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EQUIPA DE AUTISMO

REGIÃO CENTRO

SUGESTÕES DE ACTIVIDADES

Maria

Novembro 2000
NOTA INTRODUTÓRIA

No dia 29 de Setembro de 1998 realizámos a reavaliação do David José Ramos


Garcia com 7 A e 7 M, tendo por base o PEP-R (Perfil Psicoeducacional Revisto, de
Schopler e Reichler).
Pelos resultados desta avaliação vemos que o nível de desenvolvimento
funcional do David se situa por volta dos 4 anos, mas com possibilidades de evoluir
para um nível superior, apresentando como áreas mais fortes a Percepção a
Motricidade Global e Fina e a Coordenação Óculo-Manual.
A avaliação foi feita com base na edição revista do teste que é mais exigente e
daí a razão do David apresentar um nível funcional de desenvolvimento semelhante ao
da avaliação anterior. No entanto, em relação a esta notam-se progressos,
principalmente nas áreas que melhor domina.
As actividades que a seguir propomos são para acrescentar ao caderno de
“Sugestões de Actividades” do David. Porém, sugerimos que se continue a trabalhar as
actividades ele ainda não realiza, ou mostra dificuldades.

No dia 18 de Março de 1998 realizámos a avaliação da Maria com 9 A e 3 M,


tendo por base o PEP-R (Perfil Psicoeducacional Revisto, de Schopler e Reichler).
Pelos resultados desta avaliação vemos que o nível de desenvolvimento
funcional da Maria se situa entre os , mas com possibilidades de evoluir para um nível
superior, e que apresenta como áreas mais fortes a Motricidade, a Imitação e a
Percepção.
De acordo com o nível de desenvolvimento funcional em cada área e partindo
dos comportamentos emergentes da Maria, a Equipa de Avaliação elaborou uma
sequência de actividades que poderão servir de suporte para a elaboração do seu
Programa Individual.
Assim, este bloco de “Sugestões de Actividades” deverá ser lido e discutido pela
Família e Técnicos intervenientes no processo educativo para que, posteriormente e
em reunião com Equipa de Avaliação, se seleccionem as actividades a desenvolver.
Qualquer uma destas actividades tem objectivos bem explícitos e o
procedimento relatado é um exemplo de como desenvolvê-las podendo servir de
suporte para muitas outras que Técnicos e Pais poderão recriar.
Possivelmente, a Maria já é capaz de realizar sozinha algumas das actividades
sugeridas, que poderão servir de proposta para ela as realizar no gabinete individual.
Propomos que em cada área se seleccione uma actividade para ser ensinada
em situação 1:1 e que só depois de bem consolidada se deverá passar a outra.
É importante não esquecer alguns conselhos práticos:

♦ Não tentar trabalhar muitos aspectos ao mesmo tempo – escolher


prioridades
♦ Manter-se o mais calmo possível e usar uma linguagem clara e precisa
♦ Tentar ser consistente quando se trabalha um comportamento particular,
estabelecendo rotinas simples
♦ A comunicação entre todos os envolvidos na educação da Maria tem de
ser contínua – todos têm de usar as mesmas regras
♦ Sempre que possível, tentar lidar com os comportamentos inadequados
de uma forma calma e divertida
♦ Quando a intervenção e a confrontação se tornar necessária, certificar-.se
de que se é capaz de controlar com sucesso
♦ Ter cuidado para não reforçar comportamentos indesejáveis. Por
exemplo, gritar e zangar-se pode constituir uma recompensa se o resultado
for uma maior atenção por parte do adulto
♦ Dividir todas as tarefas e comportamentos a trabalhar em passos muito
pequenos
♦ O comportamento demora a mudar – ser paciente e persistente
♦ Nunca se sentir só – pedir ajuda e partilhar os problemas
♦ Tentar ter sempre em conta as coisas positivas, tentar não valorizar os
problemas
♦ Não ter preocupação com o tempo

A Equipa responsável
IMITAÇÃO

A imitação é básica para a aprendizagem e para o desenvolvimento. Sem a


imitação, a criança não pode aprender nem a falar, nem outros comportamentos
necessários à adaptação da sua cultura. O desenvolvimento de capacidades de
imitação é essencial no crescimento de qualquer criança. Porque frequentemente, a
criança com autismo tem dificuldades em aprender a imitar, é necessário que as
capacidades de imitação sejam ensinadas de modo a que não aprenda
comportamentos bizarros.
As capacidades básicas de imitação envolvem repetições directas e simples, tais
como vocalizações ou bater de palmas, que são geralmente aprendidas muito cedo na
vida de uma criança. Mais tarde, vai aprender a imitar outros comportamentos mais
complexos e específicos.
Este capítulo propõe uma série de actividades designadas para a aprendizagem
das capacidades de imitação que, normalmente, se aprendem nos primeiros anos, com
especial interesse na aprendizagem da linguagem. Quando esta está comprometida há
dificuldade na capacidade imitativa da criança. Pelo facto de toda a expressão verbal
envolver o movimento dos lábios e língua, em muitos casos, é necessário trabalhar
primeiro na imitação da motricidade fina e grossa, para que a criança aprenda os
processos básicos que implicam a imitação.
O acto de imitar envolve muito factores, incluindo a motivação, a memória, o
processo sensorial e o controle de todos os músculos implicados na motricidade global
e a coordenação motora fina da boca e das mãos. A imitação pode ser imediata, como
quando a criança repete uma palavra que se lhe é dita, ou retardada, quando imita um
comportamento memorizado através da sua experiência.
A criança com autismo tem muitas dificuldades em seleccionar na memória o
comportamento adequado a cada situação.
Para começar um programa com a criança nesta área é necessário fazer-se
uma avaliação de todas as imitações existentes. As actividades que se seguem
representam uma simples proposta de tipos de actividades para cada grau de
desenvolvimento que podem ser utilizadas no ensino de capacidades de imitação.
1 – FAZER BATIMENTOS POR IMITAÇÃO
Imitação, motricidade
Motricidade fina, agarrar
Percepção visual
Meta: Aprender a imitar o uso dos materiais
Objectivo: Imitar um modelo de batimentos com uma colher
Materiais: 2 colheres e um pote
Procedimento:
Sente-se com a Maria à mesa e capte a sua atenção, balançando uma colher no
seu campo de visão. Bata na mesa com a colher com um ritmo definido e contínuo,
com a sua outra mão coloque outra colher na mão da criança e reforce sempre que
ela a agarrar. Comece a bater com a colher na mão dela contra a mesa da mesma
maneira que está a bater com outra mão. Progressivamente reduza a sua ajuda
para ver se a Maria continua a bater. Quando ela já consegue bater na mesa sem
ajuda, deixe de bater na mesa e passe para o pote. Repare se a criança faz o
mesmo e se não o fizer ajude-a. Depois de algum tempo, volte novamente à mesa
e repita o procedimento para que a criança faça o mesmo. Continue a actividade
até que a Maria aprenda a imitá-la a bater na mesa e no pote sem que necessite de
ajuda.

2 – COMEÇAR A IMITAÇÃO VOCAL


Imitação vocal
Desempenho verbal, vocalização
Meta: Desenvolver a imitação vocal
Objectivo: Imitar o som de séries simples de sílabas
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Sempre que a Maria faça sons de forma espontânea, imite imediatamente o som
que ela acabou de emitir e repare se ela responde fazendo de novo o mesmo som.
Tente manter uma “conversa” imitando os sons que ela emite. De vez em quando
repita os sons que ela já tenha emitido e repare se ela os repete de novo, por
imitação. Se ela repetir os sons, insista nos mesmos algumas vezes para ver se ela
continua a imitá-la de forma interactiva. Quando a Maria começar a mostrar
interesse na imitação dos sons, deixe-a inicialmente ser ela a propor os sons e
imite-os, mas progressivamente vá-lhe propondo outros e preste atenção à possível
imitação dos mesmos e, logo a seguir, reforce-a.
3 - ANTECIPAR SONS EM IMITAÇÃO
Imitação vocal
Desempenho verbal, vocalização
Socialização, interacção individual
Meta: Desenvolver a imitação vocal
Objectivo: Dar uma aproximação vocal de um som associado a uma rotina física
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Sente-se numa cadeira com a Maria nos seus joelhos e faça-a saltar de vez em
quando, dizendo “Bom, bom, bom ,bom.”. A seguir balance-a para trás e para a
frente e diga ao ritmo do movimento “la, la la...”. Depois de repetir este movimento
com o som, repita e aguarde para ver se a Maria antecipa o som ”la,la,la...”. Deixe-
a saber que deve fazer o som fazendo você primeiro o som e depois toque-lhe nos
lábios, para ela emitir o som, Espere alguns segundos e se a Maria não emitir som
nenhum, toque-lhe de novo nos lábios e emita o som para lhe indicar que ela deve
emitir também. Para crianças mais velhas que não se conseguem manter
facilmente nos joelhos, cante uma cantiga que tenha “Para baixo”, mas atrase o
“BAIXO” e deixe-a tombar para o chão até que ela faça alguma tentativa para
vocalizar o som.

4 – IMITAR ACÇÕES PARA PRODUZIR SONS


Imitação vocal
Imitação, motricidade
Desempenho verbal, vocalização
Meta Encorajar a imitação de sons e aumentar a atenção visual para as acções de
outra pessoa
Objectivo: Imitar sons de sílabas singulares através de acções físicas simples.
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Escolha uma das acções abaixo descritas. Demonstre essa acção e então ajude a
Maria a imitá-la através do movimento das mãos. Progressivamente reduza a
quantidade de ajuda à medida que ela vai aprendendo a produzir o som por ela
próprio. Repita a demonstração da 1ª acção até verificar que ela está a perceber e
colabora e só depois passe à segunda actividade..
a) Ponha os seus dedos perto dos lábios e diga “SHHHH”
b) Bata suavemente nos seus lábios com a sua mão e emita o som ao estilo
dos índios, dizendo “u u u u u u u u :::”.
c) Estale os seus lábios, como um beijo.
d)Faça um som de estalo, estando os seus dedos perto da face da Maria

5 – TOCAR PARTES DO CORPO IMITANDO


Imitação, motricidade
Percepção, visual
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Aprender a observar uma pessoa e imitar as suas acções
Objectivo: Tocar 3 partes do corpo, imitando
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Coloque-se na mesa em frente a Maria e faça o que for necessário para chamar a
sua atenção. Assim que ela olhar para si, diga-lhe: “Maria, toca no nariz.”. Ponha o
indicador no seu nariz. Se ela não imitar, pegue no indicador dela com a sua outra
mão e toque-lhe no nariz repetindo: “Maria toca no nariz.”, continuando a tocar o
seu próprio nariz. Reforce-a imediatamente (por exemplo: sorria, elogie-a ou dê-lhe
uma recompensa comestível), mesmo que a tenha ajudado. Repita o procedimento
até ela conseguir responder, de forma consistente, sem ajuda. Assegure-se de que
todas as vezes em que repete o procedimento, ela olha para si enquanto você toca
o nariz e diz “Maria, toca o nariz.”. Recompense-a sempre que ela emite a resposta
apropriada. Após ela ser capaz de tocar o nariz, pelo menos 90% das vezes, em
resposta à sua acção e ao seu comando verbal, adicione outras partes do corpo
(uma de cada vez) pela seguinte ordem: cabelo, boca, olho, ouvido. Depois de
ensinar uma segunda parte do corpo, espere até ela consiga responder
apropriadamente a 90% das vezes às duas partes do corpo ensinadas antes de
adicionar uma terceira.

6 - BATER PALMAS, IMITANDO


Imitação, motricidade
Meta: Desenvolver a imitação dos movimentos da professora
Objectivo: Bater palmas imitando a professora
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Coloque-se na mesa em frente a Maria e diga: “Olha, Maria”, e bata as palmas
lentamente. A seguir agarre as mãos dela e bata as palmas, recompensando-a
imediatamente. Bata as suas mãos novamente e certifique-se que ela está a olhar
para si quando faz isso. Bata novamente as suas mãos e faça-lhe sinal para o fazer
também. Se ela fizer algum sinal para a imitar, ajude-a a completar a acção e
recompense-a imediatamente. Se ela continua sem entender o que se espera dela,
continue-lhe a guiar as mãos durante o movimento, recompensando-a de cada vez
de forma mais espaçada. Gradualmente tente reduzir a sua assistência para que
ela possa aprender que tem de bater as suas mãos afim de obter outra
recompensa.

7 – IMITAR MOVIMENTOS DE BRAÇOS


Imitação, motricidade
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Motricidade global, braços
Meta: Melhorar a imitação motora, a consciência corporal, e entender “em cima”, “fora”
e “em baixo”.
Objectivo: Imitar movimentos simples sem assistência
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Coloque-se em frente à Maria e diga: “Olha Maria.”. Coloque os braços acima da
sua cabeça e diga. “Braços para cima”. Se ela não responde coloque-lhe os braços
acima da cabeça, segure-os um instante e repita: “Braços para cima”. Levante os
seus braços acima da sua cabeça enquanto ela faz o mesmo. Repita: “Braços para
cima.”. Coloque os seus braços para baixo e diga “Braços para baixo”. Se
necessário ajude-a a colocar os braços para baixo. Repita novamente: “Braços para
baixo.” enquanto os dois seguram os braços em baixo. Então coloque os braços na
lateral e diga: “Braços para fora”. Tente fazer com que ela imite sem assistência. à
medida que ela vai executando melhor a tarefa, mova ocasionalmente o braços
sem emitir o comando verbal ou emita o comando verbal sem mover os braços.
Verifique se ela antecipa a acção ou o comando.

8 – IMITAR O USO DE OBJECTOS QUE FAZEM BARULHO


Imitação, motricidade
Motricidade fina, manipulação
Meta: Melhorar a atenção ao uso de materiais
Objectivo: Imitar de forma apropriada o uso de 3 objectos diferentes
Materiais: 2 brinquedos de apertar, 2 campainhas, 2 apitos, uma caixa de tamanho médio
Procedimento:
Sente-se em frente a Maria do outro lado da mesa com os brinquedos num lado.
Pegue no primeiro lote de brinquedos, coloque um em frente a Maria e guarde um
para si. (ver figura). Diga: “Olha Maria”, certificando-se que ela está a olhar para si e
faça o movimento apropriado com o brinquedo (ex.: aperte-o ou, no caso do apito,
sopre). Continue a usar o brinquedo e, com a outra mão, ajude-a a fazer o mesmo
movimento. Repita a acção com o seu próprio brinquedo e diga: “Faz tu.”. Se ela
tentar imitar a sua acção recompense-a imediatamente e coloque os brinquedos na
caixa. Repita o procedimento com os outros 2 brinquedos. Se ela os tentar usar de
forma inapropriada (ex.: abanar o brinquedo de apertar), pare a acção e demonstre
o seu uso correcto. Se necessário ajude-a a realizar a acção correcta, mas tente
retirar de forma gradual a sua ajuda, à medida que ela aprende a observar as suas
acções e a imitá-las sozinha.

9 – IMITAR MOVIMENTOS DE LÁBIOS


Imitação, motricidade
Meta: Desenvolver competências motoras orais necessárias ao desenvolvimento da
linguagem
Objectivo: Desempenhar séries de movimentos dos lábios imitando a professora
Materiais: Espelho (opção)
Procedimento:
Sente-se de frente para a Maria e assegure-se que ela está a olhar para si. Execute
os seguintes movimentos e faça com que ela os imite:
a) Comprima os lábios firmemente e depois abra-os
b) Franza os lábios, esticando-os o mais possível
c) Franza os lábios e depois abra-os num sorriso grande
d) Esfregue o lábio inferior no superior
e) Esfregue o lábio superior no inferior
Como recompensa da imitação apropriada, dê-lhe um pouco da sua bebida favorita
por uma palhinha no sentido de a encorajar a usar melhor os seus lábios. Se ela
tiver dificuldade em olhá-la de frente, sente-se ao seu lado e faça os exercícios ao
espelho.
10 –RABISCAR POR IMITAÇÃO
Imitação, motricidade
Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Meta: Aumentar a imitação do uso de materiais e desenvolver competências básicas
do uso do lápis
Objectivo: Rabiscar durante 2-3 segundos numa folha de papel grande
Materiais: Lápis grossos e papel
Procedimento:
Sente-se à mesa de frente para a Maria. Coloque um lápis à sua frente e guarde
um para si. Coloque uma folha de papel na mesa de forma a ser facilmente
alcançada pelos dois. Rabisque no papel por 2 ou 3 segundos com o seu lápis.
Coloque, em seguida, o lápis na dela mão e ajude-a a rabiscar durante alguns
segundos. Recompense-a e coloque uma folha nova na mesa. Repita o
procedimento, mas desta vez o objectivo é fazer com que ela rabisque sem ajuda
manual. Se ela não imitar, pegue-lhe na mão e faça com que ela rabisque. Assim
que ela começar a imitar varie os riscos duma forma repetitiva (circular ou
horizontal). O objectivo é fazer com que ela imite os diferentes traços à medida que
a professora os executar.

11 - IMITAR MOVIMENTOS VULGARES DE AUTONOMIA


Imitação, motricidade
Autonomia, lavar-se
Meta: Aumentar competências motoras e ensinar competências comuns de Autonomia.
Objectivo: Imitar com sucesso 3 acções comuns de Autonomia.
Materiais: Pente, toalha, escova de dentes.
Procedimento:
Sente-se na mesa de frente para a Maria com o pente, a toalha e a escova de
dentes alinhados para que ela veja quantas acções tem de realizar. Segure o pente
e diga: “Pentear o cabelo.”, passando o pente lentamente pelo cabelo. Coloque o
pente na sua mão e ajude-a a pentear-se. Em seguida coloque o pente à sua frente
e faça o gesto de pentear dizendo “Pentear o cabelo.”. Se ela agarra o pente e faz
algum gesto que indique uma intenção de pentear, recompense-a imediatamente.
Se ela não imita a acção proposta, guie-lhe a mão através do movimento
pretendido e tente fazer com que desempenhe a tarefa de forma independente.
Repita este procedimento até ela imitar a sua acção sem assistência. Repita o
procedimento de forma independente com a toalha de rosto usando como pista
verbal a expressão “Limpar a cara.” e com a escova de dentes usando como pista a
expressão verbal “Lavar os dentes.”. Não se preocupe em fazer com que a criança
seja capaz de lavar os dentes ou pentear-se uma vez que se pretende que estas
actividades a ajudem, em primeiro lugar a copiar os movimentos. Devemos, neste
nível preocuparmo-nos em fazer com que ela copie os movimentos.

12 –TIRAR OBJECTOS DE UM SACO EM IMITAÇÃO


Imitação, motricidade
Meta: Aumentar a atenção ao uso de materiais pela professora
Objectivo: Imitar de forma apropriada o uso de 5 objectos familiares
Materiais: Taça, bacia ou saco, 5 itens ou brinquedos comuns (ex.: esponja, bola, carro de
brincar, chávena, escova do cabelo)
Procedimento:
Coloque os 5 itens numa taça, numa bacia ou num saco. Se a Maria tiver
dificuldade em manter a atenção, use uma bacia ou uma taça para que veja
quantas vezes tem de desempenhar a tarefa antes desta estar completa.
Seleccione um item da taça, assegure-se que a criança está a olhar para si e use o
objecto da forma apropriada (ex. rolar a bola, mover o carrinho, etc.). Em seguida
dê-lhe o objecto e faça com que ela repita a acção. Ajude-a apenas se precisar.
Após ter copiado a acção com sucesso, ponha de lado o objecto e seleccione outro
da taça. Repita o procedimento até o saco ou a taça estar vazio.

13 - IMITAR OS SONS DE OBJECTOS


Imitação, vocal
Imitação, motricidade
Desempenho verbal, vocalização
Meta: Melhorar a articulação e aumentar a atenção aos movimentos dos lábios
Objectivo: Imitar com sucesso os sons associados a 3 brinquedos ou objectos comuns
Materiais: 3 brinquedos comuns ou objectos de casa com sons diferentes (ex.: relógio,
campainha, carro de brincar)
Procedimento:
Coloque os 3 objectos num dos lados da mesa onde a Maria possa ver
exactamente em quantas partes se divide a tarefa. Tire um dos objectos e emita o
som geralmente associado a este objecto. Se este tiver uma acção particular,
combine o som e o movimento. Assegure-se que a Maria está a olhar para si e
repita o som. Então dê-lhe o objecto e toque-lhe nos lábios para indicar que ela
deve reproduzir esse som. Não se preocupe se ela não reproduz o som de forma
exacta. Após ela ter imitado o som associado ao 1º objecto, coloque o item na outra
parte da mesa e repita o procedimento com outro objecto. Continue a actividade até
usar os 3 objectos.
Exemplos de objectos que podem ser associados com sons:
a) relógio- “tic-tac”
b) campainha- “Turim”
c) carrinho- “pó-pó”
d) comboio- “uu-uu”.

14 – DESENHAR LINHAS HORIZONTAIS, POR IMITAÇÃO


Imitação, motricidade
Coordenação óculo-manual
Meta: Imitar a professora, no que respeita o uso de materiais, ganhar prática em
controlar um lápis, desenvolver a compreensão dos passos que envolvem uma
tarefa
Objectivo: Desenhar 3 linhas horizontais imitando
Materiais: 3 lápis, 3 folhas de papel, 2 tabuleiros
Procedimento:
Coloque 3 lápis num tabuleiro, próximo de 3 folhas de papel. Coloque o tabuleiro
vazio no outro extremo da mesa. Tire uma folha do tabuleiro e um lápis e mostre a
Maria como desenhar uma linha horizontal no papel. Dê ênfase à linha através de
um movimento exagerado e com um som qualquer, por exemplo: “Zip Zip”. Em
seguida coloque-lhe o lápis na mão e ajude-a a fazer uma linha horizontal. Enfatize
a rapidez do movimento. Não a deixe rabiscar. Quando ela tiver feito a marca com
o 1º lápis, coloque-o no tabuleiro vazio (correspondente às actividades terminadas)
e tire um outro lápis (ver figura). Repita o procedimento usando uma folha nova.
Retire gradualmente a sua ajuda, à medida que ela for conseguindo realizar a
tarefa sozinha. Quando todos os lápis estiverem no tabuleiro das actividades
terminadas, o exercício está completo.

15 – IMITAR MOVIMENTOS DAS MÃOS


Imitação, motricidade
Motricidade global, braço
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Melhorar a imitação de movimentos simples das mãos
Objectivo: Imitar movimentos simples das mãos tais como bater palmas
Materiais: Contas, fio
Procedimento:
Uma vez que sabemos que a Maria gosta de enfiar contas, vamos usar essa
capacidade para trabalhar outra aptidão. Dê-lhe o fio e a conta e deixe-a enfiar.
Para as contas seguintes, faça com que a Maria bata as mãos imitando a
professora antes de este lhe dar a conta. No início é provável que tenha de bater as
suas mãos e guiar as mãos dela para que consiga bater as palmas. Quando ela se
acostumar à ideia de bater as mãos imitando a professora para obter outra conta,
mude a actividade de imitação para outra como por exemplo: bater na mesa ou nas
mãos da professora. Usando as contas como factor de motivação, será mais
provável que a Maria preste atenção ao que lhe é proposto e fazer o que for
necessário para conseguir outra conta.

16 – IMITAR COM PLASTICINA


Imitação, motricidade
Motricidade fina,. manipulação
Meta: Aumentar a atenção ao uso de materiais por parte da professora e desenvolver
controle do movimento das mãos
Objectivo: Imitar movimentos simples envolvendo plasticina
Materiais: Plasticina
Procedimento:
Divida a plasticina em 4 bocados iguais. Coloque as 4 peças de um lado da mesa,
onde a Maria possa vê-las. Dê-lhe, em seguida uma peça enquanto fica com uma
peça para si. Assegure-se de que ela está a olhar para si e molde a plasticina em
forma de salsicha. Enquanto está a moldar a plasticina diga-lhe: “ Olha, faz tu.”. Se
ela não a tenta imitar ou se ela não usa um movimento de rolar a plasticina, use a
sua outra mão para fazer com que ela use o movimento adequado. Assim que ela
começar a usar a plasticina sozinha, recompense-a e coloque as duas peças já
usadas no outro lado da mesa. Repita o procedimento com as duas peças
restantes mas desta vez faça com que ela a imite a pressionar a plasticina como se
fosse uma panqueca. Após ela ter imitado essa actividade, coloque as duas peças
achatadas junto das duas primeiras e a actividade termina. Repita a actividade
muitas vezes e, à medida que ela fica com mais perícia, use mais peças de
plasticina e alterne os dois movimentos.

17 –TOCAR DUAS PARTES DO CORPO POR IMITAÇÃO


Imitação, motricidade
Motricidade global,. braços.
Motricidade fina, coordenação de duas mãos
Meta: Aumentar a atenção e desenvolver aptidões de imitação mais avançadas
Objectivo: Imitar uma série de 3 acções envolvendo o toque simultâneo de duas partes
diferentes do corpo
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Coloque a Maria, de pé, voltada para si e assegure-se que está a olhar para si.
Toque uma parte diferente do corpo com cada mão, por exemplo: coloque uma
mão em cima da cabeça e a outra na barriga. Exagere o movimento no sentido de
se assegurar que ela está a prestar atenção ao que está a fazer. Indique-lhe que
tem de a imitar. Diga-lhe “Faz tu.” e repita o movimento. Mantenha a posição para
que ela tenha continuamente um modelo para imitar. Se ela não fizer nenhum
esforço para imitar, coloque-lhe as mãos em posição. Se tentar imitar mas tem
dificuldade em realizar as duas acções, repita os dois movimentos e exagerando-os
diga “Cabeça e barriga.”.

18 - IMITAR EXERCÍCIOS COM O QUEIXO


Imitação, motricidade
Meta: Desenvolver competências orais motoras necessárias ao desenvolvimento da
linguagem
Objectivo: Desenvolver uma série de movimentos do queixo e da língua imitando a
professora
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Sente-se de frente para a Maria e diga “Faz como eu.”. Faça os seguintes
movimentos para que ela os imite:
a) Abra e feche a boca, batendo os dentes.
b) Fixe a cabeça e mova o queixo para a esquerda e depois para a direita.
Provavelmente, necessitará da sua ajuda, por isso esteja preparada para
mover-lhe o queixo com a sua mão.
c) Faça um movimento exagerado como se estivesse a mastigar e faça com
que ela a imite.
d) Deite a língua de fora, coloque-a dentro da boca, mova-a para a esquerda
e para a direita.
Como recompensa pela imitação, dê-lhe pedacinhos de comida difíceis de
mastigar, mas que sejam agradáveis (pastilhas, gomas, etc.).

19 – IMITAR O USO DE MATERIAIS


Imitação, motricidade
Meta: Desenvolver a imitação do uso de materiais.
Objectivo: Imitar de forma apropriada o uso variado de materiais comuns.
Materiais: Colher de madeira, tacho, bola, chave
Procedimento:
Sente-se em frente a Maria com os 4 objectos de um lado da mesa. Tire um objecto
e certifique-se que ela está a olhar e demonstre a utilidade que esse objecto tem.
Em seguida peça-lhe para imitar a sua acção, com a sua ajuda se necessário.
Substitua o objecto e repita o procedimento com o segundo objecto. Use o mesmo
objecto de formas diferentes e assegure-se que ela copia a acção que está a
demonstrar neste momento e não uma outra acção demonstrada com o mesmo
objecto. Evite escolher os objectos de formas previsível. Pode inclusive, usar o
mesmo objecto duas vezes seguidas com diferentes acções mas lembre-se de
guardar os objectos com os outros, mesmo que pretenda demonstrá-lo novamente.
Exemplo de uma rotina:
a) Lançar a bola.
b) Bater no pote com a colher.
c) Rolar a bola.
d) Achatar a chave.
e) Mexer no pote com a colher.
f) Rodar a chave.
g) Atirar a bola ao ar.

20 – IMITAR BRINCADEIRAS COM BONECOS


Imitação, motricidade
Social, interacção individual
Meta: Aprender aptidões de jogo através da imitação
Objectivo: Imitar sérias de acções simples envolvendo bonecas
Materiais: 2 bonecos ou peluches, 2 toalhas pequenas, 2 lenços, 2 colheres pequenas, 2
chávenas pequenas, 2 caixas pequenas
Procedimento:
Sente-se com a Maria numa mesa, numa cama ou noutro sítio confortável. Dê-lhe
cada um dos objectos acima mencionados incluindo uma boneca e guarde um
conjunto para si. A professora coloca a sua boneca à sua frente e pede à Maria
para fazer o mesmo. Só a ajude se ela parecer confusa. Coloque a boneca na caixa
e ponha a toalha por cima como se fosse deitá-la. Ajude a Maria a fazer o mesmo
com a boneca dela. Repita o procedimento com o lenço para limpar o nariz da
boneca. Use as colheres para alimentar a boneca e a chávena para lhe dar de
beber.

21 – IMITAR SONS DE ANIMAIS


Imitação, vocal
Desempenho verbal, vocalização
Meta: Melhorar a articulação, atenção e imitação dos movimentos da boca
Objectivo: Imitar os sons de 5 animais
Materiais: Animais de brincar ou desenhos de animais com sons distintos
Procedimento:
Faça com que a Maria se sente do outro lado da mesa com 5 animais ou figuras de
animais de um lado da mesa. Tire um dos animais e mostre-lho. Faça os sons
associado com cada animal assegurando-se que ela está a olhar para a sua boca.
Exagere o som e faça os movimentos da boca de forma clara e distinta. Faça com
que ela toque na sua boca enquanto faz o som. Dê-lhe o animal e encoraje-a a
emitir o som em questão. Recompense-a por tentar imitar e ajude-a com os
movimentos da boca. Animais adequados para trabalhar esta competência incluem
o cão, o gato, o carneiro, a vaca e a abelha.

22 – JOGOS MUSICAIS COM AS MÃOS


Imitação, motricidade
Motricidade fina, movimentos das mãos
Meta: Copiar os movimentos das mãos e posições durante as canções
Objectivo: Abrir e fechar os punhos imitando o adulto. Colocar as mãos no colo, na cabeça
e atrás das costas imitando
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Escolha uma melodia simples, que possa ser repetida muitas vezes, para cantar à
medida que vai cantando:
“ Abre…fecha….abre…fecha,
bate as palmas, palmas, palmas.
Abre…fecha…abre…fecha.
Põe as mãos no colo, colo, colo”
As variações podem incluir “Pôr atrás das costas.”, e “Pôr na cabeça.”. Este é um
tipo de jogo musical que é frequentemente jogado nas escolas. É necessário que a
professora se sente numa cadeira, de frente para a Maria e, muito lentamente,
começar a cantar e a demonstrar a primeira linha da canção. Ajude-a a mover as
suas mãos imediatamente após ter feito a acção para que ela entenda que é
necessário fazer a mesma coisa. Somente após ela ter começado a compreender o
que se espera dela é que se deve acelerar o ritmo da canção.

23 – IMITAÇÃO AVANÇADA COM PLASTICINA


Imitação, motricidade
Motricidade fina, manipulação
Percepção, visual
Imitação, vocal
Meta: Aprender a aumentar a atenção aos movimentos da professora e desenvolver
força nos dedos
Objectivo: Imitar a construção de três figuras simples feitas com plasticina
Materiais: Plasticina
Procedimento:
Coloque 6 pedaços médios de plasticina na mesa. Coloque 3 em frente à Maria e
guarde 3 para si. Com uma peça faça um objecto simples familiar à Maria, como
por exemplo: uma taça, (ver figura). Faça com que a criança imite a sua construção.
À medida que vai fazendo a sua taça diga-lhe “Faz como eu.”. É provável que tenha
de lhe dirigir as mãos inicialmente mas, em seguida, continue a moldar a sua taça
para que ela tenha um modelo para imitar. Quando a Maria tentar imitar a
construção coloque de lado as duas supostas taças e recompense-a. Siga o

mesmo procedimento com os restantes pedaços de plasticina. Diga-lhe o nome do


objecto em questão de forma repetida e encoraje-a a imitar. Se ela demonstrar
dificuldade é bom ter uma terceira pessoa a ajudá-la para que a professora
continue a moldar o objecto sem interrupções.

24 – IMITAR MOVIMENTOS DE ANIMAIS


Imitação, motricidade
Motricidade global
Meta: Melhorar a imitação motora mais complexa e encorajar a imitação de memória
Objectivo: Imitar os movimentos de 3 animais
Materiais: 3 animais de peluche ou 3 figuras de animais (usar apenas animais com
movimentos distintos tais como um pássaro, um coelho ou um elefante)
Procedimento:
Encontre uma área espaçosa em que não haja a possibilidade da Maria tropeçar
em móveis. Mostre-lhe um dos animais e deixe os outros num sítio visível para que
ela possa aperceber-se de que a tarefa tem uma sequência. Mostre-lhe, por
exemplo, o pássaro e diga “Olha, o pássaro. O pássaro voa.”. Bata os braços como
se estivesse a voar e diga “Um pássaro voa.”. Tente fazer com que ela a imite por
uns segundos, mas de início é provável que a tenha de ajudar a fazer os
movimentos. Repita a actividade com os outros dois animais. Quando a Maria tiver
feito a actividade algumas vezes deve começar a conseguir ligar o nome à figura e
à actividade a realizar. Quando ela conseguir imitar estas acções com facilidade,
mostre-lhe um dos animais, mas hesite alguns segundos para ver se ela se
antecipa nos movimentos. Se ela parecer confusa devido ao facto da professora
não antecipar os movimentos, continue a actividade de imitação por mais algumas
sessões. É importante não ir depressa demais uma vez que a Maria pode não estar
à vontade com a tarefa.

25 – JOGO DA ESTÁTUA
Imitação, motricidade
Motricidade global
Meta: Melhorar a motricidade global
Objectivo: Imitar pessoas ou bonecos em diferentes posições
Materiais: Figuras de pessoas em várias posições
Procedimento:
Mostre a imagem de uma pessoa de pé e assuma essa posição, ajudando a Maria
a assumir essa posição. Se possível, uma terceira pessoa ajudará a Maria a
posicionar os seus braços e pernas de forma a que ela possa estar sempre a olhar
para o modelo. Comece com diferentes posições para que ela não tenha receio de
perder o equilíbrio. Assim que as suas capacidades aumentem, faça com que ela
imite posições mais complicadas (ver figura).

26 – IMITAR ACÇÕES COM DUAS ETAPAS


Imitação, motricidade
motricidade global
Realização cognitiva, sequencialização
Meta: Melhorar a atenção, imitar as acções de outra pessoa e memorizar uma
sequência
Objectivo: Imitar pessoas ou bonecos em diferentes posições
Materiais: Figuras de pessoas em várias posições.
Procedimento:
Assegure-se que a Maria está a prestar atenção e desempenhe uma acção com
uma sequência de duas etapas. Assegure-se de que a Maria consegue
desempenhar cada movimento da rotina. Após lhe ter demonstrado a sequência da
acção acompanhe-a na sua execução e recompense-a. Em seguida, faça com que
ela desempenhe as acções pretendidas sozinha. Se ela desempenhar apenas uma
parte da sequência ou se entender a ordem de forma errada, guie-a através das
actividades novamente e depois recompense-a.
Exemplo de sequências com duas etapas:
a) Tocar a porta e em seguida andar à volta da mesa
b) Fechar a porta e sentar-se numa cadeira específica
c) Bater na mesa e depois bater na porta
d) Sentar-se numa cadeira e depois correr para a porta

27 – IMITAR MUDANÇAS DE SOM (VELOCIDADE E VOLUME)


Imitação, motricidade
Percepção, audição
Motricidade fina, manipulaçãos
Meta: Melhorar a atenção e desenvolver conceitos de imitação de alto/baixo e
devagar/depressa
Objectivo: Imitar mudanças de velocidade e volume de um padrão enquanto bate com uma
colher numa panela
Materiais: 2 colheres , duas panelas
Procedimento:
Sente-se com a Maria à mesa, coloque uma panela e uma colher à sua frente e
guarde uma de cada para si. Comece a bater com a colher na panela a um ritmo
regular e moderado. Faça com que ela imite as suas batidas. Ajude-a a começar se
necessário, mas tente ajudar o menos possível. Tente bater na sua panela ao ritmo
dela. Quando os vossos ritmos estiverem quase iguais, comece a bater na sua
panela a um ritmo mais veloz (assegure-se que a mudança de ritmo seja nítida). Se
a Maria não aumentar o seu ritmo para igualar-se ao seu, use a sua outra mão para
a guiar para o ritmo pretendido. Diga: “Bate mais depressa, Maria.”. Quando ela
aumentar o ritmo, mesmo que seja com a sua assistência, diminua novamente o
ritmo e veja se ela o imita. Repita a actividade muita vezes até ela conseguir prestar
atenção à velocidade das suas batidas e ao padrão aproximado. Quando a Maria
conseguir imitar com sucesso a sua velocidade, use a mesma estratégia para lhe
ensinar a prestar atenção ao volume.
PERCEPÇÃO

Muitos dos problemas de aprendizagem e do comportamento manifesto por


crianças com autismo resultam da percepção desordenada ou do processamento
deficitário da informação sensorial. Estas dificuldades podem envolver muitas
modalidades de combinação dos nossos sentidos, como audição, visão, tacto, olfacto e
gosto. Um dos problemas mais comuns nas crianças com autismo é a sua
incapacidade de integrar as diferentes modalidades de informação sensorial de forma a
conseguir uma imagem correcta do seu meio.
Os problemas de percepção de cada criança com autismo variam de caso para
caso. Uma criança pode parecer .não se aperceber de um som emitido perto dela,
mas. responder inadequadamente aos sons distantes do tráfego. Outras podem ter
preferência especial por um tipo de comida que não é usual, ou ficarem preocupadas
com o sabor ou o cheiro dos objectos. Algumas crianças com autismo podem ser
altamente responsivas a uma modalidade sensorial e não responder a outra
modalidade. O funcionamento pobre em qualquer modalidade sensorial pode causar
dificuldades adaptativas e as modalidades auditivas e visuais são, talvez, as mais
importantes por causa da sua associação com as funções cognitivas.
Hoje em dia, há uma grande preocupação com todas as outras áreas da
percepção e para isso os técnicos recorrem a outros técnicos especialistas nessas
mesmas áreas. Mas aqui, como nas outras áreas funcionais, é necessário para os pais
e professores incorporar um treino de percepção no programa individual da criança. As
capacidades de percepção têm de ser pensadas na criança com autismo como outra
área qualquer.
Seguidamente damos alguns exemplos de programas especiais de
aprendizagem focando essencialmente a percepção auditiva e visual que nos parecem
ser mais úteis para crianças de diferentes níveis de desenvolvimento.
28 – DESCOBRIR UM OBJECTO ESCONDIDO
Percepção, visuals
Motricidade fina, agarrar
Meta: Aumentar a atenção a objectos e manter uma imagem visual na memória da
criança por breves períodos
Objectivo: Observar um objecto a ser coberto e manter o interesse nesse objecto por um
breve período de tempo enquanto está escondido e, em seguida descobri-lo
Materiais: Pedaço de pano pequeno, comida ou brinquedo favoritos
Procedimento:
Mostre à Maria o brinquedo e deixe-a manipular por um breve período de tempo.
Em seguida tire-lhe o brinquedo e coloque-o no chão mesmo à sua frente. Deixe
cair o pano em cima do brinquedo imediatamente. Diga “Oh-Oh.”, e ajude-a a puxar
o pano com a mão. Fique contente quando o brinquedo for descoberto para a
encorajar a participar na actividade. Dê-lhe cada vez menos ajuda manual à medida
que se habitua ao jogo e começa a descobrir sozinha o objecto.

29 – TRAJECTÓRIA VISUAL
Percepção, visual
Motricidade fina, agarrar
Meta: Aumentar a atenção visual
Objectivo: Observar a mão de uma pessoa de forma a verificar a colocação de um objecto.
Materiais: 3 taças pequenas ou tabuleiros, pequenas recompensas alimentares
Procedimento:
Sente-se, na mesa, de frente para Maria com os 3 tabuleiros entre vós. Distancie os
tabuleiros 20 cm entre elas. Segure uma pequena recompensa alimentar tal como
um pedaço de chocolate ou um pedaço de bolo e coloque-o no seu campo de
visão. Assim que ela olhar para a recompensa, coloque-a num dos tabuleiros. Se
ela não tirar o pedaço de bolo imediatamente, encoraje-a a fazê-lo e aponte para o
tabuleiro em questão. Se ela não mostrar interesse, guie-lhe a mão até ao pedaço
de bolo. Repita a actividade quantas vezes for necessária até ela começar a prestar
atenção ao movimento da sua mão e começar a tirar o doce sem ajuda.

30 – RECUPERAR OBJECTOS CAÍDOS


Percepção, visual
Motricidade fina, agarrar
Motricidade global, braço
Meta: Estimular a atenção visual para localizar um objecto
Objectivo: Observar um objecto cair, localizar a sua posição e baixar-se para o recuperar
Materiais: Uma taça pequena, 5 blocos coloridos
Procedimento:
Alinhe os 5 blocos na ponta da mesa e segure a taça no seu colo. Faça com que a
Maria se sente perto de si. Diga-lhe “Olha.” e, ao mesmo tempo, empurre um dos
objectos para fora da mesa. Actue como se estivesse surpresa. Aponte e diga-lhe “
Olha, vai buscar.”. Se necessário ajude-a a localizar e a apanhar o bloco. Em
seguida, ajude-a a colocar o bloco dentro da taça que está no seu colo.
Imediatamente faça-lhe uma festa e elogie-a. Repita o procedimento com os 5
blocos. Em seguida diga-lhe “Acabou. Obrigada Maria” e dê-lhe um abraço e,
eventualmente, um pequeno lanche.

31 – ENCONTRAR UMA RECOMPENSA ESCONDIDA


Percepção, visual
Meta: Aumentar a atenção visual
Objectivo: Virar uma chávena para encontrar uma recompensa alimentar
Materiais: Chávena, pequenas recompensas alimentares (por exemplo rebuçados,
amendoins, uvas)
Procedimento:
Sente-se à mesa com a Maria à sua frente. Segure uma recompensa alimentar e
coloque-a no seu campo de visão. Chame-lhe a atenção: “Olha Maria.”. Assegure-
se que ela está a olhar e coloque a recompensa na mesa à sua frente. Lentamente,
coloque a chávena virada ao contrário em cima da recompensa. Em seguida,
segure-lhe a mão e ajude-a a tirar a chávena, fingindo-se surpresa quando
encontra o doce: “Olha Maria.”. Repita o procedimento com outra recompensa mas
encoraje-a e tirar a chávena sozinha. Continue a actividade até ela perceber que
tem de remover a chávena sem ajuda.

32 – RECONHECER SONS FAMILIARES


Percepção, audição
Realização cognitiva
Meta: Alertar para sons familiares e reconhecê-los como um meio de comunicação que
precede um acontecimento
Objectivo: Parar uma actividade quando uma campainha toca, olhar na direcção do som e,
de seguida, virar-se para um adulto
Materiais: Campainha
Procedimento:
Antes de iniciar as actividades de tomar banho ou andar de carro, toque a
campainha atrás da Maria e diga “Banho.” ou “Carro.” à medida que a prepara para
o banho ou para andar de automóvel. Se ela não se vira quando a campainha toca,
coloque-se ao seu lado para que note o movimento visualmente. Não a deixe ver o
movimento da campainha a não ser que esteja certo de que ela não se apercebe
do som. À medida que se habitua com esta rotina, ela notará o som com mais
rapidez. Toque sempre a campainha antes destas duas actividades e não use a
campainha noutras ocasiões. Quando ela se habituar a estas actividades comece a
espaçar o som.

33 – ASSOCIAÇÃO AUDITIVA
Percepção, audição
Social, interacção individual
Meta: Aumentar a percepção auditiva
Objectivo: Associar dois sons diferentes , discriminar dois sons e antecipar a acção
associada com cada um dos sons
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Escolha dois sons engraçados e combine-os com duas actividades engraçadas. Por
exemplo: pode optar por fazer-lhe cócegas e dizer “ti-ti-ti” ou bater palmas e dizem
“buuuum”. Lembre-se sempre de associar o mesmo som com a mesma actividade.
A Maria eventualmente associará os sons às actividades distintas. Após ter repetido
esta rotina muitas vezes, faça uma actividade sem a outra, isto é, faça-lhe cócegas
sem o som, para ver se ela se antecipa. Por exemplo: hesite uns segundos antes
de lhe fazer cócegas e diga “ti-ti-ti”. Verifique se ela se antecipa. Diga “buum” e
verifique se ela antecipa o gesto de bater as mãos.

