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Inteligência Competitiva: Utilização do Banco de Dados do INPI como Subsídio para o

Desenvolvimento de Estratégias Corporativas

Ruthes, Sidarta (Mestrando - UTFPR/PR) - sidarta@ppgte.cefetpr.br


Dergint, Dario (Prof./Pesquisador - UTFPR /PR) - dergint@cefetpr.br
Nascimento, Décio Estevão do (Prof./Pesquisador - UTFPR/PR) - decioen@cefetpr.br

Resumo

O objetivo deste artigo é discutir como a base de dados de Propriedade Industrial pode
subsidiar o processo de formulação de estratégias empresariais focadas no
desenvolvimento regional. Atualmente, está se discutindo muito sobre o papel da
inteligência competitiva como ferramenta de apoio ao desenvolvimento de estratégias
corporativas. Esta é uma fase de intensa disponibilidade e acesso à informação, mas obter
as informações que apóiem o planejamento estratégico já é uma questão que requer um
pouco mais de trabalho e pesquisa. Existem, tanto no Brasil como em várias partes do
mundo, bases de dados sobre propriedade industrial que servem como fonte de informação
para apoiar as ações de cunho estratégico. Contudo, no caso brasileiro não é utilizada de
forma adequada e eficaz, ou seja, com a mesma freqüência que é utilizada nos países
desenvolvidos. Em se tratando de modelos de gestão que possam promover o
desenvolvimento regional, como por exemplo, os Arranjos Produtivos Locais, que possuem
como uma característica marcante à vocação da região para determinadas atividades
econômicas, o monitoramento da base de dados sobre propriedade industrial pode ser uma
fonte importante de informação como, por exemplo, o acompanhamento do progresso e
tendências da atividade-chave da região, a identificação dos principais concorrentes e seus
respectivos mercados de ação, conhecimento de novas tecnologias que possam agregar a
produção e fomentar a inovação de processos e produtos. Nesse contexto, existe, no Brasil,
a base de dados do Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI, onde é possível
realizar pesquisas, de forma gratuita (internet e local) como, por exemplo, sobre os
depósitos de patentes, averbações de contratos de transferência de tecnologia, e, registro
de marcas. Portanto, é uma ferramenta muito interessante que pode auxiliar o planejamento
estratégico de determinadas regiões, de forma a subsidiar o processo de inteligência
competitiva.

Palavras-chave: Inteligência Competitiva; Propriedade Intelectual; Desenvolvimento


Regional; Arranjo Produtivo Local.

1. Introdução
Muitos pesquisadores acreditam que a civilização atual está vivenciando a era da
informação e do conhecimento. É notório que as informações estão cada vez mais
difundidas e socialmente mais acessíveis. Nos negócios também é possível observar este
fenômeno, as empresas possuem acesso a dados e informações de diversas fontes e com
distintas importâncias.

Saber filtrar os dados e informações relevantes para o negócio é uma competência


essencial para o atual contexto organizacional, visto que existem diversos veículos de
comunicação “poluindo” os sistemas, formando um verdadeiro caos informacional. Nesse
sentido, as empresas que conseguirem filtrar as informações de ordem estratégica para o
empreendimento poderão utilizá-las para obtenção de uma vantagem competitiva frente à
concorrência. Hoje em dia, essas informações são cada vez mais relevantes à medida que a
concorrência aumenta e os mercados se aproximam através da globalização.

Castells (1999) destaca que as tecnologias da informação estão mudando a sociedade


de maneira acelerada e pode ser comparada como uma revolução tecnológica. Para
descrever esta revolução, o autor utiliza o termo “Sociedade Informacional”, ou seja, a fonte
de produtividade, de hoje em dia, está baseada na tecnologia de geração de
conhecimentos. Abbad e Borges-Andrade (2004) destacam “a importância que se passou a
dar à aquisição, à manutenção e à transferência do conhecimento como ferramenta
estratégica e de sustentabilidade das organizações”.

Segundo Tarapanoff (2001), na sociedade de informação está ocorrendo uma


mudança na hegemonia econômica e social, pois a supremacia não é mais exercida pelos
proprietários dos meios de produção, e sim por aqueles indivíduos que administram o
conhecimento e podem planejar a inovação.

