos. 3 - Não é obrigatório o preenchimento e a assinatura
4 - O termo de responsabilidade constitui título executivo pessoal dos boletins por ambos os cônjuges e
da obrigação prevista na alínea b) do n.º 2. menores que os acompanhem, bem como por todos
5 - O modelo do termo de responsabilidade é aprovado os membros de um grupo de viagem, podendo esta
por despacho do diretor nacional do SEF. obrigação ser cumprida por um dos cônjuges ou por
6 - O SEF assegura a implementação de um sistema de um membro do referido grupo.
registo e arquivo dos termos de responsabilidade 4 - Com vista a simplificar o envio dos boletins de
apresentados, sem prejuízo das normas aplicáveis em alojamento, os estabelecimentos hoteleiros e
matéria de proteção de dados pessoais. similares devem proceder ao seu registo junto do SEF
como utilizadores do Sistema de Informação de
Artigo 13.º Boletins de Alojamento, por forma a poderem
Finalidade e condições da estada proceder à respetiva comunicação eletrónica em
condições de segurança.
Sempre que tal for julgado necessário para comprovar o 5 - Os boletins e respetivos duplicados, bem como os
objetivo e as condições da estada a autoridade de suportes substitutos referidos no número anterior,
fronteira pode exigir ao cidadão estrangeiro a são conservados pelo prazo de um ano contado a
apresentação de prova adequada. partir do dia seguinte ao da comunicação da saída.
268
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
exista, à Guarda Nacional Republicana ou à Polícia de regresso do seu titular dentro do respetivo prazo de
Segurança Pública. validade.
2 - Após a saída do cidadão estrangeiro do referido 3 - O título de viagem para refugiados pode incluir uma
alojamento, o facto deve ser comunicado, no mesmo única pessoa ou titular e filhos ou adotados menores
prazo, às entidades mencionadas no número anterior. de 10 anos.
3 - Os boletins de alojamento produzidos nos termos do 4 - Não são permitidos averbamentos no título de viagem
n.º 4 do artigo anterior são transmitidos de forma após a emissão, com exceção dos averbamentos
segura, nos termos a definir por portaria do membro relativos às prorrogações de validade previstas no n.º
do Governo responsável pela área da administração 2.
interna.
Artigo 20.º
SECÇÃO IV Competência para a concessão do título de viagem para
Documentos de viagem refugiados
269
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
1 - Pode ser concedido salvo-conduto aos cidadãos 1 - Os estudantes nacionais de Estados terceiros
estrangeiros que, não residindo no País, demonstrem residentes no território dos outros Estados membros
impossibilidade ou dificuldade de sair do território da União Europeia podem entrar e permanecer
português. temporariamente em território nacional sem
2 - Em casos excecionais, decorrentes de razões de necessidade de visto quando se desloquem em
interesse nacional ou do cumprimento de obrigações viagem escolar organizada por um estabelecimento
internacionais, pode ser emitido salvo-conduto a de ensino oficialmente reconhecido.
cidadãos estrangeiros que, não residindo no País,
270
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
2 - Para efeitos do número anterior os estudantes têm munidos de autorização concedida pelo mesmo,
de: legalmente certificada.
a) Estar acompanhados por um professor do 5 - Aos menores desacompanhados que aguardem uma
estabelecimento de ensino; decisão sobre a sua admissão no território nacional
b) Estar incluídos na lista dos estudantes que ou sobre o seu repatriamento deve ser concedido
participam na viagem emitida pelo respetivo todo o apoio material e a assistência necessária à
estabelecimento, onde conste a sua identificação, satisfação das suas necessidades básicas de
bem como o objetivo e as circunstâncias da alimentação, de higiene, de alojamento e assistência
viagem; médica.
c) Possuir documento de viagem válido. 6 - Os menores desacompanhados só podem ser
repatriados para o seu país de origem ou para país
3 - O requisito previsto na alínea c) do número anterior é terceiro que esteja disposto a acolhê-los se existirem
dispensado quando os estudantes constem de uma garantias de que à chegada lhes sejam assegurados o
lista, devidamente autenticada pela entidade acolhimento e a assistência adequados.
competente do Estado membro de proveniência, que
contenha os seguintes elementos: SECÇÃO VII
a) Fotografias recentes dos estudantes; Recusa de entrada
b) Confirmação do seu estatuto de residente;
c) Autorização de reentrada. Artigo 32.º
Recusa de entrada
Artigo 30.º
Saída de estudantes residentes no País 1 - A entrada em território português é recusada aos
cidadãos estrangeiros que:
Os estudantes nacionais de Estados terceiros residentes a) Não reúnam cumulativamente os requisitos legais
em território nacional podem igualmente sair para os de entrada; ou
outros Estados membros da União Europeia, desde que b) Estejam indicados para efeitos de não admissão no
se verifiquem os requisitos do artigo anterior, Sistema de Informação Schengen; ou
competindo ao SEF a autenticação da lista a que alude a c) Estejam indicados para efeitos de não admissão no
mesma norma. Sistema Integrado de Informações do SEF; ou
d) Constituam perigo ou grave ameaça para a ordem
SECÇÃO VI pública, a segurança nacional, a saúde pública ou
Entrada e saída de menores para as relações internacionais de Estados
membros da União Europeia, bem como de
Artigo 31.º Estados onde vigore a Convenção de Aplicação.
Entrada e saída de menores
2 - A recusa de entrada com fundamento em razões de
1 - Sem prejuízo de formas de turismo ou intercâmbio saúde pública só pode basear-se nas doenças
juvenil, a autoridade competente deve recusar a definidas nos instrumentos aplicáveis da Organização
entrada no País aos cidadãos estrangeiros menores Mundial de Saúde ou em outras doenças infeciosas
de 18 anos quando desacompanhados de quem ou parasitárias contagiosas objeto de medidas de
exerce as responsabilidades parentais ou quando em proteção em território nacional.
território português não exista quem, devidamente 3 - Pode ser exigido ao nacional de Estado terceiro a
autorizado pelo representante legal, se responsabilize sujeição a exame médico, a fim de que seja atestado
pela sua estada. que não sofre de nenhuma das doenças mencionadas
2 - Salvo em casos excecionais, devidamente justificados, no número anterior, bem como às medidas médicas
não é autorizada a entrada em território português de adequadas.
menor estrangeiro quando o titular das
responsabilidades parentais ou a pessoa a quem Artigo 33.º
esteja confiado não seja admitido no País. Indicação para efeitos de não admissão
3 - Se o menor estrangeiro não for admitido em território
português, deve igualmente ser recusada a entrada à 1 - São indicados para efeitos de não admissão no
pessoa a quem tenha sido confiado. Sistema Integrado de Informações do SEF os cidadãos
4 - É recusada a saída do território português a menores estrangeiros:
estrangeiros residentes que viajem a) Que tenham sido objeto de uma decisão de
desacompanhados de quem exerça as afastamento coercivo ou de expulsão judicial do
responsabilidades parentais e não se encontrem país;
271
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
272
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
273
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
horas antes da saída da embarcação de um porto registados ou o mais tardar no momento da primeira
nacional. comunicação desses dados, as informações referidas
no número anterior.
Artigo 43.º
Tratamento de dados CAPÍTULO IV
Vistos
1 - Os dados a que se refere o artigo anterior são
recolhidos pelas transportadoras e transmitidos SECÇÃO I
eletronicamente ou, em caso de avaria, por qualquer Vistos concedidos no estrangeiro
outro meio apropriado, ao SEF, a fim de facilitar a
execução de controlos no posto autorizado de Artigo 45.º
passagem da fronteira de entrada do passageiro no Tipos de vistos concedidos no estrangeiro
território nacional.
2 - O SEF conserva os dados num ficheiro provisório. No estrangeiro podem ser concedidos os
3 - Após a entrada dos passageiros, a autoridade referida seguintes tipos de vistos:
no número anterior apaga os dados no prazo de vinte a) Visto de escala aeroportuária;
e quatro horas a contar da sua transmissão, salvo se b) (Revogada.)
forem necessários para o exercício das funções legais c) Visto de curta duração;
das autoridades responsáveis pelo controlo de d) Visto de estada temporária;
passageiros nas fronteiras externas, nos termos da lei e) Visto para obtenção de autorização de residência,
e em conformidade com a Lei n.º 67/98, de 26 de adiante designado visto de residência.
outubro, relativa à proteção de dados pessoais.
4 - No prazo de vinte e quatro horas a contar da chegada Artigo 46.º
do meio de transporte, as transportadoras eliminam Validade territorial dos vistos
os dados pessoais por elas recolhidos e transmitidos
ao SEF. 1 - Os vistos de escala aeroportuária e de curta duração
5 - Sem prejuízo do disposto na Lei n.º 67/98, de 26 de podem ser válidos para um ou mais Estados partes na
outubro, relativa à proteção de dados pessoais, os Convenção de Aplicação.
dados a que se refere o artigo anterior podem ser 2 - Os vistos de estada temporária e de residência são
utilizados para efeitos de aplicação de disposições válidos apenas para o território português.
legais em matéria de segurança e ordem públicas.
Artigo 47.º
Visto individual
Artigo 44.º
Informação dos passageiros 1 - O visto individual é aposto em passaporte individual
ou familiar.
1 - Para efeitos de aplicação do disposto no artigo 42.º, 2 - (Revogado.)
as transportadoras, no momento da recolha dos 3 - Os vistos concedidos no estrangeiro são concedidos
dados, prestam as seguintes informações aos sob a forma individual.
passageiros em causa: 4 - (Revogado.)
a) Identidade do responsável pelo tratamento; 5 - (Revogado.)
b) Finalidades do tratamento a que os dados se
destinam; Artigo 48.º
c) Outras informações, tendo em conta as Competência para a concessão de vistos
circunstâncias específicas da recolha dos dados,
necessárias para garantir à pessoa em causa um 1 - São competentes para conceder vistos:
tratamento leal dos mesmos, tais como os a) As embaixadas e os postos consulares de carreira
destinatários ou categorias de destinatários dos portugueses, quando se trate de vistos de escala
dados, o caráter obrigatório da resposta, bem aeroportuária ou de curta duração solicitados por
como as possíveis consequências da sua omissão, titulares de passaportes diplomáticos, de serviço,
e a existência do direito de acesso aos dados que oficiais e especiais ou de documentos de viagem
lhe digam respeito e do direito de os retificar. emitidos por organizações internacionais;
2 - Quando os dados não tenham sido recolhidos junto da b) Os postos consulares de carreira e as secções
pessoa a que dizem respeito, o responsável pelo seu consulares, nos restantes casos.
tratamento, ou o seu representante, fornece à pessoa
em causa, no momento em que os dados sejam
274
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
275
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
276
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
277
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
278
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
279
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
280
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
281
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
282
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
283
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
284
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
285
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
para exercício de atividade profissional subordinada a a) Tenham constituído sociedade nos termos da lei,
nacionais de Estados terceiros que tenham contrato declarado o início de atividade junto da
de trabalho celebrado nos termos da lei e estejam administração fiscal e da segurança social como
inscritos na segurança social. pessoa singular ou celebrado um contrato de
2 - Excecionalmente, mediante proposta do diretor prestação de serviços para o exercício de uma
nacional do SEF ou por iniciativa do membro do profissão liberal;
Governo responsável pela área da administração b) Estejam habilitados a exercer uma atividade
interna, pode ser dispensado o requisito previsto na profissional independente, quando aplicável;
alínea a) do n.º 1 do artigo 77.º, desde que o cidadão c) Disponham de meios de subsistência, tal como
estrangeiro, além das demais condições gerais definidos pela portaria a que se refere a alínea d)
previstas nessa disposição, preencha as seguintes do n.º 1 do artigo 52.º;
condições: d) Quando exigível, apresentem declaração da ordem
a) Possua um contrato de trabalho ou tenha uma profissional respetiva de que preenchem os
relação laboral comprovada por sindicato, por respetivos requisitos de inscrição.
associação com assento no Conselho Consultivo 2 - Excecionalmente, mediante proposta do diretor
ou pela Autoridade para as Condições de nacional do SEF ou por iniciativa do membro do
Trabalho; Governo responsável pela área da administração
b) Tenha entrado legalmente em território nacional e interna, pode ser dispensado o requisito previsto na
aqui permaneça legalmente; alínea a) do n.º 1 do artigo 77.º, desde que se
c) Esteja inscrito e tenha a sua situação regularizada verifique a entrada e a permanência legais em
perante a segurança social. território nacional.
3 - A concessão de autorização de residência nos termos 3 - O titular de uma autorização de residência para
dos números anteriores é comunicada pelo SEF, por exercício de uma atividade profissional independente
via eletrónica, ao Instituto do Emprego e da pode exercer uma atividade profissional subordinada,
Formação Profissional, I. P., e nas regiões autónomas sendo aplicável, com as necessárias adaptações, o
aos correspondentes serviços regionais, para efeitos disposto no artigo anterior, mediante substituição do
de execução do contingente definido nos termos do título de residência.
artigo 59.º
4 - A concessão de autorização de residência nos termos Artigo 90.º
dos números anteriores é comunicada pelo SEF, por Autorização de residência para atividade de
via eletrónica, à Autoridade para as Condições de investigação ou altamente qualificada
Trabalho ou, nas regiões autónomas, à respetiva
secretaria regional, de modo que estas entidades 1 - É concedida autorização de residência a nacionais de
possam fiscalizar o cumprimento de todas as Estados terceiros para efeitos de exercício de uma
obrigações legais da entidade patronal para com o atividade de investigação, uma atividade docente
titular da autorização de residência, bem como à num estabelecimento de ensino superior ou
administração fiscal e aos serviços competentes da altamente qualificada que, para além das condições
segurança social. estabelecidas no artigo 77.º, preencham um dos
5 - O titular de uma autorização de residência para seguintes requisitos:
exercício de uma atividade profissional subordinada a) Sejam admitidos a colaborar num centro de
pode exercer uma atividade profissional investigação oficialmente reconhecido,
independente, mediante substituição do título de nomeadamente através de um contrato de
residência, sendo aplicável, com as necessárias trabalho, de um contrato de prestação de serviços
adaptações, o disposto no artigo seguinte. ou de uma bolsa de investigação científica;
b) Disponham de contrato de trabalho ou de
Artigo 89.º prestação de serviços compatível com o exercício
Autorização de residência para exercício de atividade de uma atividade docente num estabelecimento
profissional independente de ensino superior, ou de contrato de prestação
de serviços compatível com uma atividade
1 - Para além dos requisitos gerais estabelecidos no altamente qualificada;
artigo 77.º, só é concedida autorização de residência c) Estejam inscritos na segurança social.
para exercício de atividade profissional independente 2 - O requerente pode ser dispensado do requisito a que
a nacionais de Estados terceiros que preencham os se refere a alínea a) do n.º 1 do artigo 77.º sempre
seguintes requisitos: que tenha entrado e permanecido legalmente em
território nacional.
286
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
3 - O titular de uma autorização de residência concedida sempre que o nacional de Estado terceiro tenha
ao abrigo da alínea a) do n.º 1 pode exercer uma entrado e permaneça legalmente em Portugal e
atividade docente, nos termos da lei. preencha as condições estabelecidas no n.º 1.
4 - Se a duração do programa de estudos for inferior a
SUBSECÇÃO II um ano, a autorização de residência tem a duração
Autorização de residência para atividade de necessária para cobrir o período de estudos.
investimento
Artigo 92.º
Artigo 90.º-A Autorização de residência emitida para estudantes do
Autorização de residência para atividade de ensino secundário
investimento
1 - É emitida autorização de residência ao titular de visto
1 - É concedida autorização de residência, para efeitos de de residência para frequência do ensino secundário,
exercício de uma atividade de investimento, aos desde que esteja matriculado em estabelecimento de
nacionais de Estados terceiros que, cumulativamente: ensino secundário e abrangido pelo Serviço Nacional
a) Preencham os requisitos gerais estabelecidos no de Saúde ou disponha de seguro de saúde.
artigo 77.º, com exceção da alínea a) do n.º 1; 2 - A validade da autorização de residência a que se
b) Sejam portadores de vistos Schengen válidos; refere o número anterior não pode exceder um ano,
c) Regularizem a estada em Portugal dentro do prazo sendo renovável por igual período, desde que se
de 90 dias a contar da data da primeira entrada mantenham as condições da sua concessão.
em território nacional;
d) Preencham os requisitos estabelecidos na alínea d) Artigo 93.º
do artigo 3.º Autorização de residência para estagiários não
remunerados
2 - É renovada a autorização de residência por dois anos
nos termos da presente lei, desde que se mantenham 1 - É concedida autorização de residência ao titular de
os requisitos previstos na alínea d) do artigo 3.º visto de residência para realização de estágio não
3 – (Revogado.) remunerado, desde que esteja abrangido pelo Serviço
Nacional de Saúde ou disponha de seguro de saúde.
SUBSECÇÃO III 2 - A concessão de autorização de residência nos termos
Autorização de residência para estudo, estágio do número anterior depende da apresentação pelo
profissional não remunerado ou voluntariado interessado de contrato de formação para realização
de estágio não remunerado celebrado com uma
Artigo 91.º empresa ou um organismo de formação profissional
Autorização de residência emitida a estudantes do oficialmente reconhecido, e certificado pelo Instituto
ensino superior do Emprego e da Formação Profissional, I. P.
287
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
3 - A validade da autorização de residência a que se atividade profissional subordinada, nos termos do n.º
refere o n.º 1 não pode ser superior a um ano. 1 do artigo 88.º, mediante autorização prévia
4 - Em casos excecionais, se a duração do programa em concedida pelo SEF.
causa for superior a um ano, a validade da 3 - O SEF está obrigado às comunicações previstas nos
autorização de residência pode corresponder ao n.ºs 3 e 4 do artigo 88.º
período em causa.
5 - A autorização de residência concedida ao abrigo do SUBSECÇÃO IV
presente artigo não é renovável. Autorização de residência para reagrupamento familiar
Sem prejuízo do disposto nos artigos 78.º e 85.º, a 1 - O cidadão com autorização de residência válida tem
autorização de residência emitida com base nas direito ao reagrupamento familiar com os membros
disposições da presente secção pode ser cancelada ou da família que se encontrem fora do território
não renovada se o seu titular: nacional, que com ele tenham vivido noutro país, que
a) Não preencher ou deixar de preencher os dele dependam ou que com ele coabitem,
requisitos estipulados no artigo 62.º, bem como, independentemente de os laços familiares serem
segundo a categoria por que seja abrangido, nos anteriores ou posteriores à entrada do residente.
artigos 91.º a 94.º; ou 2 - Nas circunstâncias referidas no número anterior é
b) Não respeitar o disposto no artigo 97.º; ou igualmente reconhecido o direito ao reagrupamento
c) Não progredir nos estudos com aproveitamento. familiar com os membros da família que tenham
entrado legalmente em território nacional e que
Artigo 96.º dependam ou coabitem com o titular de uma
Garantias processuais e transparência autorização de residência válida.
3 - O refugiado, reconhecido nos termos da lei que regula
1 - A decisão sobre um pedido de concessão ou o asilo, tem direito ao reagrupamento familiar com os
renovação de uma autorização de residência é membros da sua família que se encontrem no
adotada e comunicada ao requerente num prazo que território nacional ou fora dele, sem prejuízo das
não impeça o prosseguimento dos estudos em causa, disposições legais que reconheçam o estatuto de
sem prejuízo de um prazo suficiente para o refugiado aos familiares.
processamento do pedido.
2 - Se as informações fornecidas pelo requerente forem Artigo 99.º
insuficientes, a análise do pedido pode ser suspensa, Membros da família
sendo-lhe solicitadas as informações suplementares
necessárias. 1 - Para efeitos do disposto no artigo anterior,
3 - A decisão de indeferimento de autorização de consideram-se membros da família do residente:
residência é notificada ao requerente, com indicação a) O cônjuge;
dos seus fundamentos, dela devendo constar o b) Os filhos menores ou incapazes a cargo do casal ou
direito de impugnação judicial e o respetivo prazo. de um dos cônjuges;
4 - A decisão de indeferimento ou de cancelamento de c) Os menores adotados pelo requerente quando não
autorização de residência nos termos da presente seja casado, pelo requerente ou pelo cônjuge, por
secção é suscetível de impugnação judicial, com efeito de decisão da autoridade competente do
efeito devolutivo, perante os tribunais país de origem, desde que a lei desse país
administrativos. reconheça aos adotados direitos e deveres
idênticos aos da filiação natural e que a decisão
Artigo 97.º seja reconhecida por Portugal;
Exercício de atividade profissional subordinada d) Os filhos maiores, a cargo do casal ou de um dos
cônjuges, que sejam solteiros e se encontrem a
1 - É vedado ao titular de autorização de residência para estudar num estabelecimento de ensino em
participação num programa de voluntariado o Portugal;
exercício de uma atividade profissional remunerada. e) Os filhos maiores, a cargo do casal ou de um dos
2 - Fora do período consagrado ao programa de estudos cônjuges, que sejam solteiros e se encontrem a
ou findo o estágio profissional não remunerado, sob estudar, sempre que o titular do direito ao
reserva das regras e condições aplicáveis à atividade reagrupamento tenha autorização de residência
pertinente, os estudantes podem exercer uma concedida ao abrigo do artigo 90.º-A;
288
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
289
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
290
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
2 - Podem ser efetuados inquéritos e controlos 3 - A autorização de residência pode ser concedida antes
específicos quando existam indícios fundados de do termo do prazo de reflexão previsto no artigo
fraude ou de casamento, união de facto ou adoção de 111.º, se se entender que o interessado preenche de
conveniência, tal como definidos no número anterior. forma inequívoca o critério previsto na alínea b) do
3 - Antes de ser proferida decisão de cancelamento da número anterior.
autorização de residência ao abrigo do 4 - Pode igualmente ser concedida após o termo do
reagrupamento familiar, são tidos em consideração a prazo de reflexão previsto no artigo 111.º autorização
natureza e a solidez dos laços familiares da pessoa, o de residência ao cidadão estrangeiro identificado
seu tempo de residência em Portugal e a existência como vítima de tráfico de pessoas, nos termos de
de laços familiares, culturais e sociais com o país de legislação especial, com dispensa das condições
origem. estabelecidas nas alíneas a) e b) do n.º 2.
4 - A decisão de cancelamento é proferida após audição 5 - A autorização de residência concedida nos termos dos
do cidadão estrangeiro, que vale, para todos os números anteriores é válida por um período de um
efeitos, como audiência do interessado. ano e renovável por iguais períodos, se as condições
5 - A decisão de cancelamento é notificada ao enumeradas no n.º 2 continuarem a estar
interessado com indicação dos seus fundamentos, preenchidas ou se se mantiver a necessidade de
dela devendo constar o direito de impugnação proteção da pessoa identificada como vítima de
judicial e o respetivo prazo. tráfico de pessoas, nos termos de legislação especial.
6 - A decisão de cancelamento é comunicada por via
eletrónica ao ACIDI, I. P., e ao Conselho Consultivo, Artigo 110.º
sem prejuízo das normas aplicáveis em matéria de Informação às vítimas
proteção de dados pessoais.
7 - A decisão de cancelamento da autorização do Sempre que as autoridades públicas ou as associações
membro da família com fundamento no n.º 1 é que atuem no âmbito da proteção das vítimas de
suscetível de impugnação judicial, com efeito criminalidade considerarem que um cidadão estrangeiro
suspensivo, perante os tribunais administrativos. possa estar abrangido pelo disposto no artigo anterior,
informam a pessoa em causa da possibilidade de
SUBSECÇÃO V beneficiarem do disposto na presente secção.
Autorização de residência a vítimas de tráfico de
pessoas ou de ação de auxílio à imigração ilegal Artigo 111.º
Prazo de reflexão
Artigo 109.º
Autorização de residência 1 - Antes da emissão da autorização de residência
prevista no artigo 109.º, o SEF dá à pessoa
1 - É concedida autorização de residência ao cidadão interessada um prazo de reflexão que lhe permita
estrangeiro que seja ou tenha sido vítima de recuperar e escapar à influência dos autores das
infrações penais ligadas ao tráfico de pessoas ou ao infrações em causa.
auxílio à imigração ilegal, mesmo que tenha entrado 2 - O prazo de reflexão referido no número anterior tem
ilegalmente no País ou não preencha as condições de uma duração mínima de 30 dias e máxima de 60 dias,
concessão de autorização de residência. contados a partir do momento em que as autoridades
2 - A autorização de residência a que se refere o número competentes solicitam a colaboração, do momento
anterior é concedida após o termo do prazo de em que a pessoa interessada manifesta a sua vontade
reflexão previsto no artigo 111.º, desde que: de colaborar com as autoridades encarregadas da
a) Seja necessário prorrogar a permanência do investigação ou do momento em que a pessoa em
interessado em território nacional, tendo em causa é sinalizada como vítima de tráfico de pessoas
conta o interesse que a sua presença representa nos termos da legislação especial aplicável.
para as investigações e procedimentos judiciais; 3 - Durante o prazo de reflexão, o interessado tem
b) O interessado mostre vontade clara em colaborar direito ao tratamento previsto no artigo 112.º, não
com as autoridades na investigação e repressão podendo contra ele ser executada qualquer medida
do tráfico de pessoas ou do auxílio à imigração de afastamento.
ilegal; 4 - O prazo de reflexão não confere ao interessado
c) O interessado tenha rompido as relações que tinha direito de residência ao abrigo do disposto na
com os presumíveis autores das infrações presente secção.
referidas no número anterior.
291
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
292
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
a) Trabalhadores assalariados destacados por um 5 - Se o pedido não for acompanhado dos documentos
prestador de serviços no quadro de uma indicados nos n.ºs 2 e 3, ou em circunstâncias
prestação transfronteiriça de serviços; excecionais motivadas pela complexidade da análise
b) Prestadores de serviços transfronteiriços. do pedido, o prazo previsto no número anterior pode
3 - O disposto no presente artigo não prejudica a ser prorrogado por um período não superior a três
aplicação de legislação comunitária sobre segurança meses, devendo o requerente ser informado desta
social pertinente em relação aos nacionais de Estados prorrogação.
terceiros. 6 - É competente para a decisão sobre a concessão de
4 - Aos nacionais de Estados terceiros abrangidos pelo autorização de residência ao abrigo da presente
n.º 1 é concedida autorização de residência desde secção o diretor nacional do SEF, com faculdade de
que disponham de: delegação.
7 - A falta de decisão no prazo de seis meses equivale a
a) Meios de subsistência; deferimento do pedido de autorização de residência.
b) Alojamento. 8 - A concessão de autorização de residência ao
5 - Para efeitos de apreciação do cumprimento do residente de longa duração bem como aos membros
requisito previsto na alínea a) do número anterior da sua família é comunicada pelo SEF às autoridades
devem ser avaliados os recursos por referência à sua competentes do Estado membro que concedeu o
natureza e à sua regularidade, tendo em estatuto de residente de longa duração.
consideração o nível dos salários mínimos e das
pensões. Artigo 118.º
6 - À concessão de autorização de residência aos Reagrupamento familiar
nacionais de Estados terceiros abrangidos pela alínea
a) do n.º 1 é aplicável o disposto no n.º 1 do artigo 1 - É concedida autorização de residência em território
88.º nacional aos membros da família do titular de
7 - À concessão de autorização de residência aos autorização de residência concedida nos termos do
nacionais de Estados terceiros abrangidos pela alínea artigo 116.º que com ele residam no Estado membro
b) do n.º 1 é aplicável o disposto no n.º 1 do artigo que lhe concedeu pela primeira vez o estatuto de
89.º residente de longa duração.
8 - A concessão de autorização de residência aos 2 - Para efeitos do disposto no número anterior são
nacionais de Estados terceiros abrangidos pela alínea considerados membros da família os familiares
c) do n.º 1 depende da apresentação pela pessoa referidos no n.º 1 do artigo 99.º, bem como as
interessada de uma matrícula num estabelecimento pessoas referidas no n.º 1 do artigo 100.º
de ensino superior, oficialmente reconhecido, ou de 3 - A apresentação do pedido de autorização de
admissão em estabelecimento ou empresa que residência rege-se pelo disposto no artigo anterior.
ministre formação profissional, oficialmente 4 - O interessado deve juntar ao pedido de autorização
reconhecida. de residência:
a) O seu título UE de residência de longa duração ou a
Artigo 117.º sua autorização de residência e um documento de
Pedido de autorização de residência viagem válido, ou cópias autenticadas dos
mesmos;
1 - No prazo de três meses a contar da sua entrada no b) Prova de que residia no Estado membro que lhe
território nacional, o residente de longa duração concedeu pela primeira vez o estatuto de
referido no artigo anterior deve apresentar um residente de longa duração enquanto familiar ou
pedido de autorização de residência junto do SEF. parceiro de facto de um residente de longa
2 - O pedido referido no número anterior é duração;
acompanhado de documentos comprovativos de que c) Prova de que dispõe de meios de subsistência e
o requerente preenche as condições de exercício do está abrangido pelo Serviço Nacional de Saúde ou
seu direito de residência referidas no artigo anterior. dispõe de seguro de saúde.
3 - O pedido é ainda acompanhado do título de
residência de longa duração e de um documento de 5 - Para efeitos de avaliação dos meios de subsistência a
viagem válido, ou de cópias autenticadas dos que se refere a alínea c) do número anterior, devem
mesmos. ser tidas em consideração as suas natureza e
4 - A decisão sobre um pedido de autorização de regularidade, bem como o nível dos salários mínimos
residência apresentado ao abrigo do artigo anterior é e das pensões.
tomada no prazo de três meses. 6 - Caso a família não esteja já constituída no Estado
membro que lhe concedeu pela primeira vez o
293
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
estatuto de residente de longa duração, é aplicável o membro que concedeu o estatuto de residente de
disposto na secção iv do capítulo vi. longa duração.
7 - Aos membros da família abrangidos pelos números
anteriores é concedida uma autorização de residência Artigo 121.º
de validade idêntica à da concedida ao residente de Garantias processuais
longa duração, sendo aplicável o disposto no n.º 8 do
artigo anterior. 1 - A decisão de indeferimento de um pedido de
autorização de residência, de não renovação ou de
Artigo 119.º cancelamento de autorização de residência concedida
Ordem pública, segurança pública e saúde pública ao abrigo da presente secção é notificada ao
interessado com indicação dos seus fundamentos, do
1 - O pedido de autorização de residência apresentado direito de impugnação judicial e do respetivo prazo.
ao abrigo da presente secção pode ser indeferido 2 - As decisões referidas no número anterior são
quando a pessoa em causa represente uma ameaça comunicadas por via eletrónica ao ACIDI, I. P., e ao
para a ordem pública ou para a segurança pública. Conselho Consultivo.
2 - A decisão de indeferimento nos termos do número
anterior deve ter em consideração a gravidade ou o SUBSECÇÃO VII
tipo de ofensa à ordem pública ou à segurança Autorização de residência «cartão azul UE»
pública cometido pelo residente de longa duração ou
pelo seu familiar, ou os perigos que possam advir da Artigo 121.º-A
permanência dessa pessoa em território nacional. Beneficiários do «cartão azul UE»
3 - A decisão a que se refere o n.º 1 não deve basear-se
em razões económicas. 1 - O «cartão azul UE» é o título de residência que
4 - Pode igualmente ser indeferido o pedido de habilita o seu titular a residir e a exercer, em
autorização de residência dos residentes de longa território nacional, uma atividade altamente
duração ou do seu familiar quando a pessoa em causa qualificada, nos termos e de acordo com o disposto
representar uma ameaça para a saúde pública, nos na presente secção.
termos definidos no n.º 3 do artigo 77.º 2 - Os beneficiários do «cartão azul UE» têm direito ao
5 - Às situações do número anterior é aplicável o reagrupamento familiar nos termos da secção iv.
disposto nos n.ºs 4 e 5 do artigo 77.º 3 - Não podem beneficiar de «cartão azul UE» os
nacionais de Estados terceiros que:
Artigo 120.º a) Estejam autorizados a residir num Estado membro
Cancelamento e não renovação de autorização de ao abrigo da proteção temporária ou tenham
residência requerido autorização de residência por esse
motivo e aguardem uma decisão sobre o seu
1 - Sem prejuízo do disposto no artigo 85.º, enquanto o estatuto, bem como os beneficiários da proteção
titular de autorização de residência concedida ao concedida ao abrigo da Lei n.º 27/2008, de 30 de
abrigo da presente secção não tiver obtido o estatuto junho, ou que tenham requerido essa proteção e
de residente de longa duração em território nacional, aguardem uma decisão definitiva sobre o seu
pode ser objeto de uma decisão de cancelamento ou estatuto;
de não renovação de autorização de residência nos b) Sejam familiares de cidadãos da União Europeia,
seguintes casos: em conformidade com a Lei n.º 37/2006, de 9 de
a) Por razões de ordem pública ou de segurança agosto;
pública, devendo ser tomada em consideração a c) Tenham requerido ou sejam titulares de
gravidade ou o tipo de ofensa à ordem pública ou autorização de residência para atividade de
à segurança pública cometida, ou os perigos que investigação, nos termos do n.º 1 do artigo 90.º;
possam advir da permanência dessa pessoa em d) Beneficiem do estatuto de residente de longa
território nacional, bem como a duração da duração em outro Estado membro da UE, nos
residência e a existência de ligações ao País; termos das alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 116.º;
b) Quando deixarem de estar preenchidas as e) Permaneçam em Portugal por motivos de caráter
condições previstas nos artigos 116.º e 118.º temporário, para exercerem atividades de
2 - O cancelamento ou a não renovação de autorização comércio, relacionadas com investimento, como
de residência do residente de longa duração bem trabalhadores sazonais ou destacados no âmbito
como a dos membros da sua família é comunicação de uma prestação de serviço;
pelo SEF às autoridades competentes do Estado f) Por força de um acordo celebrado entre a União
Europeia e o Estado terceiro da nacionalidade,
294
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
295
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
296
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
é aplicável o disposto nos artigos 125.º a 133.º, com 2 - Os pedidos de «cartão azul UE» em território nacional
as adaptações constantes dos números seguintes. e, quando aplicável, de autorização de residência
2 - O estatuto de residente de longa duração pode ser para efeitos de reagrupamento familiar, devem ser
concedido ao titular de um «cartão azul UE» que o apresentados no prazo de 30 dias após a entrada em
tenha obtido em Portugal, nos termos do artigo território nacional do titular de «cartão azul UE» de
121.º-B, desde que estejam cumulativamente outro Estado membro.
preenchidas as seguintes condições: 3 - O pedido referido no número anterior é
a) Cinco anos de residência legal e ininterrupta no acompanhado dos documentos comprovativos da
território da União Europeia como titular de situação referida no n.º 1 e de que preenche as
«cartão azul UE»; condições do n.º 1 do artigo 121.º-B, seguindo-se os
b) Residência legal e ininterrupta em território demais trâmites previstos para a instrução e decisão
português como titular de «cartão azul UE», nos do pedido.
dois anos imediatamente anteriores à 4 - O pedido pode ser indeferido nos termos do n.º 4 do
apresentação em Portugal do respetivo pedido. artigo 121.º-B ou se o «cartão azul UE» emitido pelo
outro Estado membro tiver caducado ou sido
3 - Para efeitos do disposto no presente artigo em cancelado durante a análise do pedido.
matéria de cálculo do período de residência legal e 5 - No caso de indeferimento do pedido e sem prejuízo
ininterrupta na União Europeia, os períodos de do disposto no número seguinte, o cidadão nacional
ausência do território da União Europeia não de Estado terceiro e a sua entidade empregadora são
interrompem o período referido na alínea a) do solidariamente responsáveis pelas despesas
número anterior, desde que sejam inferiores a 12 associadas ao regresso e à readmissão do titular de
meses consecutivos e não excedam, na totalidade, 18 «cartão azul UE» e dos seus familiares.
meses. 6 - Quando o pedido seja indeferido com fundamento na
4 - O disposto no número anterior aplica-se igualmente alínea a) do n.º 4 do artigo 121.º-B, a
nos casos em que o cidadão nacional de Estado responsabilidade pelas despesas referidas no número
terceiro tenha residido apenas em território nacional anterior é exclusiva da entidade empregadora.
enquanto titular de «cartão azul UE». 7 - As decisões proferidas sobre os pedidos apresentados
5 - À perda do estatuto do residente de longa duração nos termos do presente artigo são comunicadas, por
para ex-titulares de «cartão azul UE» aplica-se o escrito, pelo SEF, às autoridades do Estado membro
previsto no artigo 131.º com as necessárias do qual provém o titular do «cartão azul UE»,
adaptações no que respeita ao prazo referido na preferencialmente por via eletrónica.
alínea c) do n.º 1 do mesmo artigo, o qual é alargado
para 24 meses consecutivos. SUBSECÇÃO VIII
Autorização de residência em situações especiais
Artigo 121.º-J
Autorização de residência de longa duração Artigo 122.º
Autorização de residência com dispensa de visto de
1 - Aos titulares de um «cartão azul UE» que preencham residência
as condições estabelecidas no artigo anterior para a
obtenção do estatuto de residente de longa duração 1 - Não carecem de visto para obtenção de autorização
é emitido um título UE de residência de longa de residência temporária os nacionais de Estados
duração. terceiros:
2 - Na rubrica «observações» do título de residência a
que se refere o número anterior, deve ser inscrito a) Menores, filhos de cidadãos estrangeiros titulares
«Ex-titular de um cartão azul UE». de autorização de residência, nascidos em
território português;
Artigo 121.º-K b) Menores, nascidos em território nacional, que aqui
Autorização de residência para titulares de «cartão azul tenham permanecido e se encontrem a
UE» noutro Estado membro frequentar a educação pré-escolar ou o ensino
básico, secundário ou profissional;
1 - O titular de «cartão azul UE» que tenha residido pelo c) Filhos de titulares de autorização de residência que
menos 18 meses como titular de «cartão azul UE» no tenham atingido a maioridade e tenham
Estado membro que lho concedeu pela primeira vez, permanecido habitualmente em território
pode deslocar-se para Portugal para efeitos de nacional desde os 10 anos de idade;
exercício de uma atividade altamente qualificada e d) Maiores, nascidos em território nacional, que
fazer-se acompanhar dos seus familiares. daqui não se tenham ausentado ou que aqui
297
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
tenham permanecido desde idade inferior a 10 usufruir do período máximo de um ano para
anos; procurar trabalho compatível com as suas
e) Menores, obrigatoriamente sujeitos a tutela nos qualificações, em Portugal;
termos do Código Civil; q) Que, tendo beneficiado de visto de estada
f) Que tenham deixado de beneficiar do direito de temporária para atividade de investigação ou
asilo em Portugal em virtude de terem cessado as altamente qualificada, pretendam exercer em
razões com base nas quais obtiveram a referida território nacional uma atividade de investigação,
proteção; uma atividade docente num estabelecimento de
g) Que sofram de uma doença que requeira ensino superior ou altamente qualificada,
assistência médica prolongada que obste ao subordinada ou independente:
retorno ao país, a fim de evitar risco para a saúde r) Que façam prova da atividade de investimento, nos
do próprio; termos a que se refere a alínea d) do artigo 3.º
h) Que tenham cumprido serviço militar efetivo nas 2 - Para efeitos do disposto na alínea m) do número
Forças Armadas Portuguesas; anterior, apenas são consideradas as infrações que se
i) Que, tendo perdido a nacionalidade portuguesa, traduzam em condições de desproteção social, de
hajam permanecido no território nacional nos exploração salarial ou de horário, em condições de
últimos 15 anos; trabalho particularmente abusivas ou no caso de
j) Que não se tenham ausentado do território utilização da atividade de menores em situação ilegal.
nacional e cujo direito de residência tenha 3 - Nas situações previstas nas alíneas n), o) e p) do n.º 1
caducado; é aplicável, com a devida adaptação, o disposto nos
k) Que tenham filhos menores residentes em Portugal artigos 88.º, 89.º ou 90.º, consoante os casos.
ou com nacionalidade portuguesa sobre os quais 4 - É igualmente concedida autorização de residência
exerçam efetivamente as responsabilidades com dispensa de visto aos ascendentes em 1.º grau
parentais e a quem assegurem o sustento e a dos cidadãos estrangeiros abrangidos pela alínea b)
educação; do n.º 1, que sobre eles exerçam efetivamente as
l) Que sejam agentes diplomáticos e consulares ou responsabilidades parentais, podendo os pedidos ser
respetivos cônjuges, ascendentes e descendentes efetuados em simultâneo.
a cargo e tenham estado acreditados em Portugal 5 - Sempre que o menor, sem razão atendível, deixe de
durante um período não inferior a três anos; frequentar a educação pré-escolar ou o ensino básico
m) Que sejam, ou tenham sido, vítimas de infração é cancelada ou não renovada a autorização de
penal ou contraordenacional grave ou muito residência temporária concedida ao abrigo da alínea
grave referente à relação de trabalho, nos termos b) do n.º 1 e do n.º 4.
do n.º 2 do presente artigo, de que existam 6 - Sempre que o menor, sem razão atendível, deixe de
indícios comprovados pelo serviço com frequentar o ensino secundário ou profissional pode
competência inspetiva do ministério responsável ser cancelada ou não renovada a autorização de
pela área do emprego, desde que tenham residência temporária concedida ao abrigo da alínea
denunciado a infração às entidades competentes b) do n.º 1 e do n.º 4.
e com elas colaborem; 7 - Os titulares de autorização de residência concedida
n) Que tenham beneficiado de autorização de com dispensa de visto ao abrigo dos números
residência concedida ao abrigo do artigo 109.º; anteriores gozam dos direitos previstos no artigo 83.º
o) Que, tendo beneficiado de autorização de
residência para estudantes do ensino secundário, Artigo 123.º
concedida ao abrigo do artigo 92.º, ou de Regime excecional
autorização de residência para estudantes do 1.º
ciclo do ensino superior, concedida ao abrigo do 1 - Quando se verificarem situações extraordinárias a que
artigo 91.º, e concluído os seus estudos não sejam aplicáveis as disposições previstas no
pretendam exercer em território nacional uma artigo 122.º, bem como nos casos de autorização de
atividade profissional, subordinada ou residência por razões humanitárias ao abrigo da lei
independente, salvo quando aquela autorização que regula o direito de asilo, mediante proposta do
tenha sido emitida no âmbito de acordos de diretor nacional do SEF ou por iniciativa do membro
cooperação e não existam motivos ponderosos de do Governo responsável pela área da administração
interesse nacional que o justifiquem; interna pode, a título excecional, ser concedida
p) Que, tendo beneficiado de autorização de autorização de residência temporária a cidadãos
residência para estudantes do 2.º ou 3.º ciclos do estrangeiros que não preencham os requisitos
ensino superior, concedida ao abrigo do artigo exigidos na presente lei:
91.º, e concluído os seus estudos pretendam
298
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
299
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
300
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
6 - Logo que possível, e em todo o caso no prazo máximo administração interna, com a faculdade de delegação
de três meses, deve ser alterado o título de residência no diretor nacional do SEF.
de longa duração com a observação em 9 - Se a perda do estatuto de residente de longa duração
conformidade. conduzir ao afastamento de território nacional de
cidadão de Estado terceiro que tenha sido titular do
Artigo 131.º título UE de longa duração previsto no n.º 4 do artigo
Perda do estatuto 130.º, esse afastamento só pode ser efetuado para o
país identificado nas observações.