34 – RECUPERAR OBJECTOS
Percepção, visual
Realização cognitiva, emparelhar
Realização cognitiva, linguagem receptiva (opção)
Meta: Aumentar a atenção visual e a capacidade em discriminar objectos.
Objectivo: Pesquisar um espaço procurando um objecto desejado e recuperar esse objecto
sem se distrair com estímulos estranhos.
Materiais: Caixa média, 3 pares de objectos comuns ( por exemplo: sapatos, chávenas,
maçãs).
Procedimento:
Espalhe 3 objectos familiares em sítios visíveis da sala. Sente-se com a Maria num
local onde se possam ver os 3 objectos. Mostre-lhe um item idêntico a um dos
objectos espalhados. Por exemplo: segure um sapato e diga “Vai buscar o sapato.”.
Se ela tiver dificuldade em localizar o objecto, chame-lhe a atenção para o mesmo
apontando para a área onde ela se encontra. Se ela ainda mostrar dificuldades,
aponte directamente para o sapato. Como último recurso, dirija-lhe a mão, mostre-
lhe o sapato e diga “Vai buscar o sapato.” e encaminhe-a na direcção do sapato.
Coloque os dois sapatos no ponto de partida e, em seguida, na caixa.
Recompense-a assim que o par de objectos estiver na caixa, mesmo que a tenha
ajudado na tarefa. Repita a actividade até que todos os itens se encontrem dentro
da caixa. Se ela tem desenvolvida capacidades adequadas de linguagem receptiva,
use apenas comandos verbais “Vai buscar o sapato.”, em vez de emparelhar os
itens.

35 – JOGO DA CONCHA
Percepção, audição
Social, interacção individual
Meta: Aumentar a percepção visual e memória
Objectivo: Associar dois sons diferentes, discriminar dois sons e antecipar a acção
associada com cada um dos sons
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Sente-se à mesa e coloque a Maria à sua frente. Para a primeira parte da
actividade use 3 copos diferentes. Coloque-os ao contrário em cima da mesa e à
frente da criança. Chame-lhe a atenção “Olha Maria.“ e mostre-lhe uma pequena
recompensa alimentar (algo que ela goste), assegurando-se que esta se encontra
dentro do seu campo de visão. Quando tiver a certeza que ela está a prestar
atenção à sua mão, esconda a recompensa debaixo de um dos copos. Não os
mova nem os troque de posição. Diga-lhe “Tira o bolo.” (bombom, rebuçado, etc.) e
aponte para os copos para que ela entenda que deve procurar a recompensa. Se
ela parecer confusa, guie a sua mão para levantar o copo apropriado. Aja como se
estivesse contente por achar a recompensa, elogie-a e dê-lhe a recompensa.
Quando ela conseguir encontrar a recompensa debaixo de 3 copos diferentes,
repita o procedimento usando 3 copos iguais. Quando conseguir encontrar a
recompensa usando 3 copos iguais, repita o procedimento, usando apenas 2
copos, mas troque a sua posição após ter colocado a recompensa debaixo de um
delas. Lembre-se sempre de assegurar que a Maria está a prestar atenção ao
movimento da sua mão-

36 – COPIAR PADRÕES COM BLOCOS


Percepção, visual
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Aumentar a percepção visual e colocar objectos num local específico
Objectivo: Dispor 4 blocos segundo um padrão pré- estabelecido
Materiais: 4 blocos, cartões ou papel branco, marcadores
Procedimento:
Faça um número de folhas de trabalho de cartão, cartolina ou papel, executando o
traçado exterior de um quadrado e, dentro desse quadrado, desenhe 4 quadrados
dispostos de formas variadas tal como é mostrado na figura. Coloque uma das
folhas em frente da Maria e dê-lhe um bloco dizendo-lhe “Põe em cima.” ou. ”Põe
na casinha.”. Dirija a mão da Maria para colocar o objecto no sítio indicado,
recompense-a imediatamente e repita o procedimento até os 4 blocos estarem nos
devidos sítios. Repita o procedimento com uma segunda cartolina, mas no quarto
bloco diga-lhe “Põe na casinha.” (ou outra expressão que tenha decidido adoptar)
sem apontar o sítio indicado. Verifique se ela procura o quadrado que falta
preencher. Reduza gradualmente a sua ajuda de forma a que, para o final, não
necessite de apontar.

37 – DISCRIMINAR DESENHOS
Percepção, visual
Realização cognitiva, emparelhar
Meta: Aumentar competências visuais e de emparelhar
Objectivo: Emparelhar pares idênticos de desenhos simples
Materiais: Papel, marcadores ou lápis
Procedimento:
Use marcadores grossos para fazer desenhos simples mas cheios (ver figura).
Coloque apenas um desenho por folha mas faça em duplicado. Coloque um
conjunto de desenhos em frente da Maria de forma a que ela os veja a todos ao
mesmo tempo. Guarde, no seu colo, os desenhos que combinam com os que estão
expostos. Dê-lhe um dos desenhos que tem no colo e diga-lhe “Procura o desenho
igual.”. Segure-lhe a mão e dirija-a aos desenhos que estão expostos. Se o
desenho não for igual, diga-lhe “Não é igual.” e compare-o com os cartões
seguintes. Quando encontrar o desenho igual, diga-lhe “Este é igual.” e coloque os
dois cartões lado a lado, assegurando-se que a Maria está a ver enquanto compara
os desenhos. Repita o procedimento até todos os desenhos estarem
emparelhados. No início não use mais que 3 desenhos por conjunto, mas,
gradualmente, aumente o número e complexidade dos desenhos à medida que as
suas capacidades aumentam.

38 – DISCRIMINAR OBJECTOS QUE PRODUZEM SONS


Percepção, audição
Motricidade fina, manipulação
Meta: Aumentar a percepção auditiva
Objectivo: Emparelhar os sons de diversos objectos
Materiais: 3 pares de objectos que produzam som (castanholas, sino, campainha, boneco
de apertar, apito, etc.)
Procedimento:
Sente-se com a Maria numa mesa. Coloque 2 objectos diferentes na mesa, à sua
frente, guarde 2 objectos iguais para si e coloque-os à sua frente. Use um deles de
forma apropriada e, de seguida, segure a mão da Maria e ajude-a a usar o objecto
igual por forma a produzir o mesmo som. Coloque-o no mesmo lugar e repita o
procedimento com o segundo objecto. Coloque-o no seu lugar original (em cima da
mesa). Volte a produzir som com o 1º objecto e encoraje-a usar o seu. Verifique se
ela escolhe o objecto correcto. Se ela não o faz, pare-a e guie-lhe as mãos para
aquela que está certo. Repita o procedimento, alternando entre os dois objectos.
Quando a Maria conseguir escolher o objecto produtor de som correctamente e de
forma consistente, comece a variar o padrão de escolha de forma a não alternar
entre os dois (por exemplo: escolha duas vezes o 1º e uma vez o segundo, etc..).
Finalmente coloque os seus objectos numa caixa atrás das costas. Escolha um
deles e produza um som de forma a que a Maria não consiga ver qual está a usar.
Faça com que ela escolha o objecto correcto e emita o som apropriado. À medida
que vai adquirindo mais competências, aumente o números de objectos de som
mas assegure-se sempre que cada um delas produz um som distinto.

39 – CAIXA DE ENCAIXES
Percepção, visual
Realização cognitiva, emparelhar.
Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, manipulação
Meta: Melhorar a procura visual, emparelhar, coordenação óculo-manual
Objectivo: Inserir 3 objectos numa caixa de encaixes simples
Materiais: Caixa de sapatos, 3 itens de vários tamanhos e formas ( por exemplo: uma
conta, 2 blocos diferentes)
Procedimento:
Corte o formato de 3 objectos simples na tampa da caixa de sapatos. Assegure-se
que os objectos podem ser introduzidos nesses espaços sem dificuldade.
Demonstre à Maria como colocar o objecto no sítio correcto e insira o objecto na
caixa. Dê-lhe um segundo objecto. Se ela parecer confusa, guie a sua mão no
sentido de ela conseguir colocar o objecto correctamente: dirija a sua mão para o
orifício. Se não couber diga “Não.” e mova a mão para o orifício seguinte. Quando
encontrar o sítio correcto diga “Sim.” e ajude-a a inserir o objecto. Repita o
procedimento até a Maria conseguir colocar todos os objectos sem assistência.
Quando esta caixa se tornar fácil para ela, construa uma mais difícil com diferentes
objectos.

40 – COPIAR PADRÕES COM BLOCOS


Percepção, motricidade
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Aumentar a capacidade de perceber diferenças em desenhos e Imitar o uso de
materiais para copiar esses desenhos
Objectivo: Dispor 5 blocos de forma a imitar a disposição dada pela professora
Materiais: 10 blocos
Procedimento:
Sente-se com a Maria na mesa e coloque à sua frente 5 blocos, guardando 5 para
si. Diga-lhe “Olha Maria.“ e disponha os seus blocos de uma forma distinta (ver
figura), assegurando-se que ela está a prestar atenção à forma como dispõe os
cubos ou blocos. Aponte para os blocos que ela tem à frente e diga “ Faz tu”. De
início terá de lhe guiar as mãos para que ela consiga colocar os cubos de forma
apropriada. Repita o procedimento com 3 padrões diferentes por sessão. Reduza a
sua assistência assim que ela começar a copiar os desenhos sozinha.
Recompense-o cada vez que conseguir copiar correctamente a disposição dos
cubos da professora.

41 – ESCOLHER FORMAS
Percepção, visual
Realização cognitiva, emparelhar
Meta: Aumentar a atenção visual e competências de emparelhar
Objectivo: Escolher 3 formas diferentes
Materiais: Papel grosso colorido
Procedimento:
Corte vários triângulos, quadrados e círculos, assegurando-se que cada forma é do
mesmo tamanho e cor. Coloque um exemplar de cada um em frente à Maria. Dê-
lhe as outras formas, uma de cada vez, e peça-lhe para as colocar no conjunto
apropriado. Se ela parecer confuso, guie a sua mão para emparelhar as formas de
maneira correcta, dizendo “É esta.” ou “Não é esta.”. Além disso, vá nomeando as
formas à medida que as tenta colocar no sítio correcto. A Maria poderá não
entender os nomes, de início, mas habituar-se-á a ouvir diferenças nos sons
desses nomes.

42 – DISCRIMINAR TAMANHOS E FORMAS


Percepção, visual
Realização cognitiva, emparelhar
Meta: Aumentar a atenção visual e as competências de emparelhar
Objectivo: Emparelhar formas ou diferentes tamanhos
Materiais: Papel, cartão cola, tesouras
Procedimento:
Corte pares de quadrados, triângulos, círculos e rectângulos de diferentes
tamanhos. Assegure-se que todas as formas são da mesma cor. Cole um dos
conjuntos numa cartolina e guarde as formas correspondentes (ver figura). Coloque
a cartolina em frente da Maria, dê-lhe uma das formas e faça com que ela procure a
figura correspondente. Se ela parecer confusa, mostre-lhe como colocar a figura no
sítio correcto, comparando-a com as figuras da cartolina, uma a uma. Repita o
procedimento, até todas as formas terem sido colocadas.

43 – PUZZLES – 1
Percepção, visual
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Aumentar a percepção visual e a percepção da forma
Objectivo: Observar a mão da professora, tirar uma peça do puzzle da sua mão e
emparelhá-la com o local apropriado do puzzle
Materiais: Um puzzle simples de 3 ou 4 peças
Procedimento:
Retire todas as peças do puzzle e coloque o encaixe em frente da Maria. Guarde as
peças no seu colo onde ela não as possa ver. Coloque uma das peças no seu
campo de visão e diga “Olha.”. Assegure-se de que ela está a olhar para a peça,
coloque-a na mão frente da Maria e ajude-a rodar até que ela a consiga colocar no
encaixe. Repita o procedimento com as outras peças, retirando a assistência
manual de forma gradual, à medida que ela começa a conseguir desempenhar
essa actividade sozinha. Recompense-a de cada vez que ela conseguir colocar
correctamente as peças. Se ela tem dificuldade em colocar a peça no encaixe, dê-
lhe toda a assistência possível antes dela se mostrar frustrada. O objectivo da
tarefa é simplesmente encaixar as peças nos locais certos. Assegure-se que lhe
mostra a peça de diferentes locais de cada vez que ela tiver que visualizar a sua
mão.

44 – PUZZLES – 2
Percepção, visual
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Aumentar a percepção visual
Objectivo: Observar a mão da professora e colocar as peças no local apropriado do puzzle
Materiais: Um puzzle simples de 3 ou 4 peças
Procedimento:
Retire as peças do puzzle e espalhe-as de forma que fiquem ao seu lado. Diga “
Olha Maria.” e aponte para uma das peças. Quando ela olhar, diga-lhe para a
colocar. Se necessário, guie-lhe as mãos para que segure a peça, para que a
compare com os vários encaixes e para que a coloque no local apropriado. Se ela
tentar colocar outra que não a indicada por si, pare-a e dirija a atenção para a peça
correcta. Repita o procedimento até todas as peças estarem no puzzle. Uma vez
que isto é uma tarefa perceptiva primária, não se preocupe demasiado se ela não
conseguir colocar totalmente a peça no encaixe, mas recompense-a cada vez que
ela descubra o encaixe correcto.

45 – DISCRIMINAR CORES
Percepção, visual
Realização cognitiva, emparelhar
Motricidade fina, agarrar
Meta: Aumentar a atenção visual, a discriminação da cor e a generalização da cor
Objectivo: Escolher um grupo de 8 objectos diferentes pela cor
Materiais: 8 objectos diferentes , 4 de uma tonalidade e 4 de outra (escolha cores
parecidas, o mais semelhante possível), 2 tabuleiros
Procedimento:
Coloque os dois tabuleiros em frente da Maria. Coloque um objecto num tabuleiro e
nomeie a cor; coloque outro objecto, de cor diferente, noutro tabuleiro e nomeie a
cor. Guarde os objectos no seu colo para que a Maria não se distraia. Dê-lhe os
objectos, um de cada vez, nomeando sempre a cor. Faça com que ela coloque
cada item no tabuleiro de acordo com a cor. Se ela colocar o objecto no tabuleiro
correcto, diga “Sim, é azul.” e recompense-a imediatamente. Continue o
procedimento até todos os objectos estarem colocados nos sítios correctos.
Quando ela demonstrar à vontade nesta tarefa, adicione uma terceira cor. Lembre-
se sempre de nomear a cor sempre que lhe dá uma peça para que se habitue a
percepcionar a diferença dos sons.

46 – COMBINAR CORES
Percepção, visual
Realização cognitiva, emparelhar
Meta: Melhorar a discriminação da cor, a atenção visual e as competências de
emparelhar
Objectivo: Combinar blocos coloridos com papel colorido semelhante
Materiais: Blocos coloridos, papel a combinar
Procedimento:
Coloque 2 quadrados diferentes e coloridos numa folha de papel branco. Guarde os
blocos coloridos no seu colo. Dê à Maria um dos blocos diga-lhe para ela procurar o
da mesma cor. Se necessário, guie-lhe a mão. Então, ajude-a a colocar o segundo
bloco no segundo quadrado de papel da mesma cor. Elogie-a imediatamente.
Repita o procedimento com os mesmos materiais mas não lhe guie a mão. Se ela
tentar colocar um bloco em cima de um quadrado de cor diferente diga “Não.” e
guie a mão para o quadrado apropriado. Repita o procedimento até que ela consiga
colocar os blocos nos quadrados correctos, sem assistência. à medida que a tarefa
começa a ficar fácil para ela, introduza blocos e quadrados de papel de outra cor
diferente.

47 – PERCEPÇÃO DE SONS
Percepção, audição
Imitação, motricidade
Motricidade fina, manipulação
Meta: Melhorar a percepção auditiva
Objectivo: Perceber um número de sons diferentes e imitar esse sons
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Sente-se à mesa e coloque a Maria na sua frente. Chame-lhe a atenção dizendo o
seu nome e bata imediatamente com os nós dos dedos na mesa. Faça uma
pequena pausa entre cada batida de forma que os sons sejam distintos. Encoraje-a
a fazer o mesmo e guie a sua mão para bater na mesa duas vezes. Elogie-a e
recompense-a imediatamente. Repita o procedimento, mas desta vez bata duas
vezes. Ajude-a novamente a bater três vezes e recompense-a. Finalmente bata
apenas uma vez e ajude-a mais uma vez. À quarta vez, bata novamente duas
vezes mas não a ajude. Se ela tentar bater mais ou menos vezes diga “Não.” e bata
duas vezes. Ajude-a a bater duas vezes. Repita o procedimento até a Maria
conseguir copiar, de forma consistente, o número de vezes que a professora bateu.
Quando ela se habituar à tarefa, bata no topo da mesa para que ela possa apenas
ouvir as diferentes batidas que deveria realizar. Se ela parecer confusa, aponte
para a sua orelha (da professora) e, de seguida, toque a da Maria e bata
novamente.

48 – JOGO DE DOMINÓ
Percepção, visual
Social, interacção individual
Meta: Jogar dominós com outra pessoa
Objectivo: Emparelhar conjuntos e esperar a sua vez
Materiais: Conjuntos de dominós e conjuntos de cartas pintadas com os padrões dos
dominós.
Procedimento:
Coloque as cartas numa linha, na mesa (ver figura A). Dê à Maria, uma carta de
cada vez para colocar na pilha correcta (colocar as cartas com duas pintas juntas,
com quatro pintas, etc..). Não lhe peça para contar as pintas pois o objectivo é fazer
com que ela reconheça visualmente cada conjunto. Quando ela conseguir realizar
essa tarefa sem dificuldade, mostre-lhe que cada carta é como uma das metades
duma peça de dominó. Pratique esse emparelhar com uma carta e com uma
metade duma peça de dominó (ver figura B). Quando a Maria conseguir realizar
esta actividade com diferentes peças, é altura de iniciar um jogo do mesmo género,
em que joga ela e a professora, um de cada vez. Coloque 6 dominós num tabuleiro.
Os jogadores tiram um dominó do tabuleiro e verificam se combinam com as cartas
que estão dispostas na mesa. Se tal não acontece, os jogadores podem tirar um

dominó extra da pilha. Não se joga por competição ou para contar pontos. Este jogo
serve apenas para combinar conjuntos e para aprender a jogar por turnos.
49 – COPIAR A SEQUÊNCIA DE UM DESENHO
Percepção, visual
Motricidade fina, manipulação
Desempenho verbal, vocabulário
Meta: Reconhecer uma sequência e copiá-la
Objectivo: Copiar uma sequência de cortes de papel, trabalhar da esquerda para a direita
Materiais: Papel colorido cortados em várias formas (rodas pretas de 3 cm, rectângulos e
quadrados, dois de cada tamanho), papel branco com duas linhas desenhadas
(ver figura)
Procedimento:
Mostrar a folha de trabalho à Maria apontando para o semáforo desenhado à
esquerda. Dizer-lhe “Olha, vou fazer uma fila com carros parados no semáforo.” (ou
outra expressão mais simples). Junte as rodas e os quadrados e as rodas para
formar uma linha com 3 carros. Peça à Maria para repetir “Primeiro o carro
vermelho e grande, depois o carro azul e por fim o verde comprido”. Agora, peça-
lhe para, na linha de baixo, fazer uma linha de carros iguais à que fez. Após ela ter
juntados as peças correctamente, peça-lhe para as passar para o papel. No dia
seguinte, use um tema diferente mas ainda com uma sequência de 3 objectos
(exemplo: caixas grandes, médias e pequenas debaixo de uma arvore de Natal,
etc.). Assegure-se que a Maria trabalha sempre da esquerda para a direita. Quando
verificar que ela entende a sequência, faça com que ela copie sequências de
formas e cores que não são representativas de objectos concretos.

50 – LEITURA GLOBAL
Percepção, visual
Desempenho verbal, vocabulário
Meta: Ler globalmente 5-10 palavras
Objectivo: Emparelhar a palavra escrita com o objecto e dizer a palavra.
Materiais: Cartões, fita cola, palavras escritas
Procedimento:
Coloque as palavras nos cartões e faça 5 cópias de cada palavra. Primeiro, ensine
a Maria a emparelhar as palavras para ter a certeza de que ela sabe que são as
mesmas (ver figura). Agora cole, com fita cola, a palavra ao objecto em questão
(cole a palavra “mesa” no objecto “mesa”, etc. ). Sente a Maria na cadeira, segure o
cartão e pergunte “O que diz neste cartão?”. Se ela não souber, diga-lhe e peça-lhe
para colocar o cartão no objecto real. Quando ela o fizer, tranquilize-a dizendo “
Sim, isso diz...” (nome do objecto). De seguida, peça-lhe para repetir a palavra.
Continue com este jogo diariamente, dando-lhe ajuda assim que ela hesitar.
Quando vir que ela se lembra das palavras, teste-a, removendo os cartões
previamente colados ao objecto e veja se ela ainda consegue ler os cartões e
apontar ou colocar o rótulo no objecto. Se a Maria conseguir lembrar-se das
palavras por uma semana, sem ajuda do objecto real, então tente ensinar-lhe mais
algumas. Ensine-lhe palavras que lhe sejam úteis mais tarde quando lhe quiser dar
instruções tais como “Apaga a luz.” ou “Coloca aqui a roupa suja.”.
MOTRICIDADE GLOBAL

O desenvolvimento das competências de motricidade global é uma parte


importante de qualquer programa pedagógico infantil. Apesar destas capacidades nas
crianças com autismo e nas crianças com perturbações de desenvolvimento se
desenvolverem normalmente, na maioria dos casos, é sempre necessário ensinar
novas competências usando as mesmas técnicas. A energia, a força e a agilidade de
uma criança com autismo pode estar mais desenvolvida do que a sua compreensão
verbal ou social. Implementando um programa para a motricidade global,
conjuntamente com o programa geral, podemos usar actividades divertidas que apoiam
a tomada de consciência do seu corpo e da sua relação com o meio. Podemos também
usar essas actividades no estabelecimento de limites comportamentais e sociais
apropriados, e no desenvolvimento de competências em quase todas as áreas de
funcionamento. A hiperactividade demonstrada por algumas crianças com autismo,
pode ser gerida mais eficazmente no contexto de um programa de motricidade global.
Existe um número cada vez maior de sistemas escolares que utilizam terapeutas
em currículos realizados para o desenvolvimento de motricidade global. Pensamos, no
entanto, que é importante que sejam os pais e professores a desenvolver esta área e
que consultem os terapeutas de motricidade apenas quando for necessário.
Professores e pais estão em melhor posição para integrar essas actividades
estruturadas na sala de aula e em casa.
Os problemas mais comuns das crianças com autismo, no que respeita a
motricidade global, são:
1. falta de energia e força muscular
2. fraco controle do equilíbrio
3. falta de jeito para contornar obstáculos
4. fraco controle na força e na velocidade
5. dificuldade em organizar o corpo todo numa acção motora única.
51 – BATER AS PALMAS
Motricidade global, braços
Meta: Aumentar a coordenação bilateral de movimentos
Objectivo: Bater as mãos na linha média
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Sente a criança no seu colo, de frente para si. Bata as palmas devagar enquanto
vai cantando uma melodia simples e vai dizendo com ritmo “Palminhas, palminhas,
Maria.”. Então faça-lhe cócegas devagar de forma a que ela goste. De seguida,
segure-lhe nas mãos e ajude-a a bater palmas enquanto repete a canção. Faça-lhe
cócegas mais uma vez. à medida que ela se habitua ao jogo, reduza gradualmente
a ajuda, segurando-lhe os pulsos, a seguir a parte inferior dos braços e, finalmente,
toque-lhe apenas nas mãos para lhe indicar que deve começar a bater palmas.

52 – SENTAR-SE, SEM AJUDA


Motricidade global, corpo
Meta: Conseguir sentar-se sem ajuda
Objectivo: Voltar-se e usar os braços para impulsionar o movimento
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Sempre que for brincar com a Maria ou movê-la para outro local da casa, pratique a
rotina de sentá-la em primeiro lugar em vez de, simplesmente, levantá-la. Enquanto
ela estiver deitada coloque o braço direito da criança ao seu lado. Então, segure o
seu braço esquerdo e empurre-a ligeiramente de forma a que o seu peso fique
sobre o braço direito. Enquanto continua a puxar para a frente, ajude a criança a
levantar o cotovelo direito de forma a que a sua mão fique espalmada no chão
(servindo assim de suporte para que se levante). À medida que se vai habituando à
rotina, ajude-a cada vez menos de forma a que, quando a segurar no braço
esquerdo, ela se comece a impulsionar sem ajuda. Se seguir esta rotina cada vez
que a levantar, ela começará a antecipar os movimentos.

53 – PROCURAR UM OBJECTO
Motricidade global, braços
Motricidade fina, agarrar
Meta: Melhorar a capacidade da criança de atender às suas necessidades sem ajuda
Objectivo: Procurar objectos e colocá-los ao nível dos olhos
Materiais: Animal de peluche ou outro brinquedo
Procedimento:
Pendure por um fio um animal de peluche, por exemplo: numa porta e assegure-se
que o objecto fica à altura dos olhos da Maria, de forma a que ela possa chegar-lhe
facilmente. Diga-lhe “Mexe no boneco.” e recompense-a cada vez que ela se
esticar para o tocar. Quando ela tiver aprendido a esticar-se para apanhar o
brinquedo, coloque um brinquedo pequeno na ponta da mesa. Assegure-se que a
Maria vê o brinquedo e diga “Vai buscar o brinquedo.”. Quando ela retirar o objecto,
elogie-a e deixe-a brincar por alguns minutos. Repita o procedimento várias vezes
mas lembre-se que após esta actividade os objectos que estejam em cima ou nas
pontas das mesas não estarão a salvo. Assegure-se que objectos que se possam
partir ou sejam perigosos não sejam colocados nesses locais.

54 – APANHAR
Motricidade global, braços
Socialização, interacção individual
Realização cognitiva, linguagem receptiva (opção)
Meta: Desenvolver competências motoras dos braços e interacção social apropriada
Objectivo: Jogar à apanhada com outra pessoa
Materiais: Bola tamanho médio
Procedimento:
Faça com que a Maria fique de frente para si, distanciada cerca de 30 cm. Faça
com que ela vire as palmas das mãos para cima e dê-lhe a bola. Então, coloque as
suas mãos da mesma maneira, e diga “Dá-me a bola.”, ou faça um gesto que
signifique dar a bola. Se ela não responder, repita as palavras ou gestos e tire-lhe a
bola. Elogie-a imediatamente, mesmo que tenha tido de lha tirar das mãos. Repita o
procedimento até que a Maria aprenda a lidar com a bola. Distancie-se mais 30 cm
dela e atire a bola devagar para que ela a apanhe. Não se preocupe se, de início,
ela não a conseguir apanhar. Simplesmente volte à posição inicial, mas agora é a
criança que segura a bola. Diga-lhe “Dá a bola.” ou faça um gesto apropriado para
esse efeito. Se ela ficar confusa com a distância adicional, mime a acção de atirar a
bola. Continue a atirar a bola mesmo que ela não a consiga apanhar, até que
aprenda a fazê-lo. Elogie-a por atirar a bola de forma apropriada mas, se a apanhar
seja mais generosa com o elogio no sentido de a deixar saber que conseguiu
realizar algo de excepcional.
55 – PASSAR POR CIMA E FICAR EM CIMA DE OBSTÁCULOS
Motricidade global, braços.
imitação, motricidade
Meta: Aumentar a coordenação e a confiança nas capacidades relacionadas com a
motricidade global
Objectivo: Passar por cima ou ficar em cima de diversos obstáculos
Materiais: Caixas de sapatos, banco, livro grande, pacotes do leite
Procedimento:
Disponha uma série de caixas de sapatos e pacotes de leite no chão. Mostre à
Maria como passar por cima de cada obstáculo usando movimentos exagerados.
Em seguida, ajude-a a passar por cima mesmo que a tenha de levantar
ligeiramente, dizendo ao mesmo tempo “Por cima.”, todas as vezes que passar por
cima de um obstáculo. Quando ela conseguir passar por cima dos pacotes de leite
e das caixas de sapatos, ajude-a a ficar em cima dum banco baixo ou dum livro
largo. Demonstre como fica em cima do livro (1º um pé e depois o outro), dizendo
“Em cima.”. Ajude-a a imitar as suas acções. Repita a actividade tantas vezes
quantas forem necessárias até conseguir realizar a actividade sem assistência. Não
espere que ela responda correctamente apenas aos comandos verbais “Em cima.”
e “Por cima.”. Aponte sempre para o topo do objecto quando quiser que ela fique
em cima de algo.

56 – CORRIDA DE OBSTÁCULOS
Motricidade global, corpo
percepção, visual
Meta: Melhorar a coordenação e o equilíbrio e desenvolver a capacidade de seguir um
percurso visual
Objectivo: Seguir um percurso envolvendo movimentos “debaixo de, em cima de ou à volta
de” séries de obstáculos simples
Materiais: Mobília, corda
Procedimento:
Coloque uma corda colorida, se possível, numa dependência da casa de forma a
contornar vários móveis, debaixo das cadeiras, em cima das mesas, etc. Chame a
atenção da Maria e coloque uma recompensa no final da corda. Então guie-a pelo
percurso que a corda exige. No final da corda, ela recebe a recompensa. Depois de
ter realizado, com a Maria o percurso algumas vezes, verifique se ela o consegue
realizar sozinha. Mantenha-se perto dela e, se parecer confusa, dirija a atenção
para a corda. Lembre-se de criar obstáculos simples, de início.
57 – APANHAR BRINQUEDOS DO CHÃO
Motricidade global, corpo
Imitação, motricidade
Motricidade fina, agarrar
Meta: Melhorar o equilíbrio
Objectivo: Apanhar um objecto do chão sem perder o equilíbrio
Materiais: Animal de peluche, bloco, bola, caixa pequena
Procedimento:
Colocar um animal de peluche no meio do chão afastado da mobília e de perigos
potenciais. Ande com a Maria até ao brinquedo e mostre-lhe que se dobra para o
apanhar. Então coloque o brinquedo novamente no chão e indique-lhe para o fazer
também. Segure-a, se for necessário, enquanto ela o faz. Recompense-a,
deixando-a brincar com o animal alguns minutos. Repita o procedimento tantas
vezes quanto as necessárias, até que a Maria seja capaz de se baixar para
apanhar o objecto sem perder o equilíbrio.Quando a Maria estiver segura do seu
equilíbrio, espalhe um número de brinquedos um pouco mais pequenos na sala.
Comece com 2 ou 3 blocos ou bolas e coloque-os no chão, num sítio visível
enquanto ela estiver a ver. Leve consigo uma caixa e caminhe com a Maria até ao
sítio onde estão esses brinquedos. Faça com que ela apanhe os objectos e os
coloque na caixa. Reforce-a quando todos os objectos estiverem na caixa.

58 – BLOCOS GRANDES
Motricidade global, corpo
Meta: Melhorar a capacidade da criança de caminhar enquanto transporta objectos
Objectivo: Apanhar, carregar e empilhar 4 blocos largos
Materiais: 4 caixas de sapatos, papel colorido
Procedimento:
Transforme as caixas de papel em blocos, enchendo-as com papel de jornal.
Coloque as respectivas tampas e forre-as com papel colorido. Espalhe os blocos no
chão, assegurando-se que estão visíveis. Dirija a atenção da Maria para um dos
blocos e diga: “Vai buscar o bloco.”. Faça com que ela apanhe a caixa e a traga de
volta. Ajude-a apenas se ela precisar. Repita o procedimento até a Maria conseguir
recolher todos os blocos. Mostre-lhe como elas se empilham os dois primeiros
blocos e faça com que ela empilhe os seguintes. Ajude-a se necessário. Quando
estiverem todos empilhados, deixe-a dar um pontapé e recomeçar.
59 – SUBIR DEGRAUS
Motricidade global, corpo
Meta: Melhorar o equilíbrio, coordenação e a capacidade da criança em mover-se de
forma independente
Objectivo: Subir degraus sem alternar os pés
Materiais: Degraus, fio, lápis
Procedimento:
Quando a Maria conseguir pisar em objectos de forma consistente (actividade 55),
comece a trabalhar com os degraus. Faça com que ela fique de pé em frente delas.
Fique ao seu lado e segure-lhe na mão. Diga “Para cima.” ou “Upa.” ou outra
expressão semelhante e coloque o seu pé esquerdo em cima do degrau. Repita
“Para cima.” e dê-lhe um pequeno empurrão até que ela levante o seu pé esquerdo.
Ajude-a se necessário. Elogie-a e repita o procedimento. Quando ela conseguir
subir 3 degraus segurando a sua mão mas sem que tenha de lhe mover os pés,
repita a actividade, mas deixe-a segurar apenas um dos seus dedos. À medida que
as suas capacidades e confiança aumentam faça com que ela suba os degraus,
mas em vez de a deixar segurar um dos seus dedos, faça com que ela segure a
ponta de lápis enquanto o adulto segura a outra ponta. Depois, substitua o lápis por
um fio. Finalmente, apenas suba ao seu lado para fazer com ela se sinta segura.

60 – ROLAR UMA BOLA – 1


Motricidade global, braço
Coordenação óculo-manual, controle
Percepção visual
Meta: Seguir um objecto visualmente, controlá-lo manualmente e dirigi-lo para um alvo.
Objectivo: Apanhar uma bola e fazê-la rolar sem ajuda.
Materiais: Bola grande
Procedimento:
Sente-se no chão distanciada da criança sensivelmente 1,5 metros. Diga “Olha,
Maria” e role a bola devagar na sua direcção. Se ela se mover para a apanhar,
gesticule para que a devolva. De início, é provável que necessite de uma terceira
pessoa que se sente por detrás dela e lhe guie as mãos. Quando ela se aperceber
que o que se pretende dela é que apanhe a bola, comece a rolá-la em diferentes
direcções. Por exemplo pode começar por fazer rolar a bola para o seu lado
esquerdo e direito de forma a que ela tenha de seguir a bola visualmente e
posicionar-se para a alcançar.

61 – ROLAR A BOLA – II
Motricidade global, braço
Percepção, visual
Meta: Desenvolvimento do braço e aprender a rolar uma bola
Objectivo: Rolar uma bola contra a parede, apanhá-la consistentemente sem ajuda
Materiais: Bola grande
Procedimento:
Sente-se no chão à distância de um metro da parede. Faça com a Maria se sente
ao seu lado. Pode ser que, de início, tenha de usar as suas pernas para impedir
que ela se vá embora. Coloque a bola no seu campo de visão e role-a, devagar,
contra a parede. Apanhe-a quando ela voltar para si. Então coloque a bola nas
mãos da Maria e ajude-a a rolar a bola contra a parede. Ajude-a também a apanhar
a bola quando esta voltar. Reduza gradualmente a sua ajuda até que ela consiga
rolar a bola sem ajuda, ver para onde vai a apanhá-la.

62 – CAMINHAR SEM AJUDA


Motricidade global, corpo
Motricidade fina, agarrar
Meta: Melhorar o equilíbrio e desenvolver a confiança nas capacidades motoras
Objectivo: Andar 6 metros sem ajuda
Materiais: Metro articulado, corda
Procedimento:
Delimite uma área para andar, livre de obstáculos. Coloque duas peças de fio no
chão para significar as linhas de chegada e de partida. Distancie as linhas 1 metro
entre si e, gradualmente, aumente a distância entre elas à medida que as aptidões
da Maria aumentam. Coloque uma recompensa, talvez um pedaço de bolo ou um
boneco, no final do percurso para lhe mostrar exactamente até onde ela vai.
Coloque-se na linha de partida e ajude a Maria a chegar à outra linha seguinte,
segurando-a pelas mãos. Se ela não tentar mexer os pés levante-a ligeiramente de
forma a que dê alguns passos. Deixe-a parar e descansar se necessário mas
mantenha-a numa posição erecta para fortalecer as pernas. À medida que a Maria
se tornar mais autónoma, deixe que faça o percurso segurando apenas uma das
suas mãos. Quando ela conseguir andar uma distância de 3 metros, segurando
apenas uma das suas mãos, faça com que ela segure a ponta de um metro
articulado, enquanto o adulto segura a uma pequena distância a mão da criança.
Continue a percorrer o caminho e vá movendo a sua mão para o outro extremo do
metro articulado. Quando ela conseguir andar uma distância de 6 metros
segurando o metro articulado, substitua-o por um pedaço de corda com cerca de
0,5 metro e repita o procedimento. Quando a Maria conseguir andar uma distância
de 6 metros segurando a extremidade do fio, enquanto o adulto segura a outra,
encoraje-a a fazê-lo sem segurar nada. De início o adulto terá de se manter perto
dela, mas tente, gradualmente, separar-se dela enquanto está a andar.

63 – CAMINHAR PARA OS LADOS E PARA TRÁS


Motricidade global, corpo
Percepção, visual
Meta: Melhorar o equilíbrio e desenvolver várias formas de andar
Objectivo: Andar para os lados e para trás enquanto mantém o equilíbrio
Materiais: Puxar fio com brinquedo
Procedimento:
Coloque o fio na mão da Maria e reforce-a quando ela o agarra com a sua própria
mão. Comece a andar de forma que, ao puxar o brinquedo, este fique atrás de si.
Dirija a sua atenção para o brinquedo de modo a que a Maria tenha de voltar a
cabeça para o ver enquanto ainda anda para trás. Quando ela se sentir bem
andando de lado, faça com que se volte e fique de frente para o brinquedo. Então,
vocês as duas andam para trás enquanto olham para o brinquedo. Se ela mostrar
pouco interesse em andar para trás olhando o boneco, tente com outro, ou então
faça um ruído que combine com o brinquedo (por exemplo: choo - choo, enquanto
puxa um comboio), para a encorajar a prestar atenção. Quando a Maria se puder
movimentar facilmente, enquanto olha o boneco, faça com que ela puxe o
brinquedo à volta de móveis para que se acostume a prestar atenção ao que está à
sua frente e atrás de si.

64 – EXERCÍCIOS DE EQUILÍBRIO: TOQUES NOS DEDOS DOS PÉS


Motricidade global, corpo
Imitação, motricidade
Meta: Aumentar a flexibilidade e a condição física geral
Objectivo: Tocar os dedos 10 vezes
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Sente-se perto da Maria com os seus braços direitos e as palmas das mãos
pousadas no chão. Ajude-a a assumir posição similar. Faça com que ela perceba
que se pretende que ela a imite e, devagar, dobre-se pela cintura até tocar os
joelhos. Em seguida, toque os joelhos. Se a Maria demonstrar dificuldade na
imitação, pode ser útil ter uma terceira pessoa para ficar atrás dela para a ajudar a
assumir as posições que se pretendem. Gradualmente tente chegar com as mãos
ao chão até que consiga tocar nos pés sem dobrar excessivamente os joelhos.

65 – ABRIR GAVETAS E ARMÁRIOS


Motricidade global, braço
Motricidade fina, agarrar
Meta: Aumentar a capacidade da criança em satisfazer as suas próprias necessidades
e desenvolver a força das mãos e braços.
Objectivo: Abrir gavetas e armários sem ajuda.
Materiais: Pequenos brinquedos, armários com gavetas e portas.
Procedimento:
Assegure-se que a Maria está a vê-la esconder o brinquedo favorito ou uma
recompensa num armário. Lentamente abra a porta do armário e mostre-lhe o
brinquedo. Feche novamente a porta. Coloque a mão da Maria na porta e ajude-a a
abri-la. Mostre-lhe o brinquedo e deixe-a brincar com ela por uns instantes. Repita o
procedimento muitas vezes, reduzindo de forma gradual a sua ajuda até ela
conseguir abrir a porta de forma autónoma. Repita o procedimento para ensinar a
Maria a abrir gavetas. Assegure-se que os armários onde ela pratica têm gavetas e
portas que abrem facilmente, para que não fique frustrada. Após ter trabalhado
nesta actividade, lembre-se de retirar objectos perigosos do interior de gavetas que
estejam ao seu alcance.

66 – PERMANECER NUM SÓ PÉ
Motricidade global, corpo
Imitação, motricidade
Meta: Melhorar o equilíbrio
Objectivo: Ficar num só pé 5 segundos sem ajuda e sem perder o equilíbrio
Materiais: 2 cadeiras, metro articulado
Procedimento:
Coloque as duas cadeiras juntas numa área livre de outros objectos. Coloque a
Maria à sua frente e cada um de vós segura-se a uma cadeira. Assegure-se que ela
está a olhar para si e, lentamente, levante um pé do chão. Faça-lhe sinal para que
a imite. Se ela não a imitar, levante-lhe o pé e certifique-se que ela está a segurar-
se à cadeira. Se possível peça a uma terceira pessoa que lhe levante o pé
enquanto você está a modelar. Repita o procedimento até que ela consiga ficar
num só pé, durante 5 segundos, enquanto está seguro à cadeira. Retire a cadeira e
segure-lhe a mão enquanto a Maria mantém a posição. Quando ela se sentir
seguro a agarrar a sua mão, faça com que ela segure a extremidade de um metro
articulado, pondo a sua mão perto da dela. Lentamente afaste a sua mão para a
outra ponta do metro articulado, sem o largar Finalmente, quando ela conseguir
ficar num só pé durante 5 segundos enquanto você segura na ponta do metro
articulado, retire-o e faça com que a Maria se mantenha num pé sem suporte.

67 – DAR PONTAPÉS NUMA BOLA


Motricidade global, pernas
Socialização, interacção individual
Meta: Melhorar a coordenação olho-pé e aprender a dar um pontapé numa bola grande
Objectivo: Dar um pontapé numa bola grande na direcção de uma pessoa
Materiais: Duas cadeiras, bola grande
Procedimento:
Alinhe duas cadeiras, de frente uma para a outra, junto a uma parede. Delimite o
outro espaço lateral com caixas ou outros materiais, para criar uma espécie de
corredor em que a Maria e o adulto possam dar um pontapé à bola, sem que esta
role para os lados. Faça com que ela se sente numa cadeira enquanto você se
senta noutra. Devagar empurre na sua direcção a bola e encoraje-a a fazer o
mesmo. Repita a acção se necessário. Se a Maria tiver dificuldade em entender o
que se pretende, coloque a bola aos seus pés e manipule as suas pernas afim de
dar um pontapé na bola. Recompense-a imediatamente e encoraje-a a pontapear
novamente a bola.

68 – PERMANECER NAS PONTAS DOS PÉS


Motricidade global, pernas
Meta: Melhorar a força das pernas e o equilíbrio
Objectivo: Balançar-se nas pontas dos pés por 10 períodos de 3 segundos cada
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Fique de frente para a Maria e chame-lhe a atenção. Lentamente, eleve-se em
meias pontas de pés e volte à posição inicial. Repita o movimento mas, desta vez,
chame-lhe a atenção para os pés (aponte) “Olha, Maria.”. Segure-lhe os braços e,
lentamente eleva-a um pouco para que ela fique apoiada nos dedos. Repita várias
vezes até que ela se habitue a permanecer em meias pontas, reduzindo
gradualmente a actividade. O objectivo é que ela consiga fazer este exercício 10
vezes seguidas.

69 – EXERCÍCIOS DE EQUILÍBRIO: PULAR


Motricidade global, pernas
Imitação, motricidade
Meta: Melhorar a força das pernas, coordenação e a condição física geral.
Objectivo: Saltar e tocar um objecto suspenso 10 vezes.
Materiais: Fio, esponja
Procedimento:
Coloque a Maria à sua frente e mostre-lhe como pular. Peça-lhe para a imitar,
enquanto você continua a pular várias vezes. Se ela não a tentar imitar, segure-a
pelos braços e levante-a ligeiramente enquanto o adulto salta. Quando ela começar
a compreender que se pretende que salte, reduza gradualmente a sua ajuda até
que ela o consiga fazer sozinha. Pendure uma esponja a uma distância a Maria
consiga chegar, quando salta. Mostre-lhe como saltar e chegar a tocar na esponja.
Recompense-a sempre que ela conseguir tocar o objecto suspenso. Quando a
Maria conseguir tocar a esponja 10 vezes seguidas, aumente a altura mas
certifique-se que continua dentro do seu alcance.

70 – JOGO DE BOLICHE
Motricidade global, braços.
Socialização, interacção individual
Imitação, motor
Meta: Aumentar a força dos braços e melhorar a precisão dos braços para atingir um
alvo
Objectivo: Rolar uma bola larga com precisão a uma distância de 3 metros
Materiais: Bola grande, pacotes do leite vazios
Procedimento:
Coloque 6 pacotes do leite num padrão 3-2-1. Desenhe um linha a
aproximadamente 2 metros dos pacotes. Mostre à Maria como se posicionar atrás
da linha e rolar a bola para derrubar os pacotes de leite. Coloque novamente os
pacotes na sua posição original e ajude a Maria a rolar a bola. Elogie-a por derrubar
qualquer pacote. Anote quantos pacotes é que ela derruba de cada vez que lança a
bola. À medida que o jogo se torna fácil para ela, aumente gradualmente a
distância entre a linha e os pacotes. Além disso, assim que ela começar a habituar-
se ao jogo, pode começar a trabalhar a noção de jogar por turnos. Faça marcas
simples num cartão para que ela veja quantos pacotes derrubou e quantos é que o
adulto derrubou. Encoraje-a a divertir-se com o jogo sem que este se torne
competitivo.

