O conhecimento está sendo construído de forma fragmentada, cada vez mergulhamos em uma
maior especialização, a matemática já vem há muito tempo sendo ensinada dividida em geometria,
trigonometria, aritmética entre outras áreas; já a língua portuguesa se reparte em gramática, ortografia,
e literaturas. As outras matérias dos ensinos médio e fundamental também se repartem, como se a
simples existência destas disciplinas já não significasse um conhecimento partido, e cada vez mais
longe da realidade do aluno.
A especialização levada ao extremo, como a que ocorre hoje, faz com que o conhecimento
produzido só tenha sentido para os especialistas de cada área. As informações científicas desligadas do
mundo real, fechadas cada vez mais em intradisciplinas, como a termofísica-nuclear, não tem sentido
algum para o aluno de ensino médio. Isto leva ao questionamento sobre até onde tais informações
dadas para os alunos seria realmente produzir conhecimento. É para ir contra esta corrente que se
levanta o conceito de interdisciplinaridade.
A interdisciplinaridade busca um conhecimento universal, ou seja, um conhecimento que não
seja partido em vários campos, o que faz com que cada vez mais se sinta a necessidade de se estar
afastado do mundo real e fechado em apenas uma área, o que acaba por abstrair seu objeto de estudo.
O formalismo jurídico de uma teoria abstrata, desligado de toda referência à vida real, pode
conduzir aos piores absurdos, traindo, assim, a essência mesma da função jurídica. De modo
semelhante, o formalismo rigoroso desta ou daquela teoria cientifica pode desenvolver, sob
aparências enganadoras da perfeita exatidão, o desconhecimento das implicações próximas e
longínquas da existência humana (GUSDORF, apud JAPIASSU, 1976,p. 17)
“Assim cativado pelo detalhe, o especialista perde o sentido do conjunto, não sabendo mais situar-
se em relação a ele.” (JAPIASSU, 1976, p. 94)
MULTIDISCIPLINARIDADE OU PLURIDISCIPLINARIDADE
Esta é uma estratégia pedagógica muitas vezes confundida com a interdisciplinaridade. Consiste
de um trabalho constituído por duas ou mais disciplinas. Nela temos a escolha de um tema comum,
onde cada professor contribui com o conhecimento especifico de sua área. Por exemplo, trabalhando o
tema as “grandes navegações”: o professor de matemática pode mostrar como é importante a utilização
da geometria para a construção das caravelas, ou mesmo para a prática da navegação; já o professor de
geografia mostrará a evolução da cartografia; enquanto que o professor de literatura poderá tratar da
vasta produção literária que faz uso do tema.
Temos assim a integração de várias disciplinas, trabalhando “juntas” durante algum período. É
inegável que tal estratégia pode obter sucesso em sala de aula, afinal acaba por mostrar aos alunos uma
aplicação prática do conhecimento até então intangível. Mas tal proposta pedagógica não pode ser
confundida com uma atitude interdisciplinar. O que ocorre, em geral, é que as disciplinas estão apenas
utilizando o tema comum como um exemplo prático de seu universo fechado, não criando uma relação
com as demais disciplinas. Chegamos assim ao velho adágio chinês: “Uma casa é feita de um punhado
de tijolos, mas um punhado de tijolos não é uma casa”.
1
NETO, p. 57. 2002
2
NETO, p. 64. 2002
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Para Hilton Japiassu existe uma diferenciação entre os dois termos. A multidisciplinaridade, no
sentido trabalhado por ele, trata-se de um sistema onde as disciplinas trabalham o mesmo tema mas não
há nenhuma cooperação entre elas, ou seja, o tema comum aparece como um meio para se chegar ao
fim original da disciplina. Já a pluridisciplinaridade traria a existência de cooperação entre as
disciplinas, mas cada disciplina ainda estaria apegada ao seu fim original, sendo assim, o tema ainda
aparece como um artificio da disciplina.3
Um caso multi ou pluri disciplinar é o que pode ocorrer com nossos temas transversais. Estes
são propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). São temas aglutinadores dos quais
devem tratar todas as disciplinas, são eles: ética, pluralidade cultural, saúde, orientação sexual e meio
ambiente.