1 - Os residentes de longa duração perdem o estatuto de 10 - Na situação referida no número anterior, se
residente de longa duração nos seguintes casos: relativamente ao cidadão de Estado terceiro
a) Aquisição fraudulenta do estatuto de residente de existirem razões sérias para crer que representa um
longa duração; perigo para a segurança nacional ou ordem pública,
b) Adoção de uma medida de expulsão nos termos do se tiver sido condenado por sentença transitada em
artigo 136.º; julgado por crime doloso a que corresponda pena
c) Ausência do território da União Europeia por um efetiva de mais de um ano de prisão, ainda que, no
período de 12 meses consecutivos; caso de condenação por crime doloso previsto na
d) Aquisição em outro Estado membro do estatuto de presente lei ou com ele conexo ou por crime de
residente de longa duração; terrorismo, por criminalidade violenta ou por
e) Ausência do território nacional por um período de criminalidade especialmente violenta ou altamente
seis anos consecutivos. organizada, a respetiva execução tenha sido
suspensa, ou se lhe tiver sido retirada a proteção
2 - As ausências do território da União Europeia por um internacional conferida por outro Estado membro, o
período superior a 12 meses consecutivos justificadas afastamento pode ser efetuado para país diferente,
por razões específicas ou excecionais não implicam a observado o princípio da não repulsão.
perda do estatuto, nomeadamente quando o 11 - Se a perda do estatuto de residente de longa
residente de longa duração permaneceu no país de duração não conduzir ao afastamento, é concedida à
origem, a fim de aí desenvolver uma atividade pessoa em causa uma autorização de residência com
profissional ou empresarial, ou de natureza cultural dispensa de visto.
ou social.
3 - As ausências do território nacional por um período Artigo 132.º
superior a seis anos consecutivos justificadas por Garantias processuais
razões específicas ou excecionais não implicam a
perda do estatuto, nomeadamente quando o 1 - As decisões de indeferimento do pedido de aquisição
residente de longa duração permaneceu no país de do estatuto de residente de longa duração ou de
origem, a fim de aí desenvolver uma atividade perda do referido estatuto são notificadas ao
profissional ou empresarial, ou de natureza cultural interessado com indicação dos seus fundamentos, do
ou social. direito de impugnação judicial e do respetivo prazo.
4 - Sempre que a perda do estatuto seja devida à 2 - As decisões de indeferimento do pedido de aquisição
verificação das situações previstas nas alíneas c) e e) do estatuto de residente de longa duração ou de
do n.º 1, o interessado pode readquirir o estatuto de perda do referido estatuto são comunicadas, por via
residente de longa duração mediante requerimento, eletrónica, ao ACIDI, I. P., com indicação dos seus
desde que preenchidas as condições previstas nas fundamentos.
alíneas b) a d) do n.º 1 do artigo 126.º 3 - A decisão de indeferimento do pedido de aquisição do
5 - A decisão sobre o requerimento a que se refere o estatuto de residente de longa duração ou a decisão
número anterior é proferida no prazo de três meses. de perda desse estatuto são suscetíveis de
6 - A caducidade do título UE de residência de longa impugnação judicial com efeito suspensivo, perante
duração não implica a perda do estatuto de residente os tribunais administrativos.
de longa duração.
7 - A perda do estatuto de residente de longa duração Artigo 133.º
implica o cancelamento da autorização de residência Igualdade de tratamento
e a apreensão do título de residência UE de longa
duração. Os beneficiários do estatuto de longa duração
8 - O cancelamento da autorização de residência do beneficiam de igualdade de tratamento perante os
residente de longa duração é da competência do nacionais nos termos da Constituição e da lei,
membro do Governo responsável pela área da designadamente em matéria de:
301
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
a) Acesso a uma atividade profissional independente c) Cuja presença ou atividades no País constituam
ou subordinada, desde que tal atividade não ameaça aos interesses ou à dignidade do Estado
implique, nem mesmo a título ocasional, Português ou dos seus nacionais;
envolvimento no exercício da autoridade pública, d) Que interfira de forma abusiva no exercício de
sem prejuízo da aplicação de regime especial aos direitos de participação política reservados aos
nacionais de países de língua oficial portuguesa; cidadãos nacionais;
b) Acesso às condições de emprego e de trabalho, e) Que tenha praticado atos que, se fossem
incluindo as condições de despedimento e de conhecidos pelas autoridades portuguesas, teriam
remuneração; obstado à sua entrada no País;
c) Ensino e formação profissional, incluindo subsídios f) Em relação ao qual existam sérias razões para crer
e bolsas de estudo em conformidade com a que cometeu atos criminosos graves ou que
legislação aplicável; tenciona cometer atos dessa natureza,
d) Reconhecimento de diplomas profissionais, designadamente no território da União Europeia;
certificados e outros títulos, em conformidade g) Que seja detentor de um título de residência
com a lei e os procedimentos nacionais válido, ou de outro título que lhe confira direito
pertinentes; de permanência em outro Estado membro e não
e) Segurança social, assistência social e proteção cumpra a obrigação de se dirigir, imediatamente,
social; para esse Estado membro;
f) Benefícios fiscais; h) O disposto no número anterior não prejudica a
g) Cuidados de saúde; responsabilidade criminal em que o estrangeiro
h) Acesso a bens e serviços e ao fornecimento de haja incorrido;
bens e serviços à disposição do público, bem i) Aos refugiados aplica-se o regime mais benéfico
como aos procedimentos de obtenção de resultante de lei ou convenção internacional a que
alojamento; o Estado Português esteja obrigado.
i) Liberdade de associação, filiação e adesão a uma 2 - O disposto no número anterior não prejudica a
organização representativa de trabalhadores ou responsabilidade criminal em que o estrangeiro haja
empregadores ou a qualquer organização cujos incorrido.
membros se dediquem a determinada ocupação, 3 - Aos refugiados aplica-se o regime mais benéfico
incluindo as vantagens proporcionadas por esse resultante de lei ou convenção internacional a que o
tipo de organizações, sem prejuízo das Estado Português esteja obrigado.
disposições nacionais em matéria de ordem
pública e segurança pública; Artigo 135.º
j) Livre acesso a todo o território nacional. Limites à decisão de afastamento coercivo ou de
expulsão
CAPÍTULO VIII
Afastamento do território nacional Com exceção dos casos de atentado à segurança nacional
ou à ordem pública e das situações previstas nas alíneas
SECÇÃO I c) e f) do n.º 1 do artigo 134.º, não podem ser afastados
Disposições gerais ou expulsos do território nacional os cidadãos
estrangeiros que:
Artigo 134.º
Fundamentos da decisão de afastamento coercivo ou de a) Tenham nascido em território português e aqui
expulsão residam habitualmente;
b) Tenham a seu cargo filhos menores de
1 - Sem prejuízo das disposições constantes de nacionalidade portuguesa ou estrangeira, a residir
convenções internacionais de que Portugal seja Parte em Portugal, sobre os quais exerçam
ou a que se vincule, é afastado coercivamente ou efetivamente as responsabilidades parentais e a
expulso judicialmente do território português, o quem assegurem o sustento e a educação;
cidadão estrangeiro: c) Se encontrem em Portugal desde idade inferior a
10 anos e aqui residam habitualmente.
a) Que entre ou permaneça ilegalmente no território Artigo 136.º
português; Proteção do residente de longa duração em Portugal
b) Que atente contra a segurança nacional ou a
ordem pública; 1 - A decisão de expulsão judicial de um residente de
longa duração só pode basear-se na circunstância de
302
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
este representar uma ameaça real e suficientemente nacional no prazo que lhe for fixado, entre 10 a 20
grave para a ordem pública ou a segurança pública, dias.
não devendo basear-se em razões económicas. 2 - O cidadão estrangeiro a quem tenha sido cancelada a
2 - Antes de ser tomada uma decisão de expulsão de um autorização de residência é notificado pelo SEF para
residente de longa duração, são tidos em abandonar voluntariamente o território nacional no
consideração os seguintes elementos: prazo que lhe for fixado, entre 10 e 20 dias.
a) A duração da residência no território; 3 - O prazo referido nos números anteriores pode ser
b) A idade da pessoa em questão; prorrogado pelo SEF tendo em conta,
c) As consequências para essa pessoa e para os seus designadamente, a duração da permanência, a
familiares; existência de filhos que frequentem a escola e a
d) Os laços com o país de residência ou a ausência de existência de outros membros da família e de laços
laços com o país de origem. sociais, disso sendo notificado o cidadão estrangeiro.
4 - Em caso de decisão de cancelamento de autorização
3 - A decisão de expulsão é suscetível de impugnação de residência nos termos do artigo 85.º, havendo
judicial, com efeito suspensivo. perigo de fuga, tiver sido indeferido pedido de
4 - Ao residente de longa duração que não disponha de prorrogação de permanência por manifestamente
recursos suficientes é concedido apoio judiciário, nos infundado ou fraudulento ou se a pessoa em causa
termos da lei. constituir uma ameaça para a ordem ou segurança
públicas ou para a segurança nacional, o cidadão
Artigo 137.º estrangeiro é notificado para abandonar
Afastamento coercivo de residentes de longa duração imediatamente o território nacional, sob pena de
num Estado membro da União Europeia incorrer no crime de desobediência qualificada.
5 - O cumprimento da ordem de abandono imediato do
1 - Pode ser aplicada uma decisão de afastamento território nacional pressupõe a utilização pelo
coercivo ao titular do estatuto de longa duração cidadão estrangeiro do primeiro meio de viagem
concedido por um Estado membro da União disponível e adequado à sua situação.
Europeia, se permanecer ilegalmente em território
nacional. Artigo 139.º
2 - Enquanto o nacional de um Estado terceiro, com Apoio ao regresso voluntário
autorização de residência concedida ao abrigo do
artigo 116.º, não tiver obtido o estatuto de residente 1 - O Estado pode apoiar o regresso voluntário de
de longa duração em território nacional, a decisão de cidadãos estrangeiros que preencham as condições
afastamento coercivo só pode ser tomada nos termos exigíveis aos países de origem, no âmbito de
dos n.ºs 1 e 2 do artigo 136.º, após consulta ao programas de cooperação estabelecidos com
Estado membro da União Europeia que lhe concedeu organizações internacionais, nomeadamente a
o estatuto. Organização Internacional para as Migrações, ou
3 - Em caso de afastamento coercivo para o território do organizações não governamentais.
Estado membro da União Europeia que lhe concedeu 2 - Os cidadãos estrangeiros que beneficiem do apoio
o estatuto de residente de longa duração, as concedido nos termos do número anterior, quando
competentes autoridades daquele Estado são titulares de autorização de residência, entregam-na
notificadas da decisão pelo SEF. no posto de fronteira no momento do embarque.
4 - O SEF toma todas as medidas para executar 3 - Durante um período de três anos após o abandono do
efetivamente tal decisão e informar as autoridades País, os beneficiários de apoio ao regresso voluntário
competentes do Estado membro da União Europeia, só podem ser admitidos em território nacional se
que concedeu o estatuto de residente de longa restituírem os montantes recebidos, acrescidos de
duração à pessoa em questão, das medidas adotadas juros à taxa legal.
relativamente à implementação da decisão de 4 - O disposto no número anterior não prejudica a
afastamento coercivo. possibilidade de emissão excecional de visto de curta
duração, por razões humanitárias, nos termos
Artigo 138.º definidos no artigo 68.º
Abandono voluntário do território nacional 5 - Não são sujeitos à exigência prevista no n.º 3 os
cidadãos que tenham beneficiado de um regime de
1 - O cidadão estrangeiro que entre ou permaneça proteção temporária.
ilegalmente em território nacional é notificado pelo
SEF para abandonar voluntariamente o território
303
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
304
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
notificando-se o cidadão estrangeiro de que deve vítimas de tortura, violação ou outras formas graves
comparecer no respetivo serviço. de violência psicológica, física ou sexual.
5 - Não é organizado processo de afastamento coercivo 4 - No âmbito dos poderes de gestão dos centros de
contra o cidadão estrangeiro que: acolhimento temporário conferidos ao SEF, podem
a) Tendo entrado irregularmente no território ser celebrados protocolos com organizações
nacional, apresente pedido de asilo a qualquer nacionais ou internacionais com trabalho
autoridade policial dentro das 48 horas após a sua reconhecido na área da imigração, visando definir a
entrada; forma de autorização e condições de visita àqueles.
b) Seja detentor de um título de residência válido ou 5 - Ao estrangeiro detido é fornecido documento de que
de outro título, que lhe confira direito de constem as regras aplicadas no centro de instalação
permanência em outro Estado membro e cumpra temporária ou espaço equiparado, bem como os seus
a sua obrigação de se dirigir imediatamente para direitos e deveres, nomeadamente o direito de
esse Estado membro; contactar as entidades a que se refere o n.º 1.
c) Seja readmitido ou aceite a pedido de outro Estado 6 - As famílias detidas devem ficar alojadas em locais
membro, em conformidade com acordos ou separados que garantam a devida privacidade.
convenções internacionais celebrados nesse 7 - Os menores acompanhados detidos devem ter a
sentido, desde que seja portador de título que o possibilidade de participar em atividades de lazer,
habilite a permanecer ou residir legalmente em nomeadamente em jogos e atividades recreativas
território nacional; próprias da sua idade, e, em função da duração da
d) Seja titular de uma autorização de residência ou permanência, devem ter acesso ao ensino.
outro título habilitante da sua permanência legal
em território nacional, em conformidade com as Artigo 147.º
disposições legais em vigor. Condução à fronteira
6 - O cidadão estrangeiro nas condições referidas na 1 - O cidadão estrangeiro detido nos termos do n.º 1 do
alínea a) do número anterior aguarda em liberdade a artigo 146.º que, durante o interrogatório judicial e
decisão do seu pedido e deve ser informado pelo SEF depois de informado sobre o disposto nos n.ºs 2 e 3,
dos seus direitos e obrigações, em harmonia com o declare pretender abandonar o território nacional
disposto na lei reguladora do direito de asilo. pode, por determinação do juiz competente e desde
7 - São competentes para efetuar detenções, nos termos que devidamente documentado, ser entregue à
do n.º 1, as autoridades e os agentes de autoridade custódia do SEF para efeitos de condução ao posto de
do SEF, da Guarda Nacional Republicana, da Polícia de fronteira e afastamento no mais curto espaço de
Segurança Pública, da Polícia Judiciária e da Polícia tempo possível.
Marítima. 2 - O cidadão que declare pretender ser conduzido ao
posto de fronteira fica interdito de entrar em
Artigo 146.º-A território nacional pelo prazo de um ano.
Condições de detenção 3 - A condução à fronteira implica a inscrição do cidadão
no Sistema de Informação Schengen e na lista
1 - O estrangeiro detido em centro de instalação nacional de pessoas não admissíveis pelo período da
temporária ou espaço equiparado é autorizado, a interdição de entrada.
pedido, a contactar os seus representantes legais, os
seus familiares e as autoridades consulares Artigo 148.º
competentes. Processo
2 - O estrangeiro detido em centro de instalação
temporária ou espaço equiparado tem direito a 1 - Durante a instrução do processo é assegurada a
comunicar com o seu advogado ou defensor em audição da pessoa contra a qual o mesmo foi
privado. instaurado, que goza de todas as garantias de defesa.
3 - O estrangeiro detido em centro de instalação 2 - A audição referida no número anterior vale, para
temporária ou espaço equiparado tem direito à todos os efeitos, como audiência do interessado.
prestação de cuidados de saúde urgentes e ao 3 - O instrutor deve promover as diligências consideradas
tratamento básico de doenças, devendo atribuir-se essenciais para o apuramento da verdade, podendo
especial atenção à situação das pessoas vulneráveis, recusar, em despacho fundamentado, as requeridas
em especial menores, menores não acompanhados, pela pessoa contra a qual foi instaurado o processo,
pessoas com deficiência, idosos, grávidas, famílias quando julgue suficientemente provados os factos
com filhos menores e pessoas que tenham sido alegados por esta.
305
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
306
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
2 - A competência territorial determina-se em função da a) Se a pessoa contra a qual foi instaurado o processo
residência em Portugal do cidadão estrangeiro ou, na solicitar esse prazo para a preparação da sua
falta desta, do lugar em que for encontrado. defesa;
b) Se a pessoa contra a qual foi instaurado o processo
Artigo 153.º faltar ao julgamento;
Processo de expulsão c) Se ao julgamento faltarem testemunhas de que à
descoberta da verdade dos factos e que possam
1 - Sempre que tenha conhecimento de qualquer facto previsivelmente realizar-se dentro daquele prazo.
que possa constituir fundamento de expulsão, o SEF 2 - O disposto nas alíneas a) a c) do número anterior não
organiza um processo onde sejam recolhidas as é aplicável aos casos previstos na alínea f) do n.º 1 do
provas que habilitem à decisão. artigo 134.º
2 - O processo de expulsão inicia-se com o despacho que
o mandou instaurar e deve conter, além da Artigo 156.º
identificação do cidadão estrangeiro contra o qual foi Aplicação subsidiária do processo sumário
mandado instaurar, todos os demais elementos de
prova relevantes que lhe respeitem, designadamente Com exceção dos casos previstos na alínea f) do n.º 1 do
a circunstância de ser ou não residente no País e, artigo 134.º, são aplicáveis, com as necessárias
sendo-o, o período de residência. adaptações, as disposições do Código de Processo Penal
3 - Em caso de acusação também pelo crime de relativas ao julgamento em processo sumário.
desobediência por não abandono imediato do
território nacional nos termos do n.º 4 do artigo Artigo 157.º
138.º, este é julgado por apenso. Conteúdo da decisão
307
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Compete ao SEF dar execução às decisões de Estado membro da União Europeia ou de Estados
afastamento coercivo e de expulsão. onde vigore a Convenção de Aplicação.
308
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
por outro Estado, o SEF formula o respetivo pedido, 121.º-A e seguintes, bem como os seus familiares,
observando-se, com as necessárias adaptações, o ainda que aquele esteja caducado ou tenha sido
disposto no artigo 153.º retirado durante a análise do pedido, sempre que
2 - Durante a instrução do processo de readmissão é tenham sido sujeitos a uma decisão de
assegurada a audição do cidadão estrangeiro a afastamento coercivo do Estado membro para
reenviar para o Estado requerido, valendo a mesma, onde se deslocaram para efeitos de trabalho
para todos os efeitos, como audiência do interessado. altamente qualificado;
3 - Se o pedido apresentado por Portugal for aceite, a c) Sejam objeto de pedido de aceitação formulado
entidade competente determina o reenvio do por outro Estado membro, ao abrigo de acordos
cidadão estrangeiro para o Estado requerido. ou convenções nesse sentido, na condição de
4 - Caso o pedido seja recusado, é instaurado processo serem portadores de títulos que os habilitem a
de expulsão. permanecer ou residir legalmente em território
5 - É competente para determinar o reenvio do cidadão nacional.
estrangeiro para o Estado requerido o autor do 3 - A obrigação de readmissão referida no número
pedido de readmissão. anterior não prejudica a possibilidade de o residente
6 - O reenvio do cidadão estrangeiro para o Estado de longa duração e os seus familiares se mudarem
requerido implica a inscrição na lista nacional de para um terceiro Estado membro.
pessoas não admissíveis e no Sistema de Informação
Schengen, caso o Estado requerido seja um Estado SECÇÃO VI
terceiro. Reconhecimento mútuo de decisões de expulsão
Artigo 166.º Artigo 169.º
Recurso Reconhecimento de uma decisão de afastamento
tomada contra um nacional de Estado terceiro
Da decisão que determine o reenvio do cidadão
estrangeiro para o Estado requerido cabe recurso para o 1 - São reconhecidas e executadas nos termos das
membro do Governo responsável pela área da disposições da presente secção as decisões de
administração interna, a interpor no prazo de 30 dias, afastamento tomadas por autoridade administrativa
com efeito devolutivo. competente de Estado membro da União Europeia ou
de Estado parte na Convenção de Aplicação contra
Artigo 167.º um nacional de Estado terceiro que se encontre em
Interdição de entrada território nacional, desde que a decisão de
afastamento seja baseada:
Ao cidadão estrangeiro reenviado para outro Estado ao
abrigo de convenção internacional é vedada a entrada no a) Numa ameaça grave e atual para a ordem pública
País pelo período de três anos. ou para a segurança nacional do Estado autor da
decisão;
Artigo 168.º b) No incumprimento por parte do nacional de Estado
Readmissão passiva terceiro em questão da regulamentação relativa à
entrada e permanência de cidadãos estrangeiros
1 - O cidadão estrangeiro readmitido em território do Estado autor da decisão de afastamento.
português, que não reúna as condições legalmente 2 - Só é reconhecida uma decisão de afastamento
exigidas para permanecer no País, é objeto de baseada no disposto na alínea a) do número anterior,
medida de afastamento do território nacional se esta tiver sido tomada em caso de:
prevista no presente capítulo.
2 - São readmitidos, imediatamente e sem formalidades, a) Condenação do nacional do Estado terceiro pelo
em território nacional, os nacionais de Estados Estado autor da decisão de afastamento por uma
terceiros que: infração passível de pena de prisão não inferior a
um ano;
a) Tenham adquirido o estatuto de residente de longa b) Existência de razões sérias para crer que o nacional
duração em Portugal, bem como os seus de Estado terceiro cometeu atos puníveis graves
familiares, sempre que tenham sido sujeitos a ou existência de indícios reais de que tenciona
uma decisão de afastamento coercivo do Estado cometer atos dessa natureza no território de um
membro onde exerceram o seu direito de Estado membro da União Europeia ou de um
residência; Estado parte na Convenção de Aplicação.
b) Sejam titulares de autorização de residência
(«cartão azul UE»), emitido nos termos dos artigos
309
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
310
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
possibilidades de se utilizar um voo direto para o país de tomadas pelo Estado membro requerido, são
destino. suportados pelo SEF.
311
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
312
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
313
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
5 - As penas aplicáveis às entidades referidas no n.º 1 do 3 - Quem utilizar o trabalho de cidadão estrangeiro,
artigo 182.º são as de multa, cujos limites mínimo e menor de idade, em situação ilegal, ainda que
máximo são elevados ao dobro, ou de interdição do admitido a prestar trabalho nos termos do Código do
exercício da atividade de um a cinco anos. Trabalho, é punido com pena de prisão até dois anos
ou com pena de multa até 480 dias.
Artigo 184.º 4 - Se as condutas referidas nos números anteriores
Associação de auxílio à imigração ilegal forem acompanhadas de condições de trabalho
particularmente abusivas ou degradantes, o agente é
1 - Quem promover ou fundar grupo, organização ou punido com pena de prisão de um a cinco anos, se
associação cuja finalidade ou atividade seja dirigida à pena mais grave não couber por força de outra
prática dos crimes previstos no artigo anterior é disposição legal.
punido com pena de prisão de um a seis anos. 5 - O empregador ou utilizador do trabalho ou serviços
2 - Incorre na mesma pena quem fizer parte de tais de cidadão estrangeiro em situação ilegal, com o
grupos, organizações ou associações, bem como conhecimento de ser este vítima de infrações penais
quem os apoiar ou prestar auxílio para que se ligadas ao tráfico de pessoas, é punido com pena de
recrutem novos elementos. prisão de dois a seis anos, se pena mais grave não
3 - Quem chefiar ou dirigir os grupos, organizações ou couber por força de outra disposição legal.
associações mencionados nos números anteriores é 6 - Em caso de reincidência, os limites das penas são
punido com pena de prisão de dois a oito anos. elevados nos termos gerais.
4 - A tentativa é punível. 7 - As penas aplicáveis às entidades referidas no n.º 1 do
5 - As penas aplicáveis às entidades referidas no n.º 1 do artigo 182.º são as de multa, cujos limites mínimo e
artigo 182.º são as de multa, cujos limites mínimo e máximo são elevados ao dobro, podendo ainda ser
máximo são elevados ao dobro, ou de interdição do declarada a interdição do exercício da atividade pelo
exercício da atividade de um a cinco anos. período de três meses a cinco anos.
1 - Quem, com intenção lucrativa, para si ou para 1 - Quem contrair casamento ou viver em união de facto
terceiro, aliciar ou angariar com o objetivo de com o único objetivo de proporcionar a obtenção ou
introduzir no mercado de trabalho cidadãos de obter um visto, uma autorização de residência ou
estrangeiros que não sejam titulares de autorização um «cartão azul UE» ou defraudar a legislação
de residência ou visto que habilite ao exercício de vigente em matéria de aquisição da nacionalidade é
uma atividade profissional é punido com pena de punido com pena de prisão de um a cinco anos.
prisão de um a cinco anos. 2 - Quem, de forma reiterada ou organizada, fomentar
2 - Quem, de forma reiterada, praticar os atos previstos ou criar condições para a prática dos atos previstos
no número anterior, é punido com pena de prisão de no número anterior, é punido com pena de prisão de
dois a seis anos. dois a seis anos.
3 - A tentativa é punível. 3 - A tentativa é punível.
314
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
315
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
316
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
317
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
A infração ao disposto no n.º 2 do artigo 124.º constitui 1 - Nas contraordenações previstas nos artigos anteriores
contraordenação punível com uma coima de (euro) 60 a a negligência é sempre punível.
(euro) 120. 2 - Em caso de negligência, os montantes mínimos e
máximos da coima são reduzidos para metade dos
Artigo 201.º quantitativos fixados para cada coima.
Não renovação atempada de autorização de residência 3 - Em caso de pagamento voluntário, os montantes
mínimos e máximos da coima são reduzidos para
O pedido de renovação de autorização de residência metade dos quantitativos fixados para cada coima.
temporária apresentado após o prazo previsto no n.º 1
do artigo 78.º constitui contraordenação punível com Artigo 205.º
uma coima de (euro) 75 a (euro) 300. Falta de pagamento de coima
318
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
319
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
factuais dos dados que comportem uma consentida pela presente lei e de acordo com o artigo
apreciação sobre os factos; 15.º da Lei n.º 67/98, de 26 de outubro, relativa à
c) O SII/SEF é constituído por dados pessoais e dados proteção de dados pessoais, são adotadas e
relativos a bens jurídicos, integrando informação periodicamente atualizadas as medidas técnicas
no âmbito das atribuições que a lei lhe comete necessárias para garantir a segurança:
sobre: a) Dos suportes de dados e respetivo transporte, a
i) Estrangeiros, nacionais de países membros da fim de impedir que possam ser lidos, copiados,
União Europeia, apátridas e cidadãos alterados ou eliminados por qualquer pessoa ou
nacionais, relacionada com o controlo do por forma não autorizada;
respetivo trânsito nas fronteiras terrestres, b) Da inserção de dados, a fim de impedir a
marítimas e aéreas, bem como da sua introdução, bem como qualquer tomada de
permanência e atividades em território conhecimento, alteração ou eliminação não
nacional; autorizada de dados pessoais;
ii) Identificação e paradeiro de cidadãos c) Dos sistemas de tratamento automatizado de
estrangeiros ou nacionais de Estados membros dados, para impedir que possam ser utilizados por
da União Europeia no que concerne a suspeita pessoas não autorizadas, através de instalações
da prática ou a prática de auxílio à imigração de transmissão de dados;
ilegal ou de associação criminosa para esse d) Do acesso aos dados, para que as pessoas
fim; autorizadas só possam ter acesso aos dados que
d) Os dados pessoais recolhidos para tratamento, interessam ao exercício das suas atribuições
além dos referidos no número anterior, no âmbito legais;
do SII/SEF são: e) Da transmissão dos dados, para garantir que a sua
utilização seja limitada às entidades autorizadas;
i) O nome, a filiação, a nacionalidade, o país de f) Da introdução de dados pessoais nos sistemas de
naturalidade, o local de nascimento, o estado tratamento automatizado, de forma a verificar-se
civil, o sexo, a data de nascimento, a data de que dados foram introduzidos, quando e por
falecimento, a situação profissional, doenças quem.
que constituam perigo ou grave ameaça para a
saúde pública nos termos desta lei, o nome 4 - Os dados podem ser comunicados no âmbito das
das pessoas que constituem o agregado convenções internacionais e comunitárias a que
familiar, as moradas, a assinatura, as Portugal se encontra vinculado, bem como no âmbito
referências de pessoas individuais e coletivas da cooperação internacional ou nacional, às forças e
em território nacional, bem como o número, serviços de segurança e a serviços públicos, no
local e data de emissão e validade dos quadro das atribuições legais da entidade que os
documentos de identificação e de viagem; requer e apenas quanto aos dados pertinentes à
ii) As decisões judiciais que, por força da lei, sejam finalidade para que são comunicados.
comunicadas ao SEF; 5 - Os dados pessoais são conservados pelo período
iii) A participação ou os indícios de participação estritamente necessário à finalidade que
em atividades ilícitas, bem como dados fundamentou o registo no SII/SEF, e de acordo com
relativos a sinais físicos particulares, objetivos tal finalidade, sendo o registo objeto de verificação
e inalteráveis, as alcunhas, a indicação de que da necessidade de conservação, 10 anos após a
a pessoa em causa está armada, é violenta, o última emissão dos documentos respeitantes ao seu
motivo pelo qual a pessoa em causa se titular, após o que podem ser guardados em ficheiro
encontra assinalada e a conduta a adotar; histórico durante 20 anos após a data daquele
iv) Relativamente a pessoas coletivas ou entidades documento.
equiparadas, para além dos dados 6 - O disposto nos números anteriores não impede o
anteriormente mencionados, relativamente a tratamento automatizado da informação para fins de
pessoas coletivas ou entidades equiparadas, estatística ou estudo, desde que não possam ser
são ainda recolhidos: o nome, a firma ou identificáveis as pessoas a quem a informação
denominação, o domicílio, o endereço, o respeita.
número de identificação de pessoa coletiva ou 7 - O número que venha a constar do cartão de
número de contribuinte, a natureza, o início e identificação referido no n.º 1 é igualmente utilizado
o termo da atividade. para efeitos de identificação perante a Administração
Pública, designadamente nos domínios fiscal, da
3 - Com vista a impedir a consulta, a modificação, a segurança social e da saúde.
supressão, o adicionamento, a destruição ou a
comunicação de dados do SII/SEF por forma não
320
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
321
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
322
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Decreto Regulamentar n.º 84/2007, de 5 de No estrito cumprimento das novas condições que
novembro16 permitirão uma melhor regulação dos fluxos migratórios,
Regulamenta a Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, que optou-se por um modelo de organização e de
aprova o regime jurídico de entrada, permanência, procedimentos que sirva os imigrantes, as empresas, a
economia e o desenvolvimento social e que corresponda
saída e afastamento de cidadãos estrangeiros de
plenamente a uma administração moderna e eficiente.
território nacional
Por isso, reduziram-se ao mínimo indispensável os
(com as alterações introduzidas pelo requisitos de prova documental e outros que devem ser
Decreto Regulamentar n.º 2/2013, de 18 de março, apresentados e criaram-se canais céleres que facilitam os
Decreto-Lei n.º 31/2014, de 27 de fevereiro, e fluxos de informação interserviços. Deixam assim de ser
Decreto Regulamentar n.º 15-A/2015, de 2 de setembro) necessárias inúmeras deslocações a diferentes serviços
dependentes de outros tantos ministérios, circulando a
A Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, veio definir o novo informação entre estes, sem mais encargos e transtornos
regime jurídico de entrada, permanência, saída e para os interessados.
afastamento de estrangeiros do território nacional. A lei
assenta numa opção realista e equilibrada: favorecer a Particularmente relevantes são as alterações relativas ao
imigração legal, desincentivar e contrariar a imigração mercado de oportunidades de emprego e os mecanismos
ilegal, combater a burocracia, tirar partido das novas eficientes que o mesmo comporta, os procedimentos
tecnologias para simplificar e acelerar procedimentos, que facilitam o acesso e a circulação de pessoal técnico,
inovar nas soluções. investigadores, professores, cientistas e estudantes, bem
como aqueles que respeitam ao reagrupamento familiar,
Cuidadosamente debatidas ao longo de muitos meses à proteção das vítimas de tráfico e às garantias de
com as organizações sociais e demais cidadãos audição e defesa dos imigrantes.
interessados antes da sua submissão ao Parlamento, as
opções constantes da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, Assim:
resultaram de meticulosa preparação no interior do
Governo (com articulação devida de um vasto conjunto No domínio da admissão e residência de estrangeiros em
de ministérios), a que se seguiu um extenso processo de território nacional são adotadas as soluções
discussão parlamentar, aberto a contribuições de regulamentares necessárias a fazer cessar a desigualdade
múltiplos quadrantes, o que ampliou a base de apoio de estatutos jurídicos inerente à anterior existência de
política à reforma aprovada e permitiu diversos nove títulos diversos consagrados no Decreto-Lei n.º
aperfeiçoamentos. 244/98, de 8 de agosto, que enquadrou a permanência
legal de imigrantes em Portugal e foi revogado pela Lei
Empenhou-se o Governo em regulamentar com n.º 23/2007, de 4 de julho. São delineadas
celeridade o novo regime legal, para o que foram pormenorizadamente as condições de emissão de um
adotadas as medidas de coordenação apropriadas. único tipo de visto, que permite ao seu titular entrar em
Portugal para fixação de residência, concedido de acordo
Tratando-se de uma lei com elevada densidade com objetivos específicos previstos na lei para este tipo
normativa, com múltiplas disposições direta e de vistos.
imediatamente aplicáveis, o presente decreto
regulamentar circunscreve-se ao necessário à boa Regulamenta-se o regime jurídico para a imigração
execução dos preceitos que carecem de normas meramente temporária, através do visto de estada
complementares, designadamente em matéria de temporária para o exercício de atividade sazonal e um
concessão de vistos no estrangeiro e nos postos de regime de concessão de vistos para imigrantes
fronteira para entrada de cidadãos estrangeiros no empreendedores.
território nacional, prorrogação da permanência,
concessão e renovação de autorizações de residência, Como forma de tornar Portugal mais atrativo para mão-
direito ao reagrupamento familiar, regime do título de de-obra altamente qualificada, é, designadamente,
residência, estatuto do residente de longa duração, simplificado o regime de concessão de autorização de
saída, afastamento e expulsão ou luta contra a imigração residência a investigadores, docentes do ensino superior
ilegal. e outros cidadãos estrangeiros altamente qualificados
que pretendam desenvolver a sua atividade em centros
de investigação, estabelecimentos de ensino superior ou
16 Republicação d Decreto Regulamentar n.º 84/2007, de 5 de outras entidades que acolham atividades altamente
novembro, efetuada pelo Decreto Regulamentar n.º 15-A/2015, de 2 de
setembro.
323
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
324
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
325
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
3 - O SEF pode fazer depender a aceitação dos termos de 4 - No caso de transporte por via marítima, respondem
responsabilidade de prova da capacidade financeira solidariamente pelos encargos os armadores e os
do seu subscritor, atestada, designadamente, através agentes de navegação que os representam.
de um dos seguintes documentos:
a) Declaração de liquidação do Imposto sobre o Artigo 8.º
Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) do ano Entrada e saída de menores
anterior;
b) Extrato de remunerações emitido pelos serviços da 1 - A entrada no País de menores estrangeiros
segurança social; desacompanhados de quem exerce o poder paternal
c) Declaração com o saldo médio bancário; apenas deve ser autorizada quando exista cidadão
d) Os três últimos recibos de quitação dos valores português ou cidadão estrangeiro que permaneça
auferidos pela prestação de atividade subordinada regularmente em Portugal que se responsabilize pela
ou independente. sua estada, após confirmação de existência de
autorização válida adequada emitida pelo respetivo
4 - O termo de responsabilidade a apresentar pelos representante legal e avaliação de todos os demais
agentes de navegação, nos termos do n.º 6 do artigo elementos pertinentes.
8.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em 2 - No caso de recusa de entrada e de regresso do menor
anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, está sujeito desacompanhado, a companhia transportadora deve
às condições previstas nos n.ºs 2 a 4 do artigo 12.º do assegurar que o menor é entregue no país de origem
mesmo diploma legal. ou ponto onde iniciou a sua viagem a quem exerce o
5 - [Revogado]. poder paternal ou a pessoa ou organização a quem o
6 - [Revogado]. mesmo possa ser confiado.
3 - Os menores estrangeiros residentes no País que
Artigo 6.º desejem sair por uma fronteira externa
Verificação da autenticidade dos documentos desacompanhados de quem exerce o poder paternal
devem apresentar autorização subscrita por um dos
As autoridades competentes para a emissão de progenitores ou por quem, no caso, seja responsável
documentos devem disponibilizar ao SEF, por via pelo mesmo, certificada por qualquer das formas
adequada, incluindo a eletrónica, o acesso aos pedidos legalmente previstas.
respeitantes à sua concessão ou emissão, facultando a 4 - Sempre que existam dúvidas relativamente à situação
consulta do respetivo processo e duplicados sempre que do menor, o SEF realiza todas as diligências
tal seja requerido ou se justifique. necessárias à sua identificação, com vista a garantir a
sua proteção e adequado encaminhamento.
Artigo 7.º
Responsabilidade dos transportadores Artigo 9.º
Transmissão de dados
1 - Compete ao transportador, logo que notificado nos
termos do n.º 3 do artigo 38.º da Lei n.º 23/2007, de O SEF estabelece os procedimentos e as soluções
4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, tecnológicas adequadas para a transmissão pelas
de 9 de agosto, suportar todos os encargos inerentes transportadoras aéreas, armadores ou agentes de
à permanência do cidadão estrangeiro na respetiva navegação, dos dados previstos no artigo 42.º da Lei n.º
zona internacional ou em unidade habitacional 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º
situada no interior de território nacional até ao 29/2012, de 9 de agosto, nos termos a definir por
momento do seu reembarque. portaria do membro do Governo responsável pela área
2 - As despesas mencionadas no n.º 4 do artigo 41.º da da administração interna.
Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo
à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, incluem, além da
taxa prevista, as correspondentes ajudas de custo, CAPÍTULO II
seguro pessoal adequado, transporte, alojamento, Vistos
bem como outras diretamente decorrentes da
execução da escolta.
3 - O regime mencionado no número anterior aplica-se às SECÇÃO I
situações relativamente às quais o transportador Vistos concedidos no estrangeiro
solicite escolta, desde que o SEF conclua pela sua
necessidade.