71 – ATIRAR UM PROJÉCTIL
Motricidade grossa, braços
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Desenvolver movimentos de atirar e aprender a dirigir um projéctil a um alvo
Objectivo: Atirar um projéctil para dentro de uma caixa colocada a 1 metro de distância 5
vezes seguida
Materiais: 2 projecteis, caixa
Procedimento:
Sente-se ao lado da Maria numa área aberta e demonstre-lhe como atirar o
projéctil. Assegure-se que ela está a olhar quando o demonstrar. Segure o projéctil
numa mão, lentamente puxe o braço atrás e, ao puxá-lo para a frente, descreva um
movimento em forma de arco. Lembre-se de manter os movimentos lentos. Dê à
Maria outro projéctil e guie a sua mão para a ajudar a lançá-lo. Repita a actividade
muitas vezes, retirando gradualmente o controle da mão da criança para o punho e,
depois, para o seu braço, para o cotovelo e, finalmente para o antebraço até retirar
por completo a ajuda. Quando ela conseguir atirar o projéctil sem ajuda, comece a
desenvolver o acto de atirar a um alvo específico. Coloque a caixa no chão à frente
da Maria. Faça com que ela fique em frente à caixa e ajude-a a deixar cair o
projéctil dentro desta. Diga “Caixa.” sempre que deixar cair o projéctil. Além disso,
também deve tocar na caixa para a lembrar do sítio-alvo. Quando ela conseguir
deixar cair de forma consistente o projéctil dentro da caixa, estando posicionada
perto desta, remova gradualmente a caixa até que esta esteja fique a cerca de um
metro de distância. Mantenha um quadro com registos relativamente ao número de
vezes que a Maria consegue atirar com sucesso o projéctil dentro da caixa. Esse
registo deve incluir todas as distâncias a que distanciar a caixa. Esse registo das
distâncias vai ajudá-la a saber quando deve aumentar essa distância.
72 – SUBIR ESCADAS, ALTERNANDO OS PÉS
Motricidade global, corpo
Meta: Aumentar o equilíbrio e a capacidade de se mover de forma independente
Objectivo: Subir uma escada alternando os pés
Materiais: Escada
Procedimento:
Quando a Maria se sentir confortável a subir escadas sem alternar os pés
(actividade 59), comece a ensiná-la a colocar um pé em cada degrau. Se possível,
coloque uma terceira pessoa atrás dela para a segurar e fazê-la sentir-se confiante,
enquanto você demonstra como é que ela deve fazer. Faça com que a Maria fique
de frente para as escadas. Aponte para o seu pé direito e, de seguida, aponte para
o 1º degrau. Se ela parecer confusa coloque o seu pé direito em cima do degrau e
mantenha o esquerdo no chão. Elogie-a imediatamente mesmo que o tenha
ajudado. Aponte para o seu pé esquerdo e depois para o primeiro degrau. Se ela
tentar colocar o seu pé esquerdo ao lado do direito, aponte novamente para o 1º
degrau e mova-o para o segundo. Elogie-a imediatamente. Repita o procedimento
dando-lhe apenas a ajuda necessária, até ela conseguir subir degraus, alternando
os pés.

73 – PERCURSO COM OBSTÁCULOS


Motricidade global, corpo
Percepção, visual
Meta: Aumentar o controle do corpo e o equilíbrio
Objectivo: Completar um percurso com cinco obstáculos
Materiais: Cadeiras, vassouras, caixas, mobília, corda
Procedimento:
Quando a Maria conseguir completar um percurso simples de obstáculos sem
assistência (actividade 56), construa um percurso mais difícil com 5 obstáculos,
dando ênfase particular ao equilíbrio e ao controle corporal. Coloque uma peça de
corda ao longo do percurso para que a Maria o possa seguir. Acompanhe-a durante
o percurso várias vezes, demonstrando o que tem que fazer. Permaneça próximo
dela durante as primeiras vezes para a lembrar de seguir a corda. Por exemplo:
a) gatinhar debaixo do uma vassoura suspensa entre duas cadeiras.
b) saltar por cima de outra vassoura suspensa em dois bancos pequenos.
c) atravessar, gatinhando um caixote de cartão cortado dos dois lados.
d) andar por entre duas peças de mobília dispostas de tal forma que a criança
tem de se virar de lado para conseguir passar.
e) saltar de um tapete para o outro.

74 – EXERCÍCIOS DE EQUILÍBRIO: SALTO DE SAPO


Motricidade global, pernas
Imitação, motricidade
Meta: Aumentar a coordenação, a força das pernas e a condição física geral.
Objectivo: Fazer 10 saltos de sapo sem parar ou cair
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Escolha uma área segura num tapete ou na relva. Mostre à Maria como ficar numa
posição de agachada e salte algumas vezes. Assegure-se que ela está a ver
enquanto salta. Ajude-a a assumir a posição de agachado. Deixe-a permanecer
nessa posição durante alguns minutos para que se habitue. Então salte algumas
vezes e indique-lhe para o fazer também. Se possível, coloque uma terceira pessoa
atrás da Maria para a segurar enquanto ela salta. De início, é provável que ela salte
apenas uma ou duas vezes. Elogie-a pelo esforço e anote num mapa quantas
vezes é que ela consegue saltar antes de perder o equilíbrio.

75 – SALTAR
Motricidade global, pernas
Imitação, motricidade
Meta: Aumentar o equilíbrio e a coordenação
Objectivo: Saltar com os pés juntos, ao longo de 5 metros
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Chame a atenção da Maria e faça com que ela salte com dois pés. Então, fique ao
seu lado e faça com que ela salte consigo. Se ela não o fizer, levante-a
ligeiramente enquanto salta. Repita a actividade até que ela salte sem assistência.
Quando a Maria conseguir saltar de forma independente, desenhe linhas com 5
metros entre elas. Coloque-se de frente para a linha de partida e salte até à linha
seguinte. Faça com que ela salte as 5 metros sozinha. Quando ela conseguir saltar
facilmente com os dois pés, repita o mesmo procedimento mas com outras formas
de saltar:
a) saltar em dois pés com os braços de lado e levantados.
b) saltar só com um pé.
c) saltar com os pés alternados.
d) saltar com os dois pés mas com os braços no ar.

76 – EXERCÍCIOS DE EQUILÍBRIO
Motricidade global, corpo
Imitação, motricidade
Meta: Aumentar o equilíbrio, a agilidade e a condição física geral
Objectivo: Manter um bom equilíbrio enquanto desempenha uma série de acções
envolvendo simultaneamente movimentos de braços e pernas
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Ponha-se de joelhos e mãos no chão e coloque a Maria ao seu lado. É importante
que as duas estejam na mesma direcção para que não confundam a esquerda com
a direita. Desempenhe as seguintes acções e faça com que ela a imite (se possível,
coloque uma terceira pessoa para a ajudar a assumir as posições enquanto você
as mantêm).
a) levante cada braço
b) levante cada perna
c) levante a perna e o braço direito; repita com a perna e o braço esquerdo
d) levante o braço esquerdo e a perna direita; repita com o braço direito e a
perna esquerda

77 – ROLAR
Motricidade global, corpo
Imitação, motricidade
Meta: Melhorar as capacidades físicas em geral
Objectivo: Rolar, de lado, uma distância de dois metros e, em seguida, rolar no sentido
inverso
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Coloque-se numa área aberta e numa superfície macia como um tapete ou relva.
Assegure-se que a Maria a está a observar e deite-se com os braços colocados ao
lado do corpo. Mostre-lhe como se rola para a frente e para trás nessa posição.
Ajude-a a assumir uma posição semelhante e faça com que ela role numa direcção.
Não permita que ela role de forma anárquica, mas sim como se pretende. Quando
ela conseguir rolar sozinha, pare-a e mostre-lhe como rolar na direcção oposta.
Marque linhas de partida e chegada com 3 metros de distância. Faça com que ela
role de uma linha para a outra.

78 – ANDAR NUMA FITA


Motricidade global, corpo
Imitação, motricidade
Meta: Melhorar o equilíbrio e aprender diferentes estilos de caminhar
Objectivo: Andar, sobre ou ao lado de um percurso de 3 metros, delimitado por uma fita
adesiva, usando diferentes estilos de caminhar sem perder o equilíbrio
Materiais: Fita adesiva com cerca de 3 metros de comprimento
Procedimento:
Coloque a fita no chão de maneira a formar uma linha recta. Assegure-se que a
Maria está a olhá-la e mostre-lhe como percorrer a fita, andando normalmente.
Quando percorrer a fita pela segunda vez, faça com que ela a siga. Finalmente,
faça com que ela percorra a fita sozinha. recompense-o cada vez que completar um
percurso. Assim que ela dominar o estilo simples de andar sobre a fita, demonstre
um segundo método e leve-a a imitá-la. Outros métodos de andar na fita incluem:
a) andar para trás com um pé atrás do outro
b) andar de lado, sem cruzar as pernas
c) andar para a frente com um pé no lado direito da fita e outro do lado esquerdo
d) saltar de lado mantendo os dois pés juntos
e) andar de lado, cruzando os pés

79 – ATIRAR UMA BOLA ATRAVÉS DE UM PNEU


Motricidade global, braço
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Atirar a um alvo
Objectivo: Atirar uma bola média através de um pneu
Materiais: Pneu, corda forte, bola média
Procedimento:
Pendure um pneu de forma a que fique a cerca de um metro do chão. Faça com
que a Maria permaneça em frente do pneu e ajude-o a atirar a bola pelo buraco.
Elogie-a imediatamente. Gradualmente, reduza a assistência à medida que ela vai
começando a perceber o que se espera dela. Quando conseguir atirar a bola pelo
buraco, com facilidade, distancie-a um pouco mais, até que ela consiga atirar a bola
de uma distância de 3 metros. Anote, numa tabela as vezes em que ela obtém
sucesso e a que distância. Assegure-se que ela consegue atirar a bola pelo menos
7 vezes em 10 antes de aumentar a distância entre a Maria e o pneu. Além disso
assegure-se que este não balanceie quando ela o atira.

80 – DRIBLAR UMA BOLA


Motricidade global, braço
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Aumentar o controle braço-mão e desenvolver a coordenação óculo-manual
Objectivo: Driblar 5 vezes uma bola, sem perder o controle
Materiais: Bola grande de praia ou outra qualquer que não seja pesada
Procedimento:
Assegure-se que a Maria olha para si e drible a bola algumas vezes. Então segure-
lhe na mão e drible a bola. Recompense-a imediatamente. Reduza, gradualmente,
o controle da sua mão à medida que a Maria dribla a bola sozinha. De início, é
provável ela não consiga driblar a bola mais que uma ou duas vezes. Continue a
encorajá-la no sentido de driblar a bola o máximo de vezes que ela conseguir.

81 – CAMBALHOTAS
Motricidade global, braço
Imitação, motricidade
Meta: Aumentar a coordenação, o equilíbrio e a consciência corporal
Objectivo: Fazer 5 cambalhotas
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Escolha uma área aberta, num tapete ou na relva. Assegure-se de que a Maria está
a observá-la. Actue com entusiasmo, dizendo “Ééééia.” (ou qualquer outro som)
enquanto dá uma cambalhota para demonstrar que pode ser divertido. Se possível
faça com que uma terceira pessoa a ajude a executar os movimentos, enquanto
você continua a demonstrar o modelo de actividade proposta. Coloque-se de
cócoras com as duas mãos no chão e ajude a Maria a assumir a mesma posição.
Coloque o queixo a Maria no peito. Ajude-a a inclinar-se para a frente, lentamente e
empurre-lhe as pernas para que complete a cambalhota. Reforce-a imediatamente.
Repita o procedimento, reduzindo de forma gradual a sua ajuda até que ela consiga
completar a volta sozinha.
82 – PASSOS DE ELEFANTE
Motricidade global, corpo
Imitação, motricidade
Meta: Aumentar o equilíbrio e o movimento
Objectivo: Andar 10 passos como um elefante com o corpo dobrado pela cintura e os
braços a balançarem em frente
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Demonstre, à Maria, como é a forma de andar do elefante; dobre-se pela cintura e
deixe-se cair os braços, balouçando-os. Assegure-se que a Maria está a prestar
atenção ao que faz. Diga “ Olha, Maria sou um elefante.”. Então, ajude-a a assumir
a mesma posição mas mantenha-se ao seu lado, demonstrando continuamente o
que ela tem de fazer. Se possível, tenha uma terceira pessoa para a ajudar a
assumir a posição enquanto você executa o movimento proposto. De início, não
espere que ela assuma a posição por muito tempo mas, à medida que a Maria
executa com mais confiança a actividade delimite uma distância de 3 metros para
que ela ande como um elefante.

83 – CORRIDA DE BATATAS
Motricidade global, corpo
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Aumentar o equilíbrio e o controle da mão
Objectivo: Carregar uma batata pequena numa colher por uma distância de 15 metros sem
que esta caia
Materiais: Colher larga, batata pequena
Procedimento:
Assegure-se que a Maria está a prestar atenção enquanto você equilibra uma
batata numa colher durante alguns segundos. De seguida, comece a andar devagar
equilibrando a batata. Após ter demonstrado o que pretende, coloque a colher na
mão da Maria e verifique se ela a consegue segurar durante alguns segundos.
Quando ela começar a sentir-se mais confiante em equilibrar a batata, reduza a
ajuda prestada e encoraje-a a dar alguns passos. Quando ela começar a
demonstrar um maior à vontade em dominar a tarefa, faça com que ela percorra
cerca de 15 metros com a batata dentro da colher. Quando ela conseguir terminar o
percurso, faça uma corrida com ela e outra pessoa. No entanto, não permita que as
corridas se tornem competitivas.
84 – TRAVE
Motricidade global, corpo
Meta: Aumentar o equilíbrio
Objectivo: Andar numa trave
Materiais: Uma trave de 2 metros de comprimento e 20 cm de largura, 2 tijolos, 2 blocos de
cimento
Procedimento:
Encontre um espaço aberto onde não existam desníveis no terreno ou possíveis
perigos. Comece por colocar a tábua no chão e fazer com que a Maria caminhe em
cima dela por algumas vezes para ela se sentir mais confiante. Assim que ela se
sentir confiante, coloque 2 tijolos no chão e a tábua em cima para construir uma
trave. De início, é provável que tenha de segurar-lhe a mão e andar ao seu lado
enquanto ela caminha em cima da trave. Gradualmente, reduza a ajuda, fazendo
com que a Maria apenas segure a ponta do seu dedo e, mais tarde, a ponta de um
lápis enquanto você segura a outra, posteriormente, substitua o lápis por um fio.
Finalmente tente fazer com que ela ande sem ajuda. Quando ela o conseguir fazer
com confiança, aumente o grau de dificuldade da tarefa, substituindo os tijolos por
blocos de cimento de forma a que fique distanciado do chão cerca de 1/2 metro.
Repita a actividade várias vezes, ajudando-a sempre que ela precisar.

85 – PERCURSO AVANÇADO DE OBSTÁCULOS


Motricidade global, corpo
Meta: Aumentar o equilíbrio, a coordenação, a força e a condição física geral
Objectivo: Completar um percurso de 7 obstáculos, de dificuldade moderada, sem
assistência
Materiais: Vários
Procedimento:
Quando a criança conseguir completar um percurso de obstáculos sem problemas
(actividade 73), construa um ligeiramente maior e com um grau de dificuldade
também maior. Use os objectos do percurso descrito na actividade 73 (pois já lhe
são familiares) e acrescente outros materiais já descritos na actividade 84 (a
trave). Siga o mesmo procedimento daquela descrito nos percursos de obstáculos
simples ou de dificuldade moderada. Coloque uma corda à volta dos obstáculos
para que a Maria saiba onde se deve dirigir em primeiro lugar, em segundo, em
terceiro, etc.. e acompanhe-a no percurso para se assegurar que ela sabe o que
fazer em cada obstáculo. Quando a Maria tiver aprendido o caminho, anote num
quadro, o tempo que demora a percorrê-lo. Recompense-a cada vez que terminar o
percurso e dê-lhe algo especial cada vez que bater o seu próprio recorde de tempo.

86 – ACERTAR NUMA BOLA


Motricidade global, braços
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Aumentar a força dos braços e desenvolver a coordenação óculo-manual
Objectivo: Balançar um bastão e bater num objecto que se encontra parado e suspenso à
altura do ombro
Materiais: Bola grande de esponja, fita adesiva, corda bastão leve de plástico ou madeira
Procedimento:
Ate a ponta de uma corda a uma bola grande de esponja. Em seguida, cubra a
esponja e a bola com fita adesiva para impedir que a bola se solte. Suspenda a
bola de forma a que fique ao nível dos ombros da Maria. Assegure-se que a área
que escolheu está desimpedida o suficiente de forma a poder balançar o bastão
sem partir nada. Ajude-a a movimentar o bastão algumas vezes sem tentar acertar
na bola. Em seguida, ajude-a a movimentar o bastão devagar e a fazer contacto
com a bola. Elogie-a imediatamente. Gradualmente, reduza o controle das suas
mãos à medida que ela aprende o movimento. Assegure-se que a bola retorna a
uma posição estática cada vez que a Maria lhe tenta bater. Não permita que ela
bata na bola de forma desordenada.

87 – CARRINHO DE MÃO
Motricidade global, braços
Meta: Desenvolver a força dos braços e a coordenação
Objectivo: Andar para a frente apoiada nas duas mãos enquanto alguém lhe segura as
pernas
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Diga a Maria que vão brincar de carrinho de mão e faça com que ela se ajoelhe e
coloque as mãos no chão. Coloque-se por detrás dela e levante-lhe as pernas de
forma a que o seu peso fique colocado nas mãos. Inicialmente, não a segure nesta
posição por mais que uns segundos. Assim que lhe colocar as pernas no chão,
elogie-a imediatamente. À medida que os seus braços se fortalecem e a sua
confiança aumenta, aumente o tempo da actividade. Comece, também a levantar
os pés um pouco mais, mas tenha cuidado para não colocar demasiada pressão
nos braços antes da criança estar pronta para isso. Quando ela se sentir
confortável nesta posição fixa, faça com que ela comece a andar para a frente.
Coloque, no chão duas linhas, distanciadas entre si de 5 metros, que representam
a linha de chegada e de partida e faça com que ela percorra essa distância.
Assegure-se que ela sabe exactamente que distância tem de percorrer.

88 – PUXAR UM OBJECTO PESADO


Motricidade global, corpo
Motricidade fina, agarrar
Meta: Melhorar a força das mãos e o desenvolvimento muscular geral
Objectivo: Puxar um peso a uma distância determinada pela condição física geral da
criança
Materiais: Corda de aproximadamente 1 metro de comprimento, caixa larga, materiais
diversos (livros, pedras, etc.) para adicionar peso à caixa
Procedimento:
Desenhe uma linha, no chão com fita adesiva. Coloque a corda pelo meio interno
da fita de forma a que a corda ocupe uma posição equidistante em relação à fita.
Ate uma ponta da corda à caixa. Agarre o outro extremo da corda e mostre à Maria
como a puxar. Coloque a caixa na sua posição original e ajude a Maria a puxar a
caixa. Repita a actividade até ela demonstrar alguma autonomia na execução desta
tarefa reduza então, gradualmente, a sua ajuda. Em seguida, adicione mais peso à
caixa. No entanto, tome cuidado para que a caixa não fique demasiado pesada de
forma a que a tarefa não se torne frustrante.

89 – CABO DE GUERRA
Motricidade global, corpo
motricidade fina, agarrar
Meta: Aumentar a força das mãos e o desenvolvimento muscular geral
Objectivo: Puxar uma corda que está segura por outra pessoa que exerce uma pressão
ligeira
Materiais: Corda com 1 metro de comprimento
Procedimento:
Desenhe uma linha no chão com fita adesiva. Coloque a corda no chão de forma a
que esta passa pelo centro da corda, mas colocada em cima. Segure uma ponta e
a Maria segura a outra. Faça com que ela a puxe enquanto você também a puxa
com suavidade. Elogie-a imediatamente. Gradualmente, comece a puxar a corda
cada vez com mais força. para que ela também aumente a força com que o faz.
Lembre-se de não tornar a actividade frustrante para ela.

90 – EXERCÍCIOS DE EQUILÍBRIO: SALTOS


Motricidade global, corpo
Imitação, motricidade
Meta: Aumentar a coordenação dos braços e pernas
Objectivo: Saltar 10 vezes, abrindo e fechando a pernas e batendo os braços em cima da
cabeça.
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Escolha um espaço aberto onde se possam mover sem esbarrar nos objectos.
Fique de pé e coloque a Maria de frente para si e faça com que ela imite tudo o que
fizer. Eleve os seus braços acima da cabeça até que as palmas das mãos se
encontrem e volte a colocá-los caídos ao lado do corpo. Ajude a Maria a assumir a
posição se ela não a imitar imediatamente. Repita esta parte do exercício até ela
consiga levantar os braços sem ajuda. Coloque-se frente à Maria e tente que ela
imite somente os movimentos das pernas. Salte, afastando as pernas e depois
volte a saltar juntando-as. Ajude a Maria apenas se ela necessitar. Quando ela
conseguir imitar os movimentos dos braços e das pernas separadamente, peça-lhe
para que a imite enquanto você os combina. Salte afastando as pernas e batendo
as palmas acima da cabeça. Hesite com os braços em cima e as pernas afastadas,
para que ela a possa imitar facilmente. Registe quantas vezes a Maria consegue
fazer sem se cansar.

91 – SALTAR À CORDA
Motricidade global, corpo
Meta: Aumentar a coordenação
Objectivo: Saltar 5 vezes sobre uma corda que se balança
Materiais: Corda de 1,20 metros aproximadamente
Procedimento:
Ate a ponta de uma corda a um objecto fixo. Coloque-se, com a Maria ao meio da
corda e peça a outra pessoa para segurar a outra ponta. Quando a corda se
aproximar, diga “Salta.” e levante a Maria do chão enquanto você também salta. De
início, tente apenas um salto de cada vez para aumentar a sua confiança.
Gradualmente, reduza a sua ajuda à medida que ela vai saltando sobre a corda,
mesmo que não seja capaz de saltar devidamente. Quando a Maria começar a
saltar sozinha, afaste-se da corda mas continue a ajudá-la, dizendo “Salta.”, no
tempo apropriado. Registe quantas vezes ela consegue saltar sobre a corda,
sucessivamente.

92 – MACACA
Motricidade global, corpo
Realização cognitiva, linguagem receptiva (opção)
Meta: Aumentar a coordenação muscular, o equilíbrio e as competências de contagem
Objectivo: Jogar correctamente à macaca
Materiais: Fita adesiva forte, pedra
Procedimento:
Desenhe os quadrados no chão ou delimite-os com fita adesiva forte, tal com está
apresentado na figura .Assegure-se que os quadrados são grandes e as linhas
visíveis. De início, será mais fácil para a Maria se não existirem números nos
quadrados para não a confundirem. Mostre-lhe como se salta com um pé nos
quadrados únicos e com dois pés nos quadrados duplos. Assim que ela conseguir
percorrer o caminho de ida e volta, ensine-lhe como se joga à macaca, usando uma
marca ou uma pedra. Quando ela conseguir reconhecer os números e aprender a
contar, numere os quadrados. De seguida, faça com que ela siga os números,
sequencialmente, ou salte para os que indicar.

93 – TRAVE AVANÇADA
Motricidade global, corpo
Motricidade fina, agarrar
Meta: Melhorar o equilíbrio
Objectivo: Andar numa trave com 1,5 metros de comprimento e 20 cm de largura enquanto
carrega uma variedade de objectos
Materiais: Trave (ver actividade 84), duas caixas, 5 objectos pequenos (bola, boneco de
peluche, boneca, copo, esponja, etc.)
Procedimento:
Quando a Maria conseguir andar pela trave sem problemas, ensine-a a carregar
pequenos objectos enquanto realiza o percurso da trave. Coloque uma caixa com 5
objectos num extremo da trave e uma caixa vazia na outra. Faça com que a Maria
retire um objecto da caixa cheia, percorra a trave e o deposite na caixa vazia.
Repita o procedimento até que os objectos tenham sido transferidos para a caixa
vazia.
MOTRICIDADE FINA

As capacidades motoras finas referem-se, particularmente, às actividades que


envolvem o uso das mãos e dedos. Tal como é referido na definição das actividades
que compõem este capítulo, as actividades de motricidade fina, aparecem mescladas
com outras competências, nomeadamente, competências de imitação, percepção,
motricidade global e, em especial, coordenação óculo-manual. As competências
básicas envolvidas na motricidade fina, são:
1. mover as mãos e dedos de uma forma controlada.
2. agarrar um objecto numa mão sem assistência.
3. manipular um objecto no desempenho de uma tarefa.
4. usar as duas mãos coordenadamente.
As competências de motricidade fina são essenciais para a implementação de
um programa de ensino individualizado. Os sucesso de aptidões de autonomia, tais
como desenhar, escrever e o sucesso de competências pré- vocacionais estão todas
dependentes das capacidades de motricidade fina da criança. O controle da mãos e
dos dedos é necessário quando se utiliza a linguagem gestual como uma parte de um
programa de comunicação. À medida que a criança desenvolve um controle maior das
suas mãos e dedos, as sessões de ensino, tornam-se menos frustrantes e mais
agradáveis tanto para a(o) professor(a) como para a criança.
As actividades que se seguem são apenas uma pequena selecção das
diferentes tarefas de diferentes níveis de desenvolvimento que podem ser usadas em
casa ou na sala de aula com o intuito de desenvolver o controle da motricidade fina.
94 – AGARRAR UMA COLHER
Motricidade fina, agarrar
Autonomia, alimentação
Meta: Melhorar as aptidões de agarrar e de alimentação independente.
Objectivo: Agarrar uma colher com uma mão e segurá-la sem ajuda.
Materiais: Colher.
Procedimento:
Segura a colher e coloque-a no campo de visão da Maria. Quando ela olhar, diga
“Colher.”. Segure-lhe na mão e envolva-lhe os dedos no cabo da colher para que a
Maria agarre na colher com a sua ajuda física. Use a sua mão para reforçar o
agarrar e para evitar que ela deita fora a colher. Ajude-a a segurar a colher por
alguns segundos, enquanto lhe fala de forma agradável e a encoraja.
Gradualmente, aumente o período de tempo em que ela deve segurar a colher
antes de terminar a actividade. À medida que for verificando que ela exerce um
maior controle sobre a colher, diminua a pressão exercida pela sua mão na da
criança. Finalmente, retire a mão por completo e verifique se ela consegue segurar
a mão sozinha por alguns segundos.

95 – CAIXA ESCURA
Motricidade fina, agarrar
Percepção, táctil
Meta: Melhorar as aptidões de agarrar objectos sem os ver
Objectivo: Tirar 3 objectos de uma caixa fechada
Materiais: Caixa de cartão, 3 objectos médios comuns (por exemplo: cubo, copo de papel,
colher)
Procedimento:
Faça um buraco numa caixa de cartão suficientemente grande para que, nela,
caiba a mão da Maria. Coloque 3 objectos pequenos, de dimensões adequadas
para que consigam passar pelo corte efectuado e feche a caixa. Assegure-se que a
Maria está a olhar para si, coloque a mão no buraco da caixa e puxe um dos
objectos. Finja-se surpresa ao retirar o item. De seguida, guie a mão de Maria
através do buraco e ajude-a a localizar um dos objectos e a retirá-lo. Repita o
procedimento e recompense-a cada vez que retirar um objecto. Após ter repetido a
actividade várias vezes, guie a sua mão para o buraco mas deixe que a Maria
chegue ao objecto sozinha. À medida que ela for aprendendo a tarefa, o número de
objectos pode aumentar ou diminuir e a caixa pode ser maior, de forma a que o
espaço a explorar seja maior.
96 – AGARRAR OBJECTOS
Motricidade fina, agarrar
Percepção, visual
Meta: Melhorar a pinça e o controle motor fino
Objectivo: Apanhar 10 objectos de tamanhos variados e colocá-los numa taça
Materiais: Taça pequena, 10 objectos pequenos (por exemplo: uva, amendoim, botão,
cubo, conta, caneta, chave, bola e moeda)
Procedimento:
Faça com que a Maria se sente à mesa e diga-lhe que é tempo de trabalhar.
Espalhe os objectos na mesa, assegurando-se que estão todos ao seu alcance.
Apanhe os objectos, fazendo pinça com os dois dedos e o polegar. Diga “Põe!” e
coloque o objecto na taça. Segure a mão da criança e guie-lhe os dedos para a
posição pretendida (pinça maior), faça com que ela segure o objecto, dirija-lhe a
mão para a taça e diga “Põe!”. Use a sua outra mão para a ajudar a libertar o
objecto na taça. Elogie-a e recompense-a imediatamente. Repita a actividade as
vezes necessárias até você achar que ela consegue iniciar os movimentos
necessários. Note quais os objectos que ela tem mais dificuldade em segurar e
esteja preparada para a ajudar com esses brinquedos. Lembre-se que ela deve
dizer “Põe!”, cada vez que colocar o objecto na taça.

97 – DESENVOLVER A “PINÇA”
Motricidade fina, agarrar
Meta: Desenvolver uma boa pinça e melhorar o controle motor fino
Objectivo: Separar pequenos pedaços de plasticina e colocá-los numa lata
Materiais: Plasticina, lata
Procedimento:
Sente-se, com a Maria à mesa, e coloque-se à sua frente. Tire a plasticina da lata
mas deixe-a ao seu alcance. Agarre na sua mão e ajude-a formar uma salsicha.
Assegure-se que a criança está a observar e, com um movimento exagerado,
demonstre como tirar um pequeno pedaço de plasticina, fazendo pinça com o
polegar e o indicador. Segure esse pequeno pedaço de plasticina em frente do seu
rosto, diga “Põe!” e coloque-o dentro da lata. Em seguida, ajude-a a executar o
mesmo procedimento. Repita a actividade muitas vezes, reduzindo o controle da
mão à medida que sentir ela que está a usar correctamente os dedos. Faça com
que ela saiba exactamente quantas vezes espera que desempenhe a actividade,
colocando um número determinado de recompensas em sítio visível. Cada vez que
põe um pedaço de plasticina na lata, recebe uma recompensa.

98 – TIRAR AÇÚCAR COM UMA COLHER


Motricidade fina, manipulação
Motricidade fina, agarrar
Autonomia, alimentação
Meta: Aumentar a capacidade de agarrar, a manipulação de objectos e desenvolver
aptidões de alimentação independente
Objectivo: Usar uma colher para transferir açúcar de um recipiente para o outro
Materiais: Colher, açúcar (ou outro material granuloso sólido), duas taças ou outro
recipiente
Procedimento:
Quando a Maria se sentir confortável a segurar a colher por curtos períodos
(actividade 94), comece a ensiná-la a usar a colher. Coloque um açucareiro e uma
taça vazia, na mesa, em frente da criança. Coloque a colher na sua mão e reforce o
acto de agarrar colocando a sua mão sobre a mão da criança. Guie-lhe o
movimento de forma a que introduza a colher no açúcar, fazendo um movimento
exagerado. Repita este movimento muitas vezes antes de transferir o açúcar para o
recipiente vazio. Quando achar que ela já adquiriu a noção do movimento, ajude-a
a tirar uma pequena porção de açúcar e transferi-la para o outro recipiente. De
início as taças devem estar próximas, mas à medida que a Maria adquirir maior
domínio da actividade, coloque-as afastadas entre si. Comece por fazer com que
ela, inicialmente, transfira apenas duas colheres. No entanto, o objectivo é treinar a
Maria para que ela transfira todo o açúcar. Reduza, progressivamente, o controle
da sua mão, direccionando-lhe o pulso, depois o braço e, finalmente, solte-lhe o
braço.

99 – APANHAR MOEDAS
Motricidade fina, agarrar
Coordenação óculo-manual, controle
Percepção, visual
Meta: Aumentar o controle da motricidade fina e as capacidades de agarrar
Objectivo: Apanhar 10 moedas e colocá-las numas lata
Materiais: Moedas, lata de café com tampa de plástico com ranhura
Procedimento:
Corte a tampa da lata de forma a que caiba uma moeda. Comece a actividade,
deixando duas moedas em cima da mesa em frente à criança. Diga “Olha, Maria” e,
devagar, apanhe uma das moedas fazendo uma pinça exagerada com o indicador
e o polegar. Acene com a moeda à frente do seu rosto no sentido de chamar a sua
atenção e coloque-a na ranhura. Segure na mão da Maria e guie os seus dedos
afim de repetir o mesmo procedimento com a segunda moeda. Recompense-a
imediatamente e deixe-a sair da mesa por alguns momentos. Repita o
procedimento, adicionando gradualmente mais algumas moedas à medida que a
Maria se torna mais apta a desempenhar a tarefa. Deixe sempre em cima da mesa
todas as moedas que pretende que ela coloque na lata para que ela saiba
exactamente quando a tarefa termina. Lembre-lhe de colocar as moedas na lata
apontando para a moeda, dizendo “Põe aqui.” e apontando para a ranhura da lata.

100 – ABRIR RECIPIENTES


Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Imitação, motricidade
Meta: Aumentar o controle da motricidade fina, a força das mãos e a cooperação das
duas mãos.
Objectivo: Abrir 4 recipientes diferentes para obter uma recompensa.
Materiais: Caixa de sapatos, lata do café com tampa de plástico, caixa de jóias,
recompensas alimentares.
Procedimento:
Sente-se com a Maria à mesa, no chão ou em qualquer lugar onde estejam
confortáveis. Segure numa das caixas e chame a tenção da criança: “Olha!”, e
passe a recompensa alimentar no seu campo de visão. Lentamente, mova a
recompensa para a caixa e feche-a. Assegure-se que ela está a observar as suas
mãos e abra a caixa lentamente. Finja-se surpresa e mostre-lhe a recompensa que
foi colocada dentro da lata. Feche novamente a caixa e dê-lha. Gesticule de forma
a que perceba que é para abrir o contentor. Se a Maria não conseguir abrir a caixa,
ajude-a. Se ela não entender o que se pretende, segure-lhe nas mãos e guie-lhe a
acção. Assim que abrir a caixa, recebe a recompensa e esta é colocada de lado.
Repita o procedimento com os outros recipientes. Note quais os recipientes que
abre com maior facilidade e os que tem mais dificuldade. Se um deles lhe gerar um
maior grau de dificuldade, substitua-o por outro mais simples. A ideia desta
actividade é fazer com que a Maria pratique a abertura de recipientes vários.
101 – JOGO DE DAR E RECEBER
Motricidade fina, agarrar
Coordenação óculo-manual, controle
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Melhorar o agarrar e largar objectos e desenvolver competências interactivas
Objectivo: Tirar 4 objectos de uma caixa e dá-los a outra pessoa, tirar 4 objectos de uma
pessoa e colocá-los numa caixa
Materiais: 2 caixas de tamanho médio, 4 objectos de diferentes tamanhos e formas ( por
exemplo: bloco, conta, chave, pente)
Procedimento:
Sente-se à mesa, em frente da Maria e coloque uma caixa do seu lado esquerdo e
outra do seu lado direito. Coloque 4 objectos dentro de uma das caixas. De
seguida, tire um deles diga-lhe “Toma.” e verifique se ela o agarra. Se necessário,
coloque-lhe o objecto na mão e feche-a em torno deste. A seguir, aponte para a
caixa vazia e diga “Põe.”. Guie-lhe a mão na direcção da caixa, ajude-a a largar o
objecto e recompense-a imediatamente. Repita o procedimento até todos os
objectos terem sido transferidos de uma caixa para outra. Assim que ela tiver
aprendido a actividade, encoraje-a a agarrar um objecto dentro da caixa e a dar-lho.
Aponte para a caixa e diga “Dá.”. Gesticule com a mão enquanto diz “Dá.”. Se ela
não corresponde, continue a manter esse gesto da mão e, com a outra dirija a mão
da criança afim de desempenhar a actividade que se pretende. Quando ela lhe der
um objecto, coloque-o na caixa e recompense-a. Repita a actividade até ela lhe ter
entregue todos os objectos. Assim que a Maria tiver aprendido as duas rotinas,
varie as actividade de forma a trabalhar “Dar.” num dia e “Tirar.” no outro. Desta
forma a Maria vai ter de se habituar a ouvir instruções para entender o que é
suposto fazer.

102 – PRESSIONAR BOTÕES


Motricidade fina, manipulação
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Aumentar o controle da motricidade fina e desenvolver a capacidade de dirigir o
dedo a um alvo.
Objectivo: Pressionar um botão sem ajuda de forma a obter um resultado desejado.
Materiais: Qualquer objecto ou brinquedo em que o facto de pressionar um botão provoca
um resultado interessante (por exemplo: uma caixa de música, uma campainha)
Procedimento:
Sente-se à mesa com a Maria e coloque o brinquedo à sua frente. Capte a sua
atenção e mostre-lhe como se pressiona o botão de forma a que o brinquedo
funcione. Segure o seu dedo indicador, coloque-o no campo de visão da Maria e,
lentamente, dirija-o em direcção ao botão (esta lentidão do gesto torna-se
necessária para que ela faça uma associação entre o dedo e o resultado). Quando
pressionar o botão, sorria, bata palmas ou finja-se excitada no sentido de
demonstrar que a actividade é divertida. Prepare-lhe o brinquedo, segure-lhe na
mão e dirija-lhe o dedo para o botão. Ajude-a a pressioná-lo. Repita a actividade
várias vezes mas retire a sua assistência removendo a sua mão para o pulso da
criança, em seguida para o cotovelo e, finalmente, afaste-se do braço dela. Quando
ela conseguir pressionar o botão sem ajuda, mude para um segundo brinquedo
similar ao primeiro (isto é, com um botão visível).

103 – TIRAR MEIAS


Motricidade fina, manipulação
Autonomia, vestir
Meta: Descobrir objectos, tirando o invólucro e desenvolver as competências
necessárias para se vestir e despir de forma independente
Objectivo: Descobrir uma recompensa puxando uma meia que foi colocada de forma frouxa
em cima de um recipiente
Materiais: Meia larga, garrafa de plástico, recompensas alimentares
Procedimento:
Chame a atenção da Maria acenando com uma recompensa alimentar, à frente do
seu campo de visão. A seguir, coloque a recompensa alimentar dentro da garrafa
(não a tape) e ponha a meia na abertura do recipiente de forma a que fique um
pouco solta. Segure na mão da criança e ajude-a a puxar a meia. Depois, ajude-a a
obter a recompensa alimentar. Repita a actividade muitas vezes mas assegure-se
que a criança vê sempre a recompensa a ser colocada dentro do recipiente.
Diminua a sua assistência assim que ela conseguir puxar a meia sem a sua ajuda.
Em seguida repita a actividade, enfiando a meia na garrafa de forma mais profunda.

104 – DOBRAR PAPEL


Motricidade fina, manipulação
Imitação, motricidade
Meta: Aumentar as capacidades da motricidade fina, aprendendo a dobrar papel
Objectivo: Dobrar uma folha de papel 2 vezes sem ajuda
Materiais: Folha de papel.
Procedimento:
Coloque-se por detrás da Maria enquanto ela está sentada à mesa e demonstre-lhe
como dobrar uma folha de papel. Faça movimentos lentos e deliberados. Após a
sua demonstração, tire outra folha de papel e guie as mãos da criança afim de a
dobrar ao meio. Repita a actividade até que ela aprenda a dobrar o papel ao meio.
Não se preocupe se o papel não está bem dobrado ou se a tarefa não está
terminada. Coloque cada folha de papel dobrada numa pilha. Reduza,
gradualmente, o controle das mãos até que ela consiga desempenhar a tarefa
sozinha. Quando a criança conseguir dobrar o papel sem ajuda, faça com que ela
desempenhe uma segunda dobra. Sente-se ao lado dela. Cada uma de vós fica
com uma folha. Dobre a sua folha e faça com que ela desempenhe a mesma acção
mas, em vez de a colocar no pilha das folhas dobradas, diga-lhe “Olha, Maria.” e
dobra uma segunda vez. Ajude-a apenas se ela estiver confusa.

105 – COMEÇAR A COLORIR


Motricidade fina, manipulação
Coordenação óculo-manual, desenhar
Imitação, motricidade
Meta: Desenvolver competências elementares para colorir.
Objectivo: Agarrar um lápis e fazer dois ou três riscos ao acaso numa folha.
Materiais: Dois lápis grossos, papel, caixa pequena.
Procedimento:
Sente-se ao lado da Maria na sua mesa de trabalho com os lápis, com o papel e
com a caixa à sua frente. Tire uma folha de papel e um lápis e faça dois ou três
rabiscos ao acaso. Use o mesmo lápis e a mesma folha de papel e tente levá-la a
fazer dois ou três rabiscos. Coloque o lápis na mão, coloque a sua mão em cima da
mão da criança e ajude-a a rabiscar por alguns segundos. A seguir, elogie-a, ponha
o papel na pilha das tarefas acabadas e coloque o lápis na caixa. Repita o
procedimento com o segundo lápis. Reduza, gradualmente a sua ajuda até que ela
consiga segurar o lápis e rabiscar sozinha. Encoraje-a a rabiscar por períodos
longos mas dê-lhe somente alguns lápis para que veja em quantas partes se pode
dividir uma tarefa.

106 – BOLAS DE SABÃO


Motricidade fina, manipulação
Motricidade fina, agarrar
Meta: Aumentar o controle da motricidade fina e as competências de agarrar
Objectivo: Tirar a tampa de um frasco de bolas de sabão e usar o dispositivo de forma a
conseguir fazer bolas
Materiais: Frasco com dispositivo para bolas de sabão
Procedimento:
Assegure-se que a tampa do dispositivo está colocada de forma solta e coloque o
dispositivo na mesa em frente da Maria Chame-lhe a atenção e demonstre-lhe
como tirar a tampa. Então retire o dispositivo que serve para fazer as bolas e sopre.
Coloque-o novamente no frasco de forma solta. Segure a mão da criança e dirija-
lhe os movimentos até ela fazer algumas bolas de sabão. Em seguida volta a
colocar o dispositivo e a tampa no frasco. Coloque-o em frente da criança e incite-o
a abrir o frasco. Finja que o está a fazer, se necessário, e posicione as mãos de
forma apropriada no frasco. Repita a actividade até ela conseguir tirar a tampa sem
ajuda.

107 – DESAPERTAR TAMPAS DE FRASCOS


Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Imitação, motricidade
Meta: Melhorar o controle da motricidade fina, cooperação das duas mãos, força das
mãos e rotação do pulso
Objectivo: Desapertar a tampa de um frasco sem ajuda
Materiais: 3 frascos pequenos com tampas de desapertar, recompensas alimentares
Procedimento:
Coloque os três frascos na mesa em frente à Maria. Acene com uma recompensa
de um alimento que ela goste e, quando tiver chamado a sua atenção, tire a tampa
de um dos frascos, coloque a recompensa lá dentro e ponha a tampa no frasco de
forma a ficar solta. Dê-lhe o frasco e gesticule no sentido de ela imitar o que fez.
Coloque as mãos da Maria no frasco e ajude-a a desempenhar a tarefa para que
obtenha a recompensa que está no interior do frasco. Repita o procedimento com
os três frascos. Reduza progressiva a sua ajuda até a Maria conseguir abrir os três
frascos sozinha. Lembre-se de verificar sempre se as tampas não estão demasiado
apertadas.

108 – EXERCÍCIOS DE DEDOS


Motricidade fina, manipulação
Imitação, motricidade
Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Meta: Aumentar o controle dos dedos
Objectivo: Desempenhar movimentos simples dos dedos sem assistência
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Demonstrar à Maria movimentos simples dos dedos e fazer com que ela os imite
(por exemplo: tocar em sucessão cada um dos dedos da sua mão direita com o seu
polegar esquerdo). Gesticule para que a Maria imite o que acabou de fazer. Se ela
fizer algum movimento no sentido de a imitar, use as suas mãos para mover os
dedos dela de forma correcta. Elogie-a imediatamente.
Outros movimentos possíveis dos dedos incluem:
a) Agitar o polegar com o punho fechado
b) Agitar todos os dedos com a palma da mão para cima
c) Agitar cada um dos dedos individualmente com a palma da mão para
baixo.
Repita a actividade usando outros movimentos simples dos dedos de forma a que a
Maria aprenda como mover os dedos conjuntamente e individualmente.

109 – PUXAR CORDÕES


Motricidade fina, manipulação
Motricidade fina, agarrar
Percepção, audição
Imitação, motricidade
Meta: Aumentar as competências de agarrar e o controle motor fino
Objectivo: Puxar um fio de um boneco para que este fale
Materiais: Boneca ou peluche que fale ou emita sons quando um fio é puxado
Procedimento:
Mostre à criança um brinquedo e diga “Olha, Maria.”. Assegure-se que ela está a
olhar e mostre-lhe como puxar o fio do brinquedo para que este fale. Quando o
boneco parar de emitir sons, guie a mão da Maria para que puxe o fio.
Recompense-a imediatamente por puxar o fio apropriadamente. Mostre-lhe onde
está o fio e finja que a vai puxar. Ajude-a apenas se ela parecer confusa.
Finalmente, ensine-a a puxar o fio sem ajuda, usando as duas mãos num esforço
cooperativo.

110 – EXERCÍCIOS DE MÃOS


Motricidade fina, agarrar
Meta: Aumentar a força das mãos
Objectivo: Apertar uma esponja ou uma bola macia 5 vezes em cada mão
Materiais: Esponja, bola macia de borracha
Procedimento:
Sente-se ao lado direito da Maria e coloque a sua palma da mão direita voltada
para cima. Com a sua mão esquerda coloque-lhe a mão direita na mesma posição.
Feche a mão lentamente e diga “Fecha.”. Em seguida diga “Abre.” e coloque a mão
na posição original. Repita o procedimento usando a sua mão esquerda para a
ajudar a abrir ou fechar a mão. Lembre-se de usar os comandos “Abre.” e “Fecha.”.
Repita o procedimento até ela conseguir abrir e fechar o punho 5 vezes seguidas
baseada em ordens verbais. Quando ela conseguir desempenhar a tarefa
correctamente coloque-se do outro lado da Maria e trabalhe esse lado. Assim que
os dois lados estiverem trabalhados, coloque uma esponja numa das mão e faça
com que a aperte 5 vezes seguidas. O mesmo acontece para a outra mão.
Finalmente substitua a esponja por uma bola de borracha e continue o treino.
Lembre-se de dizer “Abre.” E “Fecha.” de cada vez e de colocar a sua mão a
desempenhar a mesma tarefa para que ela tenha um modelo a imitar.