Neste contexto, existe uma corrente de pesquisadores que defendem a prática de


inteligência nas organizações, a mesma utilizada na área militar mas com o enfoque
empresarial. Algumas pesquisas apontam que é cada vez mais usual o termo e a prática de
“Inteligência Competitiva” nas empresas brasileiras. Claro que existem os vieses que
demonstram a falta de entendimento do termo e, conseqüentemente, uma prática não
estratégica e sim operacional. Mas já é consenso a importância do processo de inteligência
no desenvolvimento de estratégias organizacionais mais sólidas e concretas. (MARCO,
1999) e (PETRINI, POZZEBON e FREITAS, 2004).

Através deste estudo, pretende-se reforçar à luz da ciência a importância da


investigação das bases de dados sobre propriedade industrial como mais uma fonte para
subsidiar o processo de inteligência competitiva. É também objetivo deste, demonstrar como
esse processo pode ser utilizado na formulação de estratégias corporativas que minimizem
os riscos do ambiente empresarial e auxiliem na promoção do desenvolvimento regional
sustentável. Inicialmente, será apresentada uma revisão da literatura, através de
publicações sobre o tema proposto e assuntos correlatos, após, será exposto o método
desta pesquisa, na seqüência, a discussão do tema e uma exemplo de pesquisa na base de
patentes do INPI, e por fim, as considerações finais.

2. Inteligência Competitiva: Gestão Estratégica da Informação


Num mercado tão volátil como o atual, monitorar as informações relevantes e que
podem causar algum tipo de impacto ou influência nos negócios é cada vez mais
imprescindível para o sucesso nas tomadas de decisão. Mas apesar da importância já
amplamente debatida e reconhecida da necessidade das informações para as organizações,
o que se percebe, através do estudo de alguns casos e relatos com empresários, é que
muitas empresas não conseguem desenvolver e/ou implementar uma metodologia que
utilize o potencial da informação como variável competitiva.

Além disso, geralmente as organizações são sobrecarregadas por dados e


informações de todos os lados, por vários veículos de comunicações (internet, revistas,
jornais, rádio, televisão), conversas informais (clientes, fornecedores, concorrentes,
funcionários, vendedores), observação do ambiente, propaganda, enfim, não é uma coisa
simples identificar nesse emaranhado, as informações que são relevantes para o negócio.

A informação pode ser entendida como dados coletados, organizados e ordenados,


aos quais são atribuídos significados e contexto, nesse sentido, para que os dados tornem-
se úteis como informações é preciso que sejam apresentados de tal forma que se possam
relacioná-los e interpretá-los. (GOLDRATT, 1991) (McGEE e PRUSAK, 1994) (LAUDON e
LAUDON, 1999).

É importante desenvolver uma arquitetura de informação, ou seja, mapear os dados


que são importantes para a organização, para depois construir um sistema de informação
baseado neste mapeamento, dessa forma fica mais fácil explorar esse sistema
estrategicamente. (McGEE e PRUSAK, 1994). Para Laudon e Laudon (1999), além dos
componentes técnicos, um sistema deve ter dimensões organizacionais e humanas, desta
forma ele pode responder as necessidades da empresa de acordo com as diferentes
funções e níveis organizacionais, conforme a Figura 1.

Problema Níveis
Organizacional Organizacional

Estratégico Gerência Sênior

Tático Gerência Média


ou Intermediária

Conhecimento Trabalhadores
do Conhecimento

Operações, Funcionários da
Produção e Serviço Produção e Serviços
Produção Finanças/ Vendas/ Recursos
Contabilidade Marketing Humanos

Fonte: Adaptado de: Laudon e Laudon, (1999, p. 27).


Figura 1 - Integração dos sistemas de informação dentro de uma empresa

Laudon e Laudon (1999) classificam os sistemas de informação segundo a função


específica em: i) sistemas de fabricação e produção; ii) sistemas de vendas e marketing; iii)
sistemas de finanças e contabilidade; e, iv) sistemas de recursos humanos. No nível mais
elementar, os sistemas monitoram as atividades diárias de uma organização, como todos os
sistemas básicos de produção, marketing, finanças e recursos humanos. Existem, também,
sistemas que dão suporte gerencial à empresa, como os sistemas de informações
gerenciais (SIG), sistema de suporte à decisão (SSD) e sistema de suporte executivo (SSE),
este último atende a alta administração e dá apoio ao planejamento estratégico de longo
prazo, já o SIG e o SSD estão direcionados aos gerentes dos níveis médios e inferiores e
tratam de questões de curto prazo.

