2) Leia o seguinte trecho, extraído da obra “O que é uma Constituição”, de
Ferdinand Lassalle:
a) O autor proferiu o discurso em meados do Séc. XVIII, após a
promulgação das primeiras constituições escritas, onde criticava a validade das Constituições existentes na época e sua eficácia com o ordenamento jurídico vigente e com a aplicação no comportamento da sociedade. A constituição na visão de Lassalle engloba os interesses de quem está no poder, deixando de lado os interesses do povo.
b) O autor pretendia questionar a forma como as constituições eram
interpretadas ou até mesmo elaboradas, pois elas possuíam falhas em relação à sua aplicabilidade quanto aos direitos do resto da sociedade, aqueles que não detinham o poder.
c) Em parte. No Brasil, pode-se dizer que quem está no poder pode
utilizar a Constituição à seu favor, dependendo da forma de interpretação usada. Com a indicação de membros do STF, o governo pode ter um “controle de constitucionalidade”. Outros governos latino- americanos como a Venezuela podemos observar com mais clareza a opinião defendida por Lassalle, pois o Presidente já foi reeleito modificando a Constituição.
3) Leia o seguinte trecho, extraído da obra “A força normativa da constituição”,
de Konrad Hesse:
a) Hesse se contrapõe ao pensamento de Lassalle em relação a
funcionalidade da constituição, pois segundo ele, a constituição é condicionada pela sociedade, que acaba impondo valores que passam a ser parte da constituição. Lassalle faz uma crítica quanto à finalidade da constituição, que é quem está no poder. Passagem do texto: “Se os pressupostos da força normativa encontrarem correspondência na Constituição, se as forças em condições de violá-la ou de alterá-la mostrarem-se dispostas a tender-lhe homenagem, se, também em tempos difíceis, a Constituição lograr preservar a sua força normativa, então ela configura verdadeira força viva capaz de proteger a vida do estado contra as desmedidas investidas do arbítrio.” b) Para Hesse, força normativa da Constituição é a coercitividade da Constituição no ordenamento jurídico, já que ela não pode por si, realizar tarefas, pode impor tarefas. Se estas tarefas forem realizadas, a constituição adapta-se a realidade e passa a ter força normativa.
Porto Alegre, 11 de março de 2010.
Acadêmico: Marcelo de Oliveira
Disciplina: Direito Constitucional I Profª.: Isabel Bisch