111 – MOLAS DE ROUPA


Motricidade fina, manipulação
Meta: Aumentar o controle motor fino e a força das mãos
Objectivo: Prender 6 molas de roupa nos bordos de uma caixa de sapatos
Materiais: 6 molas da roupa de plástico, caixa de sapatos
Procedimento:
Antes de iniciar a actividade, verifique se as molas não são demasiado rígidas para
que a Maria as abra facilmente. Segure a mola em frente ao rosto da criança e
demonstre como se abre e fecha. Em seguida diga “Olha.” E prenda a mola no
bordo da caixa. Coloque a mola na mão da Maria e use a sua mão para a ajudar a
abrir a mola. Guie-lhe as mãos para prender a mola ao bordo da caixa. Elogie-a
sempre que se prenda a mola. Reduza gradualmente a sua assistência até que ela
consiga desempenhar as suas actividades sozinha. Quando ela conseguir realizar
essa actividade sem ajuda, coloque 6 molas à sua frente para que termine a tarefa.
Em seguida faça com que remova as molas e as coloque dentro da caixa.
Recompense-o de cada vez que realizar essa actividade.
112 – SEGUIR COM O DEDO
Motricidade fina, manipulação
Coordenação óculo-manual, controle
Percepção, táctil,
Meta: Melhorar o controle das mãos e dos dedos
Objectivo: Traçar com o dedo os contornos de formas
Materiais: Itens comuns de casa (bola, mesa e um livro)
Procedimento:
Segure o dedo indicador da Maria e, lentamente, trace o contorno exterior de uma
série de objectos tais como: um livro, uma mesa, uma bola. Fale com ela de forma
reconfortante enquanto o faz. Reduza, gradualmente, o controle da mão e verifique
se ela vai fazendo o contorno dos objectos sozinha. Elogie-a enquanto traçar,
lentamente, os contornos com os dedos. Se ela começar o traçado de forma
impaciente ou impulsiva, acalme-a verbal ou, se necessário, fisicamente. Á medida
que ela se habituar à sensação táctil desses objectos, introduza outros.

113 –DOBRAR PAPEL


Motricidade fina, manipulação
Percepção, visual
Realização cognitiva, linguagem receptiva, (opção)
Meta: Melhorar o controle motor fino, a coordenação das mãos e a discriminação da
cor
Objectivo: Fazer um brinquedo, dobrando papel
Materiais: 2 tiras de papel colorido
Procedimento:
Cole as duas extremidades das fitas tal como é demonstrado na figura. Mostre, à
Maria como dobrar a tira horizontal sobre a vertical. Se ela for receptiva e nomear

as cores faça com que ela saiba o que vai dobrar, dizendo “Azul.” e faça as dobras
seguintes (figuras C, D e E). Se ela não souber as cores, aponte para as fitas que
ela deve dobrar, dizendo “Dobrar.”. Se ela hesitar, guie-lhe as mãos até que o
brinquedo esteja completo.

114 – CORTAR
Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Motricidade fina, manipulação
Meta: Aumentar o controle da motricidade fina e aprender a usar tesouras
Objectivo: Cortar ao acaso tiras de papel
Materiais: Tesouras, papel
Procedimento:
Antes de iniciar a actividade, faça 3 cortes numa folha de papel com 5 cm de
distância entre elas para que a Maria seja capaz de completar os cortes. Coloque o
material (folha de papel e tesoura) em frente dela. Chame-lhe a atenção e segure
nas tesouras. Segure-as de forma apropriada e coloque-as no seu campo de visão.
Faça um corte. Segure nas mãos da Maria e posicione as tesouras
apropriadamente. Use as suas mãos para reforçar o acto de agarrar a tesoura por
parte da criança e para controlar os seus movimentos. Manipule as suas mãos de
forma a que abra e feche a tesoura várias vezes. Diga “Cortar.” de cada vez que as
tesouras fecham. Ajude-a a prolongar os cortes. À medida que achar que as suas
mãos evidenciam mais destreza, reduza a ajuda prestada. Não se preocupe se os
cortes não saírem direitos. Encoraje a Maria a terminar apenas os cortes já
efectuados pois, dessa forma, a tarefa terá um fim delimitado e ela não se sentirá
frustrada.
115 – PARAFUSOS E PORCAS
Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Coordenação óculo-manual, controle
Percepção, visual
Realização cognitiva, emparelhar
Meta: Aprender a discriminar tamanhos e melhorar as capacidades motoras finas.
Objectivo: Emparelhar 3 parafusos e 3 porcas de 3 tamanhos diferentes sem ajuda
Materiais: 3 parafusos e porcas de tamanho igual, 3 parafusos e porcas de tamanhos
diferentes, 2 tabuleiros.
Procedimento:
Quando a Maria conseguir completar dois tabuleiros diferentes (actividades 143 e
144), comece a ensiná-la a emparelhar as peças soltas (sem encaixe de madeira
como suporte), usando as duas mãos de forma cooperativa. Comece com as peças
de tamanho igual. Misture-as em frente da Maria. Coloque, em seguida, dois
tabuleiros na mesa com um parafuso num deles e uma porca no outro. Demonstre,
em seguida como enroscá-los. Guie as suas mãos para que a Maria enrosque o
segundo par. Repita o procedimento até que ela consiga completar os 3 pares de
peças sem ajuda. Quando ela não demonstrar dificuldade em associar as 3 peças
semelhantes, repita o procedimento com as 3 peças de tamanhos diferentes até ela
não demonstrar dificuldade na execução desta nova tarefa.

116 – FLOCOS DE NEVE


Motricidade fina, manipulação
Motricidade fina, agarrar
Meta: Aumentar a precisão das competências de dobrar papel e aumentar a força
muscular para usar tesouras
Objectivo: Dobrar e cortar 4 folhas de papel ao mesmo tempo
Materiais: Folhas, tesouras
Procedimento:
Coloque um quadrado de papel à sua frente e outro em frente da Maria. Chame-lhe
a atenção “Olha, Maria.” e dobre o papel ao meio. Em seguida, segure nas suas
mãos e ajude-a a fazer o mesmo. Diga “Outra vez.” e dobre novamente a folha ao
meio. Leve-a a fazer o mesmo, preferencialmente sem a sua ajuda. Com um lápis,
desenhe os sítios que ela deve cortar (ver figura). Corte. Em seguida abra o papel e
mostre-se entusiasmada com o desenho obtido. Ajude-a a colar o desenho na
janela para mostrar como gostou do trabalho que fez. De início terá de lhe guiar as
mãos para que a Maria consiga cortar o papel no sítio exacto.

117 – PENDURAR ROUPA


Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Motricidade fina, agarrar
Meta: aumentar a força muscular e o período de atenção
Objectivo: Pendurar roupas numa corda e apertar com uma mola da roupa
Materiais: Molas da roupa, toalhas, lenços, meias, corda, cesto
Procedimento:
Estenda a corda de forma a que fique ao nível dos ombros da Maria. Coloque a
roupa num cesto, aos seus pés, e as molas numa caixa. Dirija-a, guiando as mãos
em primeiro lugar, e depois por gestos e palavras, da seguinte forma: “Tira a meia.”
(use a mão esquerda da criança), “Tira a mola.” (use a mão direita da criança), “Põe
a meia.” (coloque-a na corda), “Põe a mola.” (ajude-a a apertar a mola, a colocá-la
na corda e a libertá-la). Se verificar que a Maria tem alguma dificuldade particular,
como por exemplo: em abrir a mola; pratique esta actividade antes de continuar a
implementar toda a sequência (por exemplo: pratique o apertar das molas numa
toalha de mesa).

118 – TACHAS – I
Motricidade fina, manipulação
Imitação, motor
Motricidade fina, agarrar
Meta: Aumentar o controle da motricidade fina e da força dos dedos
Objectivo: Empurrar 12 tachas num quadro de cortiça
Materiais: Tachas, quadro de cortiça
Procedimento:
Sente-se à mesa, com a Maria e coloque o quadro à sua frente. Coloque as tachas
ao lado. Assegure-se que ela está a olhar para si quando apanhar a primeira tacha.
Usando um movimento deliberado de pinça, apanhe a tacha e segure-a em frente
dos olhos da Maria para que ela veja o que está a fazer. Diga “Olha, Maria.” e
empurre a tacha de forma a que fique presa na cortiça. Segure nos dedos da Maria
e repita o procedimento. Aponte para a segunda tacha e diga “Põe no quadro.” e
aponte para o quadro. Se ela não fizer nenhum movimento, guie-lhe a mão. Repita
o procedimento até ela conseguir colocar as 12 tachas no quadro. De início,
escolha apenas 3 ou 4 tachas da mesa; mas, à medida que aprende a tarefa,
aumente o número.

119 – TECER COM TIRAS


Motricidade fina, manipulação
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Aprender a tecer, usando padrões regulares
Objectivo: Entender as noções “em cima”, “em baixo” e mover o papel de acordo com
essas noções. Trabalhar até a tarefa estar completa
Materiais: Tiras de papel de duas cores
Procedimento:
Cortar o papel em tiras de 3cm iguais (azul - 20 cm; vermelho - 30 cm). Coloque
uma folha lisa na mesa para formar a base do. Cole as tiras azuis no cimo da folha
trabalho (ver figura). Segure uma tira vermelha e teça-a nas azuis, da direita para a
esquerda (ver figura). Enquanto faz a demonstração vá dizendo: “Em cima, em
baixo.”, conforme vai movendo a fita. Em seguida, dê à Maria outra fita vermelha e
ajude-a a passar por baixo e por cima das fitas azuis. Utilize palavras simples “Olha
Maria, agora vai para cima e agora, para baixo”. Assim que ela perceber o que se
espera dela, afaste-se e veja se ela parece confusa. Após a fita estar colocada
correctamente, segure-a com um pedaço de fita cola. Quando o padrão ficar
completo, elogie-a e dê-lhe a tesoura para aparar as pontas. Use-o na cozinha ou
noutro ponto da casa, como enfeite para que ela se sinta motivada a fazer outro.
COORDENAÇÃO ÓCULO-MANUAL

A coordenação de capacidades é uma das competências que mais falha nas


crianças com autismo. Assim, é especialmente importante considerar os níveis de
desenvolvimento nas tarefas que envolvem coordenação óculo-manual. Mesmo que a
criança seja boa, em termos de competência de motricidade fina, a sua coordenação
óculo-manual pode ter um nível baixo devido a problemas de percepção. A maioria das
capacidades de motricidade fina descritas pretendem ensinar à criança como agarrar e
manipular objectos. A coordenação óculo-manual envolve a coordenação dessas
competências com as capacidades de percepção. Por exemplo: agarrar um lápis e
usá-lo para riscar espontaneamente, numa tarefa de motricidade fina. Usar o mesmo
lápis para passar por cima (ou desenhar) de um padrão simples. Esta tarefa tanto
envolve a coordenação da motricidade fina como as capacidades de percepção. É isto
que é considerado a coordenação óculo-manual.
As actividades de percepção, motricidade fina e coordenação óculo-manual,
aqui sugeridas, estão intimamente relacionadas, mas a professora não deve entender
que os níveis de desenvolvimento da criança nestas funções vão ser os mesmos. Não
é raro que uma criança com autismo tenha capacidades de motricidade fina num nível
de, mas tenha capacidades de percepção e de coordenação óculo-manual, apenas
num nível de 2 anos. Uma avaliação cuidada do nível funcional desta criança, em cada
uma das áreas, é extremamente importante para se delinear um programa de
educação individualizado efectivo. As actividades que se seguem são uma amostra de
tarefas que podem ser usadas para melhorar a coordenação óculo-manual e estão
agrupadas em duas categorias: desenho e manipulação de materiais. As actividades
que envolvem o desenvolvimento do controle óculo-manual são especialmente
importantes na programação pré-profissional. As actividades de desenho, a este nível,
constituem a base para uma eventual aprendizagem da escrita. O desenvolvimento e
consolidação das competências de coordenação óculo-manual são um dos aspectos
mais importantes do crescimento e adaptação da criança.
120 – PRÉ- EMPILHAR
Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, agarrar
Imitação, motor
Meta: Aumentar o controle em colocar objectos
Objectivo: Empilhar 3 ou 4 caixas
Materiais: Pequenas caixas de cereais (vazias ou cheias), cesto
Procedimento:
Coloque as caixas de cereais dentro do cesto e sente-se a Maria, no chão. Retire
uma caixa do cesto e coloque-a no chão. Então tire outra caixa e coloque-a em
cima da primeira. Repita o procedimento até todas as caixas estarem empilhadas.
Em seguida empurre-as e faça um barulho qualquer divertido. Coloque novamente
todas as caixas no cesto. Em seguida, recomece a actividade mas, ao colocar a
primeira caixa no chão, dê à Maria a outra caixa para que seja ela a colocá-la.
Repita o procedimento, retirando progressivamente a sua ajuda até que ela seja
capaz de retirar as caixas do cesto, empilhá-las e deitá-las ao chão sem ajuda.

121 – TRABALHO PRÉ-PUZZLE – I


Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, agarrar
Percepção, visual
Meta: Aumentar as competências de agarrar um objecto e de o atirar a um alvo
Objectivo: Colocar um objecto numa lata vazia
Materiais: 4 latas vazias, 4 pares de meias
Procedimento:
Coloque 4 latas, em fila na mesa, em frente à Maria. Coloque os 4 pares de meias
enroladas numa caixa de sapatos ao seu lado. Agarre num dos pares de meias e
mostre à criança como a deixar cair dentro da lata. Guie-lhe a mão de forma a que
ela apanhe um par de meias, dirija a mão à lata e deixe cair a meia dentro da lata.
Repita a actividade até cada lata ter uma meia dentro. Gradualmente, reduza a sua
assistência à medida que a Maria for desempenhando a tarefa de forma mais
independente. Observe-a cuidadosamente no sentido de verificar se existe alguma
parte da tarefa que lhe seja particularmente difícil. Se ela mostrar dificuldade com
alguma parte específica, gesticule no sentido da acção desejada. Quando todas as
meias estiverem nas latas, remova os materiais e recompense-a.
122 – TRABALHO PRÉ-PUZZLE – II
Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, agarrar
Percepção, visual
Meta: Aumentar a capacidade de agarrar um objecto e lançá-lo num alvo
Objectivo: Colocar uma conta numa caixa dos ovos
Materiais: Caixa dos ovos, 12 contas grandes (ou nozes)
Procedimento:
Divida uma embalagem de cartão dos ovos e coloque uma das partes em frente à
Maria. Ponha uma das contas à sua frente e aponte para um dos espaços vazios
da caixa de cartão e diga: “Põe.”. Elogie-a e recompense-a imediatamente se ela
fizer alguma tentativa para segurar na conta e depositá-la num dos espaços vazios
que pertencem à caixa de ovos. Se ela parecer que não entende dirija-lhe a mão
nessa actividade. Repita o procedimento até colocar todas as contas na
embalagem. Reduza gradualmente a assistência até que a criança consiga libertar
a conta na embalagem. De início, terá de apontar para a caixa vazia no sentido de
lhe dirigir a sua actividade. Quando estiver familiarizada com a actividade, diga:
“Põe.”, mas não aponte. Verifique se ela consegue localizar visualmente o
recipiente vazio e colocar a conta, lá dentro.

123 – ANÉIS
Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, manipulação
Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual e o controle da motricidade fina
Objectivo: Enfiar 4 anéis numa estaca sem ajuda
Materiais: Anéis, estaca
Procedimento:
Coloque a estaca à frente da Maria e mostre-lhe os anéis. Diga “Olha, Maria”, e
mostre-lhe como atirar o anel na estaca. Tire o anel e repita o procedimento. Dê o
segundo anel à Maria e diga-lhe “Põe.”. Guie a sua mão pela actividade pretendida.
Repita o procedimento até que todos os anéis estejam introduzidos na estaca.
Elogie-a sempre que colocar um anel e recompense-a quando todos os 4 anéis
estiverem introduzidos. Assegure-se que ela vê que todos os anéis que lhe serão
dados para que tenha a noção do término da tarefa.

124 – EMPILHAR BLOCOS


Coordenação óculo-manual, controle
motricidade fina, agarrar
Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual e o controle da motricidade fina
Objectivo: Empilhar 4 blocos sem ajuda
Materiais: 4 blocos médios
Procedimento:
Coloque 4 blocos na mesa, à frente da Maria. Assegure-se que lhe despertou a
atenção e demonstre como se empilham os blocos no sentido de formar uma torre.
Desfaça a torre e coloque os blocos na posição original. Coloque um dos blocos
directamente em frente da Maria. Tire um segundo bloco e diga “Põe em cima.” e
coloque-o em cima do primeiro. Assegure-se que ela está a olhar enquanto empilha
o segundo bloco. Segure a sua mão, ajude-a a apanhar o 3º bloco, diga “Põe em
cima.” e dirija a mão da Maria. Repita o procedimento com o quarto bloco, mas,
desta vez, aponte e diga “Põe em cima.”. Dê-lhe uma oportunidade de empilhar o
bloco sozinha mas ajude-a se parecer confusa. Quando todos os blocos estiverem
empilhados, a actividade termina. Repita o procedimento até a Maria conseguir
empilhar os blocos sem ajuda.

125 – CUBOS EM LATA


Coordenação óculo-manual, controle
Percepção, visual
Meta: Aumentar as motricidade fina e atenção
Objectivo: Colocar 4 blocos numa lata
Materiais: Lata de café com um corte na tampa, 4 blocos, 2 tabuleiros
Procedimento:
Coloque a lata de café na mesa entre si e a Maria. Coloque 2 cubos em cada
tabuleiro e coloque um de cada lado da lata (ver figura). Aponte para um cubo e
diga “Põe dentro.”. Se necessário, segure-lhe na mão e guie-a para a actividade
pretendida (segurar um cubo e colocá-lo dentro da lata através do corte da tampa).
Aponte para um bloco no outro tabuleiro e repita o procedimento. Assegure-se que
a Maria está a olhar para a sua mão enquanto você aponta para os blocos. Alterne
os cubos dos tabuleiros diferentes para que ela seja forçada a mover os seus olhos
à medida que vai apontando.
126 – ENCAIXES
Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, manipulação
Percepção, visual
Meta: Aumentar a capacidade em direccionar um objecto para um alvo específico.
Objectivo: Inserir 5 cavilhas num quadro sem ajuda.
Materiais: Caixa de sapatos, cavilhas (podem ser feitas do pau da vassoura).
Procedimento:
Coloque o encaixe na mesa em frente à Maria. Manipule a mão dela para que tire
todas as cavilhas e as coloque na mesa. Segure o dedo indicador e ajude-a a
localizar o orifício na caixa. Aponte para uma das cavilhas e aponte para um dos
buracos e diga “Põe dentro.”. Guie-a na introdução da primeira cavilha mas,
gradualmente, reduza a ajuda prestada. Após a ter ajudado a introduzir a primeira
cavilha, ajude-a a retirá-la e a introduzi-la novamente. Repita o procedimento com
todas as cavilhas. Após a Maria se habituar a esta rotina, diga-lhe “Põe.”, mas não
aponte para uma peça específica ou para um buraco. Recompense-a quando todas
as cavilhas estiverem na caixa.

127 – ESTOJO DE LÁPIS


Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, manipulação
Percepção, visual
Meta: Melhorar a manipulação de objectos e controlar a direcção para um alvo
Objectivo: Colocar 4 lápis nos furos de um estojo de lápis sem ajuda
Materiais: Lata (sumo, vegetais, etc.), cartão, 4 lápis
procedimento:
Construa um estojo de lápis simples, fazendo furos numa peça de cartão e colando-
a no cimo da lata (ver figura). Assegure-se que os furos têm a dimensão suficiente
para que os lápis caibam. Coloque os estojo e 4 lápis à frente da Maria. Assegure-
se que ela está a olhar e ponha um lápis num dos furos. Dê-lhe um lápis e guie-lhe
a mão para um dos furos, enquanto diz “Põe dentro.”. Elogie-a imediatamente. Dê-
lhe um terceiro lápis, aponte para outro furo e diga: “Põe dentro.”. Ajude-a só se for
necessário. Quando ela estiver habituada a pôr os lápis, pare de apontar para os
furos e veja se ela é capaz de localizar os furos vazios e tenta lá pôr os lápis.
128– COLORIR
Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Meta: Melhorar o controle da mão e desenvolver competências de colorir
Objectivo: Fazer 4 ou 5 marcas com um lápis dentro de um espaço delimitado por uma
linha grossa
Materiais: Lápis, papel, marcadores
Procedimento:
Usando um marcador faça dois círculos ou quadrados numa folha de papel (ver
figura). Faça os contornos grossos, escuros e claramente visíveis. Coloque uma
folha de papel e dois lápis na mesa em frente da Maria. Tire um lápis e faça alguns
rabiscos dentro do espaço delimitado pelo círculo. Dê-lhe um segundo lápis e diga
“Faz tu.”. Ajude-a a agarrar o lápis e a rabiscar por alguns segundos dentro do
círculo. Elogie-a, remova a folha e repita o procedimento com uma segunda folha.
De início a Maria não entenderá a ideia de colorir dentro de um espaço delimitado.
Continue a fazer as marcas apenas dentro das linhas e use a sua mão para que ela
faça o mesmo. Retire, gradualmente o controle da mão à medida que ela conseguir
colorir de uma forma controlada. Recompense-a sempre que completar um folha de
trabalho.

129- ENFIAR CONTAS – I


Coordenação óculo manual, controle
Motricidade fina e coordenação das duas mãos
Meta: Incrementar a coordenação óculo-manual e o uso cooperativo das duas mãos.
Objectivo: Enfiar duas contas num pino enquanto o segura com uma mão.
Material: Pino de enfiar e contas.
Procedimento:
Coloque o pino em cima da mesa e dê à Maria uma conta (certifique-se de que
cabe no pino) e guie a sua mão para que a enfie. Pegue numa segunda conta,
mostre-a e diga: “Põe aqui.”, apontando para o pino. Ajude-a apenas se for
necessário. Quando estiverem duas pintas no pino, coloque-o de lado e ponha
outro na mesa. Desta vez tente que ela ponha o pino sem a sua ajuda. Quando ela
conseguir fazê-lo com a base assente na mesa, ajude-a a segurar o pino com uma
mão e a enfiar as contas com a outra. De inicio terá que a ajudar com as suas
mãos, mas vá retirando a assistência à medida que a Maria vai progredindo.

130 – ENFIAR CONTAS – II


Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Meta: Incrementar a coordenação óculo-manual e o uso cooperativo das duas mãos
Objectivo: Colocar duas contas num suporte sem ajuda
Material: Pino de enfiar e contas
Procedimento:
Quando a Maria conseguir colocar as contas num pino (actividade 129) tente que o
faça num objecto mais flexível, mas ainda rígido, como por exemplo um tubo de
plástico. Demonstre como fazê-lo segurando o tubo com uma mão e usando a outra
para apanhar as contas, depois dê-lhe o tubo e ajude-a a segurá-lo com uma mão.
Ajude a Maria a colocar as contas no tubo e quando ela conseguir recompense-a.
Reduza o seu apoio à medida que ela vai progredindo.

131 – ENFIAR CONTAS – III


Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Meta: Incrementar a coordenação óculo-manual e o uso cooperativo das duas mãos
Objectivo: Enfiar 5 contas num atacador de sapato, sem ajuda.
Material: Atacador de sapato e contas.
Procedimento:
Depois da Maria conseguir enfiar as contas no tudo sem ajuda (actividade130),
mude parta um cordão ou atacador de sapato. Dê um nó numa das extremidades
para que as contas não saiam. Demonstre primeiro como enfiar a conta no fio.
Certifique-se de que a Maria está a olhar para a sua demonstração. Depois guie-a
para que segure no atacador com uma mão e numa conta com a outra. Ajude-a a
enfiar a primeira conta e a fazê-la deslizar até ao nó do fio. Repita a actividade até
enfiar as 5 contas. No principio terá que lhe ensinar o que cada mão terá que fazer,
parar que ela consiga usá-las cooperativamente. Repita a actividade até que ela
consiga colocar as 5 contas sem ajuda.

132 – MOLAS DE ROUPA


Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, manipulação, emparelhar
Meta: Incrementar competências para emparelhar e força manual
Objectivo: Colocar 6 molas de roupa no lugar assinalado num tubo
Material: 6 molas de roupa de cores diferentes, um tudo
Procedimento:
Quando a Maria conseguir colocar molas de roupa numa caixa sem ajuda
(actividade 111) comece a ensinar-lhe a colocar molas em sítios marcados de um
tubo. Desenhe 6 estrelas no lado exterior do tubo e vire-as para cima, para que ela
coloque as molas directamente nas estrelas. Se quiser usar esta tarefa para o
emparelhar das cores, desenhe as estrelas com as cores das molas. Depois dê-lhe
uma mola aponte para a estrela e diga: “Põe aqui.”. Se ela a tentar colocar em
qualquer lado do tubo aponte para a estrela e repita: “Põe aqui.”. Se ela lhe parecer
confusa, guie-lhe a mão para a estrela. Quando ela conseguir colocar as 6 molas
sem a sua ajuda, diga ocasionalmente: “Põe aqui.”, sem apontar. Veja se ela
procura as estrelas ainda vazias para colocar a mola.

133 – TRABALHAR O PRÉ-DESENHO


Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Imitação, Motricidade
Meta: Incrementar o controle manual e desenvolver as primeiras competências de
desenho
Objectivo: Traçar três linhas num prato de açúcar ou farinha com um dedo
Materiais: Um prato, açúcar ou farinha
Procedimento:
Espalhe o açúcar num prato. Pegue no dedo indicador da Maria e mostre-lhe como
fazer linhas rectas. Reduza o seu apoio à medida que ela começar a fazer marcas
sozinha. quando ela perceber toda a actividade, faça marcas e tente que ela a
imite. Faça padrões na vertical e horizontal.

134. BRINQUEDOS DE ENCAIXE


Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, manipulação
Meta: Aumentar a coordenação óculo-manual e aprender a usar adequadamente os
brinquedos
Objectivo: Fazer uma construção simples de 3 encaixes
Materiais: Brinquedos de encaixe
Procedimento:
Certifique-se de que a Maria está a olhar para si e faça as três construções. Ponha
o seu modelo na mesa e dê-lhe peças para ela fazer construções semelhantes.
Ajude-a a copiar o primeiro modelo, controlando as suas mãos. Reforce-a e
coloque a construção ao lado da sua. Dê-lhe as peças para fazer o segundo
modelo. Ajude-a se ela parecer confusa. À medida que ela for controlando melhor a
actividade, retire a sua ajuda e aumente o número de peças da construção.
Recorde que demasiadas peças em frente dela podem desorganizá-la.

135 – MOLDAR PLASTICINA - I


Coordenação óculo-manual
Motricidade fina, coordenação óculo-manual
Percepção visual
Imitação e motricidade
Meta: Incrementar a coordenação óculo-manual e desenvolver a capacidade de copiar
objectos
Objectivo: Copiar três objectos comuns com a plasticina
Material: Plasticina, 3 objectos comuns com formas simples (por exemplo bola, bolacha,
cubo
Procedimento:
Sente a Maria à mesa. Coloque um dos objectos a serem copiados em frente dela,
assim como dois pedaços de plasticina. Nomeie o objecto a copiar e certifique-se
de que ela está a olhar. Se estiver a fazer uma bola diga “Olha, Maria, uma bola.”.
Quando ela olhar mostre-lha e coloque-a ao lado do objecto original. Depois aponte
para o segundo objecto e faça o mesmo. Se ela não fizer nenhum movimento com
a plasticina ajude-a a começar, com a sua mão. Se ela não compreender ajude-a,
com as suas mãos, a moldar a bola. Reforce-a imediatamente e repita o
procedimento com os outros objectos. À medida que ela for sendo mais capaz e
independente, retire o seu apoio.

136 – MOLDAR PLASTICINA – II


Coordenação óculo-manual
Motricidade fina, coordenação óculo-manual
Percepção visual
Imitação e motricidade
Meta: Aumentar a coordenação óculo-manual, aprender a usar adequadamente os
jogos e desenvolver a capacidade de reproduzir cópias de representações
bidimensionais
Objectivo: Moldar com plasticina figuras representadas por desenhos
Material: Plasticina, desenho de três objectos comuns e familiares à Maria. Devem ser
muito claros para ela, podem ser desenhados ou recortados de uma revista, se
possível devem representar os mesmos objectos trabalhados na actividade 135
Procedimento:
Quando a Maria conseguir moldar a plasticina para copiar os objectos com estes
presentes, ensine-a a moldar objectos a partir de figuras. Coloque dois bocados de
plasticina em cima da mesa e uma figura a reproduzir. Certifique-se de que ela esta
a olhar para a figura. Diga: ”Olha Maria, a bola.“ e aponte para a figura. Depois
pegue num bocado de plasticina e faça uma bola. Aponte para o segundo bocado
de plasticina e diga: “ Olha, faz a bola.”. Se ela lhe parecer confuso, ajude-a a
começar. Coloque a segunda bola perto da figura e aponte para o conjunto
dizendo: “ Bola”. Reforce-a imediatamente e repita o procedimento com as outras
duas figuras.

137. PARTES DE UM TODO


Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, manipulação
Percepção visual
Meta: Reconhecer a relação entre as partes e o todo e juntar as partes correctamente
para formar um objecto
Objectivo: Juntar, sem ajuda as partes de uma figura dividida em duas
Material: Papel de cor, papel branco, lápis, tesoura e cola
Procedimento:
Corte partes de objectos que, quando juntas, formem um objecto que a Maria
reconheça facilmente. Desenhe uma linha no meio de uma folha branca e num dos
lados da linha coloque o modelo do objecto. Mostre à Maria as duas partes do
objecto e como deve colocá-las no outro lado da folha que contém o modelo.
Certifique-se de que ela está a olhar para si enquanto as coloca directamente no
outro lado da folha. Nomeie o objecto e retire as duas partes novamente. Diga-lhe
que junte as duas partes, se ela parecer confuso ajude-o a rodar as partes até que
encaixem adequadamente e depois cole o desenho no papel. Pendure o desenho
na sala de aula para mostrar que tem orgulho no seu trabalho. À medida que ela for
dominando a tarefa divida as figuras em 3 ou 4 partes e repita o procedimento.

138. PINÇAS
Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, manipulação
Percepção visual
Meta: Aumentar a coordenação óculo-manual, o controle da motricidade fina e a
capacidade de movimentar objectos
Objectivo: Pegar em 6 objectos pequenos com pinças e colocá-los em copos ou cartões
dos ovos.
Material: Pinças pequenas e flexíveis, cartão de ovos, pequenos objectos (blocos, contas
etc.)
Procedimento:
Coloque 2 ou 3 objectos pequenos em cima da mesa em frente da Maria e diga
“Olha, Maria.” e mostre-lhe como se usa a pinça. Certifique-se de que ela está a
olhar para si e use a pinça para pegar num dos objectos e colocá-los num buraco
do cartão de ovos. Liberte o objecto no cartão abrindo a pinça. Tente que a Maria a
imite no uso da pinça. Ajude-a a pegar-lhe de forma adequada. Com a outra mão
aponte para o objecto que ela deve pegar e diga “Põe este.”. Ajude-a a controlar a
pinça e a pegar no objecto. Depois encaminhe-a para o cartão e ajude-a a libertar o
objecto. Inicialmente terá que apontar para um buraco vazio para que ela saiba
onde deixar o objecto. Treine com vários objectos para que ela adquira o controle
da pinça. Diminua o controle das mãos à medida que sentir que ela vá percebendo
e controlando melhor a tarefa.

139- DESENHO: LINHAS HORIZONTAIS


Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Objectivo: Aumentar o controle manual e desenvolver competências de desenho
Objectivo: Desenhar linhas horizontais unindo pontos
Material: Papel, lápis e marcadores
Procedimento:
Usando os marcadores, prepare várias folhar de trabalho desenhando 5 ou 6
conjuntos de pontos bem visíveis com cerca de 1 cm de intervalo. Dê um lápis à
Maria e ajude-a a colocar o lápis no ponto da esquerda. Diga: “Por cima.” e guie-lhe
a mão para que vá passando por cima dos outros pontos até ao último da direita.
Repita esta actividade várias vezes. Reduza a ajuda manual à medida que sentir
que ela começa a mexer o lápis sozinha. Reforce-o por cada folha completa. Pode
ir gradualmente aumentando o grau de dificuldade, aumentando a distância entre
os dois pontos.

140- DESENHAR CÍRCULOS


Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Meta: Desenvolver competências básicas de desenho
Objectivo: Unir uma série de pontos para formar e completar círculos de um desenho
simples
Material: Papel, lápis e marcadores
Procedimento:
Desenhe vários desenhos simples, um em cada página, nos quais o circulo forme
uma parte importante do desenho. Use os marcadores para fazer a figura, mas
desenhe o circulo apenas com uma série de pontos bem visíveis. Dê à Maria um
lápis e uma das folhas. Nomeie o objecto e aponte para o que falta. Guie a mão
dela para desenhar o circulo que falta, unindo os pontos. Reduza a ajuda à medida
que ela aprende o que se espera dela. Veja se ela consegue descobrir no desenho
onde está o circulo para completar.

141- CORTAR COM TESOURA


Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Meta: Desenvolver o controle da tesoura e a coordenação óculo-manual
Objectivo: Cortar tiras de papel através de uma linha bem demarcada
Material: Papel, tesoura. marcador
Procedimento:
Corte uma folha de papel em tiras de cerca de 1 cm cada. Com um marcador
desenhe linhas grossas ao, longo da tira com cerca de 2 cm de intervalo. Dê à
Maria as tiras e a tesoura, ajudando-a a segurá-las com as mãos. Aponte para uma
das linhas e diga: “Corta.”. Se ela parecer confusa ou se tentar cortar em qualquer
parte guie as suas mãos para a linha mais próxima. Reforce-a imediatamente.
repita a actividade tantas vezes quanto as necessárias para ela conseguir cortar as
linhas sem ajuda. Quando ela já tiver percebido que deve cortar quando aponta
para a linha, experimente dizer apenas, “Corta.”, sem apontar. Veja se ela encontra
a linha sozinha e se corta adequadamente.
142-. RECORTAR FIGURAS
Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Meta: Cortar adequadamente usando a tesoura para crianças
Objectivo: Cortar figuras simples sem ajuda
Material: Livro de pintar, tesoura, lápis
Procedimento:
Quando a Maria tiver aprendido como cortar uma linha (actividade 141) ensine-lhe
a recortar figuras. Os livros de pintar são excelentes para estes trabalhos. Primeiro
tente que ela recorte figuras apenas com linhas rectas, mas à medida que aumenta
a coordenação das mãos, pode começar a trabalhar figuras com curvas simples. Se
os desenhos estiverem pintados torna-se mais fácil para ela recortar. Quando ela
chegar ao fim de uma linha ajude-a a mudar de direcção. Quando ela acabar
reforce-a imediatamente e cole a pintura no caderno dela.

143 – QUADRO COM PORCAS E PARAFUSOS


Coordenação óculo-manual, controlo
motricidade fina, manipulação
Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual
Objectivo: Juntar 3 porcas e 3 parafuso de tamanhos iguais num quadro de encaixe
Materiais: Quadro de madeira, 3 porcas e 3 parafusos de tamanho igual
Procedimento:
Antes de iniciar a actividade, construa um quadro simples, de madeira, tal como
visualiza na figura. Coloque 3 parafusos de tamanho idêntico tal como está na
figura. Diga “Olha, Maria.”. Quando estiver segura de que ela está a olhar, tire uma
porca e aperte-a de forma a ficar solta, num dos parafusos. Então, segure a mão da
Maria e ajude-a a agarrar a porca, fazendo pinça. Em seguida, guie a sua mão para
que aperte a porca no parafuso. Finalmente, aponte para a porca restante e diga
“Põe tu.”. Se ela tentar colocar a porca, elogie-a imediatamente e ajude-a a
terminar a tarefa. Repita a actividade muitas vezes, reduzindo a sua ajuda até que
ela seja capaz de completar todas as 3 porcas sem ajuda. Não espere que ela
consiga apertar a porca totalmente. De início, é provável que a Maria consiga
apenas realizar duas ou 3 voltas.
144 – QUADRO COM PORCAS E PARAFUSOS- II
Coordenação óculo-manual, controlo
Motricidade fina, manipulação.
Percepção, visual.
Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual e a discriminação de tamanhos
Objectivo: Juntar 3 porcas e 3 parafuso de tamanhos diferentes num quadro de encaixe
Materiais: Quadro de madeira, 3 porcas e 3 parafusos de tamanho igual (actividade 143)
Procedimento:
Quando a Maria conseguir executar um quadro simples tal como está descrito na
actividade 143, construa um mais avançado usando 3 peças de tamanhos
diferentes. Coloque o quadro na mesa, em frente da Maria e espalhe as peças de
diferentes tamanhos. Segure na sua mão e ajude-a a apanhar uma das porcas.
Assegure-se que ela está a olhar e tente colocar a peça em todos os parafusos até
encontrar uma que sirva. Quando encontrar uma que não sirva, sorria, abane a
cabaça e diga “Não.”. Quando encontrar a peça apropriada, acena e diga “Sim.” e
ajude a Maria a enroscar a peça. Repita o procedimento com as restantes peças.
Após a ter ajudado com a segunda peça, verifique se ela consegue agarrar,
sozinha, a terceira porca e colocar no parafuso vazio. Repita a actividade, dando-
lhe a ajuda que necessita até que ela seja capaz de completar o quadro sozinha.

145 – COSER CARTÃO


Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Motricidade fina, agarrar
Realização cognitiva, sequencialização
Meta: Desenvolver competências organizadas de coser
Objectivo: Passar um fio pelos furos de um cartão de forma sequencial
Materiais: Cartão grosso com furos, laço de sapato
Procedimento:
Mostre o cartão com furos, à Maria e faça com que ela toque em cada furo com o
indicador. De início terá de guiar a sua mão para que toque nos furos no sentido
dos ponteiros do relógio. Lembre-a de tocar em todos os furos. Ajude-a a agarrar a
fio com a mão direita e a passá-lo pelo primeiro furo. Enfatize a direcção com a
ordem: “Para cima.”. Ajude-a a agarrar a ponta do fio com a mão esquerda e diga
“Para baixo.”. Ajude-a a deixar cair o fio. Em seguida, repita o procedimento,
alternando a mão direita para o movimento ascendente e a mão esquerda para o
movimento descendente. A repetição constante das directrizes vai fazer com que a
Maria organize a tarefa. Á medida que ela começar a iniciar a tarefa sem as
directrizes verbais, retire a sua ajuda por completo. Continue, no entanto a verificar
se ela não se esquece da direcção “Para cima.” e se não salta buracos.

146 – IMPRIMIR LETRAS DE IMPRENSA.


Coordenação óculo-manual, desenhar
Motricidade fina, manipulação
Meta: Desenvolver competências de imprimir e melhorar a coordenação óculo-manual
Objectivo: Ligar pontos para formar letras maiúsculas
Materiais: Papel, lápis, marcador
Procedimento:
Prepare folhas de trabalho, desenhando letras maiúsculas, formadas por pontos.
Coloque uma pinta de uma cor para indicar o ponto de partida e use setas para
indicar a direcção dos movimentos. As folhas devem conter letras constituídas por
linhas rectas (ver figura). Dê o lápis, à Maria e guie-lhe a mão para desenhar as
letras. Dê-lhe directrizes verbais simples à medida que traça as letras. Por exemplo:
com a letra “A” pode dizer “Para baixo, para baixo, para o lado.”, para indicar as
direcções que as linhas deverão tomar. Quando ela estiver familiarizada com as
folhas de trabalho, aumente o espaço entre os pontos e faça-os menos grossos.
Finalmente veja se ela consegue desenhar as letras somente através das suas
directrizes verbais.
147 – DESENHAR (CÍRCULOS E QUADRADOS)
Coordenação óculo-manual, desenhar
Motricidade fina, manipulação
Imitação, motor
Meta: Aumentar as competências de desenho e a coordenação óculo-manual
Objectivo: Ligar pontos para desenhar círculos e quadrados
Materiais: Papel, lápis, marcadores
Procedimento:
Prepare várias folhas de trabalho contendo um círculo ou um quadrado cujas linhas
exteriores são constituídas por pontos. Os pontos devem ser claramente visíveis e,
no início, próximos um dos outros. Coloque uma dessas folhas e um lápis em frente
da Maria. Segure-lhe no indicador e, lentamente, trace a forma das figuras que a
folha de trabalho contém. Á medida que move o seu dedo diga: “Ponto.” todas as
vezes que o dedo da Maria passar por cima de um destes. Após repetir esta
actividade muitas vezes, dê-lhe o lápis e ajude-a a ligar os pontos. Continue a
repetir “Ponto.” todas as vezes que os ligar. Repita a actividade várias vezes,
usando novas folhas de trabalho. Quando ela começar a ligar os pontos sozinha,
reduza o número de pontos de cada figura e trace pontos cada vez com menos
pressão de forma a que fiquem desenhados com menos tinta logo, mais claros.
Quando o número de pontos tiver sido reduzido a 4 por figura, tire uma folha de
papel em branco e desenhe apenas metade do círculo ou do quadrado. Verifique se
a Maria completa a outra metade.

148 – DESENHAR CRUZES E DIAGONAIS


Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Meta: Aumentar as competências de desenho e a coordenação óculo-manual.
Objectivo: Ligar pontos para formar cruzes e linhas diagonais.
Materiais: Papel, lápis, marcadores
Procedimento:
Faça várias folhas de trabalho, desenhando conjuntos de pontos que formam
cruzes ou diagonais. Use uma cor diferente para indicar o ponto de partida (ver
figura). Comece com as folhas de trabalho que contenham apenas as linhas
diagonais. Dê o lápis à Maria e guie-lhe as mão para que ligue os pontos. Diga
“Ponto, ponto, ponto.”, enquanto desenhas as linhas. À mediada que ela começa a
mover o lápis sozinha, retire progressivamente o controlo das mãos, mas continue a
repetir “Ponto, ponto, ponto.”. Repita o procedimento usando folhas de trabalho que
contenham cruzes formadas por pontos. Á medida que as suas aptidões
aumentam, use menos pontos por padrão e faça-os mais leves. Quando a Maria
conseguir conectar somente dois pontos pequenos, desenhe uma linha diagonal ou
uma cruz e veja se ela as consegue copiar sem quaisquer que lhe sirvam de
referência.

149 – DESENHAR: DECALQUES


Coordenação óculo-manual, desenho
motricidade fina, manipulação
imitação, motor
Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual, controlo de um lápis e a capacidade em
desenhar formas
Objectivo: Desenhar figuras geométricas simples, usando inicialmente um decalque e, em
seguida, sem qualquer referência
Materiais: Cartão grosso, lápis, papel
Procedimento:
Prepare decalques simples cortando quadrados, círculos e triângulos de peças de
cartão forte. Coloque as 3 peças de um lado da mesa de forma a que a Maria veja
quantas vezes ela terá de desempenhar a tarefa. Coloque o 1º decalque numa
folha, à frente da Maria e ajude-a a mover o dedo no interior do decalque. Repita o
procedimento com o lápis na mão da Maria. Remova o decalque e mostre-lhe o
desenho que acabou de executar. Repita o procedimento com o 2º o e 3º decalque.
Recompense-a após cada decalque. Reduza o controlo da sua mão até que
consiga traçar o decalque sozinha. Á medida que adquire experiência com o
decalque, faça com que trace apenas metade da figura e, na outra metade, execute
o desenho sem modelo. Continue a desenhar a forma com e sem o decalque.
Reduza o controlo da mão até que ela consiga desenhar a forma com e sem o
decalque.

150 – DESENHAR: CONVERTER FORMAS EM DESENHOS


Coordenação óculo-manual, desenho
Percepção visual
Meta: Melhorar as competências de desenho e desenvolver a imaginação
Objectivo: Converter figuras simples em desenhos vulgares
Materiais: Papel, lápis
Procedimento:
Faça várias folhas de trabalho, cada uma delas contendo um círculo ou um
quadrado. Tire uma dessas folhas e um lápis e mostre à Maria como decorá-la de
forma a convertê-la um objecto que lhe é familiar (ver figura). Por exemplo: mostre-
lhe um quadrado e diga “Olha Maria: quadrado. Desenha casa.”. Dê-lhe um lápis e
guie-lhe a mão para decorar um quadrado, fazendo-o parecido com uma casa.
Segure o seu dedo e contorne o traçado original, dizendo “Quadrado.”. Em seguida
segure a imagem à sua frente e diga “Casa.”. Após a ter ajudado a converter o
quadrado em casa muitas vezes, aligeire o controlo da mão e, quando estiver
quase a terminar o desenho, verifique se ela o consegue terminar sozinha.
Gradualmente, tente fazer com que ela desenhe porções maiores da figura sozinha.

