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HISTÓRIA DO PROCESSO
Desde quando se concluiu que não cabia aos particulares fazer a
própria justiça, devendo seus conflitos serem levados para julgamento da
autoridade pública, surgiu a necessidade da criação de normas jurídicas
processuais.
De início, tais normas eram relativas à aplicação das sanções
penais e à composição de litígios civis, estes dentro do campo da jurisdição
contenciosa. Posteriormente, surgiram funções conexas, como tutela de
interesses de desvalidos e incapazes (interdição, tutela, curatela, ausência) e a
fiscalização de determinados atos (extinção do usufruto e fideicomisso,
sucessão causa mortis etc), dentro do campo da jurisdição voluntária ou
graciosa.
No princípio, o Direito Processual estava vinculado aos preconceitos
religiosos e às superstições.
Passou a ganhar aspectos de cientificidade no mundo clássico greco-
romano.
O processo grego
No Processo Grego (pouco dele se sabe), observava-se a
oralidade e a iniciativa das partes na condução do processo (elas é que
produziam as provas), sendo o magistrado um mero espectador (sua
participação direta era excepcional). Admitia-se a prova documental (muito
válida em matéria mercantil) e testemunhal, esta com restrição às mulheres e
crianças, além do juramento que, inicialmente muito valorizado, foi perdendo
prestígio. O julgador fazia uma crítica lógica e racional das provas, que
apreciava livremente.
O processo romano
Para os romanos, que receberam influência dos gregos, o
processo tinha uma
importância especial, bastando dizer que, na época clássica, o Direito Romano
era constituído, mais
de um sistema de ações e meios processuais, do que de direitos subjetivos, já
que não há direito
sem ação que o assegure.
No princípio, o direito dos romanos não era tutelado pelas
autoridades públicas, havendo o regime da vingança privada, que até
ultrapassava a pessoa dos autores dos crimes, atingindo seus familiares, posto
que a Lei das XII Tábuas, na Tábua Sétima, já disciplinava a famosa “pena de
Talião”, a justiça do “olho por olho, dente por dente”, revigorando o costume
anterior (anos 449 aC a 390 aC).
Com o tempo, o Estado foi assumindo a incumbência de distribuir a
justiça, admitindo que essa tarefa era função derivada da soberania do Estado,
passando o processo a ser tido como “um instrumento de sentença e de paz
indispensável”.
Período Primitivo
Vai da antiguidade até o século XI d.C., quando havia apenas obras com
dados e ideias sobre a justiça e seu funcionamento.
Escola Judicialista
Nasceu em Bolonha, na Itália, com exposições especialmente dedicadas
ao estudo do Direito Processual (Direito Comum e sua recepção, com bases
romano-canônica, medieval italiana e ítalo-canônica.
Praxismo
Surge na Espanha, no início do século XVI, persistindo até o início do
século XIX. O Direito Processual foi considerado como um conjunto de
recomendações práticas sobre como proceder em Juízo, ou seja, como realizar
o processo sem ocupar-se de sua teoria.
Procedimentalismo
Surge na França, tanto em virtude da Revolução Francesa, como em
virtude do Código de Napoleão, que fez separação entre o Direito Processual
Civil e o Direito Processual Penal. Ao invés de procurar na prática, dos
praxistas, encontrou na lei a regulamentação do processo. Persiste até a
metade do século XIX.
Processualismo Científico
Surge, como dito, com Bulow, em 1.868. Busca conhecer o processo
mediante o estudo de sua natureza jurídica, entendendo-o como uma relação
jurídica de direitos e obrigações entre as partes e o juiz, diferente do
procedimento.
Discussão que ocupou os doutrinadores, foi a relativa à unidade ou
dualidade do Direito Processual.
Pensam os unitaristas (Carnelutti, Giovane Leone – corrente
dominante), que o Direito Processual é uma ciência com dois ramos distintos, o
Direito Processual Civil e o Direito Processual Penal, já que não há distinção
substancial entre ambos (até uma determinada altura, pertencem a um tronco
único), que têm a mesma finalidade (atuação do Poder Jurisdicional
condicionada ao exercício do direito de ação e com a participação do autor, réu
e juiz). Já os dualistas (Vicenso Manzini e Eugênio Florian – corrente
minoritária) entendem que o Direito Processual Civil é uma ciência e o Direito
Processual Penal é outra ciência (enquanto o objeto essencial do Processo
Penal é uma relação de Direito Público, o objeto essencial do Processo Civil é
quase sempre uma relação de Direito Privado, civil ou comercial – enquanto o
Processo Penal é necessário para a aplicação da lei penal, o Processo Civil
nem sempre é necessário para que as relações de Direito Privado se
materializem – há diferenças do poder dispositivo, restrito para as partes e
grande para o juiz no Processo Penal e grande para as partes e restrito para o
juiz no Processo Civil – enquanto no Processo Civil a qualidade das pessoas
não tem implicação, no Processo Penal julga-se o homem).
Sendo o Direito Processual uno, surgiu a necessidade de se elaborar
uma TEORIA GERAL DO PROCESSO, ou seja, uma teoria que se aplicasse,
tanto ao Processo Civil, como ao Processo Penal.
Segundo FERNANDO DA COSTA TOURINHO FILHO ensina, nada
obstaria que, no estudo da Teoria Geral do Processo, se aprendesse sobre
lide, pretensão, formas compositivas do litígio, ação, jurisdição, processo,
procedimentos, pressupostos processuais, sujeitos processuais, princípios
constitucionais do direito processual, organização judiciária, atos processuais,
seus vícios e teoria geral da prova.
Trata-se de fixar os pontos comuns dos dois ramos, sendo
desnecessário, até, que se unifiquem as legislações, como querem os
unitaristas, embora tal já tenha ocorrido, no Brasil, nos Códigos de Processo
dos Estados da Bahia e Santa Catarina e na Suécia, a partir do Código de
Processo de 1.942.
São pontos comuns, assim, ao DIREITO PROCESSUAL (sua
base, alicerce e estrutura), conforme entendimento de J. E. Carreira Alvim, os
conceitos de Jurisdição (dicção do direito – função do Estado, exercida por um
de seus Poderes, de atuar o direito objetivo em relação a uma concreta
pretensão), ação (direito autônomo e distinto do direito subjetivo material que
visa a tutelar – direito público do jurisdicionado contra o Estado, devedor da
prestação jurisdicional) e processo (instrumento de atuação do Estado no
exercício da jurisdição), que RAMIRO PODETTI chamou de Trilogia estrutural
da Ciência do Processo Civil, posto que um não tem como existir sem o outro
(o direito de ação põe em movimento a jurisdição que se realiza através do
processo). É por essa razão que CHIOVENDA observou: “assim, na ciência
do direito processual, resultam três grandes divisões que se completam
reciprocamente: a teoria da ação e das condições de tutela jurídica, a teoria
dos pressupostos processuais (propriamente, da jurisdição) e a teoria do
procedimento”.
Do juiz natural.
•
Do contraditório.
•
Do procedimento regular.
Assim, conforme explica VICENTE GRECO FILHO, o due process of law significa
o processo adequado, ou seja, aquele que assegure:
a) igualdade das partes,
b) contraditório e
a
comunidade ou de grupos ou classes de pessoas indeterminadas (Ação
Popular, Ações Civis Públicas).
3)Mecanismos para tutela da própria ordem
jurídica em caráter genérico e abstrato, ou
seja, ações e instrumentos processuais de
controle de constitucionalidade das normas
Penal ou Civil.
Especial ou Comum.
Superior ou Inferior.