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A Pena de morte, um flagelo do século

Todos conhecemos o papel da


Amnistia Internacional na defesa de
condenados à morte (e/ou prisão), na qual
está em causa o Direito de Opinião. Neste
caso, vivendo nós num país livre e
democrático, essa defesa é absolutamente
inquestionável. Mas se o problema afecta
outro tipo de crimes? Aí também seremos
imediatamente levados a responder que
nada justifica o tirar a vida a quem quer que seja, por muito grave e horrendo que seja
o crime de que é acusado. Não podemos esquecer que Portugal foi pioneiro na
abolição da pena de morte no mundo. Não podemos esquecer ainda que nos países
onde ela está institucionalizada, os crimes graves não diminuem. A exemplo disto,
temos os Estados Unidos da América, onde a pena de morte é prática legal para crimes
civis e de guerra em 36 dos 50 estados do país. E, de facto, os crimes graves não
diminuem. Tal como acontece ainda no Japão e Coreia do Sul, sendo este dois,
juntamente com os já referidos Estados Unidos da América, as únicas três democracias
desenvolvidas no mundo, onde a pena de morte é praticada.

O que levará países como estes a adoptar ainda hoje, em pleno século XXI, esta
medida de penalização criminal e civil? Será que estes países ainda não perceberam
que a penalização de crimes graves e hediondos não se resolve com práticas penais
ainda mais desumanas e horríveis tais como a injecção letal ou a cadeira eléctrica?

A humanidade tem, ainda hoje, um longo caminho a percorrer neste domínio, e


a alteração deste paradigma passará, em grande medida, por acções de sensibilização
dos estados para este fenómeno, não só naquilo que é respeitante aos direitos
humanos como também nos custos económicos e sociais que esta prática implica.

E que dizer quando a vítima nos é próxima? Ou quando a vítima é frágil e


indefesa, como é o caso de crimes cometidos contra crianças, contra seniores ou
outros de cariz idêntico?

Creio que, nestes casos, somos levados a julgar sob o lema “olho por olho,
dente por dente. Contudo, condenar à morte aliviará aqueles que sofrem de perto este
tipo de crimes? Por um lado, sim, por outro, acho que à dor primeira se juntará de
certo modo uma outra, a de ficarmos para sempre com o estigma dessa outra morte.

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