As grandes empresas elevaram a informação ao mesmo nível que outros recursos


vitais, como o capital e o trabalho, tanto que buscam um processo de definição da estratégia
que considera a informação e o potencial da tecnologia de informação como uma variável
crítica para qualquer projeto. McGee e Prusak (1994) classificam dois grandes problemas
estratégicos relacionados à economia de informação: i) a informação, cada vez mais,
constituirá a base da competição especialmente no setor de serviços, mas também na
indústria manufatureira; e, ii) os executivos de alto nível hierárquico precisam começar a
determinar claramente o papel que a informação vai desempenhar no projeto e execução de
estratégias competitivas de suas empresas, ou se arriscarão a ficar numa posição de
desvantagem perante seus concorrentes mais capacitados em termos de informacionais.

O planejamento estratégico está muito ligado à informação e se beneficiaria se uma


atenção mais explícita fosse dedicada na sua gestão, mais importante ainda, no entanto, as
alternativas no processo da elaboração da estratégia mudam quando a informação é tratada
como um recurso de importância equivalente a quaisquer outros recursos de capital, mão-
de-obra e tecnologia. (McGEE e PRUSAK, 1994).

Nesse contexto, a inteligência competitiva é uma ferramenta que está sendo muito
discutida atualmente, talvez este seja um fenômeno emergente por três fatores essenciais: i)
o atual contexto competitivo do mercado mundial, cada vez mais acirrado e disputado; ii)
avanço significativo na área de Tecnologia e Sistemas de Informação (TI e SI); e, iii)
abundância e maior facilidade de acesso às informações.

De acordo com Santos et. al (2004), a inteligência competitiva pode ser considerada
um método de prospecção de curto prazo. É um processo ético que utiliza informações
públicas sobre tendências, eventos e atores fora das fronteiras da organização. Este
processo visa subsidiar a tomada de decisão e contribuir para que as metas sejam
atingidas.

De fato, a inteligência competitiva é uma nova síntese teórica no tratamento da


informação, onde é possível realizar o monitoramento informacional do ambiente, da
tecnologia, sobre o usuário, os competidores, o mercado e o produto. “A inteligência
competitiva é um processo sistemático que transforma pedaços esparsos de dados em
conhecimento estratégico” (TARAPANOFF, 2001).

Nesse sentido, Moresi (2001) destaca a contribuição da teoria dos sistemas e da teoria
da contingência para o atual estágio do desenvolvimento da inteligência competitiva, onde
afirma que estas teorias apresentam um esquema conceitual voltado à análise do ambiente
complexo e dinâmico, caracterizado pelas relações entre variáveis e atores de alta
significação para a organização.

De acordo com Tarapanoff (2001), a inteligência competitiva desenvolve o


entendimento das estratégias e da forma de ação dos concorrentes-chave do negócio.
Dentro desse contexto, a utilização da pesquisa é fundamental no desenvolvimento da
inteligência competitiva, pois fornece subsídios (informações) na formulação de estratégias
voltadas à percepção e promoção das prováveis reações e tendências sobre o
desenvolvimento industrial.

O monitoramento contínuo das variáveis-chave para o negócio, como por exemplo, as


tecnologias, estratégias e mercado dos competidores, pode, se tomado as devidas ações,
prevenir a organização de surpresas indesejáveis. Segundo Tarapanoff (2001), “com a
manutenção do monitoramento e da avaliação dos desenvolvimentos industriais e das
atividades competitivas, uma organização pode adotar ações estratégicas apropriadas e a
tempo hábil”.

A interpretação do ambiente se faz cada vez mais importante no atual modelo de


mercado, onde a velocidade das informações e os fatos ocorrem num período de tempo
cada vez mais reduzido. Para Moresi (2001), a interpretação é o processo de tradução dos
eventos que envolvem uma organização. Desenvolver um entendimento, produzir
significados e construir esquemas conceituais do entorno organizacional pode fornecer
diretrizes para os gestores dessas organizações. O conceito de interpretação faz parte de
um ciclo formado por três estágios, conforme a apresentado na Figura 2.

Monitoramento Interpretação Aprendizado


(Coleta de Dados) (Significado p/ os Dados) (Ações Desenvolvidas)

Fonte: DALF e WEICK (1994) apud MORESI (2001).


