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Reestruturação Das Cadeias de Suprimentos Verticalização X Horizontalização PDF
Reestruturação Das Cadeias de Suprimentos Verticalização X Horizontalização PDF
SUPRIMENTOS: VERTICALIZAO X
HORIZONTALIZAO
MARCOS JOS CORRA BUENO - mjvm@ig.com.br
UNIVERSIDADE BANDEIRANTES - UNIBAN
CAIO FLAVIO STETTTINER - CAIO.STETTINER@FATEC.SP.GOV.BR
FACULDADE DE TECNOLOGIA DE GUARULHOS
LINCOLN NOGUEIRA MARCELLOS - marcellos@atractiva.com.br
FACULDADE DE TECNOLOGIA DE ITAQUAQUECETUBA
GIOVANA GAVIOLI RIBEIRO DA SILVA - ggaviolibr@yahoo.com.br
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL - UNICSUL
FTIMA GUARDA SARDEIRO - fatima.gsardeiro@sp.senac.br
CENTRO UNIVERSITRIO SENAC
Resumo:
1. Introduo
A Gesto da Cadeia de Suprimentos surgiu nos ltimos vinte anos no apenas como
um novo modelo de gesto, mas sim como uma nova estratgia competitiva com uma ampla
gama de mtodos e formas de parcerias a serem exploradas pelas empresas.
Trata-se de um estudo emergente que oferece muitos novos desenvolvimentos nas
novas estruturas produtivas, de logstica, distribuio e parcerias.
Na busca por reduo de custos e obteno de ganhos de competitividade, muitas
empresas atualmente buscaram a horizontalizao de sua cadeia produtiva. No entanto, h um
limiar nas propostas entre integrao horizontal e vertical.
Para Martins e Alt (2006) existem vantagens e desvantagens a serem observadas nos
dois processos de Gesto da Cadeia de Suprimentos e processos produtivos, conforme aponta
a tabela 1.
TABELA 1 Vantagens e desvantagens nos processos de verticalizao e horizontalizao.
Vantagens
Desvantagens
Horizontalizao
- reduo de custos
- flexibilidade para definir
volumes de produo
- engenharia simultnea (know
how dos fornecedores)
- foco no principal produto da
empresa
Verticalizao
- independncia de terceiros
- maiores lucros
- maior autonomia
- domnio sobre tecnologia
prpria
- maior investimento
- menor flexibilidade (perda
de foco)
- aumento da estrutura da
empresa
Vale ressaltar que atualmente a Volkswagen Caminhes est sob controle da Man
Latin America, dado este que no invalida o estudo de caso feito.
2.2 Condomnio Industrial da General Motors em Gravata RS
Como foi dito, nos condomnios, convivem a montadora (empresa-me) e seus
fornecedores. A Figura 2 ilustra o presente caso.
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Fiesta
79974
96539
116346
155331
144380
151318
130526
140256
140832
Ecosport
No produzido
48093
81060
98026
100971
73514
69775
65136
66120
Total
79974
144632
197406
253357
245351
224832
200301
205392
206952
necessria, as vacinas, muitas vezes a rao e outros insumos e cuidam para que os animais
cresam da forma especificada (CORREA, 2005).
Outras tendncias observadas nessa indstria esto ligadas a uma maior ateno com o
meio ambiente, principalmente no tratamento de efluentes e consumo de gua, bem como a
questes logsticas (BNDES, 2007). Na atualidade, a preferncia por uma aproximao entre
abatedouros e granjas, sendo contnuo o fluxo de insumos entre uma ponta e outra.
Para Coutinho e Ferraz (1995), a evoluo da pecuria bovina mostra a falta de
integrao do setor industrial com o abastecimento de matria-prima, quando comparada com
aves e sunos. O grau de autonomia e poder econmico que o setor primrio ainda mantm no
caso de bovinos, tambm so um entrave maior integrao com os demais agentes da cadeia,
em especial os frigorficos. Esta autonomia dos agentes viabiliza a existncia de
comportamentos oportunsticos por parte deles, impedindo que se estabeleam relaes de
confiana entre os agentes.
A soluo da sazonalidade e instabilidade de fornecimento de matria-prima para os
abatedores de aves e sunos, entre outros problemas, passou necessariamente pelo
estabelecimento de contratos entre produtores primrios e indstria. Outra importante
vantagem do sistema integrado no caso de aves foi a reduo de custos. A coordenao deste
sistema, por parte da indstria, fundamental face s dificuldades de estocagem na cadeia,
seja de aves vivas, seja do frango abatido (FARINA, 1995).
A Sadia apresenta nestes casos uma integrao da cadeia em parte vertical, quando
produz e fornece raes e matrizes para os integradores. E mantm uma integrao horizontal
quando conta com esses mesmos integradores para a engorda do porco e do frango para sua
produo.
Mas a reestruturao da cadeia da sadia tambm no para por a. O integrador tambm
participa de um projeto de sustentabilidade ambiental e econmica atravs do programa 3S.
Iniciado em 2005, o Programa Suinocultura Sustentvel Sadia (Programa 3S), cujo
processo pode ser visto na figura 6, foi criado com o objetivo de promover a sustentabilidade
entre os mais de 3,5 mil produtores de sunos integrados da Sadia, por meio da venda de
crditos de carbono, com a reduo das emisses de gases do efeito estufa (DALMAZO,
2008).
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5. Consideraes Finais
As empresas que reestruturaram suas cadeias de suprimentos aqui descritas no se
limitaram a uma remodelao administrativa ou de fornecedores. Reorganizaram
completamente seu modo de produzir ou adquirir bens e matrias primas. Esta reestruturao,
feita pioneiramente pela Volkswagen em 1996, se solidificou como uma nova forma de
produzir e logo influenciou as outras empresas automobilsticas citadas, cada uma com uma
forma de reestruturao que se no idntica da Volkswagen, pelo menos em sua essncia.
Em todos os casos descritos de horizontalizao, essas empresas reaproximaram
considerveis elos em suas cadeias de suprimentos, agilizando seus processos produtivos e
reduzindo estoques.
importante analisar que mesmo as empresas que visaram uma integrao com maior
tendncia vertical, apresentaram suas justificativas para tanto, como o caso da Citrosuco.
Outra empresa do setor agro alimentcio que apresentou um interessante caso foi o da Sadia,
que combinou a integrao vertical com a horizontal em sua cadeia.
Este artigo procurou demonstrar que as reestruturaes horizontais e verticais podem
ocorrer em qualquer setor produtivo, dado que os exemplos mostrados variam desde a
indstria automobilstica, de alto valor agregado, at a indstria de setores primrios como o
agropecurio e o ctrico.
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