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Atividade Física na Gestação

Nos anos 60 diziam à gestante: "Sente-se. Coloque os pés para cima". Nos anos 70:
"Não ganhe muito peso!". Nos anos 80: "Exercite-se, mas mantenha a freqüência
cardíaca baixa e não deite de costas".

Agora, nos anos 90, depois de três décadas de mensagens confusas e conflitantes, é
tempo de determinar até que ponto o exercício rigoroso e as futuras mamães são uma
combinação compatível. Finalmente a gestação está sendo reconhecida como um estado
de saúde modificado, ao invés de um estado de doença. Como resultado, mais e mais
mulheres estão continuando seus regimes diários de trabalho e exercício durante a
gravidez.

Não existem hoje evidências científicas de que qualquer programa de exercícios resulta
em um bebê mais saudável ou em um parto mais rápido ou mais fácil e com menos
complicações. O que se sabe hoje é que as gestantes que se exercitam chegam ao
término da gravidez em melhores condições físicas e têm, no pós-parto, uma
recuperação mais rápida e eficiente.

Consistência, moderação, informação e modificações apropriadas nos exercícios são os


fatores mais importantes nesta fase de transformações. Os benefícios de um programa
bem conduzido podem ser facilmente percebidos pelas futuras mamães: mais energia,
maior disposição para as tarefas do dia-a-dia, sensação de bem-estar, diminuição dos
problemas de ordem circulatória, tais como inchaços nas pernas e varizes.

Apesar de poucas pesquisas serem realmente conclusivas nesta área, já existem padrões
de segurança nos exercícios cardiovasculares, exercícios de força e flexibilidade para
gestantes, estabelecidos pelo American College of Obstetricians and Gynecologists.

O exercício executado de acordo com estes padrões garante à gestante e ao bebê a


ausência de imprevistos e efeitos prejudiciais, além de proporcionar os benefícios
citados acima.

O respaldo médico crescente e a especialização dos instrutores nesta área têm levado
um número cada vez maior de gestantes à prática de atividades físicas em academias e
centros especializados no mundo todo.

A seguir, você encontra as principais recomendações sobre a atividade física na


gestação, segundo o American College of Obstetricians and Gynecologists.

• Não objetivar o condicionamento físico, não aumentar a atividade física de antes


da gravidez. Não se deve ter como objetivo o aumento do condicionamento
físico, pois com a gestante ocorre exatamente o inverso: sua resistência inicial
tende a diminuir. O ideal é não aumentar a atividade física ou mantê-la
desenvolvida como antes de engravidar (não deixar para começar a fazer
exercícios somente ao ficar grávida).
• Durante a gestação, a mulher pode continuar a se exercitar e receber os
benefícios das atividades leves a moderadas. O exercício regular (pelos menos
três vezes por semana) é preferível à atividade intermitente.

As mulheres devem evitar fazer exercícios deitadas de costas após o primeiro
trimestre. Esta posição está associada ao decréscimo do débito cardíaco na
maioria das mulheres gestantes.

• A atividade vigorosa deve ser evitada, prevenindo um decréscimo do fluxo


sangüíneo para o útero.

• Períodos prolongados de permanência em pé, sem movimento, devem ser


evitados.

• As mulheres devem ter consciência da redução do oxigênio disponível para o


exercício aeróbio durante a gestação:

- Devem ser encorajadas a modificar a intensidade do exercício, de acordo com os


sintomas maternos. Quando fatigadas, as gestantes devem parar, e não chegar até a
exaustão.

- Realizar exercícios que não levem a fadiga, com duração de no máximo 30 minutos de
atividade vigorosa, sempre entre 50% e 70% da capacidade máxima da gestante.
Durante a atividade física com as gestantes, o cuidado para não cansá-la é essencial e
deve ser uma preocupação constante do profissional; a parte mais "forte" da aula (parte
aeróbia) deve ser de no máximo meia hora e a freqüência cardíaca não deve exceder a
capacidade média individual de cada aluna.

- Exercícios com pesos podem, em algumas circunstâncias, ser continuados em


intensidades semelhantes àquelas anteriores à gestação.

- Exercícios sem pesos, tais como natação e ciclismo, minimizarão os riscos de lesões e
facilitarão a continuidade do exercício durante a gestação.

• Mudanças morfológicas na gestação devem servir como contra-indicação


relativa para tipos de exercício onde a falta de equilíbrio pode ser detrimental
para o bem-estar materno ou fetal, especialmente no terceiro trimestre.

A gestação requer 300 kcal/dia adicionais para manter a homeostase metabólica.

• Portanto, as mulheres que se exercitam durante a gestação devem estar


particularmente atentas para assegurar uma dieta adequada.
• Mulheres que se exercitam no primeiro trimestre devem facilitar a dissipação do
calor, assegurando hidratação adequada, roupas apropriadas e condições
ambientais ótimas durante a atividade.

Muitas das mudanças fisiológicas e morfológicas da gestação persistem por quatro a


seis semanas pós-parto. Portanto, as rotinas de exercício devem resumir-se
gradualmente, baseadas na capacidade física da mulher.

• É importante lembrar que toda gestante só deverá se exercitar após prévia


autorização médica.

Fonte: www.py2gea.com.br

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