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Resumo
O gerenciamento logístico, atualmente, é reconhecido como vital para obtenção de vantagem
competitiva pelas empresas e sua tendência é a integração de todas as atividades que
compõem os processos da empresa. Dentre estas atividades destaca-se a de gestão da
manutenção dos equipamentos e instalações que se torna essencial, quando se considera que
a interrupção de uma linha de produção por falta de manutenção gera prejuízos altíssimos.
Um dos segmentos representativos no setor industrial e que preza pela confiabilidade e
disponibilidade dos equipamentos é o automobilístico. Desta forma, o objetivo do presente
artigo é ressaltar como uma empresa do ramo automobilístico, fornecedora de sistemas
térmicos para as maiores montadoras estabelecidas no país, realiza a manutenção preditiva
de seus equipamentos. Para isso, foi construído um breve referencial teórico e foi realizado
um estudo de caso, com vistas a aprofundar o conhecimento obtido na literatura. É possível
observar que, principalmente no que se refere aos equipamentos críticos à produção da
empresa, é realizada a manutenção preditiva de forma a não intervir nos processos
produtivos, evitando interrupções e prejuízos, tanto para a empresa fornecedora, como para
as montadoras o que reduz consideravelmente o preço do produto final.
Palavras-chave: Gestão da manutenção; gerenciamento logístico; manutenção preditiva
1. Introdução
O ambiente altamente competitivo com que as empresas se deparam atualmente exige maior
agilidade, flexibilidade e menores custos. A globalização dos mercados conduz à mudanças
em seus processos produtivos e de negócios, visando respostas mais rápidas aos clientes que
se tornam cada vez mais exigentes e menos dispostos a comprar de fornecedores que
constantemente atrasam seus pedidos.
Diante da competitividade acirrada do mercado, foi necessária, por parte das empresas, a
busca de novas alternativas para manterem-se no mercado, uma delas foi o resgate do antigo
conceito de logística, que surgiu nas Forças Militares e posteriormente foi aperfeiçoado para
utilização no ambiente empresarial. Desta forma foi possível a otimização de seus processos
de negócios, a redução de custos, a satisfação dos clientes e conseqüentemente a maximização
de sua lucratividade.
O gerenciamento logístico, atualmente, é reconhecido como vital para obtenção de vantagem
competitiva pelas empresas. Este conceito tem como missão, entregar o produto certo, no
local designado, no tempo hábil e com o menor custo possível, possibilitando assim a
satisfação dos clientes. Como o ambiente empresarial é dinâmico, é altamente necessária a
evolução dos conceitos e técnicas gerenciais constantemente.
Com o gerenciamento logístico não é diferente e atualmente a tendência é a integração de
todas as atividades que compõem os processos da empresa. Dentre estas atividades destaca-se
a de gestão da manutenção dos equipamentos e instalações que se torna essencial, quando se
considera que a interrupção de uma linha de produção por falta de manutenção gera prejuízos
altíssimos. Um dos segmentos representativos no setor industrial e que preza pela
confiabilidade e disponibilidade dos equipamentos é o automobilístico.
A cadeia automotiva brasileira, segundo informações extraídas da Associação Nacional dos
Fabricantes de Veículos Automotores - ANFAVEA, incluindo veículos, peças e máquinas
agrícolas, reúne 17 marcas e abriga os principais grupos mundiais do setor, incluindo norte-
americanos, europeus e asiáticos. Ela é responsável por 4,5% do PIB do País e por 13,5% do
seu PIB industrial.
A indústria automobilística brasileira recebeu aproximadamente US$ 30 bilhões de
investimentos, durante os últimos dez anos, esses investimentos foram aplicados
principalmente na atualização tecnológica das plantas existentes no país, mas uma parte
destinou-se à construção de novas e inovadoras plantas. Isso tornou o Brasil exemplo mundial
no setor, por ter em seu território algumas das plantas mais atualizados do mundo,
principalmente em termos de equipamentos e processos logísticos. (PIRES, 2004).
Estes fatos aumentam consideravelmente a visibilidade da gestão da manutenção nas
empresas. No que se refere aos fornecedores das montadoras de veículos, que trabalham com
produção totalmente puxada, isto é sem estoques de produtos acabados, isto se torna
essencial, principalmente quando se considera que a realização da manutenção preditiva, por
exemplo, pode evitar problemas de interrupção de produção que gera atrasos na entrega dos
pedidos às montadoras, o que lhes dá direito de cobrar de seu fornecedor multas concernentes
à parada da linha de montagem de um veículo, onde a entrega de sistemas ou componentes é
cronometrada.
Desta forma, o objetivo do presente artigo é ressaltar como uma empresa do ramo
automobilístico, fornecedora de sistemas térmicos para as maiores montadoras estabelecidas
no país, realiza a manutenção preditiva de seus equipamentos. Para isso, foi construído um
breve referencial teórico e foi realizado um estudo de caso, com vistas a aprofundar o
conhecimento obtido na literatura.
