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Nem sempre é fácil determinar com precisão a origem dos vários desportos que hoje
em dia atraem muitos praticantes e espectadores. Este é o caso do Andebol, considerado um
dos desportos mais jovens, se bem que tenha as suas origens na mais remota antiguidade.
Em Atenas um magnífico baixo-relevo que deve datar de 600 A. C. durante a Idade
Média, os jogos de bola com a mão eram praticados principalmente nas cortes e foram
baptizados pelos trovadores como «os primeiros Jogos de Verão».
Nos finais do século dezanove, em 1890, o professor de ginástica Konrad Kech criou
um jogo com características muito semelhante às do Andebol.
Na Bélgica, no curso normal provincial de Educação Física da província de Liège, em
1913, o professor Lucien Dehoux apresentou o Andebol das três casas, que depressa se
expandiu chegando, entre 1915 e 1918, a organizar-se campeonatos.
Em plena guerra, em 1917, apareceu na Alemanha um novo jogo de equipa, o
Andebol, imaginado pelo professor de Ginástica Feminina Wasc Heiser, que jogava com as
duas alunas nas principais avenidas de Berlim. Todavia, qualquer destes jogos não conseguiu
impor-se e o Andebol, como desporto devidamente codificado, só apareceu após a I Guerra
Mundial.
Na antiga Grécia praticava-se um jogo de bola na mão, conhecido por jogo da Ucrânia,
que Homero descreve na Odisseia e do qual foi descoberto em 1926.
Na Checoslováquia, praticava-se já há muito um jogo popular e parecido como
Andebol, o azena, nome pelo qual este desporto ainda é conhecido naquele país.
Também muito antes de ser divulgado o Andebol, em Portugal, existia na cidade do
Porto um jogo muito semelhante, conhecido por “malheiral”, nome que lhe adveio do facto do
seu criador ter sido o professor de Educação Física Porfírio Malheiro.
Correntemente, atribuiu-se a sua criação aos alemães Hirschmann e Carl Schelenz. No
entanto, o Uruguai reivindica para si a paternidade deste jogo, hoje tão popular em todo o
Mundo.
Teria sido o seu criador o professor de Educação Física António Valeta, criador aliás
de muitos outros jogos nacionais uruguaios e que pretendeu fazer com ele uma réplica do
futebol, tendo-lhe dado o nome de “balon”.
Pretendem os Uruguaios que foram alguns marinheiros alemães pertencentes a vários
navios, detidos no porto de Montevideu ao iniciarem-se as hospitalidades da I Guerra Mundial
O Andebol de 11, pela sua beleza suplantava o Futebol, pela precisão dos seus passes e
pela força e localização dos remates à baliza. Abriu a rivalidade Porto – Lisboa e estes
encontros disputavam-se anualmente nas duas cidades. O seleccionador da equipa de Lisboa
era Acácio Rosa e o seleccionador do Porto era Alves Teixeira.
Numa visita a Lisboa, em 1937, o cruzador alemão Graft Spie e a sua equipa, (da qual
faziam parte vários jogadores de grande categoria), considerado na época o melhor jogador do
mundo, fez vários jogos com equipas de clubes lisboetas, onde se viu pela primeira vez o
aproveitamento dos três passos, o remate em corrida e a mudança de mão portadora da bola,
coisa que até então os nossos árbitros não permitiam por deficiente interpretação das regras.
Por acção conjunta das Associações de Lisboa, Porto e Coimbra, em Maio de 1938 é
fundada a Federação Portuguesa de Andebol (F.P.A.), surgiu como corolário de um primeiro
e decisivo arranque das referidas Associações, tornando realidade, a nível nacional, a
definitiva oficialização do nosso Andebol.
• 1993 - O 10º lugar no “Mundial” de Juniores; ABC finalista vencido da Taça dos
Campeões Europeus.
• 1994 - Portugal é o organizador do 1º Campeonato da Europa em Seniores, Suécia
vencedora, a Rússia obteve o 2º lugar.
• 1995 - Portugal 3º no Mundial de juniores, na Argentina.
Identificação do Jogo
O Andebol é um jogo desportivo colectivo, praticado por duas equipas, cada uma
delas com 7 jogadores efectivos (1 guarda-redes e 6 jogadores de campo) e 5 suplentes, um
dos quais pode ser guarda-redes.
O Campo
O campo é rectangular, 40x20 m, delimitado por duas linhas laterais e duas de baliza.
