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RODOVIAS&VIAS 1

2 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 3
editorial Ano 12 - Edição 50 - Fevereiro/2011
Distribuição dirigida e a assinantes
Uma publicação da Rodovias Editora e Publicações Ltda.
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é comprovada pela BDO Auditores Independentes.

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comercial (DEC)

País rico é país com Paulo Roberto Luz


paulo@rodoviasevias.com.br
João Augusto Marassi
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infraestrutura
João Claudio Rupp Rodrigo Nardon
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conselho editorial
Dagoberto Rupp João Claudio Rupp
dagoberto@rodoviasevias.com.br joaoclaudio@rodoviasevias.com.br
João Rodrigo Bilhan João Augusto Marassi
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No início do mês, o governo federal lançou a nova lo- Carlos Marassi Fábio Eduardo C. de Abreu
gomarca com o slogan: “País rico é país sem pobreza”. marassi@rodoviasevias.com.br
Paulo Roberto Luz
fabio@rodoviasevias.com.br
Edemar Gregorio
O compromisso assumido pela Presidente Dilma, após paulo@rodoviasevias.com.br edemar@rodoviasevias.com.br

ser declarada vencedora nas eleições de 2010, foi o de auditoria e controller


Marilene Velasco
dar prioridade à erradicação da miséria e à redução da mara@rodoviasevias.com.br

pobreza extrema. JORNALISTA RESPONSÁVEL - Davi Etelvino (SC 02288 JP)


davi@rodoviasevias.com.br
Mesmo tendo índices assustadores de violência, em revisão - Karina Dias Occaso
consequência da criminalidade e baixa renda da popu- karina@rodoviasevias.com.br

lação, ainda assim fomos considerados o povo mais le-


Projeto gráfico e ilustrações

gal do mundo, segundo a rede americana CNN. Nosso studio@verttice3d.com


país também tem os roteiros mais variados e desejados Central de Jornalismo
do mundo. Temos sol e neve, praia e campo, litoral e ser- Carlos Marassi
marassi@rodoviasevias.com.br
Leonilson Carvalho Gomes
leonilson@rodoviasevias.com.br
ra, churrasco e moqueca. Viajar pelo Brasil é um sonho Fernando Beker Ronque
fernando@rodoviasevias.com.br
Estanis Neto
estanis@rodoviasevias.com.br
que estrangeiros e brasileiros levam todas as noites para Davi Etelvino Marcelo Ferrari
davi@rodoviasevias.com.br
o travesseiro. O potencial turístico verde e amarelo é coi-
ferrari@rodoviasevias.com.br
Leandro Dvorak Oberti Pimentel
sa que não se discute. leandro@rodoviasevias.com.br
Paulo Negreiros
oberti@rodoviasevias.com.br
Uirá Lopes Fernandes
O que Rodovias&Vias coloca em pauta nesta edição negreiros@rodoviasevias.com.br uira@rodoviasevias.com.br

é o suporte necessário para receber os milhões de visi- Leonardo Pepi Santos


leo@rodoviasevias.com.br
Dagoberto Rupp Filho
dagoberto.filho@rodoviasevias.com.br
tantes todos os anos, que trazem consigo dólares, euros, atendimento e assinaturas

reais e tantas outras moedas para deixar o Brasil menos Mari Iaciuk
mari@rodoviasevias.com.br
Raquel Coutinho Kaseker
raquel@rodoviasevias.com.br
pobre. Colaboradores
Webdesign

Para que os donos desse dinheiro voltem e gastem Caroline Dobignies


Fernando Beker Ronque
fernando@rodoviasevias.com.br
ainda mais, e além disso recomendem o Brasil a outros, Carlos Guimarães Filho logística
Juliano Grosco
eles precisam chegar e sair com facilidade. Os meios de juliano@rodoviasevias.com.br

locomoção não podem ser um entrave nas suas viagens, Juvino Grosco
jgrosco@rodoviasevias.com.br
Ricardo Adriano da Silva
ricardo@rodoviasevias.com.br
e sim um acessório que torne o passeio mais interessan- Marcelo C. de Almeida
marcelo@rodoviasevias.com.br
Tiago Casagrande Ramos
tiago@rodoviasevias.com.br
te, porém isso está longe de ser uma realidade. Alexsandro Hekavei Aélcio Luiz de Oliveira Filho
O turismo pode ser a indústria sem chaminé, que alex@rodoviasevias.com.br
Bem-Estar
aelcio.filho@rodoviasevias.com.br

colocará o Brasil entre as cinco principais economias do Clau Chastalo


clau@rodoviasevias.com.br
Maria Telma da C. Lima
telma@rodoviasevias.com.br
mundo. Mas ela precisa de infraestrutura. De melhores Ana Cristina Karpovicz Paulo Fausto Rupp
portos, de rodovias seguras e aeroportos que deem con-
cris@rodoviasevias.com.br paulofausto@rodoviasevias.com.br
Maria C. K. de Oliveira Janete Ramos da Silva
ta do fluxo de passageiros. A funcionalidade da nossa lo- maria@rodoviasevias.com.br janete@rodoviasevias.com.br

gística de transporte fará do Brasil um país rico, um país


sem pobreza.

FSC
Central de Jornalismo
Artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Revista, sendo de total responsabilidade do autor.
ÍNDICE nesta edição:

EM TEMPO 14

Política 16

Senado 20

rodovias 22

olimpíadas 25
Londres 2012

pontes Móveis 42

Aeroportos 44
Capa
28 Infraestrutura para o turismo
infopágina 48
Avenida Paulista

Tecnologia 50
Detonação

Ferrovias 54

Hidrovias 62
64

9 57 Mercado 66
Intermodal

vias concretas 68

cidades 70
São José do Rio Preto
exclusiva
renato casagrande são Paulo
imagem do mês 72
86

energia 74

moblidade urbana 76

na medida 78

artigos 81

6 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 7
8 RODOVIAS&VIAS
exclusiva

Fotos: Rodovias&Vias/Oberti Pimentel


RENATO
CASAGRANDE
Governador dO eSPÍRITO SANTO

GESTÃO DE RESULTADOS

V encedor inconteste, crítico feroz da ineficiência do Estado, austero e pontual. São


muitas as facetas do homem que iniciou sua trajetória política ainda na juventude,
movido pela insatisfação – a veia combativa que permeou o histórico de Renato
Casagrande (PSB) até seus primeiros passos no adro do belíssimo Palácio Anchieta,
onde recebeu a equipe da Rodovias&Vias. A figura de mandatário do Espírito Santo
permanece vibrante quando o assunto é investimento público. Mais que defender uma
causa, uma situação ou um princípio, o pragmatismo é a cor predominante de quem se
autodetermina e não faz concessões a escusas ou maneirismos dúbios.

RODOVIAS&VIAS 9
exclusiva

Rodovias&Vias – A forte adesão popu- a agenda do Espírito Santo. Tivemos um


lar à sua candidatura, que permitiu a sua apoio importante do governo Lula em di-
eleição já no primeiro turno, gera uma ex- versas áreas, como educação, ampliação da
pectativa muito positiva a respeito do seu rede de ensino tecnológico, universidades,
governo. Como o senhor avalia esta con- na de infraestrutura energética, especial-
quista, que não deixa de ser uma grande mente na distribuição de energia. Tivemos
responsabilidade? investimentos no programa Luz para Todos,
A confiança da população foi muito na área de petróleo e gás, porém ainda te-
grande. Isto, de fato, não aumenta a respon- mos necessidades urgentes aqui no estado,
sabilidade. Não há diferença entre vencer no tocante à infraestrutura. Rodovias, por-
por um voto ou pela margem que eu ga- tos, aeroportos, perspectivas para integra-
nhei. Realmente a expectativa aumenta, e ção à malha ferroviária nacional, tudo isto
nossa preocupação passa a ser correspon- fomenta nossas expectativas ante o gover-
der a ela conduzindo bem o governo. Exa- no federal. Até pela relação que temos com
tamente por isso, estamos implantando um a Presidente Dilma, e pelo trabalho conjun-
modelo de gestão apoiado em resultados. to que nós iremos fazer, é que queremos
Vamos acompanhar cada projeto e a evolu- aproveitar estes quatro anos para resolver
ção obtida, mês a mês. Teremos um acom- estes gargalos que temos para o nosso de-
panhamento criterioso dos principais pro- senvolvimento. A minha expectativa é esta,
jetos. Parte desta expectativa popular está e tenho certeza, pela capacidade de gestão
associada também à confiança de manter- que a Presidente Dilma tem, que a consoli-
mos o estado organizado, equilibrado finan- dação desta parceria será muito proveitosa
ceiramente, avançando em relação à profis- não apenas para o Espírito Santo, mas para
sionalização da gestão e dando sequência o Brasil.
às obras e projetos que o governo passado
estava implementando, porque é impor- O senhor comentou a respeito dos gar-
tante fazermos uma boa transição, respon- galos do estado. Em nossa visita, pudemos
sável, dando condições a um bom começo verificar que um deles é a BR-262. Sabemos
para quem está assumindo. É também mui- que há um projeto de duplicação em anda-
to importante – e esta eu coloco como res- mento. Haverá uma parceria para estender
ponsabilidade pessoal – não causar rupturas esta duplicação a outros trechos?
no que está sendo realizado com o dinheiro Nós já conseguimos, quando eu ainda
público para melhorar a qualidade de vida era Senador, junto à bancada federal, incluir
das pessoas. Então, é com esta premissa o km 71, de Vítor Hugo até a divisa com Mi-
que estamos começando o nosso governo, nas Gerais, no PAC 2. No PAC 1, está incluí-
atentos ao que a população deseja e atentos do o trecho de Viana, km 15,5, até o referido
aos resultados que temos de atingir, pois, se km 71. A primeira fase já está pronta para
muitas coisas foram feitas, há muito ainda a ser licitada, o que está travando o processo
se fazer pelo Espírito Santo. é a burocracia do DNIT, mas já está pronta
para ir a licitação. Não se trata exatamente
Neste contexto, o apoio à Presidente de uma duplicação, mas de uma adequação
eleita terá reflexos imediatos no estado? de capacidade, com duplicação de alguns
Estive com ela durante a posse, voltei trechos, melhorias nos acessos às cidades,
ainda mais duas vezes a Brasília para conver- terceiras faixas, passagens de nível. Então
sar com Ministros e pessoas que precisam temos boas expectativas relativas à solução
compreender qual a nossa agenda, mostrar da BR-262.

10 RODOVIAS&VIAS
exclusiva

“O aeroporto (de vitória) é um símbolo


da ineficácia da administração pública. Da
ineficácia e do travamento ao qual está
sujeito.”

arcar mais com nenhum tipo de espera ou


E a BR-101? indefinições em relação a este assunto.
Ela pode ser comparada a uma roleta-
-russa. O fluxo é muito grande, o estado está Qual sua expectativa em relação às
crescendo muito, e ela não comporta o nos- obras para o aeroporto de Vitória?
so desenvolvimento. Ambas, a 262 e a 101, O aeroporto é um símbolo da ineficácia
não têm comportado o desenvolvimento da administração pública. Da ineficácia e do
do Espírito Santo e do Brasil. Por isso, já esta- travamento ao qual está sujeito. Problemas
mos licitando a concessão da BR-101. Estive com o TCU fizeram com que a obra inicia-
com o Presidente da Agência Nacional de da em 2005 fosse paralisada em 2008. Ou
Transportes Terrestres, Bernardo Figueiredo, seja, há mais de três anos, temos estagnada
já na minha segunda semana como Gover- a melhoria de um aeroporto originalmente
nador. Tratei com ele, encaminhei o projeto concebido para receber 570 mil passagei-
para o Tribunal de Contas da União (TCU) e ros e que em 2010 movimentou 2,7 milhões
acredito que em abril deste ano o edital es- de passageiros. É o pior aeroporto do Brasil.
tará sendo publicado. Temos que resolver esta situação, já fiz um
apelo à Presidente Dilma para nos ajudar.
Trata-se de uma PPP [Parceria Público- Estive com o Ministro Nelson Jobim, na Dire-
-Privada] ou de uma concessão do governo? toria da Infraero, com o Ministro Palocci, co-
É uma concessão pura e simples. Até loquei a situação ao Vice-Presidente Michel
porque os outros modelos e formatos não Temer. O estado está crescendo, mas carece
estão ainda bem definidos. Não podemos do investimento do governo federal nesta

RODOVIAS&VIAS 11
exclusiva

“Se simbolicamente o nosso


maior problema é o aeroporto,
concretamente o nosso maior
problema são os portos.”

área de infraestrutura, pois são obras de sua Se simbolicamente o nosso maior pro-
jurisdição. No que depender do Espírito San- blema é o aeroporto, concretamente o nos-
to, faremos questão em colaborar, mas nes- so maior problema são os portos. Profundi-
te momento precisamos muito da ação do dade de canal pequena, naturalmente um
governo federal. calado pequeno. Um projeto de dragagem
que se arrasta por muito tempo, apesar de
Até porque vemos empresas aéreas uti- a licitação ter sido feita no ano passado. O
lizarem o Espírito Santo como escala para TCU detectou problemas e o então Ministro
outros pontos do país. Pedro Brito, acertadamente, achou por bem
Realmente, vemos Vitória se transforman- suspender, anular a licitação para adequar o
do em escala para outras regiões, como o projeto e iniciar novamente este processo.
Nordeste. É de crucial importância a integra- Estamos na expectativa de que em alguns
ção do Espírito Santo com o Nordeste brasi- meses este assunto tenha resolução, nesta
leiro. Além da própria aviação regional, a Azul que é uma questão fundamental para dar
tem voos para o Nordeste, a Trip, bem como uma sobrevida aos nossos portos públicos,
TAM e Gol. A demanda é muito grande e não uma vez que os portos privados de minério,
temos mais condições de suportá-la. celulose e grãos são excelentes. As cargas
gerais e de contêineres nos portos públicos
Com relação aos portos, temos acom- de Vitória e Vila Velha precisam ter mais in-
panhado a exportação das commodities e fraestrutura disponível. Dragagem, conten-
os reflexos da falta da intermodalidade nos ção e ampliação do cais. Há também um
custos de transporte. Os sete portos de que projeto futuro, que é o porto de águas pro-
o estado dispõe, uma vez integrados às de- fundas, cujo projeto nós agora estamos con-
mais melhorias que se projeta promover, tratando. O Ministério dos Portos, por meio
terão condições de suprir o provável au- da Codesa (Companhia de Docas do Espíri-
mento de fluxo?