151 – IMPRIMIR O NOME PRÓPRIO


Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Realização cognitiva, emparelhar
Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual, imprimir, aptidões em emparelhar
Objectivo: Imprimir as letras do 1º nome da criança com cópia de um modelo
Materiais: Papel colorido, papel branco, lápis
Procedimento:
Corte as letras referentes ao nome da Maria (no caso do exemplo: S-C-O-T-T) em
papel colorido. As letras devem ter cerca de 8 cm tamanho. Trace os contornos
exteriores das mesmas debaixo do modelo. Desenhe as mesmas letras, uma
terceira vez, constituídas por pontos (ver figura). Faça várias folhas de trabalho
iguais. Coloque uma destas folhas em frente à Maria. Dê-lhe um conjunto de letras
e faça com que ela as emparelhe com as do modelo. Se ela necessitar de ajuda,
mostre-lhe como emparelhar letra a letra até que ela o consiga fazer. Em seguida,
faça com que pinte as letras da segunda fila. Ajude-a a colorir dentro das linhas,
guiando-lhe a mão. Finalmente, faça com que ligue os pontos da terceira fila.
Ajude-a se necessitar. Diga “Ponto, ponto, ponto.”, enquanto ela vai ligando os
pontos. Repita as letras, nesta sequência. Cada vez que a Maria combinar, pintar
as letras ou juntar os pontos que as formam, diga o nome da letra. Tente fazer com
que ela repita o nome da letra. Além disso, cada vez que ela completar uma
sequência, repita o nome total e peça-lhe parar fazer o mesmo. Use apenas uma
folha por sessão.

152 – DESENHAR: COMPLETAR FIGURAS SIMPLES

Coordenação óculo-manual, desenho


Motricidade fina, manipulação
Percepção, visual
Meta: Aumentar as competências de desenho e a percepção
Objectivo: Observar uma figura, notar o que falta e completar o desenho
Materiais: Papel, lápis
Procedimento:
Desenhe vários objectos simples com os quais a Maria é familiar mas deixe por
desenhar uma parte óbvia da figura (ver figura). Dê-lhe uma folha e um lápis.
Segure no seu indicador e ajude-a a percorrer o traçado do desenho. Assegure-se
que ela está a olhar para o desenho à medida que move os seus dedos. Quando
chegar à parte do desenho que foi omitida, diga “Oh oh, não está.”. Ajude-a a
completar o desenho. Recompense-a imediatamente e tire uma segunda folha.
Repita o procedimento muitas vezes. Á medida que ela se habituar à tarefa,
verifique se ela consegue localizar a parte que falta sem que tenha de mover o seu
dedo pelo desenho inteiro.

153 – DESENHAR FORMAS E DESENHOS


Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Meta: Aumentar as competências de desenho
Objectivo: Ligar pontos para realizar formas simples e desenhos
Materiais: Papel, lápis, marcadores
Procedimento:
Faça várias folhas de trabalho com pontos de lápis que formam desenhos simples e
formas. Use um ponto colorido afim de indicar o início do desenho e setas para
indicar a direcção pela qual deverá mover o lápis (ver figura). Ajude a Maria a unir
os pontos para completar os desenhos. Retire a sua ajuda assim que ela começar a
unir os pontos sozinha. Á medida que ela se tornar mais apta a ligar os pontos,
separe mais os pontos e trace-os de forma mais leve.

154 – Escrever números


Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Meta: Desenvolver competências de escrita
Objectivo: Seguir padrões formados por números para desenhar números formados por um
dígito
Materiais: Papel, lápis, marcador
Procedimento:
Faça números constituídos por pontos de, aproximadamente 10 cm de tamanho.
Assegure-se que os pontos são claramente visíveis e, no início, deverão estar
muito perto uns dos outros. Use um ponto vermelho ou verde para indicar o ponto
de partida e setas para indicar a direcção (ver figura). Coloque uma folha de
trabalho em frente da Maria e dê-lhe um lápis. Guie-lhe a mão no sentido de ligar
todos os pontos. Diga “Ponto.” todas as vezes que o lápis atingir um deles. Quando
terminar de ligar os pontos, diga o nome do número. Não espere que a Maria
aprenda mas números. O objectivo da actividade é fazer tão somente que ela se
habitue a ouvir o nome. Quando ela conseguir ligar os ponto sem ajuda, use menos
pontos por número e faça os pontos com menos pressão. Quando atingir o estádio
de ter apenas 3 ou 4 pontos por número, tente fazer com que ela copie o número
sem a sua ajuda manual usando esse mesmo padrão. De início, limite cada sessão
a uma ou duas folhas de trabalho mas, gradualmente, aumente a duração da tarefa
à medida que esta se tornar mais fácil para ela.

155 – ESCREVER NÚMEROS


Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Meta: Desenvolver competências de escrita
Objectivo: Seguir pontos para desenhar algarismos
Materiais: Papel, lápis, marcador
procedimento:
Faça números constituídos por pontos de, aproximadamente 10 cm de tamanho.
Assegure-se que os pontos são claramente visíveis e, no início, deverão estar
muito perto uns dos outros. Use um ponto vermelho ou verde para indicar o ponto
de partida e setas para indicar a direcção (ver figura). Coloque uma folha de
trabalho em frente da Maria e dê-lhe um lápis. Guie-lhe a mão no sentido de ligar
todos os pontos. Diga “Ponto.” todas as vezes que o lápis atingir um deles. Quando
terminar de ligar os pontos, diga o nome do número. Não espere que a Maria
aprenda mas números. O objectivo da actividade é fazer tão somente que ela se
habitue a ouvir o nome. Quando ela conseguir ligar os ponto sem ajuda, use menos
pontos por número e faça os pontos com menos pressão. Quando atingir o estádio
de ter apenas 3 ou 4 pontos por número, tente fazer com que ela copie o número
sem a sua ajuda manual usando esse mesmo padrão. De início, limite cada sessão
a uma ou duas folhas de trabalho mas, gradualmente, aumente a duração da tarefa
à medida que esta se tornar mais fácil para ela.

156 – LABIRINTOS
Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Melhorar o controlo do lápis e desenvolver competências de desenho
Objectivo: Completar labirintos simples desenhando uma linha entre duas linhas paralelas
afastadas entre si , 1 cm
Materiais: Papel , lápis, folhas plastificadas (para serem reutilizadas)
Procedimento:
Prepare um número de labirintos simples, desenhando duas linhas paralelas
afastadas entre si 3 cm. Faça apenas um labirinto por página e, se possível,
plastifique-as. Comece por trabalhar labirintos simples com cerca de 10 cm de
comprimento (ver figura). Mostre, à Maria, como começar do lado esquerdo e
desenhar uma linha intermédia direccionada para o lado direito. Dê-lhe o lápis e
guie-lhe a mão de modo a que não desenhe fora das linhas. Reduza a ajuda à
medida que ela for conseguindo desenhar uma linha entre as do labirinto. Assim
que as suas aptidões aumentarem, faça labirintos mais divertidos, colocando
figuras no início e no final destes.

157 – DESENHAR UMA PESSOA


Coordenação óculo-manual, desenho
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Imitação, motor
Meta: Desenvolver competências de desenho e entender conceitos corporais
Objectivo: Desenhar uma figura humana simples, sem ajuda
Materiais: Papel, lápis
Procedimento:
Sente-se, à mesa, ao lado da Maria. Cada uma de vós deverá ter um papel e um
lápis à vossa frente. Chame a atenção da Maria e diga “Olha Maria, desenha a
cabeça.”. Desenhe um círculo na sua folha de papel e diga “Cabeça.”. Em seguida,
aponte para a folha de papel da Maria e diga “ faz tu”. Desenha cabeça”. Ajude-a a
começar se necessitar. Após ter desenhado a cabeça, dirija a sua atenção para os
olhos, “Desenha olhos.” e adicione olhos simples ao seu desenho. Aponte para o
papel da Maria e diga “Faz tu. Desenha olhos.”. Ajude-a apenas se parecer
extremamente confusa. Repita o procedimento com as restantes partes corporais.
Mantenha o seu desenho simples de forma de forma a que ela o consiga imitar
facilmente. Lembre-se de nomear cada parte do corpo à medida que for
desenhando. De início, use apenas 3 partes corporais de cada vez. Adicione
gradualmente outras partes assim que ela estiver familiarizada com a tarefa, por
exemplo, boca, cabelo, nariz, dentes, etc.

158 – DESENHAR CATEGORIAS


Coordenação óculo-manual, desenho
Realização cognitiva, categorização
Meta: Aumentar competências de desenho, imaginação e a capacidade de categorizar
objectos e decidir o que desenhar de forma independente
Objectivo: Pensar acerca de e executar um desenho de um objecto da mesma categoria de
um objecto desenhado pela professora
Materiais: Papel, lápis
Procedimento:
Seleccione uma categoria com a qual a Maria está familiarizada e que contenha um
número de objectos diferentes que ela consiga desenhar. Podem ser frutos,
brinquedos ou coisas móveis (carros, aviões, barcos). Tire uma folha de papel e
diga “Vamos desenhar frutos.”. Numa folha de papel desenhe uma maçã e diga-lhe
o nome. Diga “Uma maçã é um fruto. Desenha um fruto diferente”. Se a Maria se
mostrar confusa, diga “Uma banana é um fruto. Desenha uma banana”. Assim que
ela estiver mais apta na tarefa de desenhar diferentes membros das diferentes
categorias, dê-lhe mais escolhas e tente fazer com que a Maria escolha o que quer
desenhar. Por exemplo, após desenhar uma maçã, diga-lhe “Bananas, pêras e
uvas são frutos.”. Tente evitar que ela desenhe um determinado item sem escolher.
Repita a actividade usando tantas categorias quantas a Maria conhecer. De início,
terá de a ajudar a desenhar os outros membros da categoria até que aprenda a
associar os desenhos e os objectos.
REALIZAÇÃO COGNITIVA

Nesta secção incluímos 2 áreas:


1) A compreensão receptiva da linguagem, símbolos e unidades
simbólicas da comunicação;
2) As aptidões de realização, tais como emparelhar, categorizar e
sequencializar, são necessárias para organizar e compreender a
informação do ambiente. Estas capacidades de realização são facilitadas
pela linguagem receptiva, mas a linguagem não é um pré-requisito para
levar a cabo todas as tarefas de realização cognitiva.
Colocámos as actividades de linguagem receptiva e realização na mesma
categoria, porque muitas crianças com autismo têm muitas dificuldades para adquirir
essas funções.
Algumas crianças podem aprender capacidades cognitivas não verbais muito
mais rapidamente do que a linguagem receptiva, enquanto que outras aprendem mais
facilmente de forma inversa .Porque ambos os tipos de capacidades são essenciais
para a adaptação, nós achamos que é útil descobrir quais os tipos de resposta que a
criança prefere dar e não fazer uma distinção formal entre a linguagem receptiva e a
realização cognitiva
Os exemplos apresentados nesta secção foram seleccionados tendo em conta
uma aplicação geral, mas não estão todos os exemplos incluídos. Entre as ilustrações
da linguagem receptiva estão os procedimentos de ensino das ordens “senta”, “vem”,
“pára” e “vai”. Num nível mais elevado estão os nomes de objectos e os nomes da
família, frases com sujeito e predicado e preposições.
As realizações cognitivas não verbais contêm exercícios de correspondência de
pares de objectos ou de imagens, agrupamento de objectos ou figuras pelas suas
funções, distinguindo substâncias comestíveis de não comestíveis, categorização e
sequencialização de imagens.
Todas as funções cognitivas desta natureza são certamente aprendidas mais
facilmente quando a criança conhece as palavras mais relevantes, mas também as
poderá aprender sem conhecer essas palavras, no entanto, terá mais dificuldade.
Muitas destas capacidades de realização são especialmente importantes para
um futuro percurso de aprendizagem na área da pré-profissionalização.
159 – RECONHECIMENTO DO NOME
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Percepção, auditiva
Meta: Desenvolver o reconhecimento do nome
Objectivo: Olhar para a pessoa que fala quando o seu nome é pronunciado
Materiais: Nenhum
Procedimento:
De forma periódica, ao longo do dia, diga o nome da Maria em voz alta e clara. Se
ela olhar para si recompense-a imediatamente com um abraço ou outra pequena
recompensa que ela aprecie. Se ela não responder, coloque-se no seu campo de
visão e chame-a de novo “Maria.”. Comece por estar muito perto dela e repita o seu
nome uma vez durante alguns minutos. Recompense-a de cada vez que ela mover
a cabeça para si, mesmo que não faça o contacto visual. Quando ela começar a
responder aumente gradualmente a distância da criança noutras actividades ou
quando está só a brincar com ela.

160 – INDICAR OBJECTOS DESEJADOS


Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver a aptidão de indicar necessidades ou desejos de forma não verbal
Objectivo: Apontar para um objecto desejado
Materiais: Recompensas comestíveis ou brinquedos favoritos
Procedimento:
Mostre à Maria um brinquedo favorito (ou uma recompensa comestível) e coloque-o
na mesa em frente a ela: Não a deixe alcançar a recompensa até que a tenha
ajudado a apontar para o objecto. Deixe a Maria olhar para a recompensa e aponte
para ela. Depois guie-a para que a aponte antes de lha dar. Repita a actividade
muitas vezes durante o dia. À medida que Maria adquire a ideia de apontar, mesmo
que a tenha de ajudar, não perca qualquer oportunidade durante o dia de a
encorajar a apontar. Retire a sua ajuda gradualmente, à medida que Maria
compreende que pode apontar correctamente quando deseja algo. Quando ela
começar a apontar sozinha, dê-lhe 2 objectos e leve-a a apontar espontaneamente
indicando que quer algo. No princípio a Maria provavelmente irá indicar os seus
desejos apontando à volta. Gradualmente encoraje-a a apontar correctamente com
o dedo, ajudando-a a mantê-lo na posição correcta.
161 – RESPONDER A ORDENS VERBAIS
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver a compreensão de ordens verbais
Objectivo: Vir em resposta a uma ordem verbal
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Esta actividade requer 2 pessoas. Cada uma deve ter um pequeno grupo de
recompensas. Os 2 adultos (A e B) devem sentar-se frente a frente, a alguns
centímetros de distância, com a Maria ao lado de B. A pessoa A diz “Maria, vem
cá.”, empunhando uma recompensa. No princípio, a pessoa B poderá ter de dar à
Maria um pequeno toque de encorajamento para que ela caminhe para a
recompensa. Quando a Maria vai para o pé de A, ela dar-lhe-á uma recompensa.
Este processo deve repetir-se várias vezes e os adultos devem alternar os seus
papéis. Repetir 4 ou 5 vezes em cada sessão. À medida que ela vai
correspondendo ao pedido vá retirando progressivamente as recompensas. Se ela
tentar movimentar-se antes da ordem ser dada, segure-a até que a ordem seja
dada. Quando a Maria for capaz de corresponder a essa ordem, numa actividade
controlada, comece a generalizar a sua compreensão da palavra das seguintes
maneiras:
a) Diga-lhe para vir algumas vezes durante o dia: Assegure-se de que ela está
atenta e dê-lhe a instrução verbal.
b) Diga-lhe para vir quando ela está perto mas não está a olhar.
c) Diga-lhe para vir quando você está atrás dela de forma que ela tenha de se
virar para chegar até si.
Faça estes passos um de cada vez. Assegure-se de que ela aprendeu um antes de
passar ao seguinte.

162 – SENTAR-SE QUANDO SE LHE É PEDIDO


Realização cognitiva, linguagem receptiva
Imitação, motricidade
Meta: Desenvolver a compreensão de ordens verbais
Objectivo: Sentar-se em resposta a uma ordem verbal
Materiais: 3 cadeiras, incluindo uma mais pequena
Procedimento:
Coloque as 3 cadeiras de maneira a que 2 fiquem de frente a uma cadeira, com
uma distância de alguns pés. Esta actividade requer 2 pessoas Uma pessoa deve
sentar-se na cadeira em frente das outras. A Maria e um adulto devem estar, de pé,
em frente às suas cadeiras de forma a que os olhos da criança estejam ao nível da
pessoa que está sentada. Esta pessoa diz: “Maria, senta-te.”, de forma clara e
firme. O adulto que está ao pé da criança senta-se e pode ajudar a Maria a sentar-
se. Quem dá a ordem deve imediatamente recompensá-la. Repetir a actividade
tantas vezes quantas as necessárias até que a criança comece a antecipar a ordem
verbal e já não necessite da ajuda do adulto.

163 – JOGAR AO “PÁRA E ANDA”


Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver a compreensão de ordens verbais
Objectivo: Parar e andar em resposta a uma ordem verbal, enquanto caminha
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Agarre na mão da Maria e caminhe com ela à volta da sala algumas vezes.
Ocasionalmente diga “Pára.” E mantenha-a numa posição de paragem. Elogie-a
por parar e insista nessa posição estacionária durante alguns segundos. Depois
diga “Anda.” E comece a andar de novo. Repita o processo muitas vezes. Repare
se ela começa a parar quando ouve a palavra ou se pára porque a mantém nessa
posição. Quando ela começa a antecipar a paragem depois de ouvir a ordem, solte-
lhe a mão enquanto caminham lado a lado.

164 – RECONHECER A SUA PRÓPRIA IMAGEM AO ESPELHO


Realização cognitiva, linguagem receptiva
Percepção, visual
Meta: Desenvolver a compreensão da auto-imagem e reconhecimento do nome
Objectivo: Apontar para a própria imagem no espelho em resposta à pergunta “Onde está a
Maria?”
Materiais: Espelho de corpo inteiro
Procedimento:
Quando a Maria consegue responder ao seu próprio nome (actividade 159), leve-a
para um espelho de corpo inteiro e mostre-lhe a sua imagem. Guie-a para tocar o
espelho para que perceba que não é outra criança que está do outro lado. Ajude-a
a movimentar os braços para cima e para baixo para que ela veja que a imagem faz
o mesmo. Então diga: “Onde está a Maria?”, ajude-a a apontar para si própria e
depois para a sua imagem no espelho. Aponte para o espelho e diga “Olha está ali
a Maria!”. Repita a actividade algumas vezes durante o dia até que a Maria comece
a generalizar a sua imagem. Se ficar assustada com o espelho ou se ficar fixada
nela ajude-a a ultrapassar isto de maneira gradual várias vezes por dia. Chame a
atenção para a imagem no espelho enquanto está a passar por lá, mas não a deixe
parar até que ela se sinta confortável com a sua imagem reflectida.

165 – EMPARELHAR OBJECTOS COMUNS


Realização cognitiva, emparelhar
Percepção, visual
Meta: Aumentar as capacidades de emparelhar e atenção visual
Objectivo: Olhar a mão da professora e encontrar um objecto igual, de entre um conjunto
de 4 objectos
Materiais: 4 pares de objectos idênticos (meias, tachas, blocos, colheres, lápis, etc.), caixa
pequena
Procedimento:
Coloque um exemplar dos 4 objectos na mesa em frente à Maria. Guarde os
objectos iguais a esses 4 no colo para que ela não os veja. Coloque a caixa perto
de si num dos lados da mesa. Segure um dos objectos, que estão no colo, e faça
com que ela encontre o correspondente de entre os objectos que estão dispostos
na mesa. Por exemplo: segure uma meia e diga “Maria, dá a meia”. Aponte para o
grupo de objectos que está colocado na mesa. Quando ela apanhar, ou indicar o
item correcto, elogie-a e coloque os dois itens na caixa. Repita a actividade até que
todos os objectos estejam dentro da caixa.

166 – EMPARELHAR OBJECTOS CONHECIDOS – II


Realização cognitiva , emparelhar
Percepção visual
Meta: Aumentar as competências de emparelhar e atenção visual
Objectivo: Encontrar o par para cada item a partir de um conjunto de outros itens, sem se
distrair
Material: 4 pares de objectos idênticos e uma caixa grande
Procedimento:
Coloque todos os objectos dentro de uma caixa e sente-se no chão com a caixa
entre si e a Maria. Pegue num dos objectos, mostre-o e diga “Olha Maria, procura o
outro.”. Depois aponte para a caixa e ajude-a a procurar o entre os restantes
objectos da caixa até ela encontrar o par. Coloque o par de lado e recompense-a.
Repita a actividade até emparelhar todos os objectos que se encontram na caixa.
Não comece a actividade se a Maria não conseguir emparelhar um objecto
mostrado quando existe um número limitado de distractores (actividade 165).

167 – EMPARELHAR FIGURAS E OBJECTOS


Realização cognitiva , emparelhar
Meta: Desenvolver as competências cognitivas de emparelhar
Objectivo: Emparelhar 5 figuras de objectos simples com os objectos reais
Material: Objectos comuns com figuras correspondentes (as figuras podem ser
desenhadas ou recortadas de um livro de figuras ou de colorir)
Procedimento:
Coloque as figuras em cima da mesa em frente da Maria e mantenha os objectos
no seu colo para que ela não se distraia. Dê-lhe os objectos, um de cada vez, e
peça-lhe que coloque na figura idêntica. De inicio é provável que tenha que
começar com apenas uma figura e um objecto. Por exemplo: sente a Maria em
frente de uma figura com uma colher. Dê-lhe a colher e diga-lhe o nome do objecto.
Incentive-a a colocar a colher na figura correspondente e reforce-a imediatamente
pelo sucesso. Quando sentir que ela já compreendeu a tarefa, coloque duas figuras
em cima da mesa por forma a que ela tenha que escolher a que corresponde ao
seu objecto. Por exemplo coloque na mesa as figuras da colher e do sapato e dê-
lha a colher para ela emparelhar. Se ela colocar a colher na figura correcta diga:
“Sim, é uma colher.” E recompense-a imediatamente. Se ela tentar colocar a colher
na figura errada, repita: “Colher.” e guie a sua mão para a figura correcta. Repita o
procedimento adicionando mais figuras até que ela consiga fazer as 5 numa
sessão.

168 – CLASSIFICAÇÃO SIMPLES


Realização cognitiva , categorização
Percepção, visual
Meta: Aumentar as competências cognitivas de classificar e atenção visual
Objectivo: Classificar dois grupos de objectos, sem ajuda
Material: 2 tabuleiros, 4 lápis, 4 contas
Procedimento:
Ponha os tabuleiros em frente à Maria e coloque uma conta num delas e um lápis
noutro. Dê-lhe um lápis de cada vez, dizendo: “Põe aqui.” E apontando para o
tabuleiro correcto (ver figura). Guie-lhe a mão se ela tentar pôr o objecto no
tabuleiro errado. Quando ela tiver colocado correctamente todos os lápis, repita o
procedimento com as contas. Tente apontar apenas na primeira conta e depois dar-
lhe o comando verbal. Se ela não conseguir, continue a apontar. Tente retirar,
gradualmente, todas as pistas visuais. Repita a actividade muitas vezes, até que a
Maria pegue num objecto e o ponha no lugar correcto, sem qualquer tipo de ajuda.
Depois de repetir a actividade muitas vezes, comece a alternar lápis e contas, mas
primeiro certifique-se de que o padrão é claramente reconhecível.

169 – LOCALIZAÇÃO RECEPTIVA DOS OBJECTOS


Realização cognitiva, linguagem receptiva
Percepção visual
Motricidade fina e controle
Meta: Desenvolver a compreensão receptiva de nomes de objectos comuns e
incrementação das competências de procura visual
Objectivo: Sentar a criança numa cadeira, procurar visualmente objectos na sala e apontar,
sem ajuda, para um objecto especifico em resposta à questão “Onde está o
________ ?”
Material: Uma mesa , duas cadeiras e 4 objectos comuns que sejam familiares à criança.
Procedimento:
Escolha 4 objectos comuns que a Maria conheça e compreenda os nomes. Durante
os minutos iniciais da actividade sente a Maria em frente à mesa e coloque em cima
desta os quatro objectos. Mostre-lhe os objectos, um de cada vez, e diga o nome
correspondente. Depois coloque os objectos em locais bem visíveis dentro da sala.
Estenda os braços por cima da mesa segure as mãos da Maria e pergunte-lhe:
“Onde está a ______ ?”. Não a deixe levantar-se e ir buscar o objecto e tente que
ela se mantenha sentada, procurando os objectos com o olhar e depois apontar o
objecto. É importante que a criança aprenda a usar gestos, como o apontar. Repita
a actividade com os 4 objectos. Se a Maria não olhar em busca do objecto pedido,
repita a questão e dirija os olhos dela para o objecto, depois pergunte: “A bola está
ali?”. Quando, finalmente, ela olhar para o objecto, pegue numa das suas mãos e
ajude-a a apontar. Encoraje-a a repetir o nome do objecto, se ela tiver alguma
linguagem expressiva. Depois da Maria apontar os 4 objectos com sucesso diga “
Maria, vai buscar a _____.” E deixe que ela se levante e vá buscar a bola.
Certifique-se de que enfatiza a diferença entre “Onde está a bola?” e “Vai buscar a
bola.”. Quando ela conseguir localizar e apontar com sucesso continue a
actividade, mas distribua os objectos antes da criança entrar na sala. Certifique-se
que todos são visíveis da perspectiva da Maria.

170 – APRENDER OS NOMES DOS MEMBROS DA FAMÍLIA


Realização cognitiva , linguagem receptiva
Meta: Aprender a identificar os membros da família
Objectivo: Dar um objecto ao membro da família escolhido após ordem verbal.
Material: Qualquer tipo de objecto ou brinquedo familiar à criança.
Procedimento:
Quando ensinar os nomes à Maria, certifique-se de que lhe ensina apenas um de
cada vez. Sente-a na sua frente, numa cadeira ou no chão. Dê-lhe um objecto
familiar, como por exemplo uma bola e diga: “Dá a bola à mamã.”, estenda a mão
para que ela saiba que lhe deve dar a bola. Repita este procedimento várias vezes.
Quando ela lhe der a bola sem problemas junte outra pessoa. Sente a outra pessoa
ao seu lado, e em frente à Maria, e diga: “Dá a bola à mamã.”. Depois devolva a
bola e diga “Dá a bola ao papá.”. A outra pessoa deve estender as mão para
segurar a bola. Se ela lhe tentar dar a bola novamente a si, direccione a sua
atenção para a outra pessoa e repita a ordem, enfatizando o nome . Repita as
actividades tantas vezes quantas as necessárias até a Maria fazer a distinção dos
nomes. Quando a tarefa já for clara para ela, deixe de estender as mãos e observe
se ela consegue decidir a quem dar a bola, sem qualquer pista visual. Quando ela
conseguir discriminar entre os 2 nomes, adicione um terceiro e repita todo o
procedimento.

171 – FRASES VERBAIS E NOMINAIS


Realização cognitiva, linguagem receptiva
Imitação, motricidade
Meta: Desenvolver a compreensão de verbos
Objectivo: Ensinar o significado dos verbos em associação com os adjectivos comuns
Material : Uma bola
Procedimento:
Quando a Maria lhe der a bola face a um pedido (ver actividade 166), comece a
ensinar-lhe nomes para outras actividades a fazer com a bola. Comece por reforçar
a ordem “Dá-me a bola.”, enfatizando o verbo de forma clara, e estenda as suas
mãos para que a Maria lhe dê a bola. Depois diga “Olha Maria, atira a bola.”.
Certifique-se de que de que ela a observa quando atira a bola contra a parede. Dê-
lhe a bola e guie as suas mãos para atirar a bola enquanto diz: “Atira a bola.”.
Repita “Atira a bola.”, várias vezes até juntar com a ordem anterior “Dá-me a bola.”.
Quando começar a usar as duas ordens “Dá-me a bola.“ e “Atira a bola.” Faça-o
com uma sequência, até que ela consiga cumprir a ordem dada. Repita o
procedimento, adicionando outras ordens verbais. Acrescente apenas um verbo de
cada vez. Uma vez aprendida uma nova ordem, certifique-se de que está clara a
distinção com as anteriormente aprendidas. Enfatize sempre muito bem os verbos
de cada vez que inicia a ordem, por forma a facilitar a distinção.

172 – EMPARELHAR DE FIGURAS


Realização cognitiva , emparelhar
Realização cognitiva , linguagem receptiva
Meta: Desenvolvimento de competências de emparelhar e compreensão de que um
nome pode representar vários objectos diferentes
Objectivo: Emparelhar figuras de objectos semelhantes, com aspecto diferente
Material: Figuras de vários objectos semelhantes, mas diferentes (por exemplo: vários
sapatos diferentes)
Procedimento:
Coloque um grupo de figuras de um tipo de objectos (por exemplo sapatos)
misturadas com outro tipo de figuras. Mostre à Maria uma das figuras do sapato e
diga: “Olha, é um sapato.”. Depois diga: “Procura sapatos.” E aponte para as outras
figuras. Peça todas as figuras com sapatos. Se ela lhe der apenas uma figura e
deixar de procurar, foque de novo a sua atenção para as figuras e diga: “Procura os
outros sapatos.”. Tente trabalhar com a maior variedade de figuras de sapatos
possível. É importante que a Maria se aperceba que a palavra “sapato” pode referir-
se a diferentes objectos com um aspecto totalmente diferente.

173 – DISCRIMINAÇÃO DE COMER E BEBER


Realização cognitiva , categorização
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Autonomia, alimentação
Meta: Desenvolver o reconhecimento dos alimentos e aumentar a capacidade de
categorizar
Objectivo: Escolher figuras de diferentes alimentos na categoria de comer e beber
Materiais: Desenhos de diferentes tipos de alimentos e bebidas recortados de revistas
Procedimento:
Sente-se em frente da Maria e diga: “Hora das figuras.”. Mantenha as figuras no
seu colo para que ela não se distraia. Mostre-lhe uma figura com um alimento
comestível e diga: “Olha, é para comer.”. Certifique-se de que ela olhou para a
figura e coloque-a em frente dela. Depois pegue noutra figura de algo para beber e
diga: “Olha, é para beber.”. Enfatize as palavras “comer” e “beber”. Coloque a figura
de beber ao lado da anterior. Por agora, não diga o nome dos alimentos. Repita o
procedimento com todos os cartões utilizando as palavras “beber” e “comer” e
coloque-as no grupo adequado. Quando terminar diga: “Acabou a hora das figuras.”
E deixe-a brincar. Repita o procedimento, durante 2 ou 3 dias, colocando as figuras
nos grupos correctos. Quando sentir que ela percebeu a tarefa, peça-lhe para
indicar em que grupo deve colocar a figura que lhe mostra. Comece por lhe pedir
que indique onde colocar apenas um ou dois cartões por sessão. E aumente
gradualmente o número, até que ela coloque todas as figuras sozinha nos grupos
correctos, sem ajuda.

174 – COMPREENSÃO DE FRASES DUPLAS


Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver a compreensão receptiva de frases complexas
Objectivo: Executar adequadamente ordens duplas
Material: 4 objectos comuns ( colher, carro, copo, brinquedo favorito)
Procedimento:
Estabeleça um lugar especifico ao qual a Maria deve regressar depois de cada
ordem ou sequência. Tenha sempre disponível uma recompensa para lhe dar no
fim da tarefa. Dê à Maria uma ordem, como por exemplo: “Dá-me a bola.” e depois
dê-lhe uma segunda ordem: “Depois senta-te.”. Se ela se distrair e não conseguir
completar a tarefa, traga-a de novo para a cadeira e repita as ordens. De início
deixe-a cumprir as ordens separadamente, mas à medida que ela começa a
compreender a tarefa dê-lhe as duas ordens seguidas. Se lhe parecer que ela se
perde, diga: “O que é a seguir?” de forma a lhe reforçar a atenção. Após a Maria
conseguir executar a frase de duas ordens, onde a segunda ordem é sempre
“Depois senta-te.”, comece a formar frases um pouco mais difíceis. Por exemplo:
pode começar por sentá-la na cadeira e dizer-lhe: “Vai buscar o copo e coloca-o na
mesa.”. Certifique-se de que ela conhece todos os nomes dos objectos envolvidos
nas tarefas.

175 – COMPREENSÃO RECEPTIVA DAS FUNÇÕES


Realização cognitiva, linguagem receptiva
Realização cognitiva, categorização
Percepção visual
Desempenho verbal, vocabulário (opção)
Meta: Aumentar a compreensão receptiva do nome e utilidade de objectos comuns
Objectivo: Apontar, sem ajuda, para um objecto adequado, quando lhe é pedido
Material: Algo de comestível e algum brinquedo
Procedimento:
Coloque os materiais em locais visíveis dentro da sala e sente a Maria à mesa.
Segure os braços dela sobre a mesa e diga: “Onde está qualquer coisa para
comer?” Aguarde que ela observe toda a sala em busca da maçã, leve-a a apontar
e a repetir o nome do objecto, se possível. Não a deixe levantar-se e ir buscar os
objectos. Ela deve aprender a manter-se sentado e a usar os gestos ou linguagem.
Repita o procedimento com os outros objectos, enfatizando sempre a sua função.
Mude de objectos e localização periodicamente para que ela tenha de procurar
activamente na sala. Certifique-se de que os objectos lhe são familiares e que são
claramente visíveis na sua perspectiva. À medida que as competências aumentam
peça-lhe para encontrar um segundo objecto com a mesma função. Se ela se
confundir aponte para alguns dos objectos expostos na sala e pergunte: “Isto é de
comer?” Encoraje-a a abanar a cabeça, ou a responder negativamente de alguma
forma, se o objecto mostrado não estiver associado à categoria que referiu.
176 – ENCAIXAR FIGURAS
Realização cognitiva, encaixe
Percepção visual
Meta: Aprender a reconhecer figuras e incrementar as capacidades de encaixe
Objectivo: Completar um jogo de encaixes, com 4 formas simples
Material: Cartão espesso e marcador preto
Procedimento:
Faça um loto em cartão espesso, dividido em quatro partes por um traço grosso e
desenhe quatro formas (quadrado, rectângulo, círculo e triângulo). Copie as formas
e recorte-as. Coloque o cartão em frente à Maria e guarde as formas recortadas
(ver figura). Dê-lhe uma forma de cada vez dizendo: “Põe no sítia Maria.” e, ao
mesmo tempo, nomeie a forma para que ela vá ouvindo os nomes. Se ela lhe
parecer confuso, ajude-a, guiando-lhe a mão de modo a que faça a
correspondência correcta. Repita o procedimento com as outras formas. Continue a
actividade até que ela consiga completar o loto sem ajuda. Como variante desta
actividade, depois da Maria conseguir completar o loto, dê-lhe o lote das quatro
figuras e guarde outro igual para si. Mostre-lhe uma das formas e diga: “Maria, dá-
me o triângulo.”, ajude-a a encontrar a figura correspondente e a entregá-la a si.

177 – IDENTIFICAÇÃO RECEPTIVA DE ANIMAIS


Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver a compreensão receptiva dos nomes dos animais
Objectivo: Dar o animal de peluche correcto, quando pedido
Material: 3 animais de peluche , de borracha ou desenhos (por exemplo: um cão, um gato
e um leão)
Procedimento:
Mostre cada um dos animais à Maria durante um intervalo de tempo: diga o nome
de cada um delas algumas vezes, enquanto lhe dá o animal. Deixe-a brincar com o
animal durante alguns minutos, enquanto repete o seu nome e depois diga: “Maria,
dá-me o cão.”. Quando ela lhe der o animal, repita o procedimento com os outros
animais. Quando ela tiver ouvido os nomes dos 3 animais várias vezes deixe-os
todos sobre a mesa e diga: “Maria, dá-me o cão.” Se ela der o animal errado,
direccione a sua mão para o cão e repita o nome do animal. Repita a tarefa até que
ela lhe dê correctamente os animais, sem ajuda. Gradualmente vá juntando novos
animais, sempre com o mesmo tipo de procedimento. Adicione apenas um animal
de cada vez, e mantenha apenas três animais em cima da mesa de cada vez.

178 – EMPARELHAR BLOCOS


Realização cognitiva, emparelhar
Percepção, visual
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Coordenação óculo-manual, controle
Socialização, interacção individual
Meta: Desenvolver capacidades para emparelhar, atenção visual e capacidades de
interacção
Objectivo: Construir uma torre colocando um bloco igual ao da professora
Materiais: Blocos coloridos
Procedimento:
Divida os blocos em 2 grupos idênticos, cada um com o mesmo número e a mesma
cor. Diga: “Vamos construir uma torre.”. Ponha um bloco e a seguir ajude a Maria a
pôr outro igual por cima. Por exemplo: ponha o bloco vermelho e diga: “Põe um
bloco vermelho.”. Enfatize a cor do bloco. Repita o procedimento com a outra cor,
até os blocos estarem todos numa torre (ver figura). Lembre o nome da cor do
bloco cada vez que a Maria o sobrepõe. Inicialmente ela não responderá ao nome
das cores, mas poderá começar a usar pelo facto de ter ouvido tão
consistentemente.
179 – EMPARELHAR DE OBJECTOS
Realização cognitiva, categorização
Meta: Categorizar os objectos no contexto em que são usados
Objectivo: Associar pares de objectos que normalmente se encontram associados.
Material. Uma caixa média. Pares de objectos que normalmente se encontram associados
(por exemplo meia e sapato, escova de dentes e pasta de dentes, etc.)
Procedimento:
Sente-se na mesa com a Maria Coloque 3 objectos na mesa em frente dela: dois
dos objectos devem formar um par. Tente certificar-se de que a criança conhece
estes três objectos, por exemplo: pode colocar um sapato, uma meia e um animal
de peluche em cima da mesa. Aponte para os objectos e diga “Maria quais é que
ficam juntos?”. Aguarde que ela indique o par correcto e que lho dê. Quando ela
encontrar o par os três objectos devem ir para a caixa. Se ela teve dificuldades em
encontrar o par ajude-a com uma questão simples acerca da função dos dois
objectos a emparelhar. Pode perguntar por exemplo: “Qual é que vai para o pé?”.
Registe quantos objectos ela consegue associar e em que categorias revela mais
dificuldades. À medida que a tarefa progride vá intercalando pares que a Maria
discrimina facilmente com outros que lhe causam alguma dificuldade.

180 – CATEGORIZAÇÃO DE FIGURAS


Realização cognitiva, categorização
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver a capacidade de escolher uma categoria
Objectivo: Escolher figuras de objectos familiares pelas suas funções comuns
Material: Figuras de objectos familiares, agrupados de forma clara pelas suas funções
Procedimento::
Coloque um conjunto das figuras espalhadas na mesa em frente da Maria e diga-
lhe que tipo de figuras quer que ela lhe dê. Por exemplo: coloque a figura de uma
maçã, uma bola, um carro, um prato de sopa, uma toalha, uma colher e um
sabonete. Peça à Maria para lhe dar um objecto para ir ao banho, se ela lhe der o
sabonete, mas se esquecer de outros objectos relevantes direccione a sua atenção
para as figuras e pergunte “O que é que é usamos mais para o banho?”. Se ela não
conseguir encontrar, dê-lhe uma pista verbal do tipo “A toalha também é precisa
para o banho?”. Se a Maria continuar a não lhe dar a figura, direccione a sua
atenção para ela e diga “Toalha, tu precisas dela quando tomas banho?”. Mantenha
sempre as categorias variadas, mas bem definidas. Pode usar brinquedos,
alimentos, animais, ou rapazes e raparigas. Certifique-se de que a ideia básica é
familiar à Maria. Quando ela entender a tarefa, introduza novas figuras de itens
diferentes com os quais ela se encontra menos familiarizado. Desta forma ela
aumentará o vocabulário.

181- ORDENAMENTO POR FUNÇÃO


Realização cognitiva, categorização
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Compreender a relação entre objectos com funções semelhantes e separá-los
de acordo com essa função
Objectivo: Ordenar objectos familiares em grupos, de acordo com a sua função
Material: 2 ou 3 caixas médias, 2 ou 3 grupos de objectos com funções relacionadas (ex.:
grupo 1- colher, copo e prato; grupo 2 meia, calças e camisola)
Procedimento:
Certifique-se de que a Maria está a olhar para si e a vê-la colocar um objecto de
cada grupo em caixas separadas. Diga o nome de cada objecto à medida que o
coloca na caixa Depois dê à Maria os outros itens, um de cada vez, e peça-lhe
para os colocar na caixa certa. Por exemplo: segure a meia e diga “ Olha Maria,
uma meia - para usar.” e coloque-a numa das caixas. Depois segure uma colher e
diga “ Olha, Maria uma colher - para nos ajudar a comer.” e repita o procedimento.
Depois dê-lhe um prato e diga “ Olha, um prato. Onde o vais colocar?” Se ela tentar
colocar o prato na caixa errada guie a sua mão para a caixa correcta: Se ela o
colocar na caixa certa, sem ajuda, reforce-a rapidamente. Gradualmente aumente o
número de itens. Quando estiver familiarizada com a tarefa, adicione uma terceira
caixa com outra categoria diferente.

182 – IDENTIFICAÇÃO RECEPTIVA DE CORES


Realização cognitiva, linguagem receptiva
Percepção visual
Meta: Incrementar o reconhecimento das cores e desenvolver o conhecimento
receptivo dos nomes das cores primárias
Objectivo: Dar a cor correcta quando pedida
Material: Blocos coloridos, papel, botões
Procedimento:
Quando a Maria conseguir fazer corresponder os blocos de acordo com a sua cor
(actividade 178), inicie o treino de resposta às cores pelo nome. Na actividade
referida ela já esteve exposto aos nomes. Agora terá que se certificar de que ela
associa o nome com a cor do bloco. Seleccione os blocos vermelho, amarelo e o
azul. Dê o à Maria e diga várias vezes: “Bloco azul.”, enfatizando bem o nome da
cor. Depois diga: “Dá-me o bloco azul.”. Repita o mesmo procedimento com os
cubos vermelho e amarelo. Se a Maria pegar no cubo errado, guie a sua mão para
o correcto e diga “ Este é que é o bloco vermelho.”. Continue a actividade até que
ela consiga dar as três cores a pedido. De forma a generalizar esta aprendizagem,
repita o mesmo procedimento usando botões coloridos ou pedaços de papel.
Gradualmente vá introduzindo novas cores, uma de cada vez.

183 – ENCONTRAR OBJECTOS ESCONDIDOS


Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Incrementar a compreensão de substantivos e proposições e desenvolver a
capacidade de seguir ordens verbais.
Objectivo: Seguir instruções verbais envolvendo o uso de substantivos e proposições para
encontrar objectos comuns, por exemplo: em cima, por baixo.
Material: Objectos comuns da sala de aula.
Procedimento:
Inicie a tarefa, escondendo 2 ou 3 objectos que sabe que são familiares à Maria No
principio todos os objectos devem estar escondidos na mesma sala. Dê à Maria
orientações simples envolvendo o objecto que ela deve procurar e a área onde
deve fazê-lo: “Maria, dá-me o copo que está debaixo da mesa”. Enfatize as três
palavras chave que lhe dizem o que deve e onde deve procurar. Reforce-a sempre
que ela lhe trás os objectos. Lembre-se que deve usar sempre substantivos e
proposições que ela já conhece.. À medida que a actividade progride, esconda
mais objectos pela sala, em locais cada vez mais complicados. A dificuldade da
localização também deve ir aumentando, por exemplo: “ Dá-me a bola que está
atrás da porta e dentro da caixa.”.

184 – O QUE É QUE NÃO PERTENCE?


Realização cognitiva, categorização
Meta: Incrementar o reconhecimento das categorias
Objectivo: Retirar o objecto que não pertence à categoria dos 3 outros objectos, que
formam claramente uma categoria distinta e reconhecível.
Material: 2 caixas médias, grupos de 4 objectos, 3 com funções ou características
semelhantes (ex. banana, maça, laranja, e um carro de brincar)
Procedimento:
Sente-se à mesa com a Maria. Coloque os 4 objectos em frente dela. Demonstre
como encontrar um item que não pertence aquela categoria. Por exemplo: coloque
todos os objectos na sua frente e diga: “Qual é que não pertence?” Certifique-se de
que ela está a olhar para si, aponte cada o objecto individualmente. Diga; “A maça
é para comer.” “ A banana é para comer.” “A laranja é para comer.”, “O carro não é
para comer.”. Se necessário pantomine o acto de comer com um dos frutos, para
lhe mostrar que o carrinho é diferente. Coloque os frutos numa caixa e o carrinho
noutra. Após ter demonstrado a tarefa, repita o procedimento com outros 4
objectos. Por exemplo: um bolo, uma bolacha, um rebuçado e um livro . Peça-lhe
que coloque numa caixa os que pertencem e não outra o que não pertence. Tente
sempre trabalhar uma categoria de cada vez, indo sempre incluindo categorias
novas com objectos que já lhe são familiares.

185- ORDENAR SEQUÊNCIAS DE FIGURAS


Realização cognitiva, sequencialização
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Aprender as sequências temporais e incrementar a compreensão das rotinas
diárias
Objectivo: Ordenar 3 figuras que traduzem actividades diárias da forma de como elas se
decorrem ao longo do dia
Material: Figuras (recortadas ou desenhadas) de uma criança executando actividades
quotidianas, como acordar e levantar-se, ir para a escola, comer, e ir para a
cama
Procedimento:
Mostre as figuras à Maria pela ordem na qual as actividades se devem desenvolver
durante o dia. Diga: “ Olha Maria primeiro levantas-te da cama.”, e mostre-lhe a
figura correspondente. Depois diga: “De seguida tomas, o pequeno almoço.” e
mostre a figura. Depois diga: “Finalmente vais para a escola.” e mostre-lhe a figura.
Quando tiver a certeza de que ela olhou para as 3 figuras retire as figuras e
desordene-as na mesa. Diga “Maria, qual é a primeira?” se ela apontar ou lhe der a
figura correcta diga “Sim, primeiro levantas-te da cama.” Repita o procedimento
com as restantes figuras na ordem correcta. Se ela lhe der uma figura errada, dê-
lhe pistas verbais. Inicie apenas com 3 cartões e aumente o número à medida que
ela for progredindo. Tenha em conta que os desenhos devem ser claros e devem
traduzir rotinas familiares à Maria.

