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Universidade Federal do Recôncavo Baiano – UFRB

Centro de Ciências da Saúde – Santo Antônio de Jesus


Docente: Marcilio Baliza Disciplina: Genética Humana Aplicada a Psicologia

Discente: Egnaldo Alves Barreto

Mitose

Santo Antonio de Jesus – Maio de 2009


Observação de Celulas em Divisão:Mitose

Objetivo: Identificar as fases da Mitose

Material:

I – Lâminas prontas da maristema de cebola

II – Microscopio optico

Mitose é o processo pelo qual as células eucarióticas dividem seus cromossomas entre duas
células filhas. Este processo dura, em geral, 90 a 120 minutos e é dividido em quatro etapas:
profase, metafase, anafase e telofase. É uma das fases do Período de Divisão Celular ou Fase
Mitótica do Ciclo Celular.

Um dos pressupostos fundamentais e principais da biologia celular é o de que todas as células se


originam a partir de células pré-existentes, à excepção do ovo ou zigoto que, nos seres vivos com
reprodução sexuada, resulta da união de duas células reprodutivas (gâmetas), cada qual com
metade da informação genética

A mitose é um processo de divisão celular conservativa, já que a partir de uma célula inicial,
originam-se duas células com a mesma composição genética (mesmo número e tipo de
cromossomas), mantendo assim inalterada a composição e teor de ADN característico da espécie
(exceto se ocorrer uma mutação, fenômeno muito raro e acidental). Este processo de divisão
celular é comum a todos os seres vivos, dos animais e plantas multicelulares até aos organismos
unicelulares, nos quais, muitas vezes, este é o principal ou único processo de reprodução -
reprodução assexuada.

Comportamento dos cromossomas na mitose


Walther Flemming, estudando células epidérmicas de salamandra, notou alterações no núcleo de
uma célula que se divide. Primeiro, os cromossomos tornavam-se visíveis como fios finos e
longos no interior do núcleo (neste estágio, quando é possível ver apenas um filamento
chamamos de cromatina) , ficando progressivamente mais curtos e grossos ao longo da divisão
celular (vulgarmente: condensação). Os primeiros citologistas concluíram, acertadamente, que
isso se deve ao fato de os fios cromossômicos se enrolavam sobre si mesmos. Flemming notou
que, quando os cromossomos se tornam visíveis pela primeira vez, no início da divisão celular,
eles estão duplicados, o que se torna evidente à medida que a condensação progride.

Em uma etapa seguinte do processo de divisão, o limite entre o núcleo e o citoplasma, bem
evidente nas células que não estão se dividindo, desaparece e os cromossomos espalham-se
pelo citoplasma. Uma vez libertados do núcleo, os cromossomos deslocam-se para a região
equatorial(metáfase) da célula e prendem-se a um conjunto de fibras, o fuso mitótico.

Imediatamente após terem se alinhado na região equatorial da célula, os dois fios que constituem
cada cromossomo, denominados cromátides-irmãs, separam-se e deslocam-se para pólos
opostos da célula(anáfase), puxados por fibras do fuso mitótico, presas a seus
centrômeros(região onde as cromátides irmãs se unem). Assim, separam-se dois grupos de
cromossomos equivalentes, cada um deles contendo um exemplar de cada cromossomo
presente no núcleo original.

Ao chegarem nos pólos da célula, os cromossomos descondensam-se, em um processo


praticamente inverso ao que ocorreu no início da divisão. A região ocupada pelos cromossomos
em descondensação torna-se distintas do citoplasma, o que levou os primeiros citologistas a
concluir, acertadamente, que o envoltório nuclear(carioteca) era reconstituído após a divisão. O
emprego do microscópio eletrônico, a partir de segunda metade do século XX, confirmou a
existência de uma membrana nuclear, que se desintegra no início do processo de divisão celular
e reaparece no final. Enquanto os dois núcleos-filhos se reestruturam nos pólos da célula, o
citoplasma divide-se, tendo origem duas novas células. Estas crescem até atingir o tamanho
originalmente apresentado pela célula-mãe.

Os primeiros estudiosos da mitose logo verificara, que o número, o tamanho e a forma dos
cromossomos variam de espécie para espécie. Os indivíduos de uma espécie, entretanto,
geralmente apresentam em suas células conjuntos cromossômicos semelhantes. Por exemplo,
uma célula humana tem 46 cromossomos(como as células são diplóides, são divididos em 23
pares) com tamanho e formas características, de modo que se pode identificar uma célula de
nossa espécie pelas características de seu conjunto cromossômico. Os conjuntos
cromossômicos, típicos de cada espécie, é denominado cariótipo.

Ciclo Celular

O Ciclo Celular compreende duas fases: a Interfase e o Período de Divisão Celular ou Fase
Mitótica ,este segundo também designado por mitose.