12 RODOVIAS&VIAS
exclusiva

“Nós temos que produzir. Apresentar


resultados. Quatro anos passam muito
rápido.”

to Santo), vai contratar este projeto. Temos tendida a todos os gestores, uma cobrança
ciência de estar deixando de render mais da população. Afinal, o dinheiro público pre-
nas atividades econômicas por conta destas cisa ser aplicado para dar qualidade de vida,
limitações. Repito: o aeroporto é o símbolo, segurança às pessoas.
mas o porto é o gargalo mais estreito e pre-
mente que temos de resolver. E a questão dos royalties?
Temos a expectativa de que o Congresso
Com relação ao projeto “Espírito Santo Nacional aprove o projeto que o ex-Presi-
sem lixão”, que já figurou em nossas pági- dente Lula encaminhou no final de 2010, fru-
nas, está tendo continuidade? to do acordo feito com RJ e ES, que preserva
Daremos sequência. É uma prestação as áreas licitadas, não altera os contratos fei-
de serviço de forma regionalizada, que am- tos e que também preserva a Constituição. E
pliaremos para outros setores. Temos 12 ao mesmo tempo aponta para uma divisão
microrregiões, que precisam ter sustenta- mais equitativa para os recursos do pré-sal.
bilidade. Quem quiser viver nelas, terá que Queremos preservar a Constituição, que pre-
ter acesso aos diversos aparatos, benefícios vê um tratamento diferenciado para os esta-
e benfeitorias que o estado proporciona. dos e municípios produtores, além de pre-
servar o equilíbrio federativo. Uma derrota
Este seria um exemplo do que o senhor do Espírito Santo, do Rio de Janeiro, é negati-
sinalizou no início da conversa, de fazer va para a federação brasileira. Não queremos
uma gestão efetiva, de resultados? derrotar nenhum estado, porém vemos pos-
Veja, nós temos que produzir. Apresen- sível uma distribuição mais igualitária destes
tar resultados. Quatro anos passam muito recursos, vislumbrando o atendimento a to-
rápido. Logo, buscar resultados é uma de- dos os estados e municípios do Brasil.
terminação, tem que ser uma cobrança es-

RODOVIAS&VIAS 13
em tempo

Pesagem em movimento
Florianópolis receberá, entre os dias 3
e 7 de abril, o 1.º Seminário Internacional
de Pesagem em Movimento. O encontro é
promovido pela Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC), Associação Catarinense
de Engenheiros (ACE) e International Society
for Weigh in Motion (ISWIM) e será realizado
na sede da ACE.

Paraná e Mato Grosso do Sul unidos por ferrovia


O Governador do Paraná, Beto Richa,

Foto: Divulgação
e o Governador do Mato Grosso do Sul,
André Puccinelli, reuniram-se em Curitiba
no início do mês para unir esforços em torno
de um projeto de integração ferroviária
entre os dois estados através da Ferroeste.
O objetivo é viabilizar a construção de um
ramal ferroviário interligando a Ferrovia do
Pantanal, na região de Maracaju e Dourados,
no Mato Grosso do Sul, até Cascavel, no
Paraná, passando por Mundo Novo/MS e
Guaíra/PR. O traçado da ferrovia foi incluído
no PAC 1 (Programa de Aceleração do
Crescimento), do governo federal, em 2008,
mas o projeto não progrediu. A intenção é
incluir a obra – que tem custo estimado de
R$ 1,6 bilhão – no PAC 2.

Wagner recebe Rodovias&Vias


Foto:Rodovias&Vias/ Leandro Dvorak

Durante as cerimônias de posse dos


novos eleitos em Brasília, uma equipe de
Rodovias&Vias esbarrou com o Governador
reeleito da Bahia, nosso entrevistado de
dezembro, Jaques Wagner. Com a câmera
sempre à mão, nosso fotógrafo Leandro
Dvorak não perdeu o momento nem o clique.

14 RODOVIAS&VIAS
em TEMPO

Rodovias&Vias em Santa catarina

Foto: Neiva Daltrozo


O entrevistado da edição de janeiro
de Rodovias&Vias, Raimundo Colombo,
recebeu a revista em seu gabinete. O tema
de capa, “Infraestrutura urbana”, interessa
ao Governador catarinense pois as maiores
cidades do estado representam grandes
desafios de gestão. Um exemplo é a capital,
Florianópolis, que tem os únicos acessos de
entrada e saída da ilha – as pontes Pedro Ivo
e Colombo Salles – abarrotados por veículos a
cada começo e fim de dia.

ABECE e ABPE
promovem congresso Fórum quer
de pontes e estruturas reunir governadores
A Associação Brasileira de Engenharia e Um fórum pretende reunir todos os
Consultoria Estrutural (Abece) e a Associação governadores (eleitos e reeleitos) em uma
Brasileira de Pontes e Estruturas (ABPE) grande discussão nos dias 15, 16 e 17 de
promovem, nos dias 4 e 5 de abril, o IV março na capital paulista. O Biosforum 2011
Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas, – Brasil: Investimentos e Oportunidades
como parte da programação de conferências Sustentáveis quer debater o crescimento
da Brazil Road Expo 2011. Sob o tema acelerado e contínuo do Brasil, de forma
“Estruturas emblemáticas: projetos que plena e sustentável, assegurando benefícios
desafiam o futuro”, o evento quer divulgar nos cenários político, social e econômico.
grandes obras atualmente em execução, bem
como trabalhos recentes e relevantes nas áreas
de pesquisa e aplicação.

engenheiro do futuro
Vem de Belo Horizonte a ilustração deste
moderno aeroporto. A obra é de autoria do
nosso pequeno leitor Marcus Welley, que é
desenhista de meios de transporte e, sem
dúvida, um grande engenheiro em potencial.

RODOVIAS&VIAS 15
política

Governar é
repartir o poder
Após eleições para a Presidência da Câmara e do
Senado, o Congresso Nacional começa a pintar o cenário
político dos próximos anos.

16 RODOVIAS&VIAS
GOVERNAR É REPARTIR O PODER

N a República das boas inten-

Foto: Rodovias & Vias/Paulo Negreiros


ções, prevalece o nem sem-
pre inocente pragmatismo. Eleições
lavam a alma e tomam o espírito de
uma sensação de civilidade, que nos
faz crer que estamos evoluindo en-
quanto sociedade democrática.
Mas governar é preciso, e, para
tal, um governo que chegou ao po-
der após um amplo entendimento
partidário precisa sentar-se à mesa
das negociações em busca da go-
vernabilidade.
A imprensa política nacional de-
nuncia crises de ética e fisiologismo
com uma dose de sensacionalismo
e hipocrisia. Quando do processo
eleitoral, eram evidentes as forças
que se aglutinariam em torno da
bem-sucedida candidatura.
Ora, se partidos colocam suas
máquinas e o sempre relevante
tempo de TV à disposição de um
projeto de vitória e a alcançam,
nada mais razoável que dividam
as diretrizes e ações do governo
que ajudaram a eleger. E isto passa,
sim, por indicar membros de seus
quadros e comandar pastas e orça-
mentos públicos. Se este ou aquele
membro, deste ou daquele partido,
envolver-se em desmandos com as
arcas da viúva, são inúmeros os ór-
gãos e instâncias de controle para
averiguar e punir.
A imagem da classe política vive
desgastes sucessivos há décadas,
patrocinados, em parte, pela ação de
alguns de seus membros enrolados
com escândalos de diversas propor-
ções. Mas também há uma mídia ex-
tremamente poderosa, dando publi-
cidade e às vezes “telenovelizando”
crises de ética – que existem (e de-
vem ser punidas) em qualquer lugar
do mundo. O problema é que acaba
passando para o brasileiro médio a
sensação de que isso só acontece no
Brasil. A eleição para o comando do
Legislativo, por exemplo, foi retrata-
da pelos grandes veículos de comu-
nicação como um retrocesso e quase
um escândalo.

RODOVIAS&VIAS 17
política

Os eleitos de fevereiro a imensa maioria dos congressistas, li-


vremente escolhidos por nós eleitores,
Será que a recondução do Presiden- não os quisessem. Isto é natural do Par-
te Sarney ao comando do Senado não lamento. Usaram apenas critérios de
poderia ser discutida ainda enquanto proporcionalidade e outros dispositivos
rolavam os dados da disputa eleitoral? que ao longo das décadas viraram re-
Não sabiam os grandes do jornalismo gras na condução das casas legislativas,
político que era para essa direção que em Brasília e pelo Brasil afora. Mas tais
os parlamentares eleitos se dirigiriam? movimentos aparecem nas manchetes,
Alguém minimamente instruído em em letras garrafais, como um escândalo
política poderia dizer-se surpreso com a e não como algo natural na democracia
eleição do Deputado Marco Maia, do PT de qualquer nação.
gaúcho, para a Presidência da Câmara? O novo Presidente da Câmara dos
“Nós vamos prosseguir na moder- Deputados diz que vai “trabalhar para
nização da casa. Vamos prosseguir na fazer das marcas que nos distinguem
preservação dos valores éticos e morais elementos agregadores das ideias ca-
que nós devemos seguir na vida públi- pazes de produzir mecanismos que
ca. Vamos prosseguir na votação das re- reduzam as desigualdades sociais, pro-
formas. A mais importante de todas é a movam o desenvolvimento econômico
reforma política que o país espera e que e a preservação dos importantes recur-
vai melhorar, sem dúvida, o desempe- sos naturais que tanto nos orgulham.
nho da classe política no Brasil”, disse o Em suma, que o nosso trabalho sirva
sacrificado Sarney durante seu discurso para promover a cidadania”.
de posse no Senado. Se este ou aquele cidadão vai jogar
Sarney e Maia apenas aglutinaram sua reputação e seu nome nos lama-
naturalmente em torno de si os mais çais da corrupção, o tempo vai provar,
diversos (e por que não dizer legítimos) e a justiça deverá punir tais desmandos.
interesses políticos. Não chegariam se Para isto, os mecanismo de controle aí

Foto: Divulgação
“Nós vamos prosseguir na moder-
nização da Casa. Vamos prosseguir
na preservação dos valores éticos e
morais que nós devemos seguir na vida
pública. Vamos prosseguir na votação
das reformas. A mais importante de
todas é a reforma política que o país es-
pera e que vai melhorar, sem dúvida,
o desempenho da classe política no
Brasil.”
José Sarney (PMDB-AP)
Presidente do Senado

18 RODOVIAS&VIAS
GOVERNAR É REPARTIR O PODER

“trabalhar para fazer das marcas que nos


distinguem elementos agregadores das ideias ca-
pazes de produzir mecanismos que reduzam as desi-
gualdades sociais, promovam o desenvolvimen-
to econômico e a preservação dos importantes
recursos naturais que tanto nos orgulham.”
Foto: Rodovias&Vias/Paulo Negreiros

Marco Maia (PT-RS)


Presidente da Câmara dos Deputados

estão e são muitos. Aí está a imprensa, se queremos diminuir os defeitos de


sempre atenta, como deve ser, em um nossos gestores, teremos que estimular
país de letras e pensamentos livres. as qualidades destes, quando as encon-
Só não se pode imaginar que um trarmos. A festa da democracia, como
governo, de qualquer esfera de poder, toda festa, tem custos. Cabe à socieda-
poderá avançar em seu projeto de país de assegurar-se de que vale a pena. As
sem a companhia dos que chegaram ao reformas que precisamos fazer, como
poder com ele. O tempo de aperto or- a política, por exemplo, foram parca-
çamentário que viveremos exigirá me- mente discutidas no processo eleito-
lhoria na qualidade dos gastos públicos. ral. Ainda que reformas estruturantes
Devemos cobrar melhor desempenho só aconteçam sob o signo da vontade
dos governos e da oposição, e de todos do poder Legislativo em sintonia com
que receberam dos eleitores suas res- o Executivo, mistificar eleições no Par-
pectivas missões. Mas também deve- lamento é subestimar a capacidade de
mos apontar toda e qualquer iniciativa naturalmente evoluir da jovem e gigan-
acertada, seja do governo A ou B, pois, te democracia brasileira.
Foto: Rodovias&Vias/Paulo Negreiros

RODOVIAS&VIAS 19
Senado

homenagem a
Eliseu Resende
Senado Federal se reúne para homenagear ícone do rodoviarismo
nacional. Senador completaria 82 anos no dia 7 de fevereiro.
Foto: Rodovias&Vias/Paulo Negreiros

E m sessão solene no Senado Fede-


ral, diversos parlamentares lembra-
ram a vida de Eliseu Resende, homem pú-
Secretário de Transportes e Obras Pú-
blicas de Minas Gerais. “Assumi pen-
sando que teria o melhor Ph.D para
blico de Minas Gerais que teve – e sempre me orientar na pasta de Transportes
terá – grande destaque na infraestrutura e Obras”, lamenta. “Sob o aspecto hu-
nacional. Rodovias&Vias conversou com mano, técnico e político, ele foi um ho-
algumas personalidades que tiveram mem diferenciado. Devo muito ao Eli-
contato próximo e conviveram com o de- seu. Era uma pessoa desprovida de vai-
senvolvimentista. dade, muito humilde e misericordioso,
Para o ex-Governador e atual Senador caridoso e de uma inteligência brilhan-
por Minas Gerais Aécio Neves (PSDB-MG), te. Teve uma vida de construção, com
Eliseu Resende marcou uma das páginas fortes amizades na sua vida pessoal, e
mais brilhantes da história política de Mi- de grandes obras, tecnicamente falan-
nas e do Brasil. “Poucos homens no cam- do. Foi alguém à frente de seu tempo,
po da infraestrutura prestaram tantos ser- uma mente privilegiada. Ele enxergava
viços ao país. Na política, deu exemplos o que os outros não viam.”
de simplicidade, dignidade e de compro- O Diretor-Geral do DER de Minas,
metimento. Lamento muito que não po- José Élcio Santos Monteze, também
deremos sentar juntos no Senado.” considera Eliseu Resende uma referên-
Outro que sentirá a ausência de cia. “Foi exemplo de homem público e
Resende é o Deputado Federal Carlos de pessoa. Considero um mestre para
Melles (DEM-MG), recém-empossado mim. Aprendi em todas as conversas

20 RODOVIAS&VIAS
eLISEU RESENDE

“Poucos homens no campo da infraestru-


Fotos: Rodovias&Vias/Leandro Dvorak

tura prestaram tantos serviços ao país. Na


política, deu exemplos de simplicidade, digni-
dade e de comprometimento.”
Aécio Neves
Senador (PSDB-MG)

“Devo muito ao Eliseu. Era uma pessoa


desprovida de vaidade, muito humilde e mise-
ricordioso, caridoso e de uma inteligência
brilhante.”
Carlos Melles
Deputado Federal (DEM-MG)

“Foi exemplo de homem público e de pessoa. Considero


um mestre para mim. Aprendi em todas as conversas que
tive com ele.”
José Élcio Santos Monteze
Diretor-Geral do DER de Minas

que tive com ele. Todos os pensamen- em rodovias como em outras áreas”, afir-
tos dele me ensinaram muito.” mou. Além de parlamentares, participa-
O autor do pedido de homenagem, ram da sessão representantes do gover-
o Deputado Federal Eduardo Azeredo no de Minas Gerais, deputados estaduais
(PSDB-MG), considera que Resende teve e a senhora Dinah Nogueira de Resende
papel fundamental na estruturação do (viúva do Senador), acompanhada de fi-
Brasil moderno. “Depois de Juscelino, foi lhos e netos.
o homem que deu seguimento a uma
política de ligação por todo o país, tanto

RODOVIAS&VIAS 21
A Parceria QUE DÁ RESULTADOS
A concessionária Nascentes das Gerais, responsável pelo Sistema MG-
050, uma das mais importantes rodovias mineiras, apresenta o balanço dos
primeiros quatro anos.
Fotos: Divulgação

Trecho da MG-050 entre Juatuba e Mateus Leme.