A intenção aqui seria termos um trabalho interdisciplinar. Veremos mais tarde que este termo
muitas vezes não pode ser aplicado. O que ocorre, em geral, é que as disciplinas ficam fechadas em sua
áreas apenas usando os temas transversais como estudo de caso. Ainda existe a possibilidade destes
temas se tornarem o fim das “ditas” agora disciplinas, “ditas” pois os temas transversais agora é que
tomam para si o caráter retrógrado das disciplinas4.
INTERDISCIPLINARIDADE E TRANSDISCIPLINARIDADE
Para Hilton Japiassu, é necessário antes de se definir o que é interdisciplinaridade criar uma
precisão terminológica para disciplinaridade. Define ele a disciplina como “ciência”, e a
disciplinaridade portanto seria a exploração do universo desta ciência 5. O que seria portanto a
interdisciplinaridade do que a negação das fronteiras disciplinares? Como já foi explicitado é
necessário que não se confunda o termo em questão com as limitações que trazem os conceitos pluri e
multidisciplinar. A interdisciplinaridade se distingue dos demais conceitos por não se limitar as
metodologias de apenas uma ciência6, buscando assim o conhecimento unitário e não partido em
fragmentos que parecem cada vez mais, como já explanado anteriormente, irreais.
Para Japiassu, a interdisciplinaridade surge como uma necessidade imposta pelo surgimento
cada vez maior de novas disciplinas. Assim, é necessário que haja pontes de ligação entre as
disciplinas, já que elas se mostram muitas vezes dependentes umas das outras, tendo em alguns casos o
mesmo objeto de estudo, variando somente em sua análise7. Caso mais freqüente nas ciências humanas,
já que ao contrario das naturais não existe uma hierarquia entre elas.
Nas ciências naturais, podemos descobrir um tronco comum, de tal forma que temos condições
de passar da matemática à mecânica, depois à física e à química, à biologia e à psicologia
fisiológica, segundo uma série de generalidade crescente (esquema comtiano). Não se verifica
semelhante ordem nas ciências humanas. A questão da hierarquia entre elas fica aberta...
(JAPIASSU, 1976, p. 84)
3
JAPIASSU, Hilton, p.41 1976.
4
FREITAS NETO, José. p. 61. 2004
5
JAPIASSU, Hilton. p. 81.,1976
6
JAPIASSU, Hilton. p. 74.,1976.
7
JAPIASSU, Hilton. p. 53, 1976
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Para ele, trata-se também de uma exigência estudantil, devido ao universo global e
multidimensional. A luta contra uma formação baseada em especialidades é lógica, devido as
exigências que o mercado faz aos recém formandos: que cada vez mais sejam profissionais
polivalentes. Fato que as graduações baseadas em disciplinas fechadas umas as outras, e ao mundo
exterior aos cursos superiores, não se mostram capazes de realizar. Assim os alunos dos cursos
superiores estão em geral buscando um conhecimento que vá contra o saber fragmentado e o
“babelismo” empregado pelas disciplinas.
Japiassu também explana quanto a questão da pesquisa interdisciplinar, já que, para ele, é fato
que qualquer metodologia independente da disciplina a qual pertença tem limitações claras quanto a
sua capacidade de interpretação8. Assim, o confronto com o resultado obtido por outras metodologias
pode se mostrar muito frutífero para própria disciplina já que pode ela usufruir de análises as quais não
seria capaz de fazer.
É necessário atentar, também, para o fato de que a interdisciplinaridade propõe a mudança do
“status” das disciplinas, que são tomadas por seus especialistas como um fim e não um meio para se
alcançar o conhecimento. Segundo os teóricos que trabalham o conceito interdisciplinar, para que o
saber se torne real para os alunos é necessário que a disciplina se torne um meio para a produção e
debate do conhecimento. Deixando assim de lado seu caracter dogmático, que parece diminuir os
alunos frente a um saber que para eles parece imutável.