Interfase

Período que vai desde o fim de uma divisão celular e o início da divisão seguinte. Como os
cromossomos estão pouco condensados e dispersos pelo núcleo não são visíveis a microscópio
óptico. Nesta fase, por microscopia, não visualizamos modificações tanto no citoplasma quanto
no núcleo. As células porém estão em intensa atividade, sintetizando os componentes que irão
constituir as células filhas. Compreende três fases:

Intervalo G1 ou pós-mitótico
Existe uma intensa atividade de biossíntese (proteínas, enzimas, RNA, etc.) e formação de mais
organismos (organelas) celulares o que implica crescimento celular. No final desta fase a célula
faz uma “avaliação interna” a fim de verificar se deve prosseguir o ciclo celular. Caso a avaliação
seja negativa, as células não vão se dividir passando ao estado G0 (que dependendo da célula
pode ter uma duração variada, (Ex.: neurônios, fibras musculares, hemáceas, plaquetas, etc.) e
se a avaliação for positiva passa-se à fase seguinte sendo o processo irreversível.

Período S ou Período de Síntese

Vai ocorrer a auto-replicação semi-conservativa do DNA, passando cada cromossomo a possuir


dois cromatídios ligados pelo centrómero.

Intervalo G2 ou pré-mitótico

Decorre desde o final da síntese de DNA até o início da mitose, com a síntese de biomoléculas
essenciais à divisão celular. Esta aumenta a síntese de proteínas gerando mais energia. Ocorre
também a duplicação dos centríolos (o que implica na formação de dois pares) se a célula for
animal (uma vez que estes não existem em células vegetais).

Período de Divisão Celular ou Fase Mitótica

Período durante o qual vai ocorrer a divisão celular que compreende duas fases, a Mitose e
Citocinese.

Mitose

Processo contínuo durante o qual vão ocorrer transformações que levam à divisão do núcleo. De
acordo com o cientista Wellington Lopes Bento existem quatro divisões essenciais que são:

Prófase

No início da mitose, numa célula animal diplóide, o centrossoma e os cromossomas encontram-se


duplicados. Na prófase os cromossomos condensam, tornando-se visíveis ao microscópio óptico.
Cada cromossomo é constituido por dois cromatídios unidos pelo centrómero, chamados
cromossomos dicromatídeos. Depois os centrossomas deslocam-se para pólos opostos da célula,
iniciando-se, entre eles, a formação do fuso acromático. Entretanto, o invólucro nuclear
desorganiza-se e os nucléolos desaparecem.

Metáfase

Para alguns autores é precedida pela Prometáfase. A Metáfase (do grego μετά =depois and
φάσις= estágio) é a fase mitótica em que os centrômeros dos cromossomos estão ligados às
fibras cinetocóricas que provêm dos centríolos que se ligam aos microtúbulos do fuso mitótico. Os
cromatídeos tornam-se bem visíveis e logo em seguida partem-se para o início da anáfase. É à
altura da mitose, no ciclo celular eucariótico, que os cromossomos condensados alinham-se no
centro da célula, formando a chamada placa metafásica ou placa equatorial de cromossomas,
antes de terem seus centrômeros repartidos em decorrência do encurtamento das fibras
cinetocóricas pelas duas células-filhas, fazendo com que cada cromátide-irmão vá para cada pólo
das células em formação.

Anáfase

Quebram-se (clivagem) os centrómeros, separando-se os dois cromatídios que passam a formar


dois cromossomas independentes. As fibrilas ligadas a estes dois cromossomas encolhem, o que
faz com que estes se afastem (migrem) para pólos opostos da célula — Ascensão Polar dos
cromossomas-filhos. O que leva a que no final em ambos os pólos haja o mesmo número de
cromossomos com o mesmo conteúdo genético e igual ao da célula mãe, porém cada
cromossomo tem apenas uma cromatíde.

Telófase

Na Telófase os cromossomos se descondensam e uma nova carioteca organiza-se ao redor de


cada conjunto cromossômico. Com a descondensação, os cromossomos retornam à atividade,
voltando a produzir RNA, e os nucléolos reaparacem.

Durante a telofase os cromossomas descondensam tornando-se menos visíveis. O invólucro


nuclear reorganiza-se em torno de cada conjunto de cromossomas e reaparecem os nucléolos. O
fuso acromático desaparece e dá-se por concluída a citocinese.

- O citoplasma se divide e formam-se duas células-filhas como os cromossomos cada uma. o


Intercinese - Curto intervalo entre as duas etapas da divisão

Citocinese

Divisão do citoplasma que leva à individualização das células-filhas.

Nas células animais (sem parede celular) forma-se na zona equatorial um anel contráctil de
filamentos proteicos que se contraem puxando a membrana para dentro levando de início ao
aparecimento de um sulco de clivagem que vai estrangulando o citoplasma, até se separem as
duas células-filhas.

