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Considerado por muitos como o primeiro filme de ficção científica, Metropolis representa
também o début da figura do robô na história do cinema.
E o futuro de Fritz Lang, ainda que apresente certos traços de ambigüidade (uma beleza
deliciosamente decadente e melancólica), traça um prognóstico nefasto do que
aconteceria aos grandes centros urbanos caso o industrialismo seguisse um caminho
desenfreado e inconseqüentemente manipulador.
Na verdade, elas se tornam, num sentido, mais importantes até mesmo que os próprios
trabalhadores humanos e se localizam num nível intermediário entre a beleza onírica dos
"Jardins do Paraíso" e a opressão de concreto da cidade dos operários.
Como em tantos outros filmes do gênero, o robô de Metropolis não possui vontade própria,
mas apenas obedece a uma programação pré-determinada pelos seus manipuladores, os
"velhos homens humanos".
Ainda assim, ele, também como manda a cartilha da ficção científica, é o grande culpado
pelos descaminhos e mazelas que causa. O homem por trás da máquina está sempre
acima das críticas e punições. No fim, somente o robô e seu criador, aquele que ousou
"brincar de Deus", são condenados.
Todos os conceitos e análises aqui elaborados são maximizados pela força e poder das
imagens criadas por Fritz Lang. Ele abusa da iluminação focal, especialmente na cena em
que Rotwang persegue Maria nas catacumbas com uma lanterna; da força expressiva das
mãos e olhos, basta atentar para as diferenças sutis, mas fundamentais, entre a
verdadeira Maria e o robô, e da teatralidade no gestual.
Além disso, Lang fez de Metropolis uma verdadeira superprodução para a época,
utilizando-se de recursos técnicos impressionantes, construindo cenários perfeitos e
grandiosos e utilizando-se de 36.000 figurantes para criar, em dois anos de filmagens, sua
visão claustrofóbica e angustiante do futuro. Não deixando de ser um filme de idéias,
Metropolis sabe dosar uma boa história com efeitos especiais que até hoje convencem.
A cena em que o robô assume as feições e o invólucro humano de Maria, que lembra
muito o "nascimento" de Frankenstein, estabeleceu paradigmas estéticos que até hoje são
seguidos em filmes do gênero. A miríade de fios, ligando homem a máquina, as luzes, a
fumaça, os efeitos especiais usados na transformação já tornaram-se clichês de cenas
semelhantes.
http://www.nautilus.com.br/clientes/Backup_pontes/diversos/metropolis.htm