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1. Introdução
Vivemos em um ambiente de mudanças rápidas, em que os sinais de
surgimento da “Sociedade da Informação” são muito fortes, e a gestão dos recursos de
conhecimento é uma parte fundamental para o crescimento dos negócios. Alguns anos
atrás o desafio era simplesmente produzir mais produtos e serviços.
O capital financeiro, a localização da empresa e os recursos naturais eram as
maiores preocupações (em termos de vantagem competitiva) do que a Gestão do
Conhecimento e a Inteligência Competitiva.
Acompanhar estas mudanças do mercado competitivo torna-se cada vez mais
complexo para as organizações. Para mudar este quadro, conseguindo assim superar as
dificuldades e obtendo vantagem competitiva sobre seus concorrentes, uma organização
precisará implantar os conceitos de Gestão do Conhecimento e Inteligência
Competitiva.
A seguir estão descritos estes conceitos, que cada vez mais estão sendo
utilizados pelas organizações. Busca esclarecer também a diferença entre eles e, por
fim, definir como a Tecnologia da Informação está contribuindo para facilitar a
aplicação destes conceitos.
2. Gestão do Conhecimento
Segundo Rossatto (2002) a Gestão do Conhecimento é “um processo
estratégico contínuo e dinâmico que visa gerar o capital intangível da empresa e todos
os pontos estratégicos a ele relacionados e estimular a conversão do conhecimento.
Deste modo deve fazer parte da estratégia organizacional e ter sua implantação
garantida e patrocinada pela alta gerência, a quem deve estar subordinado todo o
processo de Gestão do Conhecimento”.
A Gestão do Conhecimento também pode ser vista como uma coleção de
processos que governa a criação, disseminação e utilização do conhecimento para
atingir plenamente os objetivos da organização.
Alguns fatores como alta rotatividade nas camadas gerenciais, necessidade de
integração entre processos e necessidade crescente de descentralização da tomada de
decisão estão presentes no ambiente competitivo, contribuindo para que profissionais e
empresas se interessem cada vez mais em utilizar a Gestão do Conhecimento.
Para Probst (2002), o objetivo da Gestão do Conhecimento é assegurar que o
conhecimento presente em uma organização seja aplicado produtivamente em seu
benefício. Infelizmente, a identificação e a distribuição bem-sucedidas de conhecimento
importante não garantem que ele será utilizado nas atividades diárias da empresa.
Existem várias barreiras que impedem o uso de conhecimento.
A Gestão do Conhecimento tem a finalidade de realizar a captação do
conhecimento que envolve as rotinas e práticas dentro da organização com o objetivo de
criar métodos para que este conhecimento seja unido, expandido e transferido de forma
a aumentar o capital intelectual da organização.
Com o crescimento da importância da Gestão do Conhecimento, as empresas
passam a se preocupar com o que sabem, o que precisam saber e – não menos
importante – o que a concorrência sabe. Passa a ser cada vez mais importante identificar
o impacto e a consistência do conhecimento no setor específico de sua empresa. Torna-
se fundamental criar condições e apoiar o desenvolvimento e a comunicação desse
conhecimento. A empresa passa a perceber a importância de transformar seu
conhecimento realmente em um ativo a serviço da organização, ao invés de apenas ser
propriedade de indivíduos ou grupos internos.
Entretanto, a avaliação dos resultados para verificar os benefícios da Gestão do
Conhecimento na empresa será somente possível determinar em seu estágio
intermediário, pois os resultados somente aparecem depois que os seus processos geram
conhecimento através dos dados coletados e posteriormente transmitidos à toda empresa
ou parte dela.
Mas o que vem a ser conhecimento? Conforme Probst (2002), conhecimento é
“o conjunto total incluindo cognição e habilidades que os indivíduos utilizam para
resolver problemas. Ele inclui tanto a teoria quanto a prática, as regras do dia-a-dia e as
instruções sobre como agir”.
O conhecimento baseia-se em dados e informações, mas ao contrário deles,
está sempre ligado a pessoas. Segundo Teixeira (2000), ele pode ser classificado de
duas formas:
Conhecimento Explícito: é aquele que está registrado de alguma forma e assim
disponível para as demais pessoas;
Conhecimento Tácito: é aquele que as pessoas possuem mas não está descrito
em nenhum lugar, residindo apenas em suas cabeças.