Nas células vegetais (com parede celular) como a parede celular não permite divisão por
estrangulamento, um conjunto de vesículas derivadas do complexo de Golgi vão alinhar-se na
região equatorial e fundem-se formando a membrana plasmática, o que leva à formação da
lamela mediana entre as células-filhas. Posteriormente ocorre a formação das paredes celulares
de cada nova célula que cresce da parte central para a periferia. (Como a parede das células não
vai ser contínua, vai possuir poros — plasmodesmos, que permitem a ligação entre os
citoplasmas das duas células).

Esquema do ciclo celular: I=Interfase, M=Mitose. A duração da mitose em relação às outras fases
encontra-se exagerada.

Comparações entre a mitose e a meiose

A mitose ocorre em todas as células somáticas do corpo e, por meio dela, uma célula se divide
em duas, geneticamente semelhantes à célula inicial. Assim, é importante na regeneração dos
tecidos e no crescimento dos organismos multicelulares. Nos unicelulares, permite a reprodução
assexuada.
Já a meiose, nos seres pluricelulares, só ocorre em células germinativas, com duas divisões
sucessivas. A célula-mãe se divide em duas, que se dividem de novo, originando quatro células-
filhas (três células-filhas no caso da oogénese) com metade dos cromossomos da célula inicial:
são os gâmetas, geneticamente diferentes entre si.

Importância da mitose

Permite propagar com fidelidade o programa genético.

As células-filhas recebem um número de cromossomos idênticos ao da célula-mãe e a mesma


informação genética permitindo a estabilidade genética de geração em geração.

Permite o crescimento e a regeneração de tecidos dos seres pluricelulares.

Utilização da mitose pelos seres humanos

Este processo biológico é rentabilizado pelo homem de diferentes modos: como uma técnica
agrícola - regeneração de plantas inteiras a partir de fragmentos (por exemplo, cultivo de
begónias, roseiras, árvores de fruta, etc.); em laboratório - onde bactérias geneticamente
modificadas são postas a reproduzirem-se rápida e assexuadamente, através de duplicação
mitótica (por exemplo, para produzir insulina); na exploração de cortiça - a casca dos sobreiros é
regenerada por mitose; na extracção de lã das ovelhas - o pêlo volta a crescer naturalmente pelo
processo mitótico; e em muitas outras actividades que se tornam possíveis graças à existência
deste processo de duplicação celular.
Fases da divisão mitótica.
Mitose é o processo de divisão celular pelo qual uma célula eucarionte origina, em seqüência ordenada de etapas, duas células-filhas cromossomicamente e geneticamente idênticas.

A grosso modo costuma-se dividir este processo em dois momentos: o primeiro relacionado à formação de dois núcleos filhos e o segundo correspondendo à citocinese (divisão do citoplasma).
Contudo, didaticamente detalhada em quatro etapas: prófase, metáfase, anáfase e telófase.

Prófase → é a etapa preparatória da célula para início da divisão, ocorrendo eventos correlacionados ao período de interfase, essenciais para o ciclo celular:

- Princípio da condensação (espiralização / compactação) dos cromossomos duplicados na interfase;


- Desaparecimento do nucléolo em conseqüência da paralisação do mecanismo de síntese.
- Duplicação do centríolo e migração desses para os pólos opostos da célula, formando microtúbulos, as fibras do fuso e do haster, ambas constituídas de tubulinas alfa e beta. As do fuso unir-se-
ão ao cinetócoro, região do centrômero (ponto de intersecção entre os braços cromossômicos), e as do haster dando suporte (fixação) juntamente à face interna da membrana plasmática.

Metáfase → Fase de máxima condensação dos cromossomos e desfragmentação total da carioteca (membrana nuclear), havendo:

- Deslocamento e disposição linear dos cromossomos na placa equatorial (metafásica) da célula.


- ligação dos centrômeros às fibras do fuso.

Anáfase → Fase da divisão onde ocorre a separação dos cromossomos duplicados, migrando cada cromátide irmã em direção aos pólos opostos, devido ao encurtamento dos microtúbulos,
conseqüente à retirada de tubulinas.

Telófase → Última etapa da divisão mitótica, caracterizada pelo agrupamento e descompactação dos cromossomos (genoma) em extremidades opostas, recomposição da carioteca e nucléolo,
finalizando o processo com a citocinese (individualização do citoplasma em duas células-filhas).

Por Krukemberghe Fonseca


Graduado em Biologia

Equipe Brasil Escola

Referencial Bibliografico:
www.brasilescola.com/biologia/mitose.htm - 36k
www.alunosonline.com.br/biologia/mitose/ - 13k
www.icb.ufmg.br/biq/prodabi6/homepages/patricia/biopaty/paginas/mitose_meiose.ppt
www.todabiologia.com/citologia/mitose.htm - 5k

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