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Colégio Energia

Alunas: Julia Pontello Nitz e Laura Trein


Turma: 2°B
Professor: Alaor
Disciplina: Geografia

Complexos regionais

Balneário Camboriú, 14 de maio de 2010


Introdução
A divisão do território brasileiro criada pelo geógrafo brasileiro Pedro Pincha Geiger,
chamada de Geoeconômica, dividia o país em três grandes partes, não respeitando os
limites dos estados, mas sim os aspectos físicos, econômicos e históricos.
Esta divisão não é usada, pois atualmente o Brasil é dividido em cinco grandes regiões,
conhecidas como Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
Pedro Pinchas dividiu o país em três complexos regionais, conhecidos como: Complexo
da Amazônia, Complexo do Nordeste e Complexo do Centro-Sul.
Atualmente, o Complexo da Amazônia é caracterizado por pouca habitação e pela
presença da Floresta Amazônica, que vem sendo disputada por diversos países.
Já o Complexo do Nordeste é relacionado com miséria, devido à seca e as condições
precárias de seus habitantes.
O Complexo Centro-Sul é a região mais desenvolvida do Brasil, lá estão localizadas as
principais metrópoles que contribuem diretamente com a economia do país.
Complexo da Amazônia
Este complexo se caracteriza pela sua natureza exuberante, constituída por uma
extensa planície formada pela grande bacia hidrográfica do Amazonas, além da
majestosa floresta.
O relevo regional é marcado essencialmente pela bacia sedimentar da Amazônia,
localizada entre o Planalto das Guianas e Planalto Central.Esta bacia apresenta duas
variações basicamente:planícies e baixos planaltos. Já os terrenos mais altos apresentam
áreas montanhosas de serras, atingindo o Pico da Neblina, ponto culminante do Brasil. O
relevo da região se relaciona com os minerais metálicos, já que a existência destes se
deve as rochas cristalinas do período Algonquiano, resultando na possibilidade da
extração do ferro e manganês e a prática do extrativismo, comentada mais adiante.
O clima na região Amazônica é equatorial. Devido as baixas latitudes e altitudes as
temperaturas são altas e as chuvas frequentes. Na floresta densa as chuvas são quase
que diárias.A amplitude térmica é muito pequena. A variação se deve ao fenômeno da
friagem, uma massa fria que no mês de julho atinge a região, vinda da Patagônia.
A vegetação característica apresenta enorme variedade de plantas, com folhas grandes
e largas. As árvores são muito próximas, dando um aspecto úmido e impenetrável,
apresentando um potencial para produção de medicamentos, perfumes e corantes. A
madeira produzida por árvores como o cedro e o mogno é bastante resistente. Na
classificação geral, a floresta se diferencia no que toca a questão das cheias. As matas de
igapó permanecem permanentemente alagadas. Já as de várzea, por se situarem em
regiões mais altas, alternam períodos de inundação com aqueles mais secos. As matas
de terra firme compreendendo a vegetação mais frondosa nunca sofre com ação das
águas.
A região amazônica é privilegiada pela natureza. Seus recursos vegetais e minerais são
abundantes, beneficiando a atividade extrativista, praticada tanto pela população local,
quanto por empresários. Recursos como a castanha-do-pará, a madeira, o açaí, o pau-
rosa e o látex são importante fontes de renda para a população. Este último, em especial,
trouxe grande desenvolvimento para a região entre os séculos XIX e XX, gerando
riquezas e investimentos que são lembrados até hoje por meio de construções como o
Teatro de Manaus. Não somente o patrimônio cultural faz parte da memória.Durante este
período as migrações foram numerosas. Nordestinos para lá se mudaram servindo como
mão de obra e mudando as origens étnicas da Amazônia, originando o grupo dos
caboclos nordestinos que até hoje constituem cerca de metade da população, ao lado dos
caboclos amazonenses, mestiços de índios e brancos, datados do início da colonização,
estes que vivem da coleta de produtos vegetais e da pesca.
Não somente de caboclos é formada populacionalmente a região. Portugueses, que
fixaram-se na época da colonização, japoneses, espanhóis e os sírio-libaneses, que são
citados no romance “Dois Irmãos”, retratando esta influência.
Quanto ao extrativismo mineral, há um grande destaque para o ferro, manganês,
bauxita, cassiterita e em menor quantidade, ouro. A companhia Vale tem presença forte
no processo da exploração, isso se deve a instalação dos projetos Grande Carajás e
Trombetas, aquele relacionado com a exploração do ferro na serra homônima, e este
ligado a retirada de bauxita e alumínio na região.
Não só do extrativismo vive a Amazônia. Com a instituição da Zona Franca de Manaus
no final da década de 60, a indústria se desenvolveu consideravelmente. A área comporta
cerca de 500 indústrias, sendo em sua maioria montadoras vindas do exterior,
beneficiadas pela isenção de impostos para a importação de produtos.
O Governo Federal sempre se mostrou interessado em integrar a região as demais. A
partir dos anos 60 inúmeros projetos foram colocados em prática como forma de
impulsionar seu desenvolvimento, que antes dessa época era quase que nulo. A
Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia(Sudam), serviu como o pontapé
inicial, depois de anos no esquecimento. Esta apóia investimentos públicos e privados nas
áreas da infra estrutura, da economia e da saúde, além de evitar que o patrimônio natural
seja explorado sem levar em contas os interesses regionais. Atualmente o crescimento
econômico se dá a custa da ação ilegal dos madeireiros, do desenvolvimento da pecuária
extensiva, este que teve grande importância no processo, apesar do grande impacto
ambiental causado, além do avanço da agricultura a partir do Centro-Oeste, devido ao
sucesso das plantações de soja, com um significativo aumento da fronteira agrícola. Isto
também se deve a modernização da agricultura no Sul, dando como alternativa aos
pequenos proprietários adentrar mais no interior do país. Entretanto não somente de
minifúndios é formada a Amazônia. Agro empresários também encontram na região o que
buscam.
Atualmente a região apresenta a maior taxa de crescimento populacional do país,
contrastando com o que ocorria há alguns anos. Além dos incentivos já citados, as
rodovias foram um propulsor para o desenvolvimento, destacando-se a Transamazônica,
de sentido leste-oeste , facilitando a migração.