326
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
1 - O pedido de visto que, por força da legislação 1 - Sem prejuízo dos documentos específicos exigíveis
aplicável, deva ser apresentado numa embaixada, para cada tipo de visto, os pedidos são instruídos com
posto consular de carreira ou secção consular é os seguintes documentos:
formulado em impresso próprio, assinado pelo a) Duas fotografias iguais, tipo passe, a cores e fundo
requerente e instruído com toda a documentação liso, atualizadas e com boas condições de
necessária. identificação do requerente;
2 - Salvo razões atendíveis, o pedido deve ser b) Passaporte ou outro documento de viagem válido;
apresentado pelo requerente no país da sua c) Certificado do registo criminal emitido pela
residência habitual ou no país da área da jurisdição autoridade competente do país de nacionalidade
consular do Estado da sua residência. do requerente ou do país em que este resida há
3 - Quando o requerente for menor ou incapaz, o pedido mais de um ano, quando sejam requeridos vistos
de visto deve ser assinado pelo respetivo de estada temporária e de residência;
representante legal. d) Requerimento para consulta do registo criminal
4 - Em casos excecionais, devidamente justificados, ou português pelo SEF, quando sejam requeridos
quando a legislação expressamente o permita, o vistos de estada temporária e de residência;
responsável pela embaixada, posto consular de e) Seguro de viagem válido, que permita cobrir as
carreira ou secção consular pode dispensar a despesas necessárias por razões médicas,
presença do requerente, devendo os motivos da incluindo assistência médica urgente e eventual
dispensa constar no formulário do pedido. repatriamento;
5 - A apresentação do pedido de visto pode dar lugar à f) Comprovativo da existência de meios de
aposição, no passaporte do requerente, desde que subsistência, tal como definidos por portaria dos
solicitada pelo próprio, de um carimbo contendo os membros do Governo responsáveis pelas áreas da
elementos respeitantes à data, embaixada, posto administração interna e do trabalho e da
consular de carreira ou secção consular onde foi solidariedade social, atenta a natureza do tipo de
solicitado, salvo nos casos de passaportes visto solicitado;
diplomáticos ou de serviço. g) Cópia do título de transporte de regresso, salvo
6 - O modelo de impresso previsto no n.º 1 está também quando seja solicitado visto de residência.
disponível em suporte eletrónico no sítio na Internet
disponibilizado pelo Ministério dos Negócios 2 - O documento previsto na alínea f) do número anterior
Estrangeiros. pode ser dispensado aos titulares de passaporte
diplomático e de serviço especial ou oficial.
Artigo 11.º 3 - As missões diplomáticas ou os postos consulares
Elementos do pedido podem decidir, caso a caso, abrir uma exceção à
exigência de seguro médico de viagem para os
Do pedido de visto, apresentado em formulário próprio, titulares de passaportes diplomáticos, de serviço e
devem constar os seguintes elementos: outros passaportes oficiais, ou quando tal possa
proteger os interesses nacionais em matéria de
a) A identificação completa do requerente e, caso política externa, de política de desenvolvimento ou
seja titular de passaporte familiar ou de outras áreas de relevante interesse público, devendo
passaporte coletivo, do cônjuge, dos dependentes ser assegurada, no prazo de 90 dias após a entrada
ou dos elementos do grupo que neles se em território nacional, a subscrição de adequado
encontram mencionados que pretendam seguro de saúde.
beneficiar do visto, quando aplicável; 4 - Tratando-se de pedido de visto respeitante a menor
b) O tipo, número, data e local de emissão e validade sujeito ao exercício do poder paternal ou incapaz
do documento de viagem e a identificação da sujeito a tutela, deve ser apresentada a respetiva
autoridade que o emitiu; autorização.
c) O objetivo da estada; 5 - Podem ser isentos de apresentação de seguro de
d) O período de permanência; viagem os requerentes que comprovem a
e) Nome da pessoa ou da empresa de acolhimento e impossibilidade da sua obtenção.
nome da pessoa a contactar na empresa de 6 - Os cidadãos menores de 16 anos estão isentos de
acolhimento, quando aplicável; junção ao processo de informação sobre registo
f) Local previsto de alojamento, quando aplicável. criminal.
327
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
328
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
329
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
330
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
331
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
trabalho com nacional de país terceiro que se 2 - Nas situações excecionais previstas no n.º 7 do artigo
encontre no seu país de origem, nos termos da alínea 59.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em
a) do n.º 5 do artigo 59.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, o visto,
julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 instruído com os elementos previstos no mesmo
de agosto, e que se enquadre em sector de atividade preceito legal, só pode ser concedido mediante
não excluído pelo contingente global indicativo de autorização expressa do diretor-geral dos Assuntos
oportunidades de emprego mencionado no n.º 2 do Consulares e das Comunidades Portuguesas e após o
mesmo artigo, devem requerer junto do IEFP, I.P., parecer do SEF previsto no n.º 1 do artigo 53.º da Lei
declaração comprovativa de que a oferta de emprego n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à
se encontra abrangida pelo contingente global em Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, devendo ser
vigor e de que não foi preenchida por trabalhador registado no sistema nacional de vistos.
que goze de preferência, a emitir 30 dias após a 3 - A Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das
apresentação da mesma oferta. Comunidades Portuguesas, no prazo máximo de cinco
2 - As entidades empregadoras que pretendam efetuar dias, informa o IEFP, I.P., sobre a concessão do visto,
uma manifestação individualizada de interesse na que retira a correspondente oferta do sistema de
contratação de nacional de país terceiro que se informação previsto no artigo 27.º
encontre no seu país de origem, nos termos da alínea
b) do n.º 5 do artigo 59.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de Artigo 31.º
julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 Visto de residência para o exercício de atividade
de agosto, devem requerer junto do IEFP, I.P., profissional independente ou para imigrantes
declaração comprovativa dos requisitos referidos no empreendedores
número anterior, emitida no mesmo prazo, sendo
aplicáveis para obtenção de visto os procedimentos 1 - O pedido de visto de residência para o exercício de
previstos no artigo 30.º atividade profissional independente, constante da
3 - Nas situações excecionais previstas no n.º 7 do artigo lista de profissões em vigor para identificação de
59.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em sujeitos passivos de IRS, é acompanhado de:
anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, as entidades a) Contrato de sociedade ou contrato ou proposta
empregadoras devem requerer junto do IEFP, I.P., escrita de contrato de prestação de serviços;
declaração comprovativa de que a oferta de emprego b) Quando aplicável, declaração emitida pela
não foi preenchida por trabalhador que goze de entidade competente para a verificação dos
preferência nos termos do n.º 1 do mesmo artigo, a requisitos do exercício de profissão que, em
emitir 30 dias após a apresentação da mesma oferta. Portugal, se encontre sujeita a qualificações
4 - Todos os procedimentos referidos nos números especiais.
anteriores são efetuados por comunicação eletrónica,
através de sítio próprio do IEFP, I.P., na Internet. 2 - O pedido de visto de residência para imigrantes
empreendedores que pretendam investir em Portugal
Artigo 30.º ou já o tenham feito é acompanhado de:
Visto de residência para o exercício de atividade a) Declaração de que realizou ou pretende realizar
profissional subordinada uma operação de investimento em Portugal, com
indicação da sua natureza, valor e duração; e
1 - O pedido de visto de residência para o exercício de
atividade profissional subordinada é acompanhado b) Comprovativo de que efetuou operações de
dos seguintes documentos: investimento; ou
a) Contrato de trabalho, promessa de contrato de c) Comprovativos de que possui meios financeiros
trabalho ou manifestação individualizada de disponíveis em Portugal, incluindo os obtidos
interesse; junto de instituição financeira em Portugal, e da
b) Declaração comprovativa emitida pelo IEFP, I.P., intenção de proceder a uma operação de
nos termos dos n.ºs 1, 2 ou 3 do artigo anterior; investimento em território português,
c) Comprovativo de que está habilitado ao exercício devidamente descrita e identificada.
da profissão, quando esta se encontre 3 - O pedido de visto de residência previsto no número
regulamentada em Portugal. anterior será apreciado tendo em conta,
nomeadamente, a relevância económica, social,
científica, tecnológica, ou cultural do investimento.
332
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
333
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
formação profissional oficialmente reconhecido, parecer prévio previsto no n.º 1 pode ser processado
atestando a sua admissão no estágio, o programa de pelos mesmos, nos termos de despacho a proferir
estágio e, se necessário, o contrato de formação, bem pelo diretor nacional do SEF.
como a calendarização do curso. 4 - A consulta prévia prevista no n.º 4 do artigo 53.º da
5 - O pedido de visto de residência para voluntariado é Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo
acompanhado de documento que comprove que o à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, é efetuada pelo
requerente tem a idade mínima fixada em portaria do Ministério dos Negócios Estrangeiros, diretamente ao
membro do Governo responsável pela área da Serviço de Informações de Segurança, devendo este
administração interna e de que foi admitido por uma informar também o SEF, sempre que o parecer seja
organização responsável em Portugal pelo programa desfavorável à admissão do cidadão estrangeiro no
de voluntariado em que participe, oficialmente território nacional.
reconhecida. 5 - A aplicação do disposto no n.º 1 do artigo 53.º da Lei
n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à
Artigo 34.º Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, é assegurada através
Visto de residência no âmbito da mobilidade de do sistema nacional de vistos.
estudantes do ensino superior
Artigo 36.º
O pedido de visto de residência apresentado por nacional Concessão dos vistos
de Estado terceiro que resida como estudante do ensino
superior num Estado membro da União Europeia e que 1 - Os vistos devem ser apostos em documentos de
se candidate a frequentar em Portugal parte de um viagem válidos e reconhecidos por Portugal.
programa de estudos já iniciado ou a completá-lo com 2 - O período de permanência autorizado pelo visto fica
um programa de estudos afins é acompanhado dos condicionado à observância do disposto na alínea c)
seguintes documentos: do n.º 1 do artigo 13.º, sem prejuízo do disposto no
a) Comprovativos de que preenche as condições n.º 4 do mesmo artigo.
estabelecidas nos n.ºs 2 e 4 do artigo 62.º da Lei 3 - A validade do visto concedido a familiares
n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo acompanhantes de titulares de visto de estada
à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto; temporária não pode ultrapassar a validade do visto
b) Comprovativo de que participa num programa de do familiar a acompanhar.
intercâmbio comunitário ou bilateral ou de que foi 4 - As embaixadas, secções consulares e postos
admitido como estudante num Estado membro da consulares de carreira podem, a título excecional,
União Europeia durante um período não inferior a autorizar a aposição de visto, em folha autónoma, a
dois anos. qual deve sempre acompanhar o documento de
viagem.
SECÇÃO II 5 - A concessão de vistos é da competência do
Disposições complementares responsável pela embaixada, secção consular ou
posto consular de carreira e, nas suas ausências e
Artigo 35.º impedimentos, do respetivo substituto legal.
Parecer prévio obrigatório
Artigo 37.º
1 - Para efeitos de emissão do parecer obrigatório do SEF Prazo para emissão dos vistos consulares
previsto no n.º 1 do artigo 53.º da Lei n.º 23/2007, de
4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, Os vistos consulares devem ser emitidos no prazo
de 9 de agosto, o responsável pela embaixada, posto máximo de 90 dias após a sua concessão, caducando,
consular de carreira ou secção consular remete o após tal prazo, se a não emissão for devida a não
processo devidamente instruído, acompanhado do comparência do requerente.
respetivo parecer sobre a sua admissibilidade, através
do Ministério dos Negócios Estrangeiros, por via Artigo 38.º
eletrónica. Relação de vistos concedidos
2 - Para cumprimento do disposto nos n.ºs 1, 2, 3 e 5 do
artigo 53.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, 1 - Os postos consulares enviam aos serviços
republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de competentes do Ministério dos Negócios Estrangeiros
agosto, é competente o diretor nacional do SEF com a relação mensal das vinhetas inutilizadas.
possibilidade de delegação. 2 - Da relação referida no número anterior consta o
3 - Nas representações diplomáticas e consulares onde nome, nacionalidade, tipo de visto, número e tipo de
estejam colocados oficiais de ligação do SEF, o
334
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
335
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
4 - A prorrogação de permanência é concedida sob a permanência, nos termos do n.º 3 do artigo 71.º da
forma de vinheta autocolante, de modelo aprovado Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo
por portaria do membro do Governo responsável pela à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, devendo o pedido
área da administração interna. ser acompanhado dos documentos previstos no
5 - O fluxo de informação decorrente dos pedidos de artigo anterior.
prorrogação de permanência é processado nos 3 - O pedido é apreciado tendo em conta,
termos do n.º 2 do artigo 212.º da Lei n.º 23/2007, de designadamente:
4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, a) Razões humanitárias;
de 9 de agosto. b) Motivos de força maior;
c) Razões pessoais ou profissionais atendíveis.
Artigo 44.º
Documentos necessários 4 - A prorrogação da duração da estada ou da validade
de um Visto Schengen depende da verificação dos
1 - Sem prejuízo dos documentos específicos exigidos requisitos previstos no n.º 2 e da validade do visto,
para cada tipo de prorrogação, os pedidos são não podendo exceder 90 dias em 180 dias, sendo o
instruídos com os seguintes meios probatórios: pedido apreciado tendo em conta, designadamente:
a) Passaporte ou outro documento de viagem válido; a) Razões humanitárias;
b) Comprovativo dos meios de subsistência, atenta a b) Motivos de força maior;
natureza do tipo de prorrogação solicitada; c) Motivos pessoais sérios.
c) Comprovativo de que dispõe de alojamento; 5 - A prorrogação de permanência a que se refere o
d) Requerimento para consulta do registo criminal número anterior só é admitida a quem tenha
português pelo SEF, sempre que a estada beneficiado de um visto uniforme, com validade
requerida seja superior a 90 dias; inferior ao limite previsto na Convenção de Aplicação
e) Título de transporte que assegure o regresso, salvo do Acordo de Schengen, em função da natureza do
nas situações previstas nas alíneas a) e g) do n.º 1 visto e desde que o período de prorrogação não
do artigo 54.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, ultrapasse esse limite.
republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de
agosto, ou sempre que a estada requerida exceda Artigo 46.º
90 dias; Prorrogação de permanência em casos especiais
f) Quando em visita familiar, comprovativo do
respetivo vínculo invocado. 1 - A prorrogação da permanência solicitada nos termos
do n.º 3 do artigo 72.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de
2 - Em situações devidamente comprovadas e julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9
documentadas, o documento solicitado na alínea e) de agosto, pode ter lugar a título excecional e é
do n.º 1, pode ser substituído por comprovativo de apreciada tendo em conta, designadamente, a
reserva de viagem com indicação da data de regresso. existência de:
3 - Nos pedidos de prorrogação de permanência é
dispensada a entrega de documentos já integrados a) Razões humanitárias;
antes no fluxo de trabalho eletrónico do SEF e que se b) Motivos de força maior;
mantenham válidos. c) Razões pessoais ou profissionais atendíveis.
4 - Os cidadãos menores de 16 anos estão isentos de 2 - Nos casos em que os mesmos não existam já no
junção ao processo de informação sobre registo processo, o pedido deve ser acompanhado dos
criminal. seguintes elementos:
336
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
337
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
que ateste a continuidade daquele, sem que possa assinados por representante legal, tratando-se de
ultrapassar um ano. menor ou incapaz.
9 - A decisão sobre os pedidos de prorrogação de 4 - Nos pedidos de concessão ou de renovação de
permanência apresentados por titular de visto de autorização de residência ou de cartão azul UE é
estada temporária para efeitos de acompanhamento dispensada a entrega de documentos já integrados
de cidadão em tratamento médico é tomada em no fluxo de trabalho eletrónico do SEF e que se
consonância com a adotada quanto ao cidadão mantenham válidos.
acompanhado. 5 - Dos pedidos apresentados nos termos dos n.ºs 1 e 2
10 - Para efeitos da alínea e) do n.º 1 e do n.º 2 do artigo do presente artigo é dado sempre conhecimento, por
72.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em via eletrónica, ao Alto Comissariado para a Imigração
anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, a validade do e Diálogo Intercultural, I.P.
visto de estada temporária, incluindo a respetiva 6 - O fluxo de informação decorrente dos pedidos de
prorrogação de permanência, não pode exceder um concessão e renovação de autorização de residência e
ano. de cartão azul UE é processado nos termos do n.º 2
do artigo 212.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho,
Artigo 50.º republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de
Prorrogação de visto de residência agosto.
Artigo 52.º
1 - O pedido de prorrogação de permanência Competência
apresentado por titular de visto de residência é
acompanhado de comprovativo do pedido de [Revogado].
concessão de autorização de residência ou de cartão
azul UE. SECÇÃO II
2 - O pedido é acompanhado de comprovativo da Autorização de residência temporária
permanência em território nacional, salvo se o motivo
da ausência decorrer de uma necessidade imperiosa Artigo 53.º
de permanecer temporariamente no país de origem. Pedido de concessão de autorização de residência
temporária ou de cartão azul UE
CAPÍTULO IV
Autorização de residência e cartão azul UE 1 - Para além dos documentos específicos exigíveis em
função da finalidade da residência, o pedido de
SECÇÃO I concessão de autorização de residência ou de cartão
Disposições gerais azul UE apresentado por titular do adequado visto é
acompanhado dos seguintes documentos:
Artigo 51.º a) Passaporte ou outro documento de viagem válido;
Formulação do pedido b) Comprovativo dos meios de subsistência, nos
termos definidos por portaria dos membros do
1 - O pedido de concessão e de renovação de autorização Governo responsáveis pelas áreas da
de residência ou de cartão azul UE é formulado em administração interna, do emprego e da
impresso próprio, sempre que se justificar, de modelo solidariedade social;
aprovado por despacho do diretor nacional do SEF e c) Comprovativo de que dispõe de alojamento,
assinado pelo requerente, sem prejuízo do disposto aplicável às situações de concessão de autorização
no n.º 3 do artigo 56.º, ou quando se trate de menor de residência temporária.
ou incapaz pelo seu representante legal, devendo ser d) Documento comprovativo dos vínculos de
apresentado presencialmente junto da direção ou parentesco, quando se justifique;
delegação regional do SEF da área de residência do e) Comprovativo de certificação profissional, nos
interessado, acompanhado, se necessário, de duas casos de profissões regulamentadas, quando
fotografias do requerente iguais, tipo passe, a cores e aplicável;
de fundo liso, atualizadas e com boas condições de f) Requerimento para consulta do registo criminal
identificação. português pelo SEF.
2 - O pedido pode ser ainda apresentado nos centros
nacionais de apoio ao imigrante (CNAI) em que esteja 2 - O pedido é, ainda, instruído com informação
assegurada a presença de funcionários do SEF. necessária para verificação da inscrição na
3 - O SEF pode indeferir liminarmente os pedidos cujo administração fiscal e na segurança social, quando
teor seja ininteligível, que não tenham sido aplicável, obtida nos termos do n.º 9 do artigo 212.º
apresentados presencialmente ou não tenham sido
338
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em nos termos do n.º 9 do artigo 212.º da Lei n.º
anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto. 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à
3 - Em caso de dúvida, poderão ser solicitados, a título Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto.
complementar, comprovativos de parentesco. 4 - Se, nos termos dos n.ºs 2 ou 3, houver lugar à
4 - Os pedidos de concessão de autorização de residência abertura do procedimento oficioso, a respetiva
ou de cartão azul UE ao abrigo das normas da Lei n.º decisão final é adotada na sequência de entrevista
23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei presencial com o cidadão estrangeiro, e tendo em
n.º 29/2012, de 9 de agosto, que permitem a conta a excecionalidade da situação em causa,
concessão do título com dispensa de visto são designadamente:
acompanhados por certificado do registo criminal
emitido pela autoridade competente do país de a) Motivos de força maior;
nacionalidade do requerente ou do país em que este b) Razões pessoais ou profissionais atendíveis.
resida há mais de um ano. 5 - O pedido de concessão de autorização de residência
5 - Os cidadãos menores de 16 anos estão isentos de para trabalho subordinado formulado por titular de
junção ao processo de informação sobre registo autorização de residência para exercício de atividade
criminal. profissional independente nos termos do n.º 3 do
6 - A recusa da concessão de autorização de residência artigo 89.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho,
temporária ou de cartão azul UE com fundamento em republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de
razões de saúde pública obedece aos procedimentos agosto, obedece ao disposto no n.º 1 do presente
e regras fixados nos n.ºs 3, 4 e 5 do artigo 77.º da Lei artigo, só ocorrendo substituição do título de
n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à residência a requerimento expresso do interessado.
Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto. 6 - Os representantes no conselho consultivo para os
assuntos da imigração de cada uma das comunidades
Artigo 54.º de imigrantes submetem à aprovação do conselho a
Pedido de concessão de autorização de residência para lista das associações que relevam para os efeitos
exercício de atividade profissional subordinada previstos na alínea a) do n.º 2 do artigo 88.º da Lei n.º
23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei
1 - O pedido de concessão de autorização de residência n.º 29/2012, de 9 de agosto, a qual vigora durante o
para exercício de atividade profissional subordinada período correspondente ao do respetivo mandato.
apresentado por titular de visto de residência para a
mesma finalidade, deve ser acompanhado de Artigo 55.º
contrato de trabalho celebrado nos termos da lei. Pedido de concessão de autorização de residência para
2 - O procedimento oficioso de concessão excecional de exercício de atividade profissional independente
autorização de residência, desencadeado ao abrigo
do n.º 2 do artigo 88.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de 1 - O pedido de concessão de autorização de residência
julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 para exercício de atividade profissional independente
de agosto, rege-se pelo disposto nos artigos 54.º e nos termos do n.º 1 do artigo 89.º da Lei n.º 23/2007,
seguintes do Código do Procedimento Administrativo. de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º
3 - Sem prejuízo do número anterior, pode ser 29/2012, de 9 de agosto, apresentado por titular de
apresentada manifestação de interesse, por via visto de residência para a mesma finalidade deve ser
eletrónica ou presencial, que será objeto de análise acompanhado dos seguintes documentos:
pelo SEF para averiguar da suscetibilidade ou não de
proposta de abertura do procedimento oficioso, a) Contrato de sociedade ou de prestação de serviços
manifestação que deve ser acompanhada dos para o exercício de profissão liberal; ou
seguintes documentos: b) Comprovativo de declaração de início de atividade
junto da administração fiscal e da segurança social
a) Contrato de trabalho celebrado nos termos da lei como pessoa singular;
ou documento emitido por alguma das entidades c) Quando aplicável, declaração emitida pela
previstas na alínea a) do n.º 2 do artigo 88.º da Lei respetiva ordem profissional sobre a verificação
n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo dos requisitos de inscrição ou documento
à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, que comprove a comprovativo de que está habilitado ao exercício
existência da relação laboral; da profissão quando esta, em Portugal, esteja
b) Documento que comprove a sua entrada e sujeita a qualificações especiais.
permanência legais em território nacional;
c) Informação necessária para verificação da inscrição 2 - O procedimento oficioso de concessão excecional de
na administração fiscal e da regularidade da sua autorização de residência desencadeado ao abrigo do
situação contributiva na segurança social, obtida n.º 2 do artigo 89.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho,
339
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
340
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
341
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
342
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
termos dos números anteriores, bem como as 5 - O pedido de autorização de residência nos termos da
decisões de renovação, indeferimento e alínea c) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007,
cancelamento são comunicadas pelo SEF, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º
preferencialmente por via eletrónica, às autoridades 29/2012, de 9 de agosto, é ainda acompanhado de
do Estado membro da União Europeia que comprovativo da atividade desenvolvida durante a
concederam o estatuto de residente de longa permanência em território nacional, designadamente
duração ou o cartão azul UE. do percurso escolar.
6 - O pedido de autorização de residência nos termos da
Artigo 61.º alínea d) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007,
Pedido de concessão de autorização de residência com de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º
dispensa de visto de residência 29/2012, de 9 de agosto, é ainda acompanhado dos
seguintes documentos:
1 - O pedido de concessão de autorização de residência a) Certidão de registo de nascimento;
com dispensa de visto nos termos do artigo 122.º da b) Comprovativos da atividade desenvolvida durante
Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo a permanência em território nacional,
à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, é acompanhado designadamente do percurso escolar.
dos seguintes documentos:
7 - O pedido de autorização de residência nos termos da
a) Passaporte ou outro documento de viagem válido; alínea e) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007,
b) Comprovativo de que dispõe de alojamento; de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º
c) Comprovativo da posse de meios de subsistência, 29/2012, de 9 de agosto, é ainda acompanhado dos
nos termos a definir em portaria dos membros do seguintes documentos:
Governo responsáveis pelas áreas da
administração interna, do emprego e da a) Certidão de decisão que atribui a tutela do menor;
solidariedade social; ou
d) Requerimento para consulta de registo criminal b) Original ou cópia autenticada da decisão de
português pelo SEF; promoção e proteção do menor, proferida pela
e) Certificado do registo criminal do país de origem, Comissão de Proteção de Crianças e Jovens.
salvo quando os pedidos sejam apresentados ao 8 - O pedido de autorização de residência apresentado
abrigo das alíneas b), c), d) e j) do n.º 1 do artigo por cidadão estrangeiro abrangido pela alínea f) do
122.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, n.º 1 artigo 122.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho,
republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de
agosto. agosto, é apresentado com dispensa dos documentos
previstos nas alíneas a) e e) do n.º 1.
2 - O pedido de autorização de residência nos termos da 9 - O pedido de autorização de residência nos termos da
alínea a) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007, alínea g) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007,
de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º
29/2012, de 9 de agosto, é acompanhado de certidão 29/2012, de 9 de agosto, é ainda acompanhado de
de registo de nascimento do menor e de certificado atestado médico emitido em estabelecimento de
de inscrição consular com fotografia, com dispensa saúde oficial ou oficialmente reconhecido,
dos documentos previstos no número anterior. comprovativo de doença prolongada que obste ao
3 - Nas situações em que não exista representação retorno ao país, a fim de evitar risco para a saúde do
Consular em Portugal, pode a inscrição referida no requerente.
número anterior ser substituída por outro meio de 10 - O pedido de autorização de residência nos termos da
prova, incluindo declaração sob compromisso de alínea h) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007,
honra subscrita por um dos progenitores. de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º
4 - O pedido de autorização de residência nos termos da 29/2012, de 9 de agosto, é ainda acompanhado de
alínea b) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007, documento comprovativo do cumprimento de serviço
de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º militar efetivo nas Forças Armadas Portuguesas.
29/2012, de 9 de agosto, é ainda acompanhado dos 11 - O pedido de autorização de residência nos termos da
seguintes documentos: alínea i) do n.º 1 do artigo 122.º da Lei n.º 23/2007,
a) Certidão de registo de nascimento do menor e de de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º
certificado de inscrição consular com fotografia; 29/2012, de 9 de agosto, é ainda acompanhado de
b) Comprovativo da frequência de estabelecimento documento comprovativo da perda da nacionalidade
pré-escolar, do ensino básico, secundário ou portuguesa ou, na sua falta, de declaração sobre as
profissional. circunstâncias que determinaram a sua perda, bem
como de documento comprovativo da presença em
343
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
344
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
decisão de afastamento de território nacional, é 2 - Para efeitos da alínea b) do n.º 1 do artigo 123.º da
acompanhado dos documentos referidos no n.º 1. Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo
23 - Enquanto não for proferida decisão sobre o pedido à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, o SEF pode
mencionado no número anterior e se o período solicitar, quando se justifique, a demonstração de um
autorizado de permanência do requerente em período superior a um ano de inserção no mercado
território nacional tiver terminado, pode ser laboral.
concedida prorrogação de permanência.
24 - O pedido de concessão de autorização de residência Artigo 63.º
com dispensa de visto ao abrigo do artigo 122.º da Lei Pedido de renovação de autorização de residência
n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à temporária ou de cartão azul UE
Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, não obriga à
prorrogação de permanência em território nacional 1 - O pedido de renovação de autorização de residência
nos termos dos artigos 71.º e seguintes da mesma lei. temporária deve ser acompanhado dos seguintes
25 - Para efeitos da alínea d) do n.º 1, só é concedida documentos:
autorização de residência com dispensa de visto aos
cidadãos estrangeiros que não tenham sido a) Passaporte ou outro documento de viagem válido;
condenados em pena ou penas que, isolada ou b) Comprovativo da posse de meios de subsistência,
cumulativamente, ultrapassem um ano de prisão, nos termos definidos por portaria a que se refere
ainda que, no caso de condenação por crime doloso a alínea d) do n.º 1 do artigo 52.º da Lei n.º
previsto no presente diploma ou com este conexo, ou 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à
por crime de terrorismo, por criminalidade violenta Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto;
ou por criminalidade especialmente violenta ou c) Comprovativo de que dispõe de alojamento;
altamente organizada, a respetiva execução tenha d) Requerimento para consulta do registo criminal
sido suspensa. português pelo SEF.
2 - O pedido de renovação de cartão azul UE deve ser
Artigo 62.º acompanhado dos seguintes documentos:
Concessão de autorização de residência ao abrigo do
regime excecional a) Passaporte ou outro documento de viagem válido;
b) Comprovativo da posse de meios de subsistência,
1 - O procedimento oficioso de concessão de autorização nos termos a definir por portaria a que se refere a
de residência, desencadeado ao abrigo do artigo alínea d) do n.º 1 do artigo 52.º da Lei n.º
123.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à
em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, rege-se, Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto;
com as devidas adaptações, pelo disposto nos artigos c) Contrato de trabalho ou declaração da entidade
54.º e seguintes do Código do Procedimento empregadora confirmando a manutenção de
Administrativo e deve ser instruído com os seguintes relação laboral ou de outra entidade legalmente
meios probatórios: autorizada;
d) Requerimento para a consulta do registo criminal
a) Passaporte ou outro documento de viagem válido português pelo SEF.
ou, ainda, nos casos de comprovada
impossibilidade de obtenção de passaporte, 3 - Os pedidos de renovação referidos nos números
comprovativo da identidade do cidadão anteriores são ainda instruídos com informação
estrangeiro; necessária para a verificação do cumprimento das
b) Certificado do registo criminal emitido pela obrigações fiscais e perante a segurança social,
autoridade competente do país de nacionalidade obtidas nos termos do n.º 9 do artigo 212.º da Lei n.º
do requerente e do país em que este resida há 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei
mais de um ano; n.º 29/2012, de 9 de agosto.
c) Requerimento para consulta do registo criminal 4 - Caso se verifique insuficiência de informação no
português pelo SEF, quando existam indícios de sistema da segurança social por causa não imputável
que o requerente permaneceu em território ao trabalhador e este faça prova de apresentação de
nacional mais de um ano nos últimos cinco anos; queixa junto das autoridades competentes, poderão,
d) Comprovativo da situação de excecionalidade que se necessário, ser realizadas diligências adicionais, e
ateste o carácter humanitário ou de interesse renovada a autorização de residência.
nacional do pedido; ou 5 - O pedido de renovação de autorização de residência
e) Comprovativo do exercício da atividade relevante emitida para o exercício de uma atividade profissional
no domínio científico, cultural, desportivo, é ainda acompanhado dos seguintes documentos:
económico ou social.
345
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
346
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
347
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
2 - No caso previsto na alínea a) do número anterior, através de sociedade unipessoal por quotas de que seja o
considera-se preenchido o requisito sempre que o sócio.
requerente demonstre ter efetuado investimento no 9 - Nos casos previstos nas alíneas b) a f) do n.º 1, o
valor mínimo exigido. requisito quantitativo mínimo da atividade de
3 - No caso previsto na alínea b) do n.º 1, considera-se investimento pode ser inferior em 20 %, quando as
preenchido o requisito sempre que o requerente atividades sejam efetuadas em territórios de baixa
demonstre ter criado, pelo menos, 10 postos de trabalho densidade.
e procedido à inscrição dos trabalhadores na segurança 10 - Para efeitos do disposto no número anterior,
social. consideram-se territórios de baixa densidade os de nível
4 - No caso previsto na alínea c) do n.º 1, considera-se iii da Nomenclatura de Unidades Territoriais para Fins
preenchido o requisito sempre que o requerente Estatísticos (NUTS III) com menos de 100 habitantes por
demonstre ter a propriedade de bens imóveis, podendo: km2 ou um produto interno bruto (PIB) per capita
a) Adquiri-los em regime de compropriedade, desde inferior a 75 % da média nacional.
que cada comproprietário invista valor igual ou 11 - Os requisitos quantitativos mínimos podem ser
superior a 500 mil euros; realizados individualmente ou através de uma sociedade
b) Adquiri-los através de sociedade unipessoal por unipessoal por quotas com sede em Portugal ou num
quotas de que seja o sócio; Estado da UE, e com estabelecimento estável em
c) Onerá-los, na parte que exceder o montante de Portugal.
500 mil euros; 12 - Os requisitos quantitativos mínimos exigidos no
d) Dá-los de arrendamento ou para exploração para presente artigo devem estar preenchidos no momento
fins comerciais, agrícolas ou turísticos. da apresentação do pedido de autorização de residência.
348
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
349
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
350
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
351
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
352
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
353
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
354
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
355
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
356
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
2 - São competentes para a notificação referida no n.º 1 1 - Antes de ser proferida decisão de afastamento
do artigo 138.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, coercivo de residente de longa duração ou de titular
republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de de cartão azul UE concedidos por um Estado membro
agosto, e para solicitar a realização da mesma às da União Europeia, a entidade competente para
autoridades referidas no número anterior, os agentes determinar o afastamento assegura, junto da
de autoridade do SEF. autoridade competente do respetivo Estado membro,
3 - Quando procedam à identificação do cidadão a recolha da informação pertinente para análise do
estrangeiro nos termos dos n.ºs 1 e 7 do artigo 146.º caso, nos termos dos n.ºs 1 e 2 do artigo 136.º da Lei
da Lei nº 23/2007, de 4 de julho, republicada em n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à
anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, ou sempre Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, bem como a
que o cidadão estrangeiro seja detido para comunicação da instauração do processo de
identificação, nos termos do n.º 1 do artigo 146.º da afastamento e da intenção de o concretizar para o
mesma lei, tal facto é sempre comunicado ao SEF território daquele Estado membro.
para efeitos de observância da alínea b) do n.º 1 e do 2 - Proferida a decisão de afastamento para o território
n.º 2 do presente artigo. do Estado membro que lhe concedeu o estatuto de
residente de longa duração ou o cartão azul UE, o SEF
Artigo 80.º assegura a notificação da mesma às autoridades
Admissão após benefício de apoio ao regresso daquele Estado membro, bem como a comunicação
voluntário das medidas adotadas relativamente à sua
implementação.
1 - Os cidadãos estrangeiros que beneficiem de apoio ao 3 - A recolha de informação e as comunicações previstas
regresso voluntário previsto no artigo 139.º da Lei n.º nos números anteriores são efetuadas,
23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei preferencialmente por via eletrónica, junto das
n.º 29/2012, de 9 de agosto, devem ser informados autoridades do Estado membro da União Europeia
das obrigações a que ficam sujeitos, pelo SEF ou pelas que concedeu o estatuto de residente de longa
organizações com quem sejam estabelecidos duração ou o cartão azul UE, através de ponto de
programas de cooperação. contacto designado pelo diretor nacional do SEF.
2 - No caso de beneficiário de apoio ao regresso
voluntário pretender regressar a Portugal durante o Artigo 82.º
período de três anos após o abandono do País, deve Cumprimento da decisão
formular requerimento nesse sentido junto de missão
diplomática ou posto consular de carreira no país da 1 - Notificada a decisão de afastamento e após o decurso
sua residência habitual ou no país da área de do prazo referido no n.º 1 do artigo 160.º da Lei n.º
jurisdição consular do Estado da sua residência. 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei
3 - A missão diplomática ou posto consular remetem o n.º 29/2012, de 9 de agosto, o SEF procede à sua
pedido ao SEF, que diligencia pelo apuramento e execução, conduzindo o cidadão à fronteira.
comunicação ao interessado, pela mesma via, da 2 - Nas circunstâncias referidas no n.º 2 do artigo 160.º
quantia a restituir e condições de restituição, da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em
nomeadamente do número da conta bancária para anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, o SEF
357
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
358
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
lhe tenha sido dirigido por motivo de execução de origem, não podendo exceder dois elementos da
uma decisão de afastamento proferida por escolta por cidadão estrangeiro expulso, exceto
autoridade competente nacional. se, com base na avaliação da autoridade
2 - A apreciação do pedido de reembolso tem em conta a competente para a execução e com o acordo da
data da decisão de expulsão, a data da respetiva autoridade competente do Estado membro autor
execução e a natureza das despesas apresentadas. da decisão, forem necessários mais elementos de
3 - O SEF responde ao pedido de reembolso no prazo escolta;
máximo de três meses e, em caso de recusa, com a e) Custos de alojamento dos cidadãos estrangeiros
indicação dos respetivos fundamentos. objeto da medida de afastamento, relativos aos
4 - Constituem fundamento de recusa, designadamente: custos reais de estada do cidadão em instalações
a) A execução da decisão de expulsão ter tido lugar apropriadas, em conformidade com a legislação e
mais de quatro anos após ter sido proferida; ou a prática nacionais, até um período máximo de
b) O pedido de reembolso ter sido apresentado mais três meses de estada;
de um ano após a execução da decisão; f) Despesas de saúde, relativas à prestação de
c) A decisão de expulsão ter sido proferida em data tratamento médico ao cidadão estrangeiro e aos
anterior a 28 de fevereiro de 2004; elementos das escoltas em casos de emergência,
d) As despesas apresentadas não serem consideradas incluindo as despesas de hospitalização
elegíveis nos termos do artigo seguinte; necessárias.
e) O pedido de reembolso não ter sido apresentado 2 - Sempre que se afigure que a estada do cidadão em
por escrito ou não ter sido acompanhado dos instalações apropriadas possa durar mais do que os
documentos comprovativos das despesas três meses previstos na alínea e) do número anterior,
elegíveis. o SEF e a autoridade competente do outro Estado
5 - Em caso de aceitação do pagamento, o SEF efetua o acordam nos custos excedentários.
pagamento num prazo máximo de três meses a 3 - Sempre que necessário, o SEF e a autoridade
contar da data de resposta ao pedido de reembolso. competente do outro Estado consultam-se
mutuamente, a fim de chegarem a acordo sobre
Artigo 88.º outros custos para além dos mencionados no n.º 1 ou
Despesas elegíveis sobre custos adicionais.
359
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
360
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
11 - Aos cidadãos que sejam portadores dos títulos devidas adaptações, o previsto no presente decreto
mencionados nos números anteriores há pelo menos regulamentar.
cinco anos pode ser concedida, consoante os casos,
autorização de residência permanente, de acordo Artigo 92.º
com o disposto no artigo 80.º da Lei n.º 23/2007, de 4 Monitorização e fiscalização
de julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de
9 de agosto, bem como no artigo 64.º do presente O SEF e a Autoridade para as Condições de Trabalho
decreto regulamentar, com as necessárias estabelecem os mecanismos de cooperação adequados
adaptações. para monitorizar e fiscalizar as práticas de emissão e
12 - Pode ser concedido o estatuto de residente de longa concretização de promessas de contrato de trabalho ou
duração a cidadãos portadores dos títulos manifestações individualizadas de interesse, por forma a
mencionados nos n.ºs 4 a 8 por um período não garantir a aplicação rigorosa do sistema de admissão de
inferior a cinco anos, de acordo com o disposto nos trabalhadores previsto no artigo 59.º da Lei n.º 23/2007,
artigos 125.º e seguintes da Lei n.º 23/2007, de 4 de de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012,
julho, republicada em anexo à Lei n.º 29/2012, de 9 de 9 de agosto.
de agosto, e no artigo 74.º do presente decreto
regulamentar, com as necessárias adaptações. Artigo 92.º-A
13 - Nos termos do n.º 8 do artigo 217.º da Lei n.º Acompanhamento pelo Alto Comissariado para as
23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei Migrações, I. P.
n.º 29/2012, de 9 de agosto, e para efeitos de
obtenção do cartão de identificação previsto no n.º 1 O Alto Comissariado para as Migrações, I. P., pode
do artigo 212.º da mesma lei, o SEF convoca os exercer funções de interlocução junto de atuais e
portadores dos títulos emitidos ao abrigo da potenciais imigrantes em procedimentos administrativos
legislação anterior e procede à respetiva substituição ou fora deles, sem prejuízo das competências próprias de
de acordo com uma calendarização aprovada por outros organismos públicos, por via do aconselhamento
despacho do membro do Governo responsável pela daqueles imigrantes, do contacto com outras entidades
área da administração interna. públicas e privadas, do recurso a meios eletrónicos e da
14 - Até à determinação do contingente de preparação da documentação pertinente.
oportunidades de emprego previsto no artigo 59.º da
Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo Artigo 93.º
à Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, o IEFP, I.P., adota Norma revogatória
as medidas provisórias tendentes a divulgar, através
da Internet, todas as ofertas de emprego não É revogado o Decreto Regulamentar n.º 6/2004, de 26 de
preenchidas no prazo de 30 dias por trabalhadores abril.
que gozem de preferência nos termos legais, sendo
aplicáveis os procedimentos fixados nos artigos 20.º e
27.º a 29.º do presente decreto regulamentar.
15 - Até ao limite das ofertas de emprego a que se refere
o número anterior, e desde que cumpridas as demais
condições legais, podem ser concedidos vistos de
residência para obtenção de autorização de
residência para exercício de atividade profissional
subordinada, nos termos do artigo 30.º do presente
decreto regulamentar.
16 - Os cidadãos estrangeiros que se registaram para os
efeitos do disposto no artigo 71.º do Decreto
Regulamentar n.º 6/2004, de 26 de abril, e que,
reunindo as condições nele previstas, não tenham
visto decidido o seu processo até à data da entrada
em vigor do presente decreto regulamentar
continuam a poder beneficiar, dentro do limite
temporal fixado pelo n.º 4 do artigo 217.º da Lei n.º
23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei
n.º 29/2012, de 9 de agosto, dos direitos
anteriormente assegurados, aplicando-se, com as
361
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
362
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
363
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
364
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
De acordo com o disposto no n.º 1 do artigo 62.º da Lei Para efeitos de concessão de visto de residência para
n.º 23/2007, de 4 de julho, a admissão de um nacional de frequência do ensino secundário, ao abrigo da Lei n.º
Estado terceiro em território nacional para efeitos de 23/2007, de 4 de julho, o nacional de Estado terceiro que
estudo e de participação num programa de intercâmbio o requeira deve, à data da apresentação do pedido, ter a
de estudantes de ensino secundário, depende da idade mínima de 14 anos e não exceder a idade máxima
concessão de visto de residência com esse fim. de 21 anos.