186 – MONTAR PARTES DO CORPO


Realização cognitiva, linguagem receptiva
Controle e Coordenação óculo-manual
Realização verbal, vocabulário (opção)
Meta: Incrementar a compreensão dos conceitos corporais
Objectivo: Ordenar as partes corporais correctamente
Materiais: Papel colorido, tesouras, cartolina.
Procedimento:
Recorte as várias partes do corpo. De inicio use apenas 3 peças para representar a
cabeça, o tronco e as pernas. Posteriormente à medida que as competências da
Maria progredirem, adicione os pormenores faciais, as mãos os pés etc.. Chame a
atenção da Maria e mostre-lhe como se colocam as peças adequadamente, vá
sempre nomeando cada peça que coloca adequadamente. Desmanche a figura e
peça à Maria que a coloque correctamente, guie a sua mão para o local correcto,
caso ela tenha dúvidas ou erre. Repita a tarefa até ela conseguir colocar as três
peças no local correcto. Quando ela conseguir completar o puzzle das 3 peças sem
ajuda, vá acrescentando gradualmente mais peças. Lembre-se de nomear cada
peça que ela coloca. Vai demorar algum tempo para que ela os repita, mas assim
vai-se habituando a ouvi-los.

187- ADJECTIVOS OPOSTOS


Realização cognitiva, linguagem receptiva
Percepção, sabor
Realização cognitiva, categorização
Realização cognitiva, leitura (opção)
Meta: Incrementar a compreensão de adjectivos e reconhecer opostos
Objectivo: Agrupar vários alimentos de acordo com “doce” e “amargo”
Material: Vários alimentos doces ( rebuçados, bolos, bolachas, sumos) e amargos (limão ,
lima ) , papel, e marcador
Procedimento:
Faça um rótulo a dizer “Doce” e outro “Amargo” e coloque-os na mesa. Mostre-os à
Maria e repita algumas vezes “Doce.” e “Amargo.”. Mantenha os alimentos no seu
colo para que ela não se distraia. Dê-lhe um alimento de cada vez, depois de ela
provar, pergunte: “É doce ou amargo?”. Diga “É Doce.” e retire um bocado do
alimento e coloque perto do rótulo correspondente. Capte a atenção da Maria e
repita “Este é Doce”. Repita o procedimento com os restantes itens e coloque-os
nos locais correctos. Depois de todos ordenados pergunte à Maria se quer algo
doce ou amargo, não a deixe dirigir-se aos alimentos antes de fazer a escolha,
tanto por gestos como por palavras aproximadas. Gradualmente vá extinguindo a
sua ajuda. Dê-lhe um alimento para comer e peça-lhe que lhe indique onde deve
colocá-lo, repita o procedimento com todos os itens.

188- ORDENAR SEQUÊNCIAS DE FIGURAS II


Realização cognitiva, sequencialização
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Realização verbal, conversação (opção)
Meta: Incrementar a compreensão de sequências e o desenvolvimento dos conceitos
de primeiro, seguinte e último
Objectivo: Ordenar 3 figuras após ouvir uma história
Material: Livro de desenhos ou uma sequência de cartões dos quais é possível contar
uma história.
Procedimento:
Escolha três figuras de um livro de histórias que representem claramente as cenas
de uma história . Conte a história à Maria e coloque as figuras nas posições
correctas. Certifique-se de que ela olhou para a figura antes de continuar com o
resto da história. Enfatize algum detalhe da figura, por forma a melhor lhe captar a
atenção. Quando acabar a história recolha as figuras e desordene-as. Pergunte-lhe:
“Qual é a primeira?”, “Qual é a seguir?” e “Qual é a última?”. Após cada questão ,
ajude-a a colocar a figura correcta. Quando ela for capaz de fazer a sequência
correctamente, tente que ela lhe reconte partes da história. Não se preocupe se a
Maria demorar muito tempo para começar ou se ela se perder em detalhes das
figuras.

189. COMPREENSÃO DE QUESTÕES


Realização cognitiva, linguagem receptiva
Realização cognitiva, categorização
Meta: Responder a uma variedade de questões
Objectivo: Apontar para a figura correcta quando se faz uma questão envolvendo, quem, o
quê ou onde
Material: Figuras de objectos ( bola, carro, cadeira, cama) animais ( cão, cavalo, vaca,
gato) e pessoas ( mãe, pai, bebé, bombeiro)
Procedimento:
Escolha uma figura de cada grupo em frente da Maria. Capte a sua atenção e
certifique-se de que ela está a ouvi-la. Coloque por exemplo uma vaca, um adulto e
uma bola e pergunte-lhe: “Quem guia o carro?” Ajude-a a escolher a figura correcta.
Quando ela já for capaz de proceder correctamente à escolha, face à pergunta:
“Quem?”, passe para a pergunta “O quê?”. Coloque a figura de um carro, um bebé
e um cão e pergunte: “O que é que a mãe guia?”. Quando ela souber escolher a
figura certa para a questão ”O quê?” comece a alternar as questões. Por exemplo,
mostre-lhe figuras de uma bola, um bombeiro, um cão, e uma cama e pergunte-lhe:
“O que é que morde?”, “Quem guia o carro dos bombeiros?” e “Onde é que tu
dormes?” Se ela escolher a figura errada, repita a questão enfatizando as palavras
chave. Apenas a ajude com pistas verbais se for absolutamente necessário.

190. PROPOSIÇÕES
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Coordenação óculo-manual, desenho
Meta: Aumentar a compreensão de conceitos de posição representadas em duas
dimensões
Objectivo: Desenhar numa área especificada por ordem verbal, envolvendo o uso de
proposições
Material: Lápis e papel
Procedimento:
Ao iniciar a actividade prepare várias folhas de papel com desenhos simples. Numa
das filhas pode desenhar uma árvore, uma menina e uma casa. Noutra pode ser
um quadrado, um circulo e um triângulo. Sente-se ao lado da Maria e dê-lhe as
folhas. Dê-lhe ordens simples envolvendo “dentro”, “debaixo”, à volta”, “ao lado”.
Por exemplo: Dê-lhe a folha com a casa, a menina e a árvore e diga: “Faz um
circulo à volta da menina.”. Pode também pedir-lhe que faça uma linha debaixo da
casa ou fazer um triângulo ao lado da árvore. Certifique-se de que ela sabe os
nomes de todos os objectos que estão na folha e de que ela sabe desenhar tudo
aquilo que lhe pede. À medida que as competências progridem, vá gradualmente
aumentando o grau de dificuldade. Por exemplo pode dar-lhe dois lápis e pedir-lhe
que faça um quadrado azul dentro do circulo.
DESEMPENHO VERBAL

Esta secção contém actividades que foram utilizadas com sucesso de modo a aumentar
a linguagem expressiva da criança com autismo. Seleccionámos um grupo de actividades para
cada nível de desenvolvimento da linguagem de modo a ilustrar uma variedade de estruturas
de ensino tendo em conta os respectivos objectivos na aprendizagem da linguagem. Porque
qualquer programa de linguagem deve ser individualizado para a criança com défices e
capacidades especiais e atendendo aos seus interesses de comunicação, as actividades
propostas nesta área não representam em exclusivo o seu programa, nem sugerem o seu
currículo.
Estas actividades devem ser utilizadas pelos pais e professores em sessões
estruturadas de ensino, à medida que a criança adquire novas capacidades. Nós sugerimos
formas pela quais essas capacidades possam ser generalizadas ao longo do dia.
Os objectivos das actividades incluem o seguinte: começar a vocalizar, uso de uma
palavra simples, pequenas frases, respostas sociais, descrição de acções e acontecimentos,
fazer perguntas e conversação social.
Cada objectivo da linguagem deve ter em conta o significado para a criança, de modo a
ser útil e adequado ao seu nível de desenvolvimento. Por exemplo: a primeira palavra simples
que deve ser escolhida deve corresponder ao que ela quer. Para uma criança pode ser “carro”,
para outra pode ser “bolo” e para outra “bebé”. O vocabulário é escolhido porque tem
significado e porque é útil para a criança e está de acordo com o seu nível de desenvolvimento.
Cada técnica deve ir ao encontro do interesse da criança, de forma a tornar as
actividades o mais interessantes possível. Por exemplo: algumas crianças gostam de cantar,
outras de movimentos corporais, outras de figuras e outras de construir puzzles. A atenção da
criança e a sua cooperação na actividade é produtivo quando as actividades contêm materiais
ou acções que ela considera intrinsecamente interessantes. Nós ilustramos todas estas
variações de modo a providenciar o leitor com uma vasta selecção de actividades de ensino
estruturado a escolher.
Estas actividades são relatadas nas secções de Imitação e na de Realização Cognitiva.
A linguagem, normalmente, desenvolve-se através da imitação; a criança ouve uma palavra e
copia-a. A sua linguagem começa a ser uma real comunicação somente quando ela as ouve e
entende o seu significado. A criança pode dizer muitas palavras, mas não ser capaz de as usar
espontaneamente, ainda que as perceba a nível da linguagem receptiva, o que será uma parte
do programa individual de linguagem.
Para as crianças que não falam os sinais manuais são combinados com o discurso no
início das actividades de linguagem. Contudo, as actividades que ensinam códigos não verbais
não faz parte deste conjunto de propostas de actividades, devendo assim ter um espaço para
isso.
191 – COMEÇAR A VOCALIZAR
Desempenho verbal, vocalização
Imitação, vocal
Meta: Encorajar o desenvolvimento de vocalização com significado
Objectivo: Fazer um som perceptível de rebentamento, quando rebenta bolas de sabão
Materiais: Frasco de bolas de sabão
Procedimento:
Sente-se à mesa com a Maria à sua frente. Ponha o frasco de bolas de sabão entre
os dois. Sopre algumas bolas ou deixe a Maria soprar. Rebente algumas bolas com
o seu dedo e diga ao mesmo tempo “PO”, bem audível, de cada vez que rebenta
uma bola. Repare se a Maria presta atenção às bolas e ao som. Depois dela estar
bem disposto com as bolas, sopre mais algumas e tome o dedo dela, guiando-a
para rebentar mais bolas. Continue a fazer o mesmo som. Imite os sons que Maria
faz e regresse ao som “Po”. Se ela não tentar imitar o som, cative a sua atenção
para a sua boca, enquanto lhe mostra como se faz o som e então ajude-o a colocar
a boca de maneira a produzir o som. Sopre mais bolas e repita a actividade até que
ela comece a fazer o som sozinha. Reforce sempre que ela o comece a fazer
espontaneamente.

192 – SONS DE CONSOANTES


Desempenho verbal, vocalização
Imitação vocal
Meta: Desenvolver a capacidade de repetir os sons de consoantes iniciais simples
Objectivo: Familiarizar-se com consoantes específicas e repeti-las como parte de uma
canção
Materiais: Livro de histórias ou figuras de um cão, vaca e pato
Procedimento:
Sente a Maria na sua frente, num sítio confortável no chão. Cante uma cantiga que
tenha animais. Quando nomear cada um dos animais mostre a respectiva figura e
emita o som que ela faz. Quando está a mostrar a figura verifique se a Maria está a
olhar para ela e depois direccione a sua atenção para a observação da sua boca a
articular os sons dos animais. Enfatize as consoantes, repetindo-as, use os seus
dedos para posicionar os lábios da Maria encorajando-a a repetir a consoante.
Repita este procedimento, mas não espere de início que ela faça mais do que sons
iniciais aproximados. Assegure-se de que a reforça de cada vez que ela se
aproxima do som. À medida que a vê mais capaz, encoraje-a a fazer os sons de
forma mais clara e a terminar a palavra. Encoraje-a também a fazer o refrão “EEEE-
I,EEEE-I.OH”

193 – COMBINAÇÃO DE SONS


Desempenho verbal, vocalização s
Imitação vocal
Socialização, interacção individual
Meta: Desenvolver a capacidade de vocalização necessárias para a linguagem
Objectivo: Combinar 2 sons de forma expressiva
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Sente a Maria no seu colo e pratique sons das consoantes já conhecidas. Uma vez
que a criança já está familiarizada e a consegue imitar (actividade 192), comece a
combinar as mesmas consoantes com vogais simples. Por exemplo: depois da
Maria copiar o som “B” várias vezes, hesite alguns segundos e então diga “B-OO”.
Se ela só repetir o som “B”, não o reforce imediatamente, mas repita a combinação,
enfatizando o som da vogal. Reforce-a rapidamente se ela tentar combinar os sons.
Lembre-se que só deve usar sons iniciais que ela já repete com sucesso.

194 – EXCLAMAÇÕES SIMPLES


Desempenho verbal, vocalização
Imitação, vocal
Meta: Desenvolver as aptidões preliminares de vocalização
Objectivo: Repetir e usar exclamações simples de forma apropriada e desenvolver o
conceito de relação entre sons e acções
Materiais: Bola
Procedimento:
Quando estiver a jogar com a Maria, baixe a bola e diga “OH-OH!”. Repita a acção
e faça o som muitas vezes e tente que ela faça o mesmo som espontaneamente.
Ajude-a a emitir o som pondo os lábios em “O” se ela necessitar de ajuda. Logo que
ela comece a fazer o som consigo, baixe a bola e hesita antes de emitir o som para
ver se ela vocaliza bem sozinha. Reforce sempre que ela emita o som apropriado.
Quando a Maria já consegue emitir o “OH-OH!” sozinha ao ver o a bola a baixar
reforce essa emissão de som e comece a propor-lhe outro som com “OOOOOOH”,
mostrando excitação. Mostre à Maria o seu brinquedo favorito ou uma recompensa
comestível e faça o som: Leve-a a fazer o mesmo som antes de lhe dar a
recompensa. Quando a Maria consegue fazer ambos os sons, comece a criar
situações para ela emita os sons, mas deverá distinguir entre os 2 sons. Se por
exemplo: alguma coisa cair em frente à Maria observe se ela emite
espontaneamente os sons treinados. Veja se faz “OH-OH” ou “OOOH” ou se faz
outro som e imite-a.

195 – PRIMEIRAS PALAVRAS


Desempenho verbal, vocalização
Interacção Individual e social
Imitação Vocal
Meta: Desenvolver vocalizações em imitação de palavras significativas
Objectivo: Uso de palavras simples de forma expressiva e apropriada
Materiais: Bola, biscoito e boneca
Procedimento:
As melhores palavras para começar o discurso são normalmente “MAMÔ e
“PAPÁ”. Comece por colocar a Maria sentada no seu colo e voltada para si .
Consiga a sua atenção, aponte para si e diga “MAMÔ. Agarre-lhe nas mãos e
passe-as pela sua face à medida que vai dizendo “MAMÔ. Recompense-a sempre
que ela tente emitir algum som, demonstrando vontade de dizer a mesma palavra.
À medida que a Maria vai ficando mais confortável com a actividade, reduza a
recompensa dando-lhe só quando ela diz claramente. Repita o mesmo processo
com a palavra “PAPÁ”. Outras palavras boas para lhe ensinar poderão ser “PÁPA,
BOLA, BÈBÈ,…. Contudo, quando ensinar essas palavras é importante que tenha
os objectos nomeados à sua frente para que ela possa concretizar o que está a
nomear. Quando ensinar as primeiras palavras é importante recordar que deve
escolher palavras com um ou duas sílabas.

196 – CUMPRIMENTAR E DESPEDIR-SE


Desempenho verbal, vocalização
Socialização, interacção individual
Imitação, vocalização e motora
Meta: Desenvolver vocabulário social apropriado
Objectivo: Fazer o gesto, ou dizer, “Olá.” e “Adeus.” de forma independente e em situações
apropriadas
Material: Nenhum
Procedimento:
Sempre que entrar ou sair de uma sala na qual esteja também a Maria, aproveite a
oportunidade para trabalhar com ela os cumprimentos e as despedidas. Sempre
que entrar nessa sala, levante a mão sorria e diga: “Olá, Maria.”. Sempre que
estiver com ela numa sala e entrar outra pessoa, ajude-a a utilizar o gesto para
cumprimentar e reforce-a imediatamente por qualquer tentativa para vocalizar “olá”.
Repita o procedimento com o “adeus”. Sempre que sair da sala diga “Adeus,
Maria.” e faça o gesto. Assegure-se que ela está a olhar para si antes de sair da
sala. Se não fizer qualquer tentativa para vocalizar ou acenar, hesite alguns
momentos à porta e continue a acenar e a dizer adeus. Se ela continuar a não
imitar qualquer das suas acções, faça com que uma terceira pessoa se sente perto
dela para a ajudar a imitar o acto de acenar, sempre que alguém entra ou sai da
sala.

197 – DIZER O PRÓPRIO NOME


Desempenho verbal, vocabulário
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Interacção social e individual
Meta: Desenvolver a linguagem expressiva e o auto-conceito
Objectivo: Referir-se a si próprio pelo nome
Material: Espelho
Procedimento:
Após a Maria compreender o seu nome de forma receptiva, comece a encorajá-la a
referir-se a si próprio pelo seu nome (actividade 159). Coloque-a em frente ao
espelho e mostre-lhe o reflexo, repita isto várias vezes, e leve-a a apontar para a
imagem, depois diga: “Quem é? É a Maria.”. Comece por dizer o nome dela, mas
não termine a tarefa enquanto ela não fizer uma tentativa de o dizer. Reforce-a
imediatamente por qualquer tentativa de pronuncia do nome. Gradualmente elimine
a ajuda inicial até a extinguir totalmente. Quando tentar generalizar o uso do nome,
mesmo fora do espelho, é importante dar-lhe diferentes oportunidades durante o
dia para que diga o seu nome. Por exemplo: à mesa de almoço podem todos dizer
o nome apontando para si próprios , quando chegar a vez da Maria ajude-a se ela
necessitar.

198 – SONS AMBIENTAIS


Desempenho verbal, vocalização
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Imitação vocal
Interacção individual e Socialização
Meta: Incrementar a vocalização independente e desenvolver capacidades de jogo
mais adequadas
Objectivo: Fazer vários barulhos ambientais e sons de animais, espontaneamente
Materiais: Um carro de brincar, um avião, um cão de peluche e um gato
Procedimento:
Quando a Maria conseguir imitar os sons de objectos sem auxilio (actividade 13)
ensine-a a identificar esses sons receptivamente e a usá-los expressivamente.
Coloque o cão e o carrinho em cima da mesa em frente dela e diga: “Maria, dá-me
aquele que faz zoom.”. Enfatize o som de forma clara. Quando ela lhe der o
carrinho agradeça e diga: “Boa, Maria.”. Depois pergunte: “O que é que este faz?”
ajude-a a começar a dizer o som, se ela precisar. Repita a actividade com um
segundo par de objectos com sons sempre bem perceptíveis. Certifique-se se a
Maria já aprendeu claramente a imitar os objectos que lhe vai solicitar.

199 – VERBOS
Desempenho verbal, linguagem receptiva
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver o conhecimento e o uso de verbos e aumentar as competências de
linguagem expressiva
Objectivo: Usar os verbos simples correcta e independentemente
Materiais: Figuras de pessoas a fazer actividades comuns
Procedimento:
Sente a Maria na mesa na sua frente. Mostre-lhe a figura de um homem a fazer
uma acção simples e clara, que ela seja capaz de reconhecer, por exemplo um
homem a correr e diga: “Olha, o homem está a correr”. Enfatize claramente o verbo,
para que ela perceba o foco da lição. Repita a frase “O homem está a correr.”
várias vezes, enfatizando sempre o verbo. Depois peça à Maria que lhe diga o que
é que o homem está a fazer e recompense-a por qualquer tentativa de verbalizar o
verbo correr. Os verbos mais indicados para começar são: sentar, comer, dormir,
saltar… Aproveite todas as oportunidades do dia para que ela possa usar os verbos
aprendidos. De inicio trabalhe apenas com 2 ou 3 verbos e gradualmente vá
aumentando até 5. Lembre-se de reforçar todos os verbos que ela foi aprendendo
nas sessões anteriores.

200- NOMEAR ELEMENTOS DA FAMÍLIA


Desempenho verbal, expressão
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Aumentar a linguagem expressiva e as capacidades de comunicação
Objectivo: Nomear cada membro da família sem ajuda
Material: Fotografias de todos os membros da família, incluindo animais de estimação
(devem ser fotografias facilmente reconhecidas)
Procedimento:
Comece por mostrar à Maria apenas uma fotografia de cada vez. Aponte para a
foto e diga: “Mãe, esta é a mãe”. Depois diga: “Maria quem é esta? Esta é a
________ .”Tente que seja ela a preencher o que falta. Se ela hesitar capte-lhe a
atenção para a sua boca e repita lentamente a palavra. Depois ajude-a a formar as
palavras . Repita o procedimento até que ela consiga identificar a primeira figura
pelo menos 5 vezes, sem ajuda. Adicione uma segunda foto e repita o mesmo
procedimento. Depois alterne as duas fotos com uma sequência fixa. Quando ela
conseguir identificar as duas fotos pelo menos 5 vezes sem ajuda, aponte para a
pessoa real e repita a questão. Quando tiver aprendido 2 nomes adicione mais
membros da família sempre da mesma forma.

201 – CANTAR
Desempenho verbal, vocalização
Percepção, audição
Imitação vocal
Meta: Incrementar as capacidades de vocalização e desenvolver a capacidade de
compreensão do tom vocal
Objectivo: Mudar de tom e de inflexões quando canta com outra pessoa
Material: Nenhum
Procedimento
Sente-se no cão com a Maria e comece a cantar uma canção simples para ela
ouvir. Use gestos e mude o seu tom frequentemente durante a canção para que ela
diferencie o cantar do falar normal. Use as suas mãos e expressão facial para lhe
mostrar como é divertido cantar. Quando vir que ela está a prestar atenção à sua
canção, tente envolvê-la na canção. Por exemplo: tente que ela bata palmas ao
ritmo. Quando ela começar a participar a nível motor, hesite ocasionalmente
durante a canção e toque-lhe na boca para indicar que ela deve cantar também.
Certifique-se de que ela olha para a sua boca e cante mais lentamente para que ela
perceba. Deve reforçar todas as tentativas que ela faça para vocalizar a canção.
Gradualmente comece a exigir-lhe respostas mais especificas e uma participação
mais actividade. Mais tarde encoraje-a a imitar as suas modificações no tom de voz.

202 – CONCEITO DE MAIS


Desempenho verbal, vocabulário
Interacção individual e social
Meta: Desenvolver o conceito de mais e aumentar as competências sociais
Objectivo: Pedir mais, sempre que deseje sem precisar de ajuda
Material: Reforços alimentares para dar sempre que a criança peça mais de qualquer
coisa que pretende
Procedimento
Pegue numa grande quantidade de algo que sabe que a Maria gosta e coloque-a
em cima da mesa em frente dela. Não deixe que ela tire imediatamente, mas tente
mantê-la sentada e atenta. Quando ela lhe prestar atenção, recompense-a com um
pouco da recompensa e diga: “Maria, queres mais?” enfatizando a palavra “mais”
claramente e repita-a várias vezes. Depois mostre-lhe outro pedaço da recompensa
e repita a questão novamente. Mostre-lhe o sinal de “mais” e repita a palavra várias
vezes. Se ela tentar obter a recompensa sem dar a resposta adequada, retire o
reforço da sua frente e repita a questão. Não o reforce até ela fazer uma tentativa
de verbalizar a palavra, quando o fizer, reforce-a imediatamente e diga: “ Sim
Maria, mais.” Repita o procedimento até que as recompensas terminem. Esta
actividade deve ser repetida todos os dias até que ela aprenda a pedir mais sempre
que o pretender. È natural que depois de aprender o conceito, passe a pedir mais
de tudo aquilo que lhe derem, tente agir de forma compreensiva e consistente.

203 – PALAVRA FRASE


Desempenho verbal, vocabulário
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Imitação vocal
Meta: Aperfeiçoar as competências comunicativas e aumentar o vocabulário
Objectivo: Expressar a necessidade e o desejo usando as palavras
Material: Escadas triciclo e bola
Procedimento:
Quando ensinar a linguagem expressiva é importante que tenha em conta todas as
pequenas oportunidades que surgem ao longo do dia. Por exemplo: quando a
Maria quer descer as escadas para ir brincar, hesite por instantes no cimo da
escada e diga: “O que é que queres fazer?” e depois sussurre-lhe “Descer as
escadas.”, enfatizando bem a palavra “descer”. Repita a palavra chave as vezes
que achar necessárias. Outras actividades possíveis incluem solicitar-lhe que diga
“Empurra.”, quando brinca com um triciclo, ou pedir-lhe que “atire” ou “agarre”
quando se brinca com a bola. Outras palavras importantes para trabalhar são, por
exemplo “abraça”, “beija” “abre” “fecha”. Nesta altura a Maria já terá capacidades
de executar sons e é importante que aprenda quando usar as palavras e como
fazê-lo.. Limitando os pedidos a frases de uma palavra, vai permitir-lhe aprender o
que é que cada palavra traduz realmente e como pode usá-la para obter o que
precisa.

204 – O QUE É QUE QUERES?


Desempenho verbal, vocabulário
Meta: Incrementar as capacidades de linguagem expressiva e vocabulário
Objectivo: Indicar aquilo que pretende pelo nome, tendo que escolher perante 2 objectos
Material: 3 pares de objectos comuns que lhe são familiares (um dos pares deve ser algo
que ela aprecie verdadeiramente)
Procedimento:
A Maria tem que aprender que ela pode usar a linguagem para pedir coisas que
pretende. Uma boa forma de começar a ensinar-lhe essa capacidade é levá-la a
escolher entre dois objectos, quando um é realmente algo que ela pretende e o
outro é algo que não lhe desperta muita atenção. Sente-a em frente à mesa e
coloque um par de objectos em cima da mesa entre os dois. Por exemplo: pode
usar um carrinho que ela goste e um copo (cuidado para não usar objectos nos
quais ela se possa fixar). Prenda as duas mãos da Maria nas suas e aponte com
elas cada um dos objectos nomeando-os. Repita os nomes várias vezes, mantendo
sempre o contacto das mãos da Maria com os objectos. Continue a segurar as
mãos dela e pergunte-lhe: “Qual é que queres?” Se ela disser “carro” ou fizer
qualquer tentativa de dizer a palavra recompense-a por isso e deixe-a brincar com
o objecto escolhido por alguns minutos. Repita o procedimento até que todos os
pares de objectos se esgotem. Os sons mais fáceis de serem trabalhados
inicialmente são os P, B, M, N, D, C e T”.

205- CONCEITO DE POSSE


Desempenho verbal, expressão
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Interacção individual e social
Meta: Incrementar a expressão verbal e ensinar os pronomes possessivos
Objectivo: Identificar os objectos pela pessoa a quem pertencem
Material: Objectos pertencentes a membros da família que são claramente identificáveis
com elas (ex. sapato da mãe, óculos do pai, boneca da irmã)
Procedimento:
Sente-se numa mesa com a Maria e coloque os objectos sobre a mesa. Pegue em
cada um dos objectos individualmente e identifique-os. Diga “Sapato da mãe.” ou
“Óculos do pai.”, enfatizando o nome e a posse. Após a identificação de cada
objecto, peça-lhe que os identifique receptivamente. Diga “Maria, dá-me o sapato
da mãe.”. Repita o procedimento com todos os objectos . Quando ela conseguir
identificar receptivamente todos os objectos, repita a actividade e pergunte-lhe: “De
quem é o sapato?”, se ela hesitar ajude-a com o som inicial. Reforce-a
imediatamente sempre que a Maria tentar identificar o pedido, por exemplo “Sapato
da mãe.” é uma resposta aceitável.

206- JOGO SIM –NÃO


Desempenho verbal, vocabulário
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Aumentar o conhecimento do nome dos objectos e desenvolver a capacidade de
ouvir pequenas questões e responder adequadamente sim ou não
Objectivo: Usar adequadamente o sim ou não quando lhe mostramos um objecto e
perguntamos “ Isto é um ____?”
Material: 2 caixas pequenas, 5 a 8 objectos comuns que a criança reconheça facilmente
(ex. sapato, bola, colher, sabonete, copo, pente, carrinho)
Procedimento:
Sente-se à mesa em frente da Maria com as duas caixas entre os dois. Mostre-lhe
cada um dos objectos. Tire um objecto da caixa e segure-o em frente da Maria.
Certifique-se de que ela está a olhar e pergunte-lhe “Isto é um sapato?” De inicio
vai ter que provavelmente responder à questão e só depois ela estará apto a imitá-
la. Diga: “Não, isto não é um sapato.”. Depois coloque o objecto dentro da outra
caixa para que ela saiba que a tarefa terminou. Faça o mesmo com todos os
objectos. Há medida que a tarefa progride, ela responderá “Sim.” ou “Não.”, ou
então fará sinais com a cabeça. Gradualmente, encoraje a Maria a dizer a frase
mais completa “Sim, é um copo.”. Inicie com um pequeno número de objectos e
gradualmente aumente o número, à medida que a concentração melhora. Tente
generalizar este tipo de respostas em questões simples durante o desempenho de
outras actividades durante o dia.
207- Nomear animais
Desempenho verbal, vocabulário
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Incrementar o vocabulário
Objectivo: Nomear 4 animais sem ajuda
Material: Animais de peluche, borracha ou desenhos.
Procedimento:
Enquanto trabalha com a Maria na identificação receptiva dos animais (actividade
177) verifique se ela parece conseguir expressar o nome do animal. Coloque os 4
animais em cima da mesa em da Maria. Peça-lhe que lhe dê cada um dos animais “
Dá-me o cão.” repita o nome do animal várias vezes, mesmo após ela lho dar.
Depois de ela lhe dar todos os animais, pergunte “Maria, o que é isto?”. Se ela
precisar de ajuda, dê-lhe o som inicial e depois hesite, permitindo que ela acabe a
palavra. Reforce-a imediatamente por qualquer tentativa de verbalizar o nome do
animal. Há medida que ela for progredindo na tarefa vá retirando a sua ajuda até
que ela diga sozinha o nome de todos os animais propostos.

208- NOMEAR OBJECTOS


Desempenho verbal, vocabulário
Realização cognitiva, linguagem receptivas
Percepção visual
Realização cognitiva, leitura (opção)
Meta: Aumentar as competências expontâneas para responder a questões e nomes
dos objectos
Objectivo: Nomear um número de itens de uma categoria apenas com pistas visuais
Material: Objectos de uso comum agrupados em categorias (ex. alimentos- maçã,
banana, bolacha, bolo)
Procedimento:
Quando a Maria puder identificar receptivamente os itens de uma categoria
apontando ou seleccionando os objectos correctos (actividade165), comece a
ensiná-la a identificar os mesmos objectos expressivamente. Distribua os objectos
pela sala de forma clara e visível para ela e pergunte “O que é que é de comer?”.
Enfatize a categoria de forma clara: De inicio a Maria vai concerteza querer apontar
ou agarrar o objecto correcto, pois foi o que lhe solicitou na actividade
anteriormente referida, mas desta vez impeça-a de se levantar e quando ela
apontar diga “Boa, o que é isso?” Nomeie o objecto várias vezes e tente que a
Maria repita as suas palavras. Dado que algumas palavras exigem uma articulação
cuidada, podem ocorrer meias palavras ou respostas parciais, mas reforce qualquer
esforço ou tentativa. Se ela não conseguir identificar um objecto ou uma categoria,
mude para outra e continue o procedimento.

209 – COMPREENSÃO DE FRASES


Desempenho verbal, expressão
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Realização cognitiva, leitura (opção)
Realização cognitiva, sequencialização
Meta: Usar frases de construção simples
Objectivo: Olhar para uma figura e descrevê-la usando frases simples, de 3 ou 4 palavras,
envolvendo o sujeito e o verbo
Material: Uma folha de cartolina, figuras de pessoas envolvidas em acções comuns (por
exemplo correr, andar, dormir)
Procedimento:
Divida a cartolina em duas partes, uma com a palavra QUEM e outra com a frase O
QUE FAZ?. Coloque a cartolina em cima da mesa, em frente da Maria. Comece
com 3 cartões com pessoas envolvidas em tarefas simples de identificar, por
exemplo 3 figuras de um homem a andar. Se estiver também a trabalhar a leitura,
rotule cada uma das figuras adequadamente. Mostre à Maria duas cartas e
descreva a acção, diga “Olha, o homem está a andar.”. Coloque a figura em cima
da cartolina depois de ter a certeza de que ela está a olhar. Depois pegue noutra
figura com a mesma acção (com a personagem sempre do mesmo sexo) e
coloque-a debaixo da palavra QUEM. Capte a atenção da Maria para a segunda
figura e diga “Olha, quem é?” tente que ela diga ”O homem.” ou algo adequado, do
tipo o menino ou o rapaz. Se ela não responder, direccione a atenção para a
segunda figura e repita o mesmo procedimento. Repita também com a terceira
figura. Finalmente tente que ela coloque as duas ideias numa frase. Repita o
procedimento usando outras acções simples como nadar, andar, saltar etc.
Certifique-se de que as acções são claras e de que o sexo da personagem é
claramente distinguível em todas as figuras
210 – TAMANHO
Desempenho verbal, vocabulário
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver o uso adequado de adjectivos para melhorar a familiaridade com
conceitos de tamanho
Objectivo: Dizer ou assinalar “grande” “pequeno” em resposta à questão, de que tamanho
é?
Material: 2 objectos idênticos de diferentes tamanhos (ex. cubos ou botões)
Procedimento:
Quando a Maria puder identificar receptivamente objectos de acordo com o
tamanho, comece a pedir-lhe que tente identificar o tamanho expressivamente.
Coloque dois cubos na mesa em frente da Maria e diga “Dá-me o grande.”, quando
ela lhe der o cubo maior reforce-a,. Depois pegue no cubo e diga “De que tamanho
é este cubo?. Se ela não responder diga “Olha, é grande, agora diz tu.” .Reforce-a
imediatamente se ela tentar dizer. Por forma a evitar confusão, trabalhe estes dois
tamanhos intensamente, mas trabalhe expressivamente apenas um dos conceitos
até ela o assimilar. Só depois deve começar a pedir-lhe que identifique ambos.

211. ELE E ELA


Desempenho verbal , vocabulário
Realização cognitiva, categorização
Meta: Desenvolver o uso de pronomes pessoais e incrementar a discriminação ele/ela
Objectivo: Usar ela e ela adequadamente quando identifica o masculino e o feminino nas
figuras.
Material: Desenhos de revistas com homens e mulheres ou rapazes e raparigas em
actividades que são familiares à Maria (certifique-se que o sexo de cada
personagem está facilmente identificável.
Procedimento:
Sente-se próximo da Maria com um conjunto de figuras na sua frente. Mostre-lhe a
figura com um homem numa actividade que ela conheça e diga “Olha ela está
sentado.”. Enfatize bem o pronome de forma clara e mais alto. Repita o
procedimento com a figura de uma mulher. Coloque as figuras ao lado uma da
outra sobre a mesa, certifique-se de que ela está atenta, enquanto repete os
pronomes apontando para as respectivas figuras. Repita o procedimento com todas
as figuras. Enfatize sempre o pronome e coloque as figuras nos respectivos grupos
(homens/mulheres). Tente que a Maria lhe indique em que grupo deve colocar uma
das figuras, se ela não conseguir, ajude-a com o som inicial. Mantenha sempre
frases curtas e simples. Use apenas actividades que ela conheça.

212.-EM CIMA/EM BAIXO


Desempenho verbal, vocabulário
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Incrementar a capacidade de expressão através do uso de adjectivos e
compreensão de relações temporais.
Objectivo: usar ou sinalizar “em cima “ e “em baixo” para indicar a localização de uma
recompensa desejada.
Material: 3 copos, e reforços alimentares

Procedimento:
Sente-se à mesa com a Maria e mostre-lhe os reforços. Esconda uma delas
debaixo de um copo e peça-lhe para o tirar. Repita esta actividades alguns minutos
para a familiarizar. Coloque uma vez o reforço em cima do copo e peça-lhe que o
retire. Quando ela estiver familiarizada em procurar o rebuçado dentro e em cima
do copo, continue a actividade, mas usando as expressões. Por exemplo: “Olha
Maria, debaixo.” e coloque o reforço debaixo do copo. Depois de repetir várias
vezes, coloque o reforço debaixo e pergunte “Onde está?” e responda lentamente
“Debaixo.”. Motive-a a começar a responder. Reforce-a por qualquer tentativa.
213 – RESPONDER A QUESTÕES COM “OU”
Desempenho verbal , expressão
Desempenho verbal, linguagem receptiva
Meta: Aumentar a linguagem expressiva e desenvolver a capacidade de fazer escolhas
de forma independente
Objectivo: Fazer escolhas de forma independente quando lhe dão 2 alternativas concretas
e, expressar essa escolha verbalmente.
Materiais: Objectos da sala que lhe são familiares e que lhe agradam
Procedimento:
Dado que a Maria apresenta dificuldades em se expressar quando se lhe é
oferecido algo a escolher, aproveite todas as oportunidades do dia para usar a
palavra “ou”. Por exemplo, antes da “hora do conto”, seleccione 2 livros e coloque
os em frente dela. Aponte para cada um dos livros, separadamente, e pergunte:
“Queres este ou aquele?”. Quando ela se dirigir para um deles repita a questão e
diga “Maria, diz, este.”. Encoraje-a a verbalizar o que quer sempre que lhe oferece
a escolha. Este programa pode ser implementado com comer, brinquedos ou
qualquer outra coisa que lhe interesse especialmente. Quando a Maria já estiver
habituada a questões com “ou” e conseguir responder-lhes verbalmente, comece a
introduzir questões para respostas mais especificas envolvendo nomes de objectos,
categorias ou cores. Por exemplo, agarre num cubo vermelho e pergunte-lhe
“Maria, este cubo é vermelho ou azul?”. Se ela hesitar, mostre-lhe outro cubo
vermelho e nomeie a cor, depois mostre-lhe outro azul e nomeie-o também. Por fim
repita a questão com os cubos originais.

214.CONVERSA ESTRUTURADA
Desempenho verbal e cognitivo, conversação
Interacção individual e social
Meta: Desenvolver competências de conversação
Objectivo: Responder adequadamente a conversas simples e a questões simples e
incrementar as competências sociais básicas
Material: Figuras de revistas, botões, copo
Procedimento:
Nesta altura, o vocabulário da Maria já melhorou consideravelmente, mas precisa
de aprender a usar as suas palavras numa conversa adequada. Para esse efeito
ela vai precisar de praticar muito em situações estruturadas. Sente-se na mesa em
frente da Maria. Planeie um tópico para a conversa na qual deverá fazer 3 questões
simples Maria. Por exemplo:
“Maria, o que é que podemos comprar no supermercado?”
“ Como é que vamos para o supermercado?”
“O que é que fazemos com o comer que compramos no supermercado?”
Depois de ela lhe dar uma resposta satisfatória, coloque um botão no copo, o que
lhe permitirá ver quantas questões respondeu adequadamente. Se ela não
conseguir responder adequadamente, use figuras auxiliares e dê-lhe pistas. Por
exemplo se ela não responder “carro” para a 2ª questão, mostre-lhe a figura de um
carro e repita a questão. Use sempre temas que lhe despertem interesse. À medida
que ela for aderindo melhor à conversa, comece a extinguir o sistema token e
elogie a sua resposta imediatamente.

215 – TRANSMITIR UMA MENSAGEM SIMPLES


Desempenho verbal, conversação
Interacção social e individual
Meta: Desenvolver competências de comunicação e incrementar competências de
memória e competências sociais
Objectivo: Recordar uma mensagem pequena ( 4 ou 5 palavras) e transmiti-la verbalmente
a outra pessoa
Material: Nenhum
Procedimento:
Sente a Maria numa sala e tenha outra pessoa numa sala próxima. Leve-a à outra
sala para poder ver que está lá outra pessoa. Cada um dos elementos deve ter
uma dose de reforços a dar à Maria. Antes de iniciar a actividade ambas devem
combinar a mensagem a transmitir, de forma a poderem saber se ela a transmitiu
bem. Dê à Maria uma mensagem pequena e peça-lhe para ir dizê-la à outra
pessoa, coloque-a na direcção correcta e repita a mensagem. Quando ela chegar à
outra pessoa e não disser a mensagem, esta pode começar por ajudar “O que é
que a _____disse?”. Quando ela transmitir a mensagem, reforce-a e dê-lhe uma
mensagem semelhante para ela levar de volta à outra pessoa. Comece apenas
com 2 mensagens e 2 viagens e gradualmente vá aumentando o número de
viagens e a complexidade das mensagens. Lembre-se de que a ________ tem que
compreender bem a mensagem, senão ficará confusa e será incapaz de a recordar
correctamente.

216 – PLURAIS
Desempenho verbal , expressão
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver o uso adequado do plural
Objectivo: Usar os plurais adequadamente quando identifica grupos de objectos familiares
Material: Objectos de uso comum que ela reconheça (ex. bolos, bolas, cubos)
Procedimento:
Sente a Maria na mesa e coloque os objectos na sua frente. Nomeie os objectos à
medida que pega neles. Por exemplo, pegue num bolo e diga: “Olha Maria, um
bolo.”, quando ela lhe quiser pegar pergunte “O que é isto?”, quando ela responder
“Bolo.”, coloque vários bolos em cima da mesa e diga: “Olha Maria, bolos.”. Enfatize
bem o plural. Repita a palavra “bolos” várias vezes. Depois aponte para o bolo e
diga “Bolo.” aponte para o conjunto de vários bolos e diga “Bolos.”. Não se esqueça
de enfatizar bem a diferença entre as duas palavras. A seguir aponte para o bolo e
pergunte “O que é, Maria?”. Quando ela responder “Bolo.”, repita a questão para o
conjunto de bolos. Se ela não captar o plural, repita o som “S” mais alto após a
palavra “bolo” e peça-lhe que repita.

217.NOMEAR FIGURAS GEOMÈTRICAS


Desempenho verbal, vocabulário, 4 5 anos
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Percepção visual
Meta: Aumentar a linguagem expressiva e a nomeação
Objectivo: Identificar verbalmente 3 figuras simples (circulo, quadrado e triângulo)
Material: Figuras geométricas recortadas em formas de circulo, triângulo e quadrado
Procedimento:
Quando a Maria for capaz de lhe dar a figura geométrica apropriada à ordem:
“Maria, dá-me o (circulo).” (actividade 176) comece a trabalhar para que ela diga o
nome das figuras. Depois de ela lhe dar a figura correcta, sustenha-a à frente dela
e diga pausadamente o nome (da figura várias vezes. Depois pergunte “Maria que
figura é?”. Repita o nome da forma várias vezes, para que ela associe a palavra
“figura” com as palavras “circulo”, “triângulo”, “quadrado”. Depois de fazer este
procedimento várias vezes, encoraje-a a responder sozinha.

218. VERBALIZAR O USO DOS OBJECTO


Desempenho verbal, expressão
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Aumentar as competências de conversação e compreensão do uso dos objectos
Objectivo: Explicar verbalmente o uso de objectos comuns
Material: 4 objectos de uso comum que lhe sejam familiares (livro, colher, brinquedo,
copo)
Procedimento:
Quando a Maria estiver familiarizada com os objectos e conseguir mimar o seu uso
(actividade 11 e 12) tente que ela verbalize o seu uso. Por exemplo, dê-lhe um
livro e diga: “ Olha Maria, um livro. O que é que fazes com um livro?”. Como ela
sabe fazer o uso adequado do livro, provavelmente ela começará a lê-lo. Não lho
dê até que ela tente verbalizar o uso do livro. Repita o procedimento com outros
objectos. Lembre-se que deve pronunciar claramente o uso dos objectos para que
ela tenha um modelo correcto para imitar.

219. QUESTÕES TEMPORAIS


Desempenho verbal, vocabulário
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Aumentar a compreensão e os conceitos temporais, expandir o vocabulário
Objectivo: Responder com uma palavra a questões simples acerca do tempo em que um
determinado evento ocorre
Material: Desenhos de pessoas a fazer acções que lhe são familiares
Procedimento:
Mostre à Maria uma figura e explique-lhe o que se passa. Por exemplo, mostre-lhe
uma figura com um menino a dormir e pergunte “O que está o menino a fazer?”.
Quando ela responder “A dormir.” diga “Certo. O menino está a dormir. O menino
dorme à noite”. Repita a palavra “noite” várias vezes em conjugação com a palavra
“dormir”. Repita este procedimento com as outras figuras mostrando as actividades
e conjugando-as com a localização temporal em que ocorrem. Repita várias vezes
as palavras “manhã”, “tarde”, “noite” para que se tornem bem claras. Depois
pergunte “Quando é que o menino dorme?” se ela hesitar, ajude-a com o som “N”.
À medida que ela evolui tente inverter a questão, “O que é que o menino faz à
noite?” para que ela responda “Dorme.”, sem ver a figura. Encoraje-a a pensar em
coisas que pode fazer durante o dia e a relacioná-las.