É possível observar que, principalmente no que se refere aos equipamentos críticos à
produção da empresa, é realizada a manutenção preditiva de forma a não intervir nos
processos produtivos, evitando interrupções e prejuízos, tanto para a empresa fornecedora,
como para as montadoras o que reduz consideravelmente o preço do produto final.
2. Metodologia
O presente artigo foi elaborado pelo método indutivo, pois de acordo com Lakatos e Marconi
(2001), no raciocínio indutivo a generalização deriva de observações de casos da realidade
concreta. As constatações particulares levam à elaboração de generalizações.
Do ponto de vista de sua natureza é uma pesquisa aplicada, do ponto de vista de seus
objetivos é exploratória e descritiva, pois proporciona um maior conhecimento do assunto,
por meio da construção de um referencial teórico e também da observação da realidade
concreta, através da análise de exemplos que estimulam a compreensão. Do ponto de vista da
abordagem do problema é uma pesquisa qualitativa, onde o processo e seu significado são o
foco principal da abordagem. (SILVA e MENEZES, 2001).
O procedimento técnico adotado foi o estudo de caso, para Gil (1999), este procedimento
envolve o estudo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu conhecimento
detalhado. A coleta de dados realizou-se através da observação direta e entrevista com o
responsável pelo departamento de manutenção de uma indústria automobilística que fabrica e
fornece sistemas térmicos para todas as montadoras de veículos instaladas no país, além de
atender clientes de outros países, estabelecida na região metropolitana de Curitiba-PR.
3. Logística Empresarial
Nas últimas décadas, as empresas estavam mais preocupadas em gerar lucros e a satisfação
dos clientes e redução de custos ficavam em segundo plano. No entanto a concorrência
mundial impeliu as empresas a reverem fortemente seus conceitos para sobreviverem no
mercado. Neste momento o conceito de logística tão utilizado pelas Forças Militares foi
resgatado no ambiente empresarial.
Vários princípios desenvolvidos nesta época passaram a ser utilizados com sucesso pelas
empresas e dentre eles destaca-se o conceito da logística que tem forte potencial para a
obtenção de vantagem competitiva sustentável em um mercado tão competitivo.
A logística para Christopher (1997) é o processo de gerenciar estrategicamente na empresa, a
aquisição, movimentação e armazenagem de matéria-prima, peças, produtos acabados e
demais materiais, além dos fluxos de informação recíprocos, através da organização de seus
canais de marketing, tornando possível a maximização das lucratividades presentes e futuras
através do atendimento dos pedidos dos clientes a custos reduzidos.
Atualmente, a tendência do gerenciamento logístico é a integração das atividades da empresa,
tornando possível a troca constante de informações e conseqüentemente a otimização de
recursos, desta forma torna-se possível agregar valor ao produto final e aumentar a
lucratividade da empresa.
A visão logística de agrupamento integrado das atividades relacionadas ao fluxo de produtos e
serviços para a sua administração coletiva é uma evolução natural do pensamento
administrativo. Conforme Ballou (1993, p. 18):
As atividades de transporte, estoques e comunicações iniciaram-se antes mesmo da
existência de um comércio ativo entre regiões vizinhas. Hoje, as empresas devem
realizar essas mesmas atividades como uma parte essencial de seus negócios, a fim
de prover seus clientes com os bens e serviços que eles desejam. Entretanto, a
administração de empresas nem sempre se preocupou em focalizar o controle e a
coordenação coletivas de todas as atividades logísticas.
De acordo com Badin, Novaes & Dutra (2003), a indústria automobilística se preocupa em
reduzir custos e prazos e qualquer desarranjo na sua cadeia de suprimentos tem o potencial de
parar a produção. Os problemas decorrentes da interrupção na comunicação, problemas em
equipamento, qualidade, entre outros, são difíceis de mensurar, porém muito importantes.
Desta forma, os membros da cadeia devem avaliar a probabilidade de eventos que podem
interromper a produção e até que ponto podem tolerar esses riscos.
6. Tipos de manutenção
Atualmente, existem de acordo com Kardec, Nascif e Baroni (2002), seus tipos básicos de
manutenção: corretiva não planejada, corretiva planejada, preventiva, preditiva, detectiva e
engenharia de manutenção. Os tipos de manutenção adotados estão diretamente relacionados
aos resultados alcançados pela empresa. Ainda segundo os autores, é necessária uma mudança
de paradigmas para que os resultados de maior qualidade; menor custo; melhor atendimento;
maior segurança e melhor moral da equipe sejam atingidos.
Existem alguns fatores que contribuem para que isso ocorra, como por exemplo, quando se
passa da manutenção preventiva para preditiva, isto é, quando no lugar de parar o
equipamento, ele é mantido operando até um limite preestabelecido com base em parâmetros
que podem ser acompanhados, compatibilizando a necessidade de intervenção com a
produção. Ou ainda, quando se passa a adotar a engenharia de manutenção, onde não é o
bastante realizar uma boa manutenção, mas sim ter equipamentos que tenham a
disponibilidade que a empresa precisa para atender o mercado. (KARDEC, NASCIF &
BARONI, 2002).
No gráfico 01 é apresentada a evolução e otimização dos resultados da manutenção, onde o
papel do profissional da manutenção também é modificado.