365
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
366
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
A Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, veio definir o novo 1 - Para efeitos da presente portaria, considera-se
regime jurídico de entrada, permanência, saída e «Meios de subsistência» os recursos estáveis e
afastamento de cidadãos estrangeiros do território regulares que sejam suficientes para as necessidades
nacional. essenciais do cidadão estrangeiro e, quando seja o
caso, da sua família, designadamente para
A suficiência de meios de subsistência constitui condição alimentação, alojamento e cuidados de saúde e
para a entrada e permanência em território nacional, higiene, nos termos do disposto na presente portaria.
bem como para a concessão ou renovação dos
2 - O critério de determinação dos meios de subsistência
documentos que formalizam a respetiva residência.
é efetuado por referência à retribuição mínima
mensal garantida nos termos do n.º 1 do artigo 266.º
De harmonia com o disposto no diploma citado e
do Código do Trabalho, adiante designada por
respetivo decreto regulamentar, importa, através de
RMMG, atenta a respetiva natureza e regularidade,
portaria dos membros do Governo responsáveis pelas
líquida de quotizações para a segurança social com a
áreas da Administração Interna e do Trabalho e da
seguinte valoração per capita em cada agregado
Solidariedade Social, fixar critérios uniformes e definir os
familiar:
meios de subsistência de que devem dispor os cidadãos
estrangeiros para entrada, permanência ou residência a) Primeiro adulto 100 %;
em território nacional. b) Segundo ou mais adultos 50 %;
c) Crianças e jovens com idade inferior a 18 anos e
O conceito de meios de subsistência atende ao disposto no filhos maiores a cargo 30 %.
anexo XXV do Código Comum de Fronteiras e na Diretiva n.º 3 - Para a entrada e permanência de cidadão estrangeiro
2003/86/CE, do Conselho, de 22 de setembro. titular de visto de trânsito, de curta duração ou
admitido sem exigência de visto nos termos de
O critério de determinação dos meios de subsistência ora convenções internacionais de que Portugal seja parte
escolhido toma por referência à retribuição mínima ao abrigo do disposto no artigo 11.º da Lei n.º
mensal garantida nos termos do n.º 1 do artigo 266.º do 23/2007, de 4 de julho, deve o mesmo deter ou estar
Código do Trabalho, atenta a respetiva natureza e em condições de adquirir legalmente, em meios de
regularidade, líquida de quotizações para a segurança pagamento, per capita, o equivalente a 75 (euro) por
social com uma valoração per capita em cada agregado cada entrada, acrescido de 40 (euro) por cada dia de
familiar. Essa valoração foi estabelecida de acordo com a permanência.
escala modificada da OCDE para determinação dos
4 - Os quantitativos referidos no número anterior podem
limiares de pobreza, a mais favorável das escalas
ser dispensados ao cidadão estrangeiro que prove ter
oficialmente utilizadas.
alojamento e alimentação assegurados durante a
respetiva estada ou que apresente termo de
Assim, ao abrigo das disposições conjugadas dos artigos
responsabilidade, ao abrigo do artigo 12.º da Lei n.º
11.º, n.º 2, e 52.º, n.º 1, alínea d), da Lei n.º 23/2007, de
23/2007, de 4 de julho.
4 de julho, e dos artigos 5.º, n.º 3, e 24.º do Decreto
5 - O cidadão que subscreva o termo de responsabilidade
Regulamentar n.º 84/2007, de 5 de novembro:
a que se refere o número anterior deve dispor de
meios de subsistência determinados nos termos do
Manda o Governo, pelos Ministros da Administração
disposto no n.º 2.
Interna e do Trabalho e Solidariedade Social, o seguinte:
Artigo 3.º
Artigo 1.º
Vistos de trânsito e de curta duração
Objeto
O requerente de visto de trânsito ou de curta duração
A presente portaria fixa os meios de subsistência de que
deve dispor de meios de subsistência equivalentes aos
devem dispor os cidadãos estrangeiros para a entrada e
previstos no n.º 3 do artigo anterior, sem prejuízo do
permanência em território nacional, designadamente
disposto no n.º 7 do artigo seguinte.
para a concessão de vistos e prorrogação de
367
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
368
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
369
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo 11.º
Estatuto de residente de longa duração
1 - O cidadão estrangeiro que requeira o estatuto de
residente de longa duração deve dispor de meios de
subsistência determinados nos termos do disposto
nos n.ºs 1 e 2 do artigo 2.º, assegurados por um
período não inferior a 12 meses.
2 - No âmbito da extensão do respetivo estatuto aos
membros da família, a posse dos meios de
subsistência rege-se pelo disposto no artigo 9.º da
presente portaria.
370
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
371
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
372
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
373
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
ANEXO
Modelo da declaração de entrada
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA
DECLARAÇÃO DE ENTRADA
ENTRY DECLARATION / DECLARATION D'ENTREE
(art.º 14.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho)
374
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
375
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
ANEXO
Modelo de vinheta autocolante
376
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Assim:
Portaria n.º 398/2008, de 6 de junho
Aprova o modelo do documento de viagem a Ao abrigo do n.º 3 do artigo 27.º da Lei n.º 23/2007, de 4
emitir para cidadão nacional de Estado terceiro de julho, manda o Governo, pelo Ministro da
que seja objeto de medida de expulsão e que não Administração Interna, o seguinte:
disponha de documento de viagem e revoga a
1.º É aprovado em anexo à presente portaria, dela
Portaria n.º 664/99, de 18 de agosto fazendo parte integrante, o modelo do documento de
viagem a emitir para cidadão nacional de Estado
De acordo com o disposto no n.º 1 do artigo 27.º da Lei terceiro que seja objeto de medida de expulsão e que
n.º 23/2007, de 4 de julho, ao cidadão nacional de Estado não disponha de documento de viagem.
terceiro que seja objeto de medida de expulsão e que 2.º É revogada a Portaria n.º 664/99, de 18 de agosto.
não disponha de documento de viagem é emitido um
documento para esse efeito.
Estabelece, ainda, o n.º 3 do mesmo artigo que o modelo
do documento é aprovado por portaria do Ministro da
Administração Interna.
377
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
ANEXO
Documento de viagem para expulsão de cidadãos nacionais de Estados terceiros
378
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Portaria n.º 399/2008, de 6 de junho O n.º 5 do mesmo artigo estabelece, ainda, que o modelo
Aprova o modelo de salvo-conduto a emitir nos de salvo-conduto a emitir, consoante os casos, pelo
termos e condições previstos no artigo 26.º da Lei diretor-geral do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras ou
n.º 23/2007, de 4 de julho, e revoga a Portaria n.º pelas embaixadas e postos consulares de carreira
portugueses é aprovado por portaria do Ministro da
662/99, de 18 de agosto
Administração Interna.
Assim:
Nos termos do disposto nos n.ºs 1 e 2 do artigo 26.º da
Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, pode ser concedido salvo-
Ao abrigo do n.º 5 do artigo 26.º da Lei n.º 23/2007, de 4
conduto aos cidadãos estrangeiros que, não residindo no
de julho, manda o Governo, pelo Ministro da
País, demonstrem impossibilidade ou dificuldade de sair
Administração Interna, o seguinte:
do território português, bem como, em casos excecionais
decorrentes de razões de interesse nacional ou de
1.º É aprovado em anexo à presente portaria, dela
cumprimento de obrigações internacionais, àqueles que
fazendo parte integrante, o modelo de salvo-conduto
provem a impossibilidade de obter outro documento de
a emitir nos termos e condições previstos no artigo
viagem.
26.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho.
2.º É revogada a Portaria n.º 662/99, de 18 de agosto.
379
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
ANEXO
Modelo de salvo-conduto
380
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Portaria n.º 415/2008, de 11 de junho De acordo com o disposto no n.º 3 do artigo 16.º da Lei
Aprova o modelo de boletim de alojamento e as n.º 23/2007, de 4 de julho, os boletins produzidos nos
regras de comunicação eletrónica em condições de termos do parágrafo anterior são transmitidos de forma
segurança, nos termos da Lei n.º 23/2007, de 4 de segura, nos termos a definir por portaria do Ministro da
Administração Interna, matéria já hoje regulada na
julho, que aprova o regime jurídico de entrada,
Portaria n.º 287/2007, de 16 de março, no âmbito da
permanência, saída e afastamento de estrangeiros qual se procedeu à audição da Comissão Nacional de
do território nacional Proteção de Dados, bem como à consulta das entidades
representativas do sector interessado.
381
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
ANEXO
Modelo de boletim de alojamento
382
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
383
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
ANEXO
Modelo
384
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
385
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
386
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Portaria n.º 1334-C/2010, de 31 de dezembro Do n.º 1 do artigo 24.º do Decreto-Lei n.º 252/92, de
Aprova a tabela de taxas a cobrar pelos atos de 19 de novembro;
secretaria prestados pelas entidades tuteladas Dos n.ºs 1 dos artigos 2.º e 4.º do Decreto-Lei n.º
pelo Ministério da Administração Interna 14/2009, de 14 de janeiro;
Da alínea e) do artigo 31.º do Decreto-Lei n.º 262/99,
de 8 de julho; e
O Ministério da Administração Interna prossegue a sua Do artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 42 794, de 31 de
missão e as suas atribuições, definidas no Decreto-Lei n.º dezembro de 1959:
203/2006, de 27 de outubro, através dos governos civis, Manda o Governo, pelos Ministros de Estado e das
das forças e serviços de segurança e de outros serviços Finanças e da Administração Interna, o seguinte:
de administração direta, elencados nesse mesmo
diploma legal. Artigo 1.º
Objeto
Nesta prossecução, diversas entidades prestam aos
cidadãos serviços que consubstanciam ou carecem de 1 - É aprovada a tabela de taxas a cobrar pelos atos de
atos de secretaria que - constituindo custos secretaria prestados pelas entidades tuteladas pelo
administrativos para aquelas entidades - são taxados de Ministério da Administração Interna, anexa à
forma a serem suportados pelos requerentes. presente portaria, que dela faz parte integrante.
2 - As taxas devem ser pagas no momento da
A definição destas taxas e respetivos montantes estava apresentação do requerimento, não sendo
dispersa por diversos normativos, regra geral associados - reembolsáveis se, por razões imputáveis ao
ou mesmo emanados de - às diversas entidades que requerente, o serviço não for prestado.
prestam este género de serviços, apresentando - muitas
vezes - uma elevada e inusitada disparidade entre
entidades, bem como um apreciável grau de Artigo 2.º
desatualização. Categorias de certidões e documentos
Esta portaria visa definir os atos de secretaria e fixar os As categorias de certidões e de documentos a que se
montantes das referidas taxas a praticar por todas as refere o n.º 2 do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 14/2009,
entidades tuteladas pelo Ministério da Administração de 14 de janeiro, e cuja emissão ou cópia estão sujeitas a
Interna. pagamento de taxa são as seguintes:
a) Certidões de documentos que integrem processos
Assim: de pessoas coletivas registadas no governo civil
Ao abrigo: (associações e instituições religiosas);
Do n.º 3 do artigo 62.º do Código do Processo b) Certidões de documentos que integrem processos
Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 442/91, de de contraordenações;
11 de novembro, retificado pelas Declarações de c) Certidões de autos de ajuramentações;
Retificação n.ºs 265/91, de 30 de dezembro, e 22-A/92, d) Certidões de autos de posse administrativa;
de 29 de fevereiro, e alterado pelo Decreto-Lei n.º 6/96, e) Certidões de processos de estabelecimentos de
de 31 de janeiro; restauração e de bebidas;
Do n.º 2 do artigo 48.º da Lei n.º 63/2007, de 6 de f) Certidão de alvarás de abertura e de licenças de
novembro; funcionamento de estabelecimentos;
Da alínea b) do artigo 60.º da Lei n.º 53/2007, de 31 g) Certidões de documentação eleitoral;
de agosto; h) Certidões relativas à concessão de passaportes;
Do n.º 1 do artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 252/2000, i) Certidões de processos de modalidades afins do
de 16 de outubro; jogo de fortuna ou azar;
Do n.º 2 do artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 75/2007, de j) Certidões de processos de licenciamento de
29 de março; máquinas de diversão;
Do n.º 2 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 77/2007, de l) Certidões de verbas pagas ou postas à disposição de
29 de março; entidades destinadas a instruir contas de gerência;
Do n.º 2 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 78/2007, de m) Certidões relativas a recursos humanos ou a
29 de março; processos individuais de trabalhadores;
Do n.º 1 do artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 76/2007, de n) Certidões de processos de peditórios;
29 de março; o) Certidões de procedimentos concursais;
Do n.º 2 do artigo 6.º do Decreto Regulamentar n.º p) Certidões relativas a registos de alarmes;
18/2007, de 29 de março;
387
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
388
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
389
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
390
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
h) Pela prorrogação de permanência, concedida nos n.º 23/2007, de 4 de julho - valor da taxa prevista na
termos da alínea e) do n.º 1 do artigo 72.º da Lei alínea a), acrescido do quantitativo de (euro) 15.
n.º 23/2007, de 4 de julho, aos titulares de visto
de estada temporária concedidos ao abrigo da
alínea a) do n.º 1 do artigo 54.º - (euro) 30; IV - Títulos de residência
i) Pela prorrogação de permanência, concedida nos
termos da alínea e) do n.º 1 do artigo 72.º da Lei 1 - Por títulos de residência:
n.º 23/2007, de 4 de julho, aos titulares de visto a) Pela receção e análise do pedido de concessão ou
de estada temporária concedidos ao abrigo da renovação de autorização de residência - (euro)
alínea b) do n.º 1 do artigo 54.º e 55.º - (euro) 60; 75;
j) Pela prorrogação de permanência até 90 dias, b) Por cada título de residência temporário ou pela
concedida nos termos da alínea e) do n.º 1 do sua renovação nos termos do n.º 1 do artigo 75.º
artigo 72.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, aos da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho - (euro) 65;
titulares de visto de estada temporária concedidos c) Pela renovação do título de residência temporário
ao abrigo da alínea c) do n.º 1 do artigo 54.º e 56.º nos termos do n.º 2 do artigo 75.º da Lei n.º
- (euro) 60; 23/2007, de 4 de julho - (euro) 30;
l) Pela prorrogação de permanência, concedida nos d) Por cada título de residência permanente nos
termos da alínea e) do n.º 1 do artigo 72.º da Lei termos do n.º 1 do artigo 76.º da Lei n.º 23/2007,
n.º 23/2007, de 4 de julho, aos titulares de visto de 4 de julho - (euro) 200;
de estada temporária concedidos ao abrigo da e) Pela renovação do título de residência permanente
alínea d) do n.º 1 do artigo 54.º e 57.º - (euro) 30; nos termos do n.º 2 do artigo 76.º da Lei n.º
m) Pela prorrogação de permanência, concedida nos 23/2007, de 4 de julho - (euro) 35;
termos da alínea e) do n.º 1 do artigo 72.º da Lei f) Por cada título de residência temporário concedido
n.º 23/2007, de 4 de julho, aos titulares de visto com dispensa de visto consular, sem prejuízo do
de estada temporária concedidos ao abrigo da disposto no n.º 5 - (euro) 175;
alínea e) do n.º 1 do artigo 54.º - (euro) 60; g) Pela autorização para exercício de atividade
n) Pela prorrogação de permanência, concedida nos profissional por parte dos titulares de autorização
termos da alínea e) do n.º 1 do artigo 72.º da Lei de residência para estudo concedida nos termos
n.º 23/2007, de 4 de julho, aos titulares de visto do n.º 2 do artigo 97.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de
de estada temporária concedidos ao abrigo da julho - (euro) 70;
alínea f) do n.º 1 do artigo 54.º - (euro) 60; h) Pela emissão de segunda via do título de residência
o) Pela prorrogação de permanência, concedida nos - 50 % do valor da respetiva taxa de emissão;
termos da alínea e) do n.º 1 do artigo 72.º da Lei i) Pela emissão de terceira via e sucessivas do título
n.º 23/2007, de 4 de julho, aos titulares de visto de residência - 100 % do valor da respetiva taxa de
de estada temporária concedidos ao abrigo da emissão.
alínea g) do n.º 1 do artigo 54.º - (euro) 30;
2 - Por títulos de residência cartão azul UE:
p) Pela prorrogação de permanência concedida nos
termos do n.º 3 do artigo 72.º da Lei n.º 23/2007, a) Pela receção e análise do pedido de concessão ou
de 4 de julho - (euro) 60; renovação de autorização de residência cartão
q) Pela prorrogação de permanência, concedida nos azul UE - (euro) 100;
termos do n.º 3 do artigo 71.º da Lei n.º 23/2007, b) Por cada título de residência temporário cartão
de 4 de julho - (euro) 80. azul UE ou pela sua renovação, nos termos do
2 - Pela receção e análise do pedido de prorrogação de artigo 121.º-E da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho -
visto Schengen, com validade para outros Estados (euro) 95;
Partes na Convenção de Aplicação, por razões c) Por cada título de residência temporário cartão azul
pessoais atendíveis - (euro) 30. UE concedido com dispensa de visto consular, sem
prejuízo do disposto no n.º 5 - (euro) 210;
3 - Pela receção e análise do pedido de prorrogação de d) Pela emissão de segunda via do título de residência
visto Schengen, com validade para outros Estados temporário cartão azul UE - 50 % do valor da
Partes na Convenção de Aplicação, por motivos de respetiva taxa de emissão;
força maior ou por razões humanitárias - isento. e) Pela emissão de terceira via e sucessivas do título
4 - Pela receção e análise do pedido de prorrogação de de residência temporário cartão azul UE - 100 %
permanência que se fundamente em alteração de do valor da respetiva taxa de emissão;
motivos ou no qual se requeira prorrogação para f) Pela substituição do título de residência, por
além dos limites previstos, ao abrigo, respetivamente, alteração dos elementos previstos no artigo 86.º
do n.º 3 do artigo 71.º e do n.º 2 do artigo 72.º da Lei
391
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho - 25 % do valor VI - Residente de longa duração noutro Estado membro
da respetiva taxa de emissão. da União Europeia ou titular de cartão azul UE noutro
Estado membro da União Europeia
3 - Por títulos de residência para atividade de
investimento: a) Pela receção e análise do pedido de concessão de
a) Pela receção e análise do pedido de concessão ou autorização de residência a titulares do estatuto
renovação de autorização de residência para a de residente de longa duração ou de cartão azul
atividade de investimento, nos termos do artigo UE em outro Estado membro da União Europeia -
90.º-A da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho - (euro) (euro) 100.
500; b) Pela emissão de autorização de residência a
b) Pela emissão de autorização de residência para a titulares do estatuto de residente de longa
atividade de investimento, nos termos do artigo duração ou de cartão azul UE em outro Estado
90.º-A da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho - (euro) membro da União Europeia, concedida nos
5000; termos do n.º 1 do artigo 116.º e do n.º 1 do
c) Pela renovação da autorização de residência para a artigo 118.º, ou do n.º 1 do artigo 121.º-K da Lei
atividade de investimento, nos termos do artigo n.º 23/2007, de 4 de julho - (euro) 210.
90.º-A da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho - (euro) c) Pela renovação do título de residência a titulares
2500; do estatuto de residente de longa duração ou de
d) Pela autorização de residência para familiares cartão azul UE em outro Estado membro da União
reagrupados com os titulares de autorização de Europeia - (euro) 120.
residência para a atividade de investimento, nos d) Pela emissão de segunda via do cartão azul UE
termos do artigo 90.º-A da Lei n.º 23/2007, de 4 noutro Estado membro da União Europeia - 50 %
de julho - (euro) 5000; do valor da respetiva taxa de emissão.
e) Pela renovação da autorização de residência para e) Pela emissão de terceira via e sucessivas do cartão
familiares reagrupados com titulares de azul UE noutro Estado membro da União Europeia
autorização de residência para a atividade de - 100 % do valor da respetiva taxa de emissão.
investimento, nos termos do artigo 90.º-A da Lei f) Pela substituição do cartão azul UE noutro Estado
n.º 23/2007, de 4 de julho - (euro) 2500; membro da União Europeia, por alteração dos
f) Pela emissão de segunda via do título de residência elementos previstos no artigo 86.º da Lei n.º
para a atividade de investimento - 50 % do valor 23/2007, de 4 de julho - 25 % do valor da
da taxa prevista na alínea a); respetiva taxa de emissão.
g) Pela emissão de terceira via e sucessivas do título
de residência para a atividade de investimento -
100 % do valor da taxa prevista na alínea a); VII - Estatuto de residente de longa duração em
h) Pela substituição do título de residência para a território nacional
atividade de investimento, por alteração dos
elementos previstos no artigo 86.º da Lei n.º 1 - Por titulares do estatuto de residente de longa
23/2007, de 4 de julho - 25 % do valor da taxa duração:
prevista na alínea a).
a) Pela receção e análise do pedido de concessão de
4 - A receita originada pelas taxas previstas nas alíneas b) autorização de residência a titulares do estatuto
a e) do número anterior é repartida em partes iguais de residente de longa duração em território
entre o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e o nacional - (euro) 100.
Fundo para as Relações Internacionais, I. P. (FRI) b) Pela receção e análise do pedido de concessão ou
5 - As taxas previstas nas alíneas d) e f) do n.º 1 são de renovação de autorização de residência a
reduzidas em 50 % quando os títulos de residência titulares do estatuto de residente de longa
respeitem a menores nos termos da alínea a), b) ou e) duração em território nacional de beneficiários de
do n.º 1 do artigo 122.º e do artigo 124.º da Lei n.º proteção internacional - isento;
23/2007, de 4 de julho. c) Pela emissão de título UE de residência a titulares
do estatuto de residente legal de longa duração
em território nacional, concedida nos termos do
V - Autorização de residência a vítima de tráfico de n.º 1 do artigo 121.º-I e do n.º 1 do artigo 130.º da
pessoas ou de ação de auxílio à imigração ilegal Lei n.º 23/2007, de 4 de julho - (euro) 210;
d) Pela emissão de título UE de residência a titulares
Isento. do estatuto de residente legal de longa duração
392
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
393
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
394
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Portaria n.º 193/2013, de 27 de maio Nesta circunstância, vem a presente portaria definir os
Define os parâmetros a que deve obedecer o parâmetros a que o SEF deve obedecer na fixação dos
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras na fixação dos procedimentos e soluções tecnológicas a adotar pelas
procedimentos e soluções tecnológicas a adotar transportadoras aéreas para transmissão da informação
dos passageiros alvo de comunicação antecipada
pelas transportadoras aéreas para transmissão da
obrigatória.
informação dos passageiros alvo de comunicação
antecipada obrigatória Foi promovida a audição da Comissão Nacional de
Proteção de Dados, do SEF e do Instituto Nacional de
Aviação Civil.
A Diretiva n.º 2004/82/CE do Conselho, de 29 de abril de
2004, veio estabelecer a obrigação para os Estados- Assim:
membros de legislar no sentido de obrigar as
transportadoras aéreas a transmitir os dados dos Manda o Governo, pelo Ministro da Administração
passageiros que transportem até um posto autorizado de Interna, ao abrigo do disposto no artigo 42.º da Lei n.º
passagem de fronteira externa, através do qual entrem 23/2007, de 4 de julho, republicada em anexo à Lei n.º
no território de um Estado-membro. 29/2012, de 9 de agosto, e no artigo 9.º do Decreto
Regulamentar n.º 84/2007, de 5 de novembro, o
A diretiva teve por objetivos, essencialmente, combater a seguinte:
imigração ilegal e melhorar o controlo de fronteiras e dos
fluxos migratórios, sendo as obrigações ali previstas Artigo 1.º
complementares face às que decorrem do artigo 26.º da Objeto
Convenção de Aplicação do Acordo de Schengen de 1990,
tal como complementado pela Diretiva n.º 2001/51/CE, Pela presente portaria definem-se os parâmetros a que
de 10 de julho de 2001. deve obedecer o SEF na fixação dos procedimentos e
soluções tecnológicas a adotar pelas transportadoras
Idênticos desideratos de combate à imigração ilegal e de aéreas para transmissão da informação dos passageiros
utilização das novas tecnologias de informação tendo em alvo de comunicação antecipada obrigatória.
vista a inovação, a simplificação e a aceleração de
procedimentos são prosseguidos pela Lei n.º 23/2007, de Artigo 2.º
4 de julho, que veio definir o regime jurídico de entrada, Definições
permanência, saída e afastamento de estrangeiros do
território nacional.
Para os efeitos da presente portaria, entende-se por:
A Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, alterou entretanto a a) "ATA" (actual time of arrival), o horário de chegada
Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, implementando, a nível efetiva do voo ao ponto de desembarque;
nacional, o Regulamento (CE) n.º 810/2009 do b) "ATD" (actual time of departure), o horário de
Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de julho, que partida efetiva do voo do ponto de embarque;
estabelece o Código Comunitário de Vistos, e transpondo c) "Controlo de fronteiras", o controlo nas fronteiras
cinco diretivas europeias. externas que, independentemente de qualquer
outro motivo, se baseia exclusivamente na
O artigo 42.º do referido diploma identifica um conjunto intenção de passar a fronteira;
de informações relativas aos passageiros transportados d) "DCS" (departure control system), o sistema de
por transportadoras aéreas para território nacional, que controlo de partidas;
devem ser alvo de comunicação prévia e obrigatória ao e) "ETA" (estimated time of arrival), o horário
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). estimado para chegada do voo ao ponto de
desembarque;
Pelo Decreto Regulamentar n.º 84/2007, de 5 de f) "ETD" (estimated time of departure), o horário
novembro, veio o Governo regulamentar a entrada, estimado para partida do voo do ponto de
permanência, saída e afastamento de estrangeiros do embarque;
território nacional, estabelecendo no seu artigo 9.º a g) "Fecho do registo de embarque" ou "final do
obrigação, para o SEF, de determinar os procedimentos e registo de embarque", o momento de
soluções tecnológicas adequados para a transmissão encerramento da porta de embarque, não
pelas transportadoras aéreas dos dados previstos no havendo, salvo situações excecionais ou casos de
artigo 42.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, alterada força maior, lugar à sua reabertura, senão no
pela Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto, nos termos a definir ponto de desembarque;
por portaria.
395
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
396
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
A presente portaria entra em vigor 30 dias após a data da Inclui-se também neste capítulo um conjunto de
sua publicação. acrónimos para um bom entendimento e leitura do
documento.
ANEXO
Guia Português de Implementação Técnica APIS - Definição de Informação
DEFINIÇÃO DA INFORMAÇÃO
397
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
(1)
Guidelines on Advance Passenger Information, WCO/IATA/ICAO,
março 2003
Dados de Voo
Dados de Passageiros
398
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Estrutura da Mensagem
Figura 1
Definição do segmento:
399
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Definição do segmento:
Definição do segmento:
400
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Definição do segmento:
Definição do segmento: Propósito: Segmento que identifica a informação para contacto (telefone / fax /
email), da companhia encarregada de reportar a listagem de passageiros.
Grupo de Segmento: 1 (Obrigatório)
Nível do Segmento: 3
Uso: Obrigatório.
Exemplos: COM+514 874 0202:TE+514 874 1779:FX'
Definição do segmento:
Elemento NAD (Nome e endereço) Elemento TDT (Detalhe do transporte) - Código do Voo
Propósito: Segmento que identifica a companhia que reporta o manifesto de Propósito: Segmento que especifica os detalhes do voo. Código IATA da companhia
informação. Recomenda-se que a pessoa de contacto tenha uma disponibilidade de aérea e número de voo.
24/7. Grupo de Segmento: 2 (Obrigatório)
Grupo de Segmento: 1 (Obrigatório) Nível do Segmento: 2
Nível do Segmento: 2 Uso: Obrigatório.
Uso: Obrigatório. Exemplos: TDT+20+TP123+++TP'
Exemplos: NAD+MS+++JIM DANDY'
401
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Definição do segmento:
Exemplos:
Para um voo direto entre Luanda e Lisboa, teriam que ser fornecidos os seguintes
dados:
402
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Exemplo: DTM+189:0203191630:201'
Definição do segmento: Elemento DTM (Data/Hora/Período) - Data de Nascimento do passageiro
Exemplo: DTM+329:640217'
Elemento NAD (Nome e endereço) – Passageiro
Exemplos:
403
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Exemplos:
Exemplo:
404
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Exemplo: UNT+45+PAX001'
Definição do segmento:
405
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Método Alternativo
Falhas Técnicas
406
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Refer to ATA/IATA defined three letter airport codes as published in the IATA Airline
Coding Directory. For States responsible for issuing official documents, refer to ICAO
Doc 9303/ISO 3166.
3035 Party function code qualifier
407
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Desc: Code identifying the function of a location. Desc: Code qualifying a nationality.
Repr: an..3 Repr: an..3
Anexo B.
Formato UN/EDIFACT
Cada elemento (segmento), no formato EDIFACT é representado por uma linha. Por
defeito o caráter separador de cada linha é a " ' " (plica). O separador de linha é um
caráter obrigatório do formato, e deverá estar sempre presente no final de cada
segmento.
Para que o formato EDIFACT seja considerado válido o formato seguinte deve ser
respeitado e todos os ficheiros deverão ter a extensão "txt".
408
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
409
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
410
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
411
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
412
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
É aprovado, em anexo à presente portaria e dela fazendo É revogada a Portaria n.º 758/2008, de 26 de agosto.
parte integrante, o modelo de cartão de autorização de
residência provisória para requerentes de proteção Artigo 5.º
internacional cujo pedido tenha sido admitido, a emitir Produção de efeitos
nos termos e para os efeitos previstos no artigo 27.º da
Lei n.º 27/2008, de 30 de junho, alterada pela Lei n.º O novo modelo de cartão de autorização de residência
26/2014, de 5 de maio. provisória apenas se aplica aos procedimentos de
emissão dos documentos que tenham sido requeridos
Artigo 2.º após a sua entrada em vigor.
Elementos visíveis do cartão
Artigo 6.º
1. A frente do cartão deve conter os seguintes Entrada em vigor
elementos:
a) Apelido e nome próprio; A presente portaria entra em vigor no dia seguinte
b) Data e local de nascimento; ao da sua publicação.
c) Nacionalidade;
d) Sexo;
413
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
ANEXO
Modelo do cartão de autorização de residência provisória
Frente do cartão
Verso do cartão
414
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Este modelo de título de viagem para refugiados foi O novo modelo de título de viagem para os cidadãos
aprovado pela Portaria n.º 396/2008, de 6 de junho. estrangeiros residentes em Portugal na qualidade de
Decorridos cerca de sete anos desde a sua aprovação, refugiados, apenas se aplica aos procedimentos de
urge atualizar este documento, reforçando as suas emissão dos documentos que tenham sido requeridos
condições de segurança face aos padrões internacionais após a sua entrada em vigor.
relativos a documentação de segurança, cumprindo
deste modo diretrizes europeias, das organizações Artigo 4.º
internacionais competentes, nomeadamente, o Entrada em vigor
estabelecido no Regulamento (CE) n.º 2252/2004 do
Conselho, de 13 de dezembro, alterado pelo A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao da
Regulamento n.º 444/2009 do Parlamento Europeu e do sua publicação.
Conselho, de 28 de maio e no Documento n.º 9303-I,
Parte 1, volume 1, da Organização da Aviação Civil
Internacional (OACI/ ICAO).
Assim:
Ao abrigo do artigo 19.º da Lei n.º 23/2007, de 04 de
julho, alterada pelas Leis n.ºs 29/2012, de 09 de agosto,
56/2015, de 23 de junho, 63/2015, de 30 de junho, e do
n.º 1 do artigo 69.º da Lei n.º 27/2008, de 30 de junho,
alterada pela Lei n.º 26/2014, de 5 de maio, manda o
Governo, pela Ministra da Administração Interna, o
seguinte:
415
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
ANEXO
Modelo do título de viagem para os cidadãos estrangeiros residentes em Portugal na qualidade de refugiados
416
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
417
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
418
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
419
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo 24.º
(Análise Documental)
420
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Lei n.º 37/2006, de 9 de agosto ii) O parceiro com quem um cidadão da União vive
Regula o exercício do direito de livre circulação e em união de facto, constituída nos termos da
residência dos cidadãos da União Europeia e dos lei, ou com quem o cidadão da União mantém
membros das suas famílias no território nacional e uma relação permanente devidamente
certificada, pela entidade competente do
transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva
Estado membro onde reside;
n.º 2004/38/CE, do Parlamento Europeu e do iii) O descendente direto com menos de 21 anos
Conselho, de 29 de abril de idade ou que esteja a cargo de um cidadão
da União, assim como o do cônjuge ou do
parceiro na aceção da subalínea anterior;
A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea iv) O ascendente direto que esteja a cargo de um
c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: cidadão da União, assim como o do cônjuge ou
do parceiro na aceção da subalínea ii);
CAPÍTULO I
Disposições gerais f) «Recursos suficientes» os recursos do cidadão que
não sejam inferiores ao nível de rendimentos
Artigo 1.º aquém do qual o Estado Português pode conceder
Objeto direitos e apoios sociais aos cidadãos nacionais,
atendendo à situação pessoal do cidadão e, se for
1 - A presente lei transpõe para a ordem jurídica interna caso disso, à dos seus familiares.
a Diretiva n.º 2004/38/CE, do Parlamento Europeu e
do Conselho, de 29 de abril, e estabelece: Artigo 3.º
Âmbito pessoal de aplicação
a) As condições que regem o exercício do direito de
livre circulação e residência no território nacional 1 - A presente lei aplica-se a todos os cidadãos da União
pelos cidadãos da União e seus familiares; que se desloquem ou residam em Portugal, bem
b) O regime jurídico do direito de residência como aos seus familiares, na aceção da alínea e) do
permanente no território nacional dos cidadãos da artigo anterior, que os acompanhem ou que a eles se
União e seus familiares; reúnam.
c) As restrições aos direitos a que se referem as 2 - Sem prejuízo do direito pessoal de livre circulação e
alíneas a) e b), fundadas em razões de ordem residência da pessoa em causa, é facilitada, nos
pública, de segurança pública ou de saúde pública. termos da lei geral, a entrada e residência de
2 - A presente lei estabelece igualmente o regime jurídico qualquer outro familiar, independentemente da sua
de entrada, residência e afastamento dos nacionais nacionalidade, não abrangido pela alínea e) do artigo
dos Estados partes do Espaço Económico Europeu e anterior que, no país do qual provenha, esteja a cargo
da Suíça e dos membros da sua família, bem como do cidadão da União que tem direito a residência a
dos familiares de cidadãos nacionais, título principal ou que com este viva em comunhão
independentemente da sua nacionalidade. de habitação, ou quando o cidadão da União tiver
imperativamente de cuidar pessoalmente do membro
Artigo 2.º da sua família por motivos de saúde graves.
Definições 3 - A decisão relativa à entrada e residência das pessoas
abrangidas pelo número anterior só pode ser tomada
Para os efeitos da presente lei, entende-se por: após análise de todas as circunstâncias pessoais
relevantes, devendo ser fundamentada qualquer
a) «Cidadão da União» qualquer pessoa que tenha a recusa de entrada ou de concessão de autorização de
nacionalidade de um Estado membro; residência.
b) «Estado membro» qualquer Estado membro da 4 - As disposições legais que se refiram aos cidadãos da
União Europeia, com exceção de Portugal; União entendem-se como abrangendo os nacionais
c) «Estado membro de acolhimento» Portugal, dos Estados partes no Acordo sobre o Espaço
enquanto Estado membro para onde se desloca o Económico Europeu e os nacionais da Suíça.
cidadão da União a fim de aqui exercer o seu 5 - As normas da presente lei aplicáveis a familiares são
direito de livre circulação e residência; extensíveis aos familiares de cidadãos de
d) «Estado terceiro» qualquer Estado que não é nacionalidade portuguesa, independentemente da
membro da União Europeia; sua nacionalidade.
e) «Familiar»:
i) O cônjuge de um cidadão da União;
421
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
422
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
423
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
3 - O direito de residência permanente dos cidadãos da 2 - Para efeitos da aquisição dos direitos estabelecidos
União e dos seus familiares não está sujeito às nas alíneas a) e b) do número anterior, os períodos de
condições estabelecidas no capítulo IV. atividade em território do Estado membro em que o
4 - A continuidade da residência não é afetada por cidadão em questão trabalha são considerados como
ausências temporárias que não excedam 6 meses permanência em Portugal.
consecutivos por ano, nem por ausências mais 3 - Os períodos de desemprego devidamente registados
prolongadas para cumprimento de obrigações pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.
militares, nem por uma ausência de 12 meses P., os períodos de suspensão de atividade por
consecutivos, no máximo, por motivos justificados, motivos alheios à vontade do interessado e a
como gravidez ou parto, doença grave, estudos ou ausência ao trabalho ou a cessação de trabalho por
formação profissional, ou destacamento por motivos motivo de doença ou acidente são considerados
profissionais para outro Estado membro ou país períodos de emprego.
terceiro. 4 - As condições de duração de residência e de atividade
5 - O cidadão da União ou o seu familiar só perde o estabelecidas na alínea a) do n.º 1 e a condição de
direito de residência permanente adquirido devido a duração de residência prevista na alínea b) do n.º 1
ausência do território nacional por um período que não são aplicáveis se o cônjuge ou o parceiro, na
exceda dois anos consecutivos. aceção da subalínea ii) da alínea e) do artigo 2.º, do
6 - A continuidade da residência pode ser atestada por trabalhador subordinado ou independente for
qualquer meio de prova admissível. cidadão nacional ou tiver perdido a nacionalidade
7 - A continuidade da residência é interrompida por portuguesa na sequência do casamento.
qualquer decisão válida de afastamento da pessoa 5 - Para efeitos do disposto na alínea a) do n.º 1, se o
em questão que seja executada. cidadão tiver exercido uma atividade não assalariada
relativamente à qual não é reconhecido, nos termos
Artigo 11.º da lei, o direito a uma pensão de velhice, o requisito
Derrogação para os trabalhadores que tiverem cessado de idade é considerado preenchido quando o
a sua atividade em Portugal interessado atingir a idade de 60 anos.
6 - Para efeitos do disposto na alínea b) do n.º 1, se a
1 - Em derrogação ao artigo anterior, beneficiam do incapacidade resultar de acidente de trabalho ou de
direito de residência permanente no território doença profissional que dê direito a uma prestação
nacional, antes de decorridos cinco anos consecutivos total ou parcialmente a cargo de uma instituição
de residência: nacional, é dispensado o requisito do período de
a) Os trabalhadores subordinados ou independentes residência.
que, à data em que cessaram a sua atividade,
tenham atingido a idade prevista pela lei para ter Artigo 12.º
direito a uma pensão de velhice ou os Derrogação para familiares dos trabalhadores que
trabalhadores subordinados que tenham cessado cessaram a sua atividade em Portugal
a sua atividade por motivo de reforma antecipada,
desde que tenham trabalhado em Portugal, pelo 1 - Sem prejuízo do disposto no n.º 2, os familiares de um
menos, nos últimos 12 meses e aqui tenham trabalhador subordinado ou independente que com
residido continuamente durante mais de três ele residam no território português têm,
anos; independentemente da sua nacionalidade, direito a
b) Os trabalhadores subordinados ou independentes residência permanente no território nacional se o
que tenham residido continuamente em Portugal próprio trabalhador tiver adquirido o direito de
durante mais de dois anos e cessem a sua residência permanente em Portugal, nos termos do
atividade por motivo de incapacidade permanente artigo anterior.
para o trabalho; 2 - Em caso de morte do trabalhador subordinado ou
c) Os trabalhadores subordinados ou independentes independente, ainda durante a sua vida profissional,
que, após três anos consecutivos de atividade e de mas antes de ter adquirido o direito de residência
residência em Portugal, exerçam a sua atividade, permanente em Portugal, nos termos do artigo
subordinada ou independente, em território de anterior, os familiares que com ele residam no
outro Estado membro, mantendo a sua residência território português têm direito a residência
no território português, ao qual regressam, permanente desde que reúnam uma das condições
geralmente, todos os dias ou, pelo menos, uma seguintes:
vez por semana. a) O trabalhador subordinado ou independente, à
data do seu falecimento, tenha residido no
424
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
425
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
prova da existência de motivos de saúde graves 3 - O pedido de cartão de residência permanente deve
que exigem imperativamente a assistência pessoal ser apresentado antes de caducar o cartão de
do familiar pelo cidadão da União. residência a que se refere o artigo 15.º
5 - O cartão de residência a que se refere o número 4 - As interrupções de residência que não excedam 30
anterior é emitido no prazo máximo de três meses a meses consecutivos não afetam o direito de
contar da apresentação do pedido. residência permanente.
6 - O cartão de residência a que se refere o n.º 1 é válido 5 - Para a emissão do cartão de residência permanente é
por cinco anos a contar da data da sua emissão, ou suficiente a apresentação do cartão de residência de
para o período previsto de residência do cidadão da familiar de cidadão da União.
União, se este período for inferior a cinco anos.