Figura 2 - Relacionamento entre monitoramento, interpretação e aprendizado

Análise da concorrência é cada vez mais eminente para as empresas. Porter (1986)
defende a utilização de “dados inteligentes” para ser utilizado como base da análise da
concorrência. É muito provável que os dados necessários para este tipo de análise não
estão em uma única fonte, e nem podem ser colhidos num único esforço. Esse é um
processo que deve ser constante, pouco a pouco, ao longo de um período de tempo. Para
Porter (1989), qualquer tecnologia envolvida em uma empresa pode causar um impacto
significativo sobre a concorrência.

Além disso, os elementos de um sistema de inteligência sobre o concorrente podem


variar de acordo com as necessidades particulares da empresa, com base em sua indústria,
na capacidade de seu pessoal, nos interesses e qualificações de sua gerência, e, das
características da vocação econômica da região. Conhecer os próprios limites de
capacidade de desenvolvimento da inteligência competitiva é importante para poder tomar
ações de ajuste nesse processo.

Em se tratando da aplicação dessa ferramenta (inteligência competitiva) na gestão do


desenvolvimento regional, pode-se afirmar que é um fato que agrega a concepção das
estratégias locais, de forma a melhorar a tomada de decisão que possa influenciar nas
questões econômicas, sociais e ambientais.

3. Aspectos Metodológicos
Está pesquisa é de caráter qualitativo, através de uma investigação do tipo
bibliográfica exploratória. De acordo com Cervo e Bervian (2002), a pesquisa exploratória
auxilia na formulação de hipóteses significativas para posteriores pesquisas e têm como
objetivo familiarizar-se com o fenômeno e descobrir novas idéias.

Este estudo será realizado através da utilização de dados secundários extraídos da


internet, documentos públicos, e pesquisa bibliográfica. Os dados referentes ao domínio
público se referem basicamente à pesquisa realizada no sistema de dados sobre patentes
do INPI, disponível no site (http://www.inpi.gov.br). Os dados coletados corresponderão ao
período de janeiro de 2006.

Para a discussão e conclusão desta investigação, serão utilizadas as técnicas de


indução e dedução científica. De acordo com Cervo e Bervian (2002), a indução e dedução
são processos que se complementam e que são utilizados para demonstrar a verdade das
proposições submetidas à análise. Por isso, a indução reforça-se pelos argumentos
dedutivos. Através da indução científica pode ser possível chegar à conclusão de alguns
casos observados a partir da espécie que os compreende e a lei geral que os rege. Já a
técnica da dedução consiste em construir estruturas lógicas por meio do relacionamento
entre antecedente e conseqüente, entre premissa e conclusão.

4. Propriedade Industrial: A Base de Dados do INPI como Fonte de Informação


A Propriedade Intelectual é um sistema desenvolvido para garantir a exclusividade
resultante da atividade intelectual nos campos industriais (patentes, marcas, desenhos,
programas de computador e transferência de tecnologias), científicos (artigos, projetos,
teses, dissertações), literários (livros, poesias) e artísticos (quadros, esculturas). Portanto, “a
Propriedade Intelectual é um conjunto de direitos que incidem sobre as criações do intelecto
humano”. (MALAGRICI, 2005). A propriedade intelectual possui diversas formas de
proteção, como patentes, direitos autorais e segredos industriais. (SUSTER, 2005).

A Propriedade Industrial está contida na Propriedade Intelectual, ou seja, a


Propriedade Intelectual é mais ampla, engloba as várias formas de proteção do intelecto
humano. Segundo Suster (2005), “a Propriedade Industrial visa promover a criatividade pela
proteção disseminação e aplicação de seus resultados”.

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI é uma Autarquia Federal


vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC. Esse
órgão foi criado com base na Lei nº 5.648, de 11 de dezembro de 1970, onde o Art. 2º define
a finalidade principal como sendo a de executar, no âmbito nacional, as normas que regulam
a Propriedade Industrial, tendo em vista às funções sociais, econômicas, jurídicas e técnica.

O INPI é uma entidade que administra as atividades de registro de marcas, depósito


de patentes, averbações de contrato de transferência de tecnologia e demais processos
referentes à Propriedade Industrial com vistas ao desenvolvimento econômico do País.

Além de controlar as questões que envolvem a Propriedade Industrial, o INPI realiza


outros serviços para os empreendedores, inventores e empresas como, por exemplo,
pesquisas em banco de dados de patentes nacional e internacional. No Brasil, os
empresários e gestores, geralmente, não têm o costume de pesquisar as bases de patentes,
marcas e desenhos do INPI, muito menos os sistemas de dados internacionais, como o
americano United States and Trademark Office – USPTO, o europeu European Patent Office
– EPO e o japonês Japanese Patent Office – JPO.