E m junho de 2007, o Brasil viu nas-


cer no centro-oeste e no sudoes-
te de Minas Gerais um novo modelo de
Sebastião do Paraíso, na divisa com
São Paulo.
Para entender as razões do sucesso
concessão de rodovias: a Parceria Pú- da pioneira PPP executada em Minas
blico-Privada (PPP). Hoje, próximo de Gerais, a Rodovias&Vias conversou com
completar quatro anos de operação, a o Diretor-Presidente da Nascentes das
concessionária Nascentes das Gerais Gerais, Emerson Bittar, e seu Diretor-Exe-
mostra que a união entre o governo de cutivo, Joselito de Castro. Na entrevista,
Minas Gerais e a iniciativa privada apre- eles esclarecem aspectos importantes,
senta resultados positivos. Nesse perí- por exemplo, como é feita a avaliação
odo, foram investidos R$ 241 milhões da performance da empresa pelo estado
em obras e na operação do Sistema e o trabalho da diretoria em 2010 para
MG-050/BR-265/BR-491, cuja extensão consolidar a concessionária como mo-
é de 371,4 km e liga Juatuba, na Região delo de gestão de rodovia em Minas. A
Metropolitana de Belo Horizonte, a São seguir, confira a entrevista.

22 RODOVIAS&VIAS
Obras Públicas de Minas Gerais (Setop-
-MG), uma reformulação no cronogra-
ma da concessão. Obras de ampliação
foram antecipadas visando uma distri-
buição de investimentos mais uniforme
ao longo do sistema, aumentando a flui-
dez do tráfego e a segurança da rodovia.
Desde março, a rodovia virou um verda-
deiro canteiro de obras. Em 2010, graças
a essa ação estratégica, a PPP mineira fi-
cou definitivamente consolidada.
Como o governo de Minas reagiu à
proposta de antecipação das obras?
O sistema PPP demonstra que o es-
tado tem uma visão de longo prazo e
enxerga a necessidade dos usuários. O
governo de Minas, de maneira eficiente,
não mediu esforços para agilizar a ade-
quação do cronograma proposto.
O modelo PPP pressupõe uma con-
Emerson Bittar, Diretor-Presidente da Nascentes das Gerais. trapartida paga pelo estado. Como a
Nascentes das Gerais é avaliada?
Rodovias&Vias: Como o senhor ana- A Nascentes das Gerais é avaliada
lisa esses quatro anos da PPP do Sistema permanentemente pelo governo de
MG-050, um modelo inédito até então? Minas Gerais por meio do Quadro de In-
Emerson Bittar: A primeira Parceria dicadores de Desempenho (QID). Nesse
Público-Privada do setor de infraestru- sentido, os resultados operacionais, am-
tura rodoviária brasileiro completará, em bientais, sociais e financeiros determi-
junho de 2011, quatro anos de operação nam o desempenho da concessionária
com um saldo amplamente positivo. mensalmente. A média de nossa nota
Somente no ano de 2010, a concessio- QID nesses primeiros anos é 9,4, ou seja,
nária Nascentes das Gerais investiu mais supera a meta estabelecida no nosso
de R$ 89 milhões em obras de melhoria Plano de Negócios. Lembramos que o
no Sistema MG-050/BR-265/BR-491, na desempenho acima de 9 é considerado
prestação de serviços aos usuários e na pela Secretaria de Transportes como ex-
operação da principal via de ligação do cepcional. À medida que os investimen-
centro-oeste e sudoeste de Minas Gerais. tos forem se realizando, essa média ten-
Desde que entrou em vigor, em junho de de a aumentar ainda mais.
2007, a PPP contabiliza R$ 241 milhões Já houve atraso no pagamento da
em aportes na estrada. contrapartida pelo governo?
O contrato de PPP foi assinado É preciso destacar o modelo admi-
pouco antes de eclodir a crise econô- nistrativo implantado pelo governo de
mica mundial. Como a Nascentes assi- Minas Gerais. Jamais houve atraso no re-
milou os efeitos da crise sem prejuízos passe de recurso.
ao usuário? Atualmente, há obras em toda a
O último ano marca, definitivamente, rodovia. Do ponto de vista da atuação
a consolidação da PPP mineira. A par- socioambiental, a Nascentes das Gerais
tir do final de 2009 e início de 2010, em realiza algum trabalho?
uma ação que deixou para trás os resquí- Temos muito orgulho de mantermos
cios da crise econômica mundial, a Nas- nosso Plano de Gestão Social (PGS) e Pla-
centes das Gerais, numa prova de visão, no de Gestão Ambiental (PGA). De junho
agilidade e conhecimento do Sistema de 2007 até hoje, mais de 1,5 milhão de
MG-050, propôs ao governo do estado, pessoas já foram beneficiadas pela Nas-
por meio da Secretaria de Transportes e centes das Gerais.

RODOVIAS&VIAS 23
a parceria que dá Resultados

“O Sistema MG-050 gues 23,4 km de terceiras faixas e iniciados


está mais seguro” 10,4 km de duplicações. Também houve
completa reformulação da frota, com guin-
chos novos, totalmente caracterizados
com as cores da Nascentes das Gerais. Isso
garante o melhor atendimento. Somente
em 2010, foram investidos cerca de R$ 89
milhões na estrada. Para 2011, a previsão é
de mais 5,6 km de duplicação e 22,2 km de
terceiras faixas.
E com relação ao número de acidentes?
Entre janeiro e dezembro de 2010, regis-
tramos queda de 28,6% no número de víti-
mas fatais. O número de feridos caiu 12%.
Sem dúvida, a estatística mostra que o Siste-
ma MG-050 está mais seguro.
Desde junho de 2007, quantos empre-
gos a Nascentes das Gerais criou?
A concessão estimula a economia na
Joselito Castro, Diretor Executivo da Nascentes das Gerais MG-050. Desde junho de 2007, são 1.338
empregos diretos e indiretos. A Nascentes
Rodovias&Vias: Do ponto de vista de das Gerais também repassou às cidades cor-
obras, qual é o balanço de 2010 e as pers- tadas pela rodovia aproximadamente R$ 6,2
pectivas para 2011? milhões em ISSQN (Imposto Sobre Serviços
Joselito Castro: Em 2010, foram entre- de Qualquer Natureza).

Raio -X 3,7 anos da PPP

• Investimento: R$ 241 milhões


• Empregos gerados: 1.338 (diretos e indiretos)
• ISSQN repassados aos municípios: R$ 6,2 milhões
• Atendimentos a usuários: 53,4 mil
• Atendimentos inspeções: 35,2 mil
• Guinchos 22,7 mil
• Ligações 0800: 296,3 mil
• Pintura de Faixas: 3.100 km
• Tachas e tachões 122 mil
• Placas novas: 12 mil
• Defensas metálicas: 23 mil metros
• Cerca: 63 mil metros
• Terceiras faixas: 26,8 km
• Duplicações: 13,9 km
• OAEs: 13 unidades
(Pontes, viadutos e Passagens Inferiores)

24 RODOVIAS&VIAS
OLIMPÍADAS 2012

Vida longa
a Londres
Em 2014, teremos a Copa do Mundo no
Brasil, mas, muito antes disso, no ano que
vem, Londres sediará os Jogos Olímpicos,
evento esportivo mais importante do planeta.
Foto: Divulgação
Fotos: Divulgaçao

Big Ben, Londres.


RODOVIAS&VIAS 25
OLIMPÍADAS 2012

T emos três anos e meio para


aprontar o país antes de ele
ser invadido pelos estrangeiros
que vêm com a Copa do Mundo.
O enorme desafio já mobiliza di-
versos setores, embora muitos
outros ainda continuem estag-
nados. Enquanto isso, na Europa,
Londres trabalha para não en-
frentar grandes dificuldades du-
rante as Olimpíadas de 2012.
Será a terceira vez da capital
da Inglaterra. A cidade sediou os
jogos em 1908 e 1948. Na segun-
da oportunidade, mais de 4 mil
atletas, de 59 nações, foram curar
as feridas de Londres – e do mun-
do – após a II Guerra Mundial.
Anos antes, o conflito não permi-
tiu que se realizassem os Jogos
Olímpicos. A pausa, que começou
depois de Berlim (1936), só foi ter-
minar em Londres (1948).

Centro
financeiro
Londres é um dos principais
centros financeiros do mundo.
A infraestrutura de transportes é
farta. A cidade conta com a mais
extensa rede de trens metropoli-
tanos (408 km). Seu aeroporto, o
Londres Heathrow, recebe voos
dos cinco continentes e dezenas
de milhões de passageiros pas-
sam por ali anualmente. É a cida-
de mais populosa da União Euro-
peia, com 8,2 milhões de habitan-
tes, e o trânsito sente isso.

Passagem livre
para atletas
As vias da cidade estão entre
as mais congestionadas do mun-
do. O Presidente do Comitê Orga-
nizador, Sebastian Coe, defende
o projeto de transportes deno-
minado Olympic Route Network
Tower Bridge.

26 RODOVIAS&VIAS
Vida longa a Londres

(ORN), que estabelece faixas de trânsi- o sistema de transportes e houve difi-


to exclusivas para atletas, autoridades culdades para conduzir os atletas e es-
e patrocinadores, no translado para pectadores aos locais de competição.
os locais de competição. “O projeto da A rede de transportes de Londres,
rota olímpica diz respeito à funciona- já sobrecarregada com o peso de 24
lidade, não tem a ver com glamour”, milhões de viagens diárias, tem sido
afirma a respeito do esquema que tem mencionada frequentemente como
despertado fortes críticas de morado- uma preocupação dos inspetores do
res. Coe defende que representaria Comitê Olímpico Internacional.
menos de 1% do total de vias e apenas
5% das pessoas fariam o trajeto de car-
ro, o restante seria por ônibus.
Estádio Olímpico

Atlanta ou Barcelona Enquanto no Brasil a questão é


quando os estádios para a Copa ficarão
prontos, lá a discussão gira em torno de
“Vocês têm uma escolha: podem quem vai cuidar do Estádio Olímpico
fazer essa cidade ser lembrada como depois dos Jogos. Dois times de futebol
uma Barcelona ou como uma Atlan- (Tottenham e West Ham) estão na bri-
ta”, disse Coe a parlamentares londri- ga. A localização geográfica dele é no
nos. Os Jogos sediados em Barcelona mínimo curiosa: está em cima de uma
(1992) são recorrentemente citados ilha fluvial e bem próximo do Meridiano
como exemplo de sucesso. Já Atlanta de Greenwich, que divide o globo nas
(1996) teve grandes problemas com porções ocidental e oriental.

Maquete virtual do Estádio Olímpico em Londres.

RODOVIAS&VIAS 27
Infraestrutura
para o turismo
A beleza natural do Brasil é indiscutível. Mas, para melhorar nossa posição no
ranking de países mais visitados, é preciso investir (e muito) em infraestrutura.
De acordo com a Organização Mundial do Turismo, a terra do samba, futebol e
feijoada ocupa a 37.ª posição no ranking dos destinos mais procurados do mundo.

28 RODOVIAS&VIAS
Foto: Rodovias&Vias/Oberti Pimentel
Foto: Rodovias&Vias/Leonardo Pepi

Praia do Canto, Vitória/ES. Infraestrutura de primeira para os turistas.


RODOVIAS&VIAS 29
capa

R $ 160 bilhões. Esse é o número


mágico, segundo dados da As-
sociação Brasileira de Infraestrutura e
(OMT), o Brasil ocupa a 37.ª posição no
ranking dos países mais visitados do
mundo, com 5 milhões de turistas ao
Indústrias de Base (Abdib), que o Brasil ano.
precisa investir por ano, durante cinco A posição chega a ser vergonhosa se
anos consecutivos, para eliminar os gar- considerarmos os 7.408 km de costa e a
galos que atrapalham a competitivida- diversidade geográfica de nosso territó-
de, o desenvolvimento econômico e o rio. Os diversos tipos de relevo e vege-
bem-estar social. Neste último, leia-se tação, além de uma infinidade de espé-
também turismo, grande fonte de ren- cies animais, despertam o interesse des-
da para o país. De acordo com o Banco de nossos vizinhos e até dos que estão
Central (BC), o ano de 2010 registrou a do outro lado do globo. Mesmo assim,
entrada recorde de US$ 5,9 bilhões em ficamos atrás de países como Malásia
divisas por meio dos gastos de turistas (14.º), Macau (21.º) e Cingapura (29.º).
estrangeiros. O valor é 11,58% superior A expectativa do Instituto Brasileiro de
ao registrado em 2009 (US$ 5,3 bilhões). Turismo (Embratur), com a economia vi-
A conta do investimento necessário vendo um momento positivo, é que em
é bastante alta, mas fundamental para 2014 o número de turistas estrangeiros
que o Brasil elimine alguns fantasmas chegue a 8 milhões.
como os apagões aéreo e elétrico e a sa- Segundo a Abdib, uma saída seria
turação do transporte, tanto de cargas instalar um comitê de coordenação que
como de passageiros. permita alinhar as ações dos governos
Diante do cenário atual, no qual di- federal, estadual, municipal e de empre-
versas deficiências estruturais do país sas privadas que possuem concessões
atingem diretamente o setor turístico, em corredores de transporte, e assim
o número de visitantes que desembar- melhorar a infraestrutura brasileira.
cam no território nacional está muito Estabelecer um conjunto de indicado-
aquém das possibilidades. Segundo res para medir a eficiência dos serviços
a Organização Mundial do Turismo também é fundamental.

Fonte: Abdib

30 RODOVIAS&VIAS
infraestrutura para o turismo
Foto: Rodovias&Vias/Leonilson Gomes

o ano de 2010 registrou a entrada recorde de


US$ 5,9 bilhões em divisas por meio dos gastos
de turistas estrangeiros.

Cataratas do Iguaçu, Foz do Iguaçu/PR .


RODOVIAS&VIAS 31
capa

O pai do turismo
O Brasil nunca teve tantos mi-
nistérios na sua história – entre as
autarquias, secretarias e órgãos
com status de ministério, o país
possui 38 pastas nos mais diversos
setores. Criado em 2003 pelo en-
tão Presidente Lula, o Ministério
do Turismo (MTur) vem ganhando
cada vez mais destaque no grupo.
A explicação é simples: dian-
te da confirmação do Brasil como
sede da Copa do Mundo de 2014
e das Olimpíadas de 2016, a pasta
se transformou em peça-chave no
projeto de estruturação e adequa-
ção do país. Uma prova concreta
do papel do MTur está no tama-
nho do seu orçamento. Em 2003,
quando foi criado, a verba desti-
nada para investimentos em tu-
rismo era de R$ 377,7 milhões. No
ano passado, o valor ultrapassou a
casa dos R$ 7 bilhões. Parte desta
quantia, R$ 1,33 bilhão, foi inves-
tida em infraestrutura. A modo de
comparação, o Ministério da Agri-
cultura, Pecuária e Abastecimento
teve R$ 7,7 bilhões.