A Bola
A bola é feita de couro ou de material sintético. Tem de ser esférica. A sua superfície
não deve ser brilhante ou escorregadia.
As medidas da bola - circunferência e peso - a ser utilizada pelas diferentes categorias de
equipas são as seguintes:
. 58-60 cm e 425-475 g (Tamanho 3 da IHF) para Equipas Seniores e Juniores
Masculinos (acima dos 16 anos);
. 54-56 cm e 325-375 g (Tamanho 2 da IHF) para Equipas Seniores e Juniores
Femininas (acima de 14 anos de idade ), e equipas de jovens masculinos (entre 12 - 16 anos);
. 50-52 cm e 290-330 g (Tamanho 1 da IHF) para equipas femininas jovens ( entre 8 -
14 anos) e equipas masculinas jovens (entre 8 - 12 anos).
Objectivo do Jogo
O objectivo do jogo é marcar golo na baliza da equipa adversária e evitar que esta
marque na nossa baliza.
O golo acontece sempre que a bola ultrapasse totalmente a linha de baliza, entre os
postes e por baixo da barra.
Resultado
Uma equipa vence o encontro quando, no final o tempo regulamentar, obteve o maior
número de golos. Também pode haver uma igualdade (empate) quando o numero de golos
obtido por ambas as equipas é igual ou quando nenhum foi marcado – zero a zero.
Substituições
Não há limite para o número de substituições por jogo. O acto de substituição pode
acontecer com o jogo a decorrer, não sendo necessária a autorização prévia de qualquer
membro da equipa de arbitragem.
O jogador só pode entrar no terreno de jogo pela zona de substituição, situada até 4,5
metros de cada lado da linha lateral a partir da linha central. O jogador suplente só pode entrar
após a saída do jogador a substituir.
Uma substituição irregular será penalizada com uma exclusão de 2 minutos para o
jogador infractor. Se mais do que um jogador da mesma equipa efectuar uma substituição
irregular dentro da mesma situação, só o primeiro jogador que cometeu a infracção será
penalizado.
O jogo é reiniciado com um lançamento livre para o adversário
Regulamento do Jogo
Juízes
O jogo é dirigido por 2 árbitros, 1 árbitro central e 1 árbitro de baliza, ambos com os
mesmos direitos.
Após um golo ter sido marcado, o jogo é retomado com um lançamento de saída executado
pela equipa que sofreu o golo.
O lançamento de saída é executado em qualquer direcção a partir do centro do
terreno de jogo. O jogador que executa o lançamento de saída deve estar com pelo menos um
pé em contacto com a linha central e o outro pé sobre ou atrás da linha.
Não é permitido aos companheiros de equipa do executante atravessar a linha central
antes do sinal de apito.
Para o lançamento de saída no começo de cada parte (inclusive qualquer período de
prolongamento), todos os jogadores devem estar dentro do seu próprio meio campo.
Porém, para o lançamento de saída depois de um golo ser marcado, é permitido aos
adversários do lançador estar em ambos os meios campos.
Em ambos os casos, porém, os adversários devem estar a pelo menos 3 metros do
jogador que executa o lançamento de saída.
• Lançamento de Baliza – situação em que a bola sai pela linha de baliza, tendo sido
tocada pela última vez por um atacante ou guarda-redes adversário. A bola só pode
ser colocada em jogo pelo guarda-redes em qualquer parte da sua área de baliza,
não sendo necessário o apito do árbitro.
Faltas e Sanções
As acções consideradas faltas são sancionadas com lançamento livre. Para a marcação
destes lançamentos livres, o jogador adversário mais próximo tem de estar a uma distância
mínima de 3 metros. Se a falta ocorrer entra a linha dos 6 e dos 9 metros, a distancia de 3
metros continua a ser obrigatória, mas o lançamento livre é marcado fora da linha dos 9
metros, o mais próximo possível do local da falta.
Para punir uma falta sobre um jogador em situação clara de golo é assinalado lançamento
(livre) de 7 metros. Nesta falta é assinalada uma interrupção do tempo de jogo. Todos os
jogadores têm de estar atrás da linha dos 9 metros e o marcador do lançamento livre tem de
ter os apoios atrás da linha de 7 metros, não podendo mexer um dos apoios. O guarda-redes
pode colocar-se em qualquer local da área de baliza, desde que não ultrapasse a marca dos 4
metros. Após o apito do árbitro, o marcador tem 3 segundos para rematar directamente à
baliza.