Complexo do Centro Sul


A região abrange as áreas mais industrializadas do país. Compreende o Sul, Sudeste e
grande parte do Centro Oeste. Concentra mais de 60% da população brasileira. As
cidades de maior IDH se localizam nesta região, atraindo inúmeros imigrantes do
Nordeste, principalmente.
O Centro-Sul apresenta uma economia bastante dinâmica. Nos estados que
originalmente formam o Centro Oeste o destaque fica para a agropecuária realizada em
grandes propriedades. Na área mais ao sul também há destaque para o setor primário,
aliado a um parque industrial diversificado, realçando as áreas metal-mecânica, de
componentes eletrônicos e carbonífera. Entretanto a maior receita fica por parte do eixo
Rio- São Paulo. O maior pólo industrial da América latina se localiza na região, o ABCD
Paulista. Tecnopólos também estão presentes, inovando com tecnologia aplicada nos
centros locais de produção. Apesar de ser o maior centro industrial, a descentralização
mudou ligeiramente o quadro nos últimos anos, dando oportunidades de emprego e
crescimento também a outras regiões.
Ainda relacionando-se a economia podemos dar um destaque forte a agropecuária. Em
praticamente todos os cantos do Centro Sul ela é praticada, divergindo quanto a métodos
de cultura ou criação, mas sempre rendendo boas safras. A oeste os latifúndios
monocultores de soja destacam-se, destinando-se a exportação. Mais ao sul trigo e milho
também tem papel importante na economia, assim como o cultivo irrigado de arroz, que é
extremamente significante para o Rio Grande do Sul em particular.
Todo este desenvolvimento tem origens históricas. O cultivo de café foi o grande
propulsor do principal eixo econômico do país. Ferrovias para transportar o produto foram
construídas e cidades se originaram a sua volta. As indústrias foram beneficiadas pelo
que o café proporcionou. Matéria prima, transportes, mercado consumidor, e é claro
capital. O dinheiro arrecadado com a cultura cafeeira se acumulou em bancos, de
maneira que foi possível a concessão de empréstimos aos empresários. O crescimento
sulista é resultado da colonização dos imigrantes europeus que aqui se instalaram.
Inicialmente criavam animais e plantavam em minifúndios policultores. Assim criou-se
uma economia um tanto quanto independente, que mais tarde deu origem a indústria
têxtil, mecânica e alimentícia.
Esta região possui três tipos de clima, sendo eles o clima Subtropical, que se estende
por toda a região Sul e é caracterizado por estações bem definidas, ou seja, no verão é
bem quente e no inverno bem frio. Na parte do Centro-Sul, o clima predominante é o
Tropical e nos planaltos e serras encontramos o clima tropical de altitude, caracterizado
por médias anuais de temperatura baixas.
O relevo do Centro-Sul é caracterizado ao leste por planaltos e serras, com altitudes
variando entre 500 a 1000 metros. Porém acima de 1000 metros encontramos a Serra da
Mantiqueira, cujo ponto culminante esta localizado a quase 2.800 metros de altura.
Também acima de 1000 metros de altitude, porém com trechos abaixo, a Serra do Mar
tem destaque com seu maior pico sendo de aproximadamente 2.300 metros de altura.
Na hidrografia a presença de grandes bacias como a do Rio Paraná, Rio Uruguai, e do
rio Tocantins é de fundamental importância. No Paraná podemos encontrar a nascente do
Rio Iguaçu, que vai para as Cataratas do Iguaçu e atrai muitos turistas do mundo inteiro.
Na vegetação, a Mata Atlântica ganha destaque pela grande biodiversidade e
caracteriza-se por árvores que variam entre 20 e 30 metros de altura. No Paraná temos o
predomínio da Mata das Araucárias, localizado em altitudes altas como na Serra da
Mantiqueira por exemplo. Também encontramos o cerrado, com vegetação de pequeno
porte, na região de Mato Grosso e Goiás.