Em 2003, quando foi criado o MTUR, a verba destinada para investimentos


em turismo era de R$ 377,7 milhões. No ano passado, o valor ultrapassou a
casa dos R$ 7 bilhões. Parte desta quantia, R$ 1,33 bilhão, foi investida em
infraestrutura.

Transporte
Foto: Rodovias&Vias/Oberti Pimentel

e logística
Diante do desafio de incre-
mentar a infraestrutura nacional
para atender bem os visitantes, os
especialistas apontam os setores
de transporte e logística como
prioridades. Apesar dos avanços
BR-262 no Espírito Santo.
32 RODOVIAS&VIAS
infraestrutura para o turismo

dos últimos anos, há deficiências estru- analisa se é possível ou não atender”,


turais no transporte de cargas e, prin- explicou Edimar Gomes da Silva, Di-
cipalmente, de passageiros. Os corre- retor do Departamento de Programas
dores não têm integração suficiente Regionais de Desenvolvimento do
para viabilizar e facilitar as operações. Turismo do MTur, em conversa com
As péssimas condições estruturais dos Rodovias&Vias.
aeroportos e portos brasileiros e a falta
de sistema de transporte de passagei-
ros sob trilhos são apontadas como os Aeroportos
principais problemas.
Uma das ferramentas do Ministério Desde 2003, o transporte aéreo
do Turismo para construir alternativas de passageiros registra crescimento
para o país são os financiamentos. Por anual de 10%. De acordo com estudos
meio do Sistema de Convênios do Go- solicitados pelo Banco Nacional do
verno Federal, são repassados recur- Desenvolvimento Econômico e Social
sos para melhoria e construções em (BNDES), o Brasil terá, em 2030, uma
aeroportos, portos, terminais, estradas demanda de passageiros 2,4 vezes
e rodovias. A responsabilidade pela li- maior que a atual.
citação, contratação e fiscalização da Levando em consideração que
obra é do estado ou município com muitos aeroportos brasileiros funcio-
quem o convênio é celebrado. Mas o nam acima da capacidade (Brasília,
MTur acompanhará todo o andamento São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e
do processo. “Os principais meios de outras cidades que serão sedes na
locomoção podem ser contemplados Copa do Mundo), o quadro tende a
por ações do MTur, basta o estado ou se agravar rapidamente. A falta de in-
município apresentar o projeto que vestimento nos serviços de controle
pretende desenvolver. Dentro da pos- aéreo, segurança e locomoção conti-
sibilidade orçamentária, o Ministério nuará fazendo com que atrasos, des-

Foto: Ascom


“Os principais meios de
locomoção podem ser contem-
plados por ações do MTur.”

Edimar Gomes da Silva


Diretor do Departamento de Programas Regionais de
Desenvolvimento do Turismo do MTur

RODOVIAS&VIAS 33
em um único
lugar, todas as
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o cotidiano
da obra.

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34 RODOVIAS&VIAS
infraestrutura para o turismo

confortos e filas sejam rotina na vida to deverá receber 1.200 voos por ano.
de quem precisa utilizar o meio de Terminais aéreos em Parnaíba, litoral
transporte. do Piauí, e Aracati, outra região turísti-
Alguns aeroportos brasileiros, ca do Ceará, também estão recebendo
principalmente regionais, já estão recursos do Ministério do Turismo. “Es-
passando por reforma e ampliação sas obras fazem parte do Programa de
com recursos do Ministério do Tu- Desenvolvimento Nacional do Turismo
rismo. Existe caso de construção de (Prodetur). É uma das possibilidades
novos aeroportos, como em Jericoa- do MTur para fazer ação de infraestru-
coara, no Ceará, que depois de pron- tutura”, explica Edimar da Silva.

RODOVIAS&VIAS 35
capa

Estudo encomendado pela Abremar (Associação Brasileira


de Cruzeiros Marítimos) aponta que nenhum porto nacional
está 100% adaptado à chegada dos transatlânticos.
Foto: Rodovias&Vias/Oberti Pimentel

36 RODOVIAS&VIAS
infraestrutura para o turismo

Foto: Rodovias&Vias/Leonilson Gomes


Terminais marítimos
Dificuldade para estacionar, filas,
falta de sinalização e desconforto ge-
neralizado são alguns dos problemas
enfrentados por quem viaja de navio
e desembarca na costa brasileira. Es-
tudo encomendado pela Abremar
(Associação Brasileira de Cruzeiros
Marítimos) aponta que nenhum porto
nacional está 100% adaptado à che-
gada dos transatlânticos.
Apesar de o setor ter crescido cer-
ca de 30% nas últimas duas tempora-
das, há destinos, como Florianópolis/
SC, que “sumiram” dos roteiros e ou-
tros que recebem menos navios do
que em anos anteriores.
Mesmo os grandes portos, como
Santos e Rio, que recebem fluxo in-
tenso de passageiros, têm problemas.
No porto paulista, as mangueiras para
abastecer de água o navio são muito
antigas, fato que obriga as empresas a
alugarem barcaças para encher os re-
servatórios. O serviço extra aumenta
o custo. Já o porto carioca não possui
área de espera, fazendo com que o
terminal fique muito cheio, confuso e
desconfortável.
A falta de infraestrutura impac-
ta também nas temporadas futuras.
Dois grandes navios que estão no
nosso litoral este ano anunciaram que
não voltarão ao país.
Para tentar reverter a situação,
existe a possibilidade de o MTur in-
vestir nos terminais marítimos para
cruzeiros. Para isso, governos de es-
tados e municípios devem apresen-
tar projetos, como é o caso do Rio
de Janeiro, que está desenvolvendo
ação de melhorias na infraestrutura
da região portuária visando a Copa
do Mundo. “O Rio recebe muitos cru-
zeiros e tem a preocupação de inves-
tir na região para dar mais conforto
aos turistas que chegam em navios.
Isso está sendo feito através de re-
cursos públicos federal, estadual e
municipal, além de privado”, afirma o
Diretor do MTur.
Porto de Vitória/ES.
RODOVIAS&VIAS 37
capa

mo de lazer, o Rio de Janeiro assume


Tops brasileiros a liderança, afinal é a cidade brasileira
mais conhecida no mundo. Na segun-
De acordo com dados do MTur e da da colocação, está Foz do Iguaçu e suas
Fundação Instituto de Pesquisas Econô- quedas d’água, também mundialmen-
micas (Fipe), São Paulo é a cidade mais te conhecidas. Florianópolis, São Paulo
visitada do Brasil, principalmente por e Armação dos Búzios/RJ completam a
conta do turismo de negócio. O topo do lista.
ranking é ocupado por conta de o mu- A pesquisa das entidades também
nicípio ser o principal centro econômi- aponta o destino brasileiro mais dese-
co do país e pelo grande potencial para jado. Neste caso, Fernando de Noro-
receber investimentos estrangeiros. A nha é o primeiro a ser apontado. A ilha
lista tem Brasília na segunda colocação, pernambucana é seguida por Fortale-
seguida por Rio de Janeiro, Belo Hori- za, Salvador, Rio de Janeiro, Natal, Re-
zonte, Salvador e Curitiba. cife, Porto Seguro e Florianópolis. Sinal
Quando o critério é qual cidade re- de que as praias estão na preferência
cebe mais pessoas à procura do turis- dos visitantes.

o QUE BUSCAM OS TURISTAS


Foto: Rodovias&ViasLeonardo Pepi

38 RODOVIAS&VIAS
infraestrutura para o turismo

Fonte : Ministério do Turismo (MTur) e Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe)

São Paulo

RODOVIAS&VIAS 39
capa

A recuperação foi mais lenta na Eu-


Futuro otimista ropa, principalmente em razão de con-
dições climáticas e fenômenos naturais
que influenciaram diretamente no trá-
Em 2010, o turismo internacional fego aéreo da região, como a erupção
registrou forte recuperação diante vulcânica na Islândia. A incerteza eco-
das melhores condições econômicas nômica em relação à Zona Euro tam-
no mundo inteiro, segundo a OMT. As bém contribuiu.
economias emergentes como o Brasil O continente africano, única região
foram as principais impulsionadoras que apresentou números positivos em
desta recuperação. A crise financeira e 2009, continuou a crescer em 2010,
a recessão mundial de 2008 e 2009 ti- principalmente pelo fato de ter aco-
nham ocasionado diminuição acentua- lhido eventos de proporção mundial,
da no número de visitantes. como a Copa das Confederações e a
A OMT diz que a Ásia foi a primeira Copa do Mundo 2010, ambas na África
região a se recuperar e a que apresen- do Sul.
tou o maior crescimento em 2010, ten- No embalo e já sabendo que tam-
do registrado um número recorde de bém será sede de eventos mundiais
chegadas internacionais no ano pas- – Copa do Mundo de 2014 e Olimpía-
sado: 204 milhões, contra 181 milhões das de 2016 –, o Brasil só depende dele
em 2009. próprio para colher os frutos.
Foto: Rodovias&Vias/ Leonardo Pepi

A Cidade Maravilhosa recebe os Jogos Olímpicos de 2016.

40 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 41
pontes

Exército opera
ponte móvel em Goiás
Estrutura metálica adquirida pelo governo federal está sendo
usada no local onde uma ponte foi destruída pelas chuvas no início
de janeiro.
Foto: Divulgação

Estrutura montada está dando vazão ao fluxo de veículos.

E m novembro, Rodovias&Vias
noticiou a aquisição de pontes
móveis pelo governo federal. As oito
ás, importante produtor de frango do
estado goiano, tem 35 mil habitantes
e economia baseada na agricultura e
estruturas compradas em convênio pecuária. As chuvas do início do ano
pelo DNIT e Exército Brasileiro são de atingiram em cheio a região. E as rodo-
origem inglesa, do tipo Logistic Sup- vias, tanto federais quanto estaduais,
port Bridge – LSB (ponte para suporte ficaram bastante destruídas. Na GO-
logístico). A principal utilidade está no 070, a ponte sobre o rio das Pedras caiu
auxilio às comunidades repentinamen- no dia 3 de janeiro, e agora a estrutura
te isoladas por desastres naturais, em montada pelo Exército Brasileiro está
apoio às ações da Defesa Civil. dando vazão ao fluxo de veículos entre
A primeira ponte móvel que che- as cidades da região.
gou ao Brasil está sendo usada em Ita- A montagem, executada pela 23.ª
beraí. O município do interior de Goi- Companhia de Engenharia de Com-

42 RODOVIAS&VIAS
poNTES MóVEIS

bate, com sede em Ipameri, Goiás, le- A Agência Goiana de Transportes


vou cinco dias. Foram empregados na e Obras (Agetop) deve levar aproxi-
operação cinco caminhões bitrem, um madamente seis meses para construir
trator esteira, dois contêineres, dois uma nova ponte. Até lá, a estrutura
painéis iluminados, uma carregadeira, operada pelo Exército ficará montada
cinco caminhões guindaste, um veícu- sobre o rio das Pedras.
lo leve de apoio e uma ambulância.

Reconstrução de pontes
O processo de licitação da obra de reconstrução da ponte sobre o ribeirão João
Leite, na GO-222, no trecho entre Nerópolis e Anápolis, foi iniciado. De acordo com
levantamentos de projeto, o orçamento para a execução da obra ficou em R$ 1,495
milhão e o recurso será proveniente dos cofres públicos. A ponte, que fica próxima
ao povoado de Goialândia, caiu no fim do ano passado devido ao transbordamen-
to do ribeirão João Leite. Para dar tráfego aos usuários, a Agetop providenciou um
desvio, com cerca de 12 km, que passa pela zona rural da região.

RODOVIAS&VIAS 43
Infraero anuncia ampliação de
aeroporto em Minas
No início do ano, foi lançado um edital para ampliação do terminal de
passageiros do Aeroporto Internacional de Confins. A previsão é que ele tenha
capacidade para receber 8,5 milhões de passageiros por ano.
Fotos: Divulgação

Aeroporto Internacional Tancredo Neves será ampliado.

E stá no Diário Oficial da União porto Internacional Tancredo Neves –


de 5 de janeiro de 2011 o lança- Confins”. Desta vez, a construção pro-
mento do edital para “contratação de mete ser muito mais que os famige-
obras e serviços de engenharia para rados “puxadinhos” (nome dado pela
reforma, ampliação e modernização oposição a obras paliativas) de Brasília
do terminal de passageiros do Aero- e Florianópolis.

44 RODOVIAS&VIAS
Orçamento milionário cionalização do processo objetiva am-
pliar a disputa e obter condições mais
O orçamento para execução dessas vantajosas para a Infraero”, afirma Murilo
obras é de R$ 295,2 milhões. Com isso, o Marques Barboza, Presidente do órgão
terminal passará dos atuais 60,3 mil m2 vinculado ao Ministério da Defesa. As
de área para 67,6 mil m2. O edital é para propostas serão abertas em 21 de feve-
concorrência internacional. “A interna- reiro, também em Brasília.

Área atual: 60,3 mil m2


Área futura: 67,6 mil m2

Capacidade atual: 5 milhões de passageiros/ano


Capacidade futura: 8,5 milhões de passageiros/ano

O orçamento para execução das obras em Confins é de


R$ 295,2 milhões
“Estamos buscando todas as tratativas necessárias
para resolver os problemas logísticos do país. Isto vai
muito além da intermodalidade, compreende também atuali-
zação e a modernização dos órgãos rodoviários.”
“A internacionalização do
processo objetiva ampliar a disputa
e obter condições mais vantajo-
sas para a Infraero.”

Murilo Marques Barboza


Presidente da Infraero

RODOVIAS&VIAS 45
Aeroportos

Mais vagas
Em julho de 2010, foram con-
cluídas as obras de construção
de um novo estacionamento.
Chamado de Estacinamento E, o
espaço praticamente dobrou a
capacidade do aeroporto de Con-
fins. Foram criadas 1.538 novas
vagas. Agora podem estacionar
2.938 veículos ao mesmo tempo.

Obras futuras
A Infraero promete mais in-
vestimentos para o aeroporto mi-
neiro. Está em fase de elaboração
o edital para extensão da pista de
pouso e decolagem. Serão 600 m a
mais. Além disso, o pátio de mano-
bras das aeronaves será ampliado.
De acordo com uma nota oficial,
publicada pela assessoria de im-
prensa, será aumentado dos atuais
86 mil m2 para 300 mil m 2.

Aeroporto de Confins.

