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FUTURO DO SETOR DE TRANSPORTE É

TEMA DE DEBATE NA CNT


Preparar os jovens empresários de transporte rodoviário de carga para o mercado do
futuro. Foi com esse objetivo que a ComJovem (Comissão de Jovens Empresários
Executivos) e a NTC&Logística realizaram, ontem o II Seminário ComJovem – Olhar
Empresarial. O encontro, que ocorreu na sede da CNT, em Brasília, reuniu cerca de 50
participantes para discutir “o papel do jovem empresário de transporte no cenário
político econômico nacional”.

“Aqui estão reunidos os coordenadores e vice-coordenadores dos núcleos regionais da


ComJovem”, explica o presidente André Ferreira. Segundo ele, os encontros são
importantes tanto para ampliar a capacitação destes jovens como também para integrar
seus membros. “Aqui temos a oportunidade de abrir a cabeça para novas questões,
conhecer jovens empresários de diversas cidades e estabelecer parcerias”, salienta.

Para o presidente da NTC, Flávio Benatti, a iniciativa também é importante porque


busca reativar os antigos encontros do setor do transporte, em que os empresários
estabeleciam relacionamentos profissionais e pessoais com os seus pares. “Nós estamos
construindo alguma coisa e, com certeza, esses jovens vão dar um andamento até
melhor para isso tudo”, acredita.

Capacitar para crescer

A diretora do IDT (Instituto do Desenvolvimento do Transporte), Lucimar Coutinho,


concorda: “essa é a geração que vai tocar as empresas. Assim, precisamos preparar
esses jovens empresários para a sociedade do futuro, que é a sociedade da globalização
e da informação”, destaca a diretora. Segundo ela, é fundamental que se entenda os
quatro sustentáculos da empresa do novo século: Inovação, Tecnologia, Pessoas e
Conhecimento. “Investir no capital humano é a chave para alcançar essa
sustentabilidade”, ressalta a diretora.

Por isso, a Escola do Transporte, mantida pelo IDT, oferece diversas alternativas de
cursos para a classe empresarial. As opções incluem cursos presenciais e a distância,
com temas como Gestão Estratégica Empresarial, Instrumental de Elaboração de
Projetos e Aperfeiçoamento da Gestão Empresarial. A Escola do Transporte também
realiza ciclos de conferências e projetos de capacitação de mão de obra em parceria
com o Sebrae, Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis) e ANTT
(Agência Nacional de Transportes Terrestres).

Refoma de modelos

Para o palestrante e diretor-geral da ANTT, Bernardo Figueiredo, é preciso remodelar o


setor. Ele afirma que há 40 anos, o transporte rodoviário era a vanguarda do transporte
brasileiro, pois sustentava o crescimento econômico do país. Como consequência, o
Brasil se tornou um país “rododependente” e, por isso, não-sustentável. Segundo ele, é
preciso reformar esse modelo, aumentando a capacidade do sistema rodoviário, que tem
veículos com cerca de 18 anos de uso; qualificar os corredores estruturais e criar redes
de plataformas logísticas, em que seja possível concentrar as cargas das cidades do
interior e, assim, agilizar o deslocamento de cada veículo.

“É preciso, também, pensar na multimodalidade, que é quando se articula o transporte


de uma carga pelos meios rodoviário, ferroviário, aéreo e marítimo”, ensina Figueiredo.
Ele explica que conseguir organizar os setores para alinhar essas necessidades e
trabalhar de maneira articulada vai possibilitar redução de custos e agilidade do
processo. “Para tanto, é preciso que hajam condições apropriadas para a realização de
cada serviço e os agentes de articulação entre eles”, esclarece o diretor, referindo-se às
condições das estradas e ao funcionamento dos portos, principalmente. “Acho,
inclusive, que a CNT deve agir nessa articulação entre o setor empresarial e o governo,
para poder melhorar esses gargalos”, sugere.

Figueiredo ressalta, ainda, a importância de organizar o setor de transportes para definir


suas prioridades. Segundo ele, estudos desenvolvidos pela CNT afirmam que seria
necessário investir R$ 300 bilhões no setor. O investimento atual, já considerando as
verbas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), soma cerca de R$ 12
bilhões. “É preciso ter uma estratégia para aplicar esses recursos, pois não podemos
atender a todas as necessidades”, constata.

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