Complexo do Nordeste
O Nordeste é considerado, principalmente pelos brasileiros, como a região mais pobre
do Brasil. Isso se dá justamente pelo fato de o nordeste ser uma região cheia de
contrastes, sendo eles relacionados a aspectos naturais, econômicos e humanos.
Aproximadamente um quarto da população que habita esta região, vive com menos de
um salário mínimo mensal. Por outro lado, em média 0,8% da população vive com 20 ou
mais salários mínimos por mês, ou seja, a maior parte dos habitantes vive em miséria
enquanto a minoria é extremamente rica.
Foi a primeira região povoada pelos imigrantes portugueses no período de colonização,
e atualmente, é a segunda região mais populosa do Brasil, contendo aproximadamente
30% da população total do país.
O Nordeste é a região que mais contribui com a migração para outras regiões. A maioria
dos nordestinos que vivem em miséria geralmente migra para outras regiões em busca de
melhores condições de vida. Seus principais destinos estão localizados no Sudeste,
sendo eles as grandes metrópoles, São Paulo e Rio de Janeiro. Lá, muitos deles
procuram emprego e tentam se estabilizar financeiramente, o que na maioria das vezes
não é muito fácil. Além de migrarem para o Sudeste, alguns nordestinos saem de suas
terras para explorar minérios na região Norte. Apenas a minoria dos nordestinos que
migram para outras regiões retorna para o Nordeste.
O Nordeste é formado por oito estados, sendo eles: Sergipe, Alagoas, Pernambuco,
Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Bahia, além de conter parte do Leste do
Maranhão e Norte de Minas Gerais.
O relevo do Nordeste é muito variado. Lá podemos encontrar planícies, planaltos e
depressões. As planícies e tabuleiros, formações mais elevadas, são encontradas
principalmente na região litorânea, e estendem-se do litoral do Maranhão ao litoral sul da
Bahia. Em algumas regiões das planícies litorâneas podemos encontrar dunas, que
chegam a atingir de trinta a cinquenta metros de altura. Também na região do litoral,
podemos encontrar grandes reservas de petróleo. Os planaltos são formados
principalmente a partir do desgastamento das rochas cristalinas (tanto magmáticas,
quanto metamórficas) e sedimentares, devido à erosão.
O Planalto da Borborema, localizado na parte leste da região, tem sua altitude variada
entre 800 e 1000 metros, servindo de barreira para frentes os ventos úmidos e as frentes
frias vindas do mar, o que concentra as chuvas na região leste e dificulta a passagem de
frentes frias para o Sertão, causando seca.
A Depressão Sertaneja estende-se praticamente por todos os estados do Nordeste,
com exceção do Maranhão e do Piauí. Vai de Leste à Oeste e suas altitudes variam de
200 a 500 metros.
A principal bacia hidrográfica da região, e uma das maiores do Brasil é a do Rio São
Francisco, abrangendo também parte do Sudeste. Como percorre boa parte do Sertão
nordestino, seus afluentes são chamados de rios intermitentes ou temporários e rios
perenes. Temporários ou intermitentes justamente pelo fato de ficarem secos boa parte
do ano, e perenes devido ao fato de apenas diminuírem de volume, porém, não secarem