46 RODOVIAS&VIAS
galeão

Galeão terá pista alargada

O utro edital publicado pela


Infraero vai beneficiar o
Aeroporto Internacional Antônio
Carlos Jobim, no Rio de Janeiro.
O Galeão terá obras de alarga-
mento no sistema de pistas de
pouso de taxiamento. A previsão
é gastar R$ 45,8 milhões para au-
mentar a largura da pista 10/28,
que passará de 45 m para 60 m.
Os acostamentos também terão
mais 2 m de largura, passando
de 23 m para 25 m. As novas me-
didas permitirão manobras de
aeronaves como o Airbus A380.
A decisão pela empresa que
executará as obras também será
feita por meio de concorrência
internacional. As propostas serão
recebidas no dia 17 de março na
sede da Infraero, em Brasília.

após a reforma Hoje


60 m 45 m
ALARGAMENTO
da pista 10/28

RODOVIAS&VIAS 47
infopágina

48 RODOVIAS&VIAS
Fonte: Associação Paulista Viva

RODOVIAS&VIAS 49
Desmonte explosivo
A tecnologia que tira as pedras do caminho da infraestrutura
brasileira está se modernizando. Detonações, implosões e explosões
estão fazendo tremer o mercado nacional.
Fotos: Rodovias&Vias /Leonardo Pepi

Trecho Sul, Rodoanel/SP.

U m mercado bastante específico


e que se destaca, literalmente,
quando as coisas explodem deve ganhar
dia, as empresas especializadas em de-
tonações, implosões e desmontes com
o uso de explosivos investem cada vez
escala com o crescimento do setor de in- mais em novas tecnologias. Mais segu-
fraestrutura nacional nos próximos anos. rança, produtividade e menores impac-
Como os investimentos em grandes tos ambientais são os resultados obtidos
obras estruturantes estão na ordem do quando a poeira da explosão baixa.

50 RODOVIAS&VIAS
co que será causado pela detonação,
A regulamentação e suas consequências. Tais medidas,
do processo além de visar o máximo de segurança
na ação, também são previstas por leis e
O estrondo ecoa nos ares depois de normas, como, por exemplo, as Normas
estremecer a terra dos arredores. Uma Reguladoras de Mineração (NRM), para
nuvem de poeira levanta repentina- Operações com Explosivos e Acessórios,
mente e, aos poucos, baixa para revelar do Ministério de Minas e Energia (MME).
o aglomerado de destroços ou rochas Tais normas do MME preveem re-
desmontadas. Após a explosão – capaz gras para o manuseio dos explosivos,
de remover centenas de toneladas do transporte, execução do plano de fogo,
lugar em poucos segundos –, o traba- armazenagem, desmonte de rochas
lho ainda não terminou, apenas passa com uso de explosivos, procedimentos
para uma nova etapa. de retirada de fogos falhados, confirma-
Caminhões e máquinas devem en- ção das condições de estabilidade da
trar em ação para remover o material área, entre outras. São diversos os tipos
proveniente do desmonte, como são de serviços prestados pelas empresas
tecnicamente chamadas algumas ex- do setor (veja abaixo). E a tecnologia é
plosões em locais rochosos como minas parte fundamental deles.
e pedreiras, por exemplo. Em detonações em espaços urba-
O que poucos sabem é que, antes nos, por exemplo, é preciso controlar
de acontecer, uma detonação em área rigorosamente as explosões observan-
de mineração é precisamente calcula- do-se os limites para a emissão de vibra-
da, medida, estudada e planejada por ção, propagação de ruídos, lançamento
uma equipe de profissionais ampara- de pedras e sedimentos, a sobrepressão
da por modernos equipamentos para atmosférica, a pressão acústica. Muitas
variadas funções, desde a escolha dos destas preocupações também se mos-
locais onde serão introduzidos os ex- tram presentes em detonações do setor
plosivos até o impacto sonoro e sísmi- de mineração.

SERVIÇOS
Desmonte de rochas com uso de explosivos.
Desmonte de rochas com argamassa expansiva.
Desmonte com uso de rompedores.
Desmonte de rochas com uso de explosivos em obras e dutos e construção civil.
Detonação controlada com uso de explosivos em áreas urbanas.
Implosões.
Detonação com uso de explosivos em rodovias.
Detonações de risco.
Detonação com uso de explosivos em sapatas e fundações.
Detonação para a construção de sapatas para linhas de transmissão de energia.
Perfurações.
Dimensionamentos de plano de fogo.
Controle sismográfico de detonações.
Serviços de carregamento e detonação a céu aberto, túneis e galerias.
RODOVIAS&VIAS 51
52 RODOVIAS&VIAS
desmonte explosivo

Explosão wireless
A empresa paranaense Britanite foi A utilização dos detonadores eletrô-
pioneira na realização das primeiras de- nicos é uma evolução não só por reduzir
tonações eletrônicas wireless do país. O custos (13% de redução em operações
sistema SmartShot, que utiliza o deto- de perfuração e desmonte) e o impac-
nador eletrônico sem fio, representa um to ambiental (menor vibração gerada
avanço tecnológico para sistemas de dis- pelas explosões em comunidades vi-
paro e traz inovações para o setor. zinhas), mas por tornar o processo de
“A introdução dos detonadores ele- detonação mais produtivo. Após a de-
trônicos na mineração, com sua capaci- tonação, com a entrada das máquinas
dade de precisão dos tempos de retardo, e caminhões que devem remover o
proporciona uma ferramenta de otimi- produto final do local, o trabalho gera
zação para os desmontes (como aumen- ganhos no carregamento, transporte e
to de malhas), melhor fragmentação. beneficiamento do material.
Isso permite refinar os resultados, satis- As principais empresas que atuam
fazer necessidades operacionais, além no segmento no Brasil são, além da Bri-
de trazer maior confiabilidade para os tanite (Grupo CR Almeida), no Paraná, a
desmontes. Os operadores podem revi- Dinamite (Erechim/RS), Detonações Ca-
sar a funcionalidade do sistema antes de pital (Palhoça/SC), Serrana Detonações
iniciar o disparo. Com isso, aumenta-se (Caxias do Sul/RS), Gouvêa e Gouvêa
ainda mais a prevenção de erros no pro- (Jandira/SP), Desmaq (Magé/RJ), Arco-
cesso”, explica o Gerente de Assessoria enge (São Paulo/SP), Desmonte Explosi-
Técnica da Britanite, Ricardo Silva. Com vos (São Carlos/SP), Desmontec (Juiz de
sede em Quatro Barras/PR, a empresa Fora/MG), Emex – Empresa Mineira de
possui mais de 300 itens em seu portfó- Explosivos (Teófilo Otoni/MG) e Orica
lio, entre explosivos e acessórios de de- Chemicals Brasil (Lorena/SP, São Paulo/
tonação. Está presente em oito estados e SP e Itajaí/SC).
exporta para mais de 13 países.
Fotos: Rodovias&Vias /Paulo Negreiros

Explosões nas obras do rio São Franscisco.

RODOVIAS&VIAS 53
Destravando
as sapatas
A terminologia ferroviária tem muitas especificidades que às vezes
chamam a atenção do leigo pela saborosa sonoridade que exibem. Quem já
andou em meio a composições estacionadas, quando criança exploradora,
pode ter se deparado com a inscrição “sapatas fenólicas” próximo ao reboque.
São elas as responsáveis por parar o trem, são o freio que detém o ímpeto e a
força da locomotiva. Memórias à parte, finalmente parece que no Planalto se
inicia o processo para desbloqueio do avanço da força ferroviária.
Fotos: Rodovias&Vias /Oberti Pimentel

U m movimento tímido, como o


sutil giro das rodas de ferro após
um longo período de imobilidade? Ou
vada e governo) necessário para impul-
sionar as ferrovias brasileiras, segundo
estudos do Ipea (Instituto de Pesquisa
um aviso sólido, encorpado como o ron- Econômica Aplicada) ao qual a revista
co de um grande motor preparando-se Rodovias&Vias teve acesso. O montante
para o arranque? Bem, independente seria suficiente para executar 141 gran-
da interpretação que dermos para res- des obras de infraestrutura, capazes de
ponder às perguntas, as contas foram gerar milhares de empregos e imprimir
feitas e somam R$ 77,88 bilhões. Este é o nova velocidade ao ferroviarismo e à ca-
investimento combinado (iniciativa pri- deia logística nacional como um todo.

54 RODOVIAS&VIAS
Promessas Se por um lado houve pouco investi-
mento governamental, por outro as
Norte-Sul, Oeste-Leste. Os pontos concessionárias focaram em manter o
cardeais aprendidos nas aulas de Geo- patrimônio já existente, sem grandes
grafia nomeiam importantes eixos fer- investimentos em ampliações e novos
roviários estruturais, que estão sendo tramos. Ao olhar para trás, fica a im-
tocados pelo governo. A Norte-Sul che- pressão de que a concessão pública,
gou a ser tema de capa na edição 34 de que deveria trazer consigo a celeridade
Rodovias&Vias. As contas do PAC 2 e do característica do setor de negócios, se
Plano Nacional de Logística e Transporte escorou timidamente nas dificuldades
(PNLT), que anunciam pouco mais de R$ alegadas de um sistema travado em
37 bilhões do governo federal destina-
licenças e contas. A troca de justifica-
dos ao setor ferroviário, causam um “frio
na barriga” e dão a percepção de que ha- tivas entre os dois “parceiros” descarri-
verá avanços, mesmo que não no ritmo lou o país até o momento – bem agora
desejável. em que as perspectivas fundamentais
para preparar o setor produtivo (quem
dirá o de transportes) fazem frente às
projeções de demanda e crescimento.
Amor e ódio Devolver o país aos trilhos é, no míni-
Iniciativa privada e governo pare- mo, uma alternativa acertada em tem-
cem finalmente estar deixando a con- pos de eficiência, redução de emissões
dição de amásios para engajarem-se e em que sobram exemplos de sucesso
em um relacionamento mais formal. deste modal pelo mundo.

Investimentos em números

Custo Novas linhas.............R$ 49,49 bilhões

REPAROS....................................R$ 21,28 bilhões

AMPLIAÇÃO................................R$ 6,14 bilhõeS

GARGALOS...................................R$ 970 MilhõeS

TOTAL........R$ 77,88 BilhõeS

Fonte: Ipea

RODOVIAS&VIAS 55
56 RODOVIAS&VIAS
São Paulo

O novo piloto da
supermáquina
Em entrevista à Rodovias&Vias, o Secretário de Logística e Transportes
do governo do estado de São Paulo se mostra disposto e cheio de vontade
para encarar uma corrida contra o tempo, rumo aos ideais de transporte
no estado com o maior orçamento para obras públicas do Brasil.
Fotos: Rodovias&Vias /Leandro Dvorak

O novo Secretário de Logística e Transportes do governo de São Paulo , Saulo de Castro.

S ão Paulo tem o melhor modal


rodoviário do país, quase 5,4 mil
km de rodovias concedidas. Vários in-
disso nos processos burocráticos que
sempre acompanham as grandes obras
de infraestrutura: “Tenho orientado a
vestimentos em infraestrutura estão formação da minha equipe de forma a
previstos, como a implantação de um perseguir este objetivo: fazer mais res-
alcoolduto e a expansão portuária. A guardando o que exige a lei e tendo res-
mudança de governo (Serra-Alckmin) peito ao meio ambiente como preceito
trouxe novos nomes para o comando básico”, afirma. Apesar de ter encolhido
de pastas importantes, como a reba- em relação ao ano passado, o orçamen-
tizada “Logística e Transportes”. Saulo to da pasta ainda é bastante expressivo:
de Castro Abreu Filho, ex-Secretário R$ 4,4 bi, além de financiamentos exter-
de Segurança Pública, tem boa experi- nos, de onde se pretende captar recur-
ência jurídica e pretende se beneficiar sos para o trecho Norte do Rodoanel.

RODOVIAS&VIAS 57
São Paulo

Foto: Rodovias&Vias /Leonardo Pepi

Rodoanel, a maior obra viária do Brasil.

Rodovias&Vias: O senhor, apesar Sua experiência e relacionamento


de não ter experiência na pasta dos com órgãos de controle darão maior
Transportes, é reconhecido como celeridade ás obras de sua pasta?
bom gestor e aposta pessoal do Go- É claro que minha formação na
vernador. Quais são os principais área jurídica é um facilitador. Mas as
desafios? obras devem ser feitas de maneira
Saulo de Castro: Infraestrutura é que se zele pela legalidade e se res-
hoje o principal gargalo do desenvol- peitem as exigências ambientais. Es-
vimento do país. São Paulo tem uma tes são valores dos quais não pode-
condição privilegiada, principalmente mos e não vamos abrir mão. Agora,
no modal rodoviário, considerado o tudo o que puder ser feito tecnica-
melhor do Brasil há vários anos. Mas mente para acelerar os investimentos
não podemos depender apenas das que a sociedade demanda será feito.
rodovias para impulsionar o cresci- Tenho orientado a formação da minha
mento e o bem-estar da sociedade equipe de forma a perseguir este ob-
paulista. Por isso, considero que o jetivo: fazer mais resguardando o que
maior desafio da minha gestão à fren- exige a lei e tendo o respeito ao meio
te da Secretaria Estadual de Logística ambiente como preceito básico.
e Transportes é desenvolver os de-
mais modais. Até a alteração no nome Se por um lado o estado de São
da pasta reflete esta missão. Posso Paulo é considerado locomotiva na-
citar alguns exemplos: a implantação cional, por outro é o que requer cada
do alcoolduto e a expansão portuária, vez maiores investimentos. Contudo,
como a de São Sebastião. o orçamento da sua Secretaria en-

58 RODOVIAS&VIAS
Logística e transportes

Se infraestrutura logística está no centro


da agenda de desenvolvimento nacional, os
aeroportos demandam atenção ainda mais
especial, por ser um modal que atrai cada vez
mais usuários no país.

colherá em relação ao ano passado. manter este programa ou mudará o


Qual é a estratégia para lidar com foco?
esta nova realidade? São Paulo tem uma imensa malha
Não creio que isso representará de vicinais: são mais de 170 mil km,
um problema para nós. É natural que dos quais 12 mil km foram reforma-
depois de um período de investimen- dos nos últimos quatro anos. Em sua
tos significativos, como foram os últi- maioria, estas vias são de responsa-
mos governos tucanos em São Paulo, bilidade dos municípios, mas sempre
haja uma acomodação. Até porque que julgar necessário o estado pode
já temos quase 5.400 km de estradas auxiliá-los na recuperação de trechos,
concedidas no estado – sendo que como ocorreu na gestão passada.
cerca de 1.800 km o foram na gestão
passada. Considero que os recursos Qual é sua opinião sobre as con-
destinados à pasta para este ano (R$ cessões rodoviárias e qual será a re-
4,4 bilhões) serão suficientes para lação entre governo e concessionária
continuarmos o trabalho de melhoria nos próximos anos?
da malha viária paulista. Mesmo as- Durante a campanha eleitoral, o
sim, é sempre possível recorrermos a Governador Geraldo Alckmin assumiu
fontes externas de financiamento, já o compromisso de avaliar caso a caso
que temos bons projetos, como é o os contratos de concessão existentes.
caso do trecho Norte do Rodoanel. Assim será feito, com a maior trans-
parência e objetividade, respeitando
O governo anterior promoveu os preceitos jurídicos. Em breve, já de
uma grande quantidade de pavimen- posse de levantamentos detalhados,
tações e recuperações de estradas vamos começar a nos reunir com re-
vicinais no interior. Esta gestão deve presentantes das concessionárias. Se