Japiassu lança ainda um outro conceito que estaria além dos parâmetros que ele delimita como
limítrofes para a interdisciplinaridade, a transdisciplinaridade, onde os limites disciplinares parecem
deixar de existir totalmente, e as disciplinas dialogam não somente entre elas, trocando suas
informações de caráter cientifico, mas também com o conhecimento socialmente produzido dos alunos
e professores, como sua vivência social, por exemplo9. É nesta afirmação que temos a discordância dos
dois principais teóricos brasileiros, Ivani Fazenda não distingue um limite entre o saber interdisciplinar
e o transdisciplinar.
Para Alessandra Siqueira, Japiassu trata a interdisciplinaridade como a negação das
disciplinas10, leitura que ao se contrapor com a obra do autor parece errônea, pois como já foi dito
Japiassu lança mão do conceito “transdisciplinar”, no qual as disciplinas deixariam de existir. O autor
fala sim da negação das fronteiras disciplinares.
8
JAPIASSU, Hilton. p. 104-105, 1976.
9
JAPIASSU, Hilton. p. 74, 1976
10
SIQUEIRA, Alessandra. p. 92. 2004.
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Já sua análise sobre o livro de Heloísa Luck trás uma afirmativa interessante: a de que a
interdisciplinaridade é algo mais que o trabalho de duas ou mais disciplinas como meio de se chegar ao
conhecimento, trata-se, na verdade, de uma articulação e coerência de todo o conhecimento11.
Toda a produção bibliográfica de Ivani Fazenda se baseia na aplicação pedagógica da
interdisciplinaridade. E apesar dela não diferenciar em momento algum a interdisciplinaridade da
transdisciplinaridade, vemos que sua produção está densamente concentrada em experiências que
Japiassu claramente definiria como transdisciplinares.
Vemos aqui a louvável atitude de ir contra o pragmatismo acadêmico que tende a excluir o
conhecimento popular, não dando a ele nenhum valor e colocar o saber clássico como uma tábua da
salvação, sendo este baseado em rigorosos métodos dogmáticos e inquestionáveis. A idéia proposta por
Ivani Fazenda propõe a contraposição das duas categorias de conhecimento. Assim teríamos a
valorização do conhecimento real, mostrando-se tangível para os alunos.
Rubem Alves, em seu livro Lições de Feitiçaria, cita o fato dos gregos saberem que a verdade
mora na escuridão, ou seja: os que podem vê-la são cegos 12. Ensinamento que se aplica bem ao modelo
didático de nossas disciplinas, onde seus especialistas vêem nelas conhecimento, conhecimento que
perde sentido para o mundo, já que não é aplicável, enquanto que a sabedoria popular, muitas vezes
base da vivência social é desprezada pelos acadêmicos. Podemos citar como exemplo a medicina de
nossos indígenas, baseada nas plantas das regiões em que moram, das quais já se fabricaram inúmeros
remédios.
Joe Garcia fez uma análise da idéia do que os professores da rede pública de ensino médio e
fundamental do estado do Paraná e Santa Catarina entendem por interdisciplinaridade. A pergunta
apresentada nos cursos de pós-graduação ministrados por Garcia aos professores era “o que é um
professor interdisciplinar?”.
Segundo os resultados obtidos por Garcia, os professores acham que para chegarem a um
conhecimento interdisciplinar é necessário que antes se aprofundem em suas disciplinas. Pois, assim o
professor seria capaz de melhor planejar um currículo integrado com as outras disciplinas. Vemos que
os professores estão de acordo com os teóricos no que diz respeito a necessidade de revisão das práticas
pedagógicas.
Garcia enxerga diferenças no modo como os teóricos e os professores vêem as disciplinas e o
processo de integração entre elas. Os teóricos estão apegados a visão das disciplinas como universos,
enquanto para os professores elas assumem a metáfora de avenidas a serem percorridas e ainda podem
e devem ser interligadas13.