como os temporários. O rio São Francisco nasce na Serra da Canastra (Minas Gerais) e
deságua no Oceano Atlântico. Possui atualmente cinco hidrelétricas em seu curso, além
de servir de transporte durante o ano todo. A transposição do rio São Francisco que
promete amenizar as secas vem causando muita polêmica. Os críticos deste projeto
alegam que a finalidade da transposição é para as indústrias, e não para a população.
Por se localizar perto da Linha do Equador, o clima nordestino predominante é o
Tropical. Porém em outras regiões, como no Sertão, o clima é Semi-Árido, ou seja,
temperaturas elevadas e pouca chuva. O Nordeste é conhecido como Polígono das
Secas, justamente devido ao clima semi-árido.
A vegetação nordestina é bem variada. No Sertão, encontramos a caatinga, vegetação
própria do clima semi-árido e quente. Formada por arbustos e pequenas árvores, além
dos cactos, possuem raízes grossas e profundas para auxiliar na captação da água. A
vegetação litorânea é marcada pela presença de mangues e de restingas. Já no Oeste,
encontramos a Mata dos Cocais, formada principalmente pelas espécies de palmeira
carnaúba e babaçu. Ainda podemos encontrar o cerrado, diretamente relacionado com o
clima tropical, caracterizando-se assim por árvores baixas e arbustos.
A economia do Nordeste vem crescendo anualmente devido a diversos fatores. O
avanço das indústrias petroquímica, açucareira e da exploração de minerais, como o gás
natural e o petróleo na Zona da Mata contribui para o desenvolvimento econômico da
região, gerando empregos e aumentando a renda. Além destes recursos, inúmeros outros
estão presentes. A Bahia é a maior produtora brasileira de cobre, chumbo e sal-gema. A
Magnesita, importante para a fabricação de tijolos refratários é relevante também no
Ceará, e o amianto é encontrado em Alagoas, utilizado na construção de telhas e placas
isolantes. O turismo também é bem desenvolvido, cresce anualmente consideravelmente
e atrai investidores do mundo inteiro.
Conclusão
A partir do presente trabalho pudemos conhecer um pouco mais sobre nosso país e
descobrir particularidades de cada um dos complexos que o compõem, além de destacar
as disparidades entre as regiões oficiais e os complexos, estes que mostram de forma
mais realista os contrastes presentes até mesmo dentro de um estado, como em Minas
Gerais, que apesar de fazer parte do Sudeste apresenta em seu norte características que
o classificam como parte do Polígono das Secas. Também podemos citar o estado do
Maranhão que contrasta de forma bastante nítida o Leste e Oeste. Aquele com
características nordestinas, e este paisagem amazônica. Apesar de não ser uma
classificação oficial demonstra de forma bastante clara os vários “Brasis” que existem
dentro de nossa nação.

Referências bibliográficas
• Minimanual Compacto de Geografia do Brasil- Editora Rideel
• MOREIRA,Igor.Geografia Nova: O Espaço Brasileiro.São Paulo: Ática:1995
• Almanaque Abril 2008
• MOREIRA, Igor.Construindo o Espaço Brasileiro. São Paulo: Ática:2000
• TERRA, Lygia e AMORIM COELHO, Marcos de.Geografia Geral e do Brasil.São
Paulo:Moderna:2003
Amazônia

Nordeste

Centro Sul

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