RODOVIAS&VIAS 59
são paulo

forem identificados locais onde os abandonada e vai depender das dis-


pedágios cobrados estejam inade- cussões que se desenrolarão também
quados, vamos ajustá-los. A norma junto ao governo federal, que, neste
do estado é perseguir o melhor resul- momento, também está remodelando
tado para a sociedade, tanto que São toda a estrutura que trata deste assun-
Paulo tem as melhores e mais segu- to. É preciso aguardarmos um pouco
ras rodovias do país. O que puder ser para que haja mais clareza quanto aos
aperfeiçoado e feito em benefício da novos marcos institucionais.
população será feito.
O que a Secretaria dos Transpor-
Quais são os planos para os aero- tes pode fazer para melhorar o fluxo
portos regionais de competência do de veículos na capital, que repre-
Daesp? senta os mais extensos e demorados
Se infraestrutura logística está no congestionamentos do Brasil?
centro da agenda de desenvolvimen- A Dersa é a empresa da Secretaria
to nacional, os aeroportos deman- que cuida das obras especificamen-
dam atenção ainda mais especial, por te na capital paulista. A contribuição
ser um modal que atrai cada vez mais dela à melhoria das condições de trân-
usuários no país. Como você sabe, to- sito na cidade tem sido muito relevan-
dos os entendimentos nesta área pas- te, é só ver o que foi feito nos últimos
sam pela Anac e outros órgãos do se- anos: os trechos Oeste e Sul do Rodo-
tor aeroviário. A gestão passada dis- anel, a nova Marginal Tietê e a Jacu-
cutiu uma proposta de conceder vá- -Pêssego. Como resultado, a média de
rios aeroportos do estado à iniciativa congestionamentos já vem diminuin-
privada. Esta é uma ideia que não foi do. Nossa intenção é manter as parce-

60 RODOVIAS&VIAS
Logística e transportes
Foto: Rodovias&Vias/ Oberti Pimentel

Rodoanel, São Paulo.

rias que possam preservar o nível de sociedade pode ser melhor. É impos-
investimentos recente, que foi muito sível prescindir de engenheiros num
elevado. órgão em que algumas das principais
atribuições estão ligadas a obras de
O senhor escolheu como Diretor- engenharia.
-Geral do DER uma pessoa reconhe-
cidamente de sua confiança, porém Falando de administrar pessoas,
também sem perfil técnico. Isso pode o senhor é visto como um homem de
ser entendido como uma releitura do posições muito firmes, o que alimen-
modelo para gestão pública, na qual ta a fama de durão. Como responde a
o fato relevante passa a ser a capa- tais colocações?
cidade de gerir recursos e pessoas e Algumas vezes, a franqueza é vista
não mais a formação técnica? de maneira equivocada por algumas
O Clodoaldo Pelissioni tem sólida pessoas. Tenho, sim, atitudes firmes,
formação acadêmica em administra- fruto da forma como eu encaro o meu
ção e gestão pública. É um quadro trabalho e as missões que me são de-
capaz de assumir qualquer desafio no signadas. Mas não sou intransigente
governo e foi por esta razão que eu e costumo dar espaço para que meus
o escolhi para comandar o DER. Ter assessores e minha equipe se mani-
bons gestores na Secretaria de Lo- festem. Esta é, a meu ver, a melhor for-
gística e Transportes não colide com ma de obter bons resultados: com se-
dispor também de bons técnicos; uns riedade e somando esforços. É assim
complementam os outros, e o resul- que eu atuo. Tem dado certo.
tado em termos de benefícios para a

RODOVIAS&VIAS 61
Rio Amazonas
em grande estilo
O luxuoso barco-hotel da rede hoteleira espanhola Iberostar
navega o ano todo pelos rios Negro e Solimões, no Amazonas.
Batizado de Grand Amazon, opera no Brasil desde 2005. Já recebeu
mais de 20 mil turistas e navegou mais de 50 mil km.

62 RODOVIAS&VIAS
Fotos: Divulgação

Cruzeiros na Amazônia trazem o conforto para a floresta.


RODOVIAS&VIAS 63
hidrovias


O Iberostar Grand Amazon é o
único cruzeiro fluvial cinco es-
trelas no Brasil que opera durante o
(todas externas com vista para a paisa-
gem), dois restaurantes, sendo um com
culinária local e outro com internacio-
ano todo, sem interrupções. Além de nal, dois bares, salão de baile e de even-
proporcionar uma verdadeira imersão tos, lavanderia, paramédicos, fitness
na selva Amazônica, garante uma ex- center e duas piscinas.
periência singular com todos os ele- Para entretenimento, estão previs-
mentos que uma viagem inesquecível tas excursões, aulas de dança, pescaria,
deve ter: aventura, segurança, luxo e palestras ecológicas sobre fauna e flora
conforto”, comenta Orlando Giglio, Di- nativas, música ao vivo, shows temáti-
retor Comercial e de Marketing da Ibe- cos do folclore local, passeios de lancha,
rostar Brasil. trilhas e passeios pela floresta e lagos.
Saindo do porto de Manaus fre- Uma equipe de seis chefes de expe-
quentemente, é possível escolher en- dição e biólogos proporciona a possibi-
tre três itinerários: o primeiro é um lidade de agregar valores com temáti-
cruzeiro de três noites e navega pelo cas regionais, técnicas de sobrevivência,
rio Solimões; há também a opção para agricultura local, cultura indígena, entre
quatro noites, que navega pelo Negro; outros, para que o turista possa com-
quem desejar percorrer o circuito com- preender a magnitude de um dos ecos-
pleto fará o trajeto pelos dois rios em sistemas mais complexos do mundo. Os
sete noites. passeios pelos afluentes e igarapés são
A infraestrutura completa está so- liderados por guias treinados pelo Exér-
breposta a 2.200 toneladas e 70 pés de cito e que têm muitas histórias e dicas
comprimento, compondo 72 cabines de sobrevivência para contar.

2.200 TONELADAS 70 PÉS 72 CABINES

64 RODOVIAS&VIAS
RIO AMAZONAS EM GRANDE ESTILO

Fotos: Divulgação
Infraestrutura de luxo em meio à floresta.

Solimões
O rio começa no Peru e ao entrar no de quatro noites, é possível conhecer
Brasil é que recebe o nome de Solimões. o arquipélago das Anavilhanas (maior
Sua extensão é de aproximadamen- arquipélago fluvial do mundo, forma-
te 1.700 km. Neste trajeto, o cruzeiro do por 400 ilhas), fazer uma excursão
de três noites oferece caminhada em noturna em lancha, praticar trilha, ob-
trilhas na região de Manacapuru/AM, servar os botos-cor-de-rosa em Novo
que exibe grandes e antigas árvores, Airão/AM e os pássaros nativos, visitar
além de plantas cultivadas pelos povos a comunidade indígena e Praia Grande,
locais; passeio em lanchas por igara- vislumbrar o encontro das águas e ain-
pés e igapós do rio Manacapuru e para da conferir o show de folclore.
observação de aves; pesca de piranha
em flutuantes no lago Jacaré; passeios
noturnos; caminhada na região Janaua-
cá, habitat de uma variedade de árvo- Conveniências
res, plantas, cipós e flores, bem como
da cultura local; show de folclore; e o
encontro das águas – onde é possível Em 2011 , o cruzeiro fluvial passou
participar de um dos fenômenos natu- a proporcionar pacotes personalizados
rais mais belos que existem, quando as e flexíveis, mais opções de datas para
águas do Solimões confluem-se com as saídas, inclusão de crianças a partir de
do rio Negro. 10 anos, inauguração de um espaço de
relaxamento para os hóspedes e dis-
ponibilidade de quick massage ao ar
Rio Negro livre, no deck do navio. O city tour pela
capital amazonense agora passa a ser
Considerado o maior afluente da vendido na recepção do navio, em par-
margem esquerda do rio Amazonas, é ceria com a Amazon Ecosight Viagens e
também o rio mais extenso de água ne- Turismo. O transporte até o local do em-
gra do mundo. Nascente na Colômbia, barque é terceirizado e conta com lan-
é navegável por 720 km. No itinerário chas próprias, sem custo adicional.

RODOVIAS&VIAS 65
mercado

Encontro de
gigantes
Intermodal South America, maior e mais importante encontro de negócios
dos setores de logística, comércio exterior e transporte de carga das Américas,
acontece em abril e vai reunir 550 expositores e 43 mil profissionais.
Foto: Divulgação

Em 2010 o evento foi um sucesso de público.

O s profissionais das áreas de logísti-


ca, comércio exterior e transporte
de carga têm um encontro marcado para
reforço de marca, joint ventures, vendas e
networking.
De acordo com a organização, a edição
o mês de abril. Entre os dias 5 e 7, no Tran- 2011 terá dois diferenciais: a realização da
samérica Expo Center, em São Paulo, acon- Conferência JOC Infraportos, com pales-
tece a 17.ª edição da Intermodal South trantes renomados, temas atuais e cases
America, maior e mais importante encon- internacionais; e a disseminação das infor-
tro de negócios dos setores das Américas. mações da feira pelas mídias sociais – o mi-
A expectativa da organizadora do evento croblog Twitter e o Facebook –, seguindo a
é receber 43 mil profissionais visitantes, de tendência mundial de compartilhamento
todos os cantos do Brasil e de várias partes e troca de conhecimento entre pessoas de
do mundo. um mesmo grupo de interesse.
O evento reúne tecnologia em servi- Cerca de 550 empresas expositoras na-
ços, equipamentos e produtos e inova- cionais e internacionais – América Latina,
ções do setor. A feira também é uma opor- América do Norte, Europa e Ásia – já con-
tunidade de troca de informação e abre a firmaram presença. A área de exposição
expectativa para novos negócios e parce- ocupará 35 mil m2 divididos em cinco pa-
rias. Alguns expositores utilizam a Intermo- vilhões, além da área externa, que será uti-
dal como plataforma para lançamentos, lizada para a exposição de equipamentos.

66 RODOVIAS&VIAS
iNTERMODAL

Entre os palestrantes, estão nomes


Programação como Carlos Felipe Guimarães Lodi
(Gerente-Geral de Planejamento de Lo-
gística da Petrobras), Tiago Pereira Lima
Durante os três dias da feira, a pro-
(Diretor da Antaq), Pedro Brito (ex-Mi-
gramação prevê a discussão dos temas
nistro da Secretaria Especial de Portos),
mais relevantes do contexto econômi-
Kris Peeters (Ministro-Presidente do Go-
co. Um dos destaques desta edição da
verno de Flandres, Bélgica, e Ministro da
Intermodal é a exclusiva conferência
Economia, Política Externa, Agricultura
organizada em paralelo à exposição,
e Política Rural), Celso Camargo (Dire-
com duração de dois dias, que contará
tor-Gerente do porto de Nova Orleans
com debates, palestras, casos práticos
para a América do Sul), Antonio Ayres
e workshops com os mais importantes
dos Santos (Superintendente do porto
players e experts no setor. de Itajaí), entre outros.

SERVIÇO: Intermodal South America 2011

5 a 7 de abril - 13 às 21 horas www.intermodal.com.br


Transamérica Expo Center Mídias Sociais
Twitter: @intermodal_news
São Paulo - SP - Brasil Facebook: Intermodal South America

RODOVIAS&VIAS 67
HISTÓRICO DO PAVIMENTO
DE CONCRETO NO BRASIL
Autores:
Marcos Dutra de Carvalho, Engenheiro Especialista riquezas do interior do Estado de São Paulo. Todas
Ronaldo Vizzoni, Gerente de Infraestrutura essas estradas foram marcos do desenvolvimento
Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) rodoviário brasileiro, que auxiliaram a construção do
progresso do país e ampliaram o uso do concreto
As rodovias são responsáveis pela modalida- na pavimentação de rodovias. Diversos pavimen-
de de transporte mais utilizada no Brasil, uma vez tos de concreto foram construídos nessa década,
que por elas são feitas a movimentação de 95% das particularmente no Estado de Pernambuco, como
pessoas e de 60% das cargas transportadas. por exemplo, a Rodovia Recife a Jaboatão dos Gua-
A paixão dos brasileiros pelos veículos automo- rarapes (Figura 6). É tão marcante a presença do
tores vem desde o início do século passado, com concreto nas estradas pernambucanas e nas vias
a chegada dos primeiros automóveis no Brasil em urbanas de Recife, que essa capital é chamada da
1916. Em 1918, o país já possuía 5.000 veículos que “Capital do pavimento de concreto”.
trafegavam por péssimas estradas. Em 1919, a Ford Na mesma época e como em todo o mundo, a
instala sua primeira fábrica de automóveis no Brasil. maioria das pistas dos aeroportos brasileiros era de
Em 1922 - ano das comemorações do centená- terra. Um fato relevante foi a entrada em operação
rio da independência - o marco fundamental na his- no fim da 2ª guerra mundial, dos aviões DC3, ver-
tória dos transportes e do crescimento econômico são civil do C47 militar. Isso fez com que as primei-
do Brasil foi a pavimentação do trecho em declive ras pistas militares e civis dos principais aeroportos
da “Estrada Caminho do Mar” (Figuras 1e 2), a pri- brasileiros fossem implantadas em concreto. De to-
meira estrada construída com concreto de cimento dos os aeroportos que tiveram suas pistas pavimen-
portland na América do Sul e uma das primeiras do tadas com o material, apenas o Aeroporto Interna-
mundo, ligando São Paulo, a principal cidade brasi- cional Antônio Carlos Jobim (Galeão), na cidade do
leira, ao maior porto da América do Sul. Rio de Janeiro, permanece com sua pista original de
Nos anos seguintes, o pavimento de concreto concreto, a qual se encontra em operação há mais
de cimento portland, ou simplesmente pavimento de 30 anos, sem qualquer ocorrência registrada.
de concreto ganhou espaço nas estradas brasileiras Igualmente importantes são os pavimentos
e, em 1936, foi fundada a Associação Brasileira de urbanos executados com concreto, nas principais
Cimento Portland (ABCP), tendo como objetivo prin- cidades brasileiras, alguns em uso há mais de 50
cipal o desenvolvimento e aplicação dessa tecnolo- anos, praticamente sem qualquer manutenção. (Fi-
gia de pavimentação. Em 1937, o trecho da rodovia guras 7 e 8).
BR 040, conhecido como Serra de Petrópolis (Figura Até meados da década de 70 diversos pavimen-
3), no Rio de Janeiro, recebeu o pavimento de con- tos de concreto foram construídos, quando essa
creto, assim como a principal estrada do país até os tecnologia, por diversas razões, praticamente desa-
dias de hoje, a rodovia Rio-São Paulo (Figura 4). pareceu do mercado brasileiro, sendo retomada na
Em 1947, logo após a Segunda Guerra Mundial, década de 90.
com uma economia fortalecida, o país dá amplos
passos em direção à industrialização. No Estado BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
de São Paulo, o mais importante do País, a rodovia Pavimento de concreto, um moderno Ovo de Colombo
Anchieta (Figura 5), pavimentada com concreto, é (Márcio Rocha Pitta - ABCP).
inaugurada para substituir o já saturado Caminho Pavimento de Concreto – Reduzindo o custo social
do Mar. Tal fato permite o crescimento acelerado da (Marcos Dutra de Carvalho - ABCP).
região do ABC, berço de uma nova classe operária e “Governar é abrir estradas”
do crescimento da indústria do país. Nessa mesma (JourneyCom Publicidade e Propaganda Ltda).
época, a rodovia Anhanguera, também pavimenta- A memória da pavimentação no Brasil
da com concreto, é construída para transportar as (Atahualpa da Silva Prego, ABPv)

68 RODOVIAS&VIAS
Caminhos do Mar Figura 1 Caminhos do Mar Figura 2

Rodovia Rio Petrópolis Figura 3 Rodovia Rio São Paulo Figura 4

Rodovia Anchieta Figura 5 Rod. Recife a Jaboatão dos Guararapes Figura 6

Av. Boa Viagem Figura 7 Via Expressa de Belo Horizonte Figura 8

RODOVIAS&VIAS 69
cidades

RIO PRETO
ANTIENCHENTE
Programa contra cheias traz tranquilidade e qualidade de vida
para o interior de São Paulo.
Foto:s Rodovias&Vias/Leonardo Pepi

Na Av. Alberto Andaló, alagamentos são coisa do passado.