Por fim, o autor ainda aponta um contraste com mais ênfase em seu texto, onde os teóricos
dariam maior importância para a preparação dos trabalhos interdisciplinares, enquanto os professores
apontariam a vivência do trabalho. Ou seja, os teóricos estariam mais preocupados com a relação entre
as disciplinas, enquanto os professores se preocupam com o distanciamento humano. O apontamento
do autor é que o fato dos teóricos priorisarem atitudes reativas, devido a insatisfação com as práticas
11
SIQUEIRA, Alessandra. p. 92. 2004.
12
ALVES, Rubem. p. 49. 2003
13
GARCIA, Joe. p. 7, 2001
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atuais e os professores buscarem atitudes de transformação, onde se dá importância a abertura das
mentes, trocas de experiência e a busca de novos métodos de interação sintetizam um grande abismo
entre as duas visões14.
Ao contrário do que Joe Garcia aponta, acredito que os professores são os únicos que podem
pensar a vivência do conceito interdisciplinar, pois são eles que organizam e vivenciam o processo
junto com os alunos, estando a par das práticas que obtém sucesso ou fracasso na tentativa de provocar
o aluno em buscar o conhecimento. Já os teóricos, por sua vez, podem, enquanto se mantiverem
restritos no campo do pensar a “idéia”, apenas se preocupar com as delimitações terminológicas. Esta
diferente postura das duas classes não consiste em um abismo, afinal é possível ver claras ligações
entre as duas posições, o que ocorre é apenas uma preocupação particular com suas respectivas áreas de
trabalho. Temos os caso onde os teóricos se prestam a analisar as práticas pedagógicas, onde podemos
citar novamente a produção acadêmica da professora Ivani Fazenda, e o trabalho aqui citado de Joe
Garcia.
BIBLIOGRAFIA
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SIQUEIRA, Alexsandra. Práticas interdisciplinares na eduacação básica: uma revisão bibliográfica – 1997-2000. In:
www.bibli.fae.unicamp.br/etd.artcc01.pdf, 2001.
14
GARCIA, Joe. p.7, 2001
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INTER-TRANSDISCIPLINARIDADE E
TRANSVERSALIDADE
Instituto Paulo Freire/Programa de Educação Continuada
http://www.inclusao.com.br/projeto_textos_48.htm
Os temas transversais dos novos parâmetros curriculares incluem Ética, Meio ambiente,
Saúde, Pluralidade cultural e Orientação sexual. Eles expressam conceitos e valores
fundamentais à democracia e à cidadania e correspondem a questões importantes e urgentes
para a sociedade brasileira de hoje, presentes sob várias formas na vida cotidiana. São
amplos o bastante para traduzir preocupações de todo País, são questões em debate na
sociedade através dos quais, o dissenso, o confronto de opiniões se coloca.
Além desses temas, podem ser desenvolvidos os temas locais, que visam a tratar de
conhecimentos vinculados à realidade local. Eles devem ser recolhidos a partir do interesse
específico de determinada realidade, podendo ser definidos no âmbito do Estado, Cidade ou
Escola. Uma vez feito esse reconhecimento, deve-se dar o mesmo tratamento que outros
temas transversais.
Projeto vem de projetar, projetar-se, atirar-se para a frente. Na prática, elaborar um projeto
é o mesmo que elaborar um plano para realizar determinada idéia. Portanto, um projeto
supõe a realização de algo que não existe, um futuro possível. Tem a ver com a realidade em
curso e com a utopia possível, realizável, concreta. Dificilmente os integrantes de uma escola
escolherão trabalhar num projeto da escola se ele não foi a extensão de seu próprio projeto
de vida. Trabalhar com projetos na escola exige um envolvimento muito grande de todos os
parceiros e supõe algo mais do que apenas assistir ou ministrar aulas.