Por outro lado, nos países desenvolvidos existe um interesse muito grande pelas
informações contidas nessas bases de dados. É possível ter acesso a registros de marcas,
depósitos de patentes, e, desenhos técnicos referentes aos mais diversos segmentos de
mercado, empresas, tecnologias, estado da técnica, e, muito mais. (SUSTER, 2005). Então,
por que a incidência pela procura na base de dados sobre patentes não é uma prática
comum entre os empresários e “empreendedores” brasileiros?

Este fato nos faz refletir sobre um aspecto que é muito trivial em pesquisas nacionais,
ou seja, as comparações e bechmarking realizadas entre empresas nacionais e
multinacionais. Por que no Brasil as empresas com até 3 anos de vida possuem uma das
mais altas taxas de falência do mundo? O que os empreendedores dos países
desenvolvidos estão fazendo de diferente? Será que os “empreendedores” nacionais estão
estruturando de forma adequada os seus planos de negócio? Será que fazem algum plano?
Além disso, entre os casos de organizações já “consolidadas” no mercado: será que essas
empresas possuem o costume de pesquisar as bases de dados do INPI. Será que
conhecem esse recurso informacional? Será que utilizam as informações do banco de
dados do INPI e dos demais escritórios de patentes internacionais de forma estratégica para
o negócio?

Essa mesma reflexão pode ser feita nas questões relacionadas ao desenvolvimento
regional. Como utilizar as informações contidas nas bases de dados do INPI e demais
entidades relacionadas à Propriedade Industrial para promover a indústria local? De que
forma essas informações podem agregar na concepção do planejamento estratégico da
região e das suas, respectivas, organizações.

No INPI existe um setor que coordena todas as atividades relacionadas à pesquisa e


informação sobre os processos de Propriedade Industrial. Esse setor é denominado CEDIN
(Centro de Divulgação, Documentação e Informação Tecnológica). Existem várias formas ou
métodos de realizar essas pesquisas. Há um banco de dados disponível pela Internet (Portal
INPI) que é totalmente gratuito. Por exemplo, é possível que as empresas investiguem o
estado da técnica em determinados assuntos ou temas. Através de uma busca simples por
palavra-chave, qualquer indivíduo tem acesso a informações que podem ser coletadas,
tabuladas e cruzadas para fornecer indicadores estratégicos para a organização
(inteligência). Além disso, existem os bancos de dados internacionais que também são
gratuitos, como o USPTO (USA) e EPO (Europa).

O INPI possui também um serviço denominado Programa de Fornecimento


Automático de Informação Tecnológica – PROFINT, que dissemina seletivamente as
informações tecnológicas contida em documentos de patente nacional e estrangeira. As
empresas recebem a documentação de seu interesse na medida que a mesma é
incorporada no sistema do INPI. Esse serviço é fornecido de forma regular e automático,
geralmente utilizado para o monitoramento estratégico de patentes. Mas apesar das
vantagens, segundo o INPI, apenas 100 empresas utilizam esse serviço em todo o território
brasileiro.

É possível extrair diversas informações das patentes, tais como: i) capacidade


tecnológica com identificação de técnicas específicas; ii) levantamento das tecnologias em
nível mundial por empresa, inventor e assunto; iii) mapeamento de citações em patentes, o
que permite o rastreamento de tecnologias; e, iv) análise de famílias de patentes (verificação
dos países onde se busca proteção para uma mesma invenção). (SUSTER, 2005).

É possível explorar o sistema de dados do INPI através da identificação das possíveis


tendências tecnológicas que podem ocorrer em determinadas áreas, por meio do
monitoramento das tecnologias emergentes e das possíveis rupturas tecnológicas. Além
disso, pode-se mapear toda uma evolução tecnológica através de pesquisas sobre patentes.
Claro que existem as desvantagens, por ser gratuito, esta pesquisa contém somente as
informações básicas.

Por outro lado, existem outros serviços oferecidos pelo INPI que geralmente é utilizado
quando há um interesse ou necessidade por informações mais aprofundadas e densas
sobre alguma área específica ou sobre determinada patente, marca e desenho de algum
concorrente em especial. Esses serviços são realizados pelo pessoal interno (INPI), são
técnicos e especialistas que realizam a investigação sobre determinados objetos de
pesquisa, onde é cobrada uma taxa que não é nada absurdo em termos de valores
monetários. Além disso, é possível obter uma cópia da patente, com toda sua descrição,
desenhos (se tiver), dados sobre o inventor, data de validade, etc.