U ma cidade inteira com medo das


chuvas fortes do verão. Em bre-
ve, isso pode representar apenas uma
O dia 18 de janeiro de 2010 ficou mar-
cado como uma triste lembrança para os
rio-pretenses e alçou o município, de for-
lembrança do passado. Com uma obra ma trágica, ao noticiário nacional, quando
planejada e em fase final de execução, circularam o Brasil as imagens da moça
a bela São José do Rio Preto, no oeste que segurava sua motocicleta e em se-
paulista, já respira aliviada após as chu- guida ficou submersa sob um carro du-
vas de 2011. Com a obra de Canalização rante alguns segundos, até ser finalmente
do Rio Preto, Interceptor de Esgotos e resgatada com vida.
Drenagem Superficial, parte do Progra- Uma equipe de Rodovias&Vias foi até
ma Drenagem Urbana Sustentável, as o município de São José do Rio Preto con-
águas e a cidade ganham novos rumos. ferir de perto a obra que promete trazer
Com término previsto para o final de as boas lembranças em relação ao rio que
março, a obra, dividida em dois trechos, dá nome à cidade. Com um investimento
será capaz de ampliar a vazão das águas de quase R$ 29 milhões, 2,5 km de mar-
das chuvas, que em janeiro de 2010 gens do rio serão canalizadas, e sua calha
causaram uma enchente com enxurra- foi ampliada de 9 para 20 m de largura.
das violentas e resultaram na morte de Tais mudanças representam um aumen-
duas pessoas.

70 RODOVIAS&VIAS
RIO PRETO ANTIENCHENTE

to de quatro vezes na velocidade de va- no entanto as chuvas conseguiram atra-


zão, de 80 m³ para 320 m³ por segundo. palhar o andamento das obras nas mar-
A canalização já surtiu efeito neste gens e no leito do rio Preto. Ainda assim,
ano, pois as avenidas que comumen- o engenheiro Denner Fernandes Beato,
te ficavam alagadas – Alberto Andaló, um dos representantes da Constroeste
Bady Bassitt e Philadelpho Gouveia Construtora, empresa vencedora da li-
Neto – não registraram mais casos de citação, acredita que não haverá atraso
enchente, segundo moradores da cida- na entrega. “Como adiantamos bem no
de. O governo municipal de São José do início, estamos dentro do cronograma,
Rio Preto atua em parceria com a Cons- mesmo com as chuvas”, afirmou.
troeste Construtora e Participações e A obra é a principal ação antienchen-
conta com recursos do governo federal, te hoje em Rio Preto, mas não será a úni-
por meio do Programa Drenagem Ur- ca. Já estão planejadas e pré-aprovadas
bana Sustentável, com participação do outras grandes intervenções no municí-
Ministério das Cidades e da Caixa Eco- pio, inclusive com recursos previstos no
nômica Federal, e garante que a em- PAC 2, de aproximadamente R$ 125 mi-
preitada será mais do que apenas uma lhões, segundo informações da prefei-
obra de canalização. tura. Tais recursos servirão para projetos
“É uma obra de saneamento e será de micro e macrodrenagem em mais de
também em seu entorno um grande 50 bairros de Rio Preto, além de incluir
parque da cidade junto com o Parque os dois principais córregos canalizados
da Represa Municipal”, revelou o pre- – Canela e Borá – na região central. São
feito Valdomiro Lopes, durante entre- ações que garantem um futuro tão pro-
vista exclusiva para a Rodovias&Vias. missor quanto o passado de São José do
A ausência de enchentes em 2011 Rio Preto, uma cidade rica, agradável e
pode ser considerada uma conquista, repleta de belezas naturais.

Programa Drenagem Início: 2/6/2010


Urbana Sustentável Término: 29/3/2011

Número de famílias beneficiadas:


101.620

Extensão Total
5 km (2,5 km cada margem)
Vazão:
de 80 m³ para 320 m³ por segundo
Recursos: Governo Federal; Ministério das Cidades; Caixa Econômica Federal;
Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto
Valor Total
Construtora: Constroeste R$ 28.719.682,82

RODOVIAS&VIAS 71
Foto: Rodovias&Vias/Oberti Pimentel
FotoLegenda

BR-050, MG.
72 RODOVIAS&VIAS
iMAGEM DO MÊS
As obras de duplicação da BR-050, em Minas Gerais,
guardam surpresas como esta. Durante o trajeto de
nossas equipes rumo à capital federal, flagramos
as máquinas contratadas pelo DNIT traçando linhas
coloridas feitas de terra avermelhada, de solo mineiro.

RODOVIAS&VIAS 73
ENERGIA

Bahia quer
usina nuclear
Eletronuclear estuda implantação de usina no Nordeste. Quatro
estados estão na briga: Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Bahia.
Fotos: Rodovias &Vias/Leonilson Gomes

Monumento à cidade de Salvador do artista Mario Cravo Junior.

O Plano Nacional de Energia –


PNE 2030, do Ministério de Mi-
nas e Energia, definiu a participação
nesta região. Bahia, Sergipe, Alagoas
e Pernambuco estão na briga. O mes-
mo PNE identificou que a partir de
de 4 mil MW provenientes de usinas 2025/2030 o nosso potencial hidráu-
nucleares. Isto significa a produção de lico deve diminuir bastante, o que vai
quatro usinas nucleares, que ainda te- requerer uma participação maior das
rão de ser construídas. usinas térmicas. E as características das
Atualmente, a Eletronuclear (sub- usinas nucleares as fazem ganhar es-
sidiária da Eletrobras) está prospec- paço na matriz energética nacional. A
tando locais para a consolidação dos capacidade de gerar energia em gran-
empreendimentos. O Nordeste é umas de escala e a quantidade de urânio em
das regiões avaliadas, e a quarta usi- território nacional são dois aspectos
na nuclear brasileira deve ser erguida decisivos.

74 RODOVIAS&VIAS
bAHIA quer usina nuclear

“Nós temos a sexta maior reserva do mundo. A


expectativa é que prospectados os 70% restantes
do nosso território, poderemos chegar a ser a
segunda maior reserva de Urânio do mundo.”

Edson Kuramoto
Presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear

“Temos uma grande vantagem que são as


redes de distribuição já prontas. A Bahia tem
condições de receber não só uma, mas duas ou
três usinas nucleares desse porte.”

Silvano Ragno
Superintendente de Energia e Comunicações
do governo baiano

De acordo com o Deputado Federal


Bahia na frente João Leão (PP-BA), seu estado está na
frente da disputa. “Por tradição, con-
sagramos o maior polo industrial do
De acordo com o engenheiro e Nordeste, com a Chesf e outras. Temos
mestre em energia nuclear Edson Ku- uma grande vantagem que são as re-
ramoto, Presidente da Associação des de distribuição já prontas. A Bahia
Brasileira de Energia Nuclear, atual- tem condições de receber não só uma,
mente 30% do território nacional está mas duas ou três usinas nucleares des-
prospectado. Uma jazida na Bahia está se porte e continuarmos sendo o pilar
sendo explorada com resultados muito de geração de energia no Nordeste.”
bons. “Nós temos a sexta maior reserva Para o Superintendente de Energia
do mundo. A expectativa é que pros- e Comunicações do governo estadual,
pectados os 70% restantes do nosso Silvano Ragno, o estado deve partici-
território, poderemos chegar a ser a par do processo na parte de licencia-
segunda maior reserva de urânio do mentos, autorizações e escolha do ter-
mundo. Em termos energéticos, isso reno. “Dando todo o apoio logístico, de
equivaleria ao petróleo da camada pré- estradas, incentivos fiscais, para que os
-sal. Dominamos a tecnologia do ciclo equipamentos que não sejam fabrica-
do combustível, o que é muito signifi- dos no Brasil possam ser importados
cativo”, explica Kuramoto. com menor custo.”

RODOVIAS&VIAS 75
Sinal verde para
pedestres e bicicletas
Paranaguá será a primeira cidade brasileira a receber o Programa de
Mobilidade e Acessibilidade em Áreas Tombadas. O estacionamento será
retirado para ampliar a calçada, o fluxo de algumas vias será modificado, o
tráfego de veículos pesados será proibido, além de haver a retirada de postes
e a implantação de fiação subterrânea.
Fotos: Rodovias &Vias/Oberti Pimentel

Paranaguá/PR.

M unicípio mais antigo do Paraná,


com 363 anos, Paranaguá será
a primeira cidade brasileira a receber o
Ministério da Cultura. O projeto prevê
mudanças na circulação de veículos no
centro histórico da cidade, tombado
Programa de Mobilidade e Acessibilida- pelo Iphan em 2009. Além de preservar
de em Áreas Tombadas, desenvolvido o patrimônio histórico, pretende-se in-
pelo Instituto do Patrimônio Histórico centivar o uso de bicicletas e aumentar
e Artístico Nacional (Iphan), ligado ao a circulação de pedestres.

76 RODOVIAS&VIAS
“O objetivo é prestigiar pedestres, estão definidos. Somente quando a pro-
bicicletas e deficientes físicos. Em al- posta estiver fechada e aprovada será
guns lugares, o estacionamento será possível fazer a estimativa de valores.
retirado para ampliar a calçada. O fluxo
de algumas vias poderá ser modificado.
Tudo para que o espaço seja um local Outras cidades
de permanência, não só de passagem”,
explicou em entrevista a Rodovias&Vias Além de Paranaguá, o Iphan está de-
o Coordenador do Programa, George senvolvendo o Programa de Mobilida-
Alex da Guia. O projeto também prevê de e Acessibilidade em Áreas Tombadas
a proibição do tráfego de veículos pesa- de outras três cidades: Ouro Preto/MG,
dos, a retirada de postes e a implanta- São Francisco do Sul/SC e Laguna/SC.
ção de fiação subterrânea. No município catarinense de Laguna,
Depois de dois anos de estudos, le- a matriz do programa já está fechada e
vantamentos técnicos e discussão com em breve será apresentada à população
o grupo de acompanhamento local, a local. Nas outras duas cidades, as pro-
matriz do programa foi desenvolvida. No postas técnicas ainda estão em desen-
dia 25 de janeiro, o Iphan e a Prefeitura volvimento.
de Paranaguá apresentaram o conjunto “Cada local tem sua característica
de propostas para a população local. Al- própria que demanda um trabalho es-
guns estão resistentes às propostas do pecífico. A programação é fechar o es-
plano. Comerciantes locais acreditam tágio de audiências públicas nas quatro
que as mudanças precisam ser adap- cidades ainda este ano”, destaca o Co-
tadas à realidade da cidade. Segundo ordenador. Segundo ele, esses são pro-
dados do IBGE, Paranaguá tem 140 mil jetos pilotos. O Instituto quer ampliar o
habitantes e uma frota de 21 mil auto- programa para outros municípios bra-
móveis. sileiros. “O nosso plano é estender. Esse
Segundo George Alex, os valores é um trabalho articulado para que cida-
que serão investidos na implantação do des com bens tombados possam rece-
programa na cidade litorânea ainda não ber investimentos.”
Fotos: Rodovias &Vias/Leonilson Gomes

Ouro Preto/ MG.


RODOVIAS&VIAS 77
NA MEDIDA

TIGRE para infraestrutura urbana


A Tigre, empresa líder na fabricação de tubos, cone-
xões e acessórios em PVC, e a norte-americana ADS (Ad-
vanced Drainage Systems) formaram a Tigre-ADS Brasil. A
joint venture desenvolve produtos voltados para a infra-
estrutura urbana, como a UMA (Unidade de Medição de
Água) e o T de ligação, além de tubos corrugados de po-
lietileno de alta densidade.

Aeroportos livres

Foto: Duvulgação
O Ministério da Defesa, o Conselho Nacional de
Justiça e a Infraero estão desenvolvendo o Progra-
ma Espaço Livre. Pretendem retirar 119 aeronaves
estacionadas nos aeroportos brasileiros que estão
sob custódia do Poder Judiciário pelos mais di-
versos motivos – falência, recuperação judicial ou
apreensão de crime. O processo de remoção dos
aviões começa em março no aeroporto de Congo-
nhas, em São Paulo.

Foto: Rodovias&Vias/Alexsandro Hekavei

Soluções para enchentes


A impermeabilização dos solos, um dos princi-
pais motivos das enchentes nas grandes cidades
brasileiras, será tema de seminário durante a fei-
ra Brazil Road Expo, marcada para os dias 4 a 6 de
abril, no Expo Center Norte, em São Paulo. Diante
do desafio de melhor planejar as intervenções hu-
manas, especialistas vão discutir o emprego de pa-
vimentos permeáveis que permitam a infiltração
da água. Hoje, grande parte das cidades utiliza pi-
sos e calçadas impermeáveis, o que dificulta o es-
coamento da água e resulta em enchentes.

78 RODOVIAS&VIAS
NA MEDIDA

50 anos da Régis Bittencourt


A rodovia Régis Bittencourt (BR-
116) completou 50 anos em 24 de
janeiro de 2011. Inaugurada pelo
Ex-Presidente Juscelino Kubitschek
em 1961, o nome é uma homena-
gem ao engenheiro civil Edmundo
Régis Bittencourt, um dos pioneiros
do antigo Departamento Nacional
de Estradas de Rodagem (DNER) que
participou da construção da rodovia.

Foto: Rodovias&Vias/Leandro Dvorak


Desde 2007, o Grupo OHL administra
400 km da BR. A Autopista Régis Bit-
tencourt, empresa responsável pelo
trecho, realiza atualmente obras na
Serra do Cafezal, trecho mais crítico
do percurso São Paulo-Curitiba.