Além do conteúdo propriamente dito de cada projeto, conta muito o processo de elaboração,
execução e avaliação de cada projeto. O processo também produz aprendizagens novas. "A
própria organização das atividades didáticas deve ser encarada a partir da perspectiva do
trabalho com projetos. De fato, respostas a perguntas tão freqüentemente formuladas pelos
alunos, em diferentes níveis, como "Para que estudar Matemática? E Português? E História? E
Química?" não podem mais ter como referência o aumento do conhecimento ou da cultura,
ou ainda, mais pragmaticamente, a aprovação nos exames. A justificativa dos conteúdos
disciplinares a serem estudados deve fundar-se em elementos mais significativos para os
estudantes, e nada é mais adequado para isso do que a referência aos projetos de vida de
cada um deles, integrados simbioticamente em sua realização aos projetos pedagógicos das
unidades escolares" (MACHADO,1997:75).
1º - a teologia fenomenológica encontrou nesse conceito uma chave para o diálogo entre
igreja e mundo;
4º - o marxismo que buscava uma via diferente para a restauração da unidade entre todo e
parte.
1o - Na noção de tempo: o aluno não tem tempo certo para aprender. Não existe data
marcada para aprender. Ele aprende a toda hora e não apenas na sala de aula.
1º - integração de conteúdos;
O conceito chegou ao final desse século com a mesma conotação positiva do início do século,
isto é, como forma (método) de buscar, nas ciências, um conhecimento integral e totalizante
do mundo frente à fragmentação do saber, e na educação, como forma cooperativa de
trabalho para substituir procedimentos individualistas.
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A ação pedagógica através da interdisciplinaridade aponta para a construção de uma escola
participativa e decisiva na formação do sujeito social. O seu objetivo tornou-se a
experimentação da vivência de uma realidade global, que se insere nas experiências
cotidianas do aluno, do professor e do povo e que, na teoria positivista era compartimentada
e fragmentada. Articular saber, conhecimento, vivência, escola comunidade, meio-ambiente
etc. tornou-se, nos últimos anos, o objetivo da interdisciplinaridade que se traduz, na prática,
por um trabalho coletivo e solidário na organização da escola. Um projeto interdisciplinar de
educação deverá ser marcado por uma visão geral da educação, num sentido progressista e
libertador.
Fundamentos da Interdisciplinaridade
Profª MsVera Alice Pexe
Aluno________________________________________________Data____
Estudo Dirigido
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________________ Integração e Interdisciplinaridade no Ensino Brasileiro: Efetividade ou ideologia. São Paulo,
Loyla, 1979.
GARCIA, Joe. Repensando a formação do professor interdisciplinar. In: www.anped.org.br/25/joegarcia08.rft, 2001
JAPIASSU, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro, Imago, 1976.
É um tema complexo, a interdisciplinadade. Talvez, mais afeito a professores e professoras em sua tarefa docente.
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Cremos que sim, mas não exclusivamente. Interdisciplinaridade se realiza como uma forma de ver e sentir o mundo.
De estar no mundo. Se formos capazes de perceber, de entender as múltiplas implicações que se realizam, ao analisar
um acontecimento, um aspecto da natureza, isto é, o fenômeno dimensão social, natural ou cultural... . Somos
capazes de ver e entender o mundo de forma holística, em sua rede infinita de relações, em sua complexidade.
1)Quais são as idéias contidas no texto que apresentam as linhas de pensamento dos diversos autores citados ?
2)Como aluno, como mãe ou pai, como professora ou professor você considera viável transpor para a prática os
princípios pedagógicos acima apresentados? Discuta pautado nos textos.
3)Os desafios atuais do mundo nos levam a uma nova estrutura de pensamento? Dê sua opinião, dialogue com os textos!
6)Esta relação se dá fragmentada, de tal modo que cada fenômeno observado ou vivido é entendido ou percebido como fato
isolado? Ou essa relação se dá de forma global, entendendo que cada fenômeno observado ou vivido está inserido numa
rede de relações que lhe dá sentido e significado. Enfim como se dá o conhecimento?