7 - O direito de residência dos familiares não é afetado CAPÍTULO VII
por ausências temporárias que não excedam 6 meses Disposições comuns ao direito de residência e ao direito
consecutivos por ano, por ausências mais de residência permanente
prolongadas para cumprimento de obrigações
militares, por uma ausência de 12 meses Artigo 18.º
consecutivos, no máximo, por motivos importantes, Âmbito territorial do direito de residência
como gravidez ou parto, doença grave, estudos ou
formação profissional, ou destacamento por motivos O direito de permanência, o direito de residência e o
profissionais para outro Estado membro ou país direito de residência permanente abrangem a totalidade
terceiro. do território nacional.
SECÇÃO II
Direito de residência permanente Artigo 19.º
Direitos conexos dos familiares do cidadão da União
Artigo 16.º
Certificado de residência permanente do cidadão da Os familiares do cidadão da União que gozam do direito
União de residência ou do direito de residência permanente no
território nacional têm, independentemente da sua
1 - O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras emite aos nacionalidade, o direito de exercer atividade profissional
cidadãos da União com direito a residência subordinada ou independente.
permanente, a pedido destes, um documento, de
modelo a aprovar por portaria do membro do Artigo 20.º
Governo responsável pela área da administração Igualdade de tratamento
interna, que certifica a residência permanente.
2 - O certificado de residência permanente referido no 1 - Os cidadãos da União que residam no território
número anterior é emitido pelo Serviço de nacional beneficiam de igualdade de tratamento em
Estrangeiros e Fronteiras no prazo máximo de 15 relação aos cidadãos nacionais, sem prejuízo de
dias, dependendo, exclusivamente, da verificação da restrições admissíveis pelo direito comunitário.
duração da residência. 2 - Os familiares do cidadão da União que tenham
nacionalidade de Estado terceiro beneficiam do
Artigo 17.º disposto no número anterior.
Cartão de residência permanente para familiares do 3 - Em derrogação ao disposto nos n.ºs 1 e 2, não é
cidadão da União nacionais de Estado terceiro concedido ao cidadão da União ou aos seus familiares
direito a prestações do subsistema de solidariedade
1 - Aos familiares de cidadão da União nacionais de durante os primeiros três meses de residência ou
Estado terceiro que tenham direito a residência durante um período mais longo se o cidadão da União
permanente é emitido um cartão de residência entrou no território nacional para procurar emprego
permanente, de modelo a aprovar por portaria do nos termos do disposto na alínea b) do n.º 4 do artigo
membro do Governo responsável pela área da 9.º
administração interna. 4 - Antes de adquirido o direito de residência
2 - O cartão de residência permanente previsto no permanente, não são concedidas bolsas de estudo ou
número anterior é emitido pelo Serviço de qualquer tipo de apoio social à realização de estudos
Estrangeiros e Fronteiras no prazo máximo de três ou formação profissional.
meses a contar da apresentação do pedido. 5 - O disposto no número anterior não é aplicável aos
cidadãos da União que sejam trabalhadores
426
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
427
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
3 - Se indícios graves o justificarem, pode ser exigido, no não é desproporcionada, em especial no que respeita
prazo de três meses a contar da data de entrada no às condições estabelecidas no artigo 23.º
território nacional, que os titulares do direito de 5 - É garantido o direito de apresentação pessoal da
residência se submetam a exame médico gratuito, defesa, salvo se a presença do cidadão em causa for
incluindo exames complementares de diagnóstico, suscetível de provocar grave perturbação da ordem
para se certificar que não sofrem das doenças pública ou da segurança pública ou quando a
mencionadas no n.º 1. impugnação disser respeito à recusa de entrada no
4 - Os exames médicos referidos no número anterior não território.
podem assumir carácter de rotina.
Artigo 27.º
Artigo 25.º Duração da interdição de entrada no território nacional
Notificação das decisões
1 - A pessoa sobre a qual recaiu medida de interdição de
1 - Qualquer decisão a que se refere o n.º 1 do artigo entrada no território nacional por razões de ordem
22.º deve ser notificada por escrito à pessoa em pública ou de segurança pública pode apresentar um
causa, de uma forma que lhe permita compreender o pedido de levantamento da interdição de entrada no
conteúdo e os respetivos efeitos na sua esfera território após um prazo razoável, em função das
pessoal. circunstâncias, e, em todos os casos, três anos após a
2 - A pessoa em causa é informada, de forma clara e execução da decisão definitiva de proibição que
completa, das razões de ordem pública, de segurança tenha sido legalmente tomada.
pública ou de saúde pública em que se baseia a 2 - Para efeitos do disposto no número anterior, o
decisão, a menos que isso seja contrário aos interessado deve invocar meios susceptíveis de
interesses de segurança do Estado. provar que houve uma alteração material das
3 - A notificação deve especificar o tribunal ou circunstâncias que haviam justificado a interdição de
autoridade administrativa perante o qual a pessoa entrada no território.
pode impugnar a decisão, o prazo de que dispõe para 3 - A decisão sobre o pedido formulado nos termos dos
o efeito e, se for caso disso, o prazo concedido para números anteriores deve ser tomada no prazo de seis
abandonar o território nacional. meses a contar da sua apresentação.
4 - Salvo motivo de urgência devidamente justificado, o 4 - As pessoas referidas no n.º 1 não têm direito a
prazo para abandonar o território não pode ser entrada no território português durante o período de
inferior a um mês a contar da data da notificação. apreciação do seu pedido.
1 - Das decisões tomadas ao abrigo do presente capítulo 1 - Só pode ser decidido o afastamento do território a
cabe recurso hierárquico e impugnação judicial. título de sanção acessória de uma pena privativa de
2 - Se a impugnação da decisão de afastamento for liberdade, em conformidade com as condições
acompanhada de um pedido de medida provisória estabelecidas nos artigos 22.º, 23.º e 24.º
para suspender a execução da decisão, o afastamento 2 - Decorridos mais de dois anos a contar da data da
do território não pode ser concretizado enquanto não decisão de afastamento a que se refere o número
for tomada a decisão sobre a medida provisória. anterior, a mesma só pode ser executada depois de
3 - O disposto no número anterior não é aplicável se verificar se a pessoa em causa continua a ser uma
quando: ameaça atual e real para a ordem pública ou a
a) A decisão de afastamento se baseie em decisão segurança pública e avaliar se houve uma alteração
judicial anterior; ou material das circunstâncias desde o momento em que
b) As pessoas em questão já anteriormente tenham foi tomada a decisão de afastamento.
impugnado judicialmente o afastamento; ou
c) A decisão de afastamento se baseie em razões CAPÍTULO IX
imperativas de segurança pública ao abrigo do n.º Taxas
3 do artigo 23.º
Artigo 29.º
4 - A impugnação deve permitir o exame da legalidade da Taxas e encargos
decisão, dos factos e das circunstâncias que a
fundamentam, bem como certificar que a decisão 1 - Pela emissão do certificado de registo a que se refere
o artigo 14.º, do certificado de residência
428
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
permanente, de um certificado que ateste que foi são recusados e retirados os direitos de residência e
pedido um cartão de residência de familiar, de um os apoios sociais conferidos ao abrigo da presente lei.
cartão de residência ou de um cartão de residência 2 - O disposto nos artigos 25.º e 26.º é aplicável a
permanente, bem como pelos procedimentos e qualquer decisão tomada nos termos do número
demais documentos previstos na presente lei, são anterior.
devidas taxas a fixar por portaria do membro do
Governo responsável pela área da administração Artigo 32.º
interna. Direito subsidiário
2 - O produto da taxa pela emissão do certificado de
registo a que se refere o artigo 14.º reverte, sempre Em tudo quanto não esteja regulado na presente lei deve
que efetuado junto da câmara municipal: observar-se o disposto na lei geral que seja compatível
com as disposições do direito comunitário.
a) 50% para o município;
b) 50% para o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
Artigo 33.º
3 - O produto das restantes taxas reverte para o Serviço Norma transitória
de Estrangeiros e Fronteiras.
4 - Os encargos e as taxas pela emissão dos documentos Os títulos de residência emitidos ao abrigo do Decreto-
referidos no n.º 1 não podem ser superiores àqueles Lei n.º 60/93, de 3 de março, mantêm-se válidos,
que são exigidos aos cidadãos nacionais em matéria podendo ser substituídos pelo certificado de registo ou
de emissão do bilhete de identidade. pelo cartão de residência, consoante os casos, a pedido
dos respetivos titulares.
CAPÍTULO X
Contraordenações Artigo 34.º
Norma revogatória
Artigo 30.º
Contraordenações É revogado o Decreto-Lei n.º 60/93, de 3 de março.
CAPÍTULO XI
Disposições finais e transitórias
Artigo 31.º
Abuso de direito
429
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
430
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Nacionalidade
431
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
432
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
433
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
434
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
ARTIGO 12.º
(Efeitos das alterações de nacionalidade) CAPÍTULO I
Registo central da nacionalidade
Os efeitos das alterações de nacionalidade só se
produzem a partir da data do registo dos atos ou factos ARTIGO 16.º
de que dependem. (Registo central da nacionalidade)
435
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
b) Das declarações para aquisição ou perda da 2 - À prova da aquisição da nacionalidade por adoção é
nacionalidade; aplicável o n.º 1 do artigo anterior.
c) Da naturalização de estrangeiros.
2 – (Revogado). ARTIGO 23.º
(Pareceres do conservador dos Registos Centrais)
1 - A aquisição e a perda da nacionalidade provam-se Se alguém tiver duas ou mais nacionalidades e uma delas
pelos respetivos registos ou pelos consequentes for portuguesa, só esta releva face à lei portuguesa.
averbamentos exarados à margem do assento de
nascimento.
436
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Os adotados plenamente por nacional português, antes O registo das alterações de nacionalidade por efeito de
da entrada em vigor da presente lei, podem adquirir a casamento ou por aquisição voluntária de nacionalidade
nacionalidade portuguesa mediante declaração. estrangeira em conformidade com a lei anterior é
lavrado oficiosamente ou a requerimento dos
ARTIGO 30.º interessados, sendo obrigatório para fins de
(Aquisição da nacionalidade por mulher casada com identificação.
estrangeiro)
ARTIGO 34.º
1 - A mulher que, nos termos da Lei n.º 2098, de 29 de (Atos cujo registo não era obrigatório pela lei anterior)
julho de 1959, e legislação precedente, tenha perdido
a nacionalidade portuguesa por efeito do casamento 1 - A aquisição e a perda da nacionalidade que resultem
pode readquiri-la mediante declaração, não sendo, de atos cujo registo não era obrigatório no domínio
neste caso, aplicável o disposto nos artigos 9.º e 10.º da lei anterior continuam a provar-se pelo registo ou
2 - Sem prejuízo da validade das relações jurídicas pelos documentos comprovativos dos atos de que
anteriormente estabelecidas com base em outra dependem.
nacionalidade, a aquisição da nacionalidade 2 - Para fins de identificação, a prova destes atos é feita
portuguesa nos termos previstos no número anterior pelo respetivo registo ou consequentes
produz efeitos desde a data do casamento. averbamentos ao assento de nascimento.
1 - Quem, nos termos da Lei n.º 2098, de 29 de julho de 1 - Os efeitos das alterações de nacionalidade
1959, e legislação precedente, perdeu a dependentes de atos ou factos não obrigatoriamente
nacionalidade portuguesa por efeito da aquisição sujeitos a registo no domínio da lei anterior são
voluntária de nacionalidade estrangeira, adquire-a: havidos como produzidos desde a data da verificação
a) Desde que não tenha sido lavrado o registo dos atos ou factos que as determinaram.
definitivo da perda da nacionalidade, exceto se 2 - Excetua-se do disposto no número anterior a perda da
declarar que não quer adquirir a nacionalidade nacionalidade fundada na aquisição voluntária de
portuguesa; nacionalidade estrangeira, a qual continua a só
b) Mediante declaração, quando tenha sido lavrado o produzir efeitos para com terceiros, no domínio das
registo definitivo da perda da nacionalidade. relações de direito privado, desde que seja levada ao
registo e a partir da data em que este se realize.
2 - Nos casos referidos no número anterior não se aplica
o disposto nos artigos 9.º e 10.º ARTIGO 36.º
3 - Sem prejuízo da validade das relações jurídicas (Processos pendentes)
anteriormente estabelecidas com base em outra
nacionalidade, a aquisição da nacionalidade (Revogado).
portuguesa nos termos previstos no n.º 1 produz
437
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
ARTIGO 37.º
(Assentos de nascimento de filhos apenas de não 3 - Quando for estabelecida a filiação, posteriormente ao
portugueses) registo de nascimento, de estrangeiro nascido no
território nacional, da decisão judicial ou do ato que a
1 - Nos assentos de nascimentos ocorridos no território tiver estabelecido, bem como da sua comunicação
português, após a entrada em vigor da presente lei, para averbamento ao registo de nascimento, deve
de filhos apenas de não portugueses deve mencionar- constar a menção da naturalidade do progenitor
se, como elemento de identidade do registando, a estrangeiro, nascido no território português, bem
nacionalidade estrangeira dos progenitores ou o seu como a sua residência ao tempo do nascimento.
desconhecimento, exceto se algum dos progenitores
tiver nascido no território português e aqui tiver ARTIGO 39.º
residência. (Regulamentação transitória)
2 - Sempre que possível, os declarantes devem
apresentar documento comprovativo da menção que (Revogado).
deva ser feita nos termos do número anterior, em
ordem a demonstrar que nenhum dos progenitores é ARTIGO 40.º
de nacionalidade portuguesa. (Disposição revogatória)
438
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Decreto-Lei n.º 237-A/2006, de 14 de dezembro18 importante inovação, introduzida pela referida Lei
Aprova o Regulamento da Nacionalidade Orgânica n.º 2/2006, de 17 de abril.
Portuguesa e introduz alterações no Regulamento
Emolumentar dos Registos e Notariado, aprovado Acresce que, de um modo geral, foram simultaneamente
diminuídas exigências, tendo sido introduzido, para
pelo Decreto-Lei n.º 322-A/2001, de 14 de
efeitos de atribuição ou de aquisição da nacionalidade,
dezembro um novo conceito de residência legal no território
português, cuja prova pode ser efetuada através de
(com as alterações introduzidas pelo qualquer título válido, e não apenas mediante
Decreto-Lei n.º 43/2013, de 14 de dezembro, e autorização de residência.
Decreto-Lei n.º 30-A/2015, de 27 de fevereiro)
Tais alterações determinariam, por si só, a necessidade
Pela Lei Orgânica n.º 2/2006, de 17 de abril, foram de aprovar um novo Regulamento da Nacionalidade
introduzidas alterações à Lei n.º 37/81, de 3 de outubro Portuguesa, adaptado aos princípios e normas que
(Lei da Nacionalidade), que modificaram enformam a Lei da Nacionalidade recentemente revista.
substancialmente os regimes da atribuição e da aquisição
da nacionalidade portuguesa. Todavia, o objetivo do presente decreto-lei não se
circunscreveu à regulamentação da nova lei.
De entre essas alterações destaca-se, pela relevância que
assume, o reforço do princípio do ius soli, o que constitui Assim, aproveitou-se para simplificar procedimentos
a concretização do objetivo, assumido no Programa do relativos aos pedidos de nacionalidade e ao respetivo
Governo, do reconhecimento de um estatuto de registo e para eliminar atos inúteis, adotando um
cidadania a quem tem fortes laços com Portugal. conjunto de medidas que tornam mais fácil para os
cidadãos o exercício dos seus direitos.
Com efeito, as modificações demográficas, ocorridas nos
últimos anos, determinaram que muitos descendentes de No domínio da simplificação de procedimentos, salienta-
imigrantes, embora sendo estrangeiros, nunca tenham se que os autos de declarações para fins de atribuição,
conhecido outro país, além de Portugal, onde nasceram. aquisição e perda da nacionalidade, lavrados nas
conservatórias do registo civil ou nos serviços consulares
Neste contexto, e revertendo como um importante fator portugueses, se tornam agora facultativos, sendo criados
de combate à exclusão social, pela nova lei é atribuída a meios alternativos para que os interessados possam
nacionalidade portuguesa de origem aos nascidos no remeter as suas declarações diretamente para a
território português, filhos de estrangeiros, se pelo Conservatória dos Registos Centrais.
menos um dos progenitores também aqui tiver nascido e
aqui tiver residência, independentemente de título, ao Trata-se, sem dúvida, de uma medida de grande impacte
tempo do nascimento do filho, bem como aos nascidos ao nível da facilitação da vida quotidiana de muitos
no território português, filhos de estrangeiros que se não cidadãos, neles se incluindo os emigrantes portugueses e
encontrem ao serviço do respetivo Estado, se declararem as respetivas famílias, que passam a dispor da
que querem ser portugueses, desde que, no momento do possibilidade de requerer atos de nacionalidade sem ter
nascimento, um dos progenitores aqui resida legalmente de se deslocar a Portugal ou a um posto consular.
há, pelo menos, cinco anos.
Além disso, prevê-se a criação de extensões da
Por sua vez, no domínio da aquisição da nacionalidade foi Conservatória dos Registos Centrais, disponibilizando-se,
consagrado um direito subjetivo à naturalização por assim, novos balcões de atendimento, com competência
parte dos menores nascidos no território português, para a instrução dos pedidos de nacionalidade. Consagra-
filhos de estrangeiros, se, no momento do pedido, um se, ainda, a possibilidade de serem designadas entidades
dos progenitores aqui residir legalmente há cinco anos públicas, associações ou outras entidades privadas para
ou se o menor aqui tiver concluído o primeiro ciclo do prestar informações sobre o tratamento e a instrução
ensino básico. dos pedidos de atribuição, aquisição e perda da
nacionalidade e encaminhar as respetivas declarações e
A limitação da discricionariedade, através do requerimentos para a Conservatória dos Registos
reconhecimento, em diversas situações, de um direito Centrais.
subjetivo à naturalização, constitui, aliás, outra
No que se reporta à eliminação de atos inúteis, refere-se
que os registos de nacionalidade, tradicionalmente
18 Texto consolidado retirado da base de dados Datajuris.
439
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
lavrados por assento, são, na maior parte dos casos, Artigo 1.º
transformados em registos por mero averbamento e, Objeto
bem assim, é eliminada a publicação no Diário da
República do despacho de concessão da nacionalidade O presente decreto-lei aprova o Regulamento da
portuguesa, por naturalização. Nacionalidade Portuguesa, que consta do anexo ao
presente decreto-lei, que dele faz parte integrante, e
Salienta-se, ainda, o facto de os interessados estarem altera o artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 322-A/2001, de 14
genericamente dispensados de apresentar certidões de de dezembro, e os artigos 10.º, 18.º e 19.º do
atos de registo civil nacional, que devam instruir os Regulamento Emolumentar dos Registos e Notariado,
pedidos de atribuição, aquisição e perda da aprovado pelo mesmo decreto-lei, com as alterações
nacionalidade, bem como de apresentar outros introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 315/2002, de 27 de
documentos, designadamente o certificado do registo dezembro, pela Lei n.º 32-B/2002, de 30 de dezembro, e
criminal português e documentos comprovativos da pelos Decretos-Leis n.ºs 194/2003, de 23 de agosto,
residência legal no território português, os quais se 53/2004, de 18 de março, 199/2004, de 18 de agosto,
referem a informação de que a administração já dispõe e 111/2005, de 8 de julho, 178-A/2005, de 28 de outubro,
que passam a ser oficiosamente obtidos. 76-A/2006, de 29 de março, 85/2006, de 23 de maio, e
125/2006, de 29 de junho.
Por outro lado, atribuem-se novas competências aos
ajudantes e escriturários da Conservatória dos Registos Artigo 2.º
Centrais promovendo, deste modo, a desconcentração Alteração ao Decreto-Lei n.º 322-A/2001, de 14 de
de competências, o que permite uma capacidade de dezembro
resposta acrescida.
(…)
Adotam-se, ainda, várias disposições destinadas a
permitir que os pedidos de atribuição, aquisição e perda Artigo 3.º
da nacionalidade possam, no futuro, ser efetuados por Norma revogatória
via eletrónica.
São revogados:
Por último, uma vez que, em matéria do contencioso da
a) O Decreto-Lei n.º 322/82, de 12 de agosto, com as
nacionalidade, a competência foi transferida para os
alterações introduzidas pelos Decretos-Leis n.ºs
tribunais administrativos e fiscais, são também
117/93, de 13 de abril, 253/94, de 20 de outubro,
introduzidas novas regras quanto à tramitação dos
e 37/97, de 31 de janeiro, e parcialmente
processos e quanto à impugnação das decisões do
revogado pela Lei n.º 33/99, de 18 de maio;
conservador dos Registos Centrais.
b) O Decreto-Lei n.º 135/2005, de 17 de agosto, sem
prejuízo da sua aplicação aos processos pendentes
Foram promovidas as diligências necessárias à audição
no Ministério da Administração Interna.
do Conselho Superior da Magistratura, do Conselho
Superior do Ministério Público, da Ordem dos
Artigo 4.º
Advogados, da Câmara dos Solicitadores e do Conselho
Entrada em vigor
dos Oficiais de Justiça.
1 - O presente decreto-lei entra em vigor no dia 15 de
Foram ouvidos o Conselho Superior dos Tribunais
dezembro de 2006 e aplica-se aos processos
Administrativos e Fiscais, a Associação Nacional de
pendentes, salvo no que respeita ao disposto no
Municípios Portugueses e a Comissão Nacional de
artigo 2.º e às normas relativas à competência para a
Proteção de Dados.
decisão dos pedidos de aquisição da nacionalidade
portuguesa por naturalização, bem como ao regime
Assim:
relativo à sua tramitação, constantes do anexo ao
presente decreto-lei, que dele faz parte integrante.
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da
2 - Ao registo de aquisição da nacionalidade por
Constituição, o Governo decreta o seguinte:
naturalização, que venha a ser concedida em
processo pendente à data de entrada em vigor do
presente decreto-lei, aplica-se o disposto no
Regulamento Emolumentar dos Registos e Notariado,
na redação anterior à introduzida pelo presente
diploma.
440
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
441
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
442
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
443
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
1 - Aquele que pretenda adquirir a nacionalidade a) Sejam maiores ou emancipados à face da lei
portuguesa por naturalização, pode apresentar o portuguesa;
respetivo requerimento, dirigido ao Ministro da b) Residam legalmente no território português há
Justiça, nos seguintes serviços: pelo menos seis anos;
c) Conheçam suficientemente a língua portuguesa,
nos termos do disposto no artigo 25.º;
444
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
d) Não tenham sido condenados, com trânsito em b) Documento comprovativo de que conhece
julgado da sentença, pela prática de crime punível suficientemente a língua portuguesa, nos termos
com pena de prisão de máximo igual ou superior a do disposto no artigo 25.º;
três anos, segundo a lei portuguesa. c) Certificados do registo criminal emitidos pelos
4 - O requerimento é instruído com os seguintes serviços competentes portugueses, do país da
documentos, sem prejuízo da dispensa da sua nacionalidade, bem como dos países onde tenha
apresentação pelo interessado nos termos do artigo tido e tenha residência;
37.º: d) Documento emitido pelo Serviço de Estrangeiros e
Fronteiras, comprovativo de que um dos
a) Certidão do registo de nascimento; progenitores reside legalmente no território
b) Documento emitido pelo Serviço de Estrangeiros e português há pelo menos cinco anos, ao abrigo de
Fronteiras, comprovativo de que reside qualquer dos títulos, vistos ou autorizações
legalmente no território português há pelo menos previstos no regime de entrada, permanência,
seis anos, ao abrigo de qualquer dos títulos, vistos saída e afastamento de estrangeiros e no regime
ou autorizações previstos no regime de entrada, do direito de asilo ou ao abrigo de regimes
permanência, saída e afastamento de estrangeiros especiais resultantes de tratados ou convenções
e no regime do direito de asilo ou ao abrigo de de que Portugal seja Parte, designadamente no
regimes especiais resultantes de tratados ou âmbito da União Europeia e da Comunidade dos
convenções de que Portugal seja Parte, Países de Língua Portuguesa, ou documento
designadamente no âmbito da União Europeia e comprovativo de que o menor aqui concluiu o
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa; primeiro ciclo do ensino básico.
c) Documento comprovativo de que conhece
suficientemente a língua portuguesa, nos termos Artigo 21.º
do disposto no artigo 25.º; Naturalização de indivíduos que tenham tido a
d) Certificados do registo criminal emitidos pelos nacionalidade portuguesa
serviços competentes portugueses, do país da
naturalidade e da nacionalidade, bem como dos 1 - O Governo concede a nacionalidade portuguesa, por
países onde tenha tido residência. naturalização, aos indivíduos que tenham tido a
nacionalidade portuguesa e que, tendo-a perdido,
Artigo 20.º nunca tenham adquirido outra nacionalidade, quando
Naturalização de menores nascidos no território satisfaçam os seguintes requisitos:
português
a) Sejam maiores ou emancipados à face da lei
1 - O Governo concede a nacionalidade portuguesa, por portuguesa;
naturalização, aos menores, à face da lei portuguesa, b) Não tenham sido condenados, com trânsito em
nascidos no território português, filhos de julgado da sentença, pela prática de crime punível
estrangeiros, quando satisfaçam os seguintes com pena de prisão de máximo igual ou superior a
requisitos: três anos, segundo a lei portuguesa.
445
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
446
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
447
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
448
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
449
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
450
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
A apatridia prova-se, para os fins do presente decreto-lei, a) Certificado do registo criminal português;
pelos meios estabelecidos em convenção e, na sua falta, b) Documentos emitidos pelo Serviço de Estrangeiros
por documentos emanados das autoridades dos países e Fronteiras, destinados a comprovar a residência
com os quais o interessado tenha conexões relevantes, legal no território português, bem como a
designadamente dos países de origem e da última circunstância prevista na alínea c) do n.º 2 do
nacionalidade ou da nacionalidade dos progenitores. artigo 10.º
8 - Sem prejuízo do que se encontre estabelecido em
convenções internacionais e leis especiais, as
451
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
452
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
453
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
4 - No caso previsto no número anterior, o requerimento 2 - Os registos de nascimento, ainda que atributivos da
é instruído com certidão do registo de nascimento, nacionalidade e os registos de nacionalidade são
sendo aplicável o disposto nos n.ºs 4 a 6 do artigo assinados por conservador ou por oficial dos registos.
37.º
5 - Nos certificados é feita expressa referência à natureza Artigo 50.º
do registo em face do qual são passados. Transcrição e inscrição do registo de nascimento
6 - Sempre que o registo de nascimento ou de
nacionalidade enferme de irregularidade ou 1 - Exceto nos casos em que o nascimento do interessado
deficiência, ainda não sanada, que possa afetar a já conste do registo civil português, é transcrita a
prova da nacionalidade, no certificado é mencionada certidão do seu registo estrangeiro de nascimento, a
essa circunstância. fim de que, seguidamente, seja efetuado o registo da
nacionalidade.
2 - Se aquele que adquirir a nacionalidade não puder
CAPÍTULO II obter a certidão a que se refere o número anterior,
Registo central da nacionalidade pode requerer a inscrição do seu nascimento
mediante declaração.
Artigo 46.º 3 - Além do registo de nascimento, são obrigatoriamente
Atos sujeitos a registo obrigatório transcritos no registo civil português todos os atos de
estado civil lavrados no estrangeiro e referentes a
É obrigatório o registo, na Conservatória dos Registos indivíduos a quem tenha sido atribuída a
Centrais, das declarações para atribuição, aquisição e nacionalidade portuguesa ou que a tenham
perda da nacionalidade, bem como da naturalização de adquirido.
estrangeiros.
Artigo 51.º
Artigo 47.º Requisitos dos assentos
Registo da nacionalidade
O texto dos assentos de nacionalidade contém:
O registo da nacionalidade pode ser efetuado em livro ou
a) Número de ordem, dia, mês e ano em que são
em suporte informático, sendo aplicável, com as
lavrados, bem como a designação da
necessárias adaptações, o disposto no Código do Registo
conservatória;
Civil.
b) O nome completo, anterior e posterior à alteração
da nacionalidade, quando diversos, data do
Artigo 48.º
nascimento, filiação, naturalidade e nacionalidade
Forma de lavrar os registos
anterior do interessado, se conhecida;
c) O número e ano do assento de nascimento do
1 - Os registos de atribuição, aquisição e perda da
interessado e a indicação da conservatória em que
nacionalidade são efetuados por averbamento
se encontra, quando lavrado no registo civil
quando o registo de nascimento seja
português;
simultaneamente lavrado na Conservatória dos
d) O facto registado, o seu fundamento legal e os seus
Registos Centrais ou aí se encontre arquivado.
efeitos;
2 - Fora do caso previsto no número anterior, os registos
e) A categoria do funcionário que os subscreve e a sua
de atribuição, aquisição ou perda da nacionalidade
assinatura.
são lavrados por assento.
3 - O disposto nos números anteriores não se aplica à
Artigo 52.º
atribuição da nacionalidade mediante inscrição de
Requisitos dos averbamentos
nascimento no registo civil português ou à aquisição
mediante adoção, por efeito da lei.
Quando forem lavrados por averbamento, os registos de
nacionalidade contêm:
Artigo 49.º
Assentos de nacionalidade a) O facto registado, o seu fundamento legal e os seus
efeitos;
1 - Os assentos de nacionalidade são lavrados por b) O nome completo anterior ou posterior à alteração
transcrição, sem intervenção dos interessados. da nacionalidade, quando sejam diversos;
c) A categoria do funcionário que os subscreve e a sua
assinatura.
454
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo 55.º
Artigo 57.º
Retificação, declaração de inexistência ou de nulidade e
Declarações e documentos relativos aos factos que
cancelamento dos registos
constituem fundamento de oposição
1 - Aos registos de nacionalidade, ainda que mediante
1 - Quem requeira a aquisição da nacionalidade
inscrição de nascimento no registo civil português, à
portuguesa, por efeito da vontade ou por adoção,
sua retificação, declaração de inexistência ou de
deve pronunciar-se sobre a existência de ligação
nulidade, bem como ao seu cancelamento são
efetiva à comunidade nacional e sobre o disposto nas
subsidiariamente aplicáveis as disposições contidas
alíneas b) e c) do n.º 2 do artigo anterior.
no Código do Registo Civil.
2 - Excetua-se do disposto no número anterior a
2 - Quando no âmbito da retificação, declaração de
aquisição da nacionalidade por parte de quem a
inexistência ou de nulidade e cancelamento dos
tenha perdido, no domínio do direito anterior, por
registos se suscitem dúvidas quanto à identidade do
efeito do casamento ou da aquisição voluntária de
titular, são competentes os tribunais administrativos
nacionalidade estrangeira.
e fiscais, sempre que esteja em causa a nacionalidade
3 - Para efeitos do disposto no n.º 1, o interessado deve:
do interessado.
3 - A decisão do conservador, proferida em processo de a) Apresentar certificados do registo criminal,
justificação, é objeto de reação contenciosa para os emitidos pelos serviços competentes do país da
tribunais administrativos e fiscais, nos termos do naturalidade e da nacionalidade, bem como dos
Código de Processo nos Tribunais Administrativos, países onde tenha tido e tenha residência;
sempre que esteja em causa a nacionalidade do b) Apresentar documentos que comprovem a
interessado. natureza das funções públicas ou do serviço
militar prestados a Estado estrangeiro, sendo caso
disso.
TÍTULO III 4 - A declaração é, ainda, instruída com certificado do
Oposição à aquisição da nacionalidade por efeito da registo criminal português sem prejuízo da dispensa
vontade ou da adoção e contencioso da nacionalidade da sua apresentação pelo interessado nos termos do
n.º 7 do artigo 37.º
CAPÍTULO I 5 - O conservador ou o oficial dos registos pode,
Oposição à aquisição da nacionalidade mediante requerimento do interessado,
fundamentado na impossibilidade prática de
Artigo 56.º apresentação dos documentos referidos na alínea a)
Fundamento, legitimidade e prazo do n.º 3, dispensar a sua junção, desde que não
existam indícios da verificação do fundamento de
1 - O Ministério Público promove nos tribunais oposição à aquisição da nacionalidade, que esses
administrativos e fiscais a ação judicial para efeito de documentos se destinavam a comprovar.
oposição à aquisição da nacionalidade, por efeito da 6 - A Conservatória dos Registos Centrais deve solicitar as
vontade ou por adoção, no prazo de um ano a contar informações necessárias às entidades referidas no n.º
da data do facto de que depende a aquisição da 5 do artigo 27.º, sendo aplicável o disposto nos n.ºs 6
nacionalidade. e 7 do mesmo artigo.
455
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
456
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
457
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
458
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
459
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
2 - A inscrição para a realização da prova é efetuada pelo 5 - A prova prevista no n.º 4 do artigo 2.º terá duração
interessado, exclusivamente por via eletrónica, adaptada, casuisticamente, às necessidades
através da página eletrónica do Instituto de Avaliação específicas dos candidatos.
Educativa, I. P. 6 - Durante a realização da prova, é vedada aos
3 - O pedido para a realização da prova prevista no n.º 3 candidatos toda a comunicação, quer entre si quer
do artigo 2.º é efetuado, pelo interessado, junto da com terceiros.
Conservatória dos Registos Centrais ou em serviços 7 - A realização da prova é imediatamente suspensa e a
desconcentrados do Instituto de Registos e mesma anulada, no caso de ser detetada qualquer
Notariado, I. P., a designar por despacho do respetivo fraude ou tentativa de fraude por parte do candidato.
Presidente, os quais procedem à inscrição do 8 - Aos candidatos que vejam a sua prova anulada, nos
candidato, após validação dos documentos termos do número anterior, é atribuída a menção
comprovativos da situação que lhe permite a Não Aprovado.
realização desta prova, que deverão ser digitalizados
e arquivados pelo serviço recetor do pedido. Artigo 6.º
4 - A realização da prova, bem como a consulta e o Classificação da prova
pedido de reapreciação da mesma, estão sujeitos ao
pagamento de taxas de montantes a definir por 1 - A prova é classificada numa escala de 0 a 100 pontos
despacho do membro do Governo responsável pela percentuais, sendo a classificação expressa através da
área da educação. menção Aprovado ou Não Aprovado.
5 - A inscrição é considerada válida após a liquidação da 2 - Todos os candidatos com classificação final igual ou
respetiva taxa, sendo o interessado informado acerca superior a 50 % têm a menção Aprovado e todos os
do local, da data e da hora da realização da prova, por candidatos com classificação final inferior a 50 % têm
via eletrónica, no endereço de correio eletrónico a menção Não Aprovado.
indicado aquando da inscrição.
6 - A inscrição caduca se, no prazo de cinco dias úteis, Artigo 7.º
não for efetuado o pagamento previsto no n.º 4 deste Resultados e emissão dos certificados
artigo.
7 - A taxa a que se refere o n.º 4 não é reembolsável, em 1 - Os resultados obtidos na prova são disponibilizados
caso de não comparência do candidato ou de até 30 dias úteis, contados a partir da data da
anulação da respetiva prova. realização da prova, na página eletrónica do Instituto
8 - A escolha das datas e dos locais pretendidos para a de Avaliação Educativa, I. P.
realização da prova está condicionada à existência de 2 - O Ministério da Educação e Ciência emite um
vagas, as quais são indicadas na página eletrónica do certificado de aprovação na prova, validado
Instituto de Avaliação Educativa, I. P. digitalmente.
460
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Despacho n.º 12941/2014, de 23 de outubro Assim, ao abrigo do disposto no n.º 3 do artigo 25.º do
Regulamenta a realização da prova do Decreto-Lei n.º 237-A/2006, de 14 de dezembro, alterado
conhecimento da língua portuguesa pelo Decreto-Lei n.º 43/2013, de 1 de abril, e do n.º 4 do
artigo 4.º da Portaria n.º 176/2014, de 11 de setembro,
O Regulamento da Nacionalidade Portuguesa, aprovado determino o seguinte:
pelo Decreto-Lei n.º 237-A/2006, de 14 de dezembro,
alterado pelo Decreto-Lei n.º 43/2013, de 1 de abril, 1 - O valor a pagar pela inscrição na prova é fixado em
define no seu artigo 25.º o modo de aferir o sessenta e cinco euros (euro) 65,00).
conhecimento da língua portuguesa para efeitos de 2 - O valor a pagar pela consulta da prova é fixado em
aquisição da nacionalidade, prevendo a realização de vinte euros (euro) 20,00).
uma prova de língua portuguesa. 3 - O valor a pagar pelo pedido de reapreciação da prova
é fixado em vinte e cinco euros (euro) 25,00).
A Portaria n.º 176/2014, de 11 de setembro, vem 4 - O valor a que se refere o número anterior será
regulamentar a realização da prova do conhecimento da restituído sempre que, na sequência da reapreciação
língua portuguesa, estabelecendo o n.º 4 do artigo 4.º da prova, a menção a atribuir ao candidato for
que a sua realização, consulta e pedido de reapreciação alterada de Não Aprovado para Aprovado.
estão sujeitos ao pagamento de taxas, cujos montantes 5 - O presente despacho produz efeitos a partir da data
são definidos por despacho do membro do Governo da sua publicação.
responsável pela área da educação.
461
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
462
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Prestações Sociais
463
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
464
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
465
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
466
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Portaria n.º 224/96, de 24 de junho carácter temporário, deve comunicar esse facto, no prazo
Define as normas técnicas de execução necessárias de 8 dias a contar da data em que se inicia o
ao reconhecimento do carácter temporário de destacamento, à instituição de segurança social que a
atividade dos trabalhadores em situação de abranja, quando a duração do destacamento não deva
exceder 12 meses.
destacamento
2.º Nos casos em que se preveja que a atividade laboral
O Decreto-Lei n.º 64/93, de 5 de março, teve por objetivo
do trabalhador destacado nos termos do número
regular perante o regime geral da segurança social a
anterior, embora temporária, possa exceder os 12 meses,
situação dos trabalhadores de empresas estabelecidas
deve a respetiva entidade empregadora requerer ao
em Portugal que vão exercer, em regime de
Departamento de Relações Internacionais de Segurança
destacamento, atividade temporária em países
Social o reconhecimento do carácter temporário da
estrangeiros, bem como a dos trabalhadores de
atividade laboral em causa, instruindo o seu pedido com
empresas estabelecidas em países estrangeiros que
os elementos necessários à sua fundamentação.
venham exercer atividade, também com carácter
temporário, em Portugal. No primeiro caso, o citado
3.º O Departamento de Relações Internacionais de
diploma permite a manutenção do enquadramento no
Segurança Social deve dar conhecimento do despacho
regime geral de segurança social português dos
que for proferido sobre o requerimento a que se refere o
trabalhadores destacados durante períodos até 12
número anterior à instituição de segurança social
meses, podendo ser reconhecido o carácter temporário
competente nos termos do n.º 1.º da presente portaria.
de atividade por períodos superiores, em casos
devidamente justificados. Quanto aos trabalhadores
4.º Para efeitos da exclusão do enquadramento no regime
destacados para exercerem atividade temporária em
geral de segurança social português, os trabalhadores
Portugal, o Decreto-Lei n.º 64/93 permite que não se
destacados para exercerem atividade temporária em
efetive o seu enquadramento no regime geral de
Portugal, por período que não exceda 12 meses, ou as
segurança social português desde que se comprove a
respetivas entidades empregadoras, devem fazer prova, junto
sujeição do trabalhador a regime de proteção social
do centro regional de segurança social em cuja área de
obrigatório do país de envio e o destacamento não
competência seja exercida a atividade, de que aqueles
exceda o período de 12 meses, salvo se tiver lugar a sua
trabalhadores se encontram abrangidos por um regime de
prorrogação por igual período. Acresce que o diploma
proteção social obrigatória do país de envio.
prevê ainda que possa ser concedida autorização
especial, renovável anualmente, para prolongamento da
5.º Quando for previsível que o período de duração da
exclusão de enquadramento no regime geral por período
atividade temporária seja superior a 12 meses mas sem
superior a 24 meses. Porém, o artigo 13.º do mesmo
exceder os 24 meses, pode ser requerida a exclusão do
diploma condiciona a sua entrada em vigor à publicação
enquadramento no regime geral de segurança social
das normas técnicas de execução previstas no artigo 12.º
português ao Departamento de Relações Internacionais
relativamente ao reconhecimento do carácter
de Segurança Social, sendo o requerimento
temporário de atividades cuja duração exceda os 12
acompanhado dos elementos que fundamentem o
meses e à prorrogação dos destacamentos. É esse o
carácter temporário de atividade e que provem o
objetivo da presente portaria, que regula os
abrangimento obrigatório por regime de proteção social
procedimentos necessários à manutenção do
do país de envio.
enquadramento no regime geral de segurança social
português de trabalhadores destacados para exercer
6.º A concessão da autorização especial a que se refere o
atividade temporária noutro país e à exclusão do
n.º 2 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 64/93 depende de
enquadramento nesse regime em função do exercício de
requerimento dirigido ao Departamento de Relações
atividade temporária em Portugal.
Internacionais de Segurança Social, do qual conste,
expressamente, a data prevista para a conclusão do
Assim, nos termos do artigo 12.º do Decreto-Lei n.º
trabalho.