Outra informação muito importante no processo de inteligência competitiva é sobre os


concorrentes. Análise da concorrência é cada vez mais eminente para as empresas.
PORTER (1986). Além disso, os elementos de um sistema de inteligência sobre o
concorrente podem variar de acordo com as necessidades particulares da empresa, com
base em sua indústria, na capacidade de seu pessoal, e nos interesses e qualificações de
sua gerência.

No caso da base de dados do INPI, existe uma informação indireta que pode ser
coletada e utilizada de forma estratégica – a Informação de Mercado. Dentre as empresas
que utilizam a base de patentes, é provável que uma grande maioria não usa este recurso
de forma adequada, ou seja, não aproveita de maneira a subsidiar o plano estratégico da
empresa.

Mas como obter acesso a Informações de Mercado? A base de patentes fornece um


dado interessante que se refere ao local (país) onde a patente foi depositada. Através da
coleta desses dados, o pesquisador pode obter uma informação importante para o plano de
ação estratégico: saber qual(is) o(s) mercado(s) que o(s) concorrente(s) estão atuando ou
pretende(m) assegurar a propriedade de sua(s) invenção(ões) e produto(s). É possível
mapear de forma global o avanço de mercado da concorrência e o grau de inserção destes
(número de depósitos, marcas e desenhos).

Por exemplo, através do monitoramento da base de patentes é possível identificar se


um determinado concorrente potencial (por exemplo da China) está interessado no mercado
brasileiro através dos seus depósitos de patentes no INPI. A empresa que estiver
monitorando esses dados poderá tomar decisões estratégicas para poder contornar essa
situação e proteger o seu mercado local, bem como se antecipar a esse movimento e
investir no seu parque fabril a fim de modernizá-lo. Pode, também, atacar o concorrente nos
seus respectivos mercados, para forçá-lo a recuar na sua empreitada. Portanto, é possível
identificar várias ações estratégicas que pode ser fundamentada em cima de informações
provindas dessa base de dados, mas não é objetivo deste transbordar as possibilidades de
ação, mas sim trazer a luz à importância desta ferramenta na concepção do planejamento
estratégico.

Outra contribuição da investigação de patentes, marcas e desenhos, está relacionada


à identificação de concorrentes indiretos, ou seja, produtos, processos, métodos e
tecnologias que não estão relacionadas diretamente com a atividade-chave da empresa ou
região, mas que pode afetar ou mudar o comportamento do consumidor final ou a maneira
de produzir os produtos resultantes dessa atividade.
Nas atividades de Pesquisa & Desenvolvimento – P&D já é geralmente utilizada as
bases de patentes para subsidiar nas decisões sobre acesso à tecnologia, inovação de
produtos e processos, e, estudos e levantamentos sobre o “estado da técnica”. Mas a
indagação persiste: Até que ponto essas informações estão sendo alinhadas com as
estratégias organizacionais? Estudos realizados na Alemanha evidenciaram que poderiam
ser economizados 30% dos custos de P&D, se usada informação técnica disponível.
(Organização de Patentes da Áustria apud SUSTER, 2005).

No caso da vocação regional, essa ferramenta pode monitorar as tecnologias diretas e


indiretas às atividades econômicas do local. Se para uma empresa já é extremamente
importante estar atento às tendências tecnológicas, no caso de uma região, estas
tendências são ainda mais importantes, pois podem afetar e mudar drasticamente toda a
sua economia. Vale lembrar a invasão de produtos asiáticos que ocorreu alguns anos atrás
e que afetaram diversas regiões, pois as mesmas estavam focadas em determinados
negócios, como por exemplo, a indústria têxtil de Americana – São Paulo.

Os Arranjos Produtivos Locais – APLs precisam se organizar de tal forma a


desenvolverem um processo eficaz e contínuo de inteligência, monitorando diversas fontes
de dados importantes e relacionadas com a atividade-chave da região. Muitas pesquisas
apontam que o planejamento estratégico no Brasil é feito de forma reativa, é preciso
conceber estratégias pró-ativas, através da antecipação às tendências, prevalecendo à
modernização e inovação dos produtos e processos.