Passos
A cada jogador é permitido dar um máximo de 3 passos com a bola; um passo é
considerado dado quando:
a) Um jogador que está com ambos os pés no solo levanta um pé e o baixa novamente,
ou move um pé de um lado para o outro;
b) Um jogador só tem um pé assente no solo e, ao apanhar a bola, pousa o outro pé;
c) Um jogador, após um salto para apanhar a bola, só toca o solo com um pé, e salta
sobre o mesmo pé ou toca o solo com o outro pé;
d) Um jogador, após um salto para apanhar a bola, toca simultaneamente com ambos
os pés no solo, levanta um dos pés e volta a pousa-lo, ou muda um dos pés de um lado para o
outro.
Dribles
Não se pode efectuar dois dribles consecutivos, ou seja, driblar a bola, agarrá-la com
as duas mãos e voltar a driblar. Não se pode passar a bola de uma mão para a outra. Não se
pode driblar com as duas mãos em simultâneo.
Sanções
• Advertência: situação em que um jogador tem uma conduta antidesportiva ou
irregular (por exemplo, barrar o caminho do adversário com os braços).
Penalização – cartão amarelo e lançamento livre.
TÁCTICA
Técnica
O Andebol é uma modalidade muito abrangente que envolve o domínio dos diversos
requisitos técnico-tácticos. No contexto escolar torna-se necessário seleccionar o essencial
desta modalidade que permita aos alunos atingir um nível de jogo consentâneo com a
realidade em que se insere. Não é um objectivo a formação de jogadores, mas antes ensinar os
conteúdos básicos.
A técnica assume-se com um suporte para a táctica, sendo o gesto que o atleta deve
realizar, em cada uma das acções individuais que têm influência no desenrolar do jogo. A
técnica dita as regras para a execução apropriada e racional dos gestos específicos, aceitando
sempre, e tendo em linha de conta a eficácia, a possibilidade de o jogador contribuir com algo
que possibilite a melhoria da sua execução. Nesta perspectiva, os aspectos técnicos serão
exercitados e contextualizados no jogo e não exercitados por si só.
Os deslocamentos com bola, estão à partida limitados pela imposição da regra dos apoios
(Max 3 passos sem drible) no entanto não deve ser esquecido o variado leque de opções
que esta regra permite.
Recepção da bola
Pega da Bola
Os passes
Existindo uma enorme variedade de técnicas de passe, devem no entanto ser sempre
respeitados os seguintes princípios fundamentais:
- No momento do passe não olhar exclusivamente para o receptor. É conveniente que
se domine a capacidade de atenção repartida.
- Deve sempre realizar-se com a tensão adequada. A força do passe deve regular-se de
acordo com a distância até ao receptor, tendo sempre presente que a bola no ar é sempre
favorável ao defesa.
- Deve ser preciso, para que o receptor tome contacto com a bola no ponto ideal, de tal
modo que não lhe limite as acções posteriores à recepção.
- Cada atleta deve dominar o maior nº de técnicas de passe possível, de forma a
encontrar sempre as soluções adequadas em função dos movimentos dos adversários.
Passe de Ombro
Passe picado
Pegar na bola com os dedos bem afastados; Colocar o pé do mesmo lado do braço
Colocar o pé contrário à mão que tem a bola portador da bola, mais adiantado;
ligeiramente mais à frente que o outro, para Cotovelo demasiado próximo do tronco;
dar mais equilíbrio; Deficiente pega da bola;
“Armar” o braço (antebraço no O corpo não está totalmente orientado
prolongamento do ombro e o braço virado para o receptor;
para cima); Não flectir o pulso no momento do
Enviar a bola com um movimento do braço passe.
de trás para a frente;
Dirigir a bola para o solo, através da flexão
do pulso, de forma que ela ressalte para o
colega.
Outros passes
O Drible
Sendo este determinado por um conjunto variado de factores (Protecção, progressão,
velocidade, altura, etc.), devem no entanto ser sempre respeitados os seguintes princípios
fundamentais:
- Só deve ser utilizado quando a distância a percorrer é superior a três passos.
- Só deve ser utilizado, mediante a obrigatoriedade de jogar a bola, quando não se tem
um companheiro desmarcado a quem passar a bola
- Sempre que o jogador necessite de realizar algum ajuste momentâneo
- Deve ser dominado com as duas mãos,
- Deve permitir a manutenção da bola afastada do adversário,
- Nunca deve ser um factor que diminua o ritmo o ritmo colectivo do jogo.