Usina em terras indígenas


Cerca de 40 comunidades indígenas do estado de Roraima aprovaram a cons-
trução de uma mini-hidrelétrica dentro das terras das comunidades, área conhe-
cida como Raposa Serra do Sol. A construção será na cachoeira da Andorinha e faz
parte do Programa Luz Para Todos, que beneficiará 1.020 famílias da região. De
acordo com a Lei da Tarifa Social de Energia Elétrica, os indígenas terão isenção to-
tal de cobrança até o consumo de 50 kW. A previsão de investimento é de R$ 15
milhões na construção da usina e do sistema de distribuição.

BR-174
Foram retomadas as obras de restauração no tre-
cho sul da BR-174, em Roraima, segmento que vai da
Foto: Divulgação

divisa com o Amazonas até Caracaraí. Em visita técni-


ca ocorrida no dia 11 de fevereiro, o Deputado Fede-
ral Luciano Castro percorreu de carro o trajeto todo,
acompanhado do Governador José de Anchieta e
do Diretor Executivo do Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (DNIT), José Sadok. O
parlamentar diz que há uma grande movimentação
de máquinas e homens trabalhando, que “as obras
estão em pleno andamento e os recursos estão ga-
rantidos”. Segundo Luciano Castro, o trecho sul está
orçado em aproximadamente R$ 420 milhões, dos
quais R$ 120 milhões já foram empenhados. O De-
putado prevê que, em breve, o trecho norte da BR-
174, que vai de Boa Vista a Pacaraima, também será
restaurado.

RODOVIAS&VIAS 79
NA MEDIDA

Recuperação nas BRs do Mato Grosso


O DNIT promoveu audiência pública

Fotos: Rodovias&Vias/Leonilson Gomes


para a contratação das obras de recupe-
ração e conservação das rodovias BR-

Foto: Divulgação
070, BR-158, BR-174, BR-163 e BR-364,
no Mato Grosso. As intervenções fazem
parte do Programa Crema 2.ª Etapa e
compreendem serviços mais profundos
de manutenção, aumentando a vida útil
do pavimento e garantindo a trafegabi-
lidade durante cinco anos. As empresas
contratadas precisam cumprir metas
para que as rodovias garantam segu-
rança e conforto aos usuários. Elas tam-
bém são responsáveis em refazer, sem
qualquer custo adicional, os serviços
executados e que não tenham atingido
a qualidade ou o desempenho previsto
em contrato. No total, serão recupera-
dos mais 2.400 km de rodovia no estado,
com investimento de R$ 1,5 bilhão.

Congestionamento aéreo

Fotos: Rodovias&Vias/Leonardo Pepi


A Helibras, subsidiária do grupo Eurocopter e
única fabricante de aeronaves de asas rotativas
na América do Sul, alcançou faturamento de R$
395 milhões em 2010, dos quais R$ 327 milhões
são referentes à venda de novos helicópteros e
R$ 68 milhões resultado da prestação de serviços
de manutenção, modernização e venda de peças.
Durante o ano passado, a empresa entregou um
número recorde de helicópteros no mercado bra-
sileiro – 42 unidades –, um crescimento de 35%
sobre o resultado de 2009. Para o mercado civil
(executivo e táxi aéreo), foram feitas 27 entregas,
e para o mercado governamental, 15 unidades.

80 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 81
ARTIGO

Renato Giusti
Pavimento de concreto:
Engenheiro e Presidente da Associação
Brasileira de Cimento Portland (ABCP)
Feito para durar

E stradas de qualidade são aquelas que du- Considerando que apenas 4% da malha na-
ram mais de vinte anos sem reparos, que cional possue pavimento de concreto, concluí-
ajudam a evitar acidentes, a economizar energia mos que há uma enorme frente para o aprovei-
elétrica, pneus, combustível e também a redu- tamento dessa tecnologia na recuperação e am-
zem o Custo-Brasil. As estradas pavimentadas pliação das estradas brasileiras, principalmente
com concreto apresentam essas características. nas vias de tráfego pesado, que também estão
O pavimento de concreto traz economia tan- presentes nas grandes cidades, como os corre-
to para o poder público como para o usuário, dores de ônibus e vias expressas, nas áreas por-
pois de acordo com o Banco Mundial, cada dó- tuárias e nos pátios e pistas dos aeroportos.
lar investido em uma estrada de qualidade cor- Rodoanel Mário Covas, Rodovias dos Imi-
responde à economia de três dólares em custo grantes, BR 101 NE são algumas das estradas pa-
operacional. vimentadas em concreto.
Para caminhões, a economia de combustível O Brasil passa por um momento econômico
chega a ser 20% maior quando trafegam sobre muito favorável, onde a Construção Civil é um
o pavimento de concreto segundo estudo da grande alavancador do desenvolvimento do
Arizona State University. E quanto mais pesado o país. Dados recentes mencionam que até 2022
veículo maior é a economia de combustível. serão necessários investimentos de mais de R$ 2
O pavimento de concreto ajuda a poupar trilhões em infraestrutura.
energia de iluminação, uma vez que sendo de As obras que serão resultado dos investi-
superfície clara, reflete melhor a luz, permitin- mentos nesse setor, necessitarão de equipa-
do a utilização de menos postes de iluminação. mentos e tecnologias de última geração. E isso
Também esquenta menos, qualidade pela qual tem sido encontrado no Concrete Show, o maior
é apontado como ecoamigável e muito indicado evento internacional de tecnologia do concreto
para parques naturais, porque não aumentam da América Latina, cuja 5ª edição acontecerá de
a temperatura ambiente já que reflete rapida- 31 de agosto a 2 de setembro de 2011, em São
mente os raios solares, dispersando o calor re- Paulo.
cebido, e contribuindo para reduzir as ilhas de O Concrete Show tem feito com que a cadeia
calor. produtiva da construção disponha anualmente
No concreto, devido ao maior atrito entre de abundante informação e conhecimento, que
a superfície e os pneus, a distância de freagem permite a escolha das melhores práticas e tecno-
pode ser 40% menor. Com as novas tecnolo- logia, além da oferta de seminários técnicos de
gias, a construção do pavimento de concreto é alta qualidade. A feira é uma excepcional opor-
rápida, podendo até ser liberado ao tráfego em tunidade para expositores apresentarem seus
questão de horas. equipamentos, técnicas e serviços, neste e nos
E o domínio da tecnologia utilizada para a próximos anos de uma construção civil tão pu-
construção de estradas em concreto no Brasil é jante.
amplo e disseminado nas principais empresas Portanto, ninguém pode deixar de partici-
construtoras do seguimento. E o potencial de par ou de visitar todos os anos o Concrete Show,
construção de cada máquina pode chegar a um uma feira também feita para durar, como o pavi-
quilômetro por dia. mento de concreto.

82 RODOVIAS&VIAS
203% EM 4 ANOS

ConCreteshow2011
CONCRETE SHOW SOUTH AMERICA REFLETE CRESCIMENTO DO
MERCADO E EXCELENTE MOMENTO DE INVESTIMENTOS NO PAÍS

três dias de feira e congresso.


A alteração do local de reali-
zação deste grande evento não • 47.000m² de exposição
foi ocasional. Com o crescimen-  34% maior que a edição anterior
to da demanda de empresas
expositoras, o Centro de Expo- • 500 expositores nacionais
sições Imigrantes passou a ser
e internacionais
Em sua 5ª edição, o Concrete o local ideal para comportar os
Show South America supera as 47.000m² de exposição, além
 50% a mais de empresas
expectativas de crescimento e se das 150 palestras simultâneas internacionais
consolida como case de sucesso do Concrete Congress e ainda  30% de novos expositores
entre as feiras de negócios. ser o palco do GIF – Global In-
O maior e mais importante frastructure Forum, versão latino • Concrete Congress: mais conteúdo
evento serviços e tecnologia em americana do renomado evento  150 palestras simultâneas
equipamentos, serviços, produ- internacional de infraestrutura
tos e sistemas construtivos à de Londres.
base de concreto apresenta, até
o momento, um crescimento de TRAJETÓRIA DE SUCESSO
34% na área de exposição para Área de exposição (m ) 2 Expositores Visitantes
23.000
2011 – um total de 203% de 500
21.320
47.000
crescimento em 4 anos. 400 13.870
17.145

Serão mais de 500 exposi- 33.000


36.500
250
312 10.195

tores nacionais e internacionais 20.000


200

lançando e apresentando suas 12.000


2007 2008 2009 2010 2011*
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RODOVIAS&VIAS 83
ARTIGO

Pavimentação ecológica:
Cláudio de Castro uma solução para evitar
Engenheiro civil, trabalha há 30 anos em
projetos que utilizam paralelepípedo as tragédias com chuvas

D esde que as águas dos rios Piracicaba


e Corumbataí subiram, devido às for-
tes chuvas no início de janeiro, as autoridades
Além disso, o rejunte desse material é todo
feito com pedrisco, o que facilita o escoa-
mento da água.
e toda a população tiveram suas vidas alte- Porém, no Brasil, não há uma lei que con-
radas. Até o dia 21 de janeiro a chuva havia tenha o uso da pavimentação com asfalto nas
atingido 401 milímetros de água em Piraci- cidades. A conscientização então, se torna a
caba. Na cidade, foram 233 famílias desaloja- melhor solução, pois o asfalto, feito à base de
das e 10 desabrigados. Um número razoavel- petróleo, é muito químico e impermeável. A
mente baixo, se comparado a tragédia do Rio água que cai sobre ele, não tendo como ser fil-
de Janeiro, onde a Defesa Civil contabilizou, trada, corre em direção às guias, cai nos buei-
837 mortes, 418 desaparecidos e mais de ros e vai direto para os rios, que, como con-
30.000 entre desalojados e desabrigados. sequência, acabam transbordando e preju-
Porém, não importa o caso. Quando o
volume de água de um rio, córrego, lago ou
mar é superior ao que ele pode comportar,
devido às chuvas contínuas, há um trans-
bordamento. Na área rural o prejuízo não é “A aplicação de
muito grande, pois o solo e a vegetação fa- paralelepípedos pode ser
zem a evacuação da água por sucção. Já nos
centros urbanos, a situação é bem diferente.
uma solução prática e
Os estragos deixam de ser causados por uma ecológica.”
catástrofe natural, e passam a ser responsabi-
lidade do homem. A interferência humana se
dá pelo desenvolvimento acelerado das cida-
des, cujo excesso populacional começa a ha-
bitar áreas nos limites dos rios, ou seja, ficam dicando a população ribeira. No caso do pa-
ao alcance da região de transbordamento. ralelepípedo, ele tem um poder de absorção
A pavimentação dessas regiões também de 50%. Por isso é tão aconselhável, principal-
é um dos problemas, pois isso impede que mente, nos lugares com risco de inundações.
o solo absorva a água. De acordo com o site Outro problema decorrente da interferên-
Educação em Foco, cada metro quadrado de cia humana é o acúmulo de lixo, que entope
solo permeável devolve 1,6 mil litros por ano as estruturas de escoamento de água. As tra-
ao subsolo. gédias tomam proporções tão grandes, jus-
Por isso, há meios de se controlar e, até tamente, pela falta de cidadania e bom senso
mesmo, evitar essas situações tão caóticas. A dos homens.
aplicação de paralelepípedos, por exemplo, Não adianta apenas se indignar com a tra-
pode ser uma solução prática e ecológica. En- gédia causada pelos alagamentos. É preciso
tre um paralelepípedo e outro há um espaço pensar antes de culpar só as chuvas. A ação
de mais ou menos dois centímetros onde a humana, ou a falta dela, pode ser mais danosa
água penetra e é absorvida para o subsolo. do que qualquer outro fenômeno natural.

84 RODOVIAS&VIAS
ARTIGO

APLICAÇÃO DO GEORREFERENCIAMENTO EM
“ PROJETOS GEOTÉCNICOS E
André H. CamposTeixeira
Mestre em Engenharia Geotécnica pela
GEOMÉTRICOS de rodovias
Universidade Federal de Ouro Preto

A facilidade de acesso aos parâmetros


geotécnicos e geométricos de uma
rodovia constitui-se como um inestimável re-
isso tem-se toda a informação confiável
para execução de projetos geotécnicos e
geométricos. São informações como a po-
curso nas etapas preliminares de projetos de sição geográfica do eixo da rodovia, a posi-
Engenharia, no planejamento de atividades ção de cada bueiro, de cada ponte, de cada
de manutenção e preservação. A cartografia talude, de cada furo de sondagem, de cada
geotécnica e geométrica, neste sentido tem classificação do solo e muito mais. Todas
sido um dos instrumentos mais eficientes estas informações atribuídas por uma coor-
para a avaliação do meio físico nas últimas denada UTM, possibilita uma melhor troca
décadas. Entretanto, o desenvolvimento de de informações por profissionais como me-
um mapa geotécnico e geométrico georre- didores, projetistas e profissionais de exe-
ferenciado de uma rodovia requer a análise cução de obra.
de um grande número de informações que Órgãos como DER e DNIT são responsá-
precisam ser tratadas e combinadas com veis pela construção e manutenção de uma
rapidez. Este artigo tem o objetivo de apre- rodovia e para qualquer obra rodoviária é
sentar a importância do georreferenciamen- exigido o georreferenciamento da mesma
to, em um estudo de caso na rodovia de 12 facilitando a elaboração, execução e moni-
km que interliga os municípios mineiros de toramento da obra.
Bom Jesus do Amparo à Ipoema. Forão ana- Conclui-se que é possível utilizar o GPS
lisados a partir deste georreferenciamento o geodésico para fazer o controle de uma
controle de uma possível movimentação de possível movimentação de massa do solo
massa do solo, em específico cristas de talu- analisando este caso estudado que foram
des da rodovia, a posição de todo o material duas cristas de taludes, porém deve-se
geotécnico e geométrico da rodovia e conse- considerar somente a movimentação hori-
quentemente demonstrar a importância das zontal em um deslocamento maior do que
coordenadas UTM de uma rodovia. Para esta a precisão do aparelho. Para controle da
metodologia, foi necessário capturar, proces- movimentação de massa vertical do solo
sar e integrar as informações provenientes esta metodologia fica comprometida, pois
de fontes diversas como levantamentos to- a variação no valor da Altitude comparando
pográficos, estudos geotécnicos, imagens, medições de um mesmo ponto e dias dife-
coleta de coordenadas em campo por GPS. E rentes é muito alta.
após a captura destes dados, houve a neces- O georreferenciamento de uma rodovia
sidade de processá-los em softwares de infor- a partir do sistema de coordenadas UTM, só
mática para fazer as devidas análises. não permite um banco de dados com infor-
Uma rodovia georreferenciada permiti- mações confiáveis como também a troca
rá que esta tenha informações precisas de dessas informações precisas que podem ser
localizações de qualquer ponto através das utilizadas por toda a sua existência, contri-
coordenadas UTM. Como exemplo do trecho buindo assim com a economia, com a políti-
experimental, a rodovia Bom Jesus do Ampa- ca e também com a cultura.
ro até Ipoema foi toda georreferenciada, com

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da redação

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