64/93, de 5 de março:
Manda o Governo, pelo Ministro da Solidariedade e
7.º Na apreciação do requerimento as instituições de
Segurança Social, o seguinte:
segurança social devem atender à especial aptidão do
trabalhador destacado para a realização do trabalho em
1.º A entidade empregadora que proceda ao
causa e à indispensabilidade da duração prevista para o
destacamento de trabalhador ao seu serviço, beneficiário
mesmo.
do regime geral de segurança social português, para
exercer no estrangeiro atividade profissional com
467
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
468
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Decreto-Lei n.º 176/2003, de 2 de agosto nacional, que satisfaçam as condições previstas na lei
Institui o abono de família para crianças e jovens e com o propósito de tratar de forma desigual o que tem
define a proteção na eventualidade de encargos de ser tratado desigualmente para assim reforçar a
familiares no âmbito do subsistema de proteção coesão social e promover a solidariedade.
familiar
Deste modo, as prestações familiares deixam de integrar
o elenco material da proteção conferida aos
(retificado Declaração de Retificação n.º 11-G/2003, de
trabalhadores nos regimes de proteção social de
30 de setembro e com as alterações introduzidas pelo
natureza laborista, bem como o elenco material dos
Decreto-Lei n.º 41/2006, de 21 de fevereiro, Decreto-Lei
regimes de natureza não contributiva destinados a
n.º 87/2008, de 28 de maio, Decreto-Lei n.º 245/2008, de
proteger cidadãos em situação de carência económica
18 de dezembro, Decreto-Lei n.º 201/2009, de 28 de
não cobertos pelos regimes laboristas, como se verificava
agosto, Decreto-Lei n.º 70/2010, de 16 de junho, Decreto-
atualmente.
Lei n.º 77/2010, de 24 de junho, Decreto-Lei n.º
116/2010, de 22 de outubro, Lei n.º 55-A/2010, de 31 de
Nesta conformidade e porque a família constitui um
dezembro, e Decreto-Lei n.º 133/2012, de 27 de junho)
elemento fundamental da sociedade, importa fomentar,
na definição das políticas sociais, a introdução de
medidas que garantam uma progressiva melhoria das
A reforma da segurança social tem vindo a ser
condições de vida dos seus membros, designadamente
concretizada progressivamente pelo XV Governo
através da concessão de prestações sociais mais justas e
Constitucional, o qual tem demonstrado um espírito
eficazes.
reformista e mobilizador para as causas sociais, buscando
respostas de base humanista e de matriz personalista,
A consagração de prestações familiares mais seletivas,
contribuindo assim para uma sociedade mais justa e mais
privilegiando as famílias de menores rendimentos e com
solidária.
maior número de filhos, é, pois, um desiderato a
alcançar, enquanto garante do reforço do princípio da
O reforço da justiça social e da igualdade de
diferencialidade social que deve pautar a concretização
oportunidades, de modo seguro e sustentado, por forma
do direito à segurança social.
que o primado social se realize efetivamente, constitui
uma das prioridades fundamentais enunciadas no
A definição deste novo quadro de proteção no contexto
Programa deste Governo, cuja materialização se iniciou
do subsistema de proteção familiar impõe a alteração do
com a aprovação da nova Lei de Bases da Segurança
regime jurídico em vigor - essencialmente
Social - Lei n.º 32/2002, de 20 de dezembro.
consubstanciado nos Decretos-Leis n.ºs 133-B/97, de 30
de maio, e 160/80, de 27 de maio, nas suas versões
Na sociedade atual a família constitui um espaço
atuais, bem como na respetiva legislação complementar -
privilegiado de realização da pessoa e de reforço da
o que se inicia desde já com o presente diploma, que visa
solidariedade entre gerações, sendo dever do Estado
definir o regime jurídico da proteção na eventualidade de
cooperar, apoiar e estimular o desenvolvimento das
encargos familiares sem que isso signifique, doravante,
funções específicas da família, sem que tal signifique
menor empenhamento do Governo na prossecução das
uma substituição na assunção das responsabilidades que
reformas socialmente necessárias, na realização do
lhe são e devem ser próprias.
progresso social e na construção de uma sociedade mais
justa.
Por isso a Lei n.º 32/2002, de 20 de dezembro,
consignou, no âmbito do sistema público de segurança
O abono de família para crianças e jovens e o subsídio de
social, a autonomização do subsistema de proteção
funeral integram o elenco das prestações reguladas
familiar, cujo objetivo é assegurar a compensação de
neste diploma, as quais já existiam, mas cuja conceção é
encargos familiares acrescidos, quando ocorram as
agora subordinada a novos parâmetros que potenciam
eventualidades que integram o respetivo âmbito
uma maior justiça social na respetiva atribuição.
material.
Assim, o abono de família para crianças e jovens constitui
Esta autonomização reflete uma alteração profunda na
um direito próprio das crianças e jovens residentes em
conceptualização do modelo de proteção em causa, ao
território nacional, que satisfaçam as condições de
qual foi conferida uma identidade própria, caracterizada
atribuição previstas na lei, cujo reconhecimento deixou
essencialmente pela diferenciação e seletividade na
de estar subordinado a condicionalismos que lhes eram
atribuição das inerentes prestações sociais à
alheios, designadamente os relativos à carreira
generalidade das pessoas residentes em território
469
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
contributiva dos beneficiários enquanto seus e deve conduzir a uma gestão das prestações mais
ascendentes. harmoniosa, mais eficiente e mais rigorosa.
Por seu turno, o montante desta prestação passa agora a Todavia, considerando a natureza operacional das
ser modulado de acordo com os escalões de rendimentos inovações referidas, não é aconselhável que esse avanço
fixados na lei, sendo que o posicionamento nos seja concretizado de forma abrupta que possa perturbar
mencionados escalões é aferido em função de um o bom funcionamento do aparelho gestionário do
rendimento de referência, variável não só em sistema público de segurança social ou pôr em causa as
conformidade com o valor per capita dos rendimentos do legítimas expectativas dos interessados. Por isso, é
agregado familiar, mas também com o número de imperioso que tal processo seja realizado de forma
crianças e jovens com direito à prestação no seio do gradual e progressiva, razão por que se comete a uma
mesmo agregado familiar. comissão de acompanhamento de âmbito nacional a
competência para, entre outras atribuições, definir um
Por forma a reforçar a proteção social neste domínio às plano de transição tendente à plena consecução do
famílias mais carenciadas, foi instituída a atribuição de objetivo enunciado.
um montante adicional, com vista à compensação de
encargos escolares, a conceder no mês de setembro de Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões
cada ano, às crianças e jovens entre os 6 e os 16 anos Autónomas.
que se encontrem matriculados e a frequentar a escola,
cujos subsídios correspondam ao 1.º escalão de Assim:
rendimentos. No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido pela
Lei n.º 32/2002, de 20 de dezembro, e nos termos da
O direito ao montante adicional é, ainda, alínea c) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o
excecionalmente reconhecido às crianças e jovens, nas Governo decreta, para valer como lei geral da República,
condições mencionadas, por referência ao mês de o seguinte:
outubro do ano de início de vigência deste diploma.
CAPÍTULO I
No que respeita ao subsídio de funeral, cuja titularidade Disposições gerais
do direito é reconhecida ao requerente da prestação
residente em território nacional que satisfaça os SECÇÃO I
requisitos de atribuição previstos na lei, é de realçar que Objeto, natureza e âmbito das prestações
se alargou o respetivo âmbito de aplicação, sendo agora
possível compensar os encargos decorrentes do funeral Artigo 1.º
de beneficiários abrangidos pelo regime não contributivo Objeto e natureza
da segurança social, atualmente designado por regime
de solidariedade, o que até agora não acontecia, por se 1 - O presente diploma define e regulamenta a proteção
tratar de prestação não compreendida no esquema na eventualidade de encargos familiares no âmbito
material daquele regime. do subsistema de proteção familiar.
2 - A proteção na eventualidade visa compensar os
Desta forma põe-se termo a uma situação de injustiça encargos decorrentes de situações geradoras de
relativa, dificilmente sustentável do ponto de vista social. despesas para as famílias, especialmente previstas
neste diploma.
Para além destes aspetos estruturantes, que se 3 - A proteção referida nos números anteriores realiza-se
evidenciam a propósito da definição do direito às mediante a concessão de prestações pecuniárias.
prestações, o regime agora definido reflete a
preocupação do Governo em criar condições para Artigo 2.º
racionalizar, modernizar e agilizar o processo gestionário, Âmbito pessoal
através da promoção de articulações entre serviços da
Administração Pública e entre estes e outras entidades. Estão abrangidos pela proteção prevista neste diploma
os cidadãos nacionais e os estrangeiros, refugiados e
Por último, importa ainda salientar o avanço apátridas que satisfaçam as condições gerais e
desencadeado pelo presente diploma no sentido da específicas de atribuição das prestações.
unificação da gestão das prestações nas eventualidades
abrangidas pelo subsistema de proteção familiar, uma
vez que o modelo de proteção ora concebido possibilita
470
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
471
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
472
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
e) Até aos 24 anos, tratando-se de crianças ou jovens a) Serem os rendimentos de referência do agregado
portadores de deficiência, em função da qual familiar inferiores ao valor limite fixado na
sejam devidas prestações por encargos com determinação do escalão de rendimentos mais
deficiência no âmbito do subsistema de proteção elevado;
familiar. b) Ser efetuada prova do tempo de gravidez, bem
3 - Os limites etários previstos nas alíneas b) a d) do como do número previsível de nascituros.
número anterior são igualmente aplicáveis às 2 - Para efeitos do disposto na alínea a) do número
situações de frequência de cursos de formação anterior, a delimitação do agregado familiar é feita
profissional, sendo o nível do curso determinado nos nos termos dos artigos 8.º e 8.º-A com as devidas
termos do artigo seguinte. adaptações.
4 - Os limites etários fixados nas alíneas b) a d) do n.º 2
são alargados até três anos sempre que, mediante Artigo 12.º-B
declaração médica, se verifique que os titulares Condições específicas de atribuição da bolsa de estudo
sofrem de doença ou foram vítimas de acidente que
impossibilite o normal aproveitamento escolar. 1 - O direito à bolsa de estudo é reconhecido ao titular
5 - As crianças e jovens referidos na alínea e) do n.º 2, do abono de família para crianças e jovens que
que se encontrem a estudar no nível de ensino satisfaça cumulativamente as seguintes condições:
previsto na alínea d) do mesmo número, beneficiam
do alargamento nos termos do número anterior, a a) Estar inserido em agregado familiar com
partir dos 24 anos. rendimentos correspondentes ao 1.º ou 2.º
escalão;
b) Estar matriculado e a frequentar o 10.º, 11.º ou
12.º ano de escolaridade ou nível de escolaridade
Artigo 12.º equivalente;
Equiparação de cursos c) Possuir idade inferior a 18 anos;
d) Ter aproveitamento escolar durante a frequência
1 - Para efeitos de concessão do abono de família para do ensino secundário ou de nível de escolaridade
crianças e jovens e da bolsa de estudo, presumem-se equivalente.
equiparados aos cursos oficiais os cursos ministrados 2 - Nos casos em que seja atingida, no decurso do ano
em estabelecimentos de ensino particular e escolar, a idade limite para a atribuição da bolsa de
cooperativo, desde que estes possuam autorização estudo, mantém-se o direito à mesma até ao termo
legal de funcionamento. do referido ano.
2 - O nível do curso, para efeitos do número anterior, é
determinado pelo grau de habilitações exigido no Artigo 13.º
respetivo ingresso. Condições específicas de atribuição do subsídio de
3 - As ações de formação profissional, ministradas por funeral
entidades oficiais ou outras entidades credenciadas
para o efeito por organismos oficiais, 1 - É condição de atribuição do subsídio de funeral que o
designadamente pelo Instituto do Emprego e requerente prove ter efetuado as respetivas
Formação Profissional, são equiparadas aos cursos despesas.
oficiais, sendo-lhes aplicável o disposto no número 2 - É, ainda, condição de atribuição do subsídio de
anterior. funeral que o cidadão falecido tenha sido residente
4 - Sempre que esteja em causa a frequência de cursos não enquadrado por regime obrigatório de proteção
ou ações de formação profissional, previstas no social, em função do qual confira direito a subsídio
número anterior, que não exijam para o ingresso por morte, salvo se este for inferior a 50 % do valor
qualquer grau de habilitação, ter-se-á em conta, para mínimo estabelecido no âmbito do regime geral de
definição do subsequente nível académico, aquele segurança social do subsistema previdencial.
que o destinatário das prestações possuir. 3 - Se a morte tiver resultado de ato de terceiro pelo qual
seja devida indemnização por despesas de funeral, a
Artigo 12.º-A instituição ou serviço que tenha atribuído a prestação
Condições específicas de atribuição do abono de família tem direito a ser reembolsado do respetivo valor.
pré-natal
CAPÍTULO III
1 - O direito ao abono de família pré-natal depende do Determinação dos montantes das prestações
preenchimento cumulativo das seguintes condições:
473
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
474
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
475
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
CAPÍTULO V
Acumulação de prestações
476
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
477
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
478
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
479
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
artigos 8.º e 9.º, e produz efeitos a partir de 1 de permitam comprovar a veracidade das declarações
janeiro do ano civil subsequente. prestadas pelos interessados, designadamente a
6 - A prova anual perante entidades gestoras diferentes especificação das despesas regulares dos agregados
do ISS, I. P., pode vir a ser efetuada por troca de familiares.
informação nos termos da articulação prevista no
artigo 29.º Artigo 43.º
Prova da situação escolar
Artigo 41.º
Efeitos da falta de apresentação da prova anual de 1 - A prova de matrícula, nas situações referidas nas
rendimentos e da composição do agregado familiar alíneas b) a d) do n.º 2 e no n.º 3 do artigo 11.º e no
artigo 12.º-B, é efetuada nos termos definidos em
1 - A falta de apresentação da declaração, nos termos portaria dos membros do Governo responsáveis pelas
referidos no n.º 1 do artigo anterior, determina a áreas da Administração Pública, da segurança social,
suspensão do pagamento do abono de família para do ensino superior e da educação.
crianças e jovens a partir do segundo mês seguinte ao 2 - A prova da matrícula deve conter o nome completo
termo do prazo. do aluno, o grau de ensino, o ano de escolaridade, o
2 - Nas situações previstas no número anterior, as ano letivo da matrícula e a designação do
instituições ou serviços gestores das prestações estabelecimento de ensino, sem prejuízo de outros
devem notificar os interessados de que a não elementos considerados necessários para a atribuição
apresentação da prova, no prazo de 10 dias úteis a do direito.
partir da data da notificação, determina, salvo 3 - No caso de impossibilidade de matrícula nas situações
justificação atendível, a perda do direito à prestação referidas no artigo 21.º, os interessados deverão
desde o início do ano civil em que a mesma produziria apresentar declaração do respetivo estabelecimento
efeitos e até ao fim do mês em que seja efetuada. de ensino comprovativo desse facto.
480
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
481
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
1 - O pagamento das prestações previstas neste diploma O disposto no presente diploma não prejudica a
é efetuado aos respetivos requerentes, sem prejuízo manutenção dos direitos adquiridos em matéria de
do disposto nos números seguintes. exportabilidade do direito às prestações.
2 - Quando houver decisão judicial com trânsito em
julgado indicando a pessoa a quem as prestações Artigo 55.º
devem ser pagas, é a elas que se efetua o respetivo Bonificação por deficiência
pagamento.
3 - Sem prejuízo do disposto no n.º 2, para garantir a Mantém-se a bonificação por deficiência prevista no
aplicação do abono de família para crianças e jovens Decreto-Lei n.º 133-B/97, de 30 de maio, que acresce ao
em favor dos seus titulares, o mesmo pode ser pago abono de família para crianças e jovens concedido nos
diretamente a outra das pessoas com legitimidade termos deste diploma.
para requerer.
4 - O disposto nos n.ºs 1 e 2 do artigo 32.º-B não Artigo 56.º
prejudica o pagamento do abono de família para Revogação
crianças e jovens à pessoa que, no mesmo agregado
familiar, esteja a receber os abonos em 1 - São derrogados na parte relativa às prestações
representação de outros titulares do direito a esta reguladas neste diploma:
prestação a) O Decreto-Lei n.º 133-B/97, de 30 de maio, na
redação que lhe foi dada pelos Decretos-Leis n.ºs
Artigo 52.º 341/99, de 25 de agosto, e 250/2001, de 21 de
Prazo de prescrição setembro, bem como o Decreto Regulamentar n.º
24-A/97, de 30 de maio, na redação que lhe foi
1 - O prazo de prescrição do direito às prestações dada pelo Decreto Regulamentar n.º 15/99, de 17
vencidas é de cinco anos, findo o qual revertem a de agosto, e demais legislação complementar;
favor das entidades gestoras das prestações. b) O Decreto-Lei n.º 160/80, de 27 de maio, na
2 - Para efeito de prescrição do direito às prestações, redação que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 133-
considera-se que a contagem do respetivo prazo se C/97, de 30 de maio, e respetiva legislação
inicia no dia seguinte àquele em que foram postas a complementar.
pagamento.
3 - São equiparadas a prestações postas a pagamento as 2 - São igualmente derrogados no que respeita ao âmbito
que se encontrem legalmente suspensas por material em relação às prestações previstas neste
incumprimento de obrigações imputável ao titular ou diploma:
às pessoas a quem as prestações são pagas. a) O Decreto-Lei n.º 328/93, de 25 de setembro;
b) O Decreto-Lei n.º 40/89, de 1 de fevereiro.
CAPÍTULO VII
Disposições finais e transitórias Artigo 57.º
Conversão
Artigo 53.º
Execução 1 - Os subsídios familiares a crianças e jovens concedidos
ao abrigo da legislação derrogada são convertidos nas
1 - Os procedimentos administrativos necessários à prestações designadas por abono de família para
execução do disposto no presente diploma são crianças e jovens concedidas nos termos do presente
aprovados por portarias conjuntas dos Ministros de diploma, observando-se o regime de identificação e
Estado e das Finanças e da Segurança Social e do enquadramento previstos no artigo 5.º
Trabalho. 2 - Para cumprimento do disposto na parte final do
2 - Se a definição de procedimentos administrativos se número anterior, as entidades gestoras das
inserir no âmbito de competências de apenas um dos prestações devem desencadear os procedimentos
ministros da tutela, a sua aprovação tem lugar necessários ao processo de identificação e
mediante portaria do respetivo ministro. enquadramento.
3 - Relativamente às situações geridas pelas entidades
gestoras do âmbito da função pública ou pelas caixas
de atividade ou de empresa ainda subsistentes, os
482
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
483
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo 61.º-A
Norma remissiva
Artigo 62.º
Entrada em vigor
484
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
485
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Assim, as faltas para assistência a menor de 12 anos ou, No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido na
independentemente da idade, no caso de filho com Lei n.º 4/2007, de 16 de janeiro, e nos termos das alíneas
deficiência ou doença crónica, são subsidiadas durante o a) e c) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o
período máximo de 30 dias por ano civil ou durante todo Governo decreta o seguinte:
o período de eventual hospitalização, sendo as faltas
para assistência a maiores de 12 anos subsidiadas
durante o período máximo de 15 dias também por ano CAPÍTULO I
civil, acrescidos de um dia por cada filho além do Disposições gerais
primeiro.
Artigo 1.º
Reforçam-se os direitos dos avós e promove-se a Objeto e âmbito
possibilidade de uma melhor flexibilização da gestão e
organização da vida familiar através da criação de um O presente decreto-lei define e regulamenta a proteção
subsídio para as faltas dos avós que, em substituição dos na parentalidade no âmbito da eventualidade
pais, prestam assistência aos netos menores doentes ou, maternidade, paternidade e adoção do sistema
independentemente da idade, com deficiência ou doença previdencial e do subsistema de solidariedade.
crónica.
Artigo 2.º
Aumenta-se em dobro o limite máximo do subsídio para Proteção na parentalidade no âmbito do sistema
assistência a filho com deficiência ou doença crónica previdencial
discriminando positivamente as situações em que se
verificam necessidades especiais na assistência à família. 1 - A proteção prevista no âmbito do sistema
previdencial concretiza-se na atribuição de
São ainda simplificados os meios de prova no sentido de prestações pecuniárias destinadas a compensar a
permitir uma maior facilidade ao cidadão em requerer as perda de rendimentos de trabalho em consequência
respetivas prestações, prevendo-se a possibilidade de da ocorrência da eventualidade.
dispensa de requerimento quando as situações são 2 - A proteção estabelecida no âmbito do sistema
certificadas através do Certificado de Incapacidade previdencial abrange as situações de risco clínico
Temporária para o Trabalho, sem prejuízo de se manter a durante a gravidez, de interrupção da gravidez, de
possibilidade de requerimento em papel e online através parentalidade, de adoção, de risco específico, de
da segurança social direta. Deixa de ser exigível a assistência a filho, em caso de doença ou acidente, de
comprovação do período de impedimento pelas assistência a filho com deficiência ou doença crónica
respetivas entidades empregadoras, exceto na situação e de assistência a neto determinantes de
de risco específico. impedimento temporário para o trabalho.
486
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo 7.º
CAPÍTULO II Âmbito material
Proteção no âmbito do sistema previdencial
1 - A proteção regulada no presente capítulo concretiza-
SECÇÃO I se na atribuição dos seguintes subsídios:
Âmbito, caracterização dos subsídios e registo de a) Subsídio por risco clínico durante a gravidez;
remunerações por equivalência b) Subsídio por interrupção da gravidez;
c) Subsídio parental;
SUBSECÇÃO I d) Subsídio parental alargado;
Âmbito pessoal e material e) Subsídio por adoção;
f) Subsídio por riscos específicos;
Artigo 4.º g) Subsídio para assistência a filho;
Âmbito pessoal h) Subsídio para assistência a filho com deficiência ou
doença crónica;
1 - A proteção regulada no presente capítulo abrange os i) Subsídio para assistência a neto.
beneficiários do sistema previdencial integrados no
regime dos trabalhadores por conta de outrem e no 2 — A proteção regulada no presente capítulo integra,
regime dos trabalhadores independentes. também, a atribuição de prestações pecuniárias
2 - Estão igualmente abrangidos pelo disposto no compensatórias de subsídios de férias, de Natal ou
presente capítulo os beneficiários enquadrados no outros de natureza análoga.
regime do seguro social voluntário desde que o 3 — O direito aos subsídios previstos nas alíneas c) a h)
respetivo esquema de proteção social integre a do n.º 1 apenas é reconhecido, após o nascimento do
eventualidade. filho, aos beneficiários que não estejam impedidos ou
inibidos totalmente do exercício do poder paternal,
Artigo 5.º com exceção do direito da mãe ao subsídio parental
Extensão dos direitos atribuídos aos progenitores inicial de 14 semanas e do subsídio por riscos
específicos durante a amamentação.
1 - A proteção conferida aos progenitores através dos 4 — A proteção conferida aos trabalhadores
subsídios previstos no presente capítulo é extensiva independentes não integra os subsídios previstos nas
aos beneficiários do regime geral dos trabalhadores alíneas g) e i) do n.º 1 nem as prestações previstas no
por conta de outrem, adotantes, tutores, pessoas a n.º 2.
quem for deferida a confiança judicial ou
administrativa do menor, bem como cônjuges ou Artigo 8.º
pessoas em união de facto com qualquer daqueles ou Articulação com o regime de proteção social no
com o progenitor desde que vivam em comunhão de desemprego
mesa e habitação com o menor, sempre que, nos
termos do Código de Trabalho, lhes seja reconhecido 1 - A proteção dos beneficiários que estejam a receber
direito às correspondentes faltas, licenças e prestações de desemprego concretiza-se na
dispensas. atribuição dos seguintes subsídios:
2 - O previsto no número anterior aplica-se, em a) Subsídio por risco clínico durante a gravidez;
igualdade de circunstâncias, aos beneficiários do b) Subsídio por interrupção da gravidez;
regime de segurança social dos trabalhadores c) Subsídio parental;
independentes e do seguro social voluntário. d) Subsídio por adoção.
487
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
488
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
referido na alínea anterior e em simultâneo com a saúde nos termos definidos na lei, durante o período
licença parental inicial por parte da mãe. necessário para prevenir o risco e na impossibilidade
2 - No caso de nascimentos múltiplos, aos períodos de o empregador lhe conferir outras tarefas.
previstos no número anterior acrescem dois dias por 2 - No caso de trabalhadoras independentes ou
cada gémeo além do primeiro, a gozar abrangidas pelo seguro social voluntário, a
imediatamente após os referidos períodos. comprovação do risco de desempenho de trabalho
3 - A atribuição do subsídio parental inicial exclusivo do noturno ou de exposição a agente ou processos ou
pai depende de declaração dos períodos a gozar ou condições de trabalho é efetuada por médico do
gozados pelo mesmo. trabalho ou por instituição ou serviço integrado no
Serviço Nacional de Saúde.
Artigo 16.º
Subsídio parental alargado Artigo 19.º
Subsídio para assistência a filho
O subsídio parental alargado é concedido por um período
até três meses a qualquer um ou a ambos os 1 - O subsídio para assistência a filho é concedido, nas
progenitores alternadamente, nas situações de exercício situações de impedimento para o exercício de
de licença parental alargada para assistência a filho atividade laboral determinadas pela necessidade de
integrado no agregado familiar, impeditivas do exercício prestar assistência inadiável e imprescindível a filhos,
de atividade laboral, desde que gozado imediatamente em caso de doença ou acidente, medicamente
após o período de concessão do subsídio parental inicial certificadas, nos seguintes termos:
ou subsídio parental alargado do outro progenitor. a) Menor de 12 anos ou, independentemente da
idade, no caso de filho com deficiência ou doença
Artigo 17.º crónica, um período máximo de 30 dias, seguidos
Subsídio por adoção ou interpolados, em cada ano civil ou durante
todo o período de eventual hospitalização;
1 - O subsídio por adoção é concedido aos candidatos a b) Maior de 12 anos, um período máximo de 15 dias,
adotantes nas situações de adoção de menor de 15 seguidos ou interpolados, em cada ano civil.
anos, impeditivas do exercício de atividade laboral, 2 - Aos períodos referidos no número anterior acresce
exceto se se tratar de adoção de filho do cônjuge do um dia por cada filho além do primeiro.
beneficiário ou da pessoa com quem o beneficiário 3 - A concessão do subsídio para assistência a filho
viva em união de facto e corresponde, com as devidas depende de o outro progenitor ter atividade
adaptações, ao subsídio parental inicial e ao subsídio profissional, não exercer o direito ao respetivo
parental alargado. subsídio pelo mesmo motivo ou estar impossibilitado
2 - Em caso de incapacidade física ou psíquica, de prestar a assistência e, ainda, no caso de filho
medicamente comprovada, ou de morte do maior, este se integrar no agregado familiar do
beneficiário candidato a adotante sem que este tenha beneficiário.
esgotado o direito ao subsídio, o cônjuge que seja 4 - Relevam para o cômputo dos períodos máximos de
beneficiário tem direito ao subsídio pelo período concessão do subsídio para assistência a filho os
remanescente ou a um mínimo de 14 dias, ainda que períodos de concessão do subsídio para assistência a
não seja candidato a adotante, desde que viva em netos, nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 21.º
comunhão de mesa e habitação com o adotado.
3 - No caso de adoções múltiplas, aos períodos previstos Artigo 20.º
nos números anteriores acrescem 30 dias por cada Subsídio para assistência a filho com deficiência ou
adoção além da primeira. doença crónica
Artigo 18.º 1 - O subsídio para assistência a filho com deficiência ou
Subsídio por riscos específicos doença crónica, concedido nas situações de
impedimento para o exercício de atividade laboral
1 - O subsídio por riscos específicos é concedido nas determinadas pela necessidade de prestar assistência
situações de impedimento para o exercício de a filho com deficiência ou doença crónica é concedido
atividade laboral determinadas pela existência de por período até seis meses, prorrogável até ao limite
risco específico para a beneficiária grávida, puérpera de quatro anos.
e lactante que desempenhe trabalho noturno ou 2 - A concessão do subsídio para assistência a filho com
esteja exposta a agentes, processos ou condições de deficiência ou doença crónica depende de:
trabalho, que constituam risco para a sua segurança e
489
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
490
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo 24.º
Condições comuns Artigo 27.º
Determinação dos montantes dos subsídios
1 - Constituem condições comuns do reconhecimento do
direito: O montante diário dos subsídios previstos no presente
a) O gozo das respetivas licenças, faltas e dispensas capítulo é calculado pela aplicação de uma percentagem
não retribuídas nos termos do Código do Trabalho ao valor da remuneração de referência do beneficiário.
ou de períodos equivalentes;
b) O cumprimento do prazo de garantia. Artigo 28.º
Remuneração de referência
2 - Para efeitos do disposto na alínea a) do número
anterior consideram-se equivalentes os períodos em 1 - A remuneração de referência a considerar é definida
que não se verifique o gozo das licenças, faltas ou por R/180, em que R representa o total das
dispensas atentas as características específicas do remunerações registadas nos primeiros seis meses
exercício de atividade profissional, designadamente civis que precedem o segundo mês anterior ao da
no caso de atividade independente, ou pela sua data do facto determinante da proteção.
inexistência, nas situações de desemprego 2 — Nas situações em que se verifique a totalização de
subsidiado. períodos contributivos, se os beneficiários não
3 - A opção pelo subsídio parental inicial por 150 dias apresentarem no período de referência previsto no
prevista no n.º 1 do artigo 12.º bem como o disposto número anterior seis meses com registo de
nas disposições constantes nos n.ºs 2 e 3 do mesmo remunerações, a remuneração de referência é
artigo, no artigo 14.º, na alínea b) do n.º 1 e no n.º 2 definida por R/(30 × n), em que R representa o total
do artigo 15.º e no artigo 16.º apenas são aplicáveis das remunerações registadas desde o início do
em situação de nado vivo. período de referência até ao dia que antecede o facto
determinante da proteção e n o número de meses a
Artigo 25.º que as mesmas se reportam.
Prazo de garantia 3 — Na determinação do total de remunerações
registadas não são consideradas as importâncias
1 - O prazo de garantia para atribuição dos subsídios relativas aos subsídios de férias, de Natal ou outros
previstos no presente capítulo é de seis meses civis, de natureza análoga.
seguidos ou interpolados, com registo de
remunerações, à data do facto determinante da Artigo 29.º
proteção. Montante dos subsídios por risco clínico durante a
2 - Para efeitos do número anterior releva, se necessário, gravidez e por interrupção da gravidez
o mês em que ocorre o evento desde que no mesmo
se verifique registo de remunerações. O montante diário dos subsídios por risco clínico durante
3 - Na ausência de registo de remunerações durante seis a gravidez e por interrupção da gravidez é igual a 100 %
meses consecutivos, a contagem do prazo de garantia da remuneração de referência da beneficiária.
tem início a partir da data em que ocorra um novo
registo de remunerações. Artigo 30.º
Montante do subsídio parental inicial
Artigo 26.º O montante diário do subsídio parental inicial é o
Totalização de períodos contributivos seguinte:
Para efeitos de cumprimento do prazo de garantia para a) No período correspondente à licença de 120 dias, o
atribuição dos subsídios previstos no presente capítulo montante diário é igual a 100 % da remuneração
são considerados, desde que não se sobreponham, os de referência do beneficiário;
períodos de registo de remunerações em quaisquer b) No caso de opção pelo período de licença de 150
regimes obrigatórios de proteção social, nacionais ou dias, o montante diário é igual a 80 % da
estrangeiros, que assegurem prestações pecuniárias de remuneração de referência do beneficiário;
proteção na eventualidade, incluindo o da função c) No caso de opção pelo período de licença de 150
pública. dias nas situações em que cada um dos
progenitores goze pelo menos 30 dias
SECÇÃO III consecutivos, ou dois períodos de 15 dias
Montantes dos subsídios igualmente consecutivos, o montante diário é
491
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
492
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
a) Durante os períodos de duração das faltas, licenças prejuízo do disposto em instrumentos internacionais
ou dispensas previstas no Código do Trabalho; aplicáveis.
b) Durante o período de impedimento para o trabalho
no caso de exercício de atividade independente ou Artigo 44.º
de enquadramento no regime do seguro social Acumulação com indemnizações e pensões por riscos
voluntário; profissionais
c) Durante o período de concessão das prestações de
desemprego, nos termos do artigo 8.º Os subsídios previstos no presente capítulo são
acumuláveis com indemnizações e pensões por doença
Artigo 41.º profissional ou por acidente de trabalho.
Suspensão do período de concessão dos subsídios
CAPÍTULO III
1 - Em caso de doença de beneficiário que esteja a Proteção no âmbito do subsistema de solidariedade
receber subsídios parental, parental alargado, por
adoção, para assistência a filho com deficiência ou SECÇÃO I
doença crónica, a prestação é suspensa, mediante Âmbito e caracterização dos subsídios sociais
comunicação do interessado à instituição de
segurança social competente e apresentação de SUBSECÇÃO I
certificação médica. Âmbito pessoal e material
2 - Em caso de internamento hospitalar do progenitor ou
da criança, a concessão do subsídio parental inicial é Artigo 45.º
suspensa, mediante comunicação do interessado e Âmbito pessoal
certificação do hospital.
1 - A proteção regulada no presente capítulo abrange os
SUBSECÇÃO II cidadãos nacionais e os cidadãos estrangeiros,
Acumulação dos subsídios refugiados e apátridas não abrangidos por qualquer
regime de proteção social de enquadramento
Artigo 42.º obrigatório.
Inacumulabilidade com rendimentos de trabalho 2 - A proteção regulada no presente capítulo abrange,
ainda, as pessoas referidas no número anterior
Os subsídios previstos no presente capítulo não são abrangidas por regime de proteção social de
acumuláveis com rendimentos de trabalho. enquadramento obrigatório ou pelo seguro social
voluntário cujo esquema de proteção integre a
Artigo 43.º eventualidade, sem direito às correspondentes
Inacumulabilidade com prestações prestações.
493
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
494
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
495
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
496
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
497
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
498
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Com exceção do disposto no artigo 22.º em tudo o que 1 - A atribuição dos subsídios previstos nas alíneas c) do
não esteja especialmente previsto no capítulo iii são artigo 7.º, nas modalidades correspondentes às
aplicáveis, com as devidas adaptações, as disposições alíneas a) a c) do artigo 11.º, e e) do mesmo artigo
constantes do capítulo ii. 7.º, em conformidade com o disposto no presente
decreto-lei, é aplicável às situações em que estejam a
Artigo 84.º ser atribuídos os correspondentes subsídios de
Execução maternidade, paternidade e adoção ao abrigo da
legislação revogada, desde que, no prazo de 30 dias
1 - Os procedimentos que venham a ser considerados contados a partir do início de vigência deste decreto-
necessários à execução do disposto no presente lei, seja efetuada a declaração dos períodos a gozar
decreto-lei são aprovados por portaria do ministro em conformidade com as condições previstas.
responsável pela área do trabalho e da solidariedade 2 - O disposto no número anterior é aplicável, com as
social. devidas adaptações, aos subsídios sociais previstos na
2 - Os modelos de formulários de requerimento e de alínea c) do artigo 46.º, nas modalidades
declarações são aprovados por portaria do ministro correspondentes às alíneas a) a c) do artigo 48.º, e na
responsável pela área do trabalho e da solidariedade alínea d) do mesmo artigo 46.º
social. 3 - Para efeitos de delimitação dos períodos de
3 - O modelo de formulário de certificação médica a concessão são tidos em consideração os períodos já
emitir pelos estabelecimentos ou serviços de saúde é subsidiados.
aprovado por portaria conjunta dos ministros 4 - A atribuição do subsídio parental inicial exclusivo do
responsáveis pelas áreas do trabalho e da pai pelo período a que se refere a alínea a) do n.º 1
solidariedade social e da saúde. do artigo 15.º e do subsídio social parental inicial
exclusivo do pai, por período correspondente, apenas
Artigo 85.º é aplicável nas situações em que o facto
Norma revogatória determinante do direito ocorra na vigência do
presente decreto-lei.
O presente decreto-lei revoga:
a) O Decreto-Lei n.º 154/88, de 29 de abril, alterado Artigo 88.º
pelos Decretos-Leis n.ºs 333/95, de 23 de Entrada em vigor
dezembro, 347/98, de 9 de novembro, 77/2000, O presente decreto-lei entra em vigor no 1.º dia do mês
de 9 de maio, e 77/2005, de 13 de abril; seguinte ao da sua publicação.
b) O Decreto-Lei n.º 105/2008, de 25 de junho;
c) As disposições do Decreto-Lei n.º 40/89, de 1 de
fevereiro, que disponham sobre a mesma matéria
no âmbito do presente decreto-lei.
Artigo 86.º
Disposição transitória
499
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
500
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Racismo e Discriminação
501
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
502
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
503
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
504
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo único
505
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
506
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea 1 - Consideram-se práticas discriminatórias as ações ou
c) do artigo 161.º da Constituição, para valer como lei omissões que, em razão da pertença de qualquer
geral da República, o seguinte: pessoa a determinada raça, cor, nacionalidade ou
origem étnica, violem o princípio da igualdade,
CAPÍTULO I designadamente:
Princípios gerais a) A adoção de procedimento, medida ou critério,
diretamente pela entidade empregadora ou
Artigo 1.º através de instruções dadas aos seus
Objeto trabalhadores ou a agência de emprego, que
subordine a fatores de natureza racial a oferta de
A presente lei tem por objeto prevenir e proibir a emprego, a cessação de contrato de trabalho ou a
discriminação racial sob todas as suas formas e sancionar recusa de contratação;
a prática de atos que se traduzam na violação de b) A produção ou difusão de anúncios de ofertas de
quaisquer direitos fundamentais, ou na recusa ou emprego, ou outras formas de publicidade ligada
condicionamento do exercício de quaisquer direitos à pré-seleção ou ao recrutamento, que
económicos, sociais ou culturais, por quaisquer pessoas, contenham, direta ou indiretamente, qualquer
em razão da sua pertença a determinada raça, cor, especificação ou preferência baseada em fatores
nacionalidade ou origem étnica. de discriminação racial;
c) A recusa de fornecimento ou impedimento de
Artigo 2.º fruição de bens ou serviços, por parte de qualquer
Âmbito pessoa singular ou coletiva;
d) O impedimento ou limitação ao acesso e exercício
A presente lei vincula todas as pessoas singulares e normal de uma atividade económica por qualquer
coletivas, públicas ou privadas. pessoa singular ou coletiva;
e) A recusa ou condicionamento de venda,
Artigo 3.º arrendamento ou subarrendamento de imóveis;
Discriminação racial f) A recusa de acesso a locais públicos ou abertos ao
público;
1 - Entende-se por discriminação racial qualquer g) A recusa ou limitação de acesso aos cuidados de
distinção, exclusão, restrição ou preferência em saúde prestados em estabelecimentos de saúde
função da raça, cor, ascendência, origem nacional ou públicos ou privados;
étnica, que tenha por objetivo ou produza como h) A recusa ou limitação de acesso a estabelecimento
resultado a anulação ou restrição do de ensino público ou privado;
reconhecimento, fruição ou exercício, em condições i) A constituição de turmas ou a adoção de outras
de igualdade, de direitos, liberdades e garantias ou de medidas de organização interna nos
direitos económicos, sociais e culturais. estabelecimentos de ensino público ou privado,
2 - O disposto na presente lei não prejudica a vigência e segundo critérios de discriminação racial, salvo se
aplicação das disposições de natureza legislativa, tais critérios forem justificados pelos objetivos
regulamentar ou administrativa, que beneficiem referidos no n.º 2 do artigo 3.º;
certos grupos desfavorecidos com o objetivo de j) A adoção de prática ou medida por parte de
garantir o exercício, em condições de igualdade, dos qualquer órgão, funcionário ou agente da
direitos nele referidos. administração direta ou indireta do Estado, das
3 - O disposto na presente lei não prejudica igualmente a Regiões Autónomas ou das autarquias locais, que
vigência e aplicação das disposições que restrinjam o condicione ou limite a prática do exercício de
reconhecimento de certos direitos a determinadas qualquer direito;
pessoas, com fundamento na Constituição, na lei ou l) A adoção por entidade empregadora de prática que
em convenções internacionais regularmente no âmbito da relação laboral discrimine um
ratificadas pelo Estado Português. trabalhador ao seu serviço;
507
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
m) A adoção de ato em que, publicamente ou com emprego, solidariedade e segurança social e pela
intenção de ampla divulgação, pessoa singular ou educação;
coletiva emita uma declaração ou transmita uma d) Dois representantes das associações de imigrantes;
informação em virtude da qual um grupo de e) Dois representantes das associações antirracistas;
pessoas seja ameaçado, insultado ou aviltado por f) Dois representantes das centrais sindicais;
motivos de discriminação racial. g) Dois representantes das associações patronais;
2 - É proibido despedir, aplicar sanções ou prejudicar h) Dois representantes das associações de defesa dos
por qualquer outro meio o trabalhador por motivo direitos humanos;
do exercício de direito ou de ação judicial contra i) Três personalidades a designar pelos restantes
prática discriminatória. membros.