O conhecimento pode ser transferido de pessoas para pessoas, através de meios
como livros, documentos, páginas da Web, entre outros. Além disso, as pessoas obtêm
conhecimento daquelas que já o têm, pelo aprendizado interpessoal e o
compartilhamento de experiências e idéias.
As pessoas obtêm e geram conhecimento das informações de várias formas:
por comparação, pela experimentação, por outros conhecimentos e por meio de outras
pessoas.
3. Inteligência Competitiva
Segundo vários autores, a Inteligência Competitiva pode ser definida como um
processo de coleta, análise e disseminação de informações dos ambientes interno e
externo, das quais farão uso todos os níveis da organização, interagindo
estrategicamente no processo de tomada de decisões de acordo com suas necessidades.
Além de verificar as condições de mercado e de seus concorrentes, a
Inteligência Competitiva também busca avaliar o desempenho dos seus concorrentes
dentro deste ambiente e obter informações que façam com que sua empresa supere seus
concorrentes mesmo que as condições de mercado sejam as mesmas para ambos.
A Inteligência Competitiva concentra-se nas perspectivas atuais e potenciais
quanto a pontos fortes e fracos e nas atividades de organizações que tenham produtos ou
serviços similares dentro de um setor da economia.
Para se iniciar um projeto de Inteligência Competitiva em uma organização,
conforme Teixeira (2000), existem alguns passos que devem ser seguidos:
Definir os temas de interesse;
Mapear o ambiente competitivo;
Identificar as fontes de informação pertinentes;
Efetuar uma pesquisa preparatória de material básico a respeito de cada tema,
para estabelecer um contexto de análise;
Definir a estratégia de coleta de informações;
Implantar a atividade de pesquisa, coleta e registro das informações;
Identificar especialistas para darem apoio técnico à análise;
Definir os métodos de análise que serão empregados;
Criar as bases de dados de referência para cada tema.
Teixeira (2000) afirma que a aplicação do conceito de Inteligência Competitiva
nas organizações não é recente e esse conceito já foi aplicado em muitas empresas. O
fato é que se há troca comercial, então há fluxo de informação, e esse fluxo é a base dos
processos de Inteligência Competitiva. Isso é diferente de “espionagem”, pois são
respeitados os aspectos éticos e legais da atividade.
Há inúmeras fontes de informação tanto no ambiente interno quanto externo da
organização que podem e devem ser utilizadas no processo de Inteligência Competitiva.
Como exemplo, podemos citar: catálogos públicos, os empregados da empresa, bases de
dados, entre outros.
Mas muitas informações consideradas essenciais para o sucesso ou manutenção
de uma organização às vezes estão nas mãos de pessoas que não conseguem utilizá-las
de forma a contribuir para melhorar cada vez mais a situação da organização. Isso é uma
questão relevante que deve ser considerada e analisada para identificar a quem
determinada informação deve ser repassada, não permitindo que as informações fiquem
de posse de pessoas que não tenham necessidades delas.
5. Tecnologia da Informação
O termo Tecnologia da Informação (TI) designa o conjunto de recursos
tecnológicos e computacionais para geração e uso de informações. Está fundamentada
nos seguintes componentes: hardware, software, sistemas de telecomunicações e gestão
de dados e informações.
O principal benefício que a TI traz para as organizações é a sua capacidade de
melhorar a qualidade e a disponibilidade de informações e conhecimento, importantes
para a empresa, seus clientes e fornecedores.
Para Dalfovo (2000) a utilização da Tecnologia da Informação pode vir a
facilitar o executivo no processo decisório com a obtenção de dados estrategicamente
escolhidos e de conteúdos relevantes para qualquer nível e tamanho da empresa.
6. Resultados Parciais
Veremos a seguir onde estão sendo aplicados os conceitos de Inteligência
Competitiva:
Um dos maiores problemas encontrados nas empresas e principalmente nas
Universidades no meio científico é a falta das informações necessárias para o processo
de tomada de decisão. O Projeto de Pesquisa Sistema de Informação Inteligência
Competitiva tem por objetivo pesquisar e trazer novas técnicas de Data Warehouse.
Este projeto está em pré-teste na Universidade Regional de Blumenau (FURB),
e nas empresas do Vale do Itajaí (SC), com o objetivo de verificar a viabilidade da
utilização desta metodologia, tanto na área de Sistemas de Informação como também
um diferencial mercadológico dessas empresas.
