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1. Apetite
2. Retenção
3. Auto-ajuda e aculturação
• O apetite situa-se na base da auto-regulação e
é o anseio demonstrado por alimentos, sendo
variável através do tempo e de intensidade
diferente no decurso de um mesmo dia.
• Entre 8 a 12 semanas de vida, o apetite é
particularmente intenso, enquanto a retenção
alimentar é bastante precária, só se
organizando por volta dos 4 meses, quando a
capacidade de sucção se torna altamente
eficiente e a propensão para sugar é tão forte
que tende a interferir com a aceitação de
alimentos sólidos.
• Nesta época a energia para comer torna-se
moderada e a retenção melhora devido à
maturação neurológica.
• A curva do apetite se tornará
novamente irregular, por volta dos 5
aos 7 meses, quando a criança passa a
exigir uma refeição extraordinária,
em geral, às primeiras horas da
manhã.
• Entretanto neste período há uma
redução de suas exigências de
sucção, o que permite a aceitação de
alimentos sólidos em vez de
alimentarem-se somente ao seio ou à
mamadeira.
• Em torno de 9 e 10 meses a criança
apresenta uma intensificação do
apetite pela simples visualização do
alimento.
• Em geral, nesta idade, come tudo o
que lhe é dado.
• Mas este vigor do apetite assim como
a quantidade de alimento ingerido em
cada refeição decresce no período
entre 1 e 2 anos, notando-se a partir
dos 18 meses um apetite mais
seletivo.
• Aos dois anos a criança começa a dizer o
nome dos alimentos quando define as
preferências.
• Nesta época liga-se entusiasticamente a
determinados alimentos.
• É também quando algumas cores a deixam
curiosa, e gosta que os pratos sejam
arrumados de forma condizente uns com os
outros.
• Nesta fase, pode-se dizer que está havendo
uma expansão do complexo alimentar que vai
se diferenciando e ganhando características
ambientais, assim como, está acontecendo
com o desenvolvimento em seu todo.
• Este comportamento pode ser
considerado auto-afirmativo e se baseia
tanto na evolução do organismo como nos
processos de aculturação.
• Com isso, a criança vivencia, seleciona e
opta por padrões alimentares, fazendo a
transição dos líquidos para as comidas
pastosas e sólidas.
• É desta forma, que vai se aproximando
dos hábitos e adquirindo padrões
alimentares do adulto, e assim, formando
os hábitos e padrões alimentares que
• manterá na vida adulta.
• O ato de comer possui um lado
socializante, e grande parte da
sociabilidade humana é constituída em
torno das refeições.
• No decurso do desenvolvimento do
comportamento alimentar da criança,
nota-se uma auto-dependência
progressiva conjugada a uma
conformidade cultural, quando o uso de
objetos e a aprendizagem de maneiras
à mesa estão acopladas à maturação
neurológica.
• Assim, aos 5 meses a criança já faz a
transição para os alimentos pastosos,
iniciando o processo de autodesmame.
• Por volta dos 6 aos 8 meses é capaz de
segurar uma mamadeira com segurança,
além de levar comida à boca com os
dedos.
• Aos 10 meses, se for independente, pode
deixar a mamadeira de lado, passando a
fazer uso da xícara/copo, mas, em geral,
se apega à mamadeira até por volta dos
20 ou 24 meses e ao peito,
eventualmente até os 12 ou 15 meses.
• Um fato interessante é o aparecimento
dos primeiros sorrisos, a partir da
saciedade, a qual conduz a um aumento
dos períodos de vigília e firmando o
ciclo abaixo:
• O aspecto socializante do ato de comer, desde
a mais tenra idade se manifesta.
• Para Gesell (1978) “uma das tarefas do
desenvolvimento é a de dissociar o dormir e o
comer acoplados à maturação neurológica.”
(p.86)
• A maturação do sistema nervoso, no sentido de
melhor coordenação das conexões mãos-
cérebro, permitirá à criança que em torno dos
15 meses de idade consiga inibir o seu impulso
de se agarrar ao prato e à mesa, segurando a
colher e começando comer sozinha,
mesmo derramando parte da comida.
• Aos 2 anos já possuirá a maturação do
sistema nervoso que lhe permitirá comer
sozinha, de forma aceitável, sem
derramar, ou, espalhar a comida.
• Esta tarefa exige uma coordenação
completa e o seu domínio ainda é instável.
• A partir desta idade a maturação motora
vai proporcionando à criança elementos
para uma incorporação crescente das
regras de seu ambiente cultural, também
na área alimentar, aproximando-a do
comportamento adulto, gradativamente,
• É importante salientar que paralelamente
aos aspectos de auto-ajuda e
aculturação, os desejos mais profundos e
essenciais da criança pequena estão
relacionados ao alimento e ao sono e,
portanto, seus horários de comer e
dormir, bem como suas preferências
alimentares têm profundo significação
psicológica.