508
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Sem prejuízo das demais sanções que ao caso couberem, As disposições da presente lei com implicações
relativamente aos atos discriminatórios previstos na financeiras entram em vigor com o Orçamento do Estado
presente lei, o juiz pode, com carácter acessório, aplicar para o ano 2000, de acordo com o disposto no n.º 2 do
ainda as seguintes penas: artigo 167.º da Constituição.
a) A publicidade da decisão;
b) A advertência ou censura públicas dos autores da Artigo 15.º
prática discriminatória. Regulamentação
Artigo 12.º
Omissão de dever
Artigo 13.º
Interpretação e integração
509
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
510
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
511
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
dada origem racial ou étnica numa situação de 3 - O disposto nos números anteriores aplica-se
desvantagem comparativamente com outras igualmente às ações intentadas nos termos do artigo
pessoas; 5.º
c) Não se considera discriminação o comportamento
baseado num dos fatores indicados nas alíneas Artigo 7.º
anteriores, sempre que, em virtude da natureza Proteção contra atos de retaliação
das atividades em causa ou do contexto da sua
execução, esse fator constitua um requisito É nulo o ato retaliatório que implique tratamento ou
justificável e determinante para o seu exercício, consequências desfavoráveis contra qualquer pessoa por
devendo o objetivo ser legítimo e o requisito causa do exercício do direito de queixa ou de ação em
proporcional. defesa do princípio da igualdade de tratamento.
512
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
1 - A prática de qualquer dos atos discriminatórios São competentes para tomar conhecimento de facto
previstos no artigo 3.º por pessoa singular constitui suscetível de ser considerado contraordenação as
contraordenação punível com coima graduada entre seguintes entidades:
uma e cinco vezes o valor mais elevado do salário a) Membro do Governo que tenha a seu cargo a área
mínimo nacional mensal, sem prejuízo da eventual da igualdade e das minorias étnicas;
responsabilidade civil ou da aplicação de outra b) Alto-Comissariado para a Imigração e Minorias
sanção que ao caso couber. Étnicas;
2 - A prática de qualquer dos atos discriminatórios c) Comissão para a Igualdade e contra a Discriminação
previstos no artigo 3.º por pessoa coletiva de direito Racial;
público ou privado constitui contraordenação punível d) Inspeção-geral competente em razão da matéria.
com coima graduada entre duas e dez vezes o valor
mais elevado do salário mínimo nacional mensal, sem 2 - Logo que tomem conhecimento de facto suscetível de
prejuízo da responsabilidade civil ou da aplicação de ser considerado contraordenação, as entidades
outra sanção que ao caso couber. mencionadas nas alíneas a), b) e c) do número
3 - Em caso de reincidência, os limites mínimo e máximo anterior enviam o processo para a inspeção-geral
são elevados para o dobro. mencionada na alínea d) do mesmo número, a qual
4 - A tentativa e a negligência são puníveis. procede à sua instrução.
5 - Sempre que a contraordenação resulte da omissão de
um dever, a aplicação da sanção e o pagamento da Artigo 13.º
coima não dispensam o infrator do seu cumprimento, Aplicação das coimas
se este ainda for possível.
1 - Instruído o processo, o mesmo é enviado à Comissão
Artigo 11.º para a Igualdade e contra a Discriminação Racial,
Sanções acessórias acompanhado do respetivo relatório final.
2 - A definição da medida das sanções e a aplicação das
1 - Sem prejuízo do disposto no artigo 10.º da Lei n.º coimas e das sanções acessórias correspondentes é
134/99, de 28 de agosto, podem ainda ser da competência do Alto-Comissário para a Imigração
determinadas as seguintes sanções acessórias, em e Minorias Étnicas, ouvida a comissão permanente
função da gravidade da infração e da culpa do agente: mencionada no n.º 2 do artigo 7.º da Lei n.º 134/99,
de 28 de agosto.
a) Perda de objetos pertencentes ao agente;
b) Interdição do exercício de atividades que dependa Artigo 14.º
de título público ou de autorização ou Destino das coimas
homologação de autoridade pública;
c) Privação do direito a subsídio ou benefício O destino das coimas é o seguinte:
outorgado por entidades ou serviços públicos;
d) Privação do direito de participar em feiras ou a) 60% para o Estado;
mercados; b) 10% para o Alto-Comissariado para a Imigração e
e) Privação do direito de participar em arrematações Minorias Étnicas;
ou concursos públicos que tenham por objeto a c) 30% para a entidade administrativa que instruiu o
empreitada ou a concessão de obras públicas, o processo de contraordenação.
fornecimento de bens e serviços públicos e a
atribuição de licenças ou alvarás; Artigo 15.º
f) Encerramento de estabelecimento cujo Legislação subsidiária
funcionamento esteja sujeito a autorização ou
licença de autoridade administrativa; 1 - Aos processos de contraordenação por prática
g) Suspensão de autorizações, licenças e alvarás. discriminatória aplica-se o disposto nos artigos 9.º e
10.º do Decreto-Lei n.º 111/2000, de 4 de julho.
2 - As sanções referidas nas alíneas b) a g) do número 2 - Em tudo o que não estiver regulado na presente lei
anterior têm a duração máxima de dois anos são aplicáveis a Lei n.º 134/99, de 28 de agosto, e o
contados a partir da decisão condenatória definitiva. regime geral das contraordenações.
513
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo 16.º
Entrada em vigor
514
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
515
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
516
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
517
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
518
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
519
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
impedindo o acesso aos recintos desportivos nos pública ou o curso normal, pacífico e seguro da
termos e condições do respetivo regulamento ou competição e de toda a sua envolvência,
promovendo a sua expulsão dos mesmos; nomeadamente, no curso das suas deslocações e
d) Proteger os indivíduos que sejam alvo de ameaças nas manifestações que realizem dentro e fora de
e os bens e pertences destes, designadamente recintos;
facilitando a respetiva saída de forma segura do n) Manter uma lista atualizada dos adeptos de todos
complexo desportivo, ou a sua transferência para os grupos organizados apoiados pelo clube,
setor seguro, em coordenação com os elementos associação ou sociedade desportiva, fornecendo-a
da força de segurança; às autoridades judiciárias, administrativas e
e) Adotar regulamentos de segurança e de utilização policiais competentes para a fiscalização do
dos espaços de acesso público do recinto disposto na presente lei;
desportivo; o) Fazer a requisição de policiamento de espetáculo
f) Designar o coordenador de segurança, nas desportivo, quando obrigatória nos termos da lei.
situações previstas na lei. 2 - O disposto nas alíneas b), c), i), j) e k) do número
g) Garantir que são cumpridas todas as regras e anterior aplica-se, com as devidas adaptações, aos
condições de acesso e de permanência de organizadores da competição desportiva, que têm
espetadores no recinto desportivo; também o dever de aprovar os regulamentos
h) Relativamente a quaisquer indivíduos aos quais internos em matéria de prevenção e punição das
tenha sido aplicada medida de interdição de manifestações de violência, racismo, xenofobia e
acesso a recintos desportivos, pena de privação do intolerância nos espetáculos desportivos.
direito de entrar em recintos desportivos ou 3 - O disposto na alínea e) do n.º 1 aplica-se, com as
sanção acessória de interdição de acesso a devidas adaptações, ao proprietário do recinto
recintos desportivos: desportivo, nos casos a que se refere o n.º 1 do artigo
i) Impedir o acesso ao recinto desportivo; 7.º
ii) Impedir a obtenção de quaisquer benefícios
concedidos pelo clube, associação ou sociedade Artigo 9.º
desportiva, no âmbito das previsões destinadas Ações de prevenção socioeducativa
aos grupos organizados de adeptos ou a título
individual. Os organizadores e promotores de espetáculos
i) Usar de correção, moderação e respeito desportivos, em articulação com o Estado, devem
relativamente a outros promotores dos desenvolver ações de prevenção socioeducativa, nas
espetáculos desportivos e organizadores de áreas da ética no desporto, da violência, do racismo, da
competições desportivas, associações, clubes, xenofobia e da intolerância nos espetáculos desportivos,
sociedades desportivas, agentes desportivos, designadamente através de:
adeptos, autoridades públicas, elementos da
a) Aprovação e execução de planos e medidas, em
comunicação social e outros intervenientes no
particular junto da população em idade escolar;
espetáculo desportivo;
b) Desenvolvimento de campanhas publicitárias que
j) Não proferir ou veicular declarações públicas que
promovam o desportivismo, o ideal de jogo limpo
sejam suscetíveis de incitar ou defender a
e a integração, especialmente entre a população
violência, o racismo, a xenofobia, a intolerância ou
em idade escolar;
o ódio, nem tão pouco adotar comportamentos
c) Implementação de medidas que visem assegurar
desta natureza;
condições para o pleno enquadramento familiar,
k) Zelar por que dirigentes, técnicos, jogadores,
designadamente pela adoção de um sistema de
pessoal de apoio ou representantes dos clubes,
ingressos mais favorável;
associações ou sociedades desportivas ajam de
d) Desenvolvimento de ações que possibilitem o
acordo com os preceitos das alíneas i) e j);
enquadramento e o convívio entre adeptos;
l) Não apoiar, sob qualquer forma, grupos
e) Apoio à criação de «embaixadas de adeptos»,
organizados de adeptos, em violação dos
tendo em vista dar cumprimento ao disposto na
princípios e regras definidos na secção iii do
presente lei.
capítulo ii;
m) Zelar por que os grupos organizados de adeptos
SECÇÃO II
apoiados pelo clube, associação ou sociedade
Da segurança
desportiva participem do espetáculo desportivo
sem recurso a práticas violentas, racistas,
xenófobas, ofensivas ou que perturbem a ordem
520
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
521
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
d) Em que o número provável de adeptos da equipa desta determine a existência de risco para pessoas e
visitante perfaça 20 % da lotação do recinto instalações.
desportivo; 6 - A decisão de evacuação, total ou parcial, do recinto
e) Em que os adeptos dos clubes intervenientes desportivo cabe, exclusivamente, ao comandante da
hajam ocasionado incidentes graves em jogos força de segurança presente no local.
anteriores;
f) Em que os espetáculos desportivos sejam decisivos SECÇÃO III
para ambas as equipas na conquista de um troféu, Grupos organizados de adeptos
acesso a provas internacionais ou mudança de
escalão divisionário. Artigo 14.º
3 - Consideram-se, por regra, de risco reduzido os Apoio a grupos organizados de adeptos
espetáculos desportivos respeitantes a competições
de escalões juvenis e inferiores. 1 - É obrigatório o registo dos grupos organizados de
4 - Consideram-se de risco normal os espetáculos adeptos junto do IPDJ, I. P., tendo para tal que ser
desportivos não abrangidos pelos números constituídos previamente como associações, nos
anteriores. termos da legislação aplicável ou no âmbito do
5 - Tendo em vista a avaliação a que se referem a alínea associativismo juvenil.
a) do n.º 1 e a alínea a) do n.º 2, a federação 2 - O incumprimento do disposto no número anterior
desportiva ou liga profissional respetiva deve remeter veda liminarmente a atribuição de qualquer apoio,
ao IPDJ, I. P., antes do início de cada época por parte do promotor do espetáculo desportivo,
desportiva, relatório que identifique os espetáculos nomeadamente através da concessão de facilidades
suscetíveis de classificação de risco elevado, sendo tal de utilização ou cedência de instalações, apoio
relatório reencaminhado para as forças de segurança, técnico, financeiro ou material.
para apreciação. 3 - Os apoios técnicos, financeiros e materiais concedidos
6 - As forças de segurança podem, fundamentadamente, a grupos organizados de adeptos são objeto de
colocar à apreciação do IPDJ, I. P., a qualificação de protocolo com o promotor do espetáculo desportivo,
determinado espetáculo desportivo. a celebrar em cada época desportiva, o qual é
disponibilizado, sempre que solicitado, à força de
Artigo 13.º segurança e ao IPDJ, I. P.
Forças de segurança 4 - O protocolo a que se refere o número anterior
identifica, em anexo, os elementos que integram o
1 - As forças de segurança exercem, no quadro das suas respetivo grupo organizado.
atribuições e competências, funções gerais de 5 - É expressamente proibido o apoio a grupos
fiscalização do cumprimento do disposto na presente organizados de adeptos que adotem sinais, símbolos
lei. e expressões que incitem à violência, ao racismo, à
2 - Quando o comandante da força de segurança xenofobia, à intolerância nos espetáculos
territorialmente competente considerar que não desportivos, ou a qualquer outra forma de
estão reunidas as condições para que o espetáculo discriminação, ou que traduzam manifestações de
desportivo se realize em segurança comunica o facto ideologia política.
ao comandante-geral da GNR ou ao diretor nacional 6 - A concessão de facilidades de utilização ou a cedência
da PSP, consoante o caso. de instalações a grupos de adeptos constituídos nos
3 - O comandante-geral da GNR ou o diretor nacional da termos da presente lei é da responsabilidade do
PSP, consoante o caso, informam o organizador da promotor do espetáculo desportivo, cabendo-lhe,
competição desportiva sobre as medidas de nesta medida, a respetiva fiscalização, a fim de
segurança a corrigir e a implementar pelo promotor assegurar que nestas não sejam depositados
do espetáculo desportivo. quaisquer materiais ou objetos proibidos ou
4 - A inobservância do disposto no número anterior pelo suscetíveis de possibilitar ou gerar atos de violência,
promotor do espetáculo desportivo implica a não racismo, xenofobia, intolerância nos espetáculos
realização desse espetáculo, a qual é determinada desportivos, ou qualquer outra forma de
pelo organizador da competição desportiva. discriminação, ou que traduzam manifestações de
5 - O comandante da força de segurança presente no ideologia política.
local pode, no decorrer do espetáculo desportivo, 7 - O incumprimento do disposto no presente artigo pelo
assumir, a todo o tempo, a responsabilidade pela promotor do espetáculo desportivo pode determinar,
segurança no recinto desportivo sempre que a falta enquanto as situações indicadas nos números
522
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
523
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
como zonas tampão, que permitam separar assegurar-se das condições de reserva dos registos
fisicamente os espetadores e assegurar uma rápida e obtidos.
eficaz evacuação do recinto desportivo, podendo
implicar a restrição de venda de bilhetes. Artigo 19.º
3 - Os recintos desportivos nos quais se realizem os jogos Parques de estacionamento
previstos no n.º 1 são, ainda, dotados de lugares
apropriados para as pessoas com deficiência e ou Os recintos desportivos nos quais se realizem
incapacidades, nomeadamente para as pessoas com competições desportivas de natureza profissional ou não
mobilidade condicionada. profissional consideradas de risco elevado, sejam
nacionais ou internacionais, devem dispor de parques de
Artigo 18.º estacionamento devidamente dimensionados para a
Sistema de videovigilância respetiva lotação de espetadores, bem como prever a
existência de estacionamento para pessoas com
1 - O promotor do espetáculo desportivo em cujo recinto deficiência e ou incapacidades, em conformidade com a
se realizem espetáculos desportivos de natureza legislação em vigor, para as forças de segurança, para a
profissional ou não profissional considerados de risco equipa de arbitragem e para os delegados da respetiva
elevado, sejam nacionais ou internacionais, instala e federação e liga.
mantém em perfeitas condições um sistema de
videovigilância que permita o controlo visual de todo Artigo 20.º
o recinto desportivo, e respetivo anel ou perímetro Acesso de pessoas com deficiência e ou incapacidades a
de segurança, dotado de câmaras fixas ou móveis recintos desportivos
com gravação de imagem e som e impressão de
fotogramas, as quais visam a proteção de pessoas e 1 - Os recintos desportivos devem dispor de acessos
bens, com observância do disposto na Lei da Proteção especiais para pessoas com deficiência e ou
de Dados Pessoais, aprovada pela Lei n.º 67/98, de 26 incapacidades, nos termos previstos no Decreto-Lei
de outubro. n.º 163/2006, de 8 de agosto.
2 - A gravação de imagem e som, aquando da ocorrência 2 - As pessoas com deficiência e ou incapacidades podem
de um espetáculo desportivo, é obrigatória, desde a aceder aos recintos desportivos acompanhadas pelo
abertura até ao encerramento do recinto desportivo, cão de assistência, nos termos previstos no Decreto-
devendo os respetivos registos ser conservados Lei n.º 74/2007, de 27 de março.
durante 90 dias, por forma a assegurar,
designadamente, a utilização dos registos para efeitos Artigo 21.º
de prova em processo penal ou contraordenacional, Medidas de beneficiação
prazo findo o qual são destruídos em caso de não
utilização. 1 - O IPDJ, I. P., pode determinar, sob proposta das forças
3 - Nos lugares objeto de videovigilância é obrigatória a de segurança, da ANPC ou dos serviços de
afixação, em local bem visível, de um aviso que verse emergência médica, que os recintos desportivos nos
«Para sua proteção, este local é objeto de quais se disputem competições desportivas de
videovigilância com captação e gravação de imagem e natureza profissional ou não profissional
som». consideradas de risco elevado, nacionais ou
4 - O aviso referido no número anterior deve, internacionais, sejam objeto de medidas de
igualmente, ser acompanhado de simbologia beneficiação, tendo em vista o reforço da segurança e
adequada e estar traduzido em, pelo menos, uma a melhoria das condições higiénicas e sanitárias.
língua estrangeira, escolhida de entre as línguas 2 - Em caso de incumprimento do disposto no número
oficiais do organismo internacional que regula a anterior, o IPDJ, I. P., pode determinar a interdição
modalidade. total ou parcial do recinto até que as medidas
5 - O sistema de videovigilância previsto nos números determinadas sejam observadas.
anteriores pode, nos mesmos termos, ser utilizado
por elementos das forças de segurança. Artigo 22.º
6 - O organizador da competição desportiva pode aceder Condições de acesso de espetadores ao recinto
às imagens gravadas pelo sistema de videovigilância, desportivo
para efeitos exclusivamente disciplinares e no
respeito pela Lei da Proteção de Dados Pessoais, 1 - São condições de acesso dos espetadores ao recinto
aprovada pela Lei n.º 67/98, de 26 de outubro, desportivo:
devendo, sem prejuízo da aplicação do n.º 2,
524
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
525
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
526
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
1 - Quem distribuir para venda ou vender títulos de Quem, encontrando-se no interior do recinto desportivo
ingresso para um espetáculo desportivo de modo a durante a ocorrência de um espetáculo desportivo,
provocar sobrelotação do recinto desportivo, em arremessar objetos ou produto líquido e criar deste
parte ou no seu todo, ou com intenção de obter, para modo perigo para a vida ou a integridade física de outra
si ou para outra pessoa, vantagem patrimonial sem pessoa, é punido com pena de prisão até 3 anos ou com
que para tal esteja autorizado, é punido com pena de pena de multa.
prisão até 3 anos ou com pena de multa.
2 - A tentativa é punível. Artigo 32.º
Invasão da área do espetáculo desportivo
Artigo 29.º
Dano qualificado no âmbito de espetáculo desportivo 1 - Quem, encontrando-se no interior do recinto
desportivo durante a ocorrência de um espetáculo
1 - Quem, quando inserido num grupo de adeptos, desportivo, invadir a área desse espetáculo ou aceder
organizado ou não, com a colaboração de pelo menos a zonas do recinto desportivo inacessíveis ao público
outro membro do grupo, destruir, no todo ou em em geral, é punido com pena de prisão até 1 ano ou
parte, danificar, desfigurar ou tornar não utilizável com pena de multa.
transporte público, instalação ou equipamento 2 - Se das condutas referidas no número anterior resultar
utilizado pelo público ou de utilidade coletiva, ou perturbação do normal curso do espetáculo
outro bem alheio, pelo menos de valor elevado, é desportivo que implique a suspensão, interrupção ou
punido com pena de prisão de 1 a 5 anos, ou com cancelamento do mesmo, o agente é punido com
pena de multa até 600 dias, se pena mais grave lhe pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa.
não couber por força de outra disposição legal.
2 - Quem, praticando os atos a que se refere o número Artigo 33.º
anterior, causar alarme ou inquietação entre a Ofensas à integridade física atuando com a colaboração
população é punido com pena de prisão de 2 a 8 de outra pessoa
anos, se pena mais grave lhe não couber por força de
outra disposição legal. Quem, encontrando-se no interior do recinto desportivo,
durante a ocorrência de um espetáculo desportivo, com
Artigo 30.º a colaboração de pelo menos outra pessoa, ofender a
Participação em rixa na deslocação para ou de integridade física de terceiros é punido com pena de
espetáculo desportivo prisão de 6 meses a 4 anos, ou com pena de multa até
600 dias, se pena mais grave lhe não couber por força de
1 - Quem, quando da deslocação para ou de espetáculo outra disposição legal.
desportivo, intervier ou tomar parte em rixa entre
duas ou mais pessoas de que resulte: Artigo 34.º
a) Morte ou ofensa à integridade física dos Crimes contra agentes desportivos, responsáveis pela
contendores; segurança e membros dos órgãos da comunicação social
b) Risco de ofensa à integridade física ou perigo para
terceiros; ou 1 - Se os atos descritos nos artigos 29.º a 33.º forem
c) Alarme ou inquietação entre a população; praticados de modo a colocar em perigo a vida, a
é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena saúde, a integridade física ou a segurança dos
de multa. praticantes, treinadores, árbitros e demais agentes
desportivos que estiverem na área do espetáculo
2 - A participação em rixa não é punível quando for desportivo, bem como dos membros dos órgãos de
determinada por motivo não censurável, comunicação social em serviço na mesma, as penas
nomeadamente quando visar reagir contra um naqueles previstas são agravadas, nos seus limites
ataque, defender outra pessoa ou separar os mínimo e máximo, até um terço.
contendores. 2 - Se os atos descritos nos artigos 29.º a 33.º forem
praticados de modo a colocar em perigo a vida, a
saúde, a integridade física ou a segurança de
elemento das forças de segurança, de assistente de
recinto desportivo ou qualquer outro responsável
527
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
pela segurança, no exercício das suas funções ou por 2 - À medida de coação referida na alínea a) do número
causa delas, as penas naqueles previstas são anterior aplicam-se os prazos máximos previstos para
agravadas, nos seus limites mínimo e máximo, em a prisão preventiva previstos no Código de Processo
metade. Penal.
3 - A tentativa é punível. 3 - As medidas de coação previstas no n.º 1 podem ser
cumuladas com a obrigação de o arguido se
Artigo 35.º apresentar a uma autoridade judiciária ou órgão de
Pena acessória de interdição de acesso a recintos polícia criminal em dias e horas preestabelecidos,
desportivos podendo ser estabelecida a coincidência horária com
a realização de competições desportivas, nacionais e
1 - Pela condenação nos crimes previstos nos artigos 29.º internacionais, da modalidade em cujo contexto
a 34.º é aplicável uma pena de interdição de acesso a tenha ocorrido o crime objeto da pena principal e que
recintos desportivos por um período de 1 a 5 anos, se envolvam o clube, associação ou sociedade
pena acessória mais grave não couber por força de desportiva a que o agente se encontre de alguma
outra disposição legal. forma associado, tomando sempre em conta as
2 - A aplicação da pena acessória referida no número exigências profissionais e o domicílio do agente.
anterior pode incluir a obrigação de apresentação e 4 - O disposto nos números anteriores pode ser aplicado
permanência junto de uma autoridade judiciária ou aos casos em que se verifique existirem fortes
de órgão de polícia criminal em dias e horas indícios da prática de crime referido no n.º 6 do artigo
preestabelecidos, podendo ser estabelecida a 91.º do novo regime jurídico das armas e suas
coincidência horária com a realização de competições munições, aprovado pela Lei n.º 5/2006, de 23 de
desportivas, nacionais e internacionais, da fevereiro, e nos restantes casos referentes a recintos
modalidade em cujo contexto tenha ocorrido o crime desportivos previstos naquele artigo.
objeto da pena principal e que envolvam o clube,
associação ou sociedade desportiva a que o agente se Artigo 37.º
encontre de alguma forma associado, tomando Prestação de trabalho a favor da comunidade
sempre em conta as exigências profissionais e o
domicílio do agente. Se ao agente dever ser aplicada pena de prisão em
3 - Para efeitos de contagem do prazo da pena prevista medida não superior a 1 ano, o tribunal substitui-a por
no n.º 1, não é considerado o tempo em que o agente prestação de trabalho a favor da comunidade, salvo
estiver privado da liberdade por força de medida de oposição daquele ou se se concluir que por este meio
coação processual, pena ou medida de segurança. não se realizam de forma adequada e suficiente as
4 - A aplicação da pena acessória de interdição de acesso finalidades da punição, nos demais termos previstos no
a recintos desportivos é comunicada ao ponto Código Penal e no Código de Processo Penal.
nacional de informações sobre futebol, tendo em
vista, sempre que seja imprescindível, a comunicação Artigo 38.º
da decisão judicial portuguesa às autoridades policiais Dever de comunicação
e judiciárias de outro Estado membro da União
Europeia. 1 - Os tribunais comunicam aos órgãos de polícia criminal
as decisões que apliquem o disposto nos artigos 29.º
Artigo 36.º a 36.º, devendo estes transmitir aos promotores dos
Medida de coação de interdição de acesso a recintos espetáculos desportivos em causa a aplicação das
desportivos decisões a que se referem os artigos 35.º e 36.º
2 - Sempre que solicitado, os órgãos de polícia criminal
1 - Se houver fortes indícios da prática de crime previsto enviam as informações a que se refere o número
na presente lei, o juiz pode impor ao arguido as anterior ao IPDJ, I. P.
medidas de: 3 - A aplicação das penas e medidas a que se referem os
a) Interdição de acesso ou permanência a recinto artigos 35.º e 36.º é comunicada ao ponto nacional
desportivo dentro do qual se realizem espetáculos de informações sobre futebol, tendo em vista,
desportivos da modalidade em que ocorreram os nomeadamente, sempre que seja imprescindível, a
factos; e ou comunicação da decisão judicial portuguesa de
b) Proibição de se aproximar de qualquer recinto aplicação de pena às autoridades policiais e
desportivo, durante os 30 dias anteriores à data judiciárias de outro Estado membro da União
da realização de qualquer espetáculo desportivo e Europeia.
no dia da realização do mesmo.
528
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
529
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
530
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
2 - Constitui contraordenação, punida com coima entre e) Da situação económica do agente, para o que deve
(euro) 500 e (euro) 5000, a prática dos atos previstos atender-se, no caso dos promotores dos
nas alíneas b), e) e f) do n.º 1 do artigo 39.º espetáculos desportivos e dos organizadores das
3 - Constitui contraordenação, punida com coima entre competições desportivas, ao volume de negócios,
(euro) 750 e (euro) 10 000, a prática dos atos nomeadamente ao cálculo das receitas
previstos nas alíneas a), d), g) e h) do n.º 1 do artigo provenientes das quotizações dos associados, dos
39.º resultados das bilheteiras, da publicidade e da
4 - Constitui contraordenação, punida com coima entre venda de direitos de transmissão televisiva;
(euro) 1000 e (euro) 50 000, a prática dos atos f) Do benefício económico que o agente retirou da
previstos na alínea j) do n.º 1 do artigo 39.º-A, bem prática da contraordenação;
como dos previstos no n.º 2 do mesmo artigo por g) Dos antecedentes do agente na prática de
referência ao disposto na referida alínea j) do n.º 1, infrações à presente lei;
assim como daqueles previstos na alínea c) do n.º 1 h) Da conduta anterior e posterior do agente e das
do artigo 39.º-B. exigências de prevenção.
5 - Constitui contraordenação, punida com coima entre
(euro) 1500 e (euro) 100 000, a prática dos atos 2 - (Revogado.)
previstos nas alíneas c), e), g) e h) do n.º 1 do artigo
39.º-A, dos previstos no n.º 2 do mesmo artigo por Artigo 41.º-A
referência ao disposto na alínea h) do n.º 1, dos Reincidência
descritos na segunda parte do n.º 2 e no n.º 3 do
mesmo artigo, bem como daqueles previstos nas 1 - Considera-se reincidente quem pratica uma
alíneas b), d) e e) do n.º 1 e na alínea e) do n.º 2 do contraordenação no prazo de um ano após ter sido
artigo 39.º-B. condenado por outra contraordenação se, de acordo
6 - Constitui contraordenação, punida com coima entre com as circunstâncias do caso, o agente for de
(euro) 2500 e (euro) 200 000, a prática dos atos censurar em virtude de a condenação ou as
previstos nas alíneas a), b), d), f), i), k) e l) do n.º 1 do condenações anteriores não lhe terem servido de
artigo 39.º-A, dos previstos no n.º 2 do mesmo artigo suficiente advertência.
por referência ao disposto na alínea i) do n.º 1, bem 2 - Em caso de reincidência, os limites mínimos e
como daqueles previstos na alínea a) do n.º 1 e nas máximos da coima são elevados em um terço do
alíneas a), b), c), d) e f) do n.º 2 do artigo 39.º-B. respetivo valor.
7 - Os agentes desportivos que, por qualquer forma, 3 - Em caso de reincidência nas violações de deveres pelo
praticarem ou incitarem à prática dos atos a que se promotor do espetáculo desportivo pode ser aplicada
refere o n.º 1 do artigo 39.º são punidos com coimas a sanção acessória de realização de espetáculos
elevadas, nos seus montantes mínimo e máximo, desportivos à porta fechada enquanto a situação se
para o dobro do previsto nos números anteriores, mantiver, até ao limite de uma época desportiva.
respetivamente.
8 - A tentativa é punível, sendo os limites mínimo e Artigo 42.º
máximo da coima aplicável reduzidos de um terço. Sanções acessórias
9 - A negligência é punível, sendo os limites mínimo e
máximo da coima aplicável reduzidos a metade. 1 - A condenação por contraordenação prevista nas
alíneas d), g) e h) do n.º 1 do artigo 39.º pode
Artigo 41.º determinar, em função da gravidade da infração e da
Determinação da medida da coima culpa do agente, a aplicação da sanção acessória de
interdição de acesso a recintos desportivos por um
1 - A determinação da medida da coima, dentro dos seus período de até 2 anos.
limites, faz-se em função: 2 - O disposto nos n.ºs 2 e 3 do artigo 35.º e no artigo
a) Da gravidade da contraordenação; 38.º aplica-se, com as necessárias adaptações, aos
b) Da culpa do agente; casos a que se refere o presente artigo.
c) No caso de o agente ser o promotor do espetáculo 3 - A condenação por contraordenação prevista nos
desportivo, do facto de ser detentor do estatuto artigos 39.º-A e 39.º-B pode determinar, em função
de sociedade desportiva ou de pessoa coletiva da gravidade da infração e da culpa do agente, a
sem fins lucrativos; aplicação da sanção acessória de realização de
d) Da qualidade de encarregado de educação de espetáculos desportivos à porta fechada, por um
praticante desportivo que se encontra a participar período de até 12 espetáculos.
em competições de escalões juvenis e inferiores;
531
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
1 - A instrução dos processos e a aplicação das coimas e 1 - A prática de atos de violência é punida, conforme a
das sanções acessórias previstas na presente lei são respetiva gravidade, com as seguintes sanções:
da competência do IPDJ, I. P. a) Interdição do recinto desportivo, e, bem assim, a
2 - O IPDJ, I. P., deve comunicar à Secretária-Geral do perda dos efeitos desportivos dos resultados das
Ministério da Administração Interna a abertura dos competições desportivas, nomeadamente os
processos de contraordenação, o arquivamento e a títulos e os apuramentos, que estejam
aplicação das sanções que ao caso caibam. relacionadas com os atos que foram praticados e,
3 - As decisões finais dos processos de contraordenação ainda, a perda, total ou parcial, de pontos nas
instaurados pela prática de atos xenófobos ou classificações desportivas;
racistas são também comunicados à Comissão para a b) Realização de espetáculos desportivos à porta
Igualdade e Contra a Discriminação Racial. fechada;
4 - Para efeitos do disposto no n.º 1, as forças de c) Multa.
segurança remetem ao IPDJ, I. P., os respetivos autos.
2 - As sanções previstas na alínea a) do número anterior
Artigo 44.º são aplicáveis, consoante a gravidade dos atos e das
Produto das coimas suas consequências, aos clubes, associações e
sociedades desportivas intervenientes no respetivo
1 - O produto das coimas reverte em: espetáculo desportivo cujos sócios, adeptos ou
simpatizantes pratiquem uma das seguintes
a) 60 % para o Estado; infrações:
b) 20 % para o IPDJ, I. P.;
c) 10 % para o suporte de encargos com o a) Agressão aos agentes desportivos, elementos das
policiamento de espetáculos desportivos, nos forças de segurança em serviço, ponto de
termos do Decreto-Lei n.º 216/2012, de 9 de contacto para a segurança, coordenador de
outubro; segurança, assistentes de recinto desportivo, bem
d) 10 % para a força de segurança que levanta o auto. como a todas as pessoas autorizadas por lei ou
por regulamento a permanecerem na área do
2 - Relativamente a coimas aplicadas em virtude de espetáculo desportivo que levem o árbitro, juiz ou
contraordenações praticadas nas regiões autónomas, cronometrista, justificadamente, a não dar início
o produto das coimas reverte em: ou reinício ao espetáculo desportivo ou mesmo
a) 60 % para a região autónoma; dá-lo por findo antes do tempo regulamentar;
b) 20 % para o IPDJ, I. P.; b) Invasão da área do espetáculo desportivo que, de
c) 10 % para o suporte de encargos com o forma justificada, impeça o início ou conclusão do
policiamento de espetáculos desportivos, nos espetáculo desportivo;
termos do Decreto-Lei n.º 216/2012, de 9 de c) Ocorrência, antes, durante ou após o espetáculo
outubro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 52/2013, desportivo, de agressões às pessoas referidas na
de 17 de abril; alínea a) que provoquem lesões de especial
d) 10 % para a força de segurança que levanta o auto. gravidade, quer pela sua natureza, quer pelo
tempo e grau de incapacidade.
Artigo 45.º 3 - A sanção de realização de espetáculos desportivos à
Direito subsidiário porta fechada é aplicável às entidades referidas no
número anterior cujos sócios, adeptos ou
O processamento das contraordenações e a aplicação das simpatizantes pratiquem uma das seguintes
correspondentes sanções previstas na presente lei estão infrações:
sujeitos ao regime geral das contraordenações.
a) Agressões sobre as pessoas referidas na alínea a)
SECÇÃO III do número anterior;
Ilícitos disciplinares b) Ocorrência de distúrbios ou invasão da área do
espetáculo desportivo que provoquem, de forma
injustificada, o atraso no início ou reinício do
espetáculo desportivo ou levem à sua interrupção
não definitiva;
532
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
1 - Os promotores de espetáculos desportivos que violem 2 - Aos promotores do espetáculo desportivo que
o disposto nos artigos 19.º e 21.º incorrem em obtenham o direito de participar em competições
sanções disciplinares e pecuniárias, que devem ser desportivas de natureza profissional, por subida de
aplicadas pela respetiva federação e liga profissional, escalão ou por qualquer outro procedimento previsto
nos termos dos respetivos regulamentos. em normas regulamentares das competições, o prazo
2 - Incorrem igualmente nas referidas sanções os para se adequarem ao disposto na presente lei é de
promotores que emitirem títulos de ingresso em dois anos, contados desde o início da época
violação do disposto nos n.ºs 3 e 5 do artigo 26.º desportiva em que esse direito seja obtido.
1 - As sanções previstas nas alíneas a) e b) do n.º 1 do Os promotores do espetáculo desportivo que, findo os
artigo 46.º só podem ser aplicadas mediante a prazos referidos no artigo anterior, não cumpram os
instauração de procedimento disciplinar a efetuar requisitos neste previstos, ficam inibidos de realizar
pelo organizador da competição desportiva. qualquer competição desportiva de natureza profissional.
2 - O procedimento disciplinar referido no número
anterior inicia-se com os relatórios do árbitro, das
forças de segurança, do ponto de contacto para a
segurança, do coordenador de segurança e do
delegado do organizador da competição desportiva.
3 - A entidade competente para aplicar as sanções de
interdição ou de espetáculos desportivos à porta
fechada gradua a sanção a aplicar por um período de
533
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo 52.º
Norma revogatória
Artigo 53.º
Entrada em vigor
534
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
535
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
tributação emolumentar constituirá a retribuição Uma das principais dificuldades na elaboração do novo
dos atos praticados e será calculada com base no Regulamento Emolumentar baseou-se na inexistência de
custo efetivo do serviço prestado, tendo em uma informação sistemática relativamente ao montante
consideração a natureza dos atos, a sua de receita de cada um dos tipos tributários. De fato, os
complexidade e o valor da sua utilidade únicos elementos disponíveis resultavam do cruzamento
económico-social; das estatísticas dos registos e notariado do Gabinete de
iii) Reforma do sistema de isenções e reduções Política Legislativa do Ministério da Justiça (que contém
emolumentares - tendo em consideração a apenas o número de atos numa discriminação
situação de total descontrolo e indisciplina ao excessivamente agregada) com os reportes de receita
nível das isenções, fruto de anos de legislação efetuados pelos cartórios e registos ao Instituto de
extravagante que previa situações de privilégio de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça (em termos
uma forma não sistemática e, por vezes, com líquidos e totalmente agregados). Só após um esforço de
justificação duvidosa, atentando, de uma forma consolidação total de todos os reportes, expurgando-se
gravíssima, o princípio da igualdade. Perante esta os elementos distorcivos presentes, se conseguiu uma
situação de fato, prevê-se na atual proposta a visão mais ou menos próxima do produto de cada uma
revogação de todas as isenções ou reduções das rubricas.
anteriormente previstas, com exceção das
isenções ou reduções de carácter estrutural, e Foi então possível desenvolver o trabalho de
propõe-se o sistema de inclusão de todas as novas apuramento do custo efetivo de cada ato notarial e
isenções no diploma, de forma a melhorar o registral, base de construção de nova tabela, de acordo
controlo e a sua aplicação. com o princípio de proporcionalidade.
O segundo capítulo vem estabelecer as normas gerais de
aplicação, bem como regular, em termos substanciais, os Ora, o presente Regulamento Emolumentar foi
diferentes tipos de atividade notarial e registral, tendo organizado numericamente (v. capítulo III) de forma a
em consideração as suas especialidades e lógica próprias. permitir uma avaliação on time da proveniência dos
Apesar de se ter efetuado um enorme esforço de fluxos de receita, o que possibilitará, pela primeira vez,
uniformização de procedimentos e de conceitos, não foi uma verdadeira gestão do tributo.
possível, ainda, atingir o movimento de uniformização
desejável. Porém, tal será possível através da prática de Este novo sistema permitirá, pois, a atualização
aplicação do novo Regulamento, que, pela primeira vez, atempada dos montantes das taxas previstos, garantindo
foi construído numa lógica de corpo único, e não como a proporcionalidade da tributação pela sistemática e
portaria retalhada e totalmente segmentada. permanente atualização dos tipos de receita
relativamente aos fluxos de despesa verificados ano a
Por sua vez, o terceiro capítulo contém o tabelamento ano, bem como a avaliação da receita cessante derivada
dos atos. Foi dividido em secções, considerando os da existência de isenções ou reduções emolumentares.
diversos tipos tributários. Assim, a primeira secção diz
respeito ao registo civil e nacionalidade, a segunda ao A adaptação da tributação emolumentar à jurisprudência
notariado, a terceira ao registo predial, a quarta ao do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias (TJCE)
registo comercial, a quinta ao Registo Nacional de relativa à Diretiva n.º 65/335/CEE, sobre reunião de
Pessoas Coletivas, a sexta ao registo de navios, a sétima capitais, foi o motivo que despoletou todo este esforço
ao registo de automóveis, a oitava a identificação civil, e, de reforma. Porém, como se pode verificar pelo que foi
depois, mais duas outras secções residuais, relativas aos referido anteriormente, o resultado desta reforma
emolumentos comuns, e a décima às isenções, tendo ultrapassou em muito este intuito inicial.
esta última por escopo a codificação de todas as isenções
futuras, sendo o local próprio para a sua inclusão ao Ora, no presente Regulamento Emolumentar não se
longo do tempo. referem quaisquer taxas proporcionais, atentatórias,
segundo o TJCE, do carácter remuneratório do tributo, e
Os tipos tributários presentes neste terceiro capítulo todas as taxas específicas foram calculadas de acordo
resultam de um enorme esforço de simplificação das com os critérios objetivos sucessivamente emanados
rubricas e de criação de novas formas de tributação pelo Tribunal na sua jurisprudência recente. Não se
adaptadas às novas realidades. Tendo como base o prevê, igualmente, qualquer elemento de solidariedade
trabalho desenvolvido pelo conselho técnico, ressalta, entre empresas ou quaisquer outros sujeitos passivos,
em termos essenciais, a nova consistência lógica baseando-se os escalões existentes simplesmente em
impressa no sistema de tributação, que só por isso o reduções de taxas de remuneração de determinados
torna mais transparente e eficiente. serviços, que ficam assim abaixo do custo, tendo em
536
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
É aprovado o Regulamento Emolumentar dos Registos e Para efeitos do disposto no n.º 1 do artigo 9.º do
Notariado, que faz parte integrante do presente decreto- Regulamento Emolumentar dos Registos e Notariado,
lei. são mantidas em vigor as normas sobre emolumentos
pessoais, bem como as regras relativas à sua distribuição,
constantes das anteriores tabelas emolumentares,
aplicáveis com as necessárias adaptações.