5. Base de Dados do INPI: Exemplo de Aplicação Simplificada


Na tentativa de demonstrar a aplicabilidade da ferramenta de busca que está
disponível no Portal INPI (www.inpi.gov.br), serão explanados neste capítulo alguns
exemplos de pesquisa direcionada aos interesses de um APL de calçados. É interessante
frisar que esta investigação na base de patentes do INPI, aplicada ao setor calçadista,
levou, aproximadamente, 8 minutos de intervenção junto ao site de busca, ou seja, não é
uma tarefa demorada, mas sim, simples e que pode gerar em apenas alguns minutos vários
dados e informações relevantes para o setor. Além disso, é importante destacar que esta
pesquisa foi realizada em janeiro de 2006, podendo, após esta data, ocorrer novas patentes
deferidas e depositadas junto ao órgão competente.

Optou-se em realizar uma investigação do tipo “Pesquisa Avançada” na base de


patentes do INPI. Foram feitas uma série de inserções de palavras-chave nos campos
“Título” e “Resumo”, todas relacionadas ao setor calçadista. No campo “Título”, buscou-se a
palavra-chave no título da patente depositada, no campo “Resumo” o processo é o mesmo,
buscou-se no resumo da patente. O processo de busca não foi realizado nos dois campos
(“Título” e “Resumo”) simultaneamente. Na Tabela 1 estão expostos os resultados
encontrados referente a 10 palavras-chave.
Palavras-chave Título Resumo
Calçados 657 patentes 543 patentes
Tênis 180 patentes 186 patentes
Chinelo 73 patentes 43 patentes
Sandália 114 patentes 60 patentes
Cadarço 60 patentes 136 patentes
Couro 317 patentes 812 patentes
Sola 115 patentes 287 patentes
Solado 497 patentes 357 patentes
Palmilha 165 patentes 238 patentes
Fivela 110 patentes 179 patentes

Fonte: Elaborada pelos autores.


Tabela 1 - Exemplo de pesquisa na base de patentes do INPI para o setor calçadista

É importante esclarecer que o número total de patentes não significa,


necessariamente, a soma das patentes encontradas na pesquisa realizada no campo
“Título” e “Resumo”. Pode existir, por exemplo, patentes que tenham a palavra-chave nos
dois campos concomitantemente, ou seja, a patente está presente em ambas as pesquisas
(“Título” e “Resumo”), conforme a Figura 3.

Título Comum Resumo


Título & Resumo

48 patentes 25 patentes 18 patentes

Fonte: Elaborada pelos autores.


Figura 3 – Busca de patentes na base do INPI: exemplo do “chinelo”

Outra informação que é possível extrair da base de patentes do INPI é a procedência


do depósito, ou seja, identificar qual o País de origem da patente depositada, conforme o
exemplo demonstrado na Tabela 2. Existe um campo na “página de busca” onde é possível
pesquisar a procedência da patente (lista de países). Além disso, é possível ter acesso ao
nome do depositante, nome do inventor e o nome do procurador, estas informações são
importantes, pois evidencia os atores que têm interesse no mercado nacional. São
informações essenciais que podem subsidiar o processo de tomada de decisão estratégica.
O inventor ou o depositante pode ser um concorrente direto, ou mesmo, pode-se descobrir
qual(is) a(s) tecnologia(s) estão disponíveis no mercado para possíveis parcerias.
Palavra-chave: Calçados
País de Origem Título Resumo
Alemanha 9 patentes 9 patentes
Argentina 2 patentes 5 patentes
Austrália 1 patentes 1 patentes
China 0 patentes 0 patentes
Espanha 4 patentes 3 patentes
EUA 15 patentes 18 patentes
França 4 patentes 4 patentes
Itália 22 patentes 21 patentes
Japão 2 patentes 3 patentes
Reino Unido 10 patentes 8 patentes
República da Coréia 1 patentes 1 patentes
Suíça 3 patentes 4 patentes

Fonte: Elaborada pelos autores.


Tabela 2 - Exemplo de referente à origem da patente

Através da observação da Tabela 2, percebe-se que países como a Itália e EUA,


juntos, possuem o maior número de patentes depositadas no Brasil (que tenham a palavra-
chave “calçados” contida no campo “Título” e “Resumo”), no mínimo, 40 patentes. A China,
um país emergente, ainda não tem nenhuma patente depositada no INPI, apesar de
estarem perturbando as empresas nacionais no mercado internacional de calçados. Este é
um fato que justifica as pesquisar nas principais bases de patentes do mundo, pois pode
acontecer que empresas chinesas estejam priorizando as patentes dos seus produtos nos
seus respectivos mercados. Portanto, quais são esses mercados? Que tipo de proteção os
chineses estão procurando? São perguntas que podem ser respondidas com uma pesquisa
mais aprofundada a nível global.