Os remates
Estando estes sempre condicionados pelos movimentos dos adversários, deve o aluno
dominar o maior nº possível de técnicas de remate (1º linha, 2ª linha, em queda, em salto, em
apoio, etc.), devendo no entanto respeitar sempre os seguintes princípios fundamentais:
- O remate deve ser sempre rápido, tendo em consideração ao espaço de tempo
disponível para a sua execução.
- A bola deve sempre percorrer a trajectória escolhida, no mínimo espaço de tempo.
- Deve ser preciso e rápido
- Deve ser seguro de forma a garantir o êxito do mesmo.
Remate em Apoio
Remate na Passada
Remate em Suspensão
Outros remates
As Fintas
Desmarcação
Ganhar uma posição de vantagem que permita Não aproveitamento dos espaços livres,
receber a bola; utilizando movimentos rápidos;
Ocupação dos espaços livres; Ocupar espaços onde existe superioridade
Explorar a linha jogador/baliza deixada livre numérica do adversário;
pelo defesa. Ficar "tapado" pelo adversário directo não
vendo a bola.
Marcação HxH
Pés afastados à largura dos ombros, orientados Não se enquadrar entre o adversário
para o adversário directo; directo e a baliza;
Peso do corpo igualmente distribuído pelos Deixar o adversário directo nas suas
dois pés; "costas";
O pé do lado por onde interessa fazer deslocar Não pressionar o adversário directo.
o atacante deve estar ligeiramente recuado;
Flexão dos MI;
Tronco em posição vertical sem estar rígido;
Defesa enquadrado entre o atacante e a baliza.
Bloco
O Cruzamento
Componentes Críticas
O Bloqueio
Um ou mais atacantes, após uma ocupação espacial antecipada, colocam o seu próprio
corpo no caminho do adversário de forma a dificultar o seu deslocamento.
Componentes Críticas
- O deslocamento prévio ao bloqueio deverá ser feito em corrida rápida e na sua direcção,
dificultando o beneficiário de utilizar dita ajuda, sem perder de vista que poderá receber a
posse de bola.
- A corrida deve ser equilibrada, de forma que o jogador seja capaz de correr rápido e
travar, controlando a inércia do movimento.
- No momento do bloqueio, o bloqueador realizará uma paragem, evitando o contacto
físico com o bloqueado (30 a 40cm)
- A base de sustentação deve ser equilibrada e suficientemente ampla sem infringir as
regras.
- A posição deve ser estável, sólida e tensa para não se desequilibrar no momento do
contacto físico.
- A colocação do bloqueador deverá ser perpendicular à linha dos ombros do bloqueado.
- A saída dos bloqueios pelo bloqueador será em profundidade e em direcção ao espaço
livre criado, podendo ou não receber a bola
O ecrã.
Este meio táctico guia-se pelos princípios do bloqueio, contudo, o seu objectivo
específico é proteger o colega rematador, através da posição dos atacantes à frente dos
defensores na zona de remate, de forma a obstruírem os deslocamentos frontais dos
defensores na tentativa de estes anularem o rematador, beneficiário principal deste meio
técnico.
Componentes Críticas
- A técnica de realização é a mesma que se utiliza para os bloqueios frontais, de tal forma
que podem estar de frente ou de costas para os defensores, mas sempre à sua frente e
dentro dos limites regulamentares.
- Devem situar-se à frente dos defensores numa zona em que o beneficiário possa ser
eficaz coma s suas trajectórias.
- A velocidade do deslocamento deve ser rápida mas regulada de forma a poderem parar
antes do contacto físico com os defensores.
Deslizamento
Actuação defensiva que consiste em um defensor deslizar por trás de outro para
neutralizar uma acção atacante, sem que haja troca de marcação.
Componentes Críticas
Contra-bloqueio.
Actuação defensiva para anular uma acção de bloqueio por parte da equipa atacante.
Componentes Críticas
-O contra-bloqueio realiza-se quando o bloqueio atacante já se realizou.
- Na prática é uma acção de troca de marcação com a particularidade de um dos defensores
( o bloqueado) ter mais dificuldade para conseguir controlar o bloqueador, porque
necessita de anular o bloqueio.
Técnica do Guarda-Redes
Conceitos técnico/tácticos
Prof. Tiago Carneiro / Prof. Alexandra Carneiro Página 40
EDUCAÇÃO FÍSICA