Na FURB, está sendo aplicado na disciplina de Tópicos em Sistemas de
Informação I, onde são apresentados e aplicados estes conceitos em forma de trabalhos;
sendo que em um deles os acadêmicos identificam um sistema de informação e aplicam
sobre ele estes conceitos, buscando obter um diferencial e utilizando também os
conceitos de Bussines Intelligence ((BI).
No primeiro momento, foi desenvolvido o Portal do Projeto para concentrar
informações das atividades compostas pela equipe dos pesquisadores e coordenadores
(Figura 1).
Existe também o Sistema para Gerenciamento de Eventos (Figura 4), onde são
cadastrados os eventos importantes nas diversas áreas principalmente os eventos e
congressos científicos de Informática. Pelo acesso restrito o administrador cadastra,
altera, e tem acesso à todas as funções do gerenciador.
Na Figura 5, podemos ver o Calendário de Eventos, neste o acesso é público
para toda comunidade visualizar os Eventos que ocorreram ou ocorrerão durante do ano
em qual cidade e instituição. A forma de visualizar os eventos é muito fácil: (1) na
ordem do tipo (respectivas áreas), título do evento ou congresso e data, (2) em breve
demonstrando os últimos eventos que vão ocorrer na semana ou mês, (3) e pelo
Calendário (este calendário apresenta o mês atual onde cada dia em formato “branco”
significa a existência de um evento) e ao clicar pode ser informado o local. O mais
importante neste calendário é a possibilidade de pesquisar os eventos de anos anteriores
e futuros nos 12 meses de cada ano sendo excelente para todos. Possui as opções de
listagem de eventos por tipo, ou então visualizar todos os eventos existentes.
Neste sistema está em fase de implementação uma função que permite aos
usuários visualizar as informações básicas do evento, efetuarem um cadastro que será
armazenado em nossa base de dados, para que recebam informações mais especificas
sobre esse evento, como exemplo as datas importantes para chamadas de trabalhos. Este
e-mail então será gerado e enviado ao usuário cadastrado pelo menos um mês antes do
vencimento dessa data.
Figura 4: Tela de Administração do Gerenciador de Eventos
7. Conclusão
Cada vez mais para poder sobreviver as organizações precisam ser mais pró-
ativas, apoiando a criação e reutilização do conhecimento. Precisam de sistemas
específicos que possam trazer a fonte de conhecimento ou informação correta para o
usuário – onde quer que ele esteja – de maneira virtual e instantânea.
Um processo de Gestão do Conhecimento ou de Inteligência Competitiva pode
trazer muitos benefícios para a organização, desde que seja bem planejado e implantado
por profissionais competentes.
Contudo, a avaliação dos resultados para saber se este processo está mesmo
trazendo benefícios à organização, somente será possível determinar quando o processo
estiver em seu estágio intermediário ou avançado, pois primeiro é necessário que os
dados sejam coletados, analisados, para depois gerarem conhecimento e informação.
O Projeto sistema de Informação Inteligência Competitiva (SIIC) busca
auxiliar os executivos da empresa, na administração do gerenciamento, precisa-se
possuir informações para tomar decisões estratégicas, para isso, o Sistemas de
Informação(SI) pode ser uma fonte de consulta, onde, poderão mostrar as informações
estratégicas necessárias para se tomar as decisões.
8. Referências
DALFOVO, Oscar. Quem tem informação é mais competitivo: o uso da informação
pelos administradores e empreendedores que obtém vantagem competitiva.
Blumenau. Acadêmica. 2000.
MILLER, Jerry P.. O milênio da Inteligência Competitiva. Porto Alegre. Bookman.
2002
PROBST, Gilbert; RAUB, Steffen; ROMHARDT, Kai. Gestão do Conhecimento: os
elementos construtivos do sucesso. (Tradução Maria Adelaide Carpigiani) Porto
Alegre. Bookman. 2002
ROSSATTO, Maria Antonieta. Gestão do Conhecimento: a busca da humanização,
transparência, socialização e valorização do intangível. Rio de Janeiro. Interciência.
2002
TEIXEIRA, Filho Jayme. Gerenciando Conhecimento.: como a empresa pode usar a
memória organizacional e a inteligência competitiva no desenvolvimento de
negócios. Rio de Janeiro. SENAC. 2000
TERRA, José Cláudio Cyrineu; GORDON, Cindy. Portais Corporativos: a revolução na
Gestão do Conhecimento (Tradução: Érica Saubermann e Rodrigo Baroni). São
Paulo. Negócio Editora. 2002