No mercado externo, a competição acirrada, especialmente do calçado


fabricado na China, foi um dos fatores responsáveis pela queda do volume
das exportações (...) A China, que já representa o maior exportador individual
em volume para os EUA, vem paulatinamente melhorando a qualidade do seu
calçado e competindo com o produto brasileiro (...) Dois outros fortes
concorrentes do Brasil no mercado internacional, Itália e Espanha, em geral,
terceirizam sua produção de calçados em países de mão-de-obra mais
barata. (BNDES, 1998).

Segundo relatório produzido sob a chancela do BNDES (1998), o Brasil exporta cerca
de US$ 1,5 bilhão de calçados por ano, sendo quase 70% desse montante destinado aos
EUA, conforme Figura 4. Portanto, naturalmente o mercado americano deve ser
constantemente vigiado, sendo imprescindível o monitoramento da base de patentes
americana. É interessante investigar o “terreno” e o mercado do concorrente, por exemplo,
investigar as bases de patentes da Itália e Espanha (EPO) e da China, bem como seus
principais mercados, o americano (USPTO), japonês (JPO) e europeu (EPO).

Fonte: Secex apud BNDES (1998).

Figura 4 - Destino das exportações brasileiras de calçados

Além do mais, é possível garimpar informações sobre as tendências tecnológicas e de


mercado. Uma vez depositada a patente, é plausível a solicitação da mesma junto ao INPI
para se ter acesso aos detalhes técnicos como, por exemplo, desenhos (se tiver), estado da
técnica, descrição do produto, descrição da concessão da patente (o objeto protegido) e etc;
tanto da base nacional como das bases internacionais de patentes, marcas e desenhos.

6. Considerações Finais
Os empreendedores e empresas brasileiras precisam tomar suas decisões com base
em informações cada vez mais fundamentadas, a fim de minimizar as incertezas, conhecer
os riscos e criarem condições empresariais sustentáveis. No Brasil, os empresários carecem
de uma atitude pró-ativa frente ao mercado e as tendências internacionais. Os planos,
geralmente, são concebidos de forma reativa, ou seja, para reagir frente a determinados
fatos e conjunturas. É necessária uma mudança de atitude dos empreendedores brasileiros.

Existem diversas fontes que fornecem as informações necessárias para tomar boas
decisões, no tempo exato e de forma correta. Algumas fontes possuem acesso fácil e
gratuito. Mas apesar de todos esses recursos informacionais, ainda não existe de forma
efetiva e difundida a elaboração de processos de inteligência nas organizações. Pesquisas
apontam que esta realidade esta mudando, onde cada vez é maior o número de empresas
nacionais que estão desenvolvendo seus processos de inteligência competitiva e
tecnológica.

Nesse mesmo contexto, esse raciocínio estratégico pode ser levado à prática através
de políticas de desenvolvimento regional. Determinadas regiões que possuem vocações
industriais e econômicas precisam desenvolver essa cultura da inteligência para sustentar
suas decisões.
Em se tratando das informações que podem ser obtidas através da base de patentes,
marcas e desenhos do INPI, e demais entidades internacionais (USPTO, EPO, JPO), pode-
se afirmar que este trabalho não tem a pretensão de esgotar as questões que envolvem o
tema. Existe um campo vasto a ser percorrido na investigação das informações desse
gênero e que abarcam as questões estratégicas de inteligência competitiva.

No caso da gestão do desenvolvimento regional, é preciso promover políticas públicas


que fomentem essa cultura de monitoramento das bases de dados sobre Propriedade
Industrial. Pois justificativa não falta, quaisquer mudanças no mercado dessas regiões
podem afetar significativamente sua economia e sociedade, pois, geralmente, são
amplamente especialistas em determinadas atividades econômicas, e por isso, o impacto
relacionado às mudanças na atividade-chave pode refletir na sua sustentabilidade.

Em fim, com este artigo tentou-se reforçar a luz do conhecimento à importância das
informações contidas nos registros de Propriedade Industrial para o processo de inteligência
competitiva e, conseqüentemente, na formulação de estratégias corporativas e regionais.
Num futuro próximo, espera-se que a realidade brasileira com relação a esse tema,
Informação Estratégica a partir da Base de Propriedade Industrial, seja mais favorável e
efetiva na concepção de uma indústria nacional forte e sustentável.

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