537
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
538
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
Artigo 10.º
Artigo 6.º Atos gratuitos
Publicidade
1 - São gratuitos os seguintes atos e processos:
As tabelas emolumentares devem ser afixadas nos
a) Assento de nascimento ocorrido em território
serviços em local visível e acessível à generalidade dos
português ou em unidade de saúde no
utentes.
estrangeiro, ao abrigo de protocolo celebrado
com o Estado Português;
CAPÍTULO II
b) Assento de declaração de maternidade ou de
perfilhação;
SECÇÃO I
c) Assento de casamento civil ou católico urgente;
Normas gerais de aplicação
d) Assento de óbito ou depósito do certificado
médico de morte fetal;
Artigo 7.º
e) (Revogada).
Atos com valor representado em moeda sem curso legal
f) Assento de transcrição de nascimento lavrado no
estrangeiro, perante autoridade estrangeira,
Sempre que o ato seja representado em moeda sem
respeitante a indivíduo a quem seja atribuída a
curso legal em Portugal, os emolumentos são calculados
nacionalidade portuguesa ou que a adquira;
segundo o último câmbio oficial publicado à data da
g) Declaração atributiva da nacionalidade portuguesa,
feitura do ato.
para inscrição de nascimento ocorrido no
estrangeiro, ou declaração para fins de atribuição
Artigo 8.º
da referida nacionalidade, bem como os
Preparos
documentos necessários para tais fins, desde que
referentes a menor;
Artigo 9.º
h) Assento de nascimento ocorrido no estrangeiro,
Emolumentos pessoais e outros encargos
atributivo da nacionalidade portuguesa, ou registo
de atribuição da referida nacionalidade, desde
1 - Para além dos emolumentos devidos pela prática dos
que referentes a menor;
atos, os conservadores e notários podem ainda
i) Declaração para aquisição da nacionalidade, nos
cobrar emolumentos pessoais destinados a
termos dos artigos 30.º e 31.º da Lei n.º 37/81, de
remunerar o seu estudo e preparação, em função do
3 de outubro;
grau de complexidade, bem como a realização dos
j) Registo da declaração para aquisição da
atos fora das instalações do serviço ou fora das horas
nacionalidade, nos termos dos artigos referidos na
regulamentares.
alínea anterior, e registos oficiosos lavrados nos
2 - Aos encargos previstos no número anterior acresce o
termos do artigo 33.º da Lei n.º 37/81, de 3 de
reembolso das despesas comprovadamente
outubro, bem como os procedimentos e
efetuadas pelos funcionários, imprescindíveis à
documentos necessários para uns e outros;
prática dos atos, com exceção das despesas de
539
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
540
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
541
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
g) Os registos realizados oficiosamente nos termos do a) Atualização dos registos por efeito da
artigo 67.º-A do Código do Registo Comercial; redenominação automática dos valores
h) (Revogada.) monetários;
2 - São ainda gratuitos os seguintes atos: b) Retificação de atos de registo ou documentos
resultante de erro ou inexatidão proveniente de
a) Retificação de atos de registo ou documentos, deficiência dos títulos emitidos pelos serviços dos
resultante de erro ou inexatidão proveniente de registos e do notariado;
deficiência dos títulos emitidos pelos serviços dos c) Emissão de novo certificado de admissibilidade de
registos e do notariado; firma ou denominação determinada por
b) Retificação dos atos de registo de alteração de aprovação indevida dos serviços ou assim
firma ou denominação efetuados na sequência da considerada por decisão judicial;
emissão de novo certificado de admissibilidade de d) Alteração do código de atividade económica (CAE);
firma ou denominação determinado por e) Conferência de fotocópias, nos termos do Decreto-
aprovação indevida dos serviços ou assim Lei n.º 30/2000, de 13 de março;
considerada por decisão judicial; f) Certidões, fotocópias, informações e comunicações
c) Conferência de fotocópias, nos termos do Decreto- que decorram do cumprimento de obrigações
Lei n.º 30/2000, de 13 de março; legais e que não devam entrar em regra de custas.
d) Certidões, fotocópias, informações e comunicações
que decorram do cumprimento de obrigações SECÇÃO VIII
legais e que não devam entrar em regra de custas; Atos de Registo de Automóveis
e) (Revogada.)
f) (Revogada.) Artigo 16.º-B
g) (Revogada.) Atos gratuitos
h) (Revogada.)
1 - São gratuitos os seguintes atos:
542
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
543
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
544
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
6.14 - Por cada consulta efetuada a bases de dados dos 13.1 - Acesso à base de dados do registo civil ou da
registos no âmbito dos processos previstos nos n.ºs identificação civil:
6.1, 6.2, 6.2.1 e 6.10 é devido valor igual ao valor 13.1.1 - Pelo acesso eletrónico mensal, com
mais baixo previsto para a emissão de certidão assinatura obrigatoriamente feita por período
online, ou em papel caso aquela não exista, relativa mínimo de um ano - (euro) 250;
a cada espécie de registo; 13.1.2 - Pelo acesso eletrónico para fins de
6.14.1 - O valor previsto nos termos do número investigação científica ou genealógica, por cada
anterior é devido ainda que o prédio não esteja período de três horas de consulta - (euro) 20;
descrito; 13.1.3 - Pelo acesso à informação em suporte de
6.14.2 - O disposto nos números anteriores só é papel para fins de investigação científica ou
aplicável se inexistir código de acesso válido a genealógica, por cada hora de consulta - (euro)
certidão permanente e não for apresentada pelos 10;
interessados a correspondente certidão em 13.2 - Acesso à base de dados do registo civil ou da
suporte de papel e determina a entrega de chave identificação civil, sem identificação de pessoas e
de acesso à certidão permanente ou a para fins estatísticos:
correspondente certidão em suporte de papel. 13.2.1 - Pelo acesso a informação disponível a nível
7 - Certidões, certificados e fotocópias: nacional - (euro) 100;
7.1 - Certidões: 13.2.2 - Pelo acesso a informação disponível a nível
7.1.1 - Certidão de registo - (euro) 20; concelhio - (euro) 30;
7.1.1.1 - Certidão de documento ou de processos, 13.3 - Prestação de informação para fins de
até 10 páginas - (euro) 30; investigação científica e de dados estatísticos ou
7.1.1.1.1 - Por cada página a mais, (euro) 1, até outros legalmente admissíveis, que requeira acesso
ao limite de (euro) 150; à base de dados do registo civil ou da identificação
7.1.2 - Certidão para fins de abono de família ou civil:
segurança social - (euro) 10. 13.3.1 - O emolumento devido pela prestação de
§ único. As certidões referidas neste número informação para fins de investigação científica ou
devem mencionar o fim a que se destinam, único de estatística que requeira um tratamento
para que podem ser utilizadas. informático especial é o correspondente ao custo
7.1.3 - Certidão negativa de registo - (euro) 25; efetivo do serviço, acrescido de 10 % desse
7.1.4 - (Revogado.) montante.
7.2 - Certificado de nacionalidade - (euro) 50; 13.3.2 - Pela prestação de informação para outros
7.3 - Fotocópia não certificada, por cada página ou fins legalmente admissíveis:
fração - (euro) 1. 13.3.2.1 - Relativa a cada pessoa - (euro) 0,10;
7.4 - Pela emissão de certificado relativo a processo ou 13.3.2.2 - Por listagem fornecida pelo IRN, I. P.,
procedimento não concluído por motivo imputável semestralmente - (euro) 100;
às partes - (euro) 50; 13.3.2.3 - Por listagem fornecida pelo IRN, I. P.,
7.5 – (Revogado). anualmente - (euro) 200;
8 - (Revogado.) 13.4 - (Revogado.)
9 - Consulta de nome - (euro) 50; 13.5 - (Revogado.)
9.1 - Consulta de nome que envolva a emissão de
parecer onomástico - (euro) 75. Artigo 18.º-A
10 - Registo central de escrituras e testamentos: Emolumentos do Certificado Sucessório Europeu
10.1 - Transcrição de escritura ou testamento
outorgado no estrangeiro - (euro) 45; 1 - Pelo pedido de emissão do certificado sucessório
10.2 - Boletim de informação ou certidão referente à europeu - (euro) 200;
existência de escritura ou testamento - (euro) 25. 1.1 - Pela desistência ou não conclusão do
11 - Os emolumentos devidos pela prática dos atos procedimento para emissão do certificado
previstos neste artigo integram os emolumentos sucessório europeu, por motivos imputáveis ao
pessoais eventualmente devidos, a pagar pelo IRN, I. requerente é devido metade do emolumento
P. previsto.
12 - (Revogado); 1.2 - Pela retificação, modificação ou revogação do
13 - Acesso eletrónico e informação para fins de certificado por erro não imputável aos serviços, e
investigação científica, genealógica e de dados respetivo averbamento - (euro) 100;
estatísticos, bem como para quaisquer outros 1.3 - Pela emissão de documento relativo à desistência
legalmente admissíveis. ou indeferimento do pedido de certificado
545
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
sucessório europeu, por motivo imputável às partes 1.1.4 - Constituição do direito de superfície e do direito
- (euro) 50; real de habitação periódica, bem como de alteração
1.4 - Por cada consulta efetuada a bases de dados dos respetivos títulos constitutivos ... 208
registais ou de testamentos no âmbito da emissão 1.1.5 - Locação financeira ... 130
do certificado é devido valor igual ao valor mais 1.1.6 - Hipoteca ou fiança ... 122
baixo previsto para a emissão de certidão online, ou 1.1.7 - Mútuo ou abertura de crédito ... 142
em papel caso aquela não exista, relativa a cada 1.1.8 - Reforço de hipoteca ... 100
espécie de registo; 1.1.9 - Quitação de dívida ... 100
1.5 - O valor previsto no número anterior é devido 1.1.10 - Habilitação ... 146
ainda que o prédio não esteja descrito; 1.1.10.1 - Por cada habilitação a mais
1.6 - O disposto nos números anteriores só é aplicável titulada na mesma escritura ... 73
se inexistir código de acesso válido a certidão 1.1.11 - Partilha ... 232
permanente e não for apresentada pelos 1.1.12 - Conferência de bens doados ... 155
interessados a correspondente certidão em suporte 1.1.13 - Divisão ... 155
papel e determina a entrega da chave de acesso à 1.1.14 - Revogação de testamento ... 90
certidão permanente ou a correspondente certidão 1.1.15 - Justificação ... 155
em suporte de papel. 1.1.16 - Constituição de sociedades comerciais e
2 - Cópias autenticadas: sociedades civis sob a forma comercial ... 77
2.1 - Por cada cópia autenticada ou sua revalidação - 1.1.17 - Aumento do capital social ... 84
(euro) 35; 1.1.18 - Reduções de capital para cobertura de
2.2 - A primeira cópia autenticada emitida após a prejuízos ... 85
feitura dos atos previstos nos n.ºs 1 e 1.2 é gratuita. 1.1.19 - Outras alterações ao contrato de
3 - Os emolumentos previstos no presente artigo têm um sociedade, com ou sem aumento ou
valor único, incluindo os montantes a pagar a título redução do capital social ...
de emolumentos pessoais, quando estes sejam 1.1.20 - Fusão, cisão ou transformação ... 167
devidos 1.1.21 - Dissolução .. . 77
1.1.22 - Declarativas que apenas reproduzam
Artigo 19.º o pato social em vigor ... 150
Destino da receita emolumentar 1.1.23 - Outras ... 110
1.2 - Aos emolumentos previstos nos n.ºs 1.1.2 e 1.1.11
1 - (Revogado.) acresce € 50 por cada um dos bens descritos, no
2 - Em cada procedimento de aquisição da nacionalidade máximo de € 800.
em que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) 1.3 - Pelo distrate, resolução ou revogação de atos
preste informações, dos emolumentos cobrados notariais será devido um emolumento
pertencem ao SEF (euro) 20. correspondente a 80% do emolumento do respetivo
ato, quando outro não estiver expressamente
SECÇÃO II previsto.
Notariado 1.4 - Por cada testamento público, testamento
internacional, instrumento de aprovação ou de
Artigo 20.º abertura de testamento cerrado ... 150
Emolumentos do notariado 1.5 - Por quaisquer outros instrumentos avulsos, com
exceção dos de protesto
s de títulos de crédito .. 37
1 - Escrituras, testamentos e instrumentos avulsos, com 1.6 - Pelo registo na Conservatória dos Registos
exceção dos de protesto de títulos de crédito: Centrais de cada escritura, testamento público,
testamento internacional, instrumento de
1.1 - Por cada ato titulado em escritura ou instrumento aprovação, de depósito e abertura de testamento
avulso que legalmente a substitua: cerrado ... 9
1.1.1 - Compra e venda de imóveis, dação em 2 - Instrumentos de protesto de títulos de crédito e
cumprimento e permuta ... 175 levantamento dos títulos:
1.1.2 - Doação, proposta de doação e aceitação de 2.1 - Por cada instrumento de protesto de títulos de
doação ... 175 crédito ... 9
1.1.3 - Constituição de propriedade horizontal ou 2.2 - Pelo levantamento de cada título antes de
alteração do seu título constitutivo ... 208 protestado ... 9
3 - Por cada notificação de titular inscrito efetuada nos
termos do artigo 99.º do Código do Notariado ... 45
546
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
4 - Certidões, certificados, extratos para publicação e 6.1 - Acrescem à conta do ato de que dependem,
informações escritas: designadamente:
4.1 - Por cada certidão ou certificado, com exceção do a) Os emolumentos devidos em função do número de
de exatidão de tradução ... 22 prédios abrangidos pelo facto;
4.1.1 - (Revogado). b) Os emolumentos devidos por atos de realização
4.1.2 - (Revogado). oficiosa sujeitos a tributação; e
4.2 - Pela primeira certidão emitida após a celebração c) O valor do agravamento emolumentar liquidado
de qualquer testamento ou escritura e fornecida, pelo cumprimento fora do prazo da obrigação de
dentro do prazo legal, ao testador ou, nos restantes registar.
casos, ao interessado a quem for cobrado o recibo
da conta do ato nos termos do artigo 195.º do 1.2 - O facto que respeite a diversos prédios é cobrado
Código do Notariado, independentemente do por inteiro relativamente ao primeiro, acrescido de
número de páginas ... 5 (euro) 50 por cada prédio a mais, até ao limite de
4.3 - (Revogado) (euro) 30 000, com exceção dos atos de anexação a
4.4 - Os emolumentos previstos nos números que se refere a verba 2.17 e do ónus de não
anteriores são acrescidos em 50% se for requerida fracionamento referido na verba 2.18, casos em que
urgência para os respetivos atos. o acréscimo é devido apenas a partir do terceiro
4.5 - Por cada extrato para publicação ... 23 prédio.
4.6 - Por cada página ou fração de fotocópia não 1.3 - (Revogado.)
certificada ... 0,50 1.4 - (Revogado.)
4.7 - Pela informação, dada por escrito, referente a 2 - São devidos pelo registo:
registo lavrado no livro de protestos de títulos de 2.1 - De aquisição e de uma ou mais hipotecas, pedidas
crédito, por cada título ... 9 no mesmo momento - (euro) 500;
5 - (Revogado). 2.2 - (Revogado.)
6 - Registo de documentos - por cada registo lavrado no 2.3 - (Revogado.)
livro a que se refere a alínea f) do n.º 1 do artigo 7.º do 2.4 - (Revogado.)
Código do Notariado ... 29 2.5 - (Revogado.)
7 - Atos não realizados: 2.6 - (Revogado.)
7.1 - Pelos atos requisitados que não sejam outorgados 2.7 - De declaração de insolvência, penhora, arresto,
por motivos imputáveis às partes será devido um arrolamento ou de providências cautelares não
emolumento correspondente a 80% do especificadas - (euro) 100;
emolumento do respetivo ato. 2.8 - (Revogado.)
7.2 - Tratando-se, porém, de escrituras de partilha, 2.9 - (Revogado.)
doação, proposta de doação ou de aceitação de 2.10 - (Revogado.)
doação, ao emolumento previsto no número 2.11 - (Revogado.)
anterior acresce o emolumento previsto no n.º 1.2 2.12 - De outros fatos registados por inscrição ou por
reduzido a metade. averbamento previsto no n.º 1 do artigo 101.º do
Código do Registo Predial - (euro) 250;
SECÇÃO III 2.13 - (Revogado.)
Registo predial 2.14 - (Revogado.)
2.15 - Ao emolumento previsto para o registo dos fatos
Artigo 21.º que determinem a constituição da propriedade
Emolumentos do registo predial horizontal, do direito real de habitação periódica,
de empreendimentos turísticos e de operações de
1 - Os emolumentos previstos neste artigo incluem: transformação fundiária, acresce (euro) 25 por cada
descrição subordinada, unidade, lote ou parcela,
a) A abertura de descrições bem como os até ao limite previsto no n.º 1.2;
averbamentos à descrição que devam ser 2.16 - O registo de aquisição com base em habilitação
realizados oficiosamente ou na dependência de de herdeiros, partilha de herança ou do património
um pedido de registo; conjugal, que abranja vários prédios é cobrado por
b) Os averbamentos de conversão em definitivos de inteiro quanto ao primeiro prédio, acrescido de
registos lavrados como provisórios por natureza, (euro) 30 por cada prédio a mais, até ao limite
nos termos do n.º 1 do artigo 92.º do Código do previsto no n.º 1.2;
Registo Predial; e 2.16.1 - O disposto no número anterior é aplicável
c) Os emolumentos pessoais, quando devidos. aos averbamentos de transmissão do direito de
547
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
algum ou alguns dos titulares da inscrição de bens 5.3 - Se a retificação abranger mais do que um prédio,
integrados em herança indivisa; acresce (euro) 50 por cada prédio a mais, até ao
2.16.2 - Pelos registos de aquisição com base em limite previsto no n.º 1.2;
partilha da herança ou do património conjugal, 5.4 - No caso de indeferimento liminar do pedido é
desde que pedidos todos conjuntamente no devolvida a quantia cobrada, com exceção de valor
mesmo momento, é devido o emolumento igual ao da recusa;
previsto no n.º 2.12, e a ele acresce: 5.5 - Pela retificação efetuada ao abrigo dos artigos
a) Por cada registo de aquisição, além do primeiro - 124.º e 125.º do Código do Registo Predial, são
(euro) 125; devidos os emolumentos correspondentes aos atos
b) Por cada prédio a mais, além do primeiro, de registo realizados em consequência do mesmo.
adjudicado a cada partilhante - (euro) 30; 6 - Pela urgência na feitura de cada registo é devido o
valor do emolumento correspondente ao ato.
2.17 - Pelo ato de transformação fundiária lavrado com 7 - (Revogado).
base em declaração do interessado que tenha por 8 - (Revogado).
fim a anexação ou desanexação - (euro) 250. 9 - (Revogado).
2.18 - De ónus de não fracionamento e de 10 - (Revogado).
condicionamento da construção - (euro) 125. 11 - Pela desistência - (euro) 20.
3 - Averbamentos: 11.1 - Pela desistência de processo de justificação ou
3.1 - Por cada averbamento à descrição de fatos que de retificação que não seja de efetuar ao abrigo dos
não sejam lavrados na dependência de pedido de artigos 124.º e 125.º do Código do Registo Predial -
registo ou que não devam ser de lavrar (euro) 100.
oficiosamente - (euro) 60; 12 - Pela recusa, exceto nos casos abrangidos pelo n.º 8
3.2 - Averbamento à inscrição - € 100. do artigo 73.º do Código do Registo Predial - (euro)
3.2.1 - O emolumento previsto na verba anterior é 50.
reduzido a metade nos averbamentos de 12.1 - Se o emolumento devido pelo ato de registo for
realização oficiosa e nos averbamentos de fatos inferior ao emolumento previsto no número
extintivos; anterior, pela recusa é devido o emolumento
3.2.2 - Ao emolumento previsto para os atos de correspondente ao ato.
alteração ou de modificação dos fatos a que se 13 - Pelo suprimento oficioso de deficiências que ocorra
refere a verba do n.º 2.15, lavrados por inscrição no âmbito dos n.ºs 2, 3, 7 ou 8 do artigo 73.º do
ou por averbamento previsto no n.º 1 do artigo Código do Registo Predial - (euro) 30.
101.º do Código do Registo Predial, acresce (euro) 14 -Os emolumentos pessoais eventualmente devidos
25 por cada descrição subordinada, unidade, lote pela prática de atos previstos neste artigo são pagos
ou parcela, criada ou alterada, até ao limite pelo Instituto dos Registos e do Notariado, I. P. (IRN,
previsto no n.º 1.2; I. P.)
3.2.3 - O disposto no número anterior não tem 15 – (Revogado).
aplicação no caso de mera reprodução de 16 - (Revogado.)
inscrições ou de averbamentos ou de simples 17 - (Revogado.)
menção de cotas de referência. 18 - Depósito de documentos no sítio do registo predial
4 - Processo de justificação, incluindo todos os atos de www.predialonline.mj.pt:
registo realizados em consequência do mesmo: 18.1 - De documentos particulares autenticados que
4.1 - Pelo processo - (euro) 400; titulam atos sujeitos a registo predial nos termos do
4.2 - Pela dedução de oposição - € 100. artigo 24.º do Decreto-Lei n.º 116/2008, de 4 de
4.3 - Se o processo abranger mais do que um prédio, julho, incluindo os documentos que os instruam -
acresce (euro) 50 por cada prédio a mais, até ao (euro) 20;
limite previsto no n.º 1.2; 18.2 - De documentos de que conste o consentimento
4.4 - Se o processo tiver em vista apenas o do credor ao cancelamento do registo de hipoteca -
cancelamento de ónus ou encargos - (euro) 250; (euro) 20;
4.5 - No caso de indeferimento liminar do pedido é 18.3 - De documentos depositados posteriormente a
devolvida a quantia cobrada, com exceção de valor associar a um depósito anterior - (euro) 15.
igual ao da recusa. 19 - Renovação de código de acesso que permita a
5 - Processo de retificação incluindo todos os atos de consulta dos documentos referidos no número
registo realizados em consequência do mesmo: anterior:
5.1 - Pelo processo - (euro) 250; 19.1 - Pedido efetuado através do endereço
5.2 - Pela dedução de oposição - € 100. www.predialonline.mj.pt - (euro) 5;
548
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
19.2 - Pedido verbalmente num serviço de registo com 4.1 - Pelo registo da cessação de funções de membros
competência para a prática de atos de registo de órgãos sociais, de liquidatários, de
predial - (euro) 10. administradores de insolvência, revisor oficial de
20 - (Revogado). contas, bem como de cessação de funções de
administrador judicial e de administrador judicial
provisório da insolvência - (euro) 100;
SECÇÃO IV 4.2 - (Revogado.)
Registo comercial 4.3 - (Revogado.)
5 – Justificação:
Artigo 22.º 5.1 - Processo de justificação ... 200
Emolumentos do registo comercial 5.2 - Processo simplificado de justificação … 150
6 - Pela retificação efetuada ao abrigo dos artigos 85.º e
1 - Os emolumentos previstos neste artigo são devidos 86.º do Código do Registo Comercial são devidos os
pelo pedido de registo e têm um valor único, emolumentos correspondentes aos atos de registo
incluindo os montantes relativos aos atos realizados em consequência do mesmo, até ao limite
subsequentes de inscrição no ficheiro central de de (euro) 250.
pessoas coletivas e de publicação obrigatória, bem 6.1 - Pela retificação efetuada fora dos casos previstos
como os montantes a pagar a título de emolumentos no número anterior, incluindo todos os atos de
pessoais, quando estes sejam devidos. registo realizados em consequência da mesma -
2 - Inscrições e averbamentos previstos no n.º 1 do artigo (euro) 250;
69.º do Código do Registo Comercial: 6.2 - No caso de indeferimento liminar do pedido é
2.1 - Constituição de pessoas coletivas - (euro) 360; devolvida a quantia cobrada, com exceção de valor
2.2 - (Revogado pelo Decreto-Lei n.º 116/2008, de 4 de igual ao da recusa;
julho.) 6.3 - Pela dedução de oposição - (euro) 100.
2.3 - (Revogado pelo Decreto-Lei n.º 116/2008, de 4 de 7 - Procedimento administrativo de dissolução de
julho.) entidades comerciais:
2.4 - Alterações ao contrato de sociedade - (euro) 200; 7.1 - Pela tramitação e decisão do procedimento,
2.4.1 - Alterações com aumento ou redução de incluindo todos os registos … 350
capital - (euro) 225; 7.2 - Se o procedimento for de instauração oficiosa, o
2.5 - Fusão ou cisão: emolumento previsto no número anterior é
2.5.1 - Pelo depósito do projeto de fusão ou cisão - agravado em 50 %.
(euro) 120; 8 - Procedimento administrativo de liquidação de
2.5.2 - Pela inscrição da fusão ou da cisão - (euro) 200; entidades comerciais:
2.6 - Dissolução ... 200 8.1 - Pela tramitação e decisão do procedimento,
2.7 – Designação ou recondução dos órgãos sociais, de incluindo todos os registos … 350
liquidatários, de administradores de insolvência, 8.2 - Se o procedimento for de instauração oficiosa, o
revisor oficial de contas, nos termos do n.º 2 do emolumento previsto no número anterior é
artigo 262.º do Código das Sociedades Comerciais, e agravado em 50 %.
de gestores judiciais - (euro) 175; 9 - Procedimento especial de extinção imediata de
2.8 - Registo de ações ... 130 entidades comerciais:
2.9 - Criação de representação permanente, incluindo a Pela decisão do procedimento, incluindo o registo -
simultânea nomeação dos respetivos (euro) 300;
representantes … 200 10 - Pela urgência na feitura de cada registo é devido o
2.10 - Outras inscrições e averbamentos previstos no valor do emolumento correspondente ao ato.
n.º 1 do artigo 69.º do Código do Registo Comercial 11 - Pela desistência - (euro) 20.
- (euro) 200; 12 - Pela recusa, exceto no caso abrangido pelo n.º 6 do
2.11 - Abrangendo a inscrição mais de um fato, é artigo 52.º do Código do Registo Comercial - (euro)
devido o emolumento mais elevado de entre os 50.
previstos para os diversos fatos a registar, acrescido 13 - Certidões, fotocópias, informações escritas e
de 50% do emolumento correspondente a cada um certificados:
dos restantes fatos. 13.1 - Requisição e emissão de certidão negativa -
2.12 - Transformação - (euro) 225. (euro) 20;
3 - Registo efetuado por simples depósito, com exceção 13.2 - Requisição e emissão de certidão ou fotocópia de
do registo de prestação de contas ... 100 atos de registo - (euro) 30;
4 - Averbamento a inscrição 80
549
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
550
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
7.5 - Informação dada por escrito relativamente a 2.2 - Inscrições de hipoteca, consignação de
registos e documentos - (euro) 11. rendimentos, penhora, arresto, arrolamento,
8 - Acesso às bases de dados: providências cautelares não especificadas e locação
8.1 - Acesso eletrónico, cópias totais ou parciais e financeira - (euro) 100;
informação para fins de investigação estatística da 2.3 - Por cada inscrição de aquisição anterior à daquele
base de dados do ficheiro central de pessoas que se apresente a requerer o registo em seu nome -
coletivas (FCPC), do registo de pessoas coletivas (euro) 80;
religiosas (RPCR) e do registo de pessoas jurídicas 2.4 - Por cada inscrição transcrita em consequência de
canónicas (RPJC). mudança de capitania ou delegação marítima - (euro)
8.1.1 - Acesso online: 60;
8.1.1.1 - Acesso online à informação por um período 2.5 - Pelo fato previsto na alínea f) do artigo 89.º do
mínimo de um ano, assinatura mensal - (euro) 250: Decreto-Lei n.º 42 645, de 14 de novembro de 1959 -
8.1.1.2 - (Revogado.) (euro) 60;
8.1.1.3 - (Revogado.) 2.6 - O fato que respeite a diversos navios é cobrado
8.1.1.4 - (Revogado.) por inteiro relativamente ao primeiro, acrescido de
8.2 - Cópia total em suporte eletrónico da base de 50 % do valor do emolumento previsto para o
dados do FCPC, do RPCR ou do RPJC: registo, por cada navio a mais, até ao limite de
8.2.1 - Pela cópia de cada - (euro) 5000; (euro) 5000.
8.2.2 - Por cada atualização mensal de movimentos - 3 - Averbamentos às inscrições:
(euro) 200; 3.1 - Averbamento de cancelamento - (euro) 80;
8.2.3 - Cópia parcial em suporte eletrónico da base de 3.2 - Averbamento à inscrição não especialmente
dados do FCPC, do RPCR ou do RPJC: previsto - (euro) 50.
8.2.3.1 - Por cada 1000 registos ou fração - (euro) 250; 4 - Pela urgência na feitura de cada registo é devido o
8.2.3.2 - (Revogado.) valor do emolumento correspondente ao ato.
8.3 - Por cada cópia parcial em suporte de papel 5 - Desistência do pedido de registo ... 20
(conteúdo integral ou parcial do registo): 6 - Recusa de registo - (euro) 50.
8.3.1 - Até 1000 registos - (euro) 1000; 7 - Certidões, fotocópias, informações escritas e
8.3.2 - Por cada adicional de 1000 registos ou fração - certificados:
(euro) 250; 7.1 - Requisição e emissão de certidão negativa - (euro)
8.4 - Por cada informação estatística disponível do 20;
FCPC, do RPCR ou do RPJC: 7.2 - Requisição e emissão de certidão ou fotocópia de
8.4.1 - A nível nacional - (euro) 400; atos de registo:
8.4.2 - A nível concelhio - (euro) 100; 7.2.1 - Respeitante a um só navio - (euro) 20;
8.4.3 - O emolumento devido pela prestação de 7.2.2 - Por cada navio a mais - (euro) 10;
informação para fins de investigação científica ou 7.3 - Requisição e emissão de certidão ou fotocópia de
de estatística que requeira um tratamento documentos:
informático especial é o correspondente ao custo 7.3.1 - Até nove páginas - (euro) 20;
efetivo do serviço, acrescido de 10 % desse 7.3.2 - A partir da 10.ª página, por cada página a mais
montante. ... 1
9 - Os emolumentos previstos nos n.ºs 8.1.1, 8.2 e 8.4.3 7.4 - Pela confirmação do conteúdo da certidão ou
constituem receita do IRN, I. P., e do IGFEJ, I. P., na fotocópia é devido emolumento da respetiva
proporção de 85 % e 15 %, respetivamente. emissão reduzido a metade.
10 - Os emolumentos previstos nos n.ºs 8.3, 8.4.1 e 8.4.2 7.5 - Informação por escrito:
constituem receita do IRN, I. P. 7.5.1 - Em relação a um navio ... 11
7.5.2 - Por cada navio a mais, até ao máximo de € 800... 11
SECÇÃO VI 7.6 - Fotocópia não certificada, por cada página - (euro)
Registo de navios 1;
7.7 - O emolumento devido pelas certidões e
Artigo 24.º fotocópias, quando cobrado no ato do pedido, é
Emolumentos do registo de navios restituído no caso da recusa da sua emissão.
8 - Pelo suprimento oficioso de deficiências que ocorra
1 - Matrículas: no âmbito do artigo 73.º, n.ºs 2, 3 ou 7, do Código do
1.1 - Por cada matrícula de navio - (euro) 50. Registo Predial - 30 (euro).
2 - Inscrições e averbamentos:
2.1 - Inscrições - (euro) 150; SECÇÃO VII
551
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
552
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
553
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
que se refere o artigo 25.º, n.º 1.6, do presente 7.2 - Pelo reconhecimento que contenha, a pedido dos
regulamento, até ao limite de (euro) 30 000; interessados, menção de qualquer circunstância
3.4 - Do emolumento previsto no n.º 3.1, deduzido da especial - (euro) 16,50;
taxa devida pela publicação a que se refere o n.º 7.3 - Por cada termo de autenticação de documentos
3.3, pertencem dois terços à conservatória do não abrangidos pelo n.º 7.7, com um só
registo comercial e um terço ao Registo Nacional de interveniente - (euro) 24;
Pessoas Coletivas (RNPC). 7.4 - Por cada interveniente a mais - (euro) 6,50;
3.5 - Pela prática dos atos compreendidos no regime 7.5 - Por cada termo de autenticação de procuração
especial de constituição online de sociedades, com com um só mandante e mandatário - (euro) 20;
ou sem nomeação de órgãos sociais ou secretário 7.6 - Por cada mandante ou mandatário adicional -
da sociedade e com opção por pato ou ato (euro) 10;
constitutivo de modelo aprovado - (euro) 220; 7.7 - Por cada termo de autenticação de documentos
3.6 - Pela prática dos atos compreendidos no regime particulares que titulem atos sujeitos a registo
especial de constituição online de sociedades, com ou predial nos termos do artigo 24.º do Decreto-Lei n.º
sem nomeação de órgãos sociais ou secretário da 116/2008, de 4 de julho - (euro) 175;
sociedade e com opção por pato ou ato constitutivo 7.7.1 - Por cada interveniente para além do primeiro -
elaborado pelos interessados - (euro) 360; (euro) 10;
3.7 - Os emolumentos previstos nos n.ºs 3.5 e 3.6 têm 7.7.2 - Por cada ato ou negócio jurídico a mais além
um valor único e incluem a verificação da do primeiro, acresce - (euro) 50;
admissibilidade e aprovação de firma e ainda o 7.7.3 - Por cada prédio a mais além do primeiro,
custo da publicação obrigatória do registo. acresce - (euro) 25.
3.8 – (Revogado); 8 - Traduções e certificados:
3.8.1 - (Revogado). 8.1 - Pelo certificado de exatidão da tradução de cada
4 - Regime especial de criação imediata de documento realizada por tradutor ajuramentado -
representações permanentes: (euro) 25;
4.1 - Pela prática dos atos compreendidos no regime 8.2 - Pela tradução de documentos, por cada página -
especial de criação imediata de representações (euro) 20;
permanentes - (euro) 200; 8.3 – (Revogado).
4.2 - O emolumento previsto no número anterior tem 9 - Fotocópias e respetiva conferência, públicas-formas e
um valor único e inclui o custo da publicação certificação da conformidade de documentos
obrigatória do registo. eletrónicos com os documentos originais:
5 - Impugnação: 9.1 - Por cada pública - forma, conferência de fotocópia
5.1 - Por cada processo de recurso hierárquico - 175 ou fotocópia e respetiva conferência, até quatro
(euro). páginas, inclusive - (euro) 18;
5.1.1 - Por cada processo de recurso hierárquico de 9.2 - A partir da 5.ª página, por cada página a mais,
conta ou de recusa de passagem de certidão - 120 (euro) 1, até ao limite de (euro) 150;
(euro); 9.3 - Por cada certificação da conformidade de
5.2 - Em caso de procedência do recurso, há lugar à documentos eletrónicos com os documentos
devolução dos emolumentos previstos nos números originais e respetiva digitalização - (euro) 17.
anteriores; 10 - Operações especiais de registos (SIR - Soluções
5.3 - Em caso de provimento parcial do recurso o Integradas de Registo):
emolumento previsto no n.º 5.1 é reduzido a 10.1 - A instrução dos procedimentos de operações
metade, sendo devolvido na sua totalidade o especiais de registos que determine a solicitação
emolumento previsto no n.º 5.1.1; aos interessados de documentos que não possam
5.4 - A retificação oficiosa da conta com base nos ser obtidos através do acesso direto às bases de
fundamentos invocados em recurso hierárquico dados dos registos, dá lugar à cobrança do
findo por falta de verificação dos respetivos emolumento previsto para o suprimento de
pressupostos, dá lugar à devolução do emolumento deficiências;
previsto no n.º 5.1.1; 10.2 - A identificação dos bens sobre os quais incidem
6 - Por cada certificado emitido nos termos do artigo os atos ou procedimentos, mediante consulta, a
133.º do Regulamento dos Serviços dos Registos e do pedido dos interessados, das bases de dados dos
Notariado ... 50 registos, dá lugar à cobrança dos emolumentos
7 - Reconhecimentos e termos de autenticação: previstos para as fotocópias não certificadas;
7.1 - Pelo reconhecimento de cada assinatura e de letra 10.3 - Sem prejuízo do disposto nos números
e assinatura - (euro) 12; anteriores, os emolumentos e taxas devidos por
554
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
atos de registo e procedimento realizados ao abrigo anteriores por cada prédio a mais, até ao limite de
do n.º 5 do artigo 26.º do Decreto-Lei n.º 116/2008, (euro) 30 000 - (euro) 50.
de 4 de Julho, são faturados de forma agrupada no 7.1 - No caso de procedimento que titule atos de
final de cada operação especial de registo. permuta, o acréscimo previsto no número anterior
conta-se apenas a partir do terceiro prédio.
Artigo 27.º-A 8 - Pelo documento de retificação a título elaborado no
Procedimento especial de transmissão, oneração e âmbito do procedimento, por erro não imputável aos
registo de imóveis serviços - (euro) 50.
1 - Pelo procedimento especial de transmissão, oneração 9 - Por cada averbamento ao documento que titule o
e registo de imóveis, independentemente do número negócio jurídico, incluindo retificações não
de atos de registo, com ou sem marcação prévia - imputáveis aos serviços - (euro) 50.
(euro) 700. 10 - Os emolumentos previstos neste artigo têm um valor
1.1 - Pelo procedimento que titule atos de permuta único, incluindo os montantes a pagar a título de
com constituição de uma ou mais hipotecas, emolumentos pessoais, quando estes sejam devidos.
acresce ao emolumento previsto no número 11 – (Revogado).
anterior (euro) 225.
2 - Pelo procedimento especial de transmissão, oneração SECÇÃO X
e registo de imóveis, com ou sem marcação prévia, se Isenções ou reduções emolumentares
apenas for registado um fato - (euro) 375.
3 - Pelo procedimento especial de que resulte a Artigo 28.º
constituição da propriedade horizontal acresce ao Isenções ou reduções emolumentares
emolumento que se mostre devido nos termos dos
números anteriores, (euro) 25 por cada descrição 1 - Os emolumentos devidos pela celebração da escritura
subordinada, até ao limite de (euro) 30 000. pública de compra e venda, de doação e de partilha
3.1 - Pelo procedimento especial de que resulte a mortis causa de imóveis rústicos são reduzidos em
modificação do título constitutivo da propriedade função do valor do ato, nos seguintes termos:
horizontal acresce ao emolumento previsto nos 1.1 - Até € 5000 - em três quartos;
termos dos n.ºs 1 e 2, (euro) 25 por cada descrição 1.2 - Acima de € 5000 e até € 10000 - em dois terços;
subordinada, criada ou alterada, até ao limite de 1.3 - Acima de € 10000 e até € 15000 - em metade;
(euro) 30 000; 1.4 - Acima de € 15000 e até € 25000 - em um terço;
3.2 - O disposto no número anterior não tem aplicação 1.5 - Acima de € 25000 e até € 35000 - em um quarto;
no caso de mera reprodução de inscrições ou de 1.6 - Acima de € 35000 e até € 80000 - em um oitavo.
averbamentos ou de simples menção de cotas de 2 - Os emolumentos devidos pela emissão de certidões
referência. destinadas a instruir as escrituras de doação e
4 - Pela desistência ou não conclusão do procedimento partilha mortis causa referidas no número anterior
por motivos imputáveis às partes é devido um terço beneficiam de uma redução correspondente a
do emolumento previsto. metade do respetivo valor.
5 - Por cada consulta efetuada a bases de dados registais 3 - As certidões que beneficiem da redução emolumentar
no âmbito dos processos previstos no presente artigo prevista no número anterior devem mencionar o fim
é devido valor igual ao valor mais baixo previsto para a que se destinam, único para que podem ser
a emissão de certidão online, ou em papel caso utilizadas.
aquela não exista, relativa a cada espécie de registo. 4 - Os benefícios previstos no n.º 1 do presente artigo
5.1 - O disposto no número anterior só é aplicável se são aplicáveis à aquisição por compra e venda de
inexistir código de acesso válido a certidão imóvel para habitação própria e permanente.
permanente e não for apresentada pelos 5 - Às aquisições realizadas ao abrigo do regime de conta
interessados a correspondente certidão em suporte poupança-habitação aplica-se a redução
de papel e determina a entrega de chave de acesso emolumentar prevista no n.º 1, se esta for mais
à certidão permanente ou a correspondente favorável do que a prevista naquele regime.
certidão em suporte de papel. 6 - A transmissão isolada de partes indivisas de imóveis
6 - Pela emissão de certificado relativo a procedimento urbanos, efetuadas nos termos e condições
não concluído por motivo imputável às partes - (euro) constantes dos n.ºs 1 e 4, goza das reduções
50. emolumentares aí previstas, se pelo ato de aquisição
7 - Pelo procedimento que abranja mais de um imóvel, o adquirente concentrar na sua esfera jurídica a
acresce ao valor fixado nos termos dos números totalidade do direito de propriedade do imóvel.
555
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
556
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
34 - Os emolumentos devidos pela realização de atos de designada por 'Bolsa de terras' e relacionados com a
registo de fatos relativos a prédio rústico ou misto a finalidade dessa disponibilização, são reduzidos em
disponibilizar, ou disponibilizado, na bolsa de terras a 75 %.
que se refere a lei que cria a bolsa nacional de terras
para utilização agrícola, florestal ou silvopastoril,
557
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
558
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
559
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
560
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
561
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
562
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
563
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
564
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
565
IMIGRAÇÃO – Legislação Nacional
566