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ESTRATEGIAS DE ENSINO- APRENDIZAGEM Juan Diaz Bordenave e Adair Martins Pereira 12? Edigao — FACULDADE DE MEDICINA DE COIMBRA MERICINA DENTARIA PAOVOTECA LW 120e SUMARIO Introducao, 9 CAPITULO I: Principais problemas do ensino superior, 15, CAPITULO I: © que é aprender, 23 CAPITULO Ill: O que é ensinar, 39 CAPITULO IV: 0 aluno e o professor como pessoas, 59 CAPITULO Vs Planejamento sistémico do ‘ensino-aprendizagem, 71 ‘PITULO VI: Como escolher ¢ organizar as atividades ‘de ensino, 121 CAPITULO VII: Como incentivar a participagdo ativa dos alunos, 133 CAPITULO VIII: Como melhorar a comunicagao professor-aluno, 183 CAPITULO IX: O Papel dos meios multissensoriais no ‘ensino-aprendizagem, 203 CAPITULO X: O Desenvolvimento da atitude cientifica nos alunos, 221 CAPITULO XI: A Biblioteca como instrumento de ‘ensino-aprendizagem, 255 CAPITULO XII: Como avaliar a aprendizagem, 267 CAPITULO XIII: A Estratégia da inovagdo, 303 Bibliografia geral, 313 INTRODUCAO STE livro nasceu do dialogo mantido pelos autores com cerca de S00 profes- sores universitérios que participaram dos cursos de Metodologia de Ensino Superior oferecidos pelo Instituto Interamericano de Ciéncais Agricolas (IICA) nas Escolas e Faculdades de Agronomia, Veterinaria, Zootécnica e Engenharia Florestal do Brasil desde 1969 até hoje. Embora, pela razio acima, a maioria dos exemplos e ilustragdes do texto se refiram ao ensino das ciéncias agrarias, o livro pode ser itil a professores de outras disciplinas, visto que os principios pedagégicos tém aplicaco universal e que a metodologia didatica é aqui tratada de forma bastante geral. autor priticipal nao € um pedagogo, isto é, um especialista em Ciéncias da Educagio. Sua especialidade é a Comunicagao. Esse fato 6 apresentado como uma explicagaio antecipada das possiveis heresias que a ortodoxia pedagogica possa encontrar no texto. Sua colaboradora, a Professora Adair Martins Pereira, sim, é uma pedagoga. Porém ela considerou interessante e até vantajoso respeitar as eventuais divergéncias da ortodoxia pedagégica em favor de dois objetivos importantes: encontrar ‘es- postas mais praticas que tedricas aos problemas do ensino, e comunicé-las de maneira mais simples e menos técnica aos leitores. Em todo caso, o livro nao pretende ser um “livro de receitas”, mas um convite para resolver um problema que todo professor enfrenta diariamente: como ensinar melhor sem “‘massificar’’ ou “‘coisificar” 0 aluno. PROPOSITOS Basicamente, a obra foi estruturada de acordo com os seguintes propésitos: 1. Colocar ¢ analisar, com clareza e objetividade, os principais problemas que os professores informaram encontrar no ensino de suas disciplinas. 2. Fornecer elementos — conceitos, teorias, casos, exemplos — que sirvam aos profes- sores para formarem seu proprio juizo sobre os problemas analisados ¢ suas possiveis solugées. 3. Sugerir, a titulo experimental, algumas idéias orientadoras quanto ao planejamento do ensino e a escolha das atividades didaticas. OPCAO PELA EDUCACAO LIBERTADORA Embora geralmente os autores no tomem posi¢o com réspeito & solug&o especifica para os diversos problemas analisados, reconhecem que nao so neutrais na oposigao entre dois tipos de educagao: a educacdo “bancéria” ou “convergente” a educagao “problematizadora” ou “‘libertadora”. A educacio “bancéria” apresenta as seguintes caracteristicas: — Est& baseada na transmissio do conhecimento e da experiéncia do profes- sor. — Atribui uma importancia suprema 10 “conteiido da matéria” e, conseqiente- mente, espera que os alunos 0 absorvam sem modificagdes e 0 reproduzam fiel- mente nas provas. aay) — Seu objetivo fundamental é produ- zir um aumento de conhecimentos no alu- no, sem preocupar-se com ele como pessoa integral e como membro de uma comu- nidade. — Como conseqiiéncia natural, o alu- no & passivo, grande tomador de notas, Fig. 1 eximio memorizador, prefere manejar con- ceitos abstratos a resolver de forma origi- nal e criadora problemas concretos da realidade em que vive. A educag4o?“problematizadora”, por seu lado, parte das seguintes idéias: — Uma pessoa sé conhece bem algo quando o transforma, transformando-se Teoriza ela também no processo. — A solugdo de problemas implica na Participagio ativa e no didlogo constante Pontos- Hipéteses entre alunos e professores. A aprendiza- Chave de solugéo gem € concebida como a resposta natural do aluno ao desafio de uma situagio-pro- ] blema. — A aprendizagem tcrna-se uma pes- bservaco 4 juisa em que o aluno passa de uma visio ernie ere aSinerética” ou global do problema a uma (problema) visdo “‘analitica” do mesmo — através de sua teoriza¢do — para chegar a uma “sin- tese” provis6ria, que equivale 4 compreen- REALIDADE so. Desta apreensio ampla e profunda da estrutura do problema e de suas conse Fig. 2 qiiéncias nascem “hipéteses de solugao’ que obrigam a uma selegdo das solucdes mais vidveis. A sintese tem continuidade na praxis, isto é, na atividade transformadora da realidade.. 10 AS FUNCOES DA UNIVERSIDADE E OS METODOS DE ENSINO Muito embora este livro trate de metodologia didatica, os autores afirmam a sua convicgo de que o melhoramento dos métodos de ensino jamais deve ser consi- derado um fim em si, mas um meio importante para que a Universidade cumpra suas fungSes sociais. A modernizagio dos métodos nao garante por si propria que a Universidade venha a integrar-se no seu meio, a identificar-se com seus problemas ea influir na transformago da sociedade. De fato, pode ocorrer — e j4 est ocorrendo — que algumas Universidades ensinem disciplinas obsoletas e alienadoras utilizando as técnicas didaticas mais modernas ¢ sofisticadas, como as preconizadas pela chamada Tecnologia Edu- cacional. Por conseguinte, é necessario situar o verdadeiro papel do ensino como funo da Universidade em relago a sociedade. A definigao de seu papel forneceré uma orientago essencial para o tipo de metodologia de ensino a ser adotado. Ora, quando se pergunta como as fungées basicas da Universidade — Ensino, Pesquisa, Extensiio — estdo realmente funcionando, achamos a seguinte situagao: Fontes foraneas COMUNIDADE Fontes foraneas EXTENSAO rt Fig. 3 © ensino, que recebe a maior parte das energias e recursos do sistema universitério, nutre-se principalmente de conhecimentos que vém de paises mais adiantados e em geral tém pouca relago direta com os problemas da comunidade em que esté inserido. A pesquisa estuda problemas relativamente superficiais poucas vezes ofere- cendo a oportunidade de uma participagao significativa dos alunos. A extensao universitéria, que recebe uma ateng&io marginal do sistema, leva a comunidade, de forma paternalista e unilateral, os residuos mais frivolos das preocupagées universitdrias. Além do mais, nota-se paralelismo e isolamento entre as trés fungdes, de tal modo que nem a pesquisa alimenta o ensino, nem a extenso tem uma interacdo significativa com ambos. sy

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