220- CONTAGEM
Desempenho verbal, vocabulário
Realização cognitiva, associação
Imitação verbal
Meta: Aumentar o vocabulário e o conceito de número
Objectivo: Contar sem ajuda
Material: Blocos de madeira
Procedimento:
Certifique se a Maria é capaz de imitar os sons dos números. Trabalhe com 5
blocos. Conte os blocos em voz alta e lentamente, movendo os blocos para um
grupo separado após dizer o número. Faça isto várias vezes e hesite antes de dizer
o último número para ver a reacção dela. Depois peça-lhe 3 blocos., quando ela lhe
der o número certo de blocos, conte-os em voz alta, não dizendo o último número
de cada grupo. Repita o procedimento várias vezes, mas de inicio peça-lhe que
identifique apenas o primeiro número. Gradualmente, peça-lhe que identifique os 2
últimos e vá aumentando a quantidade de números exigidos à medida que ela
melhora.

221 – NOMEAR CORES


Desempenho verbal, vocabulário
Realização cognitiva, linguagem expressiva
Meta: Desenvolver o uso de adjectivos descritivos e aumentar a compreensão das
cores
Objectivo: Nomear expressivamente as 4 cores primárias
Material Blocos coloridos (vermelho, amarelo, verde e azul)
Procedimento:
Sente-se na mesa em frente da Maria. Coloque os 4 blocos coloridos na mesa em
frente dela. Quando ela lhe responder correctamente 90% das vezes ao seu pedido
“Dá-me o bloco azul.” (actividade 182), comece a trabalhar o conhecimento
expressivo das cores. Enquanto faz a actividade vá repetindo os nomes das cores
frequentemente, falando de forma clara e audível. No decorrer da actividade aponte
para um dos blocos e pergunte “Que cor é esta?”. Ajude-a sussurrando o nome da
cor. Recompense-a imediatamente se ela fizer algum esforço para verbalizar a
palavra. Continue a actividade aumentando as oportunidades dela se exprimir
quanto às cores. Gradualmente vá envolvendo outras cores.

222 – RECONTAR O CONTO – I


Desempenho verbal, conversação
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Interacção social e individual
Meta: Incrementar as competências de expressão linguistica e memória
Objectivo: Relatar um conto recente, com ajuda mínima
Material: Televisão
Procedimento:
Utilize a televisão para verem um conto ou uma série do agrado da Maria, de
preferência qualquer coisa breve e simples. Depois de ela observar a série, faça-lhe
algumas questões simples acerca do que acabou de ver . Tente que ela lhe conte
toda a história. Por exemplo, se estiver a ver a Rua Sésamo pergunte: “O que é que
aconteceu ao Oscar?”. Depois de ela lhe responder pergunte novamente “E o que é
que aconteceu a seguir?”. Tente que ela fale o máximo acerca daquilo que viu e
aconteceu, isto vai permitir-lhe aprender a falar sobre coisas concretas e que lhe
interessam. Esta é uma actividade que pode ser repetida mesmo durante os
tempos de lazer, sem que ela sinta que está a ser forçada a “ trabalhar”.

223 – RECONTAR O CONTO – II


Desempenho verbal, conversação
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Aumentar as competências de conversação e competências sociais
Objectivo: Descrever 4 ou 5 características de uma figura, sem ajuda
Material: Um livro de contos infantis, simples
Procedimento:
Sente-se confortavelmente com a Maria de forma a que ela veja o livro claramente.
Mostre-lhe uma figura e tente que ela lhe explique o que aconteceu, com todos os
detalhes que ela conseguir. De inicio, provavelmente, terá que lhe direccionar a
atenção para as várias partes componentes da figura e relembrá-la para continuar a
descrever a figura, mas, gradualmente, ela poderá começar a fazê-lo sozinha. As
questões que poderá fazer devem ser do tipo:
“O que é que o menino tem vestido?”
“ Como é que ele se sente? Está triste ou contente?”
“Há animais no desenho?”

224- CONCEITO DE TEMPO


Desempenho verbal, expressão
Realização cognitiva. Linguagem receptiva
Meta: Aumentar o vocabulário e a compreensão dos conceitos de tempo
Objectivo: Usar adequadamente palavras como “ontem”, “hoje” e “amanhã”
Material: Uma folha de cartolina, marcadores, fotos representando acontecimentos
da rotina da Maria.
Procedimento:
Faça uma grelha representando os dias da semana. Use figuras para representar
as actividades que a Maria faz durante o dia, e explique-lhe o significado da grelha.
Comece por explicar aquilo que ela vai fazer hoje: “Olha, Maria, hoje vais para a
escola, vais comer esparguete ao jantar e ver televisão.”. Enfatize a palavra “hoje” e
peça-lhe para repetir o que vai fazer hoje. Pode deixar de fora uma outra actividade
e depois perguntar-lhe: “Que mais vais fazer hoje?. Depois de ela já ter assimilado
a noção de “hoje”, pode começar a trabalhar o “ontem“. Ande, na grelha, para trás
um dia e diga “Olha, Maria, ontem foste para a escola, comeste hambúrgueres ao
jantar e foste brincar para a rua.”. Enfatize bem o “ontem” e repita várias vezes.
Depois pergunte-lhe “Olha, Maria, o que é que fizeste ontem?”. Se ela se confundir,
remeta-a para a grelha. Quando ela tiver aprendido a usar as duas expressões,
repita o mesmo procedimento para “amanhã”.

225- DIAS DA SEMANA


Desempenho verbal, expressão
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Aumentar a linguagem expressiva e a compreensão dos conceitos de
tempo.
Objectivo: Nomear os dias da semana
Material: Grelha com os dias da semana.
Procedimento:
Quando a Maria já dominar o uso das expressões de “ontem”, “hoje” e amanhã”
adequadamente (actividade 224) comece a ensinar-lhe os nomes dos dias da
semana. Proceda do mesmo modo que fez para lhe ensinar as referidas
expressões, mas comece a incorporar os dias da semana. Por exemplo: “Olha,
Maria, hoje é segunda-feira e tu vais para a escola.”. Tente que ela repita o que
acabou de dizer. Depois repita o procedimento com a frase “Ontem foi domingo,
fomos ao jardim e jantámos pizza.”. Depois de ter isto bem treinado, faça questões
do tipo. “Ontem foi domingo. O que é que fizemos no domingo?”. Depois desta
actividade nomeie os 7 dias de semana por ordem e tente que ela os repita
consigo.
AUTONOMIA

Esta secção contém actividades que podem dinamizar a independência da criança com
autismo em relação ao ambiente. As áreas mais importantes mais importantes a desenvolver
nesta secção são a alimentação ,a utilização da casa de banho, a higiene e o vestuário. muito
do stress sentido pelos Pais e professores anda à volta dos objectivos a longo termo que têm
em conta estas sub-áreas, tão importantes para a independência da criança, que normalmente
tornam-se extremamente dependentes. Estas actividades devem ser incorporadas diariamente
numa rotina em casa e na escola. O número de actividades descritas nesta secção é simbólico
pelo facto de ser uma área que abarca um grande número de actividades, por isso terão de ser
alargadas para outras actividades de acordo com as necessidades de cada um, (ver
bibliografia. Muitas destas actividades foram desenvolvidas através da experiência com
crianças com atraso de desenvolvimento severo, elas podem ser adaptadas a crianças com
autismo uma vez que as suas dificuldades de aprendizagem sejam tomadas em conta.
As características específicas das crianças com autismo são:
1 – Uma forte preferência por certo tipo de comida, o que significa que se deve
aproveitar para ensinar os aspectos de autonomia na alimentação quando está a
ingerir os seus alimentos preferidos
2 – Aptidões pobres da linguagem impedem a professora de usar linguagem para
conduzir a criança. Os gestos claros e as demonstrações devem ser usadas para que
a criança entenda o que se pretende
3 – Uma forte necessidade de igualdade ou gosto por rotinas. Logo que uma rotina foi
ensinada, a criança pode ter dificuldades em generalizar para outras situações ou
contextos diferentes
4 – Utilização inadequada dos sentidos (Hipersensibilidade ou hiposensibilidade aos
estímulo). As respostas da criança a vários sabores ou cheiros, ao estar molhada, com
frio ou zangada ou com medo podem ser extraordinariamente fortes ou inexistentes
5 – Capacidade de atenção pobre (grande distractibilidade), que necessita de estrutura
e sinais visuais ou auditivos para a manterem atento.

As actividades apresentadas nesta secção foram escolhidas de modo a ilustrar técnicas


de ensino que têm em conta as características apontadas atrás. Também ilustra tarefas
concretas que são necessárias para capacitar a criança a aprender como generalizar de uma
situação para a outra. O nível de desenvolvimento das capacidades de autonomia pode não
estar adequadamente avaliado através do PEP; sendo assim importante verificar melhor quais
as capacidades de resposta da criança nesta área de funcionamento.

226 – COMER COMIDA COM OS DEDOS


Independência, alimentação
Motricidade fina, agarrar
Imitação, motricidade
Meta: Desenvolver aptidões autónomas na alimentação
Objectivo: Agarrar e comer alimentos que se comem com os dedos
Materiais: Alimentos de comer com os dedos tais como pão, cenouras cozidas, salsichas,
banana
Procedimento:
Sente a Maria numa cadeira alta e coloque alguma comida que sabe que ela gosta
à sua frente. Assegure-se de que ela está a olhar para si e lentamente pegue numa
peça de comida e oriente-a para a sua boca. Faça gestos exagerados de modo a
demonstrar que a comida é muito boa, indicando à Maria que ela deve fazer o
mesmo. Se ela não imita ou brinca com a comida, oriente-lhe a mão ao mesmo
tempo que usa a outra para que ela tenha um modelo para imitar. Lembre-se de
fazer movimentos deliberados e tente manter a atenção dela focada nas suas
mãos. Elogie-a de cada vez que ela come, mesmo com a sua ajuda. Tente
descobrir qual a comida que ela gosta mais e qual a que recusa sempre. A tarefa
torna-se mais simples se houver comida que ela aprecia bastante. À medida que
aumentam as suas capacidades de motricidade fina, vá reduzindo
progressivamente o tamanho das peças da comida.

227 – BEBER POR UM COPO DE ÁGUA


Independência, alimentação
Meta: Beber por um copo
Objectivo: Manter o copo com as duas mãos e levá-lo à boca.
Materiais: Copo de plástico, sumo favorito
Procedimento
Maria bebe quando você lhe pega no copo, mas não segurará o copo sozinha.
ela detesta qualquer mudança. Por isso temos que fazer essa mudança
progressivamente e só assim ela aceitará a mudança sem ficar perturbada. Use os
seguintes passos, mudando para uma nova etapa sempre que veja que ela aceita a
mudança seguinte:
1 –Sente-se perto da Maria, segure o copo nas suas mãos e leve-o à sua
boca
2 – Perto da Maria, coloque as mãos dela no copo com as suas por cima e
leve-a a levar o copo à boca
3 – Faça o mesmo que em 2, mas agora segure-lhe nos pulsos firmemente
4 – Agarre-lhe nos pulsos ao de leve, o suficiente para lhe dar confiança, mas
deixando que os músculos da Maria trabalhem para segurar o copo
5 – Reduza a ajuda a um toque no braço para que a Maria recorde o que
fazer.

228 – COMER COM A COLHER


Independência, alimentação
Motricidade fina, agarrar
Meta: Desenvolver aptidões autónomas na alimentação
Objectivo: Comer usando a colher sem derramar excessivamente
Materiais: Colher
Procedimento:
Depois da Maria ter aprendido como apanhar substâncias e mantê-las na colher
(actividade 98) pode começar a usar a colher para comer de forma independente.
Enquanto ela está a aprender a comer com a colher, use a comida que ela mais
aprecia e que seja fácil de apanhar com a colher e mantê-la fixa na mesma, como
por exemplo: papa de aveia espessa, puré de batata, pudim, geleia, etc. Coloque-
lhe a colher na mão mantendo suavemente a sua mão na da Maria e oriente-a ate à
comida e, devagar, direccione-a para a boca dela. Elogie-a logo que ela apanhe
uma colherada com comida e, progressivamente, reduza o seu controle:
começando por aliviar a sua pressão nas mãos dela e depois passe para os pulsos,
mais tarde para os braços e finalmente retire-lhe a ajuda. Repita o procedimento
com diferentes comidas até que ela consiga manobrar a colher e comer sem ajuda.

229 – USO ADEQUADO DA COLHER


Autonomia, alimentação
Motricidade fina, manipulação
Independência social
Meta: Incrementar as competências de autonomia e maneiras à mesa
Objectivo: Comer com uma colher de forma adequada e independente
Material: Uma colher
Procedimento:
Tente que a todas as refeições não haja alimentos fáceis de comer com os dedos.
Sente a Maria em frente da mesa e chame a sua atenção para a colher “Olha,
Maria, vamos comer com a colher.”. Depois coloque o prato em frente dela,
coloque-lhe a colher na mão e guie com a sua mão as primeiras tentativas e diga “
Estamos a comer com a colher”. Gradualmente reduza a ajuda até que ela consiga
controlar a colher. Se ela tentar usar os dedos, retire o prato para o centro da mesa
e diga “Não, estamos a comer com a colher.”. Demonstre outra vez e, lentamente,
levando à boca a sua colher. Coloque novamente o prato em frente da Maria e
coloque-lhe a colher na mão. Se ela voltar a colocar os dedos, retire-lhe o prato .
Sempre que ela tentar colocar os dedos retire o prato da frente por um minuto, e
demonstre novamente o uso da colher, depois coloque-lhe o prato à frente e a
colher na mão. Este procedimento vai ensinar-lhe que se quiser comer, terá que
fazê-lo com a colher. É importante usar comida que ela goste. Para melhores
resultados não se deve permitir que ela petisque entre as refeições. Este programa
deve ser aplicado de forma consistente. Se ela for autorizado a comer uma vez com
os dedos e outra com a colher, poderá ficar frustrada e confusa. Toda a refeição
deve assim ser composta por alimentos que tenham de ser comidos com colher,
para que a aprendizagem seja mais consistente.

230 – BEBER POR UM COPO


Autonomia, alimentação
Motricidade fina, manipulação
Imitação, motricidade
Meta: Desenvolver competências de autonomia e independência
Objectivo: Beber por um copo usando as duas mãos, sem entornar.
Material: Um copo inquebrável
Procedimento:
Sente a Maria numa mesa e sente-se em frente dela. Dê-lhe um copo e deixe-a
brincar com ele alguns segundos, para se habituar a ele. Depois pegue no copo e
mostre-lhe como agarrar com as duas mãos. Coloque-lhe as duas mãos no copo,
adequadamente e elogie-a por agarrar bem. Lentamente leve-lhe o copo à boca e
volte a colocá-lo na mesa. Repita o gesto. Quando a Maria se sentir confortável a
pegar no copo, coloque-lhe uma pequena porção de liquido. Guie as mãos da Maria
até ao copo, para o agarrar e guie lentamente o copo à boca. Diga “Bebe.” e incline
lentamente o copo para que beba uma pequena porção de liquido, se for um liquido
que ela goste ela vai abrir os lábios. Depois coloque novamente o copo na mesa.
Leve lentamente o copo aos lábios da Maria e diga: “Bebe.”. Coloque novamente o
copo na mesa. Gradualmente diminua a ajuda e incite-a a pegar sozinha no copo
para beber. No inicio, provavelmente, ela vai entornar alguns pingos de bebida, não
pare a meio da actividade para limpar, isso poderá perturbar a aprendizagem. A
Maria necessita de uma ordem contínua por forma a aprender a rotina
adequadamente.
231 – DESCALÇAR MEIAS
Autonomia, vestir
Motricidade fina, manipulação
Meta: Despir-se de forma independente
Objectivo: Descalçar as meias sozinha
Material: Uma meia larga, uma garrafa.
Procedimento:
Comece por usar uma meia de homem, grande e uma garrafa de plástico.
certifique-se de que a Maria está a olhar para si e coloque dentro da garrafa alguns
reforços (amendoim ou um doce) e coloque a tampa pouco apertada. Coloque
lentamente a meia no topo da garrafa (ver actividade 103) . Pegue na mão da
Maria e ajude-a a tirar a meia na garrafa. Depois ajude-a a ver a surpresa. Repita o
procedimento até que ela consiga fazê-lo sozinha e sem ajuda. Quando o conseguir
coloque a mesma meia no pé. Certifique-se de que ela está bem sentada e
equilibrada. Ajude-a a retirar a meia. Repita a actividade algumas vezes com a meia
grande, quando ela estiver habituada à actividade tente que o faça com uma meia
da sua medida. Comece por pedir-lhe para colocar a meia na garrafa.
Gradualmente coloque a meia no pé e tente que ela a retire. Ajude-a se precisar e
não deixe que ela se sinta frustrada.

231 – COMER COM UM GARFO


Autonomia, alimentação
Motricidade fina, manipulação
Meta: Incrementar as capacidades de autonomia
Objectivo: Comer com um garfo
Material: Um garfo de plástico
Procedimento:
Depois da Maria ter aprendido a comer com a colher, introduza gradualmente o
garfo. Tente usar um garfo de plástico resistente. Use comida que seja facilmente
comestível com o garfo e que a Maria goste. Mostre-lhe como deve pegar no garfo
e demonstre como deve levá-lo à boca. Depois coloque-lhe o garfo na mão e cubra-
a com a sua, guie lentamente o garfo à boca e novamente para a mesa. Repita o
procedimento várias vezes, alternando entre a sua boca e a dela. Quando ela
estiver habituada à tarefa coloque pequenos pedaços de comer num prato. Reforce
o facto de ela agarrar no garfo e guie-a até aos pedaços de comer, para picar um.
Vá demonstrando com o seu garfo. Certifique-se de que ela está a olhar para si
quando leva o seu garfo à boca. Reforce o facto dela ter pegado com comer e
depois encaminhe-a para a boca e diga “Come, Maria.” e deixe lentamente o comer
na boca dela. Reforce-a. Continue o procedimento por mais algum tempo,
reduzindo a ajuda. Use sempre comeres que ela goste.

233 – DISTINGUIR COMESTÍVEL DE NÃO COMESTÍVEL


Autonomia, alimentação
Desempenho cognitivo, categorização
Desempenho cognitivo, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver as capacidades de autonomia
Objectivo: Distinguir substâncias comestíveis de não comestíveis sem ajuda
Materiais: Comida, substâncias não comestíveis (não tóxicas) por exemplo, objectos,
cubos, pedras, contas.
Procedimento:
Sente-se com a Maria à mesa. Em frente dela, coloque um pedaço de comida em
cima da mesa e um objecto não comestível, por exemplo: uma pedra e um bocado
de chocolate. Diga: “Come.” e faça o gesto para que coma um dos objectos que
estão na mesa. Se ela escolher a pedra, segure-lhe na mão e dirija-lhe a atenção
para a pedra, diga “Não é para comer.”. Depois dirija-lhe a mão para o chocolate e
diga “Para comer.”. Reforce-a por comer o correcto. Remova rapidamente a pedra
e substitua por outro par de itens. Repita o procedimento variando os itens,
tentando incorporar os mais variados objectos. Lembre-se de reforçar sempre que
ela escolher os itens correctamente.

234 – VESTIR: CAMISOLA


Autonomia, vestir
Meta: Vestir-se sozinha
Objectivo: Vestir uma camisola ou T-shirt sem ajuda
Material: Camisola ou T- shirt
Procedimento:
Repita o seguinte procedimento de cada vez que ajudar a Maria a vestir uma
camisola. Coloque o braço esquerdo na manga esquerda e coloque a manga direita
sobre o ombro direito. Diga “Maria, veste camisola.”. Guie-lhe o braço direito pela
manga. Elogie-a imediatamente. Repita este passo simples, muitas vezes,
reduzindo gradualmente a sua ajuda até que ela consiga colocar o braço na manga
correcta estando o outro braço previamente colocado. Somente quando ela
conseguir completar com sucesso este passo sem a sua ajuda, deve tentar o
próximo passo. Mostre-lhe como colocar a camisola aberta e como meter o braço
através da 1ª manga. Assegure-se que lhe mostra como segurar a camisola aberta
da mesma forma de todas as vezes que inicia esta actividade. A seguir, coloque a
manga sobre o ombro e proceda como anteriormente. Quando ela estiver habituada
a desempenhar os dois passos com as duas mangas, hesite antes de colocar a 2ª
manga sobre o ombro, com o intuito de verificar se ela localiza por si a 2ª manga.
Lembre-se de dizer “Maria, veste camisola.” de todas as vezes que inicia esta
actividade. Reduza gradualmente a sua ajuda até que lhe consiga dizer
simplesmente “Maria, veste camisola.” e induzi-la a começar, se necessário. É
provável que demore bastante tempo antes dela conseguir aprender a posicionar a
camisola de forma apropriada antes de começar a vesti-la.

235 – VESTIR: CALÇAS


Autonomia, vestir
Meta: Vestir-se sozinha
Objectivo: Vestir calças sem ajuda
Material: Calças
Procedimento:
Quando estiver a vestir a Maria enfie-lhe as calças até ás ancas e tente que ela as
puxe para cima. Coloque-lhe as mãos no cós das calças, com a sua ajuda e diga:
“Puxa as calças.”. Reforce o esforço que ela fizer. Repita o procedimento até sentir
que ela está a puxar sozinha. Gradualmente vá retirando a sua ajuda até que ela as
puxe sozinha. Quando ela conseguir puxar as calças acima dos joelhos, tente que
as puxe desde os tornozelos. Para executar este passo a Maria terá que se dobrar
mais. Faça-o lentamente parar que ela perceba como fazer. Certifique-se de que só
avança para outro passo depois de consolidar o anterior . diga de cada vez “Maria,
puxa as calças.”. Quando ela já conseguir puxar as calças sozinha., comece a
tentar que ela as coloque nós pés correctamente. Comece por lhe ensinar como
deve fazer. Sente-o numa cadeira e coloque-lhe as calças na frente na posição
correcta. Diga “Maria, veste as calças.”. Guie-lhe as mãos para que enfie os pés
nas calças. Repita o procedimento várias vezes. No inicio vai ter que a ajudar a
encontrar a parte da frente das calças e certifique-se sempre que ela tem um pé em
cada perna antes de as puxar para cima. Reforce-a sempre que execute um passo
e gradualmente vá retirando a sua ajuda. Mostre-lhe sempre as calças da mesma
forma para que ela aprenda a ver qual o lado da frente.

236 – CONTROLO DE ESFÍNCTERES


Autonomia, higiene
Meta: Incrementar a higiene pessoal
Objectivo:. Usar a casa de banho de um modo adequado e independente.
Material: Casa de banho
Procedimento:
Linhas gerais:
Neste treino o factor mais importante é a manutenção de uma atitude positiva.
Qualquer mostra de desagrado, negativismo ou desaprovação pode ser sentida
pela Maria. Ensine esta actividade da mesma forma que tem ensinado outras. Dê-
lhe regularmente reforços e use uma linguagem simples, como “xixi”, “molhada”,
“seca”. Reforce-a de uma forma agradável sempre que ela tiver sucesso.
Normalmente é mais eficaz dar um reforço positivo após o sucesso de uma tarefa
do que mostrar reprovação após um incidente. Dispa-lhe a roupa apenas na casa
de banho e sempre que ocorrer um incidente só lhe mude a roupa na casa de
banho. Isto permite-lhe associar os acidentes à casa de banho.
Procedimentos específicos:
Leve a Maria à casa de banho de hora a hora cerca de 5 minutos de cada vez.
Certifique-se de que ela está calmo e descontraído sem se mostrar descontente.
De início fique com ela. Tenha qualquer coisa à mão na casa de banho, para
reforçar sempre que fizer na sanita (ou bacio). Após passarem os 5 minutos retire-o
da sanita, mas se não fez a necessidade não lhe dê o reforço. Escreva a hora de
cada ida à casa de banho e dos acidentes para descobrir o horário natural das
necessidades. Tenha o cuidado especial de o colocar na sanita assim que ela
acorda de manhã, depois das refeições, antes de sair para a rua e antes de ir para
a cama. Registe os resultados sempre que o colocar na sanita. Mostre-lhe os
resultados colocando uma estrela dourada nas situações em que ela teve sucesso,
para que ela compreenda que está satisfeita.

237 – PASSAR-SE POR ÁGUA, NO BANHO


Autonomia, lavar-se
Motricidade fina, manipulação
Meta: Lavar-se sozinha
Objectivo: enxaguar-se da espuma de sabonete com uma esponja molhada.
Material: Sabonete e esponja
Procedimento:
Quando estiver a dar banho à Maria ensaboe bem os braços até fazer muita
espuma. Dirija-lhe a atenção para as bolinhas de espuma, dê-lhe a esponja para a
mão e guie-o para a água. Depois diga, “Enxagua o braço.” (tira a espuma) e ajude-
a a espremer a esponja para o braço. Repita o procedimento para outras partes do
corpo sempre que lhe der banho. Quando sentir que ela já consegue fazer a tarefa
sozinha, vá reduzindo a ajuda. Quando ela terminar de se enxaguar, diga: “Já
está.”. Depois ensine-lhe a espremer a esponja e a deixá-la na saboneteira. Isto é
importante porque não só fortalece as mãos como também permite que ela
compreenda o estabelecimento da rotina e o fim da tarefa.

238 – ABOTOAR – I
Autonomia, vestir
Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Meta: Vestir-se sozinha e aumentar a coordenação motora.
Objectivo: Enfiar um botão grande na casa (num quadro de treino de abotoar)
Material: Cartão um botão e tecido
Procedimento:
Construa um quadro de abotoar colando um cartão a meio do tecido, pregando o
botão num extremo e fazendo uma casa no outro (ver figura). Coloque-se por
detrás da Maria com o quadro em cima da mesa diante dela. Pegue-lhe nas mãos
e guie-o para o botão. Direccione a sua atenção para o botão e para a casa. Ajude-
a para que agarre o botão e o coloque na casa. Ajude-a a puxá-lo com o polegar e
o dedo indicador. Diga “Puxa.”. Reforce-a por qualquer esforço que faça. Repita o
procedimento tantas vezes quantas as necessárias para que aprenda e refira
sempre “Puxa”. De inicio ela vai precisar de muita ajuda para compreender como
puxar o botão, guie-lhe as mãos até que compreenda. Quando sentir que ela já é
capaz de o fazer sem ajuda, use um bocado de tecido com mais do que um botão.

239 – ABOTOAR – II
Autonomia, vestir
Motricidade fina, coordenação das duas mão
Motricidade fina, agarrar
Meta: Vestir-se sozinha e incrementar a coordenação motora.
Objectivo: Apertar e desapertar botões de uma camisa ou camisola
Material: Camisa ou camisola de botões grandes
Procedimento:
Tente trabalhar com uma camisa de botões grandes, que se apertem e desapertem
facilmente. Quando a Maria já apertar os botões do quadro de abotoar (actividade
238), mostre-lhe como abotoar numa camisola. Quando ela estiver a usar a
camisola, guie-lhe as mãos para os botões. Tente que ela segure uma parte da
camisola enquanto empurra o botão para a casa. diga “Puxa.” para que ela puxe o
botão com o dedo indicador e o polegar. Reforce-a imediatamente e repita o
procedimento com os outros botões. Depois de repetir várias vezes, tente
gradualmente retirar a ajuda. Será mais fácil de aprender se começar por apertar e
desapertar a partir de baixo.

240 – DEITAR LÍQUIDO NUM COPO


Autonomia, alimentação
Motricidade fina, manipulação
Meta: Aumentar as competências de alimentação e controlo da motricidade fina.
Objectivo: Deitar líquidos de um jarro para depósitos mais pequenos sem ajuda e sem
entornar.
Material: Jarro de plástico pequeno, copos de plástico transparentes, corantes
alimentares.
Procedimento:
Coloque alguma água no jarro e junte-lhe algumas gotas de corante alimentar.
tenha o cuidado de ver se o jarro não está demasiado cheio e se torna difícil de
controlar. Coloque 2 copos de plástico transparente em cima da mesa e faça-lhes
uma marca com marcador para que ela veja até onde deve colocar o liquido. Ajude-
a a pegar no jarro e a direccioná-lo para os copos, depois diga “Deita.” e ajude-a a
deitar o liquido no copo. Quando se aproximar da linha desenhada diga “Pára.” e
puxe-lhe a mão para trás gentilmente. Reforce-a imediatamente. Repita a
actividade as vezes que achar necessárias para que ela consiga colocar liquido
nos copos sem salpicar excessivamente, vá diminuindo a sua ajuda física e verbal
para que aprenda quando deve parar. A partir do momento em que ela conseguir
fazer a tarefa sozinha, permita-lhe que deite os líquidos nos copos em todas as
oportunidades que surgirem , quer para si próprio, quer para o resto da família.

241 – LAVAR OS DENTES


Autonomia, higiene
Motricidade fina,manipulação
Meta: Desenvolver hábitos de higiene pessoal.
Objectivo: Lavar os dentes sozinha
Material: Escova de dentes, paste de dentes.
Procedimento:
Coloque a Maria em frente do espelho e faça-o olhar para o seu reflexo enquanto
lava os dentes. Depois tente que ela agarre na escova de dentes enquanto lhe põe
a pasta de dentes. Fique atrás dela, olhe para o espelho e guie-lhe a mão com a
escova para a boca, muito devagar. Tente que ela vá movendo a escova muito
lentamente para cima e para baixo contra os dentes. Gradualmente vá retirando a
sua ajuda quando lhe parecer que ela está a fazer os movimentos de cima e baixo
sozinha. De inicio poderá ser boa ideia colocar um pouco de pasta de dentes noa
ponta do dedo e massajar lentamente as gengivas para o sensibilizar do uso da
pasta. Certifique-se de que a escova tem sedas suaves e de que ela não esfrega os
dentes com muita força. De inicio provavelmente ela só vai permitir uma ou duas
escovadelas, mas gradualmente vá tentando aumentar o numero de escovadelas e
a área lavada.

242- VESTIR-SE SOZINHA


Autonomia; vestir-se
Socialização, independência
Meta: Vestir-se rapidamente e sozinha
Objectivo: Acordar com o despertador e vestir-se totalmente e sozinha num determinado
período de tempo.
Material: Despertador

Procedimento:
Comece por ajudar a Maria a escolher aquilo que ela quer vestir no dia seguinte,
antes dela ir para a cama. Deixe todas as peças de roupa necessárias num
determinado local para que seja fácil de encontrar. Mostre-lhe o relógio
despertador. Ensine-lhe como desligar o despertador. Nas primeiras manhãs ajude-
a a levantar-se da cama e a desligar o despertador, antes de continuar com o resto
do programa. Quando tiver a certeza de que ela já é capaz de desligá-lo sozinha,
mostre-lhe o relógio e diga-lhe que terá que estar completamente vestido quando o
ponteiro chegar ao sinal desenhado para receber uma surpresa(mostre-lhe onde
assinalou). Mantenha-se no quarto mas apenas ajude se sentir que ela está
confusa ou frustrada. Elogie sempre o esforço que ela faz e reforce-a com qualquer
coisa que ela goste especialmente sempre que ela terminar de se vestir a tempo.

243 – PREPARAR UM LANCHE


Motricidade fina, manipulação
Socialização, independência
Meta: Incrementar capacidades de se alimentar sozinha
Objectivo: Preparar um pequeno lanche sozinha
Material: Comida para um pequeno lanche e os utensílios de cozinha necessários
Procedimento:
Planeie um lanche simples para que a Maria o prepare para si próprio a meio da
tarde, quando chega da escola. Por exemplo: pão com manteiga, ou bolachas com
doce, cereais com leite, pudim instantâneo, etc. Use a sua imaginação e os gostos
da Maria para escolher os lanches. Assegure-se de que ela é capaz de fazer todas
as tarefas que envolvem cada lanche. Se implicarem ingredientes com medidas
diferentes, deixe-os já preparados em caixinhas separadas. Primeiro guie os
passos da Maria em cada lanche, quando sentir que já o poderá fazer sozinha, dê-
lhe liberdade de escolha para comer o que lhe apetecer e como fazê-lo. Tente
variar os lanches, para que ela aprenda uma série de acções ao mesmo tempo, Por
exemplo: cortar, barrar, tirar açúcar ou farinha com a colher, mexer o leite, deitar
leite num copo ou taça, etc.

244 – TOMAR BANHO SOZINHA


Autonomia, higiene
Desempenho verbal, vocabulário
Meta: Tomar banho ou duche sozinha sem precisar de ajuda
Objectivo: Regular a temperatura da água
Material: Fita vermelha e azul
Procedimento:
Antes de deixar a Maria brincar com as torneiras do duche ensine-lhe como
controlar a temperatura da água usando as torneiras misturadoras. Coloque uma
marca vermelha bem visível na torneira de água quente. Diga-lhe que isso significa
quente. Depois deixe a água correr na mão dela até ficar quente, mas não
demasiado. Diga “Está morna, está boa.” Depois deixe correr até estar demasiado
quente para ela poder usar, passe a mão muito rapidamente pela água (cuidado
para não estar demasiado quente) e diga “Oh! Está tão quente.”. Mostre uma
expressão de desagrado para que ela perceba. Agora ponha a marca azul na
torneira da água fria e ensine-lhe como usar esta torneira. Ensine-lhe a rodar as
duas torneiras lentamente e a experimentar a temperatura da água. Quando ela
conseguir regular a temperatura correctamente peça-lhe apenas que a chame ,
antes dela tomar banho, para verificar se está realmente correcta e depois poderá
deixá-la tomar banho sozinha.
SOCIALIZAÇÃO

O comportamento social pertence à categoria de ensino mais generalizada


neste manual, já que qualquer aumento da linguagem, capacidades e diminuição de
problemas de comportamento têm um efeito positivo no comportamento social da
criança. Em geral, o comportamento social inclui o estabelecimento de
comportamentos sociais positivos e a diminuição das peculiaridades do autismo e dos
problemas de comportamento. Embora as capacidades sociais coincidam com todas as
outras áreas funcionais, elas são tratadas separadamente. Esta secção foca-se no
aumento de capacidades sociais, enquanto que a secção seguinte se focaliza em
reduzir os comportamentos negativos ou disruptivos. Apesar das crianças com autismo
conseguirem memorizar e mecanizar alguns comportamentos sociais de cortesia, a
ênfase desta secção está no iniciar o contacto social e no prazer dos jogos de
interacção social. Porque a consciência social não é compreendida instintivamente, e
no autismo é até uma área deficitária, a interacção social e as capacidades do jogo
social têm de ser ensinadas. Nos níveis mais altos das capacidades sociais incluem-se
actividades de autocontrole necessárias para seguir regras sociais comuns, tal como o
respeitar a sua vez e a propriedade dos outros. Estas actividades ensinam novas
capacidades e conceitos que promovem o comportamento social adequado.
245 – JOGO DIVERTIDO
Socialização, interacção individual
Desempenho verbal, vocalização
Imitação, vocal
Meta: Melhorar a interacção social e a tolerância ao contacto físico
Objectivo: Aumentar o divertimento com interacção física limitada
Material: Nenhum
Procedimento:
Tente envolver a Maria em pequenos períodos de contacto físico, com frequência.
Use muita vocalização para tentar que ela imite os sons que vai fazendo. Utilize
sons simples como “Eia.” ou “Uau.”. Se ela mantém um contacto limitado, continue
a actividade falando lenta e calmamente para ela. À medida que ela estiver mais
relaxada tente levantá-la muito lentamente, mas com cuidado para ela não se
assustar. Por exemplo pode começar por tentar levantá-la ou balançá-la apenas
uma vez em cada sessão, contudo, a sessão pode ser repetida várias vezes no
mesmo dia. Gradualmente aumente o tempo que ela tolera a presença e o contacto
físico. Há medida que a sentir relaxada pode aumentar para duas vezes em cada
sessão. Desta forma irá aumentar a aceitação da interacção física.

246 – CÓCEGAS
Socialização, interacção individual
Meta: Incrementar a interacção social e o divertimento, com contacto físico
Objectivo: Reagir adequada e amigavelmente ao contacto físico
Material: Boneco
Procedimento:
Sente-se com a Maria na cama ou numa manta. Pegue no boneco e diga: “Olha,
Maria.” Tente chamar-lhe a atenção para o animal, se necessário passando com
ele no seu campo de visão. Use o boneco para tocar na Maria, muito
carinhosamente, fazendo-lhe cócegas. Certifique-se de que não está a ser
demasiado intrusiva. Quando lhe tocar sorria e sussurre algumas palavras
agradáveis. De início faça-o por pequenos períodos. Há medida que a tolerância da
Maria aumentar, aumente a quantidade de cócegas. Páre de lhe fazer cócegas
para ver se ela faz algum tipo de movimento que indique que quer continuar.
Continue a actividade enquanto ela mostrar prazer nela.

247 – ESCONDE - ESCONDE


Socialização, interacção individual
Meta: Incrementar a interacção e o contacto visual
Objectivo: Manter o contacto visual pelo menos durante 3 segundos e ter prazer em jogos
de interacção social.
Material: Uma toalha
Procedimento:
Sente-se em frente da Maria com os joelhos dela junto aos seus. Segure a toalha
entre vocês para que ela não a possa ver. Pergunte “Onde está a Maria?” e levante
lentamente a toalha para que ela veja os seus olhos. Diga ”Cu-cu.” e faça-lhe
cócegas rapidamente, cuidado para não o assustar. Repita a actividade várias
vezes. Veja se ela olha para ver se os seus olhos aparecem por trás da toalha. Veja
também se ela começa a antecipar a rotina. Ponha a toalha em cima da sua cabeça
e retire-a lentamente. Depois coloque-a na cabeça dela e repita a actividade.
Lembre-se de lhe fazer cócegas quando ela olhar para si. Veja se ela começa a
pedir cócegas, olhando para si. Gradualmente vá aumentando o tempo entre ela
olhar para si e fazer-lhe cócegas, para aumentar o contacto visual, pelo menos para
3 segundos.

248 – CAVALO DE BALOIÇO


Socialização, interacção individual
Motricidade global
Meta: Incrementar a interacção social e aprender a brincar calmamente
Objectivo: Andar no cavalo de baloiço pelo menos 2 a 3 minutos
Material: Um cavalo de baloiço
Procedimento:
Coloque a Maria no cavalo de baloiço por alguns minutos. Sorria e sussurre-lhe
suavemente, por exemplo, “Tlin-tlão, tlim-tlão.”. Gradualmente reduza a ajuda à
medida que ela baloiçar o cavalo sozinha. Se ela ficar excitada e começar a andar
muito depressa, segure-o e sussurre-lhe novamente. Tente que ela ande no cavalo
com a sua cadência/ritmo. Se ela continuar excitada retire-a do cavalo e continue a
sorrir e a sussurrar para que ela acalme. Depois coloque-a novamente no baloiço e
controle a velocidade.

249 – DAR UM BEIJO


Socialização, interacção individual
Motricidade global
Meta: Dar um beijo quando solicitada
Objectivo: Tocar com a boca na face do adulto
Material: Nenhum
Procedimento:
Mesmo que a Maria não goste muito de ser tocada ou de receber carinho, abraços
ou beijos, ela pode aprender a dar um beijo se for ensinada e recompensada por
isso. Depois de ela ter aprendido a dar-lhe um beijo e apresentar menos medo da
proximidade física, pode pedir-lhe que dê “um beijo” ao pai, à avó, ao irmão, etc. No
fim da tarefa, diga-lhe que terminou (use um sinal). Depois vire-a para si e diga “
Dá-me um beijinho.” e toque-lhe na face com o sua mão. Chegue-lhe a sua cara
para que os lábios dela lhe toquem na face. Depois reforce-a imediatamente e leve-
a para brincar. Faça esta actividade diariamente para que não tenha que a trazer
até si, mas que ela venha ter consigo quando lhe pede o beijo. Uma vez que a
rotina esteja adquirida, tente afastar um pouco a sua face por forma a que ela tenha
que fazer algum esforço para lhe dar o beijo. Depois explique a rotina aos pais e
tente que eles lhe peçam o mesmo. Ajude-a a responder-lhes se necessário.
Certifique-se de que agradece e reforça o esforço realizado por ela. Deixe-a ir
embora se começar a manifestar desagrado.

250 – BRINCAR COM O CAMIÃO


Socialização, interacção individual
Motricidade global, braço
Meta: Estimular a interacção e desenvolver actividades de jogo
Objectivo: Empurrar para a frente e para trás um camião, com ajuda
Material: Camião de brincar e reforços comestíveis
Procedimento:
Sente-se com a Maria no chão, com alguma distância de intervalo entre as duas.
Diga “Olha, Maria, um camião.” e empurre o camião para ela com um alimento que
ela goste em cima. Certifique-se de que ela está a olhar para si para a ver colocar a
recompensa. Encoraje-a a empurrar o camião outra vez para si, depois de tirar a
recompensa. De inicio poderá ser necessário estar outra pessoa ao lado da Maria
para a ajudar a retirar a recompensa e a empurrar o camião de volta. Use a palavra
“camião” várias vezes para que ela se vá habituando a ela. Continue a actividade
enquanto a Maria se mostrar interessada.

251 – AJUDAR OS OUTROS


Socialização, interacção individual
Motricidade global
Meta: Compreender o que a outra pessoa quer
Objectivo: Colocar os restos de comer no lixo, quando lhe é pedido
Material: Guardanapos e pratos com restos de comida
Procedimento:
Peça à família da Maria para a ajudar nesta actividade após as refeições. No fim da
refeição, ajude-a a retirar os restos do prato (certifique-se de é capaz de o fazer
sem causar problemas). Leve-a até aos guardanapos das outras pessoas, um de
cada vez, e peça que cada membro da família pegue nele e diga “Maria, por favor,
deita fora.” e depois agradeça. Peça à família para demonstrar que gosta da ajuda
que a Maria está a dar e demonstre que ela está a fazer qualquer coisa para eles.
Encoraje também a Maria a olhar para as pessoas à medida que pega no
guardanapo. Isto pode ser feito se segurarem o guardanapo até que ela olhe para
eles. Depois diga “Obrigado.”. Quando a Maria for capaz de realizar esta rotina a
todas as refeições, generalize pedindo-lhe que deite fora coisas, periodicamente
durante o dia. Certifique-se de que as suas orientações são claras e concisas e de
que ela sabe onde está o balde do lixo.

252 – ESCONDIDAS
Socialização, interacção individual
Socialização, independência
Motricidade fina, corpo
Desempenho cognitivo, linguagem receptiva
Meta: Ter consciência de que está escondida dos outros, incrementar o desejo de
procura e de interacção com os outros
Objectivo: Esconder-se de uma pessoa e depois procurar por outra que está escondida
Material: Nenhum
Procedimento:
Comece a actividade ensinando a Maria a esconder-se. Terá que ter outra pessoa
na sala, o pai ou um colega. Pegue na mão da Maria e diga “Esconde-te do pai.”
Leve-a para trás da porta, de uma cadeira ou para debaixo da mesa. Ensine-lhe
apenas 3 locais diferentes onde se possa esconder. Durante a actividade, repita a
ordem: “Esconde-te.”. Depois ajude-a a esconder-se num dos locais anteriormente
ensinadas. Peça à outra pessoa para perguntar, “Onde está a Maria?”. Depois
ajude a Maria a aparecer e a levantar o braço para dizer onde está . A outra pessoa
deve correr para ela e dar-lhe um grande abraço. Depois dela aprender como se
esconder e mostrar quando é chamada, faça com que a outra pessoa se esconda
num dos 3 locais anteriores e ajude a Maria a procurá-la quando perguntar “Onde
está a …?”. À medida que ela for entendendo a actividade , encoraje-a a esconder-
se onde quiser e sem ajuda.

253 – BRINCAR COM UMA BONECA


Socialização, interacção individual
Imitação, Motricidade
Meta: Aumentar as capacidades de interacção e desenvolver capacidades de brincar.
Objectivo: Desenvolver uma rotina de 3 ou 4 passos na interacção com uma boneca.
Material: Boneca, escova de cabelo, luva para higiene.
Procedimento:
Tente que a Maria interaja com a boneca tal como você interage com ela.
Estabeleça rotinas para ela realizar com a boneca, semelhantes às suas próprias
rotinas. Por exemplo, quando vai deitar a Maria, faça com que ela vá deitar também
a boneca. Após lavar a cara à Maria, faça com que ela lave a cara da boneca com
a luva. Depois penteie o cabelo dela e faça com que penteie o da boneca também .
Depois leve-a a colocar a boneca na cama ou numa caixa e a tapá-la com uma
toalha. Use a sua imaginação para enriquecer as rotinas que vão permitir à Maria
aprender a interagir com a boneca tal como você interage com ela. Tente que ela
se sinta responsável pelos cuidados a dispensar à boneca, tal como você se sente
por ela.

254 – JOGOS COOPERATIVOS COM CUBOS


Socialização, interacção individual
Integração óculo-manual, controlo
Desempenho cognitivo, sequencialização
Meta: Incrementar as sequências interactivas e desenvolver o conceito de torre com a
professora
Objectivo: Alternar a colocação de cubos numa torre, com a professora
Material: Cubos
Procedimento:
Sente-se em frente da Maria numa mesa ou no chão. Coloque 3 cubos em frente
de cada uma. Aponte para os cubos e diga “ Põe aqui um.” e aponte para o topo do
cubo que já colocou. Guie a mão da Maria para colocar o segundo cubo, se
necessário. Após ela colocar o cubo, volte a colocar um dos seus em cima do que
ela colocou. Depois aponte para os que ainda restam à Maria e diga “Põe aqui
um.”. Repita o procedimento até colocarem todos os cubos na sequência correcta.
Depois de ela perceber a sequência, abandone as pistas verbais e a ajuda física e
aguarde para ver se ela antecipa a sua vez.

255 – INTERAGIR COM FANTOCHES


Socialização, interacção individual
Desempenho verbal, conversação (opcional)
Meta: Aumentar a interacção social, as capacidades de jogo imaginativo e habilidades
de conversação (opcional)
Objectivo: Usar apropriadamente o seu fantoche para interagir com o fantoche de outra
pessoa
Material: 2 fantoches
Procedimento:
Coloque um dos fantoches na sua mão e use-o para brincar com a Maria. Faça-lhe
cócegas com o fantoche e represente uma conversação social simples utilizando
uma voz falsa (característica dos fantoches). Encoraje-a a responder ao boneco de
forma apropriada. Tente que ela olhe para o fantoche e não para a sua cara.
Quando a Maria apreender a ideia da brincadeira dê-lhe o outro fantoche e mostre-
lhe como usá-lo. Tente que ela use o fantoche dela para interagir com o seu.
Experimente fazer cócegas com o seu fantoche no dela para ver se ela reage ao
boneco e não a si. A princípio faça sessões curtas, mas tente aumentar o número
de interacções, à medida que a Maria se sente mais à vontade com a brincadeira.

256 – BRINCAR AO “FAZ DE CONTA”


Socialização, interacção individual
Imitação, motor
Meta: Desenvolver capacidades de jogo interactivo
Objectivo: “Fazer de conta” num episódio simples, pelo menos 2 minutos
Material: Nenhum
Procedimento:
Tente envolver a Maria numa pequena sequência de “faz de conta”. Inicialmente
estas sequências devem ser curtas e extremamente simples, provavelmente
apenas com uma ou duas frases acompanhadas de acções fáceis e
compreensíveis. No começo terá de fazer a maior parte da representação, mas
tente que a Maria se interesse pelo que estão a fazer. Ela precisará de uma grande
dose de ajuda para que consiga perceber o que se espera dela, por isso seja
especialmente paciente. Envolva-a na actividade da forma que puder. No princípio,
provavelmente, ela só imitará as suas acções sem perceber o conceito de “faz de
conta”. Repita a actividade tantas vezes até que ela participe activamente.
Episódios simples de “faz de conta” podem ser:
a) Faz de conta que ambos são árvores:
Diga: “Maria, vamos ser árvores.”. Levante os braços como se fossem ramos
e peça-lhe para a imitar. Depois diga: “Aí vem o vento.” E sopre com os lábios
ao mesmo tempo que abana os braços, como se fossem ramos ao vento. Fim
do episódio.
b) Faz de conta que vão dar um passeio de carro:
Sente-se num banco perto de Maria e finja que está a sentar-se num carro.
Diga: ”Brrumm brrumm.”. Tente que ela imite as suas acções. Levante-se do
banco e finja que está a fechar a porta de um carro. Fim do episódio.
Lembre-se de utilizar uma linguagem simples, mas mostre o mais clara e
exactamente possível aquilo que pretende.

257 – LIMPAR O TAMPO DA MESA


Socialização, interacção individual
Meta: Ensinar organização, atenção e aderência às rotinas
Objectivo: Limpar o tampo da mesa depois de cada sessão de ensino
Material: tabuleiro, esponja, toalha de papel
Procedimento:
Mantenha os materiais desta actividade sempre no mesmo lugar. Antes de cada
sessão, certifique-se de que tudo está no lugar e pronto a ser usado. No fim de
cada sessão na mesa, deverá ir com a Maria até ao tabuleiro e fazer com que ela o
leve até à mesa e o poise numa cadeira. Possivelmente, no início, terá de a ajudar
a transportar o tabuleiro. Se a Maria conseguir levar uma taça com água sem
derramar, encha-a até meio e coloque-a no tabuleiro. Se ela não conseguir, leve
você a taça com água. Pegue na mão da Maria e mostre-lhe como limpar a mesa
com a esponja húmida. Faça-o através de passos simples para que ela não fique
confusa. Ensine-lhe a limpar a mesa sempre da mesma maneira, começando de
dentro para fora. Depois coloque a esponja no tabuleiro e repita o procedimento
com a toalha de papel. Finalmente, faça com que ela leve o tabuleiro de volta ao
seu lugar. Quando o tabuleiro estiver no lugar, a sessão acabou e então a Maria
terá um pouco de tempo para fazer o que lhe apetecer.

258 – JOGO DO “TIRA E DÁ”


Socialização, interacção individual
Desempenho verbal, expressão
Meta: Aumentar a consciência e o prazer de dar e receber
Objectivo: Dar um objecto a uma pessoa, receber um objecto em troca e dizer “Obrigado.”
Materiais: Caixa grande, pequenos brinquedos, recompensas comestíveis
Procedimento:
Neste jogo necessitará do auxílio de uma amiga de Maria. Ponha a caixa com os
brinquedos no chão. Sente-se com a Maria e a amiga à volta da caixa. Peça à
amiga para tirar um brinquedo da caixa e lho dar. Diga: “Obrigado.”. A seguir peça-
lhe para tirar outro brinquedo da caixa (por exemplo, o brinquedo favorito da Maria)
e o dar à Maria. Ajude a Maria a receber o brinquedo e a dizer “Obrigado.”. Quando
ela disser: “Obrigado.”, ou qualquer coisa parecida, a amiga deve sorrir e dizer: “De
nada.” e dar-lhe uma pequena recompensa. Depois peça à Maria para tirar um
brinquedo e dá-lo à amiga e esta deve responder apropriadamente. Continue esta
actividade de dar e receber entre os três jogadores até a caixa ficar sem
brinquedos. Quando o jogo acabar deixe a Maria brincar com os brinquedos que
tirou da caixa ou comer as recompensas. A princípio a Maria poderá necessitar de
muita ajuda nesta actividade e, provavelmente, terá dificuldade em dizer
“Obrigado.”. Comece por aceitar qualquer resposta, mas, gradualmente, exija uma
maior aproximação ao modelo correcto.

259 – PÔR A MESA: TALHERES


Socialização, autonomia
Meta: Aumentar a capacidade de compreender rotinas e desenvolver a capacidade de
ajudar em casa de uma forma útil
Objectivo: Colocar os talheres nos locais correctos da mesa
Material: Pratos e talheres
Procedimento:
Comece por mostrar à Maria apenas um tipo de talher. Ponha a mesa e coloque
uma colher no local certo. Depois segure uma colher e diga “Olha , Maria, uma
colher.” Depois dê-lhe o número de colheres correspondente aos pratos da mesa e
diga “Põe as colheres.”. Se ela parecer confusa, ajude-a a colocar as colheres no
local correcto. Repita o procedimento para todas as colheres. Recompense-a por
cada colher colocada no lugar. Quando ela conseguir colocar correctamente as
colheres no local correcto, repita o procedimento usando as facas e os garfos.
Quando a Maria conseguir colocar todos os talheres no local correcto, tente que ela
coloque por exemplo o garfo e a colher ao mesmo tempo.

260 – PEQUENAS TAREFAS DOMÉSTICAS


Socialização, independência
Desempenho cognitivo, emparelhar
Meta: Aumentar as competências para trabalhar
Objectivo: Executar pequenas tarefas domésticas sem ajuda e sem supervisão
Material: Toalha, talheres, tabuleiro de arrumar talheres
Procedimento:
Planeie algumas actividades domésticas nas quais a Maria possa participar, para
desenvolver o trabalho independente e para que ela seja útil em casa.
Se necessário crie tarefas desdobrando toalhas ou misturando talheres, mas não
deixe que ela a veja, para que sinta que está mesmo ajudá-la. Use a imaginação
para criar tarefas que sejam agradáveis e simples de fazer. No início pode manter-
se ocupada por perto para se ela precisar de ajuda. Gradualmente vá-se afastando
para que ela se habitue a trabalhar sozinha. Faça um cartão/plano de trabalho com
as actividades que ela terá que executar e com a recompensa que receberá
quando completar a tarefa (ver figura). Quando começa “a hora de trabalho” leve-a
ao plano de trabalho e aponte para a actividade que ele terá que realizar, tente
colocar a segunda tarefa no plano e veja se ela prossegue com a segunda da
mesma forma, quando acabar a primeira. Recompense-a quando completar cada
tarefa com o item indicado no plano. Lembre-se de usar apenas actividades que ela
já aprendeu a fazer sozinha.

261 – JOGO DE FAZ DE CONTA INTERMÉDIO


Socialização, Interacção individual
Desempenho cognitivo, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver o jogo imaginativo e aumentar a interacção social
Objectivo: Participar activamente cerca de 5 minutos num episódio de faz de conta
Material: Animal de peluche
Procedimento:
Depois da Maria se ter começado a interessar pelo jogo de faz de conta
(actividade 256) use a sua imaginação e conhecimento dos interesses dela para
elaborar sequências de brincadeira com cerca de 5 minutos. Por exemplo, uma de
vocês pode fazer de conta que é “um caçador de ursos”. Esconda o boneco de
peluche em qualquer local da casa e depois vão procurá-lo. Ande pela casa em
bicos de pés sorrateiramente, como se estivesse a tentar apanhar o urso de
surpresa. Leve-a a espreitar debaixo dos objectos para ver se encontra o urso.
Quando finalmente o encontrarem, fujam depressa para se esconderem, como se o
urso vos estivesse a perseguir. Use a sua imaginação para recriar outras histórias a
partir daqui. Certifique-se de que a Maria participa activamente.

262 – JOGO “ O QUE É QUE EU PRECISO?”


Socialização, interacção individual
Meta: Desenvolver a interacção e compreender a função dos objectos
Objectivo: Compreender as necessidades dos outros e responder com os objectos
adequados
Material: Lenços de papel., camisola, pente
Procedimento:
Coloque os três objectos em cima da mesa em frente da Maria. Pantomine uma
acção mostrando que necessita de um dos objectos. Por exemplo, pode abraçar-se
a si própria e estremecer para indicar que está com frio e precisa de uma camisola.
Diga “ Olha, Maria.”, pantomine a acção e diga “O que é que eu preciso?”. Repita a
acção outra vez e depois aponte para os três objectos. Se ela não responder, repita
a acção outra vez, aponte para a camisola e diga: “Maria, dá-me a camisola.”.
Quando ela lhe der o objecto correcto, use-o adequadamente e diga “Obrigado.”
Por exemplo, você treme, a Maria dá-lhe a camisola e você veste-a. Se estiver
constipada a Maria dá-lhe um lenço. Se estiver despenteada ela dá-lhe um pente e
você penteia o cabelo. Repita o procedimento até a Maria compreender o que está
a representar e a precisar e lhe dê o objecto correcto.

263 – DESENHAR SOZINHA


Socialização, independência,
Integração óculo-manual, desenho
Desempenho cognitivo, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver capacidades de trabalho independente e aumentar as
competências de desenho.
Objectivo: Copiar um desenho simples sozinha
Material: Papel, lápis.
Procedimento:
Antes de iniciar a sessão de trabalho, desenhe alguns desenhos de objectos que a
Maria conheça - um objecto por cada folha de papel. Por exemplo, pode desenhar
uma casa, uma árvore, ou uma pessoa. Dê à Maria uma folha de papel, um lápis e
o seu desenho. Aponte para o desenho e diga “casa”. Depois aponte para a folha
dela e diga “Desenha a casa.”. Diga-lhe que quando terminar terá uma recompensa
. Mantenha-se por perto a supervisionar, para manter a sua atenção. Se ela
começar a fazer rascunhos ou parar de desenhar, oriente-lhe novamente a atenção
para o desenho e diga “Desenha a casa.” E lembre-a da recompensa. Dê-lha
sempre que ela tentar copiar o modelo, mas à medida que as competências
aumentarem, dirija-lhe a atenção para partes do desenho que ela não desenhou e
deixe que ela desenhe todo o modelo para lhe dar a recompensa.

264 – DESENHAR SOZINHA A PARTIR DE ORIENTAÇÕES ESCRITAS


Socialização, independência
Integração óculo-manual, desenho
Desempenho cognitivo, leitura
Meta: Desenvolver capacidades de trabalho independente e aumentar a capacidade
para seguir orientações por escrito
Objectivo: Ler ordens escritas simples, e desenhar sozinha de acordo com essas
orientações
Material: Papel e lápis
Procedimento:
Escreva orientações simples para algo que quer que a Maria desenhe. Certifique-se
de que as orientações são compreensíveis para ela. Ela deve conhecer todas as
palavras escritas e ser capaz de desenhar o que se lhe pede. Lembre-se de que o
facto de ela não conseguir ler uma das palavras pode comprometer todo o trabalho.
Depois de lhe escrever a orientações, dê-lhe uma folha de papel, um lápis e um
conjunto de orientações. Ajude-a a ler as instruções e a começar a desenhar.
Mantenha-se atenta ao que ela fizer e oriente-lhe a atenção, se necessário.
Quando ela já estiver mais habituada a este tipo de actividade coloque em frente
dela 3 folhas com orientações, 3 lápis e 3 folhas de papel. Diga-lhe que quando
terminar terá um prémio especial. Repita este procedimento até que ela consiga
seguiras instruções e desenhar de forma independente por 20 a 30 minutos.

265- “ESTOU A BRINCAR COM OS MEUS BRINQUEDOS.”


Socialização, linguagem receptiva
Desempenho verbal, expressão
Meta: Discriminar os pertences pessoais dos pertences dos outros
Objectivo: Saber o que pertence a cada membro da família e inibir o uso de objectos
pertencentes a outros
Material: Um objecto de cada membro da família de fácil identificação, caixas de sapatos
e fotografias de membros da família
Procedimento:
Cole uma fotografia de cada membro da família em cada caixa de sapatos. Mostre
cada caixa à Maria e diga, “Esta caixa é para as coisas da mamã…, esta é para as
coisas do papá..., esta é para as coisas do Miguel (irmão)”. Pegue numa coisa de
cada vez e diga a quem pertence, por exemplo: “ Isto é da mamã.”. Ajude-a a
colocar na caixa certa, repetindo o nome e indicando a caixa. Se ela tentar brincar
com um dos objectos, chame-a à atenção “É da mamã.” e guie-a para a caixa
correcta. Se ela tentar brincar com um objecto dela diga “Sim, isto é da Maria.” e
deixe-a brincar por alguns minutos. Quando ela estiver habituada à tarefa, comece
a ensiná-la a pedir autorização para poder brincar com um objecto de outra pessoa.
Dê-lhe um objecto do Miguel e diga “Isto é do Miguel.”, pegue-a pela mão e dirija-a
ao Miguel. Ajude-a a dizer “Maria, posso brincar?”. Se o Miguel disser “Sim.” ela
pode brincar com o objecto, se disser “Não.” guie-a para colocar o objecto na caixa
do Miguel, sem brincar com ele. Sempre que ela pegar nalguma coisa que não lhe
pertença, detenha-a e oriente-a para pedir permissão ao dono. Recompense-a
imediatamente sempre que ela pedir permissão correctamente.

266 – ATENDER O TELEFONE


Socialização, interacção individual
Desempenho verbal, conversação
Meta: Aumentar a capacidade de interacção
Objectivo: Atender o telefone de forma independente e adequada.
Material: Telefone de brincar, se possível.
Procedimento:
Pratique a actividade antes de usar um telefone real. Primeiro, ensine a Maria a
pegar no auscultador e dizer “Está?”. Pode ser útil colar desenhos de uma boca e
de um ouvido em cada parte do auscultador, para a orientar. Depois de ela
conseguir dizer isso, ensine-a a dizer ”Só um minuto, por favor.” e chamar o
membro da família a que a chamada se destina. Treine isso realizando chamadas
telefónicas para cada membro da família. Quando ela tiver aprendido a rotina, tente
com um telefone verdadeiro. Tente que outro familiar ou amigo telefone a uma hora
que lhe permita atender, combine com essa pessoa para que diga apenas aquilo
que a Maria está ensinada a ouvir e responder. Repita o procedimento várias vezes
e, à medida que ela se vai familiarizando com a situação, peça ao seu amigo ou
familiar que vá fazendo diferentes pedidos, para que ela aprenda a reagir a
situações diferentes. Quando ela se sentir à vontade , deixe-a atender o telefone
sempre que ela quiser, mas mantenha-se perto para o caso de ela se confundir.

267 – SEGUIR ORIENTAÇÕES ESCRITAS SOZINHA


Socialização, independência
Desempenho cognitivo, leitura
Meta: Aumentar as capacidades de leitura e de trabalho independente
Objectivo: Ler e seguir orientações escritas simples para uma tarefa e completar a tarefa de
uma forma independente
Material: Caixas de sapatos, papel e lápis
Procedimento:
Construa uma série de actividades para a Maria, separando o material que ela vai
precisar e colocando-o numa caixa de sapatos. Coloque uma actividade por caixa.
Escreva orientações simples e curtas para cada uma das actividades e coloque
dentro da caixa, por cima do material. Coloque todas as caixas num local de fácil
acesso para a Maria. Diga-lhe ”Maria, vai buscar a tua caixa de trabalho.”. Ajude-a
da primeira vez a colocar a caixa na mesa, a ler as instruções e a começar a
trabalhar. Depois ajude-a a arrumar os materiais na caixa e a colocá-la no armário.
Recompense-a pelo trabalho realizado. Certifique-se de que as actividades são
fáceis para ela executar sozinha. É muito importante que as orientações sejam
claras e compreensíveis. Por exemplo:
1 - Não fales.
2 - Empilhar quatro cubos.
3 - Põe os cubos na caixa.
4 - Arruma a caixa.
5 - Vem à mãe buscar a bolacha.
COMPORTAMENTO

As 5 áreas de comportamento problema das crianças com autismo são:


1. Auto-agressão, como bater-se com as mãos ou bater com a
cabeça;
2. Agressão, como uma bofetada rápida ou uma cuspidela;
3. Disrupção, por exemplo, atirar objectos, gritar ou deixar a mesa;
4. Repetição insistente, incluindo a persistente declamação de
objectos ou questões intermináveis; e
5. Impulsividade, não saber onde começar, evitando o contacto físico,
pouco tempo de atenção, e incapacidade para aceitar a mudança nas
suas rotinas diárias.
Esta secção ilustra como manusear técnicas úteis para ultrapassar estes
problemas de comportamento.
Dois tipos de administração destas técnicas ocorrem num contexto de
ensino/aprendizagem:
1. Aqueles em que o comportamento problema aparece no contexto
de ensino do currículo;
2. E aqueles que perturbam todas as actividades de ensino e são
incompatíveis com a aprendizagem de novas capacidades.
Numa primeira instância, as melhores técnicas serão aquelas que estão
integradas numa estrutura de ensino. O primeiro objectivo, do programa educativo
pode ser mantido com a gestão do comportamento subordinado a aspectos do
currículo. Para os comportamentos mais disruptivos que influenciam a continuação do
ensino, esses comportamentos devem ser evitados antes da criança continuar a
participar em actividades de aprendizagem. Ensinando, nestas situações, deve ser
subordinado à gestão do comportamento particular. Só quando o ensino se torna
impossível deve aparecer a modificação como primeiro objectivo de todo o Programa
Educativo.
A nossa experiência tem mostrado que os professores e os pais tornam-se mais
capazes em ensinar as crianças com autismo, manejando melhor os problemas de
comportamento no contexto ensino/aprendizagem. Por esta razão, a distinção entre os
dois tipos de comportamento-problema não é claro. É, contudo, mais útil guardar-se
esta distinção em mente quando planificamos o programa de ensino contendo
aspectos de modificação de comportamento.
No desenvolvimento dum programa é importante não esquecermos:
1. A prioridade do problema assinalada pelos pais e professor;
2. A natureza do contexto educacional em que o comportamento
ocorre;
3. As técnicas que foram tentadas para alterar esse comportamento e
tiveram insucesso.
Esta base de estudo faz parte do cabeçalho da Análise.
Essas ilustrações apoiam-se numa série de exemplos de intervenção, incluídas
para dar ao leitor uma variedade de exemplos de técnicas de modificação de
comportamento. Estas ilustrações e exemplos serão mais efectivas se forem
devidamente individualizadas para uma criança específica.
Esta secção não tem como objectivo ser um catálogo completo de todos os
problemas das crianças com autismo e não tem a intenção de dar uma lista completa
de intervenção a nível do comportamento.
C1 – AUTO-AGRESSÃO
Problema: Ferir ou roer as costas da mão

Antecedentes: João, de 8 anos de idade, com um nível de 4 -5 anos, com comunicação


expressiva ao nível dos 2 anos. A sua mão estava marcada já que ele tinha o
hábito de morder sempre que lhe propunham uma actividade nova ou o
mudavam para outra. Foram utilizadas punições, chamadas de atenção,
censura, ou dando uma palmada e nenhuma destas estratégias teve sucesso.

Análise: O comportamento de morder é uma forma do João comunicar o seu stress.


Com este comportamento consegue com bastante sucesso obter o que quer
ou interromper as tarefas que se lhe foram pedidas. A sua dor física não é
suficientemente forte prevenir as feridas na sua mão. Ele precisa de uma
forma alternativa para comunicar o seu stress, e nós devemos aperceber-nos
disso e tomar uma atitude, fazendo compromissos (por exemplo, dar-lhe mais
ajuda, dividindo-lhe as tarefas em pequenos passos e dar-lhe um substituto
para o que ele quer e não pode ter.

Objectivo: Ensinar ao João alguns comportamentos alternativos de modo a ele poder


comunicar o seu desconforto, mas prevenindo a sua auto-agressão.

Intervenção: Durante as actividades, observe o João cuidadosamente de maneira a que


possa intervir antes ou no momento em que ele começa a morder-se.
Rapidamente estenda a mão, bloqueie o movimento na sua boca, e guie a
sua mão para a mesa, dizendo “Mãos em cima da mesa”. A seguir dirija-o
para que a imite: abane a cabeça e diga “Não - trabalhar não.”, ou “Não -
quero rebuçados.”, dependendo do que o faz estar em stress. Quando ele
tiver imitado essa comunicação, faça um compromisso e diga “Muito bem,
João, eu ajudo-te a acabar.” ou “Muito bem ,João. Mais uma vez e eu dou-te
um rebuçado”.
C2 – AUTO-AGRESSÃO
Problema: Dar pancadas com a cabeça

Antecedentes: O João tem uma boa coordenação e é um menino com 4 anos de idade
muito activo. Funciona normalmente com um desenvolvimento médio de 2-3
anos, mas na expressão oral emite cerca de 5 palavras. O João tem
conhecimento de outras e é capaz de predizer as suas respostas no seu
comportamento. O seu estado de espírito é flutuante. Durante um ano tem
batido frequentemente com a cabeça enquanto fica perturbado pela sua
má disposição ou porque é interrompido na actividade que ele escolheu.
Este comportamento é stressante para os sues pais, mas não causa danos
físicos nele próprio. Nenhuma punição nem nenhum afecto especial pareceu
mudar esta situação de modo a ele abandonar esse comportamento.

Análise: Sempre que ele batia com a cabeça tinha atenção dos outros. Ele não parecia
entender essa atenção como zangado e punitivo ou relacionada e afectuosa.
Ele não parecia distinguir, quando essa atenção era punitiva ou afectuosa.
Ele parecia entender que quando se batia, conseguia o que desejava.

Objectivo: Diminuir este comportamento de bater com a cabeça, não lhe dando atenção
ou mudando as suas ordens.

Intervenção: Ao longo das actividades na mesa (ex. Puzzles, pintar com lápis...) coloque a
mesa e a cadeira de modo a estarem afastadas da parede, de modo a ele
não poder chegar com a cabeça à parede. Quando o João começar a bater
com a cabeça na mesa, resguarde o material que ele está a utilizar e volte-lhe
o corpo de costas para a mesa, contando até 10 e seguidamente ponha-o na
posição inicial e dê-lhe os materiais para ele começar de novo a actividade.
Dê-lhe uma pequena ajuda para ele recomeçar. Dê-lhe um elogio logo que
ele comece. Repita esta estratégia sempre que ele começar de novo, mas
não o deixe abandonar a sua tarefa sem ele colocar a última peça. Continue
isto durante cerca de 2 semanas, tomando nota num quadro cada vez que ele
tem este comportamento. É importante dispor de muita atenção e reforçar
sempre que ele não se auto-agride, elogiando-o.

Data Actividade N.º episódios – bater na cabeça

C3 – AGRESSÃO
Problema: Cuspir nas pessoas
Antecedentes: O João tem 13 anos com uma idade mental de 3 anos. Cospe muitas
vezes para a face do seu irmão mais novo, por vezes para outras crianças e
ocasionalmente para os adultos, mas nunca para os pais. Por mais que se
tenha antecipado este comportamento e se lhe tenha chamado dizendo-lhe
“Não.”, mandando-o para o seu quarto ou deixando o seu irmão atenção, não
tem havido sucesso bater-lhe. O João não é capaz de perceber explicações
verbais e os limites das suas consequências. O cuspir, não é geralmente
provocado

Análise: Não sabemos porque é que o João actua assim com o irmão e os outros, mas
o que sabemos é que ele não faz isso aos adultos da sua família o que
demonstra que ele tem a capacidade de controlar este comportamento
sempre que é necessário. A punição que escolhemos não está directamente
ligada ao acto de cuspir, pois o João não é capaz de associar o cuspir com o
responder

Objectivo: Parar o comportamento de cuspir

Intervenção: Peça ao irmão que chame o João para uma actividade que seja fácil para ele
participar: como colorir um círculo, ou colocar peças dum puzzle. Faça estas
actividades em que as 3 pessoas tenham de tomar a vez. Sente o João junto
do irmão, para que ele tenha a possibilidade de cuspir. Cada vez que ele
cuspir ao irmão ponha-lhe piri-piri na língua. Depois faça-o voltar à actividade
que estavam a desenvolver. Anote na sua tabela (ver figura) cada vez que
este comportamento ocorre e continue pelo menos uma semana. Quando “o
cuspir” estiver controlado durante estas actividades, faça o mesmo
procedimento sempre que o João cuspir nas pessoas. (Normalmente usa-se
vinagre, mas como o João gosta de vinagre, sugerimos piri-piri. Deve
assegurar-se que não usa nada de que o João gosta.)

2ª 3ª 4ª 5ª 6ª
FEIRA FEIRA FEIRA FEIRA FEIRA SÁBADO DOMINGO

C4 – AGRESSÃO
Problema: Bater na cara do adulto

Contexto: O João tem 4 anos de idade e uma idade funcional de 18 meses. Não possui
qualquer sistema de comunicação verbal ou gestual. Começou a bater no
rosto das pessoas. O comportamento ocorre quando se lhe exige atenção,
quando desempenha actividades da rotina diária e durante as sessões de
ensino.

Análise: O comportamento de esbofetear do João é uma forma de comunicar que não


gosta de uma situação, a sua resposta à frustração ou confusão. Uma vez
que a comunicação é o nosso principal objectivo para o João, não queremos
eliminar a expressão dos seus sentimentos mas antes ensinar-lhe uma
melhor forma e transmitir a sua mensagem. Se ele for capaz de transmitir os
seus desejos, a necessidade de esbofetear será eliminada.

Objectivo: Ensinar o João a usar um gesto para indicar que está cansado de trabalhar
ou está confuso e que não quer ser interrompido.

Intervenção: Sempre que a criança tentar bater-lhe durante uma sessão de ensino,
restrinja a sua mão, calmamente, diga-lhe “não bate” e ensine-lhe o gesto
alternativo para dizer “acabou” (coloca-se os dedos debaixo do queixo).
Reforce o sinal com elogio e deixe-o brincar uns momentos com o que ele
quiser na mesa. Em seguida, retome a sessão de trabalho com uma
actividade que ele consiga realizar. Ajude-o com frequência e elogie-o.
Ensine-o a fazer o sinal “acabou” quando ele estiver pronto para esbofeteá-la.
Concorde sempre em deixar que ele páre de trabalhar uns instantes após ter
feito o sinal para ele ver que o entendeu. Quando ele aprender este sinal
durante as sessões de trabalho, então pode usar a mesma técnica durante as
rotinas diárias.

C5 – DISRUPÇÃO
Problema: Atirar objectos

Contexto: O João é um rapaz de 4 anos de idade, sem linguagem, cujo funcionamento


evidencia um atraso moderado. As sessões de trabalho na escola e em casa
tornaram-se difíceis devido ao seu comportamento que consiste em atirar
para o chão os materiais de trabalho. Este comportamento também se torna
disruptivo para a vida familiar, uma vez que atira objectos de casa. Este
comportamento é mais frequente quando se exige que faça tarefas das quais
não gosta ou quando não consegue obter o que quer. Existiram várias
intervenções no passado mas sem qualquer sucesso: reprimendas verbais,
ignorar o comportamento, obrigá-lo a apanhar tudo, mudar a estrutura das
sessões de trabalho e bater-lhe firmemente na mão cada vez que atira
objectos. Durante as actividades escolares relacionadas com o trabalho a
nível da motricidade global, os professores concluiram que a criança não
gosta de ser restringida fisicamente.

Análise: Ao atirar objectos, o João controla com sucesso o ambiente. Não se


consegue ensinar aptidões novas e ele consegue interromper a actividade
sempre que o desejar. Este comportamento é potencialmente perigoso para si
e para os outros uma vez que ele não possui a cpacidade de julgar o que se
parte, o que é de valor ou o que pode fazer mal. Ele não consegue inibir o seu
comportamento a não ser que entenda que esse comportamento acarreta
consequências desagradáveis. Para esta criança seria a restrição física.

Objectivo: Eliminar o comportamento de atirar materiais durante as sessões de trabalho.

Intervenção: Durante as próximas semanas, concentre-se em reduzir o comportamento de


atirar objectos durante a sessão de trabalho. Durante o resto do dia use as
seguintes técnicas: 1) remova objectos de valor de forma a ficarem fora do
seu alcance; 2) vigie-o e dê-lhe atenção antes de ele chegar perto de um
objecto para o atirar; 3) não lhe dê atenção se ele atirar algo. Durante as
sessões de ensino, apresente-lhe tarefas fáceis. Sempre que atire um dos
objectos (bloco, encaixe, etc.), responda imediatamente, dizendo com voz
firme “não atira”. Em seguida, segure-lhe nas mãos de forma a ficarem em
cima da mesa e de forma a que ele não as consiga mexer. Afaste a sua
cabeça e conte silenciosamente até trinta. Em seguida, liberte-lhe as mãos,
volte-se para ele e dê-lhe o objecto seguinte pertencente à sessão de
trabalho que já estava a decorrer. Anote na grelha este acontecimento (ver
figura 10.3). Não se levante para apanhar o objecto que ele atirou fora.
Reserve material extra para que possa completar a tarefa sem se levantar.
Repita este procedimento cada vez que ele se levanta. Se ele não atirar o
objecto, elogie-o e recompense-o com um pedaço de alimento que ele goste,
dizendo “bom trabalho”, sorria e aplauda.

Data Actividade nº de vezes em que Recompensas, por


atirou fora objectos não ter atirado
20 /01/98 encaixes III I I I I I (uvas)

Grelha para registo do comportamento de atirar fora objectos.

C6 – DISRUPÇÃO
Problema: Gritar, chorar, recusas verbais quando se exige que obedeça a
exigências simples.

Contexto: A Cindy é uma rapariga de 6 anos de idade cujo funcionamento é


borderline. Reage a quase todas as interacções com uma resposta negativa,
gritando “não...pára...não quero fazer” ou, então, chora. Este comportamento
continua até que os pais acabam por ceder. Ela recusa sair de casa para
fazer compras com a sua mãe, em seguida chora para que a deixem ir, em
seguida recusa-se entrar no carro, etc. Um pedido simples relativamente às
áreas de autonomia causa o mesmo tipo de resposta. Os pais tentaram usar
uma variedade de recompensas para cada acção cooperativa: elogio, comida,
actividades favoritas ou tempo extra para brincar. Nenhuma destas
abordagens resultou. Sentem-se tristes e frustrados devidos às suas
reacções negativas e aos seus esforços para a ajudar. Além disso, pretendem
fazer com que ela os obedeça sem terem de ser punitivos.

Análise: As recusas não parecem estar ligadas a dificuldades inerentes às actividades


mas sim ao facto de ter de mudar para actividades ou rotinas novas. A Cindy
não tem uma ideia definida do que quer, exceptuando o facto de manter o
controlo da situação. A promessa de ameaças futuras não é suficiente para
vencer a sua forte aversão à mudança da rotina. Os pais não pretendem ser
punitivos.
Objectivo: Diminuir a ocorrência da resposta de gritar ou chorar.

Intervenção: Durante as 2 semanas próximas, mantenha uma grelha (ver figura 10.4) na
qual se regista o comportamento da Cindy de chorar ou gritar para verificar se
as seguintes técnicas podem ser eficazes: 1) Ignorar; 2) Fornecer ajuda
frequente através de indução ou manipulação; 3) coloque uma recompensa
alimentar em sítio visível para lhe ser dada imediatamente a seguir ao término
da tarefa. Duas vezes ao dia sente-se com a criança e dê-lhe uma tarefa
simples e não verbal (emparelhar, colorir, etc.). Coloque a recompensa
alimentar perto dela e diga-lhe que a pode obter assim que terminar a tarefa.
Ignore os protestos e comece a actividade, colocando você a 1ª peça. Em
seguida ajude-a, fisicamente, a colocar a peça seguinte. Não use indutores
verbais mas sorria à medida que ela vai fazendo o que se pretende. Não dê
atenção aos sons ou palavras mas ajude-a com frequência, movendo as suas
mãos se ela parar de trabalhar. Assim que a tarefa tiver terminado, faça-lhe
uma festa, sorria e dê-lhe a recompensa alimentar. Em seguida regista na
grelha a resposta que a criança demonstrou para com esta abordagem.

Data Actividade nº de induções Comportamento de gritar ou chorar


(nenhum, ligeiro, moderado, severo)
20 /01/98 emparelhar IIII I moderado

Figura 10.4. Grelha para registo do comportamento de gritar.

C7 – DISRUPÇÃO
Problema: Saltar da mesa à hora das refeições

Contexto: Jimmy é um rapaz de 41/2 anos de idade, com boa coordenação e


extremamente activo. Consegue entender linguagem simples em frases
curtas mas é demasiado distraído e demasiado activo para ouvir explicações
verbais. As refeições familiares eram constantemente interrompidas pelo
comportamento do Jimmy: tirava comida dos outros pratos, saltava e corria.
Em seguida voltava para tirar mais comida dos pratos. Os pais bateram-lhe,
ralharam-lhe e ataram-o à cadeira. Esta última técnica provocou-lhe birras.

Análise: O comportamento do Jimmy produz tensão contínua à hora das refeições,


quer devido à expectativa da possibilidade de ele se comportar mal, quer
devido ao facto de ter de gerir o seu comportamento disruptivo. Nestes casos
ele é igualmente o foco de atenção e parece igualmente satisfeito com a
atenção positiva ou com a atenção negativa. Para modificar este ciclo, é
necessário dar-lhe atenção apenas quando ele se comporta de forma
apropriada e retirar a comida quando ele não conseguir sentar-se à mesa e
comer do seu prato.

Objectivo: Ensinar o Jimmy a manter-se sentado durante as refeições.

Intervenção: O ponto importante a lembrar é que pretendemos recompensar o bom


comportamento com atenção e elogio e não queremos recompensar o mau
comportamento com qualquer tipo de atenção. Sente-o, à mesa num sítio
onde não consiga chegar a outros pratos além do seu próprio. Quando ele se
levantar ignore-o completamente. Não o chame nem sequer olhe para ele.
Quando ele voltar e se sentar, olhe para ele, sorria e diga “Muito bem. Sentar
para comer”. Se ele tentar tirar comida sem estar sentado, não discuta com
ele, mas coloque o prato no centro da mesa e não lho dê a não ser que ele se
sente na sua cadeira. Quando a família tiver terminado a refeição, remova
toda a comida da mesa. Não lhe permita que tome lanches a seguir à refeição
excepto sumos. A criança tem de esperar até á próxima refeição para que
este procedimento seja eficaz. Faça registos do número de vezes em que ele
se levanta da mesa (ver figura 10.5).

Data refeição nº de vezes em que Lanches que se deram, em seguida


se levanta da mesa
20 /01/98 almoço IIII II maçã
Grelha para registo do comportamento de levantar-se da mesa .

C8 – REPETIÇÃO
Problema: Colocar na boca objectos não comestíveis.

Contexto: Jenny uma criança letárgica de 8 anos de idade, possui um funcionamento


moderadamente atrasado mas tem uma boa memória para rotinas e uma
capacidade para de self-taugh reading acima da sua idade. Apesar da sua
capacidade para ler, a capacidade em entender a mensagem estava
severamente atrasada. Enquanto via T.V., a sua actividade favorita, cortava e
mastigava pequenos pedaços de papel, plástico, fios do sofá, etc. Quando
estava no jardim ou no recreio, colocava paus, pedras, flores ou folhas na
boca. As refeições em família eram pertubadas pelo seu hábito de tirar gelo
do copo para o mastigar. A criança ficava muito perturbada quando as suas
rotinas eram interrompidas. Além disso, os seus hábitos perseverantes eram
difíceis de mudar. O facto de os pais lhe baterem, ralharem, de a isolarem no
quarto e a elogiarem por não colocar objectos na boca, não surtiram efeito. A
Jenny entendia a regra e parava sempre que lhe chamavam a atenção mas
esquecia-se depressa assim que via T.V. ou brincava no pátio.

Análise: A criança tem a capacidade de inibir o acto de levar à boca objectos quando
induzida. Mas sem essa indução, alheia-se do que está a fazer. Este
comportamento é potencialmente perigoso devido ao facto de existirem bagas
venenosas e quimicos no jardim. É necessário que a Jenny tenha um meio
alternativo de ser lembrada da regra “na boca não”, quando a mãe não está
presente. As suas competências de leitura podem ser usadas como um
indutor visual.

Objectivo: Ensinar a criança a inibir o acto de levar objectos à boca sem a indução da
mãe.

Intervenção: Vamos começar por ensinar a criança a ler um cartão com a regra e usá-la
para inibir os seus impulsos. Assim que ela aprender que é necessário que
leia a regra em vez de esperar que o adulto a leia, então podemos usar esta
técnica num número de diferentes situações.

1º passo: Durante as sessões de trabalho, coloque um copo e uma colher perto dela.
Em frente ao copo coloque um cartão dizendo “usar a colher para tirar gelo”.
Assim que ela esquecer e agarrar o gelo com os dedos, não diga nada mas
remova rapidamente o copo e atire o gelo fora. Aponte para o cartão e peça-
lhe para ler. Explique: “esqueceste a regra,vamos tentar mais tarde”. Tente
novamente após uns 5-10 minutos.
2º passo: Durante as sessões de trabalho, coloque algum do material que ela gosta de
colocar na boca, perto dela. Coloque um cartão perto disso com a inscrição
“na boca, não”. Explique que se ela se lembrar da regra durante 10 minutos,
pode ser recompensada com pastilha elástica. Mais uma vez não a lembre
verbalmente, mas esteja pronta para remover a pastilha elástica se ela se
esquecer.
3º passo: Debaixo do ecrã da TV, coloque um cartão dizendo “na boca não”. Não lhe
forneça induções verbais. Vigie-a e, sempre que se esquecer e colocar algo
na boca, aproxime-se da TV, silenciosamente, e apague-a durante alguns
minutos. Aponte para o cartão e abane a cabeça. Não lhe ralhe nem a tente
confortar se ela parecer zangada ou aborrecida

C-9 REPETIÇÃO
Problema: Perguntas perseverantes “Que horas são?” independentemente
da resposta ou da situação.

Contexto: Tommy é um rapaz com excesso de peso e letárgico com 10 anos de idade
cujo funcionamento se situa no atraso moderado. Tem um forte interesse e
uma memória excelente para os aniversários das pessoas, números de
telefone, números de matrícula e horas. As questões acerca do tempo são as
mais frequentes e mais perseverantes. Pergunta as horas mesmo quando
está em frente a um relógio que possa ver facilmente. Esforços anteriores
para diminuir este comportamento incluiram responder à questão, ignorar,
irem embora e dizer-lhe para estar quieto.

Análise: As técnicas passadas foram ineficazes porque possivel


C10 – DÉFICE
Problema: Curtos periodos de atenção, fraco controlo dos impulsos.

Contexto: O Dave é um rapaz de 4 anos de idade, extremamente energético cujo


funcionamento se situa nos 2 anos de idade relativamente às competências
não verbais. É impulsivo e distraido, não se senta para as refeições, não fica
quieto para tomar banho, quando está na casa-de-banho ou para o vestirem.
Consegue compreender algumas ordens simples se combinadas com gestos
quando está a prestar atenção. No entanto, tais momentos são raros.
Esforços prévios para o controlar incluiram reprimendas verbais e castigos
físicos. Os pais constataram que ele não entendia que tinha feito mal e
tornava-se mais activo e aborrecido. Os pais gostavam da natureza alegre da
criança e não queriam usar medicação para controlar o seu nível da
actividade.

Análise: Aumentar o período de atenção do Dave, o tempo em que ele permanece em


tarefa, são competências básicas para o progresso na linguagem, na área de
autonomia e para a frequência de um programa pré-escolar. Ele pode iniciar
por melhorar a sua atenção e controlar a sua impulsividade durante sessões
de ensino curtas e estruturadas nas quais ele saiba o que está a fazer, onde
tem de fazer e o que vai acontecer a seguir. Uma organização visível de
trabalho e a seguir brincar vai ensinar-lhe a diferença entre o tempo de fazer
o que ele quer e o tempo de controlar o seu movimento.

Objectivo: Melhorar o comportamento de sentar e a capacidade de atenção de 2-15


segundos.

Intervenção: Delimite a sua área de trabalho de forma a que a criança possa ver onde vai
trabalhar e onde vai brincar (ver figura 10.6). Comece com uma actividade
simples, uma que saiba que o Dave consegue fazer (por exomplo, um puzzle
simples de 4 peças). Coloque o puzzle na mesa e remova uma peça para que
a criança a coloque no local adequado. Chame-o para a mesa, diga-lhe para
se sentar e diga-lhe para completar o puzzle. Elogie-o e dê-lhe uma uva. Em
seguida, dirija-o para a àrea de brincar. Após cerca de 30 segundos, chame-o
para repetir a tarefa. Da segunda vez, remova 2 peças do puzzle. Novamente,
recompense-o com uma uva e um elogio e diga-lhe para ir brincar. Quando a
criança ficar habituada a esta rotina (cerca de 60 ensaios), aumente a tarefa
removendo duas peça. Siga o mesmo procedimento. Desta forma podemos
aumentar a quantidade de trabalho que ele faz antes de se levantar. Não
alongue para uma tarefa maior (3 ou 4 peças) até que o David consiga
terminar a tarefa mais curta sem necessitar de indução da sua parte.

Figura 10.6. Estrutura para aumentar o período de atenção

C11 – DÉFICE
Problema: Falta de iniciativa em mudar actividades durante períodos de
trabalho na escola.

Contexto: O Brian é um rapaz de 14 anos com um nível intelectual cuja capacidade é


treinável. Na sala de aula ele aprendeu a trabalhar de forma independente
numa tarefa estruturada, mas era incapaz de passar à tarefa seguinte sem
que a professora acenasse, apontasse ou sem indução verbal da professora.
O Brian entendeu a estrutura diária e todos os outros alunos da sala
trabalhavam de forma consistente, não necessitando de induções verbais
quando terminavam a tarefa. Sem as induções da professora, o Brian senta-
se, olha para a professora e não inicia movimentos ou contactos com a
professora.

Análise: O Brian tornou-se dependente da indução da professora e é reforçado pela


sua própria falta de iniciativa de cada vez que lhe é fornecida a indução. A
sua capacidade em iniciar uma mudança de uma actividade para outra é
essencial para a sua adaptação para uma situação futura de trabalho
protegido. Os professores podem desenvolver um sistema de recompensaa
com prémios (sistema token) para que o Brian se motive para iniciar o seu
trabalho sem necessitar de atenção individual.

Objectivo: Guardar trabalho terminado e tirar trabalho novo sem directivas individuais ou
atenção da professora.

Intervenção: Coloque em uso um sistema token para o Brian no qual ele receba
inicialmente um prémio por cada ocasião em que, voluntáriamente, guarde o
trabalho terminado e tire trabalho novo sem que seja necessário dirigi-lo
pessoalmente através de um acenar de cabeça, de apontar ou verbalizar.
Inicialmente, pode induzir o Brian dando uma direcriz ao grupo todo sem olhar
para a criança “Lembrem-se têm de guardar o trabalho, sozinhos”. Coloque
uma caixa de prémios na sua secretária e, de cada vez que inicie uma acção
sem indução, dê-lhe atenção positiva, colocando um prémio na caixa e
elogiando-o. De início pode dar-lhe 10 minutos de tempo livre por cada 3
prémios na caixa. Assim que ele iniciar as tarefas por si com maior frequência
pode aumentar o número de prémios que ele necessita de juntar para ganhar
tempo livre.

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